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  • i

    ANLISE DE MTODOS ESTATSTICOS EM PLANEJAMENTO E CONTROLE

    DE MANUTENO

    Monique Miranda de Oliveira

    Projeto de Graduao apresentado ao

    Curso de Engenharia Mecnica da Escola

    Politcnica, Universidade Federal do Rio

    de Janeiro, como parte dos requisitos

    necessrios obteno do ttulo de

    Engenheiro.

    Orientador: Fbio Luiz Zamberlan

    Rio de Janeiro

    Fevereiro de 2014

  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

    Departamento de Engenharia Mecnica

    DEM/POLI/UFRJ

    ANLISE DE MTODOS ESTATSTICOS EM PLANEJAMENTO E

    CONTROLE DE MANUTENO

    Monique Miranda de Oliveira

    PROJETO FINAL SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO DEPARTAMENTO

    DE ENGENHARIA MECNICA DA ESCOLA POLITCNICA DA

    UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS

    REQUISITOS NECESSRIOS PARA A OBTENO DO GRAU DE

    ENGENHEIRO MECNICO.

    Aprovado por:

    ________________________________________________

    Prof. Fabio Luiz Zamberlan, M.Sc.

    ________________________________________________

    Prof. Daniel Alves Castello, D.Sc.

    ________________________________________________

    Prof. Jos Antonio Monassa Heide, Eng. Mec.

    RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

    FEVEREIRO DE 2014

  • i

    De Oliveira, Monique Miranda

    Anlise de Mtodos Estatsticos em Planejamento e

    Controle de Manuteno/ Monique Miranda de Oliveira.

    Rio de Janeiro: UFRJ/ Escola Politcnica, 2014.

    VIII, 69 p.: il.; 29,7 cm.

    Orientador: Fabio Luiz Zamberlan

    Projeto de Graduao UFRJ/ Escola

    Politcnica/ Curso de Engenharia Mecnica, 2014.

    Referncias Bibliogrficas: p. 55.

    1. Manuteno 2. Otimizao 3. Mtodos Estatsticos

    4. Confiabilidade 5. Disponibilidade Fsica. I. Zamberlan,

    Fabio Luiz. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ,

    Curso de Engenharia Mecnica. III. Anlise de Mtodos

    Estatsticos em Planejamento e Controle de Manuteno.

  • Dedicatria

    A meu pai, por acreditar e incentivar todos os meus sonhos e por me ensinar por

    exemplo os princpios que nortearam minha formao e que guiaro minha carreira; e

    minha av Laura (in memoriam). Ainda que sua sade no permitisse que estivssemos

    prximas em diversos momentos, sei que estive em suas oraes a cada fim de tarde e

    que me tornei a mulher que sou hoje graas conduta que ensinou a toda a famlia.

    Obrigada por todo o seu carinho.

  • Agradecimentos

    Agradeo toda a equipe de PCM, em especial a Carlos Thiago, Jennifer Madeira e

    Vincius Alves. Obrigada por acreditarem em mim e impulsionarem a minha carreira

    com seus ensinamentos. Sero sempre lembrados como grandes amigos e meus

    exemplos de profissionais. Agradeo tambm a meu irmo e a minha me pelo carinho

    incondicional e a meu noivo, Bruno; seu apoio e sua amizade deram-me foras a cada

    dificuldade e fizeram-me persistir at alcanar esta vitria que no apenas minha, mas

    nossa, e a primeira de muitas que conquistaremos juntos.

  • Resumo do Projeto de Graduao apresentado Escola Politcnica/ UFRJ como parte

    dos requisitos necessrios para a obteno do grau de Engenheiro Mecnico.

    Anlise de Mtodos Estatsticos em Planejamento e Controle de Manuteno

    Monique Miranda de Oliveira

    Fevereiro/2014

    Orientador: Fabio Luiz Zamberlan

    Curso: Engenharia Mecnica

    Neste trabalho, ser realizada uma introduo a respeito dos benefcios da implantao

    de uma clula de Planejamento e Controle de Manuteno (PCM) em uma planta fabril.

    So apresentados conceitos relativos a planos de manuteno e defende-se a utilizao

    de mtodos estatsticos para anlise de equipamentos de alta criticidade. O intuito do

    uso desses mtodos o de gerar dados que nortearo as tomadas de decises

    estratgicas da empresa e, para comprovar sua aplicabilidade, toma-se como exemplo e

    estudo de caso uma organizao nacional de grande atuao e que lidera a venda de

    garrafas de vidro para bebidas alcolicas no pas. Sua fbrica de vidros localiza-se no

    Rio de Janeiro e tem um setor de PCM com grandes dificuldades em cumprimento de

    planos de programao de manutenes e gesto de hora-homem de seus tcnicos

    mantenedores. Por meio de mtodos estatsticos, os dados de reparo e de falha de seu

    item que demanda maior nmero de intervenes e concentra os recursos da Engenharia

    so analisados; com simulaes grficas, tm-se os quadros de confiabilidade, taxa de

    falha, manutenabilidade e sua posio de ciclo de vida na curva da banheira. Com essas

    informaes, calcula-se a disponibilidade do item e uma posio estratgica definida a

    partir dessa nova base de dados. O resultado mostra-se satisfatrio de forma que a

    empresa decide por adotar os mtodos estatsticos para direcionar seus planos de

    programao de manutenes.

    Palavras-Chave: Manuteno, Otimizao, Mtodos Estatsticos, Confiabilidade,

    Disponibilidade Fsica.

  • Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of

    the requirements for the degree of Engineer.

    ANALYSIS OF STATISTICAL METHODS IN PLANNING AND CONTROL

    MAINTENANCE

    Monique Miranda de Oliveira

    February/2014

    Advisor: Fabio Luiz Zamberlan

    Course: Mechanical Engineering

    In this work, an introduction will be made regarding the benefits of installing a Planning

    and Maintenance Control (PCM) cell in a manufacturing plant. Some concepts related

    to maintenance plans and advocates the use of statistical methods for analysis of high

    criticality equipment are presented. The purpose of the use of these methods is to

    generate data that will guide the strategic decisions of the company and, to demonstrate

    its applicability, it is taken as an example and case study of a national organization of

    great acting and leading the sale of bottled glass for alcoholic beverages in the country.

    The glassworks is located in Rio de Janeiro and has a sector of PCM with great

    difficulties in fulfilling schedules of maintenance and management of man-hour of their

    technical maintainers. Through statistical methods, data and repair of the item that

    demands greater number of interventions and focuses the resources of engineering

    failure are analyzed, with graphical simulations, there are the pictures of reliability,

    failure rate , maintainability and its position in the life cycle in the bathtub curve . With

    this informations, calculate the availability of the item and a strategic position is defined

    from this new database. The result proves satisfactory so that the company decides to

    adopt statistical methods to drive its plans for maintenance schedule.

    Keywords: Maintenance, Optimization, Statistical Methods, Reliability, Physical

    Availability.

  • Lista de Figuras

    Figura 1: Ciclo a Partir da Observao de uma Anomalia e Gerao de uma Nota de

    Manuteno.......................................................................................................................4

    Figura 2: Exemplo de Ordem de Servio..........................................................................5

    Figura 3: Modelo de Minstzberg.......................................................................................7

    Figura 4: Modelo de Galbraith..........................................................................................8

    Figura 5: Curva da Banheira............................................................................................17

    Figura 6: Fase de Mortalidade da Vlvula.......................................................................48

  • Lista de Grficos:

    Grfico 1: Composio dos Custos de Manuteno 2011............................................14

    Grfico 2: Funo Densidade de Probabilidade para uma Distribuio de Weibull com

    parmetros = 0,5 e =2000 hrs......................................................................................21

    Grfico 3: Confiabilidade para uma Distribuio de Weibull com parmetros = 0,5

    e =2000 hrs....................................................................................................................22

    Grfico 4: Taxa de Falha para uma Distribuio de Weibull com parmetros = 0,5

    e =2000 hrs....................................................................................................................22

    Grfico 5: Funo Densidade de Probabilidade para uma Distribuio de Weibull com

    parmetros = 1 e =2000 hrs.........................................................................................23

    Grfico 6: Confiabilidade para uma Distribuio de Weibull com parmetros = 1

    e =2000 hrs....................................................................................................................23

    Grfico 7: Taxa de Falha para uma Distribuio de Weibull com parmetros = 1

    e =2000 hrs....................................................................................................................24

    Grfico 8: Funo Densidade de Probabilidade para uma Distribuio de Weibull com

    Parmetros = 4 e =2000 hrs.........................................................................................25

    Grfico 9: Confiabilidade para uma Distribuio de Weibull com Parmetros = 4

    e =2000 hrs....................................................................................................................25

    Grfico 10: Taxa de Falha para uma Distribuio de Weibull com Parmetros = 4

    e =2000 hrs....................................................................................................................25

    Grfico 11: Curva de Tendncia de Degradao.............................................................27

    Grfico 12: Custos de Manuteno Preditiva em Funo do Tempo..............................29

    Grfico 13: Curva da Taxa de Degradao......................................................................29

    Grfico 14: Disponibilidade Fsica em Funo do Tempo..............................................31

    Grfico 15: Probabilidade de Sucesso Operacional em Funo do Nmero de Peas

    Sobressalentes Disponveis para um Conjunto de Bombas.............................................33

    Grfico 16: Melhorias Promovidas em Fbrica de Pneus por Otimizao da Clula de

    PCM e Uso de Mtodos Estatsticos................................................................................40

    Grfico 17: Melhorias Promovidas em Fbrica de Pneus por Otimizao da Clula de

    PCM e Uso de Mtodos Estatsticos................................................................................41

    Grfico 18: Papel de Probabilidade Segundo Distribuio Lognormal para o Tempo

    para Reparo......................................................................................................................43

    Grfico 19: Manutenabilidade em Funo do Tempo.....................................................44

  • Grfico 20: Papel de Probabilidade Segundo Distribuio de Weibull para Tempos entre

    Falhas...............................................................................................................................44

    Grfico 21: Confiabilidade em Funo do Tempo..........................................................46

    Grfico 22: Confiabilidade em Funo do Tempo..........................................................46

    Grfico 23: Taxa de Falha em Funo do Tempo...........................................................47

    Grfico 24: Taxa de Falha em Funo do Tempo...........................................................47

  • Lista de Tabelas:

    Tabela 1: Nmero de Peas Sobressalentes para uma Dada Probabilidade de Sucesso

    Operacional......................................................................................................................34

    Tabela 2: Dados de Tempos entre Falhas e Reparo para Vlvula do Scrapper...............42

  • Anexos

    Anexo 1: Dados de Vibrao para Anlise de Degradao............................................55

  • Sumrio

    Lista de Figuras................................................................................................................vi

    Lista de Grficos.............................................................................................................vii

    Lista de Tabelas................................................................................................................ix

    Anexos...............................................................................................................................x

    1 Introduo.......................................................................................................................1

    1.1 Objetivo Geral.........................................................................................................2

    1.2 Objetivo Especficos................................................................................................2

    1.3 Justificativa..............................................................................................................2

    1.4 Metodologia.................................................................................3

    2 A Importncia de PCM...............................................3

    2.1 Anlise com o Modelo de Mintzberg......... ............................................................6

    2.2 Anlise com o Modelo de Galbraith........................................................................7

    3 Indicadores de Manuteno9

    3.1 MTBF Mean Time Between Failure..10

    3.2 MTTR Mean Time To Repair10

    3.3 MTTF Mean Time To Failure11

    3.4 Disponibilidade Fsica (DF)..................................................................................11

    3.5 Confiabilidade.......................................................................................................12

    3.6 Custo de Manuteno por Faturamento.................................................................12

    3.7 Custo de Manuteno por Valor de Reposio.....................................................13

    3.8 Custos da Manuteno no Brasil...........................................................................13

    4 Estratgias de Manuteno...........................................................................................14

    4.1 Manuteno Corretiva...........................................................................................15

    4.2 Manuteno Preventiva.........................................................................................15

    4.3 Manuteno Preditiva............................................................................................15

    4.4 Manuteno Detectiva...........................................................................................16

    5 Uso de Mtodos Estatsticos em PCM.........................................................................16

    5.1 Distribuio de Weibull.........................................................................................18

    5.1.1 Relaes entre os Parmetros da Distribuio de Weibull e o Planejamento da

    Manuteno.....................................................................................................................20

    5.1.1.1 Parmetro de Forma ()...........................................................................21

    5.1.1.2 Parmetro de Escala ()...........................................................................26

  • 5.1.2 Determinao do Intervalo timo de Preditiva..............................................26

    5.1.2.1 Anlise da Degradao................................................................................26

    5.1.2.2 Curva da Taxa de Degradao.....................................................................28

    5.1.3 Determinao do Intervalo timo para Manuteno Detectiva.........................30

    5.2 Distribuio de Poisson e Dimensionamento de Peas Sobressalentes.....................32

    5.3 Distribuio Lognormal.............................................................................................34

    5.4 Testes de Aderncia...................................................................................................35

    5.4.1 Teste do Qui-quadrado.......................................................................................36

    5.4.2 Teste Kolmogorov-Smirnov...............................................................................36

    6 Estudo de Caso.............................................................................................................37

    7 Concluso.....................................................................................................................49

    8 Referncias Bibliogrficas............................................................................................53

  • 1

    1. Introduo

    No cenrio econmico atual, as empresas buscam tornar-se cada vez mais

    competitivas, diminuindo os custos e os tempos de produo de maneira a permitir um

    menor repasse de gastos ao consumidor. Neste quadro, o PCM (sigla para Planejamento

    e Controle de Manuteno) se mostra como uma importante clula para unidades fabris

    uma vez que a sua implantao permite uma melhor dinmica operacional e distribuio

    das atividades de manuteno mais eficiente, atuando de forma significativa na

    diminuio dos gastos com reparos e falhas. Alm disso, o check da execuo de

    servios de manuteno e o acompanhamento programado dos mesmos oferecem uma

    melhor eficincia, reduzindo tempos de parada de mquinas, o que mais uma vez

    contribui para um produto final de preo mais atrativo para o consumidor.

    Na Europa, a Engenharia de Manuteno, tambm conhecida como EDM,

    responsvel pelo controle e anlise de falhas de equipamentos em ambientes fabris

    desde 1950, abrindo portas para o conceito de Planejamento e Controle de Manuteno

    j na dcada de 1960. No Brasil, este conceito foi introduzido apenas em meados dos

    anos 90, devido ao crescimento industrial e incentivado pela criao da Associao

    Brasileira de Manuteno a partir dos esforos de profissionais do Instituto Brasileiro de

    Petrleo (IBP).

    Paralelamente a sua atuao na gesto da programao das manutenes fabris,

    PCM pode ser dita como um dos fatores integradores de uma organizao, permitindo

    que qualquer funcionrio reporte uma anomalia em seu ambiente de trabalho por meio

    da criao de uma nota de manuteno e receba um feedback por parte do corpo tcnico

    e a possibilidade de acompanhamento das medidas para soluo do mesmo.

    No Brasil, esse sistema de programao ainda pouco difundido no meio

    acadmico, sendo mais conhecido por aqueles que tiveram experincias profissionais

    em ambientes fabris de companhias altamente competitivas. Atualmente, esses

    profissionais so cada vez mais adeptos do uso de mtodos de anlise estatstica para

    determinao de perodos timos de manuteno e de nmeros de peas sobressalentes

    necessrias para um determinado risco assumido, como as distribuies de Weibull,

    exponencial, normal, lognormal e gamma. O uso desses mtodos na execuo das

    atividades de PCM em ambientes fabris mostrou-se to benfico que, at mesmo

    unidades de produo e explorao de petrleo adotaram as funes de distribuio de

    probabilidade para determinao de perodos de manutenes programadas.

  • 1.1 Objetivo Geral

    O objetivo deste trabalho analisar as principais contribuies da implantao

    de clulas de PCM para a manuteno de ambientes fabris e introduzir um estudo sobre

    a manuteno segundo o uso de mtodos estatsticos. Intende-se proporcionar uma

    melhor compreenso a respeito do conceito de Planejamento e Controle de Manuteno,

    suas atribuies e rotinas em meio a uma unidade de Engenharia em um ambiente fabril.

    Almeja-se tambm expor a descrio do comportamento de um equipamento segundo

    suas taxas de falha, fase de mortalidade e disponibilidade fsica por uso de softwares

    baseados em mtodos matemticos para obteno de parmetros que melhor descrevam

    sua performance e, por fim, determinar-se a aplicabilidade desses mtodos em meio a

    indstrias de produo nacional.

    1.2 Objetivos Especficos

    Este trabalho tem como objetivo introduzir um mtodo de clculo de

    disponibilidade e identificao da posio atual no ciclo de vida de um sistema

    tecnolgico com significativa complexidade, exposto a desgaste, altas temperaturas e a

    um nmero de intervenes corretivas crescente e alarmante. Deseja-se demonstrar o

    mtodo de posicionamento na curva da banheira e a correta anlise desse resultado,

    gerando uma base de dados para a equipe de Planejamento que permitir a otimizao

    da manuteno para este sistema.

    1.3 Justificativa

    O desenvolvimento deste trabalho se justifica tendo em vista a crescente

    demanda pelo acompanhamento da manuteno e o aumento do uso de mtodos

    estatsticos para o mesmo no parque industrial nacional. Alm disso, tem-se uma

    necessidade de desenvolvimento de um maior nmero de anlises que exponham os

    conceitos de Planejamento e Controle de Manuteno abordados, j que a sua difuso

    mostra-se crescente no pas mas ainda pequena se comparada propagao no

    continente europeu, por exemplo. A importncia desse estudo corroborada, ainda, pela

    otimizao dos planos de manuteno evidenciadas serem significantes e

    proporcionarem um ganho no oramento de plantas fabris considerveis e com

  • resultados positivos em todos os segmentos implantados, sendo todos eles de grande

    interesse da indstria nacional.

    1.4 Metodologia

    A metodologia aplicada para o desenvolvimento desse estudo foi a anlise de

    resultados de clulas de PCM consolidadas, consulta a literaturas sobre mtodos

    estatsticos aplicados gesto de manuteno e otimizao da mesma, alm de

    entrevistas com gestores de planejamento com significante expertise na indstria

    nacional. A pesquisa desenvolvida foi realizada tambm a partir de um estudo de caso

    exploratrio em uma planta fabril, com produo de garrafas de vidro para o todo o

    territrio nacional e exportao para pases como Uruguai e Argentina. Foram coletados

    dados referentes a um equipamento crtico A com crescente demanda de intervenes

    corretivas e desenvolveram-se suas funes de confiabilidade, manutenabilidade, taxa

    de falhas e exps-se, ento, o mtodo de clculo de sua disponibilidade fsica.

    realizada tambm uma apresentao conceitual dos princpios que direcionam uma

    clula de PCM que conta com o uso de mtodos estatsticos e demonstra-se a

    aplicabilidade desse modelo no auxlio de definies estratgicas e na otimizao de

    planos de manuteno.

    2. A Importncia de PCM

    As clulas de Planejamento e Controle de Manuteno atuam oferecendo apoio e

    direcionamento s demais clulas de uma unidade de Engenharia de um ambiente fabril.

    O gerente de Manuteno, responsvel por coordenar todos os servios de Engenharia

    da fbrica, age com maior nfase junto a PCM, uma vez que este o encarregado de

    programar, planejar e verificar o cumprimento das ordens de manuteno em toda a

    organizao. Assim, todo o servio de Engenharia pode ser administrado junto a esta

    clula, que fornece indicadores sobre a realizao de cada setor da Engenharia.

    Dessa forma, PCM tido como o rgo central da Manuteno, repassando

    informaes gesto e coordenando as clulas de apoio.

    Pode-se citar a importncia fundamental de PCM junto gerncia de

    manuteno em todas as atividades a seguir:

  • Desenvolvimento de estratgia de manuteno

    Refinamento da necessidade de recursos

    Documentao dos procedimentos de manuteno

    Desenvolvimento de sistemas de apoio para gerenciamento de manuteno

    Realimentao das informaes para o planejamento estratgico do

    gerenciamento de manuteno

    Avaliao do impacto das opes de programao dos servios de manuteno

    Otimizao do uso de investimentos na infraestrutura de manuteno

    Elaborao de relatrios de estimativas de custos e recursos para manuteno

    Desenvolvimento e refinamento de todas as polticas de gerenciamento de

    manuteno

    Aplicao de mtodos e tcnicas de Engenharia de Manuteno na definio das

    polticas de manuteno dos ativos

    Entretanto, a maior vitrine da ao de PCM corresponde aos servios gerados a

    partir da notificao de existncia de anomalias no ambiente fabril.

    Abaixo, esquematiza-se a rotina de PCM a partir da gerao de uma nota de

    manuteno:

    Figura 1. Ciclo a Partir da Observao de uma Anomalia e Gerao de uma Nota de

    Manuteno

    Sabendo-se que a nota de manuteno pode ser criada por qualquer funcionrio

    do ambiente fabril, tem-se um grande potencial para tratamento de anomalias e,

    principalmente, de condies inseguras por meio de PCM, gerando-se a oportunidade de

    relato e criando-se uma estrutura organizada para acompanhamento do mesmo.

    Alm disso, PCM tambm tem um papel fundamental no controle dos servios

    de Engenharia, gerando relatrios de resultados e promovendo a visualizao do setor

    para toda a fbrica, que recebe os principais dados de tais relatrios diariamente. Com

    base em tais nmeros, PCM o responsvel por definir as estratgias de manuteno e

  • as aes que geraro vantagem competitiva, reduzindo os gastos oramentrios voltados

    para manuteno.

    Essa reduo, deve-se ao papel de PCM em atuar promovendo a dinamizao

    dos servios do corpo tcnico de Engenharia, a partir das aes citadas a seguir:

    Gerao de ordens de servio

    o Especificao do tempo de trabalho necessrio

    o Determinao das ferramentas a serem utilizadas

    o Descrio dos documentos previstos para realizao do trabalho (ex.

    PTR Permisso de Trabalho de Risco)

    Figura 2: Exemplo de Ordem de Servio

    Comentrios do

    tcnico mantenedor

    sobre a realizao do

    servio e condies

    encontradas

    O conhecimento do

    tempo de execuo

    real do servio auxilia

    o tcnico de

    planejamento na sua

    programao de

    manuteno

    Qualquer item citado

    na ordem e que no

    possa ser executado

    pelo mantenedor,

    deve ser indicado

    para incluso na

    programao

  • Controle de HH (hora-homem) disponvel

    PCM disponibiliza os servios de manuteno de forma a reduzir ao mximo o

    tempo ocioso de seu quadro tcnico

    Dessa maneira, PCM se mostra como uma clula importante e capaz de gerar

    significantes contribuies. Adotando-se mtodos expostos neste estudo, sua influncia

    pode ser ainda intensificada e tornar-se cada vez mais fundamental na reduo de gastos

    e no controle oramentrio de manutenes.

    2.1 Anlise com o Modelo de Mintzberg

    Para Mintzberg, a estrutura organizacional oferece uma maior eficincia

    companhia segundo a configurao que envolve seis elementos bsicos, desenvolvendo

    uma constante comunicao. Para seu entendimento, so importantes as seguintes

    definies:

    Vrtice Estratgico constitudo pelos gestores de topo. Tem como objetivo o

    desenvolvimento das metas que traro vantagem competitiva empresa.

    Linha Hierrquica Mdia envolve os gestores intermdios, diretores funcionais e

    operacionais, chefes de servio e todos aqueles que ligam o vrtice estratgico ao centro

    operacional, por meio de uma hierarquia.

    Centro Operacional constitudo por todos os responsveis pela execuo de trabalhos

    de base relacionados com a produo de bens ou servios, dos quais se incluem a

    transformao de input`s em output`s, a respectiva distribuio e venda de output`s, e

    ainda, o controlo de estoques.

    Tecnoestrutura constituda pelos encarregados do planejamento e da organizao de

    mtodos, os quais visam obter sistemas de trabalho que permitam a estandardizao da

    organizao. Engloba analistas, engenheiros e contabilistas.

    Logstica composta pelos responsveis por servios de apoio ou jurdicos, relaes

    pblicas e laborais, investigao, etc.

  • Ideologia engloba os valores e princpios da cultura organizacional em questo.

    Esses seis elementos relacionam-se segundo uma hierarquia defendida por Mintzberg e

    evidenciada na figura 3:

    Figura 3. Modelo de Minstzberg

    No modelo, a estrutura organizacional mostra-se configurada de maneira a

    manter seu vrtice estratgico em sua posio mais alta. Em uma anlise comparativa,

    considerando o ambiente fabril como um todo, pode-se afirmar que o gerente de

    Manuteno ocupa a posio do vrtice estratgico junto ao gerente fabril, enquanto os

    gestores de PCM so responsveis pela linha hierrquica mdia e a tecnoestrutura.

    Dessa forma, a clula de Planejamento e Controle de Manuteno administra grande

    responsabilidade frente a manuteno de uma fbrica, demandando grande apoio de

    todas as suas reas e funcionando como agente de comunicao entre elas.

    2.2 Anlise com o Modelo de Galbraith

    O modelo estrela de Galbraith uma referncia para uma representao holstica

    dos cinco principais componentes do projeto de uma organizao. Entende-se que

    quando as pontas (que representam tais componentes) esto alinhadas, a organizao

    atingiu seu estado mais eficiente.

  • Figura 4. Modelo de Galbraith

    A ponta representativa para a o fator Processos Laterais corresponde s formas

    como as informaes e as tomadas de deciso so transmitidas. O processo e a

    competncia lateral permitem que diante de um desafio ou de uma situao que requeira

    a criao de oportunidades ou resoluo de problemas, as pessoas certas possam ser

    reunidas, independentemente de sua localizao na hierarquia da empresa, uma vez que

    suas atribuies so facilmente identificadas e as informaes e acesso s mesmas

    facilitado. Assim, o setor de Planejamento e Controle de Manuteno surge como um

    agente fundamental para garantir o bom andamento deste fator, propiciando melhor

    comunicao entre todos os funcionrios envolvidos na manuteno do ambiente fabril.

    Essa garantia afirmada uma vez que todas as ordens a serem realizadas so

    transmitidas aos tcnicos responsveis por meio de um canal de comunicao que

    comea no PCM e passa pelos supervisores de cada rea especfica (como Mecnica,

    Edificaes, Eltrica, Automao, etc.). Alm disso, a transmisso das tomadas de

    deciso da gerncia tambm responsabilidade de PCM uma vez que este o

    encarregado por administrar uma srie de reunies no intuito de atualizar os

    funcionrios da Engenharia e da Produo sobre os servios realizados e a serem feitos,

    assim como sua posio no cronograma de manuteno.

  • Outro motivo para se creditar um papel integrador ao PCM o fato de este

    tambm levar todas as informaes inerentes a Manuteno s demais reas, como

    Recursos Humanos, Processos, Logstica, etc.

    Assim, conclui-se que PCM vai alm do planejamento e programao da

    manuteno. Esta clula tambm garante seu dinamismo, eficincia e integrao com as

    demais reas.

    3. Indicadores de Manuteno

    Para que se possa mensurar os benefcios propiciados pela implementao de

    uma clula de PCM em um ambiente fabril, deve-se ter como base os indicadores de

    manuteno.

    Existem seis indicadores principais utilizados na maioria dos pases ocidentais e,

    devido a seu amplo uso, so denominados "ndices de Classe Mundial". A seguir, so

    especificados cada um deles para que mais a frente possamos utiliz-los em nossa

    anlises especficas em estudos de casos:

    1. Custo de Manuteno por Faturamento;

    2. Custo de Manuteno por Valor de Reposio;

    3. Disponibilidades Fsica dos Equipamentos;

    4. MTBF Tempo Mdio Entre Falhas;

    5. MTTR Tempo Mdio Para Reparo;

    6. MTTF Tempo Mdio Para Falha.

    Alm dos ndices Classe-Mundial, tambm pode-se citar outros oito indicadores

    amplamente utilizados por unidades de PCM para compor o panorama do

    funcionamento de uma planejamento de manuteno:

    1. Backlog;

    2. Retrabalho;

    3. ndice de Corretiva;

    4. ndice de Preventiva;

    5. Alocao de HH em OM;

    6. Treinamento na Manuteno;

    7. Taxa de Freqncia de Acidentes;

  • 8. Taxa de Gravidade de Acidentes.

    A priorizao do controle desses indicadores fica a critrio de cada ambiente

    fabril, podendo haver clulas de PCM acompanhando apenas alguns desses mas, a

    eficincia de planejamento e controle de manuteno diretamente proporcional

    rigidez e controle eficiente de uma maior nmero desses itens.

    3.1 MTBF Mean Time Between Failure

    Este ndice corresponde ao tempo mdio entre as falhas e definido a seguir:

    MTBF = HD / NC

    Em que:

    HD = Total de horas disponveis do maquinrio para operao

    NC = Nmero de intervenes corretivas ao longo do perodo em estudo

    A ao de PCM busca aumentar cada vez mais o MTBF, diminuindo o nmero

    de corretivas necessrias em vista do tempo disponvel para operao do equipamento.

    3.2 MTTR Mean Time To Repair

    Agora, tratamos do tempo mdio para reparo, especificado por:

    MTTR = HIM/ NC

    Em que:

    HIM = Total de horas de indisponibilidade para operao devido manuteno

    NC = Nmero de intervenes corretivas no perodo em estudo

    Nota-se que, ao contrrio do que se busca para o indicador anteriormente citado,

    PCM almeja a mxima reduo possvel do MTTR, uma vez que a indisponibilidade do

    equipamento para operao causa grandes impactos para a produo.

  • 3.3 MTTF Mean Time To Failure

    O MTTF corresponde ao tempo mdio para falha e diferencia-se do MTBF por

    tratar apenas dados referentes a componentes no reparveis, ou seja, que sero

    descartados por ocorrncia de falha, apresentando MTTR = 0.

    Dessa forma, temos que:

    TMPF = HD / NF

    Em que:

    HD = Soma das horas disponveis do maquinrio para operao

    NF = Nmero de falhas em componentes no suscetveis a reparo

    3.4 Disponibilidade Fsica (DF)

    Disponibilidade fsica constitui o percentual de tempo em que um equipamento

    est apto operao em relao a um perodo total de tempo em anlise.

    O intuito da manuteno maximizar a disponibilidade fsica, reduzindo os

    tempos de parada e, consequentemente, os impactos negativos na produo.

    Contudo, apesar de se ter um conceito uniforme a respeito de tal parmetro, cada

    empresa determina a maneira de se calcular sua respectiva DF e a frmula de seu

    clculo pode variar at mesmo entre setores produtivos de uma mesmo organizao.

    De maneira geral, a ABNT (Associao Brasileira de Normas Tcnicas) define

    disponibilidade como a capacidade de um item de apresentar condies para execuo

    de uma determinada tarefa em um momento especfico ou durante um perodo

    estipulado.

    Este indicador de extrema importncia e representa a principal preocupao de

    PCM, permitindo que o comportamento operacional de diversas mquinas sejam

    mapeados, identificando os equipamentos que constituem os principais problemas e

    retiram mais DF da planta.

    muito improvvel que uma empresa no acompanhe tais ndices; na maioria

    dos casos, o setor de PCP o responsvel pela sua consolidao. Em tal situao, o

    PCM apenas o importar, informando qualquer desvio no seu processo de fechamento.

  • Logo, neste caso, o pessoal da manuteno entrar apenas na fase de avaliao,

    procurando indcios que justifiquem a aplicao de um FMEA (do ingls, Failure Mode

    and Effect Analysis), ou at um processo de avaliao de desmobilizao do

    equipamento.

    3.5 Confiabilidade:

    Define-se confiabilidade como sendo a probabilidade de um item desempenhar

    satisfatoriamente a funo requerida, sob condies de operao estabelecidas, por um

    perodo de tempo pr-determinado. A confiabilidade uma medida importante para a

    manuteno, devendo ser mensurada para que se possa saber o risco de parada de

    produo devida falta de disponibilidade de um equipamento.

    3.6 Custo de Manuteno por Faturamento

    At a dcada de 1990, os gastos com manuteno eram analisados levando em

    conta as despesas com equipe de funcionrios, material e necessidade de servios

    terceiros. Atualmente, inclui-se no custo de manuteno tambm os gastos referentes

    depreciao de equipamentos e perda de faturamento, embora as fbricas brasileiras,

    de um modo geral, ainda no adotem esses dois ltimos parmetros em suas anlises de

    custo de manuteno. A seguir, as atribuies de cada um desses custos especificada:

    Pessoal - Despesas com salrios e prmios, encargos sociais e benefcios concedidos

    pela empresa, e gastos com aperfeioamento do efetivo;

    Materiais - Custo de reposio dos itens, energia eltrica, consumo d'gua e capital

    imobilizado, custos ligados administrao do almoxarifado e setor de compras;

    Contratao de Servios Externos - Contratos com empresas externas para servios

    permanentes ou circunstanciais;

    Depreciao - Custos diretos de reposio ou investimentos de equipamentos e

    ferramentas, custos indiretos de capital imobilizado, e custos administrativos com o

    setor contbil da empresa;

    Perda de Faturamento - So os custos da perda de produo, e custos com desperdcio

    de matria-prima.

  • O custo da manuteno por faturamento consiste na relao entre os gastos totais

    com manuteno, composto por todos os custos relacionados acima e avaliados pela

    empresa e o faturamento da companhia.

    3.7 Custo de Manuteno por Valor de Reposio

    Este ndice aplicvel apenas a anlises de equipamentos crticos, uma vez que

    se mostra dispendioso um estudo mais completo da planta em relao a tal parmetro.

    Consiste em estabelecer a relao do custo de manuteno de um maquinrio e o seu

    preo de aquisio.

    3.8 Custos da Manuteno no Brasil

    Antigamente acreditava-se que era impossvel mensurar os gastos gerados com a

    manuteno. Portanto, os gestores no percebiam a importncia da manuteno para o

    bom funcionamento da fbrica e muito menos como agente na reduo dos custos

    organizacionais.

    importante distinguir claramente os custos de manuteno dos investimentos

    com a compra de equipamentos novos ou com a expanso de instalaes existentes. Os

    custos de manuteno dos equipamentos representam uma parcela dos custos de

    produo da organizao. Para manter os equipamentos preciso utilizar peas de

    reposio, materiais de consumo, energia, mo-de-obra de gerenciamento e execuo,

    servios subcontratos, dentre outros recursos. (XENOS, 1998, p. 220)

    Como abordado pelo autor, necessrio diferenciar os possveis gastos gerados

    pela manuteno, afim de, medir e elaborar formas de controlar e prever os anseios dos

    equipamentos e maquinrios. Portanto, Pinto e Xavier (2001) classificam os custos da

    manuteno em trs grandes famlias, a saber:

    Custos diretos so aqueles essenciais para manter os equipamentos em operao.

    Onde esto inclusos a manuteno preventiva e a manuteno corretiva.

    Custos de perda de produo so aqueles causados por perdas na produo. Como

    falha de um equipamento principal que ocasionou um desperdcio.

    Custos indiretos so os custos relacionados com a estrutura gerencial e apoio

    administrativo, como aquisio de ferramenta e instrumentos da manuteno.

  • A composio dos custos da manuteno para o ano de 2011 pode ser detalhada

    pela anlise do grfico a seguir:

    Grfico 1: Composio dos Custos de Manuteno 2011 (Fonte : Adaptado da Abramam Associao Brasileira de Manuteno)

    O grfico acima apresenta dados sobre os custos da manuteno no Brasil para o

    ano de 2011. Pode-se perceber que o principal causador do aumento nos custos o

    material aplicado na manuteno, seguida pelos custos de colaboradores e servios

    terceirizados. Por fim, os dados mostram uma pequena porcentagem para outros custos

    no especificados. Esse quadro favorecido devido alta perda de materiais, uma vez

    que depende-se da colaborao de setores como o da Logstica para corroborar o servio

    da manuteno quanto ao pedido de novos itens e para maior rigidez no controle de

    estoques. J os gastos com servios contratados provm da falta de qualificao do

    corpo tcnico para certas atividades, gerando grande necessidade da utilizao de

    trabalhos de empresas terceiras.

    Observa-se, ento, uma necessidade de controle de programao em paralelo

    com correes para diminuio de gastos nessas reas, estreitando relaes com a

    Logstica, intensificando o controle de estoques e oferecendo treinamento tcnico para o

    quadro prprio de funcionrios.

    4. Estratgias de Manuteno

    Segundo Seixas (2012), a manuteno a combinao de todas as aes tcnicas

    e administrativas, incluindo superviso, destinadas a manter ou restabelecer um item

  • para um estado no qual possa desempenhar sua funo requerida. A manuteno pode

    ser executada por meio de diferentes estratgias, escolhidas a partir do comportamento

    do item em questo e de modo a gerar um menor impacto econmico. As principais

    opes estratgicas assumidas so: manuteno corretiva, preventiva, preditiva e

    detectiva. Enquanto a primeira forma de manuteno citada objetiva reparar uma falha,

    as demais envolvem a preveno da ocorrncia da mesma.

    4.1 Manuteno Corretiva

    Manuteno corretiva aquela que feita depois que o objeto falha e a mais

    comum. Impacta no oramento de maneira mais significante que as demais formas de

    manuteno uma vez que constitui um gasto no previsto. Alm disso, requer a

    disponibilizao no programada de HH e gera uma parada imprevista da produo.

    4.2 Manuteno Preventiva

    A manuteno preventiva consiste em servios de reparo planejados no intuito

    de se prevenir a ocorrncia de uma parada de mquina inesperada. A ao constante e

    envolve programas de inspeo, reformas, reparos, entre outros. A execuo de um

    programa de preventivas eficaz reduz significativamente a necessidade de manutenes

    corretivas e apresenta um fator positivo do ponto de vista econmico uma vez que as

    despesas relacionadas a esse tipo de servio constituem gastos previstos no oramento.

    4.3 Manuteno Preditiva

    Manuteno preditiva aquela que pretende analisar o estado do equipamento

    periodicamente de forma a determinar a realizao de servios de reparo mediante os

    resultados obtidos pelas anlises. Esse tipo de manuteno permite que avalie-se o

    estado do equipamento por meio de mtodos no invasivos, sem a necessidade de

    parada de mquina. Exemplos de manutenes preditivas comuns so a anlise de leo

    lubrificante e medio de vibraes.

    A antecipao do estado do equipamento por meio de estudos no invasivos,

    sem a necessidade de parada da produo gera uma grande vantagem dessa forma de

    manuteno e favorece o planejamento de preventivas relativas ao tratamento de algum

  • desvio indicado por seus resultados e evita a realizao de paradas desnecessrias por

    preventivas programadas para perodos em que a atuao do equipamento ainda se

    mostraria satisfatria em resultados de preditivas, dispensando tratamento.

    4.4 Manuteno Detectiva

    A manuteno detectiva consiste na realizao sistemtica de inspees no

    intuito de se encontrar e reparar falhas ocultas, no evidentes ao operador ou ao

    mantenedor. Esse tipo de problema comumente encontrado em equipamentos que se

    encontram em estado de stand-by ou reserva, apresentando um alto potencial de risco

    por poder ocorrer em itens de emergncia ou de proteo.

    5. Uso de Mtodos Estatsticos em PCM

    No intuito de determinar-se um intervalo de manuteno que permita maximizar

    a disponibilidade dos equipamentos e a reduo dos custos de manuteno, faz-se uso

    de distribuies como as de Weibull, Lognormal e Poisson. As mesmas so utilizadas

    para anlise dos tempos de falha, tempos de reparo e peas sobressalentes,

    respectivamente. O estudo da manuteno de cada equipamento apresenta

    particularidades que podem ser melhor descritas por uma ou outra dessas distribuies.

    Por meio de softwares especficos, pode-se ajustar as curvas representativas dos dados

    de falha ou reparo para o item em questo a cada uma dessas distribuies, verificando-

    se qual modelo descreve melhor o comportamento dos dados. Determinando-se a

    distribuio, pode-se prosseguir com anlise e obter fatores que descrevam

    comportamentos futuros e identifiquem a perodo de vida til do equipamento na curva

    da banheira.

    A curva representa as fases da vida caractersticas de um sistema: mortalidade

    infantil, maturidade e mortalidade senil. As fases esto associadas ao fator de forma ,

    que um dos parmetros de uma eventual distribuio de Weibull que descreva a

    confiabilidade do item, como ser apresentado mais adiante (SELLITTO, 2005).

  • Figura 5: Curva da Banheira (Fonte: Modificado de Sellito, 2005)

    Determinando-se a posio do equipamento nessa curva, pode-se estimar a

    expectativa de vida do mesmo e a melhor estratgia de manuteno a ser adotada.

    Durante a mortalidade infantil, a taxa de falhas alta mas decrescente, sendo atribuda

    erros de projeto ou instalao. A taxa de falhas segue nesta fase diminuindo com o

    tempo, medida que os reparos de defeitos eliminem componentes defeituosos ou

    conforme sejam detectados erros de projeto ou de instalao. Para Sellitto (2005), a

    estratgia de manuteno indicada para esta fase a corretiva.

    O perodo seguinte constitui a fase de maturidade ou perodo de vida til, em

    que a taxa de falha mantm-se aproximadamente constante. Nessa fase, as falhas

    ocorrem por causas aleatrias, externas ao sistema, tais como acidentes, liberaes

    excessivas de energia ou mau uso, e so de difcil controle. Sellitto (2005) defende que,

    neste perodo, a melhor estratgia de manuteno a preditiva, ou seja, monitoramento

    para detectar o incio da fase de desgaste.

    Por ltimo, tem-se uma fase com taxa de falhas crescente, denominada

    mortalidade senil. Este perodo corresponde fase final de vida do item, marcada pelo

    desgaste do componente, corroso, fadiga, trincas, deteriorao mecnica, eltrica ou

    qumica, entre outros.

    Sellitto (2005) destaca que o trmino da vida til, sob o ponto de vista de

    confiabilidade, que ocorre quando o item ingressa no perodo de mortalidade senil, no

    deve ser confundido com sua obsolescncia do ponto de vista mercadolgico ou

    produtivo. No caso de obsolescncia, o item substitudo por haver desaparecido o

    valor atribudo funo que desempenha. J ocorrendo o trmino da vida til, a

    substituio ocorre por queda na confiabilidade do item em produzir o valor que dele se

    espera. Siqueira (2005) distingue vida segura de vida econmica. Naquela, o item opera

  • at que a probabilidade de falha ultrapasse um patamar de segurana. Nesta, o item

    opera enquanto a funo que desempenha continua sendo necessria.

    Siqueira (2005) diz que sistemas industriais evoluem na curva da banheira

    segundo vrias caractersticas. Lafraia (2001) ressalta que pode no existir alguma fase,

    passando-se, por exemplo, da mortalidade infantil para a senil, diretamente. Este o

    caso da pesquisa com embreagens, relatada em Sellitto, Borchardt e Arajo (2002).

    Sistemas eletrnicos geralmente apresentam mortalidade infantil e depois apenas falhas

    aleatrias, estacionando na parte baixa da curva. Tal regio dita sem memria de falha

    (failure memoryless), pois a incidncia de uma falha no tempo t no tem correlao com

    o tempo at a prxima falha. Em softwares, as falhas de programao geralmente tm

    apenas mortalidade infantil, pois uma vez corrigidas, impossvel a reincidncia, j que

    no se originam de processos dissipativos de energia. (Rgis Andr Wuttke, Miguel

    Afonso Sellitto, 2008)

    5.1 Distibuio de Weibull

    A anlise de Weibull um mtodo utilizado para modelagem de dados contendo

    conjuntos de valores superiores a zero, podendo realizar previses sobre a vida de um

    produto, comparar a confiabilidade de projetos e de produtos concorrentes, estabelecer

    estatisticamente polticas de garantia, gerenciar os estoques de peas de reposio e

    nortear o planejamento de manuteno.

    No intuito de se desenvolver um planejamento para manuteno preventiva,

    mostra-se importante dispor do conhecimento de tal ferramenta para que se possa

    mensurar o risco de falha de um equipamento ou componente especfico e ter uma base

    de dados para determinao tima de preventivas.

    Esta distribuio indicada principalmente para sistemas que apresentem

    componentes em srie, sendo a falha de apenas um de seus componentes responsvel

    pela parada de todo o sistema.

    Para gerar uma anlise de Weibull, primeiramente devemos levar em

    considerao a confiabilidade do sistema. Uma vez que a confiabilidade e o tempo de

    falha de um dado componente so eventos complementares, fica evidente a relao

    entre o estudo de confiabilidade e o sucesso da manuteno preventiva.

    Matematicamente, a confiabilidade representada pela relao a seguir a partir

    da f.d.p. caracterstica da distribuio:

  • Equao 1:

    Em que:

    C (t) a confiabilidade

    f (t) a funo da densidade de probabilidade (f. d. p.) caracterstica da

    distribuio

    t o perodo de vida til

    H outras formas de se parametrizar a distribuio de Weibull mas a expresso

    mais abrangente da funo de distribuio de probabilidade deste modelo fazendo uso

    de 3 parmetros dada pela expresso desenvolvida por Colossimo & Giolo (2006):

    Equao 2:

    Em que:

    t>0; >0 e >0

    Nesta expresso, o parmetro de forma, o parmetro de escala, o

    parmetro de posio e t a varivel que define o perodo de vida til, podendo ser

    expresso em distncia percorrida (km), em nmero de ciclos (n) ou em tempo de

    funcionamento (h).

    Nas maioria das anlises de planejamento de manuteno, atribudo valor nulo

    ao parmetro uma vez que considera-se o mesmo como representativo da vida inicial

    do item em questo. Nesses casos, assume-se = 0 e a Equao 2 pode ser simplificada.

    Dessa forma, a distribuio Weibull fica representada na sua forma biparamtrica:

    Equao 3:

    A partir da substituio desse resultado na Equao 1 temos

  • Equao 4:

    Calculando-se a integral acima, chega-se concluso de que o valor atribudo

    confiabilidade pode ser expresso por:

    Equao 5:

    Agora, deve-se introduzir tambm o conceito da taxa de falhas para prosseguir-

    se no estudo da anlise de Weibull. De uma forma geral, a taxa de falhas pode ser

    descrita como a razo entre o nmero de falhas num determinado tempo de vida e o

    nmero de componentes sujeitos falha. Matematicamente, levando-se em conta a

    distribuio Weibull biparamtrica, a taxa de falhas descrita segundo a equao

    abaixo:

    Equao 6:

    Estabelece-se, ento, os principais valores para anlise do comportamento do

    equipamento a partir da simples determinao dos parmetros da distribuio de

    Weibull.

    5.1.1 Relaes entre os Parmetros da Distribuio de Weibull e o Planejamento

    da Manuteno

    A seguir, so apresentados os parmetros caractersticos da distribuio de

    Weibull a fim de se caracterizar seus efeitos no comportamento da funo de densidade

    de probabilidade, das curvas de confiabilidade e de taxa de falhas e, consequentemente,

    nas estratgias da gesto da manuteno.

  • 5.1.1.1 Parmetro de Forma ()

    O parmetro adimensional e interfere no formato da funo de densidade de

    probabilidade como descrito abaixo:

    Para menor que um, observando-se a funo densidade de probabilidade,

    pode-se identificar altas frequncias de falha na parte inicial da vida do equipamento em

    estudo. Essas falhas so geralmente denominadas prematuras e esto associadas a

    problemas originados no projeto, na instalao ou na operao. Dessa forma, de modo a

    amenizar a ocorrncia das mesmas em itens que apresentam tal caracterstica,

    necessrio uma anlise baseada no fabricante ou no material.

    Para ilustrao, abaixo so apresentadas a FDP, a curva de confiabilidade e a

    curva da taxa de falhas para um motor eltrico AC, cuja falha segue uma distribuio

    Weibull biparamtrica com = 0,5 e =2000 hrs. A varivel do eixo das abscissas

    representa o tempo de vida do item em questo:

    Grfico 2: Funo Densidade de Probabilidade para uma Distribuio de Weibull com

    parmetros = 0,5 e =2000 hrs

  • Grfico 3: Confiabilidade para uma Distribuio de Weibull com parmetros = 0,5 e =2000 hrs

    Grfico 4: Taxa de Falha para uma Distribuio de Weibull com parmetros = 0,5 e =2000 hrs

    Verifica-se que a freqncia de falhas elevada na vida inicial do componente

    fazendo com que a confiabilidade do mesmo decresa de forma acelerada neste perodo.

    O comportamento da taxa de falhas uma combinao da probabilidade de falha e da

    confiabilidade (Equao 6) e evidencia que a ocorrncia de falhas mais elevada na

    vida inicial dos itens avaliados, diminuindo drasticamente com o tempo de vida e, a

    partir de um dado momento, aproxima-se de um valor constante. Em outras palavras, o

  • comportamento da taxa de falhas evidencia que em boa parte dos equipamentos

    analisados, houve falhas prematuras, defeitos, e os que no falharam at um

    determinado tempo de vida, tendem a funcionar segundo as suas caractersticas de

    projeto.

    No caso de se avaliar um valor de parmetro de forma equivalente a uma

    unidade, a funo densidade de probabilidade equivale funo distribuio

    exponencial. Para essa hiptese (=1), a taxa de falhas constante e as falhas ocorrem

    de forma aleatria. Esse comportamento est associado, sobretudo, s caractersticas de

    projeto do equipamento avaliado. Nesse caso, a manuteno corretiva e a manuteno

    preventiva so as mais indicadas.

    Grfico 5: Funo Densidade de Probabilidade para uma Distribuio de Weibull com

    parmetros = 1 e =2000 hrs.

    Grfico 6: Confiabilidade para uma Distribuio de Weibull com parmetros = 1 e =2000 hrs.

  • Grfico 7: Taxa de Falha para uma Distribuio de Weibull com parmetros = 1 e =2000 hrs.

    Para fatores de forma superiors a um, por meio do estudo da densidade de

    probabilidade, da confiabilidade e da taxa de falhas, possvel determinar o tempo de

    vida til do equipamento em torno do qual concentram-se as ocorrncias de falha. Dessa

    forma, a partir de tais anlises em conjunto com estudos sobre MTBF (tempos mdios

    entre falhas) e FMEA (efeito e modo de falha), h uma base de dados confivel para

    elaborao de um plano de manutenes preditivas, visando-se atuar prximo

    iminncia dos defeitos predominantes, evitando-se que os mesmos ocorram ou que

    gerem custos oramentrios no previstos.

    apresentado abaixo um exemplo em que se considera uma distribuio de

    Weibull biparamtrica de parmetros =4 e =2000.

    Por meio da anlise grfica, conclui-se que em um tempo de vida til equivalente a

    1850 horas tem-se uma alta concentrao da densidade de falhas, caracterizando a

    existncia de falhas predominantes neste perodo.

  • Grfico 8: Funo Densidade de Probabilidade para uma Distribuio de Weibull com

    Parmetros = 4 e =2000 hrs.

    Grfico 9: Confiabilidade para uma Distribuio de Weibull com Parmetros = 4 e =2000 hrs.

    Grfico 10: Taxa de Falha para uma Distribuio de Weibull com Parmetros = 4 e =2000 hrs.

  • 5.1.1.2 Parmetro de Escala ()

    O parmetro de escala () relaciona-se vida caracterstica de um determinado

    componente. Ele descreve e representa uma distncia, tempo ou ciclos transcorridos

    desde o incio da atividade at o momento da falha. Nesse sentido, caso no apresente

    defeitos, ou falhas prematuras, as falhas predominantes de um determinado componente

    que, como abordado anteriormente, esto associadas ao desgaste do mesmo, tendem a

    ocorrer nas proximidades de sua vida caracterstica; ou seja, nos casos em que ocorrem

    falhas predominantes, as mesmas tendem a concentrar-se nas proximidades do

    parmetro de escala. De maneira geral, podemos afirmar que:

    Se aumentado, enquanto mantido constante, a distribuio, ou seja, a curva

    comea a se estender, esticar para direita e sua altura diminui, ao manter sua forma e

    posio.

    Se diminudo, enquanto mantido constante, a distribuio comea a se estreitar

    para dentro, para esquerda (isto para sua origem ou para 0 ou ), e aumenta a sua

    altura.

    5.1.2 Determinao do Intervalo timo de Preditiva

    Para se ter um perodo como referncia para o menor custo gerado pela manuteno

    preditiva, deve-se realizar as seguintes etapas:

    i) Anlise da Degradao

    ii) Curva da Taxa de Degradao

    5.1.2.1 Anlise da Degradao

    Para a anlise da degradao, deve-se coletar dados referentes a um fenmeno

    que provoque queda da eficincia do equipamento, como vibraes, por exemplo. Aps

    a coleta de dados, estabelece-se um limite crtico a partir do valor tolervel para

    ocorrncia deste fenmeno e que no acarretar um desvio considervel na operao do

    item em estudo e sua consequente queda de performance. Para vibraes, esse limite

    deve ser fornecido em mm/s.

  • Aps a avaliao desses dados iniciais, determina-se a funo degradao. Para

    tanto, necessita-se de um software especfico, como o Weibull ++, para que sejam

    realizadas anlises de degradao segundo a distribuio de Weibull de trs parmetros.

    Para 42 dados de vibraes em sete conjuntos de moto-bomba, o software desenvolve a

    seguinte curva de degradao (dados no Anexo 1):

    Grfico 11: Curva de Tendncia de Degradao (Fonte: Abraman)

    Aps a gerao da curva, o software a analisa dentro das caractersticas da

    distribuio de Weibull e estabele os parmetros da mesmo que melhor evidenciam o

    comportamento dos dados iniciais. So determinados os fatores de forma, escala e

    posio e com eles tem-se a funo degradao. Podem ser obtidos tambm o tempo

    mdio para alcance do limite crtico de vibrao estipulado e seu desvio padro.

    Para a curva do grfico 2, so gerados os seguintes parmetros:

    Fator de forma: = 3,9763

    Fator de escala: = 6.963,3956 horas

    Fator de posio: = 31.245,90 horas

  • Tempo mdio para alcance do limite crtico de vibrao:

    Mdia: = 37.555,42 horas

    Desvio padro para alcance do limite crtico de vibrao:

    DP: = 1.585,73 horas

    Conclui-se, ento, que do momento de vida inicial nula at 31.245,90 horas, o

    conjunto apresentar vibraes dentro de um limite considerado tolervel. Contudo,

    aps atingir tal valor, as vibraes sero intensificadas significativamente em funo do

    tempo.

    A partir dos resultados, a equao da funo degradao dada por:

    Equao 7:

    98,3

    39,6963

    90,31245

    1)(

    t

    D etF

    5.1.2.2 Curva da Taxa de Degradao

    Com os parmetros gerados pela primeira parte da anlise, gera-se a curva da

    taxa de degradao e, a partir de seu estudo, tem-se o intervalo timo para inspees

    preditivas.

    Como o intervalo timo deve ser aquele que acarretar um menor impacto nos custos de

    manuteno, devem ser assumidas hipteses de gastos referentes aos custo mdio por

    inspeo (Ki), custo mdio de reparo detectado por inspeo (Kv) e custo mdio de

    interveno corretiva (Kc). Com os mdulos desses custos, um modelo matemtico

    determina o perodo que se busca.

    Modelo matemtico para determinao do perodo:

    Equao 8:

    Para o exemplo utilizado, assumem-se valores de Ki = 200, Kv = 600 e Kc =

    2400, em reais. Com essas hipteses, o Weibull++ gera o seguinte grfico:

  • Grfico 12: Custos de Manuteno Preditiva em Funo do Tempo

    A partir do ponto de mnimo do grfico, tem-se o perodo timo para

    programao da manuteno preditiva, ou seja, o perodo em que a realizao da mesma

    gerar um menor impacto nos custos, sem afetar a segurana e a operacionalidade do

    equipamento. Pela observao do grfico determinado, temos um perodo timo para

    manuteno preditiva equivalente a aproximadamente 34.000h.

    Com esses dados, somos capazes de desenvolver a Curva da Taxa de

    Degradao:

    Grfico 13: Curva da Taxa de Degradao

  • Dois valores importantes devem ser observados: o perodo de 31.246 horas, que

    equivale ao intervalo de tempo em que as vibraes ocorrem dentro de um limite

    aceitvel, e o intervalo de 2754 horas, que referente ao perodo entre as intervenes

    preditivas.

    Este ltimo valor obtido pela diferena entre o perodo timo para realizao

    da manuteno preditiva (T = 34.000 horas) e o valor do tempo livre de degradao ( =

    31.246 horas)

    Para maior segurana, uma unidade de PCM experiente programa a realizao

    de duas medidas antes do tempo , para aes em caso de degradao acelerada, e

    aps o tempo , em caso de degradao normal. O intervalo entre as medidas antes do

    tempo ficar a critrio da unidade, dependendo da criticidade do equipamento em

    questo e o impacto de sua inoperabilidade.

    5.1.3 Determinao do Intervalo timo para Manuteno Detectiva

    Neste caso, o intervalo timo corresponde ao perodo entre as inspees que

    proporcionar uma maior disponibilidade do equipamento. Para o clculo do mesmo, a

    equipe de PCM deve considerar os seguintes parmetros:

    T = Intervalo entre as inspees

    Tt = Tempo para uma inspeo

    Tr = Tempo para reparo de falha indicada por inspeo

    Deve-se buscar um intervalo T que maximizar a DF, sendo a disponibilidade

    por unidade de tempo uma funo do intervalo entre as intervenes de inspeo,

    denotada por A(T) e evidenciada abaixo:

    Equao 9:

    A(T) =

    Admitindo-se a distribuio de Weibull como representativa para as falhas do

    item em questo, tem-se:

  • Equao 10:

    Desenvolvendo-se a funo de distribuio de probabilidade representativa da

    distribuio de Weibull, tem-se:

    Equao 11:

    Matematicamente, podemos igualar sua derivada a zero e calcular o ponto de

    mximo da equao ou, por meio de programas como o Weibull++, desenvolver sua

    soluo grfica.

    Assumindo-se um equipamento cujo comportamento assume parmetros de

    Weibull equivalentes a = 3,3170, = 1410 horas e t0 = 691,0548 horas e estipulando-

    se Tt = 2,5 horas e Tr = 5,16 horas, obtemos o grfico:

    Grfico 14: Disponibilidade Fsica em Funo do Tempo

  • Observando o ponto de mximo do grfico acima, podemos concluir que a

    mxima disponibilidade gerada por um intervalo de manuteno detectiva de 1000

    horas, sendo este, ento, o intervalo timo.

    5.2 Distribuio de Poisson e Dimensionamento de Peas Sobressalentes

    Para o estudo do nmero de peas sobressalentes necessrias e para obteno de

    uma probabilidade de falhas no tempo, utilizamos a distribuio de Poisson, uma

    distribuio discreta e que faz uso de inteiros como variveis randmicas.

    No clculo da probabilidade de um nmero de falhas ao longo de um perodo t,

    temos:

    Equao 12:

    Para:

    r = nmero de falhas no perodo t

    t = intervalo de tempo em anlise, expresso em horas

    = taxa de falhas por hora

    P(r) = probabilidade de ocorrncia de um nmero de falhas r em um

    intervalo t

    Agora, almejando uma probabilidade especfica de disponibilidade de uma certa

    pea sobressalente, determinamos um nmero de peas necessrias para que tal

    probabilidade seja alcanada. Para isso, utilizamos novamente a distribuio de Poisson:

    Equao 13:

  • Em que:

    P(n) = Probabilidade de sucesso operacional

    n = Nmero de peas sobressalentes

    T = Intervalo operacional, expresso em horas

    N = Nmero de itens em operao

    Pr = Probabilidade de realizao de reparo durante o tempo T

    Neste caso, os parmetros da distribuio de Weibull utilizados correspondem a:

    = Fator de forma

    = Fator de escala

    t0 = Perodo livre de falhas

    Deve-se lembrar que o fator de forma representa uma caracterstica da falha,

    enquanto o fator de escala a vida caracterstica do equipamento.

    Com esses valores, fazendo uso das equaes anteriormente explicitadas, pode-

    se obter uma soluo grfica em que relacionam-se as probabilidades de sucesso

    operacional em funo do nmero de peas sobressalentes disposio da equipe de

    manuteno e prontas para serem utilizadas em caso de necessidade de substituio por

    falha.

    Grfico 15: Probabilidade de Sucesso Operacional em Funo do Nmero de Peas

    Sobressalentes Disponveis para um Conjunto de Bombas

  • Para elaborao do grfico 15, assume-se um intervalo operacional de 1440

    horas, um conjunto de 37 bombas em operao e uma probabilidade de 87,68% de

    ocorrncia de falha durante o perodo analisado. Os parmetros da distribuio de

    Weibull utilizados foram = 3,3170, = 1410,8649 e t0 = 691,0548 horas.

    A partir do grfico 15, possvel obter as seguintes relaes:

    Probabilidade de Sucesso Operacional (%)

    Nmero de Peas Sobressalentes

    Probabilidade de Sucesso Operacional (%)

    Nmero de Peas Sobressalentes

    3,76 1 85,75 7

    11,76 2 92,62 8

    25,32 3 96,49 9

    42,56 4 98,47 10

    60,09 5 99,38 11

    74,95 6 99,77 12

    Tabela 1: Nmero de Peas Sobressalentes para uma Dada Probabilidade de Sucesso

    Operacional

    Dessa forma, constri-se uma base de dados para que o responsvel pelo

    planejamento de manuteno possa tomar uma deciso quanto ao nmero de peas

    sobressalentes necessrias em funo da probabilidade de sucesso operacional mais

    confortvel sua gesto em termos oramentrios e de riscos tolerveis de

    disponibilidade fsica. Esses limites de riscos aceitveis devem variar quanto

    criticidade do equipamento, uma vez que os equipamentos que provocam maior impacto

    na produo e possam ser classificados como crticos A, por exemplo, devem ter uma

    menor probabilidade de necessidade de reparo sem reposio imediata de seus itens

    falhos.

    5.3 Distibuio Lognormal

    A distribuio Lognormal o mtodo estatstico mais indicado para anlise de

    tempo para reparo, da mesma forma que a distribuio de Weibull a que melhor se

    adequa para estudos de tempos de falha e a distribuio de Poisson a ideal para

    estimativas de peas sobressalentes tendo em vista um risco assumido. Esta distribuio

    tambm indicada para modelagem de falhas originadas por causas que se intensificam,

  • como corroso. A funo de densidade de probabilidade representativa da Lognormal

    especificada por:

    Equao 14:

    A funo acumulada dada por:

    Equao 15:

    A mdia e o desvio-padro da distribuio so:

    Equao 16 e 17:

    O uso dessa distribuio permite prever o tempo timo para reparo, ou seja,

    aquele que impactar de forma mais amena nos custos da manuteno, sem afetar a

    segurana da equipe mantenedora e da operao, alm de garantir a operabilidade do

    item e sua disponibilidade fsica. Os dados de tempo de reparo provenientes de um

    banco de PCM, constituem material suficiente para que o comportamento de um

    equipamento seja modelado pela funo de distribuio de probabilidade e, a partir da

    mesma, solues grficas sejam oferecidas e proporcionem um quadro para anlise e

    previses de comportamento futuro do item, como sua confiabilidade futura em caso de

    solicitao constante do equipamento.

    5.4 Testes de Aderncia

    Inicialmente, para avaliar a validade de se modelar o comportamento de falhas

    de um equipamento segundo um determinado mtodo estatstico, deve-se conhecer a

    natureza e complexidade do sistema e avaliar o quanto os dados de manuteno

    adequam-se graficamente funo do mtodo escolhido. Aps essa primeira avaliao,

    que mostra-se puramente intuitiva, ainda que apresente eficcia, devem-se aplicar os

  • testes de aderncia. Esses testes so no paramtricos, ou seja, no dependem dos

    parmetros populacionais, como mdia e varincia; usam mtodos matemticos e

    medem o quanto os dados de reparo ou falha adequam-se ao modelo estatstico optado.

    So dois os testes utilizados em PCM: Teste do Qui-Quadrado e Teste

    Kolmogorov-Smirnov. Os softwares utilizados para gerar as anlises grficas dos

    mtodos estatsticos, como o Proconf 2000 e o Weibull ++ j realizam os clculos

    segundo esses testes e fornecem os resultados segundo cada um deles, sendo requisitado

    ao Engenheiro responsvel pela manuteno apenas indicar os dados de falha e as

    distribuies segundos as quais se deseja analisar o seu comportamento.

    5.4.1 Teste do Qui-Quadrado

    O teste do Qui-Quadrado um teste de hipteses que tem como objetivo

    encontrar um valor da disperso para duas variveis nominais. Ele procura obter um

    valor, denominado Qui-Quadrado e simbolizado por 2. Este valor corresponde

    disperso entre as duas variveis nominais e fornece a medida com que os valores em

    anlise se desviam do esperado. Seu princpio bsico consiste na comparao entre as

    frequncias observadas e aquelas que se esperam para um certo evento.

    Logo, possvel afirmar-se que um modelo de mtodo estatstico adequado

    para descrever o comportamento de falhas de certo equipamento se o valor que o

    software indicar como representativo do Qui-Quadrado (2) for muito pequeno,

    prximo a zero.

    A frmula para clculo do Qui-Quadrado indicada a seguir:

    Equao 18:

    2 =

    5.4.2 Teste Kolmogorov-Smirnov

    O teste de Kolmogorov-Smirnov averigua se uma amostra de uma certa

    populao proveniente de uma dada distribuio. Ele tem como princpio a

    comparao a suas porcentagens para cada nmero real x. As duas porcentagens a se

    comparar so: a porcentagem de dados da amostra que equivalem a valores menores ou

    iguais a x e a porcentagem da populao inferiores ou iguais a x, considerando-se que a

  • populao siga uma dada distribuio. Se a diferena dos valores dessas porcentagens

    for suficientemente pequena, o teste confirma a adequao da distribuio para

    descrever o comportamento da amostra.

    6. Estudo de Caso

    Analisamos uma empresa atuante no setor de fabricao de garrafas de vidro. A

    mesma adota uma cultura ambiental rgida, auto denominando-se empresa verde, e

    pertence a um grupo organizacional extremamente forte e competitivo de nvel

    internacional e com grande atuao no pas e, por isso, necessita manter seus preos

    atrativos e os gastos com manuteno os mnimos possveis. Devido a seu ramo de

    atuao, a fbrica dispe de diversos equipamentos trabalhando a altas temperaturas e,

    como um forno de fabricao vidreira no pode ter sua produo interrompida devido a

    problemas graves relacionados eroso gerada pela variao de temperatura, a

    produo ocorre ao longo das 24 horas do dia. Dessa forma, encontramos um quadro de

    equipamentos em constante solicitao e uma equipe de trabalho de manuteno

    sobrecarregada.

    Assim, a implementao de uma clula de PCM mostrou-se importante e, apesar

    da Cia em questo dispor de outras unidades fabris com experincia em planejamento e

    controle de manuteno, a mesma foi introduzida de forma gradual, sem um projeto de

    introduo completo nesta fbrica. A seguir, apresentam-se os resultados encontrados na

    empresa e a proposta de implementao dos mtodos de anlise estatsticas de falha no

    item de criticidade A que se mostra como grande retentor de HH e de recursos

    financeiros. Os dados de falha e reparo dos ltimos dois anos so avaliados e determina-

    se a estratgia de manuteno ideal, assim como os perodos timos de realizao de

    intervenes.

    Nesta unidade em estudo, a clula de PCM responsvel atualmente por:

    - Planejamento de Qualidade: Avaliao semanal do cumprimento de calibrao dos

    equipamentos crticos

    - Planejamento do Meio Ambiente: Consiste na elaborao e divulgao de feedback

    semanal sobre as manutenes realizadas na Estao de Tratamento de gua (ETA) da

    unidade, desenvolvimento de planilha constando o fluxograma e registro dos status de

  • funcionamento dos equipamentos da ETA e do acompanhamento dirio do nvel de

    gua versus anomalias e paradas de equipamentos.

    -Planejamento de Segurana: Corresponde atualizao diria sobre todas as

    manutenes realizadas e necessrias geradas a partir da existncia de uma condio

    insegura no ambiente fabril

    - Planejamento de Manuteno: Equivale avaliao diria da eficincia e anlise da

    programao, gerao de relatrios de custos de manuteno (discriminao e

    justificativa dos maiores gastos, determinao de gastos por tipo de manuteno e

    justificativa das emergenciais e anlise do valor acumulado e da tendncia de gastos em

    manuteno), elaborao de dados percentuais sobre o nmero de notas detalhadas por

    dia em relao ao nmero de notas abertas no sistema SAP, obteno do Farol de

    Apropriao (nmero de ordens executadas em relao ao nmero de ordens emitidas;

    estipulado por rea e justificado por cada supervisor), atualizao dos dados de Backlog

    (nmero de notas de manuteno no sistema que ainda no passaram pelo processo de

    detalhamento), elaborao de espelhos de rota e programao de inspees pedritivas

    segundo os critrios da cia (anlise vibracional - mensal, termografia - quadrimestral,

    anlise de leo - bimestral e anlise de leo transformador - semestral)

    - Planejamento de Gesto: Elaborao de GAP de Engagement da Unidade de Gesto e

    gerao de Plano de Ao do GAP e atualizao constante da matriz RACI (matriz que

    designa os responsveis por cada tarefa e etapa) de detalhamento de nota. Esse

    planejamento responsvel por avaliar a defasagem dos resultados obtidos e os

    esperados, alm de desenvolver planos de ao para que se possa reverter quadros de

    resultados insatisfatrios frente s expectativas, alm de atribuir responsveis por cada

    fase do detalhamento.

    Seguindo essas atribuies de acordo com os padres organizacionais, a clula

    de PCM dessa unidade fabril se mostra fortemente gerencial, com grande capacidade de

    anlise de recursos e identificao de pontos que requerem maiores investimentos.

    Entretanto, sua grande experincia em gesto de recursos se contrape administrao

    da equipe de funcionrios prprios e terceiros. Uma anlise swot (estudo de foras,

    fraquezas, oportunidades e ameaas do ingls: strength, weakness, opportunity and

  • threat) foi elaborada e apresentada a empresa contendo a profunda investigao dos

    maiores impactos oramentrios como o principal ponto de fora do PCM. Os pontos

    que constituem fraquezas e oportunidades de melhoria so identificados a seguir.

    Devido a uma implementao progressiva, sem a contratao prvia do corpo de

    funcionrios de PCM e estudo junto rea de processo, alm da inexistncia de um

    projeto de introduo completo, constataram-se inicialmente os principais pontos

    negativos na rotina da clula:

    Baixo nmero de preditivas frente ao tamanho da planta fabril

    Altos gastos com manutenes emergenciais

    Gerao de ordens sem realizao de pedido de materiais necessrios para sua

    execuo

    Demora na aprovao de Requisies de Compras

    responsvel pela empresa terceirizada responde diretamente ao gestor de PCM

    mas no se apresenta s reunies de planejamento e programao de manuteno

    Implementao tardia de software de programao: adoo do programa SIGMA

    apenas aps dois anos do incio dos trabalhos na fbrica

    M utilizao do SIGMA: disponibilizao de HH (hora-homem) de tcnicos de

    manuteno em perodo de frias

    Falta de integrao com as demais reas

    Arborescncia incompleta

    Disponibilizao fsica de materiais para manuteno divergente dos nmeros

    encontrados no SAP

    Alta taxa de reprogramao

    Alto backlog

    Permanncia de notas sem detalhamento por mais de duas semanas no sistema

    superior ao limite de tolerncia dentro dos padres da Companhia.

    Gerao de ordens de manuteno a partir de notas criadas sem priorizao

    O maior empecilho para a otimizao da produo, entretanto, consiste nas

    falhas constantes de um equipamento crtica A da empresa: o scrappper. O Scrapper

    um equipamento responsvel por filtrar os gases provenientes do forno e sua

    manuteno tratada como prioridade na fbrica, sendo realizada apenas pela empresa

  • terceirizada parceira da organizao. Em 2011, a realizao de uma manuteno

    preventiva foi cancelada tendo em vista a necessidade de reduo de gastos da

    Engenharia. No incio de 2012, uma sucesso de falhas e necessidade de corretivas

    foram observadas, aumentando consideravelmente a concentrao de recursos da

    manuteno neste equipamento.

    Foram apresentados empresa alguns resultados provenientes de fbricas de

    outros ramos mas que atuam na mesma zona industrial e que decidiram por utilizar

    mtodos estatsticos nas anlises de perodos de reparo e falhas. O intuito de

    introduzirem-se esses resultados equipe de PCM da fbrica vidreira foi justificar a

    utilizao dos distribuies de Weibull e Lognormal, comprovar a eficcia das mesmas

    e demonstrar que possvel treinar uma equipe tcnica para lidar com as funes de

    distribuio de probabilidade, alm de evidenciar a melhor estratgia de manuteno

    para o scrapper.

    A empresa em questo localiza-se no mesmo centro industrial e atua

    desenvolvendo pneus de automveis em grande escala, com distribuio nacional. Os

    dados em anlise so oriundos da evoluo ao longo de dois anos de aplicao de um

    modelo de PCM em que rigorosas prticas de reduo de backlog, utilizao do mtodo

    de Weibull, Lognormal e distribuio de Poisson so registrados.

    Grfico 16: Melhorias Promovidas em Fbrica de Pneus por Otimizao da Clula de

    PCM e Uso de Mtodos Estatsticos

  • Grfico 17: Melhorias Promovidas em Fbrica de Pneus por Otimizao da Clula de

    PCM e Uso de Mtodos Estatsticos

    Aps a apresentao desse quadro de evoluo, a empresa permitiu que dados

    referentes a uma vlvula do scrapper fossem modelados segundo s avaliaes de

    mtodos estatsticos para que se pudesse demonstrar a aplicabilidade em meio a este

    ambiente diante do item responsvel pela maior nmero de paradas do equipamento e

    do comprometimento da produo e da posio da empresa frente a seus ideais

    ambientais.

    Para tanto, calculamos a disponibilidade deste item e analisamos a evoluo de

    seu ciclo de vida na curva da banheira.

    A vlvula compostas por subsistemas e a falha de um nico desses subsistemas de

    forma isolada, acarreta a falha geral do equipamento, evidenciando um comportamento

    bem representado pela distribuio de Weibull.

    Definido o mtodo estatstico a ser utilizado, recolhem-se os dados de falha do

    equipamento referentes aos ltimos dois anos de produo e, a seguir, os mesmos so

    modelados com o auxlio do software Proconf 2000, que testa por mxima

    verossimilhana pelos testes do qui-quadrado e KS, os melhores ajustes s distribuies

    selecionadas.

  • Esse software permite que se estime os parmetros necessrios para a

    determinao da distribuio adotada, assim como indica aquelas distribuies de

    anlise que podem se ajustar ao caso em estudo, devendo o usurio fazer o julgamento e

    optar por aquela que melhor modele o caso em questo. Com isso, consegue-se obter a

    funo densidade de falha, o tempo mdio de falha e a funo de confiabilidade.

    Os seguintes dados de falha so inseridos no software Proconf 2000:

    Tempo entre Falhas (hrs) - TBF Tempo para Reparo (hrs) - TTR

    275,00 2,70

    309,00 3,00

    405,50 3,50

    449,00 4,00

    500,00 4,00

    630,00 4,25

    714,50 4,50

    739,75 4,75

    784,00 5,25

    884,00 6,00

    975,00 6,50

    1029,00 6,70

    1097,50 7,20

    1168,50 7,75

    1316,00 8,00

    1600,00 8,70

    1913,30 9,00

    2014,80 11,00

    Tabela 2: Dados de Tempos entre Falhas e Reparo para Vlvula do Scrapper

    Inicia-se a anlise em busca do MTTR. Os dados so inseridos no Proconf e

    altera-se a funo de distribuio para anlise do problema, podendo-se concluir que o

    modelo da distribuio Lognormal o que melhor descreve o comportamento da

    vlvula.

  • Grfico 18: Papel de Probabilidade Segundo Distribuio Lognormal para o Tempo

    para Reparo

    Testa-se a aderncia ao modelo por meio dos testes do Qui-Quadrado e de

    Kolmogorov-Smirnov. Os resultados obtidos so:

    Teste do Qui-Quadrado: = 1,78 com 2 graus de liberdade

    Nvel de Significncia = 0,41

    Teste de Kolmogorov-Smirnov: DN = 0,1086

    Nvel de Significncia = 0,3235

    A significncia do ajuste de 0,3235, suficiente para nossa anlise.

    Com esses dados, o software conclui que a hiptese da descrio do

    comportamento do equipamento em questo pela distribuio Lognormal no pode ser

    descartada. Uma vez que os dados mostram-se tambm bem descritos por essa funo

    pela observao do grfico x, adota-se esse modelo para nosso estudo. Esta opo est

    de acordo com Sellitto (2005) e Lafraia (2001), que defendem reparos em equipamentos

    industriais, com atividades com componente intelectivo e cognitivo, seguindo esta

    distribuio.

    Continuando a anlise com a Lognormal, obtm-se um tempo mdio para reparo

    (MTTR) de 344,7848 horas e um tempo mdio entre falhas com valores entre 282,4668

  • e 424,6499 horas. Deve-se considerar 95% do intervalo de confiana nesses resultados e

    significncia do ajuste de 0,1.

    Grfico 19: Manutenabilidade em Funo do Tempo

    O tempo entre falhas deve ser nosso prximo objeto de estudo. Para esta anlise,

    opta-se por utilizar a distribuio de Weibull j que os grficos de papel de

    probabilidade desta distribuio descrevem bem os dados da vlvula e, segundo Sellito

    (2005) e Rausand e Hoyland (2004) para equipamentos industriais de considervel

    complexidade, contendo um nmero de modos de falha tendendo ao infinito e

    competindo ao causar a falha geral, segue-se essa distribuio para modelagem do

    MTTF. Alm disso, trata-se de uma distribuio aplicvel a diversos casos de anlise

    industrial devido a sua grande flexibilidade.

    Grfico 20: Papel de Probabilidade Segundo Distribuio de Weibull para Tempos entre

    Falhas.

  • So realizados novamente os testes de aderncia para avaliar a aplicabilidade da

    distribuio de Weibull a este estudo.

    Teste do Qui-Quadrado: = 1,16 com 2 graus de liberdade

    Nvel de Significncia = 0,56

    Teste de Kolmogorov-Smirnov: DN = 0,0839

    Nvel de Significncia = 0,4055

    A significncia do ajuste de 0,4055, suficiente para nossa anlise.

    O teste conclui, ento, que a distribuio de Weibull compatvel com a anlise

    do comportamento da vlvula e no pode ser descartada. Utilizando-a como mtodo de

    estudo, ento, obtemos os seguintes parmetros para sua descrio por meio do Proconf:

    Parmetro de forma: = 1,96

    Parmetro de escala: = 1056,88

    MTTF = 937,038

    A Funo Densidade de Probabilidade para a anlise da vlvula , ento:

    f(t) = exp

    A partir dessa funo, podem-se obter os grficos caractersticos da anlise da

    vida til do equipamento. A Companhia assume um limite de confiabilidade de 90%

    para equipamentos crticos A e, portanto, o valor de t10 estimado para que a equipe de

    PCM possa programar a manuteno preventiva com base neste dado.

  • Grfico 21: Confiabilidade em Funo do Tempo

    Por meio de anlise grfica ou buscando-se no Proconf, tem-se um valor de t10

    igual a 304,1572 horas. A equipe determina, ento, que este deve ser o intervalo

    mximo entre a instalao de uma nova vlvula e a primeira manuteno preventiva.

    Em conjunto com o acompanhamento da confiabilidade, PCM tambm passa a registrar

    os grficos de taxas de falhas.

    Grfico 22: Confiabilidade em Funo do Tempo

  • Grfico 23: Taxa de Falha em Funo do Tempo

    Para o tempo estipulado para a primeira manuteno preventiva, a taxa de falhas

    estimada em cerca de 0,0007. Este baixo valor corrobora a tomada desse dado como

    parmetro para orientar a programao.

    Grfico 24: Taxa de Falha em Funo do Tempo

    Com os resultados dessas anlises, pode-se obter a disponibilidade da vlvula:

    D =

    MTTR = 344,7848

    MTTF = 937,038

    MTBF = MTTR + MTTF = 1281,8228

  • A disponibilidade da vlvula de 78,8%. Esse valor est abaixo do aceitvel

    pela empresa para equipamentos de alta criticidade (90%).

    Em relao ao fator de forma, obtm-se um valor de 1,96. Sendo este valor maior que

    um, conclui-se que a taxa de falhas apresenta comportamento crescente e que a vlvula

    encontra-se na fase de mortalidade senil.

    Figura 6: Fase de Mortalidade da Vlvula

    Baseando-se nesses dados obtidos e em Sellito (2005), conclui-se que a

    estratgia de manuteno mais compatvel com o comportamento da vlvula a

    preventiva. Essa anlise pode ser constatada uma vez que o monitoramento das falhas

    desse equipamento passou a ser crtico a partir de no realizao de uma preventiva,

    prevista para 2011. A negligncia dessa manuteno programada, levou a uma maior

    taxa de falhas, que gerou o interesse pelo monitoramento desse equipamento com maior

    ateno. Segundo s descries dos servios das ordens relacionadas vlvula, tanto

    fisicamente (nas ordens retornadas a PCM pelo quadro tcnico) quanto no sistema SAP,

    temos definies de estados de deteriorao devido , sobretudo, exposio a altas

    temperaturas e consequente desgaste. Tendo em mos esse resultado final, a equipe

    programou-se para pr em prtica um plano em que leva-se em considerao ao menos

    um item de controle em cada componente do sistema que possa levar sua falha.

    Passaram-se a adotar tambm os mtodos estatsticos matemticos para indicao de

    tempos timos para r