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Aula 02 RETA FINAL - Questões Comentadas de Direito Administrativo p/ TJDFT - Ana Jud (Área Jud e Of de Jus) Professor: Gustavo Barchet Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG

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RETA FINAL - Questões Comentadas de Direito Administrativo p/ TJDFT - Ana Jud(Área Jud e Of de Jus)

Professor: Gustavo Barchet

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Curso de Questões CESPE

TJDFT/2015 Analista Judiciário

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Aula 02

1

AULA 02 - DIREITO ADMINISTRATIVO – QUESTÕES CESPE

TJDFT/2015 ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREAS: JUDICIÁRIA E

OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR FEDERAL

SUMÁRIO PÁGINA

ATOS ADMINSTRATIVOS E LEI Nº 9.784/99

3 Atos administrativos. 3.1 Conceitos, requisitos, elementos,

pressupostos e classificação. 3.2 Fato e ato 35 administrativo. 3.3

Atos administrativos em espécie. 3.4 Parecer: responsabilidade do

emissor do parecer. 3.5 O silêncio no direito administrativo. 3.6

Cassação. 3.7 Revogação e anulação. 3.8 Processo administrativo. 3.9

Lei nº 9.784/1999, e alterações. 3.10 Fatos da administração pública:

atos da administração pública e fatos administrativos. 3.11 Formação

do ato administrativo: elementos, procedimento administrativo. 3.12

Validade, eficácia e autoexecutoriedade do ato administrativo. 3.13

Atos administrativos simples, complexos e compostos. 3.14 Atos

administrativos unilaterais, bilaterais e multilaterais. 3.15 Atos

administrativos gerais e individuais. 3.16 Atos administrativos

vinculados e discricionários. 3.17 Mérito do ato administrativo,

discricionariedade. 3.18 Ato administrativo inexistente. 3.19 Teoria

das nulidades no direito administrativo. 3.20 Atos administrativos

nulos e anuláveis. 3.21 Vícios do ato administrativo. 3.22 Teoria dos

motivos determinantes. 3.23 Revogação, anulação e convalidação do

ato administrativo.

3 – 87

LISTA DE QUESTÕES

88 - 108

GABARITOS

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Olá, pessoal.

Vamos prosseguir em nosso curso voltado ao concurso de

Analista Judiciário/Área Judiciária, e Analista e

Judiciário/Oficial de Justiça Avaliador Federal do TJDFT/2015.

Na aula anterior mudei a formatação do material, e no fim achei

que ficou pior.

Assim, volto a utilizar as questões desmembradas (um item por

questão), salvo nas questões de múltipla escolha ou quando os

itens partem de uma mesma situação hipotética descrita no

enunciado.

Também achei que ficou muito enrolada aquela sistemática de

fundo azul e amarelo. A partir desta aula e até o final do Curso

teremos apenas o fundo em amarelo, para destacar o que

acho mais relevante para a prova de vocês.

A fim de mantermos uma harmonia de material, estou

reformatando a aula anterior, nos moldes desta, e

revisando o gabarito. Até amanhã disponibilizo o

material revisado.

Com relação à Aula de hoje, teremos dois encontros sobre o

mesmo ponto, devido à sua extensão: Atos Administrativos e

Lei nº 9.784/99.

Na aula de hoje as questões são basicamente de Atos. Na

próxima aula mesclamos os dois conteúdos.

Qualquer dúvida, sugestão ou crítica, entrem em contato pelo

[email protected].

Mãos à obra. Vamos à aula.

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ATOS ADMINISTRATIVOSE LEI Nº 9.784/99

3 Atos administrativos. 3.1 Conceitos, requisitos, elementos, pressupostos e classificação. 3.2 Fato e ato 35 administrativo. 3.3 Atos administrativos em espécie. 3.4 Parecer: responsabilidade do emissor do parecer. 3.5 O silêncio no direito administrativo. 3.6 Cassação. 3.7 Revogação e anulação. 3.8 Processo administrativo. 3.9 Lei nº 9.784/1999, e alterações. 3.10 Fatos da administração pública: atos da administração pública e fatos administrativos. 3.11 Formação do ato administrativo: elementos, procedimento administrativo. 3.12 Validade, eficácia e autoexecutoriedade do ato administrativo. 3.13 Atos administrativos simples, complexos e compostos. 3.14 Atos administrativos unilaterais, bilaterais e multilaterais. 3.15 Atos administrativos gerais e individuais. 3.16 Atos administrativos vinculados e discricionários. 3.17 Mérito do ato administrativo, discricionariedade. 3.18 Ato administrativo inexistente. 3.19 Teoria das nulidades no direito administrativo. 3.20 Atos administrativos nulos e anuláveis. 3.21 Vícios do ato administrativo. 3.22 Teoria dos motivos determinantes. 3.23 Revogação, anulação e convalidação do ato administrativo.

Questão 1

(Técnico Judiciário – TRT 8ª Região/2013) Com referência aos

requisitos dos atos administrativos, assinale a opção correta.

a) A finalidade, em sentido estrito, corresponde à consecução de um

resultado de interesse público.

b) Motivo é o pressuposto de direito que serve de fundamento ao ato

administrativo, sendo possível a invalidação do ato na hipótese de ter

ele sido indicado um motivo falso.

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c) O silêncio da administração pública pode significar forma de

manifestação de vontade, quando a lei assim o prevê.

d) A competência é indelegável e se exerce pelos órgãos

administrativos a que foi atribuída como própria.

e) O objeto é o efeito jurídico mediato que o ato produz.

Comentário

Inicio com esta questão, de 2013, porque ela aborda

indiretamente o conceito de ato administrativo e trata de 4 dos seus

5 elementos de validade.

Sua alternativa correta é a terceira, que trata de um ponto

bastante cobrado pelo Cespe nos últimos anos: o “silêncio

administrativo”.

Antes disso, vamos lembrar que os atos administrativos –

espécies de ato da Administração – correspondem às manifestações

unilaterais de vontade da Administração, produzidas em

condições de superioridade perante o particular, a que o Direito

atribui conseqüências jurídicas.

Três são, pois, são três características dos atos

administrativos: (a) unilateralidade; (b) superioridade da

Administração e (c) produção de efeitos jurídicos. As duas

primeiras diferenciam os atos administrativos dos demais atos

jurídicos, e a terceira, na verdade, nada tem de peculiar, estando

presente nos atos jurídicos em geral.

Pois bem, há um quarto elemento no conceito de ato

administrativo, que é justamente o objeto da alternativa: é ele

sempre uma manifestação expressa, explícita, da Administração.

A Administração, de forma expressa, produz unilateralmente

um ato portador de efeitos jurídicos. Este é o ato administrativo.

O “silêncio administrativo” pode se caracterizar como uma

manifestação de vontade da Administração, desde que a lei confira a

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ele algum efeito jurídico. Seria o caso, por exemplo, de uma lei

definir que, à vista de certo requerimento do administrado, o Poder

Público tem 30 dias para proferir uma resposta, sob pena de

considerar-se deferido o pedido.

Porque a lei outorgou efeitos à inércia administrativa, e só

por isso, considera-se que a mesma é uma forma de

manifestação de vontade da Administração. Mas de modo

algum corresponde a um ato administrativo, que, friso

novamente, só se configura perante um agir, uma manifestação

expressa do Poder Público com dado conteúdo jurídico.

Passo para as demais alternativas da questão, todas erradas,

que tratam dos elementos de validade dos atos administrativos, a

saber, competência, finalidade, forma, motivo e objeto, na clássica

lição de Hely Lopes Meirelles. Só não temos alternativa sobre a

forma.

Na ordem das opções, a finalidade é o objetivo definido na

norma de competência que o ato administrativo deve atingir. É

elemento vinculado de todo ato administrativo, mesmo dos atos

discricionários.

Podemos considerar que todo ato administrado tem uma

finalidade genérica (em sentido amplo), pertinente à realização

do interesse público e igual para todos os atos

administrativos, e uma finalidade específica (em sentido

estrito), própria para cada ato administrativo, prevista explícita ou

implicitamente na norma legal.

Com isto, pdemos notar que o conceito apresentado na

Alternativa A é o de finalidade em sentido amplo, não em sentido

estrito.

Na sequência (Alternativa B), motivo ou causa é o

pressuposto de fato e de direito que serve de fundamento para

a produção do administrativo.

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O pressuposto de direito é o conjunto de requisitos

materiais previstos em uma norma jurídica que autoriza (nos

atos discricionários) ou determina (nos atos vinculados) a prática do

ato; e o pressuposto de fato é a ocorrência, no mundo real, dos

elementos materiais abstratamente previstos na norma jurídica, ou,

em outros termos, é a concretização do pressuposto de direito.

O enunciado da alternativa não mencionou um dos elementos

do motivo, o pressuposto de fato. É neste ponto que ele está errado.

Prosseguindo, chegamos na quarta alternativa, que trata de

competência. Seu erro é bem simples: em regra, a competência

admite delegação.

Como sabemos, competência é o conjunto de poderes

conferido por lei aos agentes públicos, para que possam

exercer a contento sua função.

Trata-se de elemento vinculado de todo ato administrativo,

sendo simultaneamente, pressuposto de sua produção e parâmetro

de sua abrangência, no sentido de que o agente público só pode

praticar atos para os quais seja competente e na forma e amplitude

com que tal competência foi-lhe outorgada por lei.

E chegamos à quinta alternativa, sobre o elemento objeto,

nada mais do que o conteúdo do ato administrativo, o que o ato

efetivamente cria, extingue, declara, modifica ou assegura, o efeito

jurídico imediato que produz.

É enfim, “o próprio ato administrativo”.

Ao contrário do que consta no enunciado da alternativa,

segundo o Professor Hely o objeto corresponde ao efeito imediato do

ato. É a finalidade que representa seu efeito mediato. Isso é muito

abstrato, pessoal. O mais fácil é simplesmente memorizar.

Resposta: Alternativa C.

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Questão 2 2

(Administrador – FUB/2015) Quanto ao aspecto subjetivo, o

sujeito poderá ser tanto a pessoa jurídica de direito público,

quanto o agente público que efetivamente execute o ato

administrativo.

Comentário

Perfeitamente razoável esta forma de abordar a matéria,

apenas destacando que a pessoa jurídica em cujo âmbito o ato

administrativo é expedido pode ser também de direito privado.

Levando isto em conta, para que se considere o ato

administrativo idôneo quanto ao aspecto subjetivo, a competência

deve alcançar tanto o órgão/entidade como o agente público.

Por exemplo, na esfera federal, uma multa por infração da

legislação ambiental é de competência do IBAMA (autarquia federal).

Mas nem toda categoria de agente do Ibama pode lavrar a multa. A

competência é dos fiscais da entidade.

Resposta: Certo.

Questão 3 2

(Técnico Judiciário – Área Administrativa - TRE – GO/2015) A

presunção de legitimidade e veracidade dos atos

administrativos é absoluta.

Comentário

Teremos outras questões tratando do atributo objeto desta no

restante do material. O Cespe vem cobrando bastante esta matéria.

Assim, aproveito esta questão para revisar um dos atributos

dos atos administrativos em geral, a presunção de legitimidade

(ou de legitimidade e veracidade).

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Pela sua incidência presume-se, em termos relativos, que o

ato da Administração foi produzido em conformidade com a lei e os

princípios administrativos (legitimidade), e que os fatos

declarados pela Administração para sua produção são verídicos,

tendo ocorrido exatamente como declarados pela Administração

(veracidade).

Desse modo, se, por exemplo, um agente de trânsito lavra uma

multa por excesso de velocidade, presume-se que o ato foi produzido

em plena conformidade com os princípios administrativos e a

legislação aplicável, e que o fato que culminou na sua produção (o

excesso de velocidade) ocorreu exatamente como descrito pelo

agente público.

Tal presunção é, entretanto, relativa (eis o erro do enunciado).

Desse modo, pode ser derrubada pelo administrado, mediante a cabal

comprovação de que o ato da Administração apresenta algum vício de

validade.

É indispensável cabal comprovação do vício, pois, como o ato

se presume legítimo e verídico, é do administrado o ônus de provar

os defeitos que alega. Ocorre, no caso, a inversão do ônus da

prova (apesar de o ato ter sido produzido pela Administração, é do

administrado o ônus de comprovar seu defeito de legalidade).

Uma primeira conseqüência da presunção é, portanto,

assegurar a aptidão do ato para a imediata produção de efeitos

jurídicos, mesmo tendo o administrado arguido sua invalidade.

A mera impugnação não suspende os efeitos do ato (salvo quando a

lei confere-lhe tal efeito).

É indispensável, para derrubar a presunção, expressa decisão

administrativa ou judicial reconhecendo o defeito ou sustando os

efeito do ato. A imediata operatividade do ato administrativo é,

pois, o primeiro efeito da presunção de legitimidade e veracidade.

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O segundo efeito, sustentado por parte de nossa doutrina, é a

impossibilidade de o magistrado, no bojo de um processo judicial,

apreciar de ofício elementos de validade do ato, devendo limitar-se

àqueles que foram expressamente impugnados pelo autor da ação.

Assim, se um administrado ingressa com uma ação alegando

apenas vício de competência, por esse entendimento não pode o

magistrado, de ofício, apreciar os demais elementos de validade do

ato.

Fechando a revisão, o atributo em apreço aplica-se a todos os

atos administrativos e independe de previsão legal.

Resposta: Errado.

Questão 4 2

(Analista Judiciário – Área Judiciária - TRE – GO/2015)

Conforme entendimento consolidado do Supremo Tribunal

Federal, a revogação de ato administrativo que já gerou

efeitos concretos exige regular processo administrativo.

Comentário

Correto o enunciado.

No julgamento do RE 594.296/MG, em 21.9.2011, o Pleno do

STF, em decisão unânime e com repercussão geral, declarou que,

sempre que o exercício da autotutela puder resultar em

desfazimento de ato administrativo que afete interesse de

administrado, prejudicando sua esfera jurídica, deve o ato extintivo

ser precedido da instauração de um procedimento administrativo no

qual seja observado o contraditório, garantindo-se ao administrado o

direito de manifestação.

Resposta: Certo.

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Questão 5 2

(Agente Administrativo – MDIC/2014) Suponha que

determinado ato administrativo, percorrido seu ciclo de

formação, tenha produzido efeitos na sociedade e,

posteriormente, tenha sido reputado, pela própria

administração pública, desconforme em relação ao

ordenamento jurídico. Nesse caso, considera-se o ato perfeito,

eficaz e inválido.

Comentário

Vamos lá, pessoal, revisar uma das classificações de atos

administrativos mais cobradas pelo Cespe.

Trata-se da classificação quanto à capacidade para a produção

de efeitos, parâmetro com base no qual classificamos os atos

administrativos em perfeitos, imperfeitos, pendentes e consumados.

Perfeito é o ato administrativo que já completou seu ciclo

de formação, que já ultrapassou todas as suas fases de produção,

estando, em vista disso, apto à produção de seus efeitos.

Não devemos confundir perfeição, que se refere ao

procedimento para a produção do ato, com validade, relacionada à

sua conformidade com a lei e os princípios administrativos. Um ato

administrativo pode ser perfeito, porque já completou seu ciclo de

produção, mas inválido, porque não foram observados alguns de seus

requisitos de validade.

Imperfeito, por oposição, é o ato que ainda não ultrapassou

todas as suas fases de produção, que ainda não encerrou seu

procedimento e, em virtude disso, é ainda inoperante para a

produção de conseqüências jurídicas.

Aqui também não se indaga quanto à observância dos preceitos

legais. Ato imperfeito é todo ato administrativo incompleto, tenham

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sido até então observadas ou não as normas legais. A imperfeição do

ato pode resultar, por exemplo, de falta de homologação, de falta de

publicação, entre outras variáveis possíveis.

Pendente, por sua vez, é um ato que já teve seu ciclo de

produção encerrado, mas que se encontra sujeito, ainda, a termo

ou condição para que sejam deflagrados seus efeitos.

Sinteticamente, ato pendente é o ato perfeito sujeito a um termo

ou a uma condição.

Um ato de concessão de férias a servidor no período de 1º/3 a

30/3, que tenha seu processo de formação encerrado em 1º/2, com

sua publicação na imprensa oficial, é exemplo de ato imperfeito, pois

encerrou seu ciclo de produção em 1º/2, com sua divulgação oficial,

mas está sujeito a um termo, já que seus efeitos só se iniciarão (o

servidor só poderá iniciar o gozo de suas férias) em 1º3.

Devemos cuidar o fatomde que, na terminologia adotada nessa

classificação, todo ato pendente é perfeito, pois todo ato pendente

já encerrou seu ciclo de produção. Por outro lado, nem todo ato

perfeito é pendente, pois pode ocorrer que o ato tenha completado

seu ciclo de produção e não esteja sujeito a qualquer termo ou

condição.

Por fim, ato consumado é aquele que exauriu seus efeitos,

que já produziu todos os efeitos a que estava predisposto. Usando o

exemplo anterior, o ato de concessão de férias estará consumado em

31/3, data em que ele já produziu todos os seus efeitos, tendo o

servidor gozado integralmente seu período de descanso.

Revisada a matéria, concluímos que o enunciado está correto.

Vou transcrevê-lo, destacando em vermelho as relações:

Suponha que determinado ato administrativo, percorrido seu

ciclo de formação [perfeito], tenha produzido efeitos na

sociedade [eficaz] e, posteriormente, tenha sido reputado,

pela própria administração pública, desconforme em relação ao

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ordenamento jurídico [inválido]. Nesse caso, considera-se o

ato perfeito, eficaz e inválido.

Resposta: Certo.

Questão 6 2

(PM – CE/2014) Se, após a administração conceder permissão

para uso de determinado bem público, sobrevier norma legal

proibindo o uso privativo desse bem por particulares, o ato de

permissão deverá ser extinto por caducidade.

Comentário

Correta a afirmativa.

A caducidade é modalidade de extinção dos atos

administrativos, e ocorre quando entra em vigor legislação que não

permite a manutenção da situação jurídica que constitui seu objeto.

O ato, quando da sua produção, era plenamente compatível

com a legislação então em vigor. Contudo, passa a ser incompatível

com legislação editada em momento posterior, o que leva à sua

caducidade.

Ilustrando com a hipótese do enunciado, se um administrado

obtém uma permissão para instalar um quiosque em certa praça

pública, sendo esse uso admitido pela legislação então em vigor, lei

superveniente que vede esta hipótese de exploração do bem público

acarreta a caducidade da permissão.

Percebam que aqui teremos uma ato declaratório da

Administração reconhecendo a caducidade, mas não é ele a causa de

extinção do ato administrativo, e sim a alteração da legislação.

Quando esta entra em vigor, caduca o ato a ela contrário.

Resposta: Certo.

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Questão 7 2

(Analista Legislativo – Câmara dos Deputados/2014) Caso um

analista administrativo pratique ato cuja competência técnica

incumba a seu superior hierárquico, tal ato será nulo em razão

da incompetência do agente.

Comentário

Adiante analisaremos mais questões sobre este ponto, qual

seja, caráter sanável/insanável do vício de legalidade,

possibilidade/impossibilidade de convalidação.

Por enquanto, lembro que se considero sanável o vício de

competência não-exclusiva, o que torna o ato anulável, e não nulo,

como consta na afirmativa.

Quando o enunciado não é expresso em afirmar se a

competência é ou não exclusiva, devemos trabalhar com a seguinte

regra: a competência em razão da matéria é exclusiva, a

competência em razão da hierarquia não.

Assim, no contexto da questão, como não foi informado que a

competência é exclusiva e a situação é de hierarquia, devemos

considerar que a competência é não-exclusiva, o que torna o defeito

sanável e permite a correção do ato pelo superior.

Resposta: Errado.

Questão 8 2

(Analista – Suframa/2014) Considere a seguinte situação

hipotética.

Determinado servidor público teve seu pedido de férias negado pela

chefia competente e, em que pese a possibilidade de indeferir a

solicitação sem fundamentar sua decisão de forma expressa, a

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autoridade competente o fez, sob o fundamento de falta de pessoal

na repartição.

Nessa situação hipotética, caso o servidor consiga provar que, em

verdade, havia excesso de servidores onde trabalha, o referido ato

será inválido.

Comentário

O contexto e claro de vício no motivo, mas, cuidado, pessoal,

não se trata da aplicação da teoria dos motivos

determinantes, pois esta exige a motivação do ato administrativo,

e o enunciado é claro no sentido oposto (sem fundamentar sua

decisão de forma expressa).

Como afirmei antes, o enquadramento é de vício no motivo

(motivo inexistente), e a consequência é a declaração de invalidade

do ato.

Resposta: Certo.

Questão 9 2

(Técnico Administrativo – Anatel/2012) Josué, servidor

público de um órgão da administração direta federal, ao

determinar a remoção de ofício de Pedro, servidor do mesmo

órgão e seu inimigo pessoal, apresentou como motivação do

ato o interesse da administração para suprir carência de

pessoal. Embora fosse competente para a prática do ato,

Josué, posteriormente, informou aos demais servidores do

órgão que a remoção foi, na verdade, uma forma de nunca

mais se deparar com Pedro, e que o caso serviria de exemplo

para todos. A afirmação, porém, foi gravada em vídeo por um

dos presentes e acabou se tornando pública e notória no

âmbito da administração.

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À luz dos preceitos que regulamentam os atos administrativos

e o controle da administração pública, julgue o item seguinte,

acerca da situação hipotética acima.

Pedro não poderá ingressar em juízo visando a anulação do ato

administrativo, visto que é proibido, em qualquer hipótese, o exame

pelo Poder Judiciário da conveniência e oportunidade de atos

administrativos.

Comentário

Não se trata de modo algum de controle de conveniência e

oportunidade (de mérito administrativo). O parâmetro da apreciação

jurisdicional é a legalidade da remoção de ofício determinada por

Josué.

É um caso claro de desvio de poder, pois a remoção de ofício foi

produzida não para suprir carência de pessoal, mas para satisfazer

sentimentos pessoais da própria autoridade por ela responsável.

Logo, é o Judiciário plenamente competente para apreciar

eventual ação proposta por Pedro para anular a remoção.

Resposta: Errado.

Questão 10 2

(AFT – MTE/2013) Considere a seguinte situação hipotética.

A administração pública reajustou o vencimento de um

servidor público, interpretando equivocadamente determinada

lei, circunstância que implicou pagamento indevido a esse

servidor. Ao constatar o erro, a administração anulou o ato.

Nessa situação hipotética, segundo entendimento do STJ, os

valores indevidamente pagos deverão ser descontados do

servidor público, presumindo-se a sua má-fé quanto ao

recebimento das quantias.

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Comentário

O STJ tem entendimento assente em sentido contrário. Por

força do princípio da vedação ao locupletamento ilícito, uma vez

anulado o reajuste indevido por ato da Administração, não cabe

devolução do valor a maior pago pelos cofres públicos, quando

o servidor não concorreu para a ilegalidade.

Vejam, pessoal, que esta é uma hipótese em que a anulação

não produz efeitos retroativos. A partir da decisão, cessa a

percepção do reajuste indevida, mas não há dever de restituir. Os

efeitos, portanto, são apenas proativos.

Resposta: Errado

Questão 11

(Técnico Administrativo- ANCINE/2012) Enquanto não for

decretada a invalidade do ato pela administração ou pelo

Poder Judiciário, o ato inválido produzirá normalmente seus

efeitos.

Comentário

Coloquei esta questão apenas para frisar bem o ponto.

O enunciado traduz com precisão o significado maior da

presunção de legitimidade: mesmo eivado de vícios e havendo

impugnação sentido pelo administrado, o ato inválido produz

normalmente seus efeitos.

Resposta: Certo.

Questão 12 2

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(Agente Administrativo – TCE-RO/2013) Os atos

administrativos internos produzem efeitos no órgão a que se

destinam e dispensam a publicação na imprensa oficial como

condição de eficácia.

Comentário

Atos administrativos internos são aqueles destinados a

produzir efeitos apenas na intimidade da Administração Pública, sem

atingir diretamente os administrados. Em vista disso, em regra é

desnecessária sua publicação na imprensa oficial. Logo, correto

o enunciado.

Tais atos não geram direitos adquiridos e podem, portanto, ser

revogados a qualquer tempo pela Administração. Como exemplos de

atos dessa espécie, podemos citar uma portaria de instalação de um

grupo de estudo sobre determinado assunto, uma ordem de serviço

dirigida a um setor administrativo etc.

Externos, por oposição, são os atos que atingem os

administrados, influindo em sua esfera jurídica. Como se destinam a

alcançar terceiros, só adquirem eficácia a partir do momento em que

estes são deles cientificados.

São também assim considerados os atos que, apesar de não

terem por destinatários diretos os administrados, a estes atingem

indiretamente, pois oneram o erário público ou transcendem os

interesses do órgão ou entidade que os produziu. Nesse caso, é

indispensável sua publicação na imprensa oficial como condição

para aquisição de eficácia.

Podem ser citados, como exemplos de atos externos, uma

portaria que fixe o horário de expediente externo numa repartição, ou

uma portaria que nomeie os candidatos habilitados em concurso

público.

Resposta: Certo.

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18

Questão 13 2

(Analista Administrativo – Anatel/2014) - Atualmente, no

âmbito federal, todo ato administrativo restritivo de direitos

deve ser expressamente motivado.

Comentário

Como sabemos, a motivação nada mais é do que a exposição

dos motivos do ato administrativo, ou seja, sua declaração por

escrito pela Administração.

Na belíssima Lei nº 9.784/99 o art. 50 trata da matéria.

Referido diploma legal não regulou o assunto a partir da

diferenciação dos atos administrativos em vinculados e

discricionários. O legislador optou por relacionar um rol mínimo de

atos que requerem motivação como condição de validade.

Assim, regula a matéria nos seguintes termos:

Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com

indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos quando:

I – neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;

II – imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;

III – decidam processos administrativos de concurso ou seleção

pública;

IV – dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo

licitatório;

V – decidam recursos administrativos;

VI – decorram de reexame de ofício;

VII – deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão

ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios

oficiais;

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19

VIII – importem anulação, revogação, suspensão ou

convalidação de ato administrativo.

Destaquei em vermelho no dispositivo a prescrição que

sustenta a veracidade da afirmativa: na Administração federal, todo e

qualquer ato restritivo de direito exige adequada motivação.

Mas o que vem a ser uma motivação adequada?

A resposta se encontra no § 1º do art. 50, segundo o qual a

motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo

consistir em declaração de concordância com fundamentos de

anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste

caso, serão parte integrante do ato.

Fechando o art. 50, nos termos do seu § 2º, na solução de

diversos assuntos da mesma natureza pode ser utilizado meio

mecânico que reproduza os fundamentos das decisões, desde que

não prejudique direito ou garantia dos interessados.

Resposta: Certo.

Questão 14 2

(Analista Judiciário – TRT 10ª Região/2013) Os fatos

administrativos não produzem efeitos jurídicos, motivo pelo

qual não são enquadrados no conceito de ato administrativo.

Comentário

Os fatos administrativos realmente não se enquadram no

conceito de atos administrativos mas, ao contrário do que consta no

enunciado, eles produzem efeitos jurídicos (regulados pelo Direito

Administrativo).

Veremos mais questões sobre a matéria. O Cespe cobra muito o

ponto.

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20

Nesta vou aproveitar para revisarmos os fatos administrativos e

outra figura de expressão similar, os fatos da Administração.

Começando por esta, o fato da Administração pode ser

definido como a execução material de um ato administrativo,

sem produzir, por si só, conseqüências jurídicas. São também

denominados atos materiais da Administração.

O ato administrativo, a manifestação unilateral da

Administração, é produtor de conseqüências jurídicas. O fato da

Administração corresponde tão-só à execução do ato, não

deflagrando nenhum efeito jurídico autônomo.

Por exemplo, se o Poder Público expedir uma ordem de

interdição, temos um ato administrativo, uma manifestação de vontade

produtora de conseqüências jurídicas (autoriza a interdição de certa

obra).

Uma vez expedida a ordem, a Administração, ou um terceiro por

ela contratado para tanto, deverá executar a ordem, ou seja, praticar os

atos materiais de interdição (promover, efetivamente, a interdição da

obra). Temos, aqui, o fato da Administração.

Em complemento, deve-se informar que há entendimento

segundo o qual o fato da Administração não é destinado à produção

de efeitos jurídicos, mas eventualmente pode vir a produzi-los.

Valendo-nos do exemplo anterior, se a Administração, ao

executar a ordem de interdição, inadvertidamente causasse dados ao

imóvel vizinho à obra, teríamos uma conseqüência jurídica específica

do fato da Administração (da execução da ordem de interdição): a

obrigação de indenizar o proprietário do imóvel indevidamente

atingido pela atividade administrativa.

Deste modo, dois são os conceitos admissíveis de fato da

Administração. Pelo primeiro, o fato da Administração não produz

efeitos jurídicos; pelo segundo, não é destinado à produção de tais

efeitos (mas, eventualmente, pode vir a produzi-los).

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21

Pasando agora ao fato administrativo, coresponde ele aos

eventos da natureza a que o Direito Administrativo confere

efeitos jurídicos.

Um evento da natureza é, pois, algo que simplesmente ocorre,

independentemente da vontade humana. Se a tal ocorrência o Direito

Administrativo conferir efeitos jurídicos, estaremos perante um fato

administrativo.

Aqui podemos citar, como exemplo, a morte de um servidor, a

passagem do tempo, uma inundação, um desabamento etc. Uma vez

que qualquer desses acontecimentos deflagre conseqüências jurídicas

regidas pelo Direito Administrativo, terá se configurado um fato

administrativo.

Prepondera o entendimento de que a decadência e a

prescrição devem ser qualificadas como fatos administrativos,

apesar de em ambas, além do evento da natureza (a passagem de

certo período de tempo), termos uma conduta humana omissiva (a

inércia do titular do direito por todo o período de tempo necessário

para se configurar a decadência ou a prescrição).

Resposta: Errado.

Questão 15 2

(ATA – MIN/2013) A construção de uma ponte pela

administração pública caracteriza um fato administrativo, pois

constitui uma atividade pública material em cumprimento de

alguma decisão administrativa.

Comentário

Vejam só, pessoal.

Se formos aplicar os conceitos da questão anterior a esta,

consideramos o enunciado errado.

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Ocorre que ele foi tido por correto.

Qual o fundamento para isto?

Iremos ver mais questões sobre isto, mas dele logo informo

que os conceitos que apresentei na outra questão podem vir

invertidos em prova.

Em outras palavras, o que chamei de fato da Administração

pode vir como fato administrativo, e vice-versa.

Foi o que ocorreu nesta questão.

Resposta: Certo.

Questão 166

(AUFC - TCU/2011) A forma é requisito vinculado e

imprescindível à validade do ato administrativo: sempre que a

lei expressamente exigir determinada forma para a validade

do ato, a inobservância dessa exigência acarretará a nulidade

desse ato.

Comentário

Não tínhamos apresentado ainda nenhuma questão sobre a

forma, elemento de validade dos atos administrativos.

Assim, primeiro vou lembrar os elementos básicos da matéria.

A forma pode ser compreendida numa acepção estrita e numa

acepção ampla.

Numa acepção estrita, corresponde ao conjunto de

elementos formais que deve conter o ato administrativo, às

formalidades que devem ser obrigatoriamente observadas no ato

como condição indispensável para a produção dos efeitos que lhe são

próprios. Trata-se de uma perspectiva interna de forma, que analisa

o próprio ato administrativo.

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23

Uma “Carteira Nacional de Habilitação”, por exemplo, deve

trazer em seu corpo, além da denominação formal (CNH), os dados

relativos ao condutor, como nome e número do documento de

identidade; o prazo de validade; a motivação (matéria a seguir

analisada); a assinatura da autoridade competente etc. Todos esses

elementos, necessariamente contidos no ato por exigência legal,

correspondem à forma em sentido estrito.

Segundo a posição doutrinária tradicional, o ato administrativo

é, em regra, formal e escrito, admitindo-se apenas em situações

singulares atos informais e/ou não-escritos, como os comandos

orais dos agentes de trânsito.

Numa acepção ampla, a forma consiste no procedimento a

ser observado para a produção do ato administrativo, ou seja, na

seqüência de atos que devem necessariamente anteceder a produção

do ato administrativo final (assim denominado porque encerra o

procedimento).

A emissão da Carteira Nacional de Habilitação, por exemplo, é

emitida somente depois da aprovação do interessado na prova

escrita, na prova de direção, no teste médico e no teste psicotécnico.

Após cada avaliação é produzido um ato, declarando a aprovação ou

a reprovação do candidato. Ademais, o procedimento inicia-se com o

pedido de expedição de CNH feito pelo interessado.

Esse pedido, cada prova e teste, cada ato de declaração do

resultado correspondem a uma etapa do procedimento para a

emissão da CNH. Correspondem, portanto, à sua forma em sentido

amplo. Como conclusão, podemos perceber que aqui se analisa o ato

administrativo a partir de uma perspectiva externa.

Com isto, vamos fechar a questão: que traz um entedimento

muito importante para provas do Cespe, qual seja, o conceito de

forma essencial, cuja inobservância acarreta a nulidade do ato,

sem possibilidade de convalidação.

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Vou transcrever o enunciado da questão.

A forma é requisito vinculado e imprescindível à validade

do ato administrativo: sempre que a lei

expressamente exigir determinada forma para a

validade do ato, a inobservância dessa exigência

acarretará a nulidade desse ato.

E temos aí, então o conceito de forma essencial: aquela

prevista em lei para dado ato administrativo.

Resposta: Certo.

Questão 17 1776

(Técnico Judiciário – STF/2013) De acordo com a corrente

dominante na literatura, o motivo é requisito de validade do

ato administrativo, denominado pressuposto objetivo de

validade.

Comentário

Perfeito o enunciado: o motivo é denominado pressuposto

objetivo de validade do ato, ao passo que a competência é seu

pressuposto subjetivo.

Resposta: Certo.

Questão 18 1776

(Técnico Judiciário – Área Administrativa - STF/2013) A

competência para a prática de atos administrativos pode ser

presumida ou advir de previsão legal.

Comentário

Sem chance.

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25

Não se presume competência. Esta deve vir prevista em lei

ou em atos a ela equiparados, como um medida provisória ou um

regulamento autônomo.

Resposta: Errado.

Questão 19 1776

(Analista Judiciário - CNJ/2013) Todos os atos administrativos

são imperativos e decorrem do que se denomina poder

extroverso, que permite ao poder público editar provimentos

que vão além da esfera jurídica do sujeito emitente,

interferindo na esfera jurídica de outras pessoas,

constituindo-as unilateralmente em obrigações.

Comentário

Pessoal, excelente enunciado. O Cespe elabora muitas questões

sobre imperatividade, o atributo relacionado ao poder extroverso

do Estado, que, como consta no enunciado “permite ao poder

público editar provimentos que vão além da esfera jurídica do sujeito

emitente, interferindo na esfera jurídica de outras pessoas,

constituindo-as unilateralmente em obrigações”.

No que toca o poder extroverso o enunciado está OK.

Mas ele apresenta um erro na sua parte inicial. Porque temos

mais questões sobre o ponto, agora digo apenas que nem todos os

atos administrativos gozam do atributo da imperatividade.

Resposta: Errado.

Questão 20 1776

(Analista Judiciário - CNJ/2013) A autoexecutoriedade é um

atributo presente em todos os atos administrativos.

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Comentário

A autoexecutoriedade permite a atuação administrativa sem

necessidade de prévia manifestação/autorização judicial.

Ela é a regra geral nos atos administrativos, mas não se aplica

a todos.

Segundo o entendimento que devemos adotar, não gozam do

atributo os atos negociais e os atos enunciativos, porque, em

ambos os casos, nada há a ser executado pela Administração.

Resposta: Errado.

Questão 21

(Analista MPU/2015) O ato que aplica determinada sanção a

um servidor público configura exemplo de ato constitutivo,

que se caracteriza por criar, modificar ou extinguir direitos.

Comentário

Segundo Maria Sylvia Zanella di Pietro, quanto aos seus efeitos

os atos administrativos podem (a) constitutivos; (b) declaratórios

e (c) enunciativo.

Nas palavras da Autora:

Ato constitutivo é aquele pelo qual a Administração cria,

modifica ou extingue um direito ou uma situação do

administrado. É o caso da permissão, autorização, dispensa,

aplicação de penalidade, revogação.

Ato declaratório é aquele em que a Administração apenas

reconhece um direito que já existia antes do ato.

Como exemplo, podem ser citadas a admissão, licença,

homologação, isenção, anulação.

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27

Ato enunciativo é aquele pelo qual a Administração apenas

atesta ou reconhece determinada situação de fato ou de direito

(...).

Aplicando a lição da Professora no contexto da questão, até

porque se trata de um exemplo por ela própria trazido, a aplicação de

uma penalidade enquadra-se como ato constitutivo, uma vez que

cria uma nova situação para o punido (a situação de servidor

condenado em um processo disciplinar com sua consequente sanção).

Complementando o raciocínio, porque o ato constitutivo cria

uma nova situação, seus efeitos são apenas proativos, da data em

diante, ao contrário do que ocorre com o segundo tipo de ato

integrante da classificação, o ato declaratório.

Neste temos o mero reconhecimento de um direito

preexistente, motivo pelo qual o ato produz efeitos retroativos à

data em que os requisitos do direito foram preenchidos, ou à data em

que o interessado apresentou um requerimento neste sentido à

Administração.

Resposta: Certo.

Questão 22

(Analista MPU/2015) Tanto os atos administrativos

constitutivos quanto os negociais e os enunciativos têm o

atributo da imperatividade.

Comentário

Pessoal, como já destaquei, o Cespe cobra muito ponto.

Vamos, então, relembrá-lo.

Imperatividade significa que o ato administrativo é

impositivo para o administrado, ou seja, uma vez produzido, influi

na sua esfera jurídica independentemente de sua anuência.

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Uma multa, por exemplo, é um ato imperativo: uma vez

lançada, cria para o infrator uma obrigação de pagamento, sem

necessidade de qualquer tipo de consentimento.

A imperatividade incide sobre a maioria atos administrativos

mas, ao contrário do que consta no enunciado, não gozam do

atributo os atos negociais e os enunciativos.

Já os atos constitutivos gozam do atributo, desde que não se

enquadrem como negociais ou enunciativos.

Resposta: Errado.

Questão 23

(Auditor – CGE – PI/2015 - adaptada) A administração pode

anular os próprios atos, por motivo de conveniência ou

oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada

a apreciação judicial, bem como pode revogá-los quando eles

estiverem eivados de vícios que os tornem ilegais.

Comentário

Creio que bem tranquila a questão.

Ela se fundamentou na Súmula nº 473 do STF, mas inverteu as

características e/ou limites dos institutos a que se aplica.

É a anulação que decorre de ilegalidade, e a revogação que

advém de motivos de conveniência ou oportunidade, não podendo

incidir sobre atos que geraram direito adquirido.

Resposta: Errado.

Questão 24 33

(Defensor Público Federal de 2ª Categoria/2015) Os atos

administrativos negociais são também considerados atos de

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consentimento, uma vez que são editados a pedido do

particular como forma de viabilizar o exercício de determinada

atividade ou a utilização de bens públicos.

Comentário

Perfeito o enunciado.

Licença, autorizações, permissões, enfim, os atos negociais, são

sempre produzidos a pedido do administrado interessado em

fruir certo bem ou exercer certa atividade.

Não existe, pois, ato negocial de ofício.

É a única (a única) categoria de ato administrativo que

depende sempre de pedido do administrado para sua produção. Daí

serem também denominados “atos de consentimento”

Resposta: Certo.

Questão 25

(TFCE – TCU/2015) Agirá de acordo com a lei o servidor

público federal que, ao verificar a ilegalidade de ato

administrativo em seu ambiente de trabalho, revogue tal ato,

para não prejudicar administrados, que sofreriam efeitos

danosos em consequência da aplicação desse ato.

Comentário

Mais uma vez o Cespe elabora questão imputando à revogação

o motivo de outra modalidade de extinção, a anulação. Esta é que

decorre de ilegalidade; aquela, de inconveniência ou inoportunidade.

Questão simples, e vejam que é de uma prova do TCU.

Resposta: Errado.

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Questão 26 6

(TFCE – TCU/2015) Conforme a teoria dos motivos

determinantes, a validade do ato administrativo vincula-se aos

motivos que o determinaram, sendo, portanto, nulo o ato

administrativo cujo motivo estiver dissociado da situação de

direito ou de fato que determinou ou autorizou a sua

realização.

Comentário

Vejam só, o Cespe entendeu como correto o enunciado, e

considero que assim procedeu sem qualquer grau de malícia.

Digo isto porque, ao menos do modo como usualmente

trabalhamos a matéria, sempre que se falar em teoria dos motivos

determinantes devemos ressaltar que ela pressupõe a motivação do

ato administrativo (a declaração por escrito dos motivos), e esta

circunstância não foi mencionada na questão.

Assim, vou transcrever o enunciado e destacar em negrito o

que entendo que nele deve constar para ser efetivamente tido por

correto (lembrando que o importante mesmo é que este enunciado,

“do jeito que está”, foi considerado correto pelo Cespe).

Segue a transcrição:

Conforme a teoria dos motivos determinantes, a validade do

ato administrativo vincula-se aos motivos que o determinaram

[explicitados na motivação], sendo, portanto, nulo o ato

administrativo cujo motivo estiver dissociado da situação de

direito ou de fato que determinou ou autorizou a sua realização.

Enfim, pela aplicação desta teoria, os motivos declarados pela

Administração para produzir o ato vinculam sua validade, de modo

que, se forem inexistentes ou inadequados, o ato deve ser declarado

nulo.

Resposta: Certo.

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Questão 27 5

(TFCE – TCU/2015) A revogação de atos pela administração

pública por motivos de conveniência e oportunidade não

possui limitação de natureza material, mas somente de

natureza temporal, como, por exemplo, o prazo quinquenal

previsto na Lei n.º 9.784/1999, que regula o processo

administrativo no âmbito do serviço público federal.

Comentário

O item está completamente errado, trocou tudo.

O prazo prescrito na Lei nº 9.784/99 é aplicável à anulação,

não à revogação.

Por outro lado, o que não faltam à revogação são limites

materiais, ou seja, espécies/categorias de atos que não

admitem a medida.

Segundo entende a doutrina, não podem ser revogados os atos

administrativos (a) que geraram direito adquirido; (b) vinculados;

(c) integrantes de um procedimento, após sua produção; (d)

consumados; e (e) os conhecidos como “meros atos

administrativos”.

Resposta: Errado.

Questão 28

(TFCE – TCU/2015) Decretos não são considerados atos

administrativos.

Comentário

Claro que são.

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32

Chega a ser falta de elegância entender que o ato expedido

pelo chefe da Administração justamente nesta condição não é ato

administrativo, uma vez que esta é a categoria jurídica mais peculiar

e tradicional de toda nossa matéria.

Um decreto que aplica a demissão a um servidor, por exemplo,

é um típico ato administrativo praticado no âmbito do poder

disciplinar.

Lembrando a vocês, os atos administrativos são (a) as

manifestações unilaterais de vontade da Administração; (b)

produzidos em condições de superioridade perante a outra parte na

relação jurídica; (c) a que o Direito Administrativo confere efeitos

jurídicos.

Enfim, (a) unilateralidade, (b) superioridade e (c) produção de

efeitos jurídico-administrativos. O ato que preencher estes 3

elementos, é um ato administrativo, e isto ocorre no nosso exemplo.

O decreto que aplica a pena de demissão é expedido

unilateralmente pelo chefe do executivo, em posição de superioridade

perante o servidor, e produz o efeito de desfazer seu vínculo com a

Administração.

Além disso, como já revisamos antes, é uma manifestação

expressa, um último elemento do ato administrativo.

Resposta: Errado.

Questão 29 9

(Administrador – FUB/2015) Um ato administrativo editado

pela administração pública não requer provas de sua validade,

visto que a presunção de legitimidade é inerente a esse ato.

Comentário

O Cespe considerou correto este item: efetivamente, pela

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33

presunção de legitimidade dos atos administrativos, a

Administração não necessita provar sua validade no momento em

que os produz, cabendo ao administrado, se decidir arguir sua

nulidade, comprovar os defeitos de legalidade em sua constituição.

Mas sempre cabe lembrar que, uma vez tendo o administrado

assim procedido – ou seja, tendo ele impugnado a validade do ato

administrativo embasado em suporte probatório adequado -, a

Administração a tal impugnação irá se contrapor, e ao fazê-lo deverá

comprovar a presença dos elementos do ato que produziu.

Enfim, num primeiro momento a Administração não se sujeita

ao ônus de comprovar os elementos de validade dos atos

administrativos que expede (este é um dos efeitos do atributo), mas

tal ônus surge frente à impugnação da legalidade do ato pelo

administrado, desde que ele apresente provas para sustentá-la.

Caso ele não apresente qualquer prova, cessa a obrigação

também para a Administração, e o ato mantém-se como válido (este

é outro efeito do atributo).

De qualquer modo, vejam que pela redação do enunciado o

Cespe dá a entender que nunca se faz necessária prova da validade

do ato pela Administração. Isto não está certo (uma vez que o

administrado impugne a validade com provas a Administração terá

que se defender com outras), mas foi assim considerado pelo

Cespe. Não temos outra opção a não ser memorizar o

enunciado da questão.

Resposta: Certo.

Questão 30 9

(Administrador – FUB/2015)

Competência, finalidade, forma, motivo e objeto são requisitos

fundamentais do ato administrativo, sem os quais este se torna nulo.

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34

Comentário

Efetivamente, competência, finalidade, forma, motivo e objeto

são, na clássica lição do Professor Hely Lopes Meirelles, requisitos de

validade do ato administrativo.

Até aqui tudo bem. O problema é a parte final do enunciado.

Nem sempre um defeito nestes elementos de validade torna o ato

nulo.

Pode ser que o ato passe a ser tão só anulável (ou seja,

passível de convalidação, correção pela Administração), o que ocorre

quando o defeito é sanável.

De qualquer modo, mais uma vez temos que memorizar o

enunciado da questão como correto para fins de prova do Cespe.

Resposta: Certo.

Questão 3111

(Auditor – FUB/2015 - adaptada) - Paulo foi aprovado em

concurso para analista, que exigia nível superior. Nomeado e

empossado, Paulo passou a desempenhar suas funções com

aparência de legalidade. Posteriormente, constatou-se que

Paulo jamais havia colado grau em instituição de ensino

superior, detendo, como titulação máxima, o ensino médio.

Considerando essa situação hipotética, julgue os itens seguintes.

1. Evidenciada a ausência de um dos requisitos para a investidura,

Paulo deve ser demitido do cargo publico em que fora empossado.

2. Os atos administrativos praticados por Paulo, embora tenham

vícios, podem ser considerados validos quanto aos efeitos que

atinjam terceiros de boa-fé, em atendimento ao principio da

segurança jurídica.

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35

Comentário

Item 1

No caso, houve um defeito insanável de legalidade no ato

de investidura, a saber, no motivo, uma vez que Paulo não

preencheu os requisitos legais para a posse.

Lembro a vocês que o motivo de um ato administrativo é o

conjunto de requisitos materiais que permitem ou determinam sua

produção, conforme a competência seja, respectivamente,

discricionária ou vinculada.

Um dos requisitos para a investidura no cargo era o título

universitário. Como Paulo não possuía, o ato tem vício de motivo.

Neste caso, caso impõe-se a anulação do ato de posse, e não

a demissão de Paulo.

Pra ninguém ficar em dúvida, se Paulo agiu de má-fé, deverá

sofrer as consequências civis e penais de sua conduta. Apenas, não é

causa de sanção disciplinar, porque há defeito na própria investidura

de Paulo como servidor.

Alguns entendem que, apesar disso, a sanção disciplinar é

possível, quando houve má-fé daquele do beneficiário do ato (o

empossado). Mas como o enunciado não trouxe qualquer informação

neste sentido, a consequência, no contexto da questão, é realmente a

anulação.

Resposta: Errado.

Item 2

O item nada mais faz do que trazer a ressalva aplicável aos

terceiros de boa-fé.

Como sabemos, a anulação produz efeitos ex tunc, ressalvados,

regra geral, os terceiros de boa-fé, que não são atingidos pela

anulação do ato originariamente viciado.

Por exemplo, anulada uma nomeação, não se anulam, em

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regra, os atos que o servidor indevidamente nomeado produziu

enquanto, bem ou mal, exerceu a função pública.

Devemos notar que mais uma vez o Cespe traz uma afirmação

dúbia: segundo a melhor doutrina, não é que se considerem válidos

os atos produzidos a partir do ato nulo que tem por destinatários os

terceiros de boa-fé. Apenas que afirma que tais atos não são

alcançados pela anulação.

Creio que dá para notar que há diferença entre se afirmar

que um ato é valido e que ele, apesar de um defeito na

origem, não pode ser anulado. De qualquer modo, mais uma vez e

sempre: o importante é sabermos como o Cespe está cobrando a

matéria.

Resposta: Certo.

Questão 32

(Analista Judiciário - Área Administrativa - Especialidade

Direito - TJ SE/2014) Os atos com vício de forma ou finalidade

são convalidáveis.

Comentário

Um defeito de legalidade é dito sanável quando permite sua

correção (convalidação). Por outro lado, é dito insanável quando não

permite a aplicação da medida, acarretando, como regra geral, a

anulação do ato administrativo.

O entendimento predominante na matéria é que admitem

convalidação (são, portanto, sanáveis) os defeitos de competência,

quando não-exclusiva, e de forma, quando não-essencial.

Já o defeito de finalidade, bem como os de motivo e objeto,

são insanáveis, impedindo a convalidação.

Resposta: Errado.

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Questão 33 13

(Técnico Judiciário - Área Administrativa TJ CE/2014) A

respeito de alguns aspectos do ato administrativo, assinale a

opção correta.

A Os atos de gestão da administração pública são regidos pelo direito

público.

B Agente incompetente, vício de forma e desvio de finalidade são

fundamentos que podem resultar em anulação do ato administrativo.

C A administração tem o poder de revogar todos os atos

administrativos, desde que observadas a conveniência e a

oportunidade.

D O ato discricionário é editado com base em um juízo de

conveniência e oportunidade do administrador e com a devida

demonstração do interesse público, o que dispensa o controle de

legalidade pelo Poder Judiciário.

E Por meio da convalidação, os atos administrativos que apresentam

vícios são confirmados no todo ou em parte pela administração, e,

em caso de vício insanável, ao processo de convalidação dá-se o

nome de reforma.

Comentário

Das alternativas da questão, está correta a segunda: agente

incompetente, vício de forma e desvio de finalidade são alguns dos

vícios que podem resultar na anulação do ato administrativo.

Na sequência, aponto os erros das demais alternativas.

Alternativa A: os atos de gestão são atos pelos quais é promovida a

administração do patrimônio público. Segundo a tradicional lição de

Hely Lopes Meirelles, tais atos são regidos predominantemente

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pelo direito privado, ao contrário de outra das categorias da

classificação, os atos de império, que são disciplinados pelo direito

público.

Alternativa C: há várias hipóteses de atos irrevogáveis, tal como os

atos vinculados.

Alternativa D: o Poder Judiciário pode apreciar todo e qualquer

elemento de legalidade de todo e qualquer ato produzido pela

Administração, seja ele produzido com base em competência

vinculada ou discricionária.

- Alternativa E: em caso de vício insanável não se dá nome algum ao

processo de convalidação, simplesmente porque a medida não é

possível.

Resposta: Alternativa B.

Questão 34

(Técnico Judiciário - Área Judiciária e Administrativa - TJ

SE/2014 - adaptada) O Poder Judiciário só tem competência

para revogar os atos administrativos por ele mesmo

produzidos.

Comentário

Perfeito o enunciado: no exercício da sua função típica, a

jurisdicional, o Judiciário pode anular atos praticados na esfera de

qualquer Poder, inclusive do próprio Judiciário; já no exercício da

sua função atípica, a administrativa, o Judiciário pode anular ou

revogar os atos produzidos na própria esfera do Poder Judiciário.

Resposta: Certo.

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Questão 35

(Técnico Judiciário - Área Judiciária e Administrativa - TJ

SE/2014 - adaptada) Os atos administrativos gozam da

presunção de legitimidade, o que significa que são

considerados válidos até que sobrevenha prova em contrário.

Comentário

O item traduz a essência do atributo da presunção de

legitimidade: até que seja comprovado o defeito de legalidade no ato

administrativo presume-se que o mesmo foi produzido em estrita

consonância com a lei e os princípios administrativos.

Resposta: Certo.

Questão 36 1662

(Cargos de Nível Superior – Anatel/2014) A revogação

importa em juízo de oportunidade e conveniência, razão por

que os atos administrativos somente podem ser revogados

pela autoridade que os tenha exarado.

Comentário

A revogação é um dos atos de mais típico exercício do poder

hierárquico.

Assim, sem análise de qualquer diploma legal específico,

podemos considerar que, como regra geral, podem decidir pela

revogação do ato o agente que o produziu e seus superiores na

cadeia hierárquica do órgão ou entidade.

Resposta: Errado.

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Questão 37 1662

(Cargos de Nível Superior – Anatel/2014) Os atos

administrativos são praticados por servidores e empregados

públicos, bem como por determinados particulares, a exemplo

dos concessionários e permissionários de serviços públicos e

oficiais de cartórios.

Comentário

O Cespe tem abordado bastante este ponto ultimamente.

Informação importante para a prova.

Além dos servidores e empregados públicos que, na condição

de agentes administrativos, produzem a grande maioria dos atos

administrativos, temos particulares, como os arrolados no enunciado,

que atuam por delegação do Poder Público e que, no exercício

de tal atividade, também produzem atos desta natureza.

Resposta: Certo.

Questão 38 162

(Cargos de Nível Superior – Anatel/2014) Os atos

administrativos devem ser praticados, necessariamente, por

escrito, em atendimento ao princípio do formalismo.

Comentário

A regra é que os atos administrativos sejam formais e escritos,

mas, como toda boa regra, esta admite boas exceções, ou seja, atos

produzidos sem a obrigatoriedade de dada forma específica

(informais), sendo que isto pode ocorrer na forma escrita ou não-

escrita (neste caso, como ocorre, por exemplo, com as ordens de um

agente de trânsito).

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Resposta: Errado.

Questão 39 162

(Cargos de Nível Superior – Anatel/2014) Imperatividade é o

atributo com base no qual o ato administrativo pode ser

praticado pela própria administração sem a necessidade de

intervenção do Poder Judiciário.

Comentário

Belo conceito. De autoexecutoriedade.

Resposta: Errado.

Questão 40 201222

(Cargos de Nível Superior – ANTAQ/2014) Consideram-se

válidos os efeitos produzidos pelo ato administrativo até o

momento de sua eventual revogação pela administração

pública, quer no que diz respeito às partes interessadas, quer

em relação a terceiros sujeitos aos seus efeitos reflexos.

Comentário

A redação nada mais expressa que o fato de a revogação

produzir efeitos tão somente ex nunc, proativos, da data em diante,

sem afetar de qualquer modo os efeitos do ato até então produzidos.

Resposta: Certo.

Questão 41 21133

(Auditor de Controle Externo – TC DF/2014) A presunção de

legitimidade é atributo de todos os atos da administração,

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42

inclusive os de direito privado, dada a prerrogativa inerente

aos atos praticados pelos agentes integrantes da estrutura do

Estado.

Comentário

Muito importante esta questão do Cespe

A forma como a banca cobrou a matéria nesta oportunidade

não é muito utilizada atualmente, mas, de qualquer modo, está

correta, com base nas lições de Hely Lopes Meirelles.

A peculiaridade a que me refiro é a afirmação de que a

presunção de legitimidade alcança os atos da Administração, ou

seja, não só os atos de direito público, mas também os de direito

privado.

Isto porque, na perspectiva do Professor Hely, todo e qualquer

ato da Administração, seja qual for o regime que discipline em

caráter exclusivo ou principal seu conteúdo, é produzido no âmbito de

um procedimento administrativo no qual várias formalidades

devem ser observadas.

E, em função disso, justifica-se presumir que tais atos foram

produzidos validamente em termos de forma ou conteúdo, até prova

cabal em sentido contrário, a cargo do administrado.

Resposta: Certo.

Questão 42 21133

(Auditor de Controle Externo – TC DF/2014) A convalidação

supre o vício existente na competência ou na forma de um ato

administrativo, com efeitos retroativos ao momento em que

este foi originariamente praticado.

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Comentário

O item apresenta o conceito da nossa nobre convalidação,

devendo-se ressaltar seus efeitos retroativos.

A convalidação, em português singelo, “apaga” o vício de

legalidade do ato. É como se o ato, desde a sua edição, tivesse sido

produzido em estrita conformidade com todos os parâmetros de

legalidade que lhe sejam aplicáveis.

O efeito retroativo da convalidação é indispensável para a

utilidade do instituto. Se assim não fosse (ou seja, se sua eficácia

fosse tal só proativa), de nada valeria o instituto para a

Administração, pois seria equivalente a anular o ato viciado e na

mesma oportunidade praticar outro sem defeito nenhum.

Pois bem, o item foi considerado correto. E realmente está

certo afirmarmos que “a convalidação supre o vício existente na

competência ou na forma de um ato administrativo”, pois a medida

pode incidir apenas quando o defeito é em um destes dois elementos

de validade do ato administrativo.

Mas lembro a vocês mais uma vez que nem todo vício de

competência ou de forma é sanável, permitindo a

convalidação. Somente possibilitam sua utilização os vícios de

competência não-exclusiva ou forma não-essencial.

Resposta: Certo.

Questão 43

(AFRE – ES/2013) No que se refere a atos administrativos,

assinale a opção correta.

A. A ausência de manifestação da administração em situações em

que deve pronunciar-se, conhecida como silêncio administrativo, é

considerada ato administrativo, independentemente de lei, pois afeta

direta ou indiretamente os administrados.

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B. Os atos administrativos discricionários não exigem motivação e a

motivação, se houver, em nada afeta a validade do ato

administrativo, ante a impossibilidade de vinculação dos motivos.

C. O atributo da imperatividade dos atos administrativos diz respeito

a possibilidade de o ato ser imediatamente executado,

independentemente de solicitação previa ou posterior do Poder

Judiciário.

D. Um fato administrativo não se preordena a produção de efeitos

jurídicos, traduzindo-se em uma atividade material no exercício da

função administrativa.

E. A locação de um prédio pela administração traduz um ato da

administração que, embora regido pelo direito publico, põe o

particular em posição igualitária com o poder publico.

Comentário

Boa questão do Cespe. Passando diretamente às suas

alternativas, temos que:

- a primeira está errada: como já vimos em outra oportunidade, o

ato administrativo corresponde a uma manifestação de vontade não

só unilateral, mas expressa da Administração. Adotando lição de

Celso Antônio Bandeira de Mello, devemos considerar como espécie

de fato administrativo o silêncio da Administração, desde que a

lei atribua-lhe consequências jurídicas. Enfatizando novamente o

ponto, devemos enquadrar na categoria ora analisada as omissões

administrativas, quando a lei confira-lhes efeitos jurídicos,

reservando a categoria atos administrativos para as manifestações

unilaterais expressas da Administração;

- a segunda está errada: a motivação integra o elemento forma dos

atos administrativos, e é a regra geral também para os atos

discricionários. Ademais, mesmo nas hipóteses em que não se faz

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obrigatória, uma vez realizada pela Administração

automaticamente condiciona a validade do ato administrativo;

- a terceira está errada: é a autoexecutoriedade que produz tal

efeito, qual seja, possibilitar a execução do ato direta e

imediatamente pela Administração, sem necessidade de qualquer

manifestação do Poder Judiciário;

- a quarta é a alternativa correta da questão: devemos ter

atenção nesta alternativa, pois aqui ocorreu a inversão das

expressões fato administrativo/fato da Administração com relação à

forma como a matéria às vezes é apresentada nos materiais teóricos.

Explicando de forma simples, as expressões fato administrativo/fato

da Administração são intercambiáveis: o conceito que cai numa

questão como de fato da Administração pode ser cobrado em outra

como o de fato administrativo, e vice versa. Então, fato da

Administração é a execução material de um ato administrativo não

preordenada à produção de efeitos jurídico, e fato administrativo é

um evento da natureza a que o Direito Administrativo atribui efeitos

jurídicos, OU VICE VERSA;

- a quinta está errada: a locação de um prédio pela administração

origina um ato da Administração regido predominantemente pelo

Direito Privado.

Resposta: Alternativa D

Questão 44

(Consultor Legislativo – Câmara dos Deputados/2014) A

imperatividade é atributo presente apenas nos atos

administrativos que imponham restrições de direitos, não se

aplicando aos atos ampliativos de direitos.

Comentário

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46

Mais uma questão do Cespe sobre imperatividade, mas sob

uma perspectiva ainda não trabalhada.

Lembrando, pela imperatividade o ato administrativo é

impositivo para o administrado, ou seja, é válido e eficaz

independentemente de sua anuência.

Da forma como trabalha a doutrina que somos obrigados a

adotar, o atributo incide apenas quanto aos atos que de qualquer

modo implicam restrição à esfera jurídica do administrado (foi o

que o Cespe chamou de restrição de direitos no enunciado), como o

ato de aplicação de uma sanção.

Os atos de qualquer modo ampliem a esfera jurídica do

administrado, como o ato de autorização de uso de um bem público,

não gozam do atributo porque, segundo este entendimento, “não

precisam”, uma vez que o administrado deseja a produção do ato e

os efeitos jurídicos daí decorrentes.

Resposta: Certo.

Questão 45

(Consultor Legislativo – Câmara dos Deputados/2014) Os atos

administrativos podem ser exarados por órgãos públicos ou

por particulares mediante delegação.

Comentário

Sabemos que esta questão está correta. Confirma a posição da

banca. Vou aproveitá-la para trabalhar um pouco mais a matéria.

Quem quiser “pular” a explicação leia apenas a partir do parágrafo

destacado em vermelho.

Em regra os atos administrativos são produzidos por agentes

públicos (relembrando, as pessoas físicas que exercem função

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pública) atuando em órgãos, em nome de certa entidade política ou

administrativa.

Mas há uma exceção a esta regra, justamente o que vem sendo

cobrado pelo Cespe: as pessoas jurídicas que atuam na condição de

delegatárias de serviço público, no que toca ao serviço público

propriamente dito, produzem, por meio de seus agentes (dirigentes

e empregados), atos administrativos, e tais pessoas não se

enquadram entre os agentes públicos.

O delegatário de serviços públicos, como pessoa jurídica,

não é um agente público (pois esta categoria abrange somente

pessoas físicas).

Seus empregados e dirigentes, por sua vez, não se enquadram

na categoria agentes públicos, na modalidade agentes delegados

(esta abrange apenas as pessoas físicas que atuam, em seu nome,

como delegatárias, e estamos tratando de delegatários pessoas

jurídicas, atuando em nome deles as pessoas físicas, seus dirigentes

e empregados). Logo, os empregados e dirigentes de pessoas

jurídicas delegatárias de serviços público, embora pratiquem alguns

atos administrativos, não são enquadrados entre os agentes públicos.

Assim, a produção de atos administrativos por agentes

públicos atuando em órgãos em nome de dada entidade é,

inegavelmente, a regra geral, mas não absoluta, pois há atos

dessa natureza produzidos por particulares, atuando na qualidade

de delegatários do Poder Público.

Reforçando a conclusão, embora seja inegavelmente mais

comum a produção de atos administrativos no seio dos órgãos

integrantes da estrutura formal da Administração (atuando em nome

da respectiva entidade), pode a produção de atos desta natureza

ocorrer fora dessa estrutura.

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Esta afirmação é simples de ser compreendida se

considerarmos que o ato administrativo é o ato que por excelência

caracteriza a função administrativa.

Logo, onde houver o exercício desta função teremos a

produção de atos administrativos.

A função administrativa, enquanto atividade-fim, compreende o

fomento, a polícia administrativa, os serviços públicos e a intervenção

administrativa.

Ora, se a função administrativa compreende os serviços

públicos (fornecimento de água, energia elétrica, gás etc.), é

evidente que aquele que estiver prestando um serviço dessa espécie

estará exercendo função administrativa e, nesse contexto, produzirá

também atos administrativos.

Logo, os concessionários e permissionários de serviços

públicos, por meio de seus prepostos e no que toca à prestação

do serviço, praticam atos administrativos.

E quando dizemos atos administrativos, estamos nos referindo

à expressão em sentido próprio, ou seja, atos jurídicos portadores de

atributos especiais.

Basta pensarmos na conta de energia elétrica que chega a

nosso domicílio todo mês. Trata-se de um exemplo de ato detentor

de imperatividade: o delegatário, unilateralmente, expede a

conta, definindo o valor devido naquele período, e esse ato vale

independentemente de qualquer anuência do usuário do

serviço. Enfim, o delegatário, por ato unilateral, cria uma obrigação

e define seu montante.

Indo além, se não efetuarmos o pagamento, estamos sujeitos

ao corte do fornecimento, que poderá ser executado diretamente pelo

delegatário, independentemente de qualquer anuência do Poder

Judiciário. Temos aqui, assim, uma atuação com

autoexecutoriedade.

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Em conclusão, podemos afirmar que os concessionários e

permissionários de serviço público, no tocante à atividade

administrativa, produzem atos administrativos, com os atributos que

lhe são inerentes.

Resposta: Certo.

Questão 46

(Administrador – MIN/2014) A concessão pela administração

pública de licença ao cidadão para construir consiste em ato

administrativo discricionário.

Comentário

Sabemos que na discricionariedade a lei outorga ao

administrador um espaço de decisão, dentro do qual poderá ele

apreciar a conveniência e a oportunidade do ato, bem como definir o

seu conteúdo.

Isto, todavia, não se aplica à licença, um ato classificado

entre os negociais, mas produzido a partir de competência

vinculada, no sentido de que, uma vez que o administrado

comprove o preenchimento dos requisitos legais, têm direito à sua

expedição.

Resposta: Errado.

Questão 47

(Administrador – MIN/2014) Considere a seguinte situação

hipotética.

Determinado órgão público, no ano de 2007, expediu portaria

para regulamentar assunto específico e, no ano de 2008,

publicou nova portaria, para regulamentar o mesmo assunto e

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revogar a publicada no ano anterior. Em 2009, esse órgão

expediu nova portaria, que revogou a de 2008 e determinou

expressamente a restauração da vigência da portaria expedida

em 2007.

Nessa situação hipotética, é correto afirmar que o primeiro ato

normativo voltará a vigorar, dado que ocorreu repristinação.

Comentário

Repristinação, em Direito Público, é usualmente trabalhada

em Teoria Geral de Direito Constitucional, não sendo usual, portanto,

cair em provas de Direito Administrativo como o Cespe fez nesta

oportunidade.

De qualquer modo, repristinação é a restauração da

vigência de norma anteriormente revogada, em virtude da

revogação da norma revogadora com a expressa determinação

deste restabelecimento.

Foi justamente este o fenômeno que se verificou na situação

hipotética apresentada no enunciado, que pode ser assim sintetizada:

1º) em 2007 foi expedida portaria para tratar de certo assunto;

2º) em 2008 nova portaria sobre a matéria entrou em vigor,

revogando a de 2007;

3º) em 2009 foi editada uma terceira portaria sobre o tema,

revogando a segunda e determinando a restauração da vigência (ou

seja, a repristinação) da primeira.

Apenas reforçando um detalhe deste instituto, nosso sistema

não se compatibiliza com a repristinação tácita.

Ou seja, usando o exemplo do item, é indispensável que a

portaria de 2009 expressamente restaure a vigência da de 2007,

caso contrário teremos simplesmente duas normas revogadas (as

portarias de 2007 e 2008) e uma em vigor (a de 2009).

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Com a repristinação temos duas portarias em vigor, a

repristinadora (2009) e a repristinada (2007).

Resposta: Certo.

Questão 48

(Administrador – MIN/2014) Suponha que a ascensão

funcional de determinado servidor público tenha decorrido de

ato administrativo calcado em lei inconstitucional e que já

tenha transcorrido o prazo decadencial para a administração

anular o respectivo ato. Nessa situação, admite-se a

convalidação do ato administrativo de transposição de carreira

em favor do servidor, com fundamento no princípio da

indisponibilidade.

Comentário

Uma ótima questão do Cespe.

Vamos inicialmente lembrar que a convalidação é correção,

com efeitos retroativos, de um ato portador de defeito sanável de

legalidade.

Esta figura, na esfera federal, é regulada pela Lei nº 9.784/99,

em seus art. 54 e 55. O referido diploma dispõe sobre as normas

gerais do processo administrativo federal, mas como vários de seus

dispositivos tratam de atos administrativos específicos (como não

poderia deixar de ser), a exemplo da convalidação, eles podem ser

cobrados dentro da matéria “atos administrativos”. Isto justifica, pois,

a inserção da questão nesta unidade.

Pois bem, a Lei 9.784 define duas hipóteses de convalidação,

quais sejam:

1º) convalidação tácita (art. 55): os atos viciados favoráveis ao

administrado só podem ser anulados pela Administração dentro do

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prazo decadencial de cinco anos. Ultrapassado esse prazo,

considera-se convalidado o ato e definitivos seus efeitos, salvo

comprovada má-fé do administrado. Chama-se de tácita esta

hipótese porque não há um ato formal de correção, apenas o

transcurso do prazo decadencial para a anulação (em outros termos,

como a Administração não pode desfazer o ato, é como se tivesse

corrigido);

2º) convalidação expressa (art. 54): quando o ato for portador de

defeitos sanáveis, e dele não resultar prejuízo para o interesse

público ou para terceiros, a Administração poderá convalidá-lo.

Esse caso é de convalidação expressa, uma vez que a Administração

pratica um ato formal de correção.

Passando agora à análise do enunciado, não é possível sua

convalidação expressa, pois um ato produzido com base em lei

declarado inconstitucional tem defeito de motivo, e motivo é defeito

insanável. Logo, desde logo podemos concluir que o enunciado está

errado.

Mas vamos aproveitar a questão para explorar a matéria um

pouco mais.

Como se trata de um ato benéfico para o administrativo, num

primeiro momento incide o prazo decadencial da convalidação tácita

(o administrado está de boa-fé, pois o defeito é na lei). É engraçada,

mas real a situação: tal ato, de um lado, não pode ser corrigido

(pois o defeito é insanável), por outro, também – a princípio -

não ser anulado (uma vez que foi ultrapassado o prazo

decadencial e o administrado está de boa-fé).

Temos que ter isto bem claro em mente: não é requisito para

a convalidação tácita que o defeito seja sanável (isto é requisito

para a convalidação expressa). Assim, a princípio, mesmo que o

defeito seja insanável não é mais possível a anulação do ato pela

Administração, salvo má-fé, quando ultrapassado o prazo quinquenal.

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53

Ocorre que o STF afasta a incidência do prazo e, como um

todo, do art. 54 da Lei 9.784/99, quando o ato viola frontalmente a

Constituição, e foi isto que ocorreu na situação posta à

apreciação: uma ascensão funcional calcada em lei declarada

inconstitucional pela Corte porque ofensiva da regra do concurso

público (prevista expressamente na Constituição).

Esta foi a posição do Tribunal no julgamento do MS 28.279/DF,

16.12.2010, quando decidiu que o art. 54 da Lei 9.784/99, por

força do princípio da segurança jurídica incide seja o defeito

sanável ou insanável, porém o dispositivo não se aplica em

situações excepcionais, quando o ato viola flagrantemente

determinação expressa da Constituição, caso em que não há

prazo para sua anulação pela Administração.

Enfim, pessoal, se o defeito é sanável, a convalidação

expressa é possível; se não for, a medida não é aplicável. Mas

a Administração, mesmo em se tratando de defeito insanável,

não pode anular o ato se ele é benéfico para a administrado de

boa fá, salvo se ofensivo diretamente à Constituição, caso em

que não há prazo para a anulação.

Resposta: Errado.

Questão 49

(ATA – CADE – MI/2014) A autoexecutoriedade, um dos

atributos do ato administrativo, dispensa a necessidade de a

administração obter autorização judicial prévia para a prática

do ato.

Comentário

Temos ciência de que a autoexecutoriedade é o atributo do

ato administrativo que assegura sua imediata executoriedade

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pela Administração, independentemente de prévia apreciação

do Poder Judiciário.

Resposta: Certo.

Questão 50

(ATA – CADE – MI/2014) Embora a função administrativa seja

atípica para os Poderes Judiciário e Legislativo, no exercício

da função administrativa, esses poderes praticam atos

administrativos.

Comentário

A questão trata de um ponto absolutamente pacífico em nível

doutrinário e jurisprudencial.

Todos os Poderes, seja de modo típico ou atípico, exercem

função administrativa, segue-se, em consequência, que todos os

Poderes, nesse contexto, praticam atos administrativos.

Resposta: Certo.

Questão 51

(Analista Judiciário – Área Judiciária – TRE MS/2013) No que

se refere à administração pública e ao ato administrativo,

assinale a opção correta.

A. Os atos administrativos gerais, a exemplo dos atos normativos,

podem ser objeto de impugnação direta por meio de recurso

administrativo.

B. Ato inexistente é aquele que possui apenas aparência de

manifestação de vontade da administração pública, mas não se

origina de um agente público, mantendo-se, porém, aqueles efeitos

já produzidos perante terceiros de boa-fé.

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C. A multa administrativa goza de executoriedade na medida em que

a administração pode obrigar o administrado a cumpri-la por meios

indiretos, como o bloqueio de documento de veículo.

D. O ato administrativo será discricionário quando a lei não

estabelecer margem alguma de liberdade para atuação do

administrador, fixando uma única maneira de agir nos termos da lei.

E. Os atos normativos editados conjuntamente por diversos órgãos

da administração federal, como as portarias conjuntas ou instruções

normativas conjuntas da Secretaria da Receita Federal do Brasil e da

Procuradoria da Fazenda Nacional, são exemplos de ato

administrativo complexo.

Comentário

Primeira alternativa

Os atos administrativos gerais são aqueles cujos destinatários

são indeterminados, podendo ser gerais e concretos, quando

incidem em um caso específico, ou gerais e abstratos, quando de

caráter normativo, caso em que temos os atos administrativos

normativos.

Segundo o magistério de Maria Sylvia Zanella di Pietro, tais

atos não podem ser impugnados, diretamente, em tese, na via

administrativa ou judicial, pela pessoa por eles lesada.

É a esta característica dos atos administrativos que se refere o

enunciado, que, adotando-se lições como a ora trazida, está errado.

Relembrando melhor o ponto, o administrado não dispõe de

legitimidade para impugnar diretamente os atos gerais da

Administração, visando ao seu afastamento para todos os

administrados. O que lhe é facultado é impugnar um ato

administrativo concreto produzido com base no ato geral,

apresentando como fundamento da sua impugnação vício que

entende nele existente.

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56

Por exemplo, se é expedido uma portaria determinando o

horário de funcionamento de um órgão público (ato geral), o

administrado que se sentir lesado, por entender que o horário fixado

é restritivo, poderá buscar afastar sua aplicação, de modo a ser-lhe

permitido adentrar nas dependências do órgão em horário diverso

daquele nela estabelecido. Mas não poderá pleitear o afastamento da

aplicação da portaria em caráter geral, para todos os administrados.

Nesse contexto, é esse o sentido da expressão impugnação

direta adotada no enunciado, e, reforçando a conclusão, é por isto

que ele está errado.

Resposta: Errado.

Item 2

Considera-se inexistente o ato administrativo que não foi

produzido por um agente público, mas por alguém que finge

possuir tal condição, sem que, no caso em concreto, tenham

se configurados os elementos da teoria da aparência.

Seria o caso, por exemplo, de um particular fazer-se passar por

um auditor-fiscal da Receita Federal do Brasil e, com base nessa

farsa, lavrar um auto de infração contra um estabelecimento

comercial. Trata-se, no caso, de um ato inexistente, inidôneo para a

produção de quaisquer efeitos jurídicos (ressalvada a possibilidade

de responsabilização do artista).

Celso Antônio Bandeira de Mello também enquadra nessa

categoria as condutas criminosas dos agentes públicos, violadoras

dos direitos fundamentais dos administrados.

E o mesmo Autor declara que, ao contrário do ato nulo, o ato

inexistentes não tem aptidão para manter a produção de quaisquer

efeitos jurídicos, mesmo com relação aos terceiros de boa-fé.

Aplicando ao caso a lição do Professor, está errado o

enunciado: os terceiros de boa-fé em regra não são atingidos pela

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extinção de um ato nulo, mas também são alcançados pelos

efeitos da declaração de um ato inexistente.

Resposta: Errado.

Terceira alternativa

Esta questão, pelas expressões “meios indiretos” e

“executoriedade”, foi elaborada a partir das lições de Bandeira de

Mello.

E, pela lição do Autor, a multa, um dos mais típicos atos

produzidos pela Administração, geralmente no âmbito do poder de

polícia, não goza de executoriedade, mas sim de exigibilidade.

Resposta: Errado.

Quarta alternativa

O enunciado traz um excelente conceito. De ato vinculado.

Resposta: Errado.

Quinta alternativa

Esta é a alternativa correta da questão.

Lembrando, o ato administrativo complexo é aquele que

necessita da manifestação de vontade de dois ou mais órgãos

para sua formação. Nenhuma das manifestações, isoladamente, é

suficiente para produzir o ato, que se completa apenas com a

participação de todos os órgãos nele intervenientes.

E efetivamente como atos complexos que se enquadram os

atos normativos editados conjuntamente por diversos órgãos da

administração federal, como as portarias conjuntas ou instruções

normativas conjuntas da Secretaria da Receita Federal do Brasil e da

Procuradoria da Fazenda Nacional. Somente a concordância quanto

ao conteúdo do ato por parte de todos os órgãos nele envolvidos

torna possível sua efetiva expedição.

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Resposta: Certo.

Resposta Geral: Alternativa E.

Questão 52

(Técnico Judiciário – Área Administrativa – TRT 10ª

Região/2013) A competência administrativa pode ser

transferida e prorrogada pela vontade dos interessados, assim

como pode ser delegada e avocada de acordo com o interesse

do administrador.

Comentário

O enunciado está completamente errado: a competência

administrativa não pode ser transferida e prorrogada pela vontade

dos interessados (1ª parte), pois isto viola as características da

inderrogabilidade e da improrrogabilidade; nem pode ser delegada e

avocada de acordo com o interesse do administrador (2ª parte), mas

somente por necessidade ou conveniência do serviço e nos

limites permitidos por lei.

Resposta: Errado.

Questão 53

(Técnico Judiciário – Área Administrativa – TRT 10ª

Região/2013) Conforme a jurisprudência, o ato administrativo

que impõe sanção disciplinar a servidor público vincula-se aos

princípios da proporcionalidade, dignidade da pessoa humana

e culpabilidade. Dessa forma, o controle jurisdicional desse

ato é amplo, não se limitando aos aspectos formais do

procedimento sancionatório.

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59

Comentário

Na verdade, em termos teóricos a amplitude do controle

jurisdicional sobre a legalidade da atividade administrativa não

oferece maiores dificuldades de ser definida: cabe ao Poder Judiciário,

no exercício de sua função típica, exercer o controle da legalidade

em sentido amplo de todo e qualquer ato administrativo, seja

ele vinculado ou discricionário (a expressão “em sentido amplo”

abarca a conformidade do ato com todas os princípios e leis

vinculantes da atividade administrativa, bem como os atos

normativos expedidos pelo Poder Público nessa esfera).

Assim, em se tratando de sanção disciplinar, não resta dúvida

de que o controle jurisdicional compreende a apreciação da

conformidade do ato punitivo para com os princípios da

proporcionalidade (o que é chamado nesse contexto de princípio da

adequação punitiva); da dignidade da pessoa humana (nada pode

ir contra este supraprincípio constitucional, principalmente um ato do

Poder Público) e da culpabilidade (à evidência, se não há culpa não

cabe sanção).

A análise dos aspectos formais do procedimento sancionatório,

como consta na parte final do enunciado do item, é tão só um

primeiro plano de apreciação jurisdicional (procedimental). Completa-

o a análise da compatibilidade material do ato sancionatório em si

mesmo frente a todos os parâmetros de legalidade antes indicados

(legalidade em sentido amplo).

Resposta: Certo.

Questão 54

(Técnico Judiciário – Área Administrativa – TRT 10ª

Região/2013) Segundo a doutrina, os atos administrativos

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gozam dos atributos da presunção de legitimidade, da

imperatividade, da exigibilidade e da autoexecutoriedade.

Comentário

Como sabemos, os atributos representam qualidades inerentes

aos atos administrativos, que asseguram à atividade administrativa a

eficácia necessária para a consecução do bem público.

É usual a afirmação de que tais atributos são a presunção de

legitimidade e veracidade, a imperatividade e a auto-

executoriedade.

Todavia, alguns doutrinadores, como o Professor Bandeira de

Mello, não trabalham com o atributo da auto-executoriedade como

um todo, como o faz, por exemplo, o Professor Hely Lopes Meirelles.

Consideram que a possibilidade de atuação administrativa

imediata, ou seja, sem necessidade de aval do Poder Judiciário,

admite gradações, a partir do que se pode falar em exigibilidade,

a qual se configura quando a Administração vale-se de meios

indiretos de coação contra o administrado, independentemente de

manifestação judicial; e executoriedade, que se verifica quando a

Administração pode valer-se de meios diretos de coação contra o

administrado, também sem necessidade de autorização jurisdicional.

Resposta: Certo.

Questão 555

(Técnico Judiciário – Área Administrativa – TRT 10ª

Região/2013) De acordo com a doutrina, o ato administrativo

será considerado perfeito, inválido e eficaz, quando, concluído

o seu ciclo de formação, e não se conformando às exigências

normativas, ele produzir os efeitos que lhe seriam inerentes.

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Comentário

Correto o enunciado: o ato administrativo é dito por perfeito

quando completou seu ciclo de formação; por inválido quando “não

se conforma às exigências normativas”; e por eficaz, quando produz

os efeitos que lhe são inerentes.

Resposta: Certo

Questão 56 33

(Analista Administrativo – ANS/2013) Considere que a

diretoria colegiada da ANS tenha indeferido, por

intempestividade, recurso apresentado contra determinado

ato administrativo e que tenha determinado, ex officio, a

anulação do ato impugnado, em razão de reconhecer a sua

ilegalidade. Nessa situação, a diretoria colegiada da ANS

violou o princípio da presunção de legitimidade dos atos

administrativos.

Comentário

No caso descrito no enunciado não houve qualquer ofensa ao

princípio da presunção de legitimidade (observem em negrito a

expressão que está sendo utilizada pela banca para se referir à

presunção): uma decisão administrativa determinou a anulação do

ato, por ilegalidade; e um recurso contra a mesma não foi

recepcionado por intempestividade.

Nem se coloca a questão da presunção com relação ao recurso.

E, como o atributo cessa sua incidência frente a uma decisão

reconhecendo vício no ato, não há qualquer reparo a ser feito à

conduta administrativa. Enfim: não foi violado o princípio da

presunção de legitimidade.

Resposta: Errado.

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Questão 57

(Analista Administrativo – ANS/2013) Considere que o

presidente de uma comissão especial de licitação de uma

agência reguladora tenha sido excluído dessa função, a

pedido, e que outro servidor tenha sido nomeado para presidir

a referida comissão. Considere, ainda, que o novo presidente

tenha anulado atos praticados anteriormente pela comissão,

sob argumento de que não lhe é possível garantir a lisura de

procedimentos praticados antes de sua designação para o

cargo. Nessa situação, o referido ato de anulação seria ilícito.

Comentário

O enunciado da questão está correto.

O ato de anulação produzido pelo novo presidente da comissão

é ilícito por defeito de motivo e/ou motivação, conforme o modo

de interpretação.

A mera alegação de que com relação ao período anterior à sua

investidura na presidência da comissão não lhe é possível assegurar a

lisura dos procedimentos não é motivo válido para a anulação dos

atos então praticados. É indispensável a adequada comprovação

de eventuais vícios de legalidade então ocorridos.

Como o enunciado não traz esta informação, viciado é o ato do

novo Presidente. Deve ser, pois, anulada a anulação por ele

promovida.

Resposta: Certo.

Questão 58

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(Escrivão da Polícia Civil – DF/2013) O vício de forma do ato

administrativo que não cause lesão ao interesse público nem

prejuízo a terceiros, em regra, poderá ser convalidado pela

administração pública.

Comentário

Interessante e de conhecimento obrigatório o posicionamento

que o Cespe manifestou nesta oportunidade.

Como é de nosso conhecimento, a convalidação nada mais é

do que a correção, com efeitos retroativos, de um ato portador

de defeito de legalidade, sendo a medida passível de adoção, a

partir de decisão discricionária da Administração, quando

preenchidos três requisitos:

1º) o defeito deve ser sanável;

2º) a convalidação não pode causar prejuízo a interesse público; e

3º) nos mesmos termos, não pode lesionar interesses de terceiros.

Pois bem, consideram-se sanáveis os defeitos de competência

não-exclusiva e de forma não-essencial, e eis aqui o interessante

no pensamento da banca.

Não há consenso sobre a definição de forma essencial. Entendo

que para fins de prova do Cespe devemos considerar essencial a

forma prevista em lei como indispensável à validade do ato

(frisando: tão só a prevista em lei). Mas não é esta a conclusão

relevante neste momento, pois nesta questão o Cespe não trouxe

qualquer definição.

Quando a banca afirma que o vício de forma do ato

administrativo que não cause lesão ao interesse público nem prejuízo

a terceiros, em regra, poderá ser convalidado pela administração

pública, está, em outros palavras, declarando que, em regra, em

matéria administrativa as formas são não-essenciais. Em outras

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palavras, que a forma é vício geralmente sanável, permitindo

assim a convalidação do ato.

Por fim, na transcrição do enunciado negritei também o verbo

poderá, para esclarecer que o Cespe, como faz na maioria das

questões, mantém o entendimento majoritário acerca da

convalidação, no sentido de que ela representa decisão

discricionária da Administração, que, portanto, perante um defeito

sanável, poderá em linha de princípio optar entre a anulação e a

convalidação do ato (desde que, é claro, sejam respeitados seus

respectivos requisitos de validade).

Resposta: Certo.

Questão 59

(Escrivão da Polícia Civil – DF/2013) Tanto os atos

administrativos discricionários como os atos administrativos

vinculados podem ser anulados ou revogados.

Comentário

De forma bem simples, tanto os atos discricionários como os

vinculados são passíveis de anulação, mas apenas os discricionários

admitem revogação.

Resposta: Errado.

Questão 60 40

(Analista Judiciário – Área Judiciária – TJDFT/2013) São

sempre convalidáveis os atos administrativos com vícios de

competência, forma e motivo, mas não os atos com vícios de

finalidade e objeto.

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Comentário

Adotando a posição preponderante na matéria, dos três

elementos mencionados como convalidáveis no enunciado apenas

dois o são, a competência e a forma, e não em termos gerais:

somente admitem a medida corretiva (a) a competência não

exclusiva (aquela que admite delegação ou avocação) e a forma

não essencial (aquela não prevista em lei como indispensável à

validade do ato).

Portanto, não admitem convalidação os vícios de (a)

competência exclusiva; (b) forma essencial; (c) finalidade; (d) motivo

e (e) objeto.

Resposta: Errado.

Questão 61

(Auditor de Controle Externo – TCE ES/2012) Para a formação

do ato administrativo composto, é necessária mais de uma

manifestação de vontade, devendo as manifestações ser

equivalentes entre si, ou seja, são necessárias manifestações

de vontade de mesmo valor.

Comentário

De modo algum.

No ato composto temos uma vontade que pode ser dita

principal, emanada do órgão que define o conteúdo do ato, e uma

ou mais vontades instrumentais, secundárias, acessórias, oriundas

do(s) órgão(s) que expede(m) o ato de autorização, aprovação, visto

ou homologação.

É no ato complexo que temos manifestações de vontade

equivalentes entre si, uma vez que o ato administrativo desta

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66

espécie resulta da conjugação de vontade dos órgãos

participantes.

Resposta: Errado.

Questão 622

(Auditor de Controle Externo – TCE ES/2012) A competência

para a prática dos atos administrativos depende sempre de

previsão constitucional ou legal: quando prevista na CF, é

denominada competência primária e, quando prevista em lei

ordinária, competência secundária.

Comentário

A competência administrativa pode estar prevista na própria

Constituição Federal, o que é mais raro, em lei propriamente dita

(ordinária, complementar), ou em outro ato de natureza legislativa

idôneo para tanto (uma medida provisória, um regulamente

autônomo, uma resolução de Casa Legislativa etc). Qualquer destas

fontes é dita primária, e esta é a espécie de competência daí

oriunda, motivo pelo qual podemos concluir que o item está errado.

Em sequência, as competências secundárias são aquelas

expressamente previstas em atos normativos desta espécie, ou seja,

atos normativos editados pela própria Administração (por ela,

genericamente, ou pelo seu Chefe) que tem por conteúdo normas

que detalham dispositivos de uma das fontes primárias.

Estas são as únicas que tem aptidão para efetivamente criar

competências para o Poder Público. As fontes secundárias, como um

decreto regulamentador, tão só explicitam, detalham as

competências por elas instituídas.

Resposta: Errado.

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Questão 63

(Auditor de Controle Externo – TCE ES/2012) Os atos

administrativos ordinatórios obrigam os particulares

Comentário

Os atos ordinatórios são atos administrativos internos, que

se fundam no poder hierárquico, não atingindo, pois, o público

externo à Administração, a exemplo das ordens de serviço, das

portarias internas e das portarias de lotação dos servidores públicos.

Resposta: Errado.

Questão 64

(Analista do Executivo – Direito – MPU/2013) A revogação do

ato administrativo, quando legítima, exclui o dever da

administração pública de indenizar, mesmo que esse ato tenha

afetado o direito de alguém.

Comentário

A matéria não é pacífica, mas o entendimento atualmente

predominante foi o adotado pelo Cespe nesta questão, qual seja, a

revogação de um ato administrativo, quando afeta diretamente a

esfera jurídica de certo administrado, confere a este direito à

indenização pelos prejuízos dela decorrentes.

Costuma-se citar as permissões concedidas por prazo certo

como exemplo de ato discricionário cuja revogação antes do termo

final inicialmente definido gera para o Poder Público o dever de

indenização.

Resposta: Errado

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68

Questão 65

(Técnico do MPU/2013 - adaptada) O ato de nomeação de

cinquenta candidatos habilitados em concurso público

classifica-se, quanto a seus destinatários, como ato

administrativo individual ou concreto.

Comentário

Os atos administrativos individuais são aqueles que têm por

destinatários sujeitos determinados ou determináveis. Assim, o

ato chamado “individual” não é necessariamente individual,

no sentido de que tem apenas um destinatário.

Os atos individuais, pois, podem ser singulares, quando têm

um só destinatário; ou plúrimos, quando têm vários destinatários,

todos identificados ou passíveis de identificação. Constituem a

maioria dos atos editados pela Administração.

Como exemplo de ato individual singular podemos citar a

nomeação de uma pessoa para ocupar determinado cargo público,

como exemplo de ato individual plúrimo, justamente a situação

posta no enunciado (que está, pois, correto): a nomeação de

cinquenta candidatos aprovados em um concurso público.

Devemos notar que nesse contexto, o Cespe utilizou a

expressão concreto como sinônima de individual.

Resposta: Certo.

Questão 66

(ACE – Especialidade: Direito – TCE-RO/2013) Se um

particular descumprir as condições impostas pela

administração para efetuar uma construção, deve-se cassar a

licença que tiver sido concedida para tal construção.

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69

Comentário

A nobre cassação, nada mais do que é do que o

desfazimento de um ato válido em virtude do descumprimento

pelo seu beneficiário das condições para sua manutenção em

vigor. De modo mais sintético, é a extinção de um ato válido em

virtude de falta do administrado.

O que de relevo há nesta questão é o uso do verbo deve pelo

Cespe, o que confere natureza vinculada à cassação, contrariando o

entendimento prevalente, pela sua discricionariedade.

Resposta: Certo.

Questão 67 17

(Analista Judiciário – Área Administrativa – CNJ Região/2013-

adaptada) A licença concedida ao administrado para o

exercício de direito poderá ser revogada pela administração

pública por critério de conveniência e oportunidade.

Comentário

Esta é uma questão pegadinha antiga, que o Cespe

periodicamente cobra nos concursos.

Digo pegadinha, porque a licença é um ato produzido a partir

de competência vinculada. Trata-se de um direito, não se

sujeitando, pois, à revogação.

Ocorre que, numa lição de pelo menos 40 anos, o Professor

Hely Lopes Meirelles afirmou que a licença para construção pode

ser revogada, em virtude de interesse público superveniente,

mediante o pagamento de indenização.

Na verdade, apesar do uso do termo revogação pelo Professor,

o sentido da sua lição era simplesmente que, em caso de extinção

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não motivada por falta do particular, caberia a ele a indenização

pelos prejuízos daí decorrentes. Tecnicamente, em se tratando de um

direito – já que o ato é vinculado – a medida adequada é uma

desapropriação.

De qualquer modo, o que devemos reter é a informação de que

a banca considera corretas afirmações como a ora analisada,

generalizando a lição de Hely Lopes Meirelles: em outras palavras,

as licenças podem ser revogadas (e não apenas a licença para

construção).

Resposta: Certo.

Fechamos por aqui.

Na próxima aula prosseguimos, com mais questões de atos

administrativos e várias questões sobre a nobre Lei nº 9.784/99.

Um abraço a todos, e até lá.

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LISTA DE QUESTÕES

Questão 1

(Técnico Judiciário – TRT 8ª Região/2013) Com referência aos

requisitos dos atos administrativos, assinale a opção correta.

a) A finalidade, em sentido estrito, corresponde à consecução de um

resultado de interesse público.

b) Motivo é o pressuposto de direito que serve de fundamento ao ato

administrativo, sendo possível a invalidação do ato na hipótese de ter

ele sido indicado um motivo falso.

c) O silêncio da administração pública pode significar forma de

manifestação de vontade, quando a lei assim o prevê.

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d) A competência é indelegável e se exerce pelos órgãos

administrativos a que foi atribuída como própria.

e) O objeto é o efeito jurídico mediato que o ato produz.

Questão 2 2

(Administrador – FUB/2015) Quanto ao aspecto subjetivo, o

sujeito poderá ser tanto a pessoa jurídica de direito público,

quanto o agente público que efetivamente execute o ato

administrativo.

Questão 3 2

(Técnico Judiciário – Área Administrativa - TRE – GO/2015) A

presunção de legitimidade e veracidade dos atos

administrativos é absoluta.

Questão 4 2

(Analista Judiciário – Área Judiciária - TRE – GO/2015)

Conforme entendimento consolidado do Supremo Tribunal

Federal, a revogação de ato administrativo que já gerou

efeitos concretos exige regular processo administrativo.

Questão 5 2

(Agente Administrativo – MDIC/2014) Suponha que

determinado ato administrativo, percorrido seu ciclo de

formação, tenha produzido efeitos na sociedade e,

posteriormente, tenha sido reputado, pela própria

administração pública, desconforme em relação ao

ordenamento jurídico. Nesse caso, considera-se o ato perfeito,

eficaz e inválido.

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Questão 6 2

(PM – CE/2014) Se, após a administração conceder permissão

para uso de determinado bem público, sobrevier norma legal

proibindo o uso privativo desse bem por particulares, o ato de

permissão deverá ser extinto por caducidade.

Questão 7 2

(Analista Legislativo – Câmara dos Deputados/2014) Caso um

analista administrativo pratique ato cuja competência técnica

incumba a seu superior hierárquico, tal ato será nulo em razão

da incompetência do agente.

Questão 8 2

(Analista – Suframa/2014) Considere a seguinte situação

hipotética.

Determinado servidor público teve seu pedido de férias negado pela

chefia competente e, em que pese a possibilidade de indeferir a

solicitação sem fundamentar sua decisão de forma expressa, a

autoridade competente o fez, sob o fundamento de falta de pessoal

na repartição.

Nessa situação hipotética, caso o servidor consiga provar que, em

verdade, havia excesso de servidores onde trabalha, o referido ato

será inválido.

Questão 9 2

(Técnico Administrativo – Anatel/2012) Josué, servidor

público de um órgão da administração direta federal, ao

determinar a remoção de ofício de Pedro, servidor do mesmo

órgão e seu inimigo pessoal, apresentou como motivação do

ato o interesse da administração para suprir carência de

pessoal. Embora fosse competente para a prática do ato,

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Josué, posteriormente, informou aos demais servidores do

órgão que a remoção foi, na verdade, uma forma de nunca

mais se deparar com Pedro, e que o caso serviria de exemplo

para todos. A afirmação, porém, foi gravada em vídeo por um

dos presentes e acabou se tornando pública e notória no

âmbito da administração.

À luz dos preceitos que regulamentam os atos administrativos

e o controle da administração pública, julgue o item seguinte,

acerca da situação hipotética acima.

Pedro não poderá ingressar em juízo visando a anulação do ato

administrativo, visto que é proibido, em qualquer hipótese, o exame

pelo Poder Judiciário da conveniência e oportunidade de atos

administrativos.

Questão 10 2

(AFT – MTE/2013) Considere a seguinte situação hipotética.

A administração pública reajustou o vencimento de um

servidor público, interpretando equivocadamente determinada

lei, circunstância que implicou pagamento indevido a esse

servidor. Ao constatar o erro, a administração anulou o ato.

Nessa situação hipotética, segundo entendimento do STJ, os

valores indevidamente pagos deverão ser descontados do

servidor público, presumindo-se a sua má-fé quanto ao

recebimento das quantias.

Questão 11

(Técnico Administrativo- ANCINE/2012) Enquanto não for

decretada a invalidade do ato pela administração ou pelo

Poder Judiciário, o ato inválido produzirá normalmente seus

efeitos.

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Questão 12 2

(Agente Administrativo – TCE-RO/2013) Os atos

administrativos internos produzem efeitos no órgão a que se

destinam e dispensam a publicação na imprensa oficial como

Questão 13 2

(Analista Administrativo – Anatel/2014) - Atualmente, no

âmbito federal, todo ato administrativo restritivo de direitos

deve ser expressamente motivado.

Questão 14 2

(Analista Judiciário – TRT 10ª Região/2013) Os fatos

administrativos não produzem efeitos jurídicos, motivo pelo

qual não são enquadrados no conceito de ato administrativo.

Questão 15 2

(ATA – MIN/2013) A construção de uma ponte pela

administração pública caracteriza um fato administrativo, pois

constitui uma atividade pública material em cumprimento de

alguma decisão administrativa.

Questão 166

(AUFC - TCU/2011) A forma é requisito vinculado e

imprescindível à validade do ato administrativo: sempre que a

lei expressamente exigir determinada forma para a validade

do ato, a inobservância dessa exigência acarretará a nulidade

desse ato.

Questão 17 1776

(Técnico Judiciário – STF/2013) De acordo com a corrente

dominante na literatura, o motivo é requisito de validade do

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ato administrativo, denominado pressuposto objetivo de

validade.

Questão 18 1776

(Técnico Judiciário – Área Administrativa - STF/2013) A

competência para a prática de atos administrativos pode ser

presumida ou advir de previsão legal.

Questão 19 1776

(Analista Judiciário - CNJ/2013) Todos os atos administrativos

são imperativos e decorrem do que se denomina poder

extroverso, que permite ao poder público editar provimentos

que vão além da esfera jurídica do sujeito emitente,

interferindo na esfera jurídica de outras pessoas,

constituindo-as unilateralmente em obrigações.

Questão 20 1776

(Analista Judiciário - CNJ/2013) A autoexecutoriedade é um

atributo presente em todos os atos administrativos.

Questão 21

(Analista MPU/2015) O ato que aplica determinada sanção a

um servidor público configura exemplo de ato constitutivo,

que se caracteriza por criar, modificar ou extinguir direitos.

Questão 22

(Analista MPU/2015) Tanto os atos administrativos

constitutivos quanto os negociais e os enunciativos têm o

atributo da imperatividade.

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Questão 23

(Auditor – CGE – PI/2015 - adaptada) A administração pode

anular os próprios atos, por motivo de conveniência ou

oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada

a apreciação judicial, bem como pode revogá-los quando eles

estiverem eivados de vícios que os tornem ilegais.

Questão 24 33

(Defensor Público Federal de 2ª Categoria/2015) Os atos

administrativos negociais são também considerados atos de

consentimento, uma vez que são editados a pedido do

particular como forma de viabilizar o exercício de determinada

atividade ou a utilização de bens públicos.

Questão 25

(TFCE – TCU/2015) Agirá de acordo com a lei o servidor

público federal que, ao verificar a ilegalidade de ato

administrativo em seu ambiente de trabalho, revogue tal ato,

para não prejudicar administrados, que sofreriam efeitos

danosos em consequência da aplicação desse ato.

Questão 26 6

(TFCE – TCU/2015) Conforme a teoria dos motivos

determinantes, a validade do ato administrativo vincula-se aos

motivos que o determinaram, sendo, portanto, nulo o ato

administrativo cujo motivo estiver dissociado da situação de

direito ou de fato que determinou ou autorizou a sua

realização.

Questão 27 5

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(TFCE – TCU/2015) A revogação de atos pela administração

pública por motivos de conveniência e oportunidade não

possui limitação de natureza material, mas somente de

natureza temporal, como, por exemplo, o prazo quinquenal

previsto na Lei n.º 9.784/1999, que regula o processo

administrativo no âmbito do serviço público federal.

Questão 28

(TFCE – TCU/2015) Decretos não são considerados atos

administrativos.

Questão 29 9

(Administrador – FUB/2015) Um ato administrativo editado

pela administração pública não requer provas de sua validade,

visto que a presunção de legitimidade é inerente a esse ato.

Questão 30 9

(Administrador – FUB/2015)

Competência, finalidade, forma, motivo e objeto são requisitos

fundamentais do ato administrativo, sem os quais este se torna nulo.

Questão 3111

(Auditor – FUB/2015 - adaptada) - Paulo foi aprovado em

concurso para analista, que exigia nível superior. Nomeado e

empossado, Paulo passou a desempenhar suas funções com

aparência de legalidade. Posteriormente, constatou-se que

Paulo jamais havia colado grau em instituição de ensino

superior, detendo, como titulação máxima, o ensino médio.

Considerando essa situação hipotética, julgue os itens seguintes.

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1. Evidenciada a ausência de um dos requisitos para a investidura,

Paulo deve ser demitido do cargo publico em que fora empossado.

2. Os atos administrativos praticados por Paulo, embora tenham

vícios, podem ser considerados validos quanto aos efeitos que

atinjam terceiros de boa-fé, em atendimento ao principio da

segurança jurídica.

Questão 32

(Analista Judiciário - Área Administrativa - Especialidade

Direito - TJ SE/2014) Os atos com vício de forma ou finalidade

são convalidáveis.

Questão 33 13

(Técnico Judiciário - Área Administrativa TJ CE/2014) A

respeito de alguns aspectos do ato administrativo, assinale a

opção correta.

A Os atos de gestão da administração pública são regidos pelo direito

público.

B Agente incompetente, vício de forma e desvio de finalidade são

fundamentos que podem resultar em anulação do ato administrativo.

C A administração tem o poder de revogar todos os atos

administrativos, desde que observadas a conveniência e a

oportunidade.

D O ato discricionário é editado com base em um juízo de

conveniência e oportunidade do administrador e com a devida

demonstração do interesse público, o que dispensa o controle de

legalidade pelo Poder Judiciário.

E Por meio da convalidação, os atos administrativos que apresentam

vícios são confirmados no todo ou em parte pela administração, e,

em caso de vício insanável, ao processo de convalidação dá-se o

nome de reforma.

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Questão 34

(Técnico Judiciário - Área Judiciária e Administrativa - TJ

SE/2014 - adaptada) O Poder Judiciário só tem competência

para revogar os atos administrativos por ele mesmo

produzidos.

Questão 35

(Técnico Judiciário - Área Judiciária e Administrativa - TJ

SE/2014 - adaptada) Os atos administrativos gozam da

presunção de legitimidade, o que significa que são

considerados válidos até que sobrevenha prova em contrário.

Questão 36 1662

(Cargos de Nível Superior – Anatel/2014) A revogação

importa em juízo de oportunidade e conveniência, razão por

que os atos administrativos somente podem ser revogados

pela autoridade que os tenha exarado.

Questão 37 1662

(Cargos de Nível Superior – Anatel/2014) Os atos

administrativos são praticados por servidores e empregados

públicos, bem como por determinados particulares, a exemplo

dos concessionários e permissionários de serviços públicos e

oficiais de cartórios.

Questão 38 162

(Cargos de Nível Superior – Anatel/2014) Os atos

administrativos devem ser praticados, necessariamente, por

escrito, em atendimento ao princípio do formalismo.

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Questão 39 162

(Cargos de Nível Superior – Anatel/2014) Imperatividade é o

atributo com base no qual o ato administrativo pode ser

praticado pela própria administração sem a necessidade de

intervenção do Poder Judiciário.

Questão 40 201222

(Cargos de Nível Superior – ANTAQ/2014) Consideram-se

válidos os efeitos produzidos pelo ato administrativo até o

momento de sua eventual revogação pela administração

pública, quer no que diz respeito às partes interessadas, quer

em relação a terceiros sujeitos aos seus efeitos reflexos.

Questão 41 21133

(Auditor de Controle Externo – TC DF/2014) A presunção de

legitimidade é atributo de todos os atos da administração,

inclusive os de direito privado, dada a prerrogativa inerente

aos atos praticados pelos agentes integrantes da estrutura do

Estado.

Questão 42 21133

(Auditor de Controle Externo – TC DF/2014) A convalidação

supre o vício existente na competência ou na forma de um ato

administrativo, com efeitos retroativos ao momento em que

este foi originariamente praticado.

Questão 43

(AFRE – ES/2013) No que se refere a atos administrativos,

assinale a opção correta.

A. A ausência de manifestação da administração em situações em

que deve pronunciar-se, conhecida como silêncio administrativo, é

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considerada ato administrativo, independentemente de lei, pois afeta

direta ou indiretamente os administrados.

B. Os atos administrativos discricionários não exigem motivação e a

motivação, se houver, em nada afeta a validade do ato

administrativo, ante a impossibilidade de vinculação dos motivos.

C. O atributo da imperatividade dos atos administrativos diz respeito

a possibilidade de o ato ser imediatamente executado,

independentemente de solicitação previa ou posterior do Poder

Judiciário.

D. Um fato administrativo não se preordena a produção de efeitos

jurídicos, traduzindo-se em uma atividade material no exercício da

função administrativa.

E. A locação de um prédio pela administração traduz um ato da

administração que, embora regido pelo direito publico, põe o

particular em posição igualitária com o poder publico.

Questão 44

(Consultor Legislativo – Câmara dos Deputados/2014) A

imperatividade é atributo presente apenas nos atos

administrativos que imponham restrições de direitos, não se

aplicando aos atos ampliativos de direitos.

Questão 45

(Consultor Legislativo – Câmara dos Deputados/2014) Os atos

administrativos podem ser exarados por órgãos públicos ou

por particulares mediante delegação.

Questão 46

(Administrador – MIN/2014) A concessão pela administração

pública de licença ao cidadão para construir consiste em ato

administrativo discricionário.

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Questão 47

(Administrador – MIN/2014) Considere a seguinte situação

hipotética.

Determinado órgão público, no ano de 2007, expediu portaria

para regulamentar assunto específico e, no ano de 2008,

publicou nova portaria, para regulamentar o mesmo assunto e

revogar a publicada no ano anterior. Em 2009, esse órgão

expediu nova portaria, que revogou a de 2008 e determinou

expressamente a restauração da vigência da portaria expedida

em 2007.

Nessa situação hipotética, é correto afirmar que o primeiro ato

normativo voltará a vigorar, dado que ocorreu repristinação.

Questão 48

(Administrador – MIN/2014) Suponha que a ascensão

funcional de determinado servidor público tenha decorrido de

ato administrativo calcado em lei inconstitucional e que já

tenha transcorrido o prazo decadencial para a administração

anular o respectivo ato. Nessa situação, admite-se a

convalidação do ato administrativo de transposição de carreira

em favor do servidor, com fundamento no princípio da

indisponibilidade.

Questão 49

(ATA – CADE – MI/2014) A autoexecutoriedade, um dos

atributos do ato administrativo, dispensa a necessidade de a

administração obter autorização judicial prévia para a prática

do ato.

Questão 50

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(ATA – CADE – MI/2014) Embora a função administrativa seja

atípica para os Poderes Judiciário e Legislativo, no exercício

da função administrativa, esses poderes praticam atos

administrativos.

Questão 51

(Analista Judiciário – Área Judiciária – TRE MS/2013) No que

se refere à administração pública e ao ato administrativo,

assinale a opção correta.

A. Os atos administrativos gerais, a exemplo dos atos normativos,

podem ser objeto de impugnação direta por meio de recurso

administrativo.

B. Ato inexistente é aquele que possui apenas aparência de

manifestação de vontade da administração pública, mas não se

origina de um agente público, mantendo-se, porém, aqueles efeitos

já produzidos perante terceiros de boa-fé.

C. A multa administrativa goza de executoriedade na medida em que

a administração pode obrigar o administrado a cumpri-la por meios

indiretos, como o bloqueio de documento de veículo.

D. O ato administrativo será discricionário quando a lei não

estabelecer margem alguma de liberdade para atuação do

administrador, fixando uma única maneira de agir nos termos da lei.

E. Os atos normativos editados conjuntamente por diversos órgãos

da administração federal, como as portarias conjuntas ou instruções

normativas conjuntas da Secretaria da Receita Federal do Brasil e da

Procuradoria da Fazenda Nacional, são exemplos de ato

administrativo complexo.

Questão 52

(Técnico Judiciário – Área Administrativa – TRT 10ª

Região/2013) A competência administrativa pode ser

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transferida e prorrogada pela vontade dos interessados, assim

como pode ser delegada e avocada de acordo com o interesse

do administrador.

Questão 53

(Técnico Judiciário – Área Administrativa – TRT 10ª

Região/2013) Conforme a jurisprudência, o ato administrativo

que impõe sanção disciplinar a servidor público vincula-se aos

princípios da proporcionalidade, dignidade da pessoa humana

e culpabilidade. Dessa forma, o controle jurisdicional desse

ato é amplo, não se limitando aos aspectos formais do

procedimento sancionatório.

Questão 54

(Técnico Judiciário – Área Administrativa – TRT 10ª

Região/2013) Segundo a doutrina, os atos administrativos

gozam dos atributos da presunção de legitimidade, da

imperatividade, da exigibilidade e da autoexecutoriedade.

Questão 555

(Técnico Judiciário – Área Administrativa – TRT 10ª

Região/2013) De acordo com a doutrina, o ato administrativo

será considerado perfeito, inválido e eficaz, quando, concluído

o seu ciclo de formação, e não se conformando às exigências

normativas, ele produzir os efeitos que lhe seriam inerentes.

Questão 56 33

(Analista Administrativo – ANS/2013) Considere que a

diretoria colegiada da ANS tenha indeferido, por

intempestividade, recurso apresentado contra determinado

ato administrativo e que tenha determinado, ex officio, a

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anulação do ato impugnado, em razão de reconhecer a sua

ilegalidade. Nessa situação, a diretoria colegiada da ANS

violou o princípio da presunção de legitimidade dos atos

administrativos.

Questão 57

(Analista Administrativo – ANS/2013) Considere que o

presidente de uma comissão especial de licitação de uma

agência reguladora tenha sido excluído dessa função, a

pedido, e que outro servidor tenha sido nomeado para presidir

a referida comissão. Considere, ainda, que o novo presidente

tenha anulado atos praticados anteriormente pela comissão,

sob argumento de que não lhe é possível garantir a lisura de

procedimentos praticados antes de sua designação para o

cargo. Nessa situação, o referido ato de anulação seria ilícito.

Questão 58

(Escrivão da Polícia Civil – DF/2013) O vício de forma do ato

administrativo que não cause lesão ao interesse público nem

prejuízo a terceiros, em regra, poderá ser convalidado pela

administração pública.

Questão 59

(Escrivão da Polícia Civil – DF/2013) Tanto os atos

administrativos discricionários como os atos administrativos

vinculados podem ser anulados ou revogados.

Questão 60 40

(Analista Judiciário – Área Judiciária – TJDFT/2013) São

sempre convalidáveis os atos administrativos com vícios de

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competência, forma e motivo, mas não os atos com vícios de

finalidade e objeto.

Questão 61

(Auditor de Controle Externo – TCE ES/2012) Para a formação

do ato administrativo composto, é necessária mais de uma

manifestação de vontade, devendo as manifestações ser

equivalentes entre si, ou seja, são necessárias manifestações

de vontade de mesmo valor.

Questão 622

(Auditor de Controle Externo – TCE ES/2012) A competência

para a prática dos atos administrativos depende sempre de

previsão constitucional ou legal: quando prevista na CF, é

denominada competência primária e, quando prevista em lei

ordinária, competência secundária.

Questão 63

(Auditor de Controle Externo – TCE ES/2012) Os atos

administrativos ordinatórios obrigam os particulares

Questão 64

(Analista do Executivo – Direito – MPU/2013) A revogação do

ato administrativo, quando legítima, exclui o dever da

administração pública de indenizar, mesmo que esse ato tenha

afetado o direito de alguém.

Questão 65

(Técnico do MPU/2013 - adaptada) O ato de nomeação de

cinquenta candidatos habilitados em concurso público

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classifica-se, quanto a seus destinatários, como ato

administrativo individual ou concreto.

Questão 66

(ACE – Especialidade: Direito – TCE-RO/2013) Se um

particular descumprir as condições impostas pela

administração para efetuar uma construção, deve-se cassar a

licença que tiver sido concedida para tal construção.

Questão 67 17

(Analista Judiciário – Área Administrativa – CNJ Região/2013-

adaptada) A licença concedida ao administrado para o

exercício de direito poderá ser revogada pela administração

pública por critério de conveniência e oportunidade.

GABARITO

1. C 11. C 21. C 31. E/C 41. C 51. E 61. E

2. C 12. C 22. E 32. E 42. C 52. E 62. E

3. E 13. C 23. E 33. B 43. D 53. C 63. E

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4. C 14. C 24. C 34. C 44. C 54. C 64. E

5. C 15. E 25. E 35. C 45. C 55. C 65. C

6. C 16. C 26. C 36. E 46. E 56. E 66. C

7. E 17. C 27. E 37. C 47. C 57. C 67. C

8. C 18. E 28. E 38. E 48. E 58. C

9. E 19. E 29. C 39. E 49. C 59. E

10. E 20. E 30. C 40. C 50. C 60. E

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