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1. Empilhadeiras, vocês sabem o que são e para quê servem? Hoje gostaria de dividir com vocês um pouco do meu conhecimento sobre este equipamento fundamental em qualquer empresa que necessite de transportar grandes volumes de cargas. Para quem não sabe, a empilhadeira é um veículo industrial direcionado somente ao transporte, movimentação e empilhamento de materiais diversos. Este equipamento substitui boa parte do esforço desnecessário que vários homens deveriam realizar para mover o mesmo material de um ponto A para um ponto B. Existem vários tipos, modelos e aplicações de empilhadeiras, onde as mais utilizadas são as de combustão ( Gasolina, GLP, Diesel) geralmente direcionadas para setores externos, e as elétricas, (movida por bateria tracionaria) que por não emitirem gases poluentes, na maior parte dos casos são direcionadas a setores internos, como o de industrias alimentícias por exemplo, que não podem ter nenhum tipo de poluente em suas dependências internas. Estes são apenas alguns exemplos, pois cada caso é um caso diferente e estas empilhadeiras elétricas também são utilizadas em outras aplicações fora do ramo alimentício. Existem outros modelos de empilhadeiras, mas estes não serão mencionados aqui. Como todo veículo, para ser operado o condutor deverá ser capacitado para isso. Tendo este que passar por um treinamento ministrado por uma entidade autorizada e certificada, que o habilite para tal função. Lembrando que toda empresa assim como também o próprio operador de empilhadeira, tem plena responsabilidade civil e criminal sobre qualquer tipo de acidente fatal ou não que possivelmente venha acontecer durante a jornada de trabalho. Tal seriedade deste quadro, vem fazendo com que empresas preocupadas com a saúde e integridade física de seus colaboradores, venham constantemente investindo em cursos e reciclagens para operadores de empilhadeiras assim como também investindo em DDS´s que abordam os vários tipos de riscos que a má utilização deste equipamento possam trazer a toda corporação. Possivelmente você já deve ter visto alguém suspendendo um colaborador na lança de uma empilhadeira, para que este fosse trocar uma lâmpada da oficina ou pegar algo que estava fora de seu alcance. O que você acha disso? É correto? Qual o risco que esta atitude pode causar ? Em muitos casos, existe a utilização da famosa “Gaiola” onde o colaborador entra em um tipo de “cercadinho” com um pequeno portão de acesso. Esta Gaiola é elevada pela empilhadeira com o colaborador dentro até uma altura qualquer para que um determinado serviço seja realizado. Em muitas empresas, a Gaiola é totalmente proibida, sendo que em outras é totalmente aceita e utilizada para quase todo serviço em altura. Analisando o quadro, percebemos que este não é um acessório seguro, e o principal item em questão está aliado ao fato de que empilhadeiras foram feitas apenas para transporte e elevação de cargas e nunca de pessoas. Para elevar pessoas existem equipamentos corretos e destinados a somente este fim, como o caso das plataformas elevatórias por exemplo. (*) Segundo a norma NR 18, ( Norma regulamentadora do ministério do Trabalho ligada à construção Civil) diz que é proibido o transporte de pessoas por equipamento de guindar ( item 18.14.19 )

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Page 1: Dds

1. Empilhadeiras, vocês sabem o que são e para

quê servem?

Hoje gostaria de dividir com vocês um pouco do meu conhecimento sobre este equipamento

fundamental em qualquer empresa que necessite de transportar grandes volumes de cargas.

Para quem não sabe, a empilhadeira é um veículo industrial direcionado somente ao

transporte, movimentação e empilhamento de materiais diversos. Este equipamento substitui

boa parte do esforço desnecessário que vários homens deveriam realizar para mover o mesmo

material de um ponto A para um ponto B. Existem vários tipos, modelos e aplicações de

empilhadeiras, onde as mais utilizadas são as de combustão ( Gasolina, GLP, Diesel)

geralmente direcionadas para setores externos, e as elétricas, (movida por bateria tracionaria)

que por não emitirem gases poluentes, na maior parte dos casos são direcionadas a setores

internos, como o de industrias alimentícias por exemplo, que não podem ter nenhum tipo de

poluente em suas dependências internas. Estes são apenas alguns exemplos, pois cada caso

é um caso diferente e estas empilhadeiras elétricas também são utilizadas em outras

aplicações fora do ramo alimentício. Existem outros modelos de empilhadeiras, mas estes não

serão mencionados aqui.

Como todo veículo, para ser operado o condutor deverá ser capacitado para isso. Tendo este

que passar por um treinamento ministrado por uma entidade autorizada e certificada, que o

habilite para tal função. Lembrando que toda empresa assim como também o próprio operador

de empilhadeira, tem plena responsabilidade civil e criminal sobre qualquer tipo de acidente

fatal ou não que possivelmente venha acontecer durante a jornada de trabalho. Tal seriedade

deste quadro, vem fazendo com que empresas preocupadas com a saúde e integridade física

de seus colaboradores, venham constantemente investindo em cursos e reciclagens para

operadores de empilhadeiras assim como também investindo em DDS´s que abordam os

vários tipos de riscos que a má utilização deste equipamento possam trazer a toda corporação.

Possivelmente você já deve ter visto alguém suspendendo um colaborador na lança de uma

empilhadeira, para que este fosse trocar uma lâmpada da oficina ou pegar algo que estava fora

de seu alcance. O que você acha disso? É correto? Qual o risco que esta atitude pode causar

?

Em muitos casos, existe a utilização da famosa “Gaiola” onde o colaborador entra em um tipo

de “cercadinho” com um pequeno portão de acesso. Esta Gaiola é elevada pela empilhadeira

com o colaborador dentro até uma altura qualquer para que um determinado serviço seja

realizado.

Em muitas empresas, a Gaiola é totalmente proibida, sendo que em outras é totalmente aceita

e utilizada para quase todo serviço em altura. Analisando o quadro, percebemos que este não

é um acessório seguro, e o principal item em questão está aliado ao fato de que empilhadeiras

foram feitas apenas para transporte e elevação de cargas e nunca de pessoas. Para elevar

pessoas existem equipamentos corretos e destinados a somente este fim, como o caso das

plataformas elevatórias por exemplo.

(*) Segundo a norma NR 18, ( Norma regulamentadora do ministério do Trabalho ligada à

construção Civil) diz que é proibido o transporte de pessoas por equipamento de guindar ( item

18.14.19 )

Page 2: Dds

(*)A NR 29, ( Norma regulamentadora que trata de trabalhos portuários) diz que é proibido o

transporte de trabalhadores em empilhadeiras e similares, exceto em operações de resgates e

salvamento (item 29.3.6.9.3). Logo é proibida a utilização de empilhadeira como forma de

transporte de pessoas, por mais segura que ela se encontre, na construção civil.

Se você conhece alguém que faça esse tipo de procedimento, converse com ele. Explique os

possíveis acidentes que ele pode estar causando, como tombamento da empilhadeira e do

colaborador que está suspenso, risco de morte do mesmo e também dele próprio.

Assumir o risco vale a pena para você?

2. NR 33 - Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados

Em primeiro lugar, você sabe o que é Espaço Confinado? É qualquer espaço com aberturas

limitadas de entrada e saída e ventilação natural desfavorável, no qual pode acumular

contaminantes tóxicos ou inflamáveis ou possuir uma atmosfera deficiente de oxigênio e que

não foi projetado para uma ocupação contínua pelo trabalhador.

Com o grande crescimento da população mundial fez-se necessário o aumento da

infraestrutura em todos os segmentos. Isso gerou grandes formações de espaços confinados

proporcionando a existência de riscos de várias naturezas impactando a vida do trabalhador.

Centenas de pessoas morrem a cada ano, seja entrando inadequadamente em um espaço

confinado ou tentando salvar alguém sem receber treinamento adequado e muitas outras ficam

feridas ao realizar algum trabalho neste local.

Os espaços confinados podem ser quadrados, redondos, cilíndricos, alongados, estreitos, na

vertical, na horizontal ou ter formatos específicos.

São exemplos de espaços confinados:

Cisternas e poços, poços de válvulas, silos, tuneis, esgotos, tonéis, tanques, moegas, ciclones,

lavadores de ar, elevadores de caneca, galerias, dutos, reatores, galerias etc.

Os profissionais de segurança e as linhas de supervisão devem ter conhecimento para

reconhecer, avaliar e controlar os riscos inerentes aos trabalhos em espaços confinados.

Os principais riscos em espaços confinados são os riscos atmosféricos, químicos, físicos,

biológicos, mecânicos, elétricos e ergonômicos.

Grande parte dos acidentes que ocorrem são mortais devido a falta de oxigênio, em virtude do

desconhecimento dos riscos presentes. Por esta razão, 60% das mortes ocorrem durante o

auxílio imediato as primeiras vitimas.

Os principais motivos de acesso aos espaços confinados são:

• Limpeza;

• Manutenção;

• Conserto;

• Inspeção;

• Construção, entre outros.

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Os trabalhadores expostos devem ser informados sobre localização e os perigos por meio de

sinalização; além disso devem ser adotadas medidas para impedir que trabalhadores não-

preparados acessem ou trabalhem nestes espaços.

Os riscos gerais para trabalhos em espaços confinados são:

• Queda;

• Explosão;

• Soterramento;

• Afogamento;

• Aprisionamento;

• Choque elétrico;

• Intoxicações por partículas de substâncias químicas nocivas;

• Infecções por agentes biológicos.

Para acessar um espaço confinado é vedada a realização de qualquer trabalho de forma

individualizada ou isolada.

O espaço confinado possui quatro fases:

➢ Não perturbado – quando o espaço confinado está em operação;

➢ Preparação da pré-entrada – o espaço confinado está fora de operação e deve ser

preparado para pré-entrada do supervisor de entrada;

➢Pré-entrada – o supervisor de entrada realiza a pré-entrada inicial para liberar as diversas

frentes de trabalho;

➢ Entrada para trabalho – os trabalhadores autorizados entram no espaço confinado para

realizar as tarefas e eventualmente mudar a atmosfera interna.

O acesso ao espaço confinado é permitido somente após a empresa fornecer a Permissão de

Entrada de Trabalho (PET). Está permissão é válida somente para cada entrada e é exigida

legalmente, a sua emissão é feita pelo supervisor de entrada antes do início das atividades e

deve ser mantida arquivada por cinco anos.

A área deve ser isolada e sinalizada para que o trabalho seja realizado em segurança e

também como medida adotada para impedir que trabalhadores não autorizados tenham acesso

a estes espaços.

A sinalização é importante para informação e alerta quanto aos riscos em espaços confinados.

Todos os trabalhadores inclusive os terceirizados que irão trabalhar em espaços confinados,

devem conhecer os riscos oferecidos pelo local, receber informações quanto ao modo de

exposição e as possíveis consequências.

Cabe aos trabalhadores envolvidos neste tipo de atividade conhecer todas as etapas inerentes

ao desenvolvimento do serviço, levando em consideração inclusive as possíveis alterações das

condições iniciais de trabalho. Este é um trabalho que deve ser realizado em equipe e nunca

sozinho.

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Muitos acidentes relacionados a trabalhos em espaços confinados poderiam ser evitados se a

Análise Preliminar de Riscos tivesse sido realizada adequadamente. Todos os trabalhadores

autorizados devem ser submetidos a capacitação específica sobre práticas de segurança.

3. Espaços confinados: como proceder de forma segura!

O trabalho em espaços confinados representa uma grande parte das atividades encontradas

em indústrias:

• De papel e celulose;

• Alimentícia;

• Naval e operações marítimas;

• Químicas e petroquímicas;

• Serviços de gás, água e esgoto, telefonia;

• Construção civil;

• Siderurgias e metalurgias;

• Agroindústria.

Podemos dar como exemplos de espaços confinados encontrados nesses locais:

• Veículos tanque (caminhões, vagões e embarcações);

• Dutos e galerias;

• Caixas d’água;

• Silos;

• Reatores;

• Torres;

• Poços;

• Caixas de inspeção.

De acordo com a Norma Regulamentadora que trata especificamente de espaços confinados,

temos a seguinte definição:

NR – 33: “Espaço Confinado é qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação

humana contínua, que possua meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação existente é

insuficiente para remover contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou enriquecimento

de oxigênio”.

Ou seja, um espaço confinado pode ser traduzido como um volume fechado por paredes e

obstruções que apresenta restrições para: o acesso, a movimentação, o resgate de pessoas e

a ventilação natural.

A entrada nesses espaços exige uma autorização ou liberação especial. Isto é, somente

pessoas treinadas e autorizadas podem entrar nesses locais.

Page 5: Dds

A responsabilidade do treinamento é do empregador, sendo que este deve ser repetido sempre

que houver qualquer alteração nas condições ou procedimentos que não foram explicitados no

treinamento anterior.

Os acidentes em espaços confinados não são tão frequentes, mas quando acontecem

geralmente são fatais. Por isso são classificados como uma das maiores causas de acidentes

graves com empregados.

Para entender melhor a importância da segurança dos trabalhos em espaços confinados, vale

ressaltar a diferença entre risco e perigo.

• Perigo: É a propriedade ou capacidade dos materiais, equipamentos, métodos ou práticas de

causarem danos.

• Risco: É a propriedade potencial de causar danos nas condições de uso e/ou exposição, bem

como a possível amplitude do dano.

Por exemplo: Ao resolver atravessar uma rua, a pessoa está diante de um perigo. Porém, se

esta resolve atravessar na faixa de pedestres quando o sinal estiver fechado, está diante de

um risco. O risco pode ser medido, dessa forma, o risco que a pessoa corre está relacionado

ao fato de decidir se atravessa ou não na faixa de pedestres. Pois o perigo existe, e este não

há como medir.

Contra o risco podemos oferecer recursos de segurança, para que a pessoa possa se proteger.

Dessa forma, compreendemos que é possível conviver com atividades de risco sem “correr o

risco” de sofrer algum dano. E o trabalho realizado em espaços confinados enquadra-se nessa

definição.

Já sabendo a diferença entre risco e perigo, podemos então descobrir quais são os riscos mais

comuns em espaços confinados:

• Falta ou excesso de oxigênio;

• Incêndio ou explosão, pela presença de vapores e gases inflamáveis;

• Intoxicações por substâncias químicas;

• Infecções por agentes biológicos;

• Afogamentos;

• Soterramentos;

• Quedas;

• Choques elétricos;

• Vibração;

• Ruídos;

• Temperatura (alta ou baixa);

• Engolfamento (captura de uma pessoa por líquidos ou sólidos finamente divididos, que

possam ser aspirados, causando a morte por enchimento ou obstrução do sistema respiratório;

ou que possa exercer força suficiente no corpo para causar morte por estrangulamento,

constrição ou esmagamento.).

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• Encarceramento.

Em espaços confinados, quando nos referirmos à atmosfera do ambiente,

classificaremos como IPVS, ou seja, Ambientes Imediatamente Perigosos a Vida ou a

Saúde. Por quê? Pois nesses locais geralmente a concentração do agente contaminante é

maior que a concentração IPVS. O que isso quer dizer? Que os contaminantes estão em

maior quantidade que o “ar puro”, gerando um risco para o trabalhador.

O ar atmosférico é composto de aproximadamente 21% de oxigênio. Quando tratamos de

IPVS, estamos dizendo que as concentrações de oxigênio ou estão:

• Acima de 21%: Risco de incêndio ou hiperoxia (intoxicação por oxigênio);

• 19,5%: Limite de segurança;

• 16%: Fadiga e confusão mental;

• 12%: Pulso acelerado e respiração profunda;

• 6%: Coma seguido de morte em minutos.

As concentrações de oxigênio são mensuradas com a utilização de um equipamento especial.

O responsável pela realização do teste é o Supervisor de Entrada, a pessoa capacitada para

operar a permissão de entrada com responsabilidade para preencher e assinar a Permissão de

Entrada e Trabalho (PET).

Dessa forma, para que o trabalhador entre em um espaço confinado deve receber uma

Permissão de Entrada e Trabalho (PET) – emitida pela empresa, que consiste num documento

escrito contendo o conjunto de medidas de controle visando à entrada e desenvolvimento de

trabalho seguro, além de medidas de emergência e resgate.

Após receber a PET, o trabalhador está capacitado para entrar no espaço confinado, ciente

dos seus direitos e deveres e com conhecimento dos riscos e das medidas de controle

existentes.

Para que os acidentes sejam evitados certifique-se que a sua empresa segue a:

• NBR – 14.787 – “Espaços Confinados, Prevenção de Acidentes, Procedimentos e Medidas de

Proteção”.

E atende a:

• NR – 33 – “Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados”

Os trabalhos realizados contam com a presença de um Vigia, que é o trabalhador que fica do

lado de fora do espaço confinado e é responsável pelo acompanhamento, comunicação e

ordem de abandono para os trabalhadores.

Assim, a empresa deve providenciar:

• Treinamento;

• Inspeção prévia no local;

• Exames médicos;

• Folha de Permissão de Entrada (PET);

• Sinalização e isolamento da érea;

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• Supervisor de entrada e Vigia;

• Equipamentos medidores de oxigênio, gases e vapores tóxicos e inflamáveis;

• Equipamentos de ventilação;

• EPI;

• Equipamentos de comunicação e iluminação;

• Equipamentos de resgate.

É direito do trabalhador:

• Entrar em espaço confinado somente após o Supervisor de Entrada realizar todos os testes e

adotar as medidas de controle necessárias;

• Não entrar em espaço confinado caso as condições não sejam seguras;

• Conhecer o trabalho e os riscos;

• Conhecer os EPI’s e procedimentos de segurança;

• Conhecer os equipamentos de resgate e primeiros socorros.

É dever do trabalhador:

• Fazer exames médicos;

• Comunicar riscos;

• Participar dos treinamentos e seguir as instruções de segurança;

• Usas o EPI.

É estritamente proibido, em locais confinados:

• Cigarros;

• Telefone celular;

• Velas, fósforos, isqueiros;

• Objetos que produzam calor, chamas ou faíscas, salvo quando autorizados pelo Supervisor

de Entrada.

De acordo com o que foi apresentado, procure se informar sobre as condições de sua

empresa. Se ela está enquadrada no que rege a legislação e se todas as medidas informadas

existem e são realmente praticadas.

Exija sua segurança!

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