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A Era do Cyborg Homo Sapiens Bytes O corpo enquanto ser híbrido. O cyberpunk. O fenômeno dos hackers. Apresentação: Ivonísio Mosca de C. Filho

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A Era do Cyborg Homo Sapiens Bytes

O corpo enquanto ser híbrido. O cyberpunk.

O fenômeno dos hackers.

Apresentação:

Ivonísio Mosca de C. Filho

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Ivonísio Mosca de C. Filho - Copyleft 2008

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Ivonísio Mosca de C. Filho

Ciberespaço:

Novo meio de comunicação que surge da interconexão mundial dos computadores. O termo especifica não apenas a infra-estrutura material da comunicação digital, mas também o universo oceânico de informações que ela abriga, assim como os seres humanos que navegam e alimentam esse universo.

Cibercultura:

Conjunto de técnicas, práticas, atitudes,

modos de pensamento e valores que se

desenvolvem juntamente com o

crescimento do ciberespaço

A cibercultura expressa o surgimento de um novo universal, diferente das formas

culturais que vieram antes dele no sentido de que ele se constrói sobre a

indeterminação de um sentido global qualquer.

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Ivonísio Mosca de C. Filho

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Ivonísio Mosca de C. Filho - Copyleft 2008

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Ivonísio Mosca de C. Filho - Copyleft 2008

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Com as ferramentas que o homem cria, ele

transforma o mundo e as ferramentas acabam

transformando o homem.

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Ivonísio Mosca de C. Filho

O CIBERPUNK

O cyberpunk é, antes de tudo, uma cultura tecnológica que vive e acredita no presente. Em relação ao termo definiríamos como sendo mais uma atitude, um comportamento de um grupo do que uma cultura em si. O cyberpunk é uma sub-cultura dentro do que podemos chamar de cibercultura. (Lemos)

O cyberpunk é fruto da informatização da sociedade e domina as novas tecnologias e propõe uma utilização "político-anarquista" da tecnologia no mundo de hoje.

A origem do prefixo cyber vem do termo cybernetics. O "punk" vem da atitude de apropriação do ciberespaço.

Para o cyberpunk a tecnologia é instrumento de poder, de prazer, deleite, diversão e principalmente de comunicação livre.

O cyberpunk não forma uma sub-cultura homogenea, formando vários grupos subdivididos em tribos com definições e atitudes distintas como os hackers, os crackers, os phreakers, os ravers, os cypherpunks.

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Ivonísio Mosca de C. Filho

Hacker (...)

Phreaker (telecomunicações)

Cracker (destruir a tecnologia – “Una Bomber”)

Cypherpunks (tecno-anarquistas que lutam pela manutenção da privacidade no ciberespaço através da difusão de programas de criptografia de massa – proibidos em alguns países)

Ravers e os zippies (neo-hippies - extensão da cultura hippie às novas tecnologias – a máxima do hedonismo. O movimento rave é ao mesmo tempo cultural, social e político. Os zippies são os neo-hippies ingleses)

Extropians - potencializar os recursos da medicina avançada para aumentar as capacidades físicas do homem.

«Cyberpunks são inventores, escritores inovadores, artistas hi-tech, diretores de cinema que correm riscos, compositores iconoclastas, [...] cientistas que trabalham por conta própria, [...] - todos aqueles que estão audaciosamente indo onde ninguém jamais levou o pensamento antes.»

Timonth Leary

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Ivonísio Mosca de C. Filho

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Ivonísio Mosca de C. Filho

- «O homem não pode ser definido, antropológica e socialmente, sem a dimensão da técnica. Técnica é arte (tekhnè) de construção da vida. A técnica é então um caso específico e particular da zoologia, na medida em que o fenômeno tecnico aparece como uma solução para a relação entre a matéria viva (orgânica) e a matéria inerte (inorgânica), constituindo-se como "matéria inorgânica organizada".»

(André Lemos)

- A questão do cyborg, dentro dos estudos da cultura ("cultural studies"), foi introduzida com o "Manifesto for Cyborgs" de Donna Haraway.

- Haraway apresenta um novo campo do saber – cyborgologia.

- O cyborg seria um organismo, meio máquina meio biológico, que possui uma

identidade parcial e contraditória, aceitando a indiferenciação. Assim, libertar-nos-ia das hierarquias sociais, do racismo e do sexismo que impera na civilização Ocidental.

- Segundo Haraway, o cyborg surge a propósito da cultura contemporânea e a partir de três abalos de fronteira: a fronteira entre os animais e os seres humanos; a fronteira entre o orgânico e o inorgânico; e a fronteira entre o físico e o não-físico. (André Lemos)

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Ivonísio Mosca de C. Filho

Haraway pensa o mundo do cyborg como aquele em que as realidades social e corporal são vividas por uma sociedade que não tem medo de se juntar à matéria inorgânica, de perder permanentemente suas identidades, de experimentar a complexidade e a contradição. Todo o jogo político contemporâneo está no confronto entre essas duas perspectivas.

No mundo do cyborg, trata-se muito mais de afinidade do que de identidade. Maffesoli fala da passagem de uma lógica da identidade (típica da modernidade) à uma lógica da identificação que estaria dando exemplos na vida quotidiana contemporânea. Essa lógica de identificação opera muito mais por afinidade que por identidade.

A Cibercultura contemporânea subverte o dualismo Homem-Máquina ao ponto de não sabermos onde começa o homem e onde termina a máquina. (Lemos)

"I would rather be a cyborg than a goddess" (Donna Haraway)

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Ivonísio Mosca de C. Filho

O processo de "cyborgização" da personalidade - O netcyborg tem uma personalidade híbrida, constantemente construída e reconstruída no ciberespaço.

Se na vida real, o corpo determina a identidade e as formas de sociabilidade daí emergentes (Goffman), no ciberespaço a identidade é ambígua, não existindo certezas (sexo, classe, raça) para a determinação das formas de interacção.

“Com a metafora do cyborg, principalmente o interpretativo, o ciberespaço se constitui como um espaço para refazer as categorias identificatórias na cultura contemporânea. Assim, sem um corpo físico como receptáculo da construção da identidade, o sujeito fica livre para jogar com comportamentos e identidades. O ciberespaço produz uma nova forma de sociabilidade, criando um novo senso de identidade, ao mesmo tempo descentralizada e múltipla; uma sociabilidade eletrônica dos netcyborgs.” André Lemos

O ciberespaço é um imenso "corpo sem órgãos", um "CorpoRede"

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Ivonísio Mosca de C. Filho

Premissas:

- Movimento de euforia ao desenvolvimento

tecnológico.

- A visão do corpo como algo mutante.

- As mudanças comportamentais e as adequações corporais

- A tecnologia passa a ser identificada como sendo um vector de expansão de possibilidades, de ampliação dos canais de passagem entre o imperfeito e o perfeito, de quebras de fronteiras entre interior e o exterior, público e privado, real e virtual, próximo e distante

- Momento de transição

- A cultura emergente é resultado de um processo de artificialização da natureza.

O corpo enquanto ser híbrido – que se afasta das leis naturais.

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No ciberespaço o corpo desaparece dando lugar a espectros (Guillaume) que circulam como informações.

Rosanne Stone identifica os cidadãos do ciberespaço um "cyborg envy", ou um desejo do cyborg.

O exemplo dos "hackers" que entram nos sistemas informatizados e que desejam superar a fronteira entre o corpo físico e a Rede, caracterizam esse "cyborg envy".

Uma das características desse "cyborg envy" é a quebra de fronteiras .

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Ivonísio Mosca de C. Filho

O ECOSSITEMA DIGITAL

O novo ambiente tecnológico que vivemos impõe a adoção de novos padrões

de comportamentos, uma nova ética (Ética Hacker). Sempre que há um salto

tecnológico, na História, há uma transformação nas regras e nos valores do

convívio social.

O ambiente tecnológico inédito à nossa volta deve nos levar para uma nova

sociabilidade, que negocie formas de convivência mais inteligentes.

Inovação Tecnológica Significa

Inovação Moral

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A Cibercultura

no quotidiano

As cibercidades. Novos media e a emergência

dos self media.

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Cibercidade

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Alessandro Auguri e Stephen Graham propõem:

Cidades digitais enraizadas (grounded) – veiculadas a espaços urbanos definidos, resultantes de iniciativas derivadas de

consórcios ou associações que têm no Estado o seu centro de gestão.

Cidades digitais não enraizadas (not grounded) – são aquelas que utilizam um interface familiar às cidades; são metáforas

urbanas que agrupam vários serviços de Internet pelo mundo, mas que não têm nenhuma relação com qualquer município

específico.

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Ivonísio Mosca de C. Filho

2 milhões de Kg... É o peso sobre nossas cabeças o tempo todo, na forma de artefatos que giram

hoje em torno da terra, lançados pelo homem nos últimos cinquenta anos.

Fonte:Nasa

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Ivonísio Mosca de C. Filho

A cada segundo, acontece +

1 milhão de

clicks nas

páginas da

internet.

Se uma pessoa clicasse uma

vez a cada segundo,

demoraria 12 dias clicando

ininterruptamente até atingir

1 milhão de clicks.

Demoraria 12 dias para

repetir o que acontece no

mundo inteiro a cada

segundo!

Fonte: Kevin Kelly/Revista Wired. Agosto/2005

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6 mil espiões novos por hora...

É a quantidade de máquinas fotográficas digitais

produzidas em 2004, a cada 60 minutos.

No total foram 74 milhões de unidades.

Fonte: Kodak e IDC/Revista Exame e Sony Corp

2 mil novos

cineastas a cada hora. Em 2005, a quantidade de câmeras de vídeo digital

foi de 18,5 milhões de unidades.

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Ivonísio Mosca de C. Filho

Uma estante de 50 mil Km... Caso todas as páginas existentes na Internet fossem transformadas em páginas

de livros, esse é o tamanho que atingiriam os volumes enfileirados.

A rede mundial de computadores tem 600 bilhões de páginas, 100 para cada

habitante do planeta.

Fonte: Kevin Kelly/Revista Wired.

Agosto/2005

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Ivonísio Mosca de C. Filho

Cibercidade é uma descrição/narração onde os olhos não vêm coisas, mas simulações de quase-objectos.

Relações mais intelectuais que corporais

O ciberespaço, tal como o espaço urbano, é um sistema de signos e de significações

Relações das cidades com a informática:

Planear e simular as cidades em computadores

Informatização das instituições

Virtualização na forma de cibercidade

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Globalização e sociedade da

informação

GLOBALIZAÇÃO

“Processo de transformações econômicas e suas consequências políticas à escala

mundial desencadeado na década de 90 a partir da convergência tecnológica

baseada na digitalização, na desregulação e privatização de importantes

setores econômicos e no primado do mercado como núcleo do funcionamento

econômico.”

Fernando Cascais

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Webster (1995) considera que vivemos numa nova sociedade, numa

“sociedade da informação”, que se caracteriza por 5 critérios:

- Tecnológico (inovação)

- Econômico (o peso da informação na economia)

- Ocupacional (transformação ocupacional – a maioria dos empregos

depende da informação e do conhecimento)

- Espacial (as fronteiras deixam de existir)

- Cultural (crescimento da informação que é acessível aos cidadãos)

Globalização e sociedade da informação

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Ivonísio Mosca de C. Filho

Anthony Giddens vê a globalização como uma consequência da modernidade e fruto

das transformações das relações sociais. Para Giddens, a globalização

corresponde à intensificação das relações sociais globais que ligam comunidades

locais, e é formatada por acontecimentos que têm lugar a uma grande distância.

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Ivonísio Mosca de C. Filho

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Ivonísio Mosca de C. Filho

Não somente as técnicas são imaginadas, fabricadas e reinterpretadas durante seu

uso pelos homens, como também é o próprio uso intensivo de ferramentas que

constitui a humanidade enquanto tal.

A técnica é um ângulo de análise dos sistemas sócios-técnico globais, um ponto de

vista que enfatiza a parte material e artificial dos fenômenos humanos.

É impossível separar o humano de seu ambiente material e separar o mundo material

das idéias por meio das quais os objetos técnicos são concebidos e utilizados, nem

dos humanos que as inventam, produzem e utilizam.

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FIM [email protected]

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