da escola pÚblica paranaense 2009 - … · agradeço ao meu marido hélio que de forma especial me...
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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
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SONIA MARIA FUENTES LOPES
A MÚSICA SERTANEJA COMO MEIO DE ALFABETIZAÇÃO
DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
Fonte: http://vinniciusalmeida.wordpress.com/category/reflexoes/poesias-reflexoes/
CURITIBA - PR
Julho/2.010
GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO
EDUCACIONAL – PDE
TURMA: 2.009
EDUCAÇÃO ESPECIAL – UTFPR
ORIENTADORA: MARTA REJANE PROENÇA FILIETAZ
ÍCONES DO CADERNO PEDAGÓGICO
Sugestão de leitura
FILMES : CLIP E DVDS.
REPORTAGENS LIGADAS AO TEMA
MÚSICAS
MÚSICA
Vários estudos comprovam a importância da música ao ser humano,
especialmente às crianças, em fase de desenvolvimento e
aprendizado do mundo, e aos adolescentes, como forma de expressar
ou substituir a tão famosa “rebeldia” característica da idade. Os
ganhos que a prática musical nesta fase proporciona, seja pela
expressão das emoções, pela sociabilidade, pela disciplina, pelo
desenvolvimento do raciocínio, são valiosíssimos, e são para a vida
toda.
(SYNÉSIO BATISTA DA COSTA)
AGRADECIMENTOS
Primeiramente quero agradecer a Deus, que iluminou o meu caminho durante
mais essa jornada, eu não seria ninguém sem a fé que tenho nele sem sua proteção,
e sua benção.
A minha orientadora prof. Marta Rejane Proença Filietaz, pela simpatia,
carinho, dedicação e entusiasmo demonstrado ao longo do curso.
As minhas duas grandes amigas Neide Mitiyo Shimazaki Tsukamoto e Rita de
Cássia Ramos Barbosa, pela força, amizade, apoio constante, e carinho que
partilhamos durante nossa caminhada.
Quero agradecer de forma especial aos meus queridos pais Luiz (in memória)
e Tereza, por sempre acreditar em mim e me fazer acreditar que sou capaz.
A minha filhinha Bárbara por ter se privado da minha atenção e companhia,
concedendo a mim a oportunidade de me realizar ainda mais.
Ao meu filho Helder pelas orientações nos momentos de dúvidas com a
tecnologia e ao meu filho Hélcio, pela sua alegria.
Agradeço ao meu marido Hélio que de forma especial me deu força e
coragem me apoiando nos momentos de dificuldade e inseguranças.
Aos colegas de turma pela espontaneidade e alegria na troca de informações
e materiais numa rara demonstração de amizade e solidariedade.
E aos Queridos alunos da Escola Especial “Nilza Tartuce”, (Unidade
Passaúna) que me inspiraram a pensar e executar esse projeto, de tanto presenciar
o entusiasmo, e a felicidade deles, ao ouvir e cantar a Música Sertaneja nos
intervalos das aulas, durante o ano letivo.
APRESENTAÇÃO
O Material Didático foi elaborado tendo como meta apresentar sugestões de
atividades pedagógicas por meio da utilização da Música Sertaneja para
potencializar o processo de alfabetização de alunos com Deficiência Intelectual e
também o desenvolvimento multidimensional, com foco na expressão oral e corporal.
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INTRODUÇÃO
Para atender a necessidade educacional especial dos alunos com deficiência
intelectual, nos aspectos educacionais, requer recursos didáticos lúdicos e práticas
inovadoras. Destaca-se que as informações devem estar contextualizadas com sua
faixa etária e interesse. Assim, a música sertaneja representa, neste processo, um
recurso de apoio pedagógico especializado para a alfabetização do aluno com
deficiência Intelectual, principalmente, pelo fato de que, a maioria, dos alunos com
Deficiência Intelectual revela afinidades com a música sertaneja.
A afinidade dos alunos com deficiência intelectual, com o estilo sertanejo pode
ser atribuído à linguagem simples, frases diretas, retratação do cotidiano e refrão
melódico, que justifica a viabilização nas práticas pedagógica, em especial, no
processo de ensino aprendizagem.
Vale destacar, que a música sertaneja constitui um recurso que possibilita a
acessibilidade, devido a seu custo financeiro e a sua ampla divulgação nos meios de
comunicação, das quais os alunos têm contato.
Diante do exposto, fica evidente que uma proposta de prática pedagógica
ancorada na música sertaneja como recurso pedagógico permite apoiar o deficiente
intelectual na dificuldade cognitiva, sobretudo o processo de memorização,
linguagem e auditivo, elementos imprescindíveis no processo de alfabetização.
Para tanto, este material didático corresponde ao caderno pedagógico, que
apresenta sugestões de atividades para auxiliar os alunos com deficiência intelectual
no processo de Alfabetização, melhorando as habilidades da leitura e da escrita.
Entende-se que as atividades pedagógicas apresentadas poderão ser utilizadas
pelos professores em qualquer modalidade e níveis de ensino, assim, contribuindo
para a melhoria da qualidade educacional.
2- FUNDAMENTAÇÃO HISTÓRICA DA DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
A proposta da Educação Inclusiva solicita uma visão e considerações das
diferenças nas salas de aulas, dando às pessoas com necessidades educacionais
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especiais os mesmos direitos à educação formal. Essas pessoas têm sido retratadas
pelos historiadores dentro de características de desumanidade e descaso.
Há poucos documentos e dados históricos que explicam como viviam as
pessoas com deficiências nos períodos anteriores à Idade Média. Baseado em
evidências arqueológicas, pressupõem que a eliminação das pessoas eram tidas
como processo normal. Como exemplo desse período, a lei natural de sobrevivência
retratada nos vestígios hieroglíficos da pré-história leva a suposição de que sujeitos
com alguma deficiência eram deixados para trás, pelas limitações, e para salvar os
demais do grupo as evidências.
Na Antiguidade, período que marcado de conquista para a expansão
territorial, conseguidas por meio de guerras entre homens, e as habilidades físicas
de flexibilidade eram valorizadas, de forma que as pessoas com deficiências iam
contra a figura imponente de guerreiro, permitindo lançá-las do penhasco, rio, mar,
enfim exterminar. No parecer de Silva (1986, p.36) “a rude e muito difícil vida do
homem em seus primeiros milênios de existência sobre a terra não admitia
fraquezas”.
Na Idade Média os valores religiosos rígidos categorizam os deficientes,
sobretudo os Deficientes Intelectuais como um resultado dos pecados dos pais. A
deficiência era tratada como mal demoníaco ou sobrenatural, revelando uma
concepção mitológica e fanática onde tanto a oração quanto o afogamento, eram
meios aceitos, socialmente, de libertar a criança do mal (PESSOTI, 1984).
Na Idade Moderna, revestidos pelos valores da Revolução Francesa em 1789.
Salienta-se, que o pensamento moderno e o homem moderno começou a buscar
explicações racionais para um mundo concreto associando as deficiências às
patologias. Portanto, o deficiente deixou de ser o endemoniado, digno de ser
castigado, para se tornar o doente, merecedor de tratamento e passaram a ser
instalado em hospitais psiquiátricos, associando todas as deficiências com doenças,
sobretudo, mentais (PESSOTI, 1984). As primeiras experiências educacionais são
atribuídas ao frade Pedro Ponce de Leon (1509-1584), em meados do século XVI,
levou a cabo no Mosteiro de Oña a educação de 12 crianças surdas com
surpreendente êxito.
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Bautista (1997) comenta que no final do século XVIII e início do século XIX inicia-se
o período da institucionalização especializada de pessoas com deficiências, portanto
considera-se a partir dessa época, o surgimento da Educação Especial. Essa
educação acontecia em escolas fora das povoações, argumentando-se que o campo
lhes proporcionaria uma vida mais saudável e alegre. Dessa maneira se tranqüilizava
a consciência coletiva, pois estava a proporcionar cuidado e assistência a quem
necessitava, protegendo o deficiente da sociedade sem que esta tivesse de suportar
o seu contato.
Esta situação de colocar em instituição os considerados deficientes existiu durante
muito tempo, mas começou a mudar por uma série de razões e outros métodos,
fatos e especialistas foram aparecendo na história da Educação Especial, foram
assim datados tendo como principais personagens:
Philippe Pinel (1745-1826), empreendeu o tratamento médico dos atrasados
mentais.
Esquirol (1722-1840) estabeleceu a diferença entre idiotismo e demência.
Itard (1836-1974) médico que estudou pessoas com deficiências e trabalhou durante
seis anos no famoso caso do selvagem de Aveyron.
Voisin publicou em 1830, uma obra onde fala o tipo de educação necessária para
crianças com atraso mental.
Seguin (1812-1880), que se dedicou a elaborar um método para a educação das
"crianças idiotas" que denominou método fisiológico, foi o primeiro autor da
Educação Especial que fez referência nos seus trabalhos sobre as possibilidades de
aplicação desses mesmos métodos no ensino regular.
Segundo Ferreira (1998, p.57) os desenvolvimentos científicos e técnicos permitem
dispor de métodos viáveis de avaliação (Galton, Binet) e tratamento (médico,
psicológico e educativo). Alguns defensores de uma pedagogia nova como
Montessori e Decroly trabalhavam em Educação Especial e rapidamente se sentiu a
necessidade de construir uma pedagogia terapêutica.
Nesta evolução, delineou-se a Educação Especial institucionalizada, baseada nos
níveis de capacidade intelectual e diagnosticada em termos de quociente intelectual.
Segundo Mazzota (1996, p. 38) multiplicam-se as escolas especiais:
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cegos, surdos e deficientes mentais. Estes centros especiais e especializados,
separados dos regulares, com seus programas próprios, técnicas especializadas,
construíram e constituem um subsistema de Educação Especial diferenciado, dentro
do sistema educativo geral.
Jannuzzi (1985) comenta que em 1959, a rejeição feita pelas associações de pais e
este tipo de escolas segregadas recebem o apoio administrativo da Dinamarca que
inclui na sua legislação o conceito de "normalização" entendido como "possibilidade
de o deficiente mental desenvolver um tipo de vida tão normal quanto possível"
comenta Bencini (2001 , p. 36).
A partir de então, o conceito de normalização estende-se por toda a Europa, América
do Norte e Canadá e como conseqüência da sua generalização, verifica-se no meio
educativo a substituição das práticas segregadoras por práticas e experiências
integradoras. Trata-se de incluir os deficientes no mesmo ambiente escolar dos
outros indivíduos considerados normais é o processo de inclusão muito falado
atualmente.
FILMES : Meu nome é rádio
Sinopse: Harold Jones (Ed Harris) é o treinador de
futebol americano e raramente passa algum tempo
com sua família. Jones conhece um jovem "lento",
James. Como ninguém sabia o nome dele passou a
se chamá-lo de Rádio e Jones deu trabalho e o
Rádio passou a convier com o time.
3- A EDUCAÇÃO PARA AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL NO
BRASIL
No Brasil Império há registro que os deficientes eram tratados como doentes
mentais em Hospitais psiquiátricos. Os institutos tiravam e isolavam surdos e cegos
do convívio social, apesar de que estes não necessitavam de tal isolamento.
Mendes (2001) fala que médicos e pedagogos daquela época já começavam
a acreditar na possibilidade de educar os indivíduos considerados ineducáveis.
10
Entretanto, naquele momento, o cuidado era meramente assistencialista e
institucionalizado, por meio de asilos e manicômios.
De forma lenta a Educação Especial no Brasil foi se expandindo. Campos
(2002) comenta que a primeira educadora a dar início à Educação Especial no Brasil
foi a russa Helena Antipoff, nascida em Grodno, em 1892, foi psicóloga e educadora
em Paris e Genebra, trabalhou na França e seguiu Claparède e Pestalozzi. Iniciou a
Educação para deficientes mentais em Belo Horizonte, no ano de 1924.
Campos (2002) comenta que em 1932, Antipoff reuniu um grupo de
educadores e filantropos e fundou a Sociedade Pestalozzi em Belo Horizonte,
destinada à educação de crianças excepcionais, eram crianças que por alguma
anormalidade orgânica, com problemas de origem sócio-econômica, apresentavam
dificuldades em acompanhar o programa do ensino regular.
Deste período, começam a surgir escolas privada de caráter filantrópico
destinadas ao assistencialismo, sobretudo do Deficiente Intelectual. Em 1954 é
fundada no Rio de Janeiro a primeira Associação de Pais e Amigos dos
Excepcionais – APAE, que se caracteriza como uma instituição filantrópica particular
que, na atualidade abrange todo o Brasil. Como Brasil acompanha a fase da
institucionalização.
Aranha (2000) comenta que o paradigma da institucionalização se intensifica
entre os meados de 1980 e enfraquece na virada do milênio, pelo fato de em 1990
iniciar-se a discussão transitória para o atual paradigma de suportes que solicita a
educação inclusiva. O paradigma de suportes tenta superar a educação especial da
sua função separatista, seletiva e de exclusão escolar ocasionadas pelas instituições
assistencialistas.
Nesse sentido, reportando-se na educação dos alunos com Deficiência
Intelectual dentro da proposta inclusiva tem resultado em discussões e controvérsias,
que intensifica nos dias atuais com a Resolução Federal n. 04/2009, que oficializa
que o processo de escolarização passa ocorrer no ensino regular e as escolas
especiais filantrópicas passam a exercer a função de Apoio Educacional
Especializado (BRASIL, 2009).
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Mais precisamente, a partir da Resolução Federal n. 04/2009, todos os alunos
com Deficiência Intelectual, que estudam em instituições especializados necessitam
formalizar a matrícula no ensino regular. A educação especial passa a ser uma
modalidade que perpassa em todos os níveis e graus do sistema Educacional
Brasileiro, que complementa e não substitui a educação das escolas comuns
(BRASIL, 2009).
Vale destacar que a oficialização dessa resolução vem sendo calcada na
análise de que as escolas especiais, as classes especiais e as demais modalidades
da educação especial se caracterizam pelo cunho assistencialista. Fato que o poder
público vem reforçando por meios de reformas educacionais, mais especificamente
por meio das leis 4.024/61 e 5.692/71 que apesar de explicitar questões referentes a
educação especial limitaram-se em categorizar sem apontar alusão à qualidade de
ensino para a inclusão social (FERNANDES, 1998).
Mendes, 2001, coloca que o debate sobre a Educação Inclusiva tem
provocado polêmica, tendo o termo, “inclusão”, assumido significados diferentes.
Para quem não deseja mudanças, inclusão equivale ao que já existe. Para os que
aspiram mais, significa uma reorganização de todo sistema educacional.
Também, a autora alerta que a implementação da proposta inclusiva demanda
recursos para as adequações de espaços, investimentos em tecnologias e
principalmente investimentos na formação de professores. Todavia, a realidade
inclusiva nas escolas revela espaços desfavoráveis para um aprendizado
colaborativo sugerido pelas políticas inclusivas; inadequações curriculares; altos
índices de resistência por parte dos professores; entre outras realidades que revelam
as escolas, a maioria, despreparadas para incluir os alunos com Deficiência
Intelectual.
A formação continuada de professores, defendidas por autores como Mendes
(2000) e Lacerda (2000) constitui uma das formas de esclarecer o contexto atual da
inclusão perspectivado no ensino regular, justificadas nas práticas conservadoras
centradas no professor e direcionadas aos alunos homogêneos que se perpetuam
nas salas atuais.
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Neste contexto, o conhecimento a cerca dos alunos com Deficiência
Intelectual se faz necessário, como uma das formas de reconhecer e valorizar esses
alunos que não podem carregar marcas de valores determinados historicamente
como doentes mentais. Para tanto, os próximos parágrafos apresenta-se quem é o
alunos com deficiência intelectual.
Sugestão de leitura:
http://revistaescola.abril.com.br/inclusao/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Educa%C3%A7%C3%A3o_especial
Inclusão Brasil - Consultório de Psicologia e Psicanálise: O QUE É ...
4- CARACTERÍSTICAS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
As limitações, ações básicas comum aos indivíduos em fase de
desenvolvimento ou em jovens e adultos, representam a presença de uma
necessidade educacional especial.
Segundo Fontes et al (2009) a definição de deficiência mental é complexa, por
se tratar de uma denominação genérica que abrange um grupo muito heterogêneo
de indivíduos, com diferentes níveis de comprometimento e etiologias.
O conceito de Deficiência Intelectual adotado nos documentos oficiais do
Brasil tem como base o sistema classificatório da American Association dor Mental
Retardation (AAMR, 2002) – Associação Americana de Retardo Mental, que
conceitua deficiência mental como uma condição que envolve cinco áreas que
referem a diferentes aspectos do desenvolvimento do indivíduo, do ambiente em que
vive e dos suportes de que dispõe:
As habilidades intelectuais;
Comportamento adaptativo;
Participação, interação e papel social;
Saúde;
Contexto.
Assim, a Deficiência Intelectual segundo a AAMR (2002) apud Fontes at al
(2009) “é caracterizada por limitações significativas no funcionamento intelectual
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global, acompanhadas por dificuldades acentuadas no comportamento adaptativo,
manifestadas antes dos dezoito anos de idade.
Almeida (2007) comenta que o atraso cognitivo pode gerar lentidão no
processo de aquisição da linguagem, na habilidade motora e, principalmente, nas
competências necessárias para cuidar de si, tal como vestir-se ou comer com
autonomia. De tal maneira que refletem no desempenho escolar atribuída as causa
multifatoriais.
Os investigadores encontraram muitas causas da deficiência intelectual, segundo
Almeida (2007) as mais comuns são:
Condições genéticas: as limitações mentais podem ser causadas por genes
anormais herdados dos pais, por erros ou acidentes produzidos nos genes, ou ainda
por outras razões de natureza genética.
Problemas durante a gravidez: O atraso cognitivo pode resultar de um
desenvolvimento inapropriado do embrião ou do feto durante a gravidez causada por
acidentes, fatores ambientais, como as doenças infecto contagiosas (rubéola),
ingestão de drogas ou álcool,
Problemas de saúde no nascimento e após o nascimento: Algumas doenças, como o
sarampo ou a meningite podem estar na origem de uma deficiência mental,
sobretudo se não forem tomados todos os cuidados de saúde necessários. A mal
nutrição extrema ou a exposição a venenos como o mercúrio ou o chumbo podem
também originar problemas graves para o desenvolvimento mental das crianças.
Destacam-se as causas relacionadas que constitui riscos, o que pressupõe que
nenhuma destas causas produz, por si só, uma deficiência intelectual. Todavia,
necessitam de cuidados preventivos. Alguns exemplos de condições genéticas
propiciadoras do desenvolvimento de uma deficiência intelectual incluem a síndrome
de Down , a fenilcetonúria, a síndrome de Pierre Robin, entre outros.
Os alunos participantes desse projeto apresentam síndrome de Down,
síndrome de Pierre Robin e a maioria apresentam como causas não
diagnosticadas.
A síndrome de Down foi identificada pela primeira vez pelo geneticista francês
Jérôme Lejeune em 1958, que dedicou a sua vida à pesquisa genética visando
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melhorar a qualidade de vida dos portadores da Trissomia do 21. Mais tarde, em
1866, foi descrita pelo inglês John Langdon Down, que descreveu as características
da síndrome e batizada com o seu nome. Ele descobriu que a causa da síndrome
de Down era genética, pois até então a literatura relatava apenas as características
que indicavam a síndrome. Segundo o relatório da Organização das Nações Unidas
(ONU) de 2001, Síndrome de Down é uma alteração genética, que ocorre durante a
divisão celular do embrião. O indivíduo com Síndrome de Down possui 47
cromossomos (e não 46), sendo o cromossomo extra ligado ao par 21. Intimamente
ligada a um excesso de material cromossômico, tem nítida relação com a idade dos
pais. Quanto mais idosos eles forem maior a probabilidade de gerarem um filho
com essa Síndrome, que vem necessariamente associada a um comprometimento
intelectual e a uma hipotonia, a redução do tônus muscular. Não está vinculada a
consangüinidade, isto é, laços de parentesco entre os pais (TRAVASSOS-
RODRIGUEZ, 2010).
A síndrome de Pierre Robin pode ser definida como grupo de anormalidades
caracterizado especialmente por uma mandíbula muito pequena com a língua que
pende para trás e para baixo. A síndrome pode incluir um palato alto e arqueado ou
uma fenda palatina. A causa específica da síndrome de Pierre Robin é
desconhecida. Os bebês portadores da doença nascem com dificuldades
respiratórias, não são capazes de mamar no peito e grande parte apresenta fissura
no palato. A síndrome de Pierre Robin é caracterizada pelo tamanho pequeno do
queixo e por sua posição retraída da língua e comumente vem associada ao atraso
mental (SATO et al, 2007).
O aspecto mais importante que Fontes et al (2009, p. 84) comentam é ter a
clareza de que a Deficiência Intelectual não é uma condição estática e permanente,
“independente das características inatas do indivíduo, pode ser mais ou menos
acentuadas conforme os apoios ou suportes recebidos em seu ambiente”.
Neste sentido, a visão de Deficiência Intelectual deve ter como bases sólidas
o desenvolvimento das pessoas, as relações que estabelece e os apoios que recebe
nas cinco dimensões já apontadas acima, para que o processo educacional
transcorra dentro da qualidade necessária que a Educação Inclusiva sugere.
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O princípio da Educação Inclusiva vem sugerir um ensino de qualidade a todos
os alunos valendo-se dos termos legais que determinam todo o processo
educacional dos alunos com algumas necessidades educacionais especiais e, inclui-
se, a pessoa com deficiência intelectual. De tal forma, que se tornam necessários o
conhecimento das políticas públicas que regem a Educação Inclusiva, que serão
abordadas nos próximos parágrafos.
Sugestão de leitura livro: XAVIER, M. A. V. O outro lado do arco-íris. São Paulo: Editora Diniz, 1984.
Tema: A autora foi uma das fundadoras da APAE. São Paulo e descreve de forma viva a odisséia de uma mãe de filho com deficiência intelectual.
Indicação de Filme: “Preciosa” (“Precious”), de Lee Daniels. Sinopse: Anos 1980, Nova Iorque. A garota está rávida e é mãe de uma criança apelidada de mongo por ser portadora de síndrome de Down. Bullying, preconceito, pobreza, e por aí percorrem as discussões que serão estimuladas pela fita
5- PRINCÍPIOS LEGAIS DA EDUCAÇÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
INTELECTUAL
Na educação inclusiva a história específica da parte legal que a envolve.
Volta-se à época do Brasil – Império, onde na Constituição de 1824, foi consagrado o
direito à educação para todos os Brasileiros. Tendo esse direito se mantido nas
Constituições de 1934, 1937 e 1946. Tendo ainda em 1948, a Declaração Universal
dos Direitos do Homem, aprovada pela Assembléia Geral das Nações Unidas, onde
se afirma o princípio da não discriminação e proclama o direito de toda pessoa à
educação.
Mazzotta (1996) comenta que nas décadas de 1950 a 1970, surge a
discussão sobre o conceito de “Normalização”, que tem como princípio, fazer com
que a pessoa retardada (termo utilizado nos documentos da época), se assemelhe
16
às aquisições de habilidades de pessoas consideradas em condições normais de
sociedade. A integração ocorria somente para alunos prontos para conviver nos
sistemas gerais. Neste período, as instituições de educação especial ganha força,
com propósitos de buscar qualidades nas estruturas para a educação o
desenvolvimento das potencialidades condicionadas aos parâmetros da normalidade
processadas em lócus distintos, o que resultavam em duas estruturas distintas: a
Educação Especial para os alunos com alguma excepcionalidade e o Ensino Regular
para os alunos normais.
É neste contexto que Educação Especial no Brasil se sistematiza, fato que contribui
para o crescimento das características assistencialistas. No ano de 1959 com a
aprovação da Declaração dos Direitos da Criança, tem assegurado no seu capítulo
7º. , o direito à educação gratuita e obrigatória, ao menos em nível menos elementar.
Esses direitos foram mantidos nas Constituições Brasileiras de 1976 e 1969
respectivamente.
Na atual Constituição Federal de 1988 esses direitos não só foram mantidos, como
entendidos como sendo dever do Estado e da família, no seu art. 205. Tem-se no
Estatuto da Criança e do Adolescente, no seu art. 54 e 66, referência aos Portadores
de Necessidade Educacionais Especiais e seus direitos, não só a educação, como
também ao trabalho.
No ano de 1990, aconteceu a Conferência Mundial Sobre Educação Para
Todos. Felizmente a educação aparece como preocupação mundial. O tema foi
motivo de vários estudos e encontros. Na Espanha, durante a Conferência Mundial
de Necessidades Educacionais Especiais, foi aprovada a Declaração de Salamanca
no ano de 1994, cujos princípios norteadores são: O reconhecimento das diferenças;
O atendimento às necessidades de cada um; A promoção de aprendizagem; O
reconhecimento da importância da "escola para todos"; A formação de professores.
Os aspectos políticos – ideológicos que estão embutidos nos princípios desta
Declaração, sugere um mundo inclusivo, onde todos têm direito à participação na
sociedade, fazendo valer a democracia de forma cada vez mais ampla.
Não se pode deixar de mencionar que as grandes linhas estabelecidas pela
Constituição, foram regulamentadas em seus mínimos detalhes pela Lei de
17
Diretrizes e Bases da Educação, Lei no. 9.394/96. Onde pela primeira vez tem um
capítulo (capítulo V) destinado à Educação Especial, cujos detalhamentos são
fundamentais: Garantia de matrícula para os Portadores de Necessidades
Educacionais Especiais, preferencialmente na rede regular de ensino; Criação de
apoio especializado, para atender às peculiaridades dos alunos especiais; Oferta de
educação especial durante a educação infantil; Especialização de professores.
Destaca-se que os princípios da Educação Inclusiva passaram por importantes
mudanças caracterizadas pela forte presença dos meios legais, como imprescindível
nas últimas mudanças.
No Brasil, muitas leis municipais, estaduais e federais foram feitas para defender o
direito das pessoas com deficiência. Com base nos documentos oficiais do Ministério
da Educação e Cultura (MEC) e nos estudos efetuados por Shimazaki (2009) os
principais documentos produzidos foram: 1988 – Constituição Federal (Art. 208, III)
estabelece o direito das pessoas com necessidades especiais de receberem
educação, preferencialmente na rede regular de ensino; 1990 – Estatuto da Criança
e do Adolescente (ECA, Lei n.º 8.069). No Art. 53, assegura a todos o direito à
igualdade de condições para o acesso e permanência na escola e atendimento
educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino; 1996 – Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei N.º 9.394/96) assegura aos alunos
com necessidades especiais currículos, métodos, recursos educativos e organização
específicos, para atender às suas necessidades específicas; 1998 - Parâmetros
Curriculares Nacionais (Adaptações Curriculares), do MEC, fornecem as estratégias
para a educação de alunos com necessidades educacionais especiais; 2001 –
Parecer CNE (Conselho Nacional de Educação)/CEB (Câmara de Educação Básica)
nº 17 aponta os caminhos da mudança para os sistemas de ensino nas creches e
nas escolas de educação infantil, fundamental, médio e profissional; 2009 – decreto
04 DE 02 de outubro institui as Diretrizes operacionais para o atendimento
educacional especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial,
entre outros pareceres e decretos de igual importância.
Diante do exposto, as legislações determinam o funcionamento educacional, e
este estudo, a música associada à cultura é como um apoio pedagógico
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especializado para o processo de alfabetização dos alunos com Deficiência
Intelectual.
No contexto do desenvolvimento tecnológico vem modificando as referências
musicais das sociedades pela possibilidade de uma escuta simultânea de toda
produção mundial por meio de discos, fitas, rádio, televisão, computador, jogos
eletrônicos, cinema, publicidade, entre outros. De forma que os próximos parágrafos
serão descritos como importância no processo de letramento dos alunos com
Deficiência Intelectual.
6- A MÚSICA NO PROCESSO EDUCACIONAL DOS ALUNOS COM DEFICIÊNCIA
INTELECTUAL
A música vem representando como uma manifestação tradicional e cultural de
uma época, que revela os paradigmas sociais.
Um olhar para toda a produção de música do mundo revela a existência de
inúmeros processos e sistemas de composição ou improvisação, e todos eles têm
sua importância em função das atividades na sala de aula.
A perspectiva intercultural possui uma importante contribuição para os estudos
e práticas do ensino de Música e desempenha um papel relevante na compreensão
das questões educacionais. Há uma necessidade de considerar a diversidade
cultural e musical da escola e, por outro, na necessidade de se trabalhar com as
músicas, enquanto possibilidades diferenciadas de organização sonora e meios de
ampliação da experiência e discurso musicais dos/as alunos/as.
Crianças com dificuldades mentais e com transtornos globais de
desenvolvimento geralmente reagem à música. Na conceituação de que a música
representa um veículo expressivo para o alívio de tensão emocional, superando
dificuldades de fala e de linguagem. Como recurso, a música tem sido utilizada para
melhorar a coordenação motora, o controle muscular, domínio da respiração e da
dicção nos casos (RAVAGNANI, 2009). A autora, ainda argumenta sobre a influência
e o poder que caracterizam a música como coadjuvante do desenvolvimento integral
do ser humano, ganha notoriedade na dimensão educativa.
19
Tais considerações evidenciam a articulação das atividades escolares, com os
saberes da cultura popular, trazida para a sala de aula pelos discentes, em seus
dizeres. O estilo próximo a essas características é a música sertaneja que reporta à
música caipira.
Na análise de Ribeiro (2006) a música caipira desenvolveu no relato de fatos
corriqueiros ocorrido no dia-a-dia do povo simples do interior brasileiro. A origem da
música caipira associa-se no período colonial atribuído a soma de elementos, como
a introdução da viola pelos portugueses, os índios contribuíram com a dança e os
africanos com a musicalidade e ritmo. A música caipira viveu seu auge entre as
décadas de 1920 e 1970.
A definição clássica de música sertaneja é toda música que tem sua origem no
sertão (interior) brasileiro surgido em época em que o Brasil era um país tipicamente
agrícola. A partir, principalmente, da década de 1980, o gênero sertanejo começou a
se destacar no Brasil e passou a ser explorado comercialmente de maneira mais
agressiva. A introdução de instrumentos eletrônicos como guitarra, baixo e bateria
tem sido criticada pela descaracterização da música caipira, que se apóia na voz,
violão e viola, às vezes, sanfona.
Na atualidade há uma predominância da influência americana configuradas nos
eventos comerciais das festas de rodeios e feiras agropecuárias, rompendo as raízes
e costumes caipiras, com acessórios importados que resultou no que se conhece
hoje por jovens sertanejos ou sertanejo universitário (RIBEIRO, 2006).
Considerando as críticas como meio de atentar para não contribuir para a
cultura do consumo, a música sertaneja tem nos meios midiáticos a divulgação e as
vendas asseguradas. Surgem inúmeros artistas, quase sempre em duplas, que são
lançados por gravadoras e expostos como produto de consumo e passam a ser
chamados de "duplas sertanejas" com auge na década de 1990, para se diferenciar
desse estilo, a música sertaneja caipira passa a se denominar de "música de raiz",
ligada verdadeiramente às suas raízes rurais, à moda de viola e a terra ao sertão.
As características das músicas das duplas sertanejas são compostas de letras
e rimas simples que formam refrão sem valor poético. Sem aprofundar nos méritos
deste estilo musical, o que constata é o poder que este estilo de música exerce nos
20
alunos com Deficiência Intelectual. Os alunos memorizam as letras, cantam e
expressam a sua musicalidade por meio das músicas aprendidas.
Assim, com ênfase na formação e elaboração de conhecimento nas escolas,
destaca-se a importância das discussões sobre o inter-relacionamento cultural
emergido pela educação inclusiva, considerando a multiplicidade, complexidade e
entrelaçamento entre os traços e marcas culturais dos indivíduos e das relações
sociais, e a música sertaneja vem representar um apoio pedagógico valioso no
processo de alfabetização de alunos com Deficiência Intelectual (crianças e
adolescentes).
Tais atividades serão de suma importância para que o aluno com deficiência
intelectual possa apreender o que lhe for ensinado.
Sugestões de músicas Sertanejas
Disponível em: www.cliquemusic.uol.com.br
http://www.youtube.com/watch?v=BtRh32KIA8A&feature=relate
YouTube - Musica Sertaneja Universitaria 2009
http://letras.terra.com.br/chitaozinho-e-xororo/45231/
7- A MÚSICA SERTANEJA COMO MEIO DE ALFABETIZAÇÃO DO DEFICIENTE
INTELECTUAL
A utilização da música sertaneja
no processo educacional dos alunos
com deficiência intelectual tem como
objetivo, propiciar a apropriação de
conhecimento, possibilitando o
desenvolvimento dos aspectos
cognitivos, comunicativos e sociais,
por meio da música sertaneja.
Figura 1: Chitãozinho e Xororó Fonte: ofuxico.terra.com.br/materia/noticia.
21
No que refere às especificidades do processo de alfabetização, a música pode
possibilitar o desenvolvimento da leitura e escrita, por meio da compreensão do texto
permitido pelos diferentes modos de ler, de associações, de pesquisas, de produção de
texto e de fixação de significados. Além de responder aos princípios da educação
interdisciplinar da proposta curricular e das áreas de conhecimentos.
Tendo como os conteúdos três músicas: Fogão de lenha; Rebola e Deixei de ser
Cowboy por ela, dos cantores sertanejos Chitãozinho e Xororó. O critério de escolha foi
com base nos resultados de uma votação prévia realizadas entre os alunos.
Música escolhida para trabalho:
Música 1: Fogão a lenha
Disponível em: http://letras.terra.com.br/chitaozinho-e-xororo/280772/
8- SUGESTÕES DE METODOLOGIA DE TRABALHO
Os procedimentos metodológicos foram planejados seguindo os
pressupostos metodológicos sócio interacionista. A proposta desse tema é a
construção do conhecimento e a melhoria na habilidade da leitura e da escrita, a
partir de letras de Músicas Sertanejas, e apresentam-se sugestões para que isso se
concretize.
Uma vez selecionada a música, considerando alguns critérios
classificatórios como adequadas para o encaminhamento pedagógico,
principalmente, a linguagem utilizada que seja rica em palavras que permitem
associações formais com a leitura e escrita.
Sugere-se que é imprescindível a organização de materiais que irão apoiar
o desenvolvimento da aula, tais como: a prévia organização das aulas, com a
necessidade de transcrição da música em um cartaz e confecção de fichas de
cartolina para a escrita das palavras, com enfoque no processo analítico da escrita;
22
seleção dos recursos de apoios como: aparelho de som; gravador, computador;
data-show, entre outros.
8.1- APRESENTAÇÃO DA MÚSICA
Figura 1.
Fonte: http://br.olhares.com/fogao_de_lenha_foto808768.html
Apresenta-se a seguir algumas ações de
como cantar a música “Fogão a Lenha”, com as
seguintes sugestões:
Utilizando somente a voz, com objetivo
de apropriar-se da letra e do ritmo.
Apresentando as partes até que o aluno
memorize toda a letra, apoiado no cartaz
de letra.
Figura 1: Fogão de lenha
Cantar de várias maneiras: em voz alta e baixa.
Solicitando a leitura dos versos e das estrofes da música.
Seguindo o ritmo, com a movimentação do corpo associado à expressão
corporal, até transformar em dança.
8.2- CONTEXTUALIZANDO COM O PROCESSO DE LETRAMENTO
Sugere-se a promoção de reflexões sobre a história da música, com
questionamento que estimule a interatividade, e também:
Partir do desenvolvimento do processo do letramento, tendo como exemplo
a palavra retirada do texto. Pode - se iniciar com a exploração dos
significados das palavras e os vários contextos que pode ser utilizado. EX:
Lenha = pedaços de madeira cortada, geralmente utilizada para queimar no
23
fogão; a expressão idiomática “Desceu a lenha”, isto é falar mal de uma
pessoa.
Procurar no texto da música as palavras desconhecidas no sentido léxico da
linguagem.
Realização de exercícios para desenvolver a escrita: completar frases, copiar
os versos, entre outras formas que se fizerem necessária.
Realização de leitura da letra da música, de forma individual, coletiva, em
grupo, por versos, entre outras formas.
Pesquisa e recorte de jornais ou revistas,de palavras que iniciem com a letra
“F”; cole no caderno; realize leitura; explore as palavras e seu significados.
Organização de frases em tiras de papel, seguindo a sequência da música.
Outro exemplo de atividade: Coloque em ordem alfabética as palavras dos
grupos abaixo, com apoio do cartaz de alfabeto.
Sanfona – fogão – café – bule – luar – violão - mãe.
1 2 3 4 5 6 7
Realizar a análise lingüística: com a categorização gramatical tendo como
referencial o cartaz das classes gramaticais da língua portuguesa, como por
exemplo: “a lenha é um substantivo”; “separou é um verbo conjugado no
passado”. De acordo com a necessidade e das respostas dos alunos, pode-
se ampliar e fixar os conhecimentos gramaticais, como na montagem de
cadernos auxiliares de verbos, dicionários de substantivos, entre outros
meios de fixação.
8.3- PRODUÇÕES DE TEXTOS
Solicitação de produção de texto, por meio de um roteiro de produção de
texto, como exemplo, pedir para identificar: quem são os cantores; qual o título da
música; quem faz parte da música; quem narra à história; as lembranças narradas;
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o final da música; quais os instrumentos musicais que aparecem na música; o que
você aprendeu escutando a música.
Solicitar a produção de texto sobre:
- Os meus sonhos
8.4- NO CONTEXTO DA INTERDISCIPLINARIDADE - HÍSTÓRIA : FAMÍLIA
Pode-se destacar, como exemplo da primeira música os elementos que
compõe a família e trabalhar a identificação da família e cada aluno, como o nome
da mãe, do pai, irmãos, avós, entre outros.
Esta atividade tem como objetivos trabalhar as categorias superiores do
Deficiente Intelectual. A atividade solicita procurar palavras no quadro de palavras
referente à letra da música “Fogão de lenha”.
LENHA – ORVALHO – FOGÃO – BEIJO – LUAR – FILHO – SANFONA
B A E G A U D H R F I O T A
F E P W I V L R W S P R O W
O R T B W Y E O M K L V P A
G Z X E Y O N R N L U A R P
A F W I P L H J W Q T L K Ç
O P G J K Q A S V Z X H Y B
T B H O S D X F I L H O R R
X M P E Y T P S A N F O N A
8.5- CONTINUIDADE DO TRABALHO
As músicas “Rebola” e “Deixei de ser Cowboy por ela” escolhidas para ser
trabalhada como um meio auxiliar do processo de alfabetização dos alunos com
deficiência intelectual, requer um planejamento objetivo com organização prévia dos
materiais, dos procedimentos da apresentação da música; a forma de trabalhar a
25
compreensão, para se contextualizar com o processo de letramento e com o
conceito de interdisciplinaridade.
Música 02: Rebola.
Disponível em: http://letras.terra.com.br/chitaozinho-e-xororo/280772/
Na música “Rebola”, a sugestão de produção textual,
após ter desenvolvido todo o processo de
reconhecimento e identificação dos elementos da
gramática formal, é a elaboração de um dicionário de
significados das palavras que envolvem os
sentimentos humanos.
Figura 2 – Disponível em:
http://www.fotosearch.com.br/fsprint.asp?pp_sku=CSP015&image_name=k0157357
Música 03:. Deixei de ser Cowboy por ela.
Disponível em: http://letras.terra.com.br/chitaozinho-e-xororo/280772/
Na música “Deixei de ser Cowboy por ela”,
também acompanha os mesmos procedimentos
metodológicos e como produção final sugere-se a
produção de uma Carta, com todos os elementos
textuais e o processo de elaboração e envio de
cartas. Os destinatários serão os
cantores “Chitãozinho e Xororó
Figura 3:
Disponível em: http://evenstariot.blogspot.com/2009/11/peao.html
26
8.6- AVALIAÇÃO
Considerará como critérios de avaliações elementos processuais e
diagnósticos, tais como: a participação; o desempenho das atividades desenvolvidas;
o envolvimento com atividades relacionadas à leitura, escrita e interpretação, como
conseqüência, resultará um relatório descritivo como as abordagens sobre o , a
integração e cooperação dos alunos envolvidos.
8.7- CONSIDERAÇÕES FINAIS
A utilização do recurso da música sertaneja como uma forma de desenvolver
os conhecimentos acadêmicos está em consonância com os referenciais teóricos e
legais, que considera que a prática pedagógica deve assegurar aos alunos com
deficiência Intelectual, condições de acesso aos conteúdos científicos, artísticos e
filosóficos para ajudar a desvendar o mundo.
Prevê-se que esse Material didático Pedagógico enriqueça a prática
Pedagógica, auxiliando professores a prepararem aulas criativas, descontraídas e
prazerosas, onde o aluno sinta parte da construção do seu próprio conhecimento.
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