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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Simon, Lara Embarque Imediato / Lara Simon – Maringá : Viseu, 2018.

ISBN 978-85-5454-392-1

1. Poemas 2. Literatura brasileiraI. Simon, Lara II. Título.

82-1 CDD-869.91

Índice para catálogos sistemáticos:

1. Poemas: Literatura brasileira B869

Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, de qualquer forma ou por qualquer meio eletrônico, mecânico, inclusive por meio de pro-cessos xerográficos, incluindo ainda o uso da internet, sem a permis-são expressa da Editora Viseu, na pessoa de seu editor (Lei nº 9.610, de 19.2.98).

Editor

Thiago Regina

Projeto Gráfico e Editorial

Rodrigo Rodrigues

Revisão

Lara Simon

Copidesque

Jade Coelho

Capa

Tiago Shima

Pinturas

Omar Delawer

Copyright © Viseu

Todos os direitos desta edição são

reservados à Editora Viseu

Avenida Duque de Caxias, 882 - Cj 1007

Telefone: 44 - 3305-9010

e-mail: [email protected]

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Agradecimentos

Um livro finalmente editado é o produto de muitas coisas importantes juntas. Uma delas é a presteza e carinho de todos aqueles que, de alguma forma, contribuíram para que esta obra estivesse de fato aqui.

Esta é uma página particularmente difícil de escrever, tendo em vista o receio de ser injusta, esquecendo alguém que de algum modo tenha contribuído neste processo. Tampouco acho justo ser generalista. Algumas pessoas deram de si um tanto mais que as outras, de modo que seus nomes me vêm à mão como num es-correga. Os demais que fizeram parte e não foram nominalmente citados deverão sentir também meu agradecimento. Sem cada um deles, isto aqui não estaria como está. Sem uma vírgula, um sentimento ou uma palavra, estaria incompleto. Gratidão a todos.

Agradeço imensamente à minha família. A compreensão para com um escritor é fundamental no estar à vontade com sua ca-neta (teclado). As opiniões, incentivos, empurrões e críticas tam-bém foram essenciais no caminho.

Aos meus pais, Pedro e Diana, que desde sempre nos incenti-varam à leitura e às artes, com seus exemplos, lendo, declamando, contando histórias, proporcionando nossa biblioteca enorme em casa, entrando nos meus projetos desde a infância, quando eu fre-quentava o meio de escritores como uma mascote. Minhas irmãs Claudia, Andrea e Lyscia. Esta última, incentivadora ativa, acom-panhou-me em situações diversas, desde concursos de poesia a entrega de comenda, encontros de apreciação de originais, etc. Agradeço de coração cada palavra e troca de olhares em cada em-preitada. Ao meu marido, João Luiz, a quem agradeço as palavras sempre positivas, o incentivo diário e a parceria nesse meu modo estranho de ser. Muito obrigada, de todo coração. Aos meus fi-lhos, Caio e Davi, por serem meus maiores motivos de tudo. Caio, como leitor voraz e escritor já desde cedo, compartilhando desse

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amor pela literatura e me empurrando quando tive resistência. Ensinou-me a expor meus escritos e leu cada linha, somando com sua crítica em muitos momentos. Davi, ainda tão pequeno, me surpreendeu com o gosto pela poesia. É sensível na compreensão da leitura, de um modo que só vendo de perto. Sou afortunada nesse ponto: meus dois rebentos apreciam a literatura e são meus parceiros. Meu coração se enche, grato.

Agradeço aos amigos próximos e aos nem tão próximos assim, mas que sempre estiveram de alguma maneira me contagiando ou perguntando, cobrando, vibrando, mantendo acesa a chama do escrever. Dentre eles, Meg Oliveira, Leonardo Faria, Vanessa Alencar, Eliane Simon, Selma Teixeira, Sonia Teixeira, Iza Ma-ria Mendonça, Ethel Cox, Julio Afonso, Jubson Uchoa, Maurício Malta, Carmem Ligia, Hércules Rocha, Lenise Cajueiro, Leonia Tenório. Um abraço carinhoso em cada um.

Agradeço aos meus editores, Thiago Regina, Rodrigo Rodri-gues e Tiago Shima, pela paciência e pelas orientações, pelo tem-po dispensado e por tornar o processo de publicação uma troca rica e proveitosa. Meu muito obrigada.

Agradeço à Enaura Quixabeira, que revisou os originais e es-creveu tão terno prefácio, enaltecendo o convite da obra ao mer-gulho nessas acaloradas palavras. Seu carinho, dedicação e cuida-do jamais serão esquecidos.

Por fim, agradeço a Deus o dom, o ânimo, as oportunidades e tudo o que envolve o ser escritora. A Ele, minha gratidão imensa.

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A poesia é sobretudo um convite. É viagem que se faz recostado, é caleidoscópio de sentimentos codificado em letras. Na poesia, tudo se vê. É espelho duplo, de onde emergem duas almas: a do poeta e a do leitor. Assim, poesia é também comunhão, é viagem compartilhada.

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Envelheço

Desafio o viço, perecívelA duelar com a elegância dessas rugasPois que a delícia da beleza da cobertaNão afaga como a brandura do leitoE em se tratando do quanto acolhe o peitoNão sou espelho, sou janela entreaberta.

Nesse trotar da vida, que é desenfreadoSe perde e ganha, afinal tudo é medidoExceto o amor, que abastece sem balizaE quanto mais o tempo passa me enterneceNão saberia quanto mais ter, se pudessePois que de tanto amar, meu peito agoniza

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Não reconheço as fendas fundas no meu rostoMas à medida que as absorvo, acolhoHá menos fendas do que antes dentro haviaEntão que sejam meus troféus na superfícieNão que a idade, por si, os garantisseMas nas lições cresci o tanto que podia.

A mente, alada, não engole o nó do tempoQuer galopar enquanto o corpo já me dosaE de outro lado, meu avesso, que era atadoJá é liberto, num por dentro que efervesceMinh’alma nesse querer me parir, me aqueceEterna e viva, só meu corpo é destronado.

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Azuis

E quando tudo o que cai é luzSobre mim, derramando Peço ao tempoQue não convoque o ventoDeite na nuvem letárgica Deixe a vida sentarE de amor me banharNessa paz que me tomaOs anseios doma Eu só quero ganharEsse tempo a vagarNessa hora tão mágicaDe prazer e alentoEntão deixe-me, tempoAqui escorregandoNesses dias azuis.

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Integrada

Troquei a roupa da almaMas a alma, em si, não se trocaEla doma e domina sob a vesteEla, dona, mina e me despeEntortando sorrisosRuborizando altivezPara máscaras, um risco,Pois se no riso a escondoDo olho escorre fugindoMas vou lhe customizando.Nessa luta de esconde-escondeSendo eu, ela e ela, euVamos crescendo de serE de tanta convivência,Talvez, por conveniência,Brincamos de parecer.Então ela engole as máscarasE eu lhe visto de novoNo passar dos meus anosEla, sem pressa e centradaVai me tornando mais elaE já sou ela, inspirada.

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Lava-me

Chuva, lava-me a alma sedentaSede do tanto que fui que não passaE me apertaEu parti, já não souMas o grito de um fui me atormenta

Chuva que corre, me escorreMe caia da cal do desterroLibertaMeu corpo, ao avesso, tem fimMas o quente da alma não morre

Troveja, não deixe estiarQue o som invernal me abraçaNo colo do frioUm gemido vazioE um suspiro contido vem arrepiar

Vá lá, já me fuiJogo essas cargas e cartas lá fora Vou na chuva Molhada do agoraQue cai lá do céu e me flui.

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Recriada Alma

Tive alma cinza cor de furacãoMas suas tintas, claras pinceladasDoparam o escuroAzulando a noite friaAmarelando o medo duro e vão

E o verniz gasto brilhou num regaloE me banhei na cor do seu desejoMe avistei com ar de mimNo espelho recriadoSendo alma e cor de novo num estalo

Não quero mais de ti, senão a telaQue já sou eu, aqui tão branca e puraMas vem pintarMeu peito, alegoriaAgora flor de sol, luz amarela

Me apoderei do caminho aquarelaMe encontrei num seu tão meu que tomoEsse carmim que fluiDesses pés de turquesaJá são eu pura, força de chancela

Se refazer é enfrentar dupla lidaDe ser de novo o que foi desgastadoMas ao erguerEssa moldura vivaNinguém mais quebra as asas coloridas.

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Corvos

Madrugadas são corvos famintosA devorar sem pudor meu sonharRefestelando-se a me debulharE comer e beber dos vazios que sinto

Os corvos me querem expostoMe caçam em noites sem cobertaProcuram nas brechas, sutil hora certaNo escuro sombrio me encaram no rosto

Omar Delawer

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Se lhes nego uma lasca do pensamentoE escapo no sono, meu labirintoEles pousam, vadios, sabendo o que sintoMe roubam o descanso e acaba o alento

Madrugada longa de revoadaSob as negras penas de olhos abertosEspero o sol para me ver libertoMas a noite sem hora se arrasta cansada

Oh sono vem logo e salva meu diaFecha as cortinas da mente insoneMata esses corvos de frio e de fomeQue a paz do meu nada me anestesia.