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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA CURSO DE GRADUAÇÃO - ENFERMAGEM E LICENCIATURA DAIANE DE CARVALHO MACHADO PESQUISA EM ENFERMAGEM NEONATAL NO BRASIL: uma revisão integrativa NITERÓI 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA

CURSO DE GRADUAÇÃO - ENFERMAGEM E LICENCIATURA

DAIANE DE CARVALHO MACHADO

PESQUISA EM ENFERMAGEM NEONATAL NO BRASIL: uma revisão integrativa

NITERÓI 2013

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DAIANE DE CARVALHO MACHADO

PESQUISA EM ENFERMAGEM NEONATAL NO BRASIL: uma revisão integrativa

Trabalho Monográfico de Conclusão de Cursoapresentado à Coordenação de Curso de Graduação – Enfermagem e Licenciatura da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa da Universidade Federal Fluminense, como requisito para obtenção do título de Enfermeiro e Licenciado em Enfermagem.

Orientadora:

Prof.ª Dr.ª Eny Dórea Paiva

Niterói - RJ

2013

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M 149 Machado, Daiane de Carvalho.

Pesquisa em enfermagem neonatal no Brasil: uma revisão integrativa. / Daiane de Carvalho Machado. – Niterói: [s.n.], 2014.

57 f.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Enfermagem) - Universidade Federal Fluminense, 2014. Orientador: Profª. Eny Dórea Paiva.

1. Enfermagem neonatal. 2. Recém-nascido. 3. Unidades de Terapia Intensiva Neonatal. I. Título.

CDD 610.736

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DAIANE DE CARVALHO MACHADO

PESQUISA EM ENFERMAGEM NEONATAL NO BRASIL: uma revisão integrativa

Trabalho Monográfico de Conclusão de Curso apresentado à Coordenação de Curso de Graduação – Enfermagem e Licenciatura da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa da Universidade Federal Fluminense, como requisito para obtenção do título de Enfermeiro e Licenciado em Enfermagem.

Aprovado em 06 dejunho de 2014

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________________________

Prof. Dra. Eny Dórea Paiva – Orientadora

Universidade Federal Fluminense/EEAAC

___________________________________________________________________

Prof. Dra. Liliane Faria da Silva – 1º Examinador

Universidade Federal Fluminense/EEAAC

___________________________________________________________________

Prof. Dra. Rosane Cordeiro Burla de Aguiar – 2º Examinador

Universidade Federal Fluminense/EEAAC

Niterói

2013

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AGRADECIMENTOS

A Deus, em primeiro lugar, a quem devo minha vida e quem me fez acreditar que nada é impossível àquele que crê, me socorrendo em todas adversidades. Agradeço pela força e coragem

durante esta longa caminhada.

À minha família, por sua capacidade de acreditar е investir em mim. Mãe, tеu cuidado еdedicação fоі que deram, em alguns momentos, а esperança pаrа seguir. Pai, tuа presença

significou segurança е certeza de que não estou sozinho nessa caminhada.

Ao meu noivo, e futuro marido, Thiago, que acreditou em mim e me deu forças para não desistir dos meus sonhos. Obrigada pelo carinho, paciência por sua capacidade de me trazer paz

na correria de cada semestre.

À minha orientadora Eny, que teve um papel fundamental na elaboração deste trabalho, pelo suporte, correções e incentivos.

Aos meus amigos pelo companheirismo, apoio e disponibilidade para me auxiliar em vários momentos. Obrigada pela compreensão durante a longa e difícil jornada.

A todos que de alguma forma ajudaram, agradeço por acreditarem no meu potencial, nas minhas

ideias, principalmente quando nem eu mais acreditava.

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EPÍGRAFE

“Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota.”

Madre Tereza de Calcutá

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RESUMO

A pesquisa na área de neonatologia é importante porque se acredita que o estudo possibilita

conhecer os avanços tecnológicos para que o cuidado se torne mais especializado e qualificado.

Diante disso, os objetivos desta pesquisa foram: geral, analisar as publicações nacionais sobre

enfermagem neonatal indexadas nos índices de referências informatizados, nos últimos cinco

anos; específicos, identificar a frequência de publicações em enfermagem neonatal, segundo ano,

tipo e local no Brasil, e descrever o conteúdo temático abordado nas publicações nacionais.

Trata-se de uma revisão integrativa, com abordagem quanti-qualitativa. A pesquisa foi realizada

nas bases de dados da Biblioteca Virtual da Saúde, e foi utilizado “enfermagem neonatal” como

descritor. Os artigos foram quantificados e categorizados de acordo com suas temáticas. O

levantamento realizado identificou 200 artigos sobre enfermagem neonatal no período de 2009 a

2013. As referências identificadas no LILACS representam uma maior parcela, 73,1% das

publicações. Em relação aos anos de publicação, houve um crescimento contínuo entre os anos de

2009 (12,9%) à 2012 (24,9%), quase dobrando o número de publicações. No que diz respeito aos

locais onde foram realizados os trabalhos, observamos que o estado de São Paulo foi o que gerou

mais artigos científicos (26,4%). Em relação à abordagem metodológica, há uma maior

frequência de artigos onde foi utilizado a abordagem qualitativa, 55,7% das publicações. Ao

observar as temáticas tratadas pelos artigos, pode-se perceber que o conteúdo temático “Processo

de assistência de enfermagem ao RN”, compõe o maior número de artigos científicos publicados

sobre enfermagem neonatal selecionados neste trabalho – 15,4%, seguida pelo temática

“Sentimentos dos pais em relação ao filho na UTIN” com 13,4% e “Fisiopatologia e quadro

clínico neonatal” com 11,4%. As temáticas pouco abordadas foram “Saúde do trabalhador” com

0,5% e “Qualidade assistencial” também com 0,5% das publicações. Este trabalho foi importante

não só para divulgar a frequência de publicações, mas principalmente manter o enfermeiro

atualizado no conhecimento que vem sendo produzido no campo da neonatologia, com a

finalidade de que possam reconhecer a necessidade da pesquisa na área e melhorar a prática

assistencial realizando avaliação crítica-reflexiva e pautando-a nas evidências científicas. Desta

forma, concluímos que o conhecimento científico é fundamental para a prática do enfermeiro, e

manter-se atualizado é extremamente necessário para manter a assistência de qualidade.

1. Enfermagem neonatal. 2. Recém-nascido. 3. Unidades de Terapia Intensiva Neonatal

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ABSTRACT

Research in neonatology is important because the study allows understanding the technological

advances so that care becomes more specialized and qualified.Therefore, the aims of this study

were: to analyze national publications on neonatal nursing indexed in computerized indexes of

references in the last five years; to identify the frequency of publications in neonatal nursing,

according the year, the type and the location in Brazil, and describe the subject content covered in

national publications.This is an integrative review, with quantitative and qualitative approach.

The survey was conducted in the databases of the Virtual Health Library, and "neonatal nursing"

was used as a keyword. The articles were quantified and categorized according to their themes.

The survey identified 200 articles on neonatal nursing, in 2009-2013.The most were identified in

LILACS, 73.1% of the publications.About the years of publication, there was a continuous

growth between 2009 (12.9%) to 2012 (24.9%), nearly doubling the number of publications.

With regard to the places where the work was performed, we observed that the state of São Paulo

was what generated more scientific articles (26.4%).Regarding the methodological approach,

there is a higher frequency of articles where the qualitative approach, 55.7% of the publications

was used.By observing the themes addressed by the articles, it can be noticed that the thematic

content "procedure nursing care to newborns", makes up the largest number of scientific articles

published about neonatal nursing selected for this study - 15.4%, followed by thematic "feelings

of parents regarding the child in the Neonatal Intensive Care Unit (NICU) "with 13.4% and" Path

physiology and clinical neonatal "with 11.4%.The topics less approached were "Health Worker"

with 0.5% "Quality care" also with 0.5% of the publications.This study was important not only

toshow the frequency of publications, but mainly to keep the nurse updated the knowledge that is

being produced in neonatology, in order that they may recognize the need for research in the area

and improve care practice performing critical and reflective evaluation and basing it on scientific

evidence.This way, it is concluded that scientific knowledge is important to nursing practice, and

stay updated is extremely necessary to maintain quality care.

1. Neonatal nursing. 2. Newborn. 3. Neonatal Intensive Care Units

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Diagrama de fluxo dos artigos analisados.

Tabela 1 - Distribuição dos artigos segundo índice de referência.

Figura 2 - Distribuição das publicações por ano de publicação.

Tabela 2 - Distribuição das publicações, segundo local.

Tabela 3 - Distribuição das publicações segundo abordagem metodológica.

Tabela 4 - Distribuição das publicações por conteúdo temático

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO

1.1 OBJETIVOS, p. 12

, p. 10

1.1.1 Objetivo geral

1.1.2

, p. 12

Objetivo específico

1.2 QUESTÕES NORTEADORAS, p. 13

, p. 13

1.3 JUSTIFICATIVA/RELEVÂNCIA, p. 13

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 IMPORTÂNCIA DA DIVULGAÇÃO DE PESQUISAS CIENTÍFICAS, p. 14

, p. 14

2.2 PRÁTICA BASEADA EM EVIDÊNCIAS, p. 15

2.3 A ENFERMAGEM BASEADA EM EVIDÊNCIAS, p. 16

2.4 IMPORTÂNCIA DA PESQUISA EM NEONATOLOGIA, p. 18

3. METODOLOGIA

3.1 TIPO DE PESQUISA, p. 21

, p. 21

3.2 COLETA DE DADOS, p. 22

3.3 ASPECTOS ÉTICOS, p. 22

3.4 ANÁLISE DOS DADOS, p. 22

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.

, p. 23

CONCLUSÃO

6.

, p. 47

OBRAS CITADAS

7.

, p. 49

OBRAS CONSULTADAS

8.

, p. 56

APÊNDICE

8.1 INTRUMENTO DE COLETA DE DADOS, p. 57

, p. 57

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10

1.

INTRODUÇÃO

O ato de pesquisar vem através do desejo pelo conhecimento. Pode-se entender que o

objetivo da pesquisa é buscar algo novo, uma informação a qual não conhecemos ou cujo

conhecimento gera dúvidas. Após a pesquisa, é possível surgir informações importantes, as quais

podem ser utilizadas na prática com a finalidade de alcançar um trabalho de qualidade.

De acordo com Clark e Castro (2003, p. 67), a pesquisa pode ser definida como:

Um processo de construção do conhecimento que tem como metas principais gerar novo conhecimento e/ou corroborar ou refutar algum conhecimento preexistente. É basicamente um processo de aprendizagem tanto do indivíduo que a realiza quanto da sociedade na qual esta se desenvolve.

Segundo Dyniewicz e Gutiérrez (2005),a pesquisa na Enfermagem é reconhecida como

essencial no campo clínico, pois possibilita a aquisição, a produção e o aprofundamento de

conhecimentos, contribuindo, assim, para a avaliação da prática de assistência e crescimento

profissional. Pode ser compreendida também, como um estímulo para melhorar a qualidade

científica, tecnológica e artística dos saberes dos profissionais de enfermagem (CARVALHO et

al, 2010).

Com a introdução da informatização nas bibliotecas e nas bases de dados que indexam as

publicações, a busca bibliográfica por artigos indexados se tornou mais rápida e fácil. Estes

artigos dos periódicos abordam resultados de pesquisas desenvolvidas, resenhas, artigos de

atualização, debates, concepções teóricas e metodológicas, evidências científicas das práticas

assistenciais, entre outros, tornando possível identificar a área de interesse, e percebendo o

desenvolvimento das pesquisas e das práticas assistenciais em determinado campo (ALMEIDA;

KIMURA, 2003).

O termo evidência tem sido muito usado na área da saúde, principalmente com o

surgimento da medicina baseada em evidências, a qual teve seu desenvolvimento paralelamente

ao acesso à informação. A utilização desse termo implica o uso e aplicação de pesquisas como

base para a tomada de decisões sobre a assistência à saúde. O avanço da tecnologia possibilitou

intensificar o acesso aos resultados de pesquisas e o desenvolvimento de metodologia de pesquisa

(GALVÃO et al, 2004).

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A importância da pesquisa em Enfermagem é gerar uma investigação para desenvolver

um conhecimento sobre a prática, a fim de orientá-la e melhorar o atendimento aos pacientes. A

pesquisa nesta área permite uma descrição sobre o que não se conhece ou pouco se sabe, levando

a obter explicações sobre fenômenos importantes para a realização do planejamento da

assistência de enfermagem.

De acordo com Galvão e cols. (2004), a Enfermagem Baseada em Evidências (EBE) se

originou no movimento da medicina baseada em evidências, e pode ser definida como o uso

cuidadoso, claro e criterioso de informações proveniente de teorias e pesquisas para a tomada de

decisão sobre o cuidado prestado a indivíduos ou grupo de pacientes, levando em consideração

suas necessidades individuais e preferências.

A prática baseada em evidências científicas fortalece a profissão, tornando suas práticas

relevantes e eficazes. Com os resultados, o enfermeiro pode realizar seu trabalho de maneira que

alcance mais facilmente os objetivos para melhora da qualidade de vida dos pacientes, sendo

usados na elaboração do planejamento do cuidado e nas intervenções necessárias para cada

problema e cliente.

Almeida e Kimura (2003, p. 254) dizem que “na enfermagem, como em qualquer outra

disciplina, as pesquisas necessitam gerar impactos e transformações que provoquem melhoria na

prática assistencial”. Para isso, é preciso que os resultados das pesquisas realizadas sejam

divulgados, além de ser necessário o acesso disponibilizado para os profissionais da área,

possibilitando uma maior proximidade entre o conhecimento produzido pelas pesquisas e a

prática da assistência de enfermagem.

Neste trabalho será enfocada a pesquisa na área da neonatologia, a qual inclui crianças

desde o nascimento até os 28 dias completos de vida. A assistência neonatal vem passando por

diversas transformações e o avanço das tecnologias nas últimas décadas permitiu o

desenvolvimento de cuidados intensivos mais amplos aos recém-nascidos (RN), possibilitando

maior sobrevida aos mesmos (COSTA et al, 2010).

De acordo com Oliveira e Rodrigues (2005), com os avanços técnico-científicos na

neonatologia, as taxas de mortalidade reduziram e a infecção hospitalar foi controlada com o

isolamento estrito do recém-nascido na maternidade, porém isso ocasionou a separação entre mãe

e filho, prejudicando o vínculo entre eles e o aleitamento, dificultando outras práticas da

assistência de enfermagem.

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Com estes avanços, é necessário que o produto da pesquisa em enfermagem neonatal seja

conhecido e analisado, com a finalidade de que as condutas na assistência sejam tomadas

fundamentadas em evidências científicas. Os critérios que norteiam a introdução destas condutas

devem ser pautados em eficácia, segurança, custo, aceitação por parte dos pacientes e

profissionais de saúde (ALMEIDA; KIMURA, 2003).

A pesquisa na área de neonatologia é importante porque se acredita que o estudo

possibilita conhecer os avanços tecnológicos para que o cuidado se torne mais especializado e

qualificado. Graças a estudos, cuidados foram desenvolvidos, tecnologias foram aprimoradas e

técnicas foram instituídas. E assim, o avanço da prática assistencial garantiu a qualidade de vida

dos recém-nascidos, principalmente os de alto risco, melhorando de maneira significativa.

Neste sentido, Almeida e Kimura (2003, p. 255) afirmam que “os achados dos estudos

contribuem para realimentar e realinhar a produção do conhecimento, a prática educacional e

assistencial-profissional que, por sua vez, sofrem avaliações e críticas gerando novas questões a

serem investigadas”.

Ao mesmo tempo em que estes avanços possibilitam tratamentos antes impossíveis,

aumentando a sobrevida de recém-nascidos cada vez mais prematuros e com malformações

incompatíveis com a vida, eles tornam o trabalho da equipe profissional mais delicado e cada vez

mais especializado. Com isso, faz-se extremamente necessário um aprofundamento nas pesquisas

para o conhecimento de novas tecnologias, problemas que ainda afetam estes pacientes e os

cuidados exigidos para que a criança se desenvolva de maneira plena e com qualidade, e também

fazer a divulgação desses estudos.

1.1 OBJETIVOS

1.1.1

Objetivo geral

- Analisar as publicações nacionais sobre enfermagem neonatal indexadas nos índices de

referências informatizados, nos últimos cinco anos.

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1.1.2

Objetivo específico

- Identificar a frequência de publicações em enfermagem neonatal, segundo ano, tipo e local no

Brasil.

1.2 QUESTÕES NORTEADORAS

O que vem sendo publicado em relação à enfermagem neonatal no Brasil? E qual é a

frequência dessas publicações?

1.3 JUSTIFICATIVA/RELEVÂNCIA

Conservar-se atualizado no conhecimento que vem sendo produzido no campo da

neonatologia é um desafio. Então, estas revisões ajudam os profissionais de saúde a conhecer o

que as pesquisas trazem acerca das intervenções e práticas terapêuticas, as quais proporcionam as

melhores evidências disponíveis para regrar as decisões clínicas ou mudar as práticas adotadas

(BUENO et al, 2009).

O estudo se tornou relevante pelo fato das mudanças atuais nas tecnologias. Com este

estudo,será possível a identificação de temáticas que são importantes, porém pouco pesquisadas,

a fim de incentivar os profissionais que atuam na área para que produzam estudos e divulguem os

resultados.

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2.

REVISÃO DE LITERATURA

2.1 IMPORTÂNCIA DA DIVULGAÇÃO DE PESQUISAS CIENTÍFICAS

Após um abrangente estudo científico e a obtenção dos resultados, a publicação

possibilita a divulgaçãodo conteúdo científico para todos. Além disso, a publicação caracteriza

uma pessoa, um grupo ou uma instituição e confere tradição. E faz com que aumente a

capacidade de captar recursos e, seguramente, revela novostalentos (BURIHAN, 2002).

Porém, é necessário refletir sobre a produção. Como o volume da produção literária vem

ocorrendo em uma progressão crescente, os resultados divulgados pelos estudos realizados em

uma determinada área do conhecimento passam a ser considerados e a se configurarem como

bases para muitas decisões da prática assistencial, tendo repercussões que não se limitam apenas

ao contexto/população nos quais as pesquisas foram realizadas(ALMEIDA; KIMURA; 2003).

Segundo Leite e Huguenin (2005), omeio mais rápido para a divulgação de novas

pesquisas e conhecimentos em determinada área de estudo é o periódico científico. Para que

pesquisadores sejam respeitados por seus pares e os resultados de suas pesquisas sejam

divulgados, o periódicocientífico utilizado deverá estar indexado, ou seja,descrito e identificado

por seu conteúdo em bases dedados referenciais nacionais e internacionais, para que

finalmente,ocorra a transferência da informação. As principais bases de dados na área de saúde,

sendo as mais importantes fontes de pesquisa são: ScienceCitation Index / ISI, Medical Literature

and Retrieval System on line (MEDLINE), Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências

da Saúde (LILACS) e Embase(Excerpta Médica).

Após o pesquisador aprender o método científico e as diversas técnicas e procedimentos

necessários à execução da pesquisa, ele estará capacitado para desenvolver outros trabalhos na

área e se for oriundo de um local diferente daquele em que realizou a pesquisa, uma nova linha de

pesquisa pode ser aberta no local de onde veio. Para a sociedade, a pesquisa responde as questões

pendentes e vemanular dúvidas a respeito de algo, acrescentando um novo conhecimento aos já

existentes. Já para a comunidade científica, além de agora obter uma resposta para algo antes

desconhecido, novas questões surgem a partir da resposta daquela pergunta que originou o

trabalho. Um novo membro dotado de conhecimento científico foi incorporado e a partir dele

novas pesquisas poderão surgir (CLARK; CASTRO, 2003).

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2.2 PRÁTICA BASEADA EM EVIDÊNCIAS

Os avanços da tecnologia e do conhecimento científico vêmacarretando mudanças

relevantes na área da saúde, encontrando respostas para problemas muitas vezes complexos com

vistas ao bem estar das pessoas e da comunidade. Sendo assim, as evidências que as pesquisas

científicas trazem têm estimulado práticas de saúde melhores e fundamentado o processo de

tomada de decisão na condução de problemas clínicos dos pacientes (SILVA; SILVA, 2010).

Domenico e Ide (2003) afirmam que é urgente a adoção de medidasque diminuama

distância entre os avançoscientíficos e a prática assistencial. Então, surgiu inicialmente,no campo

da Medicina, e, posteriormente, na Enfermagem, a Prática Baseada em Evidências (PBE).

“As informações, providas de evidências científicas, são utilizadas para apoiar a prática

clínica, como também a tomada de decisão para a gestão em saúde e qualificação do

cuidado, auxiliando assim os profissionais da saúde” (BRASIL, 2013).

De acordo com Galvão e cols. (2002), a prática baseada em evidências é um processode

descoberta, avaliação e aplicação de evidênciascientíficas para o tratamento e gerenciamento da

saúde. É o cuidado realizado através de resultados de pesquisas, opinião de especialistas ou a

combinação de ambos.

Os achados das investigações clínicas substituem ascondutas antes aceitas por

informações maisseguras, acuradas e eficazes. Assim, esse modelo se tornou uma vertente na

produção e validação deconhecimento, por meio do reconhecimento dosprofissionais acerca da

necessidade diária deapreciações válidas para o diagnóstico, prognóstico,intervenções e

prevenção (PEDROLO, 2009).

Sá Neto e Rodrigues (2010, p. 377) dizem que:

A tecnologia revela determinados saberes e maneiras de cuidar. Entretanto, torna-se necessário o aperfeiçoamento e a atualização dos profissionais de saúde para que possam aplicar o conhecimento de forma responsável e racional, desenvolvendo um senso crítico e reflexivo de suas ações. Além disso, há de se repensar novas maneiras de cuidar, utilizando a arte, a sensibilidade e a criatividade na adequação e humanização das tecnologias.

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A quantidade e a complexidade de informações naárea da saúde e o tempo limitado dos

profissionais têmdeterminado a necessidade do desenvolvimento deprocessos que proporcionem

caminhos precisos até osresultados das pesquisas; sendo assim, a revisãosistemática é umrecurso

importante da prática baseadaem evidências, onde os resultados de pesquisas sãocoletados,

categorizados, avaliados e sintetizados(GALVÃO et al, 2004).

2.3 A ENFERMAGEM BASEADA EM EVIDÊNCIAS

Os avanços tecnológicos representam desenvolvimento do processo de cuidar e da

práticaprofissional do enfermeiro, exigindo novas atitudes,condutas e formas de pensar e ser.

Sendo assim,é preciso compreender o impacto que estes apresentam nocuidado, no sentido de

aprovar conhecimentos e produzirevidências que subsidiem sua aplicação. Surge anecessidade de

pesquisas que comprovem a efetividadedas intervenções atuais, tornando-as mais confiáveis

(PEDROLO, 2009).

Segundo Pedreira (2009, p. 880),

Realizar os cuidados certos, no momento certo, da maneira certa, para a pessoa certa, objetivando alcançar os melhores resultados possíveis, são princípios que fundamentam a qualidade da assistência e que direcionam a prática de enfermeiros que se esmeram em prestar uma assistência ética e respeitosa, baseada nas necessidades do paciente e da família, na excelência clínica e na melhor informação científica disponível.

A busca da informação assegura ao enfermeiroa atualização de conhecimentos, que ao ser

integrado na prática clínica cotidiana, contribuisignificativamente para a melhor compreensãodo

cuidado baseado em evidência e torna possível aexcelência da Enfermagem enquanto disciplina

eprofissão(SILVA; SILVA, 2010).

Nos dias de hoje, devido a diversas inovações na áreada saúde, a tomada de decisão dos

enfermeiros necessitaestar embasada em princípios científicos, a fim deselecionar a intervenção

mais adequada para a situaçãoespecífica de cuidado, já que existem diferençasentre esperar que

estes avanços tenham resultadospositivos e verdadeiramente saber se eles funcionam.

(PEDROLO, 2009)

Segundo Galvão e cols. (2002), o desenvolvimento de pesquisas na enfermagemé de

extrema importância, pois permite o desenvolvimento de um corpo deconhecimento próprio,

favorecendo a melhoria da assistênciade enfermagem prestada ao cliente/paciente, com base em

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conhecimento científico, enriquecimento doprofissional e da sua prática, bem como possibilita a

buscade soluções para os problemas vivenciados no cotidiano.

A prática da EnfermagemBaseada em Evidências (EBE) é incipiente, entretanto, acredita-

se em mudanças de paradigmas atravésdo exercício pleno pela busca da melhor evidência, pois a

Enfermagem enquanto profissãoinstitucionalizada busca direcionar o objeto desua prática – o

cuidado – em concordância com oconhecimento científico (SILVA; SILVA, 2010).

Caliri e Marziale (2000) afirmam que atualmente existe uma grande diversidade defontes

de informações de evidências para a práticaclínica de enfermagem, seja através de

revistasespecializadas online com acesso por assinatura ou sitesgratuitos mantidos por

instituições governamentais ouassociações. Alguns sites são muito úteis, poisalém das revisões

integrativas da literatura em temasespecíficos, fornecem exemplos de protocolos com baseem

evidências. Eles podem facilitar o trabalho do enfermeiro no desenvolvimento de pesquisas,

ensino ou na busca de formas para modificar sua prática, necessitando,portanto,de suaadequação

à realidade antes da efetivação eavaliação.

Em relação à revisão sistemáticana enfermagem, estudiosos afirmam que esse recurso é

importante para identificar os efeitos benéficos e nocivos de diferentesintervenções da prática

assistencial. Além de também poder estabelecer falhas do conhecimento e identificar áreasque

necessitam de pesquisas futuras na enfermagem, comimplicações para a assistência prestada.

Destacam,ainda, que a revisão sistemática é um recurso valioso deinformações para a tomada de

decisões (GALVÃO et al, 2004).

Percebe-se que mesmo diante destes avanços,ainda há necessidade de ampliar o

desenvolvimentoda pesquisa no âmbito da Enfermagem. Assim, a PBErepresenta a ligação entre

a pesquisa e a práticaprofissional como ferramenta para a capacitação einserção do profissional

no cotidiano de trabalho, umavez que permite o alcance e a validação deconhecimentos. Para

isso, o retorno dosresultados dos estudos é necessário à prática assistencial e que ostemas de

pesquisa sejam resultantes da necessidadedesta, de forma objetiva e aplicada ao seu cotidiano

(PEDROLO, 2009).

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2.4 IMPORTÂNCIA DA PESQUISA EM NEONATOLOGIA

A neonatologia é um campo recente que possui como foco o cuidado com orecém-nascido

trabalhando em torno do diagnóstico e o tratamento dosdistúrbios dos RN. É uma especialidade

recente e em constante desenvolvimento na área da saúde.Desempenha atividadesde assistência e

pesquisa clínica,sendo seu principal alvo a redução da mortalidadee morbidade

perinatais,buscando asobrevivência do RN nas melhores condições funcionais possíveis.

Moreira (2004) afirma que a melhora no perfil de sobrevida dos RN tem sido

constantenas últimas três décadas e diversos fatores têm colaborado para este fato. A inserção de

métodos de organização do sistema de saúde nas áreas obstétrica e neonatal, a

introduçãoprogressiva de novas tecnologias e práticas, além da construção de novos

conhecimentos exerceram um papel importante com reflexos nas taxas de mortalidade perinatal.

No entanto, algumas vezes a incorporação tecnológica foi realizada sem nenhuma crítica,

trazendo benefícios duvidosos e até mesmo efeitos nocivos.

Diversas pesquisascomprovam que os cuidadosintensivos neonatais têm reduzido os

índices demortalidade e morbidade neonatal, principalmentedos recém-nascidos de alto risco, os

quais se destacam osprematuros, os RNs com malformações congênitase os com doenças

cirúrgicas graves, graças à continuidade do avanço tecnológico, doaperfeiçoamentocontínuo de

intervenções terapêuticas clínicas e cirúrgicas, do aumento do númerode Unidades de Cuidados

Intensivos Neonatais(UCIN) e das equipes multidisciplinares capacitadase especializadas na

assistência ao recém-nascido (TRAGANTE et al, 2010).

Junto ao desenvolvimento tecnológico e científico, houve maior incidência de iatrogenia,

que pode ser definida como um evento indesejável, danoso ou prejudicial ao paciente, que

podeser consequência ou não de falha do profissional envolvido na assistência. Dentro das

iatrogenias,podemos citar: o uso de tratamento medicamentoso causando efeitos indesejáveis e

lesões neurológicas; a terapia com oxigênio, causando cegueira no RN; o uso indiscriminado de

antibióticos, que leva a uma queda da defesa do organismo contra as infecções; a punção venosa

de repetição, causando estímulos dolorosos; a manipulação excessiva, trazendo complicações

para o desenvolvimento do RN; e o ambiente ruidoso, ocasionando alterações fisiológicas e

comportamentais da criança (SÁ NETO; RODRIGUES, 2010).

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Muitas terapias utilizadas no período neonatal permanecem sem evidências que as

sustentam, ou porque na análise de uma série de artigos publicados não se alcance a identificação

de evidências fortes, ou porque elas realmente ainda não forammais bem estudadas. Nesses casos,

a escolha da prática de menor risco é a melhor estratégia, a qual é realizada a partir de estudos

metodologicamente mais fracos ou de consensos de especialistas(MOREIRA, 2004).

De acordo com Sá Neto e Rodrigues (2010), é fácil perceber a introdução de novas

tecnologias no cuidado neonatal, tornando necessária uma avaliação crítica-reflexiva acerca da

implantação desta tecnologia e suas implicações do ponto de vista ético, dos benefícios,

malefícios, limitações e adequações às necessidades do RN. Em relação ao impacto da tecnologia

na assistência neonatal, deve-se entender que o que define se uma tecnologia é boa ou ruim, se

ela desumaniza, despersonaliza ou justifica o cuidado, é a maneira a qual é utilizada pelos

profissionais, a sua intenção ou atitude diante das possíveis complicações e os prejuízos

relacionados ao seu uso.

A incorporação de atividades mais complexas que incluem métodos, procedimentos,

técnicas, equipamentos e outros instrumentos aplicados, de maneira sistemática, para resolver

problemas específicos dos cuidados cotidianos,solicitou refinamento das habilidades técnicas e

conhecimento. A introdução destas ações causou alterações nas práticas profissionais dos

responsáveis pela assistência ao recém-nascido. Para isso, é necessário um corpo de

conhecimento estabelecido com a finalidade de que as ações assistenciais sejam tomadas

baseadas em evidências científicas (ALMEIDA; KIMURA, 2003).

Costa e cols. (2010) afirmam que o conhecimento científico e a habilidade técnica são

fundamentais para o controle minucioso das funções vitais na tentativa de assegurar a

sobrevivência dos RNs de risco. Sendo assim, os autores dos estudos científicos destacam a

importância do acompanhamento e da atualização dos avanços terapêuticos e tecnológicos nesta

área. Além disso, apontam contribuições ao desenvolvimento dos padrões fisiológicos dos RNs

nas Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (UTINs), bem como ajudam na difusão e avaliação

de procedimentos e técnicas realizadas na prática cotidiana dos profissionais.

A realização de estudos permite que se faça uma avaliação crítica-reflexiva acerca da

adequação da tecnologia no cuidado aos recém-nascidos, e da possibilidade de adesão de medidas

e métodos que valorizem e respeitem a vida em toda sua perspectiva, proporcionando um cuidado

individualizado e personalizado ao RN e sua família (SÁ NETO; RODRIGUES, 2010).

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Sendo assim, Almeida e Kimura (2003) julgam de extrema importância compreender o

estado atual do conhecimento em relação à enfermagem neonatal que se caracteriza cada vez

mais como uma especialidade dentro da ciência da enfermagem mundial. A maioria das revisões

da literatura é produzida buscando como fonte os artigos publicados em periódicos indexados,

onde são encontrados vários assuntos, recentes e atualizados, desenvolvidos nos diversos

contextos e culturas relacionadas à pesquisa e à prática em enfermagem.

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3.

METODOLOGIA

3.1 TIPO DE PESQUISA

O presente trabalho trata-se de uma revisão integrativa, com abordagem quanti-

qualitativa. Segundo Souza e cols. (2010), a revisão integrativa é a mais ampla abordagem

metodológica referente às revisões, pois permite a inclusão de estudos experimentais e não-

experimentais para uma compreensão completa do fenômeno analisado. Além disso, combina

dados da literatura teórica e empírica, e introduz diversos propósitos: definição de conceitos,

revisão de teorias e evidências, e análise de problemas metodológicos de um tópico particular.

Este tipo de pesquisa se torna apropriada para este estudo pelo fato de não ser possível

percorrer todo o território brasileiro em busca de dados sobre as temáticas mais pesquisadas pelos

enfermeiros na área da neonatologia. Assim, a facilidade de obter resultados fica maior, sendo

realizada a busca pelos estudos publicados nas bases de dados.

“A revisão integrativa, nesse âmbito, em virtude de sua abordagem metodológica, permite

a inclusão de métodos diversos, que têm o potencial de desempenhar um importante papel na

prática baseada em evidênciasem enfermagem.” (SOUZA et al, p. 102, 2010)

Neste estudo, a revisão integrativa será usada para permitir a descrição do conteúdo

temático abordado nas publicações coletadas, bem como suas outras características, como ano e

tipo de publicação, base de dados e autores. Após a descrição, será possível analisar as

informações e obter resultados significativos.

Souza e cols. (2010) também dizem que este tipo de revisãodetermina o conhecimento

atual sobre uma temática específica, já que é conduzida de modo a identificar, analisar e sintetizar

resultados de estudos independentes sobre o mesmo assunto, e assim contribui para uma possível

repercussão que traz benefícios para melhorar a qualidade dos cuidados prestados ao paciente.

Para a construção da revisão integrativa é preciso percorrer seis etapas distintas:

Estabelecimento da hipótese ou questão de pesquisa; Amostragem ou busca na literatura;

Categorização dos estudos; Avaliação dos estudos incluídos na revisão; Interpretação dos

resultados; e Síntese do conhecimento ou apresentação da revisão (MENDES; SILVEIRA;

GALVÃO, 2008).

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3.2 COLETA DE DADOS

O período de coleta de dados foi realizado durante os meses de janeiro a março de 2014.

Destaca-se que foi utilizado “enfermagem neonatal” como descritor. Para organizar os artigos

encontrados foi usado um instrumento de coleta, no qual os artigos foram dispostos em ordem

numérica de acordo com a data de publicação, utilizando os seguintes tópicos: base, ano, autor,

tipo de publicação, título, temática e local. (APENDICE 7.1)

Para viabilizar o desenvolvimento deste estudo, foram utilizadas, como fonte de

informações, as seguintes bases de dados da Biblioteca Virtual da Saúde: LILACS (Literatura

Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), SCIELO (Scientific Eletronic Library

Online) e MEDLINE (Medical Literature and Retrieval System on line).

Os critérios de inclusão das referências foram os seguintes: artigos publicados em

português; artigos brasileiros; possuir recorte temporal entre os anos de 2009 a 2013 em virtude

de se analisar as temáticas recentes referentes à enfermagem neonatal; devem abordar sobre a

temática de enfermagem neonatal; e serem publicados na íntegra.

Os critérios de exclusão foram os artigos que possuem repetição nas bases de dados.

3.3 ASPECTOS ÉTICOS

Como não haverá envolvimento de seres humanos, não houve a necessidade de apreciação

do Comitê de Ética em Pesquisa.

3.4 ANÁLISE DOS DADOS

Os artigos foram quantificados e categorizados de acordo com seu ano de publicação,

local e suas temáticas. Após o levantamento de dados e leitura dos resumos é que foi possível

descrever quais foram as temáticas utilizadas nos artigos. Este procedimento teve por finalidade

auxiliar na organização, tabulação e análise dos dados.

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4.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O levantamento realizado identificou 347 artigosno período de 2009 a 2013, utilizando

apenas o descritor “enfermagem neonatal”. Deste total, foram excluídos:30artigos que não

estavam na íntegra, 39 porque não abordavam assunto relacionado à enfermagem neonatal, 8 por

não se tratar de artigo científico e 13 por falha no acesso. Verificou-se, ainda, haver publicações

indexadas em mais de um índice de referência, totalizando 200artigos distintos, conforme se

verifica no organograma abaixo:

267 LILACS

47 SCIELO

33 MEDLINE

Excluídos:

- 30 por não estarem na íntegra

- 57 por repetição nas bases de dados

- 39 por não tratar da temática

- 13 por falha no acesso

- 8 por não ser artigo científico (Teses, dissertações, nota prévias, etc)

Figura 1 - Diagrama de fluxo dos artigos analisados. Rio de Janeiro, 2014

A tabela 1 apresenta dados sobre a quantidade dos artigos encontrados em cada índice de

referência pesquisado:

347

200 Analisados

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Tabela 1 – Distribuição dos artigos segundo índice de referência. Período 2009-2013. Rio de janeiro, 2014.

ÍNDICE DE REFERÊNCIA N %

LILACS 146 73 SCIELO 34 17 MEDLINE 20 10

TOTAL 200 100

Observa-se que as referências identificadas no LILACS, que cadastra publicações da

América Latina e Caribe em língua portuguesa e espanhola, representam uma maior parcela, 147

(73%) publicações, quando comparadas com os demais índices de referência. Em contraposição,

a MEDLINE apresenta o menor número de publicações, 20 (10%), por se tratar de uma base de

dados bibliográficos dos Estados Unidos da América, apresenta a maioria de suas publicações no

idioma inglês.

Figura 2 - Distribuição das publicações por ano de publicação. Período de 2009-2013. Rio de Janeiro,

2014.

0

10

20

30

40

50

60

2009 2010 2011 2012 2013

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De acordo com o gráfico, é possível observar que houve um crescimento contínuo entre

os anos de 2009 (13%) à 2012 (25%), quase dobrando o número de publicações. Porém, no ano

de 2013 houve uma queda de 7% dessas publicações, comparando ao ano de 2012.

Tabela 2 - Distribuição das publicações, segundo local. Período de 2009-2013. Rio de Janeiro, 2014.

LOCAL DE PUBLICAÇÃO N %

São Paulo 53 26,5

Rio de Janeiro 37 18,5

Ceará 24 12

Paraná 20 10

Rio Grande do Sul 16 8

Santa Catarina 16 8

Bahia 8 4

Pernambuco 5 2,5

Rio Grande do Norte 4 2

Minas Gerais 4 2

Espírito Santo 3 1,5

Brasília 2 1

Goiás 2 1

Mato Grosso do Sul 1 0,5

Paraíba 1 0,5

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Mato Grosso 1 0,5

Maranhão 1 0,5

Piauí 1 0,5

Sergipe 1 0,5

TOTAL 200 100

No que diz respeito aos locais onde foram realizados os trabalhos, observamos que o

estado de São Paulo foi o que gerou mais artigos científicos (26,5%). Em seguida, Rio de

Janeiro com 18,5% e Ceará com 12% das publicações encontradas entre os anos de 2009 à 2013.

De acordo com a busca, verifica-se que das 27 unidades federativas, sendo 26 estados e

um distrito federal, houve pesquisa e divulgação de artigos em 18 estados brasileiros e no Distrito

Federal. Em relação às regiões, constata-se que a região sudeste foi a que mais apresentou

publicações, sendo seu percentual de 48,5%, seguida pela região sul, com 26%, e região nordeste,

com 22,5%. No recorte temporal, não houve nenhuma publicação na região norte, e apenas 3% na

região centro-oeste.

A seguir, na tabela 3 apresenta a abordagem metodológica utilizada nas produções.

Tabela3 - Distribuição das publicações segundo abordagem metodológica. Período 2009-2013. Rio de Janeiro, 2014.

ABORDAGEM N %

Qualitativa 112 56

Quantitativa 80 40

Quanti-qualitativa 8 4

TOTAL 200 100

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Há uma maior frequência de artigos nos quais foram utilizados a abordagem qualitativa,

112 (56%) publicações, quando comparada com os demais tipos de abordagens, quantitativa

(40%) e quanti-qualitativa (4%).

Os conteúdos temáticos das publicações analisadas estão apresentados natabela a seguir.

Tabela 4 - Distribuição das publicações por conteúdo temático. Período de 2009-2013. Rio de

Janeiro,2014.

CONTEÚDO TEMÁTICO N %

Processo de assistência de enfermagem ao RN 30 15

Sentimentos dos pais em relação ao filho na UTIN 27 13,5

Fisiopatologia e quadro clínico neonatal 23 11,5

Dor no RN 18 9

Fatores maternos/perinatais e saúde do RN 14 7

RN no domicílio egresso da UTIN 14 7

Experiência dosenfermeiros no cuidado ao RN 12 6

Educação em saúde à família do RN 10 5

Perfil e competência/conhecimento profissional do enfermeiro 9 4,5

Presença/relação dos pais na UTIN 9 4,5

Ruídos na UTIN 8 4

Tecnologia e educação profissional 6 3

Evolução da assistência perinatal/neonatal 5 2,5

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Vivência da morte do RN na UTIN 5 2,5

Humanização do cuidado 4 2

Nutrição neonatal 2 1

Eventos adversos 2 1

Saúde do trabalhador 1 0,5

Qualidade assistencial 1 0,5

TOTAL 200 100

Processo de assistência de enfermagem ao RN

Este conteúdo temático compõe o maior número de artigos científicos publicados sobre

enfermagem neonatal selecionados neste trabalho – 30 (15%). As temáticas identificadas nos

artigos que integram esse conteúdo temático são: Diagnóstico de enfermagem, Intervenções,

Assistência de enfermagem dispendida e requerida pelos recém-nascidos, Processo de trabalho,

Demanda e controle do trabalho, Integralidade do cuidado, Técnica de lavagem das mãos,

Avaliação da saúde de neonatos, Prevenção de complicações, Cuidado com a pele do RN

prematuro, Critérios adotados para escolha de veias periféricas para punção venosa, Medidas de

prevenção e controle das infecções, Qualidade da realização e registro do balanço hídrico,

Estratégias utilizadas para incentivar e promover o aleitamento materno, Qualidade das

prescrições de enfermagem, Inserção e manutenção do PICC (Cateter Central de Inserção

Periférica), Dificuldades e contribuições da sistematização da assistência de enfermagem na visão

de enfermeiros, e Preparo e administração de medicamento.

Segundo Marques e Melo (2011), na assistência a recém-nascidos de alto risco observa-se

que a disponibilidade de recursos considerados essenciais pelo senso comum, tais como estrutura

física de acordo com padrões técnicos, material permanente e de consumo em quantidade e

qualidade adequadas e, uma equipe treinada e atualizada, não são suficientes para garantir a

qualidade do cuidado prestado. Há componentes relacionados aos processos de trabalho, não

identificados claramente no percorrer do dia-a-dia, que interferem de fato no produto final do

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trabalho em saúde, o cuidado. Um algo mais que agrega tanto o componente técnico como as

(inter) relações que se estabelecem na organização do processo de trabalho e que, se não

compromete a qualidade da assistência, pelo menos afeta sua efetividade.

A metodologia da assistência de enfermagem promove conhecimento científico

específico, que pode ter na sistematização da assistência de enfermagem a autonomia necessária

para desenvolver um trabalho consciente, eficiente e gratificante do ponto de vista de resultados

positivos na assistência prestada. O enfermeiro precisa adquirir competência na identificação dos

fatores de risco quando existem potenciais problemas. É necessário o conhecimento, além do

raciocínio rápido e lógico, para a associação dos sinais e sintomas com as possíveis causas. A

melhoria da qualidade na assistência de enfermagem configura a necessidade de revisar e

modificar a prática e o papel do profissional de enfermagem no sentido de imprimir nova

característica à sua atuação, garantindo o reconhecimento profissional (MOREIRA et al, 2012).

Geralmente, nas UTINs os procedimentos de terapêutica e diagnóstico são muito

valorizados, o que acaba diminuindo outras possibilidades de cuidados. Porém, torna-se

desafiador pensar que cuidar no sentido da integralidade vai além da necessidade de prolongar a

vida, mas inclui considerar que o recém-nascido precisa criar e fortalecer vínculos e adquirir

autonomia para levar a vida (DUARTE et al, 2009).

Moreira e cols. (2012) dizem que como prestador direto do cuidado ao paciente, o

enfermeiro apresenta a busca pela qualidade da sua prática, por meio, dentre outros, da visão

global da assistência, com identificação dos riscos e eventuais problemas e implementação de

ações preventivas e corretivas. É preciso preencher lacunas ainda existentes no serviço de

enfermagem na UTIN do estudo com vistas a colaborar para a assistência organizada e

humanizada, com a individualização do cuidado, o planejamento das ações e a geração de

conhecimento a partir da prática de enfermagem.

O volume de pesquisas realizadas e publicadas que compõe este conteúdo temático aponta

o interesse de profissionais com a prática da enfermagem neonatal e com os detalhes que a

integram. A responsabilidade do enfermeiro na assistência ao recém-nascido provoca indagações

de como essa prática está sendo realizada e como pode ser mudada com evidências científicas.

Esses artigos mostram a evolução da assistência aos recém-nascidos e, especialmente, aos

prematuros. Ao se dedicar e se aprofundar nesses estudos, o enfermeiro se torna capaz de

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melhorar o processo clínico-assistencial, e assim fazer o julgamento e tomar a decisão que

ofereça um melhor resultado.

Sentimentos dos pais em relação ao filho na UTIN

27 (13,5%) dos artigos compuseram esse conteúdo temático.Esses artigos referem-se a:

Hospitalização do RN; Primeira visita ao filho internado; Sentimento do tocar o filho prematuro;

Sentimentos vivenciados diante da cirurgia neonatal; Experiências com intervenções invasivas;

Vivência em relação à complicações no parto; Vivência sobre a assistência recebida; Satisfação

sobre o cuidado e orientações oferecidos pela equipe; Percepção sobre a vivência de uma

programa de educação em saúde; Percepção sobre a comunicação com a equipe; Adaptação com

o método da mãe canguru; Vivência da amamentação; e Significado para a mãe do ato de

alimentar seu filho através do uso do copinho.

A grande quantidade de pesquisas relacionadas a este tema é uma novidade quando se

compara com as publicações mais antigas. Com isso, é possível perceber como está sendo a

importância que os enfermeiros estão dando aos sentimentos, vivências e experiências dos pais,

principalmente das mães, que têm seus filhos recém-nascidos internados em uma unidade de

terapia intensiva. O despertamento de que a assistência ao RN deve ser estendida à sua família

está cada vez mais profundo (ALMEIDA; KIMURA, 2003).

A hospitalização do filho é uma condição que gera danos emocionais para toda a família,

principalmente para os pais. Apesar de conscientes de que o filho possa nascer e precisar de

cuidados intensivos, os pais têm a esperança de que irão nascer saudáveis e que permanecerá

junto aos pais em todo o momento. Quando isso não acontece e os pais se deparam com a

situação da internação na UTIN e são surpreendidos por uma realidade que não esperavam

(SCHMIDT et al, 2012).

A internação do recém-nascido prematuro na UTIN pode provocar desestruturação do

núcleo familiar, por ser um acontecimento inesperado na vida de uma família. Mesmo quando é

permitida a aproximação dos pais ao filho internado, há diferentes reações perante a situação

vivenciada. Algumas mães parecem se entregar completamente ao filho, mantendo um intenso

envolvimento. No entanto, a maioria desenvolve um processo mais lento, expresso por

insegurança, medo, tristeza, ansiedade, sentimento de culpa e, por vezes, de rejeição,

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desencadeado pelo risco da morte do filho e pela perda do bebê imaginário, idealizado até o

momento do parto (MELO; SOUZA; PAULA, 2012).

Além do processo de internação, ainda podem surgir outros fatores que debilitam ainda

mais essa experiência para os pais, como cirurgias, intervenções invasivas, complicações, entre

outras. Diante disso, a responsabilidade do profissional cresce ao tornar os pais participantes no

cuidado ao bebê e nas decisões que deverão ser tomadas, além de passar confiança e segurança

para estes indivíduos.

Reis e Santos (2011) afirmam que graças a transformações na neonatologia, o perfil de

atenção em unidades especializadas de atendimento materno-infantil tem sido modificado. No

cotidiano assistencial da enfermagem, pode-se observar contatos cada vez mais precoces com

mulheres e familiares de crianças com diagnósticos de malformações que requerem intervenções

cirúrgicas. Uma cirurgia na vida neonatal requer suporte em UTIN, o que demanda maior

desgaste emocional da mulher, que convive com inúmeras incertezas sobre a saúde e a

(im)possibilidade de sobrevivência do bebê. Apesar da importância desta temática, o estresse de

pais de RN cirúrgicos internados em UTIN é um campo de estudo pouco explorado.

Fisiopatologia e quadro clínico neonatal

Neste conteúdo temáticos incluíram-se 11,5% dos artigos. As temáticas que fizeram parte

deste conteúdo foram: Epidemiologia, Patologias, Prevalência e fatores associados à

complicações, Avaliação de fatores e sinais de doenças, Incidência de reinternação e fatores

associados, Importância do sono para o crescimento e desenvolvimento do RN, Sepse neonatal,

Lesões de pele (características, incidência e prevalência), Respostas fisiológicas e

comportamentais do RN, Perfil epidemiológico da mortalidade neonatal, Prevalência de

malformações congênitas, Morbimortalidade de RNs internados e associação das variáveis,

Fatores associados à infecção pelo uso do PICC, Manipulação a que são submetidos os

prematuros, Classificação do RN segundo a complexidade assistencial e Perfil de morbidade de

crianças em condições de riscos.

De acordo com Magalhães e cols. (2011), em uma UTIN são internados os recém-

nascidos prematuros extremos, os que possuem alterações cardíacas e respiratórias, com

instabilidade hemodinâmica, malformações congênitas e todos aqueles que necessitam de

cuidados intensivos de uma equipe multiprofissional durante as vinte e quatro horas do dia. Na

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tentativa de melhorar seu estado clínico e auxiliá-lo a viver, o neonato internado na UTIN

receberá cuidados urgentes, fazendo com que muitas vezes seja intubado, ventilado e perfurado

durante um longo período.

O período neonatal trata-se de um período de adaptações anatômicas e fisiológicas para o

recém-nascido. A imaturidade do sistema imunológico, a prematuridade e o baixo peso são

fatores que predispõe à infecções no RN. O conhecimento da equipe de enfermagem em relação

aos meios de transmissão de infecções auxilia na identificação de neonatos internados com

maiores riscos (TOMAZ et al, 2011).

Diversas são as doenças e complicações que acometem os recém-nascidos, sendo

anomalias congênitas ou não. O estudo da fisiopatologia é importante para a tomada de decisão

de diversos cuidados, bem como a importância de intervenções necessárias. Explorar os fatores

causadores de perturbações no quadro clínico do RN é imprescindível para uma boa atuação da

enfermagem e um desenvolvimento de qualidade da criança.

Dor no RN

Neste conteúdo incluiu-se 9% dos artigos encontrados. Dentro da temática, os assuntos

tratados nas publicações são:Identificação e avaliação da dor pela equipe de enfermagem,

Cuidados oferecidos em procedimentos dolorosos, Implementação de medidas para o alívio da

dor, Parâmetros utilizados para avaliação e intervenções, Intensidade da dor durante coleta de

sangue arterial, Percepção dos enfermeiros sobre a dor no RN, Importância e dificuldade do uso

das escalas de dor, Procedimentos considerados dolorosos pela equipe.

Apesar deste tema poder ser incluso na temática sobre fisiologia do RN, houve a

necessidade de se destacar a evolução da pesquisa em relação à dor no recém-nascido. Ao se

deparar com este resultado, visto que em publicações mais antigas esse tema não era discutido

como é hoje, nota-se o interesse dos enfermeiros em se aprofundar na temática, e sua

preocupação em entender mais sobre esse evento (ALMEIDA; KIMURA, 2003).

Silva, Chaves e Cardoso (2009) afirmam que acredita-se que todos os RNs que se

encontram internados na UTIN recebam, em média, cerca de 50 a 150 procedimentos

potencialmente dolorosos e que em RNs com menos de 1.000 gramas esse número chega a 500

ao longo de sua internação. No momento atual, uma atenção especial à dor e a busca de meios

para diminui-la e até evitá-la podem ser um passo importante para a melhoria da qualidade de

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vida do RN internado em UTIN. Almejando uma atenção mais humanizada durante os

procedimentos dolorosos, pode-se passar a intervir de forma vigorosa, de modo a atenuar esse

sofrimento, minimizando as consequências da dor.

Crescêncio e cols (2009) dizem que os profissionais de saúde reconhecem que os recém-

nascidos, principalmente os prematuros, estão expostos a diversos eventos estressantes, incluindo

a dor. Para o alívio deste fator, o enfermeiro precisa de instrumentos que “decodifiquem” a

linguagem da dor, para isso, usam as escalas. Os procedimento de alívio da dor são essenciais

para o cuidado e suporte aos neonatos, e são várias as intervenções que podem ser utilizadas,

farmacológicas e não-farmacológicas.

Há muitas discussões e controvérsias a respeito dos métodos para o alívio da dor no RN.

E apesar dos avanços, ainda há dificuldade e falta de conhecimento por parte dos profissionais,

distanciando a prática desses recursos terapêuticos. Ainda se vê muito a falta do preparo do

profissional de saúde em aliviar a dor e o sofrimento do paciente. Portanto torna-se necessário a

pesquisa e o estudo a respeito dessa temática, além da inclusão dos resultados dessas pesquisas na

assistência de enfermagem.

Fatores maternos/perinatais e saúde do RN

Este conteúdo temático é composto por 7% dos artigos. É composto pelas seguintes

temáticas: Fatores maternos e perinatais que repercutem na saúde do neonato, Resultados dos

partos domiciliares, Complicações associadas às gestações múltiplas, Características

sociodemográficas e obstétricas, Práticas obstétricas, Resultados de métodos não farmacológicos

para o alívio da dor durante o trabalho de parto, Fatores de risco para baixo peso ao nascimento,

Dimensões sociais que potencializam e/ou interferem com a amamentação, Inter-relações

geracionais que interferem no cuidado do coto umbilical do RN; Perfil assistencial dos partos

normais atendidos por enfermeiras e médicos, as similaridades e as diferenças nos resultados

maternos e neonatais; Uso da episiotomia e sua associação com as alterações maternas e

neonatais, Influência de variáveis sociodemográficas e Resultados perinatais de gestantes

adolescentes e em idade tardia.

Segundo Salge e cols (2009), as causas perinatais são as principais causas de mortalidade

infantil no país. O nascimento prematuro está associado a 75% da mortalidade neonatal e

representa a causa mais frequente de morbidade neonatal, podendo estar relacionada a alguns

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fatores de risco demográficos e obstétricos, tais como: idade materna menor que 21 ou maior que

36 anos, baixo nível socioeconômico, antecedente de parto pré-termo, estatura materna inferior a

1,52 m, gestação gemelar, sangramento vaginal no 2º trimestre, amadurecimento cervical e

aumento da atividade uterina antes da 29ª semana de gestação.

Gravena e cols. (2013) afirmam que a gravidez na adolescência, especialmente na

adolescência precoce (menores de 15 anos), requer especial atenção para possíveis consequências

prejudiciais à saúde materna e fetal. Estão relacionados à gravidez precoce, os riscos aumentados

ao recém-nascido de baixo peso ao nascer, deficiências de micronutrientes e restrição do

crescimento intrauterino, levando a alterações na evolução dessa gestação e no crescimento fetal,

o que pode resultar também em parto prematuro. Já nas mulheres com gestação tardia, têm sido

observados mais abortamentos espontâneos e induzidos, maior risco para mortalidade perinatal,

baixa vitalidade do recém- nascido, baixo peso ao nascer, parto pré-termo e fetos pequenos para

idade gestacional.

Avanços na assistência perinatal têm melhorado muito a sobrevida dos recém-nascidos.

Porém, a prematuridade continua sendo a principal causa de morbidade e mortalidade neonatal,

representando um dos maiores desafios para o fornecimento de uma assistência profissional de

qualidade. Portanto, a identificação das alterações maternas, fetais e neonatais é de fundamental

importância para o planejamento de ações de prevenção e de melhoria da qualidade da assistência

de enfermagem prestada às gestantes no pré-natal, parto e puerpério, bem como ao RN prematuro

durante todo o período neonatal.

RN no domicílio egresso da UTIN

Foram identificadas 7% das publicações, cujas temáticas abordam: Suporte materno para

o cuidado com RN prematuro, Crescimento da criança prematura, Interação da família com o RN

prematuro após a alta hospitalar, Acompanhamento do cuidado, Percepções dos familiares, Rede

e apoio social de famílias; Características das famílias e RNs que receberam visita domiciliar,

problemas encontrados e intervenções realizadas; Vivência da enfermeira domiciliar no cuidado

transpessoal às famílias, Percepção da mãe sobre a alta hospitalar e o cuidado do RN prematuro

no domicílio, e Variáveis maternas e neonatais associadas ao início do aleitamento materno

exclusivo após a alta hospitalar.

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A criança enquanto encontra-se na unidade de terapia intensiva é assistida por um equipe

interdisciplinar, onde recebe todo o cuidado necessário, através de um forte aparato tecnológico e

farmacológico, além de profissionais que possuem conhecimento para atender sua demanda de

cuidados. Porém, com a recuperação, a criança recebe alta para o domicílio com diversas

recomendações e prescrições de medicamentos, os quais requerem da família instrumentos para

sua implementação, além dos cuidados pertencentes a qualquer recém-nascido (Moraes e Cabral,

2004).

Apesar da mudança de ambiente, o RN continua necessitando de cuidados, os quais

muitas vezes a família não tem o pleno conhecimento para executar. Além disso, com a

internação e a falta de proximidade do bebê com a família, a criação do vínculo se torna mais

difícil e os pais, diversas vezes, não conseguem lidar com certos problemas que surgem, inclusive

com o aleitamento materno. Para isso, torna-se necessário o acompanhamento desta família após

a alta hospitalar e o suporte para os pais até a adaptação completa dos mesmos e do bebê.

De acordo com Vieira e Mello (2009), a continuidade da atenção da criança deve ser

incrementada, visando o seguimento e o suporte adequado ao egresso das UTINs e suas famílias,

pois o cuidado não deve se limitar ao momento de hospitalização, mas sim ser ampliado para o

extra-hospitalar que objetivará a sobrevida desses bebês com qualidade.

Experiência dos enfermeiros no cuidado ao RN

Compõe este conteúdo temático 6% das publicações encontradas. Este conteúdo agrupa as

questões sobre: Experiências, Significado de realizar o cuidado, Significados da prática de terapia

IV, Vivência do cuidado na presença dos pais, Significado do toque, Imaginário em relação aos

pais, Construção/desenvolvimento da relação mãe/recém-nascido, Desafios e estratégias.

Segundo Merighi e cols. (2011), a enfermeira assume papel importante no contexto da

UTIN, pois desenvolve trabalhos colaborativos com o médico nas estratégias e decisões, presta

cuidados diretos ao neonato e dá suporte para sua família. No entanto, são muitas as dificuldades

que a enfermeira enfrenta no que se refere à interação, especialmente em relação às necessidades

de os pais do recém-nascido exporem seus sentimentos. Em virtude das características desses

locais, as enfermeiras e demais profissionais de saúde que ali desenvolvem suas atividades se

encontram quase sempremuito envolvidos em procedimentos de alta complexidade. Nesse

sentido, as relações interpessoais podem ser comprometidas.

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As UTINs, em geral, possuem uma rotina rodeada de incertezas, instabilidade,

imediatismo evariabilidade, podendo ser geradoras de estresse aos profissionais. Ao mesmo

tempo exigem a atuação de profissionais comprometidos e capacitados, conciliando a

competência, agilidade e destreza técnica com sensibilidade a perceber as necessidades

individuais de cada neonato. A equipe na UTIN, especialmente enfermeiros, lida com situações

emocionais difíceis. A fragilidade e sofrimento de um bebê prematuro extremo, a morte,

sentimentos de ansiedade e insegurança por parte dos familiares são constantes em seu cotidiano

profissional. Estes fatores são acompanhados, muitas vezes, por intercorrências que requerem,

simultaneamente, habilidade técnica, conhecimentos específicos e atualizados, agilidade,

sensibilidade e que podem, desta forma, gerar nestes trabalhadores estresse tanto físico como

mental (KLOCK; ERDMANN, 2012).

Educação em saúde à família do RN

Abrangendo 5% dos artigos, esta temática agrupa conteúdos acerca de: Necessidade da

educação, Procedimentos e estratégias empregados para o preparo do familiar para a alta

hospitalar, Orientações oferecidas às famílias na percepção dos enfermeiros, Percepção dos

profissionais e pais em relação ao planejamento e efetivação da alta do RN, Orientações e

práticas junto aos cuidadores de crianças com estomas para o autocuidado e cuidado para a alta

hospitalar,e Ambiente digital de aprendizagem sob a perspectiva do usuário.

Devido a internação do neonato na unidade neonatal, há um separação precoce do

binômio mãe-bebê. Com a impossibilidade dos pais ter o livre acesso a seu bebê, eles sofrem e

ocorre a dificuldade da formação e do fortalecimento dos laços afetivos, o que é fundamental

para ambos. Sendo assim, é incentivada a entrada precoce da mãe nas unidades neonatais e sua

participação nos cuidados do filho, para que depois da alta, a mãe não tenha tanta dificuldade ao

realizar esses cuidados.

Nietsche e cols. (2012) afirmam que apesar da atenção neonatal experimentar, atualmente,

importantes avanços com a incorporação de novas tecnologias, ainda persiste a dificuldade na

implementação de ações de educação em saúde que garantam a continuidade da assistência ao

RN no domicílio, provocando fragmentação na atenção à saúde. Durante o período de internação,

com frequência, o RN desenvolve patologias associadas aos procedimentos realizados em prol de

sua sobrevivência, o que, muitas vezes, repercute em seu desenvolvimento futuro. Sendo assim,

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não basta oferecer acompanhamento rigoroso apenas durante sua permanência na unidade

intensiva, mas também é fundamental acompanhá-lo na alta para unidades de cuidado

intermediário, baixa complexidade e domicílio. A orientação no momento da alta consiste em um elemento principal e deve envolver

alguns temas de destaque sobre a saúde do bebê e possíveis situações no ambiente domiciliar.

Além disso, os pais desejam nesse momento receber informações úteis a seu filho e que reportem

dados da condição de saúde dele. É importante que a linguagem est eja no nível cultural de cada

família, respeitando as característica e necessidades individuais, para que haja uma compreensão

por parte destes familiares. Estas orientações podem ser oferecidas através de materiais didáticos,

ao quais podem modificar a prática de educação em saúde e auxiliar as famílias na compreensão

de informações importantes (CHIODI et al, 2012).

A alta da UTIN é considerada algo crítico, que exerce grande influência na integralidade e

continuidade do cuidado, pois alguns pais apresentam dúvidas e inseguranças em relação aos

cuidados básicos com o(a) filho(a) e quanto à possibilidade de necessitarem, temporária ou

permanentemente, de cuidados especiais e de suporte tecnológico domiciliar. Portanto, o

planejamento do processo de alta hospitalar pelos profissionais de saúde e o acesso às

informações sobre a continuidade da assistência no domicílio pelos pais é determinante à

qualidade do cuidado prestado ao RN. Entretanto, as ações de educação em saúde nesse processo

geralmente são feitas às vésperas do bebê ir para casa, quando acontecem, gerando ansiedade e

dúvidas (NIETSCHE et al, 2012).

A educação em saúde à família do RN, não só na alta, mas durante a hospitalização, é

importante para que os pais se sintam seguros em casa e possam compreender o crescimento de

seus filhos, bem como a importância do acompanhamento. A equipe deve conhecer a necessidade

de cada família e oferecer o empoderamento no cuidado de seu próprio filho.

Perfil e competência/conhecimento profissional do enfermeiro

Esse conteúdofoi composto por 4,5% das publicações. Estes artigos relatam de

conhecimentos sobre: Controle de infecção, Técnica de inserção do PICC, Uso de CPAP, Uso de

sonda orogástrica; Desenvolvimento infantil, fatores de risco e mecanismos de proteção;

Conhecimento e prática, Conhecimento após ações educativas, Percepção teórica acerca da

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triagem neonatal e Competência requeridas/desenvolvidas nas atividades em articulação com a

saúde.

Silva e cols. (2010) destacam que os enfermeiros por serem profissionais de nível superior

e, por sua vez, possuírem maiores responsabilidades quanto ao cuidado desempenhado aos RN

nas unidades neonatais, precisam estar atentos aos avanços técnico-científicos e reconhecerem

que a diversificação de suas atividades exige que se atualizem, se desenvolvam e contribuam para

a especialização, o ensino e a atualização da equipe e de profissionais afins na área de assistência

ao RN grave.

A morbidade dos recém-nascidos de risco pode ser diminuída ou amenizada

consideravelmente pela intervenção precoce. Para isso, uma ação adequada dos enfermeiros

implica, entre outros aspectos: (a) dominar conceitos básicos sobre o desenvolvimento de bebês

em situação de risco, especialmente os nascidos prematuros e com baixo peso (menos que 2.500

g ao nascimento); (b) conhecer os fatores de risco e os mecanismos de proteção ao

desenvolvimento do bebê; e (c) ser capaz de perceber e propor mudanças nas rotinas e nos

procedimentos da UTIN que minimizem os impactos da internação no desenvolvimento do

neonato. A compreensão desses aspectos pode permitir ao profissional atuar preventivamente

naquelas situações de potencial risco, minimizando os possíveis efeitos negativos no

desenvolvimento do bebê (RAMOS et al, 2010).

Segundo Belo e cols. (2012), com o avanço da tecnologia, a sobrevida de neonatos com

idade gestacional e peso de nascimento cada vez menores tem aumentado. Com isso, torna-se

necessário uma equipe altamente especializada que tenha conhecimento técnico-científico para

prestar uma assistência de qualidade a essa clientela diferenciada.

Presença/relação dos pais na UTIN

Com 4,5% dos artigos encontrados, este conteúdo temático traz discussões acerca dos

seguintes temas: Motivo da permanência da mãe, Relação da mãe com a equipe, Cuidado às

mães, Processo de comunicação entre a equipe e a família, Presença da família na UTIN;

Acolhimento aos pais na percepção da equipe e Elaboração de estratégias para a relação

profissionais/familiares.

Frello e Carraro (2012) dizem que a internação de um filho em uma UTIN é uma

experiência delicada e desafiadora para as mães e suas famílias. As relações estabelecidas com a

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equipe de saúde, especificamente a enfermagem que permanece todo o tempo junto do neonato,

influencia na vivência da mulher junto ao seu bebê fato que destaca a importância de se refletir

sobre as relações interpessoais em uma UTIN.

Durante a internação, os pais acabam passando muito tempo na unidade, sendo muito

significativa uma relação próxima com a enfermeira do setor. O profissional vivencia essa

intimidade extremamente necessária para uma relação de confiança. Nessa relação entre

enfermeira-mãe-RN, os pontos importantes são: a presença autêntica, a escuta atentiva, o estar

com a mãe, o diálogo e a educação em saúde.

A comunicação na enfermagem é indispensável, pois a compreensão de mensagens

emitidas pode fazer grande diferença quando se procura estabelecer relação terapêutica. Assim, o

cuidado centrado na família permite que se estabeleça um cuidado individualizado, fazendo com

que mãe e pai se sintam mais seguros, diminuindo a ansiedade ao estabelecer uma relação

terapêutica com a equipe de enfermagem (FRELLO; CARRARO, 2012)

Ruídos na UTIN

Esse conteúdo temático abrange 4% das publicações, os quais tratam sobre: Impacto de

um programa participativo na redução do ruído, Fatores causadores e mensuração, Nível de

pressão sonora e suas fontes, Conhecimento e percepção de profissionais sobre as repercussões

de ruído e Repercussões do ruído sobre as mães e RNs.

Ao mesmo tempo que os avanços tecnológicos aumentaram a sobrevida dos recém-

nascidos, especialmente os prematuros, eles também aumentaram a permanência dos RNs dentro

na UTIN, na qual estão vários aparelhos que produzem sons, como incubadoras, bombas de

infusão e ventiladores mecânicos, os quais se misturam às vozes da equipe e visitantes.

De acordo com Cardoso e cols. (2010), estudos indicam que um dos graves problemas da

UTIN é o ambiente com níveis sonoros altos, que compromete o desenvolvimento e crescimento,

em particular nos RN prematuros, extremamente sensíveis ao lugar. Os ruídos do ambiente são

agravantes para o RN. A verificação do nível de ruídos dentro da unidade é uma preocupação por

parte dos profissionais envolvidos em melhorar a qualidade da assistência neonatal.

Peixoto e cols. (2011) afirmam que os efeitos deletérios do ruído observados entre os

prematuros são: apneia, lesão da cóclea, perda da audição e distúrbio do sono, que por sua vez

provoca agitação e irritabilidade, aumento do choro e da pressão intracraniana, predispondo o

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recém-nascido à hemorragia intraventricular. O aumento do consumo de oxigênio e da frequência

cardíaca resulta em consumo maior de energia e retardo no ganho de peso do bebê, prolongando

o período de hospitalização.

Minimizar os riscos para os RN envolve o uso de intervenções capazes de reduzir os

níveis sonoros. São etapas fundamentais no planejamento edirecionamento destas intervenções

conhecer quais as fontes de ruído presentes nas unidades e suas respectivas contribuições para

estes níveis. Para saber a contribuição de cada uma das fontes, além de identificá-las através da

sua associação com os eventos sonoros, é preciso também que estes eventos sejam relacionados

aos valores dos níveis sonoros correspondentes (NOGUEIRA; RAMOS; PEIXOTO, 2011).

O controle do ruído pode constituir-se em difícil tarefa para o enfermeiro, uma vez que os

ruídos em UTIN são, em grande parte, gerados pelas atividades assistenciais e conduta dos

profissionais. O ruído é considerado como um dos importantes fatores de estresse para o neonato

e os profissionais da UTIN. E existe relação entre o níveis de pressão sonora do interior da

incubadora e o do ambiente da UTIN. Assim, conhecendo-se, concomitantemente, o perfil

acústico desses dois ambientes, será possível o desenvolvimento de medidas mais especificas

para o manejo ambiental do ruído (PINHEIRO et al, 2011).

Tecnologia e educação profissional

Foram identificados 3% dos artigos, cujas temáticas abordam: Processo de

desenvolvimento de tecnologias educacionais e software educacional, Educação continuada,

Avaliação de um objeto virtual de aprendizagem e Opiniões acerca do software educacional.

A busca por aprimoramento científico é imprescindível, objetivando avanços no ensino e

na capacitação, pois o mercado de trabalho exige conhecimento para atuar na sistematização da

assistência de enfermagem. O ensino em enfermagem neonatal pode ser beneficiada pela

tecnologia, auxiliando na formação de enfermeiros competentes no processo de enfermagem,

contribuindo para a melhoria da assistência prestada ao recém-nascido pré-termo e sua família

(GÓES et al, 2011).

Godinho (2009) diz que a descoberta, o avanço científico na área da saúde e a criação de

ambientes altamente tecnológicos, como a UTIN, produzem espaços para a concepção de novos

conhecimentos, gerando a necessidade do aprendizado ao longo da carreira do profissional. A

introdução da tecnologia requer a necessidade de capacitação da equipe. É este fato que

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transforma o ambiente de trabalho em um local de aprendizado contínuo. A necessidade da

educação não se faz somente pela qualidade dos cuidados prestados, mas também está

relacionada à diminuição dos gastos e da redução das taxas de infecção.

Além da formação de novos enfermeiros, a educação também é importante para o

profissional já formado e atuante, pois com o surgimento de novas tecnologias e mudanças na

neonatologia, é imprescindível o profissional de saúde atualizar seu conhecimento e estar sempre

em contato com novas técnicas. A educação permanente e continuada deve ser um processo

constante nas unidades hospitalares, para que o enfermeiro possa manter a assistência de

qualidade aos recém-nascidos.

A educação continuada ou permanente em terapia intensiva é uma estratégia fundamental

para se alcançar de forma eficaz os resultados esperados, garantindo a qualidade da assistência,

assim como o melhor uso dos avanços tecnológicos inseridos na unidade. De acordo com os

estudos sobre a educação continuada, pode-se perceber que esta estratégia é vastamente utilizada

no cotidiano de unidades de cuidados intensivos (GODINHO, 2009).

Evolução da assistência perinatal/neonatal

Com 2,5% das publicações, este conteúdo temático trata de: Impacto da tecnologia no

processo de cuidar, Cuidado para a prevenção do tétano do RN, História das transformações das

práticas de cuidado ao RN e sua família, eExpansão do uso do PICC em unidades neonatais e

pediátricas para outras unidades de internação.

Segundo Costa e Padilha (2012), ao longo do tempo, a assistência ao recém-nascido

passou por inúmeras transformações, sendo que a introdução de modernas unidades neonatais

contribuiu de maneira significantepara a redução da morbimortalidade neonatal, e o advento de

novas tecnologias ampliou a complexidade e abrangência do cuidado. Nos últimos anos,

ocorreram grandes avanços científicos e tecnológicos, que proporcionaram diversas mudanças

nas práticas de cuidado em UTINs no Brasil, de certa forma acompanhando a tendência mundial.

Ao se referir à tecnologia, as máquinas e os equipamentos são associados. Com a

preocupação do enfermeiro em entender e se dedicar às novas técnicas, o recém-nascido dentro

da incubadora pode ter um valor mais artificial, e menos humano. Ao mesmo tempo que a

tecnologia traz benefícios, ela também agride, de certa maneira, a saúde do recém-nascido,

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devido às técnicas e procedimentos invasivos aos quais estes pacientes são submetidos. Com a

UTIN repleta de máquinas é comum a tecnologia imperar nas relações, desvalorizando o cuidado.

A fim debuscar a melhora das interações entre os sujeitos na assistência, articulando

avanços tecnológicos com relacionais, é necessário apropriar uma concepção mais abrangente de

tecnologia. Dentro das situações tecnológicas, no ambiente de atenção à saúde, além de uma

tecnologia dura: de máquinas, aparelhos e instrumentos, necessários para as atividades

assistenciais, podemos notar a existência de uma tecnologia leve, ou seja, uma tecnologia de

relações humanas. Esta última está baseada numa abordagem assistencial de um trabalho vivo em

ato, em um processo de relações, um encontro entre pessoas que atuam e se influenciam

mutuamente num espaço intersubjetivo, onde existem momentos interessantes de falas, escuta e

interpretações, nos quais há a produção de uma responsabilização em torno de um problema que

vai ser enfrentado; momentos de confiabilidade e esperança nos quais se produzem relações de

vínculo e aceitação (SILVA; SILVA; CHRISTOFFEL, 2009).

Vivência da morte do RN na UTIN

2,5% das publicações que integram este conteúdo temático abordam: Percepção e

experiência do profissional, Significado de cuidar de RNs sem possibilidade de terapêutica

curativa, Vivência e sentimentos do enfermeiro em relação ao processo de morte e morrer,

Sentimentos da mãe diante do óbito neonatal do filho eSignificado da morte para os pais.

Os enfermeiros que atuam na UTIN vivenciam emoções diariamente, por trabalhar em

uma unidade onde é prestada assistência a recém-nascidos de risco, alguns sem mesmo

possibilidade de cura. O cuidado ao paciente em processo de morte representa uma das mais

difíceis situações da prática profissional do enfermeiro. Pode-se também afirmar que não há um

preparo para lidar com o sofrimento e a morte na formação do profissional.

Ao desempenhar suas funções em uma UTIN frente ao paciente sem possibilidade de

cura, remete aos profissionais sentimentos de limitação profissional, fracasso e insucesso, pois a

morte no início dodesenvolvimento humano pode sercaracterizada como um evento perturbador,

inesperado e trágico, tanto para a família, quanto para o enfermeiro que presta o cuidado (SILVA;

ROCHA, 2011).

Em relação aos pais, é comum os mesmos terem expectativas e ansiedade com a chegada

do novo membro na família. Nesta fase, os pais desenvolvem sentimentos de esperança e nenhum

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dos dois imagina a possibilidade do filho não ter complicações e risco de morte. Quando ocorre o

inesperado, surge um desespero ao vivenciar uma complicação ou uma doença do filho, e eles

experienciam sentimentos de incerteza em relação ao futuro. Com a morte do bebê, os pais veem

essa situação como um acontecimento indescritível. Assim, os pais que passam pela perda de seu

filho logo após o nascimento, precisam adaptar-se a nova situação, mesmo com tantas perguntas

a serem feitas frente à perda (SILVA; SALES, 2012).

Farias e cols. (2012) dizem que nesse caso, o enfermeiro deve estar preparado para atuar

junto à mãe que perdeu o filho, colocando-se como profissional que reconhece o sofrimento do

outro, promovendo apoio, conforto, esclarecendo dúvidas e desenvolvendo diálogo, com vistas a

uma comunicação verbal e não verbal acolhedora e reconfortante durante o processo de luto. É na

fragilidade e na necessidade da família que os profissionais da enfermagem devem despir-se de

seus medos e preconceitos, prestando apoio, sendo solidários com a dor do outro e estabelecendo

um cuidado autêntico.

Humanização do cuidado

Esse conteúdo temático foi composto por 2% dos artigos. São as publicações relacionadas

à: Percepção da equipe de enfermagem e das mães, Tecnologia e humanização, e Humanização

no cuidado à família.

De acordo com Silva e cols. (2009), apesar das controvérsias que existem em torno da

palavra humanização, os profissionais apropriam-se dela como uma forma de expressar um

comprometimento não apenas com as dimensões práticas do trabalho, mas também com as

dimensões subjetivas e sociais da vida dos quais cuidamos. Humanizar é então, um novo

paradigma onde fazer e pensar em saúde se integram e priorizam a construção de relações de

encontro e acolhimento, com autonomia e responsabilização, onde a totalidade dos sujeitos fica

garantida.

Políticas de humanização hospitalar defendem as estratégias de humanização como

inerentes ao processo saúde-doença. O cuidado de enfermagem centrado na família tem sido

prioridade dos serviços de neonatologia, pois o longo período de internação e privação do

ambiente familiar aumentam o estresse da mãe e da família, prejudicando o estabelecimento do

vínculo e apego. Na humanização e personalização da assistência de enfermagem, é essencial o

envolvimento para se obter percepção do outro. Para obtenção de maior êxito nas ações de

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enfermagemé preciso uma interação eficaz, e nesta, a enfermeira atribui à comunicação

significado mais amplo, possibilitando envolvimento, conhecimento do outro e segurança

(ROCHA et al, 2011).

A prática da enfermagem, baseada em evidências científicas, a divulgação de pesquisas

relacionadas ao cuidado de enfermagem e a capacidade de padronizar o cuidado, de supervisionar

o trabalho da equipe e de priorizar e prestar o cuidado direto ao RN servirão de subsídios à

enfermeira para a realização de cuidado humanizado e de qualidade (MONTANHOLI;

MERIGHI; JESUS, 2011).

Nutrição neonatal

Com apenas 1%, este conteúdo trata sobre: Transição da alimentação gástrica por via

oral, Vias e técnicas de administração; e Procedimentos utilizados por profissionais na

alimentação do RN.

Apesar da literatura apontar todas as vantagens do aleitamento materno, a prevalência

dessa prática ainda é reduzida em prematuros, não atingindo as recomendações nacionais e

internacionais, ou seja, aleitamento exclusivo até o 6º mês. A transição da alimentação é um

período importante, no qual se deve investir em ações que contemplem, tanto a assistência da

mãe como do prematuro, para que se obtenha sucesso no aleitamento materno.

A transição é compreendida como o período em que se inicia a alimentação por via oral

até sua aceitação completa pelo prematuro. O início da alimentação oral do prematuro, que tem se

efetivado diferentemente entre serviços neonatais, é motivo de muitas discussões e divergências

de opiniões entre a equipe de saúde, além de inexistir estudos sobre as técnicas e vias de

administração utilizadas durante o período de transição da alimentação láctea visando o

aleitamento materno (SCOCHI et al, 2010).

Segundo Burgemeister e Sebastião (2013), uma forma alternativa de alimentar o recém-

nascido quando este ainda não está sendo amamentado exclusivamente ou quando a mãe se

encontra temporariamente impossibilitada de amamentar, é o oferecimento de leite por meio do

copo. Esta forma evita a introdução de bicos artificiais devido aos prejuízos que podem trazer

para o aleitamento materno. Apesar dos benefícios, é importante que o profissional possua o

conhecimento da técnica, evitando a ocorrência de complicações pulmonares decorrentes da

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aspiração. Trabalhos sobre a avaliação de conhecimentos e práticas relacionadas ao uso do copo

na alimentação de recém-nascidos ainda são escassos.

Eventos adversos

1% das publicações. Discute acerca dos Eventos adversos durante a ventilação mecânica

neonatal e da Incidência de eventos adversos na UTIN.

Os rápidos avanços na neonatologia têm contribuído para uma reduçãosignificativa da

morbimortalidade dos recém-nascidos de alto risco, principalmente os prematuros. No entanto,

esses avanços criaram condições favoráveis à ocorrência de complicações. Estima-se que 15% de

todas as admissões em unidades de terapia intensiva neonatal são seguidas de eventos adversos

(EAs).

Ventura e cols. (2012) afirma que entre os EAs mais frequentes destacam-se as infecções

nosocomiais, eventos associados a medicamentos, a cateteres intravasculares e eventos

relacionados a assistência respiratória do paciente. O tempo de internamento do paciente também

é considerando como um fator de risco para a ocorrência de EAs, aumentando em 6% a cada dia

de internamento, principalmente em UTI, pois o número de intervenções é relativamente elevada.

A presença de EAs em UTI neonatais tem se tornado um importante desafio na assistência

aos recém-nascidos. No entanto, os estudos epidemiológicos que abordem este tema, ainda são

escassos, principalmente pela dificuldade de metodologia empregada.

Saúde do trabalhador

Abrange 1% dos artigos encontrados e trata sobre as Condições de trabalho da equipe de

enfermagem na UTIN.

A atividade de cuidado na UTIN requer dos profissionais de saúde observação contínua

(dos bebês, principalmente, mas também das mães e suas relações com os bebês) e uma forte

mobilização do corpo, impedindo inclusive que as trabalhadoras fiquem sentadas, que tenham

pausas e que consigam se “desligar” no trabalho mesmo fora da unidade. O desconforto gerado

pelos ruídos e pelo uso de materiais de má qualidade torna-se um problema mais significativo em

virtude de afetar o próprio desenvolvimento da atividade (MASSON; BRITO; ATHAYDE,

2011).

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Com a responsabilidade e a dedicação ao cuidado ao outro, o enfermeiro sofre danos à sua

saúde física e mental e poucos são os cuidados que esses trabalhadores recebem. A jornada e as

condições de trabalho muitas vezes não são favoráveis à manutenção de uma vida saudável.

Infelizmente, poucos são os estudos acerca desse tema, o que dificulta a criação de estratégias

para cuidar e promover a saúde do trabalhador.

Qualidade assistencial

Nesse conteúdo temático houve apenas um (1%) artigo encontrado, o qual discute acerca

da Percepção de acompanhantes-usuários e enfermeiros em relação à qualidade assistencial na

UTIN.

De acordo com Melleiro e Tronchin (2010), um importante aparato para o

desenvolvimento dos processos assistenciais e gerenciais é a percepção dos usuários e dos

profissionais de saúde a respeito dos serviços oferecidos pelas instituições, à medida que

possibilita aos gerentes desses serviços revisarem suas metas e satisfazerem as expectativas dos

usuários e de seus trabalhadores.

Escassas são as publicações a respeito desse tema, o que reduz as ações capazes de

propiciar a melhora contínua da assistência prestada nessas unidades. Conhecer o grau de

satisfação dos usuários, bem como suas impressões e opiniões relacionadas ao atendimento em

saúde, constitui-se em uma ferramenta de gestão a ser utilizada no planejamento e aprimoramento

da qualidade das ações de saúde.

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5.

CONCLUSÃO

Através desta pesquisa, pode-se analisar as publicações nacionais sobre enfermagem

neonatal indexadas nos índices de referências informatizados, nos últimos cinco anos, bem como

identificar a frequência dessas publicações, descrever e discutir as categorias do conteúdo

temático abordado nas publicações nacionais.

A neonatologia é um campo recente, mas que nas últimas décadas apresentou uma

evolução considerável na área da saúde, e continua se desenvolvendo. São essas transformações e

surgimento de novas tecnologias que permitiram a amplitude dos cuidados intensivos aos recém-

nascidos. Com os avanços, também veio a necessidade do aprofundamento do conhecimento

acerca da temática, análise e publicação dos estudos.

No decorrer da pesquisa, contatou-se que há um crescimento contínuo nas publicações

dos estudos realizados na área da enfermagem neonatal. O maior crescimento foi entre os anos de

2009 e 2010, e pode-se perceber que no ano de 2012 foram publicados quase o dobro do número

de artigos de 2009. E a região que mais apresenta artigos abordando a temática é a Sudeste, com

destaque para o estado de São Paulo.

O conteúdo temático “Processo de assistência de enfermagem ao RN” é composto pelo

maior número de artigos publicados, o que demonstra que a maior produção é relacionada a

diagnóstico, avaliação e intervenção em enfermagem neonatal, sendo o principal alvo a redução

da mortalidade e morbidade perinatais, buscando a sobrevida do neonato nas melhoras condições

possíveis.

Este trabalho também apontou lacunas na produção do conhecimento em enfermagem

neonatal em temas importantes, tais como humanização do cuidado, nutrição neonatal, eventos

adversos, saúde do trabalhador e qualidade assistencial. Com o resultado desta pesquisa, foi

possível perceber que há escassez de estudos abordando essas temáticas, o que dificulta a criação

de estratégias de intervenção para a melhora da assistência humanizada e prevenção de eventos

adversos, por exemplo.

Entretanto, destaca-se a evolução da pesquisa em relação aos sentimentos dos pais em

relação à internação do filhos e fatores associados, e a questão da dor no recém-nascido. Este

resultado mostra a preocupação dos profissionais de enfermagem com questões não meramente

patológicas, mas com a importância da atuação junto à família do RN, percebendo seus

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sentimentos, a fim de apoiar e esclarecer dúvidas, aspectos necessários para uma relação de

confiança e melhora na qualidade da assistência. Em relação à estudos sobre a dor, é possível

perceber que tem havido uma motivação dos enfermeiros em estudar a respeito da avaliação e das

intervenções diante da dor, com o intuito de melhorar a comunicação com o neonato e,

consequentemente, o cuidado.

A publicação de estudos realizados possibilita a divulgação de conhecimento. Portanto,

este trabalho foi importante não só para divulgar a frequência de publicações, mas principalmente

manter o enfermeiro atualizado no conhecimento que vem sendo produzido no campo da

neonatologia, com a finalidade de que possam reconhecer a necessidade da pesquisa na área e

melhorar a prática assistencial realizando avaliação crítica-reflexiva e pautando-a nas evidências

científicas.

Desta forma, conclui-se que o conhecimento científico é fundamental para a prática do

enfermeiro, e manter-se atualizado é extremamente necessário para manter a assistência de

qualidade. Portanto, realizar estudos e publicar os resultados fará com que se obtenha uma

enfermagem digna de reconhecimento e, principalmente, digna de cuidar de seres humanos.

Diante disso, torna-se necessário o aumento de realizações de estudos na área de

enfermagem neonatal no Brasil, bem como em todos os aspectos que a envolvem, principalmente

a respeitos das temáticas que poucos são estudadas, porém muito importantes na prática

assistencial.

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6.

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7. OBRAS CONSULTADAS

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8.

APÊNDICE

8.1 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

ANO BASE

DE

DADOS

AUTOR TIPO DE

PUBLICAÇÃO

TÍTULO TEMÁTICA LOCAL

01

02

03

04

05

198

199

200