dança na grécia antiga

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Dança na Grécia Antiga Na Grécia antiga a dança estava presente em quase todos os setores da vida social: na religião, na educação, nas datas de comemorações, nos ritos agrários, nos estudos filosóficos e na vida cotidiana. As danças religiosas eram diversas: cada deus tinha seu próprio rito, e cada rito tinha variações regionais. Os rituais mais conhecidos atualmente são os Dionisíacos. A dança, assim como a música grega corresponde muito bem à geografia do país, sendo uma mistura de ritmos ocidentais e orientais. De acordo com Platão, a dança grega era essencial para a formação, autocontrole e educação dos jovens gregos. O uso de armas na dança fazia parte da cultura ateniense e espartana, que as usavam em batalhas. De dança sagrada, passou a ser dança profana, seguindo assim um movimento (sagrado-profano) encontrado em muitos aspectos das culturas antigas. Um exemplo da dança Dionisíaca era um cortejo, onde Dionísio era acompanhado por mênades (espécie de ninfa que representava uma amante insaciável) e sátiros, cujos movimentos eram de passos corridos ou escorregadios, braços escondidos em oposição, saltos com pernas esticadas ou flexionadas, torso, pescoço e cabeça jogados para trás num gesto típico que parecia triturar a nuca. Platão estudou a dança e a classificou em dança de beleza e dança de feiura, com subgrupos; segundo ele, ordem e ritmo, características dos Deuses, são também as da dança; "A dança é um meio excelente de ser agradável aos Deuses e honrá-los" ; "Os que honram melhor os Deuses pela dança são também os melhores no combate"; e além de tudo isso, dá proporções corretas ao corpo. Os filósofos Pitagóricos afirmavam que "a dança expulsa os maus humores da cabeça", um bom exemplo da crença de que a dança era divina porque dá alegria. Em ocasiões solenes, os pirriquistas eram recrutados e treinados por cidadãos ricos, e concorriam entre si nas apresentações: o primeiro classificado ganhava um boi no valor de 400 gramas de prata, para ser sacrificado. Em outras danças, praticadas por mulheres, encontramos gestos interessantes, e um especial: com os braços em oposição, a dançarina quebra os antebraços na

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Page 1: Dança Na Grécia Antiga

Dança na Grécia Antiga

Na Grécia antiga a dança estava presente em quase todos os setores da vida social: na religião, na educação, nas datas de comemorações, nos ritos agrários, nos estudos filosóficos e na vida cotidiana.

As danças religiosas eram diversas: cada deus tinha seu próprio rito, e cada rito tinha variações regionais. Os rituais mais conhecidos atualmente são os Dionisíacos.

A dança, assim como a música grega corresponde muito bem à geografia do país, sendo uma mistura de ritmos ocidentais e orientais.

De acordo com Platão, a dança grega era essencial para a formação, autocontrole e educação dos jovens gregos. O uso de armas na dança fazia parte da cultura ateniense e espartana, que as usavam em batalhas.

De dança sagrada, passou a ser dança profana, seguindo assim um movimento (sagrado-profano) encontrado em muitos aspectos das culturas antigas. Um exemplo da dança Dionisíaca era um cortejo, onde Dionísio era acompanhado por mênades (espécie de ninfa que representava uma amante insaciável) e sátiros, cujos movimentos eram de passos corridos ou escorregadios, braços escondidos em oposição, saltos com pernas esticadas ou flexionadas, torso, pescoço e cabeça jogados para trás num gesto típico que parecia triturar a nuca.

Platão estudou a dança e a classificou em dança de beleza e dança de feiura, com subgrupos; segundo ele, ordem e ritmo, características dos Deuses, são também as da dança; "A dança é um meio excelente de ser agradável aos Deuses e honrá-los" ; "Os que honram melhor os Deuses pela dança são também os melhores no combate"; e além de tudo isso, dá proporções corretas ao corpo. Os filósofos Pitagóricos afirmavam que "a dança expulsa os maus humores da cabeça", um bom exemplo da crença de que a dança era divina porque dá alegria.

Em ocasiões solenes, os pirriquistas eram recrutados e treinados por cidadãos ricos, e concorriam entre si nas apresentações: o primeiro classificado ganhava um boi no valor de 400 gramas de prata, para ser sacrificado. Em outras danças, praticadas por mulheres, encontramos gestos interessantes, e um especial: com os braços em oposição, a dançarina quebra os antebraços na altura dos cotovelos, colocando-os num ângulo de 90º, um para baixo e um para cima. No primeiro caso, a palma da mão se abre em direção ao chão e, no outro, em direção ao céu.

Os gregos estabeleceram as bases para a cultura musical do Ocidente. A própria palavra música nasceu na Grécia, onde "Mousikê" significava "A Arte das Musas". Percebemos a formação da arte grega na civilização cretense, a partir das ruínas de cidades como Tirinto, Micenas e Cnossos. Essa arte abrangia, ao mesmo tempo, a poesia e a dança, e todas essas expressões eram praticadas de modo integrado. Os poemas eram recitados ao som de acompanhamento musical da Lira, daí o nome "Lírica" para denominar esse gênero poético. Os instrumentos principais eram a cítara, a lira e o aulos (instrumento de sopro).Como os demais povos antigos, os gregos atribuíam aos deuses sua música, definindo-a como uma criação integral do espírito, um meio de alcançar a perfeição.O desenvolvimento da música paralelamente ao próprio desenvolvimento das cidades gregas, fez com que surgissem teorias filosóficas que procuravam compreender seu significado e importância. Platão considerava que a música tinha grande poder de influência sobre o homem, por isso deveria estar sob controle do Estado, (cidade), considerado como responsável por garantir o bem socialA música grega se baseava em oito escalas diatônicas descendentes- os modos gregos e se fundamentava na ética e na matemática. Pitágoras estabeleceu proporções numéricas para cada intervalo musical.Seu sistema musical apoiava-se numa escala elementar de quatro sons - o Tetracorde. O canto prendia-se a uma melodia simples, a Monodia,Os cultos religiosos eram muito simples, nos quais utilizavam-se melodias-padrão, denominados "Nomoi".

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Partindo dos Nomoi, a música da Grécia evoluiu para a lírica solista, o canto conjunto e o solo instrumental. Depois, vieram as grandes tragédias inteiramente cantadas, que marcaram o apogeu da civilização helênica (do século VI ao século IV a.C.).