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IMPORTÂNCIA DO DÍMERO-D NO A dosagem do D-dímero pode ser feita na suspeita de trombose venosa profunda (TVP), que é a formação de coágulos nas veias profundas dos membros inferiores ou ainda, na suspeita de um tromboembolismo pulmonar (TEP), a principal complicação de uma TVP.O TEP é a obstrução de uma artéria da circulação pulmonar, por um coágulo que se deslocou de uma veia profunda e foi até a circulação dos pulmões. Os D-dímeros são fragmentos de proteína resultantes do processo de coagulação. Este exame exige jejum de pelo menos 4 horas e, seu valor de normalidade, costuma ser abaixo de 500ng/dl. Sua grande utilidade é seu valor preditivo negativo (quando seu valor é normal a possibilidade de uma TVP ou um TEP é pequena) . No entanto, a normalidade desse exame não afasta a ocorrência destas duas doenças. Além da TVP e do TEP, outras condições podem elevar o D-dímero: insuficiências cardíaca , renal ou hepática; pós-operatório de grandes ciriurgias, traumas extensos, uso de anticoagulantes e a presença tumores . Material: Plasma citratado Volume: 1,0 mL Coleta: Coletar sangue total com citrato. Separar o plasma , acondicionar em tubo de plástico e congelar imediatamente . Enviar congelado . Temperatura: congelado Método: Aglutinação Interpretação: Uso: teste de triagem para trombose venosa profunda, avaliação de infarto agudo do miocárdio, angina instável, coagulação intravascular disseminada. O dímero D é um fragmento resultante da degradação da fibrina polimerizada especificamente. Após a coagulação haver iniciado, a trombina cliva o fibrinogênio, gerando monômeros de fibrina que se polimerizam, formando um coágulo. Existem outros fragmentos derivados da fibrina monomerizada, mas o dímero D é específico para a fibrina degradada após a polimerização, o que qualifica seu uso como marcador de fibrinólise de coágulo. É crescente a associação entre os níveis de dímero D e a presença e a severidade de doenças trombóticas. Contudo, sua interpretação deve levar em conta alguns pontos, a seguir. A vida média do dímero D é de aproximadamente 6 horas em indivíduos com função renal normal. Assim, pacientes com coágulos estáveis com esporádicas degradações podem resultar em valores normais. Quanto maior o coágulo, maior será o nível de dímero D circulante. Assim, coágulos muito pequenos, embora potencialmente danosos à saúde podem resultar valores normais. A presença de dímero D pressupõe processo de fibrinólise normal. Valores aumentados: deposições de fibrina em localizações extravasculares, condições associadas à presença de coágulos de fibrina intravasculares, coagulação intravascular disseminada(CIVD) aguda ou crônica, infarto agudo do miocardio e angina instável. Hematomas Na suspeita clínica de embolia pulmonar , resultados normais excluem esta possibilidade diagnóstica ( teste de triagem )

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IMPORTÂNCIA DO DÍMERO-D NO

A dosagem do D-dímero  pode ser feita na suspeita de trombose venosa profunda (TVP), que é a formação de coágulos nas veias profundas dos membros inferiores  ou ainda, na suspeita de um tromboembolismo pulmonar (TEP), a principal complicação de uma TVP.O TEP é a obstrução de uma artéria da circulação pulmonar, por um coágulo que se deslocou de uma veia profunda e foi até a circulação dos pulmões.

Os D-dímeros são fragmentos de proteína resultantes do processo de coagulação. Este exame exige jejum de pelo menos 4 horas e, seu valor de normalidade, costuma ser abaixo de 500ng/dl. Sua grande utilidade é seu valor preditivo negativo  (quando seu valor é normal  a possibilidade de uma TVP ou um TEP  é  pequena) . No entanto, a normalidade desse exame  não afasta a ocorrência destas duas doenças.

Além da TVP e do TEP, outras condições podem elevar o D-dímero: insuficiências cardíaca , renal ou hepática; pós-operatório de grandes ciriurgias, traumas extensos, uso de anticoagulantes e a presença tumores .

Material: Plasma citratado

Volume: 1,0 mL

Coleta: Coletar sangue total com citrato. Separar o plasma , acondicionar em tubo de plástico e congelar imediatamente . Enviar congelado .

Temperatura: congelado

Método: Aglutinação

Interpretação: Uso: teste de triagem para trombose venosa profunda, avaliação de infarto agudo do miocárdio, angina instável, coagulação intravascular disseminada. O dímero D é um fragmento resultante da degradação da fibrina polimerizada especificamente. Após a coagulação haver iniciado, a trombina cliva o fibrinogênio, gerando monômeros de fibrina que se polimerizam, formando um coágulo. Existem outros fragmentos derivados da fibrina monomerizada, mas o dímero D é específico para a fibrina degradada após a polimerização, o que qualifica seu uso como marcador de fibrinólise de coágulo. É crescente a associação entre os níveis de dímero D e a presença e a severidade de doenças trombóticas. Contudo, sua interpretação deve levar em conta alguns pontos, a seguir. A vida média do dímero D é de aproximadamente 6 horas em indivíduos com função renal normal. Assim, pacientes com coágulos estáveis com esporádicas degradações podem resultar em valores normais. Quanto maior o coágulo, maior será o nível de dímero D circulante. Assim, coágulos muito pequenos, embora potencialmente danosos à saúde podem resultar valores normais. A presença de dímero D pressupõe processo de fibrinólise normal. Valores aumentados: deposições de fibrina em localizações extravasculares, condições associadas à presença de coágulos de fibrina intravasculares, coagulação intravascular disseminada(CIVD) aguda ou crônica, infarto agudo do miocardio e angina instável. Hematomas Na suspeita clínica de embolia pulmonar , resultados normais excluem esta possibilidade diagnóstica ( teste de triagem )

Apesar de amplamente usado em todo o mundo e de fazer parte de várias diretrizes para o diagnóstico de tromboembolismo venoso1, o D-Dímero ainda gera insegurança quanto ao seu real valor clínico e sua capacidade de descartar quadros de trombose venosa profunda (TVP) e tromboembolismo pulmonar (TEP). Para aliviar a incerteza dos profissionais frente a estas situações, foi publicado na revista Annals of Internal Medicine, em 20 de abril de 2004, por Stein et al.2 uma revisão sistemática da literatura para acessar a sensibilidade, especificidade e razão de probabilidade (likelihood ratio) dos diferentes tipos de técnica para mensuração do D-Dímero e a variabilidade dessas medidas entre os estudos de diagnóstico de TVP e TEP. Estudos em todas as línguas foram identificados procurando-se o PubMed de 1983 a janeiro de 2003 e a EMBASE de 1988 a janeiro de 2003.

Os pesquisadores selecionaram os estudos prospectivos que compararam o D-Dímero com os gold standarts referência. Estudos com alta qualidade metodológica foram incluídos em uma

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análise comparativa, enquanto estudos mais fracos foram incluídos apenas na análise de sensibilidade.

Dos resultados encontrados para TVP, os métodos ELISA e ELISA rápido quantitativo (ERQ) lideraram em relação à sensibilidade, com valores de 0,96 (95% intervalo de confiança [IC], 0,91 a 1,00) e razão de probabilidade negativa: 0,12 (IC, 0,04 a 0,33) para ELISA e sensibilidade 0,96 (IC, 0,90 a 1,00) e razão de probabilidade negativa de 0,09 (IC, 0,02 a 0,41) para ERQ.

Para TEP, a variabilidade dos métodos foi semelhante, também com melhores resultados para ELISA, com sensibilidade 0,95 (IC, 0,85 a 1,00) e razão de probabilidade negativa de 0,13 (IC, 0,03 a 0,58) e para ERQ com sensibilidade de 0,95 (IC, 0,83 a 1,00) e razão de probabilidade negativa de 0,13 (IC, 0,02 a 0,84). A razão de probabilidade positiva variou apenas entre 1,5 e 2,5 para tais métodos.

Para o ELISA semi-quantitativo, a sensibilidade foi de 0,89 (IC, 0,81 a 0,98) para TVP e 0,93 (IC, 0,79 a 1,00) para TEP; para o método Látex quantitativo a sensibilidade foi de 0,85 (IC, 0,74 a 0,95) para TVP e 0,89 (IC, 0,81 a 0,98) para TEP; para látex semi-quantitativo, a sensibilidade foi de 0,79 (0,69 a 0,88) para TVP e 0,80 (IC, 0,65 a 0,94) para TEP; o método whole-blood mostrou sensibilidade 0,87 (IC, 0,68 a 1,00) para TVP e 0,78 (IC, 0,64 a 0,92) para TEP.

As especificidades foram baixas em geral, evidenciando o papel principal de determinação do D-Dímero em excluir o diagnóstico de TEP e TVP.

Comentário

A utilidade clínica do D-Dímero é limitada pela baixa especificidade de um resultado positivo, estando sujeito à interferência de situações como inflamação, trauma e cirurgia.

Apesar da baixa especificidade, a relevância clínica do D-Dímero se consagra neste estudo por sua alta sensibilidade e baixa razão de probabilidade negativa, ou seja, seu poder de afastar a doença tromboembólica (TVP ou TEP) frente a um resultado negativo, desde que o método utilizado seja ELISA, ou ELISA rápido quantitativo, o que já realça a relevância de se saber qual método de análise de D-Dímero é realizado em cada serviço.

Os ensaios não-ELISA, quando combinados a uma baixa probabilidade clínica de TVP ou TEP, também proporcionam uma segurança razoável de se descartar esses diagnósticos, reduzindo a necessidade de exames complementares. Porém, tais métodos (látex quantitativo e semi-quantitativo) não devem ser utilizados isoladamente, quando houver razoável probabilidade clínica de tais fenômenos, sendo nestes casos prudente prosseguir a investigação com outros métodos como ultrassonografia com Doppler para TVP e/ou angiotomografia pulmonar, arteriografia ou estudo inalação/perfusão cintilográfico para TEP.

Com todos estes dados deve-se sempre relembrar a importância da probabilidade clínica pré-teste, pois será nesta probabilidade que a razão de probabilidades terá influência. Supondo-se que a probabilidade clínica pré-teste de um diagnóstico de TVP seja muito alta, tal como de 0,80, com Odds Ratio de 4,00, e, ainda, considerando-se uma razão de probabilidades negativa de 0,09, como a encontrada no referido estudo, a probabilidade pós-teste seria de 0,28, ou seja, uma probabilidade muito alta para não se prosseguir no diagnóstico.

O uso de razões de probabilidades tem como principal função determinar a probabilidade pós-teste de um diagnóstico, baseado na probabilidade pré-teste.

Portanto, esse estudo vem estabelecer dois aspectos principais no diagnóstico do tromboembolismo venoso: a necessidade de se combinar a determinação do D-Dímero com a probabilidade clínica pré-teste antes de se prosseguir na investigação diagnóstica e a superioridade dos métodos ELISA e ELISA rápido quantitativo, ressaltando que em situações de altíssima prevalência de TVP (calculadas pela probabilidade pré-teste) nem mesmo eles podem ser utilizados como únicas ferramentas para exclusão diagnóstica.

 Dímero D

Page 3: D- dimero

O que é o exame: coleta de sangue venoso para dosagem da concentração de dímero D, um produto de degradação da fibrina pela plasmina.

Para que serve: auxílio no diagnóstico de doenças e condições que causam hipercoagulabilidade, como trombose venosa profunda e tromboembolismo pulmonar. É detectado uma hora após a formação do trombo e permanece elevado em média por 7 dias.

Valor de referência: 68 a 494 nanog/mL

Valores aumentados: em algumas condições clínicas também são encontrados níveis altos de dímero D, a saber: infarto agudo do miocárdio, sepse, neoplasias, insuficiência cardíaca, pneumonias, dentre outras. Resultados falso-positivos podem ser encontrados em portadores de artrite reumatóide, hipertrigliceridemia e hiperbilirrubinemia.

Valores diminuídos: pacientes recebendo terapia anticoagulante podem apresentar um resultado falso-positivo na dosagem dímero D.

Instruções para realização do exame: é importante relatar se fez uso de medicamentos ou anticoagulantes nos últimos 14 dias.

DÍMERO - D :

O tromboembolismo pulmonar (TEP) é uma doença comum e potencialmente fatal, tendo uma mortalidade de aproximadamente 30%. Com o uso de anticoagulantes e de trombolíticos, esta taxa pode ser reduzida para 2%–8%. O diagnóstico é freqüentemente difícil de se obter, sendo que a prevalência de TEP em autópsia de pacientes hospitalizados (entre 12%–15%) tem se mostrado inalterada nos últimos 30 anos. TEP é uma causa comum de complicação e morte após cirurgias de grande porte, neurocirurgias, cirurgias ortopédicas, trauma, pós–parto, e nos pacientes clínicos portadores de neoplasias, doenças pulmonares e cardíacas. Com o aumento da longevidade destes pacientes, o TEP tende a se tornar um problema de importância clínica cada vez maior. O diagnóstico precoce e a instituição imediata da terapêutica são essenciais na diminuição da morbidade e mortalidade desta entidade. Em grandes séries recentes, a prevalência de TEP em pacientes nos quais existe a suspeita clínica é muito baixa (ao redor de 15%–35%), não justificando o uso de exames invasivos e de alto custo como estratégia inicial na abordagem destes pacientes. Neste contexto, a dosagem do Dímero-D em pacientes com suspeita de TEP não maciço é extremamente útil. O Dímero-D plasmático é um produto de degradação, que tem reação cruzada com a fibrina e, quando dosado, tem se mostrado altamente sensível. Embora o Dímero-D seja altamente específico à fibrina, a especificidade da fibrina para TEP é muito baixa. De fato, a sua produção está aumentada em situações como câncer, inflamação, infecção, necrose, e nos pós- operatórios em geral. O Dímero é extremamente útil em serviços de emergência, excluindo o diagnóstico de TEP. A combinação de suspeita clínica, associada a níveis de Dímero-D como passo inicial, progredindo-se para a realização de cintilografia pulmonar ou tomografia pulmonar helicoidal, formam a tríade de abordagem diagnóstica mais eficaz em pacientes com suspeita de TEP. Nós dispomos em nosso laboratório da dosagem de Dímero-D , pelo sistema Cardic Reader da Roche.