da escola pÚblica paranaense 2009 · (organismos, células, organelas, moléculas) para obter bens...

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4 Cadernos PDE VOLUME I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE

VOLU

ME I

1

A DESINFORMAÇÃO SOBRE OS ORGANISMOS GENETICAMENTE

MODIFICADOS

DORACI GOBBI SCHPALLIR1

ORIENTADOR: Fabiano Gonçalves Costa.2

RESUMO

Os alimentos geneticamente modificados ou transgênicos são realidades na alimentação da população brasileira. Diversas metáforas e comparações vinculadas aos meios de comunicação de massa têm sido usadas por ambos os lados: os contrários e os favoráveis a esse tipo de produto. A introdução de produtos geneticamente modificados na alimentação humana ou de animais de criação tem gerado questionamentos em relação a vários aspectos. Do ponto de vista cultural, essa alteração acentua um problema: o mal-estar que a alimentação pode causar, gerado pela perda do controle sobre o que o indivíduo come. Além disso, as informações obtidas são superficiais e, de acordo com pesquisa do IBOPE realizada, somente 37% dos brasileiros sabem o que são alimentos transgênicos. Assim, este projeto teve por objetivo trazer aos alunos do Ensino Médio do Colégio Estadual Joaquim Maria Machado de Assis informações a respeito da Engenharia Genética e da cultura e produção de alimentos transgênicos no Brasil. De acordo com a metodologia aplicada obteve-se um resultado altamente positivo sobre os conceitos de Biogenética, transgenia, órgãos legisladores, plantas geneticamente modificadas e alimentos transgênico, conforme o explícito nos gráficos. A metodologia e as ações pedagógicas conseguiram atingir o objetivo, pois além de levar aos alunos conhecimentos sobre as raízes da Biotecnologia, sua importância, legislação, os efeitos positivos e negativos dos produtos, tornou-os mais conscientes sobre a qualidade e origem dos alimentos consumidos diariamente.

Palavras-chave: biogenética, transgenia, alimentos transgênicos.

1 Graduação: Licenciatura em Ciências (1992); Habilitação em Biologia (1993); Habilitação em Química (1995) pela Fundação Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Cornélio Procópio e Pós-Graduação em Biologia Vegetal (1995) pela Fundação Faculdade de Agronomia Luiz Meneguel de Bandeirantes. Atualmente, professora de Biologia no Colégio Estadual Joaquim Maria Machado de Assis de Santa Mariana – PR. [email protected].

2

2

1 INTRODUÇÃO

A Engenharia Genética é o ramo da ciência que permite transferir informações

genéticas de um organismo para outro organismo. É uma transferência possível porque todos

os seres vivos guardam e transmitem a sua informação genética do mesmo modo. Ao atuar

sobre o esse material é possível criar em laboratório proteínas e modificar os seres vivos,

sejam animais, plantas ou microrganismos

O avanço da Biotecnologia, especialmente quando usada na agricultura, ciência dos

alimentos e medicina permite fazer o mapeamento e seqüenciamento genômico de animais e

vegetais e, assim, é possível produzir vacinas, melhorar as características das plantas e a

qualidade de animais de corte com o uso da tecnologia do DNA recombinante ou da

Engenharia Genética

Um dos experimentos de maior impacto dessa tecnologia, que têm gerado polêmicas é

questão da transgenia usada na agricultura, com a finalidade de evitar a incidência das pragas

mais resistentes, diminuir custos e aumentar produtividade. O cultivo e produção dos

produtos geneticamente modificados (GM) ou transgênicos geram polêmicas

multidisciplinares sobre a sua real utilização e os impactos que tais procedimentos podem

proporcionar ao meio ambiente e ao ser humano.

A transgenia é um assunto que vem sendo discutido em todas as esferas sociais.

Algumas correntes consideram essa prática como uma revolução, para outras um mistério ou

até mesmo uma praga. O cultivo e produção dos produtos geneticamente modificados geram

polêmicas multidisciplinares sobre a sua real utilização e os impactos que tais procedimentos

podem proporcionar ao meio ambiente e ao ser humano. No Brasil, assim como em todo o

mundo, muito se tem discutido a respeito dos alimentos transgênicos, ou seja, alimentos

geneticamente modificados e os possíveis riscos à saúde dos seres humanos, animais e meio

ambiente. A questão está no ápice da discussão, havendo segmentos favoráveis e contra

(SILVEIRA, 2008).

Entretanto, a questão não é ser favorável ou contrário ao plantio e comercialização de

transgênicos, pois isso é uma realidade já legalizada. É importante que as pessoas sejam

informadas sobre o fundamento das tecnologias envolvidas de modo que possam fazer

escolhas conscientes, sem correr riscos de serem manipuladas por promessas de marketing.

Considerando esta perspectiva, a escola é o caminho para abordagem do tema.

3

O assunto é recente e já provoca a manifestação de diversos segmentos sociais, no

Brasil e em todo o mundo. As dúvidas vão desde a apropriação para o consumo humano, os

efeitos colaterais, aspectos legais, direito do consumidor a informação sobre o consumo de

tais alimentos entre outras. É um assunto que atinge, praticamente, toda a população,

entretanto, poucos têm informação a respeito desses produtos que estão presentes na nossa

casa praticamente todos os dias. A escola é um canal divulgador de informações, daí, a

importância da abordagem de assuntos polêmicos, interessantes e importantes para a

sociedade.

Assim, a justificativa para o desenvolvimento do projeto “A desinformação sobre os

organismos geneticamente modificados”, é levar informações que despertem nos alunos

interesse em assuntos como: transgenia especulativa; pesquisas cientificamente comprovada;

impacto da transgenia no meio ambiente e aspectos positivos e negativos, principalmente

quando se trata de alimentos geneticamente modificados e consumidos por uma população

cuja maioria não sabe da origem desses alimentos. O objetivo é informar os alunos sobre a

origem os conceitos e o uso da Biotecnologia e Transgenia do ponto de vista legal, ambiental,

econômico, social e político. A abordagem pretende levantar discussões para responder

questões como: O que é Biotecnologia e Transgenia? Até que ponto a transgenia está presente

na vida das pessoas? Quais os impactos dessa tecnologia no meio ambiente? Quais os órgãos

responsáveis pela legitibilidade das pesquisas e produção dos transgênicos? Quais os tipos de

agricultura transgênicos presentes no município de Santa Mariana?

A vinculação de matérias sobre os alimentos geneticamente modificados em todos os

meios de comunicação exige que o ensino de Biologia dê significado científico às

informações vinculadas ao meio de comunicação de massa, criando instrumentos para que o

aluno, diante de circunstâncias reais, seja capaz de expressar opiniões a favor ou conta os

fatos apresentados. É uma questão de organizar o conhecimento de uma forma

contextualizada, a partir de situações de aprendizagem circunstanciais de vivência e

referências do aluno.

4

2 A TECNOLOGIA DA ENGENHARIA GENÉTICA

2.1 CONCEITO

Engenharia Genética pode ser conceituada como uma técnica que permite a

intervenção no genoma de um organismo, construindo novos genomas por recombinação de

segmentos genômicos de um mesmo ou de diferentes cromossomas. Em termos simplistas

falar engenharia genética é a manipulação de DNA (ácido deoxiribonucleico). O conjunto

completo de instruções responsáveis pelo crescimento e estrutura é o genoma, constituído por

DNA, presente nas células de qualquer organismo. Numa célula eucariótica o DNA encontra-

se no núcleo, "empacotado" com proteínas (principalmente histonas) em estruturas que se

designam por cromossomas. Em células procarióticas a organização é mais simples já que não

existem núcleo nem "empacotamento" do DNA (ÉTICA 2010).

O DNA é o responsável pelo controle e transmissão das características genéticas de

todas as células vivas ao sistema de geração em geração. O papel da engenharia genética é a

manipulação dos genes e, em conseqüência, a geração de inúmeras combinações de

constituição orgânica diferente. Os primeiros experimentos envolveram a manipulação do

material genético em animais e plantas com a transferência dos mesmos para

microorganismos tais como leveduras e bactérias, que crescem facilmente em grandes

quantidades, ou seja, os organismos geneticamente modificados (OGMs). Produtos que

primariamente eram obtidos em pequenas quantidades originados de animais plantas, hoje

podem ser produzidos em grande escala através desses organismos recombinantes, com a

utilização da tecnologia da Engenharia Genética (MORAES, 1998).

A engenharia genética se utilizando de enzimas para quebrar a cadeia de DNA em

determinados lugares, insere segmentos de outros organismos e costura seqüência novamente.

A partir deste momento a engenharia genética passou a modificar e podem “cortar e colar”

genes de um organismo para outro, mudando a forma do organismo e manipulando sua

biologia natural a fim de obter características específicas (por exemplo, determinados genes

podem ser inseridos numa planta para que esta produza toxinas contra pestes). Este método é

muito diferente do que ocorre naturalmente com o desenvolvimento dos genes (SUPER

INTERESSANTE, 2000). As moléculas de DNA, utilizando enzimas específicas que

5

reconhecem as mensagens codificadas e agem para unir a cadeia fragmentada, começaram a

ser descobertas e sintetizadas para manipulação genética.

Delatorre (2007) afirma que, o código genético de todas as espécies vivas está escrito

no DNA, que é uma longa molécula em forma de hélice dupla formada por seqüências de

pares de 4 tipos de bases nitrogenadas: C (citosina), G (guanina), A (adenina) e T (timina). O

DNA se encontra no núcleo das células e é chamado de cromossomos que se encontram

sempre em pares: um de origem materno e outro de origem paterno.

Gene é um pedaço do DNA formado por um número especifico de “pares de base”,

organizados numa ordem especifica e que comandam a síntese de uma proteína específica,

que determinam o que cada organismo vai ser através das diferentes proteínas. Um gene

específico faz com que cada célula produza uma proteína que determina uma característica.

Isto só é possível graças a duas grandes descoberta que deu origem a engenharia genética:

similaridade do processo genético entre todos as espécies e a capacidade de recombinação do

DNA entre espécies. O gene pode ser transferido entre espécies e tem como foco substituir o

químico pelo biológico com menor impacto ambiental e produzir em escala, substancias

valiosas encontradas na natureza, em espécies raras ou inacessíveis. Por exemplo, a saliva de

um sapo muito raro na Amazônia. Isso evitaria a extinção da espécie.

De maneira geral, a engenharia genética manipula os genes e consequentemente cria

combinações que dão origens a organismos diferentes. As primeiras experiências envolveram

a manipulação do material genético em animais e plantas com a transferência dos mesmos

para microorganismos tais como leveduras e bactérias, que crescem facilmente em grandes

quantidades. Os produtos originários de plantas e animais que eram obtidos em pequenas

quantidades, hoje podem ser produzidos em grande escala através desses organismos

recombinantes (FAPESP, 1999).

As controvérsias surgidas no final do século XX em torno dos OGMs podem ser

entendidas como significativo divisor de águas que inaugurou o despertar de interesse maior

da sociedade em relação aos processos de inovação tecnológica na área de biotecnologia

(BARBOZA, 2003).

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2.2 O SURGIMENTO DA BIOTECNOLOGIA

A Biotecnologia é definida pela Organização Reconstrução e Trabalho - ORT -

(2007), como o conjunto de conhecimentos que permite a utilização de agentes biológicos

(organismos, células, organelas, moléculas) para obter bens ou assegurar serviços. Já muito

utilizado na Indústria Farmacêutica no cultivo de cultivar microrganismos que dão origem a

aos antibióticos. Seu uso permite cultivar células vegetais para obtenção de mudas mais

resistentes a pragas. Biotecnologia é também utilizada no processo que permite o tratamento

de despejos sanitários pela ação de microorganismos em fossas sépticas. A Biotecnologia

transforma o cotidiano dos indivíduos. O impacto dessa tecnologia atinge os mais variados

setores produtivos, pois hoje, já se conta com plantas resistentes a doenças, plásticos

biodegradáveis, detergentes mais eficientes, bicombustíveis, processos industriais e agrícolas

menos poluentes, métodos de biorremediação do meio ambiente e centenas de testes

diagnósticos e novos medicamentos

Esse tipo de experiência não é tão recente como muitos imaginam, pois o monge

austríaco, Gregor Mendell (1822-1884) estudou e fez experimentos sobre mutações que

publicou em alguns artigos. Mendell, que também acumulava a função de jardineiro e

hortelão iniciou, em 1857, seu trabalho de hibridação com ervilhas (Pisum sativum). Afirma

Cavalcanti (1995) que, por quase uma década, entre 1856 a 1863, Mendel fez experimentos e

produziu híbridos distintos de plantas com características tamanhos e cores diferentes.

Surpreso percebeu que as plantas se mantinham suas características: o rebento híbrido de uma

planta alta e de uma anã era sempre alto, não de tamanho médio. Os resultados destas

experiências foram apresentados em duas conferências realizadas na Sociedade Natural de

Brünn, em fevereiro e março de 1865, e publicados em 1866, sob o título Versuche über

Pflanzen-Hybriden (Experiências sobre híbridos vegetais). Este artigo seria a referência para

as “leis da hereditariedade” (LEITE, 2008).

Segundo Cavalcanti (1995), dos experimentos de Mendel com ervilhas originaram as

leis da hereditariedade, dando início a uma nova ciência da genética. Entretanto, esses

experimentos ficaram abandonados por 35 anos, após a publicação de um artigo em 1866 na

Sociedade de História Natural de Brün. Incentivado por Nägeli, um conceituado botânico,

Mendel realizou experimentos com chicória (Hieracium) e obteve resultados incompatíveis

com a teoria que ele havia estabelecido em seu trabalho anterior. Isto aconteceu porque a

chicória se reproduz por partenogênese5. Este trabalho foi publicado em 1870. Desestimulado

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por esta conclusão e sobrecarregado com os encargos administrativos, Mendel abandonou

seus experimentos com cruzamentos só sendo retomados em 4 de maio de 1900, por Willian

Bateson, que os encontrou, por acaso, na ocasião em que ia apresentar as suas próprias

pesquisas, coincidentes com as de Mendel (FREIRE MAIA,1995).

Só depois da morte de Mendell em 1884 ele passou a ser reconhecido como o “pai da

genética”. Em 1900, De Vries, Correns e Tschermak, trabalhando em pesquisas científicas

independentes, reconheceram no trabalho de Mendel importantes contribuições para a

ciência, e atribuíram a ele, o descobrimento das leis da hereditariedade. Para Canguilhem:

Nenhuma das categorias habituais convém ao caso de Mendel. Não se trata de um precursor. Precursor é, sem dúvida, aquele que corre à frente de todos os seus contemporâneos, mas é também aquele que pára num percurso em que outros, depois dele, correrão até o final. Ora Mendel correu toda a corrida. Não é um fundador, pois um fundador não seria ignorado por aqueles que erguem um edifício sobre os alicerces que o fundador colocou. Na falta de uma categoria pertinente, será necessário contentarmo-nos com uma imagem, e falar da obra científica de Mendel como de uma criança nascida prematuramente, que se terá deixado morrer por despreparo para recebê-la?” (Canguilhem, 1977, p. 98).

Leite et al (2008) acreditam que uma alternativa à imagem proposta por Canguilhem é

que uma obra do porte desta de Mendel foi possível graças à sua participação em coletivos de

pensamento diversos, o que contribuiu para a posterior instalação de um novo estilo de

pensamento, compartilhado por um novo coletivo (geneticistas). Seu trabalho foi considerada

por Jean Rostand uma preciosidade da experimentação e da lógica, marcando etapa decisiva

no estudo da hereditariedade. A obra do religioso botânico exerceu influência definitiva em

áreas como fisiologia, bioquímica, medicina, agricultura e até nas ciências sociais, e serviu

como insentivo ao aprofundamento das pesquisas que deram origem a outros processor de

plantas e animais.

Segundo Bentes et al (2008), há unanimidade entre autores pesquisadores na

afirmação da existência de um novo período econômico e tecnológico, consideram ainda, que

o impacto dessa revolução será maior que o provocado pela descoberta do mundo virtual.

Essa revolução, que transformará o século XXI, no século da bioeconomia, tem seus pilares

assentados na Biotecnologia. No entanto, essa não é uma ciência nova, há indícios de sua

existência desde as antigas civilizações gregas e egípcias, quando se descobriu a técnica de a

fermentação de bebidas, pães e queijos, realizadas por microrganismos. Nos últimos tempos,

o termo está associado ao sinônimo de Engenharia Genética. O exemplo atual mais polêmico

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são as plantas transgênicas, que estão invadindo o planeta, como solução para o suprimento

das necessidades básicas da humanidade.

2.3 TRANSGENIA

Segundo a CIB (2007), a biotecnologia já é parte do cotidiano brasileiro há muito

tempo, principalmente levando-se em conta a agricultura e os produtos das indústrias

farmacêutica, alimentícia e química, entre outras. Na área da saúde a primeira aplicação

comercial dessa ciência ocorreu em 1982, com a produção da insulina para tratamentos de

diabetes. Hoje 75% as insulina mundial é produzida com a utilização de organismos

transgênicos. Além disso, diversas vacinas estão em desenvolvimento para prevenir a dengue,

a AIDs e a tuberculose, entre outras doenças.

Segundo Oliveira (2001), cada organismo vivo possui uma receita única. O processo

da transgenia consiste em modificar a receita desse organismo, misturando nele células de

outro organismo transformando-o em outro ser vivo. Tais organismos geneticamente

modificados (OGMs) ou transgênicos são obtidos por uma biotecnologia denominada

transgênese ou transgenia e resultam da adição de um gene estrangeiro (animal ou vegetal) ao

genoma de um animal ou vegetal. Transgene é o gene adicional, que passa a integrar o

genoma hospedeiro e o novo caráter dado por ele é transmitido à descendência. Ou seja, a

transgenia é germinativa. O principal legado da engenharia genética é a quebra das fronteiras

entre as espécies, concretizada na transferência de genes entre espécies diferentes

(transgenia), o que possibilita que qualquer ser vivo adquira novas características de vegetais,

de animais ou de humanos.

Segundo Murasawa (2010), os transgênicos ou OGMs são plantas que receberam

genes desejáveis de outra espécie, o que não seria possível com o melhoramento genético

clássico. São plantas criadas em laboratório com técnicas da engenharia genética que

permitem "cortar e colar" genes de um organismo para outro, mudando a forma do organismo

e manipulando sua estrutura natural a fim de obter características específicas. Não há limite

para esta técnica; por exemplo, é possível criar combinações nunca imaginadas como animais

com plantas e bactérias. Pesquisas recentes realizadas pela Empresa Brasileira de Pesquisa

Agropecuária -EMBRAPA - desenvolveram uma espécie de arroz com sabor de pipoca e

ervas fina com custo mais baixo do que o normal. Outro exemplo é o milho geneticamente

9

mudado, pois, cientistas utilizaram a tecnologia para inserir um gene que o tornou resistente a

alguns tipos de pragas comuns neste cultivo. Assim, este milho dispensa a aplicação de alguns

inseticidas, diminui o uso destes agrotóxicos e beneficia o meio ambiente (MURASSAWA,

2010).

Outros exemplos são a soja, o trigo, a canola e o algodão, tolerantes a um tipo de

herbicida ou resistente a pragas. Hoje as plantas transgênicas são uma realidade em países

dentre como EUA, Canadá, Argentina, África do Sul, Índia, China, Colômbia, Espanha e

outros nos quais já existem aproximadamente 68 milhões de hectares plantados. A tendência

é que esse número aumente cada vez mais já que a tecnologia permite a redução dos custos de

produção, a preservação do meio ambiente e, futuramente produzir mais alimentos, e

contribuir para a erradicação da fome no mundo (BIBLIOTECA NACIONAL, 2010).

No Brasil, a Lei de Biossegurança nº 8.974 de 05 de Janeiro de 1995, estabelece e

impõe condições de segurança para as pesquisas na área da Biotecnologia. A regulamentação

da Lei de Biossegurança levou à criação de Comissão Técnica Nacional de Biossegurança-

CTNBio. A CTNBio é composta por representantes do Poder Executivo, da Comunidade

Científica, do Setor Empresarial que atua em biotecnologia, de representantes dos órgãos de

defesa do consumidor e de órgãos legalmente constituídos de proteção à saúde do trabalhador.

Essa Comissão é responsável pela regulamentação da biossegurança no país, no que se refere

ao uso e liberação de organismos geneticamente modificados- OGMs – desde o laboratório

até o meio ambiente ( CTNBio, 2010)

2.4 ALIMENTOS TRANSGÊNICOS

De acordo com Domingos (2006), alimentos transgênicos são aqueles obtidos

utilizando-se genes provenientes de organismos de diferentes espécies ou processados com a

utilização de microorganismos geneticamente modificados. Podem ser produzidos para

consumo direto, como insumo ou ingredientes na cadeia de produção de alimentos. Seu

possível dano à saúde humana tem despertado grande preocupação, o que enfatiza a

importância de se conhecer todos os aspectos inerentes a sua produção e consumo. A

avaliação de produtos derivados da biotecnologia moderna não requer mudanças substanciais

nos princípios de segurança alimentar estabelecidos para os produtos convencionais.

Normalmente quando se pensa em segurança alimentar, deve-se levar em consideração

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aspectos como: o potencial alergênico, digestibilidade, toxicidade e risco teratogênico (fator

cancerígeno) dos produtos.

O método transgênico possibilita culturas com características positivas em relação à

variedade, produtividade e outras como, por exemplo, resistência a pragas e herbicidas, sem,

no entanto, deixar de atender aos interesses lucrativos das grandes empresas de tecnologia,

pois o que se observou nos últimos anos foi o crescente aumento da cultura mundial de

alimentos transgênicos levando países como os Estados Unidos, China, Argentina e Canadá a

se tornarem produtores significativos no mercado dos produtos transgênicos (IBID).

Do ponto de vista de produção de alimentos em alta escala e menor custo, hipótese s

são levantadas sobre as causas da fome: a falta de produção agrícola (insuficiência de oferta) e

problemas na intermediação - distribuição e comercialização (desperdícios e elevação dos

preços), a falta de poder aquisitivo de uma grande parcela da população, são justificativas da

corrente favorável ao uso da transgenia (SILVA, 1998).

No contexto que a revolução verde teria como solucionar o problema alimentar no

mundo, renasce a crença de que é preciso viabilizar a segunda revolução verde, para

solucionar a fome que se configura no momento e a futura. Esse enfoque é largamente

utilizado em defesa e justificativa da biotecnologia e da engenharia genética (PINAZZA &

ALIMANDRO, 1998).

Os alimentos geneticamente modificados, bem como a biotecnologia, se sustentam

sobre tais argumentos e pela disputa entre as corporações do mercado internacional pelos

produtos oriundos destas tecnologias, modificando o comércio e o controle específico das

cadeias agroalimentares do cenário mundial (CAVALLI, 2001).

Para Oliveira (2004, p. 79), “os debates sobre transgênicos ganham contornos

altamente polarizados, inviabilizando a possibilidade de se alcançar um consenso sobre as

eventuais vantagens da adoção desta tecnologia para os cidadãos” e Hoffmann (1999, p. 26)

aponta que a “ciência jamais foi questionada de forma tão impetuosa ao desvelar os resultados

de seus estudos e investigações até o surgimento dos produtos transgênicos.”

As discussões em torno de produzir ou não alimentos transgênicos incluem a discussão

sobre a fome no mundo. Pesquisador e defensor dos transgênicos, Prêmio Nobel da Paz em

1970, o norte americano Norman Ernest Borlaug, em entrevista A Folha de São Paulo,

revelou acreditar que sem a agricultura intensiva, não há como alimentar a população

mundial. e firma ser esta uma das soluções para a fome, um dilema pelo qual ele vem lutando

há anos (LEITE, 1999).

11

Diante da situação conclui-se que informação é a palavra chave da questão. A

tecnologia para obtenção dos produtos transgênicos está avançando com extrema velocidade,

exigindo mais canais de informações que cheguem com iguais velocidades aos consumidores.

Esse é um papel que a escola pode desenvolver com competência. Entretanto, as informações

precisam ser concretas, acessíveis, em linguagem clara, de modos possa ser explorada

adequadamente pela sociedade e conscientizar a população interessada.

2.4.1 A introdução dos produtos transgênicos no mercado brasileiro

Segundo Guerra (1999), ao se introduzir no mercado, qualquer produto novo deve-se

ter o cuidado e a certeza de que tal produto não provoca danos a qualquer espécie viva, seja

humano, animal ou ambiental, especialmente no que diz respeito à preservação de espécies

puras, à preservação da biodiversidade. A análise deve ainda observar a extensão de seu

impacto nas condições sócio-econômicas do país. Para Domingos (2006), a aplicação da

biossegurança é adotada em procedimentos específicos para evitar ou diluir os riscos

originados da exposição, manipulação e uso de organismos vivos que podem causar efeitos

adversos aos seres vivos do planeta. Ao se falar de segurança de biotecnologia, é necessário

atentar-se ao fato de que não existe risco zero, contudo, este pode ser diluído e até mesmo

aproximar-se de zero. Deve-se salientar, entretanto, que se o manejo dos riscos for

impraticável, é melhor optar-se por não corrê-los.

Na opinião de Arruda (2008), a comunidade científica ainda tem dificuldades de

transmitir as experiências transgênicas de uma forma simples e clara, até porque, são

trabalhos complexos, mas nunca se estudou tanto um assunto e, portanto, a aceitação total e

uso da biotecnologia é apenas uma questão de tempo. Arruda (2007, p 10) aponta que:

“quando as pessoas se derem conta do tamanho do problema da produção de alimentos no

mundo verificarão que não existe outra opção.”

Nas palavras de Pavan (2007):

A tecnologia do DNA recombinante é um processo extraordinário, um avanço de grande importância para a ciência e para a humanidade. Há uma questão urgente no mundo que deve ser pensada muito seriamente pelos governantes, que é a produção e distribuição de alimentos. E mais: a qualidade nutricional dos alimentos produzidos... Os alimentos transgênicos já estão sendo consumidos por vários países e o Brasil não pode ficar de fora (PAVAN, 2007, p. 10).

12

As restrições aos produtos OGMs podem provocar perdas no bonde da história da

biotecnologia. Proibir a produção de tais alimentos é impedir o processo científico, social e

econômico do país. Há necessidade de uma ação rápida dos órgãos governamentais em

relação a uma atitude favorável à produção e comercialização dos produtos transgênicos

porque, corre-se o risco de ficar na contra mão do progresso e, isso acarretará custos muito

altos que o país não pode arcar (PAVAN, 2007).

No Brasil, cada projeto de pesquisa de produto transgênico deve ser submetido a

aprovação da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), tanto por entidade

públicas quanto privadas. Estas devem ser portadoras de Certificado de Qualidade em

Biossegurança (CQB), credencial que atesta sua capacidade para este trabalho. O aspecto

legal da comercialização do produto fica explicitado no Decreto n°. 4680 de abril de 2003,

que impõe a obrigatoriedade de informação ao consumidor da natureza do produto (A-

PROLLI, 2007).

3.2.2 Tipos de alimento transgênicos

Segundo dados da Revista Saúde e Nutrição (2004), os organismos Geneticamente

Modificados (OGM), é tipo de alimento vem sido muito discutido ultimamente. E as

pesquisas sobre o assunto, não chegaram a conclusões definitivas por este motivo ainda não

previsões definitivas do que podem ou não causar os transgênicos para a saúde da população e

ao meio ambiente. No entanto, a produção de transgênicos vem aumentando e segundo

estimativas cerca de 35 milhões de hectares, o que representa 150% do tamanho da Grã-

Bretanha, estão atualmente sendo utilizados para a produção de plantas geneticamente

modificadas, principalmente, soja, milho, batatas e algodão.

Alguns alimentos geneticamente modificados já estão nas prateleiras de

supermercados a disposição dos consumidores. A rotulagem dos OGM não era obrigatória no

Brasil, porém até dia 31 de dezembro deste ano todos os alimentos com 4% ou mais de OGM

devem conter na embalagem “Contém tal ingrediente geneticamente modificado”. O

problema identificado neste decreto é a grande quantidade (4%) de OGM que tem que haver

num alimento para ser rotulado como tal. A maioria desse grupo de alimentos tem

aproximadamente de 1 a 2% de OGM e, portanto, estes não serão de rotulagem obrigatória,

13

este fato pode gerar insegurança nos consumidores que não querem, mas por falta de

informações ingerem os genes modificados.

Conheça alguns dos produtos que contém OGM (soja)e que estão disponíveis no

mercado brasileiro: Batata-frita Pringles, sabor original; Creme de milho Knorr; Nestogeno

com soja; Salsicha Swift tipo Viena; Cup Noodles sabor galinha, macarrão; Cereal Shake

Diet, sabor morango; Bac’Os, biscoitos sabor bacon; Prosobee, alimento em pó com soja;

Suprasoy, alimento em pó com soja; MacCornick-Bac’On Pieces, biscoitos de bacon; Soy

Milke, alimento em pó com soja entre outros (SAÚDE, 2008)

Entre os alimentos que se encontram em estudos e em breve estarão a disposição dos

consumidores pode-se destacar: o tomate com mais licopeno, antioxidante que ajuda a

prevenir câncer; arroz dourado, rico em vitamina ; alface enriquecida com um composto que

diminui o colesterol ruim (LDL); arroz, trigo e feijão com mais ferro; alimentos com menor

nível de microtoxinas, substância produzida por bolores que podem provocar o câncer e

diminuir a resistência do organismo e; plantas mais resistentes ao estresse climático coma a

seca ou frio.

3.2.2 ORGÃOS DE CONTROLE E SEGURANÇA DOS ALIMENTOS TRANSGÊNICOS

Parece estar comprovado, o alimento geneticamente modificado desenvolvido pela

biotecnologia moderna, só é liberado para o consumo depois de passar por todos os testes de

avaliação de segurança. Estima-se que em mais de dez anos da produção e comercialização

do produto em todo o mundo, cerca de 350 milhões de toneladas de alimentos transgênicos

foram consumidos, se4m um único registro comprovado impacto negativo na saúde humana

ou animal. “Os transgênicos são testados como nenhum outro alimento, sendo tão ou mais

seguros que os convencionais” (MENOSSI, 2007, p. 6).

Para o Conselho de Informações sobre Biotecnologia - CIB (2007), segurança é

aspecto fundamental para os OGMs e envolvem os mais rigorosos testes. As avaliações

toxiológicas e nutricionais entre outras são rigorosamente executadas. É importante destacar a

avaliação aprofundada dos transgênicos no que diz respeito a possíveis alergias, procedimento

que não é aplicado aos alimentos convencionais. Vários testes são realizados para a garantia

desses alimentos. A organização das Nações Unidas para alimentação Agricultura - FAO -

desenvolveu normas de equivalência essenciais, cujo princípio é as análises química e

14

nutricionais para sejam identificadas de semelhança e diferença entre culturas geneticamente

modificadas e seus pares convencionais (não OGMs) que têm segurança já conhecida

(MENOSSI,2007).

Os alimentos transgênicos estão na mesa de milhões de consumidores de diferentes

países desde 1995. Nos Estados Unidos, Japão, China, Argentina, Alemanha e Canadá,

alimentos como soja, milho, rabanete mamão, tomate e seus derivados são consumido pela

população e na apresentaram, até hoje, nenhum caso adverso à saúde humana. Todos os

alimentos transgênicos são avaliados criteriosamente por meio de testes, muitas vezes bem

mais rigorosos que os realizados com produtos convencionais.

Entretanto, apesar de todo apesar da avaliação criteriosa dos alimentos transgênicos,

fica no ar, portanto, uma resposta definitiva referente à segurança ou não de se consumir tais

alimentos. Sabe-se, com certeza, que qualquer alimento ingerido fora de recomendações

(transgênico ou não) causam problemas de saúde.

Uma das principais contestações contra os transgênicos é o risco que está relacionado

com a transferência do gene exógeno para espécies selvagens relacionadas. Isto é mais grave

no caso de espécies de fecundação cruzada. Observe-se o caso do milho, onde 99% das

fecundações são cruzadas. Considere um agricultor que cultive uma lavoura de não

transgênicos ao lado de uma de transgênicos. Grande parte do pólen contendo o gene exógeno

cairá na lavoura não transgênica, resultando em grãos geneticamente modificados, pois o

pólen era oriundo de material modificado. Daí a importância de se delimitar áreas para cultivo

de transgênicos isoladas das áreas de cultivo de não transgênicos, permitindo assim o controle

do material colhido. Deve-se, a partir desta etapa, ter uma rede de comercialização distinta

para os dois materiais, para que não haja mistura.

3.4 EFEITOS DA BIOTECNOLOGIA NO MEIO AMBIENTE

A Constituição Brasileira (1988) determina que cabe ao poder público e à coletividade

a defesa e a preservação do meio ambiente para as presentes e futuras gerações. Para

assegurar a efetividade deste direito, deve-se preservar a biodiversidade e a integridade do

patrimônio genético nacional.

O uso da biotecnologia aprimorará o melhoramento das espécies, adicionando genes

de valor e bem definidos de maneira rápida, eficiente e precisa, em variedades nobres de

15

plantas que vêm sendo modificadas pelos métodos convencionais há centenas de anos. Uma

vez que os métodos convencionais permitem a exploração de apenas uma pequena parte da

biodiversidade existente no planeta, com a biotecnologia é possível utilizar toda essa

diversidade genética, o que representa uma poderosa ferramenta à disposição dos geneticistas

para a reunião de características positivas de várias espécies em uma nova variedade,

resultando numa expressiva contribuição para o bem estar da sociedade (CIB, 2007)

7.6 A ABORDAGEM DA BIOTECNOLOGIA NO ENSINO MÉDIO

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) do 3º e 4º ciclos do

Ensino Fundamental (1998), a Ciência e a Tecnologia estão cada vez mais presentes no

cotidiano das pessoas, sendo assim, é de extrema importância que se tenha “conhecimento a

fim de interpretar e avaliar informações, até mesmo para poder participar e julgar decisões

políticas ou divulgações científicas na mídia.” (BRASIL, 1998, p. 22).

A falta de informação sobre o tema faz com o assunto seja tratado de modo

preconceituoso. Um exemplo disso é a afirmação de Ricroch (1998) de que “os genes seriam

responsáveis pelos males que agitam a sociedade neste fim de século: transgressão da ordem

natural, artificialização da natureza, manipulação da vida”.

É necessário desenvolver no aluno o senso crítico, para que o mesmo seja um cidadão

atuante. Para tanto é necessário conhecimentos mais aprofundados de um tema tão polemico

como é as questão da Biotecnologia a transgenia para formar opinião e questionar sobre os

impactos da evolução e aplicação dessas ciências e as conseqüências que elas são capazes de

gerar. Por isso é importante estimular a discussão sobre os avanços da ciência e tecnologia,

suas causas, conseqüências.

Ao iniciar a abordagem desse tópico, é importante que, para o aluno, estejam claras as

concepções mais atuais sobre a organização do material genético, seja nos seres vivos mais

complexos – homem – bem como os mais simples – a bactéria e os vírus. Para grande parte

dos alunos a expressão genética resulta somente, na produção de proteínas que irão compor as

características hereditárias dos seres vivos. Os alunos não trazem consigo os conhecimentos

advindos das descobertas recentes sobre os genes ocultos como responsáveis pela produção de

moléculas de RNA reguladores da expressão de outros genes. Assim, é importante reforçar r

que o material genético permanente está presente no núcleo de todas as células e possui as

16

mesmas informações para a formação do ser vivo que o contém. Os genes ocultos têm aí o

papel de alterar a expressão desses genes de acordo com a localização e função da célula no

organismo. Junto a esses conceitos, as fases embrionárias e como elas ocorrem são

fundamentais para que o aluno possa entender o processo de clonagem em si e como ocorre a

clonagem terapêutica (que está amplamente relacionada com o uso das células-tronco).

Nota-se que as concepções dos alunos acerca destes termos são vagas, restritas as

informações vinculadas a aos veículos de comunicação de massa e os alunos não conseguem

compreender os processos, interpretar os fenômenos e contextualizá-los na sua realidade.

Assim, é importante que abordagem do professor seja feita de maneira de maneira clara,

contextualizada com a realidade mais próxima do aluno, com textos interessantes, linguagem

acessível e atividades elaboradas de modos a despertar interesses em pesquisar os alimentos

disponíveis no mercado, de fazer escolha de consumir ou não tais alimentos, de observar se

estão de acordo com as normas de Biossegurança e suscitar discussões que levem a

aprendizagem do assunto abordado.

3 MATERIAIS E METODOS

A abordagem de temas relacionados a Biotecnologia e a transgenia no Ensino Médio

foi importante pois possibilitou o levantamento de discussões sobre as concepções mais

atuais de organização do material genético, seja nos seres vivos mais complexos (homem) e

os mais simples (a bactéria e os vírus), São conhecimentos necessários para o entendimento

do processo de transgenia, da produção, comercialização e consumo de alimento de produtos

geneticamente modificados.

As atividades relacionadas com o projeto foram desenvolvidas com os alunos do

3º. Ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Joaquim Maria Machado de Assis de Santa

Mariana PR. As ações envolvendo a temática “A desinformação sobre os organismos

geneticamente modificados” foram elaboradas de forma a despertar o interesse dos alunos

sobre o assunto. Foi possível desenvolver atividades diversificadas dentro da proposta

pedagógica.

Optou pelo trabalho em equipes dentro e fora de sala de aula procurando

proporcionar motivação para o desenvolvimento do projeto que obedeceu a ordem

17

cronológica previamente estabelecida e aceita pela direção, equipe técnico/pedagógica e

alunos

Inicialmente foi realizada uma sondagem informal para saber o grau de conhecimento

sobre a Biogenética e transgenia e foi constatada a pouca informação, mas percebeu-se que o

assunto despertou curiosidade entre os alunos. Assim foi proposta a exibição do vídeo

documentário: O que é Biotecnologia? Em seguida foi distribuído um questionário para se

fazer uma sondagem diagnóstica sobre o grau de conhecimento dos alunos a respeito do

assunto. As questões envolveram conceitos, siglas, legislação, plantas transgênicas e produtos

transgênicos.

Segundo momento:

Debate espontâneo entre os alunos e foram levantados vários questionamentos e

motivou a leitura do texto preparado pela professora. Foi um momento bem proveitoso dado o

interesse dos alunos em expressar opiniões favoráveis ou contra o uso da Biotecnologia.

Foi aproveitado para o trabalho em equipe As alunos foram divididos em cinco

equipes e a cada uma ficou encarregada da leitura e apresentação. Os temas Foram:

a) Definição dos transgênicos e OGMs;

b) Histórico;

c) Legislação

c) Técnicas de obtenção de transgênicos em plantas e animais.

d) Transgênicos liberados para comercialização no Brasil atualmente

Após a leitura foi aberto o grande grupo para a discussão do assunto. Questões,

interessantes foram levantadas e respondidas pelo próprio grupo

Terceiro momento

Esse foi um momento bem interessante pela apresentação do vídeo “Os alimentos

transgênicos” uma espécie de comédia onde os produtos transgênicos eram os protagonistas.

O vídeo atraiu atenção dos alunos que, de forma lúdica, fixaram os conteúdos já apresentados.

Retirado do site http://www.youtube.com/watch?v=51yjols5wa4. O vídeo serviu para um

momento de descontração e relaxamento. Foi um momento muito proveitoso. Em seguida os

alunos resolveram uma atividade de caça palavras relacionadas ao tema. Foi também montado

um painel com embalagens de produtos transgênicos pesquisados pelos alunos.

Quarto momento

Nesse quinto e último momento ficou bem caracterizado o contexto interdisciplinar da

proposta curricular. Através do lúdico foi possível trabalhar atividades relacionadas a Língua

18

Portuguesa e Matemática. Na elaboração das atividades proposta os alunos se empenharem

em formular as questões escritas e determinar regras uma gincana que foi desenvolvida da

seguinte forma:

1ª. etapa: Foi feita uma revisão dos conceitos abordados transgenia DNA, produto

transgênicos com participação de todos.

2ª. etapa: Distribuição dos textos com informações para a leitura e montagem das

questões para o jogo.

3ª. etapa: Um membro da equipe sorteada era encarregado de escolher uma das

outras equipes para responder a questão e assim sucessivamente (ficou determinado

nas regras do jogo que cada membro da equipe só poderia responder outra questão

depois que todos os outros já tivessem participado).

4ª. etapa: Apresentação de um gráfico com a pontuação das equipes para que os

alunos pudessem comparar, analisar e discutir a participação.

Avaliação: Análise das respostas, participação dos alunos interação com o grupo,

criatividade entre outros atributos.

Quinto e último momento

Foi realizado uma avaliação com perguntas similares ao do questionário proposto no

início da implementação do projeto, porém com respostas dissertativas.

4 RESULTADOS

Notou-se que um bom percentual de alunos entendeu os conceitos trabalhados, pois

conforme mostra o gráfico (1) da página seguinte, as mesmas atividades aplicadas no início

para diagnosticar grau de informações (barras azuis) também foram aplicadas no final para

conhecer o grau de aproveitamento obtidos após o desenvolvimento das ações planejadas

(barras vermelhas). As perguntas envolvendo questões como conceitos, siglas, legislação,

plantas transgênicas e produtos transgênicos foram praticamente as mesmas só mudou o modo

de respondê-las. No início as questões foram de múltipla escolha, no final dissertativa, assim

os alunos puderam demonstrar o grau de aprendizado. As respostas foram espontâneas, sem

necessidade do apoio do professor.

19

Gráfico 1: Comparativo de respostas no início e final do projeto.

Apesar da proposta de avaliação sem atribuição de notas ou conceitos, foi momento

extremamente proveitoso, dada a descontração e o interesse dos alunos em demonstrar os

conhecimentos aprendidos. Constatou-se que um bom percentual de alunos para participar

dessa avaliação com respostas bem construídas.

Ao se fazer a abordagem na questão de ser favorável ou contrário a produção e

consumo dos produtos a turma ficou bem divida e foi bem interessante observar as

discussões promovidas em defesa dos pontos de vista.

.

50%44%

6%

Favorável a produção e consumo de produtos transgênicosContrário ao produção e consumo de produtos transgênicosNão souberam responder

Gráfico 2: Alunos favoráveis e contrários a produção e consumo de produtos transgênicos.

20

A questão das informações nos rótulos dos produtos foi bem discutida os alunos. No

final do projeto, a maioria dos alunos opinou que, apesar da importância dessas informações

para os consumidores e para a população em geral, parece não haver muito interesse nesse

aspecto. Os alunos entendem que tais informações são poucas pela importância das questões e

entendem que a inovação e o desenvolvimento de novos produtos é uma constante e está

presente em nosso dia a dia sem que a população perceba.

21%

34%

45%

Sim Não Um pouco

Gráfico 3: Os consumidores são bem informados sobre os transgênicos?

Comparando os gráficos, notou -se um avanço acentuado de conhecimentos e muitos

alunos interessados em fazer pesquisas sobre os produtos geneticamente modificados

disponíveis no mercado. Acredito que foi uma atividade bem produtiva e houve interação

entre os alunos.

O final do projeto foi marcado por um momento de confraternização com a

participação de todos os envolvidos: alunos, professor e equipe tecnocopedagógica.

5 DISCUSSÃO

As discussões sobre segurança dos alimentos geneticamente modificados, seus riscos

e benefícios, ocupam espaço importante no meio científico, no segmento industrial, nos

movimentos sociais e ecológicos, nos fóruns internacionais, nos tribunais, na imprensa, e, aos

poucos, junto à população, que ainda não tem verdadeira dimensão de o quanto os produtos

transgênicos já fazem farte de seu cotidiano (PAIVA ET AL, 2008).

21

A escola cidadã como canal de informações é responsável pela formação de cidadãos

críticos e conscientes das conquistas, dos avanços tecnológicos e científicos e a incidência de

tais avanços no meio social e ambiental (BRASIL, 1998).

O projeto foi desenvolvido no Colégio Estadual Joaquim Maria Machado de Assis no

município de Santa Mariana –PR, por meio de estratégias motivadoras de forma a valorizar

os conteúdos propostos e possibilitar oportunidades de discussões sobre fatores sociais,

interesses financeiros e os reais benefícios ou malefícios que a transgenia pode causar.

As ações pedagógicas possibilitaram aos alunos o entendimento de que o uso da

biotecnologia pode contribuir para minimizar ou mesmo solucionar problemas em diversos

setores, causados pela ação destruidora do homem. Seu desenvolvimento em relação à

questão ambiental de microrganismos modificados para tratamento de águas contaminadas

por esgoto, outros poluentes. Na questão da agricultura desenvolvimento de plantas mais

resistentes as pragas, com mais qualidades nutritivas, menos contaminadas por agrotóxicos,

na pecuária, a formação de embriões, o aprimoramento de vacinas e medicamentos

veterinários. E ainda mais: a aplicação da biotecnologia na produção de medicamentos

hormônios e outros benefícios para a saúde humana.

Por outro lado, houve também a conscientização dos alunos sobre o aspecto negativo

dos transgênicos como, por exemplo, o interesse financeiro das multinacionais sem levar em

conta os malefícios para a saúde humana, fauna e flora e a consciência de que não é o

instrumento em si que é negativo ou prejudicial e sim o uso ou destino dado a ele. A falta de

informações (por meio de propagandas), dos alimentos transgênicos consumidos no dia-a-

dia, causou indignação de alguns alunos.

Percebeu-se que a partir das atividades propostas foi possível despertar nos alunos

interesse em expressar opiniões, pela pesquisas extra classe e possibilitando a aprendizagem

significativa e o entendimento de que a Biotecnologia é um assunto que atrai a atenção de

simpatizantes e opositores em todo o mundo, sendo que muitas vezes o enfrentamento entre

grupos divergentes é inevitável.

Diante das leituras de textos, das resoluções de atividades, da participação em pesquisa

espontâneas e outras experiências vivenciadas, foi possível analisar a receptividade ao tema

proposto. Os alunos participantes tiveram acesso a material diversificado (textos, vídeos,

atividades, pesquisas) e puderam adquirir conhecimentos sobre:

a) Os conceitos e evolução histórica da Biogenética e Transgenia;

b) Alimentos transgênicos, a introdução e consumo de produtos transgênicos no

Brasil;

22

c) Os efeitos da Biotecnologia no meio ambiente;

d) A importância de da introdução de conhecimento sobre Biotecnologia e

transgenia no meio escolar.

Acredito que a maneira de desenvolvimento da proposta pedagógica conseguiu atingir

o objetivo proposto, pois além de levar aos alunos conhecimentos sobre as raízes da

Biotecnologia, sua importância, legislação, os efeitos positivos e negativos dos produtos,

alertou-os sobre maiores critérios de avaliação dos produtos presentes na alimentação diária.

Diante do exposto, principalmente no gráfico 1, notou-se um grande avanço de

conhecimentos sobre Biotecnologia e Transgenia. Discussões, comentários, pesquisas sobre

alimentos transgênicos foi a tônica entre os alunos. Notou-se também um interesse maior na

busca por informações, símbolo da transgenia nas embalagens dos produtos na busca da

diferenciação de produtos transgênicos e produtos sem modificações genéticas.

Assim, posso concluir que o projeto foi desenvolvido com a abordagem científica, didática e

lúdica, foi receptivo, proporcionou conhecimentos do processo da Biogenética, dos alimentos

transgênicos que estão na mesa da população e deu margem para um trabalho interdisciplinar.

6 CONCLUSÕES

A Biotecnologia e Transgenia são assuntos recentes, mas vem provocando

manifestações nos diversos segmentos sociais no Brasil e no mundo. São muitas as dúvidas,

principalmente, na apropriação para o consumo humano, os efeitos colaterais, aspectos legais,

direito do consumidor a informação de tais alimentos. É um assunto que atinge toda a

população, entretanto são poucos têm informação a respeito desses produtos.

Entretanto, apesar da importância é um assunto ainda raro no meio educacional, dado

a dificuldade de se encontrar artigos científicos, pesquisa de campo relacionado ao tema e,

até mesmo literatura específica dedicada a crianças, jovens e adolescentes. Cabe à escola

como canal de informações o poder de mudar esse quadro negativo de desinformação,

trazendo para si a responsabilidade de abordar assuntos polêmicos, interessantes e importantes

para o aluno e a sociedade.

Entendendo que é papel da escola cidadã formar pessoas bem informadas e críticas

para desenvolver seu papel social, procurou-se fazer uma abordagem motivadora, por meio de

atividades interessantes, desafiadoras e lúdicas. Assim, foi possível a participação espontânea

23

dos alunos. Esse é o papel do professor: trabalhar os conteúdos aproveitando as oportunidades

para inserir questões polêmicas que atingem a sociedade.

O Tema “A desinformação sobre organismos geneticamente modificados despertou

nos alunos do 3º. Ano do Colégio Estadual Joaquim Maria Machado de Assis um novo olhar

sobre produtos alimentícios consumidos e diante dos resultados obtidos, posso afirmar que o

projeto atingiu seu objetivo proposto, utilizando-se de metodologia adequada ao nível dos

alunos envolvidos e conseguiu um ótimo aproveitamento, tanto no fator social quanto

educacional. Percebeu-se o envolvimento, afinidade, troca de ideias, discussões e interesse

por outros assuntos correlacionados com a temática proposta.

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