da escola pÚblica paranaense 2007...esquecidos, como por exemplo o nazismo e o apartheid que...

28
O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE Produção Didático-Pedagógica 2007 Versão Online ISBN 978-85-8015-038-4 Cadernos PDE VOLUME II

Upload: others

Post on 13-Jun-2020

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2007...esquecidos, como por exemplo o nazismo e o apartheid que defendiam a existência de raças superiores. Português: Nessa disciplina podem ser trabalhados

O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

Produção Didático-Pedagógica 2007

Versão Online ISBN 978-85-8015-038-4Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

Page 2: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2007...esquecidos, como por exemplo o nazismo e o apartheid que defendiam a existência de raças superiores. Português: Nessa disciplina podem ser trabalhados

OAC

IDENTIFICAÇÃO

AUTOR: Silvana Teresinha Marquetti Corrêa

PROF. ORIENTADOR: Wilson Taveira

ESTABELECIMENTO: Col. Est. Pres. Caetano Munhoz da Rocha

ENSINO: 1º e 2º grau

DISCIPLINA: Língua Estrangeira

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: Discurso

CONTEÚDO ESPECÍFICO: Race/Ethnicity (temática transversal pluralidade

cultural).

1 – RECURSO DE EXPRESSÃO

Chamada para a problematização: A educação exige os maiores cuidados, porque influi sobre toda a vida.Séneca

Texto:

A escola figura como um dos espaços mais importantes, quando se trata

da construção de identidades, pois é na escola longe do contexto familiar que a

criança observa os modos diferentes de ser e de ver o mundo.

O espaço escolar é que vai propiciar o acesso aos mais diferentes

discursos, discursos que envolvem seus participantes na construção de

significados, constituindo formas de agir no mundo. As diversas formas de agir

devem passar pelo respeito a construção histórica de cada individuo,

considerando cada um como um ser social, passível de direitos e deveres

igualando-se aos seus interlocutores, independente de sua classe social ou

características físicas.

Este OAC pretende chamar a atenção para questões envolvendo a

diversidade étnica e racial e a problemática nela inserida, como o preconceito e

a construção de identidades, pautadas sobre valores sociais nos quais as

pessoas são julgadas em muitas situações, primeiro pela cor e depois pelo seu

potencial intelectual.

Page 3: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2007...esquecidos, como por exemplo o nazismo e o apartheid que defendiam a existência de raças superiores. Português: Nessa disciplina podem ser trabalhados

As reflexões serão feitas elegendo o discurso como agente de interação

e transformação, pois segundo Bakhtin (1981, p. 12), “uma palavra é dirigida a

um interlocutor: ela é função deste interlocutor”. Sendo assim é na interação

com o outro que construímos os significados e a nossa própria identidade

social.

Desta forma o discurso em Língua Estrangeira tem um papel pleno de

significados quando promove situações, nas quais os indivíduos podem agir no

mundo, intermediados pela linguagem, permitindo como diz Paulo Freire (1996,

p.41),”Assumir-se como ser social e histórico, como ser pensante,

comunicante,transformador, criador, realizador de sonhos...”

Portanto a Língua Estrangeira, bem como as outras disciplinas escolares

não podem se eximir da responsabilidade de contribuir para que os indivíduos

interajam e construam conceitos positivos, a respeito das diferentes etnias que

constituem o povo brasileiro.

Referências :

BAKHTIN, MIKHAIL. Marxismo e Filosofia da Linguagem. São

Paulo:Hucitec, 1981.

FREIRE, PAULO. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática

educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

MOITA LOPES,LUIZ PAULO da. Identidades Fragmentadas. Campinas, SP:

Mercado das Letras, 2002.

2 – RECURSO DE INVESTIGAÇÃO

Título: Dia 21 de março – Dia Internacional contra a Descriminação Racial.

No dia 21 de março de 1960, na cidade de Joanesburgo, capital da

África do Sul, 20 mil negros protestavam contra a lei do passe que os obrigava

a portar cartões de identificação, especificando os locais por onde eles podiam

circular.

No bairro de Shaperville, os manifestantes se depararam com tropas do

exercito. Mesmo sendo uma manifestação pacífica, o exercito atirou sobre a

multidão, matando 69 pessoas e ferindo outras 186. Esta ação ficou conhecida

como o Massacre de Shaperville. Em memória à tragédia, a ONU –

Organização das Nações Unidas instituiu 21 de março como o Dia

Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial.

Page 4: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2007...esquecidos, como por exemplo o nazismo e o apartheid que defendiam a existência de raças superiores. Português: Nessa disciplina podem ser trabalhados

Diante do exposto acima podemos constatar como o preconceito gerado

pela ignorância, de certos grupos sociais contra outros, envolvendo questões

étnico-raciais pode gerar toda sorte de violência contra o grupo que é

discriminado, discriminação esta que atinge negros de várias partes do mundo,

incluindo o Brasil.

É preciso que se efetivem reparações urgentes com relação ao

preconceito que se instaurou contra a população negra desde a sua chegada

as nossas terras, e essas reparações passam pela escola, que tem agora

diante da lei 10.639/2003 que efetivar estratégias pedagógicas que vão de

encontro a valorização da diversidade do povo brasileiro, a fim de superar a

desigualdade étnico - racial.

De acordo com a problemática atual de se aplicar a lei e o compromisso

que os professores de língua estrangeira moderna podem assumir de contribuir

no processo de formação de cidadãos conscientes, que valorizem sua

identidade e sintam-se comprometidos com a diminuição das desigualdades

sociais , proponho as seguintes investigações.

- Pesquisar a lei 7.716, que define os crimes de preconceito racial, e

discutir sobre sua aplicação na prática.

-Pesquisar com os alunos casos de pessoas da comunidade que

sofreram preconceito racial e que tiveram interferência jurídica e como o caso

foi resolvido.

Fonte:

http://www2.portoalegre.rs.gov.br/pwdtcomemorativas/default.php?

reg=3&p_secao=59

2.2 PERSPECTIVA INTERDISCIPLINAR

Título: Um passado sempre presente.

Texto:

É extremamente importante estabelecer relações entre as várias áreas

de conhecimento,quando se está tratando de um tema como este, pois

possibilita uma visão mais homogênea dos fatos que constituem a trajetória do

povo brasileiro.

Algumas sugestões podem ser feitas para o desenvolvimento de

atividades e estudos envolvendo raça/etnia nas disciplinas de:

Page 5: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2007...esquecidos, como por exemplo o nazismo e o apartheid que defendiam a existência de raças superiores. Português: Nessa disciplina podem ser trabalhados

História: Em história pode ser desenvolvido um estudo envolvendo

gravuras, lançando um olhar critico sobre os acontecimentos retratados por

artistas, explorando quais seriam as intenções do mesmo ao fazer seu

trabalho, como por exemplo:Johann Moritz Rugendas (1802-1858) que

registrou em suas telas a saga dos escravos no Brasil .

Ciências: Em ciências podem ser estudadas e exploradas as antigas

idéias de raça (classificação por fenótipos) que deram origem a acontecimentos

sociais que deixaram marcas de dor e sofrimentos que jamais serão

esquecidos, como por exemplo o nazismo e o apartheid que defendiam a

existência de raças superiores.

Português: Nessa disciplina podem ser trabalhados com poemas e

poesias de autores brasileiros que retrataram o negro e sua trajetória, esses

poemas e poesias podem ser um material interessante para incentivar o debate

e a produção de textos sobre o tema.

Geografia: Em geografia, uma questão que pode ser explorada é a do

preconceito contra o migrante (principalmente o que vem do nordeste para as

regiões do Sul e Sudeste), muitas vezes são acusados de colaborar com o

aumento da miséria e violência. A obra de João Cabral de Melo Neto ( Morte e

Vida Severina) pode ser uma bela maneira de explorar o tema e incentivar as

pesquisas e o debate,sobre os motivos que levam as pessoas a migrar e o

preconceito que sofrem que não é apenas de cor, mas também por

pertencerem a uma classe social de baixo poder aquisitivo.

Matemática:Essa disciplina pode explorar os indicadores sociais sobre a

população negra, como taxa de desemprego, mortalidade, total de habitantes

no pais, e ainda pode ajudar a organizar dados de pesquisas que podem ser

feitas na comunidade sobre o preconceito racial.

Artes:Atividades envolvendo músicas como o samba, como foi no inicio,

que instrumentos eram usados, fazendo um comparativo com a

atualidade,observando inclusive as variáveis que surgiram a partir do samba

como por exemplo: Samba de Pagode ( reunidos em roda, o solista canta

estrofes improvisadas e os outros repetem o refrão.), Samba-exaltação

(produzido por encomenda para o desfile de carnaval), etc.

Page 6: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2007...esquecidos, como por exemplo o nazismo e o apartheid que defendiam a existência de raças superiores. Português: Nessa disciplina podem ser trabalhados

Fonte:

http://novaescola.abril.com.br/ed/149_fev02/html/historia.htm

http;//www.aprendebrasil.com.br/projetos/todosiguais_nova/conheça.asp

2.3 Contextualização

Título:Hip Hop

Texto:

Muitas das manifestações culturais brasileiras podem ser relacionadas

com a população negra. O samba, a capoeira, entre muitas outras são parte da

contribuição dos negros para a cultura nacional. Dentro dessa diversidade, o

movimento Hip Hop tem se destacado no Brasil e atraído principalmente os

jovens que moram nas periferias.

O Hip Hop, que se originou na periferia de Nova York e chegou ao Brasil

no final da década de 1980 por meio da industria fonográfica se caracterizando

por ser um movimento que trata de questões que vão desde denúncias de

exclusão social como também da história e identidade dos negros.

Formado por três elementos- o rap (música), o break (dança) e o grafite

(desenho) ao chegar no Brasil foi influenciado pela cultura local.

Fonte:

http://www.comciencia.br/reportagem/negros/09.shtml

Comentário:

Movimentos como o Hip Hop mostram que a arte é um caminho que

atrai o jovem , sendo assim é importante que a escola esteja atenta e ofereça

momentos de discussão e pesquisa envolvendo a arte produzida pela

comunidade, sendo que o incentivo aos alunos para que explorem e produzam

arte também deve ser constante para que os questionamentos produzidos,

fomentem idéias que favorecerão a diminuição das desigualdades sociais .

3- RECURSOS DIDÁTICOS

3.1 Sítios

Título:Religião e cultura negra

Disponível em: http://orixas.com.br/portal3/

Page 7: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2007...esquecidos, como por exemplo o nazismo e o apartheid que defendiam a existência de raças superiores. Português: Nessa disciplina podem ser trabalhados

Comentário:

Portal que oferece uma série de esclarecimentos sobre como se

originaram os dogmas, as doutrinas, as transformações e a diversidade de

estilos existentes.

3.2 Sons e Vídeos

Vídeo

Título: Amistad

Direção; Steven Spielberg

Produtora; DreamWorks Pictures

Duração:148 minutos

Local: Estados Unidos

Ano:1997

Comentário:

O filme Amistad toca numa questão antiga dos norte-americanos:a

escravidão e os conflitos que surgiram a partir de então.

Amistad é baseado em fatos verdadeiros, relatando a trajetória de um

grupo de 53 negros, que se rebela contra os traficantes de escravos durante a

viagem e matam boa parte da tripulação. Os negros tentam de todas as formas

retornarem a África, mas acabam aportando na costa americana. Os negros

são presos e acusados de assassinato. Ao serem julgados despertam o

interesse de abolicionistas e do ex-presidente dos Estados Unidos Quince

Adams, um abolicionista não-assumido. O caso chama a atenção da sociedade

pela busca da justiça, culminando com a libertação dos negros e seu regresso

ao continente africano.

Áudio

Título da música:Ebony and Ivory

Executor/Interpreter;Paul McCartney

Título do cd: Tug of War

Número da faixa: 15

Nome da gravadora:Parlophone/EMI

Ano:1982

Disponível em: http://cifraclub.terra.com.br/cifras/paul-mccartney/

Page 8: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2007...esquecidos, como por exemplo o nazismo e o apartheid que defendiam a existência de raças superiores. Português: Nessa disciplina podem ser trabalhados

Texto:

Ebony And IvoryPaul McCartneyEbony and ivory live together in perfect harmony

Side by side on my piano keyboard, oh lord, why don’t we?

We all know that people are the same where ever we go

There is good and bad in ev’ryone,

We learn to live, we learn to give

Each other what we need to survive together alive.

Ebony and ivory live together in perfect harmony

Side by side on my piano keyboard, oh lord why don’t we?

Ebony, ivory living in perfect harmony

Ebony, ivory, ooh

We all know that people are the same where ever we go

There is good and bad in ev’ryone,

We learn to live, we learn to give

Each other what we need to survive together alive.

Ebony and ivory live together in perfect harmony

Side by side on my piano keyboard, oh lord why don’t we?

Ebony, ivory living in perfect harmony (repeat and fade)

Comentários:

Esta é uma belíssima canção com letras sobre paz e tolerância, na qual

Paul toca violão, baixo e piano e Stevie Wonder toca bateria e sintetizadores.

3.3 Proposta de Atividades

Título: Todos podem ajudar na superação do preconceito.

Texto:

As atividades têm o propósito de provocar a reflexão sobre como o

preconceito pode ser socialmente construído, gerando estereótipos que

estigmatizam as pessoas. Pretende-se também construir com os alunos novos

conceitos de valorização e respeito ao ser humano como um todo, articulando

estratégias de combate ao preconceito étnico/racial.

Page 9: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2007...esquecidos, como por exemplo o nazismo e o apartheid que defendiam a existência de raças superiores. Português: Nessa disciplina podem ser trabalhados

O material a ser trabalhado com os alunos também será um subsídio

para uma maior compreensão a respeito de termos como: preconceito,

discriminação, racismo.

As atividades também contemplam momentos de valorização das

contribuições culturais de cada povo na formação de cada um, visto que somos

seres historicamente constituídos.

Atividades: 1ª parte.

Para esta atividade o professor deve pedir aos alunos que procurem e

tragam recortes de jornais e revistas que retratem seus ídolos preferidos,

pessoas famosas, que são destaques na mídia.

-Depois de reunidas as figuras, montar com os alunos um painel com o

material coletado.

-Analisar com os alunos o painel de figuras questionando-os (o professor

deve graduar os questionamentos em inglês de acordo com o nível da turma)

sobre:

Quais as características físicas das pessoas que aparecem nos

recortes?

Podemos dizer que a mídia sempre mostra e reforça o mesmo padrão

do que seria o ideal de beleza?

A maioria das pessoas que se destacam na mídia é branca. Por que

você acha que isso ocorre?

O Brasil pode ser considerado um país racista? Qual sua opinião?

Qual o significado da palavra racismo para você? Você acha que o

racismo pode afetar a vida das pessoas?

Você tem conhecimento de algum episódio em que alguém foi

discriminado por ser de outra cor?

Atividades: 2ª parte.

O professor apresenta aos alunos o mapa mundi e pede que localizem

no mapa o lugar de onde vieram seus ancestrais.

Pedir aos alunos que relatem oralmente e por escrito as contribuições

culturais de seus ancestrais para nosso país, como: comidas típicas, danças,

costumes, etc.

Page 10: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2007...esquecidos, como por exemplo o nazismo e o apartheid que defendiam a existência de raças superiores. Português: Nessa disciplina podem ser trabalhados

Refletir com os alunos sobre a importância dessas contribuições para

nosso povo, mostrando que o Brasil é um pais constituído por várias etnias e

todos devem ser valorizados, pois somos todos brasileiros.

Atividades; 3ª parte

Árvore Genealógica.

Mostrar aos alunos como se faz uma árvore genealógica e pedir que

façam uma de sua família (pode-se, nesse caso explorar o vocabulário

específico em inglês).

Depois da atividade finalizada, conversar com os alunos sobre a

formação étnica de cada um, mostrando que nosso povo é uma mistura de

várias etnias. Explicar a eles sobre a diferença entre os conceitos sobre raça e

etnia, que raça refere-se as características físicas e etnia é o que caracteriza a

identidade de um povo, como a língua, a religião, a história.

Explicar que o conceito de raça não existe cientificamente, existe apenas

em função das relações sociais de discriminação.

Atividades: 4ª parte

Revendo Conceitos.

Pedir aos alunos que escrevam textos em forma de poesia, rap, teatro,

etc. Que manifestem sua opinião sobre raça, etnia, preconceito, racismo, enfim

que se utilizem das várias formas de discurso para mostrar sua contribuição a

respeito do que foi trabalhado.

Os trabalhos produzidos poderão ser apresentados para outras turmas,

promovendo a troca e a valorização de conhecimentos, bem como promovendo

a integração entre os alunos.

Objetivos:

-Estimular o senso crítico dos alunos por meio de questionamentos

sobre como a mídia ( televisão, jornais, revistas, rádio) pode influenciar contra

ou a favor do preconceito racial.

-Trocar experiências através de relatos.

-Propiciar situações de valorização das várias etnias através de suas

contribuições sócio-culturais.

Page 11: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2007...esquecidos, como por exemplo o nazismo e o apartheid que defendiam a existência de raças superiores. Português: Nessa disciplina podem ser trabalhados

-Apresentar conceitos, questionando os contextos sociais.

-Rever os conceitos estudados através de atividades de produção,

promovendo a valorização das pessoas, fortalecendo sua identidade.

-Propiciar a integração dos demais alunos através da apresentação das

produções.

-Proporcionar aos alunos o uso da língua estrangeira nas diversas

atividades realizadas, fazendo uso da mesma como veículo para interpretar e

produzir discursos de relevância crítica, relacionadas as questões que

envolvem o sujeito, sua identidade e o contexto social.

Avaliação:

A avaliação está presente em todos os passos das atividades, do inicio

ao fim, considerando o envolvimento na realização dos vários segmentos

propostos bem como o uso da língua estrangeira nas produções individuais e

em grupos.

Referências:

FERREIRA, Aparecida de Jesus. Formação de professores raça/etnia: reflexões e sugestões de materiais de ensino em português e inglês. Cascavel:Coluna do Saber, 2006. MAIO, Marco Chor (org). Raça, ciência e sociedade. Rio de Janeiro: Fiocruz CCBB, 1996.

3.4 Imagens:

Título: Martin Luther King

Descrição da Imagem: Quadro retratando o rosto de Martin Luther King http://www.flickr.com/photos/ari/162199379/

Autor: Steves RhodesProprietário: Steves RhodesFonte Bibliográfica: Creative CommonsData inclusão da imagem: 13/02/2007

Categoria/SubCategoria: Pessoas e Estilo de Vida/Personalidades

Palavras-chaves: Martin Luther King , Pessoa importante , Negro , Direitos Humanos

Referência:

Copyright © 2003 - Portal Educacional do Estado do ParanáSecretaria de Estado da Educação do Paraná

Av. Água Verde, 2140 - Água Verde - CEP 80240-900 Curitiba-PR - Fone: (41) 3340-1500

Desenvolvido pela Celepar

Page 12: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2007...esquecidos, como por exemplo o nazismo e o apartheid que defendiam a existência de raças superiores. Português: Nessa disciplina podem ser trabalhados

Comentário

O Dr. Martin Luther King, Jr. (15 de janeirode1929, Atlanta, Geórgia–4 de abril

de1968 ,Memphis,Tennesse) foi um pastor e ativista politico estadunidence.

Pertencente à Igreja Batista, tornou-se um dos mais importantes líderes do

ativismo pelos direitos civis(para negros e mulheres, principalmente) nos

Estados Unidos e no mundo, através de uma campanha de não-violência e de

amor para com o próximo. Se tornou a pessoa mais jovem a receber o Premio

Nobel da Paz em1964, pouco antes de seu assassinato. Seu discurso mais

famoso e lembrado é "Eu Tenho Um Sonho".

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Martin_Luther_Kin

4- RECURSO DE INFORMAÇÃO

4.1 Sugestão de leitura

Periódico

Título do artigo:Visões do passado.

Referência:DIDONÊ, Débora; MENEZES, Débora. Visões do passado,Revista

Nova Escola,setembro 2007, vol 205, pg 46-49.

Comentário:

A reportagem sugere várias stuações em que podem ser usadas figuras

de telas e gravuras para aguçar o senso crítico e ajudar a compreender como

era o Brasil e como eram tratadas as pessoas negras no passado.

Livro

Título do livro: Negros e Curriculo.

Referência: LIMA , Ivan Costa;ROMÃO, Jeruse (org). Negros e curriculo. Florianópolis:Atilènde,2002.

Comentários:

Este livro conta com a colaboração de educadores e pesquisadores com

militância no Movimento Negro, sempre buscando estabelecer um diálogo com

os sistemas de ensino.

Título do livro: Raça, ciência e sociedade.

Page 13: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2007...esquecidos, como por exemplo o nazismo e o apartheid que defendiam a existência de raças superiores. Português: Nessa disciplina podem ser trabalhados

Referência: MAIO, Marco Chor (org). Raça, ciência e sociedade. Rio de

Janeiro: Fiocruz CCBB, 1996

Comentários:

É um livro que trata da discriminação racial sobre um aspecto

multidisciplinar, estimulando a reflexão e o debate.

Título do livro: Formação de professores, raça e etnia.

Referência: FERREIRA, Aparecida de Jesus. Formação de professores raça/etnia: reflexões e sugestões de materiais de ensino em português e inglês.

Cascavel:Coluna do Saber, 2006.

Comentários:

O livro de Aparecida de Jesus Ferreira é uma proposta de material

didático que estimula e articula com o professor possibilidades de um ensino

crítico baseado na valorização das diferenças.

Internet:

Título: O racismo na sociedade brasileira.

Disponível em: http://www.geocities.com/CollegePark/Lab/9844/racismo.htm?

200630

Comentário:

Apresenta textos sobre discriminação racial e a forma de inserção do

negro no mercado de trabalho e na sociedade como um todo.

Título: O senado e a abolição da escravatura.

Disponível em: http://www.senado.gov.br/comunica/historia/nonas.htm

Comentário:

Disponibiliza textos com informações sobre: adesão da Princesa Isabel à

causa abolicionista; esforço político e assinatura da Lei Áurea.

4.2 Notícias

Jornal on-line

Título da notícia:Expulsions “fuelled by prejudice”.

Referência: http://news.bbc.co.uk/2/hi/uk_news/education/6168285.stm

Page 14: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2007...esquecidos, como por exemplo o nazismo e o apartheid que defendiam a existência de raças superiores. Português: Nessa disciplina podem ser trabalhados

Texto Black pupils in England are three times more likely to be excluded from school because of "systematic racial discrimination", according to a report.

The Department for Education report, leaked to the Independent on Sunday,

says the bias is "largely unwitting". Ministers have rejected any suggestions that

schools are institutionally racist as "inaccurate and counterproductive".

Latest GCSE results show black pupils continue to lag behind their classmates

but some have been narrowing the gap.

The report, led by the director of school performance and reform Peter

Wanless, was ordered by the government last year - there is as yet no

publishing date for it.

'Compelling case'

Called Getting it. Getting it right, it found: "The exclusions gap is caused by

largely unwitting, but systematic racial discrimination in the application of

disciplinary and exclusions policies."

It states that a "compelling case" can be made for the existence of institutional

racism in schools.

But it stops short of insisting that this term be used - leaving the final judgement

with the minister.

"If we choose to use the term 'institutional racism', we need to be sensitive to

the likely reception by schools [but] if we choose not to use the term, we need to

make sure the tone of our message remains sufficiently challenging."

'Counterproductive'

The Department for Education and Skills said that ministers had concluded that

it would be inaccurate and counterproductive to brand the school system racist.

Page 15: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2007...esquecidos, como por exemplo o nazismo e o apartheid que defendiam a existência de raças superiores. Português: Nessa disciplina podem ser trabalhados

A spokesman said: "However, there is more that schools, parents and the

government can do to ensure that every child fulfils their potential whatever their

background."

An Ofsted report in 1999 warned that many schools are "institutionally racist",

citing evidence that Pakistani, Bangladeshi, Black Caribbean and traveller

children were failing to make adequate progress.

The latest report was conducted in about 100 schools in 20 local authorities.

Teachers' union The National Association of Head Teachers said this small

sample size did not give any credence to England's schools being institutionally

racist.

General secretary Mick Brookes said it was "an indictment of the exemplary

good practice" in the majority of schools.

Shadow education secretary David Willetts said the evidence was "clear" that

Afro-Caribbean boys in particular under perform at school and are more likely to

be excluded.

But he added: "Labelling our schools 'institutionally racist' doesn't help.

"We should be focusing on raising educational standards and tackling truancy -

not throwing around allegations of racism."

Latest GCSE figures show just over 44% of black Caribbean pupils gained five

good GCSEs in 2006 compared with an average 56.9% of pupils.

But some are narrowing the gap - the girls from black African backgrounds did

better than white boys: 56.1% getting five good GCSEs compared with 52.6%.

The proportion of white girls doing that well was 62%.

Comentário:A publicação refere-se a uma realidade inglesa, diagnosticando que

também lá os negros não são respeitadas de forma igualitária, fato que tem como conseqüência o baixo aproveitamento escolar e o abandono.

Page 16: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2007...esquecidos, como por exemplo o nazismo e o apartheid que defendiam a existência de raças superiores. Português: Nessa disciplina podem ser trabalhados

Revista on-line:

Título da notícia: Para a ciência não existem raças.

Referência: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDR78169-6010,00.html

Texto: Entrevista

A jornalista americana responde aos leitores sobre as novas teorias que explicam a origem do homem.

Ann Gibbons

Quando decidiu matricular-se num curso sobre evolução na

Universidade Harvard, a jornalista americana Ann Gibbons achou que teria pela

frente um belo passatempo. Mas descobriu que a teoria da evolução era “uma

lente maravilhosa para ver o mundo”. A partir daí, ela passou a escrever artigos

para a revista americana Science e diversos livros sobre o tema. Tornou-se

uma celebridade na comunidade científica por traduzir as complicadas

minúcias das teorias evolucionistas numa linguagem fácil de entender. Ela

respondeu às seguintes perguntas enviadas pelos leitores de Época.

Ann Gibbons

Quem é?

Jornalista há mais de dez anos, é especializada em jornalismo científico

nas teorias sobre a evolução humana. Vive em Pittsburgh, na Pensilvânia,

Estados Unidos, com seu marido, dois filhos e um cachorro.

Onde estudou?

Graduada em Jornalismo pela Universidade da Califórnia, estudou

também no Instituto de tecnologia de Massachusetts (MIT) e na Universidade

Harvard. Foi professora de jornalismo Científico na Universidade Carnegie

Mellon.

O que publicou?

O livro O Primeiro Humano: a Corrida para a Descoberta de nosssos

mais Antigos Ancestrais (não editado no Brasil), além de artigos para a Science

e para o jornal The New York Times.

Page 17: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2007...esquecidos, como por exemplo o nazismo e o apartheid que defendiam a existência de raças superiores. Português: Nessa disciplina podem ser trabalhados

Com o que se sabe hoje sobre a evolução humana, é possível dizer que há uma raça superior em relação às demais? Marcelo de Oliveira Mundim, Minas Gerais

Ann Gibbons – Não. Há muito menos diferenças genéticas entre dois

humanos que entre dois grupos de chimpanzés ou gorilas, por exemplo. Isso

significa que as diferenças “raciais” têm somente a profundidade da pele.

Raças não existem do ponto de vista científico. As diferenças raciais são o

resultado de uma adaptação aos diferentes am-bientes da Terra. A baixa

estatura de um esquimó é uma adaptação para viver no frio intenso. A cor de

pele clara é uma adaptação recente nos povos europeus. Não há uma raça

superior. Algumas culturas são mais avançadas, mas isso não se deve à

superioridade genética.

A Bíblia afirma que a humanidade teve sua origem em algum lugar da Mesopotâmia. Ela está certa? Há alguma pesquisa séria que comprove isso? Léo Barbosa, São Paulo

Ann – Os primeiros capítulos da evolução humana, ou, se você preferir, a

verdadeira gênese, aconteceram na África. Os fósseis de ancestrais humanos

que viveram entre 2 milhões e s 6 milhões de anos atrás são encontrados

exclusivamente no continente africano. Há evidências de que o berço da

civilização, este sim, é o Oriente Médio. Não podemos igualar as duas coisas.

O Velho Testamento diz que os humanos foram criados nos últimos 6 mil anos.

Mas as evidências dos fósseis e dos estudos genéticos revelam que os

humanos evoluíram durante os últimos 5 milhões a 7 milhões de anos. O Velho

Testamento é válido como registro histórico, traz uma memória de eventos

importantes. Isso não significa que devemos aceitá-lo como evidência

científica.

Quais são as principais lacunas na teoria da evolução? O que falta ser esclarecido para saber de onde viemos? Marcos Alexandre Rizzo, Rio de Janeiro

Ann – Há alguns períodos que precisam de mais dados. A primeira lacuna é

entre 5 milhões e 7 milhões de anos atrás, de quando temos apenas alguns

poucos fósseis – embora um deles, batizado de Chad, seja um crânio 95%

completo que fornece uma quantidade tremenda de informações. Precisamos

Page 18: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2007...esquecidos, como por exemplo o nazismo e o apartheid que defendiam a existência de raças superiores. Português: Nessa disciplina podem ser trabalhados

de mais indivíduos desse período para identificar o primeiro membro da família

humana. Precisamos também de fósseis do ancestral comum que dividimos

com os chimpanzés, mais de 6 milhões de anos atrás.

Qual a melhor forma de falar sobre evolução nas escolas?Vanda Francisco, São Paulo

Ann – Acho que o criacionismo não deveria ser ensinado nas escolas, como

acontece nos Estados Unidos. Se você ensina o criacionismo, que é uma visão

de cristãos fundamentalistas, você tem de ensinar os mitos de criação de

outras culturas, como o islamismo, o hinduísmo e o budismo. Eles podem ser

ensinamentos éticos maravilhosos, mas não são ciência. Apenas a ciência

deve ser ensinada em aulas de Ciência. Cientistas cometem erros. Ainda

assim, o método científico funciona. É inegável.

Na vida prática, o que mudaria se descobríssemos a origem da vida na Terra? Carlos Enrique Rosa, São Paulo

Ann – Seria como descobrir um novo planeta ou resolver uma elegante

equação matemática. Isso não mudaria nosso cotidiano, mas enriqueceria

nossa vida. Talvez fosse bom lembrar nossas origens modestas e nossa íntima

afinidade com outros primatas. Talvez isso possa nos lembrar de proteger

nossos parentes mais próximos, chimpanzés e outros macacos, que estão

ameaçados de extinção. A evolução pode ser uma chave para os

pesquisadores da área médica que tentam entender a evolução de vírus como

o da aids.

Daquilo que você aprendeu estudando a evolução humana, o que aplica em sua vida? Walter Barbosa Junior, São Paulo

Ann – Fiz um curso sobre evolução humana na Universidade Harvard em

1988. Um amigo havia me recomendado as aulas e eu as tomei como um

passatempo. Mas, estudando sobre evolução, comecei a perceber que o

assunto era uma lente maravilhosa para ver a natureza. Isso me fez entender

melhor o comportamento humano e animal e como nos tornamos o que somos

hoje. De lá para cá, venho escrevendo sobre evolução. Hoje, acho que a

Page 19: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2007...esquecidos, como por exemplo o nazismo e o apartheid que defendiam a existência de raças superiores. Português: Nessa disciplina podem ser trabalhados

evolução ajuda a explicar as diferenças entre meus filhos gêmeos de 8 anos.

Ou por que nossas costas ou joelhos doem. Quando começamos a andar

eretos, há 4 milhões de anos, isso gerou pontos de estresse em nosso corpo,

que havia evoluído para viver em árvores. A teoria evolucionária explica muito.

A senhora acredita que, em algum momento, a teoria de Darwin será superada? Ana Rezende, Distrito Federal

Ann – Não. Há muitas evidências de várias linhas de pesquisa que são a base

das idéias de Darwin sobre a seleção natural. Os pesquisadores observam,

hoje, a seleção natural acontecendo nas populações de muitos animais e até

humanos. As pessoas que vivem em altas altitudes no Tibete, por exemplo,

estão sob a pressão da seleção natural para se tornar mais eficientes a

absorver o oxigênio em seu corpo. De fato, os bebês de mulheres que têm uma

melhor absorção de oxigênio têm maior chance de sobreviver.

Se o homem veio do macaco, por que o macaco não evolui e vem tomar um chá com seu primogênito? José Roberto Delfino Junior, Paraná

Ann – Nossos parentes mais próximos são os chimpanzés. Isso não significa

que nossos ancestrais eram chimpanzés. Nossos ancestrais separaram-se dos

ancestrais dos chimpanzés em algum momento entre 5 milhões e 7 milhões de

anos atrás. Os chimpanzés adaptaram-se com sucesso a um ambiente com

árvores e não precisaram mudar. Nós, humanos, descemos das árvores e

começamos a caminhar eretos. Nossos ancestrais lideraram um trajeto que nos

levou, nos últimos 50 mil anos, a um comportamento notavelmente sofisticado.

Contudo, os chimpanzés também têm uma cultura. Podem até fazer

ferramentas de pedra. Em resumo, macacos podem ser treinados para beber

em uma xícara. Só não sei se vão gostar de chá.

Comentários:Os estudos científicos só vêm comprovar quão vã é

questão do preconceito em relação as diferentes características dos seres

humanos.Podemos fazer e pensar diferente, valorizando todos os tipos de

contribuições culturais e sociais, bastando para isso que queiramos ver e nos

Page 20: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2007...esquecidos, como por exemplo o nazismo e o apartheid que defendiam a existência de raças superiores. Português: Nessa disciplina podem ser trabalhados

comprometer com um futuro de menos preconceito, agindo, interferindo e não

apenas observando os fatos.

4.3 Destaques

Título: Negras brasileirasReferências: http://www.ciranda.net/spip/article1183.htmlEntrevista: Schuma Shumaher

Por:Jamile Chequer

Na semana do Dia Internacional da Mulher, mais uma obra vem acrescentar às merecidas homenagens: o livro Mulheres negras do Brasil de Schuma Shumaher e Érico Vital Brasil. O livro, muito bem ilustrado, resgata a participação e a importância das mulheres afrodescendentes na formação e desenvolvimento do país. Em entrevista, Schuma, que é coordenadora-executiva da Rede de Desenvolvimento Humano (Redeh), fala sobre a experiência de reunir essas informações.

Ibase - Qual o significado deste livro para você? Schuma Shumaher - São muitos. Ele é um mergulho profundo na literatura histórica deste país. É talvez a maior ousadia da minha vida. Primeiro, porque tentamos reunir, numa única, obra informações que estavam esparramadas: uma num texto, outra numa tese, outro pedaço na memória de alguém. Tínhamos muitas informações desencontradas e tivemos que montar esse quebra-cabeça. Isso foi, de fato, um desafio enorme. Acho esse trabalho importante e, ao mesmo tempo, singelíssimo, porque é uma gota d’água no oceano. É uma contribuição ao compromisso que temos, eu e Érico, de dar as mãos a quem não aceita, não suporta, não deseja e não quer uma sociedade racista e que exclui as pessoas. Ibase - Quais foram as maiores dificuldades que vocês enfrentaram para fazê-lo? Schuma Shumaher - A história não é uma uma ciência estática, ela é uma ciência em construção, em revisão, em releitura. E com isso vão ocorrendo mudanças de conceitos ao longo da história. Então lemos os primeiros textos do período escravista. Neles, todos os negros e negras são chamados de escravos, como se fosse uma condição humana, como se fizesse parte da natureza daquelas pessoas com uma ascendência africana ou que vieram

Page 21: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2007...esquecidos, como por exemplo o nazismo e o apartheid que defendiam a existência de raças superiores. Português: Nessa disciplina podem ser trabalhados

diretamente da África. Mais adiante, encontramos textos mais críticos. Neles, as pessoas já não aceitam a denominação “os escravos”. São descendentes de escravos, de pessoas que foram escravizadas. Então, em um determinado período, há um tipo de informação; em outro período, um tipo diferente. E é difícil lidar com essas ações desencontradas. Qual é a informação correta? Como se trata de um livro, a informação precisa ser minuciosa, não há como fazer afirmações sobre as quais não se tenha certeza. Ibase - Por que mulheres tão importantes não constam nos livros de História? Schuma Shumaher - Não constam porque, em geral, as histórias são contadas pelos “vencedores”. “Derrotado” não pode contar história. E, neste país, quem contou a História foram os brancos. Não podemos dizer que a ciência é neutra, porque ela não é. Há sempre um viés de interesse de quem conta. Logo, uma parcela enorme da população, que são as mulheres e, nesse caso, mulheres negras, são excluídas da História. E isso também mostra como a sociedade lidou com a questão de gênero. Por exemplo, hoje, o percentual de professoras nas escolas ultrapassa os 80% e há um número enorme de presidentes de sindicatos homens. As mulheres fazem a história da educação neste país e os homens dirigem a história. A literatura, a literatura escolar é reflexo disso. O lugar de decisão, o lugar do poder, o lugar da visibilidade pública, o reconhecimento é um lugar ainda do masculino. Principalmente do masculino branco. Ibase - Há vários momentos em que o livro fala sobre o papel da mulher na construção do país. Você pode lembrar de alguns momentos em que se nãofosse a atuação da mulher, principalmente a mulher negra, seriam completamente diferentes? Schuma Shumaher - Uma andorinha não faz a revoada sozinha. Mas são várias situações. Se podemos dizer que temos autonomia hoje, que temos liberdade religiosa neste país, devemos às mulheres negras. Durante muitos anos os cultos religiosos foram perseguidos, violentamente destruídos. E foram as mulheres negras que resistiram a essa perseguição. Tia Marselina [pág 123], por exemplo, foi uma das grandes lideranças afro em Alagoas. Lá o Candomblé é chamado de xangô. E tia Marselina teve o seu terreiro invadido durante uma perseguição contra a religião africana. Ela foi violentamente espancada e morreu. Isso no comecinho do século 20, por volta

Page 22: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2007...esquecidos, como por exemplo o nazismo e o apartheid que defendiam a existência de raças superiores. Português: Nessa disciplina podem ser trabalhados

de 1912. A tia Marselina teve a coragem de pautar essa discussão publicamente. Maria Firmina dos Reis é uma maranhense que escreveu um romance chamado Úrsola, um romance abolicionista. Ela não é apenas a primeira romancista negra, mas a primeira mulher – que se tem conhecimento – a escrever um romance neste país. [pág 456]. E imagina, no século 19, a escravidão a todo vapor e essa mulher escreve um romance. Interferiu numa agenda sobre uma trágica realidade que acontecia naquele momento. Ibase - Foram mulheres que estiveram no começo da resistência... Schuma Shumaher - No capítulo “Mulheres mucambeiras”, que está na página 81, mostramos quantas mulheres lideraram a formação de quilombos no Brasil. Como elas participaram dessa manifestação de resistência e, de uma certa forma, de fuga de uma situação de escravidão. Zumbi talvez seja o maior líder na fundação e na resistência da liberdade negra do Brasil. Nós temos muitos Zumbis, homens, e também muitas mulheres que lideraram essa luta quilombola no país. Ibase - Quais tipos de questões relacionadas à mulher existem desde o descobrimento do país e que ainda não foram superadas? Schuma Shumaher - O racismo. Sei que é uma questão muito genérica, mas acho que é uma questão tão forte que reflete em todas as outras questões. Hoje, a maior parte das empregadas domésticas – portanto, o trabalho menos valorizado do país, mais mal-pago – são mulheres negras. Tem uma foto belíssima no livro que diz assim: “A princesa esqueceu de assinar nossa carteira”. E é isso. A Lei Áurea formaliza o fim da escravidão, mas não acaba com a situação dos excluídos. Não havia acesso à escola, condições necessárias para envolvê-los nas novas relações de trabalho da época. Há reflexos até hoje. Ibase - Podemos dizer que há regionalismo na valorização da mulher, principalmente da mulher negra? Schuma Shumaher - Não acredito nisso. Podemos dizer que há locais onde a expressão da cultura negra, em toda a sua dimensão e pluralidade, é maior. As mulheres negras são protagonistas delas, portanto têm mais visibilidade e isso faz com que sejam mais reconhecidas. São lugares onde as mulheres negras ocuparam mais espaço público, o movimento avançou mais. Porém, nacionalmente, infelizmente, ainda há um longo caminho a percorrer. Ibase - O livro traz curiosidades sobre as atividades das negras

Page 23: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2007...esquecidos, como por exemplo o nazismo e o apartheid que defendiam a existência de raças superiores. Português: Nessa disciplina podem ser trabalhados

brasileiras em várias áreas. Uma delas são sobre as mulheres parteiras. Pode falar sobre ela e no que contribui culturalmente? Schuma Shumaher - Temos um capítulo dedicado às bezendeiras, às parteiras. São mulheres que ajudam a preservar e aparar a vida. É um trabalho exemplar no Brasil. Milhares de vidas foram preservadas por causa delas e há um contingente enorme de mulheres negras exercendo esses papéis. Qual foi uma das surpresas que tiveram ao fazer o livro? Schuma Shumaher - Eu não tinha conhecimento do aumento no número de mulheres negras na academia. Fiquei muito feliz. Em termos percentuais, deve ser uma bobagem, mas foi muito bom ver que, em alguns departamentos, alguns lugares da academia, há mulheres e homens negros exercendo o seu saber. Acho que até merece que alguém faça um livro sobre a intelectualidade negra deste país, para que isso também se torne visível. No livro mostramos várias mulheres pioneiras nisso, como a reitora da Universidade Estatual da Bahia, Ivete Sacramento. Ela foi a primeira reitora negra do país e assumiu o cargo em 1999. A foto está na página 284. Ibase - Acredita que esse livro possa servir de subsídio na implementação da Lei 10.639/03, que inclui no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da história e cultura africana e afro-brasileira?Schuma Shumaher - Honestamente, espero. Essa lei ainda que tardia, é bem-vinda, já é um passo importantíssimo. Agora, como nós sabemos, não basta ter uma lei. É preciso criar condições para que a lei seja implementada, e, para isso é preciso estímulo e cobrança do MEC. Onde é que o professorado vai encontrar informações? É preciso ter material que trate da questão de forma pedagógica, correta, comprometida. É preciso sensibilizar os professores, porque já estão aí há 15 anos seguindo uma mesma cartilha. Têm que saber que o olhar precisa ser outro; que a releitura é bem-vinda e necessária sempre; ter uma versão única, porque as versões estão aí para serem questionadas, comparadas etc. Ibase - Como vai ser distribuído? Schuma Shumaher - A Redeh, instituição da qual faço parte, vai distribuir gratuitamente 3.200 exemplares para bibliotecas públicas, organizações não-governamentais que trabalham na perspectiva dos direitos humanos; para núcleos de pesquisa das universidades. Graças ao apoio da Petrobras e do Banco do Brasil, que possibilitou que nós fizéssemos esse livro durante 39 meses, viajando pelo Brasil.

Page 24: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2007...esquecidos, como por exemplo o nazismo e o apartheid que defendiam a existência de raças superiores. Português: Nessa disciplina podem ser trabalhados

As pessoas que desejarem ter em casa, poderão comprá-lo também. Nós fizemos uma parceria com as editoras, Senac, e o livro vai estar na próxima semana à venda em todas as livrarias do país. Ibase - Estamos na semana do dia 8 de março. Como é lançar um livro sobre mulheres negras nessa época? Schuma Shumaher - Significa, pelo menos para nós dois autores e para nossa instituição, que nós quisemos centrar a nossa homenagem numa parcela significativa da população brasileira, que são as mulheres negras. Queremos, também, chamar a atenção para o fato de que as mulheres negras merecem mais do que homenagens, merecem reconhecimento. Publicado em 8/3/2007.

Comentário: Os autores desse livro contribuem de forma significativa, não

apenas para a valorização de uma etnia, mas também chamam a atenção para

a participação feminina das mulheres negras na construção da nossa história.

4.4 PARANÁ

Título: : Ethnic Groups

Referência: http://www3.pr.gov.br/e-parana/pg_etnias

Texto:

The state of Paraná is one of the states with the widest ethnic variety in

Brazil. Germans, Poles, Ukrainians, Italians and Japanese are some of the

ethnic groups that helped in building the Paraná of today. The ethnic groups

that settled the State have brought along with them their culture, customs and

traditions. The immigrants arrived with the promise of finding peace in an

“unknown land”, but one that promised them work, land, production and

tranquility.

The massive settlement only started after the prohibition of the slave traffic,

which increased the need for laborers to work in the coffee farms, mainly in the

North of the State. This non paid labor came to be the best alternative for the

development of cattle breeding, which was until then the main culture in Paraná,

and of the coffee plantations. Starting in 1850, at the time when Paraná ceased

Page 25: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2007...esquecidos, como por exemplo o nazismo e o apartheid que defendiam a existência de raças superiores. Português: Nessa disciplina podem ser trabalhados

to be a province of the State of São Paulo, the local Government began a

campaign to attract new immigrants. As a result of that campaign,

approximately 20 mil immigrants came to the State between 1853 and 1886.

Each of the ethnic groups that came to Paraná settled in colonies located in

regions throughout the State.

Germans – Germans were the first to arrive in Paraná in 1829 and settled in

Rio Negro. Nevertheless, the largest number of immigrants originating from

Germany arrived in the State during the period between the world wars because

they were fleeing from the horrors of those conflicts. This people brought to

Paraná all the activities they were familiar with, among them pottery, furniture

making, carpentry, etc. As cities prospered, the immigrants started to also

perform commercial and industrial activities. Nowadays, the largest German

settlement is in the municipality of Marechal Cândido Rondon, which still keeps

on the faces of its buildings and in the faces of its inhabitants the distinctive

characteristics of the settlement. Germans are also found in Rolândia, Cambé

and Rio Negro and most of them came to Paraná from Santa Catarina.

Arabs – Paranaguá was the first place Arabs settled in Parana. Later on, they

spread to Curitiba, Araucária, Lapa, Ponta Grossa, Guarapuava, Serro Azul,

Londrina, Maringá and Foz do Iguaçu, which boasts the largest Arab settlement

in the State today. In Curitiba, Arabs started to arrive in largest numbers after

World War Two, when they comprised almost 10% of the population. One of the

biggest Arab influences in the State is in gastronomy, where their spices and

seasonings were incorporated into the local cuisine, aside from kibes and sfihas

that are favored by the local population until this date. Arab immigrants to

Parana were active mainly in literary production, architecture, music and dance.

Spaniards – The first Spanish immigrants to arrive in Paraná settled in the

municipalities of Jacarezinho, Santo Antônio da Platina and Wensceslau Brás.

Between 1942 and 1952, Spanish immigration accelerated and new

municipalities, mainly in the region of Londrina, were formed by those

immigrants. Spaniards were mainly active in commercial activities, handcrafts

Page 26: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2007...esquecidos, como por exemplo o nazismo e o apartheid que defendiam a existência de raças superiores. Português: Nessa disciplina podem ser trabalhados

and furniture making.

Dutch – The first Dutch immigrants arrived in Paraná in 1909 and settled in a

community near Irati. Although, some of those families ended up returning to

Holland, others moved to a region in the Campos Gerais where they founded

the Dutch Dairy Cooperative in 1925. This Cooperative was paramount in the

consolidation of the Carambei settlement. Castrolandia is the most recent Dutch

settlement in the region.

Indians – At the time of the discovery of Brazil, in 1500, Indian tribes that were

scattered throughout the territory inhabited the country. In Paraná, the primitive

inhabitants were also Indians that were part of large groups or tribes, the Jê or

Tapuia and the great Tupi-Guarani nation. The Carijó and Tupiniquim inhabited

the coast; the Tingüí lived in the region where Curitiba is located today; the

Camé inhabited the region where the Palmas municipality is situated and the

Caigangue and Botocudo lived in the hinterland. The first travel paths in Paraná

were made by the Indians and were used by the Bandeirantes (explorers) in

their exploration sorties into the territory: The Peaberu Path, the Graciosa Path,

the Itupava Path and the Mata road.

Italians – Without a doubt, Italians were the first in the ranking of Brazilian

immigrations. In Paraná, they contributed much by working in the coffee

plantations and later, in other cultures. Those immigrants concentrated mainly

in the capital city Curitiba, in Morretes, in the coast and in the cities of Palmeira

and Lapa, where the Santa Cecilia anarchist settlement was located. Italians

also contributed to industry and to the birth of labor and cultural associations.

Japanese – Japanese immigrants settled in the Norte Pioneiro (Pioneering

North) and brought their agriculture tradition. Nevertheless, since they ignored

agriculture techniques related to tropical cultures, they dedicated themselves to

fish breeding, horticulture and fruit culture in the regional economy. Some of the

products introduced in the State by the Japanese were the kaki and the

silkworm. Maringá and Londrina are the cities in the State that have the largest

concentration of Japanese. The municipalities of Uraí and Assaí were born as a

Page 27: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2007...esquecidos, como por exemplo o nazismo e o apartheid que defendiam a existência de raças superiores. Português: Nessa disciplina podem ser trabalhados

result of Japanese settlements.

Blacks –The traditional population of the State of Paraná or the one in the mate

(a tea plant used for a traditional beverage) and the wood extraction industries

and for plantations was heterogeneous and it was composed of the same

elements that comprised the population in other Brazilian regions: Indians,

Europeans, Blacks and their half breeds. Therefore, a society that was also

impacted by slavery and in which the economic and social participation of Black

slaves was significant. In the first half of the 19th century, the relative number of

blacks was 40% of the total population in the Province. In Curitiba, even though

they worked mostly as household workers, black slaves were also important in

the cultural scene of the city and they used to show their musical talents by

participating in singing presentations on the municipal market plaza.

Poles – Polish immigrants arrived in Paraná around 1871 and settled in São

Mateus do Sul, Rio Claro, Mallet, Cruz Machado, Ivaí, Reserva and Irati. In

Curitiba, they founded various settlements that are the Candida and Abranches

neighborhoods today. This people helped in spreading the use of the plow and

of the mobile beam horse carriage. They worked in agriculture and helped in

boosting the production of the State.

Portuguese – In Paraná and starting in the early 19th century, large waves of

Portuguese immigrants lured by the coffee boom in the New North of Paraná

settled in the axis between Londrina, Maringá, Campo Mourão, as far as

Umuarama. Most of those immigrants came from Beiras (Upper and Lower),

Minho, and Trás-os-Montes.

The city of Paranaguá was, and still is, the city in Paraná that shows the most

distinctive features of the Portuguese culture and heritage. That city was the

entry port for Portuguese immigrants and kept some of the characteristic

features of that heritage.

Ukrainians – Ukrainians arrived in Paraná between 1895 and 1897. Over 20

thousand immigrants came to the State and settled mainly in Prudentópolis and

Mallet. This ethnic group can also be found in the municipalities of União da

Page 28: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2007...esquecidos, como por exemplo o nazismo e o apartheid que defendiam a existência de raças superiores. Português: Nessa disciplina podem ser trabalhados

Vitória, Roncador and Pato Branco. Nowadays, the State of Paraná is home to

most of the Ukrainians that live in Brazil: 350 thousand out of the 400 thousand

immigrants and their descendents.

Comentários:

Os negros efetivaram sua contribuição valiosa na construção e desenvolvimento do nosso estado, merecendo o destaque e a valorização do seu trabalho e de sua cultura.