curto circuito #3

36
Kamau Um homem além das palavras Old School Evento reúne apaixonados pelo skate Hardcore Jumps Fotografia expressa a emoção de artistas nos palcos Abr & Mai‘13 | Distribuição Gratuita | www.curtocircuito.art.br

Upload: curto-circuito

Post on 30-Mar-2016

266 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Bem vindo a terceira edição da revista Curto Circuito. Sinta-se a vontade e consuma produção cultural independente nacional.

TRANSCRIPT

KamauUm homem além das palavras

Old School Evento reúne apaixonados pelo skate

Hardcore JumpsFotografia expressa a emoção de artistas nos palcos

Abr & Mai‘13 | Distribuição Gratuita | www.curtocircuito.art.br

Expediente #3, 2013Expediente #3, 2013Edição: Edição: Antonio Augusto Coordenação: Coordenação: Alexandre M. e Camila Grillo Projeto: Projeto: Hearts Bleed Blue Redação: Redação: Camila Grillo [email protected] Revisão: Revisão: Camila Grillo [email protected] Revisão: Camila Grillo [email protected] Grillo [email protected] M. Colaboradores: Colaboradores: Mariana Perin e Mi Martins Foto de Capa: Foto de Capa: Karu Martins Assessoria Jurídica: Assessoria Jurídica: R4A Distribuição: Distribuição: [email protected]: Publicidade: Antonio Augusto [email protected]

Curto Circuito é uma revista de bolso, com publicação bimestral e distribuição gratuita, produzida pela Hearts Bleed Blue. Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução sem autorização prévia e escrita. Leia as edições anteri-ores do Curto Circuito em www.curtocircuito.art.br e não deixe de nos escrever seu endereço, nós vamos te enviar a cada dois meses a nova edição da revista.

.6(Old School)

Evento reúne apaixonados pelo skateTexto: Camila Grillo | Fotos: Divulgação e Ricardo Kafka

Info: saobernardo.sp.gov.br

.7Para atender a demanda de skatistas acima de 35 anos, acontece todas às segundas-feiras à noite, no Parque da Juventude, em São Bernar-do, o “Old School”, encontro que desde 2007 tem como público empresários, dentistas, médicos, engenheiros, entre outros. A participação é feita por aqueles que já tem algum tipo de experiên-cia e afinidade com o esporte. “Tem que já saber andar. Há aqueles que pararam e voltaram por causa deste horário específico e há poucos que se arriscam mesmo”, diz Carlos Alberto de Lima, um dos organizadores do evento.

.8

O objetivo é ter um horário específico para que as pessoas mais velhas possam andar de skate tranqui-lamente, além de ser uma oportunidade para rever amigos antigos em um momento de descontração. Acontecem também algumas intervenções como shows de bandas dentro da própria pista e pequenas competições, como o campeonato de melhor manobra. “Apesar de não atingir nosso público estabelecido por lei, a sessão é democrática e valoriza quem fez de São Bernardo um dos maiores pólos (se não o maior) do esporte no país”, disse Mariana Perin, responsável pela gestão de Juventude na cidade. Uma das regras para participação é o quesito idade. Para isso, é preciso fazer uma carteirinha com foto, na administração do parque. Esse documento valida a participação de pessoas no “Old School”. Tornando-se cada vez mais conhecido, o evento já contou com a participação de grandes nomes do skate. “Sandro Dias, Bob Burnsquit, Marco Aurelio ‘Jeff’, Giba Cossia, Álvaro ‘Porque’, Nilton ‘Ataliba’ e algumas ve-zes, o falecido ‘Chorão’ aparecia”, diz Carlos. Para o organizador, o “Old School” representa a his-tória do crescimento do esporte e que, sem ele, o skate não estaria onde está hoje, sendo considerado como o segundo mais praticado no Brasil, além de oferecer um mercado em crescimento de venda e consumo.

f curto circuito

Em clima de descontração No “Old School”, a prática esportiva se mistura com o clima de alto astral. “Após toda sessão acontece uma con-fraternização com churrasco e muita troca de ideia sobre o esporte”, explica Carlos. Sendo geralmente experienciado por muitos homens, a modalidade tem chamado a atenção do público feminino. “Acredito que pelo crescimento do esporte, acabou também atraindo as mulheres. Temos várias meninas profissionais levando a bandeira do Brasil e do skate pelo mundo. Por exemplo, existem oficinas de skate no parque as terças-feiras e o número de meninas é grande”, evidencia. Para quem deseja ingressar no “Old School”, Carlos dá a dica: “Respeitar o próximo e os seus próprios limites, pois em caso de quedas, as lesões são graves. Normal em esportes radicais”, finaliza.

.10

(soundcheck: Elo da Corrente)Banda prepara o seu terceiro disco

Texto: Camila Grillo | Foto: Mako | Info: soundcloud.com/elodacorrente

Considerando-se como “mais um elo, nessa grande corrente que é a música” o grupo Elo da Corrente desenvolve músicas que refletem vivências e inspi-rações que os rodeiam a todo instante. O processo de criação das letras, muitas vezes, acon-tece entre os três integrantes da banda: Caio, Marcos e Pitzan. O repertório do trio conta com os discos “Após Algumas Esta-ções” (2007) e “O Sonho Doura-do da Família” (2009). “Grava-mos em pelo menos uma dezena de álbuns/coletâneas na década passada. Atualmente trabalha-mos em nosso terceiro álbum, intitulado CRUZ”, diz Caio Neri, integrante do conjunto.

f curto circuito

.11

.12

Com o desejo de fazer algo diferente dentro do cenário do rap nacional, o Elo da Corrente surgiu no ano 2000 e já fez shows em cidades dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Minas Gerais. “Nós três fazemos os instrumentais, cada um de nós tem seus equipamentos, e quase sempre troca-mos opiniões sobre samples, timbres, máquinas e etc. Quando estamos planejando um disco, vamos escolhendo os instru-mentais e mexemos neles juntos”, explica Caio. De acordo com o músico, quando começaram, a geração ainda almejava contratos com gravadoras que nunca deram bola para o gênero. “Hoje elas estão indo por terra, e acho que o rap cresceu bastante sem precisar delas. De qualquer forma, tudo tem seus prós e contras. Um artista independente não consegue muita coisa sozinho. Precisa de pessoas que acredi-tem no trabalho dele e lhe ajudem a estruturar e organizar as coisas e projetos”, ressalta.

Além de fronteiras Para quem pensa que o rap é apenas um retrato e expres-sões de uma realidade urbana, o encontro com o estilo tem ga-nhado cada vez mais adeptos. “Acredito que ele atinge outras classes, mas essa divisão não existe muito na cabeça de quem faz. Quem se identifica consome, e quanto mais gente melhor”, destaca o músico. O público que admira o trabalho do trio é definido por Caio como pessoas que vão aos shows, compram discos, lêem as matérias e quando encontram com eles nas ruas, fazem ques-tão de dar um “salve”. Mesmo com o lado bom oferecido pela cultura, viver de arte no Brasil, para muitos, não é nada fácil. “Quase utopia, e digo arte em geral... Mas artistas são sonhadores por natureza, e dizem por aí que sonhos se tornam realidade”, fala Caio. Diante dessa realidade, para quem deseja ingressar no mundo cultural e produzir o seu próprio trabalho, dar certo é uma questão também de persistência. “Evoluir e nunca parar. Sejam humildes e busquem conhecimento”, finaliza.

f curto circuito

Após Algumas Estações (2007)O Sonho Sourado Da Família (2009)

disc

ogra

fia

.13

f curto circuito

.14

(Supermães)Mães descoladas mostramo lado “Mulher Maravilha”

Texto: Camila Grillo | Ilustração: VectorStock

Tatuagem, piercing, rock ‘n’ roll, computador, cerveja, internet. Difícil, nos dias de hoje, não asso-ciar esses temas com a juventude e a modernidade. Para uma mãe comum, essa versatilidade parece ideal somente para os filhos. Mas já pensou se todos esses tópicos fi-zessem parte do universo de nossas mães? Para muitos, seria incrível! Para outros, pode parecer utópico, porém existem mães descoladas que podemos intitular de “Mulher Maravilha”. Acordam cedo ou dor-mem tarde, trabalham duro, fazem diversas coisas para conquistar o espaço dentro do mercado de trabalho. E como será conciliar toda uma rotina com o fato de ser mãe?

f curto circuito

.15

.16

De acordo com Janaína Nascimento, 39, produtora, é preciso ser elástica. “Tem que pensar em tudo antes de programar o dia. Sempre tenho alguma mãe de amiga da Isis, que me ajuda muito e fica com ela após o horário escolar”, diz.

Considerando-se como uma “Pãe”, Janaína tem como rotina levar a filha Isis para a escola e depois ir para o trabalho.

Cuidar da casa, trabalhar, cuidar dos filhos, cui-dar de si. Essa é a realidade de muitas mulheres na atualidade. É o caso de Carla Chagas Passos, 42, professora de música e também cantora e violonista popular. A artista trabalha à noite, che-ga em casa por volta das 23h30 e não consegue dormir antes das 4h da manhã. “Daí aproveito a madrugada para adiantar meu almoço, limpar minha casa, estudar meu instrumento e o canto, aprender novas músicas, etc.”, explica Carla e ainda destaca: “Acordo cedo e preparo meu filhote para ir à escola, mas logo em seguida volto a dormir, afinal já deixei “tudo pronto” para o meu dia e só acordo mesmo quando ele chega para o almoço. Na parte da tarde vou à academia, cuido dos meus bichos, preparo minhas aulas de música e volto a labuta! Não acho difícil conciliar essa rotina ao fato de ser mãe, meu filho é saudável e muito tranquilo, além disso, posso contar com a ajuda efetiva do pai, que é muito presente, mesmo estando separada”, destaca.

f curto circuito

.17

descolada mais ou menos...mas diferente sim, pela maneirade me vestir, pelas tatuagens e por trabalharcom arte, que inevitavelmente deixamargem para o esteriótipoAlém de todas tarefas, algumas vezes Carla mostra o seu talento tocando na noite. “Me realizo mais enquanto cantora de bar do que como professora de música. Nunca pensei em gravar um CD, canto em bares há 20 anos com muito prazer, mas sem grandes pretensões”, explica a artista.

Apesar de não considerar-se como uma pessoa descolada, ela acredita ser diferente em alguns aspectos comportamentais e visuais. “Descolada mais ou menos... Mas diferente sim, pela ma-neira de me vestir, pelas tatuagens e por trabalhar com arte, que inevitavelmente deixa margem para o estereótipo”, diz.

Mesmo sendo uma mãe artista, Carla não sabe se o filho seguirá pelo mesmo caminho. “Não levo meu filho para os meus shows, ele ainda é muito jovem e não demonstra muita vontade de se en-volver, ele gosta, mas observar de longe. Não sei ainda se seguirá o mesmo caminho que escolhi para mim, eu tive a influênciado meu pai, não sei o quanto a minha profissãopoderá influenciá-lo, o que sei é que gostade rock e isso já me deixa bem feliz, poissua geração curti coisas muito ruins!”e finaliza: “Ser mãe é conseguir serduas pessoas ao mesmo tempo, sintomeu filho como uma extensão domeu corpo e alma”.

.18

Quais são as suas tralhas favoritas? O que você gosta de colecionar? Separamos aqui algumas coisas que gostamos e que talvez você curta também.

(algumas tralhas que você pode gostar)

f curto circuito

.19

.20

f curto circuito

.21

Grapixo: Rua 24 de Maio 62, Lojas 13/15, 103 e 140, São Paulo, www.grapixo.com.br Play-tech: www.playtech.com.br Loja 255: Galeria do Rock, Rua 24 de Maio 62, Loja 255, SP. Tel (11) 3361-6951 Locomotiva Discos: Rua Barão de Itapetininga 37, Loja 51, SP. Tel (11) 3257 5938 Hearts Bleed Blue: www.hbbstore.com IdealShop: www.idealshop.com.br Homesick Store: www.homesickstore.webstorelw.com.br HS Merch: www.hsmerch.com Weird: www.weirdclothing.bigcartel.com

.22

(Kamau)Um homem além das palavras

Texto: Camila Grillo | Fotos: Jess Penido e Karu MartinsInfo: facebook.com/MCKamau

Da rima à versatilidade, assim é o rapper que fala da vida e da visão que ele tem do mundo. Marcus Vinicius Andrade e Silva, mais conhecido como MC Kamau, nasceu e foi criado em São Paulo. Mora-dor de uma mesma casa há 35 anos no bairro de Tucuruvi, Zona Norte da cidade, escolheu um nome artístico que pudesse expressar sua identidade. “Kamau veio de um livro de nomes africanos que o KL Jay tem em casa. Significa “Guerreiro Silencio-so” em swahilli e eu me identifiquei, achei que tinha a ver com meu jeito de agir e ser”, explica o músico.

Sua paixão pelo skate começou aos 12 anos de idade, influenciando posteriormente muitos dos trabalhos realizados. “Meu último “trabalho”, antes de rimar, era assistente editorial e responsável pela distribuição da Revista 100% até 96. De lá para cá eu dividi por um tempo as funções entre a música e a locução de campeonatos de skate, mas logo fiquei só na música mesmo”, destaca.

f curto circuito

.24

A descoberta da rima Convivendo com a música desde muito novo, a inspiração de Kamau começou dentro de casa. “O rap me chamou a atenção logo nas primeiras vezes que ouvi. Conforme o tempo passou eu fui aprendendo, entenden-do, decorando e recitando cada letra como se fosse minha. Me identificava muito com o que ouvia. Mas só quan-do o KL Jay fez uma pergunta crucial que eu pensei em fazer algo: “Por que você não rima?”. Aí passei a pensar no que eu poderia fazer no rap, se faria a diferença. Me arrisquei e me cobrei muito. E aqui estou”, diz. Dai, foi só começar a escrever e agregar mais adiante o improvi-so com o objetivo de tornar-se um MC mais completo. “Tentei fazer, incentivado pelo Max B.O. e fluiu. Eu geralmente escrevo sobre algum tema, quando são temas meus eu penso numa “redação” com começo, meio e fim. Quando é uma participa-ção eu tento levar o tema da melhor maneira, diferenciando “flows” e realmente fazendo jus ao convite que me foi feito. Mas deixo fluir, sem muitas técnicas”, evidencia. A inspiração para as letras trazem temas que estão ligados ao artista e aquilo que está em seu repertório. “Creio que falar do que está mais próximo me facilita e me conecta mais facilmente aos que comigo se identificam e, de certa forma, se parecem em algum aspecto. Minhas músicas são reflexivas sim. Muitas vezes são conversas particulares em voz alta”, define.

Inovação criativa Enquanto muitos músicos usam como referência outros artistas em busca de algo que os inspire, Kamau busca fazer a diferencia para ele mesmo. “Procuro fazer diferente do que já fiz sem deixar de ser eu e fazer diferente do que já existe. Ou recriar algo à minha maneira. Seria mais fácil copiar ou seguir um cami-nho já trilhado. Mas sempre haveria um “original” com o qual eu seria comparado e, talvez, eu não acrescentas-se em nada dessa maneira. Então prefiro trazer algo novo para mesa sempre que possível”, revela. Com letras expressivas, o público adepto do estilo musical tem aumentado, mostrando que cada vez mais as pessoas estão ouvindo rap. “Recentemente, nas minhas apresentações, vi crianças indo ao seu primeiro show sem entender nada e pessoas mais velhas que eu apreciando a música como arte e expressão. Acho que isso reflete o que vem acontecendo. A música chega para as pessoas e elas chegam mais perto de nós. Simples assim”, afirma.

f curto circuito

.25

.26

Momentos diversos Shows, público, música, criação. Todo artista passa por seus processos e experiências durante uma trajetória. “Vários momen-tos marcaram minha carreira. Mas acho que o lançamento do “Non Ducor Duco”, em 2008, me fez fincar o pé nesse jogo de vez. Era como se eu finalmente colocasse o alicerce, o fundamento para minha casa própria, depois de tanto viver de aluguel ou me abrigar em causas e casas alheias. E, como disse na “Só”, depois daquele disco era “... só eu, minha culpa, meu mérito...”. Todo o processo desse disco, desde os esboços de letras e batidas, as ses-sões intermináveis com DJ PR!MO, as viagens para casa do Nave, gravações e mixagem com Vander Carneiro, tudo me serviu como aprendizado definitivo para o que faço hoje”, diz.

f curto circuito

.27

Mesmo com os prazeres de cantar e definir este ato como “Viver em alto e bom som”, nem sempre depender apenas do retorno oferecido pela arte representa um mar de rosas. “Muitos lugares não acreditam que alguns artistas levam público e preferem repetir nomes que já “deram retorno” para eles. E, quando nos contatam, pedem para diminuir cachê e equipe. Isso dificulta bastante nossa visita a alguns lugares. E muitos fãs pensam que nós escolhemos para onde ir. Eu estou aberto e disposto a fazer show em cada canto deste mundo, desde que haja alguém para ouvir e condições mínimas para realizarmos nosso trabalho dignamente”, desabafa.Seja através de incentivos, criticas ou citações sobre algo es-crito, para Kamau tudo isso representa uma vitória já que assim passa a fazer parte da vida das pessoas, sentindo isso como algo muito gratificante.

.28

Liberdade da arte Protesto ou expressão da realidade? Para Kamau, a música é arte e a arte é livre. “O rap tem muitos representantes que escolhem protestar através dele, assim como muitos apresentam soluções que funcionaram para eles ou simplesmente descrevem seu jeito de aproveitar a vida. Deixemos a música ser música e tudo surgirá de maneira natural. É bem mais que protesto”. Diante de um país com tanta diversidade, o rapper acredita que viver de arte no Brasil é difícil quando não se conhece os meios ou não há a disposição para buscá-los, explorá-los, criá-los ou aproveitá-los. ”É bem possível, apesar da instabilidade. Vivo só de música desde 2002. Como a vida me permite”, destaca. Além do lado criativo, todo artista precisa se preocupar com a questão financeira. “Quero viver disso para viver para isso. O su-cesso vem quando consigo que essa frase seja verdadeira. E tenho conseguido”, diz e ainda destaca: “A produção independente está em ascendência porque alguém deu o exemplo. E estamos a cada dia descobrindo novos meios pra fazer acontecer”.

Caminho independente Atualmente, Kamau escuta sons dos artistas Kendrick Lamar, DJ Dacel e Free Design e já dividiu o palco com grandes nomes da música. “Acredito que pude somar com a música de cada um deles e aprendi bastante. Já me encontrei musicalmente com Max de Cas-tro, Nação Zumbi, Funk Como Le Gusta, Tulipa Ruiz, Curumin, Trio Mocotó, Thalma de Freitas, Carlos Dafé, Di Melo, Ana Tijoux entre outros brasileiros e estrangeiros”, explica. Tendo todos os lançamentos independentes, o músico lançou um EP “Prólogo” em 2002 com o Consequência, um Mixtape “Sinopse” solo em 2005, o álbum “Escuta Aí” com o Simples em 2006, álbum “Non Ducor Duco” solo em 2008 e o EP “...entre...”, também solo, em 2012. “Estou trabalhando em alguns projetos ainda sem data de lançamento definida”, diz. Para os futuros MCs, Kamau fala sobre como ingressar na pro-fissão. “Deve começar pela verdade. Se você acha que há verdade no que diz e pode dividir essa verdade com outras pessoas já é um passo. E se acha que pode ser um MC de verdade, tanto quanto os que costuma escutar, então faça o melhor para sê-lo. Vocabulário é sempre importante”, finaliza.

f curto circuito

.29

.30

(wallpaper: Deco)Texto: Camila Grillo | Fotografia: Deco | Info: www.flickr.com/photos/xdecox

.31

f curto circuito

Wander Willian Guedes, 22, mais conhecido como Deco, teve o

prazer de fotografar bandas como os Raimundos, Ratos de Porão,

Charlie Brown Jr, Dead Fish, Dance of Days (no qual fotografa até

hoje), Rise Against, Youth of Today e Napalm Death. “A fotografia foi

algo que fez eu me aproximar de verdade de bandas que eu sempre

ouvi desde mais jovem e poder conversar. Trocar experiências com

alguém que você sempre ou um dia teve como seu ídolo, é algo que

não há dinheiro que pague”, destaca.

.33

f curto circuito

A ideia de reunir todas as fotografias em uma única página, voltada

para tema “Jumps”, somente com fotos de pulos em shows, veio por

indicação do Milton (Bayside Kings) depois dele ter visto várias fotos

de saltos dos integrantes das bandas fotografadas.

A intenção do artista é tentar passar a emoção que os próprios

integrantes estão sentindo. Os pulos não são combinados. “Sempre que

alguém pula eu tenho que estar atento para não perder”.

.34

(O vôo solo da “brabuleta”)Texto: Mariana Perin | Ilustração: VectorStock

f curto circuito

.35

Em um passado, nem tão distante e nem tão negro assim, uma amiga e eu fomos contratadas para fazer a produção de uma banda de meninas chamada Lipstick.

Aprendi a respeitá-las, apesar das diferenças mu-sicais, e não me envergonho deste item curricular. Quando começamos, observei uma menina baixinha tocando baixo e pensei: O que ela está fazendo nesta banda? Toca Muito!

Carol Navarro poderia facilmente acompanhar qual-quer grande banda por aí. Ela tem a pegada e, sempre que pude, falei isso aos quatro cantos.

Através das redes sociais, descobri que ela levantou um vôo solo e partiu em busca de novas descobertas. Hoje, integra da banda Supercombo, um #rockpopes-quisito. Eu gostei. Desejo a esta menina um enorme “boa sorte”. E eu, atriz de formação, digo merda, merda e mais merda para a Navarro.

Nesta cena pop ínfima, pessoas talentosas merecem voar. E quando vejo exemplos de desapego ao casulo (pelamor! rs), os amplificadores tendem ao novo ruído, dos bons, saca?

Mariana Perin, 30 anos e produtora