da escola pÚblica paranaense 2009 · (organismos, células, organelas, moléculas) para obter bens...
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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE
VOLU
ME I
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A DESINFORMAÇÃO SOBRE OS ORGANISMOS GENETICAMENTE
MODIFICADOS
DORACI GOBBI SCHPALLIR1
ORIENTADOR: Fabiano Gonçalves Costa.2
RESUMO
Os alimentos geneticamente modificados ou transgênicos são realidades na alimentação da população brasileira. Diversas metáforas e comparações vinculadas aos meios de comunicação de massa têm sido usadas por ambos os lados: os contrários e os favoráveis a esse tipo de produto. A introdução de produtos geneticamente modificados na alimentação humana ou de animais de criação tem gerado questionamentos em relação a vários aspectos. Do ponto de vista cultural, essa alteração acentua um problema: o mal-estar que a alimentação pode causar, gerado pela perda do controle sobre o que o indivíduo come. Além disso, as informações obtidas são superficiais e, de acordo com pesquisa do IBOPE realizada, somente 37% dos brasileiros sabem o que são alimentos transgênicos. Assim, este projeto teve por objetivo trazer aos alunos do Ensino Médio do Colégio Estadual Joaquim Maria Machado de Assis informações a respeito da Engenharia Genética e da cultura e produção de alimentos transgênicos no Brasil. De acordo com a metodologia aplicada obteve-se um resultado altamente positivo sobre os conceitos de Biogenética, transgenia, órgãos legisladores, plantas geneticamente modificadas e alimentos transgênico, conforme o explícito nos gráficos. A metodologia e as ações pedagógicas conseguiram atingir o objetivo, pois além de levar aos alunos conhecimentos sobre as raízes da Biotecnologia, sua importância, legislação, os efeitos positivos e negativos dos produtos, tornou-os mais conscientes sobre a qualidade e origem dos alimentos consumidos diariamente.
Palavras-chave: biogenética, transgenia, alimentos transgênicos.
1 Graduação: Licenciatura em Ciências (1992); Habilitação em Biologia (1993); Habilitação em Química (1995) pela Fundação Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Cornélio Procópio e Pós-Graduação em Biologia Vegetal (1995) pela Fundação Faculdade de Agronomia Luiz Meneguel de Bandeirantes. Atualmente, professora de Biologia no Colégio Estadual Joaquim Maria Machado de Assis de Santa Mariana – PR. [email protected].
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2
1 INTRODUÇÃO
A Engenharia Genética é o ramo da ciência que permite transferir informações
genéticas de um organismo para outro organismo. É uma transferência possível porque todos
os seres vivos guardam e transmitem a sua informação genética do mesmo modo. Ao atuar
sobre o esse material é possível criar em laboratório proteínas e modificar os seres vivos,
sejam animais, plantas ou microrganismos
O avanço da Biotecnologia, especialmente quando usada na agricultura, ciência dos
alimentos e medicina permite fazer o mapeamento e seqüenciamento genômico de animais e
vegetais e, assim, é possível produzir vacinas, melhorar as características das plantas e a
qualidade de animais de corte com o uso da tecnologia do DNA recombinante ou da
Engenharia Genética
Um dos experimentos de maior impacto dessa tecnologia, que têm gerado polêmicas é
questão da transgenia usada na agricultura, com a finalidade de evitar a incidência das pragas
mais resistentes, diminuir custos e aumentar produtividade. O cultivo e produção dos
produtos geneticamente modificados (GM) ou transgênicos geram polêmicas
multidisciplinares sobre a sua real utilização e os impactos que tais procedimentos podem
proporcionar ao meio ambiente e ao ser humano.
A transgenia é um assunto que vem sendo discutido em todas as esferas sociais.
Algumas correntes consideram essa prática como uma revolução, para outras um mistério ou
até mesmo uma praga. O cultivo e produção dos produtos geneticamente modificados geram
polêmicas multidisciplinares sobre a sua real utilização e os impactos que tais procedimentos
podem proporcionar ao meio ambiente e ao ser humano. No Brasil, assim como em todo o
mundo, muito se tem discutido a respeito dos alimentos transgênicos, ou seja, alimentos
geneticamente modificados e os possíveis riscos à saúde dos seres humanos, animais e meio
ambiente. A questão está no ápice da discussão, havendo segmentos favoráveis e contra
(SILVEIRA, 2008).
Entretanto, a questão não é ser favorável ou contrário ao plantio e comercialização de
transgênicos, pois isso é uma realidade já legalizada. É importante que as pessoas sejam
informadas sobre o fundamento das tecnologias envolvidas de modo que possam fazer
escolhas conscientes, sem correr riscos de serem manipuladas por promessas de marketing.
Considerando esta perspectiva, a escola é o caminho para abordagem do tema.
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O assunto é recente e já provoca a manifestação de diversos segmentos sociais, no
Brasil e em todo o mundo. As dúvidas vão desde a apropriação para o consumo humano, os
efeitos colaterais, aspectos legais, direito do consumidor a informação sobre o consumo de
tais alimentos entre outras. É um assunto que atinge, praticamente, toda a população,
entretanto, poucos têm informação a respeito desses produtos que estão presentes na nossa
casa praticamente todos os dias. A escola é um canal divulgador de informações, daí, a
importância da abordagem de assuntos polêmicos, interessantes e importantes para a
sociedade.
Assim, a justificativa para o desenvolvimento do projeto “A desinformação sobre os
organismos geneticamente modificados”, é levar informações que despertem nos alunos
interesse em assuntos como: transgenia especulativa; pesquisas cientificamente comprovada;
impacto da transgenia no meio ambiente e aspectos positivos e negativos, principalmente
quando se trata de alimentos geneticamente modificados e consumidos por uma população
cuja maioria não sabe da origem desses alimentos. O objetivo é informar os alunos sobre a
origem os conceitos e o uso da Biotecnologia e Transgenia do ponto de vista legal, ambiental,
econômico, social e político. A abordagem pretende levantar discussões para responder
questões como: O que é Biotecnologia e Transgenia? Até que ponto a transgenia está presente
na vida das pessoas? Quais os impactos dessa tecnologia no meio ambiente? Quais os órgãos
responsáveis pela legitibilidade das pesquisas e produção dos transgênicos? Quais os tipos de
agricultura transgênicos presentes no município de Santa Mariana?
A vinculação de matérias sobre os alimentos geneticamente modificados em todos os
meios de comunicação exige que o ensino de Biologia dê significado científico às
informações vinculadas ao meio de comunicação de massa, criando instrumentos para que o
aluno, diante de circunstâncias reais, seja capaz de expressar opiniões a favor ou conta os
fatos apresentados. É uma questão de organizar o conhecimento de uma forma
contextualizada, a partir de situações de aprendizagem circunstanciais de vivência e
referências do aluno.
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2 A TECNOLOGIA DA ENGENHARIA GENÉTICA
2.1 CONCEITO
Engenharia Genética pode ser conceituada como uma técnica que permite a
intervenção no genoma de um organismo, construindo novos genomas por recombinação de
segmentos genômicos de um mesmo ou de diferentes cromossomas. Em termos simplistas
falar engenharia genética é a manipulação de DNA (ácido deoxiribonucleico). O conjunto
completo de instruções responsáveis pelo crescimento e estrutura é o genoma, constituído por
DNA, presente nas células de qualquer organismo. Numa célula eucariótica o DNA encontra-
se no núcleo, "empacotado" com proteínas (principalmente histonas) em estruturas que se
designam por cromossomas. Em células procarióticas a organização é mais simples já que não
existem núcleo nem "empacotamento" do DNA (ÉTICA 2010).
O DNA é o responsável pelo controle e transmissão das características genéticas de
todas as células vivas ao sistema de geração em geração. O papel da engenharia genética é a
manipulação dos genes e, em conseqüência, a geração de inúmeras combinações de
constituição orgânica diferente. Os primeiros experimentos envolveram a manipulação do
material genético em animais e plantas com a transferência dos mesmos para
microorganismos tais como leveduras e bactérias, que crescem facilmente em grandes
quantidades, ou seja, os organismos geneticamente modificados (OGMs). Produtos que
primariamente eram obtidos em pequenas quantidades originados de animais plantas, hoje
podem ser produzidos em grande escala através desses organismos recombinantes, com a
utilização da tecnologia da Engenharia Genética (MORAES, 1998).
A engenharia genética se utilizando de enzimas para quebrar a cadeia de DNA em
determinados lugares, insere segmentos de outros organismos e costura seqüência novamente.
A partir deste momento a engenharia genética passou a modificar e podem “cortar e colar”
genes de um organismo para outro, mudando a forma do organismo e manipulando sua
biologia natural a fim de obter características específicas (por exemplo, determinados genes
podem ser inseridos numa planta para que esta produza toxinas contra pestes). Este método é
muito diferente do que ocorre naturalmente com o desenvolvimento dos genes (SUPER
INTERESSANTE, 2000). As moléculas de DNA, utilizando enzimas específicas que
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reconhecem as mensagens codificadas e agem para unir a cadeia fragmentada, começaram a
ser descobertas e sintetizadas para manipulação genética.
Delatorre (2007) afirma que, o código genético de todas as espécies vivas está escrito
no DNA, que é uma longa molécula em forma de hélice dupla formada por seqüências de
pares de 4 tipos de bases nitrogenadas: C (citosina), G (guanina), A (adenina) e T (timina). O
DNA se encontra no núcleo das células e é chamado de cromossomos que se encontram
sempre em pares: um de origem materno e outro de origem paterno.
Gene é um pedaço do DNA formado por um número especifico de “pares de base”,
organizados numa ordem especifica e que comandam a síntese de uma proteína específica,
que determinam o que cada organismo vai ser através das diferentes proteínas. Um gene
específico faz com que cada célula produza uma proteína que determina uma característica.
Isto só é possível graças a duas grandes descoberta que deu origem a engenharia genética:
similaridade do processo genético entre todos as espécies e a capacidade de recombinação do
DNA entre espécies. O gene pode ser transferido entre espécies e tem como foco substituir o
químico pelo biológico com menor impacto ambiental e produzir em escala, substancias
valiosas encontradas na natureza, em espécies raras ou inacessíveis. Por exemplo, a saliva de
um sapo muito raro na Amazônia. Isso evitaria a extinção da espécie.
De maneira geral, a engenharia genética manipula os genes e consequentemente cria
combinações que dão origens a organismos diferentes. As primeiras experiências envolveram
a manipulação do material genético em animais e plantas com a transferência dos mesmos
para microorganismos tais como leveduras e bactérias, que crescem facilmente em grandes
quantidades. Os produtos originários de plantas e animais que eram obtidos em pequenas
quantidades, hoje podem ser produzidos em grande escala através desses organismos
recombinantes (FAPESP, 1999).
As controvérsias surgidas no final do século XX em torno dos OGMs podem ser
entendidas como significativo divisor de águas que inaugurou o despertar de interesse maior
da sociedade em relação aos processos de inovação tecnológica na área de biotecnologia
(BARBOZA, 2003).
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2.2 O SURGIMENTO DA BIOTECNOLOGIA
A Biotecnologia é definida pela Organização Reconstrução e Trabalho - ORT -
(2007), como o conjunto de conhecimentos que permite a utilização de agentes biológicos
(organismos, células, organelas, moléculas) para obter bens ou assegurar serviços. Já muito
utilizado na Indústria Farmacêutica no cultivo de cultivar microrganismos que dão origem a
aos antibióticos. Seu uso permite cultivar células vegetais para obtenção de mudas mais
resistentes a pragas. Biotecnologia é também utilizada no processo que permite o tratamento
de despejos sanitários pela ação de microorganismos em fossas sépticas. A Biotecnologia
transforma o cotidiano dos indivíduos. O impacto dessa tecnologia atinge os mais variados
setores produtivos, pois hoje, já se conta com plantas resistentes a doenças, plásticos
biodegradáveis, detergentes mais eficientes, bicombustíveis, processos industriais e agrícolas
menos poluentes, métodos de biorremediação do meio ambiente e centenas de testes
diagnósticos e novos medicamentos
Esse tipo de experiência não é tão recente como muitos imaginam, pois o monge
austríaco, Gregor Mendell (1822-1884) estudou e fez experimentos sobre mutações que
publicou em alguns artigos. Mendell, que também acumulava a função de jardineiro e
hortelão iniciou, em 1857, seu trabalho de hibridação com ervilhas (Pisum sativum). Afirma
Cavalcanti (1995) que, por quase uma década, entre 1856 a 1863, Mendel fez experimentos e
produziu híbridos distintos de plantas com características tamanhos e cores diferentes.
Surpreso percebeu que as plantas se mantinham suas características: o rebento híbrido de uma
planta alta e de uma anã era sempre alto, não de tamanho médio. Os resultados destas
experiências foram apresentados em duas conferências realizadas na Sociedade Natural de
Brünn, em fevereiro e março de 1865, e publicados em 1866, sob o título Versuche über
Pflanzen-Hybriden (Experiências sobre híbridos vegetais). Este artigo seria a referência para
as “leis da hereditariedade” (LEITE, 2008).
Segundo Cavalcanti (1995), dos experimentos de Mendel com ervilhas originaram as
leis da hereditariedade, dando início a uma nova ciência da genética. Entretanto, esses
experimentos ficaram abandonados por 35 anos, após a publicação de um artigo em 1866 na
Sociedade de História Natural de Brün. Incentivado por Nägeli, um conceituado botânico,
Mendel realizou experimentos com chicória (Hieracium) e obteve resultados incompatíveis
com a teoria que ele havia estabelecido em seu trabalho anterior. Isto aconteceu porque a
chicória se reproduz por partenogênese5. Este trabalho foi publicado em 1870. Desestimulado
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por esta conclusão e sobrecarregado com os encargos administrativos, Mendel abandonou
seus experimentos com cruzamentos só sendo retomados em 4 de maio de 1900, por Willian
Bateson, que os encontrou, por acaso, na ocasião em que ia apresentar as suas próprias
pesquisas, coincidentes com as de Mendel (FREIRE MAIA,1995).
Só depois da morte de Mendell em 1884 ele passou a ser reconhecido como o “pai da
genética”. Em 1900, De Vries, Correns e Tschermak, trabalhando em pesquisas científicas
independentes, reconheceram no trabalho de Mendel importantes contribuições para a
ciência, e atribuíram a ele, o descobrimento das leis da hereditariedade. Para Canguilhem:
Nenhuma das categorias habituais convém ao caso de Mendel. Não se trata de um precursor. Precursor é, sem dúvida, aquele que corre à frente de todos os seus contemporâneos, mas é também aquele que pára num percurso em que outros, depois dele, correrão até o final. Ora Mendel correu toda a corrida. Não é um fundador, pois um fundador não seria ignorado por aqueles que erguem um edifício sobre os alicerces que o fundador colocou. Na falta de uma categoria pertinente, será necessário contentarmo-nos com uma imagem, e falar da obra científica de Mendel como de uma criança nascida prematuramente, que se terá deixado morrer por despreparo para recebê-la?” (Canguilhem, 1977, p. 98).
Leite et al (2008) acreditam que uma alternativa à imagem proposta por Canguilhem é
que uma obra do porte desta de Mendel foi possível graças à sua participação em coletivos de
pensamento diversos, o que contribuiu para a posterior instalação de um novo estilo de
pensamento, compartilhado por um novo coletivo (geneticistas). Seu trabalho foi considerada
por Jean Rostand uma preciosidade da experimentação e da lógica, marcando etapa decisiva
no estudo da hereditariedade. A obra do religioso botânico exerceu influência definitiva em
áreas como fisiologia, bioquímica, medicina, agricultura e até nas ciências sociais, e serviu
como insentivo ao aprofundamento das pesquisas que deram origem a outros processor de
plantas e animais.
Segundo Bentes et al (2008), há unanimidade entre autores pesquisadores na
afirmação da existência de um novo período econômico e tecnológico, consideram ainda, que
o impacto dessa revolução será maior que o provocado pela descoberta do mundo virtual.
Essa revolução, que transformará o século XXI, no século da bioeconomia, tem seus pilares
assentados na Biotecnologia. No entanto, essa não é uma ciência nova, há indícios de sua
existência desde as antigas civilizações gregas e egípcias, quando se descobriu a técnica de a
fermentação de bebidas, pães e queijos, realizadas por microrganismos. Nos últimos tempos,
o termo está associado ao sinônimo de Engenharia Genética. O exemplo atual mais polêmico
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são as plantas transgênicas, que estão invadindo o planeta, como solução para o suprimento
das necessidades básicas da humanidade.
2.3 TRANSGENIA
Segundo a CIB (2007), a biotecnologia já é parte do cotidiano brasileiro há muito
tempo, principalmente levando-se em conta a agricultura e os produtos das indústrias
farmacêutica, alimentícia e química, entre outras. Na área da saúde a primeira aplicação
comercial dessa ciência ocorreu em 1982, com a produção da insulina para tratamentos de
diabetes. Hoje 75% as insulina mundial é produzida com a utilização de organismos
transgênicos. Além disso, diversas vacinas estão em desenvolvimento para prevenir a dengue,
a AIDs e a tuberculose, entre outras doenças.
Segundo Oliveira (2001), cada organismo vivo possui uma receita única. O processo
da transgenia consiste em modificar a receita desse organismo, misturando nele células de
outro organismo transformando-o em outro ser vivo. Tais organismos geneticamente
modificados (OGMs) ou transgênicos são obtidos por uma biotecnologia denominada
transgênese ou transgenia e resultam da adição de um gene estrangeiro (animal ou vegetal) ao
genoma de um animal ou vegetal. Transgene é o gene adicional, que passa a integrar o
genoma hospedeiro e o novo caráter dado por ele é transmitido à descendência. Ou seja, a
transgenia é germinativa. O principal legado da engenharia genética é a quebra das fronteiras
entre as espécies, concretizada na transferência de genes entre espécies diferentes
(transgenia), o que possibilita que qualquer ser vivo adquira novas características de vegetais,
de animais ou de humanos.
Segundo Murasawa (2010), os transgênicos ou OGMs são plantas que receberam
genes desejáveis de outra espécie, o que não seria possível com o melhoramento genético
clássico. São plantas criadas em laboratório com técnicas da engenharia genética que
permitem "cortar e colar" genes de um organismo para outro, mudando a forma do organismo
e manipulando sua estrutura natural a fim de obter características específicas. Não há limite
para esta técnica; por exemplo, é possível criar combinações nunca imaginadas como animais
com plantas e bactérias. Pesquisas recentes realizadas pela Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária -EMBRAPA - desenvolveram uma espécie de arroz com sabor de pipoca e
ervas fina com custo mais baixo do que o normal. Outro exemplo é o milho geneticamente
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mudado, pois, cientistas utilizaram a tecnologia para inserir um gene que o tornou resistente a
alguns tipos de pragas comuns neste cultivo. Assim, este milho dispensa a aplicação de alguns
inseticidas, diminui o uso destes agrotóxicos e beneficia o meio ambiente (MURASSAWA,
2010).
Outros exemplos são a soja, o trigo, a canola e o algodão, tolerantes a um tipo de
herbicida ou resistente a pragas. Hoje as plantas transgênicas são uma realidade em países
dentre como EUA, Canadá, Argentina, África do Sul, Índia, China, Colômbia, Espanha e
outros nos quais já existem aproximadamente 68 milhões de hectares plantados. A tendência
é que esse número aumente cada vez mais já que a tecnologia permite a redução dos custos de
produção, a preservação do meio ambiente e, futuramente produzir mais alimentos, e
contribuir para a erradicação da fome no mundo (BIBLIOTECA NACIONAL, 2010).
No Brasil, a Lei de Biossegurança nº 8.974 de 05 de Janeiro de 1995, estabelece e
impõe condições de segurança para as pesquisas na área da Biotecnologia. A regulamentação
da Lei de Biossegurança levou à criação de Comissão Técnica Nacional de Biossegurança-
CTNBio. A CTNBio é composta por representantes do Poder Executivo, da Comunidade
Científica, do Setor Empresarial que atua em biotecnologia, de representantes dos órgãos de
defesa do consumidor e de órgãos legalmente constituídos de proteção à saúde do trabalhador.
Essa Comissão é responsável pela regulamentação da biossegurança no país, no que se refere
ao uso e liberação de organismos geneticamente modificados- OGMs – desde o laboratório
até o meio ambiente ( CTNBio, 2010)
2.4 ALIMENTOS TRANSGÊNICOS
De acordo com Domingos (2006), alimentos transgênicos são aqueles obtidos
utilizando-se genes provenientes de organismos de diferentes espécies ou processados com a
utilização de microorganismos geneticamente modificados. Podem ser produzidos para
consumo direto, como insumo ou ingredientes na cadeia de produção de alimentos. Seu
possível dano à saúde humana tem despertado grande preocupação, o que enfatiza a
importância de se conhecer todos os aspectos inerentes a sua produção e consumo. A
avaliação de produtos derivados da biotecnologia moderna não requer mudanças substanciais
nos princípios de segurança alimentar estabelecidos para os produtos convencionais.
Normalmente quando se pensa em segurança alimentar, deve-se levar em consideração
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aspectos como: o potencial alergênico, digestibilidade, toxicidade e risco teratogênico (fator
cancerígeno) dos produtos.
O método transgênico possibilita culturas com características positivas em relação à
variedade, produtividade e outras como, por exemplo, resistência a pragas e herbicidas, sem,
no entanto, deixar de atender aos interesses lucrativos das grandes empresas de tecnologia,
pois o que se observou nos últimos anos foi o crescente aumento da cultura mundial de
alimentos transgênicos levando países como os Estados Unidos, China, Argentina e Canadá a
se tornarem produtores significativos no mercado dos produtos transgênicos (IBID).
Do ponto de vista de produção de alimentos em alta escala e menor custo, hipótese s
são levantadas sobre as causas da fome: a falta de produção agrícola (insuficiência de oferta) e
problemas na intermediação - distribuição e comercialização (desperdícios e elevação dos
preços), a falta de poder aquisitivo de uma grande parcela da população, são justificativas da
corrente favorável ao uso da transgenia (SILVA, 1998).
No contexto que a revolução verde teria como solucionar o problema alimentar no
mundo, renasce a crença de que é preciso viabilizar a segunda revolução verde, para
solucionar a fome que se configura no momento e a futura. Esse enfoque é largamente
utilizado em defesa e justificativa da biotecnologia e da engenharia genética (PINAZZA &
ALIMANDRO, 1998).
Os alimentos geneticamente modificados, bem como a biotecnologia, se sustentam
sobre tais argumentos e pela disputa entre as corporações do mercado internacional pelos
produtos oriundos destas tecnologias, modificando o comércio e o controle específico das
cadeias agroalimentares do cenário mundial (CAVALLI, 2001).
Para Oliveira (2004, p. 79), “os debates sobre transgênicos ganham contornos
altamente polarizados, inviabilizando a possibilidade de se alcançar um consenso sobre as
eventuais vantagens da adoção desta tecnologia para os cidadãos” e Hoffmann (1999, p. 26)
aponta que a “ciência jamais foi questionada de forma tão impetuosa ao desvelar os resultados
de seus estudos e investigações até o surgimento dos produtos transgênicos.”
As discussões em torno de produzir ou não alimentos transgênicos incluem a discussão
sobre a fome no mundo. Pesquisador e defensor dos transgênicos, Prêmio Nobel da Paz em
1970, o norte americano Norman Ernest Borlaug, em entrevista A Folha de São Paulo,
revelou acreditar que sem a agricultura intensiva, não há como alimentar a população
mundial. e firma ser esta uma das soluções para a fome, um dilema pelo qual ele vem lutando
há anos (LEITE, 1999).
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Diante da situação conclui-se que informação é a palavra chave da questão. A
tecnologia para obtenção dos produtos transgênicos está avançando com extrema velocidade,
exigindo mais canais de informações que cheguem com iguais velocidades aos consumidores.
Esse é um papel que a escola pode desenvolver com competência. Entretanto, as informações
precisam ser concretas, acessíveis, em linguagem clara, de modos possa ser explorada
adequadamente pela sociedade e conscientizar a população interessada.
2.4.1 A introdução dos produtos transgênicos no mercado brasileiro
Segundo Guerra (1999), ao se introduzir no mercado, qualquer produto novo deve-se
ter o cuidado e a certeza de que tal produto não provoca danos a qualquer espécie viva, seja
humano, animal ou ambiental, especialmente no que diz respeito à preservação de espécies
puras, à preservação da biodiversidade. A análise deve ainda observar a extensão de seu
impacto nas condições sócio-econômicas do país. Para Domingos (2006), a aplicação da
biossegurança é adotada em procedimentos específicos para evitar ou diluir os riscos
originados da exposição, manipulação e uso de organismos vivos que podem causar efeitos
adversos aos seres vivos do planeta. Ao se falar de segurança de biotecnologia, é necessário
atentar-se ao fato de que não existe risco zero, contudo, este pode ser diluído e até mesmo
aproximar-se de zero. Deve-se salientar, entretanto, que se o manejo dos riscos for
impraticável, é melhor optar-se por não corrê-los.
Na opinião de Arruda (2008), a comunidade científica ainda tem dificuldades de
transmitir as experiências transgênicas de uma forma simples e clara, até porque, são
trabalhos complexos, mas nunca se estudou tanto um assunto e, portanto, a aceitação total e
uso da biotecnologia é apenas uma questão de tempo. Arruda (2007, p 10) aponta que:
“quando as pessoas se derem conta do tamanho do problema da produção de alimentos no
mundo verificarão que não existe outra opção.”
Nas palavras de Pavan (2007):
A tecnologia do DNA recombinante é um processo extraordinário, um avanço de grande importância para a ciência e para a humanidade. Há uma questão urgente no mundo que deve ser pensada muito seriamente pelos governantes, que é a produção e distribuição de alimentos. E mais: a qualidade nutricional dos alimentos produzidos... Os alimentos transgênicos já estão sendo consumidos por vários países e o Brasil não pode ficar de fora (PAVAN, 2007, p. 10).
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As restrições aos produtos OGMs podem provocar perdas no bonde da história da
biotecnologia. Proibir a produção de tais alimentos é impedir o processo científico, social e
econômico do país. Há necessidade de uma ação rápida dos órgãos governamentais em
relação a uma atitude favorável à produção e comercialização dos produtos transgênicos
porque, corre-se o risco de ficar na contra mão do progresso e, isso acarretará custos muito
altos que o país não pode arcar (PAVAN, 2007).
No Brasil, cada projeto de pesquisa de produto transgênico deve ser submetido a
aprovação da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), tanto por entidade
públicas quanto privadas. Estas devem ser portadoras de Certificado de Qualidade em
Biossegurança (CQB), credencial que atesta sua capacidade para este trabalho. O aspecto
legal da comercialização do produto fica explicitado no Decreto n°. 4680 de abril de 2003,
que impõe a obrigatoriedade de informação ao consumidor da natureza do produto (A-
PROLLI, 2007).
3.2.2 Tipos de alimento transgênicos
Segundo dados da Revista Saúde e Nutrição (2004), os organismos Geneticamente
Modificados (OGM), é tipo de alimento vem sido muito discutido ultimamente. E as
pesquisas sobre o assunto, não chegaram a conclusões definitivas por este motivo ainda não
previsões definitivas do que podem ou não causar os transgênicos para a saúde da população e
ao meio ambiente. No entanto, a produção de transgênicos vem aumentando e segundo
estimativas cerca de 35 milhões de hectares, o que representa 150% do tamanho da Grã-
Bretanha, estão atualmente sendo utilizados para a produção de plantas geneticamente
modificadas, principalmente, soja, milho, batatas e algodão.
Alguns alimentos geneticamente modificados já estão nas prateleiras de
supermercados a disposição dos consumidores. A rotulagem dos OGM não era obrigatória no
Brasil, porém até dia 31 de dezembro deste ano todos os alimentos com 4% ou mais de OGM
devem conter na embalagem “Contém tal ingrediente geneticamente modificado”. O
problema identificado neste decreto é a grande quantidade (4%) de OGM que tem que haver
num alimento para ser rotulado como tal. A maioria desse grupo de alimentos tem
aproximadamente de 1 a 2% de OGM e, portanto, estes não serão de rotulagem obrigatória,
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este fato pode gerar insegurança nos consumidores que não querem, mas por falta de
informações ingerem os genes modificados.
Conheça alguns dos produtos que contém OGM (soja)e que estão disponíveis no
mercado brasileiro: Batata-frita Pringles, sabor original; Creme de milho Knorr; Nestogeno
com soja; Salsicha Swift tipo Viena; Cup Noodles sabor galinha, macarrão; Cereal Shake
Diet, sabor morango; Bac’Os, biscoitos sabor bacon; Prosobee, alimento em pó com soja;
Suprasoy, alimento em pó com soja; MacCornick-Bac’On Pieces, biscoitos de bacon; Soy
Milke, alimento em pó com soja entre outros (SAÚDE, 2008)
Entre os alimentos que se encontram em estudos e em breve estarão a disposição dos
consumidores pode-se destacar: o tomate com mais licopeno, antioxidante que ajuda a
prevenir câncer; arroz dourado, rico em vitamina ; alface enriquecida com um composto que
diminui o colesterol ruim (LDL); arroz, trigo e feijão com mais ferro; alimentos com menor
nível de microtoxinas, substância produzida por bolores que podem provocar o câncer e
diminuir a resistência do organismo e; plantas mais resistentes ao estresse climático coma a
seca ou frio.
3.2.2 ORGÃOS DE CONTROLE E SEGURANÇA DOS ALIMENTOS TRANSGÊNICOS
Parece estar comprovado, o alimento geneticamente modificado desenvolvido pela
biotecnologia moderna, só é liberado para o consumo depois de passar por todos os testes de
avaliação de segurança. Estima-se que em mais de dez anos da produção e comercialização
do produto em todo o mundo, cerca de 350 milhões de toneladas de alimentos transgênicos
foram consumidos, se4m um único registro comprovado impacto negativo na saúde humana
ou animal. “Os transgênicos são testados como nenhum outro alimento, sendo tão ou mais
seguros que os convencionais” (MENOSSI, 2007, p. 6).
Para o Conselho de Informações sobre Biotecnologia - CIB (2007), segurança é
aspecto fundamental para os OGMs e envolvem os mais rigorosos testes. As avaliações
toxiológicas e nutricionais entre outras são rigorosamente executadas. É importante destacar a
avaliação aprofundada dos transgênicos no que diz respeito a possíveis alergias, procedimento
que não é aplicado aos alimentos convencionais. Vários testes são realizados para a garantia
desses alimentos. A organização das Nações Unidas para alimentação Agricultura - FAO -
desenvolveu normas de equivalência essenciais, cujo princípio é as análises química e
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nutricionais para sejam identificadas de semelhança e diferença entre culturas geneticamente
modificadas e seus pares convencionais (não OGMs) que têm segurança já conhecida
(MENOSSI,2007).
Os alimentos transgênicos estão na mesa de milhões de consumidores de diferentes
países desde 1995. Nos Estados Unidos, Japão, China, Argentina, Alemanha e Canadá,
alimentos como soja, milho, rabanete mamão, tomate e seus derivados são consumido pela
população e na apresentaram, até hoje, nenhum caso adverso à saúde humana. Todos os
alimentos transgênicos são avaliados criteriosamente por meio de testes, muitas vezes bem
mais rigorosos que os realizados com produtos convencionais.
Entretanto, apesar de todo apesar da avaliação criteriosa dos alimentos transgênicos,
fica no ar, portanto, uma resposta definitiva referente à segurança ou não de se consumir tais
alimentos. Sabe-se, com certeza, que qualquer alimento ingerido fora de recomendações
(transgênico ou não) causam problemas de saúde.
Uma das principais contestações contra os transgênicos é o risco que está relacionado
com a transferência do gene exógeno para espécies selvagens relacionadas. Isto é mais grave
no caso de espécies de fecundação cruzada. Observe-se o caso do milho, onde 99% das
fecundações são cruzadas. Considere um agricultor que cultive uma lavoura de não
transgênicos ao lado de uma de transgênicos. Grande parte do pólen contendo o gene exógeno
cairá na lavoura não transgênica, resultando em grãos geneticamente modificados, pois o
pólen era oriundo de material modificado. Daí a importância de se delimitar áreas para cultivo
de transgênicos isoladas das áreas de cultivo de não transgênicos, permitindo assim o controle
do material colhido. Deve-se, a partir desta etapa, ter uma rede de comercialização distinta
para os dois materiais, para que não haja mistura.
3.4 EFEITOS DA BIOTECNOLOGIA NO MEIO AMBIENTE
A Constituição Brasileira (1988) determina que cabe ao poder público e à coletividade
a defesa e a preservação do meio ambiente para as presentes e futuras gerações. Para
assegurar a efetividade deste direito, deve-se preservar a biodiversidade e a integridade do
patrimônio genético nacional.
O uso da biotecnologia aprimorará o melhoramento das espécies, adicionando genes
de valor e bem definidos de maneira rápida, eficiente e precisa, em variedades nobres de
15
plantas que vêm sendo modificadas pelos métodos convencionais há centenas de anos. Uma
vez que os métodos convencionais permitem a exploração de apenas uma pequena parte da
biodiversidade existente no planeta, com a biotecnologia é possível utilizar toda essa
diversidade genética, o que representa uma poderosa ferramenta à disposição dos geneticistas
para a reunião de características positivas de várias espécies em uma nova variedade,
resultando numa expressiva contribuição para o bem estar da sociedade (CIB, 2007)
7.6 A ABORDAGEM DA BIOTECNOLOGIA NO ENSINO MÉDIO
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) do 3º e 4º ciclos do
Ensino Fundamental (1998), a Ciência e a Tecnologia estão cada vez mais presentes no
cotidiano das pessoas, sendo assim, é de extrema importância que se tenha “conhecimento a
fim de interpretar e avaliar informações, até mesmo para poder participar e julgar decisões
políticas ou divulgações científicas na mídia.” (BRASIL, 1998, p. 22).
A falta de informação sobre o tema faz com o assunto seja tratado de modo
preconceituoso. Um exemplo disso é a afirmação de Ricroch (1998) de que “os genes seriam
responsáveis pelos males que agitam a sociedade neste fim de século: transgressão da ordem
natural, artificialização da natureza, manipulação da vida”.
É necessário desenvolver no aluno o senso crítico, para que o mesmo seja um cidadão
atuante. Para tanto é necessário conhecimentos mais aprofundados de um tema tão polemico
como é as questão da Biotecnologia a transgenia para formar opinião e questionar sobre os
impactos da evolução e aplicação dessas ciências e as conseqüências que elas são capazes de
gerar. Por isso é importante estimular a discussão sobre os avanços da ciência e tecnologia,
suas causas, conseqüências.
Ao iniciar a abordagem desse tópico, é importante que, para o aluno, estejam claras as
concepções mais atuais sobre a organização do material genético, seja nos seres vivos mais
complexos – homem – bem como os mais simples – a bactéria e os vírus. Para grande parte
dos alunos a expressão genética resulta somente, na produção de proteínas que irão compor as
características hereditárias dos seres vivos. Os alunos não trazem consigo os conhecimentos
advindos das descobertas recentes sobre os genes ocultos como responsáveis pela produção de
moléculas de RNA reguladores da expressão de outros genes. Assim, é importante reforçar r
que o material genético permanente está presente no núcleo de todas as células e possui as
16
mesmas informações para a formação do ser vivo que o contém. Os genes ocultos têm aí o
papel de alterar a expressão desses genes de acordo com a localização e função da célula no
organismo. Junto a esses conceitos, as fases embrionárias e como elas ocorrem são
fundamentais para que o aluno possa entender o processo de clonagem em si e como ocorre a
clonagem terapêutica (que está amplamente relacionada com o uso das células-tronco).
Nota-se que as concepções dos alunos acerca destes termos são vagas, restritas as
informações vinculadas a aos veículos de comunicação de massa e os alunos não conseguem
compreender os processos, interpretar os fenômenos e contextualizá-los na sua realidade.
Assim, é importante que abordagem do professor seja feita de maneira de maneira clara,
contextualizada com a realidade mais próxima do aluno, com textos interessantes, linguagem
acessível e atividades elaboradas de modos a despertar interesses em pesquisar os alimentos
disponíveis no mercado, de fazer escolha de consumir ou não tais alimentos, de observar se
estão de acordo com as normas de Biossegurança e suscitar discussões que levem a
aprendizagem do assunto abordado.
3 MATERIAIS E METODOS
A abordagem de temas relacionados a Biotecnologia e a transgenia no Ensino Médio
foi importante pois possibilitou o levantamento de discussões sobre as concepções mais
atuais de organização do material genético, seja nos seres vivos mais complexos (homem) e
os mais simples (a bactéria e os vírus), São conhecimentos necessários para o entendimento
do processo de transgenia, da produção, comercialização e consumo de alimento de produtos
geneticamente modificados.
As atividades relacionadas com o projeto foram desenvolvidas com os alunos do
3º. Ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Joaquim Maria Machado de Assis de Santa
Mariana PR. As ações envolvendo a temática “A desinformação sobre os organismos
geneticamente modificados” foram elaboradas de forma a despertar o interesse dos alunos
sobre o assunto. Foi possível desenvolver atividades diversificadas dentro da proposta
pedagógica.
Optou pelo trabalho em equipes dentro e fora de sala de aula procurando
proporcionar motivação para o desenvolvimento do projeto que obedeceu a ordem
17
cronológica previamente estabelecida e aceita pela direção, equipe técnico/pedagógica e
alunos
Inicialmente foi realizada uma sondagem informal para saber o grau de conhecimento
sobre a Biogenética e transgenia e foi constatada a pouca informação, mas percebeu-se que o
assunto despertou curiosidade entre os alunos. Assim foi proposta a exibição do vídeo
documentário: O que é Biotecnologia? Em seguida foi distribuído um questionário para se
fazer uma sondagem diagnóstica sobre o grau de conhecimento dos alunos a respeito do
assunto. As questões envolveram conceitos, siglas, legislação, plantas transgênicas e produtos
transgênicos.
Segundo momento:
Debate espontâneo entre os alunos e foram levantados vários questionamentos e
motivou a leitura do texto preparado pela professora. Foi um momento bem proveitoso dado o
interesse dos alunos em expressar opiniões favoráveis ou contra o uso da Biotecnologia.
Foi aproveitado para o trabalho em equipe As alunos foram divididos em cinco
equipes e a cada uma ficou encarregada da leitura e apresentação. Os temas Foram:
a) Definição dos transgênicos e OGMs;
b) Histórico;
c) Legislação
c) Técnicas de obtenção de transgênicos em plantas e animais.
d) Transgênicos liberados para comercialização no Brasil atualmente
Após a leitura foi aberto o grande grupo para a discussão do assunto. Questões,
interessantes foram levantadas e respondidas pelo próprio grupo
Terceiro momento
Esse foi um momento bem interessante pela apresentação do vídeo “Os alimentos
transgênicos” uma espécie de comédia onde os produtos transgênicos eram os protagonistas.
O vídeo atraiu atenção dos alunos que, de forma lúdica, fixaram os conteúdos já apresentados.
Retirado do site http://www.youtube.com/watch?v=51yjols5wa4. O vídeo serviu para um
momento de descontração e relaxamento. Foi um momento muito proveitoso. Em seguida os
alunos resolveram uma atividade de caça palavras relacionadas ao tema. Foi também montado
um painel com embalagens de produtos transgênicos pesquisados pelos alunos.
Quarto momento
Nesse quinto e último momento ficou bem caracterizado o contexto interdisciplinar da
proposta curricular. Através do lúdico foi possível trabalhar atividades relacionadas a Língua
18
Portuguesa e Matemática. Na elaboração das atividades proposta os alunos se empenharem
em formular as questões escritas e determinar regras uma gincana que foi desenvolvida da
seguinte forma:
1ª. etapa: Foi feita uma revisão dos conceitos abordados transgenia DNA, produto
transgênicos com participação de todos.
2ª. etapa: Distribuição dos textos com informações para a leitura e montagem das
questões para o jogo.
3ª. etapa: Um membro da equipe sorteada era encarregado de escolher uma das
outras equipes para responder a questão e assim sucessivamente (ficou determinado
nas regras do jogo que cada membro da equipe só poderia responder outra questão
depois que todos os outros já tivessem participado).
4ª. etapa: Apresentação de um gráfico com a pontuação das equipes para que os
alunos pudessem comparar, analisar e discutir a participação.
Avaliação: Análise das respostas, participação dos alunos interação com o grupo,
criatividade entre outros atributos.
Quinto e último momento
Foi realizado uma avaliação com perguntas similares ao do questionário proposto no
início da implementação do projeto, porém com respostas dissertativas.
4 RESULTADOS
Notou-se que um bom percentual de alunos entendeu os conceitos trabalhados, pois
conforme mostra o gráfico (1) da página seguinte, as mesmas atividades aplicadas no início
para diagnosticar grau de informações (barras azuis) também foram aplicadas no final para
conhecer o grau de aproveitamento obtidos após o desenvolvimento das ações planejadas
(barras vermelhas). As perguntas envolvendo questões como conceitos, siglas, legislação,
plantas transgênicas e produtos transgênicos foram praticamente as mesmas só mudou o modo
de respondê-las. No início as questões foram de múltipla escolha, no final dissertativa, assim
os alunos puderam demonstrar o grau de aprendizado. As respostas foram espontâneas, sem
necessidade do apoio do professor.
19
Gráfico 1: Comparativo de respostas no início e final do projeto.
Apesar da proposta de avaliação sem atribuição de notas ou conceitos, foi momento
extremamente proveitoso, dada a descontração e o interesse dos alunos em demonstrar os
conhecimentos aprendidos. Constatou-se que um bom percentual de alunos para participar
dessa avaliação com respostas bem construídas.
Ao se fazer a abordagem na questão de ser favorável ou contrário a produção e
consumo dos produtos a turma ficou bem divida e foi bem interessante observar as
discussões promovidas em defesa dos pontos de vista.
.
50%44%
6%
Favorável a produção e consumo de produtos transgênicosContrário ao produção e consumo de produtos transgênicosNão souberam responder
Gráfico 2: Alunos favoráveis e contrários a produção e consumo de produtos transgênicos.
20
A questão das informações nos rótulos dos produtos foi bem discutida os alunos. No
final do projeto, a maioria dos alunos opinou que, apesar da importância dessas informações
para os consumidores e para a população em geral, parece não haver muito interesse nesse
aspecto. Os alunos entendem que tais informações são poucas pela importância das questões e
entendem que a inovação e o desenvolvimento de novos produtos é uma constante e está
presente em nosso dia a dia sem que a população perceba.
21%
34%
45%
Sim Não Um pouco
Gráfico 3: Os consumidores são bem informados sobre os transgênicos?
Comparando os gráficos, notou -se um avanço acentuado de conhecimentos e muitos
alunos interessados em fazer pesquisas sobre os produtos geneticamente modificados
disponíveis no mercado. Acredito que foi uma atividade bem produtiva e houve interação
entre os alunos.
O final do projeto foi marcado por um momento de confraternização com a
participação de todos os envolvidos: alunos, professor e equipe tecnocopedagógica.
5 DISCUSSÃO
As discussões sobre segurança dos alimentos geneticamente modificados, seus riscos
e benefícios, ocupam espaço importante no meio científico, no segmento industrial, nos
movimentos sociais e ecológicos, nos fóruns internacionais, nos tribunais, na imprensa, e, aos
poucos, junto à população, que ainda não tem verdadeira dimensão de o quanto os produtos
transgênicos já fazem farte de seu cotidiano (PAIVA ET AL, 2008).
21
A escola cidadã como canal de informações é responsável pela formação de cidadãos
críticos e conscientes das conquistas, dos avanços tecnológicos e científicos e a incidência de
tais avanços no meio social e ambiental (BRASIL, 1998).
O projeto foi desenvolvido no Colégio Estadual Joaquim Maria Machado de Assis no
município de Santa Mariana –PR, por meio de estratégias motivadoras de forma a valorizar
os conteúdos propostos e possibilitar oportunidades de discussões sobre fatores sociais,
interesses financeiros e os reais benefícios ou malefícios que a transgenia pode causar.
As ações pedagógicas possibilitaram aos alunos o entendimento de que o uso da
biotecnologia pode contribuir para minimizar ou mesmo solucionar problemas em diversos
setores, causados pela ação destruidora do homem. Seu desenvolvimento em relação à
questão ambiental de microrganismos modificados para tratamento de águas contaminadas
por esgoto, outros poluentes. Na questão da agricultura desenvolvimento de plantas mais
resistentes as pragas, com mais qualidades nutritivas, menos contaminadas por agrotóxicos,
na pecuária, a formação de embriões, o aprimoramento de vacinas e medicamentos
veterinários. E ainda mais: a aplicação da biotecnologia na produção de medicamentos
hormônios e outros benefícios para a saúde humana.
Por outro lado, houve também a conscientização dos alunos sobre o aspecto negativo
dos transgênicos como, por exemplo, o interesse financeiro das multinacionais sem levar em
conta os malefícios para a saúde humana, fauna e flora e a consciência de que não é o
instrumento em si que é negativo ou prejudicial e sim o uso ou destino dado a ele. A falta de
informações (por meio de propagandas), dos alimentos transgênicos consumidos no dia-a-
dia, causou indignação de alguns alunos.
Percebeu-se que a partir das atividades propostas foi possível despertar nos alunos
interesse em expressar opiniões, pela pesquisas extra classe e possibilitando a aprendizagem
significativa e o entendimento de que a Biotecnologia é um assunto que atrai a atenção de
simpatizantes e opositores em todo o mundo, sendo que muitas vezes o enfrentamento entre
grupos divergentes é inevitável.
Diante das leituras de textos, das resoluções de atividades, da participação em pesquisa
espontâneas e outras experiências vivenciadas, foi possível analisar a receptividade ao tema
proposto. Os alunos participantes tiveram acesso a material diversificado (textos, vídeos,
atividades, pesquisas) e puderam adquirir conhecimentos sobre:
a) Os conceitos e evolução histórica da Biogenética e Transgenia;
b) Alimentos transgênicos, a introdução e consumo de produtos transgênicos no
Brasil;
22
c) Os efeitos da Biotecnologia no meio ambiente;
d) A importância de da introdução de conhecimento sobre Biotecnologia e
transgenia no meio escolar.
Acredito que a maneira de desenvolvimento da proposta pedagógica conseguiu atingir
o objetivo proposto, pois além de levar aos alunos conhecimentos sobre as raízes da
Biotecnologia, sua importância, legislação, os efeitos positivos e negativos dos produtos,
alertou-os sobre maiores critérios de avaliação dos produtos presentes na alimentação diária.
Diante do exposto, principalmente no gráfico 1, notou-se um grande avanço de
conhecimentos sobre Biotecnologia e Transgenia. Discussões, comentários, pesquisas sobre
alimentos transgênicos foi a tônica entre os alunos. Notou-se também um interesse maior na
busca por informações, símbolo da transgenia nas embalagens dos produtos na busca da
diferenciação de produtos transgênicos e produtos sem modificações genéticas.
Assim, posso concluir que o projeto foi desenvolvido com a abordagem científica, didática e
lúdica, foi receptivo, proporcionou conhecimentos do processo da Biogenética, dos alimentos
transgênicos que estão na mesa da população e deu margem para um trabalho interdisciplinar.
6 CONCLUSÕES
A Biotecnologia e Transgenia são assuntos recentes, mas vem provocando
manifestações nos diversos segmentos sociais no Brasil e no mundo. São muitas as dúvidas,
principalmente, na apropriação para o consumo humano, os efeitos colaterais, aspectos legais,
direito do consumidor a informação de tais alimentos. É um assunto que atinge toda a
população, entretanto são poucos têm informação a respeito desses produtos.
Entretanto, apesar da importância é um assunto ainda raro no meio educacional, dado
a dificuldade de se encontrar artigos científicos, pesquisa de campo relacionado ao tema e,
até mesmo literatura específica dedicada a crianças, jovens e adolescentes. Cabe à escola
como canal de informações o poder de mudar esse quadro negativo de desinformação,
trazendo para si a responsabilidade de abordar assuntos polêmicos, interessantes e importantes
para o aluno e a sociedade.
Entendendo que é papel da escola cidadã formar pessoas bem informadas e críticas
para desenvolver seu papel social, procurou-se fazer uma abordagem motivadora, por meio de
atividades interessantes, desafiadoras e lúdicas. Assim, foi possível a participação espontânea
23
dos alunos. Esse é o papel do professor: trabalhar os conteúdos aproveitando as oportunidades
para inserir questões polêmicas que atingem a sociedade.
O Tema “A desinformação sobre organismos geneticamente modificados despertou
nos alunos do 3º. Ano do Colégio Estadual Joaquim Maria Machado de Assis um novo olhar
sobre produtos alimentícios consumidos e diante dos resultados obtidos, posso afirmar que o
projeto atingiu seu objetivo proposto, utilizando-se de metodologia adequada ao nível dos
alunos envolvidos e conseguiu um ótimo aproveitamento, tanto no fator social quanto
educacional. Percebeu-se o envolvimento, afinidade, troca de ideias, discussões e interesse
por outros assuntos correlacionados com a temática proposta.
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