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Atualizar e fornecer conhecimentos nas áreas de plantas medicinais, fitoterápicos, fitoquímica e terapias alternativas promovendo a habilitação segura e consistente do profissional fitoterapeuta.

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Page 1: Cursofitocompleto parcial

Biociência On Line

Apresenta

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Fitoterapia e Plantas

Medicinais

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Sumário completo1. Introdução 1.1. O que é Fitoterapia? 1.2. História e surgimento da Fitoterapia 1.3. Fitoterapia como medicina alternativa 1.4. Etnobotânica2. A prática Fitoterapêutica 2.1. Fitoterapia 2.1.1. Padronização dos fitoterápicos 2.1.2. Sistemas de fitoterapia 2.1.3. Nomenclatura dos medicamentos 2.1.4. Vias de administração 2.1.5. Soluções tópicas 2.1.6. Riscos à saúde 2.1.7. Eficácia 2.1.8. Além do cientificismo 2.1.9. Nome comum x científico 2.2. Como o Fitoterapeuta trabalha 2.2.1. Como ser Fitoterapeuta 2.2.2. Legislação e ética na Fitoterapia 2.2.3. Normas Técnicas Setoriais Voluntárias3. Medicina alternativa 3.1. Naturopatia 3.2. Fitoterapia chinesa 3.3. Fitoterapia indiana (Medicina Ayurvedica) 3.3.1. Principais ervas da medicina Ayurvedica 3.3.2. Evidências científicas 3.3.3. Segurança 3.4. Fitoterapia japonesa

4. Ervas medicinais 4.1. Para que servem as ervas? 4.2. Historia da utilização das ervas 4.3. Comprovação biológica 4.4. A sabedoria do uso das ervas 4.5. O uso das ervas no Brasil 4.6. Plantas em perigo 4.7. Soluções 5. Metabolismo secundário 5.1. Função dos metabólitos 5.2. Metabolismo primário 5.3. Metabólitos secundários 5.3.1. Terpenos 5.3.1.1. Sesquiterpenos 5.3.1.2. Monoterpenos 5.3.1.3. Diterpenos 5.3.1.4. Triterpenos 5.3.1.5. Tetraterpenos 5.3.1.6. Politerpenos 5.3.1.7. Meroterpenos 5.3.1.8. Óleos essenciais 5.3.2. Compostos fenólicos 5.3.2.1. Flavonóides 5.3.2.2. Taninos 5.3.3. AlcalóidesComplementosReferênciasAutor

Informações básicas

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1. Introdução

Sumário deste capítulo Informações complementares

ComplementosReferências

1. Introdução 1.1. O que é Fitoterapia? 1.2. História e surgimento da Fitoterapia 1.3. Fitoterapia como medicina alternativa 1.4. Etnobotânica

Sumário completo

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1. Introdução1.1. O que é Fitoterapia?

A palavra Fitoterapia é formada por dois radicais gregos: fito vem de phyton, que significa planta, e terapia vem de therapia, que significa tratamento. Ou seja, tratamento utilizando plantas medicinais.

A Fitoterapia foi criada para designar tradições populares de tratamento, nas quais as plantas medicinais são usadas como medicamento. O uso terapêutico de plantas medicinais ficou restrito à abordagem leiga desde o salto tecnológico da indústria farmacêutica ocorrido nas décadas de 50 e 60.

Recentemente, as plantas medicinais consideradas medicamentos de segunda categoria, voltaram à voga com a comprovação de ações farmacológicas relevantes e de uma excelente relação de custo-benefício.

A Alemanha foi o país que investiu primeiro e saiu na frente nesse campo. Pesquisadores dessa área concluíram ser importante sistematizar e estudar as tradições populares do uso de plantas medicinais, como forma de ter uma estratégia para investigação e comprovação farmacológica. Por isso um ramo da antropologia chamado etnofarmacologia (estudo da farmacologia popular de um determinado grupo cultural) tem ganhado importância cada vez maior para o desenvolvimento de novos medicamentos à base de plantas medicinais.

As plantas medicinais têm sido um importante recurso terapêutico desde os primórdios da antigüidade até nossos dias.

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1. Introdução1.1. O que é Fitoterapia?

No passado, representavam a principal forma de cura conhecida. Em todos os registros sobre médicos famosos da antigüidade, tais como Hipócrates, Avicena e Paracelcius, as plantas medicinais ocupavam lugar de destaque em sua prática. A partir de plantas descritas e usadas pelo conhecimento popular, foram descobertos diversos medicamentos usados até hoje pela medicina. Os salicilatos, por exemplo, foram descobertos através de estudos no Salgueiro Branco (Salix alba), que era usado pelos índios norte-americanos no tratamento de dor e febre.

Já os digitálicos foram isolados da Dedaleira (Digitalis purpurea), usada por curandeiros europeus no tratamento de edemas. O reino vegetal, além de ser o maior reservatório de moléculas orgânicas conhecido, é um poderoso laboratório de síntese.

Até hoje diversas moléculas com estrutura complexa dependem de síntese biológica, pois a síntese em laboratório não pode ser feita ou é economicamente inviável, como é o caso dos digitálicos, da pilocarpina ou dos esteróides. Por isso plantas medicinais são usadas até hoje como matéria-prima para a fabricação de medicamentos.

A origem da Fitoterapia é impossível de ser determinada. O uso terapêutico de plantas medicinais é dos traços mais característicos da espécie humana. É tão antigo quanto o Homo sapiens, e encontrado em praticamente todas as civilizações ou grupos culturais conhecidos. A Fitoterapia praticada no Brasil é originária de várias tradições diferentes, criando um sistema heterogêneo de uso das plantas medicinais.

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1. Introdução1.2. História e surgimento da Fitoterapia

A Fitoterapia é uma terapia que utiliza material vegetal processado ou bruto. Existem várias subdisciplinas envolvidas: a identificação botânica das plantas utilizadas; o conhecimento agrícola para o cultivo da droga vegetal; a fitoquímica a extração e a elucidação estrutural de substâncias ativas; a farmacologia para o modo de ação das substâncias ativas e os testes finais para o uso clínico do produto.Fitoterapia corresponde hoje à "Matéria Médica" que era um compendio utilizado no passado. Antes da introdução da química sintética, todos os remédios eram produtos naturais, e os correspondentes medicamentos foram incluídos nas diferentes farmacopéias.

A diferença entre a moderna e a velha Fitoterapia é que hoje em dia a extração da droga bruta pode ser padronizada para certo conteúdo de princípios ativos, para assim, garantir a dosagem correta e reproduzível.

"Matéria Médica" é um termo antigo utilizado quando todos os recursos eram de produtos naturais de base animal, vegetal ou mineral. Schmidt foi o primeiro a usar o termo Farmacognosia. O termo Fitoterapia foi usado pela primeira pelo médico francês Leclerc e o conceito foi aprimorado por Weiss, na Alemanha.

Desde a pré-história as plantas eram utilizadas na cura de problemas de saúde, era a única forma de cura conhecida pelos povos e civilizações antigas, até os animais se utilizavam das plantas. Através de experimentos, a sabedoria popular que passou para os descendentes e o cultivo, as plantas conseguiram passar por várias gerações sem perder as suas características.

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1. Introdução1.2. História e surgimento da Fitoterapia

História

O uso medicinal dos produtos naturais tem sido relatada entre os sumérios há aproximadamente 4.000 anos a.C., que utilizava, entre outros produtos o ópio. Na China, o ginseng, ruibarbo e Ma-Huang (Ephedra) têm sido utilizados por pelo menos 5.000 anos. Os egípcios tinham um bom conhecimento dos medicamentos naturais. O "Papiro de Ebers", datado de cerca de 1550 a.C., menciona dentre outras plantas a Aloe e Myrrha. Hipócrates (460-377 a.C.), conhecido como o pai da medicina, foi o mais brilhante dos médicos gregos e usou um grande número de plantas como droga. Os gregos dominaram a tecnologia dos medicamentos durante o período romano.

Durante primeiro século d.C., Dioscórides descreveu em sua obra "The Materia Medica" cerca de 500 plantas medicinais: sua origem botânica, produção e utilização. Este livro e as obras do médico Galenos (século II d.C.), que utilizou várias centenas de plantas medicinais, perdurou até a Idade Média, quando o conhecimento da plantas medicinais foi preservado pelos árabes e pelos monges cristãos, que cultivaram especiarias e plantas medicinais nos jardins dos mosteiros. As plantas medicinais foram descritas em "Kräuterbücher", L. Fuchs, no século 16, e foi importante na conservação deste valioso conhecimento. Em 1803 o farmacêutico alemão Sertürner conseguiu o isolamento da morfina do ópio.

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1. Introdução1.2. História e surgimento da Fitoterapia

Este evento iniciou uma nova época, com foco no isolamento e caracterização de substâncias farmacologicamente ativas das plantas medicinais. Com o advento da química orgânica sintética, o interesse pelo uso de plantas medicinais declinou na medicina ocidental durante grande parte do século 20. Na última década tem havido um crescente interesse público em produtos naturais, em parte devido a uma suspeita sobre a segurança dos sintéticos, os remédios não naturais. No entanto, ambos os tipos devem ser usados, às vezes juntos, na medicina convencional, bem como em medicina complementar ou alternativa.

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1. Introdução1.3. Fitoterapia como medicina alternativa

A sabedoria popular no uso das plantas impulsionou o seu consumo por todos os grupos sociais durante séculos. Foram encontrados indícios da utilização das plantas em todas as civilizações estudadas. O princípio de todo conhecimento está espalhado pelos vários berços da civilização tais como europeu de onde surgiu a melissa (Melissa officinalis), da África apareceu a arruda (Ruta graveolens), dos índios brasileiros surgiu a caapeba (Piper umbellatum) e da Ásia o gengibre (Zingiber officinale).O uso de ervas medicinais é classificada na categoria de medicina alternativa. Espiritualmente é um caminho de conexão com a Terra.Muitas pessoas poderiam aprender a se auto-curar com remédios naturais que são menos nocivos.

Há várias perguntas sobre o uso medicinal. O que é medicina alternativa? Por que uma pessoa pode escolher tomar ervas em vez de medicamentos farmacêuticos? As pessoas deveriam usar ervas para prevenir ou para curar uma doença? Onde as pessoas podem encontrar ervas para uso medicinal? Como fazem as pessoas para saber que dosagem pode ser usada e a melhor maneira para tomar?Ervas Medicinais têm sido utilizadas por milhares de anos. Os Sumérios, civilização já extinta, guardaram registros de seus usos de plantas medicinais que data aproximadamente 6000 anos atrás.Quando os primeiros peregrinos vieram ao Novo Mundo, eles trouxeram suas ervas medicinais para cultivar em seus jardins e usar para sua saúde.

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1. Introdução1.3. Fitoterapia como medicina alternativa

Com o passar do tempo, eles aprenderam a utilizar ervas nativas, através de experiências e erros puderam continuar usando ervas medicinais da terra por centenas de anos.Hoje, aproximadamente 40% dos remédios farmacêuticos disponíveis originalmente vem de fontes de ervas. A aplicação de tratamentos a base de ervas têm se tornado comum e enfoca mais na capacidade do corpo em se auto curar, o que se opõe ao combate apenas ao sintoma específico dos remédios farmacêuticos. Ainda que o uso de ervas medicinais seja comum, não é massivamente utilizada pela população, nem é aceito pela comunidade científica. Isto é, entretanto, comum em muitos outros países de culturas diferentes.

Muitas pessoas estão se voltando para remédios de ervas para evitar o lado nocivo dos remédios farmacêuticos, quando elas caem vítimas da falha da medicina moderna, ou quando a indústria médica não tem tratamento para sua doença. Em um estudo feito pelo Centro Nacional de Estatísticas da Saúde (Estados Unidos), mortes em decorrência do uso de drogas farmacêuticas, ervas, e vitaminas foram comparadas entre os anos 1981-1993. O estudo mostrou que apenas uma pessoa morria como um resultado direto de tomar suplementos de vitaminas, entretanto, aproximadamente 100.000 pessoas morreram como um resultado direto de tomar os remédios farmacêuticos.

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1. Introdução1.3. Fitoterapia como medicina alternativa

Nenhuma fatalidade ocorreu pelo uso de ervas. O estudo foi baseado em incidentes onde em todos os três produtos mencionados, os pacientes seguiram sua dosagem recomendada.Geralmente, as pessoas são encorajadas a usar ervas como um suplemento que ajuda na saúde, em vez de utilizar quando ficam doentes.Quando alguém é atacado por uma doença geralmente usam os remédios farmacêuticos, que trata apenas o sintoma em vez de atacar a raiz da doença. Muitas ervas podem ser utilizadas juntas com os remédios prescritos. Uma erva geralmente pode atuar no corpo em três caminhos: pode limpar o corpo de impurezas ou de uma doença, pode reconstruir o sistema imunológico, ou pode fortalecer um órgão afetado, assim este curará a si mesmo.

Ervas individuais podem combater um ou mais destes problemas, e ervas específicas são utilizadas para doenças específicas embora exista freqüentemente mais que uma erva que pode auxiliar no tratamento de uma doença.Ervas podem ser pedidas através de catálogos, compradas em supermercados, ou podem existir no seu jardim. Hoje, muitas ervas têm estado disponíveis em balcões de mercearia que armazenam ervas em forma de chá, de cápsulas ou de pílulas. Algumas ervas são utilizadas na formulação de loções, shampus, e cremes. Outras ervas são recomendadas internamente na formulação de pílulas, tinturas, infusões, decocção, ou crus.

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1. Introdução1.3. Fitoterapia como medicina alternativa

Uma infusão, ou chá, é uma fórmula em que a parte medicinal de uma erva são mergulhadas em água quente por dois a cinco minutos. Uma decocção é parecida com uma infusão, entretanto, as raízes, caules, e outros materiais fibrosos são fervidos por um período mais longo de tempo.Nos rótulos da maioria dos produtos a base de ervas há uma dosagem sugerida. O ideal seria você procurar um especialista para obter uma recomendação eficiente.

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1. Introdução1.4. Etnobotânica

A Etnobotânica é a ciência que investiga as relações intrínsecas entre as culturas e usos de plantas incidindo, essencialmente, sobre a forma como as plantas são utilizadas nas sociedades humanas (como alimentos, medicamentos, cosméticos; usos religiosos; como tinturaria, têxteis; em construção, como ferramentas, moeda, vestuário; na literatura, em rituais e na vida social). As plantas medicinais ajudam no alivio do sofrimento humano e são usadas como subsistência, remédios caseiros e como comercio. Este campo é bastante amplo e por vezes mal definido abrangendo temas como plantas usadas na medicina tradicional dos povos tribais, a história da agricultura, crenças supersticiosas sobre as plantas, plantas que podem ser usados como corantes, plantas utilizam como tecidos, e assim por diante.

O termo etnobotânica foi descrito em 1895 pelo botânico Harshberger. No ano de 77 DC, o médico grego Dioscorides publicou o catálogo “The Materia Medica”, que descrevia cerca de 600 plantas do Mediterrâneo, também tinha informações sobre como os gregos usavam as plantas, para fins medicinais. Este documento continha dados de como e quando cada planta tinha sido recolhida, se era ou não venenosa, a sua utilização efetiva e se era ou não comestível e ainda destacou o potencial econômico das plantas.No ano de 1542 o artista renascentista Leonhart Fuchs, escreveu a obra “The History Stirpium” onde foram descritas 400 plantas nativas da Áustria e Alemanha.

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1. Introdução1.4. Etnobotânica

John Ray (1686-1704) cunhou a primeira definição de "espécie" em sua obra “History Plantarum”, onde definiu que uma espécie é um conjunto de indivíduos que dão origem através da reprodução de novos indivíduos semelhantes a si mesmos.Em 1753 Carl Linnaeus escreveu “Species Plantarum”, que incluiu informações sobre cerca de 5.900 plantas. Linnaeus inventou o método binomial de nomenclatura, em que todas as espécies tinham um nome com duas partes (gênero, espécie). No século 19 Alexander von Humboldt coletou dados no novo mundo, e as viagens de James Cook, trouxeram coleções e informações sobre plantas do Sul do Pacífico.Edward Palmer recolheu artefatos e espécimes botânicos dos povos no oeste norte-americano e México a partir de 1860 a 1890.

Uma vez que existiam dados suficientes, o campo da “Botânica aborígena” foi fundado, era o estudo de todas as formas do mundo vegetal que povos indígenas usavam como alimentos, medicamentos, tecidos, enfeites, etc.Leopold Glueck medico alemão do final do século 19, teve publicada sua obra onde descrevia os usos tradicionais medicinais de plantas por comunidades rurais na Bósnia (1896) este foi considerado o primeiro trabalho moderno na área da etnobotânica.No início, os estudos etnobotânicos das espécies não eram muito confiáveis, porque os botânicos e os antropólogos não trabalhavam juntos. Os botânicos focavam na identificação das espécies e como as plantas eram usadas em vez de incluir como as plantas se encaixavam na vida das pessoas, por outro lado, os antropólogos estavam interessados no papel cultural das plantas e não no aspecto científico.

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1. Introdução1.4. Etnobotânica

Sendo assim, os primeiros dados etnobotânicos não incluíram os estudos das duas ciências. No início do século XX, botânicos e antropólogos passaram a colaborar entre si e então finalmente, a coleta de dados confiáveis e detalhados começou a ser feita.Hoje, o conhecimento da etnobotânica requer uma variedade de habilidades: formação em botânica para a identificação e preservação de espécies, formação antropológica para entender os conceitos culturais em torno da percepção das plantas, formação linguística, pelo menos o suficiente para transcrever termos locais e entender a morfologia nativa, sintaxe e semântica.Informações importantes sobre os usos tradicionais de plantas ainda permanece incólume com as culturas nativas.

Entretanto os nativos são relutantes em compartilhar seus conhecimentos com precisão para os estranhos, por desconfiança ou medo.O uso da sabedoria popular na medicina ocorre em todas as comunidades por todo o mundo (Smitherman et al. 2005). Como resultado da busca continua para achar um tratamento para as doenças, que são especificas em cada comunidade, tem sido desenvolvido uma extensa farmacopéia de plantas medicinais. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (O.M.S.) em torno de 80% das pessoas em todo mundo usam a medicina tradicional nos primeiros cuidados na saúde. A medicina tradicional tem atingido importância econômica rapidamente, em países em desenvolvimento é certamente um dos meios de tratamento mais acessíveis e até mesmo o único tratamento encontrado.

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1. Introdução1.4. Etnobotânica

A natureza tem sido fonte de recursos medicinais por milhares de anos e um grande numero de compostos medicinais tem sido isolados das plantas. As plantas produzem uma variedade de moléculas bioativas sendo assim uma fonte importante de cura, as plantas superiores continuam a ser utilizadas na manutenção da saúde na maioria das comunidades, mesmo com o advento da moderna medicina. A demanda mundial por ervas medicinais esta crescendo e o mercado de fitoterápicos em 1999 foi de 19,4 bilhões de dólares. Muitas drogas têm entrado no mercado internacional através da exploração da medicina popular. Estima-se que 25% das drogas prescritas contenham princípios ativos derivados de plantas. É estimada a existência de aproximadamente 400.000 espécies de plantas vasculares em uso e em torno de um terço é utilizado com propósitos medicinais.

Em torno de 122 compostos, 80% dos quais são usados com os mesmos propósitos etnobotânicos, são derivados de 94 espécies de plantas.Muitos ingredientes ativos têm sido descobertos de plantas baseadas em informações etnofarmacológicas e patenteados como drogas. Maprouneacina isolado da planta Maprounnea africana é utilizada como anti-diabética, o taxol, obtido do Taxus breviflora, é usado como droga anti-tumoral e a artemisinina, descoberta da Artemisia annua, é usada como um potente composto anti-malarial. Os métodos etnobotânicos incluem entrevistas com a comunidade em questão sobre as plantas, partes das plantas utilizadas, formas de uso, etc.

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1. Introdução1.4. Etnobotânica

Uma seleção é feita com as plantas de maior interesse para a farmacobotânica, as plantas utilizadas na medicina tradicional são selecionadas pela população porque são efetivas contra uma determinada doença.

Como me tornar um Etnobotânico?

Há uma série de passos para alguém que deseje trabalhar na área de Etnobotânica. Todos eles exigem certo grau de conhecimento cientifico e muitas pesquisas mais avançadas exigem que o pesquisador obtenha um grau de estudo mais avançado. A pratica da etnobotânica exige trabalho e empenho, mas também é muito gratificante. Uma vez qualificado, o etnobotânico pode trabalhar em uma variedade de pesquisas, dependendo do foco de interesse, desde produtos farmacêuticos a antropologia.

Os métodos etnobotânicos incluem entrevistas com a comunidade em questão sobre as plantas, partes das plantas utilizadas, formas de uso, etc. Um pequeno número de faculdades e universidades oferecem a disciplina em Etnobotânica, com algumas que oferecem pesquisas a nível de pós-graduação nessa área para as pessoas que querem tornar-se um especialista.Estudantes que estão interessados em temas específicos, como descobrir novos fármacos ou aprender sobre a utilização tradicional de plantas nativas, pode querer desenvolver pesquisas, para isso deve procurar a oferta de cursos diversos que tenham em seu programa a Etnobotânica e do tipo de pesquisa que está sendo feito pela faculdade.

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1. Introdução1.4. Etnobotânica

Também é possível para um interessado, criar um grau de conhecimento em Etnobotânica, através de trabalhos com consultores acadêmicos e funcionários de faculdades.Uma pessoa pode tornar-se um etnobotânico através de disciplinas como a botânica, antropologia, sociologia, biologia molecular, farmacologia e biologia, entre outras. Estudantes que estão interessados em tomar este rumo devem entrar em contato com as escolas que estão interessadas em pesquisas.Enquanto estiver na escola, os alunos devem se planejar para buscar oportunidades de estágios na área. Alguém que quer se tornar um etnobotânico pode obter proveito fazendo pesquisas com pesquisadores na área de trabalho, ajudando a catalogar coleções botânicas, participando de pesquisas antropológicas para saber mais sobre como trabalhar com as populações tradicionais, e assim por diante.

Esta experiência também será útil quando o aluno busca um emprego, ele ou ela pode ser capaz de transformar um estágio de verão em uma carreira, ou usar a experiência de trabalho como um item curricular. Os métodos etnobotânicos incluem entrevistas com a comunidade em questão sobre as plantas, partes das plantas utilizadas, formas de uso, etc. Uma seleção é feita com as plantas de maior interesse para a farmacobotânica, as plantas utilizadas na medicina tradicional são selecionadas pela população porque são efetivas contra uma determinada doença.

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Digitalis purpurea

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Salix alba

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Aloe vera

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Melissa officinalis

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Ruta graveolens

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Pothomorphe umbelatum

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Zingiber officinalis

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Taxus breviflora

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Myrrha

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Ephedra

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Maprounnea africana

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Artemisia annua