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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

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ME I

I

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CADERNO TEMÁTICO

A PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA NA ESCOLA:

Parceria que faz a diferença

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GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED

NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO DE PITANGA

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE – UNICENTRO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – PDE

LIANE MARIA IANZE PADILHA

Professora PDE

CLARICE SCHENEIDER LINHARES

Orientadora

FABIO CAMPOS BORGES DOS SANTOS

Ilustração

ÁREA DE ATUAÇÃO

GESTÃO ESCOLAR

SANTA MARIA DO OESTE - 2009

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A educação é o ponto em que decidimos se amamos o mundo o bastante para

assumirmos a responsabilidade por ele e, com tal gesto, salvá-lo da ruína que

seria inevitável não fossem a renovação e a vinda dos novos e dos jovens. A

educação é, também, onde decidimos se amamos nossas crianças o bastante

para não expulsá-las de nosso mundo e abandoná-las a seus próprios

recursos, e tampouco arrancar de suas mãos a oportunidade de empreender

alguma coisa nova e imprevista para nós, preparando-as em vez disto com

antecedência para a tarefa de renovar um mundo comum.

(ARENDT, 1972, p. 274)

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Sumário

Introdução ............................................................................................................................ 5

Apresentação ....................................................................................................................... 6

Unidade I: FAMÍLIA .............................................................................................................. 8

1.1 Retrato de Família ....................................................................................................... 9

1.2 Que função se espera da família............................................................................... 12

1.3 O que a escola espera da família .............................................................................. 13

Unidade II: ESCOLA ........................................................................................................... 20

2.1 A instituição escolar ................................................................................................... 21

2.2 A relação Família-Escola .......................................................................................... 23

2.3 O que fazer para que a parceria família-escola aconteça ......................................... 26

Unidade III: GESTÃO DEMOCRÁTICA .............................................................................. 32

3.1 Amparo Legal ............................................................................................................ 33

3.2 Gestor na escola ....................................................................................................... 34

Sugestões ......................................................................................................................... 37

Textos e Artigos .............................................................................................................. 37

Filmes .............................................................................................................................. 38

Vídeos ............................................................................................................................. 39

Referências ........................................................................................................................ 41

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INTRODUÇÃO

O presente caderno temático é um dos eixos de atuação do Projeto de

Desenvolvimento Educacional do Paraná – PDE, que objetiva proporcionar aos

professores da rede pública estadual, subsídios teórico-metodológicos para o

desenvolvimento de ações voltadas para o envolvimento da família na escola, tendo

como foco a sensibilização dos pais da importância do acompanhamento das

atividades escolares de seu(s) filho(s), começando em casa.

Trata-se de uma ferramenta de apoio para a escola fazer junto aos pais um

resgate da importância do papel da família como espaço que viabiliza a

aprendizagem e a formação do cidadão.

Este caderno temático sob o título de: A participação da Família na Escola:

Parceria que faz a diferença, não se caracteriza como um material fechado, mas

como um trabalho de enriquecimento e aprofundamento do tema proposto, onde se

visualiza a participação da família na escola sob a ótica que a mesma não precisa

necessariamente estar presente “in loco” na escola, mas que através do diálogo com

o(s) filho(s) pode acompanhar e interferir junto à escola reivindicando a melhoria e

qualidade de educação.

*Liane Maria Ianze Padilha

Professora de Matemática – PDE 2009, da Rede Estadual do Paraná,

especialista em Gestão e Planejamento Educacional.

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APRESENTAÇÃO

Como professora da disciplina de Matemática e com experiência em gestão

de escola da Rede Pública do Estado do Paraná, preocupa-me perceber que os

pais pouco se envolvem nas questões relacionadas ao ensino-aprendizagem de

seus filhos. Na escola, aborrecia-me constatar que as tarefas de casa, da maioria

dos alunos, estava por fazer, isso significa que em casa ninguém verificava ou

acompanhava o que havia sido trabalhado naquele dia, nem mesmo se havia

atividades para serem resolvidas, além desses mesmos alunos serem faltosos e

descompromissados.

Em compensação, é notório o desempenho escolar dos alunos cujos pais

acompanham, não somente as atividades escolares (monitorando ou colaborando

em sua realização), mas também que adotam atitudes de orientação de

comportamento social, valores morais que permitem identificar os laços afetivos

existentes na relação familiar.

A comparação feita possibilita identificar a importância da participação da

família nas atividades escolares revelando que, quando ela acontece, percebe-se

um melhor desempenho escolar dos alunos, além de sua permanência na escola.

Assim, é imprescindível se valorizar e incentivar essa participação dos pais.

Ainda, enquanto exercia a função de diretora de escola, deparava-me com a

frustração de, ao consultar os pais para planejarmos no que iríamos gastar os

recursos arrecadados, naquela época pela APM – Associação de Pais e Mestres

(1992 à 1996), constatar que os pais sempre optavam por investir em melhorias na

infra estrutura, em algo que aparecesse aos olhos da comunidade, nunca no

pedagógico (livros, materiais didáticos e pedagógicos). Também quando exerci a

função de Diretora do Departamento de Educação do Município de Santa Maria do

Oeste, conseguia um bom envolvimento dos pais na colaboração em arrumar a

escola, o jardim, a horta, a ornamentação como pinturas e reformas,, fazíamos isso

em forma de mutirão, passando o dia todo juntos, pais, alunos, professores e todos

gostavam, percebia-se o prazer que tinham em colaborar com a escola. Por outro

lado, nunca consegui o envolvimento dos mesmos quando o assunto era

pedagógico, a impressão é que com relação a isso, a escola é fechada em si

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mesma, ou seja, a única responsável pela aprendizagem dos alunos. Isso vem

confirmar que apesar das exceções, os pais pouco valorizam as questões

pedagógicas da escola.

Acredito que, o que falta é a conscientização sobre a importância da

participação da família na escola. Na maioria das vezes, os pais não têm claro que a

sua participação na escola, serve como apoio necessário para o trabalho de tantos

profissionais envolvidos no processo ensino – aprendizagem.

Pelo tema escolhido no Projeto de Intervenção Pedagógica – A participação

da Família na Escola: Começa em casa, optou-se por elaborar como Material

Didático um Caderno Temático com o título – A participação da Família na Escola:

Parceria que faz a diferença, constituído por 3 (três) Unidades: Unidade I – textos

direcionados à Família; Unidade II – textos com enfoque à Escola; Unidade III –

Textos voltados à prática da Gestão Democrática. São sugestões de reflexões que

subsidiarão a discussão para uma aproximação entre a família e a escola, uma das

maiores preocupações dentro do ambiente escolar, para que possam, juntas,

trabalhar para o crescimento do aluno, na resolução dos conflitos existentes e como

fator fundamental, objetivando uma educação de qualidade.

“A educação é um ato de amor, por isso, um ato de coragem.

Não pode temer o debate. A análise da realidade. Não pode

fugir à discussão criadora, sob pena de ser uma farsa.”

(FREIRE, 1993, PG.93)

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UNIDADE I

FAMÍLIA

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1.1 RETRATO DE FAMÍLIA

FAMÍLIA deriva do latim - “famulus” que significa: domésticos, servidores,

escravos, séquito, comitiva, cortejo, casa, família (escravos domésticos).

1Fig 01. Família Ianze.

Quando se fala em família logo pensamos em pai, mãe e filhos, no modelo do

retrato acima, o modelo de família tradicional que tínhamos há tempos atrás, esse

tipo de família que foi definida por LITTRÉ em 1.869, a dita família normal ou

estrutura familiar ideal para a sociedade.

E hoje, que família temos?

Atualmente nos deparamos com várias formas de estrutura familiar:

Vamos considerar as definições mais adequadas à nossa realidade.

1 Foto família Ianze tirada no ano de 1955 - da esquerda para a direita – Edgar, Oscar, Eneide, Elza (mãe in -

memória) no colo Holda, sentado no capô do “Pé de bode” Orlando, Ivone (in-memória), Arnaldo (pai in-

memória), Odilon (in-memória), Darci, Alceu e Vitor Artur.

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A família pode assumir uma estrutura nuclear ou conjugal, sua formação

consiste num homem, numa mulher e nos filhos, sejam biológicos ou adotados que

moram na mesma casa. Também temos as famílias de pais únicos ou monoparental,

que é na verdade uma estrutura nuclear modificada pelas circunstâncias como:

divórcio, óbito, abandono de lar, entre outros. Existem também as famílias

alternativas que são as comunitárias e homossexuais ( ligação conjugal ou marital

entre duas pessoas do mesmo sexo, que podem ter crianças adotadas ou filho de

um ou de ambos os parceiros), não são comuns, mas existem.

Nos sistemas familiares tradicionais, a responsabilidade pelo cuidado,

criação e educação são dos pais e da escola. Enfim, observa-se uma infinidade de

tipos e estruturas familiares que a cultura e a sociedade vão produzindo e por ela

também classificada como: perfeita, tradicional, moderna, desestruturada,

desorganizada e problemática. Sem contar que, em nossas escolas, temos alunos

que moram com os avós ou outro parente.

No âmbito legal, a Constituição Federal de 1988, no seu artigo 226, aborda

um novo conceito de família: união estável entre o homem e a mulher (§ 3 o) é a

comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes (§ 4o). E ainda

reconhece que: os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos

igualmente pelo homem e pela mulher (§ 5o). Já o Estatuto da Criança e do

adolescente (ECA) – Lei 8.069/90 que regula os direitos da criança e do

adolescente, coloca no Capítulo 3 – “Do direito à Convivência Familiar e

Comunitária”, artigo 19: “Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e

educado no seio de sua família e, excepcionalmente, em família substituta,

assegurada a convivência familiar e comunitária,...”

Muitas mudanças ocorreram nas últimas décadas no plano sócio-político-

econômico interferindo na dinâmica e estrutura familiar, ocasionando mudanças em

seu padrão tradicional de organização, como a entrada da mulher no mercado de

trabalho, a mudança de valores na criação dos filhos, a quebra de tabus como a

virgindade, a criação da pílula anticoncepcional, que propicia um maior controle da

mulher sobre seu corpo, a instituição do divórcio (1977), são fatores que

contribuíram para dar uma nova configuração à família.

Já não é possível afirmarmos que é na família que encontramos a segurança,

o conforto e o modelo a ser seguido. De instituição sagrada e privada, passa a ter

outra conotação, como agressiva e violenta. Muitos são os problemas vivenciados

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pelas famílias como: o álcool, a droga, a violência, a falta de respeito, as dificuldades

financeiras entre outros. Dessa forma, se para alguns a família é lugar de segurança

e conforto e para outros, é insegurança, medo, incertezas, rejeições,preconceitos e

violência.

Segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano 2010, divulgado pelo

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – (Pnud), as famílias

brasileiras estão se transformando. Em 15 anos, entre 1992 e 2007, o número de

casais com filhos, o estereótipo da família tradicional, caiu 11,2%. A queda foi

compensada pelo aumento dos novos arranjos familiares: casais sem filhos,

mulheres solteiras, mães com filhos, homens solteiros e pais com filhos.

Este mesmo Relatório apresenta que as famílias são apontadas pelos

brasileiros como principais responsáveis por ensinar os valores. A passagem desses

conceitos, contudo, independe das diversas e dinâmicas estruturas familiares, pois o

afeto é um ponto nevrálgico. “O ponto central é a carga de afetividade gerada pela

família, que permite aos pais influência, pelos menos inicial, na formação dos

valores dos filhos” diz o estudo.

Segundo o coordenador do relatório Flávio Comim, no jornal Gazeta do

Povo em 27 de maio de 2010, o fato de uma criança ser criada sem a presença dos

pais, não implica em dificuldade para transmissão dos valores. “Nossa definição de

família é de uma rede de cuidados e de afeto. Se não houver isso, não adianta ser

criado por pai e mãe ao lado dos irmãos”.

E na escola convivemos com alunos de uma diversidade de modelos

familiares, mas uma coisa pode–se afirmar, que nosso aluno tem um responsável ,

seja os pais, irmãos, avós ou quem possua sua guarda, que tem por obrigação

legal, zelar por sua sobrevivência e educação, num ambiente estável e seguro que

propicie seu crescimento global.

[...] a família não é uma expressão passível de conceituação, mas tão

somente de descrições; ou seja; é possível descrever as várias estruturas

ou modalidades assumidas pela família através dos tempos, mas não definí-

la ou encontrar algum elemento comum a todas as formas com que se

apresenta este agrupamento humano. (OSÓRIO,1996, p.14)

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1.2 QUE FUNÇÃO SE ESPERA DA FAMÍLIA?

A família é a responsável pela sobrevivência física e psíquica da criança, já

que é nela que ocorrem os primeiros aprendizados, hábitos, costumes culturais,

crenças, valores morais e se constitui a unidade dinâmica das relações de cunho

afetivo, social e cognitivo.

Independente de sua configuração, a família continua sendo a instituição

social responsável pelos cuidados, proteção, afeto e educação das crianças, ou

seja, é o primeiro e importante canal de iniciação dos afetos, da socialização, das

relações de aprendizagem. A função social da família se efetiva pelo exercício da

função que cada um de seus membros realiza conforme a posição que ocupa na

estrutura sócio-afetiva e cognitiva do grupo familiar.

Segundo Kaloustian(1988), a família é o lugar indispensável para a garantia

da sobrevivência e da proteção integral dos filhos e demais membros, independente

do arranjo familiar ou da forma como vem se estruturando. É a família que propicia

os aportes afetivos e sobretudo materiais, necessários ao desenvolvimento e bem-

estar dos seus componentes. Ela desempenha um papel decisivo na educação

formal e informal, é em seu espaço que são absorvidos os valores éticos e

humanitários, e onde se aprofundam os laços de solidariedade. É também em seu

interior que se constroem as marcas entre as gerações e são observados valores

culturais.

Para complementar acrescento Gokhale (1980) que diz que a família não é

somente o berço da cultura e a base da sociedade futura, mas é também o centro da

vida social...A educação bem sucedida da criança na família é que vai servir de

apoio à sua criatividade e ao seu comportamento produtivo quando for adulto...A

família tem sido, é e será a influência mais poderosa para o desenvolvimento da

personalidade e do caráter das pessoas.

Até mesmo pela ligação íntima da família, espera-se que a mesma dê suporte

aos filhos para que os mesmos possuam instrumental de relacionamento social que

lhes permita conviver positivamente com o mundo, para que compreendam que

devemos buscar e correr atrás de nossos sonhos, que ninguém vai entregar as

coisas prontas em suas mãos, que saibam lutar pelo que desejam, sem que isso

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signifique que devem subjugar o próximo para conquistar o que desejam e acima de

tudo, que é respeitando o próximo que o mesmo será respeitado (esta é a regra,

mas deve-se considerar as exceções). Com relação a isso ZAGURY(2008) nos

coloca:

São essas as lutas que temos de travar com nossos filhos, dia após

dia, hora após hora, minuto após minuto. É uma tarefa árdua, longa e

cansativa, porém é a melhor forma para nos levar a ter filhos cidadãos,

responsáveis e conscientes de seus direitos e deveres, em vez de criaturas

egocêntricas, anti-sociais, hedonistas ao extremo, sem capacidade de luta,

sem tolerância à frustração e, em conseqüência, sem capacidade de adiar

satisfação.

Na verdade, a função da família em relação à educação dos filhos, não é

apenas garantir uma vaga na escola e a sua permanência na mesma, vai muito além

e com atitudes simples, que não exigem tempo determinado, podem incentivar seus

filhos a apreciarem as atividades escolares e a fazê-las com zelo, dedicação e

responsabilidade.

1.3 - O QUE A ESCOLA ESPERA DA FAMÍLIA:

Os pais são os principais mediadores entre a criança e o mundo.

A criança aprende sobre o mundo pelos olhos dos pais, de suas

reações, de suas experiências. (GOMIDE, 2004).

Uma das maiores preocupações dentro do ambiente escolar, na atualidade, é

o que fazer para promover uma maior aproximação da família na escola, para

compartilhar a responsabilidade e torná-la parte do processo educativo, pois assim

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como a família, a escola também é mediadora entre o indivíduo e a sociedade e as

duas principais instituições formadoras do cidadão.

Em pesquisa realizada com professores da Rede Estadual que participaram do

Grupo de Trabalho em Rede – GTR, onde foi discutido o Projeto de Implementação

Pedagógica – A Participação da Família na Escola: Começa em casa, tivemos a

abordagem de como os professores, pedagogos e gestores pensam e esperam dos

pais enquanto parceiros da Escola. Vejamos algumas das colocações que foram

mais citadas pelos educadores.

A família é parte importante no contexto escolar, também é responsável por

acompanhar o processo escolar de seu filho, contribuindo nas dificuldades e

necessidades de seu desenvolvimento. Com apoio, respeito, motivação,

valorizando a responsabilidade do aluno.

Quando há o envolvimento dos pais, os filhos se sentem mais encorajados,

se sentem amados e estimulados a enfrentar e superar suas limitações de

aprendizagem e auto-estima, tornando-se mais comprometidos e

responsáveis, valorizando o estudo e dando-lhes a devida importância,

aumenta a frequência escolar, a disciplina e consequentemente a

organização da escola.

Para que aconteça a participação dos pais na escola não é necessário muito

tempo. O mais importante é a qualidade, isto é, não é preciso ir à escola

todos os dias, assumirem funções em associações; quem puder e quiser,

deve fazê-lo, pois vivendo numa sociedade capitalista onde a maioria dos

pais e mães necessitam trabalhar e, em decorrência desta dinâmica familiar,

tem-se observado que não estão tendo muito tempo para dar a atenção

necessária aos filhos. Entretanto, vale ressaltar que o que vale não é a

quantidade de tempo que passam junto com os filhos, mas a maneira como

estabelecem as relações com eles. Sabemos que nem todos podem ajudar

nos conteúdos e não é isso que esperamos dos pais, mas o importante é

demonstrar interesse pelas atividades dos filhos, perguntar sobre os

professores, disciplinas e, sempre que puder, olhar os cadernos, procurar

saber sobre os projetos que a escola desenvolve, as coisas boas que

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acontecem no ambiente escolar, como foi a aula, o que o professor está

ensinando, se está tendo dificuldades e ver se pode colaborar para saná-la.

São esses questionamentos feitos em casa, que a família demonstra a

valorização pela escola e o interesse pelo acompanhamento pedagógico do

filho.

A família deveria dedicar um pouco de seu tempo para acompanhar as

atividades escolares. Percebe-se que muitos pais estão ausentes não só da

escola, mas da vida dos alunos e comparecem à escola somente quando a

mesma solicita e, na maioria das vezes, para resolver problemas

comportamentais dos alunos ou em reunião de entrega de boletins para

verificação de notas e resultados finais. Poucos vêm sem serem chamados,

jogam a responsabilidade de educar só para a escola. Nota-se que a

participação dos pais em relação à escola tem sido de verificação e não de

participação no processo de aprendizagem das crianças.

Cabe à família participar de todos os momentos da vida de seu filho. Isso

porque é no ambiente familiar que são construídos os valores morais, os

princípios e regras para o bom convívio em sociedade que são passados pela

família e a escola os reforça sendo isso primordial para que o saber

sistematizado aconteça. Assim, alunos que possuem pais que se importam

com seu desenvolvimento, lhes transmitem valores, limites, amparo, afeto e

segurança são os que no ambiente escolar saberão conviver com os demais

e terão um melhor aproveitamento dos conhecimentos transmitidos pela

escola. Pais que não se interessam pela vida de seus filhos geram

sentimentos de abandono e desvalorização da aprendizagem que serão

expressos por meio da falta de limites, desrespeito na sala de aula e

desmotivação para o estudo.

Independentemente da escolarização dos pais, quando estes demonstram

interesse pelo aprendizado dos filhos é o primeiro passo para que os mesmos

melhorem seu desempenho escolar. Ir até a escola para conhecer e

conversar com os professores, pedir orientações de como podem ajudar para

que o aprendizado de seu filho melhore, respeitar e criar um ambiente de

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aprendizagem enriquecida em casa para que o filho realize suas atividades

escolares, ter uma relação de carinho, amor e confiança e deixar claro que

estudar não é opção, é obrigação e que os professores têm o apoio da

família. Estas são atitudes importantes que toda família tem condições de

fazer. Atualmente o que a escola mais necessita ter é o apoio da família e da

sociedade para poder fazer o seu trabalho de forma eficiente.

Sem dúvida alguma é muito importante o acompanhamento das atividades

escolares em casa. Na medida em que os filhos perceberem que os pais

acompanham o trabalho da escola e, além disso, supervisionam e acompanham

seus estudos, o cumprimento das tarefas e também seus progressos e dificuldades,

eles começam a compreender a importância que o saber – e a escola – têm para a

sua vida.

Com as colocações acima é possível termos a idéia do pensamento e do desejo

dos educadores com relação ao que a escola espera da família de seus alunos. E

como é relevante a participação da família no acompanhamento escolar, pois na

família, ele participa e segue padrões de conduta estabelecidos por seus membros.

Na escola, é um pouco mais complexo, mais amplo, mas também tende a seguir os

padrões e as normas da entidade, por isso, ambas precisam compartilhar a ação

educativa e criar critérios para serem seguidos.

Para ZAGURY (2005), é tarefa dos pais atenderem as necessidades

dos filhos. Assim, os pais, para ter sucesso no processo de

desenvolvimento de seus filhos, precisam ter um eixo direcionador, atitudes

que, tomadas sistematicamente, ajudam a criança a crescer, tornar-se

independente e equilibrada emocionalmente. Precisam atuar com equilíbrio

e segurança para estabelecer as bases para uma adolescência sem

maiores problemas.

É isso que como mãe e pela minha experiência profissional acredito estar

faltando dentro das famílias, além disso, muitos pais não repreendem seus filhos na

tentativa de os pouparem das frustrações e dos insucessos, impedindo-os que

amadureçam e muitas vezes tornando-os acomodados. Infelizmente pecamos como

pais, uns por zelo em demasia, outros por negligência mesmo. Percebemos como

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educadores, que muitos alunos chegam à escola com carência do essencial, ou

seja, limites, utilizo-me aqui das palavras de PAROLIN (2005), para expressar o que

quero dizer com “carência do essencial”:

Cabe à família a tarefa de estruturar o sujeito em sua identificação,

individuação e autonomia. Isso vai acontecendo à medida que a criança

vive seu dia-a-dia inserido em um grupo de pessoas que lhe dá carinho,

apresentá-lhe o funcionamento do mundo, oferece-lhe suporte material para

suas necessidades, conta-lhes histórias, fala sobre as coisas e os fatos,

conversa sobre o que pensa, ensina-lhe a arte da convivência.

A convivência com a escola ajuda a despertar nos filhos a valorização pela

escolarização, e é um incentivo para fazê-los obter um melhor desempenho nos

estudos. Apresentamos dez sugestões para os pais acompanharem a vida escolar

de seus filhos:

1 ª – Conheçam a escola de seu filho: o gestor, os pedagogos, os professores e os

funcionários que nela trabalham, seu Projeto Político Pedagógico, observem sua

limpeza e conservação e a visitem sempre que puderem;

2ª – conversem com os professores, perguntem como seus filhos estão nos estudos,

como estão se comportando em sala de aula e nos demais espaços escolares;

3ª – caso seus filhos estejam com dificuldades nos estudos, peça orientação na

escola, procure saber o que pode ser feito para ajudar;

4ª – em casa tenha livros, revistas, jornais. O hábito de leitura cultivado desde cedo

e principalmente incentivado pelos pais, faz aumentar o vocabulário e diminuir erros

de grafia;

5ª – proporcione em casa um lugar tranquilo, arejado, com boa iluminação para os

estudos, longe da televisão. Aluno que estuda diariamente em casa o que o

professor trabalha em sala de aula, aprende mais;

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6ª – olhem sempre os cadernos dos filhos, façam que zelem pelo cumprimento do

dever de casa, pois este simples gesto, fará com que seu filho perceba que se

preocupa e se interessa pelo que ele está aprendendo na escola;

7ª – No acompanhamento da tarefa de casa, jamais dê a resposta certa. Se você

tiver condições de ajudá-lo com determinado conteúdo que está aprendendo, ótimo,

mas não se preocupe se não tiver conhecimento para ajudá-lo, ensinar é função do

professor. A função dos pais é monitorar o aprendizado do filho e se perceber que o

filho está com dificuldade, aí é o momento de procurar o professor para conversar, e

juntos, ajudar a criança a sanar essa dificuldade;

8ª – comparecer às reuniões, eventos, festas, conversar com outros pais. A

presença dos pais no ambiente escolar é uma demonstração de interesse que

contribui para o envolvimento dos filhos com a escola;

9ª – Monitorar o boletim. Não deixe somente para se preocupar no final do ano,

quando não há mais nada a fazer. Se o resultado for bom, elogie seu filho, se estiver

ruim, converse com o pessoal da escola e definam juntos, uma estratégia para

reverter a situação e saber qual será exatamente sua participação para melhorar o

desempenho de seu filho;

10ª – conversar sobre a escola. Você não precisa de muito tempo para indagar o

filho sobre as coisas que estão acontecendo na escola, sobre os projetos que estão

sendo desenvolvidos, como os professores estão trabalhando, como foi seu dia na

escola. A manifestação de interesse, por si só, é um indicativo do valor dado à

educação, pela família, e essa atitude até certo ponto sutil, se reverterá numa escola

de melhor qualidade, pois quando há o acompanhamento da família,

consequentemente, há cobrança e melhoria da qualidade da educação.

As pesquisas não deixam dúvida quanto à eficácia de uma boa relação entre

a família e a escola, ainda que ela não seja assídua nem tão intensa.

Em síntese, os pais devem participar ativamente da educação de seus filhos,

tanto em casa quanto na escola, e devem envolver-se nas tomadas de decisão e em

atividades voluntárias, sejam esporádicas ou permanentes, dependendo de sua

disponibilidade

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Os pais sabem mais sobre os filhos do que os professores, e é provável que

também lhes tenham ensinado bem mais do que os professores.

JULIAN STERN

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UNIDADE II

ESCOLA

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2.1 A INSTITUIÇÃO ESCOLAR

Assim como a família, a escola também passou por mudanças em sua

concepção, ela não existiu sempre: ela é uma criação social do homem. A escola é

uma instituição social criada pela e para a sociedade como um dos instrumentos de

transmissão de cultura enquanto bem de consumo.

O processo de institucionalização da educação é correlato ao processo de

surgimento da sociedade de classes que, por sua vez, tem a ver com o processo de

aprofundamento da divisão do trabalho. Assim, se nas sociedades primitivas,

caracterizadas pelo modo coletivo de produção da existência humana, a educação

consistia numa ação espontânea, não diferenciada das outras formas de ação

desenvolvidas pelo homem, coincidindo inteiramente com o processo de trabalho

que era comum a todos os membros da comunidade, com a divisão dos homens em

classes, a educação também resulta dividida; diferencia-se, em conseqüência, a

educação destinada à classe dominante daquela a que tem acesso a classe

dominada.

E é aí que se localiza a origem da escola. A palavra "escola", como se sabe,

deriva do grego e significa, etimologicamente, o "lugar do ócio". A educação dos

membros da classe que dispõe de ócio, de lazer, de tempo livre passa a se

organizar na forma escolar, contrapondo-se à educação da maioria que continua a

coincidir com o processo de trabalho. Vê-se, pois, que já na origem da instituição

educativa, ela recebeu o nome de escola.

A partir da Idade Média, a educação tornou-se produto da escola. Pessoas

especializaram-se na tarefa de transmitir o saber, e espaços específicos passaram a

ser reservados para essa atividade. Poucos iam à escola, que era destinada às

elites. Serviu aos nobres e depois, à burguesia. A cultura da aristocracia e os

ensinamentos religiosos eram material básico a ser transmitido. Enfim, as atividades

desempenhadas nessa época, faziam da escola, ora um lugar de aprendizado da

guerra, ora das atividades cavalheirescas, ao do saber intelectual humanístico ou

religioso.

Foi com as revoluções do século XIX que a escola passou por

transformações, sendo a principal delas a tendência à universalização, a chamada

escola para todos; a industrialização e a luta pela democratização da escola

empreendida pelas classes trabalhadoras, foi outro fator gerador de mudanças que

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contribuiu para a universalização e a partir daí a escola abriu suas portas para

atender a outras camadas sociais e não somente a burguesia e a aristocracia.

A escola passou a ter novas funções como, a de preparar o indivíduo para o

trabalho, ensinando-lhe o manuseio de técnicas até então desconhecidas, ou a de

fornecer-lhe os conhecimentos básicos da língua e do cálculo. A escola ganhou

importância e ampliou suas funções.

Hoje a escola apresenta-se como uma das mais importantes instituições

sociais por fazer, assim como outras, a mediação entre o indivíduo e a sociedade.

Ao transmitir a cultura e, com ela, modelos sociais de comportamento e valores

morais, a escola permite que a criança “humanize-se”, cultive-se, socialize-se ou,

numa palavra, eduque-se.

Mas a organização escolar vive a contradição que é o resultado de ela ter que

atender a uma determinada clientela (quantidade) e atendê-la bem ou seja, com

(qualidade). Esta é a maior dificuldade enfrentada por nossas escolas, pois

encontramos salas de aula superlotadas que não permitem aos professores fazerem

um trabalho mais individualizado, quando necessário.

Segundo PAROLIN (2005), a escola é uma instituição potencialmente

socializadora (não única), ela abre espaço para que os alunos obtenham novos

conhecimentos, dividam seus universos pessoais, ampliem seus ângulos de visão,

assim como aprendam a respeitar outras verdades, outras culturas e outros tipos de

autoridade.

Todo o trabalho desta instituição social está e deve estar voltado para a

realidade, a partir da qual buscamos melhorar nossa compreensão para transformá-

la permanentemente.

A sociologia nos auxilia a desnaturalizar a instituição escolar que significa

saber que ela foi pensada e construída por pessoas como professores, religiosos ou

governantes que tinham interesses e necessidades próprias daquele momento

histórico. E que antes desse modelo escolar, existiam outras formas criadas pelas

sociedades para transmitirem às suas crianças e jovens os saberes necessários

para a vida social. Portanto, cabe a nós e às próximas gerações, também

pensarmos e construirmos escolas que estejam mais próximas de nossas

necessidades e nossos sonhos. ( Sociologia – Ensino Médio, SEED)

“Desenvolver o desejo de aprender é a mais importante função

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da escola. Portanto “a falta de motivação é problema dela”.

Luiz Carlos de Menezes

2.2 A RELAÇÃO FAMÍLIA-ESCOLA

A relação entre a família e a escola, partiu do interesse no campo das

pesquisas acadêmicas da Sociologia e de estudos de políticas de educação a partir

dos anos 60, primeiramente discutindo seja temas clássicos, como fracasso escolar,

seja questões como as trajetórias escolares, mas é a partir dessa década que os

sociólogos da educação tem chamado a atenção para a necessidade de

estreitamento da relação entre a instituição familiar com a instituição escolar. Antes

disso o tema não era considerado importante a presença dos pais no recinto escolar

era somente quando solicitados e para resolver questões de vestuário e manutenção

da ordem.

Utilizando-se das palavras de Montandon e Perrenoud (1987), “de uma

maneira ou de outra, onipresente ou discreta, agradável ou ameaçadora, a escola

faz parte da vida cotidiana de cada família”.

Na década de 50 quando se tratava do tema família-escola, a corrente do

“empirismo metodológico” predominou centrando-se na relação entre educação e

classe social. Dos anos 60 aos anos 70, surgiram às correntes estruturalistas, e a

família foi colocada como importante nas questões educacionais por transmitir um

patrimônio cultural e ideológico e produzir as aspirações escolares em conformidade

com a sua condição de classe, ela acabava por determinar as trajetórias e condutas

escolares dos filhos (RIBEIRO, 2004).

É importante ressaltar, que nesse primeiro momento, o objetivo das pesquisas

era confirmar as desvantagens sociais das minorias étnicas e da população

socialmente desfavorecidas com a aprendizagem, tanto os estudos empíricos

quanto as intervenções, enfatizavam a compreensão e a prevenção do fracasso

escolar partindo do âmbito familiar.

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Nos anos 70, o referencial reprodutivista expressou a expectativa de verem

banidas as desigualdades sociais através da educação, sob o pressuposto de que

esta deveria ser garantida a toda população por intermédio da ação do Estado

(RIBEIRO, 2004).

Nos anos 80 e 90 foi que ocorreu um redimencionamento das pesquisas

envolvendo a relação família-escola, agora não mais considerando uma sociologia

de desigualdades da educação, mas as práticas pedagógicas cotidianas. Foi a partir

dessa década que houve uma visão multidisciplinar da sociologia, antropologia e

psicologia social, onde os sujeitos são colocados enquanto atores sociais,

participantes do processo e onde as famílias não podem ser consideradas em

termos genéricos, mas de forma concreta e socialmente situada. Ressaltando que a

forma e a intensidade das relações entre escolas e famílias variam enormemente,

estando relacionados aos mais diversos fatores (estrutura e tradição de

escolarização das famílias, classe social, meio urbano ou rural, número de filhos,

ocupação dos pais, etc) assim como a prática pedagógica dos professores e

gestores da escola.

Estudos têm detectado que nas primeiras décadas do século XX, ocorreu um

afastamento da família da escola e em conseqüência disso os educadores

passaram a reclamar do desinteresse dos pais, principalmente das camadas

populares, para com a educação dos filhos, mas por outro lado também a escola,

apesar de achar que é fundamental a participação das famílias na educação dos

filhos, demonstravam um profundo desinteresse e despreparo naquele momento

para lidar com o assunto, buscava-se projetar e desenvolver ações que visavam

reaproximar a família da escola.

Nesse período a escola tem sido considerada uma das instituições

encarregadas de todos os aspectos da vida dos alunos, em vez de se ocupar

somente dos conteúdos a serem ensinados. Chegou-se a pensar na escola como

uma substituta da família, criando-se uma relação entre a atividade educacional e a

maternal, cujas implicações estavam ligadas ao controle, à segurança e ao

progresso geral dos alunos. Em outro momento foi considerada responsável pela

promoção espiritual, moral, social e cultural dos educando e também mais

recentemente como promotora da inclusão social.

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Todas essas responsabilidades atribuídas à escola tornam-se cada vez mais

acentuada a necessidade de aproximação com a família, atrair os pais para

participarem efetivamente do processo educacional de seus filhos consiste, de certo

modo, em envolver nesse processo as pessoas que têm as responsabilidades e os

deveres, que os professores acabam por assumir, ao menos em parte, na escola.

Não é uma tarefa fácil propiciar esse elo de parceria entre família/escola,

como afirma PARO, que os argumentos usados para explicar a fraca participação da

população na escola, é o de que a mesma se mostra “naturalmente” avessa a todo

tipo de participação. Termos ou expressões como “desinteresse”, “comodismo”,

“passividade”, “conformismo”, “apatia”, “desesperança” e “falta de vontade”, são

utilizados pela escola (professores, equipe pedagógica, gestores) para retratar a

(falta de) disposição dos usuários em participar da escola.

É necessário sairmos do senso comum, é claro que é muito mais fácil para a

escola jogar a culpa na família, julgando-a negligente na educação dos filhos ou a

família jogar a culpa na escola por não estar contribuindo satisfatoriamente na

formação de seu filho.

Quando a família e a escola mantêm boas relações, as condições para um

melhor aprendizado e desenvolvimento da criança podem ser maximizadas.

Assim, pais e professores devem ser estimulados a discutirem e buscarem

estratégias conjuntas e específicas ao seu papel, que resultem em novas

opções e condições de ajuda mútua (Leite & Tassoni, 2002).

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2.3 O QUE FAZER PARA QUE A PARCERIA FAMÍLIA-ESCOLA ACONTEÇA

É essa a proposta e o que queremos é exatamente discutir isso, fugir do

senso comum, sair destas respostas de empurra-empurra e abrir outra janela de

diálogo para que, não só o aluno como também a família, encontrem na escola uma

parceira, não da forma como vemos hoje, a escola tentando formar no aluno aquilo

que a família obrigatoriamente pode desenvolver e de forma mais simples. Essa

discussão se faz necessária, pois enquanto a escola permanece tentando assumir

para si o papel da família, ela se retira das suas obrigatoriedades sociais que é a

formação e a qualificação do aluno para o mundo do trabalho e para sua cidadania,

ou seja, não desenvolve o seu trabalho primordial que é o de educar e formar.

É imprescindível repensar não somente o papel da família, mas o papel que

a escola ultimamente está assumindo sem ter condições, pois seu espaço é coletivo

e não deve fugir do que lhe é primordial na formação do cidadão, mas seu papel é

de coadjuvante no processo de formação de valores, isso significa que não

podemos, enquanto escola, abrir mão completamente dessa formação e deixar

somente a cargo da família, devemos ser o apoio da família nessa construção da

formação do aluno, sem que a sociedade nos cobre a responsabilidade total. No

entanto a escola não pode ser negligente de assumir o que não é de sua

competência e deixar para outros a formação que é de sua competência: o

conhecimento intelectual, o saber sistematizado.

Pensando assim podemos perceber que a escola deve trabalhar para

garantir no primeiro momento que seu aluno tenha domínio técnico,

condições intelectuais, formação condizente para participação social,

letramentos múltiplos para a sua mobilidade social e esta característica,

caso venha a se associar a uma condição de equilíbrio emocional e de

valores desenvolvidos pela família, acabarão por formar um indivíduo com

condições regulares para atuação e desenvolvimento social e profissional

mais adiante (ALMEIDA,2008. Pag 143).

Os meios de comunicação eletrônicos, conjugados com os satélites e a

informática, tornaram o mundo numa espécie de “Aldeia Global” aonde as

informações chegam aos mais recônditos recantos do mundo com precisão e

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velocidade espantosas, comprometendo seriamente a possibilidade de

comunicação no interior da família e desta com as demais instituições sociais,

ameaçando, principalmente, o diálogo entre pais e filhos, entre a família e a

sociedade, tornando-se um fenômeno social. Com toda essa modernização os pais

que tiveram uma educação rígida não aprenderam a lidar com certas situações

diante dos filhos, como o bate papo na internet, as conversas intermináveis no

celular.

Sendo assim, precisamos dialogar mais, família-escola, para podermos nos

entender e sermos parceiros na formação do (filho) aluno da escola pública. A

escola deve dar uma parada, discutir com toda sua equipe: gestores, professores,

pedagogos, auxiliares de serviços gerais e administrativos. Quando digo discutir,

refiro-me a fazer leituras, reflexões, uma formação continuada no assunto “relação

família-escola”. Organizar-se para ter um professor pedagogo dinâmico e

responsável por criar esse elo entre a família-escola e por que não dizer uma

“formação continuada” para a família (lembrando que o pedagogo é o coordenador,

mas todos na escola, de acordo com sua disponibilidade, deve se envolver).

Acredito que só a escola é capaz de resolver, ou pelo menos, amenizar esse

problema e ela tem pessoas competentes para auxiliar as famílias sem condená-las

pela ausência no acompanhamento da vida escolar de seus filhos, mas, orientando-

as de como podem fazê-lo, utilizando de seu conhecimento intelectual e político para

auxiliar os pais e mães ou responsáveis naquilo que podem melhorar com seus

filhos.

Sugerimos algumas ações que a escola pode promover para cumprir seu papel

social de escola democrática e melhorar o relacionamento com a família de seus

alunos.

1. Quando os pais chegarem à escola, devem ser recebidos por alguém que

esteja preparado para recepcioná-los, deixando-os à vontade, perguntando se

os mesmos já conhecem as dependências da escola e caso não conheçam,

levá-los em todas as dependências, explicando a finalidade de cada

ambiente, assim como, apresentando as pessoas que ali trabalham pelo

nome. Os pais sendo tratados com o respeito que merecem, fortalecerá a

relação família-escola e o ditado popular “ A primeira impressão é que vale”,

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aqui terá seu significado considerado, pois se forem bem recebidos na escola,

terão prazer em ali retornar.

2. Se a escola se organizar para ter uma pessoa e/ou equipe, que seja

responsável em zelar pelo estreitamento da relação família-escola, isso

oportunizará o conhecimento para quem a escola trabalha. Uma relação de

respeito, interesse e compreensão, colaborará para o conhecimento da

história de vida e de experiências escolares anteriores das crianças e, nas

conversas individuais com os pais, a escola poderá direcionar suas atividades

em sala de aula que favoreçam o ensino-aprendizagem.Vale lembrar que é

uma necessidade da escola, atualmente, criar um elo de parceria com a

família de seus alunos. Mas para que isso aconteça é necessário a escola se

organizar de forma que seja uma prática contínua e não esporádica.

3. A escola deve discutir o Regimento Escolar com os pais. É imprescindível que

os mesmos conheçam as normas que norteiam as ações e atitudes tomadas

pela escola, quais são os direitos e deveres de todos os envolvidos no

processo educacional. Uma sugestão seria uma reunião específica para essa

discussão, pois nem sempre os pais leem quando a escola oferece cópia do

Regimento Escolar para leitura e conhecimento.

4. Além do Regimento Escolar Interno é necessário a escola proporcionar aos

pais o conhecimento do Projeto Político Pedagógico, que é a alma da escola.

Nessa ocasião os pais terão conhecimento de todas as ações e projetos que

a escola pretende desenvolver durante o ano letivo, com os alunos, pais e a

comunidade interna da escola. Conhecer sua identidade, sua filosofia, ou

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seja, “Que escola é essa que meu filho estuda?”. Como o Projeto Político

Pedagógico deve ser realimentado sempre, nunca é um projeto pronto e

acabado e a escola deve aproveitar esse momento para tratar do Projeto

Político Pedagógico, em uma linguagem clara e simples, que os pais

compreendam e entendam realmente o que é o PPP da escola, que sintam-

se à vontade em opinar, percebendo a importância da sua opinião, pois

ninguém melhor do que eles (pais) para saber o que é melhor para seus

filhos. Com essa atitude a escola estará valorizando os conhecimentos da

comunidade de forma a tê-los como colaboradores na realimentação do PPP.

5. Quando chamar os pais para reuniões e/ou encontros, estes devem ser bem

planejados e ter um objetivo específico: se é para prestar contas, se é para

entrega de boletins, se é para levar ao conhecimento dos pais o IDEB –

Índice de Desenvolvimento da Educação Brasileira, conseguido pela escola.

Mas principalmente, promover encontros ou reuniões por turma ou em

pequenos grupos de pais, com pauta voltada para o processo ensino-

aprendizagem, para mostrar as ações e estratégias educativas que a escola

pretende desenvolver e como os pais podem colaborar em sua

implementação.

6. O planejamento das reuniões e/ou encontros com os pais devem respeitar o

horário que proporcione aos pais trabalhadores sua participação, para tanto

devem ser adequados e flexíveis. É óbvio que é trabalhoso, mas se a escola

de fato deseja a participação da família na escola, deve no mínimo fazer uma

pesquisa com os pais (por meio dos alunos) para saber quais os horários

mais adequados à maioria. Outro cuidado que a escola deve ter é informar

com antecedência o dia, a pauta, o tempo de duração do encontro e/ou

reunião e os momentos que os professores, pais e gestores poderão se

pronunciar.

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7. Sempre ter os trabalhos produzidos pelos alunos bem organizados para que

quando os pais forem convidados a vir à escola, possam ser expostos em

lugares estratégicos, em visibilidade para compartilhar com a comunidade o

que os alunos fazem em sala de aula, demonstrando assim, a importância

que é dado ao processo de aprendizagem e mostrar aos pais o que seus

filhos estão aprendendo.

8. Os pais devem sempre ser informados sobre o que está acontecendo na

escola. É sinal de respeito e transparência. Portanto, a escola deve aproveitar

todos os meios possíveis para repassar as informações, qualquer que seja a

natureza: prestar contas, compartilhar projetos em andamento, convocação

para reuniões, entre outros assuntos. Aqui vale tudo: Caderneta do aluno;

informativos em murais, em estabelecimentos públicos e comerciais das

redondezas da escola, publicações em jornais de circulação na comunidade.

Muitos pais se utilizam do e-mail, blogs para se comunicar, por que não a

escola utilizar-se desse canal de comunicação para passar as informações?

Com certeza trará mais intimidade nessa relação família-escola.

9. Cada escola pública está inserida numa realidade específica, mas quando,

ela (escola) abre suas portas, seus espaços para a comunidade utilizar (pátio,

quadra de esportes, as salas de aula), sem comprometer as atividades

escolares e a preservação do patrimônio público, isso proporciona um

estreitamento nas relações escola-família-comunidade, que, além de respeitar

mais o espaço que utiliza, faz com que, de certa forma, quando a escola

precisar, fica mais fácil o acesso e receptividade.

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10. Fortalecer a relação família-escola com encontros, eventos esportivos e

culturais, palestras, discussão de questões sociais e culturais presentes no

cotidiano da comunidade (saúde, nutrição, drogas, adolescência, sexualidade,

qualidade de vida, etc), podendo convidar especialistas na área, sejam pais

de alunos ou pessoas da comunidade que se proponham a fazer um trabalho

em prol da transformação da comunidade onde a escola está inserida.

11. Acredito que se a escola promover as ações que foram sugeridas acima, ela

estará envolvendo os pais de tal forma, que isso facilitará na aprendizagem

dos filhos e também estarão pré dispostos a colaborar com as Instâncias

Colegiadas ( APMF – Associação de Pais, Mestres e Funcionários e Conselho

Escolar – Órgão máximo da escola, por ter função deliberativa) de forma

prazerosa e espontânea, pois se sentirão parte da escola de seus filhos, e

assim, acompanhando a vida escolar dos filhos poderão reivindicar uma

educação com qualidade.

“ Pais, não exaspereis vossos filhos.

Pelo contrário, criai-os na educação e doutrina do Senhor”

(Efésios 6, 4)

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UNIDADE III

GESTÃO

DEMOCRÁTICA

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3.1 Amparo legal

Nenhuma participação na escola acontece se não houver no seu interior uma

gestão democrática.

Preconizada na Constituição Federal que “ O ensino será ministrado com

base nos seguintes princípios – Gestão Democrática do ensino público, na forma da

lei (Art. 206, Inciso VI).Também está disposta na LDB – Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Brasileira, os princípios que serão a fundamentação para o ensino. “O

ensino será ministrado com base nos princípios da Gestão Democrática do ensino

público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino.”(Art. 3º , Inciso

VIII) .

Um sistema democrático de governo pressupõe a participação popular, não

só com relação aos direitos políticos, mas em um âmbito bem maior como a

participação da sociedade nas questões econômicas, sociais, educacionais.

Conforme os textos legais acima retratados, aponta-se a necessidade de um

envolvimento maior da comunidade escolar não só no que diz respeito à tomada de

decisões nas questões do âmbito escolar, mas um comprometimento com uma

educação de qualidade.

A gestão democrática prevista pela Constituição Federal e a LDB é imperativa

no que concerne a participação da sociedade, e conforme PARO se falamos “gestão

democrática da escola”, parece-me já estar necessariamente implícita a participação

da população em tal processo.

A gestão democrática do ensino vivenciada atualmente é o resultado das

alterações ocorridas ao longo da história da humanidade. Não se abordará o

aspecto histórico das transformações da sociedade, no entanto evoca-se que as

mudanças ocorridas repercutem no âmbito familiar e escolar, e desta forma é

indispensável que se pense um ensino que proporcione condições adequadas à

contemporaneidade.

Gestão democrática é um princípio consagrado pela Constituição vigente

como já vimos e abrange as dimensões pedagógica, administrativa e financeira.

Na rede pública do Estado do Paraná o caminho da democracia já é

instituído: pela eleição direta dos dirigentes escolares, autonomia financeira através

de recursos financeiros oriundos do Fundo Rotativo, o incentivo dado pela

obrigatoriedade desses recursos serem passados pelo crivo do Conselho Escolar, o

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qual tem a participação de todos os segmentos da escola, a participação dos

educadores nas Diretrizes Curriculares entre outras ações que oportunizam a prática

democrática nas escolas da Rede Estadual de Ensino.

3.2 Gestor da Escola

A figura do gestor na escola é a mais importante para que uma gestão

democrática se realize, não adianta a rede proporcionar a prática da democracia na

escola se o gestor, camuflá-la, pois é ele que abrirá as portas da escola para a

participação da comunidade e nele, em sua competência juntamente com a dos

profissionais da educação que ali atuam, como facilitadores, incentivadores,

devendo com seriedade, honestidade e competência, buscarem que a escola

cumpra com seu verdadeiro papel social.

O gestor escolar desempenha um papel precípuo ao assumir a

responsabilidade de uma escola, pois ao mesmo tempo em que é representante do

Estado nas questões burocráticas, deve-se atentar para não cair no autoritarismo

diante das questões do cotidiano escolar.

É aí que entra a questão da participação da

população na escola, pois dificilmente será conseguida alguma mudança

se não se partir de uma postura positiva da instituição com relação aos

usuários, em especial pais e responsáveis pelos estudantes,

oferecendo ocasiões de diálogo, de convivência verdadeiramente humana,

numa palavra, de participação na vida da escola. Levar o aluno a querer

aprender implica um acordo tanto com educando, fazendo-os sujeitos,

quanto com seus pais, trazendo-os para o convívio da escola, mostrando-

lhes quão importante é sua participação e fazendo uma escola pública de

acordo com seus interesses de cidadãos. ( PARO, 2007, pg. 16, grifo meu)

Muitos gestores e professores, embora reclamem da falta de participação dos

pais na vida escolar dos filhos, não se mostram nada confortáveis quando algum

membro da comunidade mais crítico cobra qualidade no ensino ou questiona alguma

rotina da escola. Alguns diretores percebem essa atitude inclusive como uma

intromissão e uma tentativa de comprometer a autoridade deles. Os educadores

precisam deixar de lado o medo de perder a autoridade e aprender a trabalhar de

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forma colaborativa. É necessário que a escola desencadeie ações que promovam a

participação da família na escola para que o acompanhamento escolar em casa

aconteça e seja realizado pelos pais ou responsáveis de forma a envolvê-los de tal

modo que sintam que é através de sua participação que poderemos melhorar a

qualidade da educação oferecida para seus filhos.

A família deve participar da realidade vivida pela escola e ver a importância

de compreender as políticas educacionais atuais, calcadas na descentralização

administrativa e na participação direta dos profissionais da educação e das

comunidades na busca de novos caminhos para a escola existente.

Nesta perspectiva está posta a gestão democrática, pela qual se aposta no

interesse e na competência dos profissionais da educação (principalmente do

gestor) que, em conjunto com a comunidade, deverão, ocupando este espaço

legalmente instituído, empenhar seus esforços no sentido de equacionar seus

problemas e de construir uma nova identidade para a escola. Isso significa que

construir uma nova identidade é conhecer as famílias que a escola atende, é

aproximar a escola dessa realidade para que se tenha um Projeto Político

Pedagógico cumprindo seu papel social de forma autônoma, ou seja, uma escola

que reflita, através de seus projetos, a consciência da comunidade em seu sentido

mais amplo na concretização de um projeto educacional emancipador, o qual

representa a identidade escolar como resultado de decisões coletivas.

No Estado do Paraná, segundo o Edital n.º 37/2004 do Estado do Paraná,

Secretaria de Estado da Administração e Previdência, Departamento de Recursos

Humanos, relacionada à gestão democrática, é uma das funções do pedagogo:

- Desenvolver projetos que promovam a interação escola-comunidade, de forma a

ampliar os espaços de participação, de democratização das relações, de acesso ao

saber e de melhoria das condições de vida da população;

Por isso sugerimos que o gestor da escola organize-se deixando um

professor pedagogo responsável em desenvolver um trabalho voltado para as

famílias ajudando-as a melhorem em suas ações enquanto instituição de forma a

envolvê-los para que suas participações nas Instâncias Colegiadas aconteça por

acreditar na escola e querer que a mesma melhore e repense suas práticas

educativas visando a melhoria do desempenho dos alunos.

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Quero evidenciar a importância da figura do diretor (gestor) da escola:

(...) o perfil do diretor escolar, inclusive seu empenho em contribuir na

produção de instâncias de participação, aparece como fator relevante na

organização do trabalho na escola. Em face da ausência de uma cultura de

participação e de um ambiente legal mais apropriado à democratização da

gestão escolar. É ainda o diretor reconhecido por profissionais e usuários

como grande responsável (embora haja exceções) pela qualidade da escola

(ADRIÃO; GARCIA; SILVEIRA, 2008)

Um bom clima escolar, democrático e pautado no respeito e valorização de

todos, pode resultar em compromisso, sentido de pertença, identidade com os

objetivos da instituição escolar e vontade de desenvolver um bom trabalho,

colocando como prioridade a sensibilização e envolvimento da família na escola

começando com atitudes que revelem a importância da escola: em casa.

A escola deve reconhecer a importância da colaboração dos pais na história e

acompanhamento escolar dos alunos e auxiliar as famílias a exercerem o seu

papel na educação, na evolução e no sucesso profissional dos filhos e,

concomitantemente, na transformação da sociedade.

No entanto, cada escola, em conjunto com os pais, deve encontrar formas

peculiares de relacionamento que sejam compatíveis com a realidade de pais,

professores, alunos e direção, a fim de tornar este espaço físico e psicológico um

fator de crescimento e de real envolvimento entre todos os segmentos.

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SUGESTÕES DE TEXTOS, ARTIGOS, FILMES E VÍDEOS, QUE

COMPLEMENTAM A REFLEXÃO DO TEMA PROPOSTO.

“Família, emoção e ideologia” de José Roberto Tozoni Reis, incluído no

livro Psicologia social: o homem em movimento de S.T.M. Lane e W. Codo.

Os complexos familiares – de Jacques Lacan.

Socorro! Está Impossível Educar o Meu Filho – Autor Armando Correa de

Siqueira Neto - fonte: http://sitededicas.uol.com.br

Não culpe a família pelo desempenho do aluno – Autora Beatriz

Santomuro: http://revistaescola.abril.com.br

Quando o diretor se torna um gestor – Autora Julia Priolli - Fonte: http://revistaescola.abril.com.br

Em direção ao sucesso – Clipping Educacional – Gestão Educacional - Fonte:http://www.profissaomestre.com.br/

A escola e a família – WWW.elisabethsalgadoencontrandovoce.com/a_escola_e_a_família.htm

Artigo – Relação Família-Escola: Novo objeto na Sociologia da Educação - Maria Alice Nogueira - http://www.scielo.br/pdf/paideia/v8n14-15/08.pdf

Artigo – A relação Escola-Família-Comunidade na problemática da

Formação de Professores - de Maria Adelina Vilas-Boas, Universidade de

Lisboa (FPCE)

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Filmes

Família: Por que e para quê? (aborda a necessidade de afeto, de

solidariedade, de partilha, de compreensão, de amor, que levam a

construção da família e, quando esquecidas, levam à dissolução.

Apresentando questionamentos, reflexões e pistas para debates).

Kramer X Kramer. Direção Robert Benton – 1979 – (É interessante para

debater os papéis sociais na família).

À procura da Felicidade – (ao longo do filme quando vemos que mesmo

quando o dinheiro é curtíssimo ou inexistente, ainda que não exista um

teto ou comida no prato, a presença e a troca de afeto entre pai e filho

garantem alguma sensação de segurança e de estabilidade)

A corrente do bem – (o filme traz discussões importantes acerca do

respeito pelas diferenças, das dificuldades de relacionamento familiar ...)

Escritores da Liberdade – ( merece ser visto como apreço, sobretudo

pela sua ênfase no papel da educação como mecanismo de

transformações individuais e comunitárias...)

http://br.cinema.yahoo.com/dvd/filme/14178/escritoresdaliberdade

Pai patrão. Direção Paolo e Vittorio Taviani( Itália, 1977) – Mostra o

conflito de um jovem com seu pai conservador.

Festa de Família. Direção Thomas Vinterberg ( Dinamarca, 1998) –

Retrato de conflitos familiares, os quais são revelados em uma festa de

família.

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Sociedade dos poetas mortos. Direção Peter Weir – 1989 – (Permite

uma boa discussão sobre o sistema educacional contrapondo formas

autoritárias e democráticas de ensino).

Mentes perigosas. Direção John Smith – 1995 – ( Possibilita uma

discussão sobre o vínculo da escola com a vida. O que a escola deve

ensinar? O que faz sentido ensinar na escola? São questões presentes no

filme).

A voz do coração. Direção Christophe Barratier. ( Autoridade e

autoritarismo, o filme também retrata o professor que acredita ser possível

a mudança de atitudes de seus alunos...)

Vídeos

Relações Interpessoais na Comunidade Escolar –

http://www.youtube.com/watch?v=cKMQqOzzXPw

Escola em parceria com a família –

http://www.youtube.com/watch?v=wU6chnQOSK&feature=related

A Escola e a Família – http://www.youtube.com/watch?v=bXhVHyS7M2w

Acompanhamento escolar –

http://www.youtube.com/watch?v=0Jsp5jpyMzQ&feature=fust

Filhos são cópia dos pais –

http://www.youtube.com/watch?v=n28oVPwFCnU&feature=fuw

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Educar com os olhos –

http://www.youtube.com/watch?v=dRneGGnRTEY&feature=related

O olhar do Educador (ótimo) –

http://www.youtube.com/watch?v=C3trLtOIoOw&feature=related

Buscar uma boa relação com a comunidade é papel da escola

http://www.youtube.com/watch?v+dxl_CquJL6M

Princípios e bases da Gestão Democrática

http://www.youtube.com/watch?v=fOJ4eVJ2uTA

Escola da Ponte

http://www.youtube.com/watch?v=VeKB=Eu6AWg&feature=related

As dimensões da gestão democrática

http://www.youtube.com/watch?v+nGV9tn56Hy4

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REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Geraldo Peçanha. E quando os filhos não podem ser aquilo que os pais sonharam? Curitiba: Pró-infanti Editora, 2008. ARIES, P. História Social da Criança e da Família. 2ª edição, Rio de Janeiro: Guanabara, 1981.

ARROYO, M.G. Administração da educação, poder e participação. In: Educação e sociedade, São Paulo: Cortez e Autores Associados, n.2, jan.1979.

BOCK, Ana Mercês Bahia. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. São Paulo: Saraiva, 2002

GOMIDE, P. Inez Cunha. Pais presentes, pais ausentes: regras e limites. Rio de Janeiro: Vozes, 2004

PARO, Vitor Henrique. Qualidade do Ensino: a contribuição dos pais. São Paulo: Xamã, 2000.

PARO, Vitor Henrique. Gestão Democrática da escola pública. São Paulo: Ática, 2001.

PAROLIN, Isabel. Professores formadores: a relação entre a família, a escola e a aprendizagem. Curitiba: Positivo, 2005.

SZYMANSKI, H. A relação família/escola – Desafios e perspectivas. 2ª edição, Brasília: Líber, 2007.

STERN, Julian. O envolvimento dos pais no processo educacional, tradução Adail Sobral & Maria Stela Gonçalves. São Paulo: Special Book Services Livraria, 2007.

ZAGURY, T. Limites sem traumas – construindo cidadãos. Rio de Janeiro: Record,2008.

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Sitografia

ALVES, Ricardo de Andrade. Interação Família e Escola: Contribuições para a Formação do aluno. Disponível em: WWW.myspace.com/ricardoandrade2008. consultado em 06/08/2009.

BOAS, Maria Adelina Villas, A relação escola-família-comunidade inserida na problemática da Formação de professores, Universidade de Lisboa (FPCE) . Disponível em WWW.educ.fc.ul.pt/recentes/mpfip/programa.htm consultado em 01/06/2010.

CARVALHO, Maria Eulina Pessoa de, Modos de Educação, Gênero e Relações Escola-Família. Disponível em: http://WWW.smec.salvador.ba.gov.br/.../modos%20de%20educação%20genero...pdf

Constituição Federal de 1988 – Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituição/constitui%C3%A7ao.htm

DESSEN, M.A., AC Polônia – A família e a escola como contextos de desenvolvimento humano - Paidéia (Ribeirão Preto), 2007 –Disponível em: http://WWW.scielo.br/pdf/paideia/v17n36/v17n36a03.pdf

Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8069.htm

GOMES, Jerusa Vieira. Relações Família e Escola – Continuidade/Descontinuidade no Processo Educativo. Disponível em : http://WWW.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias_16_po84-092_c.pdf - consultado em 06/08/2009.

NOGUEIRA, Maria Alice, Família e Escola na contemporaneidade – Os meandros de uma relação. Disponível em WWW.anped.org.br/reuniões/28/textos/gt14/gt14214int.rtf, consultado em 1/06/2010.

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Revista Nova Escola – Gestão Escolar, agosto/setembro-2009, disponível em http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/

RIBEIRO, Daniela de Figueiredo. Os bastidores da relação família – escola. 283f. Tese Doutorado. Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2004. Disponível em HTTP://www.teses.usp.br/teses/disponíveis/59/59137/tde - 16072008-230443/público/T, acessado em 17/06/2010.

SANTANA, Patrícia Maria dos Santos. O valor do afeto na relação professor-aluno. Disponível em : http://www.webartigos.com/articles/1901/1/0-valor-do-afeto-na-relação-professor-aluno/pagina1.html Consultado em 10/09/2009.