curso de pós-graduação em direito tributário. · pdf filecurso de...
TRANSCRIPT
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO TRIBUTÁRIO.
Aula Ministrada pelo Prof. Rubens Kindlmann
AULA 29 – 21/06/17
MODALIDADES DE EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
Art. 156 CTN. Extinguem o crédito tributário:
PAGAMENTO: É a Liquidação integral do CT em moeda corrente.
A fazenda não pode colocar condições para se valer do seu crédito, vejamos as súmulas abaixo:
SUM. 70 STF – Não é permitido interditar estabelecimento como meio coercitivo para cobrança
de tributos. Quando constar débitos, a FP deve usar os meios legais para cobrança deste débito.
SUM 323 STF – também não é permitido apreensão de mercadoria como meio coercitivo para
pagamentos de tributos. Só é permitido quando é cometido alguma infração, por exemplo, mas
não é permitido pelo simples não pagamento do tributo.
SUM 547 STF – não pode reter mercadoria, proibir que despache mercadorias, que adquira
estampilhas (selo), em caso que o tributo não tenha sido pago.
JURISPRUDÊNCIA...
A fazenda não pode impedir o livre exercício de atividade econômica – art. 170 PU CF.
COMPENSAÇÃO: É o encontro de contas entre o contribuinte que é credor e devedor de tributos
para com o mesmo ente tributante.
Art. 170 CTN. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em
cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários
com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda
pública.
A compensação só se dá por sentença transitado em julgado ou por lei.
Compensação ou Repetição do indébito?
A medida que se tem um crédito adquirido pela repetição do indébito e até esperar o fisco pagar
o precatório, nada impede de utilizar uma forma de compensação, para não precisar pagar um
determinado tributo, em função do precatório que tem a receber pela repetição do indébito.
ATENÇÃO: na compensação é preciso ter um débito e um crédito com o
mesmo ente.
TRANSAÇÃO: é uma forma de negociação que extingue o CT.
Precisa de lei
Art. 171 CTN. A lei pode facultar, nas condições que estabeleça, aos sujeitos ativo e passivo da obrigação tributária celebrar transação que, mediante concessões mútuas, importe em determinação de litígio e consequente extinção de crédito tributário.
Parágrafo único. A lei indicará a autoridade competente para autorizar a transação em cada caso.
Tem que ter lei, faculdade e concessão mútua, porém, na prática não acontece este tipo de
negociação com o fisco, quando se trata de concessão mútua, estamos diante de
discricionariedade, o que também não ocorre.
ATENÇÃO: não se confunde transação com o parcelamento, que é uma
assunção da dívida com o pagamento em parcelas.
REMISSÃO: é o perdão da dívida atinente ao tributo devido e extingue o respectivo crédito,
porém, não se confunde com a anistia.
Depende de lei específica:
ART. 150 § 6º CF. Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de
crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá
ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule
exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição,
sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g.
A última lei federal que trouxe a remissão foi a Lei 11.941/09
A Lei precisa estabelecer as condições e critérios da Remissão.
CONVERSÃO DO DEPÓSITO EM RENDA:
Quando depositado em processo judicial – penas após o transito em julgado a favor do
fisco.
Se depositado em processo administrativo: “... A conversão dar-se-á trinta dias após a
notificação do devedor, desde que não recorre ele ao Poder Judiciário” (Paulo de Barros
Carvalho, Curso de Direito Tributário, 8ª edição, Ed. Saraiva, 1996, p.321).
E a correção do valor?
Enquanto não houver a conversão não tem causa de extinção.
JURISPRUDÊNCIA...
A fazenda não pode exigir correção do valor.
PAGAMENTO ANTECIPADO: Se o pagamento foi antecipado e a fazenda homologa o
lançamento, extingue o CT nos termos do art. 150 § 1º e 4º CTN:
§ 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob
condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento.
§ 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do
fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-
se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a
ocorrência de dolo, fraude ou simulação.
CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO: a consignação é uma ação para exercer o direito de pagar o
tributo.
Regra válida apenas para o julgamento procedente da ação consignatória – cabimento → art.164
CTN.
No caso do inciso III – havendo cobrança, por exemplo, de IPTU de duas prefeituras de cidades
divisas, recomenda-se pagar o tributo de maior valor na ação de consignação, pois, se
porventura o juiz mandar pagar o de valor menor, o contribuinte não pagará multa e juros, já se
pagar o valor menor e o juiz mandar pagar o de maior valor, terá a aplicação de multas e juros
pelo valor à menor.
DECISÃO ADMINISTRATIVA IRREFORMÁVEL: A decisão precisa reconhecer a inexistência do
crédito tributário. Se a decisão reconhecer apenas vícios formais no lançamento e o anula, cabe
à Fazenda realizar novo lançamento, desde que dentro do prazo decadencial.
A DAÇÃO EM PAGAMENTO EM BENS IMÓVEIS: entrega de bens imóveis pelo contribuinte para
a quitação de débitos tributários, mediante avaliação do bem para realização da imputação do
valor da dívida do contribuinte.
Necessita ser estabelecida por lei por cada ente tributante (sujeito ativo), desta forma, cada lei
irá tratar as formas e condições.
Lei 13.259/16
Deve ser precedida de avaliação do (s) bem (s) ofertado(s) que devem estar livres de
ônus.
Deve abranger a totalidade do (s) crédito (s) que se queira liquidar (com juros, multas e
encargos) sem qualquer desconto.
Não se aplica a créditos decorrentes do SIMPLES.
Bons Estudos!
Monitoria: Cristina Casares