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Revista RecreArte 9 JUL08 - ISSN: 1699-1834 Revista RecreArte 9 > VIII - Creatividad y Creadores: Creaciones Originales > 8.2 Cuentos David de Prado Díez

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Page 1: David de Prado Díez · que me balance entre a realidade e o sonho - pra cá e pra lá e que suspensa sobre o confim entre o finito e o infinito cancele o seu traço quero com o pé

Revista RecreArte 9 JUL08 - ISSN: 1699-1834

Revista RecreArte 9 > VIII - Creatividad y Creadores: Creaciones Originales > 8.2 Cuentos

David de Prado Díez

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Coleção "Os caminhos de um rabdomante" Terenzio Formenti ser na vida...

e criar para sentir-se vivos ARTETERAPIA E SINECÍA "sair de nós e do outro de nós no universo que se oferece”

Brescia 2008

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Terenzio Formenti nasceu no ano de 1923 em Bagolino e mora em Brescia. Trabalhou por 25 anos como farmacista. Depois, passou a trabalhar como psicologo e psicoanalista e constituiu em Brescia o "Centro pessoa Casal Grupos" na qual exerce a sua profissão. Pela sucessiva descoberta do psicodrama, que ele ama chamar "teatro dos sonhos", nasce a sua primeira poesia "Eu sou o arco-íris das noite" no dia 14 de Agosto de 1986 por espontânea declamação num seminário-laboratório sobre o corpo e as emoções, conduzido pelos terapeutas Paola Pacifico e Leonardo Marletta na localidade de Rosano (AL), atividade que atualmente é localizada no Castello di Montiglio <[email protected]> Foram publicados sucessivamente os livros "Poesia nascidas no verão", "Poesias trazidas pelo vento", "Aquilões-Cometas", com a tradução espanhola de Juan Baladári Gadea, "Amor em Poesias", "Folhas espalhadas", "Gotas de orvalho" (poesias), "Pontos brancos", "Fragmentos", "Bagolino, a valada do infinito", "3500 Gotas de orvalho", "O olhar de rescia", "Transparências", e outros. Iniciou alguns anos faz, para lembrar a figura do amigo Editor Enzo Bruno, uma inciativa como psicoterapeuta-poeta com uma intervenção, em italiano, espanhol, inglês, francês e alemão na internet, com o titulo "Narração catártica", na qual ele propõe, através da troca de poesias, fábulas, narrações, canções e sonhos, uma comunicação que encontre no simbolismo uma fonte de enriquecimento, realização e descoberta da harmonia, alegria e possível serenidade. Desde 3000 dias põe na internet, uma gota de orvalho em seis linguas, gota criada por ele, o colhida diretamente ou pela livre associação da produção leterária de outros poetas. Se desejar receber uma gota a cada dia em seis linguas comunique o seu desejo a [email protected] especificando a tua e-mail. Para quem for interessado a aprofundar o conhecimento do autor, 75 seus livros, em italiano e várias linguas estrangeiras, estão à disposição para a leitura e para o transferimento no próprio computador colocado no sito da empresa "Logos" de Modena: http://www.wordtheque.com/owat/wordtheque_dba.w6_home_author.home?code_author=4667&lang=IT Impresso autonomamente com a colaboração de Maria Conter, no dia 20 de Febrero de 2008 na Colecção: “Os caminhos de um rabdomante”

© by Terenzio Formenti Via Ragazzoni 17, I - 25123 – Brescia tel fax 030.3365511 [email protected] www.terenzioformenti.com

Prefacção do Autor

A DANÇA DO INFINITO quero uma rede que me balance entre a realidade e o sonho - pra cá e pra lá e que suspensa sobre o confim entre o finito e o infinito cancele o seu traço quero com o pé coxo pular pra cá e pra lá e depois trocando de pé pular pra cá e pra lá quero com consciência encontrar a inconsciência e na inconsciência brincar com a consciência quero colher a diferença entre o além e a fantasia fantasia e o além e depois... narrá-la aos homens que a temem e àqueles que a amam...

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Apresentação do assunto Queria esclarecer, para apresentar esta breve publicação, que será composta por uma série de desenhos que dizem a respeito da mulher, para serem usados em encontros de promoção de uma nova harmonia do seu corpo-pessoa em relação a si mesma e aos outros. Evidencio aqui uns conceitos importantes, para lembrar: A vida como encontro, comparação, choque de opostos, dos diferentes, dos complementares. A vida como harmonia possível, a vida como sinecía. Achei nestes dias na mia biblioteca um pequeno livro, que apresenta-se sem título a quem o pegar na mão, mas com um desenho e uma poesia na capa. Trago do seu prefácio o critério, expresso em quatro assuntos fundamentais, que levou um grupo de garotas de Brescia que se procuram, se acham e se encontram, a aprofundar a busca da sua identidade, desde o 1980, apresentando a suas poesias que nele são publicadas. Estes assuntos são: a mulher e si mesma, a mulher e as outras, a mulher e o homem, a mulher e "mais". Abro agora a discussão trazendo a poesia que aparece no início do livro: NÃO QUERO não quero fugir correr na rua ir para Laura para falar de mim. Não quero jogar a minha tristeza em cima dos outros para receber paz ajuda palavras fortes. Não me perderei em mil riachos para depois não me achar. A tristeza muda o meu pensamento mas fico inteira nesta cama

depois de ter comido uma maçã. Nunca mais me atolarei em doces para sentir amor e encher-me de palavras para achar conchego. Estarei nesta cama devagar escutando as minhas emoções. Agora queria dizer algumas coisas a respeito do que neste livro chamarei "sinecía". Este é um termo de derivação grega que no dicionário tem uma definição como a seguinte: reunião de várias pessoas, comunidades, cidades independentes, em uma organização única. Encontrei este termo nestes dias como título de uma antologia de poesias, concebida o ano passado no ambiente cultural de Brescia por Alessia Biasiolo em colaboração com Renato Hagman. O prefácio que o apresenta leva a história deste termo, seguido pela frase: "dentro e além das fronteiras", na sua origem e na explicação do seu uso que naquele caso é feito. É apresentada e evidenciada a ação como vontade de levar os poetas dentro e além do espaço, "dentro e além das fronteiras", para ousar participar, sentando-se à mesa e escrevendo do que se tornará pensamento e que deve achar meios para existir no tempo e no espaço. E agora vou dizer algo sobre o porquê eu coloquei esta palavra no título deste meu texto. Antes de tudo vou dizer que gosto da arte-terapia nem tanto porque me oferece meios e técnicas, para intervir nas problemáticas que tentam promover harmonia no homem que se sente inadequado e perturbado, mas também porque me dá a possibilidade e me propõe de ir além disto, e receber e praticar a arte como presente do universo para participar aos outros, para que se torne um sonho para viver com eles. O que poderia propor e/ou acrescentar ainda mais a sinecía, a não ser a sensibilidade e a capacidade de entrar em comunicação com o outro em uma dimensão tridimensional, tanto em relação ao espaço-tempo quanto instituindo uma relação não ligada à racionalidade, mas sim a uma harmonia corpo-pessoa que crie uma união também na dimensão "universal" de um infinito que não tenha necessidade de ser procurado no álcool, na droga, em uma loucura prevalente ou em um uso aberrante da "Second Life". Falei de loucura prevalente porque sinto que uma pequena loucura sadia é a componente normal de qualquer corpo-pessoa. Falo portanto de sinecía como proposta para uma harmonia como vibração do corpo-

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pessoa a respeito das relações entre racionalidade e loucura na dimensão universal, e gosto de referir-me a isso como o que eu chamo de "sétimo sentido". Poderia aprofundar este discurso, mas prefiro nesta pequena publicação deixar espaço ao uso prático de uma série de desenhos, que são a obra de uma artista e que me permitiram de realizar esta "arte-terapia" de um ponto de vista global. São todos desenhos que representam a mulher e isto poderia fazer pensar que isto tivesse a ver só com a arte-terapia e a mulher. Tecnicamente o seu uso é dirigido prevalentemente mais à mulher do que ao homem, ma se levarmos em conta a composição das pessoas tanto de um sexo quanto do outro e a importância da relação homem-mulher, nos daremos conta do quanto possa ser significativo fazer o homem trabalhar também com a sua parte feminina. Às vezes, então, tanto para iniciar no homem um enriquecimento interior, quanto para aumentar a sua sensibilidade na relação com o outro sexo, faço o homem trabalhar invertendo-o com a sua parceira de sexo feminino. Não tive até hoje a sorte de encontrar uma série de desenhos deste tipo também a respeito do homem, mas acho que vai ser possível em breve realizar este sonho. Direi agora algo de prático sobre o uso que eu faço. Todos os desenhos neste livro podem ser apresentados à pessoa que pediu a consulta, melhor ainda se estiverem soltos e de medida dupla da original. Depois pedimos que a pessoa escolha a imagem pela qual ela se sente mais representada. Isto pode ser feito tanto de olhos fechados quanto abertos. Alguém poderia perguntar como será possível escolher de olhos fechados e pensar que possa ser uma escolha válida. Posso dizer que se um sexto sentido pode nos ajudar, um sétimo sentido treinado por um trabalho deste tipo pode produzir resultados maravilhosos, mesmo pela carga emotiva na qual poderíamos nos encontrar trabalhando. Uma outra maneira de uso é escolher duas imagens: uma deve representar a parte positiva de si e a outra a parte não tão positiva. Podem também ser feitas escolhas usando três assuntos: ser, aparecer, mudar. Infinitas outras combinações podem tornar-se úteis se forem colhidas e reconhecidas no momento certo. Como prosseguir o trabalho. Podemos falar das sensações provocadas pelas escolhas e deste ponto de vista é melhor ficar no plano emotivo que no racional. Podemos também trabalhar com os sonhos que houvessem entre uma sessão e a outra. Podemos trabalhar com o sistema da linguagem fotográfica, com o "desenho onírico" de olhos fechados e/ou abertos, com a massagem do corpo como arte, com o uso dos alfabetos chinês, japonês e egípcio como uso de uma manifestação artística de um alfabeto primitivo, que expressa e é ação espontânea da corporeidade do

homem. Para como realizar estas aplicações não posso ser mais êxito neste texto. Por isto peço às pessoas interessadas de me contatar. Estou também preparando uma minha nova publicação com título: Arte-terapia: a arte como presente do universo que sonha.

o passado é memória o futuro é mistério o presente é mistério e dom

Sergio Bambarén

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A FÁBRICA DO ORVALHO por Romana Loda Me permito agora de propor ao leitor esta tratação, que parece soar maravilhosamente como consonância e assonância com quanto procurei de expressar. Esta tratarão, que a famosa e culta galerista Romana Loda tinha escrito como mensagem de apresentação a uma mostra por ela hospedada alguns anos faz na rua Calzavellia, próximo a sua sala Multimédia Arte Contemporânea, eu a coloco habitualmente como prolusão aos meus livros nos quais apresento minhas gotas de orvalho e de âmbar. Pensei desta vez de colocá-la neste contexto como maravilhosa proposta de dilatação das dinâmicas que no presente do nosso futuro poderão ser iniciadas e levadas para frente...Narra uma lenda que em um lugar muito longe, faz tanto tempo, alguns artistas se encontravam uma vez por ano para um jantar a base só de azeitonas. Três para cada um, para a precisão, preparadas com um tratamento muito particular. Estas deveriam ser submetidas a uma série de passagens.O rito de cozimento iniciava com a introdução cuidadosa de cada uma destas em sucessivas passagens, que iniciavam com um tordo, prosseguiam com uma codorna, um pato, um ganso, um perú, para continuar com um porco de leite, um carneiro, um bezerro, para depois terminar com um boi. O cozimento era feito em fogo baixo, no espeto e com todas as precauções do caso. Quando tudo estava pronto, se jogavam fora todos os animais usados, extraindo deles a azeitona e colocando-a com as outras em um prato que era levado para a mesa. Os convidados iniciavam a saborear com grande concentração, de olhos semi-fechados e em silêncio. Quando o jantar terminava, geralmente para a alvorada, eram depositados na mesa alguns arranjos de flores apenas cortados no jardim, pelos quais os convidados pingavam algumas gotas de orvalho para beber, único líquido em condição de não alterar o sabor das azeitonas. Naturalmente, as flores também eram a este ponto imediatamente jogadas fora, porque consideradas como simples acessórios em relação ao objetivo central do almoço. O narrador conclui que freqüentemente os participantes mais cultos caíam em uma espécie de trance erótica, depois deste extraordinário evento dos sentidos. Desta lenda, encantada e ambígua como muitas outras provenientes pela mesma área cultural, não é tanto o jantar em si que interessa, com todas as suas implicações mais ou menos diretas entre os sentidos e a mente, gosto e cultura; não as azeitonas, com o seu sabor remoto e paradisíaco para

descobrir através do exercício da concentração, mas o orvalho, líquido neutro e alheio.As histórias, mesmo as mais imaginosas, necessitam de elementos perfeitos se não quiserem decair em banais crônicas ou anedotas, e nenhum néctar de ambrósia ou infusão de acácia bastarda teria podido substituir o orvalho. Verdadeiro líquido celeste, não é a chuva que vai e vem da terra às nuvens, mas puríssimo cristal que chega diretamente do céu: mel da lua, leite das estrelas, humor primordial do cosmo. Filha da vaca ruiva da madrugada, o orvalho é Ishtar de Babilonia, a mais doce das matérias, linimento para cada ferida e panacéia para todas as doenças. Os alquimistas consideraram tão perfeita a sua composição que a elegeram como Matéria Primeira para a realização da pedra filosofal. Rainha dos estados de mutação, é levada no grêmio das brisas noturnas e depositada no chão como a mais tenra e intensa das do nações celestiais. Madrugada destilada, tão pura e poderosa que uma gota só basta para fazer brotar uma rosa. Matéria, claro, mas ao mesmo tempo elemento mágico capaz de uma extraordinária evocação poética. E como a poesia, cada vez que se agrega ao mundo, o transforma e o melhora porque ilumina a vida e torna porosos os seres humanos. Lá em cima, em qualquer ângulo remoto da galáxia ainda não contaminado pelos mecanismos perversos de produção/consumo, tem a fábrica do orvalho e da fantasia, que a cada passagem da noite para o dia envia alguns reflexos de sementes de pérola, capazes de abrir o torrão mais árido e devolver a palavra ao sonho. Uma fábrica sem máquinas e sem ruído, que destila os vapores das nossas ambições mais insensatas, transformando-os em desejos novos, prontos para lançar como flechas apontadas contra a insuportável chatice de um viver à sombra dos nossos falimentos e das quedas do nosso amor próprio.Na vida, quando não conseguirmos curtir de um verso ou de uma gota de orvalho, só o poeta consegue ultrapassar às vezes os obstáculos, com os seus vôos de sadia insensatez, que lhe permitem de encontrar a força de fazer expandir em direção ao alto o seu canto de desejo. A falta de um certo “bom senso” e a capacidade de não baixar-se ao “real” lhe permitem de vibrar entre a música e as lágrimas, entre a espuma do sonho e o pedestal do tempo. Isto o coloca no mundo e fora do mundo, em uma zona que está entre o céu e a terra, próxima à essência das coisas, ao valor das percepções e ao orvalho da manhã. A arte, orvalho plasmado em imagens, palavras, notas musicais. é um fragmento do infinito a nós enviado como possibilidade “outra”. Reconhecer-se artista significa certificar-se também com as implicações negativas que tudo isto implica.Nenhuma pessoa “racional”, na verdade, atarefada em agarrar um efêmero bem estar, consegue admitir que se possa viver seriamente fazendo quadros, escrevendo poesias ou compondo música. O artista está sempre em febricitante ebulição, ou seja a partir do momento em que aceitou de entrar no território sagrado das suas esperanças. Eles está ali, ser das mutações, e

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quando consegue tirar-se de cima o último sofrimento para morrer, não deixa só algumas obras, mas azeitonas do paraíso, gotas de orvalho e faíscas de "eternidade”. Percebe que as estradas sobrecarregadas de luzes e mercadorias que estamos percorrendo, são na realidade becos sem saída; o sabe e o diz, ou melhor ainda, o grita ao vento pela cima da árvore na qual está em pé e de onde, de vez em quando, atingido por uma vertigem irresistível, se lança de cabeça para baixo na multidão indiferente. Como já o alquimista que se iludiu da idéia que as substâncias, mudando-se, mudam o mundo, assim o artista aceita de atravessar a noite mais profunda para alcançar o orvalho da alvorada. O poeta, atropelado por esta compulsão a sonhar, sublima a ânsia e canta a dilatação da consciência com a mesma predisposição da cigarra que enfrenta o verão. Suspenso entre um desejo devorador, que é mais do que a vida e a indiferença, vagueia solitário no cosmo. E quando as neblinas se desperdiçam mesmo por pouco, recolhe gotas luzentes mais do que as pérolas, das nuvens, cristais puros do orvalho mais puro. Isto o compensa de cada insulto, porque pode finalmente livrar-se da agonia de um presente mal dissimulado, para conseguir a escutar de novo as mil e mil canções que cortam as garras do “sono inconsciente” e devolvem um novo sentido aos sonhos de olhos abertos.

Romana Loda

Terenzio Formenti : Via Ragazzoni 17- 25123 Brescia – Itália Telefax 030.3365511 - e-maiI: [email protected] www.terenzioformenti.com www.notivaga.com.br Publicações a respeito da promoção da harmonia do corpo pessoa - Harmonia entre opostos: a arte, e a resposta ao desafio que o universo nos faz. - Harmonia entre opostos: a arte como jogo de sinais, de símbolos e de sonhos (bilingue italiano-espanhol). - Harmonia entre opostos: O desenho onírico. - Serendipity: respirar com o universo que respira conosco rajadas de jogo-alegria. - Selecção de caracteres: chinês, japonês e egípcio para uso psicoterapêutico e para tratamentos da promoção da harmonia global do corpo-pessoa. Edição italiana e italiana-espanhola com exercícios em italiano, francês, alemão, português, espanhol e inglês. - 3000 Três mil gotas de orvalho serendipity para o terceiro milénio. Edições: italiana, espanhola, inglês, francês, alemã, portuguesa. - 868 Roteiros de massagem com o universo: gotas de âmbar escolhidas entre três mil gotas de orvalho. São disponíveis também nas edições espanhola, inglês, francês, alemã, portuguesa. - Fábula "O cavalo das sete cores" por Héctor Felipe da Cruz Corzo nas edições italiana, espanhola, inglês, francês, alemã, portuguesa. . Em direcção ao presente do nosso futuro. As gavetas da memória e o caos promovedor de uma nova ordem. - Acariciar a felicidade. Breve ensaio sobre a felicidade... possível. - Cata-ventos de arco íris e dobradiças. A vida como jogo... O sonho da vida. - O homem. Um menino que inventa e reinventa a sua vida. - Arte-terapia e sinecía. - Em preparação: A arte como presente do universo que sonha.

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A TERENZIO FORMENTI Pequeno, calmo atrás de tua barba branca escondese uma criança, curiosa, sedentaria e andarilha que brinca con estrelas e cores voa sobra as cidades e entre bétulas descansas. Sonhados rios refrescam o sonho de tuas manhäs e brincas de pegar sonhos: rouba-lhe petalas deles e inventa palavras e dramas e poesias. Alquimista, inventor de futuros andas pelo mundo doando livros de poesias-flores; criando casais que na neblina respiram-se a alma, un arco-iris na noite, ou trens que sonhan longe em perdidos sertöes. Juan Baladán Gadea

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