da escola pÚblica paranaense 2009 · mais difundidos mamíferos, os mamíferos (do latim...
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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE
VOLU
ME I
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A MATEMÁTICA ALIADA À MÚSICA
Autor: Omilton Lafuente
Orientador: Claiton Petris Massarolo
Resumo
Este artigo tem por objetivo relatar o resultado aferido na implementação do projeto
na escola “A Matemática Aliada à Música”. Depois de um ano de pesquisa foi
possível elaborar a Unidade Didática que serviu como paradigma didático-
pedagógica na consecução propriamente do projeto. Neste artigo haveremos de
tecer considerações sobre o “fazer matemática” dos alunos, utilizando uma
metodologia um tanto ousada e arrojada. O alvo principal foram as quintas séries do
Colégio Estadual Carlos Drummond de Andrade, na cidade de Foz do Iguaçu-PR.
A implementação do projeto estabeleceu uma nova visão na consciência dos alunos
e professores que ministram a disciplina de matemática no ensino fundamental, mais
precisamente nas quintas séries.
O cronograma da implementação seguiu à risca o processo do desenvolvimento das
atividades propostas no projeto.
O primeiro contato se deu com a equipe pedagógica, com o colegiado de
professores e com o quadro de funcionários do colégio e o representante da
comunidade escolar do referido colégio. Reuniram-se numa manhã de quinta feira
da segunda quinzena do mês de agosto de 2010, na sala dos professores. O
ambiente estava bastante agradável, todos os presentes alimentavam expectativas
sobre o empreendimento didático-pedagógico que ora iria iniciar com a
aquiesciência e colaboração de todos os presentes. O título do projeto, cuja
temática, já de per si, impacta a consciência didático-pedagógica dos presentes.
Certamente todos “pensavam” como seria possível trabalhar com os alunos uma
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disciplina tão “temida”, ainda mais aliada à música. Já sabemos que historicamente
a matemática é malvista e mal compreendida dentre todas as outras disciplinas
curriculares: “... pior que o boitatá e a mula-sem-cabeça somente a matemática.
Essa comparação de horror pode ser ouvida diariamente, ainda que em palavras
diversas, em escolas particulares e públicas, do ensino fundamental e do ensino
médio. Para os alunos, o horror é tanto que, muitas vezes, perdura por toda a vida.
Assim, não é incomum encontrar pessoas adultas que ainda carregam uma aversão
à matemática, às vezes até traumatizadas por reprovações seguidas por causa de
um mau desempenho”. (Marcelo Bessa). A reunião foi um sucesso. Todos
conseguiram entender e confiar na intencionalidade do projeto.
Palavra-chave: matemática; música; metodologia.
1 Introdução
A Unidade Didática desenvolvida durante o período do PDE-Programa de
Desenvolvimento Educacional, foi elaborada de maneira que os exercícios ali
contidos fossem exaustivamente realizados sob o foco da contextualização dos fatos
inerentes nas letras das músicas que serão trabalhadas. As composições possuem
elementos matemáticos que indubitavelmente despertarão nos alunos o interesse
pela participação nas aulas expositivas e práticas. A praticidade neste caso
específico está revestida de uma tonicidade harmônica e artística, por assim dizer.
O primeiro contato com as quintas séries foi bastante surpreendente. Foi numa
tarde de terça feira de agosto, o clima estava um tanto ameno. A sala repleta de
alunos, 39 na listagem do livro de Registro de Classe. Inicialmente,o professor se
apresentou à classe. Disse-lhes dos objetivos do projeto em questão. Foi-lhes
apresentado o caderno da Unidade Didática. Obviamente, não foi possível
trabalhar todas as músicas, contudo, as que foram trabalhadas alcançaram um grau
satisfatório em sua eficácia. Ao final da implementação, como substrato do projeto,
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constituiu-se um conjunto musical com as músicas elencadas. Devido à brevidade
do tempo, não foi possível formar um conjunto vocal, com as vozes distribuídas
como manda a música clássica.
2 Desenvolvimento
A primeira música matematicamente trabalhada foi “Papaizinho”.
Papaizinho criou tantas coisas/mil bichinhos pra nos alegrar/na cidade no bosque ou
no prado/facilmente você vai encontrar/o cachorrinho au, au, au/o gatinho miau/o
patinho quá, quá/o passarinho fiu, fiu/a ovelhinha mé, mé/ e o boizinho mu, mu, mu.
Em posse da letra, todos os alunos puderam entender o teor da mensagem da
música e conseguiram exarar do texto poético o termo “mil”que conforme o Moderno
Dicionário Enciclopédico Brasileiro-Editora Educacional Brasileira S/A- Volume III, à
pagina 1121, o conceitua com maestria:”mil: adj.Que representa um número cardinal
correspondente a dez vezes cem; muitos; em quantidade indeterminada (com esta
última significação geralmente se diz mil e um). Na música pode-se trabalhar o termo
cidade: as cidades são as áreas mais densamente povoadas do mundo. São Paulo,
uma das cidades mais populosas do mundo, com cerca de 10,9 milhões de
habitantes, possui uma densidade populacional de aproximadamente 7,15 mil
habitantes por quilômetro quadrado. Enquanto isso, o Brasil, país onde a cidade está
localizada, possui apenas 20 hab/km². Além do conhecimento matemático os alunos
estudaram Unidade de Medidas e Gráficos. Foi trabalhado o termo “cachorrinho”:
Animais quadrúpedes: existe uma nuance de significado entre tetrápode (do grego)
e quadrúpede (do latim), com o mesmo significado etimológico, são considerados os
mais difundidos mamíferos, os mamíferos (do latim científico Mammalia) constituem
uma classe de animais vertebrados, que se caracterizam pela presença de
glândulas mamárias que, nas fêmeas, produzem leite para alimentação dos filhotes
(ou crias), e a presença de pêlos ou cabelos. São animais endotérmicos, (ou seja,
de temperatura constante, também conhecidos como "animais de sangue quente").
O cérebro controla a temperatura corporal e o sistema circulatório, incluindo o
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coração (com quatro câmaras). Os mamíferos incluem 5 416 espécies (incluindo os
seres humanos), distribuídas em aproximadamente 1 200 gêneros, 152 famílias e
até 46 ordens, de acordo com o compêndio publicado por Wilson e Reeder.
Entretanto novas espécies são descobertas a cada ano, aumentando esse número;
e até o final de 2007, o número chegava a 5 558 espécies de mamíferos.
Possuem várias raças adestradas para os mais diferentes fins. Sua longevidade
atinge os vinte anos e suas características externas, como tamanho e pelagem, são
tão variadas que dificultam a descrição comum de um cão. Contudo, entre as
principais características externas, iguais em todas as raças, estão, a cabeça, o
pescoço, as espáduas, a garupa, os ombros, a cauda, as coxas, os cotovelos, os
joelhos, os jarretes, os boletos, as patas posteriores e as munhecas. Mais
detalhadamente, suas características externas dividem o corpo do animal em três
áreas: na zona anterior, estão a cabeça, o pescoço, o peitoral e os membros
frontais; na zona posterior, encontram-se os membros posteriores e a cauda; e nos
aprumos, nota-se a posição dos membros em comparação a uma superfície
horizontal, que refletem sob os elementos principais da locomoção do cão e suas
aptidões, isto é, a postura de seus membros. Outra característica comum é a
dentição, é uma estrutura dura, saliente e esbranquiçada composta por polpa,
dentina e esmalte que é implantada no maxilar e na mandíbula (ou arcada dentária
no ser humano) de muitos vertebrados.É usado primariamente para a trituração de
alimentos, preparando-as para serem deglutidas. Em geral, um cão possui um total
de 42 dentes, divididos em 12 incisivos, 4 caninos, 16 pré-molares e 10 molares.
Sua pele, outra característica comum nestes animais, representa a maior parte de
seu sistema imunológico. Ao longo dela, certas áreas mostram-se sob formas
diferentes, pois têm propósitos específicos. As unhas e as patas são para a
durabilidade, as orelhas para sinalização social e as glândulas da derme para
demarcação pelo cheiro. Nesta matéria pode-se desenvolver um trabalho
interdisciplinar com a professora de ciências que exemplarmente contribuiu na
aprendizagem dos alunos. É interessante notar que os alunos adoram cães, todos,
sem exceção, têm ou já tiveram um cachorrinho de estimação. Houve uma interação
professor e alunos sobre este tema.
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O termo “gatinho” foi um “prato cheio” para uma franca discussão didático-
pedagógica. Pudemos trabalhar as características do gato: Os gatos pertencem a
ordem carnívora, na qual os animais tem dentes cortantes e salientes, e consomem
carne. Foram classificados pelos biólogos como carnívoros devido aos seus dentes,
mas existem outras características comuns a todos os carnívoros como o corpo
peludo e com garras nas patas. Os gatos são muito silenciosos. Esta é uma herança
de seus antepassados que fazem deles caçadores ainda melhores. Isto porque suas
patas têm uma densa pelagem, abafando os ruídos que elas produzem contra o
chão. Embora o homem seja muito maior do que o gato doméstico, os gatos têm um
número bem maior de ossos: 230, contra os 206 do homem. Muitos destes estão
localizados na cauda. Os alunos ficaram maravilhados com a explanação destas
características inerentes nos gatinhos. Mais uma vez a professora de ciências se fez
valer de seus conhecimentos biológicos sobre estes animais carinhosos. "humor"
deles espreitando um ataque. Enrolada diz que o gato está espantado ou flito.
Quanto à expectativa de vida, em cativeiro, os gatos vivem tipicamente entre 15 e 20
anos, mas o exemplar mais velho já registrado viveu até os 36 anos. Os gatos
domésticos têm sua expectativa de vida aumentada quando não têm permissão para
vagar pelas ruas, o que reduz o risco de ferimentos ocasionados por brigas e
acidentes, bem como quando são castrados, o que também reduz os riscos de
incidência de câncer de testículos e ovários. Gatos selvagens vivendo em ambientes
urbanos têm expectativa de vida de 2 anos ou menos.
Quanto ao porte, os gatos geralmente pesam entre 2.5 e 7 kg, embora alguns
exemplares podem exceder 11 kg. Existem casos de gatos com 23 kg devido à
superalimentação.
Pode-se trabalhar a Unidade de Massa e Unidade de Tempo, partindo do porte físico
e expectativa de vida dos gatinhos de estimação de alguns alunos.
3 Participação
Durante o processo da implementação do projeto, os alunos estiveram atentos à
explicação dos elementos matemáticos exarados das letras das referidas músicas.
Muitos pediram a palavra para fazerem comentários pertinentes à realidade que eles
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estavam vivenciando. Inclusive, um desses alunos, corroborou exemplificando por
experiência própria, a presença da matemática na vida de seu bichinho de
estimação; quanto de ração é necessário por dia para a alimentação balanceada do
felino; quanto de água deve consumir; dimensionou a casinha do animal; quanto de
vacinas e a quantidade em miligramas são necessárias para a sua preservação
saudável; qual a massa corpórea ideal que cada gato, conforme a sua espécie, deve
ter; também, teceu comentários sobre a longevidade dos animais, de uma maneira
genérica. Em suma, neste dia, especialmente, a aula matemática/música, foi um
sucesso tremendo.
Em todo tempo, os alunos, mais exaltados, aquietavam-se durante o processo da
implementação. Cada aula predispunha o aluno à expectativa mais acentuada em
relação à próxima aula. É bom que se registre que as dificuldades sempre estiveram
presentes, como irmãos siameses, no processo da implementação. A maior
dificuldade, dentre elas, foi o número exacerbado de alunos por sala, em média, 40
alunos. Outro aspecto negativo foi o grande número de alunos repetentes em cada
turma. Um desses confidenciou o seu total desânimo em continuar estudando; está
repetindo pela terceira vez a quinta série. Coube a ele assessorar na implementação
do projeto.
A terminologia “patinho”: os patos, que medem entre 45 e 80 centímetros, são as
aves da família Anatidae mais encontradas no mundo. A semelhança anatômica
com os marrecos faz com que esses dois tipos de animais sejam frequentemente
confundidos. A principal diferença entre eles está no bico. O dos patos costuma ter
uma protuberância perto das narinas, enquanto o dos marrecos é bem liso. Hábeis
nadadores, alguns patos são capazes de mergulhar a até 17 metros de
profundidade. Esta definição do animal rendeu muita curiosidade entre os alunos. Há
que se notar que a expressão: “os patos, que medem entre 45 e 80 centímetros”,
serviu como matéria didática para trabalhar sobejamente a Unidade de
Comprimento. Foi possível fazer uma ponte com a professora de ciências na relação
da expressão: “...a semelhança anatômica com os marrecos”. Os alunos acharam
genial esta semelhança anatômica. A expressão:” ...alguns patos são capazes de
mergulhar a até 17 metros de profundidade”, aguçou grandemente a curiosidade da
sala toda quanto à habilidade natatória do pato.
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4 Comunidade
Alguns pais foram convidados para assistirem algumas aulas da implementação. A
acadêmica de pedagogia Juliana, mãe de Ana Carolina, aluna da quinta série A,
como exemplo, além de assistir a aula, teve , também, participação ativa na
ministração de uma das aulas do projeto. A sua contribuição foi muito importante no
enriquecimento da aula.
O termo “passarinho”: A habilidade para o vôo está refletida nas suas características
típicas:
1. corpo aerodinâmico;
2. membros anteriores modificados em asas;
3. cavidades dos ossos preenchidas com ar;
4. ausência de mandíbulas e dentes, sendo a mastigação realizada pela moela,
situada atrás do estômago;
5. digestão rápida, sem armazenamento de alimento;
6. penas leves, que são estruturas mortas e impermeáveis. Assim, não é preciso
haver vasos sanguíneos pesados para nutrí-las. Essas características típicas dos
pássaros despertaram nos alunos muito interesse na vida dos passarinhos,
inclusive, muitos desses alunos têm em “cárcere privado” um ou mais
passarinhos. Foi possível conscientizá-los sobre o malefício que eles produzem
na vida desses frágeis seres mantendo-os presos numa gaiola. Foi discorrido
sobre os itens: 1,2 3 4 5 e 6, mais uma vez foi-se necessário recorrer ao auxílio
da professora Ivonete, da disciplina de ciências.
A terminologia “ovelhinha”: é bastante curiosa no que diz respeito à sua natureza
pacata.” É o mais dócil dos animais, podendo-se com elas estabelecer laços de
cumplicidade, tal como com a maioria dos restantes mamíferos de companhia. O
macho, o carneiro, não é habitualmente tão simpático, podendo mesmo
experimentar os seus fortes cornos nas nádegas de quem se aproxime demais dele
ou das suas ovelha.” A ovelha causou um efeito arrebatador nos alunos, uma vez
que a sua aparência é bastante linda, o branco da sua lã transmite paz aos olhos
humanos, como, também, o aspecto religioso tem tudo a ver com a simbologia do
termo ”ovelha”. Além de trabalhar a matemática respeitante ao preço da lã nos
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mercados nacional e internacional, pode-se conversar com eles sobre a importância
da amizade na vida dos seres humanos, fazendo uma” ponte” com a disciplina de
educação religiosa.
O termo “boizinho”: o boi começou a ser domesticado entre 5.000 e 6.000 anos
atrás, servindo como animal de carga ou fornecendo carne, leite e couro. Foi
trabalhado os componentes químicos do leite industrializado e in natura, fez-se um
comparativo quanto à saúde do leite industrializado e in natura, saúde do ponto de
vista humano. Foi constatado que o leite industrializado tanto quanto o in natura são
objeto de cuidados pelos técnicos da agropecuária.
A música “A Cobrinha”: Enrola, enrola, desenrola vamos ver/a cobrinha na floresta
parece que vai morrer/o homem mau não tem respeito com a floresta/desmata a
mata/mata os bichos por prazer/Sua alegria é diferente das crianças/o seu prazer é
ver a vida florescer/A criancinha que tem Cristo é diferente/respeita o verde deixa o
verde florescer/por onde passa deixa o ar da sua graça/o seu prazer é ver a vida
acontecer.
Desta letra, o primeiro elemento matemático a ser considerado foi o próprio título “A
Cobrinha”. Foi enfocado o descaso que a humanidade tem com a natureza, quase
que em sua totalidade, haja vista, o desmatamento desenfreado na Amazônia e em
outras unidades federativas do Brasil, isto é, sem levar em conta a situação
ecológica planetária. O efeito estufa, a pesca indiscriminada, o mau uso da água no
consumo humano, enfim, tantas outras agressões contra a natureza.
O termo “cobrinha”: a principal característica da cobra é a sua cabeça triangular. Foi
trabalhado o triângulo com as quintas séries. Foram conceituados os vários tipos de
triângulo: equilátero, isósceles e escaleno. Os ângulos internos foram explorados,
como também, foram objeto de pesquisa por parte dos alunos.
O termo “floresta”, foi desenvolvido um trabalho essencialmente ecológico.
Pesquisaram a estatística de queimadas propalada nos meios de comunicação. Os
itens: meio ambiente, ecologia, derrubada de matas e florestas, desmatamento da
Amazônia e Mata Atlântica, crime ecológico, desflorestamento da floresta
amazônica, renderam uma ótima oportunidade de trabalhar a porcentagem, como,
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também, a consciência dos alunos no que tange à preservação da mata. Foram
desenvolvidos vários exercícios que contemplavam estatisticamente o meio
ambiente.
O termo “criança”: proporcionou um debate sobre os sonhos que cada criança tem
sobre o futuro. De maneira que foi oportuno orientá-los sobre a importância de
participar das aulas como verdadeiros empreendedores do conhecimento. Foi
possível fazer um gancho com o professor de educação religiosa respeitante à
educação moral e cívica.
5 Mudança de comportamento
À medida que a implementação do projeto prosseguia, os alunos iam demonstrando
uma certa mudança no aproveitamento das aulas. É claro, que nem todas as aulas
programáticas do planejamento foram de música. Isso fez com que se pudesse
detectar a gradação de interesse e expectativa que eles tinham sobre a
implementação do projeto.
Os trabalhos propostos aos alunos foram exemplarmente executados. As letras
foram igualmente trabalhadas pela professora da língua portuguesa. A parte que
mais demandou trabalho foi o ensaio com os alunos, uma vez que, muitos têm a voz
extremamente desafinada, requereu-se mais dedicação e esmero na execução do
projeto.
A comunidade se fez presente no fluir do projeto, inclusive, o aluno David, da quinta
A teve uma participação importante no acompanhamento das músicas, apesar da
pouca idade, 11 anos, toca muito bem violão.
A música: Galinha de Angola, teve uma boa aceitação dos alunos, é bastante
popular esta terminologia em relação à esta ave de origem africana. Falou-se sobre
a sua principal característica: originária da África e introduzida no Brasil pelos
colonizadores portugueses, que a trouxeram da África Ocidental. O professor de
geografia teve uma ótima participação na explanação sobre o continente africano. A
música discorre sobre vários aspectos elementares da matemática e esses aspectos
foram desenvolvidos a contento com os alunos, todos, sem exceção, se sentiram
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identificados com algo parecido em suas vidas relacionado à criação de galinhas
nos quintais de suas residências. Além da matemática, foi-se necessário trabalhar a
consciência ecológica dos alunos, uma vez que, muitas famílias criam essas aves
em lugares urbanos, sendo que, a lei do meio ambiente é contra tal procedimento.
No que diz respeito à matemática: potenciação, números naturais e racionais, foram
objetos de consideração didático-pedagógica na aula especificamente voltada para o
projeto. A letra da música, conforme está registrada na Unidade Didática, foi
amplamente trabalhada em sua concepção matemática. A expectativa dos alunos foi
alcançada com sucesso.
6 A música como recurso didático-pedagógico
Pode-se perceber que a música como instrumento auxiliar pedagógico é
fundamental nos seus efeitos, conforme Nietzsche: :”A música nos mostra
claramente como nos tornamos mestres na adivinhação rápida e sutil dos
sentimentos e na simpatia, pelo menos se a música é efetivamente a imitação de
uma imitação de sentimentos e se, apesar do que haja nisso de distante e vago, nos
faz muitas vezes participar ainda desses sentimentos, de modo que nos tornamos
tristes sem ter o menor motivo para tristeza, como fazem os loucos, simplesmente
porque ouvimos sons e ritmos que lembram vagamente a entonação e o movimento
daqueles que estão de luto ou mesmo seus costumes. A música nos mostra
claramente como nos tornamos mestres na adivinhação rápida e sutil dos
sentimentos e na simpatia, pelo menos se a música é efetivamente a imitação de
uma imitação de sentimentos e se, apesar do que haja nisso de distante e vago, nos
faz muitas vezes participar ainda desses sentimentos, de modo que nos tornamos
tristes sem ter o menor motivo para tristeza, como fazem os loucos, simplesmente
porque ouvimos sons e ritmos que lembram vagamente a entonação e o movimento
daqueles que estão de luto ou mesmo seus costumes.” De maneira que a música
exerce sobre as pessoas um encanto sobrenatural, haja vista o que sucedeu com os
alunos que participaram da implementação do projeto. Todos os rostos
indistintamente brilharam na entoação das músicas.
A música Canguru, retrata a competitividade dos alunos, no anseio de buscar
melhores resultados nas atividades escolares, como também, na vida extra-escola.
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A letra é bastante sugestiva: Canguru, passará bem pertinho de mim quero ver/sou
seu fã number one/ vim aqui pra te ver, Canguru/De pulo em pulo vai dobrando ali,
Canguru/se prepara para a competição/não há ninguém que possa competir/reagir,
mas que o meu amigo Canguru/De pulo em pulo vai dobrando ali, Canguru se
prepara para comemorar/não há ninguém que possa ser feliz/mais feliz, mais que o
meu amigo Canguru.
Nesta música, os alunos puderam se identificar com a agilidade do Canguru, com
também a aprender se relacionar com os colegas nas atividades propostas pelo
professor. O professor de geografia, pode discorrer em uma aula, o espaço
geométrico da Austrália, ressaltando a peculiaridade nativa deste continente na
figura excepcional do Canguru. A professora de inglês teve uma participação
igualmente extraordinária ao comentar a expressão “number one”, dessa forma
forma, pode explanar sobre a universalidade da língua inglesa. Há que considerar
que o Canguru tem uma presença um tanto quanto alegre e simpática, essa
característica contribuiu para o desenvolvimento didático-pedagógico do projeto.
7 Interdisciplinaridade
A matemática aliada à música deveria ser copiada por todas as disciplinas do
currículo. Já é fato provado que a música exerce um tremendo fascínio às pessoas,
indiferentemente da faixa etária, sexo, religião, política e credo.
A música Elefantinho, foi recebida com aplausos. Os alunos puderam interagir na
letra:” Não sou tão forte tanto quanto o super-homem/mas poder de outro Homem
tenho para me guardar.” Teve-se que tomar bastante cuidado na explanação desta
frase, pois ela contém motivação religiosa, afinal de contas, a escola deve ser laica,
todavia, foi possível desenvolver uma boa argumentação sobre o papel da religião
na formação ético-moral do alunado. Uma outra situação inusitada foi a frase:”
Popye e Olívia são felizes no desenho/pode o mal vir como um lenho/Popye o
expulsará/Mas cá comigo/que fim terão os amigos/onde encontrarão abrigo/se
espinafre a Popye faltar.” Cem gramas de espinafre fornecem 24 calorias. Essa
característica da folha de espinafre serviu como recurso didático-pedagógico na aula
de matemática; foi possível fazer comentários sobre a regra de três como
instrumento de cálculo na resolução de problemas.
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Foi objeto de estimativa a aplicabilidade de um enquete impresso sobre a
importância de se ingerir uma alimentação balanceada, conforme a instrução de
profissionais de nutrição. O impresso contempla o consumo de alimentos que fazem
parte do dia-dia do brasileiro:
Questionário sobre consumo de alimentos na mesa do brasileiro.
1) Você consome frutas?
2) Qual a fruta que você mais gosta? Por quê?
3) Você sabe quanto de calorias tem a fruta de sua preferência?
4) Você costuma consumir, pelo menos, uma fruta durante o dia?
5) O que você entende por carboidrato?
6) O arroz é um carboidrato?
7) Que tipo de pães você consome no desjejum e nas merendas diárias?
8) Você prefere carne vermelha ou branca?
9) Que tipo de líquido você ingere durante o dia? Refrigerantes ou Água
10) O que significa o termo “calorias”?
De um universo de 100 alunos, 60% não gostam de frutas. Dos que gostam de
frutas, um quarto, ou seja, 10 alunos preferem maçãs, os demais, bananas e outras
frutas.Todos, sem exceção, responderam que gostam das frutas porque são
saborosas e de fácil acesso. Ninguém soube responder quanto de calorias contém a
fruta preferencial. Dos 100 alunos, 60% não consomem nenhuma fruta por dia.
Ninguém soube responder o que significa “carboidrato. Noventa por cento preferem
pães franceses no desjejum e nas merendas diárias. Ninguém soube afirmar com
certeza plena se o arroz é um carboidrato. Noventa e cinco por centos preferem
carne vermelha, os cinco por cento restantes preferem ambas as carnes. O consumo
de refrigerantes é de cem por cento de adesão. Parece que faz parte da cultura
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brasileira o hábito de beber refrigerantes. A décima pergunta ninguém soube
responder.
Este questionário foi muito importante no diagnóstico da realidade do aluno
respeitante à saúde. Também serviu como material didático na aula de matemática,
corroborando com a música. Os dados levantados demandam uma certa
preocupação que o Estado deve ou deveria ter com a saúde dos alunos. O fator
nutrição está relacionado com o poder aquisitivo das pessoas, na utilização de
certas comodidades adquirindo alimentos industrializados, tendo um consumo de
alimentos com alto teor calórico. Por mais que a escola tente inovar em sua
metodologia de ensino, ainda encontra barreiras que devem ser vencidas, uma das
barreiras está relacionada à má alimentação do aluno. Notou-se que os alunos mais
animados no desenvolvimento do projeto foram os que, através do questionário,
mantêm uma vida regular e moderada, nutricionalmente falando.
Foi fundamental a intervenção dos demais professores de outras disciplinas no
sucesso do projeto. Por mais que a implementação estivesse cercada de recursos
didático-pedagógicos, ainda foi imprescindível o desempenho de cada professor na
ministração das aulas correlatas em suas especificidades caracterizando um
trabalho exemplarmente multidisciplinar.
O entrosamento dos alunos durante as aulas de matemática sob o viés do binômio
matemática/música foi impressionante. Aquele aluno “sumido” no fundo da sala
mostrou a sua “cara”, participou com afinco, demonstrando bastante ânimo na
aprendizagem da matemática tendo a música como pano de fundo. Aquela aluna
“apagada” como uma vela solitária a iluminar tenuemente a escuridão, se
transformou num farol de milhas, a iluminar no horizonte do oceano.
8 Alegria dos alunos
As vozes não eram tão afinadas, ao ponto de se formar um conjunto polifônico,
contudo, a alegria contagiante em cada rosto fez a diferença para se alcançar a
meta proposta pelo projeto que era ensinar matemática através da música.
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José Miguel Wisnik, conceitua muito bem a música:”...a música é exercício espiritual
que visa entrar em comunhão com o ritmo profundo yin e yang vibrando no coração
da ordem universal, englobando numa sociedade única os homens e a natureza.
Estabelecem-se relações analógicas entre as festas, as estações, as flautas, os
sexos, o céu e a terra. Os instrumentos mais diversos, segundo os materiais de que
são feitos, encarnam morfologicamente este ciclo litúrgico onde se unem o cosmo e
a ordem social.”
O MEC-Ministério da Educação dá um enfoque muito interessante quando se
manifesta favorável à manifestação cultural, quando qualifica o ser humano com as
seguintes palavras:“...ao pressupormos o ser humano como agente social e produtor
de cultura, evocamos a emergência de suas histórias, delineadas no movimento do
tempo em interação com o movimento no espaço. Esse movimento, por sua vez, é
mediado por diferentes linguagens, cujas expressões denotam traços de
conhecimentos, valores e tradições de um povo, de uma etnia ou de um
determinado grupo social. Nesse contexto, as imagens construídas pelos gestos,
pelos sons, pela fala, pela plasticidade e pelo silêncio implicam conteúdos relevantes
para a construção da identidade, pois é nesse universo plural de significados e
sentidos que as pessoas se reconhecem na sua singularidade.” É exatamente essa
realidade que se pode constatar na vida dos alunos, a pluralidade cultural é muito
rica em todos os aspectos. Pudemos destacar, entre tantas diversidades culturais, o
som. Todos os alunos de uma maneira ou outra, independentemente dos ritmos, são
afeitos à prática da música, senão como cantores, mas como apreciadores. Ainda,
discorrendo sobre Parâmetros Curriculares Nacionais, é possível encontrar
diferentes formas de expressão das identidades étnicas. Na música, há
possibilidades de explorar essa expressão pela origem dos ritmos, pelas
características melódicas e pelos instrumentos utilizados. Portanto, há que se
perceber, que o professor tem à sua mão uma vasta possibilidade de trabalhar o
conhecimento, especificamente, a sua disciplina curricular, de um viés diferente do
que tradicionalmente vinha trabalhando com os seus alunos em sala de aula. Basta
o professor prestar um pouquinho de atenção na expressão facial do seu aluno para
poder dar um novo embalo na sua prática cognoscente.
9 Matemática, música, voz e corpo
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Pode-se perceber que quando o professor trabalha a voz do aluno está
necessariamente trabalhando o corpo. Quando se conhece o corpo passa-se a
gostar dele. De forma que é muito importante explorar o espaço pessoal que o seu
corpo ocupa, conhecendo suas partes e funções. A música vocal é uma delas, para
isso convém que se trabalhe a respiração, uma vez que para cantar, é necessário
inspirar e expirar. A anatomia do nosso corpo está preparada para que a música se
dê quando o ar passa pelas cordas vocais, vibrando o ar em forma de sons, daí para
o canto propriamente dito. Este exercício ajudou os alunos na preparação das
músicas ensaiadas em sala de aula. Independente da disciplina curricular, todos os
professores deveriam fazer com os alunos este exercício de respiração antes de
começar a atividade cognoscitiva. A escritora Susana Rangel Vieira da Cunha,
apresenta algumas técnicas que irão amplamente beneficiar os alunos.
Ela sugere:
- “ os alunos deitados no chão, com um balão na boca, solicitar que as crianças
inspirem pelo nariz (enchendo a barriga de ar e não os ombros) e depois expirem,
fazendo o balão se encher de ar;
- imaginar que seu dedo indicador é uma vela, leve-o até a altura de seus olhos,
assopre-a de leve, sem apagá-la;
- soprar uma língua de sogra e mantê-la esticada até aguentar; não pode encher a
boca de ar;
- movimentar o diafragma para baixo matando mosquitos, tss, tss, tss,...
Segundo Susana, pode-se comparar a nossa voz a um carro que depois de estar
aquecido anda melhor.”
Outras sugestões da mesma escritora:
- “fazer de conta que os alunos estão cortando grama. Utilizando os sons prrr, prrr,
brr e trr, um de cada vez, fazendo uma escala de cinco graus até o agudo e voltar
para o grave;
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- colocar a mão em cima da cabeça e começar, de boca fechada, a soltar um som
com a consoante “m”. Sentindo a vibração de seu rosto, agora como caixa de
ressonância;
- com a boca fechada, cantar uma canção utilizando a consoante “m”. Não fazendo a
força.
- abrir a boca o mais que puder, em seguida fechá-la, fazendo várias vezes.
- colocar a língua no nariz; agora no seu pé (tendo cuidado para não mexer a
cabeça);
- com a boca fechada, executar um círculo com a ponta da língua por dentro da
boca, começando ora na direita ora na esquerda;
- manter os dentes juntos e jogar um beijão para os seus colegas, não esquecendo
de fazer um superbico;
- fazer estalos na boca, imitando o trote dos cavalos, movimentar os lábios;
- ainda de dentes juntos, fazer o ar passear pela boca, enchendo a bochecha de um
lado para o outro;
- falar e cantar alternadamente as vogais a, e, i, o, u exagerando a sua articulação.”
Pode-se perceber que a criança mais ouve que canta. Em seguida, ela começa a
cantar os finais das frases musicais ou momentos que a encantam. Elas também
têm o costume de cantar ou fazer esboços melódico-rítmicos das partes que mais
lhe agradam, bem como momentos motivadores das canções.
“Há uma necessidade urgente de aproximar educadores, música e crianças,
trocando experiências, buscando caminhos para a realização de um trabalho
profícuo com música. Contudo este caminho que os educadores devem percorrer,
tem de ser verdadeiro, único, significativo e possível,” conforme Teca Alencar de
Brito, “...desde priscas eras o som e o silêncio formam um binômio assombroso, no
princípio, podemos supor, era o silêncio. Havia silêncio porque não havia movimento
e, portanto, nenhuma vibração podia agitar o ar – um fenômeno de fundamental
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importância na produção do som. A criação do mundo, seja qual for a forma como
ocorreu, deve ter sido acompanhada de movimento e, portanto, de som”.
Na verdade há que se perceber que tudo que soa é som. A humanidade está à
mercê do som, não tem como alienar-se do som. Mesmo que o homem decidisse
viver totalmente ilhado, ainda assim ele ouviria o pulsar do seu coração bater no
peito, e essa pulsação, não há como negar, é compassada ritmicamente, é possível
mensurar a constante das batidas. Isso é fazer matemática. O próprio silêncio é um
tipo de som que os ouvidos humanos não são capazes de sentir, as vibrações têm
um movimento muito lento, seja porque as vibrações são muito rápidas. Tudo vibra,
em permanente movimento, mas nem toda vibração transforma-se em som para os
nossos ouvidos. O compositor norte-americano John Cage realizou uma experiência
muito interessante: ele queria vivenciar a sensação de plenitude silenciosa e, em
busca do “silêncio total”, entrou numa câmara anecóica, ou seja, uma cabine
totalmente à prova de sons. Após alguns segundos, Cage concluiu que o silêncio
absoluto não existe, pois mesmo no interior da câmara anecóica ele ouvia dois sons:
um agudo, produzido por seu sistema nervoso, e outro grave, gerado pela circulação
do sangue nas veias.
10 Características do som
Segundo H.J.Koellreutter, o som tem qualidades ou parâmetros:
- Altura: um som pode ser grave ou agudo.
- Duração: pode ser medido pelo tempo de sua ressonância.
- Intensidade: pode ser medido pela amplitude de sua onda e classificado como forte
ou fraco.
- Timbre: é a característica que diferencia ou personaliza cada som.
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- Densidade: é um parâmetro que se refere a um grupo de sons, caracterizando-se
pelo menor ou maior agrupamento de sons num lapso, ou seja, pela rarefação ou
adensamento.
É importante valorizar o modo com a criança se relaciona com os sons e silêncios,
para que a construção do conhecimento se processe em contextos significativos,
como afirma César Coll: “ A finalidade última da intervenção pedagógica é contribuir
para que o aluno desenvolva as capacidades de realizar aprendizagens por si
mesmo e que aprenda a aprender.”
10.1 Instrumentos artesanais
Há vários materiais sonoros que os alunos poderão construir com o auxílio dos
professores: reco-recos: usando um papelão ondulado; violões;chocalhos (ou
ganzás): usando potes de plástico, latas(de refrigerante, de leite condensado, de
achocolatado, de óleo; maracás: diferente do chocalho porque têm um cabo, pau-de-
chuva: faz-se com um tubo de madeira, ou tubos de papelão; móbiles sonoros:
construídos com muitos materiais(chaves, argolas, copos e tampas de plástico,
conchas, embalagens de filmes; tambor de bexiga (ou balcão): a bexiga deve ficar
bem esticada; tambores de papéis ou tecidos; cordofones: esticar alguns elásticos
ao redor de uma caixa de madeira ou de papelão firme; guitarras; harpa; kazoo: um
tubinho de papelão(rolo vazio de papel-toalha ou de papel higiênico ou um pedaço
de papel celofane e trompa de conduíte: tubo usado em construções.
Há infinitas formas de trabalhar a música com os alunos, basta estimular a
criatividade de cada um e o professor se sentirá maravilhado com a geniosidade da
turma toda.
Conforme R.Murray Schafer,: “Assim como o arquiteto utiliza-se do corpo humano
para conceber as escalas de suas estruturas de vida cotidiana, a voz humana, em
conexão com o ouvido, deve fornecer os referenciais para as discussões sobre o
ambiente acústico saudável à vida.”
Não se pode perder de vista a importância da educação musical na
interdisciplinaridade curricular; o professor deve avançar no propósito de aprender
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ou atualizar-se nos conhecimentos músico-pedagógicos em suas mais basilares
expressões. As quintas séries do ensino fundamental são, por assim dizer, as
melhores turmas para o professor trabalhar a música como recurso didático-
pedagógico.
11 Conclusão:
Há muito tempo que a educação formal requer um novo olhar, por parte dos
educadores, na arte de ensinar. Haja vista que a música tem sido preterida em
várias escolas, vistas como algo fútil, simplesmente, como passatempo. Quando um
aluno virtuose, manifesta o seu talento musical em sala de aula, os seus colegas e
até mesmo os seus professores, interpretam-no, com raras exceções, como um ser
andrógino, estranho no ninho. Sendo que o caminho certo seria estimular este aluno
na arte da música, encaminhá-lo a um conservatório ou algo semelhante para que o
seu talento seja dia após dia burilado num crescendo constante.
Consequentemente, este aluno encontrará ânimo para melhorar a sua
aprendizagem em todas as disciplinas curriculares, principalmente como ser
humano, capaz de realizar os seus sonhos nutridos numa sala de aula. Durante todo
o processo da implementação do projeto, pode-se verificar o interesse do aluno pela
novidade da metodologia aplicada na aula de matemática. Comumente, os alunos
estão habituados a reproduzirem as antigas e extenuantes metodologias, pode-se
afirmar até anacrônicas. Há que se levar em consideração que alunado está vivendo
uma nova realidade imposta pela pós-modernidade; e os professores não podem
ficar à margem desta nova ordem tecnológica. Urge o tempo da inovação. O PDE-
Programa de Desenvolvimento Educacional chegou em boa hora. Os professores
têm uma preciosa oportunidade de reciclarem a sua práxis didático-pedagógica. O
intercâmbio entre aluno e professor durante o período de implementação, prestou
um grande serviço à formação da cidadania do aluno como também gerou uma nova
concepção respeitante ao exercício do professor em sala de aula.
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chefia o Cartório da 98ª Zona Eleitoral.
Antes de ser servidor público foi advogado (2000-2007), professor de Direito
(Internacional, Constitucional, bacharel em Direito (FDC, 1999). Analista da Justiça
Eleitoral em Campos - RJ, onde atualmente chefia o Cartório da 98ª Zona Eleitoral.
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Cage, John foi autor de dois livros de grande repercussão, "Silêncio" e "Um ano
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Salvador, César Coll é diretor do Departamento de Psicologia Evolutiva e professor
da Faculdade de Psicologia da universidade de Barcelona, Espanha.
Lá foi coordenador da reforma do ensino de 1990, a Renovação Pedagógica. O
modelo desenvolvido por ele e sua equipe inspirou mudanças na educação de
diversos países, inclusive no Brasil. Como consultor do Ministério da Educação
(MEC) entre 1995 e 1996, colaborou na elaboração dos nosos Parâmetros
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www.grupoescolar.com/.../animais_quadrupedes