Geraldo da Silva Gomes

Daqueles dias em que eu me compreendi

De aquellos días en que me he comprendido

(Aventuras nas distantes terras do pós-cirurgia)

(Aventuras vividas en las tierras lejanas de postcirugía)

Fiquei com muita saudade de meus pais e me pergunto por que eles não estavam presentes

nessas terras as quais andei-naveguei? Será que não? Pais, irmão, amigos e amigas. Talvez, ainda não tenha eu a percepção suficiente... Foi difícil me manejar nas estranhas e distantes terras da pós-cirurgia. Nelas não existe roteiro prévio dos

acontecimentos. Não se agenda com quem vai se encontrar.

Vai se vivendo em cenários, paisagens, lugares com pessoas que não se viveu antes. Cheiros,

temperos, sabores, cores são diferentes. Existe mais cor e luz.

Não existe espaço para a saudade melancólica de onde se veio, ou melhor, se esquece do ponto de partida, nem existe vontade de se retornar a ele.

Me quedé con mucha nostalgia de mis padres y me preguntaba ¿Por qué ellos no se hallaban presentes en esas tierras por las que anduve navegando? ¿Estarían allí los padres, hermanos, amigos y amigas? A lo mejor no contaba en aquellos momentos con la percepción necesaria para darme cuenta... Fue difícil moverme en las remotas tierras de postcirurgía. Allí no existe una ruta para prever los acontecimientos. No se marcan los encuentros previamente. Se habita en escenarios, paisajes, lugares al lado de personas con las cuales antes no se vivió. Olores, sabores, condimentos, colores diferentes. Es curioso, la luz y los colores se ven multiplicados. No existe espacio para la melancolía del lugar de procedencia. En realidad se olvida el punto de partida y se carece del deseo de retornar.

Geral da Silva Gomes

Professor nas horas inteiras,

ex-filósofo de banheira

e aprendiz da vida

nas horas de folga.

50 anos, brasileiro

e cidadão do mundo

gefigo@gmail.com

A história de vida de Geraldo não é peculiar se comparada com muitas pessoas de sua geração. O intelectual, pesquisador, profissional e cidadão possui uma trajetória de vida singular, desde seus engajamentos e bandeiras de luta. Os amigos sempre lhe cobraram publicações frequentes. Ele nunca se prendeu a isso. A busca do conhecimento e do engajamento com a vida e as pessas possuem outros ângulos de compreensão em sua vida. E quando menos se esperava, após todo o susto, o choque e o trauma de sabermos de sua cirurgia e o lento, gradual, exitoso, mas não menos doloroso processo de recuperação, ele nos brinda com um livro. Não é um ensaio teórico nem relatório de experimento científico, dos quais ele possui paciência monástica e instrumentais da mais fina lâmina cética para realizar. Ele traz, na forma de um diário fragmentado, suas sensações, percepções ou memórias do período pós-cirúrgico. O relato encanta porque é puro sincretismo, é lírismo, é pura coragem de partilhar intimidade, mesmo que ele possa não gostar da alusão, mas é pedagógico. Para que sua publicação? Para nos auxiliar a compreender que mais terras podem existir além do horizonte que nos é possível enxergar.

Lula(Maria Lourdes F. G. Aires)

De aquellos días en que me he comprendido(Aventuras vividas en las

tierras lejanas de postcirugía)

Geraldo da Silva Gomes

Daqueles dias em que eu me compreendi

(Aventuras nas distantes

terras do pós-cirurgia)

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônicos, ou mecânicos, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita do Autor.

Geraldo da Silva Gomes1ª Edição: março de 2011.

Tradução Português - EspanholNeri Caridad Zamora Hernández

Projeto Gráfi co e IlustraçõesRogério Adriano Ferreira da Silva

869.3G633d Gomes, Geraldo da Silva.Daqueles dias em que eu me compreendi : Aventuras nas dis-tantes terras da pós-cirurgia = De aquellos días en que me he comprendido : Aventuras en las tierras lejanas de postcirurgía ⁄ Geraldo da Silva Gomes ; Tradução de Neri Caridad Zamora Her-nández; Ilustração de Rogério Adriano Ferreira da Silva. – Palmas : Geraldo Gomes da Silva, 2011.

121 p. : il. color. ; 14x21 cm.

ISBN 978-85-912250-0-2

1. Literatura portuguesa. 2. Literatura brasileira - contos. I. Título. II. Gomes, Geraldo da Silva. III. Zamora Hernández, Neri Caridad. IV. Silva, Rogério Adriano Ferreira da.

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Para tod@s que viveram e se preocuparam em todos os momentos comigo, dessas terras da

Espanha, Brasil, França, Itália, Suiça, Alemanha e daquelas outras…Não se sente necessidade

de lembrar nomes, meu coração sem forças foi sustentado pelas mãos de tod@s vocês.

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Para tod@s que vivieron y se preocuparan conmigo en todos los momentos, de las tierras de España, Brasil, Francia, Italia, Suiza, Alemania y de aquellas otras… No hay necesidad de acordar a los nombres, mí corazón sin fuerzas ha estado en las manos de tod@s vosotr@s.

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1El cuerpo protestó debido a diversas

situaciones de trabajo mal solucionadas, alimentación desmesurada, asientos de aviones convertidos en cama a causa de largos viajes sin parada. Desesperanza,

amargura, cigarro, dolores en el pecho, que en un inicio se pensaba producidos por una hernia irradiada en el esófago. En realidad

aquellos dolores ocultaban algo más complejo. ¿Hernia de hiato? o se trataba de un hiato ubicado entre la vida nueva que se

aspiraba y la ya vivida.

Madrid, una noche fría, surge la primera crisis respiratoria. Antes el dolor

achacado a una esofaguitis aguda. Visita a una clínica y un diagnóstico previo

de un médico boliviano que detectó una defi ciencia respiratoria con posible

neumonía y alguna que otra complicación.

Retorno al lugar de hospedaje. Una sobredosis de dipirona y a dormir como un

lirón.

Día siguiente, una mañana aparentemente tranquila.

No se almorzó, se rellenó la panza como si se tratase del último banquete del bárbaro. El día prosiguió sin novedad, con la rutina

de un becario en el exterior.

La noche se adentró, miedo en el ambiente. Localicé el número del seguro médico y en compañía de los amigos me encaminé a la

“Clínica San Francisco de Assis”. Al otro

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O corpo gritou após várias situações de trabalho mal resolvidas, alimentação desregrada, poltronas de aviões transformadas em cama de tanto viajar e não ter parada. Desesperança, amargura, muito cigarro, dores no peito que se pensava serem provenientes de uma hérnia que retornara ao esôfago, de fato aquelas dores escondiam algo mais complicado. Hérnia de hiato... ou foi um hiato que ocorria entre a vida desejada e a vivida.

Numa noite fria de Madri, veio a primeira crise respiratória. Antes, a dor, somente assumida como uma esofagite, agoniava. Numa clínica, início de madrugada, médico boliviano supôs pneumonia, defi ciência respiratória e outros probleminhas complicados.

Volta para onde se estava hospedado. Umas pastilhas de dipirona e tentativa de conjugar sono e respiração.

Dia seguinte: manhã normal.

Não se almoçou, se encheu o estômago como se fosse a última refeição do bárbaro. Dia também normal de bolsista de estudos.

Noite se achegou, medo no ar. Consegui o número do convênio médico-hospitalar. Com dois amigos, fui a um hospital. Clínica São Francisco de Assis. Dia seguinte, após uma médica

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día, una médica gallega de estatura alta y aspecto elegante, luego del reconocimiento,

me remitió a la Unidad de Vigilancia Intensiva (UVI). ¡De súbito! ... Cuatro

enfermeras penetraron en la habitación , se encimaron sobre mi, cada una en su

función, me desvistieron, me pusieron una bata, cogieron la vena y me prepararon

para un electrocardiograma. En realidad tanta “jodienda” no me hacía ninguna

gracia. Percibí que me hallaba sumergido en un infarto. Mi corazón debilitado se

quejó. A partir de ese momento se iniciaron los preparativos para la participación en

las “aventuras de las lejanas tierras de de postcirurgía”. De aquellos días en que

aprendí a comprenderme.

Para no desvanecer el frescor de la memoria he querido plasmar las vivencias de esas

aventuras en el tiempo vivido con sus sensaciones, sin olvidar todo lo sufrido,

como consecuencia de los hechos acaecidos. No me preocupo con la sorpresa o curiosidad

que causará en la gente el presente relato, en algunos el escepticismo se manifestará

con las características y trayectorias propias de cada cual, ya que al leerlo será

trasladado a otras lenguas sin perder la sensibilidad que caracteriza al ser humano. Para psicólogos y psiquiatras de diferentes

enfoques es un material interesante de análisis, a fi n de cuentas, solamente me

preocupo en exponer una parte de mi alma. Las personas más religiosas y místicas se darán cuenta que no me avergüenzo

al exteriorizar mis creencias. A los neurocientífi cos les transmito este recado: ¡Todo es tan, o más complejo cuanto más

simple!

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galega alta, elegante, me examinou e enviou à Unidade de Terapia Intensiva. Repentinamente, vi quatro enfermeiras sobre mim – despindo, colocando bata, procurando artéria-veia, pinos para eletrocardiograma. Não gostei de tanto gerúndio. E percebi que por ali iria fi cando. Infarto, meu coração debilitado se queixou. Naquele momento se iniciaram os preparativos para as “aventuras” nas distantes terras do pós-cirurgia, dias em que aprendi a me compreender.

Depois de tudo para não perder o frescor na memória, tratei de escrever o vivido-sentido. Não me preocupo com a surpresa e curiosidade que causará nas pessoas o presente relato; em outras o ceticismo se manifestará com todas as suas características e trejeitos; que cada pessoa ao lê-lo transporte-o para seus lugares de fala. Para psicólogos e psiquiatras de diferentes correntes é material interessante para suas análises, afi nal, não me preocupo mais em expor parte de minh’alma; às pessoas mais religiosas e místicas perceberão que não me envergonho de escancarar minhas crenças; ao pessoal da neurociência deixo um recadinho:- tudo é tão mais complexo por ser simples!

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Aprendí en aquellas lejanas tierras que nada termina, que todo continúa

con otros colores, sabores, sonidos, conocimientos, compañías. Cuando se

dice que para nacer es necesario el dolor de parto, estoy perfectamente de acuerdo.

Nacer adulto es parirse a si mismo. Resulta tan doloroso retornar, renacer,

salir de un estado de reposo, “vegetal”con la mente funcionando a la “velocidad de

la luz” y de repente... Surge de nuevo la realidad material, en constante

movimiento e insegura, es el mundo donde nos desenvolvemos.

Descubrí que regresar da lugar a profundos cambios, además sirve de

lección para domesticar ese animal salvaje que recorre las partes más intrincadas de los sentimientos e ideas. A pesar del dolor sentido, el regreso de ese parto reversible

sirvió de gran experiencia, pues dio la posibilidad para sentir en el pecho y en

alma que todo es demasiado breve y por lo tanto vale la pena vivir con intensidad

cada instante. Es tan breve aquí... Menos mal que existen otros caminos, brechas,

laberintos, pasadizos secretos, intersticios dimensionales para transportarse a otras

tierras.

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Aprendi nessas distantes terras que nada termina, tudo continua com outras cores, sabores, sons, saberes, companhias. E, quando se diz que para nascer é necessário a dor do parto, concordo que é verdade. Nascer adulto é dar a luz a si mesmo. Como é dolorido voltar, renascer, sair de um estado de repouso “vegetal” com a mente na velocidade da luz para uma realidade material em movimento e insegura como é esse mundo.

Descobri que estar de volta implica em tanta mudança, mais aprendizagem para tornar caseiro o bruto animal que percorre os corredores de nossos sentimentos-pensamentos. Mesmo com a dor do voltar, desse parto reverso-inverso, foi bom sentir no peito e na alma que tudo é tão breve, por isso vale a pena viver com intensidade todos os bons momentos.

Tudo é tão breve por aqui...

Ainda bem que existem outros caminhos, labirintos, brechas, interespaços, passagens secretas, espaços interdimensionais para outras terras.

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Hoy no me veo más como si fuese un perro mimado. Con todo lo que pasé durante el proceso de mi enfermedad

– cirugía – medicamentos, tiempo de convalecencia. Siento que me he

transformado en un felino, con gestos, miradas y ademanes de gato. Me siento además con la apariencia descoyuntada

propia de un cocker abanicando su cola invisible, he pasado a deslizarme

cuidadosamente como en la cuerda fl oja con un pie delante y otro detrás. Mi cuerpo, como los cuerpos de todo

ser vivo guarda consigo una parte del universo, puede que sea mínima, ínfi ma, extremadamente pequeña, no obstante, requiere cuidado y atención, cualquier

(in) accidente por mínimo que sea puede llegar a ser totalmente destructor. Hoy

me veo “embarazado de mi mismo”, cuidándome, en espera de un yo, que está

por realizarse.(Consideración que puede llegar a convertirse en un gran cliché, sino

fuese que la antecede la caída al suelo en el baño durante el primer día de alta del hospital, ya en la casa de Brasil en

Madrid.)

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2Hoje, não me vejo mais como um cão de estimação. Com tudo que passei nesse processo de doença-cirurgia-medicamentos-tempo de recuperação. Sinto que me assumo com gestos, olhares e movimentos de um gato. Do andar desengonçado de um cocker abanando a cauda invisível, passei a pisar pé ante pé, cuidadosamente. Meu corpo - como os corpos de todos os seres vivos- traz consigo parte do universo, pode ser mínima, ínfi ma, indecentemente pequenina, entretanto merece cuidado e atenção, qualquer (in) acidente pode romper algo. Hoje, me vejo grávido de mim mesmo, cuidando-me, a espera de um Eu que está por se realizar.

(Consideração que poderia ser um grande clichê, se não fosse pela queda no chão do banheiro que a antecedeu, já no primeiro dia de alta do hospital na Casa do Brasil-Madri.)

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El movimiento de gato perezoso se posesionó de mi, ando, me paro, observo, me quedo estático, en silencio no pensar

en nada me deja inerte, solamente respiro, trato de oír el latido de mi corazón. ¡Ahora

soy un gato!... (Declaración de nueva identidad al recibir el alta de la Unidad de Vigilancía Intensiva-UVI y ser encaminado

para la unidad de cuidados coronarios, sin una gran parte de las sondas y un

paso de avance, ya lograba ir al baño sin ayuda.

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3O movimento do andar do gato preguiçoso se apossou de mim. Ando, paro, observo, fi co quieto, silencioso, um não pensar em nada me deixa parado, somente respiro, tento escutar meu coração batendo. Agora sou um gato... (Declaração de uma nova identidade ao se ter alta da UTI e ser deslocado para a unidade de cuidados coronarianos sem a grande parte das sondas; já conseguia ir ao banheiro sem ajuda dos outros.)

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Visité lugares distantes de los cuales no me apetecía retornar. Supe por parte de mi hermana que durante el período que

me encontraba en estado de coma, en algunas ocasiones había soñado conmigo. En uno de sus sueños me vio sentado en

una embarcación, en un paraje lejano, me encontraba silencioso y con la mirada perdida, como si realmente de un gato se

tratase, sintió miedo y comenzó a rezar para que regresase. (Conversación con mi hermana Elizete en su primera visita a la

UVI de la Clínica Ruber)

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4Fui para lugares distantes que não me deu vontade alguma de voltar. Minha irmã me falou que sonhara comigo algumas vezes no período em que fi quei em coma. Ela me via sentado num barco bem longe. Eu estava silencioso, apenas olhava. Tinha olhar de gato. Ela começou a rezar para que eu voltasse. (Conversa com minha irmã Elizete de quando sua primeira visita na UTI na Clínica Ruber.)

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Sentí ganas de llorar a la entrada del quirófano. Me iban a realizar una

revascularización del miocardio con carácter urgente, al detectarse como

resultado de una cineanginariografía, una estenosis del noventa y cinco por ciento

del tronco de la coronaria izquierda. Un infarto agudo del miocardio con un

edema pulmonar, también agudo tocaron a mi puerta.Literalmente, sin mucho miramiento en cualquier idioma para

ese caso la expresión más idónea es “yo estaba jodido”.

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5Fiquei com vontade de chorar na entrada da sala de cirurgia. Iria fazer uma revascularização miocárdica de urgência, pois uma cineangionariografi a detectou uma estenose de 95% do tronco da coronária esquerda. Um infarto agudo do miocárdio com edema agudo pulmonar me fi zeram uma visita. Em qualquer língua a expressão literalmente para isso é: eu estava fodido!

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Me despedí de las personas que me acompañaban en aquel momento:

Roberto, Sara, Doña Cecilia, Lourdes, no me acuerdo si Carlos y Toni estaban

en el grupo, me parece que llegaron después. Sonreí para ellos, les dije good

bye y proferí además una frase para darles ánimo: “- Volveré, permenescáis tranquilos, que el mundo me aguarde”.

En realidad sentía miedo, me estaba cagando de miedo.

Tierra extranjera, idioma extranjero, una cirugía cardíaca, con las consabidas complicaciones. Seguro médico mediante

un convenio de la institución que me concedió la beca y con la seguridad

que la de origen, donde trabajo, quería verme muerto. Familia distante, miedo,

muchísimo miedo.

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Despedi-me das pessoas que me acompanhavam: Roberto, Sara, Dona Cecília, Lourdes, não sei se Carlos e Toni estavam ali, acredito que chegaram depois. Sorri para elas, dei good bye e, ainda, arremessei uma frase para animá-los: - “Eu voltarei, fi quem tranquilos... que o mundo me aguarde.”

De fato, estava cagando-me de medo.

Terra estrangeira, língua estrangeira, uma cirurgia cardíaca que se mostrava complicada, segurado de um convênio feito pela instituição que me dera uma bolsa de estudos, com a certeza que a minha instituição de trabalho de origem queria me ver morto, família distante, medo... muito medo.

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Quiero regresar a las extrañas tierras de postcirurgía.

La relación sobre ¿qué? ¿dónde? ¿y? ¿con quién soñar? Es grande, ¡ah!... si pudiese ser así. (Días de tristeza en la

casa de Brasil entre medicinas, vahídos, repugnancia y expectativa de obtener una mejoría concreta en el proceso de

convalecencia. Ignoraba que el tiempo, la paciencia y el reposo son los compañeros

inseparables que deben intervenir en esos momentos, lo he aprendído en mi propia

piel.)

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6Quero voltar às estranhas terras do pós-cirurgia. A lista sobre o que, onde e com quem sonhar está grande. Ahhhnnn...Se pudesse ser assim. (Dias de tristeza na Casa do Brasil entre remédios, tonturas, enjôos e expectativa de se ter uma melhoria concreta no processo de recuperação. Ignorava que o tempo, paciência e repouso são companheiros que devem estar presentes nesses momentos insólitos...aprendi na pele.)

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Mi corazón se desbordó de alegría cuando pude asociar dos acontecimientos

registrados en la Unidad de Vigilancia Intensiva. Ciencia y fe juntas, algo insólito

(UVI de la Clínica Ruber)

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7 Meu coração se encheu de alegria quando pude associar dois fatos ocorridos na Unidade de Terapia Intensiva. Ciência e fé juntas, algo insólito... (UTI da Clínica Ruber)

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De repente la risa se hizo manifi esta en uno de esos momentos de frialdad característicos en la relación médico- paciente. Con miradas cómplices de

esperanza, mutuamente se instaló una atmósfera de afecto y protección.

Inicié una conversación con uno de los médicos en la UVI. Hablamos sobre

bioética y derecho, de como el cuerpo humano se había transformado en una

mercancía dentro de este mundo de apariencias. He aquí lo que le pregunté: ¿Existe poesía en la UVI? Me respondió que no, y mantuvo una mirada extraña

como si hubiese tocado un asunto de carácter íntimo, lo que dio lugar a que permaneciese ruborizado por algunos segundos. Al otro día, regresó, se paró

frente a mi lecho, se quedó observándome y desató una conversación rápida

y tímida, parecía un niño pequeño, canalizando sus sentimientos por primera

vez.

“- De facto, estuve toda la noche pensando, traté de leer alguna cosa

sobre el asunto, no obstante, considero la poesía una utopía. Estoy aquí porque creo que al curar ayudo a los demás y la poesía es estar alegre con los que salen

bien y reciben el alta, es entristecerse cuando otros dejan de existir, es recorrer senderos creyendo en las cosas buenas. Le dije que la poesía era él, que vivía en

él. Pensé en una imagen, un grabado que lo representara, todavía siendo residente,

recorriendo los pasillos del hospital, seguramente vestiría una camiseta blanca

dibujada con una fi gura femenina que evocaría la poesía.

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8O riso deu lugar num daqueles momentos da relação seca e contida entre médico e paciente. E com miradas cúmplices de esperança, mutuamente se instaurou uma atmosfera de carinho e proteção.

Iniciei uma discussão com um dos médicos na UTI. Falamos sobre bioética e biodireito, de como o corpo se tornara mercadoria nesse mundo de aparências. E eis que lhe perguntei: “Você vê alguma poesia na UTI?”

Ele me respondeu que não... e fi cou com olhar estranho, como se eu tivesse tocando num assunto de uma esfera tão íntima. Ele enrubesceu. No dia seguinte, ele retornou, se postou frente ao meu leito, fi cou me olhando e desatou numa fala, rápida e tímida, parecia um menino novo contando acanhado seus sentimentos pela primeira vez.

-“Existe poesia de fato, fi quei a noite toda pensando, procurei ler algo sobre o assunto, mas...poesia é como utopia, estou aqui porque acredito que ajudando os outros eles vão se curar, e a poesia é fi car alegre com os que fi cam bem e têm alta, é se entristecer quando outros partem, é percorrer esses corredores acreditando em algo de bom.” Eu lhe disse que a poesia era ele, estava nele. Pensei numa imagem para ele, uma gravura representando-o ainda estudante-residente percorrendo os corredores do hospital, estaria de camiseta branca e nela haveria um desenho, de uma fi gura feminina

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Él rememoraba la poesía. Sería excelente que todos nos identifi cásemos con la

poesía. Marino era su apellido, si mal no recuerdo.

(Primeros días despierto en la Clínica Ruber)

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representando a poesia...ele se confundia com a poesia. Seria bom se todos nos mesclássemos com a poesia. Marino era seu sobrenome ou pelo menos assim me recordo. (Primeiros dias acordado na Clínica Ruber)

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Estoy seguro que mis ángeles son muchos. Algunos luchan en otras

dimensiones, vuelan en laberintos, combaten para defenderme de otros seres

de energía que pretenden desestabilizar mi cuerpo astral. Se parece mucho a

story board del cómic, pero mis ángeles son contemporáneos. He aprendido a sentir su presencia. En las horas

matutinas me hablaban dentro de un ambiente confortable, de protección, de aviso. Se comunicaban casi en secreto, murmullando, porque si los escuchase

hablar me volvería loco, ya que sus voces son excesivamente fuertes, torturantes,

peligrosas para el oído humano, parecen sacados de un argumento de película

norteamericana.

Hasta cuando susurran es peligroso, da la impresión que el orden natural ha

sido alterado. Perdí el temor de hablar sobre ese asunto. Antes pensaba que me

tildarían de esquizofrénico..., hoy que se dañen aquellos que podrían tener tal

opinión, o sobre cualquier otra cosa.

En la UVI, tuve un ángel médico muy loco a mi lado. Era un ángel mujer o

una mujer ángel. Siempre se encontraba en medio de los médicos, por lo que, al

principio creí que hacía parte del equipo. El impacto causado por su aproximación

y la manera de tratarme me dejaban fascinado. En ese aspecto, he sentido que se trataba de uno de mis mejores ángeles.

Durante las idas y vueltas en que creía hallarme despierto, ella aparecía para

tomarme la presión arterial y chequear la temperatura corporal, pero en reiteradas

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Meus anjos são muitos. Alguns batalham em outras dimensões voando por labirintos e combatem com seres de energia que desejam desequilibrar meu corpo astral. Parece até storyboard de comics. Mas meus anjos são contemporâneos.

Aprendi a sentir a presença deles. Eles me falavam nos momentos matinais, sentia uma presença de conforto, de aviso, de proteção. Mas eles falam murmurando, porque se os escutasse de fato me poria louco, pois suas vozes são extremamente fortes, torturantes e perigosas para os ouvidos humanos. Isso parece ser coisa de fi lme estadunidense ou de escritor outsider.

Até quando me ronronam, é perigoso, porque o que se pensa ser a ordem do natural está se alterando. Não tenho mais medo de falar sobre isso, antes pensava que me rotulariam de esquizofrênico... hoje, que se danem aqueles que poderiam ter tal opinião ou de qualquer outra coisa.

Na UTI, tive um anjo médico muito louco ao meu lado. Ele era um anjo-mulher ou uma mulher-anjo. Muito louca. Ela estava no meio dos médicos e pensei a princípio que fazia parte da equipe.

No entanto, sua aproximação e a maneira como me tratava me deixou fascinado. E nisso, senti que era um dos meus anjos. Nas idas e vindas em que pensava estar acordado, ela aparecia para me medir pressão arterial e controlar temperatura corporal, mas começou a me tirar da UTI, empurrando a cama para lugares

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ocasiones comenzó a sacarme de la UVI, empujando la cama hacia otros lugares

diferentes. Hallé eso extraño, aunque me encontraba en la UVI, paralelamente me

sentía libre.

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diferentes dali. Achei isso estranho, afi nal estava na UTI, mas ao mesmo tempo me sentia livre.

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Mi amiga ángel se situaba al centro de los médicos, opinaba, mandaba a las

enfermeras y a los técnicos, podía mover los equipos con ciencia cósmica. Una

noche, sin más ni menos me despertó y me condujo hasta el garaje de la Clínica,

puso mi cama sobre la parte trasera o cama, debidamente, cubierta de la

camioneta, y dijo que dormiríamos en un lugar diferente.

Termine dejándome llevar por la aventura y por el sueño, deseaba saber hacia

donde me conducía. Mi amiga ángel se parecía mucho a una de esas actrices

desinhibidas de series estadounidenses. Incluso su nombre coincidía con el de una de ellas. Su pelo lucía un corte al

estilo Chanel, con destellos dorados, la estatura mediana, el corpecillo semejaba una pera invertida, sus dientes relucían

y los mostraba todos a la vez, en una sola y franca sonrisa. Los ojos perspicaces,

veloces, analíticos y capaces de fusilar al que sin previo aviso se le atravesase en el

camino.

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Minha amiga-anjo se colocava em meio aos médicos, como ela opinava, mandava nas enfermeiras e nos técnicos, mexia nos aparelhos com ciência cósmica. E, numa noite, sem mais nem menos, me acordou na UTI e me levou até a garagem da Clínica. Colocou minha cama na parte traseira e coberta de sua caminhonete. Dizia ela que íamos dormir num lugar diferente.

Acabei me deixando levar pela aventura e pelo sonho, queria saber aonde ia chegar. Minha amiga-anjo se parecia com uma atriz despachada de séries estadunidenses, inclusive seu nome era igual ao de uma delas. Seu cabelo era um chanel armado e com mechas alouradas,estatura mediana e o “corpitcho” me lembrava uma pêra invertida, os dentes eram alvos e se mostravam todos em seu sorriso franco. Os olhos eram perspicazes, velozes, analíticos e capazes de fuzilar quem quer que atravessasse seus caminhos inadvertidamente.

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Ojos negros manera de hablar, fuerte, decidida, segura, aunque hablase en voz baja. Mi amiga ángel me condujo

a una comuna distante de Madrid, aproximadamente a cuarenta y cinco

minutos en coche. Al llegar fuimos recibidos por personas que trabajaban en

la clínica y por otras que deambulaban por el salón principal de la casa central.

Un olor a yerbabuena se inhalaba en el aire, cocimiento o infusión recién

preparada, caliente. Me hallaba acostado en la cama, desnudo sobre las sábanas y sin los puntos en la herida de la cirugía.

Me arroparon con una colcha de piel. Tomé la infusión y me dirigí a conversar

con el jefe de la comuna. No me daba vergüenza mi desnudez.

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Olhos negros. Sua fala era forte, decidida, mesmo que falasse baixo, tinha muita segurança. Minha amiga-anjo me levou para uma comunidade distante uns 45 minutos de carro de Madri.

Chegamos por lá e fomos recebidos por gente que trabalhava na Clínica, outras pessoas circulavam pela sala principal da casa central.

Um cheiro de erva-doce pairava no ar. Chá recém feito. Quente. Eu estava nu sob os lençóis na cama. Estava sem meus pontos de cirurgia. Cobriram-me com uma colcha de peles. Tomei chá e fui conversar com o líder da comunidade. Não tinha vergonha por estar nu.

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Un hombre con cara de hippie de woodstock, genuino Peace and Love, me

aguardaba. A su lado una joven con el pelo color de miel, sentada anotaba todo lo que aquel hombre decía. Cuando volví

en sí estaba conversando con él, sobre mis problemas, sueños, fracasos, miedos,

errores cometidos, arrepentimientos, situaciones que había vivido en otros

tiempos, de las que casi no me acordaba. Los recuerdos surgían de todas partes, me invadían por dentro. Recordaba cosas que

trataba de esconder y deseaba olvidar.

Mientras me escuchaba movía la cabeza afi rmativamente y aguardaba ansioso

cada una de mis palabras. Finalmente, de un tiro y de forma directa me invitó a quedarme a vivir allí, luego que recibiese

el alta hospitalaria. Mi amiga ángel se puso muy contenta, porque había

adivinado sus pensamientos, los cuales desde mucho tiempo atrás me buscaban.

Pero, ¿Qué cosa tenía yo de tan especial? Era un sinvergüenza más, un atrevido, arrepentido de tantas cosas que había

hecho y ahora tenía consciencia. No tenía nada que ofrecer. Ella me mandó a callar

y a dejar de pensar sobre eso. Después me dirigí a presentarme a las demás personas

de la casa. El jefe se esfumó en el aire. Conocí matrimonios, niños, ancianos

con el rostro arrugado, semejante a las ilustraciones de las brujas medievales, a

médicos y enfermeras de los hospitales de Madrid, hombres y mujeres solteros,

responsables del mantenimiento de la casa.

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Um homem com cara de hippie de Woodstock, bem Peace and Love me aguardava. Ao seu lado, uma moça com cabelo cor de mel sentada se punha a anotar o que ele dizia. Quando dei por mim, estava conversando com ele sobre os meus problemas, sonhos, fracassos, medos, erros cometidos, arrependimentos, sobre situações que havia vivido em outros tempos e não me recordava. As memórias brotavam de todos os lugares, me invadiam por dentro. Lembrava o que tentara esconder e desejara esquecer.

Ele balançava a cabeça em tom afi rmativo, esperando que eu pronunciasse mais e, ao fi nal, me convidou, como um tiro, diretamente para fi car morando ali quando tivesse alta da Clínica. Minha amiga-anjo fi cou contente, porque eu escutava seus pensamentos e ela me comunicava que há muito eles estavam me buscando. Mas o que tinha eu de tão especial? Era mais um sem vergonha, safado, arrependido de tanta coisa que fi z e tinha consciência disso agora. Não tinha coisa alguma a oferecer.

Ela me mandou calar a boca e parar o pensamento sobre isso. Foi me apresentar às pessoas da casa. O líder desaparecera no ar. Conheci os casais, as crianças, os mais velhos, as anciãs com rostos enrugados, parecidas ilustrações de bruxas medievais, os médicos e enfermeiras que atuavam os hospitais de Madri e certos homens e mulheres solteiros que eram responsáveis pela manutenção da infraestrutura da casa.

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Me llamó la atención uno de ellos que presentaba una cicatriz cerca del ojo izquierdo. La cicatriz como tal era de

forma macabra, pero encuadrada en el conjunto de aquel rostro adquiría una

composición en extremo singular. El muchacho era tímido, pero no vaciló y

al rato se aproximó, dijo que yo sería su compañero de trabajo, porque en breve viajaría para participar en una

misión y yo le podría enseñar mucho. Le pregunté sobre el origen de la cicatriz, rió y respondió que había sido producida por

las garras de un dragón.

¡URRGHH! Me quedé inmóvil, nunca había visto un dragón frente a mí, pero

como todo ocurría tan rápido, hasta alguno podría aparecer.¿De qué manera le explicaría a la familia y amigos que no

retornaría al Brasil, que me quedaría allí? ¿sino me quedase? ... ¿Cómo

explicar a aquella gente mis razones sin lastimarlos? En tan corto tempo, sentía

que ellos confi aban en mi. Regresé otras dos noches a la comuna para conocer

mejor su estructura. Durante la mañana regresamos a la UVI en la camioneta.

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Chamou-me atenção um deles, que tinha uma cicatriz próxima ao olho esquerdo. A cicatriz sozinha era macabra, mas naquele rosto ganhou uma composição extremamente marcante. O rapaz era tímido e aos poucos se aproximou de mim, dizendo que eu seria seu companheiro de trabalho, porque em breve deveria estar atuando em alguma missão e muito eu lhe devia ensinar. Perguntei a ele sobre a cicatriz, ele riu e me disse que tinha sido a espora de um dragão...

Arrrghhh! Fiquei quieto, nunca vi dragão pela frente e, como tudo acontecia tão rápido, até que algum poderia aparecer.

Ensinar. Como eu explicaria para minha família e amigos que não voltaria ao Brasil, que fi caria ali? E se não fi casse... como explicar àquela gente minhas razões sem os magoar, em tão pouco tempo, sentia que eles confi avam em mim. Voltei mais duas noites à comunidade para conhecer mais suas estruturas. Logo de manhã, voltávamos para a UTI na caminhonete.

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Mi amiga ángel permaneció a mi lado hasta que me extrajeran los tubos y la placa de escáner. Esa placa solamente

la vimos yo y déspues ella, que logró permanecer conmigo algunos días más.

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12Minha amiga-anjo fi cou comigo até tirarem os tubos e a placa de scanner de dentro de mim – essa placa somente eu e minha amiga anjo a víamos. Ainda, minha amiga-anjo fi cou comigo mais uns dias.

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Sin camisa, sudado, despeinado y con aire de cansado, como si regresase de

una jornada de trabajo en el campo. Siento olor a heno y me dan deseos de

estornudar.

Me pica la nariz... Comprendo su interrogación silenciosa. Concluimos

nuestro trabajo. ¿Estará con nosotros para conversar esta noche?” “Lo siento, pero no iré.” No tengo la llave de acesso

a esa realidad, no puedo permanecer dividido entre la idea de quedarme y

la de irme. El chico de la cicatriz cruza los fuertes brazos y desaparece entre

una serie de pensamientos que fl uyen y que me invaden con la violencia de una

gran catarata. Algunas veces, aparece en mi mente entre intervalos de uno u

otro pensamiento y apenas me mira. (Levantado, sin sueño, nevada en Madrid.

Casa de Brasil)

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Às vezes, o rapaz da cicatriz aparece em meu pensamento, entra nos espaços de um pensamento e outro, e apenas me olha. Está sem camisa, suado, o cabelo desfeito e com o ar cansado de quem voltava do trabalho no campo. Sinto cheiro de feno e me dá vontade de espirar, me coça o nariz... Compreendo sua interrogação silenciosa:- “Terminamos nosso trabalho e não sabemos se estará conosco para as conversas de hoje a noite?”

Sinto muito, mas não irei.

Não tenho a chave de acesso para aquela realidade e não posso fi car dividido entre o querer fi car e o querer ir. O rapaz da cicatriz cruza os fortes braços e desaparece entre uma série de pensamentos que me invadem, que se despejam com a violência de uma grande cascata.(Deitado, sem sono, Madri com neve, Casa do Brasil)

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Veo el alta de la UVI y me han trasladado para una habitación en el piso de

tratamientos coronarios. Días más tardes dejé la clínica para iniciar un proceso

largo de recuperación. Tuve y continúo con miedo de no alcanzar la recuperación

y tener que regresar a la clínica nuevamente. ¿Quién sabe si me liberaron

para que muriese en la casa? Todo eso pasó por mi cabeza. Sigo con miedo.

(Después en el Brasil aparecieron señales de pánico, inseguridad, llantos interiores.

La doctora Estela tuvo que darme algunas medicinas para calmar ese animal interno

que se llama miedo)

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14Veio a alta da UTI. Fui para um quarto no andar dos internos coronários. Dias depois, deixei o hospital para iniciar um longo processo de recuperação. Tive e continuo a ter medo de que não consiga me recuperar direito, de voltar para o hospital novamente ou quem sabe que não me liberaram para que eu morresse em casa? Tudo isso passou por minha cabeça.Tenho medo. (Depois no Brasil, vieram surtos de pânico, inseguranças, choros internos, doutora Estela teve de dar alguns medicamentos para acalmar o animal interior chamado medo.)

En algunos momentos tengo largos suspiros. He aprendido a reconocer

diversos tipos de respiración. El suspiro en cascada se produce cuando respiro y

el aire me invade el pecho con un gran número de estertores, como si estuviese subido a una gran altura. La espiración

aparece como una cascada de varios niveles y liga el aire que sale con el

suspiro. Al bostezar siento alivio como si hubiese llorado. No logro obtener la representación gráfi ca de ese sonido.

Parece extraído de una mezcla de sssssss, nhhhhh, ushhruuuu, no es un orgasmo

para los que pudiesen pensar en algo similar. Pues líbido... ¡ah!, ¡ah!, ¡ah! ni

pensar.

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15Em alguns momentos, tenho uns suspiros em longos. Aprendi a reconhecer diversos tipos de inspiração-respiração que tenho. O suspiro em cascata é quando inspiro o ar e ele invade meu peito com ruídos de se estar subindo em algo alto. Depois a expiração vem em cascata, em vários níveis, misturando o ar que sai com suspiro, bocejo e alívio por ter chorado. Não consigo passar isso para uma representação gráfi ca do som. Parece que é uma mistura de ssssss, nhhhh, ushuuuu. Não é orgasmo para aqueles que poderiam pensar algo assim, pois libido...ah!ah!ah! nem pensar!

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Me quedé con mucha nostalgia de mis padres y me preguntaba ¿Por qué ellos no se hallaban presentes en esas tierras por las que anduve navegando? ¿Estarían allí los padres, hermanos, amigos y amigas?

A lo mejor no contaba en aquellos momentos con la percepción necesaria

para darme cuenta... Fue difícil moverme en las remotas tierras de postcirurgía. Allí no existe una ruta para prever los

acontecimientos.

No se marcan los encuentros previamente.

Se habita en escenarios, paisajes, lugares al lado de personas con las cuales antes

no se vivió. Olores, sabores, condimentos, colores diferentes. Es curioso, la luz y los

colores se ven multiplicados. No existe espacio para la melancolía del lugar de

procedencia. En realidad se olvida el punto de partida y se carece del deseo de

retornar.

Dicen que es común soñar durante el estado de coma, incluso del coma

inducido con el uso de medicamentos. Otros mezclan la realidad con la fantasía;

los defensores del psicoanálisis señalan las siguientes consideraciones: El pasado

emerge con imágenes guardadas en el inconsciente y aparece el desorden. Se confunden las estaciones del año, los

sentimientos, aparecen personas vivas y otras que ya murieron en el mismo

plano de existencia. Encontré paz en las “tierras” por donde anduve y navegué.

Retornar a la “realidad” no fue nada fácil.

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Fiquei com muita saudade de meus pais e me pergunto por que eles não estavam presentes nessas terras as quais andei-naveguei? Será que não? Pais, irmão, amigos e amigas. Talvez, ainda não tenha eu a percepção sufi ciente... Foi difícil me manejar nas estranhas e distantes terras da pós-cirurgia. Nelas não existe roteiro prévio dos acontecimentos.

Não se agenda com quem vai se encontrar.

Vai se vivendo em cenários, paisagens, lugares com pessoas que não se viveu antes. Cheiros, temperos, sabores, cores são diferentes. Existe mais cor e luz.

Não existe espaço para a saudade melancólica de onde se veio, ou melhor, se esquece do ponto de partida, nem existe vontade de se retornar a ele. Dizem alguns que é comum sonhar nos momentos de coma, de sono induzido por medicação; para outros, se acaba misturando realidade e fantasia; os mais “psicanalisados” arriscam considerações tipo: o passado retorna nas imagens retidas no inconsciente e ocorre uma bagunça, confundindo estações, sentimentos, colocando vivos e mortos no mesmo plano de existência. – Encontrei paz nas terras por onde andei-naveguei. Retornar foi duro.

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En ese retorno, vi a mis padres en mí. Los llevo en mi apariencia. Mi cuerpo está débil, fl aco, anémico. Mis dedos están fi nos y trémulos, he perdido la

fuerza de los músculos de las piernas, parecen hechos de gelatina. Ese cuerpo

en recuperación me recuerda a ambos de mis padres cuando enfermaban. Mi brazo

parece la continuación del brazo de mi padre, mis cejas y la mirada provienen de

mi madre. El suspiro, el cansancio es el mismo de papá. Cuando los gases atacan

como si fueran hincaduras de misiles de aviones kamikazes en mis intestinos,

me pongo en cuatro sobre la cama, la misma posición de papá cuando sentía dolores. Mi mirada cuando permanece

estática a causa de una punzada de dolor muscular... es la mirada paciente de

mi madre. Yo anduve, navegué en esas extrañas tierras de postcirurgía y no los

encontré, pero¿Quién sabe si ellos ya pasaron por allá y ahora se encuentran en

tierras todavía más lejanas?

(Casa de Brasil, Madrid)

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17Nesse retorno, vi meus pais em mim. Eu os carrego em minha aparência, meus traços físicos são provas concretas que eles existiram. Meu corpo está débil, magro, anêmico. Meus dedos estão fi nos e trêmulos, os músculos das pernas viraram uma pasta de água. Mas, esse corpo em recuperação me recorda os corpos de meus pais quando eles estavam doentes. Meu braço é extensão do braço de meu pai, minhas sobrancelhas e olhar vem de minha mãe. O suspiro de cansaço é o mesmo de papai. Quando os gases me atacam pareciam agulhas-misséis de aviões kamikazes em meus intestinos, fi cava de quadro na cama. Mesma posição de papai quando sentia dores. Meu olhar quando fi ca parado por uma pontada, ferroada, dor muscular...é a mirada de paciência de minha mãe. Eu andei-naveguei nas estranhas terras da pós-cirurgia e não os encontrei por lá, mas quem sabe eles já passaram por lá e se encontram em terras mais além? (Casa do Brasil, Madri)

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Los primeros ataques de punzadas en el intestino como mísiles suicidas se sintieron desde la UVI; ¡Dios mío! los

gases formaban globos en mis tripas. Se infl aban e irradiaban ondas de dolor. Me estremecía, no podía conciliar el sueño,

gemía de tanto dolor. Radiografías, medición de la presión arterial,

termómetro para chequear la temperatura corporal. Gases. Medicamento a base de dimeticón o dimeticona. Pedí al médico un medicamento con el nombre que se

usa en Brasil. El pobre me dijo que no lo conocía, que a él le parecía una palabra

de origen hebreo. Algún tiempo después, todavía en recuperación en la casa de Brasil en Madrid, volvieran de nuevo

las punzadas como misiles suicidas. No tenía el medicamento. Pasé una noche terrible. Posición lateral, barriga para

arriba, en cuatro, sentado y nada resolvía. El siguiente día de navidad, me dieron un regalo, una tira con seis pastillas de un antigases. ¡Qué alivio! Los primeros pedos anticiparon la celebración de la

noche vieja, con la cohetería propia de los fuegos artifi ciales como si de las grandes ciudades del mundo se tratase. No sentía

envidia por encontrarme lejos de París, Río de Janeiro, Sidney, Nueva York. En

ese momento comprendí porque se puede cambiar un reino por un caballo y como la mayor parte de las veces en las cosas más

simples se pueden hallar las respuestas de los grandes secretos. (Pedos navideños

y de nochevieja)

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Os primeiros ataques das agulhas-misséis suicidas no intestino vieram ainda na UTI. Meu Deus! Os gases formavam bolhas em minhas tripas. Elas se infl avam e irradiavam ondas de dor. Eu me estremecia, não conseguia dormir, gemia de dor.

Radiografi as, medição de pressão arterial, termômetro para aferir temperatura. Gases. Medicação a base de dimeticon ou dimeticona. Pedi ao médico um medicamento com o nome usado aqui no Brasil. O coitado me disse que isso para ele parecia nome hebreu.

Fui melhorando. Tempos depois, ainda me recuperando na Casa do Brasil em Madri, as agulhas-misséis suicidas voltaram. Não tinha o medicamento. Foi uma noite terrível. Posição lateral, barriga para cima, de quatro, sentado e nada. No dia posterior ao Natal, deram-me um presente – uma cartela com seis comprimidos de um anti-gases. Que alívio! Os primeiros peidos anteciparam a comemoração de Reveillon, com todo foguetório como nas grandes cidades do mundo. Não fi quei com inveja por estar longe de Paris, Rio de Janeiro, Sidnei, Nova Iorque. Compreendi agora porque se pode trocar um reino por um cavalo e, como na grande maioria das vezes, na mais simples coisa se pode encontrar respostas para os grandes segredos. (Peidos natalinos e de ano novo)

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Mi amiga ángel y el muchacho de la cicatriz en el rostro se me aparecieron

nuevamente en el espacio que existe entre una idea y otra. Sonreí para ellos

quería abrazarlos. El chico de la cicatriz escenifi caba con gestos y ademanes un

adiós. Mi amiga ángel, me dijo que él pasaría a cuidar de una nueva comuna.

Yo no iría junto a él en ese momento. Tenía que esperar. Respiré aliviado, la

diferencia entre el deseo de ir y el de quedarme me serenaba por el momento.

(Casa de Brasil, Madrid. Algunos días antes de regresar)

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19Minha amiga-anjo e o rapaz da cicatriz no rosto, novamente, apareceram para mim no espaço entre um pensamento e outro. Sorri para eles, queria abraçá-los. O rapaz da cicatriz no rosto acenava dando adeus. Minha amiga-anjo me disse que ele ia cuidar de uma comunidade nova. Eu não iria junto naquele momento com ele. Me tocava esperar. Respirei com alívio, a divisão entre a vontade de ir e o querer fi car desanuviara por enquanto. (Casa do Brasil, últimos dias antes de retornar ao Brasil)

Jamás me había gustado el fútbol. La muchachada me hacía preguntas sobre

los jugadores de fútbol brasileños. Tenían nombres tan extraños que no reconocí a

ninguno de ellos. Sin hallarse satisfechos mostraban en sus juegos electrónicos

y móviles las fotos de sus ídolos. Todos extraños para mí. Y más extraño aún era

encontrarme allí, en aquella instalación polideportiva, en aquel gran complejo residencial. Los chicos me rodeaban sonrientes y hacían bromas entre sí.

Dos adultos les acompañaban, esa muchachada estaría comprendida entre

los diez y catorce años de edad. Todos mulatos, cabellos encrespados, como

los míos cuando tenía más o menos esa misma edad, mostraban ya el bozo como preámbulo del bigote y el cambio de voz propio de los adolescentes masculinos.

Para mi sorpresa y la de ellos, saqué de un gran bolso, un uniforme completo del

Barcelona. ¡Ay Dios! ¿De dónde saldría aquello? La muchachada se quedó

fascinada. ¿Y mis amigos hinchas del Real Madrid como se quedarían con aquella

presunta impresión de ser hincha del Barça?

Separé una camiseta y la entregué al niño que estaba más próximo a mí. Él me agradeció y me llamó de tío. Hallé

eso mucho más extraño todavía, conocía a todos mis sobrinos de la primera y

segunda generación y aquel muchacho no formaba parte de la tropa.

La muchachada se dirigió a entrenar. Me quedé observando el lugar. Se

trataba de un gran conjunto residencial 58

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20Jamais gostei de futebol. E a meninada me perguntava sobre os brasileiros jogadores de futebol. Eram nomes tão estranhos que não reconheci nenhum deles. Não satisfeitos mostravam em seus jogos eletrônicos e aparelhos celulares as fotografi as dos ídolos. Todos estranhos. E, mais estranho ainda, era eu ali naquela quadra poliesportiva, naquele grande conjunto residencial. Os meninos me cercavam sorrindo e fazendo brincadeiras entre si. Dois adultos os acompanhavam. Essa meninada tinha entre 10 e 14 anos. Todos mulatos, cabelos torcidos como os meus quando tinha aquela idade, trazia a penugem prenunciadora do bigode e as vozes oscilavam “adolescentemente”.

Para minha surpresa e a deles, saquei de uma grande bolsa o jogo do uniforme do Barcelona. Meu Deus! De onde eu sacara aquilo? A meninada entrou em êxtase. E os meus amigos que torcem pelo Real Madrid como fi cariam com aquela expressão inconsciente de apreço pelo Barça de minha parte?

Separei uma camiseta e entreguei a um garoto que estava mais próximo. Ele me agradeceu e me chamou de tio. Achei mais estranho ainda, conhecia todos meus sobrinhos das primeira e segunda gerações de minha família, e aquele menino não fazia parte da trupe.

A meninada foi treinar. Fiquei observando o local. Era um grande conjunto residencial, a quadra poliesportiva era mais uma entre as seis existentes. Havia muitas arvores em todo o conjunto. Contei uns vinte blocos com 10 andares

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integrado por seis manzanas, una de ellas correspondía al área polideportiva.

Se observaba un gran número de árboles en todo el conjunto. Conté unos veinte

bloques de edifi cios con diez pisos cada uno. Una montaña decoraba el escenario natural y una iluminación dorada sobre las plantas ofrecía una

belleza exquisita. El conjunto residencial gozaba de tranquilidad. Los entrenadores

me llamaron para llevarme al lugar de hospedaje, el “sobrino” también nos

acompañaba. Entramos en un coche utilitario de pasajeros hasta llegar a

la manzana donde se encontraban los edifi cios. El trayecto no duró más de cinco

minutos. No querían cansarme a causa de mi debilitado estado de salud. ¿cómo

ellos lo sabían? (Sin ubicación en tiempo y espacio donde nos desenvolvemos)

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cada respectivamente. Uma montanha decorava o cenário e uma luminosidade dourada sobre as plantas deixava uma beleza marcante. O conjunto residencial transpirava tranquilidade. Os treinadores me chamaram para me levar para onde me hospedaria. O “sobrinho” também ia junto. Entramos num carro, era um utilitário de passageiros, até chegar ao bloco gastamos uns cinco minutos. Eles não queriam me cansar, sobretudo com minha saúde abalada. Como eles sabiam? (Sem localização no espaço-tempo que conhecemos e nos manejamos)

El apartamento del sobrino de la camiseta se encontraba situado en el primer piso. Me condujo de la mano, abrió la puerta y llamó a la madre. Nos adentramos en

un salón bien decorado imperaba el buen gusto, aunque con muebles muy simples. Allí estaban la madre del muchacho y una

pareja de ancianoa, sus abuelos. Todos me saludaron efusivamente. Ella me

abrazó y dijo que el sobrino padre llegaría más tarde para la cena, pero que ahora

todos iríamos a merendar. Nos dirigimos hacia una mesa bien equipada de comida,

comida y comida. Fui hasta el baño para lavarme las manos. Había mucha

claridad en aquel lugar. Regresé a la mesa y comenzamos a hablar de cosas sin

importancia sobre cada uno, profesión, nombre de los padres, a que dedicaba su

marido, a que se dedicaba ella, etc. No me atreví a preguntar los nombres, me quedé aguardando a que alguien se presentase.

Al concluir la merienda, ayudé a retirar la vajilla y me brindé a fregar los platos, cosa que no fue necesaria. Me quedé en

el salón con los más viejos. Sintonizaron un álbum digital en una pantalla de TV. Pude conocer al también sobrino padre

del que recién había conocido, ambos hasta entonces desconocidos. Todo era

extraño, muy extraño, me sentía como en mi propia casa y al mismo tiempo como

extranjero. La señora retiraba la ropa seca de una lavadora. Me fi jé que era

nueva y aparentemente de buena calidad. Me dijo que conocía excelente mujeres que podrían cuidar de mi alimentación y de la limpieza de mi apartamento. Se

sentía feliz de la vida al saber que su yerno tendría a alguien de la familia para

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O apartamento do sobrinho se localizava no primeiro andar. Ele me levou pela mão, abriu a porta do apartamento e chamou pela mãe. Adentramos numa sala bem decorada, imperava um bom gosto, embora os móveis fossem simples. Lá se encontravam a mãe do menino e um casal já idoso, seus avós. Todos me saudaram efusivamente. Ela me abraçou e disse que meu sobrinho chegaria mais tarde para o jantar, mas, agora, todos nós íamos lanchar. Dirigimos para uma mesa bem equipada de comida, comida, comida e comida. Fui ao banheiro lavar as mãos. Havia muita claridade naquele lar. Retornei à mesa e fi camos falando de coisas corriqueiras de cada um: minha profi ssão, os pais aposentados, o que fazia seu marido, o que ela fazia. Não me atrevi a perguntar os nomes, fi quei à espera que algum deles falasse um nome qualquer. Findo o lanche, ajudei a retirar os pratos e me ofereci a lavá-los. Não foi preciso. Fiquei na sala com os mais velhos. Eles acessaram um álbum de fotografi as digital numa tela de TV. Pude conhecer meu sobrinho-pai do sobrinho-fi lho, que a ambos não conhecia. Estranho, muito estranho, me sentia tão em casa e tão estrangeiro ao mesmo tempo. A senhora, depois, me chamou para a área de trabalho do apartamento. Ela retirava a roupa seca de uma máquina de lavar. Reparei que a máquina era nova e aparentava ser de boa qualidade. Ela me dizia que conhecia excelentes mulheres que poderiam cuidar de minha alimentação, da limpeza de meu apartamento. Que estava feliz da vida em saber que seu genro teria alguém da

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acompañarlo, aunque hubiese llegado de otra latitud. Literalmente… ¡Enloquecí!

Mientras tanto la situación quedaría resuelta en un corto período de tiempo, porque con rapidez me acostumbraría

a vivir allí. Tenía muchas cosas que realizar y el hospital me necesitaba. Me

quedé anonadado con todas aquellas informaciones. ¿Dónde me encontraba

navegando? (Sin vislumbrar el tiempo y el espacio que conocemos)

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família para estar com ele, mesmo que eu tivesse vindo de outra zona temporal. Literalmente... pirei! Entretanto, isso se resolveria em pouco tempo, porque eu me habituaria em viver por ali, tinha muita coisa para ser feita e o hospital precisava de mim. Fiquei tonto com o conjunto de informações. Por onde eu estava andando-navegando? (Sem localização no espaço-tempo que conhecemos e nos manejamos)

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No tuve que despedirme de ellos en un nano segundo me trasladé a otro lugar.

Me sentía como Tony e Douglas de la serie televisiva estadounidense “El Túnel

del Tiempo” transmitida durante los años sesenta.

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Não tive de me despedir deles, num nanossegundo estava indo para outro lugar. Acabei me sentindo com Tony e Douglas na série estadunidense de TV O Túnel do Tempo, dos anos sessenta.

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¿Qué tierras eran esas en las que todavía no había concluido mis andanzas?

Una lejanía que no sabía si solamente habitaba en mi.

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23Por quais terras eu deveria ainda andar? Esses longes que não sabia se somente estavam em mim.

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Otro salto espacio y tiempo. Una habitación de hotel en penumbras.

Inmensa con una decoración pesada y extraña, mezclaba muebles propios de las habitaciones hoteleras con los

de una habitación de bebé y el desván con un montón de cosas en desuso. Estaba acostado en la cama y usaba

la indefectible máscara para ayudarme a respirar. Gemía, me movía mucho, y llamaba sus nombres y esperaba la

llegada de mi hermana y de mi sobrina. En otra cama, a mi lado, acostada una enfermera que me pedía paciencia. Ella

cogía el sueño, roncaba, pedorreaba, tosía y yo allí sin poder conciliar el sueño.

Desde la habitación se podía ver el bar del hotel. Decoración antigua, barman de bigotico, delantal atado a la cintura

dispuesto a secar una copa en sus manos. Los clientes se amontonaban

alrededor de la barra. Hombres con cara de fi sonomía antigua, vestidos con trajes

abotonados, bigotes y sombreros. Todo gris oscuro noir. Desde los ventanales del bar se podía ver el viaducto que se

erguía en la calzada. Madrid en aquella época se mostraba como una ciudad

cosmopolita. Daba la sensación que el viaducto salía a la Gran Vía. Pero para ese nivel del viaje podría ser una senda

de los anillos de Saturno… Entre el bar y la habitación comencé a ver mejor en la penumbra. Habían muñecas y muñecos

con pelucas de pelo natural que me miraban y balbuceaban algunos sonidos. No le presté atención no bastaba el dolor

que sentía y todavía más, escuchar conversaciones incoherentes de muñecos

con rostro de película de terror. En

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Outro pulo espaço-temporal. Um quarto de hotel na penumbra. Quarto imenso. Decoração pesada e estranha, misturava móveis comuns de um quarto de hotel com uma habitação de criança e sótão com uma montoeira de coisas que não mais são usadas. Eu estava deitado na cama e usava a indefectível máscara para auxiliar na respiração. Gemia, movimentava-me muito e chamava os nomes e esperava a chegada de minhas irmã e sobrinha. Numa cama ao lado encontrava-se uma enfermeira que me pedia paciência. Ela pegava no sono, roncava, peidava, tossia e eu ali acordado, gemendo. Do quarto dava para ver o bar do hotel, coisa antiga, barman de bigodinho, avental amarrado na cintura e prestes a secar uma taça nas mãos. Os clientes se amontovam ao redor do bistrô. Eles tinham cara de homens antigos com seus ternos, casados, bigodes e chapéus.Tudo era cinza, escuro, noir. Das grandes janelas do bar se podia ver o grande viaduto que se erguia na avenida. Madri naquela época se mostrava cosmopolita.Tinha a sensação de que aquele viaduto daria na Gran Via. Mas naquela altura da viagem, o viaduto poderia ser um atalho para os anéis de Saturno... Entre o bar e o quarto fi quei sofrendo minha falta de ar. No quarto, comecei a enxergar melhor na penumbra. Havia bonecas e bonecos com perucas de cabelo real que me olhavam e balbuciavam alguns sons. Não dei atenção, já não bastava a dor que sentia e agora...deveria ainda escutar falas desconexas de bonecas com cara de fi lme de terror. Em meio a confusão do lugar, fi z uma consideração comigo mesmo: -

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medio de la confusión del lugar, hice un paréntesis conmigo mismo. Mi cabeza

confusa, juntaba tantas informaciones, un gran número de historias, sentía una

enorme opresión en el pecho ¿qué sucedía en realidad conmigo? (Sin ubicación en

tiempo y espacio)

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minha cabeça estava bagunçada, estava misturando tantas informações, histórias, o que estava acontecendo de fato comigo? Sentia uma opressão enorme em meu peito. (Sem localização no espaço-tempo que conhecemos e nos manejamos)

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El corazón comenzó a pararse…

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O coração começou a parar...

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Adentrada la madrugada, en una de las áreas del bar conocí a una mujer

muy bonita y elegante. Qué raro ya me podía mover… La mujer y yo entablamos

una conversación. Primero, cosas sin importancia, rutinarias, los orígenes,

las preferencias climáticas, los gustos alimenticios y los artísticos. Ella vivía en el hotel. Sin conocer siquiera su nombre, ella comenzó a contarme la historia de su

vida.

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Madrugada adentrou, conheci num dos ambientes do bar uma mulher muito bonita e elegante. Estranho que já podia eu estar me locomovendo. A mulher e eu começamos a conversar. Primeiro: aquelas tonteiras típicas– origens, preferências climáticas, gostos alimentares e artísticos. Ela morava no Hotel. E a mulher que não sabia o nome começou a contar sua história de vida.

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27 Lo que conocía de Alemania y Austria durante la segunda mitad del siglo XIX

y las décadas anteriores a la segunda guerra mundial eran las publicaciones

contenidas en los libros de historia universal o datos complementarios, a las refl exiones fi losófi cas de aquellos

períodos. No me detenía en los detalles estéticos, fi losófi cos, sociales, culturales,

arquitectónicos de aquellos períodos. Además los amigos alemanes suelen

tener un olvido deliberado de esa época. No toco ese asunto con ellos. Con la mujer

bonita y elegante el panorama era otro muy distinto. Comenzó a contarme su

historia. Me encontró con cara de Padre confesor. Todo el erotismo que al principio

se encontraba latente en el ambiente se esfumaba a medida que su historia era contada. La ventaja de esas andanzas

por las extrañas y lejanas tierras de postcirurgía es que, a partir del trayecto

del viaje y de los pasajeros se dibujan los escenarios, todo se organiza para

entender con más rapidez los contextos. Es mucho mejor así, las extrañas y

lejanas tierras de postcirurgía no tienen escenarios como las transcripciones detalladas de varios textos literarios.

Todo se construye de forma inmediata. La mujer bonita y elegante ya contaba

con un escenario preestablecido. Había conocido al gran amor de su vida en una

playa durante unas vacaciones de verano. Su bañador azul contrastaba con el color

blanco de su piel. El hombre se parecía mucho al actor Johnny Weissmuller, el protagonista de las primeras películas

de Tarzán. Amor a primera vista. Se separaron en el verano de 1933. Ella vivía

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27O que eu conhecia sobre a Alemanha e a Aústria da segunda metade do século XIX e as décadas antes da segunda guerra mundial eram conteúdos de livros de história geral ou dados complementares às refl exões fi losófi cas desses períodos. Não me atinha aos detalhes estéticos, sociais, culturais, arquitetônicos. Também os amigos alemães que tenho parecem ter um esquecimento intencional sobre esses períodos...não toco no assunto com eles. Com a mulher bonita e elegante, esse quadro se modifi cou. Ela começou a contar-me sua história. Me achou com cara de padre confessor e todo aquele erotismo que inicialmente pairava no ar, agora confesso isso, acabou a medida que sua história era contada. A vantagem dessas andanças-viagens pelas estranhas terras da pós-cirurgia é que dependendo do trajeto e dos passageiros que se vai encontrando os cenários se desenham, auto-organizam, para ajudar num entendimento mais rápido do contexto. É muito melhor assim, as estranhas e distantes terras da pós-cirurgia não possuem cenários como aquelas transcrições detalhadas de certos textos literários, tudo se constrói pelos sentidos imediatos. A mulher bonita e elegante, ao contar sua história, já trazia o cenário agregado. Ela conheceu o grande amor de sua vida numa praia, férias de verão. Seu maiô azul-marinho contrastava com sua pele branca. O homem se parecia com Johnny Weissmuller dos primeiros fi lmes de Tarzan. Paixão a primeira vista. Não mais se largaram naquele verão de 1933. Ela morava em Berlim, ele em Viena. Ela ria de seu sotaque austríaco,

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en Berlín, él en Viena. Se llevaban muy bien. A ella le causaba gracia su acento

austríaco, él la provocaba por ser de Aachen y pensar con cabeza de berlinesa.

Ambos respiraban aires bohemios, de las universidades, de los intelectuales. Ella era judía, profesaba lo que había

aprendido con el Torah, aunque sin seguir todos sus preceptos, le gustaba correr

a casa de sus padres durante el mes del perdón, extrañaba los rituales caseros.

Él era luterano por convicción, cosa que no resultó un obstáculo para llevar

a cabo una relación amorosa con ella. Habían comenzado a gastar sus ahorros en el puente entre Berlín y Viena. En el año 1935 ya se habían casado. La niña nació al año siguiente. Vivían en Berlín.

Ambas familias se toleraban bastante bien. El amor entre ellos aumentaba

por día. Él se dedicaba a las actividades cinematográfi cas y ella a las de ama de

casa. En aquellos tiempos, la persecución de los judíos ya se hacía palpable. En el año 1939 con el estallido de la guerra, a él lo llamaron a combatir en las fi las del

ejército de su país. La familia de gran infl uencia quiso cambiar el destino de

aquel llamado, pero sin resultado, por lo que tuvo que marchar a la guerra. Con

el cierre de las libertades civiles los judíos estaban cada vez más discriminados y perseguidos. Ella había huido a la

argentina en compañía de su hija. Perdió la comunicación con el marido. Mucho

dolor, soledad y la melancólica saudade la acosaron. Al concluir la segunda guerra

mundial, dejó su hija en la Argentina con unos parientes allí radicados y partió

hacia Europa para encontrar el paradero

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ele a provocava por ser de Aachen e pensar com a cabeça de berlinenses. Ambos respiravam os ares das boemias, das universidades, dos intelectuais. Ela era judia, professava muito do que aprendera na Torah, mas não mais seguia todos os preceitos, embora corresse para casa dos pais no mês do perdão, sentia falta dos rituais caseiros. Ele era luterano convicto, no entanto isso não impediu assumir a relação amorosa com ela. Passaram a gastar as econômias nas viagens de trem entre Berlim-Viena. Em 1935, estavam casados. A fi lhinha nascera em 1936. Viviam em Berlim. As famílias passaram a se tolerar. O amor cada dia aumentava entre o casal. Ele fora trabalhar com grupos de cinema, ela fi cara em casa. A perseguição sobre os judeus já era explícita. Em 1939, com o estouro da guerra, ele fora convocado para lutar, muito embora sua família, de infl uência, tentasse modifi car o destino da convocatória. Com todas as liberdades civis cerceadas, os judeus se viam discriminados e perseguidos. Ela fugira com a fi lha para a Argentina. Perdera a comunicação com o marido. Muita dor, solidão e saudade. A segunda guerra terminou, ela deixou a fi lha na Argentina com parentes que por lá fi xaram residência e partiu para Europa, iria encontrar o paradeiro do marido. Teve um colapso nervoso quando soube da morte dele – no inverno rigoroso russo, todo o batalhão fora dizimado. Ela teve a saúde completamente debilitada e uma pneumonia galopante lhe acorreu...Ela morreu. E preferiu fi car hospedada naquele hotel à espera de seu amado, ela

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del marido. A causa de un ataque de nervios sufrió un colapso al conocer la

triste noticia de su fallecimiento. Durante el crudo invierno ruso, el batallón al que

pertenecía fue derrotado totalmente. A partir de ahí, a ella se le debilitó la salud completamente y no pudo soportar una

neumonía que la condujo a la muerte. Prefi rió quedarse hospedada en aquel

hotel, en espera de su amado, presentía que él pasaría por allí algún día o alguna

noche. Me puse triste con aquel relato, me dieron deseos de llorar. Siento pena de los espíritus atormentados, ellos se paran, se estacionan y quieren vivir repentinamente

los dolores que los consumen.

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pressentia que ele passaria por ali um dia ou uma noite. Fiquei triste com tudo aquilo, deu-me vontade de chorar. Fico triste com os espíritos atormentados, eles param, estacionam e querem viver repetidamente as dores que os consomem.

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Mi ángel amiga apareció y reclamó que aquel día había sido de mucha

actividad. Me dijo que solicitaría para mí nuevos análisis de sangre. Recomendó

una alimentación reforzada y otros exámenes en regiones de mi cuerpo que aparentemente no necesitaba. Se reía de mi manera diferente de hablar español.

Soñaba conmigo sobre trabajo que podríamos realizar conjuntamente en esa

comuna o en otras que podríamos abrir en el futuro. Me dijo que por el momento,

a causa de la gran cantidad de trabajo sería necesario separarse un poco de mí,

pero cuando lo necesitara, bastaba dar un grito que ella vendría (Fragmento de

memoria que volvió cuando me hallaba de reposo en la casa de Brasil en Madrid).

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Minha amiga-anjo apareceu reclamando que aquele dia tinha sido de muito trabalho. Ela me disse que iria pedir mais exames de sangue para mim. Recomendou uma alimentação mais forte. Solicitara mais pedidos de exames em regiões do meu corpo que nem eram necessários. Ria do meu jeito diferente de falar espanhol. Depois, sonhava junto comigo com planos de trabalhos que poderíamos fazer na comunidade e nas outras que poderíamos abrir futuramente. Ela começou a me avisar que pela quantidade de trabalho iria se afastar um pouco de mim, mas quando eu precisasse bastaria gritar que ela viria. (Fragmento de memória que voltou já em repouso na Casa do Brasil.)

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Dormí. Me he despertado en un salón decorado con muebles de

estilo contemporáneo, mucha línea recta, madera prensada, alfombras

rectangulares de fi bra de un material que aparentaba ser correcto ecológicamente,

tres máscaras de guerreros africanos en una de las paredes laterales, en la

central un gran panel que sin ser de mal gusto, resaltaba unos dibujos de animales

salvajes estilizados. La composición era agradable, sobre las mesitas laterales,

jarrones de cerámica y animales tallados en madera. La familia compuesta por el

padre, la madre, la hija mayor con cuerpo de bailarina, el hijo del medio mostraba

rasgos de un profesional liberal, el tercero con tipo de hacker digital. Me recibieron

con una gran intimidad… ¡Madre mía! Otro viaje de los que surgían no se sabe

de dónde, ni con quién. Hablaban un idioma que no me era extraño, pero no

podía descifrar los fonemas básicos, para saber a qué se referían. Ellos no

me comprendían. Traté de comunicarme en portugués, en español, en francés,

en inglés, en italiano, en alemán y nada. El padre me mostraba los hijos

y con mímica intentaban decirme a que se dedicaban con los movimientos, he

imaginado que la hija era médica, el hijo medio me pareció que realizaba un trabajo

relacionado con aparatos y equipos de laboratorio. Hacía gestos y ademanes

como si usara microscopios, telescopios o algo parecido. El tercer hijo creí que también era médico, sin embargo me

había engañado totalmente. En ese ínterin la mesa ya había sido servida. Carne bien

condimentada con yerbas aromáticas.

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Dormi. Acordei numa sala com móveis em estilo contemporâneo, muita linha reta, madeira compensada, tapetes retangulares em fi bra de alguma coisa ecologicamente correta, 3 máscaras de guerreiros africanos numa das paredes laterais. Na parede central da sala, um grande painel com animais selvagens estilizados dominava a cena – sem ser grotesco, o composê era agradável- nas mesinhas laterais vasos em cerâmica e animais entalhados em madeira. A família – pai, mãe, a fi lha maior com corpo de bailarina, o fi lho do meio com jeito e roupas de profi ssional liberal, o terceiro fi lho era tipo hacker digital – me recebera com total intimidade...Nossa, mais uma daquelas viagens-navegações que apareciam não sabe aonde, com não se sabe quem! Eles falavam uma língua que não me era estranha, mas não conseguia na primeira escuta decifrar fonemas básicos e aproximá-los com o que se referiam. Eles não me compreendiam. Tentei português, espanhol, francês, inglês, italiano, alemão e nada. O pai me mostrava os fi lhos e eles começaram a fazer mímica sobre o que faziam. Pelo que tentou expressar a fi lha maior era médica, o fi lho do meio era analista de alguma coisa de laboratório – me faziam gestos de que estavam com microscópios, telescópio ou algo parecido – o terceiro fi lho era médico também. Me enganei completamente. Serviram o jantar. Bom o tempero da carne com ervas e arroz branco. Elogiei a carne fazendo mímica sobre o prato. Para mim, era carne de vaca. Todos gargalharam. Não era porco. A mãe

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Les comuniqué también con mímica sobre el propio plato, que todo estaba

muy sabroso y por supuesto exquisito. Para mi paladar se trataba de carne de vaca o de buey. Todos rieron. Tampoco era carne de cerdo. Solamente supimos

a través de una foto mostrada por la madre que se trataba de carne de cebra. Sentí asco y el estómago se me revolvió, pero traté de mantener la compostura.

Al terminar la cena me condujeron a conocer el poblado. Se trataba de una

villa de África Negra hightech. Nada de África pobre y moribunda. Gente bien

alimentada, bien vestida, feliz. Era como un sueño. Recordaba una ilustración de las publicaciones de los testigos de

Jeová. Después, entramos en un bazar de artesanía. Me detuve frente a un kiosco de

frutas talladas en madera.

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trouxera uma foto de uma zebra. Meu estômago deu uma embrulhada. Mantive a compostura. Terminado o jantar, levaram-me para conhecer o povoado. Era uma vila da Àfrica negra high tech. Nada da África pobre e moribunda. Gente bem nutrida, bem vestida, feliz. Era um sonho. Parecia ilustração das publicações dos Testemunhas de Jeová. Entramos num mercado de artesanato. Parei frente a uma barraca de frutas entalhadas em madeira.

Dentro se encontraba un anciano ciego, conversaba con otras personas

que trabajaban con él. Por la forma de dirigirse a los que le acompañaban daba

la impresión que se trataba del jefe.

Me aproximé un poco más. Él hizo una seña y me dijo en francés que me sentase a su lado en un banquillo. Así lo hice, su fi sionomía me recordaba la

imagen de los Negros Viejos de Ubanda. Fumaba en pipa, de la que salía un humo

dulcifi cado. No lastimaba la nariz, ni tampoco los pulmones. Me tocó la cara,

recorrió las cejas, los ojos, la nariz, la boca, el contorno del rostro, las orejas, la cabeza y el pelo. Se rió y dijo que yo

era de la familia de una generación muy distante pero que tenía olor y sangre

iguales a él. Llamó a la familia que me acompañaba y me declaró ofi cialmente como uno más de ellos. Risas y fi esta.

Íbamos conversando con él, traduciendo del francés al idioma de la familia. Me contó fi nalmente que el francés había sido hablado muchos años atrás, era considerada una lengua muerta para

las nuevas generaciones, solamente los que tenían más de ochenta años lo

sabían hablar todavía. ¡Dios Mío! Me he remontado al futuro. Estaba cansado, le dije que quería dormir. Él me abrigó en

su pecho me pasó el brazo izquierdo por encima. Yo me recosté a aquel hombre

que pudiera haber sido mi sobrino en el pasado avejentado en el futuro. Dormí

tranquilo. Mi negro viejo me protegía. (Sin ubicación en tiempo y espacio conocido)

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Dentro havia um senhor bem idoso. Ele estava cego. Conversava com as outras pessoas que trabalhavam na barraca, pelo visto parecia ser o chefe. Em meio a sua fala, senti um sotaque próximo ao francês, algo meio mesclado. Arrisquei e disse-lhe um tímido bonjour. O Ancião se pôs louco para identifi car de onde viera aquela voz. Aproximei-me mais. Ele fez sinal e falou em francês para que me sentasse ao seu lado num banquinho. Fiz isso. Ele me parecia a imagem dos Pretos Velhos da Umbanda. Fumava um cachimbo, dele saia uma fumaça adocicada. Não amolava as narinas e nem feria os pulmões. Ele tocou minha face, percorreu sobrancelhas, olhos, nariz, boca, desenho do rosto, orelhas, cabeça e cabelo. Riu. Disse, então, que eu era da família, de um braço distante, mas trazia cheiro e sangue iguais. Chamou a família que me acompanhava e me declarou ofi cialmente deles. Risos e festejo. Fomos conversando, com ele traduzindo do francês para a língua da família. Me contou, fi nalmente, que o francês era uma língua falada a muito tempo atrás, estava morta para as novas gerações, somente quem tinha mais de oitenta anos ainda sabia falar alguma coisa. Meu Deus! Fui parar no futuro. Senti um cansaço e lhe disse que queria dormir. Ele me agasalhou em seu peito, passando o braço esquerdo sobre mim, me encostei naquele que poderia ser um sobrinho-neto do passado, já idoso nos dias do futuro. Dormi. Meu Preto Velho me protegia. (Sem localização no espaço-tempo que conhecemos e nos manejamos)

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¿Qué vamos a hacer? Pregunté al joven de la cicatriz. En aquel momento escuché

su voz por primera vez. Mi amiga ángel estaba lejos de allí. El anciano tampoco se

encontraba. El muchacho de la cicatriz y yo casi siempre nos veíamos en el granero de la casa. El salón se hallaba justo sobre

el mismo. Por lo que la temperatura ambiente siempre era agradable en el

invierno, abajó el olor a heno y de ración se entremezclaban con los olores y con el calor que despedía en verano del ganado

lechero. No soy especialista en ganado vacuno, pero me he acordado de pronto

de la época en que trabajé en un campus universitario junto a profesionales y

estudiantes de la carrera de veterinaria. Parece gracioso cuando digo que en

aquel momento no podía identifi car mi procedencia y mucho menos podía darme cuenta donde me encontraba. He acatado

mi vida y mis andanzas anteriores como un pasaje vivido en el Planeta Tierra.

El joven de la cicatriz me mostró cajas con hojas de diferentes tipos de plantas.

Comentó con cierta lástima en idioma español que los niños y jóvenes cuando

llegaban a aquel lugar presentaban muchos gases y se sentían muy afl igidos. Las infusiones se ofrecían acompañadas de charlas acogedoras. Todos procedían de lugares diferentes y en aquel lugar se

recuperarían, para luego continuar la marcha.

Le pregunté si nosotros seríamos las “niñeras” de esos niños y jóvenes

desconocidos, pues no sabía cuántos eran, ni el lugar de dónde procedían. Él se rió y revolvió un cocimiento de manzanilla

con hierba santa. He pensado y creo

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O que nós vamos fazer? Perguntei eu ao jovem com cicatriz na face direita. Escutei sua voz pela primeira vez. Minha amiga-anjo não estava por perto. O ancião também não se encontrava. O rapaz da cicatriz e eu nos encontrávamos no celeiro da grande casa. A sala fi cava sobre o celeiro, por isso, a temperatura ambiente dela era sempre agradável no inverno. Ali embaixo, o cheiro de feno e ração se misturava aos odores e calor emanados pelo gado leiteiro. Não sou especialista em bovinos, mas me recordo da época que trabalhei num campus universitário e por lá havia profi ssionais e curso de Medicina Veterinária...é engraçado, mas não sabia como me referir ao lugar de onde vinha, pois não sabia em qual lugar estava de fato. Assumi minha vida e aventura anteriores como passagens no Planeta Terra. O jovem com cicatriz no rosto me mostrou caixas com diversas espécies de folhas. Disse secamente, em espanhol, que as crianças e jovens quando chegavam tinham muitos gases e sentimento de afl ição. Os chás as acalmavam, mas sempre eram dados com bastante conversa acolhedora. Elas vinham de diferentes lugares e ali fi cariam para se recuperar para seguir suas rotas.

Perguntei a ele se nós deveríamos ser babás dessas crianças e jovens que não sabia a quantidade e nem de onde vinham, quanto tempo elas fi cariam? Ele riu. Remexeu num feixe de macela e erva-cidreira. Pensei e acho que o danado tinha telepatia, que riu mais. Na minha cabeça aquilo era confusão danada. Receber crianças e jovens...de algum centro de

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que él era un vidente. Se rió de nuevo. Mi cabeza se encontraba muy confusa.

Recibir niños y jóvenes… de algún centro de recuperación, de algún hospital, algún grupo de refugiados, exilados… No tenía

los conocimientos sufi cientes de las lecturas espiritistas de Alán Kardec para

organizar el conjunto de toda aquella información. Es que acaso encontrábamos

en el purgatorio de los cristianos. Él se quedó serio de nuevo, su boca casi sin

sonido salieron las siguientes palabras: “Deje tranquilo el tiempo, el lugar, el

origen y demás preocupaciones en su planeta. Aprenderá cómo se anda en puentes distintos de aquellos que tu

acostumbrabas cruzar. Puedes pensar lo que quieras sobre esas tierras,

los nombres no tienen importancia, simplemente sirven para designar

categorías… Aquí estamos nosotros designados como responsables de acoger

a esos niños y jóvenes que abandonan su planeta. La partida de un niño o de

un joven resulta siempre dolorosa para los que se quedan y todavía más triste es

pensar que tenían una vida por delante que se les ha interrumpido. Ellos son acogidos, reconfortados en un primer

grupo y distribuidos hacia otras comunas. Aquí existen dúos responsables de grupos de niños y jóvenes. En casos especiales la protección se realiza individualmente.” No me pude contener y me hice mentalmente

la siguiente pregunta tal vez un poco idiota:” ¿Es como si se tratase de aquellos

proyectos de una madre postiza que habita en una especie de colmenar con varios niños?” Obtuve como respuesta

un respiro cómplice y una mirada

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recuperação, de algum hospital, de algum grupo refugiado-exilado... Não tinha leitura sufi ciente de literatura espírita-kardeciana para administrar aquele conjunto de informações...Nós estávamos no purgatório dos cristãos? Ele fi cou sério de novo e tomou a palavra, sem os sons saírem de sua boca: “- Deixa o tempo, o lugar, a origem e outras preocupações em seu planeta. Você aprenderá como se manejar em mais pontes daquelas que costumava cruzar. Pense o que quiser sobre essa terra, os nomes não importam, eles apenas designam categorias... aqui temos nós dois, convidados a ser responsáveis pelo acolhimento de crianças e jovens que deixaram seu planeta. Toda partida de uma criança ou de um jovem sempre é dolorosa para os que lá fi cam e mais dolorida para aqueles que teriam toda uma vida pela frente e acabou sendo interrompida. Eles são acolhidos, reconfortados por um primeiro grupo e distribuídos para várias comunidades. Aqui tem mais duplas que fi cam responsáveis por grupos de crianças, jovens ou zelam por elas individualmente.”-É como se fosse aqueles projetos fi lantrópicos de mãe postiça vivendo numa colméia com várias crianças?” Não resisti e fi z mentalmente a pergunta estúpida. Obtive com resposta uma cúmplice respirada e olhar de impaciência frente à ignorância imediata e incontinente.

Éramos cúmplices. Meus pensamentos não o ofendiam, e deixei que ele percorresse minha mente. Mostrei os sonhos e desejos mais escondidos,

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de impaciencia frente a la ignorancia inmediata e incontrolable.

Éramos cómplices. Mis pensamientos no le ofendían y lo dejé que recorriese

mi mente. Le mostré los sueños y deseos escondidos, los temores idiotas

de cada día, la impotencia, las lágrimas contenidas y condensadas como si

se tratase de estalagmitas prestes a romperse en mi gran caverna, donde se guardan las emociones. Al fi nal, quién

era aquel joven de la cicatriz en el rosto. ¿Mi ángel de la guarda? ¿Mi cara mitad? ¿ alguno de mis seres queridos fallecidos

y que estaba allí para protegerme? No sé, él reía con mis indagaciones, me

iba respondiendo mediante imágenes y sentimientos. Vimos que realizábamos un

tremendo esfuerzo para cargar grandes troncos de madera para luego serrarlos y

construir muebles.

Me reía de él cuando cayó un tranco. Conservo una imagen dispersa. Después

el miedo, quería advertirle del peligro de los troncos de madera que tal vez se

soltarían y caerían sobre él y su caballo. Pasado y futuro dentro del pasado se juntaban en todo aquello que todavía estaba por suceder. Él se reía mucho

de mis sentimientos. Puedo afi rmar que penetrando en su pensamiento he

aprendido como debíamos actuar en cada momento. Proteger a todos, mantener el funcionamiento, transmitir cariño, comprensión, afecto, no dejar que el

llanto, el hipo, las pesadillas invadieran la cabeza y el corazón de los que allí

llegaban.

Me he dado cuenta que en el intención del

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os medos idiotas do dia a dia, as impotências, as lágrimas contidas e condensadas como se fosse estalagmites presentes a se romperem na minha grande caverna das emoções. Mas quem era aquele rapaz de cicatriz no rosto. Meu anjo da guarda? Minha cara metade? Algum dos meus entes queridos que haviam morrido e agora estava ali...? Não sei, ele ria com minhas indagações. Ele foi me dando as respostas com imagens e sentimentos. Vimos que fazíamos um esforço tremendo para carregar grandes toras de madeira, serrá-las e fazer móveis.

Ria dele quando caiu na água, uma imagem dispersa. Depois veio o medo e queria alertá-lo do perigo das toras de madeira que soltariam e cairiam sobre ele e seu cavalo. Passado e um futuro no passado se misturavam ou tudo aquilo ainda viria a ocorrer. Ele ria muito dos meus sentimentos. E fui entrando em seu pensamento e aprendendo o que deveríamos fazer. Zelar por todos, manter o funcionamento, irradiar carinho-compreensão-afeto, não deixar que choros, soluços, pesadelos invadissem a cabeça-coração dos que chegavam. Senti a grande quantidade de amor presente no jovem com a cicatriz no rosto. O corpo que via era de um jovem, assim ele queria se expressar. Dizia que assim nos conhecemos em outros tempos e um dia eu recordaria mais concretamente. Pensei: Meu Deus, que coisa mais queer! Minha cara metade-soul mate é um lenhador que mora em alguma dimensão distinta da minha! Eu mereço esse romantismo à força da quantidade de hélio presente no oxigênio que dão na

joven de la cicatriz existía gran cantidad de amor y de bondad. Decía que así nos

habíamos conocido en otros tiempos y un día yo me acordaría exactamente de

como era. He pensado, Dios Mío, qué cosa más disparatada ¡Mi cara mitad,

soul mate es leñador que vive en alguna dimensión distinta a la mía! ¿Merezco

ese romanticismo a causa del gas helio que había entrado en mi organismo

conjuntamente con el oxígeno que me pusieron en la Unidad de Vigilancia

Intensiva? Él me miró de nuevo con cara de risa y caritativamente me llamó

de estúpido. Todavía tenía mucho que aprender y están aptos para enseñar. Más

de una vez topé con mi ignorancia. Fijé la mirada en su cicatriz, me hacía sentir

que en ella mostraba su alma buena como respuesta de tanto dolores y perdones sufridos a la vez. Me dejé acariciar por

aquella atmósfera de bondad, me fui adormeciendo y me preguntaba si la

gran cicatriz de mi pecho sería el plano para llegar hasta mi alma, sentía que

me llamaban, me dolía el pecho. Quería quedarme allí e ir trabajando con todos los que llegarían poco a poco. Regresé.

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UTI! Ele me olhou com mais um riso e caridosamente me chamou de estúpido. Tinha muito que aprender. Porque ainda iria ensinar. Mais uma vez eu me deparei com minha ignorância. Fixei o olhar em sua cicatriz, ele me fazia sentir que ela era resultado de tantas dores e perdões recorrentes, que mostravam sua alma boa. Me deixei acariciar por aquela atmosfera de bondade, fui adormecendo e me perguntando se a grande cicatriz que trazia no meu peito seria um mapa para se chegar até minh’alma? Senti que me chamavam, a dor era muito grande, queria fi car ali e ir trabalhar com todos os que chegariam. Voltei.

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Todo de una luz muy clara, sentía el aire limpio, sin frío, sin el aire acondicionando

de la Unidad de Vigilancia Intensiva. Estaba desnudo. Las enfermeras del

turno nocturno me amarraron los brazos a ambos lados de la cama, tenían el

temor que me moviera mucho e hiciese lo mismo durante la noche anterior al salirse

de lugar una de las sondas lo que me produjo un sangramiento, rápidamente

cuidaron de mi con profesionalismo y presteza, pero por si acaso no descartaban

la posibilidad de sonambulismo, alucinación y sueño de mi parte. Me sentía preso con aquellas correas de tejido alrededor de las muñecas. Me pareció que se habían roto. Me sentí

libre. Ya había pasado la una o tal vez las dos de la madrugada, la luz que

entraba parecía una explosión matinal del sol al nacer un día de vacaciones de verano. La UVI estaba vacía. No veía, ni

sentía la presencia de las enfermeras. Con las cuerdas roídas, sentí deseo de

escapar de allí, de irme, de nunca volver. Me senté en la cama y valoré todas las

posibilidades para levantarme. Apareció un deseo muy fuerte de evacuar. Quería ir al baño. Y me levanté de la cama, pensaba

que me hallaba sin la sonda urinaria, la sonda y el tubo para el derrame del

lado derecho del pulmón y todas las entradas y salidas de las arterias y venas.

No tenía movimiento en las piernas, me levanté y di un giro en el piso. Caí de

cuerpo completo. Las piernas quedaron entrelazadas una de la otra. Evacué y me

quedé en medio de mis excrementos. Sentí cuando las enfermeras llegaban. Dos me protegieron la cabeza y el tronco, otra se

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Tudo de uma luz muito clara, sentia o ar limpo, sem frio, sem o ar condicionado da UTI. Estava nu. As enfermeiras do turno da noite haviam amarrado meus braços nas laterais da cama, elas tinham medo que me movimentasse muito e fi zesse como na noite anterior – soltasse uma das sondas...- isso me deu um sangramento, imediatamente cuidaram de mim com profi ssionalismo e presteza. Mas por via das dúvidas, não queriam arriscar outra possibilidade de sonambulismo-alucinação-sonho de minha parte. Mas fi quei me sentindo preso com aquelas correias de tecido ao redor de meus pulsos. Imaginei que as roia. E me senti livre. Não era mais uma ou duas da madrugada, a luz que entrava era uma explosão matinal do nascer do sol em dia de férias no verão. A UTI estava vazia. Não via e nem sentia a presença das enfermeiras. Com as cordas roídas, senti um desejo de escapar dali, de ir embora, de não mais voltar. Sentei-me cama, medi todas as possibilidades de levantar-me. Veio uma vontade forte de evacuar. Queria ir ao sanitário. E me levantei da cama. Na minha cabeça estava sem a sonda urinário, a sonda e o duto para o derrame do lado direito do pulmão e todos as entradas e saídas nas artérias e veias. Não tinha movimento nas pernas, levantei e dei um giro no chão. Cai de corpo inteiro. As pernas fi caram enroladas uma na outra. Evacuei e fi quei no meio de minha merda. Senti quando as enfermeiras chegaram. Duas me protegeram a cabeça e o tronco, outra fi cou nos meus pés e a quarta enfermeira me xingava, estava mais preocupada em sujar as suas unhas

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quedó a mis pies y la cuarta enfermera profería injurias contra mí, estaba más preocupada en ensuciar sus uñas rojas

con mierda.

Las enfermeras más viejas me aseguraron como la personifi cación de una madona, o mejor dicho, como madres protectoras

que podrían asegurar a sus hijos heridos. Mientras la enfermera más joven

escapaba sus gritos histéricos las otras comenzaban a limpiarme y verifi caron si había soltado alguna sonda. Me acuerdo

que dije a la enfermera histérica que se callase y que me ayudase. Mis mandonas

me volvieron a colocar en la cama; al momento llegó el médico de guardia

aunque no le puedo traer a la memoria, me indicó un somnífero.Me lo tomé y

proferí algunos gritos de rabia con gran vocabulario de malas palabras en varios

idiomas que conozco. Cuando me percaté que nadie vendría, encontraba las

manos amarradas de nuevo, me hallaba adormecido.

Tuve la sensación de haber perdido la voz y el último chance de escapar de allí (Sin ubicación en tiempo y espacio conocido)

vermelhas de bosta. As enfermeiras mais velhas me seguraram como a personifi cação de uma Madona, ou melhor, como mães protetoras poderiam segurar os fi lhos feridos. Enquanto a enfermeira mais jovem dava seus gritos histéricos, as outras começaram a me limpar, a verifi car se nenhum duto se soltara. Ainda me recordo que falei para a enfermeira histérica que se calasse e me ajudasse. Minhas Madonas me recolocaram na cama, veio um médico de plantão, que não me recordo de seu rosto, recomendara um sonífero. Tomei, dei alguns gritos de raiva nas várias línguas que sei, quando me senti amarrado de novo. Adormeci. Com a sensação de ter perdido a última oportunidade de escapar dali. (Sem localização no espaço-tempo que conhecemos e nos manejamos)

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Me transformé en un ejemplo de mal comportamiento. Las enfermas que trabajaban en los períodos diurno y

nocturno, algunas de ellas en español me atacaban y otras más delicadas,

y femeninas me amonestaban. Me avergoncé mucho, pero la gran mayoría

de ellas parecía conocer los innumerables imprevistos que pueden presentarse en una UVI. Cuando conté a una de ellas sobre la posibilidad de tener visiones

a causa de la máscara de oxígeno que debía usar para auxiliar en la respiración. Gané una risa de soslayo con la siguiente

conclusión ¿Estás loco? Esto es una UVI y no una nave de ciencia fi cción.

“Tuve el deseo de llamarla burra, pero no lo hice, por lo menos parecía conocer

lo que era ciencia fi cción. En días anteriores ya la había llamado de “bruta”,

porque cada vez que me ayudaba en la higiene personal, decía, “culo arriba,

culo abajo,… y la tercera sube el culo” para sentarme, me empujaba con tanta fuerza que sentía como si fuese un saco

vacío y abandonado. Aquello me iba importunando y dejé escapar. “Sea menos

bruta, estoy acostumbrado a ser tratado por mujeres más delicadas, no obstante

utilicen la fuerza motora… Usted me parece que es una mujer, pero actúa como

un tanque de guerra”. A ella no le gustó mi conversación pero al día siguiente llegó con una sonrisa y yo la veía y la elogiaba.

Cuando me lavó, lo hizo con atención y delicadeza increíbles. Observé ese cambio

con ella. A pesar que las relaciones de amistad no ocurren con intensidad

entre los profesionales de la salud y los

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Transformei-me num exemplo de mau comportamento. As enfermeiras que trabalhavam nos períodos diurno e noturno, algumas espanholamente, me achincalhavam e outras mais delicadas e femininas admoestavam. Fiquei com muita vergonha, mas grande parte delas parecia saber dos inúmeros imprevistos que podem ocorrer numa UTI. Quando falei para uma delas sobre a possibilidade de estar tendo visões, por causa da máscara de gases que usava para auxiliar na respiração, ganhei um riso de escárnio com a seguinte consideração:” - Estás louco? Aqui é uma UTI e não uma nave de fi cção científi ca.” Tive vontade de chamá-la de burra, mas não o fi z, pelo menos ela parecia saber o que era fi cção científi ca. Dias antes, eu a havia chamado de “bruta”, porque todas as vezes que vinha me ajudar na higiene pessoal, ela dizia “Culo arriba, culo abajo,...en el três suba el culo” para que me sentasse, mas me empurrava com uma força, me sentia um saco vazio e abandonado. Aquilo foi me amolando e deixei escapar: “Seja menos bruta, estou acostumado com mulheres mais delicadas, ainda que utilizem a força motora...você me parece uma mulher, mas age como um tanque de guerra.” Ela não gostou de minha fala, mas no dia seguinte, chegou com um sorriso, e eu o via e o elogiava.

Quando me lavou, foi de uma atenção e delicadeza incrível,. Observei isso com ela. Embora, as relações de amizade não venham a ocorrer com intensidade entre os profi ssionais e pacientes num Hospital, senti que o relacionamento com aquela

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pacientes de un hospital, me percaté que el relacionamiento con esa enfermera se

había modifi cado. Ella comenzó a hacerme preguntas sobre mis gustos musicales,

estado civil, la vida en Brasil. Yo supe de sus hijos, del marido, de su vida agitada

al dividirse entre esposa, madre y cumplir con su actividad profesional. La historia

se extendió a otras enfermeras, por lo que nuestra conversación acabó tornándose

en casi una fi esta. Nos reíamos de la nobleza europea que solamente existe en la crónica social de las revistas, del estilo old fashioned de la nobleza española, de las ropas, de las arrugas, de las mujeres

que mienten con la edad, los hombres con el pelo lleno de tínturas y sobre

la impotencia. En el fondo, todas las enfermeras y los poquísimos enfermeros

que allí trabajaban se preocupaban de mi bienestar, era bueno tener esas madonas

y guardianes protegiéndome. Pero las mismas no estaban acostumbradas a

ser tan pacífi cas. Los españoles son muy directos en aquello que pretenden, en algunas ocasiones se tornan brutos, toscos, groseros. Aprendí a rebatir con la misma moneda al equiparar fuerzas,

todo al fi nal podía ser resuelto. Son unos brutos que con un grito se calman. Me

gusta reírme de los diferentes acentos que tienen (UV-I Clínica Ruber).

enfermeira havia se modifi cado. Ela começou a me fazer perguntas sobre meus gostos musicais, estado civil, a vida no Brasil. E eu fi quei sabendo de seus fi lhos, do marido, da correria entre dividir vida de esposa, mãe e profi ssional. E a história passou para outras enfermeiras, e acabou virando uma certa festa nossas conversas. Ríamos da nobreza européia que somente existe nas revistas de coluna social, do estilo old fashioned da nobreza espanhola, das roupas, das rugas, das mulheres que mentiam a idade, dos homens com cabelos implantados e impotentes. No fundo, todas as enfermeiras e os poucos enfermeiros que ali trabalhavam se preocupavam com meu bem estar. Foi muito bom ter essas Madonas e Guardiões me protegendo. Mas, as relações não eram costumeiramente tão pacífi cas. Os espanhóis são muito diretos naquilo que querem e, isso, na maneira de abordar, os torna brutos, toscos, grossos. Aprendi a rebater com a mesma brutalidade, ao equiparar forças, tudo se resolvia no fi nal.São uns brutos que com um grito e um afago se acalmam. Gosto de rir dos diferentes sotaques que eles têm. (UTI da Clínica Ruber)

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Otros momentos de miedo y de terror de esas tierras en las cuales navegaba

al analizar determinados aspectos de mi cirugía y del posoperatorio, pude observar

que viví en extrañas tierras. Anduve en sillón de ruedas, en grandes ambulancias, cargado por personas durante las noches

frías de Madrid. Tuve pesadillas que juntaban naves, helicópteros y espionaje.

Las imágenes son como fl ashes en mi cabeza, no se muestran como narrativas

propiamente dicha. Tengo miedo de revolverlas. (Sin ubicación en tiempo y

espacio conocido).

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Outros momentos foram de medo e terror nessas terras as quais andava-navegava. Ao apurar determinados fatos de minha cirurgia e dos momentos pós-cirúrgicos, pude avaliar que vivi em estranhas terras. Andei de carrinho de mão, em grandes ambulâncias, carregado por pessoas nas noites frias de Madri. Gritei de dor, por medo, para pedir proteção. Tive pesadelos que misturavam naves helicópteros e espionagem. As imagens são fl ashs em minha cabeça, mas não se constituem em narrativas próprias. Tenho ainda receio em cutucá-las. (Sem localização no espaço-tempo que conhecemos e nos manejamos)

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El primer rostro que vi al despertar de todas esas aventuras de la UVI fue el de una dama, una verdadera lady,

que trabajaba en la Casa de Brasil. Todos los días me visitaba mientras

estaba despierto, dormido o en coma. Sus oraciones eran rueoas dolorosos,

porque su vida ya estaba marcada de personas que habían muerto con

problemas cardíacos como los míos. Con su protección maternal sistemática me

di cuenta que yo me convertí en el centro de su pelea con Dios al permanecer vivo

y con la salud recuperada, para ella entre otros motivos podía ser una respuesta

positiva de Dios que nuestra existencia tiene razón de ser, que las cosas y los

acontecimientos no son en vano. Con ella aprendí a conocer y respetar a la Santa

Gema. Ojalá si todos los pacientes de los hospitales pudiesen tener la protección y el cariño de era lady brasileña que reside

hace mucho en España, mas creo también en otros santos y santas me ayudaron en

otros lugares.

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O primeiro rosto que ao abri os olhos eu vi ao acordar de todas essas aventuras na UTI foi de uma dama, uma verdadeira lady, que trabalhava na Casa do Brasil. Todos os dias, ela me visitou, estando desperto, dormindo ou em coma. Suas orações eram preces doloridas, porque sua história de vida já estava carregada de pessoas que haviam morrido com problemas cardíacos próximos aos meus. Com sua proteção maternal cotidiana, percebi que eu me tornei o centro de sua peleja com Deus. Eu ao permanecer vivo e com saúde recuperada, para ela, entre outros motivos, poderia ser uma resposta positiva de Deus que as nossas existências têm sentido, que as coisas e acontecimentos não são em vão. Com ela, aprendi a conhecer e respeitar Santa Gema. Oxalá se em todos os pacientes nos hospitais pudessem ter a proteção e carinho dessa lady brasileira que vive há muito na Espanha, mas outros santos e santas me ajudaram de outros lugares.

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Los espiritistas de Alán Kardec pidieron en sus oraciones que los doctores celestes

orientasen los corazones, manos y las mentes de los médicos terrestres en todo

el seguimiento de mi cirugía cardíaca. Una amiga brasileña me dijo que ella había

pedido al espírita Bezerra de Menezes que se hiciese presente en el hospital. Después

de la salida del hospital, tuve más información de tantas otros pedidos que

se hicieron por mi recuperación. Un grupo del Candomblé realizo una comida para

Obatalá una deliciosa “canjica” (manjar de choclo) de maíz blanco, pero me contaron

que Chango cuando el Babalao tiró los caracoles en mi nombre, reveló algunos

cambios que debían ser realizados debido a la existencia de injusticias en el mundo.

Los católicos no cesaron de evocar a nuestra Señora Aparecida, Patrona de Brasil, nunca su manto había sido tan

para abrigar y calentar. Un amigo me contó que al conocer sobre

mi estado de salud y de la arriesgada cirugía, cogió una chancleta que había olvidado en su casa y le

amarró varias cintas del Señor del Bonfi m,

de la romería del Bonfi m muy

cerca de Porto Nacional,

ciudad del Estado de

Tocantins al norte de Brasil y centro geodésico

del País. En la Clínica dos

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Os kardecianos pediram em suas preces que os doutores celestes orientassem os corações, mãos e mentes dos médicos terrestres em todo meu acompanhamento clínico-cirúrgico. Uma amiga brasileira me contou que ela havia pedido diretamente ao espírito Bezerra de Menezes que espiritualmente se fi zesse presente no Hospital. Depois da saída do hospital, tive mais informações das tantas outras preces que fi zeram por mim. A ala do Candomblé assentou comida para Oxalá, uma linda canjica de milho branco, porém me contaram que Xangô, no jogo de búzios que o Babalaô realizara, estava pedindo comida. O pedido de Xangô revela reparações que deveriam ser feitas, pois injustiças haviam ocorrido. Os católicos não se cansaram de evocar Nossa Senhora Aparecida, nunca seu manto foi tão pedido para cobrir e aquecer. Um amigo me contou que ao saber de meu estado de saúde e da cirurgia perigosa pegou um chinelo que eu havia esquecido em sua casa e amarrara umas fi tas do Senhor do Bonfi m, mas da Romaria do Bonfi m perto de Porto Nacional no estado de Tocantins. No hospital, duas histórias se misturam

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historias se reunieron en mi cabeza por haber estado ingresado en dos clínicas diferentes. En la primera fue donde se diagnosticaron todos los problemas de

mi estado de salud, se llama Clínica san Francisco de Asis, y en ella uno de los médicos del equipo que me atendió es

devoto de San Francisco, inclusive lleva consigo una medalla milagrosa en todas

las cirugías que realizaba. En la segunda clínica, escenario de la cirugía y de la

recuperación otro médico, también era devoto de San Francisco, por herencia de la devoción de su padre y por la fe

multiplicada en el transcurso de los años.

Con el segundo médico tuve mayor oportunidad de conversar más sobre

“Paco”. A veces me contaba de alguna promesa hecha por mi causa, asistencia a una misa, un culto, un pedido gratuito

ruego al irse a acostar, una comida de Orichás con ofertas, el deseo de suerte y

de energías positivas. ¡Uf!… Sentía que mi corazón se infl aba de alegría y calor. Hasta el día de hoy, siento esa alegría y calor en

el corazón cuando me acuerdo que la fe de mucha gente me auxilia para continuar

viviendo.

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em minha cabeça, pois fi quei internado em duas clinicas distintas. A primeira, que diagnosticou todos os problema, se chama Clínica São Francisco de Assis, e nela um dos médicos, da equipe que me acompanhou, é devoto de São Francisco, inclusive fazendo questão de transportar consigo uma medalha milagrosa nas cirurgias que fazia. Na segunda clínica, palco da cirurgia e da recuperação, outro médico também era devoto de São Francisco de Assis, com herança de devoção de seu pai e fé aprimorada ao longo dos anos.

Com esse segundo médico, tive condições de conversar mais sobre “Chico“. Todas as vezes que me contavam alguma promessa feita em minha causa, uma missa assistida, um culto realizado, uma prece gratuita ao irem se deitar, uma comida de orixá ofertada, o desejo de sorte e boas energias...uff! Sentia que meu coração se enchia de alegria e calor. Até hoje, tenho alegria e calor no coração quando me recordo que a fé de muitas pessoas me auxilia a continuar vivo.

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Uno de los últimos viajes se mostró como las películas en blanco y negro. Película noir

nuevamente. Me vi en una gran escuela de los años cuarenta. Lugar España.

Personas con las que tuve contactos, una profesora de mediana edad y sus dos hijos adolescentes. La escuela era un centro de

desarrollo científi co y tecnológico. ¡Extraño! La principal misión de la escuela era

fomentar la creación de nuevos cerebros para auxiliar en el desarrollo del país, así

como los alemanes, rusos, americanos, e ingleses hacían. Todo era muy arcaico,

vi el uso de la palmatoria, profesores disertando conferencias magistrales, los

alumnos sentados en pupitres llenos de libros, horarios de estudio rígidos y

mucho contenida memorizado. Solamente estudiaban muchachos en aquella

escuela. Se trataba de un colegio a pupilo. Un lado para los alumnos, otros para

profesores. Sentía un clima de opresión allí dentro, daba la impresión que las paredes tenían oído y la seguridad de

que por los lados se vigiaba. Yo era visto como un profesor sustituto, ni tan siquiera conocía las asignaturas que debía explicar. Deambulaba por la biblioteca y por la gran

edifi cación de la escuela para admirar la arquitectura. Ese comportamiento no agradaba a algunos profesores. La

profesora con sus dos hijos estaban entre las personas más próximas. Hablabamos mucho. Ella me confesó que deseaba irse de allí, pero no era nada fácil. España en

aquellos tiempos se encontraba aliada a los nazifascistas. Ella no quería verse

envuelta en situaciones difíciles, además necesitaba proteger a sus hijos. Funcionaba

un proyecto para intercambiar jóvenes

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Uma das últimas viagens foi em preto e branco. Filme noir novamente. Vi-me numa grande escola dos anos quarenta. Local: Espanha. Pessoas com as quais me envolvi: uma professora de meia idade e seus dois fi lhos adolescentes. A escola era um centro de desenvolvimento científi co e tecnológico. Estranho! A missão da escola segundo seus professores era fomentar a formação de novos cérebros para auxiliar no desenvolvimento do país, assim como os alemães, russos, americanos e ingleses faziam. Mas tudo era tão arcaico: vi o uso de palmatória, professores proferindo conferências magistrais, alunos sentados em carteiras cheias de livros, horários de estudos rígidos e muito conteúdo decorado. Somente estudavam rapazes naquela escola. Era um colégio interno. Ala para alunos, ala para professores. Sentia um clima opressor ali dentro, parecia que as paredes tinham ouvidos e aquela certeza de ser vigiado por todos os lados. Eu era visto como um professor substituto, nem sabia quais eram as disciplinas sob minha responsabilidade. Perambulava pela biblioteca, pela grande construção da escola a admirar a arquitetura. Mas não era do agrado de alguns professores. A professora com seus dois fi lhos me eram as pessoas mais próximas. Conversamos muito. E ela me confessou seu desejo de sair dali, pois o governo espanhol estava demasiadamente aliado com os nazistas. Ela não queria ver a si mesma e aos fi lhos envolvidos nisso. Havia um plano de intercambiar jovens espanhóis e alemães no próximo verão, embora a guerra continuasse. Não sei o que aconteceu na escola,

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españoles y alemanes, que se extendería al verano siguiente, aunque prosiguiese la guerra.

No sé qué acaeció, de pronto se respiraba un clima de tensión, semejante a una pesadilla.

Me prendieron y probablemente sería deportado. La profesora trató de arrebatarse de las manos de los soldados. Todo sucedió

con extrema rapidez. Respiraba con gran difi cultad, dolores persistentes, dirigidos hacia

el pecho, me desplomé, estaba desfallecido. El dolor aumentó mucho y en un pestañear

me encontré frente a mi amiga ángel. Me hallaba sentado en una silla de ruedas. De

película noir todo el ambiente era, ahora, hightech, imperaba el color negro, el metálico

y el rojo. La amiga ángel me condujo hacía un gran escenario donde se encontraban sentadas varias personas. Detrás de ellos

varios monitores exhibían sucesos mundiales. Nosotros quedamos entre el centro, el escenario y las personas que formaban parte de la platea.

El grupo parecía integrar un gran consejo. Analizaban mi situación, ellos halaban, pero yo no los escuchaba. Varias veces pude ver a

mi amiga ángel en alguna u otra intervención. Al fi n la sesión se había terminado. Todos se

retiraron, algunos salieron en helicópteros, como los de las escenas de las películas de James Bond con la banda sonora de Misión

Imposible. Del pasado histórico de la Segunda Guerra Mundial, en un santiamén pasé a una

realidad tecnológica del presente con visión de futuro. Mi cabeza hervía, sentía un dolor

creciente en el pecho y en la garganta. Como si quisiera sacar alguna cosa de dentro. Tuve

ganas de vomitar junto al deseo de desaparecer. De pronto sentí que realmente sacaron alguna

cosa. Escuchaba vagamente y en reiteradas ocasiones que decían ¡No duermas! … ¿Usted

sabe dónde está? ¿Sabe que le ocurrió? … (Sin ubicación en tiempo y espacio).

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mas de uma hora para outra o clima de pesadelo se instaurou. Soldados alemães invadiram tudo. Foi ai que me senti em cena de fi lme mesmo, era pesadelo. Fui preso e seria deportado. A professora tentou me desgarrar dos soldados. Foi tudo muito rápido. Respirava com difi culdade, sucessivas dores subiam do peito e caí no chão, fui desfalecendo. A dor aumentou e num abrir e fechar de olhos me vi frente a amiga-anjo. Estava sentado numa cadeira de rodas. De fi lme noir todo o ambiente era high tech imperando o negro, o metal e o vermelho. A amiga-anjo me transportou para um grande salão em cujo palco se encontrava várias pessoas sentadas. Atrás delas vários monitores exibiam acontecimentos no mundo, fi camos no meio entre o palco com aquelas pessoas e outras que faziam parte da assistência. Mas eles pareciam ser um grande conselho. Discutiam minha situação, eles falavam mas eu nada escutava, vi várias vezes a amiga-anjo intervindo. Ao fi nal, a sessão terminou, eles se foram. Alguns vi que foram de helicóptero, tudo era muito cena de fi lme de James Bond com trilha sonora de Missão Impossível. De um passado da segunda-guerra mundial estava eu agora numa realidade tecnológica de presente-futuro. Tudo fervilhava em minha cabeça. Sentia uma dor crescente no peito e na garganta, como se quisessem tirar algo de dentro de mim. E veio a vontade de vomitar misturado com o desejo de sair dali. Foi quando senti que tiraram mesmo algo de dentro de mim e vagamente escutava repetidas vezes: “ não durmas..., você sabe onde está? Sabe o que lhe ocorreu...?”. (Sem localização no espaço-tempo que conhecemos e nos manejamos)

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Retiraron el tubo de mi garganta sentí un dolor terrible. De mi cabeza no salió a

penas el tubo, veía también una lámina de acero inoxidable… Me preguntaba

como podía haber permanecido con aquello en mi cuerpo. En las aventuras

que estaba viviendo en aquellas extrañas tierras de postcirugía, una parte de mí era integrante de una macabra ciencia fi cción

que se unía a diferentes escenarios, personas reales con personajes fi cticios

de un pasado en blanco y negro, a veces sepia, pero con el presente ya en plata, azul metalizado y minimalista. El tubo

real y la lámina fi cticia causaron un dolor asfi xiante al mismo tiempo que sacaban

algo de dentro hacia fuera, yo quería aire, sin embargo me parecía qué estaba lleno

de agua.

¿Acaso nacer es una agonía? Transcurrieron me algunos días para

darme cuenta de lo que me pasaba. Decían que había vuelto a nacer,

pero estaba deprimido, cansado e con añoranza de todo lo vivido en las “tierras

del postcirugía

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Retiraram o tubo de minha garganta, senti uma dor tremenda. Na minha cabeça, não saiu apenas o tubo, via uma placa de inox... me perguntava como estava com aquilo. Nas aventuras que estava vivendo naquelas estranhas terras da pós-cirurgia, uma parte de mim fez parte de uma fi cção científi ca macabra, que mesclava cenários, pessoas reais com personagens fi ctícios em um passado preto e branco, às vezes, sépia, com um presente-já prata, azul, metalizado e minimalista. O tubo real e a placa fi ctícia causaram uma dor de afogamento, ao mesmo tempo em que puxavam algo de dentro para fora, eu queria ar e parecia que estava cheio d’agua.

Será que nascer é agonia? Demorou alguns dias para compreender o que se passava comigo. Diziam que havia nascido de novo, mas me sentia deprimido, cansado e saudoso do que vivera naquelas terras da pós-cirurgia.

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Llegó el momento de salir de la UVI. Se ha ido borrando la imagen de los enfermeros, enfermeras y de los médicos. También yo

permaneceré como una nebulosa en la memoria de todos ellos. Hoy, soy como

una foto sepia, fuera de foco, que al pasar del tiempo se esparce entre tantas cosas en el baúl de los recuerdos. ¡Madre mía! Parece una falta de modestia esa última

idea, pero, ¿quién me obliga a ser un gran literato?

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Hora de sair da UTI. Vai se tornando um borrão a imagem de todos os enfermeiros, enfermeiras e médicos. Também vou fi car um borrão na memória deles. Uma foto sépia desfocada que com o tempo se perde entre tantas tontices guardadas no baú das lembranças. Nossa! É muito piegas essa última ideia, mas quem me obriga a ser um grande literato?

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El gato fl aco es haragán. Su deseo es ser un gato gordo, de esos que se quedan

dormido sobre los sacos de granos amontonados en los almacenes. Sin deseo

de hacer nada, tal vez , como máximo se dedicaría a espantar con la cola alguna mosca que tratase de volar cerca de sus

bigotes. Si todo fuese así tan simple. (Sin ubicación en tiempo y espacio).

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O gato magro é preguiçoso. Seu desejo é ser um gato gordo, daqueles que fi cam dormindo sobre os sacos de grãos empilhados nos armazéns. Sem vontade de nada fazer, o máximo de atividade é espantar com a cauda alguma mosca que teima em fi car voando próximo ao focinho. Se tudo fosse tão simples assim... (Sem localização no espaço-tempo que conhecemos e nos manejamos)

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Cuando quedé totalmente despierto en la UVI, mi amiga ángel dijo que me visitaría, hasta ahora no lo ha hecho.

Pregunté por ella, muchos me miraban extrañados. Solamente una persona que no recuerdo si pertenecía o no a aquella realidad me dijo que mi amiga ángel, la doctora me mandaba un abrazo y que

cuando tuviese tiempo estaría allí para saludarme. De todas formas, si necesitase de ella simplemente bastaba con llamarla

que ella llegaría para prestarme su ayuda. Durante el tiempo que me quedaba antes

de salir de la UVI, he sentido falta de mi médica preferida, mi amiga ángel.

Ella no apareció nunca. A veces me he cuestionado ¿Tendré todavía mi lugar en aquella comuna? ¡Estoy vivo! Al joven de

la cicatriz a veces lo tengo en la memoria, él ocupa una gran parte y me da ánimos.

Continúo vivo para alegría de algunos, sorpresa de incrédulos y el disgusto

de muchos. Tal vez es eso lo que debo aprender para cuando llegue el momento

hacer igual. No sé hasta cuando estaré por aquí, pero he aprendido que en las

extrañas tierras de postcirugía tengo varios lugares para hacer paradas. Mi

familia de esos “universos múltiples” es muy extensa.

El gato fl aco que quiere transformase en un gato gordo y haragán, para solamente

dedicarse a espantar las moscas con la cola, posiblemente está echado sobre

un saco de granos en algún lugar y seguramente… ¡Se mudará para allá!

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Quando fi quei mais acordado na UTI, minha amiga-anjo disse que me visitaria, mas não o fez. Perguntei por ela, algumas pessoas me olhavam estranhamente, e uma outra pessoa, que nem sei mais se era daquela realidade ou não, me falou que a amiga-anjo doutora mandava um abraço e tendo tempo apareceria para saudar. Mas em todo caso, se precisasse dela bastava pedir ajuda que ela apareceria. Durante o tempo restante que fi quei na UTI, senti falta de minha médica preferida, minha amiga-anjo. Ela não apareceu; será que ainda tenho o meu lugar naquela comunidade? Estou vivo. O jovem da cicatriz às vezes vem em minha memória, ele ocupa todo o espaço me reconfortando. Talvez seja isso que eu deva aprender a fazer com mais frequência para quando chegar o momento. Fazer o mesmo. Continuo vivo para alegria de alguns, surpresa para os incrédulos e desgosto de muitos. Com mais uma marca no corpo, um caminho da alma. Não sei até quando fi carei por aqui, mas já sei que nas estranhas terras do pós-cirurgia tenho vários lugares para fazer paradas, minha família nos multi-universos é extensa.

E o gato magro quer ser um gato gordo preguiçoso que fi ca espantando as moscas com a cauda sobre o saco de sementes em algum porto... vai se mudar para lá!

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