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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4 Cadernos PDE VOLUME I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE

VOLU

ME I

A EDUCAÇÃO FÍSICA E O XADREZ COMO MEIO NO AUXILIO DE ALUNOS NA 8ª SÉRIE COM DIFICULDADE NA MATEMÁTICA

Prof° Sidney Fernandes Castilho1

Prof° orientador: Nilson Roberto Moreira2

Resumo

O presente estudo teve como objetivo principal verificar se alunos envolvidos com o jogo de xadrez no seu dia-a-dia escolar poderiam apresentar melhoras na aprendizagem e colaborar na sua transposição do ensino fundamental para o ensino médio, em conseqüência do desenvolvimento das habilidades cognitivas; (atenção, concentração, raciocínio lógico, organização, tomada de decisão, etc.), através de práticas enxadrísticas. Também colocou-se nos objetivos específicos a interdisciplinaridade e a motivação através da prática do jogo de xadrez, possibilitando assim a permanência do educando na escola. Nas práticas, além do já apresentado, teve os jogos enxadríscos e apresentação de algumas variantes do jogo de xadrez. Foram envolvidos 11 alunos de ambos os sexos, sendo cinco meninas e seis meninos, todos cursando a oitava série do ensino fundamental no Colégio Estadual Silvio Magalhães Barros - Ensino Fundamental e Médio - Maringá-Paraná. Implementou-se nesta escola durante o segundo semestre escolar do ano de 2010, com aulas práticas e teóricas, o jogo de xadrez, partindo sempre do mais simples ao complexo. Neste período, foram desenvolvidas várias atividades enxadrísticas, bem como diversas variantes do mesmo. Utilizou-se na coleta e tratamento de dados, o método clínico Piaget, através de entrevistas realizadas com os alunos participantes, verificando uma melhora na aprendizagem na disciplina de matemática, bem como no comportamento disciplinar. O resultado mostrou a relevância do jogo de xadrez no âmbito escolar como ferramenta pedagógica no auxílio à aprendizagem do educando.

1 Professor PDE - Pós-graduado em treinamento desportivo –UNOPAR-Pr e Graduado em educação física – UEM-Pr. Professor do Colégio Estadual Silvio Magalhães Barros – Maringá-Pr.

2 Orientador do Programa de Desenvolvimento Educacional – Pr - Doutorado em Educação Especial e Reabilitação. Faculdade de Motricidade Humana, FMH, Portugal. Coordenador do Curso de Educação Física da UEM do Campus Regional do Vale do Ivaí – Ivaiporã-Pr.

Palavras-chave: jogo de xadrez; habilidades cognitivas; aprendizagem escolar.

ABSTRACT

PHYSICAL EDUCATION AND ASSISTEANCE IN CHESS AS A MEANS OF STUDENTS IN GRADE 8 WITH DIFFICULTY IN MATHEMATICS

The present study was to check whether students involved with the game of chess in their day-to-day school could show improvement in learning and assist in implementation of elementary school to high school, as a result of cognitive skills development, (attention, concentration, logical thinking, organization, decision making, etc..) through practice chess. Also put on the specific goals to interdisciplinarity and motivation through the practice of chess, thus enabling the student to stay in school. In practice, besides the already submitted, had games of chess and presentation some variants of chess. 11 students were involved in both sexes, five girls and six boys, all in the eighth grade in the State College Silvio Magalhães Barros - Elementary and High School - Maringá-Paraná. It was implemented this school during the second semester of 2010, with classes and theoretical, the game of chess, always proceed from simple to complex. During this period, various activities were developed chess, and as several variants of the same. It was used in collecting and processing data, the clinical method Piaget, through interviews with participating students, checking an improvement in learning in discipline of mathematics as well as the disciplinary behavior. The result showed the importance of chess in schools as teaching tool in assisting student learning.

Keywords: chess game, cognitive skills, academic learning.

1 Introdução

O presente estudo está vinculado ao Programa de Desenvolvimento

Educacional – PDE, no período letivo de 2009/2010, proposto pela Secretaria de

Estadual de Educação do Paraná – SEED sob a orientação de professor adjunto da

Universidade Estadual de Maringá-Pr.

Na política nacional a União deve facilitar o acesso à educação, investir em

escolas para que sejam instrumentalizadas e que possam preparar as crianças e jovens

para participação política e social.

1.1. Nas Diretrizes Educação do Paraná e sua viabilidade

As Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná propõe que a Educação Física

supere a visão fragmentada de homem na Educação Básica com uma ampla reflexão

nas necessidades atuais de ensino e preconiza que a Educação Física faça uma

interlocução com disciplinas variadas e com uma abordagem biológicas, antropológicas,

sociológicas, psicológicas, filosóficas e política, promovendo a interdisciplinaridade,

semelhante ao que foi apresentado no presente trabalho, e executado em conjunto com

a disciplina de Matemática.

Propostas similares já foram pesquisadas, mas neste momento de construção

desta pesquisa educacional, a originalidade está na forma em que se apresenta na

relação com o educando. Professores enquanto mediadores do processo ensino-

aprendizagem, e a relação conteúdo/educando deve considerar o aluno como um todo.

Isto se confirmou com o desenvolvimento da pesquisa e com as contribuições do

público alvo. Pode-se atribuir sucesso ao estudo devido a um espaço adequado e um

tempo dedicado ao projeto, bem como o afastamento exclusivo do profissional para

este fim.

O presente trabalho voltou-se para as oitavas séries do ensino fundamental, por

ser a última etapa de um processo de ensino que passará para a próxima, o ensino

médio, tendo como objetivo ajudar no desenvolvimento cognitivo do educando.

1.2. As inovações tecnológicas e o cognitivo

Em qualquer instituição de ensino, seja particular ou pública, constata-se a

grande dificuldade das crianças que estão entrando na adolescência, no que diz

respeito à concentração, a memorização e a outras habilidades cognitivas,

principalmente nas disciplinas da área de ciências exatas. Isto se agrava na passagem

do pré-adolescente do ensino fundamental para o ensino médio, onde se depara com

uma nova realidade com disciplinas que vão exigir uma maior capacidade dele, isto

poderá ser um choque para o jovem que não tem uma boa base e com suas

habilidades cognitivas pouco desenvolvidas. Diante de tal realidade, fica evidente o

fracasso e as evasões escolares, pois o educando sente-se inapto ao aprendizado.

Neste estudo, optamos pela utilização do jogo de xadrez, nos moldes tradicional

e também do não convencional, visando com os mesmos o desenvolvimento das

habilidades cognitivas do educando.

O jogo de xadrez para execução desta pesquisa veio de encontro para auxiliar

no que está acontecendo com a juventude de hoje que não sofre apenas de

sedentarismo “físico”, mas também de sedentarismo “mental”, isto porque o novo estilo

de vida sofreu transformações devido ao aparecimento de avançados recursos

tecnológicos que se multiplicam a todo o momento. O uso indiscriminado de

calculadoras em resoluções simples de questões da matemática, e as facilidades

oferecidas pelas inovações tecnológicas; vem provocando um baixo estímulo no

raciocínio do educando para desenvolver as habilidades cognitivas. Tanta inovação

facilita o acesso ao conhecimento, mas causa também um comodismo que permite o

adolescente deixar de exercitar a reflexão, a análise e até mesmo bloqueia a

capacidade de discernir o que é proveitoso ou não, para desenvolver uma atividade que

exija um raciocínio mais aguçado. Ainda há de se considerar que, a falta de atividades

de sociabilização e socialização, de engajamento da família com a escola e a pouca

cobrança dela em relação ao adolescente, contribuem para uma maior acomodação por

parte do jovem no tangente ao desenvolvimento de suas habilidades cognitivas. Nesse

cenário, consideramos que a disciplina de Educação Física deve oferecer em seu

conteúdo o jogo de xadrez como meio de estimulação, organizada conjuntamente entre

escola e comunidade, proporcionando um envolvimento que só tem a acrescentar para

a formação intelectual do jovem.

1.3.Da contribuição da Educação Física

A Educação Física pode e deve utilizar o xadrez em seu conteúdo para que possa

auxiliar no desenvolvimento das habilidades cognitivas do educando, tornando-se um

grande instrumento de formação das operações intelectuais. Todas estas capacidades

citadas são imprescindíveis para o adolescente que está cursando a última série do

Ensino Fundamental e preparando-se para ingressar no Ensino Médio, onde a

disciplina matemática, juntamente com outras da área de exatas que serão inseridas no

próximo ciclo escolar, passando assim a exigir um maior nível das habilidades

cognitivas que podem ser melhoradas com a prática do xadrez, tendo em vista que esta

modalidade está ao alcance de todos por não fazer distinção entre classes sociais.

Existem diferentes formas de se aplicar o xadrez:

A primeira forma que o jogo se apresenta é chamada de Xadrez Lúdico, no qual o

enfoque é a distração, o lazer e a diversão, de grande importância, pois o homem tem

necessidades de atividade lúdica utilizada para o seu descanso físico e mental. A

segunda forma é o Xadrez Competitivo ou Técnico, onde o objetivo principal é o

treinamento para participações em campeonatos. A terceira forma é o Xadrez

Pedagógico em que o enfoque é desenvolver e trabalhar as habilidades cognitivas nas

quais os estudantes tenham dificuldades, tornando-se uma ferramenta pedagógica que

venha a colaborar em uma possível melhora no desempenho escolar do praticante.

Apesar das três formas estarem interligadas, o presente trabalho teve enfoque no

pedagógico, ficando claro que o ensino do xadrez em qualquer das formas (lúdica,

técnica ou pedagógica) desenvolvem habilidades necessárias na vida escolar do

educando.

Ao final desta pesquisa, podemos constatar a melhora de todos os participantes

da pesquisa, isto se verificou pelo levantamento final das notas na disciplina de

matemática.

O método proposto foi o ensino da fundamentação teórica e prática seguida das

atividades enxadrísticas e a verificação através de entrevista utilizando o Método

Clínico Piaget.

2 Citações

Na literatura encontramos diversos autores validando direta ou indiretamente a

utilização do xadrez na escola como auxiliar pedagógico:

Nas Diretrizes Curriculares de Educação Física (PARANÁ, 2008, p.63), os

conteúdos estruturantes propostos são os seguintes: esporte; jogos e brincadeiras;

ginástica; lutas; dança. O jogo faz parte dos conteúdos e está bem claro nas Diretrizes

Curriculares do Paraná (PARANÁ, 2008, p.67) ”(...) jogos e brincadeiras compõe um

conjunto de possibilidades que amplia a percepção (...)”.

Segundo Coletivo de Autores (1992, p.66), “quando a criança joga, ela opera

com o significado das suas ações, o que a faz desenvolver sua vontade e ao mesmo

tempo tornar-se consciente das suas escolhas e decisões”. Acredita-se que o jogo de

xadrez é uma modalidade que ajuda a desenvolver e a melhorar as seguintes

capacidades: a concentração, o raciocínio lógico, a tomada de decisão, a reflexão, a

organização, a memorização, e a atenção.

Resende (2006) diz que o ensino do xadrez é um grande auxiliar para o

desenvolvimento das habilidades mentais, pois o jogo trabalhará as habilidades

cognitivas: a atenção, a projeção, a imaginação, a percepção de mundo, o rigor mental,

a recordação, o pensamento obtido, a análise sistemática e a matemática. Sendo

assim, a criança irá apreender as habilidades mentais, tomar decisões no momento

certo, ser mais crítico com os fatos e obter uma maior capacidade de calculo, habilidade

de grande importância na matemática. O xadrez permite que o educando visualize,

modifique e reafirme o pensamento, isto é, aumenta o poder de abstração do

praticante.

Gonzáles apud Batllori (2006, p.09), afirma “(...) que a capacidade mental, da

mesma forma que a capacidade física, deve ser desenvolvida com exercício que

proporcione ao indivíduo dar o melhor de si (...)”. Isto vem a refletir na assimilação e no

aproveitamento por parte do educando nas disciplinas da área das exatas,

principalmente na matemática, onde as habilidades cognitivas são fundamentais para o

bom desempenho do educando.

Os jogos de tabuleiro, especificamente o xadrez, é um estimulador da

imaginação, conforme afirma Vygotsky (1933, p.125), “Jogar xadrez, por exemplo, cria

uma situação imaginária. (...). Embora no jogo de xadrez não haja uma substituição

direta das relações da vida real, ele é sem dúvida, um tipo de situação imaginária”, e

isto contribuirá para desenvolver diversos aspectos relacionados com as habilidades

que envolvem o raciocínio e com a socialização do educando, passando a internalizá-

los, dando condições de uma superação do que é habitual na sua idade.

Segundo Barreto (2003), a psicologia do desenvolvimento estuda, também, a

maturação biopsicológica da criança em relação ao aprendizado de algumas

habilidades esportivas. Existem variações das habilidades de acordo com o esporte.

Para verificar estas variações, devem-se realizar estudos, junto ao esporte a ser

praticado e de acordo com a idade do aluno, para que em uma competição não haja

desequilíbrio do psíquico, físico e/ou orgânico, que poderá provocar desmotivação e

medo de competir devido à pressão externa e conseqüentemente um desinteresse por

causa da complexidade da atividade esportiva praticada.

Conforme Barreto (2003), a construção do saber é considerada como produto

de uma atividade que ocupe um espaço e um tempo para pensar e exercitar-se. O

xadrez, tanto na forma lúdica como na competitiva utiliza-se de um espaço-tempo para

pensar que irá exercitar e desenvolver o educando. Assim sendo, o jogo xadrez é uma

ferramenta poderosa que ajudará no desenvolvimento e aprendizagem do praticante,

através de experiências de forma lúdico-cognitiva, que poderá ser útil em sua vida

psíquica e social.

Sá (1988) acredita ainda que a estratégia do xadrez se aproxime a do ensino

pela lógica e autocrítica, e onde o vencido tem mais ganho do que o vencedor.

Segundo Santos (2004), o xadrez faz com que o aluno saia da situação de

passividade e passe a ter iniciativa com criatividade, melhorando a sua capacidade de

análise e de síntese.

Santos, (2004, p.55) ao elencar a importância do xadrez para o

desenvolvimento do raciocínio, diz:No entanto, de que valeriam peças e tabuleiro se não fossem os geniais lances de ataque e defesa planejados muitas vezes com enorme antecedência? A meu ver, esses lances geniais assemelham-se a difíceis soluções de equações matemáticas que são obtidas após longo esforço intelectual com os números, as regras e as fórmulas.

3 Desenvolvimento

No primeiro semestre de 2010 iniciamos o GTR - Grupo de Trabalho em Rede

(ensino a distância – on-line), com a participação de quinze professores e concluindo

com dez. Houve discussão sobre o projeto a partir do módulo três com a apresentação

da intervenção e discussão sobre os autores que fundamentam o mesmo. Os

professores participantes analisaram e deram parecer favorável aprovando por

unanimidade o projeto de intervenção. No módulo quatro, foi apresentado o material

didático, com uma “Unidade Didática”, onde discutiu-se a sua viabilidade de aplicação e

também a parte teórica metodológica do material apresentado. Foi muito proveitoso,

pois houve sugestões, críticas com posterior correção do material discutido. O módulo

cinco foi o último referente ao projeto, neste foi discutida a proposta de implementação,

a sua aplicabilidade e os encaminhamentos metodológicos. Ao final das discussões nos

fóruns, houve aprovação integral do projeto. Os módulos um e dois, foram destinados à

apresentação e discussão de tema sugerido pela SEED, já no módulo seis fez-se à

avaliação dos participantes e do sistema GTR.

Um dos problemas enfrentados no GTR/2009 foi que o mesmo encerrou antes

da implementação no colégio, devido ao atraso na programação das atividades do

PDE/2009.

Em julho de 2010 demos início à primeira ação em que reunimos com os pais

dos interessados em participarem do projeto de intervenção, havendo uma explanação

aos responsáveis pelos menores participantes sobre o estudo, onde ficou claro que os

mesmos poderiam se retirar do estudo a qualquer momento em que se sentissem

constrangidos sem prejuízos algum e que seriam submetidos a questionários, filmagens

e fotos isto após aprovação da comissão de ética da UEM.

Em agosto na semana pedagógica escolar, foi apresentado o projeto aos

professores e administradores do colégio, onde foi realizado o estudo. Nesta

apresentação os professores e administradores ficaram cientes dos objetivos,

justificativas e de como seria conduzido o estudo e da mudança da rotina escolar dos

estudantes, bem como do não prejuízo escolar pelos participantes do estudo, sendo

que ao final a direção da entidade assinou o termo de consentimento e esclarecido

dirigido ao estabelecimento de ensino dos alunos participantes. Na segunda quinzena

de agosto de 2010, iniciamos a intervenção com onze voluntários, sendo seis do sexo

masculino e cinco do sexo feminino, alunos estes das oitavas séries do ensino

fundamental do período matutino do Colégio Estadual Silvio Magalhães Barros de

Maringá, com duas aulas semanais no contra turno, com idade entre treze e catorze

anos e sem conhecimento profundo do jogo xadrez. Todos foram submetidos à

implementação de projeto de xadrez na escola no segundo semestre de 2010.

3.1.Metodologia

Este estudo é do tipo qualitativo e foi aprovado pelo comitê de ética da

Universidade Estadual de Maringá – CAAE Nº.0277.0.093.000-0 – PARECER

Nº.449/2010, onde consta que foram cumpridos todos os princípios éticos. Os

responsáveis pelos menores participantes assinaram o termo de consentimento livre e

esclarecido individual.

Em meados de agosto passamos para a segunda ação. Foram elaborados um

questionário com dez questões, sobre o xadrez básico para verificação do

conhecimento prévio dos fundamentos do xadrez, com as seguintes perguntas:

1 – Quantas casas têm um tabuleiro de xadrez? Alternativas: 32; 64;

2 – Qual a posição do tabuleiro de xadrez? Casa branca do lado: direito ou esquerdo?

3 – Quem começa jogando? Alternativas - brancas, pretas;

4 – O que é sistema algébrico no xadrez? Alternativas: anotação, cálculo;

5 – Você conhece os movimentos das peças do xadrez? Alternativas: sim ou não;

6 – Você sabe o que é roque no xadrez? Alternativas: sim ou não;

7 - Você sabe o que é promoção do peão no xadrez? Alternativas: sim ou não;

8 - Você sabe o que é xeque e xeque-mate no xadrez? Alternativas: sim ou não;

9 - Você sabe o que é peão en-passant no xadrez? Alternativas: sim ou não;

10- Você sabe o que abertura no xadrez? Alternativas: sim ou não.

Ver analise das perguntas nos gráficos 01 e 02.

Em seguida começamos com a parte teórica com o histórico, a origem, os

benefícios para o praticante e as lendas do jogo de xadrez, onde a motivação não era

muito grande por parte dos alunos. Neste início foram passados alguns vídeos sobre o

jogo de xadrez, onde se observou uma maior motivação. A partir deste momento,

começamos a parte prática junto com a teoria, dando inicio com a apresentação do

tabuleiro com seu posicionamento e suas especificidades, nesta aula foi dada uma

noção do sistema algébrico de anotação fazendo uma analogia do posicionamento das

peças com o endereço residencial dos alunos sendo de grande valia, pois a partir daí

eles começaram a entender o posicionamento das peças. Para memorizar a localização

de cada peça no início da partida, o professor fez comparação a um filme da era

medieval, onde tivesse torre, cavalo, rei, rainha, bispo e soldados, também aplicou-se

uma atividade enxadrísticas: Batalha naval; pré-jogo para a memorização do sistema de

anotação algébrico. Após o aprendizado do tabuleiro e posicionamento das peças,

passamos aos movimentos que iniciamos pelo peão apresentando as suas

peculiaridades, como avançar na vertical, mas somente capturar na diagonal e nunca

recuar, também foi explicado a promoção do peão que passa de uma peça de pouco

valor transformando em peça de maior valor. Para fixação do movimento do peão,

foram colocados em prática alguns jogos pré-enxadrísticos, como: Batalha de peões.

Na seqüência, vimos a movimentação da torre na vertical e horizontal e utilizamos para

fixar esta movimentação o jogo pré-desportivo: jogo da velha; trabalha os movimentos

da torre, bispo e cavalo ao mesmo tempo. O cavalo foi à peça da vez, com a sua

movimentação na forma da letra “L” utilizando quatro casas e salientamos que é a única

peça do jogo que pode pular outra adversária ou não, para isto comparamos a peça ao

cavalo de hipismo. Como jogo pré-enxadrístico aplicamos o jogo dos quatro cavalos,

onde o objetivo é trocar os quatro cavalos de posição num tabuleiro 4x4 e também o

jogo dos peões contra cavalos, onde o objetivo do cavalo é capturar todos peões e os

peões tentar chegar do outro lado. A quarta peça a ser vista é o bispo em que seu

movimento é na diagonal, mostramos para os alunos que os bispos são dois, mas um

se movimenta nas casas brancas e o outro nas casas pretas, para esta peça utilizamos

o jogo dos peões contra bispos, onde o objetivo do bispo é capturar todos peões e os

mesmos tentar chegar do outro lado. Passamos agora a realeza, começando pela

rainha, é uma peça que os alunos gostam muito por ter uma movimentação ampla,

avançando diversas casas, seus movimentos são na diagonal, horizontal e vertical.

Para esta peça aplicamos o jogo pré-enxadrístico das doze damas, que são colocadas

no tabuleiro de maneira que uma não ataque a outra. Nesta aula, apenas dois alunos

conseguiram executar a tarefa os outros conseguiram, mas em aulas posteriores. E

finalmente os movimentos do rei que é semelhante ao da rainha, com a diferença que

anda somente uma casa, exceto no movimento especial do roque e é a única peça que

não pode ser capturada, mas somente morto. Para o aprendizado da movimentação do

rei aplicamos o jogo pré-enxadristico duelo de monarcas, em que o objetivo é de cada

rei sair do canto de seu tabuleiro e atingir o mesmo canto do lado contrário. Após os

movimentos das peças, ensinamos as diferenças entre xeque e xeque-mate e em

seguida colocamos para jogar, foi difícil eles enxergarem quando era xeque ou xeque-

mate, mas aprenderam. Neste momento da implementação, demos uma parada para a

aplicação do primeiro teste utilizando o “Método Clínico de Piaget”, apresentaremos os

resultados em: Figuras, gráficos, tabelas e analises de resultados; deste artigo. Este

teste foi realizado neste momento da implementação, devido os alunos ter aprendido

somente o básico. Neste primeiro teste, o nosso objetivo era verificar as habilidades

cognitivas do educando e nós constatamos que neste momento da implementação o

nível das mesmas foi baixo. Nesta segunda etapa, ainda na segunda ação, demos

seqüência à fundamentação, agora incluindo os movimentos especiais. Retomamos ao

xeque-mate e em seguida ao rei afogado, este fundamento foi muito confundido com o

xeque mate durante as partidas, mostrando o baixo nível cognitivo até o presente

momento. Já nos movimentos especiais, ensinamos o roque menor e maior, aqui os

alunos começaram a entender a importância do rei, deixando de pensar somente em

capturar peças. Peão en-passant, um movimento complexo que alguns alunos não

conseguiram a entender, devido ao pouco tempo de implementação. Citamos os casos

de empate e exemplificamos na prática.

Retomamos ao sistema algébrico mencionado quando falamos do tabuleiro no

início, nesta aula aprofundamos mais no sistema algébrico de anotação, onde falamos

da anotação do lance normal, lance de captura, lance de promoção, lance de captura

en-passant e o roque.

Após a fundamentação básica, começamos a prática do xadrez propriamente

dito e em paralelo as variantes do xadrez. A partir desse momento, o foco de nossas

aulas passou a ser com as atividades que exigissem mais do cognitivo, visando um

maior desenvolvimento do mesmo. No mês de novembro, aplicamos o último teste

utilizando o método clínico de Piaget e também um questionário conclusivo da

implementação. Apresentaremos os resultados em: Figuras, gráficos, tabelas e

analises; deste artigo.

4 Figuras, gráficos, tabelas e analises de resultados

4.1.Gráficos do levantamento do conhecimento prévio de xadrez pelos participantes

45%

9%

73%

0%

55%

91%

27%

100%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

CertoErrado

Certo 45% 9% 73% 0%

Errado 55% 91% 27% 100%

Questão 01 Questão 02 Questão 03 Questão 04

Gráfico 1 – Conhecimento prévio de xadrez das questões de 1 à 4

Os resultados plotados no gráfico 01, evidenciam que os alunos não

apresentavam conhecimento prévio sobre o jogo de xadrez. Na questão 01 houve

quase que um equilíbrio, isto porque era apenas calcular para descobrir a resposta,

mas mesmo assim houve 55% de erro. Na questão 02 mostrou que eles não tinham

nenhum conhecimento básico, apresentando 91% de erro. Somente na questão 03

mostraram possuírem 73% de acerto. Já na quarta questão 04 100% não tinham

nenhum conhecimento do que estava pedindo.

55%

27%18%

82%

0% 0%

45%

73%82%

18%

100% 100%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

SIMNÃO

SIM 55% 27% 18% 82% 0% 0%

NÃO 45% 73% 82% 18% 100% 100%

Questão 5

Questão 6

Questão 7

Questão 8

Questão 9

Questão 10

Gráfico 2– Conhecimento prévio de xadrez das questões de 5 à 10

Os resultados plotados no gráfico 2, faz referência as questões de 05 a 10,

confirmam o que foi constatado no gráfico 1. Na questão cinco 55% afirmou algum

conhecimento, mas na prática isto não foi confirmado. Nas questões seis e sete

apresentaram 73% e 82% de negação, respectivamente, isto mostra que ao dificultar os

fundamentos, mesmo sendo básicos, eles não conhecem. A questão oito teve 82% de

afirmação, mas este resultado demonstrou que eles apenas conheciam e não sabiam

executá-lo. Nas questões nove e dez foi unânime o desconhecimento. Como podemos

verificar os resultados apresentados nos gráficos 01 e 02 respectivamente, observa-se

que os alunos tinham muito pouco ou quase nenhum conhecimento básico do xadrez.

4.2.Aplicação e analise de resultados utilizando o Método Clínico Piaget

No primeiro teste, foram montados seis tabuleiros com finais de partidas com

ajuda do software Fritz versão seis e elaboradas cinco questões para a entrevista. Dos

seis tabuleiros foram analisados somente cinco, desprezando o sexto tabuleiro. Antes

do início foi esclarecido aos avaliados o procedimento a serem utilizados durante o

teste. Após a execução do movimento em cada tabuleiro, o aluno foi questionado

conforme segue abaixo:

1. Você consegue enxergar em quantos lances termina a partida a seu favor ou do

adversário?

2. Por que fez este movimento?

3. Tem outra opção de movimento?

4. Se tiver outra opção, por que escolheu esta?

5. Que vantagens você conseguiu em relação ao adversário?

Os tabuleiros analisados foram montados com as seguintes jogadas de finais de

partida:

1. Tabuleiro 01: Brancas = Ba2, Df4, Ce7, Ta7 e Rd1.

Pretas = Cg2 e Rh8.

Resposta= Cg6++ ou Dh6++

2. Tabuleiro 02: Brancas = f7, Ta6, Ra1.

Pretas = g7, Cg8, Th8 e Rh7

Resposta= f8=C++

3. Tabuleiro 03: Brancas = Cc6, Dd3 e Rh1.

Pretas = Tg8 e Ra8.

Resposta = Da6++

4. Tabuleiro 04: Brancas = d5, a4, c3, g2, h2, Ch7, Dh6 e Rg1.

Pretas = a6, b6, g6, Be6, c5, Dd7, Tb8 e Rh8.

Resposta = Cf6++

5. Tabuleiro 05: Brancas = g2, h3, a3, e6, f4, Df8 e Rh1.

Pretas = c5, g6, h5, Cg7, Dg3 e Rh6

Resposta = Dh8++

Neste primeiro teste os resultados foram os seguintes:

A aluna “A” não conseguiu acertar nenhum dos tabuleiros, apresentando

raciocínio lento.

A aluna “B” foi melhor que a anterior, acertando o terceiro tabuleiro (Da6++) e

o quinto tabuleiro (Dh8++), mas apresentou uma grande ansiedade, antecipando as

respostas erradamente e corrigindo após alguns segundos.

O aluno “C” acertou apenas o quinto tabuleiro (Dh8++), apresentando um

desempenho fraco.

O aluno “D” teve um desempenho melhor que os anteriores, acertando os

tabuleiros: um (Dh6++); três (Da7++) e quinto (Dh8++). Quase acerta o tabuleiro dois,

onde fez a opção pela promoção errada (f8=D o correto seria f8=C++).

O aluno “E” teve um bom desempenho acertando três: tabuleiros um (Cg6++),

três (Da6++) e cinco (Dh8++), foi rápido nos movimentos, mas não prestava atenção

executando movimentos sem analisar antes.

A aluna “F” teve um desempenho fraco, não acertou nenhum dos tabuleiros,

sendo que teve melhor visão no dois quase que acertando a promoção do peão, mas

optou pela peça errada. Optou pela promoção f8=D e o correto seria f8=C++.

A aluna “G” demonstrou raciocínio lento conseguindo solucionar apenas o

quinto tabuleiro (Dh8++), mas mesmo neste último não tinha certeza do que estava

fazendo.

O aluno “H” já teve um desempenho melhor que os anteriores, acertou os

tabuleiros: um (Dh6++); três (Da6++) e o quinto (Dh8++), sendo mais rápido em sua

tomada de decisão.

A aluna “I” teve um baixo desempenho, acertando somente o quinto tabuleiro

(Dh8++).

O aluno “J” apresentou raciocínio lento, acertando o terceiro e quinto tabuleiro,

mas com incerteza do que estava fazendo. Acerto no tabuleiro três (Da6++) e quinto

(Dh8++).

O aluno “K” foi semelhante ao anterior, acertando apenas o quinto tabuleiro

(Dh8++), mas demorou em enxergar o mate, achando que era somente xeque.

No geral, os alunos mostraram não ter maior conhecimentos sobre o jogo de

xadrez, e com relação às habilidades cognitivas apresentaram níveis baixos, sendo a

nosso ver normal para um praticante que está iniciando na modalidade.

Ao final do projeto no mês de novembro de 2010, foi realizado o teste final

através do método clínico de Jean Piaget. Seguimos os mesmos critérios e as

perguntas do teste inicial, mudando apenas as configurações dos tabuleiros, como

segue abaixo:

1. Tabuleiro 01: Brancas = Db3 e Rc6.

Pretas = Ra8

Resposta= Db7++

2. Tabuleiro 02: Brancas = Db1 e Rc6.

Pretas = Ra5

Resposta= Db5++

3. Tabuleiro 03: Brancas = Dh3 e Rc6.

Pretas = Ra5.

Resposta= Da3++

4. Tabuleiro 04: Brancas = De2 e Rc6.

Pretas = Da1 e Rc8

Resposta= De8++

5. Tabuleiro 05: Brancas = Dh2 e Rc6.

Pretas = Dg8, f7 e Rc8.

Resposta= Dc7++

Neste segundo teste os resultados foram os seguintes:

A aluna “A” conseguiu resolver os tabuleiros, mas demorando em todos nas

suas respostas. Em comparação ao primeiro teste o progresso foi grande, pois

conseguiu resolver todos.

A aluna “B” neste segundo teste apresentou melhor domínio sobre sua

ansiedade, resolvendo todos os tabuleiros, sendo a que apresentou melhor

desempenho no grupo feminino. Dos participantes esta é considerada hiperativa, e em

relação ao primeiro teste apresentou melhora na sua atenção e diminui a sua

impulsividade.

O aluno “C” acertou todos os tabuleiros, apresentando demora apenas no

primeiro e velocidade de resolução nos demais. O progresso foi grande em relação ao

primeiro teste, pois acertou tudo com boa velocidade de resolução.

O aluno “D” apresentou excelente desempenho, demonstrando domínio em

suas habilidades cognitivas. Comparando com o primeiro teste, houve melhora na

velocidade de resolução e tomada de decisão.

O aluno “E” teve o melhor desempenho entre todos, resolvendo todos os

tabuleiros com velocidade, demonstrando progresso em suas habilidades cognitivas.

Neste teste final, apresentou estar mais atento analisando antes de tomar sua decisão.

A aluna “F” apresentou progresso, mas demorou um pouco na resolução do

segundo e quinto tabuleiro. Em comparação ao primeiro teste o progresso foi grande,

pois conseguiu resolver todos.

A aluna “G” demonstrou melhora no raciocínio, conseguindo solucionar todos os

tabuleiros, demorando apenas no primeiro e terceiro. Apresentou progresso em suas

habilidades com o xadrez. Com relação ao primeiro teste, melhorou a velocidade de

resolução e maior firmeza em suas respostas.

O aluno “H” não conseguiu resolver apenas o terceiro tabuleiro, mas apresentou

velocidade de resolução nos demais. Em relação ao primeiro teste apresentou equilíbrio

entre eles, diferenciando em maior velocidade de resolução no teste final.

A aluna “I” resolveu os tabuleiros, mas com uma demora superior aos demais.

Em relação ao primeiro teste teve mais acertos em suas resoluções.

O aluno “J” demonstrou melhora no raciocínio, conseguindo solucionar todos os

tabuleiros, demorando apenas no primeiro. Apresentou progresso em suas habilidades

com o xadrez. Com relação ao primeiro teste, melhorou a velocidade de resolução e

maior firmeza em suas respostas.

O aluno “K” resolveu todos os tabuleiros, mas demorou em todos. Melhorou a

sua visão de jogo e atenção, em relação ao primeiro teste.

No geral os alunos mostraram melhora significativa, no que se refere ao domínio

do jogo de xadrez. Demonstrando domínio das habilidades cognitivas exigidas durante

o teste.

Analisando e comparando o primeiro teste com o segundo, utilizando o método

clínico de Piaget, constatamos que mesmo a implementação ter sido em um pequeno

espaço de tempo, houve uma melhora nas habilidades cognitivas, demonstrando um

melhor controle e organização em suas tomadas de decisões.

As amostras (alunos) estão identificadas em: 4.4.1. Tabela - Comparação das

médias do primeiro com o último bimestre na matemática. (Tabela 1)

4.3.Levantamento de dados do questionário final do aluno

Questionário com quatro questões assinalando sim ou não, nas respostas para

averiguação da aceitação do projeto por parte dos alunos.

Perguntas:

1. Você achou válida a sua participação no projeto?

100% - sim

2. O xadrez ajudou a melhorar o seu raciocínio?

91% - sim e 9% não

3. Sentiu alguma melhora na escola, após entrar no projeto?

100% - sim

4. Você acha que o projeto deve continuar?

100% - sim

100% 91% 100% 100%

0% 9% 0% 0%0%

20%40%60%80%

100%120%

Questão 1 Questão 2 Questão 3 Questão 4

Questões

SIMNÃO

Gráfico 3- refere-se ao questionário final dos alunos

Analisando o gráfico da tabela, conclui-se que o projeto agradou a todos e que

exerceu influência em sua totalidade nos participantes.

4.4.Evolução na Matemática

Gráfico da evolução do aprendizado na matemática, comparando a média do 1º

bimestre com a média do 4º bimestre.

4.4.1.Tabela - Comparação das médias do primeiro com o último bimestre na matemática

ALUNO AMOSTRA 1º BIM 4º BIMAMANDA A. CAMARGO A 3,6 7,2

ANNE B. BALISKE B 5 8,3AUGUSTO HENRIQUE C 5,6 7,3EDSON J. HENRIQUE D 5,4 7,8

JOÃO LUCAS MORAES E 7,1 8,6LARISSA C. DOS R. DE SOUZA F 4,7 6,4

LEDY N. I. CHAN G 4,5 8,4LEONARDO M. DE SOUZA H 4,3 7,5

VERONICA M. MAXIMO I 3 7VINICIUS A. CANIVAROLLI J 3,5 4,7

VITOR H. L.VARGAS K 4,1 6,6

Tabela 1- médias da matemática do 1º bimestre em comparação com o 4º bimestre

Fonte: Colégio Estadual Silvio M. Barros.

Gráfico 4- média do 1ºbimestre e 4º

Fonte: Colégio Estadual Silvio M. Barros.

Com relação às notas na disciplina de matemática, houve uma evolução

significativa, pois de uma média geral da matemática de 4,6 no primeiro bimestre

passou para 7,3 no final. Isto só vem a confirmar a importância do xadrez como

ferramenta pedagógica no auxílio ao aluno com pouco desenvolvimento cognitivo.

A professora de matemática, dos alunos participantes, fez um relato apontando

as diferenças, por ela constatada, de antes e depois do projeto concluído, conforme a

seguir:

Ver relação nominal das amostras (alunos) em: 4.4.1. Tabela 1.

Aluna “A” - Antes: apresentava dificuldades em matemática devido a defasagem de

conteúdo.

- Depois: ficou mais segura da própria capacidade de reter conteúdo,

melhorando visivelmente a sua auto-estima e seu desempenho.

Aluna “B” - Antes: imediatista, ansiosa, responde sem analisar, se cobra muito.

- Depois: está realizando suas atividades com mais tranqüilidade,

analisando o que está fazendo, conseqüentemente melhorando seu desempenho.

Aluno “C” - Antes: muito ansioso, atropelava as explicações, tinha muita dificuldade em

aguardar os resultados; soluções dos exercícios, notas de provas e trabalhos.

ALUNO 1º BIM 4º BIMAMANDA A. CAMARGO A 3,6 7,2

ANNE B. BALISKE B 5 8,3AUGUSTO HENRIQUE C 5,6 7,3EDSON J. HENRIQUE D 5,4 7,8

JOÃO LUCAS MORAES E 7,1 8,6LARISSA C. DOS R. DE SOUZA F 4,7 6,4

LEDY N. I. CHAN G 4,5 8,4LEONARDO M. DE SOUZA H 4,3 7,5

VERONICA M. MAXIMO I 3 7VINICIUS A. CANIVAROLLI J 3,5 4,7

VITOR H. L.VARGAS K 4,1 6,6

5 5,6 5,47,1

4,7 4,5 4,33 3,5 4,1

7,28,3

7,3 7,88,6

6,4

8,47,5 7

4,76,6

3,6

02468

10

A B C D E F G H I J K

Alunos

Méd

ia b

imes

tral

1º BIM

4º BIM

- Depois: o aluno obteve uma melhora na questão relacionada a sua

ansiedade, está conseguindo aguardar os colegas a concluírem suas atividades.

Melhorou o seu desempenho.

Aluno “D” - Antes: tem dificuldades em interpretar e analisar o que está sendo

solicitado, não pedia ajuda.

- Depois: foi um dos que mais apresentou melhoras em seu desempenho

quanto ao raciocínio lógico e em suas tomadas de decisões, agora, solicita ajuda

quando necessário.

Aluno “E” - Antes: trata-se de um aluno preocupado com seu desempenho, mas muito

dependente do cálculo escrito, mesmo os mais simples, não acredita muito em sua

capacidade.

- Depois: está mais confiante e arriscando em alguns cálculos mentais,

como está obtendo sucesso, houve uma melhora visível em sua auto-estima.

Aluna “F” - Antes: trata-se de uma aluna com vários problemas pessoais que

interferem diretamente em sua disciplina e, em sua falta de limites. É importante

ressaltar que quando se dispõe a participar, uma única explicação é suficiente,

justificando assim as oscilações em suas notas.

- Depois: passou a ter mais disciplina e melhorou o seu raciocínio lógico.

Aluna “G” - Antes: apresentava dificuldades em matemática devido à defasagem de

conteúdo. Aparentemente desanimada não buscando ajuda.

- Depois: as mudanças na maneira de agir foram logo verificadas, passou a

buscar ajuda, a interagir durante as aulas. Obteve uma recuperação muito boa em seu

desempenho.

Aluno “H” - Antes: falta de interesse nas atividades propostas, indisciplinado e com

dificuldades para concentrar. Apresentava um raciocínio lógico razoável.

- Depois: já é possível perceber uma melhora quanto ao comportamento e

aproveitamento, está mais dedicado e responsável. Melhorou a sua auto-estima e

obteve nota máxima em uma das avaliações do 4º bimestre.

Aluna “I”- Antes: apresentava dificuldades em matemática devido a defasagem de

conteúdo, não domina as operações de multiplicação e divisão.

- Depois: houve melhora em seu aproveitamento escolar. Contribuiu para o

desenvolvimento de seu raciocínio lógico.

Aluno “J” - Antes: dificuldade em concentrar-se, envolve constantemente em

conversas. Seu raciocínio matemático é lento.

- Depois: quanto ao comportamento não houve grandes melhoras. As

mudanças percebidas, embora pequenas, foi em relação a redução do tempo na

realização de suas atividades.

Aluno “K” - Antes: Dispersava-se facilmente, não interagia, não questionava.

Apresentava defasagem de conteúdo.

- Depois: apresentou melhora na auto-estima e conseqüentemente o seu

desempenho.

Analisando o relatório da professora, observamos que todos os alunos progrediram e

que a mesma se deu por satisfeita pelo resultado apresentado na disciplina de

matemática. Devemos salientar que os alunos participantes eram da 8ª C e 8ª D e que

todas as outras oitavas pertenciam à mesma professora e ela não observou progresso

significativo nas outras como aconteceu com os alunos do projeto.

5.CONCLUSÃO

Os resultados deste estudo, mesmo sendo a sua aplicação num curto período,

como foi este, mostraram a importância e a relevância do jogo de xadrez como

ferramenta pedagógica no âmbito escolar. E nos evidenciou que a Educação Física é

uma disciplina que pode alavancar esta modalidade. A interdisciplinaridade com a

matemática provou ser de grande importância neste estudo, deu uma nova perspectiva

para os alunos enfrentarem os desafios que se apresentaram no dia-a-dia da disciplina.

Com relação as habilidades cognitivas, a pesquisa mostrou ser o jogo de xadrez

um instrumento que ajuda no desenvolvimento das mesmas.

Concluindo, o jogo de xadrez, da forma como foi apresentado neste estudo,

deveria constar no conteúdo programático das aulas de Educação Física nas escolas

estaduais do Paraná, contribuindo significadamente na diversificação e ampliando o

leque de conteúdos da disciplina.

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6ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.