curso pintor parte 1 educa

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Cursos Online EDUCA www.CursosOnlineEDUCA.com.br Acredite no seu potencial, bons estudos! Curso Gratuito Pintor Parte 1 Carga horária: 30hs

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tecnicas de pintura em residencia

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  • Cursos Online EDUCA www.CursosOnlineEDUCA.com.br

    Acredite no seu potencial, bons estudos!

    Curso Gratuito

    Pintor

    Parte 1 Carga horria: 30hs

  • Unidade 5

    69

    Unidade 4

    57

    Unidade 3

    37

    Unidade 2

    25

    Unidade 1

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    Contedo

    H i s t r i a d a c o n s t r u o c i v i l e d a o c u p a o d e p i n t o r d e o b r a s

    conHec i mentos d a oc upa o e meus conHec imen tos

    Fe r r a m e n t a s e i n s t r u m e n t o s b s i c o s d e t r a b a l H o

    co m o es c o l H e r t i n t as e v e r n i z es

    c o m o c a l c u l a r q u a n t i d a d e s

  • P into r 1

    u n i d a d e 1

    Histria da construo civil e da ocupao de pintor de obras

    Ao observarmos nossa cidade, podemos perceber uma infnidade

    de construes feitas com os mais diversos materiais. Mas nem

    sempre foi assim.

    Os seres humanos sempre procuraram locais para se proteger

    do frio, da chuva, do ataque de animais, do excesso de sol etc.

    E essa procura, possivelmente, foi uma de suas primeiras moti-

    vaes para a construo de um lugar seguro para moradia.

    Mas, de fato, entre buscar abrigo e comear a criar e construir

    espaos para morar, muito tempo se passou. Pesquisas confrmam

    que os primeiros seres humanos abrigavam-se em cavernas e

    interferiam muito pouco para modifcar esses ambientes.

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  • O ato de construir ou, mais propriamente, de criar espaos diferenciados, com

    tcnicas tambm distintas, novas teve incio no fm da Pr-histria e comeo da

    Idade Antiga.

    Para delimitar as vrias etapas do desenvolvimento da humanidade e facilitar a compreenso dos acon- tecimentos, os estudiosos dividiram a Histria em grandes perodos de tempo:

    Pr-histria (ou sociedades sem estado) da origem do homem, h cerca de 5 milhes de anos, at aproximadamente 3500 a.C. (antes de Cristo), quando surgiu a escrita.

    Antiguidade (ou Idade Antiga) do surgimento da escrita at a queda do Imprio Romano, no ano 476 d.C. (depois de Cristo).

    Idade Mdia da queda do Imprio Romano at 1453, com a tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos.

    Idade Moderna da tomada de Constantinopla at 1789, data da Revoluo Francesa.

    Idade Contempornea da Revoluo Francesa at nossos dias.

    difcil afrmar que a ideia de construo j existisse naquela poca, embora se

    saiba que as pinturas decorativas faziam parte do dia a dia dos homens pr-histri-

    cos. Alis, a principal interveno em moradias foi a pintura de paredes, nas quais

    eram retratados aspectos da vida cotidiana.

    Essas pinturas fcaram conhecidas como arte rupestre. A palavra rupestre refere--

    -se rocha, local onde essa forma de arte era expressa.

    Pintura rupestre. Wadi Anshal nos montes Tadrart Acacus. Deserto de Acacus, Lbia.

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  • P into r 1

    Desde as primeiras construes de que se tem notcia, como Stonehenge, na Ingla-

    terra obra construda (acredita-se) h, aproximadamente, 5 mil anos...

    PNT_C1_002 hiperlink stonohnge

    ... at as ultramodernas edifcaes dos sculos XX (20) e XXI (21), como o

    prdio da Filarmnica de Berlim, na Alemanha, e o Museu Guggenheim

    Bilbao, na Espanha, muito se evoluiu na arte e nas tcnicas de construo.

    Com a diversifcao dos materiais utilizados em construes (pedra, argamassa,

    concreto, madeira, vidro, estrutura metlica, entre outros), houve tambm a evoluo

    de tintas, vernizes e materiais de revestimento.

    Hans Scharoun. Sala de concertos da Filarmnica de Berlim, 1960-1963. Berlim, Alemanha.

    Frank Gehry. Museu Guggenheim Bilbao, 1992-1997. Bilbao, Espanha.

    Stonehenge, Inglaterra.

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  • Principalmente a partir do sculo XIX (19), com a Re-

    voluo Industrial e a consolidao do modo de produ-

    o capitalista na Europa, as mudanas passaram a ser

    muito rpidas.

    Vamos ver com um pouco mais de proximidade como

    se deu a evoluo das tintas e dos materiais de pintura?

    Voc sabia? O perodo entre o fim do

    sculo XVIII (18) e a primei-

    ra metade do sculo XIX

    (19, 1789-1848) chamado por um importante histo-

    riador, Eric Hobsbawm, de

    A Era das Revolues, porque nele se concentra-

    ram acontecimentos que

    causaram mudanas pro-

    fundas no modo de vida

    europeu, com reflexos na

    poltica, na cultura e nas

    relaes econmicas e de

    trabalho.

    Dois processos revolucio-

    nrios ocorreram parale-

    lamente nesse perodo: a

    Revoluo Industrial e a

    Revoluo Francesa.

    Conforme o historiador Fabio Luis Barbosa dos Santos: Apesar de as duas revolues (a In- dustrial e a Francesa)

    terem acontecido em lu-

    gares distintos, a primei-

    ra na Inglaterra e a se-

    gunda na Frana, esses

    processos apontam para

    uma mesma direo: o

    amadurecimento do ca- pitalismo na Europa.

    Pr-histria e Antiguidade

    Nas chamadas sociedades sem estado, como j vimos,

    as pinturas decorativas constituam-se de cenas repre-

    sentativas da vida diria animais, imagens de caa etc.

    nos locais que serviam de moradia.

    Essas pinturas eram feitas com tintas compostas de uma

    mistura de ossos queimados, cal, terra e minrios em p,

    acrescentando-se gua ou gordura animal. Com elas, os

    homens que viveram nessa poca deixaram retratados,

    gravados nas paredes, aspectos de sua histria. E esses

    puderam ser conhecidos por ns.

    Foram encontradas pinturas rupestres em vrios pases,

    como Frana, Espanha, frica do Sul, Austrlia e Brasil,

    especifcamente no Parque Nacional Serra da Capivara,

    no Piau.

    Fonte: Educao de Jovens e Adultos (EJA) Mundo do

    Trabalho: Caderno do Estudan- te Geografia, Histria e Traba- lho: 6 ano do Ensino Funda- mental. So Paulo: Secretaria

    de Desenvolvimento Econmi- co, Cincia e Tecnologia

    (SDECT), 2011. p. 122. Veado com filhote. Desenhos da Pr-histria brasileira. Toca do Boqueiro da Pedra Furada, Parque Nacional Serra da Capivara, no Piau.

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  • P into r 1

    Na Idade Antiga, por sua vez, a pintura comeou a se diversifcar: ganhou novas

    cores e passou a ser feita com tintas compostas de outros produtos.

    A civilizao egpcia uma das culturas mais relevantes no mundo antigo em vir-

    tude dos conhecimentos desenvolvidos nos campos da matemtica, escrita, agricul-

    tura, arquitetura e artes, entre outros fabricava tinta com minrios e outros ma-

    teriais extrados da terra. Com isso, os egpcios obtinham uma gama bastante

    variada de cores, que assumiam funes simblicas nas pinturas.

    O branco, por exemplo, obtido do calcrio, estava associado pureza, verdade,

    alegria e ao triunfo. Os tons de pele resultavam de minrios de ferro, assim como o

    vermelho, que representava o poder, a sensualidade e a energia. Azul e verde, extra -

    dos do cobre e da malaquita, eram utilizados para representar a vida e a gua do

    Rio Nilo. Com carvo, conseguia-se o preto, cor associada morte, noite, mas

    tambm fertilidade.

    Veja, a seguir, um exemplo de pintura egpcia que retrata Nefertari, esposa do fara

    Ramss II.

    Detalhe do mural de Nefertari em seu tmulo no Vale das Rainhas, Egito.

    No Imprio Romano (domnio que se estendeu da regio onde hoje a Itlia at o

    Oriente), como apontam os registros, as tintas eram empregadas na decorao e sua

    fabricao teria sido aprendida com os egpcios.

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  • Runas de cidades e estradas construdas pelos romanos

    que datam do perodo de maior expanso desse imp-

    rio revelam a utilizao de pinturas em cermica,

    formando mosaicos sofsticados.

    Voc sabia? Segundo os historiado-

    res, Conmbriga (que fi-

    cava no territrio que hoje pertence a Portugal)

    estava localizada em uma via ocupada pelos roma-

    nos no ano 139 a.C. (antes

    de Cristo). No sculo I (1),

    a cidade passou por um

    processo de urbanizao

    no reinado de Csar Au-

    gusto. Vestgios de obras

    dessa poca continuam

    bem conservados.

    Mosaicos da Casa da Cruz Sustica, runas de Conmbriga, Portugal.

    Ainda na Idade Antiga, algumas civilizaes na sia

    dominaram as tcnicas de fabricao de vernizes naturais

    a partir de resina de rvores e secreo de insetos, ante-

    cessores dos revestimentos utilizados atualmente.

    Voc sabia? Acredita-se que egpcios

    e chineses tenham sido

    os primeiros povos a uti-

    lizar tintas para escrever.

    Na China, fabricava-se um tipo de verniz extrado da

    resina de uma rvore, a Rhus vernicifera. De cor preta,

    esse verniz (ou laca) era utilizado na decorao de vasos

    e outros objetos.

    Embora no se saiba exa-

    tamente quando o nan- quim foi inventado, h

    manuscritos chineses de

    aproximadamente 2000

    a.C. (antes de Cristo) es-

    critos com nanquim.

    Na ndia, a secreo de insetos era utilizada na prepara-

    o do verniz usado tanto para ornamentar objetos como

    para revestir e proteger superfcies de madeira.

    Os primeiros usos de tintas na construo civil tinham

    objetivo decorativo. Aparentemente, elas resultavam da

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  • P into r 1

    mistura de calcrio e gua, e eram utilizadas nas paredes das casas para proteg-las

    da ao do tempo.

    Atividade 1 U m po U co mais so b re a i dad e a nti ga

    As regies que tinham maior destaque no mundo na Idade Antiga no so as mes-

    mas de hoje. Egito (no norte da frica), Mesopotmia (atualmente, parte do Iraque,

    no Oriente Mdio, onde viveram os sumrios, acdios, babilnios, assrios, persas

    etc.), China, Grcia e Roma constituam alguns dos lugares de maior expresso

    poltica, econmica e cultural daquela poca.

    1. Agora, organizem-se em cinco grupos. Cada grupo vai pesquisar uma dessas

    civilizaes e preparar uma apresentao para os colegas.

    Grupo 1 - Egito

    Grupo 2 - Mesopotmia

    Grupo 3 - China

    Grupo 4 - Grcia

    Grupo 5 - Roma

    2. Cada pessoa da classe pode escolher em qual grupo prefere fcar, de acordo com

    seu interesse, mas importante que cada grupo tenha pelo menos trs pessoas.

    A classe deve combinar o dia das apresentaes.

    3. No laboratrio de informtica, a pesquisa pode ser feita na internet, com a

    ajuda do monitor. importante que cada grupo registre as caractersticas geo-

    grfcas dessas regies e como era a organizao social e poltica desses povos.

    Indiquem em um mapa-mndi onde fcavam essas civilizaes e a que pases

    correspondem atualmente.

    15

  • 4. Para compartilhar com os colegas o que cada grupo

    descobriu, planejem a diviso das tarefas entre os par-

    ticipantes do grupo. Depois, faam um ou mais car-

    tazes e preparem uma apresentao de aproximada-

    mente 20 minutos, com cada integrante falando uma

    parte. Vocs podem organizar algumas anotaes para

    no se perderem na hora da apresentao. Mos obra!

    Por que dividir a apresentao de modo que cada pessoa fale uma parte? No seria mais fcil um nico colega falar tudo? Sugerimos que todos falem porque falar em voz alta e conseguir explicar um assunto para um grupo de pessoas um saber importante para qualquer profissional.

    Idade Mdia e Idade Moderna

    Nesses dois perodos, a utilizao de tintas e vernizes nas

    construes ganhou importncia crescente. Igrejas, resi-

    dncias e prdios pblicos passaram a ser decorados com

    pinturas.

    Para a pintura de quadros e afrescos, vrios artistas e

    artesos fabricavam as prprias tintas, mantendo as re-

    ceitas em segredo.

    Afrescos so pinturas artsticas feitas sobre paredes de argamassa de gesso ou cal ainda molhadas/

    frescas. Sua origem remota, mas seu uso foi intenso entre os pintores italianos no fim da Idade

    Mdia e incio da Idade Moderna, entre os anos de 1300 e 1500. Esse perodo ficou conhecido como Renascimento.

    Mas ateno: alm de se referir ao movimento artstico que aconteceu na Europa entre os sculos

    XIV (14) e XVI (16), o termo Renascimento delimita um perodo de mudanas profundas na socieda- de, na poltica, na religio, na economia e na cultura europeia.

    Pintor 1

    Rafael Sanzio. A escola de Atenas, 1509-1510. Afresco, 770 cm largura. Stanza della Segnatura, Palcio Vaticano, Roma, Itlia.

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  • P into r 1

    No comeo da Idade Moderna - sculos XV (15) e XVI (16) -, a produo artsti-

    ca relacionada pintura estava bastante disseminada na Europa. Com a circulao

    de artistas pelo continente europeu, as pinturas acabaram conquistando as igrejas

    e os palcios, sempre retratando fguras religiosas, pessoas da nobreza, paisagens e

    os prprios pintores. O pintor holands Rembrandt Van Rijn (1606-1669), por

    exemplo, produziu cerca de 90 autorretratos.

    Vrios movimentos artsticos sucederam-se a partir de ento. Por exemplo, no s-

    culo XVII (17), na Europa, surgiu o movimento que fcou conhecido como Barro-

    co, marcado por fortes contrastes entre luz e sombra/claro e escuro, uso de vrias

    cores, sensao de profundidade, fgurao de diferentes camadas sociais, opo por

    cenas realistas e intensas.

    Veja, a seguir, um quadro do pintor italiano Michelangelo Merisi da Caravaggio

    (1571-1610) e um quadro do pintor espanhol Diego Velzquez (1599-1660), dois

    representantes desse movimento, em cujas obras se observam algumas das caracte-

    rsticas j destacadas.

    Michelangelo Merisi da Caravaggio. A ceia em Emas, 1601. leo sobre tela, 141 cm x 196,2 cm. Galeria Nacional, Londres, Inglaterra.

    Diego Velzquez. As fiandeiras, c. 1657. leo sobre tela, 220 cm x 289 cm. Museu do Prado, Madri, Espanha.

    Com a expanso da pintura artstica, ampliou-se tambm a pintura em paredes,

    tanto para decorao como para revestimento.

    Idade Contempornea

    Chegamos Revoluo Industrial. Defnitivamente, o trabalho assalariado e as

    fbricas passaram a ocupar o lugar dos artesos e da produo artesanal. O modo

    de produo capitalista foi instalado.

    Como outros tantos produtos, vernizes e tintas comearam a ser fabricados nas unidades

    de produo recm-criadas, com mudanas tecnolgicas no modo de produzi-las.

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  • Alm das mquinas, os avanos relacionados aos conhe-

    cimentos da Qumica impulsionaram a indstria de

    materiais de revestimento.

    Em 1867, os fabricantes introduziram as primei-

    ras tintas preparadas no mercado. O desenvol-

    Voc sabia? vimento de novos equipamentos de moer e

    misturar tintas no fim do sculo XIX (19) possi- No Brasil, as primeiras indstrias de tinta foram montadas, em 1886, na cidade de Blumenau, no Estado de Santa Catari- na, e em 1904, na cidade do Rio de Janeiro, ento capital da Repblica.

    Em ambos os casos, os fundadores eram imi- grantes alemes, que vie- ram para o Brasil no s- culo XIX (19).

    Fonte: Tintas no Brasil. Asso- ciao Brasileira dos Fabrican- tes de Tintas (Abrafati). Dispo-

    nvel em: . Acesso em: 30 maio 2012.

    bilitou a produo em larga escala.

    Fonte: Tintas & Vernizes: Cincia & Tecnologia. Volume 1.

    Associao Brasileira dos Fabricantes de Tintas

    (Abrafati).

    importante observar que o rebaixamento do valor de

    comercializao dos produtos ampliou o nmero de con-

    sumidores desse tipo de material e permitiu que sua aplica-

    o se tornasse cada vez mais constante na construo civil.

    A evoluo continuou no sculo XX (20), com o desen-

    volvimento das indstrias automobilstica, qumica e, mais

    tarde, petroqumica. Tintas e vernizes sintticos, reduo

    do tempo de secagem, multiplicao das possibilidades de

    cores, produtos especfcos para cada tipo de material a ser

    revestido so alguns resultados dessa evoluo.

    A ocupao de pintor de obras tem uma histria?

    Voc sabia? Vimos at aqui um pouco da evoluo referente fabri-

    cao de tintas, vernizes e resinas, no mesmo?

    A pintura completa dos primeiros automveis fa- bricados podia demorar at um ms e meio em funo do tempo de se- cagem das tintas a leo, que eram aplicadas em vrias camadas. Com as tintas de secagem rpida e o uso de pistolas, no incio do sculo XX (20) o tempo de pintura pas- sou a ser de 15 horas.

    Mas como ser que surgiu a ocupao de pintor de obras

    no mundo do trabalho?

    difcil reconstituir toda a histria dessa ocupao por-

    que sempre houve pintores que exerceram essa atividade

    de diferentes maneiras, remunerados ou no: pintores de

    telas dos mais variados tipos, retratistas, pintores de afres-

    cos, aplicadores de revestimento em construes, pinto-

    res de madeira, entre outros.

    Pintor 1 18

  • P into r 1

    E h situaes em que essas atividades se confundiam.

    A ltima ceia, de Leonardo da Vinci (1452-1519), por exem-

    plo, foi pintada para decorar a parede do refeitrio de um

    mosteiro de Milo.

    E hoje conhecida e admirada como uma das mais belas

    pinturas da humanidade.

    Leonardo da Vinci. A ltima ceia, 1495-1497. Afresco, 460 cm x 880 cm. Monastrio Santa Maria della Grazie, Milo, Itlia.

    Mais importante do que determinar a origem da ocupa-

    o de pintor parece ser o reconhecimento de que, em

    todas essas situaes e realidades, a pintura sempre mis-

    turou tcnica e arte.

    Esteve, tambm, constantemente associada necessida-

    de e ao desejo de retratar as formas de vida e os diferen-

    tes modos de ver o mundo, de ajudar a proteger e a

    conservar objetos e espaos de moradia, ou simplesmen-

    te de encantar os demais, tornando o mundo mais colo-

    rido e bonito para todos.

    Voc sabia? O Dia do Pintor come-

    morado em 18 de outu-

    bro. Esse dia foi escolhi-

    do em homenagem a Lucas, o evangelista, de- pois reconhecido como

    santo pela Igreja Catlica

    (So Lucas). Ele pintou

    Jesus e Maria.

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  • Atividade 2 Vo c co n h ece o g r af i te?

    1. Leia, junto com a classe e orientado pelo monitor, o texto a seguir que trata da

    histria do grafte.

    Histria do grafite

    A palavra grafite de origem italiana e significa escritas feitas com carvo.

    Os antigos romanos tinham o costume de escrever manifestaes de

    protesto com carvo nas paredes de suas construes. Tratava-se de

    palavras profticas, ordens comuns e outras formas de divulgao de

    leis e acontecimentos pblicos. Alguns destes grafites ainda podem

    ser vistos nas catacumbas de Roma e em outros stios arqueolgicos

    espalhados pela Itlia.

    No sculo XX (20), mais precisamente no final da dcada de 60, jovens

    do Bronx, bairro de Nova Iorque (EUA), restabeleceram esta forma de

    arte usando tintas spray. Para muitos, o grafite surgiu de forma para-

    lela ao hip-hop cultura de periferia, originria dos guetos americanos,

    que une o RAP (msica muito mais falada do que cantada), o break

    (dana robotizada) e o grafite (arte plstica do movimento cultural).

    Nesse perodo, academias e escolas de arte comearam a entrar em

    crise e jovens artistas passaram a se interessar por novas linguagens.

    Com isso, teve incio um movimento que dava crdito s manifestaes

    artsticas fora dos espaos fechados e acadmicos. A rua passou a ser

    o cenrio perfeito para as pessoas manifestarem sua arte.

    Os artistas do grafite, tambm chamados de writers (escritores), cos-

    tumavam escrever seus prprios nomes em seus trabalhos ou chamar

    a ateno para problemas do governo ou questes sociais.

    Pintor 1 20

  • P into r 1

    Na Europa, no incio dos anos 80, jovens de Amsterd, Berlim, Paris

    e Londres passaram a criar seus prprios atelis em edifcios e fbricas

    abandonadas. O objetivo era conseguir um espao para criarem livre-

    mente. Nesses locais, surgiram novas bandas de msica, grupos de

    artistas plsticos, mmicos, atores, artesos e grafiteiros.

    Muitos grafiteiros europeus e norte-americanos que viveram e

    trabalharam nesses espaos alternativos conseguiram mostrar

    suas obras alm das fronteiras de seus pases. Alguns exemplos

    desse movimento so: Jean-Michel Basquiat, Keith Haring e

    Kenny Scharf.

    Haring e Scharf expuseram seus trabalhos na XVII [17] Bienal Interna-

    cional de So Paulo, em 1983, exercendo forte influncia entre os

    artistas do grafite no Brasil. A XVIII [18] Bienal, em 1985, lanou nomes

    de grafiteiros brasileiros, tais como Alex Vallauri, Matuck e Zaidler.

    Grafite como projeto social

    Muitas pessoas viam os trabalhos dos grafiteiros apenas como um

    amontoado de letras rabiscadas e sem nexo, ou como pura poluio

    visual e ato de vandalismo contra o patrimnio pblico.

    Grande parte das crticas feitas contra a atividade se deve s inme-

    ras fachadas, monumentos, igrejas e todo um conjunto de locais

    pichados indiscriminadamente. Esse tipo de comportamento dos

    pichadores tem diversas consequncias negativas para as cidades.

    Uma delas a depredao de obras de arte e cenrios histricos, o

    que causa prejuzo imediato ao turismo. Alm do fato de estarem

    desrespeitando a privacidade das pessoas ao, por exemplo, fazerem

    pinturas em muros sem a autorizao do seu proprietrio. E muitas

    pichaes esto relacionadas a conflitos entre grupos rivais.

    Para reverter esses problemas e aproveitar o aspecto positivo dessas

    manifestaes, atualmente os artistas do grafite so convidados a

    participar de projetos que visam embelezar as cidades. Com isso,

    espera-se que as pessoas interessadas nessa atividade possam conti-

    nuar expressando sua arte, mas sem causar prejuzos ao planejamen-

    to urbano.

    21

  • Para citar alguns exemplos, a Universidade de So Paulo (USP) co-

    meou a organizar a primeira cooperativa brasileira de grafiteiros,

    muitos deles ex-pichadores. O objetivo profissionalizar esses artistas.

    Todos sero orientados por professores de artes plsticas e designers

    para fazerem seus trabalhos em painis e muros especialmente des-

    tinados para exibio de seus trabalhos.

    O Rio de Janeiro tambm investe em projetos como este. A prefeitu-

    ra da cidade j formou uma turma de grafiteiros, com direito a certi-

    ficado e tudo. Entre os diplomados, esto moradores de reas caren-

    tes como Manguinhos, Jacarezinho e Vigrio Geral.

    O Departamento Nacional de Trnsito (Denatran) lanou em Braslia

    o Projeto Grafitran. O objetivo incentivar grafiteiros de oito grandes

    cidades brasileiras a divulgar mensagens favorveis humanizao do

    trnsito, atravs de painis espalhados por locais pblicos, prximos

    s rodovias e ruas movimentadas.

    O que grafite? I B G E Te e n . Disponvel em: . Acesso em: 14 maio 2012.

    2. Veja agora o que diz um grafteiro - pessoa que faz graftes em muros e em outros

    tantos espaos da cidade:

    Grafite liberdade, voc se apropria da cidade. Ningum te diz como

    fazer e o que fazer, livre. Voc escolhe a superfcie que vai pintar e

    muitas vezes obrigado a improvisar. Voc investe seu dinheiro, colore

    a cidade, mas muitas vezes mal interpretado. A polcia pode te prender

    por crime ambiental, mas voc usou apenas tinta, no destruiu nada.

    SUBTU (1987, So Paulo).

    Pintor 1 22

    Foto

    :

    Vic

    tor

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    nco M

    oriyam

    a

  • P into r 1

    3. Refita sobre o que voc leu a respeito de graftes e o trabalho dos grafteiros. Na

    sua opinio, os graftes embelezam a cidade? Por qu?

    4. Organizem, na classe, um debate sobre essa questo. De um lado estaro os

    que gostam de graftes e os consideram uma manifestao artstica. De outro,

    os que so contra esse tipo de interveno na cidade.

    importante que cada um dos dois grupos se rena e converse antes do debate

    para preparar seus argumentos. Eles podem ser escritos para que vocs se lembrem

    de todos os aspectos que levantaram no momento do debate.

    5. Terminado o debate, anote, com suas palavras, a concluso a que chegaram.

    Atividade 3 po r q U e se r pi nto r d e o b r a s

    1. Pense a respeito do caminho que voc pretende seguir. Escreva um texto sobre o

    que signifca a pintura em sua vida e o que se faz nessa ocupao.

    23

  • 2. Se quiser, leia seu texto para os colegas, ou apenas guarde-o com voc.

    Trs famosos pintores brasileiros que vivenciaram as primeiras dcadas no sculo XX (20) iniciaram-se

    na arte da pintura a partir da ocupao de pintor de obras. So eles: Alfredo Volpi (1896-1988), Francisco

    Rebolo (1902-1980) e Mrio Zanini (1907-1971).

    Outros artistas importantes dessa poca tambm vieram de famlias pobres e tinham outras ocupaes

    (ferrovirios, professores, mecnicos etc.), desenvolvendo sua arte principalmente nos fins de semana e em horrios livres. Eles acabaram se unindo para formar o Grupo Santa Helena, referncia ao local onde

    ficavam os atelis desses artistas: um prdio situado na Praa da S, conhecido como Palacete Santa

    Helena, demolido em 1971 para dar lugar ao metr.

    Pintor 1

    Clvis Graciano. Vaso de Flor, 1941. Monotipia, 44 cm x 32 cm, n 059-0168. Acervo da famlia do artista.

    24

    F

    b

    io P

    raa

  • P into r 1

    u n i d a d e 2

    Conhecimentos da ocupao e meus conhecimentos

    Com tantas obras espalhadas pelas cidades e diversos muros e

    paredes precisando de uma boa demo de tinta em nossa casa

    ou na casa de parentes e amigos, bem provvel que voc co-

    nhea o ofcio do pintor de obras.

    Pode ser tambm que voc j tenha pintado quadros ou feito

    graftes em muros, telas ou cartazes, por gosto ou apenas para

    se divertir.

    Vamos iniciar esta Unidade pensando sobre sua experincia.

    Atividade 1 re f l i ta so b re sUa e xpe r i n c ia

    1. Pense em tudo o que voc j fez e registre o que tiver relao

    com a ocupao de pintor de obras. No deixe nada de fora,

    pois muitas vezes pequenas coisas que aprendemos, como

    combinar cores de roupa, podem ser importantes no futuro.

    25

  • 2. Entregue a lista que voc fez ao colega que estiver ao

    lado e receba a dele. Explique a ele por que, para voc,

    cada uma das experincias indicadas poder ajud-lo

    a ser um bom pintor de obras. Depois, oua os argu-

    mentos dele em relao ao que ele escreveu. Esta ati-

    vidade poder auxili-los a descobrir qualidades e

    conhecimentos importantes para vocs.

    O pintor de obras e as leis

    Voc sabia? A descrio de cada ocupao da CBO feita

    pelos prprios trabalha-

    dores. Dessa forma, te-

    mos a garantia de que as

    informaes foram dadas

    por pessoas que atuam

    no ramo e, portanto, co-

    nhecem bem a ocupao.

    Para consultar esse do-

    cumento na ntegra, aces-

    se o site da CBO (dispo- nvel em: , acesso

    em: 14 maio 2012.) no la-

    boratrio de informtica.

    O Ministrio do Trabalho e Emprego (MTE) produz

    um documento chamado Classifcao Brasileira de

    Ocupaes (CBO), que descreve 2 422 ocupaes e

    informa o que preciso para exerc-las: a escolaridade

    necessria, o que cada profssional deve fazer, onde

    pode atuar etc.

    A CBO organiza as ocupaes em grupos. O grupo

    que nos interessa neste momento o dos pintores de

    obras e revestidores de interior. nele que vamos en-

    contrar a especifcao dos conhecimentos necessrios

    para um trabalhador que pretende ser pintor de obras.

    A ocupao de revestidor de interior no ser aborda-

    da neste curso.

    De forma resumida, a CBO indica o que faz o pintor de

    obras.

    Elabora oramento de pinturas.

    Organiza ferramentas, acessrios e equipamentos.

    Corrige e prepara as superfcies para aplicao das

    tintas.

    Prepara materiais para fazer os acabamentos.

    Aplica tintas.

    Vamos detalhar a seguir cada um desses itens.

    Pintor 1 26

  • P into r 1

    Atividade 2 o s co n h ec i m e n tos pre V is tos na cbo e se Us co n h eci m e ntos

    O monitor ou um de vocs vai ler em voz alta os itens

    seguintes e as atividades correspondentes. Acompanhe

    atentamente a leitura, assinalando ao lado de cada uma

    das atividades:

    as que voc sabe fazer;

    as que voc conhece pouco e precisa aprimorar;

    as que no sabe fazer ou no tem ideia do que se trata.

    Se voc no entendeu alguma palavra ou frase, pea que a leitura seja interrompida. Mantenha um dicionrio prximo e consulte o significado das palavras que voc no conhece, para compreender totalmente o texto. O monitor tambm pode ajud-lo nesta etapa, explicando o significado de termos e esclarecendo algumas atividades.

    27

    Elaborar oramento de pinturas

    O que sei fazer

    O que sei fazer mais ou menos

    O que no sei fazer

    Tirar medidas em uma obra

    Calcular as reas a serem trabalhadas

    Discriminar servios

    Definir material (qualidade e tipo) a ser utilizado

    Calcular a quantidade de materiais a serem utilizados

    Estimar custo de material e de mo de obra

    Definir cronograma de execuo

    Apresentar o oramento

  • Pintor 1 28

    Organizar ferramentas, acessrios e equipamentos

    O que sei fazer

    O que sei fazer mais ou menos

    O que no sei fazer

    Relacionar e providenciar ferramentas, acessrios e equipamentos de proteo individual (EPI) conforme o servio discriminado

    Verificar equipamentos de segurana e EPI

    Montar equipamentos (andaimes, cavaletes, escadas etc.)

    Corrigir e preparar as superfcies para o acabamento, especificamente no que se refere pintura

    O que sei fazer

    O que sei fazer mais ou menos

    O que no sei fazer

    Verificar as condies de superfcies a serem trabalhadas

    Corrigir superfcies utilizando massa de cimento

    Aplicar selador para isolar a superfcie, de forma que a porosidade no absorva muita tinta e/ou massa e que se crie um campo melhor de adeso

    Aplicar fundo preparador para corrigir manchas, depois de eliminar o mofo

  • P into r 1

    PVA: Acetato de polivinila, usado na produo de mas- sa corrida e tinta ltex.

    29

    Preparar o material para acabamento da obra, especificamente no que se refere pintura

    O que sei fazer

    O que sei fazer mais ou menos

    O que no sei fazer

    Misturar e diluir as tintas

    Corrigir e preparar as superfcies para o acabamento, especificamente no que se refere pintura

    O que sei fazer

    O que sei fazer mais ou menos

    O que no sei fazer

    Aplicar massa corrida (PVA) para corrigir imperfeies de reas internas, e massa acrlica para corrigir imperfeies de reas externas

    Proteger superfcies que no vo ser trabalhadas

    Remover pinturas, revestimentos antigos ou danificados

    Lixar tetos e paredes com reboco e massa (a mo)

    Lixar pisos de madeira (com mquina)

    Limpar superfcies a serem trabalhadas

  • Se voc no conhece a maior parte dessas atividades ou no sabe faz-las correta-

    mente, no se preocupe. Este curso de qualifcao, entre outros objetivos, pretende

    desenvolver esses conhecimentos tcnicos, diretamente relacionados ocupao

    de pintor de obras.

    O que mais diz a CBO

    So tambm contemplados na CBO conhecimentos relacionados:

    escolarizao formal e formao profssional dos trabalhadores, por meio de

    cursos e experincias de trabalho;

    s atitudes pessoais que interferem no desempenho profssional.

    Vamos fazer, com relao a esses conhecimentos, o mesmo exerccio que fzemos.

    Pintor 1 30

    Aplicar tintas O que sei fazer

    O que sei fazer mais ou menos

    O que no sei fazer

    Aplicar esmalte base de gua com rolo

    Aplicar verniz base de gua em parede, madeira ou concreto

    Aplicar tintas

    Produzir efeitos de decorao em pinturas (texturizao e outros)

    Escolarizao e formao/ experincia profissional

    Saberes que tenho

    Saberes que preciso aprimorar

    Saberes que no tenho

    Ensino Fundamental completo

    Curso de qualificao de nvel bsico

    Experincia de trabalho em obras

  • P into r 1

    Antes de continuar, lembre-se: voc deve ter construdo uma parte desses aprendi-

    zados em trabalhos que j realizou ou em vivncias no diretamente ligadas cons-

    truo civil ou, mesmo, pintura.

    A fnal, existem conhecimentos...

    ... de tipos diferentes relacionados comunicao (fala e escrita), aos nmeros, aos

    esportes, s habilidades manuais etc.;

    ... que aprendemos em lugares diferentes na escola, no trabalho, na vizinhana,

    na reunio da associao de bairro etc.;

    ... que aprendemos de formas diferentes olhando os outros fazerem (ou seja, pelo

    exemplo), lendo, exercitando.

    Por isso, relembre sua histria de vida; analise seus conhecimentos, experincias e per-

    cepes que podem ser teis no dia a dia de um pintor de obras; e descreva no caderno

    quais so eles.

    31

    Aspectos relacionados s atitudes no mbito pessoal e no ambiente de trabalho

    Saberes que tenho

    Saberes que preciso aprimorar

    Saberes que no tenho

    Manter limpo o ambiente de trabalho

    Respeitar normas de segurana

    Agir com tica profissional

    Demonstrar criatividade e iniciativa

    Manter-se atualizado sobre novos materiais e tcnicas

    Demonstrar habilidade para trabalhar em grandes alturas

    Zelar pelos equipamentos, mquinas e acessrios

    Planejar trabalhos

    Demonstrar eficincia e comprometimento com o trabalho

  • Atividade 3 expe ri n cia d e Vi da

    1. Relembre por mais algum tempo sua experincia de vida e faa as anotaes

    no quadro a seguir. Procure se lembrar de tudo o que voc j fez, no trabalho

    e fora dele.

    Pintor 1 32

    Tipos de saberes Exemplos Saberes que tenho

    Saberes relacionados s minhas experincias de trabalho

    Fui ajudante de balco numa padaria.

    Saberes relacionados a meu jeito de ser e agir

    Gosto de ficar sozinho, mas, se estou com outras pessoas, gosto de conversar com elas.

    Outras coisas que sei/aprendi

    Cuidar de crianas e ajudar nos trabalhos de escola.

    Ajudar na cozinha.

  • P into r 1

    2. Depois de preencher esse quadro, releia o que voc

    escreveu, identifcando quais conhecimentos podem

    ajudar em sua futura ocupao profssional.

    3. Agora, volte ao quadro e faa as alteraes que consi-

    derar adequadas.

    Outras formas de conhecer a ocupao

    Como j vimos, o que um pintor de obras precisa saber

    est na CBO, mas os profssionais que trabalham nessa

    rea podem dar dicas importantes para quem est come-

    ando na ocupao.

    Se voc no tem certeza se determinada experincia de vida pode ser aproveitada, converse com o colega do lado. Um ajudar o outro a reconhecr e a extrair, das respectivas vivncias, saberes que podem ser teis para a ocupao que vocs esto buscando. Alis, saber ouvir e aprender com os outros so prticas fundamentais para qualquer ocupao.

    Eles podem falar sobre aspectos positivos e negativos do

    trabalho que, normalmente, no investigamos. Entre eles:

    o prazer de trabalhar com tintas e criar combinaes

    novas nas pinturas;

    a necessidade de trabalhar vrias horas seguidas, para

    no deixar a pintura de um cmodo pela metade, o que

    pode gerar pequenas diferenas de tonalidade nas cores;

    a importncia de conciliar a pressa dos clientes com o

    trabalho meticuloso, bem-feito;

    a importncia de conversar com lojistas e consultar sites

    de empresas fabricantes de tintas, de modo a conhecer as

    ltimas tendncias do mercado para apresent-las aos

    clientes;

    a difculdade de arrumar clientes em determinados

    perodos.

    Atividade 4 re f l e x o s o b r e o t r a b a l h o

    1. Pense sobre os aspectos listados e imagine como ser

    o seu dia a dia como pintor de obras: O que voc

    imagina que ser prazeroso? Com quais difculdades

    voc imagina que ter de lidar?

    33

  • 2. Com base na sua refexo, liste, a seguir, os pontos positivos e negativos da

    ocupao de pintor de obras.

    Pintor 1 34

    Pontos positivos Pontos negativos

  • P into r 1

    Atividade 5 e ntre Vista co m pi nto res d e o b r a s

    1. Para ampliar informaes e ter uma viso mais completa da ocupao de pintor

    de obras, a classe vai entrevistar alguns profssionais da rea. Cada grupo de

    quatro colegas deve escolher um profssional para entrevistar.

    Considerando o conhecimento e as facilidades de cada um, organizem-se de

    modo que cada grupo entreviste pintores de obras que trabalhem em diversos

    lugares e faam variados servios nas obras. Por exemplo: o grupo 1 pode entre-

    vistar algum que trabalhe com textura e pintura de fachadas; o grupo 2 pode

    conversar com um profssional especializado em pinturas decorativas; o grupo 3

    pode escolher algum que pinte paredes simples. E assim por diante.

    O importante tentar coletar diferentes olhares e experincias sobre a ocupao,

    pois isso vai ajud-lo a descobrir se esse mesmo o caminho a ser seguido e de

    que forma vai tentar trabalhar no futuro.

    Indicamos a seguir um roteiro de entrevista, mas cada grupo pode acrescentar

    outras perguntas consideradas importantes:

    a) Quem o entrevistado? Homem ou mulher? Quantos anos tem? Qual a sua

    escolaridade? Ainda estuda ou pretende voltar a estudar?

    b) Onde trabalha? O que faz?

    c) Como escolheu essa ocupao?

    d) Como aprendeu a ocupao? Fez algum curso de capacitao antes ou depois de

    comear a trabalhar na rea para se especializar?

    e) Quais so os pontos positivos e negativos nesse trabalho?

    35

  • f ) Quais so os conselhos do entrevistado para quem

    est iniciando na carreira?

    Acrescentem as perguntas que vocs gostariam de fa-

    zer para esse profssional. Verifquem as oportunidades

    de trabalho para quem exerce essa ocupao.

    No dia da entrevista, levem as perguntas escritas e anotem as respostas.

    2. Feita a entrevista, hora de compartilhar o que vocs

    aprenderam. Cada grupo deve organizar as principais

    informaes coletadas e apresentar os resultados da

    entrevista aos demais colegas.

    importante planejar essa apresentao: um cartaz,

    um relato etc. Lembre-se de que ela deve conter in-

    formaes sobre o entrevistado, os argumentos que

    ele usou para relatar como a ocupao profssional

    e as concluses do grupo a respeito da entrevista.

    A essa altura, todos na classe j sabem um pouco mais

    sobre o que e como ser um pintor de obras.

    Portanto, est na hora de irmos adiante, comeando pela

    apresentao dos principais instrumentos com os quais

    voc vai lidar.

    Pintor 1 36

  • P into r 1

    u n i d a d e 3

    Ferramentas e instrumentos bsicos de trabalho

    As ferramentas e os materiais de trabalho do pintor de obras

    no so muitos, mas a lista pode ser ampliada considerando que

    a ocupao evolui constantemente. Por essa razo, ferramentas

    e instrumentos de trabalho esto sempre sendo criados e, de

    tempos em tempos, voc precisar se atualizar.

    Nesta Unidade, vamos ver as ferramentas e os materiais bsicos

    para o exerccio da ocupao. Voc vai conhecer outros tantos

    quando estiver trabalhando, decorrentes do tipo de obra e do

    local onde o servio vai ser executado.

    37

    I

    ara

    Mors

    elli

    /Ab

    rafa

    ti

  • Pincis

    Pincis e rolos so as ferramentas de trabalho mais importantes para o pintor de

    obras. Como h diferentes tipos, fundamental escolher o mais adequado para a

    execuo do trabalho.

    Os pincis se diferenciam pelo material de que so feitos e pelo tamanho. A escolha

    do tipo de pincel a ser usado depende, alm dessas variveis (material e tamanho),

    do local onde sero utilizados e do tipo de produto de revestimento a ser aplicado.

    Quanto ao material, os pincis podem ser de pelos naturais de animais, tais como

    porco, cavalo, camelo, e de cerdas sintticas, geralmente feitas de nilon. Os pincis

    de pelos naturais so melhores, pois retm mais tinta do que os sintticos. Alm

    disso, sua durabilidade maior.

    H tambm pincis que contm um pedao de espuma de poliuretano no lugar das

    cerdas. Os menores so bastante utilizados para pintar cantos, tanto externos como

    internos.

    Pintor 1 38

    Mo

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    23

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  • P into r 1

    Para escolher que tipo de pincel usar, considere que h

    pincis especfcos para diferentes tipos de produto:

    para tintas base de leo;

    para tintas base de gua; e

    para vernizes e stain.

    A escolha do pincel tambm deve considerar as dimenses

    das superfcies onde sero feitas as pinturas. Sob esse

    aspecto, os principais tipos de pincel se dividem em:

    Stain: Produto para realar a tonalidade da madeira.

    De reas extensas: espalham maior quantidade de tin-

    ta e tm entre 7,5 cm e 10 cm de largura.

    De remate ou recorte: tm cerca de 5 cm de largura e

    so ideais para pintar pequenas superfcies, como ao

    redor de janelas, portas e cantos antes de pintar as

    reas mais extensas das paredes com um rolo.

    De trincha: inclinados na ponta das cerdas e menores

    (2,5 cm, 4 cm ou 5 cm de largura), facilitam o traba-

    lho em reas pequenas, especialmente na hora de pin-

    tar caixilhos de janelas.

    1. Compre pincis de boa qualidade. 2. Para pintar, as mos devem estar confortveis no pincel. O cabo no deve machucar. Experimente o pincel antes de compr-lo.

    Como saber se um pincel bom?

    1. Espalhe as cerdas sobre uma mesa. Quanto mais separadas as

    pontas das cerdas, melhor a qualidade do pincel.

    2. Puxe as cerdas como se estivesse limpando o pincel e observe se h perda considervel de cerdas. A perda de algumas cerdas normal, mas a perda de muitas indica a baixa qualidade do produto.

    3. Os pincis de melhor qualidade possuem cerdas longas e estreitas.

    mais fcil pintar cantos e superfcies pequenas com cerdas longas.

    O tamanho da cerda deve ser cerca de uma vez e meia maior do

    que a largura do pincel (com exceo dos pincis mais largos, cha-

    mados de pincis de parede), dizem especialistas do ramo. Um

    pincel de 3,8 cm de largura, por exemplo, deve ter cerdas de

    5,7 cm de comprimento.

    Fonte: Ferramentas para pintar. Como tudo funciona.

    Disponvel em: . Acesso em:

    14 maio 2012.

    39

  • Bandejas

    Em geral feitas de plstico, as bandejas so usadas para transportar e acondicionar

    as tintas, facilitanto o contato dos rolos ou pincis com a tinta.

    Elas podem ter 10 cm, 18 cm ou 23 cm e no possuem ganchos para pendur-las

    em escadas. As bandejas de 23 cm permitem o uso de rolos de tamanhos maiores.

    So lavveis e duram bastante. H pintores que preferem cobri-las com papel-alu-

    mnio, para facilitar a limpeza. Tambm existem refs de plstico transparente para

    bandeja de pintura.

    Armaes de rolo

    De metal ou plstico, so utilizadas para a colocao de rolos removveis.

    As de metal so as mais usadas, por serem mais fceis de limpar.

    Pintor 1 40

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  • H rolos de diferentes larguras: 4 cm,

    P into r 1

    Rolos removveis

    Encaixados nas armaes, os rolos so usa-

    dos em pintura de superfcies grandes e

    planas, possibilitando um acabamento mais

    uniforme. Para pequenos espaos e cantos,

    encontramos rolos menores, especfcos para

    cantos. (Pode-se tambm, nesses casos, fa-

    zer uso de pincis.)

    9 cm, 18 cm e 23 cm. O mais utilizado o

    de 23 cm, pois facilita a pintura de paredes

    extensas.

    Quanto ao material de que so feitos, exis-

    tem, entre outros, rolos de l natural ou

    sinttica, algodo sinttico (antigota), ace-

    tato ou espuma de poliuretano.

    A escolha deve se dar de acordo com a tinta ou com o tipo de material a ser utili-

    zado na pintura. Os de l (natural ou sinttica) so mais adequados para a aplicao

    de tintas base de gua, acrlicas ou ltex. Para a aplicao de esmaltes, tintas base

    de leo e vernizes, os rolos de espuma so melhores.

    H tambm rolos mais ou menos adequados, a depender do tipo de superfcie a ser

    pintada. Para superfcies lisas, os rolos de pelos mais curtos so melhores. Para

    pintar superfcies com relevo ou textura (no lisas), prefra os rolos com pelos mais

    altos ou longos.

    Rolos de remate

    Assim como os rolos removveis, esses rolos tm como

    funo bsica a aplicao de tintas em superfcies,

    mas em superfcies menores. Seu tamanho varia entre

    4 cm e 5 cm.

    41

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    Ha

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  • Rolos de efeito

    Especialmente desenvolvidos para texturizao de super-

    fcies. Embora de uso mais especfco do que os anterio-

    res, ter esse material entre suas ferramentas sinaliza que

    voc conta com um diferencial: sabe fazer texturas, as-

    sunto que ser tratado na Unidade 7.

    Extenses de cabo/armaes de rolo

    As extenses so utilizadas para ampliar o cabo das armaes de rolo, podendo

    alcanar de 3 m a 5 m, a depender do fabricante. Dessa forma, permitem movimen-

    tao mais ampla e rpida dos rolos, no caso de paredes extensas e tetos.

    Pintor 1 42

    C

    MC

    I

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    ti

  • P into r 1

    Esptulas e desempenadeiras (lisas, dentadas)

    So utilizadas para aplicao de massa corrida (PVA),

    massa acrlica, gesso e massa para textura, tendo em vis-

    ta corrigir imperfeies das superfcies que sero pintadas,

    e, no caso da desempenadeira de l, para texturizao.

    Escadas

    As escadas so necessrias para a pintura em paredes

    altas e tetos.

    Existem escadas de madeira, alumnio, ao, entre outros

    materiais.

    Os tamanhos nmero de degraus e metragem que al-

    canam tambm variam bastante e devero ser esco-

    lhidos conforme a necessidade do trabalho.

    Trabalhar em escadas requer cuidados especiais. Alm do uso de equipamentos de segurana como os cintures de proteo , que sero abordados mais adiante, a escada deve estar firme e a ateno deve ser redobrada.

    43

    Fo

    tos:

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  • Lonas

    As lonas so importantes para cobrir mobilirio e prote-

    ger janelas e portas no momento da pintura. Essa cober-

    tura tambm pode ser feita com plstico preto ou trans-

    parente, mas as lonas so mais durveis, podem ser

    reutilizadas e do mais segurana ao pintor de obras.

    Alm desses materiais bsicos, outras ferramentas que

    voc dever ter sempre mo:

    Chave de fenda: para desparafusar e recolocar espelhos

    e tomadas.

    muito importante voc cuidar de seu material de trabalho! Guarde pincis, rolos, bandejas bem lavados e secos, garantindo-lhes, assim, maior durabilidade.

    Raspador de tinta: para retirar tintas de superfcies

    planas, como paredes, madeiras, compensados etc.

    importante que eles estejam bem afados.

    Mexedor de tinta: fabricado de madeira, utilizado

    para deixar as tintas uniformes, antes de retir-las das

    latas para uso.

    Pintor 1 44

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  • P into r 1

    Atividade 1 co n h e a a s fe rr am e nta s e os i n s t rU m e n tos d e t r aba l h o

    1. Agora que voc j viu no papel as ferramentas mais

    comuns do pintor de obras, hora de ir ao laboratrio

    da escola para conhecer cada uma delas ao vivo.

    Leve este Caderno com voc.

    2. No laboratrio, procure as ferramentas vistas at aqui

    para se familiarizar ainda mais com elas. Manipule-as. Se tiver dvida, pea ajuda aos colegas e ao monitor.

    3. Observe, em particular, os vrios pincis e rolos exis-

    tentes, sem perder de vista para que serve cada um

    deles. Reveja tambm como identifcar os pincis de

    boa qualidade e teste um ou dois deles no laboratrio.

    Materiais bsicos do pintor de obras

    As tintas

    So os principais produtos utilizados pelos pintores nas

    obras. Atualmente, h grande variedade de tipos de tin-

    ta no mercado.

    As tintas base de leo esto em vias de desaparecer. Por isso, habitue-se com o uso de tintas base de gua.

    Alm da infnidade de cores e tons existentes, as tintas

    podem ser classifcadas: pela base de fabricao: gua ou

    leo; pela gradao de brilho ou de opacidade: foscas,

    acetinadas, semibrilho e brilhantes; pelo tipo: acrlica,

    esmalte, ltex, leo ou epxi.

    A escolha da tinta a ser utilizada em cada situao vai

    depender de vrios fatores e ser discutida na Unidade 4.

    As tintas, de modo geral, tm quatro componentes: pig-

    mentos, resinas, solventes e aditivos. Vamos ver o que

    e para que serve cada um deles.

    Pigmentos

    Os pigmentos so substncias que do cor s tintas e

    determinam seu brilho ou opacidade e sua capacidade

    de cobertura ou de resistncia.

    45

  • Resinas

    A resina a parte da tinta responsvel pela cor da cama-

    da protetora nas paredes ou em outras superfcies depois

    que a tinta aplicada, o chamado flme. Ela tambm

    responsvel por aglutinar os pigmentos, aditivos e sol-

    ventes (a parte lquida). Caso contrrio, a parte slida se

    decantaria.

    Para tintas base de leo sinttico usa-se uma resina

    chamada de resina alqumica.

    Voc sabia? Os estudiosos da Fsica e

    da Qumica (na Idade M-

    dia, chamados de alqui-

    mistas), ao observarem

    os materiais existentes,

    perceberam que as ma-

    trias podem se apresen-

    tar em trs estados:

    slido, como a terra, o ferro, a madeira etc.;

    lquido, como o leite;

    gasoso, como o vapor de gua, quando ela aque- cida.

    A gua uma matria

    que pode se apresentar

    em trs estados: slido

    (como gelo), lquido (co-

    mo gua para beber) e

    gasoso (como vapor de

    gua).

    Uma boa resina determinante para a qualidade das tin-

    tas. No caso de tintas base de gua, quanto mais acr-

    lica for a resina, melhor. A tinta se torna mais resistente,

    podendo at mesmo ganhar um aspecto emborrachado.

    Solventes

    O solvente utilizado durante a fabricao das tintas,

    para dispersar seus pigmentos e dilu-las deixando-as

    mais fceis de serem aplicadas.

    Estamos falando, neste momento, de solventes que j

    esto misturados s tintas processo que ocorre duran-

    te a sua fabricao. Mas tambm existem solventes que

    podem ser comprados separadamente. Falaremos desses

    solventes adiante.

    Aditivos

    Os aditivos so substncias acrescentadas s tintas para

    lhes dar caractersticas especiais. Eles aumentam a qua-

    lidade e durabilidade das tintas e facilitam o processo de

    aplicao.

    Existem aditivos de vrios tipos e com diferentes funes,

    a depender da necessidade. H, por exemplo, aditivos

    que fazem a tinta adquirir a consistncia ou espessura

    adequada depois de aplicada e seca; outros impedem que

    a tinta fque espessa/grossa demais, impossibilitando sua

    aplicao; e h os que agem sobre as cores, garantindo a

    manuteno da tonalidade antes e depois de aplicadas.

    Pintor 1 46

  • P into r 1

    H tambm aditivos com a funo de combater bactrias, inibir a ao de fungos

    (aditivo presente principalmente em tintas utilizadas em ambientes midos ou em

    paredes externas) e impedir a formao de bolhas aps a aplicao de tintas com-

    postas em agitadores ou aplicadas com rolos (os chamados antiespumantes).

    Os vernizes

    Por vezes confundidos com as tintas, os vernizes so, na realidade, um acabamento,

    recomendado para aplicao sobre superfcies de madeira.

    Diferentemente das tintas, os vernizes no criam um flme que cobre as superfcies

    nas quais eles so aplicados. Eles no possuem cargas de tintas.

    Existem trs tipos principais de verniz:

    o verniz acrlico, base de gua, indicado para superfcies internas e externas;

    o verniz sinttico alqudico ( base de leo), indicado para aplicao sobre super-

    fcies de madeira em interiores. Os que contm fltro solar podem ser aplicados

    em superfcies externas;

    o verniz poliuretnico ou martimo, o mais adequado para superfcies em exte-

    riores. Em relao ao verniz alqudico, possui maior resistncia ao mau tempo.

    tambm adequado para pinturas martimas, por ter elevada resistncia gua.

    Quanto ao acabamento, os vernizes podem ser foscos, acetinados ou brilhantes.

    Existem vernizes transparentes e com cores de madeira como imbuia e ip, entre

    outros.

    Outros materiais essenciais para uma obra

    Alm das tintas, preciso ter sempre mo alguns outros materiais, pois eles so

    importantes para o trabalho cotidiano do pintor de obras. So os seguintes:

    Lixas de diferentes graus de granulao

    So essenciais, j que todas as superfcies, antes de receberem demos de tinta,

    precisam ser lixadas.

    Independentemente de a parede j ter sido pintada vrias vezes ou no, lixar garan-

    te que a pintura fque melhor, pois os defeitos e as imperfeies desaparecem.

    Mesmo que a superfcie j tenha sido pintada antes e, aparentemente, esteja lisa,

    lixar importante, pois a tinta nova vai aderir melhor (com mais facilidade) se o

    47

  • excesso da tinta anterior, bem como as marcas de rolo que possam ter sido deixadas

    na pintura, forem retirados.

    As lixas so classifcadas de acordo com a granulao, que vai de 36 a 600. Quanto

    mais baixo o nmero, mais grossa a lixa; quanto mais alto, mais fna a lixa.

    A escolha da granulao vai depender de dois tipos de informao:

    Sobre qual material a tinta vai ser utilizada: madeira, alvenaria (tijolos, blocos de

    concreto, pedras etc.) ou metais (esquadrias de janela de alumnio, geladeiras,

    lustres de ferro etc.).

    Qual a natureza do trabalho: pintura nova, repintura, aplicao de verniz etc.

    Informaes precisas sobre as lixas ideais em cada caso podem ser obtidas com os

    fabricantes ou com os lojistas, quando voc for compr-las.

    A tabela a seguir pode ser til em seus primeiros trabalhos. Voc deve consult-la

    sempre, mas, com o tempo, saber o que usar em cada caso.

    Pintor 1 48

    Superfcies de alvenaria

    Superfcie Situao Granulao da lixa

    Finalidade

    Reboco Pintura nova 80 a 150 Remover impurezas (restos de areia, poeira, graxa, leo etc.).

    Massa corrida e massa acrlica

    Pintura nova 180 a 220 Nivelar e uniformizar a superfcie.

    Dar acabamento.

    Gesso Pintura nova 150 a 220 Nivelar e uniformizar a superfcie.

    Ltex (fosco) Pintura nova e repintura (lixamento entre demos)

    150 a 220 Dar acabamento.

    Tinta acrlica Pintura nova e repintura (lixamento entre demos)

    150 a 220

    Dar acabamento nos casos de pintura.

    Deixar a superfcie mais spera para melhorar a aderncia da tinta.

    Esmalte base de gua

    Pintura nova e repintura (lixamento entre demos)

    180 a 220

    Dar acabamento nos casos de pintura.

    Deixar a superfcie mais spera para melhorar a aderncia da tinta nos casos de repintura.

  • P into r 1

    Melhorar a ancoragem:

    Criar uma superfcie para receber a nova camada de

    tinta ou verniz com uma me-

    lhor adeso.

    49

    Superfcies de madeira

    Superfcie Situao Granulao da lixa

    Finalidade

    Madeira Pintura nova 120 a 220

    Remover farpas e substncias como graxa, leo etc.

    Madeira Pintura nova 150 a 220 Nivelar e uniformizar a superfcie.

    Esmalte sinttico

    Pintura nova: lixamento entre demos

    150 a 220 Dar acabamento.

    Esmalte base de gua

    Repintura 100 a 180 Melhorar a ancoragem.

    Madeira Envernizamento novo

    220 a 600

    Remover farpas e substncias como graxa, leo, poeira etc.

    Verniz Envernizamento novo: lixamento entre demos

    220 a 600

    Remover farpas.

    Dar acabamento.

    Remover poeira ou pequenas bolhas entre uma demo e outra.

    Verniz

    Envernizamento e repintura: lixamento entre demos

    220 a 600

    Afinar o acabamento.

    Remover poeira ou pequenas bolhas entre uma demo e outra.

  • Fitas adesivas

    Primer (fala-se primer): Funciona como tinta de fundo para a colagem das mantas.

    As ftas adesivas so fundamentais no dia a dia do

    pintor de obras. Elas so utilizadas nos cantos das

    paredes e em pontos de encontro das paredes com piso/

    cho, teto, armrios, portas, janelas etc., contribuindo

    para preservar a limpeza de seu trabalho e evitando

    que as linhas que unem duas paredes fquem tortas.

    A fta crepe no deve ser deixada por mais de 24 horas

    no local onde foi colocada. Dessa forma, evita-se que

    a cola da fta se fxe na superfcie e que, ao remov-la,

    o acabamento seja danifcado.

    Pintor 1 50

    Superfcies de metal

    Superfcie Situao Granulao da lixa

    Finalidade

    Metal: ferro, alumnio, ao galvanizado e chapas zincadas

    Pintura nova, preparao de metais ferrosos antes de aplicar primer/pintura de fundo base de gua

    150 a 220

    Remover ferrugem e farpas de metal.

    Deixar a superfcie mais spera para melhorar a aderncia da tinta.

    Primer/fundo

    Pintura nova, preparao de superfcies pintadas com primer/pintura de fundo

    180 a 220 Uniformizar superfcies.

    Esmalte base de gua

    Pintura nova (lixamento entre demos)

    180 a 220

    Dar acabamento, eliminando impurezas como p ou possveis bolhas.

    Esmalte base de gua

    Repintura (lixamento entre demos)

    120 a 180

    Deixar a superfcie mais spera para melhorar a aderncia da tinta.

    Dar acabamento.

  • P into r 1

    Massa corrida ( base de acetato de polivinila ou PVA)

    e massa plstica

    So produtos indicados para uniformizar e corrigir im-

    perfeies em paredes de reas internas, deixando-as

    lisas, sem defeitos que podero fcar aparentes depois da

    pintura.

    Podem ser usados em superfcies de reas externas, mas

    seu uso prefervel em ambientes internos.

    As principais diferenas entre os produtos so:

    em relao resistncia, aderncia e gua: a massa

    acrlica mais resistente;

    em relao aplicao: a massa corrida mais fcil de

    ser aplicada.

    So vendidas em latas de diversos tamanhos 0,900 ,

    3,600 e 18 , prontas para ser usadas.

    Selador acrlico e base de gua

    Produto utilizado antes de pintar uma parede pela pri-

    meira vez ou, ainda, antes de aplicar massa PVA, acrli-

    ca ou gesso.

    O selador penetra e preenche os poros (pequenos bura-

    quinhos) dessa superfcie, melhorando, assim, o acaba-

    mento e aumentando o rendimento da tinta.

    ideal para paredes com reboco, concreto, blocos de

    cimento e fbrocimento.

    Fundo preparador de paredes base de gua

    Esse fundo tem funo semelhante do selador. Serve

    para selar superfcies que tm acabamento de massas

    (massa PVA, acrlica e gesso), antes de receberem a pin-

    tura. Assim, deve ser aplicado antes da utilizao de

    tintas.

    O fundo preparador no evita mofo. O mofo um problema que acontece por razes diversas, como a umidade, e atinge a pelcula das tintas.

    51

  • Ele evita manchas e descascamento das tintas, aumen-

    tando sua durabilidade. No possui, entretanto, proprie-

    dade impermeabilizante.

    O fundo preparador de parede penetra na massa, au-

    mentando seu isolamento; melhora-se, por consequn-

    cia, o poder de adeso da tinta. Ele tambm evita que

    a massa absorva muita tinta do rolo, diminuindo a pro-

    babilidade de acontecerem manchas.

    Ao comprar esse produto, verifque as instrues de uso

    dadas pelo fabricante. Alguns fabricantes pedem que se

    dilua o produto. Em outros casos, ele j vem pronto.

    Solventes

    Tner deriva do ingls thinner, palavra que significa solvente ou diluente em geral (incluindo gua). No Brasil, entretanto, a palavra comumente usada para designar solventes qumicos.

    Utilizados para fazer a limpeza das ferramentas e dos

    instrumentos usados na pintura, os solventes tambm

    so necessrios para fazer a diluio das tintas e dos ver-

    nizes, o que melhorar seu alastramento e nivelamento,

    facilitando a aplicao.

    Os solventes mais comuns so a prpria gua, utilizada

    para diluir produtos base de gua, e a aguarrs, indi-

    cada para diluir produtos como os esmaltes sintticos e

    auxiliar nos processos de secagem.

    Panos para limpeza e papel-toalha

    So utilizados o tempo todo durante o trabalho. Tenha--

    -os sempre mo.

    Equipamentos de Proteo Individual: to essenciais quanto os demais

    Os Equipamentos de Proteo Individual (EPI) no po-

    dem ser esquecidos, pois eles so fundamentais para sua

    segurana.

    Muita gente acha que se preocupar com isso desperdcio

    de tempo e dinheiro. Mas no bem assim. Vrios aciden-

    tes podem acontecer nas obras quando menos esperamos.

    Pintor 1 52

  • P into r 1

    Mesmo que voc entre em uma obra quase concluda, estar em contato com ma-

    teriais e ferramentas cortantes ou que podem machuc-lo: pregos, farpas de madei-

    ra, pedaos de ferro, blocos de concreto, tijolos, martelos, ps, enxadas. Sem contar

    a possibilidade de sofrer quedas de pequenas ou grandes alturas.

    Por isso, as normas do MTE defnem os EPI como indispensveis em qualquer

    canteiro de obras.

    Atividade 2 eq U i pam e ntos d e prote o i n d iVi d Ual esse n ciais par a pi nto res d e o b r a s

    1. Em dupla, converse com o colega ao lado sobre os EPI que vocs consideram

    essenciais e justifquem suas respostas.

    53

    Equipamentos de Proteo Individual Uso obrigatrio: sim ou no? Justificativa: por que us-los.

    Luvas de borracha e/ou de raspa (mais resistentes do que as de borracha)

    N

    orb

    ert

    o L

    au

    ria/1

    23

    RF

    Botas de segurana, de preferncia com biqueira de ao, para proteger os ps no caso de queda de uma lata de tinta, por exemplo

    P

    au

    lo S

    ava

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    Capacete plstico

    I

    go

    r P

    ushkar/

    12

    3R

    F

  • Se vocs consideraram todos eles essenciais, esto certos. A depender do tama-

    nho e do tipo de obra, nenhum desses equipamentos dispensvel, e o moni-

    tor pode ajud-lo a identificar por qu, caso a segunda coluna de sua tabela

    esteja incompleta.

    Alm desses, h equipamentos de proteo mais especfcos para quem trabalha em

    obras, em condies especiais: sob grandes temperaturas ou manipulando produtos

    qumicos txicos, por exemplo. H tambm equipamentos coletivos, que devem ser

    providenciados pelos empregadores. o caso de prendedores de cintos de seguran-

    a para grandes alturas, telas protetoras, andaimes seguros, roupas isolantes, capas

    de chuva, entre outros.

    Pintor 1 54

    Equipamentos de Proteo Individual Uso obrigatrio: sim ou no? Justificativa: por que us-los.

    V

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    3R

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    Respiradores

    Cintures de segurana para trabalho em altura

    I

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    r/A

    lam

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    r Im

    ag

    es

  • P into r 1

    Conforme artigo de Renata vila na revista Equipe de obra:

    EPI (Equipamento de Proteo Individual) todo dispositivo de uso individual

    que protege o trabalhador de riscos sua segurana e [sua] sade no ambien-

    te de trabalho. Alguns so usados por todos os funcionrios na obra, como o

    capacete e as botas. Outros so de uso mais especfico. O uso de EPIs depen-

    de do risco a que o trabalhador est exposto. O empregador deve adquirir os

    EPIs, exigir o seu uso, orientar e treinar o funcionrio, trocar os EPIs danifica-

    dos e responsabilizar-se pela higienizao e manuteno. J o funcionrio deve

    utilizar o EPI corretamente, responsabilizar-se pela guarda e conservao e

    falar para o empregador se o equipamento estiver sem condies de uso. [...]

    VILA, Renata. Equipamentos de Proteo Individual. Equipe de Obra. Disponvel em:

    .

    Acesso em: 14 maio 2012.

    De acordo com a Norma Regulamentadora n 18 (NR-18) do Ministrio do Trabalho e Emprego, os equi-

    pamentos de proteo individual devem ser fornecidos gratuitamente aos empregados de qualquer

    ocupao profissional. Essa norma somente dispensada se houver medidas de proteo coletivas que ofeream completa segurana aos operrios.

    Fonte: Ministrio do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora n 18. Disponvel em: . Acesso em: 17 maio 2012.

    o

    Capacete de segurana

    culos de segurana Abafador de rudo

    Mscara filtradora

    Cinto de segurana

    Camisa ou camiseta

    Luvas de raspa

    Cala comprida

    Calado fechado Obs.: Todos os equipamentos de segurana devem possuir certificado de autencidade.

    55

    G

    il T

    okio

    /Pin

    gad

    o

  • 3.

    2.

    1.

    Atividade 3 ac i d e n te d e t r aba lh o na pi ntU r a d e o b r a s

    Observe o quadro O pedreiro ferido, de Francisco de Goya (1746-1828).

    O que o pintor retrata nesse quadro?

    O que voc sente diante dessa pin-

    tura? Que outro ttulo poderia ser

    dado a essa pintura?

    Existem equipamentos de segurana

    coletivos nessa obra? Os operrios

    esto fazendo uso de equipamentos

    de proteo individual?

    Francisco de Goya. O pedreiro ferido, 1786-1787. leo sobre tela, 268 cm x 110 cm. Coleo particular.

    No laboratrio de informtica, pes-

    quise na internet outras obras de

    Francisco de Goya.

    Pintor 1 56

    A

    lbu

    m/a

    kg

    -im

    ag

    es/L

    atin

    sto

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  • P into r 1

    u n i d a d e 4

    Como escolher tintas e vernizes

    So cinco os tipos de tinta mais conhecidos e utilizados no

    mercado, alm dos vernizes. Vamos conhecer um pouco mais

    cada um, antes de vermos como escolher a tinta adequada para

    cada ocasio.

    Ltex PVA ou vinlica: base de gua, trata-se de um tipo

    de tinta fcil de aplicar e que seca rapidamente, possibili-

    tando a aplicao de nova demo depois de 3 a 4 horas.

    resistente ao do tempo (intempries). A tinta ltex

    no totalmente lavvel. A superfcie em que foi colocada

    pode ser lavada, mas corre-se o risco de manchar a tinta.

    uma tinta grossa e seu acabamento fosco. Como as

    demais tintas foscas, tem a vantagem de disfarar imper-

    feies das paredes e demais locais onde aplicada.

    Tinta acrlica ou ltex acrlico: como o ltex, a tinta acrlica

    tambm base de gua e fcil de aplicar. Uma segunda

    demo pode ser aplicada 4 horas aps a primeira. um pou-

    co mais grossa do que a tinta ltex PVA. Em relao ao ltex

    PVA, trata-se de um tipo de tinta mais resistente ao esfrega-

    mento, devido resina acrlica. Pode ser lavada e tem acaba-

    mento fosco, semibrilho e brilhante.

    Tinta a leo: base de leo, esse tipo de tinta ideal para a

    pintura de superfcies de metal e madeira. um tipo de tinta

    bastante resistente s intempries. Mas, em relao aos demais

    tipos, seu tempo de secagem bem maior: deve-se esperar um

    dia inteiro (24 horas) entre uma demo e outra. Outro aspec-

    to negativo da tinta leo que amarela com o tempo.

    Esmalte sinttico: feito com uma resina em laboratrio. Essa

    resina, por sua vez, pode ser base de um leo sinttico,

    chamado resina alqudica, ou base de gua, chamada resina

    acrlica.

    Intempries: Fenmenos naturais, como chuva, tempes- tade, eroso, furaco etc.

    57

  • O leo sinttico ou (esmalte sinttico) e a resina acrli-

    ca (ou esmalte acrlico) so tipos de tinta que resistem

    bem s intempries. O primeiro (leo sinttico) foi de-

    senvolvido para ter o mesmo efeito da tinta a leo; po-

    rm sua secagem mais rpida (4 horas). A resina acr-

    lica tem a vantagem de secar mais rapidamente: 2 horas

    entre demos e 4 horas no total. Ela apresenta ainda as

    vantagens de ter menos cheiro e no amarelar com o

    tempo. Entre esses dois tipos de tinta, o manuseio do

    leo sinttico tende a ser um pouco mais difcil em

    funo de sua viscosidade. Alm disso, e de sua secagem

    ser relativamente mais lenta, conforme j apontado,

    preciso lembrar que cores claras, como o branco, ama-

    relam com o tempo nas tintas base de leo sinttico.

    Toda superfcie nova, independentemente de ser madeira, ferro, gesso, alvenaria etc., sempre levar uma demo de fundo para selar e isolar a superfcie e depois mais duas demos de tinta para total proteo e durabilidade. Para cada superfcie existe um fundo de adeso.

    Epxi base sinttica: um tipo de tinta indicado para

    aplicao em superfcies de alvenaria e concreto, em

    lugares onde normalmente so utilizados revestimen-

    tos frios, substituindo azulejos e laminados plsticos.

    Resistncia, facilidade de limpar, acabamento semibri-

    lhante e dureza o tornam um produto adequado para

    aplicao em cozinhas, banheiros e equipamentos de

    sade (hospitais, postos de sade etc.). Para usar esse

    produto necessria a mistura de dois componentes:

    base e agente de cura (secagem).

    Verniz: resistente ao do tempo e transparente, o

    verniz bastante adequado para aplicao em madei-

    ras que fcam em reas externas e internas. Porm,

    pode ser usado tambm em tijolos, blocos e concreto,

    substituindo as resinas apropriadas para essas superf-

    cies. O tempo de secagem e a resistncia dos vernizes

    variam de acordo com o tipo de verniz: acrlico, sin-

    ttico alqudico ou poliuretnico. O verniz acrlico

    permite nova demo entre 2 e 6 horas aps a primeira

    aplicao. Para os demais (alqudico ou poliuretnico)

    o ideal que se espere 10 horas entre uma demo e

    outra.

    At experimentar diferentes tipos de tinta e se familiari-

    zar com esse mundo to diversifcado, provvel que

    Pintor 1 58

  • P into r 1

    voc tenha dvidas sobre o produto mais adequado a cada tipo de pintura. Em

    geral, essa escolha tem relao direta com o material que vai ser trabalhado.

    A tabela a seguir poder auxili-lo na escolha, mas no hesite em consultar os fa-

    bricantes e os lojistas, caso tenha dvida sobre o melhor produto para cada ocasio

    e tipo de pintura.

    * Nesses casos, a tinta acrlica deve ser especfica, indicada para pisos. ** O fundo nesses casos dever ser: a leo para madeira e xido de zinco ou zarco para metais.

    59

    Tipo de tinta Superfcie onde aplicar

    Nmero de demos

    Tempo de secagem

    Outras caractersticas

    L tex PVA

    Alvenaria

    Reboco

    Concreto

    Gesso

    2 a 3

    2 a 3 horas entre demos.

    Secagem total: 8 horas.

    base de gua.

    Tinta acrlica (ou ltex acrlica)

    Alvenaria

    Reboco

    Tijolo/concreto

    Cimentados*

    Piso cermico*

    3 (1 demo de fundo e 2 de tinta)

    2 a 3 horas entre demos.

    Secagem total: 8 horas.

    base de gua.

    Seus tipos de acabamento so: brilhante, semibrilho, acetinado e fosco.

    Tinta a leo

    Ferro/ao**

    Madeira**

    Alvenaria

    2 a 3 24 horas

    base de leo.

    Adere bem a diferentes superfcies.

    Resistente a intempries.

  • * Antes de pintar alumnio com tinta esmalte base de gua, aplique um fundo para metais galvanizados e alumnios base de gua. ** Antes de pintar madeira aplique um fundo base de gua para madeira.

    Existe uma tinta especfica antimofo. Se tiver que lidar com esse problema, procure indicaes nos cat-

    logos de fabricantes ou lojas especializadas de material de construo.

    Pintor 1 60

    Tipo de tinta

    Superfcie onde aplicar

    Nmero de demos

    Tempo de secagem

    Outras caractersticas

    Esmalte base de gua e base de leo

    Ferro/ao

    Alumnio*

    Fibra de vidro

    Alvenaria somente esmalte base de gua

    Madeira**

    2 a 3

    base de gua:

    2 a 3 horas entre demos.

    Secagem total: 6 horas.

    base de leo:

    4 a 6 horas entre demos.

    Secagem total: 12 horas.

    base de gua.

    Epxi Alvenaria

    Concreto 2 a 3

    24 horas entre demos.

    Secagem final: 24 horas.

    Base sinttica

    Substitui azulejos e laminados plsticos.

    Verniz

    Madeira (piso)

    Madeira (externa)

    Tijolo/concreto

    2 a 3

    Verniz acrlico ( base de gua): 2 a 6 horas entre demos.

    Verniz poliuretano e alqudico ( base de leo): 10 horas.

    Ideal para impermeabilizao.

  • a) Qual foi a escolha mais adequada para a pintura de

    P into r 1

    Atividade 1 t i pos d e t i nta e m d iVe rsa s sU pe r f c i es

    1. Vamos ao laboratrio, onde esto disponveis diferentes tipos de tinta e amostras

    de diversos materiais e superfcies.

    2. Em trio, separem amostras de vrios materiais:

    a) Trs pedaos de madeira.

    b) Trs pedaos de material metlico: ferro, ao ou alumnio.

    c) Trs tijolos ou blocos de concreto.

    d) Trs azulejos.

    3. Separem pincis, tintas, solventes e bandejas.

    4. Vocs vo pintar um pedao de cada material com tintas de diferentes tipos.

    Anotem ao lado do material pintado o tipo de tinta utilizado e a hora da pintu-

    ra. Se necessrio, faam a segunda demo com o mesmo tipo de tinta.

    5. Depois de secos, comparem as pinturas feitas, discutam e respondam, em relao

    a cada um dos materiais, s seguintes perguntas:

    (madeira, ferro, ao, alumnio, tijolo, concreto, azulejo, piso cermico)? Por qu?

    b) Nos casos das escolhas consideradas menos adequadas para cada material:

    Quais foram as difculdades percebidas na aplicao das tintas?

    Quais foram os problemas observados nos resultados?

    6. Depois de conversar com os colegas e responder s perguntas no prprio grupo,

    discuta os resultados com toda a classe e com o monitor.

    61

  • Cores, combinaes e efeitos

    Alm de informaes mais tcnicas que ajudam a defnir

    e escolher as tintas mais adequadas para cada trabalho,

    conhecer cores bsico para o pintor de obras.

    Embora, de modo geral, os clientes tenham uma ideia

    predeterminada das cores que vo utilizar, conhecer as

    cores e suas caractersticas vai ajud-lo no momento de

    dialogar com clientes e construtores. Voc pode opinar

    sobre as cores escolhidas para cada situao ou local e

    orient-los caso tenham alguma dvida sobre o que fcou

    decidido.

    Conhecer as cores a primeira etapa. Mas voc j pensou

    de que maneira elas podem ser combinadas? Ser que

    uma cor que fca bem na parede da sala tambm fcar

    bem no quarto, na cozinha ou na fachada da casa? Como

    saber qual ser o resultado da mistura de duas cores?

    Todas essas perguntas podem ser respondidas se estu-

    darmos alguns aspectos da teoria das cores.

    Cromtico: Do latim chro- maticus, relativo a cor.

    Vamos comear pelo crculo cromtico. Voc j ouviu

    falar dele?

    Trata-se de um crculo com 12 cores colocadas de modo

    que possamos perceber as relaes entre elas.

    Pintor 1 62

    1 a

    1 a 1 a

    2 a

    2 a 2 a

    3 a

    3 a

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    3 a

    J

    air

    o S

    ou

    za D

    esig

    n G

    rfico

  • P into r 1

    No crculo, as cores esto classifcadas da seguinte forma:

    Cores primrias (1 )

    So chamadas de cores puras por no ser possvel obt-las a partir da mistura de

    outras cores. Elas so a base para a criao de todas as demais cores. So elas: o

    azul, o amarelo e o vermelho.

    Cores secundrias (2 )

    So aquelas formadas por meio da mistura de duas cores primrias em partes

    iguais. Por exemplo: o laranja resultado da mistura do amarelo com o vermelho;

    o verde, do azul com o amarelo. E o violeta? Quais so as cores que precisamos

    misturar para obter essa cor?

    Cores tercirias (3 )

    So aquelas formadas por meio da mistura de uma cor primria (azul, amarelo

    ou vermelho) e uma ou mais cores secundrias. Exemplos: amarelo-alaranjado,

    prpura, azul-escuro.

    E o preto e o branco? Por que no esto no crculo cromtico?

    Porque so chamadas cores neutras, assim como o cinza em todas as suas tonalidades.

    Escala de valores ou escala de cinza

    63

    a

    a

    a

    H

    ud

    son C

    ala

    san

    s

  • azul

    Ao misturarmos uma nica cor com o branco ou com o

    preto, alteramos sua tonalidade, deixando-a mais suave/

    clara ou mais forte/escura. Chamamos essa gradao de

    escala monocromtica.

    Escala monocromtica: Escala de uma s cor (mono, um; cromtico, relativo a cor).

    Veja a seguir duas escalas monocromticas: a primeira,

    formada a partir da mistura de vermelho com branco;

    a segunda, a partir da mistura de azul com branco e

    com preto.

    Atividade 2 c r i e co res

    1. Vamos ao laboratrio novamente, desta vez para ob-

    servar a reao das cores quando misturadas.

    2. Separe as cores primrias e as secundrias e experi-

    mente as combinaes possveis. Anote no caderno as

    cores utilizadas e os resultados das misturas. Use lpis

    de cor.

    Por exemplo:

    + verde

    3. Escolha agora uma cor para fazer uma escala mono-

    cromtica. Acrescente branco ou preto aos poucos,

    para perceber as mudanas graduais da tonalidade da

    cor escolhida.

    Pintor 1 64

    =

  • P into r 1

    4. Compartilhe os resultados de seu trabalho com a classe. Voc vai perceber que,

    embora misturando as mesmas cores, nem sempre alcanamos resultados exata-

    mente iguais.

    Atualmente, a mistura de cores produzida pelos fabricantes feita em mquinas,

    respeitando propores exatas, calculadas em computadores. Esse sistema de mis-

    tura chamado tintomtrico nas casas que comercializam tintas. Com esse proce-

    dimento, caso a tinta acabe na metade da pintura de uma parede, voc no preci-

    sar acertar a mistura a olho, com base na memria.

    Alm disso, as tonalidades possveis so incontveis. Veja, a seguir, um exemplo de

    catlogo.

    Observe mais uma vez o crculo cromtico. As cores que fcam em lados opostos no

    crculo so chamadas complementares. Elas apresentam maior contraste entre si.

    So cores complementares:

    o vermelho e o verde;

    o amarelo e o roxo;

    o azul e o laranja.

    Elas devem ser utilizadas em paredes para reforar contrastes.

    65

    N

    eve

    n M

    ilin

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    1 a

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    Ja

    iro S

    ou

    za D

    esig

    n G

    rfico

  • J as cores vizinhas no crculo cromtico so as que apresentam menos contraste

    entre si. Elas so chamadas cores anlogas e podem ser usadas para colorir um

    ambiente sem chamar muita ateno para as diferenas entre as cores.

    Por fm, outra diviso possvel entre as cores chamadas frias (ou com tonalidades

    frias) e quentes (ou com tonalidades quentes).

    Elas podem ser combinadas de diferentes maneiras em uma casa. Mas importan-

    te voc saber que as cores quentes tornam os ambientes mais descontrados, alegres,

    com maior luminosidade. Por isso, em geral, fcam bem em salas de visita, sales

    de festa, corredores e ambientes de uso coletivo.

    J as cores frias so adequadas para ambientes mais sbrios, formais, nos quais

    a concentrao e a tranquilidade so indispensveis. o caso, por exemplo, dos

    locais de estudo e de trabalho em uma casa. Tambm so cores mais recomen-

    dadas para quartos, tendo em vista que so lugares onde as pessoas buscam

    relaxar para dormir.

    Veja as cores quentes e as cores frias no crculo cromtico e nas faixas a seguir.

    Pintor 1 66

    J

    air

    o S

    ou

    za D

    esig

    n G

    rfico

    J

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    o S

    ou

    za D

    esig

    n G

    rfico

  • P into r 1

    Esse conhecimento bsico sobre cores, como vimos, poder ajud-lo a dialogar com

    os clientes e orient-los no caso de dvidas.

    aconselhvel que voc demonstre interesse e conhecimento relativos sua rea de

    atuao profssional, mantendo o cuidado de no parecer aquele que sabe tudo.

    Alm de estudar e procurar aprimorar seu conhecimento sobre tintas e cores,

    importante que voc sempre consulte sites e catlogos de fabricantes para ver o que

    h de novo no mercado.

    67

    I

    va

    n B

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    a/A

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    ag

    es

  • Consultar revistas de decorao, e at mesmo ter algumas

    em mos quando for visitar um novo cliente, tambm

    pode ser til para voc