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- 1 - Data: 14/03/19 Professor: Hugo Disciplina: Português Turma: 2º Ano 1. (Ufu 2018) O último quadro da tirinha apresenta um uso pronominal bastante comum na modalidade oral do português brasileiro, independentemente do grau de escolaridade, da região ou da classe social do falante. Assinale a alternativa que apresenta o uso pronominal equivalente à modalidade escrita e cujo registro seja formal. a) Quais as chances de a senhora avaliar a ele com carinho e compreensão? b) Quais as chances de a senhora avaliar-lhe com carinho e compreensão? c) Quais as chances de a senhora lhe avaliar com carinho e compreensão? d) Quais as chances de a senhora avaliá-lo com carinho e compreensão? 2. (G1 - ifba 2018) Sobre o termo “Antes da entrevista de emprego”, é correto afirmar: a) Complementa o verbo “precisamos”. b) Complementa a locução verbal “Precisamos saber”. c) Explica a situação temporal do acontecimento apresentado na tira. d) Demonstra o que é necessário saber antes da entrevista. e) Especifica a circunstância de tempo da locução verbal “precisamos saber”. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: REDES SOCIAIS E COLABORAÇÃO EXTREMA: O FIM DO SENSO CRÍTICO? Eugênio Mira Conectados. Essa palavra nunca fez tanto sentido quanto agora. 1 Quando se discutia no passado sobre como os homens agiriam com o advento da aldeia global (...) não se imaginava o quanto esse processo seria rápido e devastador. (...) quando McLuhan apresentou o termo, em 1968, 2 ele sequer imaginaria que não seria a televisão a grande responsável pela interligação mundial absoluta, e sim a internet, que na época não passava de um projeto militar do governo dos Estados Unidos. 3 A internet mudou definitivamente a maneira como nos comunicamos e percebemos o mundo. Graças a ela temos acesso a toda informação do mundo à distância de apenas um toque de botão. 4 E quando começaram a se popularizar as redes sociais, 5 um admirável mundo novo abriu-se ante nossos olhos. Uma ferramenta colaborativa extrema, que possibilitaria o contato imediato com outras pessoas através de suas afinidades, fossem elas políticas, religiosas ou mesmo geográficas. Projetos colaborativos, revoluções instantâneas... 6 Tudo seria maior e melhor quando as pessoas se alinhassem na órbita de seus ideais. 7 O tempo passou, e essa revolução não se instaurou. Basta observar as figuras que surgem nos sites de humor e outros assemelhados. Conhecidos como memes (termo cunhado pelo pesquisador Richard Dawkins, que representaria para nossa memória o mesmo que os genes representam para o corpo, ou seja, uma parcela mínima de informação), 8 essas figuras surgiram com a intenção de demonstrar, de maneira icônica, algum sentimento ou sensação. 9 Ao fazer isso, a tendência de ter uma reação diversa daquelas expressas pelas tirinhas é cada vez menor. Tudo fica branco e preto. 10 Ou se aceita a situação, ou revolta-se. Sem chance para o debate ou questionamento. (...) A situação é ainda mais grave quando um dos poucos entes criativos restantes na internet produz algum comentário curto, espirituoso ou reflexivo, a respeito de alguma situação atual ou recente... Em minutos pipocam cópias da frase por todo lugar. 11 Copia-se sem o menor bom senso, sem créditos. Pensar e refletir, e depois falar, são coisas do passado. O importante agora é 12 copiar e colar, e depois partilhar. 13 As redes sociais desfraldaram um mundo completamente novo, e o uso que o homem fará dessas ferramentas é o que dirá o nosso futuro cultural. 14 Se enveredarmos pela partilha de ideias, gestando-as em nossas mentes e depois as passando a outros, será uma estufa mundial a produzir avanços incríveis em todos os campos de conhecimento. Se, no entanto, as redes sociais se transformarem em uma rede neural de apoio à preguiça de pensar, a humanidade estará fadada ao processo antinatural de regressão. O advento das redes sociais trouxe para perto das pessoas comuns os amigos distantes, os ídolos e as ideias consumistas mais arraigados, mas aparentemente está levando para longe algo muito mais humano e essencial na vida em sociedade: o senso crítico. Será uma troca justa? http://obviousmag.org/archives/2011/09/redes_sociais_e_colaboracao_extrema_O_fi m_do_senso_critico-.htm. Adaptado. Acesso em: 21 fev 2017. 3. (Epcar (Afa) 2018) O vocábulo se exerce, na língua portuguesa, várias funções. Observe seu uso nos excertos a seguir. I. “Copia-se sem o menor bom senso...” (ref. 11) II. “...um admirável mundo novo abriu-se ante nossos olhos.” (ref. 5) III. “Ou se aceita a situação ou revolta-se.” (ref. 10) IV. “O tempo passou, e essa revolução não se instaurou”. (ref. 7) Assinale a análise correta. a) Em I, o “se” é uma partícula expletiva ou de realce. b) Em II, o “se” é uma partícula integrante do verbo. c) Em III, o “se” foi utilizado para flexionar o verbo na voz passiva sintética em ambas as ocorrências. d) Em IV, o “se” classifica-se como pronome apassivador.

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Page 1: Data: Professor: Hugo Disciplina: Português Turma: 2º Ano · Rubem Alves Era uma família grande, todos amigos. Viviam como todos nós: moscas presas na enorme teia de aranha que

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Data: 14/03/19

Professor: Hugo Disciplina: Português Turma: 2º Ano

1. (Ufu 2018)

O último quadro da tirinha apresenta um uso pronominal bastante comum na modalidade oral do português brasileiro, independentemente do grau de escolaridade, da região ou da classe social do falante. Assinale a alternativa que apresenta o uso pronominal equivalente à modalidade escrita e cujo registro seja formal. a) Quais as chances de a senhora avaliar a ele com carinho e compreensão? b) Quais as chances de a senhora avaliar-lhe com carinho e compreensão? c) Quais as chances de a senhora lhe avaliar com carinho e compreensão? d) Quais as chances de a senhora avaliá-lo com carinho e compreensão?

2. (G1 - ifba 2018)

Sobre o termo “Antes da entrevista de emprego”, é correto afirmar: a) Complementa o verbo “precisamos”. b) Complementa a locução verbal “Precisamos saber”. c) Explica a situação temporal do acontecimento apresentado na tira. d) Demonstra o que é necessário saber antes da entrevista. e) Especifica a circunstância de tempo da locução verbal “precisamos saber”.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: REDES SOCIAIS E COLABORAÇÃO EXTREMA: O FIM DO SENSO CRÍTICO? Eugênio Mira Conectados. Essa palavra nunca fez tanto sentido quanto agora. 1Quando se discutia no passado sobre como os homens agiriam com o advento da aldeia global (...) não se imaginava o quanto esse processo seria rápido e devastador. (...) quando McLuhan apresentou o termo, em 1968, 2ele sequer imaginaria que não seria a televisão a grande responsável pela interligação mundial absoluta, e sim a internet, que na época não passava de um projeto militar do governo dos Estados Unidos. 3A internet mudou definitivamente a maneira como nos comunicamos e percebemos o mundo. Graças a ela temos acesso a

toda informação do mundo à distância de apenas um toque de botão. 4E quando começaram a se popularizar as redes sociais, 5um admirável mundo novo abriu-se ante nossos olhos. Uma ferramenta colaborativa extrema, que possibilitaria o contato imediato com outras pessoas através de suas afinidades, fossem elas políticas, religiosas ou mesmo geográficas. Projetos colaborativos, revoluções instantâneas... 6Tudo seria maior e melhor quando as pessoas se alinhassem na órbita de seus ideais. 7O tempo passou, e essa revolução não se instaurou. Basta observar as figuras que surgem nos sites de humor e outros assemelhados. Conhecidos como memes (termo cunhado pelo pesquisador Richard Dawkins, que representaria para nossa memória o mesmo que os genes representam para o corpo, ou seja, uma parcela mínima de informação), 8essas figuras surgiram com a intenção de demonstrar, de maneira icônica, algum sentimento ou sensação. 9Ao fazer isso, a tendência de ter uma reação diversa daquelas expressas pelas tirinhas é cada vez menor. Tudo fica branco e preto. 10Ou se aceita a situação, ou revolta-se. Sem chance para o debate ou questionamento. (...) A situação é ainda mais grave quando um dos poucos entes criativos restantes na internet produz algum comentário curto, espirituoso ou reflexivo, a respeito de alguma situação atual ou recente... Em minutos pipocam cópias da frase por todo lugar. 11Copia-se sem o menor bom senso, sem créditos. Pensar e refletir, e depois falar, são coisas do passado. O importante agora é 12copiar e colar, e depois partilhar. 13As redes sociais desfraldaram um mundo completamente novo, e o uso que o homem fará dessas ferramentas é o que dirá o nosso futuro cultural. 14Se enveredarmos pela partilha de ideias, gestando-as em nossas mentes e depois as passando a outros, será uma estufa mundial a produzir avanços incríveis em todos os campos de conhecimento. Se, no entanto, as redes sociais se transformarem em uma rede neural de apoio à preguiça de pensar, a humanidade estará fadada ao processo antinatural de regressão. O advento das redes sociais trouxe para perto das pessoas comuns os amigos distantes, os ídolos e as ideias consumistas mais arraigados, mas aparentemente está levando para longe algo muito mais humano e essencial na vida em sociedade: o senso crítico. Será uma troca justa? http://obviousmag.org/archives/2011/09/redes_sociais_e_colaboracao_extrema_O_fi

m_do_senso_critico-.htm. Adaptado. Acesso em: 21 fev 2017.

3. (Epcar (Afa) 2018) O vocábulo se exerce, na língua portuguesa, várias funções. Observe seu uso nos excertos a seguir. I. “Copia-se sem o menor bom senso...” (ref. 11) II. “...um admirável mundo novo abriu-se ante nossos olhos.” (ref. 5) III. “Ou se aceita a situação ou revolta-se.” (ref. 10) IV. “O tempo passou, e essa revolução não se instaurou”. (ref. 7) Assinale a análise correta. a) Em I, o “se” é uma partícula expletiva ou de realce. b) Em II, o “se” é uma partícula integrante do verbo. c) Em III, o “se” foi utilizado para flexionar o verbo na voz passiva sintética em ambas as ocorrências. d) Em IV, o “se” classifica-se como pronome apassivador.

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TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES: O homem deve reencontrar o Paraíso... Rubem Alves Era uma família grande, todos amigos. Viviam como todos nós: moscas presas na enorme teia de aranha que é a vida da cidade. Todos os dias a aranha que é a vida da cidade. Todos os dias a aranha lhes arrancava um pedaço. Ficaram cansados. Resolveram mudar de vida: um sonho louco: navegar! Um barco, o mar, o céu, as estrelas, os horizontes sem fim: liberdade. Venderam o que tinham, compraram um barco capaz de atravessar mares e sobreviver tempestades. Mas para navegar não basta sonhar. É preciso saber. São muitos os saberes necessários para se navegar. Puseram-se então a estudar cada um aquilo que teria de fazer no barco: manutenção do casco, instrumentos de navegação, astronomia, meteorologia, as velas, as cordas, as polias e roldanas, os mastros, o leme, os parafusos, o motor, o radar, o rádio, as ligações elétricas, os mares, os mapas... Disse cero o poeta: Navegar é preciso, a ciência da navegação é saber preciso, exige aparelhos, números e medições. Barcos se fazem com precisão, astronomia se aprende com o rigor da geometria, velas se fazem com saberes exatos sobre tecidos, cordas e ventos, instrumentos de navegação não informam mais ou menos. Assim, eles se tornaram cientistas, especialistas, cada um na sua – juntos para navegar. Chegou então o momento de grande decisão – para onde navegar. Um sugeria as geleiras do sul do Chile, outro os canais dos fiordes da Noruega, um outro queria conhecer os exóticos mares e praias das ilhas do Pacífico, e houve mesmo quem quisesse navegar nas rotas de Colombo. E foi então que compreenderam que, quando o assunto era a escolha do destino, as ciências que conheciam para nada serviam. De nada valiam, tabelas, gráficos, estatísticas. Os computadores, coitados, chamados a dar seu palpite, ficaram em silêncio. Os computadores não têm preferências – falta-lhes essa sutil capacidade de gostar, que é a essência da vida humana. Perguntados sobre o porto de sua escolha, disseram que não entendiam a pergunta, que não lhes importava para onde se estava indo. Se os barcos se fazem com ciência, a navegação faz-se com sonhos. Infelizmente a ciência, utilíssima, especialista em saber como as coisas funcionam, tudo ignora sobre o coração humano. É preciso sonhar para se decidir sobre o destino da navegação. Mas o coração humano, lugar dos sonhos, ao contrário da ciência, é coisa preciosa. Disse certo poeta: Viver não é preciso. Primeiro vem o impreciso desejo. Primeiro vem o impreciso desejo de navegar. Só depois vem a precisa ciência de navegar. Naus e navegação têm sido uma das mais poderosas imagens na mente dos poetas. Ezra Pound inicia seus Cânticos dizendo: E pois com a nau no mar/ assestamos a quilho contra as vagas... Cecília Meireles: Foi, desde sempre, o mar! A solidez da terra, monótona/ parece-nos fraca ilusão! Queremos a ilusão do grande mar / multiplicada em suas malhas de perigo. E Nietzsche: Amareis a terra de vossos filhos, terra não descoberta, no mar mais distante. Que as vossas velas não se cansem de procurar esta terra! O nosso leme nos conduz para a terra dos nossos filhos... Viver é navegar no grande mar! Não só os poetas: C. Wright Mills, um sociólogo sábio, comparou a nossa civilização a uma galera que navega pelos mares. Nos porões estão os remadores. Remam com precisão cada vez maior. A cada novo dia recebem novos, mais perfeitos. O ritmo da remadas acelera. Sabem tudo sobre a ciência do remar. A galera navega cada vez mais rápido. Mas, perguntados sobre o porto do destino, respondem os remadores: O porto não nos importa. O que importada é a velocidade com que navegamos.

C Wright Mills usou esta metáfora para descrever a nossa civilização por meio duma imagem plástica: multiplicam-se os meios técnicos e científicos ao nosso dispor, que fazem com que as mudanças sejam cada vez mais rápidas; mas não temos ideia alguma de para onde navegamos. Para onde? Somente um navegador louco ou perdido navegaria sem ter ideia do para onde. Em relação à vida da sociedade, ela contém a busca de uma utopia. Utopia, na linguagem comum, é usada como sonho impossível de ser realizado. Mas não é isso. Utopia é um ponto inatingível que indica uma direção. Mário Quintana explicou a utopia com um verso: Se as coisas são inatingíveis... ora!/ não é um motivo para não querê-las... Que tristes os caminho, se não fora/ A mágica presença das estrelas! Karl Mannheim, outro sociólogo sábio que poucos leem, já na década de 1920 diagnosticava a doença da nossa civilização: Não temos consciência de direções, não escolhemos direções. Faltam-nos estrelas que nos indiquem o destino. Hoje, ele dizia, as únicas perguntas que são feitas, determinadas pelo pragmatismo da tecnologia (o importante é produzir o objeto) e pelo objetivismo da ciência (o importante é saber como funciona), são: Como posso fazer tal coisa? Como posso resolver este problema concreto em particular? E conclui: E em todas essas perguntas sentimos o eco intimista: não preciso de me preocupar com o todo, ele tomará conta de si mesmo. Em nossas escolas é isso que se ensina: a precisa ciência da navegação, sem que os estudantes sejam levados a sonhar com as estrelas. A nau navega veloz e sem rumo. Nas universidades, essa doença assume a forma de peste epidêmica: cada especialista se dedica com paixão e competência, a fazer pesquisas sobre o seu parafuso, sua polia, sua vela, seu mastro. Dizem que seu dever é produzir conhecimento. Se forem bem-sucedidas, suas pesquisas serão publicadas em revistas internacionais. Quando se lhes pergunta: Para onde seu barco está navegando?, eles respondem: Isso não é científico. Os sonhos não são objetos de conhecimento científico. E assim ficam os homens comuns abandonados por aqueles que, por conhecerem mares e estrelas, lhes poderiam mostrar o rumo. Não posso pensar a missão das escolas, começando com as crianças e continuando com os cientistas, como outra que não a da realização do dito poeta: Navegar é preciso. Viver não é preciso. É necessário ensinar os precisos saberes da navegação enquanto ciência. Mas é necessário apontar com imprecisos sinais para os destinos da navegação: A terra dos filhos dos meus filhos, no mar distante... Na verdade, a ordem verdadeira é a inversa. Primeiro, os homens sonham com navegar. Depois aprendem a ciência da navegação. É inútil ensinar a ciência da navegação a quem mora nas montanhas. O meu sonho para a educação foi dito por Bachelard: O universo tem um destino de felicidade. O homem deve reencontrar o Paraíso. O paraíso é o jardim, lugar de felicidade, prazeres e alegrias para os homens e mulheres. Mas há um pesadelo que me atormenta: o deserto. Houve um momento em que se viu, por entre as estrelas, um brilho chamado progresso. Está na bandeira nacional... E, quilha contra as vagas, a galera navega em direção ao progresso, a uma velocidade cada vez maior, e ninguém questiona a direção. E é assim que as florestas são destruídas, os rios se transformam em esgotos de fezes e veneno, o ar se enche de gases, os campos se cobrem de lixo – e tudo ficou feio e triste. Sugiro aos educadores que pensem menos nas tecnologias do ensino – psicologias e quinquilharias – e tratem de sonhar, com os seus alunos, sonhos de um Paraíso. Obs.: O texto foi adaptado às regras do Novo Acordo Ortográfico.

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4. (Efomm 2018) Ao se analisar sintaticamente a oração sublinhada, cometeu-se um erro, que aparece na alternativa. a) É necessário ensinar os precisos saberes da navegação enquanto ciência. (predicativo) b) Chegou então o momento da grande decisão – para onde navegar. (aposto) c) ‘Navegar é preciso. Viver não é preciso’. (sujeito) d) É inútil ensinar a ciência da navegação a quem mora nas montanhas... (objeto indireto) e) (...) compraram um barco capaz de atravessar mares e sobreviver tempestades. (complemento nominal)

5. (Efomm 2018) Assinale a alternativa em que o termo sublinhado NÃO cumpre a função de sujeito. a) Mas para navegar não basta sonhar. É preciso saber. b) Disse certo poeta: ‘Navegar é preciso’, a ciência da navegação é saber preciso (...). c) É preciso sonhar para se decidir sobre o destino da navegação. d) Naus e navegação têm sido uma das mais poderosas imagens na mente dos poetas. e) O meu sonho para a educação foi dito por Bachelard (...).

6. (Efomm 2018) Mas o coração humano, lugar dos sonhos, ao contrário da ciência, é coisa imprecisa. Na passagem acima, a expressão sublinhada cumpre determinada função sintática que aparece nas opções abaixo, EXCETO em a) Não só os poetas: C. Wright Mills, um sociólogo sábio, comparou a uma galera que navega pelos mares. b) Infelizmente a ciência, utilíssima, especialista em saber como as coisas funcionam, tudo ignora sobre o coração humano. c) Mas há um pesadelo que me atormenta: o deserto. d) O paraíso é jardim, lugar de felicidade, prazeres e alegrias para os homens e mulheres. e) Sugiro aos educadores que pensem menos nas tecnologias do ensino – psicologias e quinquilharias – e tratem de sonhar, com os seus alunos, sonhos de um Paraíso.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Noruega como Modelo de Reabilitação de Criminosos O Brasil é responsável por uma das mais altas taxas de reincidência criminal em todo o mundo. No país, a taxa média de reincidência (amplamente admitida, mas nunca comprovada empiricamente) é de mais ou menos 70%, ou seja, 7 em cada 10 criminosos voltam a cometer algum tipo de crime após saírem da cadeia. Alguns perguntariam "Por quê?". E eu pergunto: "Por que não?" O que esperar de um sistema que propõe reabilitar e reinserir aqueles que cometerem algum tipo de crime, mas nada oferece, para que essa situação realmente aconteça? Presídios em estado de depredação total, pouquíssimos programas educacionais e laborais para os detentos, praticamente nenhum incentivo cultural, e, ainda, uma sinistra cultura (mas que diverte muitas pessoas) de que bandido bom é bandido morto (a vingança é uma festa, dizia Nietzsche). Situação contrária é encontrada na Noruega. Considerada pela ONU, em 2012, o melhor país para se viver (1º no ranking do IDH) e, de acordo com levantamento feito pelo Instituto Avante Brasil, o 8º país com a menor taxa de homicídios no mundo, lá o sistema carcerário chega a reabilitar 80% dos criminosos, ou seja, apenas 2 em cada 10 presos voltam a cometer crimes; é uma das menores taxas de reincidência do mundo. Em uma prisão em Bastoy, chamada de ilha paradisíaca, essa reincidência é de cerca de 16% entre os homicidas, estupradores e traficantes que por ali passaram. Os EUA chegam a registrar 60% de reincidência e o Reino Unido, 50%. A média europeia é 50%.

A Noruega associa as baixas taxas de reincidência ao fato de ter seu sistema penal pautado na reabilitação e não na punição por vingança ou retaliação do criminoso. A reabilitação, nesse caso, não é uma opção, ela é obrigatória. Dessa forma, qualquer criminoso poderá ser condenado à pena máxima prevista pela legislação do país (21 anos), e, se o indivíduo não comprovar estar totalmente reabilitado para o convívio social, a pena será prorrogada, em mais 5 anos, até que sua reintegração seja comprovada. O presídio é um prédio, em meio a uma floresta, decorado com grafites e quadros nos corredores, e no qual as celas não possuem grades, mas sim uma boa cama, banheiro com vaso sanitário, chuveiro, toalhas brancas e porta, televisão de tela plana, mesa, cadeira e armário, quadro para afixar papéis e fotos, além de geladeiras. Encontra-se lá uma ampla biblioteca, ginásio de esportes, campo de futebol, chalés para os presos receberem os familiares, estúdio de gravação de música e oficinas de trabalho. Nessas oficinas são oferecidos cursos de formação profissional, cursos educacionais, e o trabalhador recebe uma pequena remuneração. Para controlar o ócio, oferecer muitas atividades, de educação, de trabalho e de lazer, é a estratégia. A prisão é construída em blocos de oito celas cada (alguns dos presos, como estupradores e pedófilos, ficam em blocos separados). Cada bloco tem sua cozinha. A comida é fornecida pela prisão, mas é preparada pelos próprios detentos, que podem comprar alimentos no mercado interno para abastecer seus refrigeradores. Todos os responsáveis pelo cuidado dos detentos devem passar por no mínimo dois anos de preparação para o cargo, em um curso superior, tendo como obrigação fundamental mostrar respeito a todos que ali estão. Partem do pressuposto que, ao mostrarem respeito, os outros também aprenderão a respeitar. A diferença do sistema de execução penal norueguês em relação ao sistema da maioria dos países, como o brasileiro, americano, inglês, é que ele é fundamentado na ideia de que a prisão é a privação da liberdade, e pautado na reabilitação e não no tratamento cruel e na vingança. O detento, nesse modelo, é obrigado a mostrar progressos educacionais, laborais e comportamentais, e, dessa forma, provar que pode ter o direito de exercer sua liberdade novamente junto à sociedade. A diferença entre os dois países (Noruega e Brasil) é a seguinte: enquanto lá os presos saem e praticamente não cometem crimes, respeitando a população, aqui os presos saem roubando e matando pessoas. Mas essas são consequências aparentemente colaterais, porque a população manifesta muito mais prazer no massacre contra o preso produzido dentro dos presídios (a vingança é uma festa, dizia Nietzsche). LUIZ FLÁVIO GOMES, jurista, diretor-presidente do Instituto Avante Brasil e coeditor do Portal atualidadesdodireito.com.br. Estou no blogdolfg.com.br. ** Colaborou Flávia Mestriner Botelho, socióloga e pesquisadora do Instituto Avante Brasil.

FONTE: Adaptado de http://institutoavantebrasil.com.br/noruega-como-modelo-de-reabilitacao-de-criminosos/.

Acessado em 17 de março de 2017.

7. (Espcex (Aman) 2018) Assinale a opção que contém um pronome relativo: a) O que esperar de um sistema desses? b) O sistema nada oferece para que tal situação realmente aconteça. c) Uma cultura sinistra, mas que diverte muitas pessoas. d) A pena será prorrogada até que a reintegração dos presos seja comprovada. e) Dessa forma, o detento deve provar que pode ter o direito de exercer sua liberdade.

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TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Inteligência o quê? Inteligência vem da junção das palavras latinas inter (entre) legere (escolher). Por meio da seleção e da escolha os humanos compreendem as coisas. Na idade média, os filósofos se referiam à inteligência como a parte superior da alma e sua capacidade de conhecimento. Desde então, compõe um trio inseparável: memória-inteligência-vontade. Quando se fala em inteligência artificial, ninguém pode deixar de lado esse ternário. É aterrorizante imaginar essas três atividades operando conjuntamente em outro local que não o cérebro humano. Seria possível dotar um computador de razão? Capaz de compreender, julgar, ter bom senso, juízo? Os computadores guardam ainda a base de seu desenvolvimento na década de 40, a capacidade algorítmica, aptos para resolver cálculos científicos, mas não para analisá-los, como se explica na “Enciclopédia Filosófica Universal”,o local menos suspeito para uma consulta sobre máquinas teoricamente habilitadas a simular a inteligência. O computador tem conseguido ultrapassar o homem na rapidez e na confiabilidade das operações matemáticas, nas tarefas de rotina, nos encadeamento lógicos. A máquina na qual escrevi essa coluna, evidentemente, não compreende o texto escrito nela. Pode até vertê-lo para outra língua, mas jamais vai poder entender e traduzir em toda a sua profundidade o significado doce e doloroso de uma palavra como saudade, existente somente na língua portuguesa. Já inventaram programas de computador como o Elisa que “conversa” com as pessoas e parece compreendê-las. Representa comportamentos pré-definidos como o de um psicanalista e responde com alguma lógica a questões menos profundas. Tudo pré-programado e incapaz de evitar o inesperado. Enganar com o computador, como se vê, pode ser possível. Calma. Ninguém se preocupe se a técnica parece dominar tudo e os técnicos assumem ares de seres superpoderosos e únicos receptáculos de um saber só entendido por eles, porque falam entre si numa linguagem cifrada e incompreensível. Tudo pode ser decodificado facilmente, e o que hoje perece intransponível não o será logo mais. Basta ver a facilidade da criançada com os computadores. Assim, termos como inteligência artificial ainda servem apenas para ocultar a vontade de um domínio tecnicista sobre o saber universal e humanista. Se é possível criar máquinas habilitadas no domínio da lógica para resolver problemas estratégicos, não é possível dotá-las de atributos inerentes à condição humana. Conforme defende L.H. Dreyfus (“intelligence artificiele – Mythes et limites”, 1984), existem quatro postulados bastantes discutíveis quando se fala de inteligência- artificial: o biológico (os impulsos cerebrais), o psicológico (a própria mente), o epistemológico (relativo ao saber e às suas formulações) e o ontológico (os elementos determinados e independentes de todo contexto). Na porta do século XXI, o desenvolvimento das tecnologias é exponencial, basta refletir com tranquilidade para saber que a técnica ajuda, facilita e até resolve, mas não é tudo e nem pode superar o cérebro humano naquilo que ele tem de melhor – e pior: a razão – ou desrazão. A desafiadora expressão inteligência artificial, portanto pode enganar mais do que esclarecer. Prefiro a reação de Millôr Fernandes ao saber deste diálogo impertinente: “Me chamem quando forem discutir a burrice natural”. Caio Túlio Costa in Folha de São Paulo, 23 jul. 2017.

8. (G1 - ifba 2018) “A tecnologia tornou possível a existência de grandes populações. Grandes populações agora tornam a tecnologia indispensável” (Joseph Krutch – escritor) Na citação acima, o termo “grandes populações” aparece, respectivamente, com as seguintes funções: a) Especificador do nome “existência” e sujeito da forma verbal “tornam”. b) Complemento do nome “existência” e sujeito da forma verbal “tornam”. c) Especificador do nome “existência” e objeto da forma verbal “tornam”. d) Complemento do nome “existência” e objeto da forma verbal “tornam”. e) Complemento do nome “existência” e especificador da forma verbal “tornam”.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Para responder à(s) questão(ões), leia o trecho do livro Abolição, da historiadora brasileira Emília Viotti da Costa. Durante três séculos (do século XVI ao XVIII) a escravidão foi praticada e aceita sem que as classes dominantes questionassem a legitimidade do cativeiro. Muitos chegavam a justificar a escravidão, argumentando que graças a ela os negros eram retirados da ignorância em que viviam e convertidos ao cristianismo. A conversão libertava os negros do pecado e lhes abria a porta da salvação eterna. Dessa forma, a escravidão podia até ser considerada um benefício para o negro! Para nós, esses argumentos podem parecer cínicos, mas, naquela época, tinham poder de persuasão. A ordem social era considerada expressão dos desígnios da Providência Divina e, portanto, não era questionada. Acreditava-se que era a vontade de Deus que alguns nascessem nobres, outros, vilões, uns, ricos, outros, pobres, uns, livres, outros, escravos. De acordo com essa teoria, não cabia aos homens modificar a ordem social. Assim, justificada pela religião e sancionada pela Igreja e pelo Estado – representantes de Deus na Terra –, a escravidão não era questionada. A Igreja limitava-se a recomendar paciência aos escravos e benevolência aos senhores. Não é difícil imaginar os efeitos dessas ideias. Elas permitiam às classes dominantes escravizar os negros sem problemas de consciência. Os poucos indivíduos que no Período Colonial, fugindo à regra, questionaram o tráfico de escravos e lançaram dúvidas sobre a legitimidade da escravidão, foram expulsos da Colônia e o tráfico de escravos continuou sem impedimentos. Apenas os próprios escravos questionavam a legitimidade da instituição, manifestando seu protesto por meio de fugas e insurreições. Encontravam, no entanto, pouca simpatia por parte dos homens livres e enfrentavam violenta repressão. (A abolição, 2010.) 9. (Unifesp 2018) “De acordo com essa teoria, não cabia aos homens modificar a ordem social.” (1º parágrafo) O trecho destacado exerce a função sintática de a) objeto indireto. b) objeto direto. c) adjunto adnominal. d) sujeito. e) adjunto adverbial.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia este texto para responder à(s) questão(ões) a seguir. Saudade de escrever

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Apesar da concorrência (internet, celular), a carta continua firme e forte. Basta uma folha de papel, selo, caneta e envelope para que uma pessoa do Rio Grande do Norte, por exemplo, fique por dentro das fofocas registradas por um amigo em São Paulo, dois dias depois. “Adoro receber cartas, fico super ansiosa para descobrir o que está escrito”, conta Lívia Maria, de 9 anos. Mas ela admite que faz tempo que não escreve nenhuma cartinha. “As últimas foram para a Angélica e para um dos programas do Gugu.” Isabela, de 9 anos, lembra que, quando morava em Curitiba, no Paraná, trocava correspondência com sua amiga Raquel, que vive em Belo Horizonte, Minas Gerais. “Eu ficava sabendo das novidades e não gastava dinheiro com telefonemas.” Já Amanda, de 10 anos, também gosta de receber cartinhas, mas prefere enviar e-mails. “Atualmente estou conversando com meu primo que está nos Estados Unidos via computador, já que a mensagem chega mais rápido e não pago interurbano.”

TOURRUCCO, Juliana. Saudade de escrever. O Estado de São Paulo, p.5, 25 jul.1998. Suplemento infantil.

10. (G1 - ifal 2018) Quanto à análise morfossintática dos elementos textuais, apenas uma alternativa está errada, contrariando o que prescreve a norma padrão da Língua Portuguesa. Assinale-a. a) Na frase Basta uma folha de papel, selo, caneta e envelope..., o verbo está no singular concordando com folha, o núcleo mais próximo do sujeito composto. b) O verbo Basta também poderia ficar no plural se o sujeito composto fosse papel, selo, caneta e envelope. c) Pelas regras ortográficas atuais, quando o prefixo termina por consoante, não se usa o hífen se o segundo elemento começar por vogal, sendo assim, a expressão superansiosa, no segundo parágrafo, deveria se constituir num só vocábulo. d) As expressões que, no texto, indicam a idade das crianças são aposto, razão por que vêm separadas dos termos antecedentes por vírgulas. e) As expressões adverbiais no Paraná e Minas Gerais, no terceiro parágrafo, funcionam como vocativo, por isso estão isoladas por vírgulas.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia um trecho do ensaio de Antonio Candido para responder à(s) questão(ões). Na extraordinária obra-prima Grande sertão: veredas há de tudo para quem souber ler, e nela tudo é forte, belo, impecavelmente realizado. Cada um poderá abordá-la a seu gosto, conforme o seu ofício; mas em cada aspecto aparecerá o traço fundamental do autor: a absoluta confiança na liberdade de inventar. Numa literatura de imaginação vasqueira, onde a maioria costeia o documento bruto, é deslumbrante essa navegação no mar alto, esse jorro de imaginação criadora na linguagem, na composição, no enredo, na psicologia.

(Antonio Candido. Tese e antítese, 1971.)

11. (Famerp 2018) Em “mas em cada aspecto aparecerá o traço fundamental do autor” (1º parágrafo), a expressão em destaque exerce a mesma função sintática da expressão destacada em: a) “nela tudo é forte, belo, impecavelmente realizado” (1º parágrafo). b) “Cada um poderá abordá-la a seu gosto, conforme o seu ofício” (1º parágrafo). c) “Na extraordinária obra-prima Grande Sertão: Veredas há de tudo para quem souber ler” (1º parágrafo). d) “Na extraordinária obra-prima Grande Sertão: Veredas há de tudo para quem souber ler” (1º parágrafo). e) “onde a maioria costeia o documento bruto” (2º parágrafo). TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

A(s) questão(ões) a seguir está(ão) relacionada(s) ao texto abaixo. 1– Temos sorte de viver no Brasil – dizia meu pai, depois da guerra. – Na Europa 2mataram 3milhões de judeus. Contava as 4experiências que 5os médicos nazistas faziam com os prisioneiros. Decepavam-lhes as cabeças, faziam-nas encolher – à maneira, li depois, dos índios Jivaros. 6Amputavam pernas e braços. Realizavam estranhos transplantes: uniam a metade superior de um homem _____1_____ metade inferior de uma mulher, ou aos quartos traseiros de um bode. 7Felizmente 8morriam 9essas atrozes quimeras; 10expiravam como seres humanos, não eram obrigadas a viver como aberrações. (_____2_____ essa altura eu tinha os olhos cheios de lágrimas. Meu pai pensava 11que a descrição das maldades nazistas me deixava comovido.) 12Em 1948 13foi proclamado 14o Estado de Israel. Meu pai abriu uma garrafa de vinho – o melhor vinho do armazém –, brindamos ao acontecimento. E não saíamos de perto do rádio, acompanhando _____3_____ notícias da guerra no Oriente Médio. Meu pai estava entusiasmado com o novo Estado: em Israel, explicava, vivem judeus de todo o mundo, judeus brancos da Europa, judeus pretos da África, judeus da Índia, isto sem falar nos beduínos com seus camelos: tipos muito esquisitos, Guedali. Tipos esquisitos – aquilo me dava ideias. Por que não ir para Israel? 15Num país de gente tão estranha – e, 16ainda por cima, em guerra – eu certamente não chamaria a atenção. Ainda menos como combatente, entre a poeira e a fumaça dos incêndios. Eu me via correndo pelas ruelas de uma aldeia, empunhando um revólver trinta e oito, atirando sem cessar; eu me via caindo, 17varado de balas. 18Aquela, sim, era a 19morte que eu almejava, morte heroica, esplêndida justificativa para uma vida miserável, de monstro 20encurralado. E, caso não morresse, poderia viver depois num kibutz . Eu, que conhecia tão bem a vida numa fazenda, teria muito a fazer ali. Trabalhador dedicado, os membros do kibutz terminariam por me aceitar; numa nova sociedade há lugar para todos, mesmo os de patas de cavalo.

Adaptado de: SCLIAR, M. O centauro no jardim. 9. ed. Porto Alegre: L&PM, 2001.

12. (Ufrgs 2018) Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações a seguir, sobre os sujeitos de algumas formas verbais do texto. ( ) O sujeito da forma verbal mataram (ref.2) é milhões de judeus (ref. 3). ( ) O sujeito da forma verbal Amputavam (ref. 6) é os médicos nazistas (ref. 5). ( ) O sujeito da forma verbal morriam (ref. 8) é essas atrozes quimeras (ref. 9). ( ) O sujeito da locução verbal foi proclamado (ref. 13) é o Estado de Israel (ref. 14). A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é a) F – V – V – V. b) V – F – V – F. c) V – F – F – V. d) V – V – V – V. e) F – V – F – F.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia o soneto “Nasce o Sol, e não dura mais que um dia”, do poeta Gregório de Matos (1636-1696), para responder às questões a seguir: Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, Depois da Luz se segue a noite escura, Em tristes sombras morre a formosura, Em contínuas tristezas a alegria. Porém, se acaba o Sol, por que nascia? Se é tão formosa a Luz, por que não dura?

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Como a beleza assim se transfigura? Como o gosto da pena assim se fia? Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza, Na formosura não se dê constância, E na alegria sinta-se tristeza. Começa o mundo enfim pela ignorância, E tem qualquer dos bens por natureza A firmeza somente na inconstância.

(Poemas escolhidos, 2010.)

13. (Unesp 2018) O verso está reescrito em ordem direta, sem alteração do seu sentido original, em: a) “Começa o mundo enfim pela ignorância,” (4ª estrofe) Pela

ignorância, enfim, o mundo começa. b) “Em tristes sombras morre a formosura,” (1ª estrofe) A

formosura morre em tristes sombras. c) “Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,” (1ª estrofe) O Sol

não dura mais que um dia que nasce. d) “Depois da Luz se segue a noite escura,” (1ª estrofe) Segue-

se a noite escura depois da Luz. e) “Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza,” (3ª estrofe) Mas falte a

firmeza no Sol e na Luz.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Transferência de Neymar ao PSG é golpe de ‘soft power’ do Catar a países do Golfo, dizem especialistas A transferência do 1fenômeno brasileiro Neymar ao Paris Saint-Germain (PSG) representa uma estratégia de marketing e um golpe de ‘soft power’ do Catar contra os países do Golfo que cortaram relações diplomáticas com o emirado. Esta é a análise de especialistas ouvidos pela agência de notícias France Presse e do 2comentarista da GloboNews, Marcelo Lins. Neymar se tornou o jogador mais caro da história do futebol, com o pagamento da cláusula de rescisão no valor de € 222 milhões (R$ 812 milhões). Segundo Mathieu Guidere, 3especialista em geopolítica do mundo árabe consultado pela AFP, o anúncio da transferência do jogador ao PSG, 4que é de um fundo de investimentos do Catar, “foi testado entre catarianos como uma espécie de estratégia de comunicação que ofuscaria o debate em torno de outras considerações, como o terrorismo”. Marcelo Lins, comentarista da GloboNews, 5afirmou que a transferência beneficia a imagem do Catar. “Um pequeno país riquíssimo em petróleo, do Golfo, que bota tanto dinheiro para dar alegria a uma torcida, ou a milhões de torcedores espalhados pelo mundo... você tem uma volta disso na imagem do Catar, que é muito grande”, 6disse à GloboNews. “É uma grande jogada de marketing do Catar como um todo”, acrescentou. O Catar enfrenta a sua pior crise política em décadas, com a Arábia Saudita e outros países do Golfo tendo cortado relações diplomáticas com o emirado por acusações de apoio a grupos terroristas. O Catar nega as acusações e diz que o objetivo é prejudicar o emirado rico em gás. Com a transferência de Neymar, Doha pode estar de olho em investir em ‘soft power’. O conceito de ‘7soft power’ (8‘poder suave’, em tradução livre) foi elaborado para definir a influência de países nas relações internacionais por meio de investimentos em ações positivas. “Esse é um golpe de ‘soft power’. 9O Catar precisa demonstrar ao mundo que, apesar de todas as acusações, é o país mais resiliente no Oriente Médio”, 10disse à AFP Andreas Krieg, 11analista de risco político no King’s College de Londres. “Ter o melhor jogador do

mundo mostra ao resto do mundo que se o Catar é determinado, eles ainda têm os maiores recursos para tirar e, se necessário, usar o dinheiro que têm para promover a sua agenda”, acrescentou. O custo da transferência de Neymar “envia um sinal muito forte para o mundo esportivo e um sinal muito forte de desafio contra os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita”, disse Krieg. “Eles queriam esse jogador e usaram o dinheiro para comprá-lo a qualquer preço”. [...] https://g1.globo.com/mundo/noticia/transferenciade-neymar-ao-psg-e-golpe-de-soft-power-docatar-a-paises-do-golfo-dizem-especialistas.ghtml

14. (Uece 2018) Sobre o uso de expressões apositivas no texto, é INCORRETO afirmar que a) o aposto “especialista em geopolítica do mundo árabe consultado pela AFP” (referência 3), para se referir a Mathieu Guidere, é empregado com o mesmo sentido do utilizado para descrever Andreas Krieg como “analista de risco político no King’s College de Londres” (referência 11), qual seja: o de autorizar a legitimidade de um discurso. b) embora possa ser classificado gramaticalmente como uma oração adjetiva, o enunciado “que é de um fundo de investimentos do Catar” (referência 4) tem, no texto, o mesmo valor sintático e semântico de um aposto explicativo: o de relacionar-se a um termo antecedente, explicando-o. c) o aposto “comentarista da GloboNews” (referência 2) tem sentido semelhante aos apostos, “especialista em geopolítica do mundo árabe consultado pela AFP” (referência 3) e “analista de risco político no King’s College de Londres” (referência 11), a saber: autorizar a legitimidade de um discurso. d) ainda que não venha entre vírgulas, mas entre parênteses, a expressão “‘poder suave’, em tradução livre” (referência 8), pode funcionar perfeitamente como um aposto, na medida em que serve para explicar/traduzir o termo que lhe antecede, “soft power” (referência 7).

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: Jovem que agrediu professora em SC não foi morto a tiros Blog especializado em inventar notícias falsas para o WhatsApp publicou que adolescente foi executado com oito tiros

1Assim como a maioria das notícias de grande repercussão, o caso da agressão de um aluno de 15 anos a uma professora dentro de uma escola municipal no interior de Santa Catarina é tema para boatos espalhados no WhatsApp e em redes sociais. Nos últimos dois dias, circula a notícia falsa de que o 2adolescente 3que agrediu a professora Márcia de Lourdes Friggi teria sido executado com oito tiros, em um possível “crime de vingança”. À parte uma vírgula mal colocada e outra ausente, 4esse é um caso raro de 5boato propagado na internet em que não abundam erros de pontuação e grafia. A informação, nem por isso, deixa de ser a mais pura ficção. Outro 6indício 7de que a notícia é falsa é a ausência dessa informação em grandes veículos de imprensa, que têm coberto o caso da agressão desde o princípio.

(UOL. 08/09/2017. Disponível em: http://veja.abril.com.br/blog/me-engana-que-eu-posto/jovem-que-agrediu-professora-em-sc-nao-foi-morto-a-tiros/. Adaptado. Acesso

em: 2 set. 2017)

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15. (Upf 2018) No que concerne a aspectos gramaticais do texto acima, é incorreto o que se afirma em: a) Depreende-se das ideias do texto que, em geral, boatos que circulam na internet têm vários erros de estrutura e de linguagem. b) O pronome “esse” (referência 4) está empregado incorretamente, pois se refere ao termo “boato” (referência 5), que ainda será apresentado. Portanto, o autor do texto deveria ter usado “este”. c) Há elementos no texto que permitem deduzir que, com exceção de detalhes, o boato foi escrito em conformidade com a norma culta da língua portuguesa. d) Em “Assim como a maioria das notícias de grande repercussão” (referência 1), o advérbio “Assim” poderia ser retirado do trecho, sem prejuízo para a compreensão ou para o contexto. e) As orações “que agrediu a professora Márcia de Lourdes Friggi” (referência 3) e “de que a notícia é falsa” (referência 7), classificam-se de maneiras diferentes, uma vez que a primeira restringe o sentido do termo “adolescente” (referência 2) e a segunda complementa o termo “indício” (referência 6).

16. (Upf 2018) Em cada uma das alternativas a seguir, são apresentados um trecho do texto “Jovem que agrediu professora em SC não foi morto a tiros” e uma proposta de reescrita desse trecho. Assinale a alternativa em que essa reescrita está em desacordo com o sentido originalmente proposto.

a) Assim como a maioria das notícias de grande repercussão, o caso da agressão de um aluno de 15 anos a uma professora dentro de uma escola municipal no interior de Santa Catarina é tema para boatos espalhados no WhatsApp e em redes sociais (1º parágrafo).

A exemplo do que ocorre com a maioria das notícias de grande repercussão, o caso da agressão a uma professora de um aluno de 15 anos dentro de uma escola municipal no interior de Santa Catarina é tema para boatos espalhados no WhatsApp e em redes sociais.

b) Nos últimos dois dias, circula a notícia falsa de que o adolescente que agrediu a professora Márcia de Lourdes Friggi teria sido executado com oito tiros, em um possível “crime de vingança” (2º parágrafo)

Nos últimos dois dias, circula a falsa notícia de que, em um possível “crime de vingança”, teria sido executado, com oito tiros, o adolescente que agrediu a professora Márcia de Lourdes Friggi.

c) À parte uma vírgula mal colocada e outra ausente, esse é um caso raro de boato propagado na internet em que não abundam erros de pontuação e grafia (3º parágrafo).

Embora com uma vírgula mal colocada e outra ausente, esse é um caso raro de boato propagado na internet em que não abundam erros de pontuação e grafia.

d) A informação, nem por isso, deixa de ser a mais pura ficção (3º parágrafo).

Isso não faz, no entanto, com que a informação deixe de ser a mais pura ficção.

e) Outro indício de que a notícia é falsa é a ausência dessa informação em grandes veículos de imprensa, que têm coberto o caso da agressão desde o princípio (4º parágrafo).

Outro indício de que a notícia não é verdadeira está ligado ao fato de que essa informação não foi noticiada por grandes veículos de imprensa, os quais têm coberto o caso da agressão desde o princípio.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia o conto “A cartomante”, de Lima Barreto (1881-1922), para responder à(s) questão(ões). Não havia dúvida que naqueles atrasos e atrapalhações de sua vida, alguma influência misteriosa preponderava. Era ele tentar qualquer coisa, logo tudo mudava. Esteve quase para arranjar-se na Saúde Pública; mas, assim que obteve um bom “pistolão1”, toda a política mudou. Se jogava no bicho, era sempre o grupo seguinte ou o anterior que dava. Tudo parecia mostrar-lhe que ele não devia ir para adiante. Se não fossem as costuras da mulher, não sabia bem como poderia ter vivido até ali. Há cinco anos que não recebia vintém de seu trabalho. Uma nota de dois mil-réis, se alcançava ter na algibeira por vezes, era obtida com auxílio de não sabia quantas humilhações, apelando para a generosidade dos amigos. Queria fugir, fugir para bem longe, onde a sua miséria atual não tivesse o realce da prosperidade passada; mas, como fugir? Onde havia de buscar dinheiro que o transportasse, a ele, a mulher e aos filhos? Viver assim era terrível! Preso à sua vergonha como a uma calceta2, sem que nenhum código e juiz tivessem condenado, que martírio! A certeza, porém, de que todas as suas infelicidades vinham de uma influência misteriosa, deu-lhe mais alento. Se era “coisa feita”, havia de haver por força quem a desfizesse. Acordou mais alegre e se não falou à mulher alegremente era porque ela já havia saído. Pobre de sua mulher! Avelhantada precocemente, trabalhando que nem uma moura, doente, entretanto a sua fragilidade transformava-se em energia para manter o casal. Ela saía, virava a cidade, trazia costuras, recebia dinheiro, e aquele angustioso lar ia se arrastando, graças aos esforços da esposa. Bem! As coisas iam mudar! Ele iria a uma cartomante e havia de descobrir o que e quem atrasavam a sua vida. Saiu, foi à venda e consultou o jornal. Havia muitos videntes, espíritas, teósofos anunciados; mas simpatizou com uma cartomante, cujo anúncio dizia assim: “Madame Dadá, sonâmbula, extralúcida, deita as cartas e desfaz toda espécie de feitiçaria, principalmente a africana. Rua etc.”. Não quis procurar outra; era aquela, pois já adquirira a convicção de que aquela sua vida vinha sendo trabalhada pela mandinga de algum preto-mina3, a soldo do seu cunhado Castrioto, que jamais vira com bons olhos o seu casamento com a irmã. Arranjou, com o primeiro conhecido que encontrou, o dinheiro necessário, e correu depressa para a casa de Madame Dadá. O mistério ia desfazer-se e o malefício ser cortado. A abastança voltaria à casa; compraria um terno para o Zezé, umas botinas para Alice, a filha mais moça; e aquela cruciante vida de cinco anos havia de lhe ficar na memória como passageiro pesadelo. Pelo caminho tudo lhe sorria. Era o sol muito claro e doce, um sol de junho; eram as fisionomias risonhas dos transeuntes; e o mundo, que até ali lhe aparecia mau e turvo, repentinamente lhe surgia claro e doce. Entrou, esperou um pouco, com o coração a lhe saltar do peito. O consulente saiu e ele foi afinal à presença da pitonisa4. Era sua mulher. (Contos completos, 2010.)

1pistolão: recomendação de pessoa influente; indivíduo que faz essa recomendação. 2calceta: argola de ferro que, fixada no tornozelo do prisioneiro, ligava-se à sua cintura por meio de corrente de ferro. 3preto-mina: indivíduo dos pretos-minas (povo que habita a região do Grand Popo, no Sudoeste da África). 4pitonisa: profetisa.

17. (Uefs 2018) Em “Onde havia de buscar dinheiro que o transportasse, a ele, a mulher e aos filhos?” (3º parágrafo), o termo

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sublinhado refere-se ao substantivo “dinheiro” e exerce a função sintática de a) sujeito. b) objeto direto. c) objeto indireto. d) adjunto adnominal. e) adjunto adverbial.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: O celular que escraviza Eles roubam nosso tempo, atrapalham os relacionamentos e podem até causar acidentes de trânsito. Quando é a hora de desligar? Estamos viciados. Em qualquer lugar, a qualquer momento do dia, não conseguimos deixar de lado o objeto de nossa dependência. 1Dormimos ao lado dele, acordamos com ele, o levamos para o banheiro e para o café da manhã – e, se, por enorme azar, o esquecemos em casa ao sair, voltamos correndo. Somos incapazes de ficar mais de um minuto sem olhar para ele. É através dele que nos conectamos com o mundo, com os amigos, com o trabalho. 2Sabemos da vida de todos e informamos a todos o que acontece por meio dele. Os neurocientistas dizem que ele nos fornece pequenos estímulos prazerosos dos quais nos tornamos dependentes. Somos 21 milhões – número de brasileiros com mais de 15 anos que têm smartphones, os celulares que fazem muito mais que falar. Com eles, trocamos e-mails, usamos programas de GPS e navegamos em redes sociais. O tempo todo. Observe a seu redor. Em qualquer situação, as pessoas param, olham a tela do celular, dedilham uma mensagem. Enquanto conversam. Enquanto namoram. Enquanto participam de uma reunião. E – pior de tudo – até mesmo enquanto dirigem. 3“É uma dependência difícil de eliminar”, diz o psiquiatra americano David Greenfield, diretor do Centro para Tratamento de Vício em Internet e Tecnologia, na cidade de West Hartford. “Nosso cérebro se acostuma a receber essas novidades constantemente e passa a procurar por elas a todo instante.” 4O pai de todos os vícios, claro, é o Facebook, maior rede social do mundo, onde publicamos notícias sobre nós mesmos como se alimentássemos um grande jornal coletivo sobre a vida cotidiana. Depois dele, novas redes foram criadas e apertaram o nó da dependência. Programas de troca de fotos como o Instagram conectam milhões de pessoas por meio das imagens feitas pelas câmeras cada vez mais potentes dos celulares. Os aplicativos de trocas de mensagem, como o Whatsapp, promovem bate-papos escritos que se assemelham a uma conversa na mesa do bar. O final dessa história pode ser dramático. Interagir com o aparelho – e com centenas de amigos escondidos sob a tela de cristal – tornou-se para alguns uma compulsão tão violenta que pode colocar a própria vida em risco. 5Parece exagero? Pense na história da garota americana Taylor Sauer, de 18 anos. Em janeiro, Taylor dirigia numa rodovia interestadual que liga os Estados de Utah e Idaho quando bateu a 130 quilômetros por hora na traseira de um caminhão. Taylor trocava mensagens com um amigo sobre um time de futebol americano. Uma a cada 90 segundos. Seu último post foi: “Não posso discutir isso agora. Dirigir e escrever no Facebook não é seguro! Haha”. Se não estivesse teclando, provavelmente Taylor teria avistado o veículo à frente, que andava a meros 25 quilômetros por hora. O caso terrível não é uma aberração estatística. A cada ano, 3 mil americanos morrem por causa da distração no celular, de acordo com a agência federal National Transportation Safety Board. No Brasil, não é diferente – pelo menos é a impressão dos profissionais que trabalham na área. “Minha experiência sugere que essa é a quarta maior causa de acidentes, só atrás do excesso de velocidade, uso de álcool e drogas e cansaço”, diz Dirceu Júnior, diretor da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego. (...) 6O cérebro só faz bem uma coisa ou outra. (...) Dirigir falando ao telefone duplica o risco de um acidente. (...) 7A sensação de estar por fora é consequência da hiperconectividade, um conceito elaborado por dois pesquisadores canadenses, Anabel

Quan-Haase e Barry Wellman. Eles criaram uma teoria para explicar como vive o dono de um celular moderno. Ele pode se comunicar a partir de qualquer lugar a qualquer instante. Não há fronteiras entre ele, seus amigos e o restante do mundo 8– com exceção (maldição!) de locais em que o sinal é fraco 9ou (pesadelo!) não chega. Um dos efeitos colaterais da hiperconectividade é ser altamente viciante. Daí a desconfiança de especialistas de que motoristas que não conseguem largar o celular enquanto dirigem são, na verdade, dependentes. Dispositivos eletrônicos como os celulares geram a sensação de prazer para o cérebro porque ele se sente recompensado a cada novidade recebida. 10Uma mensagem é um pacotinho de prazer. A descarga de uma substância estimulante para nossos neurônios, a dopamina, encarrega-se de gerar a sensação agradável. O Instituto de Informação e Tecnologia de Helsinque, na Finlândia, fez um estudo para analisar quanto tempo do dia gastamos com 11o hábito de verificar atualizações em busca desse barato cerebral. De acesso em acesso, somamos duas horas e 40 minutos. É o mesmo tempo gasto nos Estados Unidos com televisão e dez vezes o que se gasta com leitura. (...) Reportagem de Rafael Barifouse e Isabella Ayub, Revista Época,15/06/2012. Disponível

em <http://revistaepoca.globo.com/vida/noticia/2012/06/o-celular-que-escraviza.html>. Último acesso em 03 de outubro de 2017.

18. (G1 - cmrj 2018) Sobre o trecho “Dormimos ao lado dele, acordamos com ele, o levamos para o banheiro e para o café da manhã – e, se, por enorme azar, o esquecemos em casa ao sair, voltamos correndo.” (ref. 1), pode-se afirmar que a) os verbos dormir e acordar são transitivos indiretos e regem complementos introduzidos, respectivamente, pelas preposições “a” e “com”. b) foi usada, de acordo com a norma padrão, a próclise com os verbos levar e esquecer. c) as expressões “ao lado dele”, “com ele”, “para o banheiro” e “em casa” são adjuntos adverbiais. d) caso o autor optasse pela ênclise, a colocação pronominal resultaria nas formas esquecemos-lo e levamos-lo. e) a ênclise não é indicada nos dois casos em questão por causa de palavras atrativas.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

19. (G1 - cmrj 2018) No período “As estimativas sugerem que o número de hiperconectados só deve aumentar”, a oração sublinhada a) tem papel sintático de objeto indireto e é introduzida por um pronome relativo. b) exerce a função de complemento nominal em relação à oração principal. c) exerce a função de objeto direto em relação à oração principal .

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d) tem papel sintático de objeto direto e é introduzida por um pronome relativo. e) tem valor gramatical de substantivo e papel sintático de sujeito.

Gabarito: Resposta da questão 1: [D] No último quadrinho, vemos o uso do pronome pessoal do caso reto no lugar do pronome pessoal do caso oblíquo. Considerando que “ele” está no lugar do objeto direto da oração, para adequar-se ao registro formal, a pergunta deveria ser reescrita como “Quais as chances de a senhora avaliá-lo com carinho e compreensão?”. Resposta da questão 2: [E] O termo “antes da entrevista de emprego” está relacionado à locução verbal “precisamos saber”, identificando quando é necessário saber, ou seja, trazendo a circunstância temporal dessa locução. Resposta da questão 3: [D] Em [I], o “se” é índice de indeterminação do sujeito; em [II], é pronome apassivador; em [III], na primeira ocorrência, o “se” foi utilizado para flexionar o verbo na voz passiva sintética, já na segunda ocorrência, é pronome reflexivo. Resposta da questão 4: [A] [A] Incorreta. A Oração Principal é formada por verbo de ligação e predicativo; a função de sujeito que lhe falta é desempenhada pela oração sublinhada. [B] Correta. A Oração Principal está sintaticamente completa, porém o termo “decisão” é vago, o qual será explicado pelo aposto, função desempenhada pela oração sublinhada. [C] Correta. A Oração Principal é formada por verbo de ligação e predicativo; a função de sujeito que lhe falta é desempenhada pela oração sublinhada. [D] Correta. A Oração Subordinada Substantiva Subjetiva Reduzida de Gerúndio (“ensinar a ciência da navegação a quem mora nas montanhas) é formada por verbo transitivo direto e indireto. A função de objeto direto é desempenhada por “a ciência da navegação”; já a de objeto indireto é desempenhada pela oração sublinhada. [E] Correta. A Oração Principal é formada por sujeito, verbo transitivo direto, objeto direto e predicativo do objeto; este, porém, é um nome o qual precisa ter seu sentido complementado, função desempenhada pela oração sublinhada. Resposta da questão 5: [E] [A] Correto. “Sonhar” exerce a função de sujeito do verbo “bastar”. [B] Correto. “Poeta” é o sujeito do verbo “dizer”. [C] Correto. “Sonhar” exerce a função de sujeito da locução “é preciso”. [D] Correto. “Naus e navegação” exercem a função de sujeito da locução “têm sido”. [E] Incorreto. “Bachelard” compõe o agente da passiva do período apresentado. Resposta da questão 6: [B] No enunciado, a expressão entre vírgulas é um aposto, termo acessório que substitui ou explica o termo a que se refere; apenas na alternativa [B] não ocorre tal situação. Nesse caso, o adjetivo desempenha função de predicativo do sujeito; a função de aposto é desempenhada pela expressão “especialista em saber como as coisas funcionam”. Resposta da questão 7: [C] A função do pronome relativo é substituir um termo da oração que vem antes e relacionar as duas orações. Na alternativa [C], o pronome “que” é relativo, uma vez que substitui “Uma cultura sinistra” e estabelece relação entre as duas orações: “Uma cultura sinistra” e “mas que diverte muitas pessoas”. Resposta da questão 8: [B] Na primeira oração, vemos que “grandes populações” completa o sentido do substantivo “existência” (há a existência de algo, no caso, “grandes populações”). Assim, o termo aparece com a função de complemento nominal.

Já na segunda oração, vemos que quem realiza a ação de “tornar” é o termo “grandes populações”. Dessa forma, o termo aparece com a função de sujeito. Resposta da questão 9: [D] O termo que representa o que “não cabia” é “modificar a ordem social”, sendo o sujeito da oração. Assim, na ordem direta, temos que “modificar a ordem social não cabia aos homens”. Resposta da questão 10: [E] As expressões adverbiais no Paraná e Minas Gerais, no terceiro parágrafo, funcionam como aposto, por isso estão isoladas por vírgulas. Resposta da questão 11: [B] No enunciado, a expressão em negrito exerce a função de sujeito, assim como em [B]: “cada um” é o sujeito que exerce a ação de “poder abordar”. Resposta da questão 12: [A] [I] Falsa. O sujeito de mataram é Indeterminado; “milhões de judeus” equivale ao Objeto Direto do mesmo verbo. [II] Verdadeira. A correspondência está correta. [III] Verdadeira. A correspondência está correta. [IV] Verdadeira. A correspondência está correta. Resposta da questão 13: [B] As orações em ordem direta apresentam a seguinte sequência: sujeito + verbo + complemento (objeto direto ou indireto) + adjunto adverbial, como acontece na adaptação do verso original na opção [B]: A formosura (sujeito) morre (verbo) em tristes sombras (adjunto adverbial de modo). Resposta da questão 14: [C] [A] Correto. Ambos apostos explicam o autor dos discursos diretos, legitimando seu conteúdo na reportagem de modo imparcial. [B] Correto. A alteração na nomenclatura se dá em função da presença do verbo e inclusão do pronome relativo “que”. [C] Incorreto. A expressão “comentarista da GloboNews” não é o aposto da oração, uma vez que será explicado logo em seguida pelo nome de tal pessoa. [D] Correto. Um aposto faz referência ou explica um termo antecedente a ele, logo a afirmação está correta. Resposta da questão 15: [B] [B] O pronome “esse” refere-se ao caso já apresentado, mencionado no parágrafo anterior. Resposta da questão 16:[A] A reescrita em [A] não mantém o sentido original, uma vez que o deslocamento do termo “de um aluno de 15 anos” faz com que haja uma alteração importante no período. No período original, o termo refere-se ao agressor, ou seja, o aluno de 15 anos é quem agrediu; já no novo período, não temos identificação do agressor e o termo apenas completa o sentido de “professora”, especificando que trata-se de uma professora de um garoto de 15 anos. Resposta da questão 17: [A] O pronome relativo “que” exerce a função sintática de sujeito, em referência a “dinheiro”, presente na oração anterior. “Transportar” é um verbo transitivo direto, cujo objeto direto é o pronome oblíquo “o”; assim, o pronome “que” exerce a função de sujeito agente do verbo “transportar”. Resposta da questão 18: [C] [A] Incorreta: os verbos são intransitivos. [B], [D] e [E] Incorretas: como os verbos “levar” e “esquecer” seguem uma vírgula, seria necessário o uso da ênclise. Nesse caso, teríamos as formas “levamo-lo” e “esquecemo-lo”. Resposta da questão 19: [C] A oração sublinhada exerce a função de objeto direto em relação à principal, uma vez que o verbo “sugerir” é transitivo direto, exigindo um objeto direto como complemento (quem sugere, sugere algo). Dessa forma, a oração apresenta o complemento: “o número de hiperconectados só deve aumentar” completa o sentido do verbo “sugerir”.