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INFRAERO Página 1 28/05/2012

DA: PREGOEIRA PARA: GERENTE DE ENGENHARIA ASSUNTO: RECURSO ADMINISTRATIVO INTERPOSTO PELA LICITANTE EMC

ENGENHARIA E REVSTIMENTOS LTDA. REF.: PREGÃO ELETRÔNICO Nº 034/ADCE/SRCE/2012 OBJETO: CONTRATAÇÃO DE EMPRESA PARA EXECUÇÃO DOS SERVIÇOS DE

ENGENHARIA PARA APLICAÇÃO DE SISTEMA DE IMPERMEABILIZAÇÃO DE COBERTURA COMPOSTO POR MEMBRANA TERMOPLÁSTICA DE POLIOLEFINA SOBRE SUPERFICIE DEVIDAMENTE REGULARIZADA INCLUINDO SUBSTITUIÇÃO DE TELHAS METÁLICAS DO TERMINAL DE PASSAGEIROS E TERMINAL DE LOGISTICA DE CARGAS NO AEROPORTO INTERNACIONAL DE SALVADOR – DEPUTADO LUIS EDUARDO MAGALHÃES.

Senhora Gerente,

Trata-se a presente peça de instrução do Recurso Administrativo interposto pela

empresa mencionada no assunto em destaque contra a decisão cuja sessão pública ocorreu no dia 13/04/2012.

1 – RECURSO ADMINISTRATIVO INTERPOSTO PELA EMPRESA EMC

ENGENHARIA E REVESTIMENTOS LTDA. 1.1 – Histórico A EMC ENGENHARIA E REVESTIMENTOS LTDA, doravante denominada

EMC, interpôs recurso administrativo contra a decisão do Pregoeiro e Equipe de Apoio na Licitação em referência, que prolatou vencedora a empresa TDM - TECNOLOGIA DE MATERIAIS BRASIL LTDA, argumentando, resumidamente, os seguintes termos:

1.1.1 O RECURSO


Introduz as suas razões informando que a decisão da Comissão de Licitação em

declarar vencedora a empresa TDM - TECNOLOGIA DE MATERIAIS BRASIL LTDA, merece reforma, uma vez que esta não atendeu as exigências do edital, conforme argumenta resumidamente:

01 – AUSÊNCIA DE REPRESENTAÇÃO DA SOCIEDADE Relata que a representação da sociedade TDM TECNOLOGIA DE MATERIAIS

BRASIL LTDA esta definida na cláusula quarta do contrato social consolidado, cuja redação É EXATAMENTE a seguinte:

4.1 “A ADMINISTRAÇÃO DA SOCIEDADE SERÁ EXERCIDA pelo Sr.

MIGUEL ANGEL RIVERA MARQUINA, peruano, solteiro, engenheiro, portador da cédula de identidade RNE sob o n. V579869-6 DPF/SP, inscrito no CPF/MF 233.605.158-38, residente e domiciliado na rua Luiz de Oliveira, 327. Ap. 154, Bairro Parque das Flores, na cidade de Campinas, Estado de São Paulo, CEP 13087-610, o qual foi nomeado pelos sócios.”

4.2 “A sócia Tecnologia de Materiais Sociedad Anonima nomeará um procurador,

O QUAL EM CONJENTO COM O ADMINISTRADOR ACIMA CITADO, os quais serão denominados ADMINISTRADORES, ADMINISTRARÃO E REPRESENTARÃO A SOCIEDADE, ASSINANDO EM CONJUNTO, TODOS OS ATOS e contratos da SOCIEDADE, ficando investidos dos mais amplos, gerais e ilimitados poderes de administração e representação da SOCIEDADE, estando, por fim, os ADMINISTRADORES dispensados de prestação de caução ou fiança”.

Ressalta que por indelegável VONTADE E DETERMINAÇÃO DOS ÚNICOS

SÓCIOS, a REPRESENTAÇÃO DA SOCIEDADE SÓ SEJA EXERCIDA EM CONJUNTO DOS DOIS ADMINISTRADORES, o Sr. MIGUEL ANGEL RIVERA MARQUINA que a própria cláusula acima cita nominalmente e um procurador da Sócia Majoritária.

Afirma que não consta dos autos a procuração onde restaria indicado o tal

procurador nomeado pela empresa Tecnologia de Materiais Sociedad Anonima –sócia majoritária com 99,99% da Sociedade, PARA COMPOR E AGIR EM CONJUNTO EM TODOS OS ATOS DE ADMINITRAÇÃO DA MESMA COMO DETERMINADO NA CLÁUSULA QUARTA DO CONTRATO SOCIAL.

Observa que os documentos listados abaixo possuem assinatura do Sr. Miguel

Angel Rivera Marquina e da Sra. Adriana Guimarães Sanges, com exceção do balanço patrimonial cuja assinatura consta apenas da Sra. Adriana Guimarães Sanges:

Carta de Apresentação dos Documentos de Habilitação; Termo de indicação do pessoal técnico qualificado; Declaração de Elaboração Independente de Proposta; Planilha de Serviços e Preços; Planilha de composição de Preços Unitários;


Planilha de Composição das taxas de bonificação e Despesas indiretas – BDI;

Planilha de Composição de Encargos Sociais; Cronograma Físico Financeiro.

02 – AUSÊNCIA DE APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES

CONTÁBEIS – art.31, I, lei 8.666/93 Informa que a TDM não apresentou DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS OU

DEMONSTRAÇÕES DE RESULTADO, conforme exigência do artigo 31, I, Lei 8.666/93: Art. 31. A documentação relativa à qualificação econômico-financeira limitar-se-á a: I - balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social, já exigíveis e apresentados na forma da lei, que comprovem a boa situação financeira da empresa, vedada a sua substituição por balancetes ou balanços provisórios, podendo ser atualizados por índices oficiais quando encerrado há mais de 3 (três) meses da data de apresentação da proposta; 03 – VÍCIOS NA PROPOSTA E PLANILHAS APRESENTADAS 3.1 – NÃO IDENTIFICAÇÃO/AUSÊNCIA DE REPRESENTAÇÃO DA

SOCIEDADE Reforça que a Planilha de Composição das taxas de bonificação e Despesas

indiretas – BDI e a Planilha de Composição de Encargos Sociais estão sem assinatura e identificação, acrescentando a ausência de assinatura do responsável técnico.

Para sustentar seu argumento, transcreve os ditames da Lei nº 5.194/66 que regula

o exercício das profissões: Art. 13. Os estudos, plantas, projetos, laudos e qualquer outro trabalho de engenharia, de arquitetura e de agronomia, quer público, quer particular, somente poderão ser submetidos ao julgamento das autoridades competentes e só terão valor jurídico quando seus autores forem profissionais habilitados de acôrdo com esta lei. Art. 14. Nos trabalhos gráficos, especificações, orçamentos, pareceres, laudos e atos judiciais ou administrativos, é obrigatória além da assinatura, precedida do nome da empresa, sociedade, instituição ou firma a que interessarem, a menção explícita do título do profissional que os subscrever e do número da carteira referida no artigo 56. Observa, neste sentido, portanto, que não há como conceber no mundo jurídico a

apresentação de planilha (trabalho, orçamento, ou qualquer outro nome que se queira empregar)


para execução de serviços de engenharia sem que os seus respectivos autores sejam profissionais habilitados de acordo com a Lei nº 5.194/66, sendo obrigatórios, além da assinatura, os demais requisitos contidos na Lei de Regência – SEM OS QUAIS, nos termos desta mesma Lei, NÃO TERÃO VALOR JURÍDICO.

3.2 – FALHA NA COMPOSIÇÃO DE PREÇOS UNITÁRIOS – CPU Constata que foram desatendidos os itens 10.3, “d” (d1,d2,d3 e d4) do Edital. E

levanta uma série de especificações/quantitativos/materiais/equipamentos que deveriam constar na Composição de Preços Unitários.

A Recorrente assevera: “FICOU DEMONSTRADO DE FORMA INCONTESTÁVEL que restou descumprido o edital”.

Por todo exposto requer a RECORRENTE, em atenção aos princípios da isonomia, proporcionalidade e da razoabilidade, ou, caso este não seja o entendimento de V.Sa., a inabilitação/desclassificação da empresa TDM - TECNOLOGIA DE MATERIAIS BRASIL LTDA., tudo para que prosperem os princípios fundamentais e constitucionais reitores da Administração Pública, bem como, para que se faça a verdadeira justiça.

1.2 – AS CONTRARRAZÕES DO RECURSO

1.2.1 HISTÓRICO Em cumprimento ao previsto na Lei 8.666/93, Decreto n º. 5.450/05 e Edital, foi

dada ciência das razões dos recursos das Recorrentes aos demais licitantes, através do Sistema de Licitações da Infraero e do Banco do Brasil, tendo a empresa TDM - TECNOLOGIA DE MATERIAIS BRASIL LTDA apresentado contrarrazões no prazo regulamentar, em atendimento ao subitem 12.2.3 do Edital.

Assim, esta Pregoeira decide pelo CONHECIMENTO das contrarrazões

apresentadas pela empresa TDM - TECNOLOGIA DE MATERIAIS BRASIL LTDA, pois julga TEMPESTIVA a apresentação da mesma.

1.2.2 DA CORRETA REPRESENTAÇÃO DA SOCIEDADE. A recorrida, nas suas contrarrazões, esclarece: “a disposição contratual

individualizou que a empresa Tecnologia de Materiales Sociedad Anonima, teria como tem como representante legal o Sr. Píer Antonio Giacchetti Perez, que, por sua vez, delegou seus poderes de representação, nomeando-se como sua procuradora a Srª. Adriana Guimarães Sanges, exatamente a pessoa que, por sinal, assina em conjunto com o Sr. Miguel os documentos destacados pela Recorrente”.

Aduz que, o Contrato Social da Recorrida indica e informa com total clareza que, a Srª. Adriana é a atual procuradora do representante legal da empresa Tecnologia de Materiales Sociedad Anonima. E, ad argumentandum, para que a Srª. Adriana pudesse ser elevada ao cargo


de procuradora do representante legal da empresa peruana, mister a entrega junto à JUCESP – Junta Comercial do Estado de São Paulo, do devido instrumento procuratório, aliás, sem o qual o Contrato Social sequer poderia ter sido registrado perante o competente órgão, como o foi na data de 27/06/2011.

Expõe que é possível notar duas assinaturas nos documentos citados pela recorrente, exaradas por pessoas com AMPLOS PODERES DE REPRESENTAÇÃO da empresa Recorrida, como pode ser comprovada pela simples leitura do preâmbulo do Contrato Social em apreço, em conjunto com a Cláusula Quarta do mesmo instrumento.

Esclarece, ainda a recorrida que é possível verificar que à folha do balanço a qual

se evidenciou os índices solicitados e refletem as demonstrações contábeis da Recorrida está devidamente assinado. E, estando assinado, não há que se aduzir a ausência de assinatura que tenha o condão de inabilitar a empresa vencedora, eis que, novamente, a Lei das Licitações não ampara o excesso de formalismo.

Traz em sua peça vários julgados, sobre a ausência de assinatura do representante legal da Recorrida, diga-se, em parte do balanço apresentado, esclarece que por si só, deve ser entendido como simples detalhe, excesso de formalismo, quando constante do balanço a assinatura do contador, profissional devidamente habilitado e responsável pela elaboração e registro desse. Citando posicionamento do SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA:

Processo: MS 5693 / DF – MANDADO DE SEGURANÇA 1998/0015354-3 Relator(a): Ministro MILTON LUIZ PEREIRA Órgão Julgador: PRIMEIRA SEÇÃO Data do Julgamento: 10/04/2000 Data da Publicação/Fonte: DJ 22/05/2000 – p. 62 Ementa: Administrativo. Mandado de Segurança. Concorrência para Exploração do Serviço de Radiodifusão nº 07/97 - SPO-MC. Disposições Editalícias. Balança de Abertura. Exigência Ilegal. Lei nº 8.666/93 (art. 21, § 4º). 1. O interesse público reclama o maior número possível de concorrentes, configurando ilegalidade a exigência desfiliada da lei básica de regência e com interpretação de cláusulas editalícias impondo condição excessiva para a habilitação. 2. Não é irregular, para fins de habilitação em processo licitatório, o balanço contendo a assinatura do contador, competente legalmente para elaborar o documento como técnico especializado (Resp 5.601/DF, Rel. Min. Demócrito Reinaldo). 3. Precedentes jurisprudenciais iterativos. 4. Segurança concedida. (grifo nosso)


Processo: MS 5623 / DF - MANDADO DE SEGURANÇA 1998/0004892-8 Relator(a) Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS Órgão Julgador: PRIMEIRA SEÇÃO Data do Julgamento: 29/05/1998 Data da Publicação/Fonte: DJ 29/06/1998 p. 5 Ementa ADMINISTRATIVO - LICITAÇÃO - BALANÇO PATRIMONIAL COM ASSINATURA DE CONTABILISTA E RATIFICADO POR SOCIO-GERENTE - EFICACIA - ELIMINAÇÃO DE LICITANTE - IRREGULARIDADE - SEGURANÇA DEFERIDA. - NÃO E LICITO NEGAR-SE EFICACIA A BALANÇO ELABORADO POR PROFISSIONAL DE CONTABILIDADE E RATIFICADO PELO SOCIO GERENTE DA EMPRESA LICITANTE. (grifo nosso) Acórdão POR UNANIMIDADE, CONCEDER A SEGURANÇA.

Processo: MS 5631 / DF - MANDADO DE SEGURANÇA - 1998/0005624-6 Relator(a): Ministro JOSÉ DELGADO (1105) Órgão Julgador: PRIMEIRA SEÇÃO Data do Julgamento: 13/05/1998 Data da Publicação/Fonte: DJ 17/08/1998 p. 7 Ementa: ADMINISTRATIVO. LICITAÇÃO. HABILITAÇÃO. EXIGÊNCIA EXCESSIVA. 1. É excessiva a exigência feita pela administração pública de que, em procedimento licitatório, o balanço da empresa seja assinado pelo sócio-dirigente, quando a sua existência, validade e eficácia não foram desconstituídas, haja vista estar autenticado pelo contador e rubricado pelo referido sócio. 2. Há violação ao princípio da estrita vinculação ao Edital, quando a administração cria nova exigência editalícia sem a observância do prescrito no § 4º, art. 21, da Lei nº 8.666/93. 3. O procedimento licitatório há de ser o mais abrangente possível, a fim de possibilitar o maior número possível de concorrentes, tudo a possibilitar a escolha da proposta mais vantajosa. 4. Não deve ser afastado candidato do certame licitatório, por meros detalhes formais. No particular, o ato administrativo deve ser vinculado ao princípio da razoabilidade, afastando-se de produzir efeitos sem caráter substancial. 5. Segurança concedida. (grifo nosso)


Acórdão Por unanimidade, conceder a segurança.

Elucida que o Contrato Social da Recorrida contenha disposição no sentido de que a sociedade será administrada em conjunto, cuja irregularidade da ausência de assinatura do balanço, em específico, restou substancialmente suprida pela apresentação de contrarrazões ao recurso administrativo subscrito por ambos os sócios, cumprindo atentar para a menor relevância de falta estranha às exigências editalícias e que assenta, apenas, em formalíssima apreciação da documentação social, não se afigurando, com isso, aceitável eventual inabilitação da Recorrida e, mais, em detrimento do interesse público de proposta mais vantajosa e satisfatória.

1.2.3 DA CORRETA APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES

CONTÁBEIS EM CONFORMIDADE COM O EDITAL A recorrida afirma que o fundamento está circunscrito ao fato de que o Edital, ao

estabelecer o atendimento do requisito da qualificação econômico-financeira através do “Balanço do último exercício que evidencie os índices de liquidez geral, solvência geral e liquidez corrente maiores que 1,00”, definiu clara e precisamente o modo de exibição das demonstrações financeiras.

Reforça que cumpriu exatamente com o determinado, isto é, a apresentação do balanço do último exercício com os índices necessários, assim especificados, com as informações precisas e o modo de exibição.

1.2.4 – DA INEXISTÊNCIA DE VÍCIOS NA PROPOSTA E PLANILHAS

APRESENTADAS.

1.2.4.1 – DA CORRETA E DEVIDA IDENTIFICAÇÃO E REPRESENTAÇÃO DA SOCIEDADE.

Entende a recorrida que o Edital não estipula a obrigatoriedade de a proposta e as

planilhas apresentadas terem a assinatura do representante da empresa licitante, bem como de qualquer pessoal técnico qualificado. Quando assim exigiu, especificou a forma e o modo através de Anexo – Quadro de Pessoal Técnico, determinando todo o conteúdo necessário, bem como a exigência da respectiva assinatura, aliás, todas cumpridas pela Recorrida.

Argumenta que a Proposta, bem como a Planilha de Composição das Taxas de

Bonificação e Despesas Indiretas e a Planilha de Consolidação da Taxa de Encargos Sociais, não podem ser caracterizados como estudo, plantas, projetos, laudo e qualquer outro trabalho de ENGENHARIA, na medida em que referidos documentos não estão adstritos ao exercício das profissões de Engenheiro, Arquiteto e Engenheiro-Agrônomo.

1.2.4.2 – DA CORRETA APRESENTAÇÃO DA COMPOSIÇÃO DE

PREÇOS UNITÁRIOS – CPU.


Inicia sua explanação com a seguinte indagação: O que no Edital foi justamente solicitado sobre a CPU?

Pois bem. O critério de julgamento do procedimento licitatório é o de menor preço global. Por ser essa característica do certame, as propostas de composição de preços devem traduzir a individualidade das mesmas, bem como respeito ao princípio da legalidade. Qualquer licitante não está adstrita a apresentar sua composição de preços de forma semelhante ao que foi apresentado pelas outras participantes. O que vale aqui é a busca pelo benefício mais vantajoso ao Poder Público, que nesse caso, relembre-se, se trata do menor preço global.

Suscita que, o ato de julgar os documentos habilitatórios e propostas, se revestem,

também, de bom senso e razoabilidade, como aplicado no presente caso. O argumento trazido pela Recorrente quanto à composição de preços da Recorrida, com todo respeito a que àquela merece, são irregularidades adjetivas, irrelevantes e sanáveis, não provocando qualquer tratamento anti-isonômico dos licitantes.

Esclarece, ainda, quanto à aplicação do sistema de impermeabilização,

descrevendo o equívoco da Recorrente nos seus arrazoados, na medida em que pode ser constatado no último item dos materiais/serviços, que há o destaque específico de “assessórios e consumíveis para fixação e vedação”, inclusive descrição de valores.

2 - TEMPESTIVIDADE Considerando as empresas licitantes cientes do resultado do julgamento de

habilitação através do Sistema de Licitações do Banco do Brasil no dia 14/05/2012 e tendo sido o recurso da EMC protocolado em 17/05/2012, TEMPESTIVO é o recurso interposto.

Portanto, este Pregoeiro decide pelo CONHECIMENTO do recurso administrativo

ora interposto pela empresa EMC.

3 - ANÁLISE DAS ARGUMENTAÇÕES

Antes de proceder à análise das argumentações que embasaram o pleito da recorrente para inabilitação da TDM, merece destacar que o julgamento do Pregoeiro e equipe de apoio, encontra amparo nos artigos 41 e 48 da Lei nº 8.666/93, consecutivamente:

“A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual

se acha estritamente vinculada.” “Serão desclassificadas: I - as propostas que não atendam às exigências do ato convocatório da

licitação;[...]” Os argumentos despendidos pela recorrente, NÃO constituem motivos para

reformulação da decisão do Pregoeiro e Equipe de Apoio, pelos motivos abaixo:


DA AUSÊNCIA DE REPRESENTAÇÃO DA SOCIEDADE:

Contrato Social é todo e qualquer ajuste celebrado por particulares por meio do qual se estabelece acordo de vontades, para formação do vínculo e estipulação de obrigações. No contrato devem estar estabelecidos com clareza e precisão cláusulas que definem direitos, obrigações e responsabilidades.

Verificamos oportunamente orientações do Tribunal de Contas da União,

no seu Livro Licitações e Contratos – Orientações e Jurisprudências do TCU:

Considera-se representante legal pessoa credenciada por documento hábil.

Entende-se por documento hábil para credenciar o representante: estatuto/contrato social, quando o representante for sócio,

proprietário, dirigente ou assemelhado da empresa licitante, no qual estejam expressos poderes para exercer direitos e assumir obrigações em decorrência de tal investidura;

A ausência de representante legal impossibilita a pratica de atos

concernentes à licitação, NÃO sendo esta a situação vivenciada pela TDM, vejamos:

A cláusula 4.2 do Contrato Social informa que a Tecnologia de Materiales Sociedad Anonima nomeará um procurador, o qual, em conjunto com o administrador Sr. MIGUEL ANGEL RIVERA MARQUINA administrará a Sociedade. Pois bem, o procurador indicado pela sócia Tecnologia de Materiales Sociedad Anonima é a Sra. ADRIANA GUIMARÃES SANGES, autoridade política legítima e qualificada para representar o Sr. Píer Antonio Giancchetti Perez, representante legal da pessoa jurídica de direito privado, estrangeira, inscrita no CNPJ/MF 08.667.690/0001-49. Dessa forma, os termos da proposta vencedora encontram-se em harmonia com o estabelecido no Contrato Social.

É possível verificar que a folha do balanço a qual se evidenciou os índices

solicitados, e refletem as demonstrações contábeis da Recorrida, está devidamente assinada. Avocamos o principio da proporcionalidade que significa o dever de realizar, do modo mais intenso possível, todos os valores consagrados pelo ordenamento jurídico. Ponderar significa compatibilizar.

Destacamos, as orientações do Mestre Marçal Justen Filho:

A função do aplicador do Direito será de compatibilizar os valores (consagrados no ordenamento e vivenciado pela sociedade), de molde a permitir que todos sejam realizados e satisfeitos. Quando tal for impossível, deverá escolher a realização do valor de maior hierarquia. Ainda aí, deverá adotar a solução que importe o menor sacrifício possível para o valor de hierarquia inferior. Será desproporcionada a solução que, invocando a necessidade de realizar um certo valor, produzir o sacrifício do outro, cuja relevância seja equivalente. Entre duas


alternativas, deverá optar-se por aquela que acarretar o menor sacrifício possível para os valores prestigiados pelo ordenamento e pela sociedade. DA AUSÊNCIA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS – art.31,I, Lei

8.666/93: Estabelece a Lei 8666/93 que o balanço patrimonial e as demonstrações

contábeis devem se representadas na “forma da lei”. Quanto à elaboração desses documentos, as normas relativas variam em

função da forma societária adotada pela empresa. Assim, dependendo do tipo de sociedade, deverão ser observadas regras específicas para a validade desses demonstrativos. Caberá ao ato convocatório da licitação disciplinar o assunto. Pois bem, assim o fez o edital na alínea b.2 do subitem 10.1.2:

10.1.2 empresas não inscritas no Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores – SICAF: A verificação será feita mediante a apresentação dos seguintes documentos b.2)balanço do último exercício, que evidencie os índices de Liquidez Geral (LG), Solvência Geral (SG) e Liquidez Corrente (LC), maiores que 1,00 (um inteiro);

Ora, ao prever a apresentação do balanço patrimonial com a evidência dos índices de liquidez e solvência, a Administração Pública obtém a comprovação da situação econômico-financeira da empresa, em consonância com os limites do art. 31, I, c/c o§3º, da Lei 8.666/93.

Conforme os ensinamentos do Mestre Marçal Justen Filho:

“O ato convocatório deverá prever os critérios para avaliação da situação econômico-financeira do interessado. Não é suficiente exigir a apresentação de demonstrações contábeis. Como existem diversos critérios para definir a situação empresarial, a ausência de especificação no ato convocatório daquele escolhido pela Administração acarretaria um de dois resultados descabidos. Ou o conteúdo das demonstrações financeiras seria irrelevante, bastando sua exibição, ou a Administração pública teria liberdade para determinar, caso a caso, o critério de avaliação, por ocasião da fase de h abilitação.”

Segundo a legislação, a comprovação de boa situação financeira da

empresa será feita de forma objetiva, por meio do cálculo de índices contábeis previstos no edital de licitação. Qual seria, então, a análise? O balanço patrimonial e nas demonstrações contábeis deve ser observado se:

• referem-se ao último exercício social; • comprovam a boa situação financeira do licitante; • foram atualizados por índices oficiais definidos no ato convocatório, quando encerrados ha mais de três meses da data de apresentação da proposta, quando for o caso;


• foram substituídos por balancetes ou balanços provisórios (o que veda a Lei de Licitacoes).

E assim o fez esta Comissão. O fundamental reside na apresentação de documentos sérios, confiáveis e úteis.

O art. 31, I, c/c o§3º, da Lei 8.666/93, relata os limites da documentação relativa à qualificação econômico-financeira, ou seja, não se pode exigir mais do que o que dispõe o artigo. Por outro lado, este mesmo artigo cita, porém não VINCULA a apresentação de TODOS os documentos listados.

DOS VÍCIOS NA PROPOSTA E PLANILHAS APRESENTADAS – NÃO

IDENTIFICAÇÃO/AUSÊNCIA DE REPRESENTAÇÃO DA SOCIEDADE:

O subitem estabelece que a proposta de preços deve ser devidamente firmada pelo representante da licitante, não estabelecendo a necessidade de ser firmada pelo engenheiro, conforme transcrito a seguir:

10.3 O PREGOEIRO, após atendimento aos procedimentos constantes do item 9 deste Edital, procederá como segue: d)requerer por meio do sistema à(s) vencedora(s) da etapa de lances – Arrematante(s),o encaminhamento via fax, ou via e-mail (digitalizado), da(s) Planilha(s) de Preços, ajustada(s) ao(s) novo(s) valor(es) unitário e global final ofertado(s) na fase de lances, juntamente com os documentos exigidos nos itens 8, 9 e 10 deste Edital, no prazo de até 24 (vinte e quatro) horas, salvo justificativas prévias aceitas pela INFRAERO, com posterior encaminhamento dos originais ou cópias autenticadas destes documentos, no prazo de 3 (três) dias úteis, contado a partir do 1º (primeiro) dia útil subseqüente à data de realização do PREGÃO; d.1)Planilha de Serviços e Preços (Anexo VI), preenchida e assinada, em papel e em CD Rom;”

Ora, se o Edital estabeleceu a forma de apresentação da proposta de preços a Comissão não pode neste momento do julgamento instituir novas regras de forma a excluir a proposta mais vantajosa para Administração. Além disso, se adentrar no mérito se o representante da licitante é engenheiro ou não, se sabe que a empresa licitante formulou proposta considerando todos os aspectos do termo de referência elaborado pela Administração, no qual contem todos os quantitativos necessários para execução da obras, projeto este que foi elaborados por diversos ramos da engenharia.

Requerer a assinatura de engenheiro na proposta de preços, seria uma burocracia ao processo, pois não se teria apenas uma especialização na área de engenharia mais diversas, uma vez que para este processo temos engenheiros civil e técnico em edificações. A Administração ao requerer a proposta assinada pelo representante legal buscou o compromisso da licitante junto a Administração da execução daquele termo de referência que foi elaborado por engenheiro e técnico em edificações e não o desenvolvimento de novo projeto, motivo pelo qual


não vislumbramos a necessidade de assinatura da proposta de preços pelos mencionados profissionais.

Por outro lado, a Lei nº 8.666/93 concedeu prazo para que o Cidadão ou Licitante que discordasse da cláusulas editalícias apresentasse impugnação ao Edital, não sendo em nenhum momento impugnada pela recorrente esta condição de apresentação da proposta de preços.

E ainda que houvesse alguma falha na forma de apresentação da proposta que apresentou o menor preço, cabe transcrever os ensinamentos do Egrégio Tribunal de Contas, Órgão fiscalizador desta Empresa Pública, sobre o excesso de formalismo na análise das propostas:

“Acórdão 21/2000 Plenário - Relatório do Ministro Relator:

De fato, a administração não poderia prescindir do menor preço, apresentado pela empresa vencedora, por mera questão formal, considerando que a exigência editalícia foi cumprida, embora que de forma oblíqua, sem prejuízo à competitividade do certame. Sendo assim, aplica-se o princípio do formalismo moderado, que prescreve a adoção de formas simples e suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados, promovendo, assim, a prevalência do conteúdo sobre o formalismo extremo, respeitadas ainda as formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados, tudo de acordo com o art. 2º, § único, incisos VIII e IX, da Lei nº 9.784/1999”.(grifo nosso).

Na ilação citada neste ofício, a Corte de Contas menciona que a prática de análise das propostas se atendo a critérios, estritamente, formais é excessiva, pois os princípios norteadores da administração pública deverão prevalecer na interpretação de qualquer dispositivo.

Depreende-se daí, que o excesso de formalismo poderá levar o Administrador do bem público a não observar o interesse maior da administração em um processo licitatório, qual seja o de abranger um maior número de propostas na disputa e de classificar a melhor proposta, vislumbrando sempre a melhor forma, dentro dos preceitos legais que por sua vez são norteados pelos princípios constitucionais e da administração, a atender ao interesse público.

Outrossim, vale ressaltar que a proposta de preço da empresa Recorrida representa uma economia, aos cofres públicos, de R$ 689.999,00 em relação à terceira colocada, portanto não seria razoável dispensar tamanha vantagem econômica à Administração por mero formalismo.

Neste diapasão, o procedimento licitatório, embora esteja vinculado ao Edital, o ato de julgar os documentos habilitatórios e propostas dos licitantes, se revestem, também, de bom senso e razoabilidade.

Nesse enfoque, cabe também transcrever os ensinamentos do Mestre Marçal Justen Filho:

"Não é incomum constar em edital que o descumprimento de qualquer exigência


formal acarretará a nulidade da proposta. A aplicação desta regra tende ser temperada pelo Princípio da Razoabilidade. É necessário ponderar os interesses existentes e evitar resultados que, a pretexto de tutelar o interesse público de cumprir o edital, produza-se a eliminação da proposta vantajosa para os cofres públicos. Quando o defeito é irrelevante, tem de interpretar-se a regra do edital com atenuação". (Comentário a Lei de Licitação e Contratos Administrativos, pg. 447).

No mesmo passo, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) confirma o entendimento do renomado jurista e do Tribunal de Contas da União:

"O precedente tem grande utilidade por balizar a atividade de julgamento das propostas pelo Princípio da Proporcionalidade. Não basta comprovar a existência do feito. É imperioso verificar se a gravidade do vício é suficientemente séria, especificamente em face da dimensão do interesse público. Admite-se, afinal, aaplicação do princípio de que o rigor extremo na interpretação da Lei e do edital pode conduzir à extrema injustiça ou ao comprometimento da satisfação do interesse público". (MS n.º5.418/DF). DAS FALHAS NA COMPOSIÇÃO DE PREÇOS UNITÁRIOS:

Consta no Edital da presente licitação: 19.6 O desatendimento de exigências formais não essenciais não importará no afastamento da licitante, desde que seja possível a aferição de sua qualificação e a exata compreensão da sua proposta;

Ademais, informamos que quando do julgamento das propostas, o pregoeiro e sua equipe de apoio não poderá exigir dos licitantes mais do que a lei e o edital exigem. A licitante não pode ser desclassificada sob a alegação de desatendimento de exigência editalícia, se tal exigência não consta de forma clara e expressa no edital.

Dito isto, e verificando o que é requerido a empresa arrematante,

observamos o que consta no edital na alínea d.2 do subitem 10.3, "Composições Analíticas de Preços Unitários - CPU's de todos os itens da Planilha de Serviços e Quantidades", e no subitem 10.4 "No caso de ocorrer atraso na entrega dos documentos/planilhas citados no subitem precedente, sem as justificativas aceitas pelo PREGOEIRO, ou na hipótese de apresentação destas em desacordo com as exigências previstas neste Edital e seus Anexos, a licitante estará sujeita às penalidades contidas no item 18 deste Edital.",

Portanto, diante da documentação apresentada pela empresa declarada vencedora, não vislumbramos nenhuma afronta aos requisitos do edital, uma vez que destacamos o que preceitua o subitem 19.3 do Edital. "19.3 A licitante deverá examinar detidamente as disposições contidas neste Edital e seus Anexos, inclusive sua Habilitação Jurídica, Regularidade Fiscal e Qualificação Econômico-Financeira junto ao SICAF, quando for o caso, pois a simples apresentação da PROPOSTA DE PREÇOS e da DOCUMENTAÇÃO DE


HABILITAÇÃO submete a licitante à aceitação incondicional de seus termos, bem como representa o conhecimento integral do objeto em licitação, não sendo aceita alegação de desconhecimento de qualquer pormenor;" Grifo nosso.

Concluímos que a CPU apresentada atende aos requisitos constante no edital da licitação em questão e lembramos o contido no subitem 4.13 do edital. "A participação na presente licitação implica na aceitação plena e irrevogável de todos os termos, cláusulas e condições constantes deste Edital e seus Anexos, bem como a observância dos preceitos legais e regulamentares em vigor e a responsabilidade pela fidelidade e legitimidade das informações e dos documentos apresentados em qualquer fase do processo."

Registre-se por oportuno, que a proposta vencedora é a proposta mais vantajosa para Administração Pública.

Destaca-se a afirmação de Adilson Abreu Dallari:

“a doutrina e jurisprudência indicam que, no tocante à fase de habilitação, como o objetivo dessa fase é verificar se aquelas pessoas que pretendem contratar têm ou não têm condições para contratar (essa é a essência, isto é, o fundamental), interessa para a Administração receber o maior número de proponentes, porque, quanto maior a concorrência, maior será a possibilidade de encontrar condições vantajosas. Portanto, existem claras manifestações doutrinárias e já existe jurisprudência no sentido de que, na fase de habilitação, não deve haver rigidez excessiva; deve-se procurar a finalidade da fase de habilitação“.

E o Tribunal de Contas da União, conforme decisão nº 695/99, no sentido de que:

“o apego a formalismos exagerados e injustificados é uma manifestação perniciosa da burocracia que, além de não resolver apropriadamente problemas cotidianos, ainda causa dano ao erário, sob o manto da legalidade estrita. Esquece o interesse público e passa a conferir os pontos e vírgulas como se isso fosse o mais importante a fazer”.

O Julgamento das propostas esta estritamente vinculado a critérios e fatores estabelecidos no ato convocatório. Deve ser objetivo e realizado em conformidade com as normas e os princípios estabelecidos na Lei de Licitacoes, a fim de garantir transparência aos atos processuais.

Portanto, esta Comissão de Licitação convencida de que os argumentos da Recorrente são insuficientes para ensejar a desclassificação da Recorrida e pautada nos princípios da economicidade, da razoabilidade e da proporcionalidade e da supremacia do interesse público, decide por negar provimento ao Recurso Administrativo.


5 - CONCLUSÃO Ante o exposto, esta Comissão de Licitação decide após análise de toda

Documentação e do recurso interposto pela empresa EMC ENGENHARIA E REVSTIMENTOS

LTDA., com fulcro no subitem 12.9 do instrumento convocatório decide:

I. CONHECER o recurso por ele ser TEMPESTIVO;

II. NEGAR PROVIMENTO as argumentações da empresa EMC ENGENHARIA E REVSTIMENTOS LTDA.;

III. MANTER a decisão que declarou vencedora a empresa TDM -

TECNOLOGIA DE MATERIAIS BRASIL LTDA.

Salvador (BA), 28 de maio de 2012.

KARINA OLIVEIRA SANTANA Pregoeira

LUCIUS CLAY DAMASCENO ROCHA ANA CRISTINA CAMPOS DE OLIVEIRA Membro/ADCE-3 Membro/EGCE-1

CARLIGIA BARRETO FONSECA Membro/GTSV-4

ANTÔNIO MANOEL DA SILVA COSTA Membro/EGCE

da: pregoeira para: gerente de …licitacao.infraero.gov.br/arquivos_licitacao/2012/srce/...adriana...

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