de alexandri à era digital

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Introdução A escrita é um dos vários meios de comunicação e informação, que sofreu uma evolução ao longo da História ao nível dos vários suportes e materiais em que tem sido registada. Com este trabalho pretende-se dar a conhecer a história da escrita e da evolução dos materiais utilizados para o seu registo, desde a Pré-História até à actual Sociedade de Informação e Comunicação, assim como a importância da escrita como meio de difundir conhecimentos e culturas. 1

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Biblioteca de Alexandria

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Page 1: De Alexandri à era digital

Introdução

A escrita é um dos vários meios de comunicação e informação, que sofreu uma evolução ao longo da História ao nível dos vários suportes e materiais em que tem sido registada.

Com este trabalho pretende-se dar a conhecer a história da escrita e da evolução dos materiais utilizados para o seu registo, desde a Pré-História até à actual Sociedade de Informação e Comunicação, assim como a importância da escrita como meio de difundir conhecimentos e culturas.

A Antiga Biblioteca de Alexandria

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A biblioteca da Alexandria foi uma das maiores bibliotecas do mundo antigo e localizava-se na cidade de Alexandria, situada no norte do Egipto.

Alexandria é hoje o principal porto da cidade e a principal e maior cidade comercial do Egipto.

A Alexandria ficou conhecida devido ao empreendimento da época se ter tornado o centro de todo o conhecimento do homem, através da Biblioteca de Alexandria.

Consta-se que foi fundada no inicio do século III a.C., durante o reinado de Ptolomeu II no Egipto, após o seu pai ter construído o templo das musas. Consta-se também que a biblioteca chegou a ter mais de 400.000 rolos de papiro, podendo até ter chegado a ter 1.000.000.

A antiga Biblioteca de Alexandria tinha como principal objectivo preservar e divulgar a cultura nacional. Esta continha livros que foram levados de Atenas.Com o passar dos anos a biblioteca foi-se tornando um grande centro de comércio e de fabricação de papiros.

A biblioteca de Alexandria foi destruída inúmeras vezes, até que em 646 d.C. foi destruída num incêndio acidental.

Na Síria, na Mesopotâmia e na Pérsia também existiram locais de reunião e consulta pública de obras. Mas essas instituições tinham o objectivo de preservar a cultura regional, enquanto que a biblioteca de Alexandria acumulava obras de todo o mundo conhecidas na época, atingindo um carácter universal, em que o conhecimento não tinha fronteiras.

Na altura, o acesso à biblioteca era restrito, até porque a maior parte da população era analfabeta. Mas na verdade, ela era frequentada pelos grandes sábios da antiguidade também por Cleópatra.

Com isso, a biblioteca veio a tornar-se uma das três grandes escolas da antiguidade. Foi o maior referencial científico e cultural do mundo antigo.

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O interior da antiga biblioteca de Alexandria

Actualmente existe uma nova bibliloteca em Alexandria.

Esta nova biblioteca integra, para além da principal, quatro bibliotecas especializadas,  laboratórios, um planetário, um museu de ciências e um de caligrafia e uma sala de congresso e de exposições.

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A instituição pretende ser um dos centros de conhecimento mais importantes do mundo assim com sua antecessora.

A Escrita

A escrita é uma tecnologia de comunicação, criada e desenvolvida historicamente nas sociedades humanas, que consiste em marcas num suporte significando palavras ou ideias.

História da escrita

Acredita-se que a escrita se tenha originado a partir dos simples desenhos de ideogramas: por exemplo, o desenho de uma maçã a representaria, e um desenho de duas pernas poderia representar tanto o conceito de andar como de ficar em pé.

A Arte rupestre ou pintura rupestre, ou ainda “gravura rupestre”, são os nomes que se dão às mais antigas representações pictóricas conhecidas.

As mais antigas, datadas do período  (Paleolítico Superior) (40.000 a.C.), gravadas em abrigos ou cavernas, em suas paredes e tetos rochosos, ou também em superfícies rochosas ao ar livre, mas em lugares protegidos.

Os símbolos foram-se tornando mais abstractos, terminando por evoluir em símbolos sem aparente relação aos caracteres originais. Por exemplo, a letra M em português na verdade vem de um hieróglifo egípcio que retratava ondas na água e representava o

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mesmo som. A palavra egípcia para água contém uma única consonante: (m).

Aquela figura, portanto, veio representar não somente a ideia de água, mas também o som (m).

Este foi um processo simbólico que possibilitou ao homem expandir a mensagem para muito além do tempo e do espaço de propagação dela, criando mensagens que se manteriam inalteradas por séculos e que poderiam ser proferidas a quilómetros de distância.

Uma das principais consequências do surgimento das cidades e dos Estados foi a escrita, criada por volta de 3200 a.C. Vários são os factores que explicam o nascimento da escrita:

A necessidade de contabilizar os produtos comercializados, os impostos arrecadados e os funcionários do Estado;

O levantamento da estrutura das obras, que exigira a criação de um sistema de sinais numéricos, para a realização dos cálculos geométricos.

Com a escrita, o ser humano criou uma forma de registar as suas ideias e de comunicar. Houve uma evolução significativa do suporte escrito desde a Pré-História até à actualidade.

Na Pré - História o Homem desenhava imagens em rochas, mas com o passar do tempo a linguagem e a escrita foi evoluindo.

A linguagem escrita é especial, porque permite que as vidas da época em que vivemos hoje seja conhecidas pelas gerações futuras.

Os primeiros povos que utilizaram a escrita foram os da Mesopotâmia, com a escrita cuneiforme e de seguida os egípcios, com o hieróglifo, e, mais tarde, o hierático.

A invenção do alfabeto e do sistema numérico foram muito importantes para a evolução da escrita e da sua difusão através de povos navegadores como os fenícios e os gregos e mais tarde, os romanos.

A escrita cuneiforme deve derivar de uma escrita pictográfica mais antiga, denominada Warka, gravada em placas de argila descobertas por arqueólogos, em 1986, numa das mais antigas bibliotecas do mundo, datada do século X - A.C. perto da cidade de Uruk a sul da cidade de Bagdad.

Os povos da Mesopotâmia escreviam na argila mole com o auxílio de pontas de vime. O traço deixado por essas pontas tem a forma de cunha (V), daí o nome de " escrita cuneiforme".

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A biblioteca continha cerca de 150.000 tijolos de argila com inscrições sumerianas. A literatura  caracterizava-se pelos poemas religiosos e de aventura.

As tábuas de Uruk, são "livros de contabilidade" onde estão registados o quantitativo de sacos de cereal, o quantitativo de cabeças de gado, etc., pertencentes ao Templo.

Com cilindros de barro, os mesopotâmicos faziam os seus contratos.

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Bagdad (Iraque). Placa de Argila de Uruk.

Enquanto a população de Uruk escrevia em placas de argila, os egípcios escreviam e desenhavam no papiro.

O papiro era obtido utilizando a parte interna, branca e esponjosa, do caule do papiro, cortado em finas tiras que eram posteriormente molhadas, sobrepostas e cruzadas, para depois serem prensadas. A folha obtida era martelada, alisada e colada ao lado de outras folhas para formar uma longa fita que era depois enrolada. A escrita fazia-se paralelamente às fibras.

O Pergaminho (do grego pergaméne e do latim pergamina ou pergamena), é o nome dado a uma pele de animal, geralmente de cabra, carneiro, cordeiro ou ovelha, preparada para nela ser escrito algo. O seu nome lembra o da cidade grega de Pérgamo, na Ásia Menor, onde se acredita possa ter se originado ou distribuído.

Como os pergaminhos eram feitos de peles delicadas de bezerros ou cordeiros, eram chamados de velino que davam um material de escrita fino, macio e claro, usado para documentos e obras importantes.

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O pergaminho foi o suporte de escrita mais largamente utilizado na antiguidade ocidental, principalmente na Idade Média, até à descoberta e consequente difusão do papel.

Nos mosteiros cristãos eram mantidas bibliotecas de pergaminhos, onde monges letrados no período, se dedicavam à cópia de manuscritos antigos, devendo-se a essa actividade monástica a sobrevivência e divulgação dos textos clássicos da cultura grega e latina no Ocidente, principalmente à época do Império Bizantino.

Hoje em dia, o pergaminho é utilizado para a confecção de diplomas universitários, títulos e letras do Tesouro Nacional por ser considerado um material difícil de ser falsificado, graças às nuances naturais e à sua grande durabilidade.

O papel

A maioria dos historiadores concorda em atribuir a “Cai Lun” da China, no ano 105 a.C. a primazia de ter feito papel por meio da polpação de redes de pesca e trapos, e mais tarde utilizando fibras vegetais. Este processo consistia numa cozedura forte de fibras, após o que eram batidas e esmagadas. A pasta obtida pela dispersão das fibras era depurada e a folha, formada sobre uma peneira feita de juncos delgados unidos entre si por seda ou crina, era fixada sobre uma armação de madeira. Conseguia-se formar a folha celulósica sobre este molde, mediante uma submersão do mesmo na tinta contendo a dispersão das fibras ou mediante o despejo da certa quantidade da dispersão sobre o molde ou peneira. Procedia-se à

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secagem da folha, comprimindo-a sobre a placa de material poroso ou deixando-a pendurada ao ar.

Os espécimes que chegaram até os nossos dias provam que o papel feito pelos antigos chineses era de alta qualidade, que permite, até mesmo, compará-los ao papel feito actualmente.

Mesmo depois de ser inventado o alfabeto e o papel, poucas pessoas sabiam ler e escrever. Apenas alguns privilegiados (alguns nobres, frades e sábios) - dominavam a escrita e a leitura.

Os livros tinham que ser escritos à mão, um a um, com penas de ganso no lugar de caneta. Foi um ourives alemão chamado Gutemberg que, em 1450, teve a ideia para resolver esse problema.

Primeiro, ele decidiu fazer muitos carimbos de metal para cada letra do alfabeto. Depois, juntava os carimbos, um de cada letra, e montava um carimbo maior com uma palavra ou frase inteira.

Uma máquina chamada prensa, aperfeiçoada por ele, servia, então, para apertar o carimbo, (molhado de tinta preta), sobre o papel. Assim, podia reproduzir a mesma página quantas vezes quisesse. Estava inventada a imprensa.

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Com esta invenção, foi possível fazer muitos livros em pouco tempo; as pessoas puderam ter seu próprio livro em casa, para estudar e aprender a ler e escrever.

O primeiro livro que Gutemberg imprimiu foi a “Bíblia” em 1455. Algumas dessas bíblias existem até hoje e estão guardadas e protegidas em museus. É desde essa altura que se fala da democratização do livro, uma vez que se tornou acessível a um número cada vez maior de pessoas.

A máquina de escrever

Christopher Latham Sholes um americano jornalista, impressor, inventor e senador construiu uma máquina de escrever que patenteou em 1868 com a denominação "dactylotype".A máquina dispunha de um teclado, uma fita tinta e um rolo que arrastava o papel. Imprimia os caracteres pressionando os tipos sobre a fita tinta que estava colocada à frente da folha de papel, mas o utilizador não via imediatamente o que escrevia. 

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Sholes continuou a aperfeiçoar a máquina e em 1873 cedeu os seus direitos à empresa Eliphalet Remington and Sons. A empresa Remington, que era conhecida por ter sido a inventora das espingardas de carregar pela culatra, construiu mecanismos que dotaram a máquina de escrever de Sholes com a capacidade de executar o retrocesso do "carro" e o "avanço de linha". Mais tarde foi acrescentada à máquina uma "tecla de maiúsculas" que deslocava o teclado de modo a serem impressas as letras maiúsculas e foi redesenhado o conjunto dos mecanismos de modo a que o utilizador pudesse ver o que escrevia.

Actualmente, o papel e o ecrã do computador são os suportes de escrita mais utilizados. No computador, para além de termos acesso a obras completas e enciclopédias em formato digital, assim como de recorrermos à Internet para pesquisar ou consultar assuntos, e elaborar trabalhos, temos a possibilidade de passar documentos, imagens, sons, e até vídeos, para formato digital, o que torna tudo muito mais fácil, porque para além de termos um acesso imediato à informação, podemos ter os nossos próprios documentos guardados e sempre protegidos, sem a hipótese de o papel se queimar ou deteriorar-se pelo envelhecimento com o passar do tempo.

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Os meios cientificos e a difusão do conhecimento

Pode-se afirmar que, ao longo da história da humanidade, a ciência (que tem por objectivo desvendar e explicar os fenómenos da natureza) e a tecnologia (que visa transformar a natureza no sentido de atender desejos e necessidades humanas) percorreram caminhos distintos, não havendo entre elas articulação sistémica e programada, até ao Século XIX .

A partir da segunda metade do Século XIX, as transformações produzidas pelo homem foram extraordinariamente aceleradas como resultado da organização e sistematização do trabalho voltado para a

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geração e uso de conhecimentos científicos com o intuito de produzir tecnologias que resultassem em novos ou melhores produtos e serviços que satisfizessem os seus desejos centrais e suas necessidades imediatas. Desde então, o conhecimento científico deixou de ser um bem puramente cultural, para tornar-se importante, senão o mais valioso, para a geração de inovações tecnológicas.

No mesmo ano (1879) em que o americano Thomas Edison produziu a lâmpada de incandescência, que possibilitou a iluminação eléctrica de cidades e interiores, Ernest Siemens construía, em Berlim, a primeira locomotiva eléctrica.

A descoberta do petróleo, produzido comercialmente pela primeira vez na Pensilvânia, permitiu a utilização dos óleos minerais seus derivados, primeiro na iluminação (sob a forma de lamparinas de parafina), no aquecimento e em usos domésticos e, em seguida, como combustível. O petróleo e a gasolina tornaram possível o motor de combustão interna, descoberta do alemão Gottlieb Daimler, em 1886. Este esteve na origem do automóvel, e da aviação, o que permitiu as pessoas deslocarem-se muito mais rapidamente.

Em 1913, o carvão era ainda a principal fonte energética. Todavia, o petróleo e a electricidade começavam já a impulsionar a segunda revolução industrial. A electricidade, uma forma energética nobre, coube-lhe revolucionar a iluminação, os transportes e a indústria o que permitiu melhorar a qualidade de vida.

Entretanto, nas grandes cidades, difundia-se o carro eléctrico e o metropolitano, que acabaram por se transformar em factores de crescimento desses mesmos centros urbanos.

No que se refere à indústria, a electricidade esteve na origem da criação de grandes empresas, onde se tornou possível o funcionamento nocturno, assim como a reorganização das fases de trabalho, assentes no automatismo.

A corrente eléctrica foi também utilizada na metalurgia especial, facilitando a produção de materiais novos como o alumínio.

Acrescente-se que progressos como o telefone, a rádio, o telégrafo, não teriam existido sem a indústria eléctrica, em breve transformada num sector de ponta da segunda revolução industrial, vindo-se depois a acrescentar no século XX, o desenvolvimento de meios de comunicação como o cinema, a televisão, o satélite e a internet, o que permitiu que todas as pessoas pudessem aceder à informação e contactar entre si de forma muito mais rápida e alargada.

Podemos concluir que o desenvolvimento científico e tecnológico tem contribuído para a difusão da informação, para o

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desenvolvimento da própria evolução científica e tecnológica e assim, para a melhoria da qualidade de vida das pessoas.

A sociedade contemporânea como sociedade de informação

A sociedade actual tem sido alvo das inovações das tecnologias globais, o que tem levado a mudanças organizacionais e culturais.

Devido a essas inovações, a sociedade actual é hoje chamada “sociedade da informação ou do conhecimento”, dominada pelas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s), desenvolvidas a partir dos anos sessenta, onde a informação, como meio de criação de conhecimento, desempenha um papel fundamental na produção de riqueza e na contribuição para o bem-estar e qualidade de vida dos cidadãos.

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De acordo com as novas Tecnologias de Comunicação e Informação, a estruturação, armazenamento, tratamento e disponibilização de informações por máquinas vem crescendo a um ritmo assustador com a evolução tecnológica, e quem não acompanha essas transformações, pode ser penalizado na sociedade.

Condição para a Sociedade da Informação avançar é a possibilidade de todos poderem aceder às Tecnologias de Informação e Comunicação, presentes no nosso quotidiano que constituem instrumentos indispensáveis às comunicações pessoais, de trabalho e de lazer. Por isso se pode afirmar que hoje em dia dependemos da Informação para viver.

O Aparecimento das novas Tecnologias de Informação e Comunicação trouxe mudanças profundas nas relações económicas, políticas, sociais e culturais e, ao mesmo tempo que pontes informacionais foram construídas – ligando mercados, capitais, interesses e pessoas e permitindo trocas numa velocidade jamais imaginada, também abismos foram criados (ou aprofundados), deixando de um lado aquelas pessoas que têm acesso e recursos para a utilização efectiva das tecnologias e de outro, as que não têm.

As assimetrias sociais face ao acesso aos meios e conteúdos de informação

Na Sociedade da Informação, uma pessoa que não usar as tecnologias da informação e comunicação como uma ferramenta para agregar conhecimento, facilitar tarefas diárias, optimizar e dar velocidade às comunicações, ampliar redes, será uma excluída digital.

Desta forma, esta sociedade poderá ser responsável por grandes diferenças sociais, tendo em conta o seu grau de exigência. Uma vez que é uma sociedade que vive do poder da informação, tendo como base as novas tecnologias ela poderá ser muito discriminatória, quer entre países, uma vez que existem países mais pobres que outros e não têm acesso ao mesmo tipo de informação, outros que ainda têm censura e em que a Internet é proibida, quer internamente, entre empresas, entre pessoas. Até algum tempo atrás, o saber ler e interpretar textos, bem como efectuar cálculos

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matemáticos simples, era obrigatório para se viver em harmonia e bem-estar na sociedade, contudo, este novo cenário mudou e as necessidades de qualificações profissionais e académicas aumentaram consideravelmente.

Um ponto importante deve ser esclarecido quando se fala de exclusão digital: não há uma relação directa entre a exclusão social e a exclusão digital. Nem todos os excluídos digitalmente também são excluídos economicamente. O que se pode afirmar é que exclusão económica pode levar a uma exclusão digital, e que o economicamente incluído também pode ser um excluído digital. Portanto, não se pode reduzir o problema ao factor "poder aquisitivo".

O ser humano tem a capacidade de se adaptar e como tal, as pessoas devem desenvolver uma atitude flexível, com conhecimentos generalistas, capazes de se formarem ao longo da vida de acordo com as suas necessidades e que dominem as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC). A sociedade exige da escola pessoas com uma formação ampla, especializada, com um espírito empreendedor e criativo, com o domínio de uma ou várias línguas estrangeiras, com grandes capacidades de resolução de problemas.

É relevante ressaltar que a Sociedade da Informação deve ser antes de tudo uma"sociedade para todos", e não uma sociedade elitista, e que por exemplo os cidadãos com necessidades especiais, que atingem mais de um quarto da população (deficientes, idosos e acamados de longa duração), para além de não poderem ficar excluídos, deverão usufruir de todas as oportunidades que as tecnologias da informação e comunicação oferecem para a sua plena integração na sociedade. A isto chama-se infoinclusão.

Os aspectos positivos desta sociedade são visíveis, tal como a melhoria da nossa qualidade de vida. Com a introdução de máquinas e robôs nas indústrias tem-se aumentado a taxa de desemprego, mas a transição por vezes tem estas consequências. Com o nascimento de um novo sector, denominado de quaternário, cujo bem mais importante é a informação, assistimos a mudanças profundas na sociedade. A taxa de desemprego continua a aumentar com o desaparecimento de algumas profissões, entre outros factores. A perda de postos de trabalho, a extinção de algumas profissões, e a reconversão de outras até serem substituídas por novas, decorre um longo período de adaptação, que se poderá estar a viver neste momento, sendo difícil analisar as transformações quando estão a acontecer sem o tempo necessário para verificar as consequências.

A sociedade tenderá a ser cada vez mais competitiva, criando mais riqueza e consequentemente qualidade de vida, tornando-se numa sociedade mais livre evitando a exclusão do cidadão convidando-o a participar. Mas para que isto seja possível e não se criem maiores dissimetrias sociais, as políticas educativas

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desempenham um papel primordial. Assim, a escola assume um papel fundamental na Sociedade da Informação, dotar o homem de capacidades para competir com o avanço tecnológico, condicionando-o, de maneira a que este avanço não seja autónomo, e possa ser controlado, de modo, a que sejam as nossas necessidades a corresponder ao desenvolvimento tecnológico e não o desenvolvimento tecnológico a moldar as nossas necessidades.

Conclusão

Este trabalho foi muito interessante, pois deu-me oportunidade de alargar os meus conhecimentos relativamente à evolução deste magnífico meio de comunicação que é a escrita.

Pude verificar que a História da escrita tem acompanhado a História do Homem, uma vez que o seu registo ao longo dos tempos reflecte a evolução científica e tecnológica do Homem.

A escrita é dos mais importantes meios de difusão do conhecimento transmitida através de gerações e culturas.

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