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Curso Avançado de Atendimento de Emergências

Lição 7

TÉCNICAS DE COMBATE A INCÊNDIOS

OBJETIVOS:

Ao final desta lição os participantes serão capazes de:

1. Combater incêndios de Classe A utilizando ataque direto, indireto e combinado;

2. Combater incêndios de Classe B em líquidos inflamáveis e gases combustíveis

utilizando neblina, espuma, CO² e PQS

3. Combater incêndios de Classe C em alta e baixa tensão;

4. Extinguir incêndios de classe D utilizando agendes extintores adequados;

5. Combater incêndios em locais confinados e em mata.

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Combate a Incêndio “Classe A”

Os incêndios classe “A”, isto é, incêndios em combustíveis comuns papel, madeira, tecidos que deixam resíduos característicos (brasa, carvão, cinza), em geral, são extintos por resfriamento, podendo se utilizar também o abafamento, retirada do material e quebra da reação em cadeia.

A água é o agente extintor mais eficaz para o resfriamento. A explicação de água será bem-sucedida se a quantidade utilizada for suficiente para resfriar o combustível que está queimando para temperaturas que o conduzam abaixo do ponto de combustão.

1. Ataque Direto

O mais eficiente uso de água em incêndio em queima livre é o ataque direto.O bombeiro deve estar próximo ao incêndio, utilizando jato contínuo ou chuveiro (30º

ou menos), sempre concentrando o ataque para a base do fogo, até extingui-lo. Não jogar mais água que o necessário para a extinção, isto é, quando não houver mais chamas.

Em locais com pouca ou nenhuma ventilação, o bombeiro deve usar jatos intermitentes e curtos até a extinção. Os jatos não devem ser empregados por muito tempo, sob pena de perturbar o balanço térmico.

O balanço térmico é o movimento dos gases aquecidos em direção ao teto e a expansão de vapor d´água em todas as áreas, após a aplicação dos jatos d´água. Se o jato for aplicado por muito tempo, além do necessário, o vapor começará a condensar, causando a precipitação de fumaça ao piso e, por sua vagarosa movimentação, haverá perda da visibilidade, ou seja, os gases aquecidos deveriam ficar ao nível do teto tomarão o lugar do ar fresco que deveria ficar ao nível do chão e vice-versa.

2. Ataque Indireto

Este método é chamado de ataque indireto porque o bombeiro faz a estabilização do ambiente, usando a propriedade de vaporização da água, sem entrar no ambiente. Deve ser executado quando o ambiente está confinado e com alta temperatura, com ou sem fogo. É preciso cuidado porque esta pode ser uma situação propicia para o surgimento de uma explosão ambiental (backdraft ou flashover).

Este ataque não deve ser feito enquanto não houver certeza da retirada das vítimas do local, porque a grade geração de vapor poderia matá-las. Realiza-se dirigindo o jato d´água para o teto superaquecido, tendo como resultado a produção de aproximadamente 1.700 litros de vapor, à pressão normal e temperatura superior a 100º C.

No ataque indireto, o esguicho será acionado por um período de 20 a 30 segundos, no máximo. Não poderá haver excesso de água, o que causaria distúrbios no balanço térmico.

A quantidade de água a ser empregada em um compartimento deve ser calculada levando em consideração a seguinte fórmula:

Q = 1,5 X vol. do ambiente (m3)

OndeQ = LPM (vazão)

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Volume = área X alturaExemplo:Um salão com as seguintes medidas:

Largura: 10m 10 mComprimento: 24m 24 m xAltura: 3m (área) 240 m2

(altura) 3 m x(volume) 720 m3

Q = 1,5 x 720 = 1.080 ( a vazão neste cálculo terá como unidade LPM)

Essa vazão (Q) deve ser aplicada por 30 segundos.

Um esguicho regulável de 38 mm, com 5,5 Kg/cm2 (80 psi) de pressão, descarrega aproximadamente 360 ml: logo, é necessária a utilização de 3 esguichos simultaneamente, por 30 segundos, procurando atingir todo o teto do compartilhamento (1.800:0360 = 3).

Após a aplicação de água, o bombeiro aguarda a estabilização do ambiente, isto é, que as labaredas baixem e se reduzam os focos isolados. Isso poderá ser constatado através dos seguintes sinais:

Não mais se vê a luminosidade das labaredas; Não mais se ouve o som característico de materiais em combustão.

O processo de estabilização do ambiente será muito rápido e o bombeiro perceberá os sinais logo após a aplicação de água.

O bombeiro, depois de estabilizado o ambiente, deve entrar no local com o esguicho fechado e extinguir os focos remanescentes através de jatos intermitentes de pequena duração, dirigidos diretamente à base do fogo. Quando estiver desenvolvendo esta fase, o bombeiro deve fazer com que o volume de água utilizado seja o menor possível.

Quando do término da utilização do esguicho, deve-se fecha-lo lentamente, para evitar golpe de aríete.

Quando da aplicação da água por qualquer abertura da edificação, os homens devem se manter fora da linha da abertura para se protegerem da explosão de gases quentes e vapores que sairão através das aberturas.

ANTES DE ENTRAR, CERTIFIQUE-SE DE QUE O AMBIENTE SE ENCONTRA ESTABILIZADO.

NÃO AUMENTAR OS PREJUÍZOS CAUSADOS PELO FOGO COM O USO ABUSIVO DE ÁGUA.

3. Ataque combinado

Quando o bombeiro se depara com um incêndio que esta em local confinado, sem risco de explosão ambiental, mas com superaquecimento do ambiente, que permite a produção de vapor para auxiliar a extinção (abafamento e resfriamento), usa-se o ataque combinado.

O ataque combinado consiste na técnica da geração de vapor combinada com ataque direto à base dos materiais em chamas. O esguicho, regulado de 30 a 60 graus, deve ser

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movimentado de forma a descrever um circulo, atingindo o teto, a parede oposta e novamente o teto.

No ataque combinado, os bombeiros devem ficar abaixados com a mangueira sobre o ombro, o que facilitará a movimentação circular que caracteriza este ataque. Quando não houver mais geração de vapor, utiliza-se o ataque direto para a extinção dos focos remanescentes.

Lembrar que: Nunca se deve aplicar água na fumaça. A aplicação de água na fumaça não extingue o incêndio, somente causa danos,

distúrbios no balanço térmico, desperdício de água e perda de tempo.

4. Seleção de Linhas e Jatos

A técnica de aplicação de água somente será bem-sucedida se a forma e a quantidade utilizada forem adequadas e suficientes.

Para isso, a seleção de linhas e jatos dependerá das necessidades da situação, tais como:

volume de água disponível e o necessário para a extinção; alcance do jato; número de pessoas disponíveis para manobrar as linhas; mobilidade exigida; tática e técnica escolhida.

Obviamente, seria errado escolher uma linha direta de 38 mm, ou ainda o mangotinho, para atacar um incêndio numa grande ocupação comercial totalmente envolvida pelo fogo. O ataque não teria o volume nem o alcance necessário. Também é incorreto atacar um dormitório de residência familiar com uma linha de 63 mm, descarregando 940 litros por minuto, ou armar essa mesma linha não havendo reserva d´água (hidrante público) disponível.

Combate a Incêndio “Classe B”

Definição de incêndio classe “B”

São incêndios que ocorrem em líquidos inflamáveis, graxas e gases combustíveis.

Características dos incêndios em líquidos inflamáveis

Os incêndios em líquidos inflamáveis apresentam propriedades e características próprias, que os diferenciam das demais classes de incêndio.

Dentre essas características, destacam-se as seguintes:

Geram vapores inflamáveis à temperatura ambiente; Flutuam em água; Queimam rapidamente e em superfície; Não deixam resíduos;

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Produzem expressivas chamas e desprendem grande quantidade de calor.

Combate a incêndio em líquidos inflamáveis

O melhor método de extinção para a maioria dos incêndios em líquidos inflamáveis é o abafamento, podendo também ser utilizado a quebra em cadeia, a retirado do material e o resfriamento.

Água Neblina Resfriamento Abafamento* Espuma Química/Mecânica Abafamento ResfriamentoCO2 -- Abafamento ResfriamentoPQS -- Interrupção da

reação em cadeiaAbafamento

* O emprego da espuma destaca-se como método mais eficiente no combate a incêndio em líquidos inflamáveis.

Fenômenos importantes nos incêndios em líquidos inflamáveis:

BOIL OVER:É o fenômeno caracterizado por uma violenta erupção turbilhonar, com

ejeção do líquido combustível.

SOLOP OVER:Caracterizado por uma ebulição e espumação ao nível da superfície do

líquido inflamável, com o conseqüente extravasamento do produto do interior do reservatório.

BLEVE:Pode se conceituar o “BLEVE” como sendo uma explosão de líquido em

ebulição expandida.

Ocorre quando um recipiente contendo líquido sob pressão tem suas paredes expostas diretamente à chama, tendo como resultado o aumento da pressão interna. A resistência das paredes do recipiente cai bruscamente, resultando no seu rompimento.

Procedimento para combate a incêndios:

Utilização de Espuma:O emprego de espuma (mecânica) é o meio mais eficiente no combate a incêndios em

líquidos inflamáveis, necessitando certo cuidado quanto à escolha do respectivo líquido gerador de espuma (LGE).

Considerando que a função principal da espuma como agente extintor é o “abafamento”, o lançamento da mesma deverá ser uniforme, cobrindo toda a superfície do líquido incendiado.

Pó químico Seco:

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Muito eficaz para a extinção de pequenos incêndios, considerando a dificuldade de aproximação em conseqüência do calor emanado das chamas.

CO2:Devido a sua rápida dispersão no ambiente, não é muito recomendado, todavia em

pequenos focos de incêndios poderá apresentar um bom grau de desempenho.

Água:Levando em consideração suas características de extinção, resfriamento e abafamento,

é muito eficiente, todavia deverá ser aplicada sempre em forma de “neblina”, atentando para não provocar o transbordamento do líquido incendiado, bem como a ocorrência do BOILOVER.

Fundamental para a prevenção de ocorrência do BLEVE, sendo utilizada no resfriamento do vaso contendedor do líquido sob pressão.

A água também poderá ser utilizada para substituir os combustíveis, reduzindo e controlando os incêndios.

Combate a incêndio em Gás combustível:

Ao se deparar com fogo em gás inflamável e não podendo conter o fluxo do mesmo, não deverá extinguir o incêndio, apenas controla-lo.

Um vazamento de gás inflamável será mais grave que a situação de incêndio, por reunir condições propícias para uma explosão.

A conduta correta será o controle do incêndio, evitando sua propagação, bem como o aumento de suas proporções.

Informações importantes sobre o Gás Liquefeito do Petróleo(GLP):

O GLP é um gás combustível formado pela mistura de hidrocarbonetos com três ou quatro átomos de carbono (Propano e Butano), extraídos do petróleo. Tem a características de permanecer no estado líquido quando submetido à determinada pressão, sendo por isso chamado de gás liquefeito de petróleo.

De fácil combustão, o GLP é incolor e inodoro, mas, por motivo de segurança, uma substância do grupo MERCAPTAN é adicionada para a identificação de vazamentos, produzindo um cheiro especifico. O GLP não é corrosivo, poluente e nem tóxico, mas se inalado em grande quantidade produz efeito anestésico.

O GLP no estado gasoso é mais pesado que o ar (1.5 vezes) e mais leve que a água, por isso, concentra-se nos local mais baixo (ralos, valos, canaletas,etc) e mantém-se sobre a superfície de um recipiente contendo água.

Sua temperatura de ebulição, á pressão atmosférica, é de -30º C, logo em condições normais necessita apenas de um ponto de ignição para entrar em combustão, respeitando seu nível de concentração no ambiente.

Sua faixa de explosividade ou inflamabilidade, ou seja sua concentração no ambiente, será fundamental para a ocorrência da combustão. Essa faixa varia d e2 a 9% aproximadamente, de GLP em um determinado volume de ar. Em concentrações inferiores a 2% ou superiores a 9%, o mesmo em contato com uma fonte externa de ignição, o GLP não entrará em combustão.

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Diante do exposto fica evidenciado a necessidade de uma eficaz e correta ventilação, a fim de não proporcionar que um possível vazamento de GLP atinja as concentrações favoráveis á combustão (explosão).

Combate a Incêndio “Classe C”

Materiais EnergizadosEste tipo de incêndio pode ser extinto após o corte da energia elétrica, tornando-se

classe “A” ou “B”.Deve-se utilizar agentes extintores não condutores, como PQS, CO2 e Halon.Não se deve utilizar extintores de água ou espuma, devido ao perigo de choque

elétrico.Pode ser utilizada a água através de mangueiras, conforme tabela abaixo:

Baixa Tensão – Até 1.000V

Alta Tensão – Acima 1.000V

Porém, a água contém impurezas que a tornam condutora, sendo que se deve considerar todos os riscos do bombeiro levar um choque elétrico.

O comandante da ação determinará o uso de água através de linhas de mangueira, considerando os seguintes fatores:

Determinação da voltagem da corrente; Distância entre o esguicho e o material energizado; Isolamento elétrico oferecido ao BM.

Deve-se preferencialmente, utilizar jato neblinado, pois a água nebulizada não conduz corrente elétrica, por ser constituída de partículas não contínuas. Também, deve-se optar pela utilização do esguicho canhão, quando possível.

Ocorrência de Alta Tensão

Tipos: Fogo em equipamentos isolados em subestação (SE); Fogo generalizado em SE; Incêndio nas vizinhanças da SE;

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Jato Neblinado Distância 1mJato Contínuo Distância 5m

Jato Neblinado Distância 5mJato Contínuo Distância 10m

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Queda de linha da alta tensão energizado da casa, automóvel ou estradas; Pessoas vítimas de acidentes em SE e que se encontram presas no material

energizado; Incêndio em residências sob linhas de alta tensão.

A decisão do comandante do combate ao fogo não deve ser tomada sem a definição do responsável técnico ou operador.

Procedimentos de Segurança Alta e Baixa Tensão

Contato com técnico especializado; Cuidados extras com instalação clandestina de energia elétrica; No combate a incêndio em instalações elétricas em galerias, não se deve

utilizar água, pela proximidade com a eletricidade. Pode haver risco de explosão, devido a vapores inflamáveis provenientes da combustão de fusíveis, relês ou de curto circuito;

Quando forem encontrados fios caídos, deve-se isolar a área; Tratar todos os cabos como sendo energizados e alta tensão; Cuidados extras no manuseio de escadas junto a fios elétricos; Cuidados com água empoçada junto ao material energizado; Providenciar isolamento do local; Muitos materiais elétricos, como transformadores, quando submetidos ao fogo

podem liberar líquidos e gases tóxicos (produtos perigosos). Importante a utilização do EPI e EPR.

Combate a Incêndio “Classe D”

Incêndios em metais combustíveis (magnésio, selênio, antimônio, lítio, cádmio, potássio, alumínio, zinco, titânio, sódio, zircônio).

Agentes especiais de extinção (que se fundam com o material ou que retirem o calor)Reagem com a água arremessando partículasQuanto maior a fragmentação, maior a reaçãoCaracterísticas do incêndioNa forma fragmentadaMaior problema para o BM é o agente extintor à situação especifica Não apresentam comportamento padrãoMelhor método de extinção: abafamentoAgentes extintores especiais: grafite seco, areia seca, cloreto de sódio e nitrogênioÁgua pode ser utilizada em alguns casosNas situações especificas de ligas de magnésio usadas em indústrias.Dica: Cuidado na instalação de indústrias nas cidades onde o BM atua, solicitar que a

edificação tenha o agente extintor.

Incêndios e emergências em ambientes fechados

Incêndio ou salvamento que ocorre em locais de pouca ou nenhuma ventilaçãoLocais: subsolos, depósitos, garagens, residências, escritórios ou outras dependências

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Insuficiência de oxigênio, excesso de vapores e gases tóxicos e/ou inflamáveisEspaço limitado para entrada e saídaColapso estrutural e instabilidade de estoques de materialEstruturas metálicas aquecidas pelo fogoPresença de eletricidadeMeio de segurança: Cabo guia para comunicação

Para cada equipe que entra na edificação deve haver uma do lado de fora para a segurança

A comunicação deve existir entre os dois lados, sempre com respostaDo lado de fora da edificação deverá existir uma guarnição de segurança, composta

por dois bombeiros com EPI e EPR, sob a supervisão do Cmt da operaçãoObrigatoriamente deve existir um BM responsável pela operação no interior da

edificaçãoOs BM no interior da edificação não devem hesitar em sair da edificação no primeiro

sinal de um colapso da estruturaDevem ter pleno conhecimento da quantidade de ar para o retorno (50 BAR)

Segurança na Extinção

Principais atos que colocam em risco os Bombeiros

Excesso de autoconfiança – Induz o bombeiro a acreditar-se invulnerável e indestrutível.

Entrar em locais em chamas, deixando chamas à sua retaguarda – constitui erro de procedimento tal fato, uma vez que as chamas poderão ganhar volume, interditando a rota de fuga do Bombeiro, ou ainda, poderão causar danos à estrutura da edificação o que causará o colapso da mesma, e igualmente bloquear a saída do Bombeiro.

Trabalhar isoladamente – O bombeiro atuando desta forma, colocar-se-á à mercê dos perigos contidos em uma edificação em chamas, sem que haja controle ou conhecimento de sua situação.

Não utilizando EPI – O não emprego dos EPIs, constitui erro que pode trazer graves conseqüências para o bombeiro, uma vez que os EPIs, são necessários para reduzir a incidência de ferimentos durante os trabalhos e ainda para permitir uma maior aproximação do fogo, visando sua extinção.

Ausência de sinalização no local da ocorrência – Quando do atendimento a ocorrências em vias públicas, e não houver a presença de policiamento de trânsito no local, um bombeiro deverá ser incumbido de sinalizar e isolar o local do evento, garantindo a segurança dos bombeiros envolvidos. Se

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Durante o atendimento de ocorrências os Bombeiros devem sempre ter preocupação constante com a sua segurança e a segurança dos próprios companheiros. Considerando que os Bombeiros trabalham em situações de risco, deve-se sempre tratar de superá-las com atos seguro.

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necessário e viável as viaturas poderão ser estacionadas de forma a proteger as equipes de Bombeiros do fluxo de veículos nas proximidades da ocorrência.

Contaminação com produtos perigosos – O bombeiro deverá estar atento para não entrar em contato, nem permanecer sobre poças de líquidos inflamáveis, ou ainda água que contenha resíduos de líquidos inflamáveis. De igual maneira deve estar atento o bombeiro para o atendimento de ocorrências que envolvam ácidos e outras substâncias perigosas, minimizando o contato com o referido produto, a fim de garantir sua integridade física.

Mantenha sempre estes cuidados básicos no atendimento de ocorrências.

Evitar entrar em contato com Produtos Perigosos

1. Observar os cuidados relativos à possibilidade da existência de materiais energizados;

2. Em ocorrências em vias urbanas, sinalizar a uma distância segura para possibilitar aos motoristas tempo suficiente para sua reação;

3. A noite em ocorrências em vias urbanas, empregar sinalização luminosa;4. Ao efetuar combate em edificações, evitar entrar sozinho, procure estar

sempre em duplas, e mantenha um bombeiro como segurança na parte externa da edificação, observando ainda a situação de emprego da mangueira como equipamento guia, no caso de emergência;

5. Utilizar sempre o EPI correto, para o tipo de ocorrência;6. Trabalhar sempre em equipe, seguindo as orientações do escalão superior;7. Ao efetuar trabalhos acima do nível do solo, usar equipamentos de

segurança (Cinto de segurança – cabo da vida)8. Ao se deparar com fogo em válvulas de alívio ou canalização, o bombeiro

não deverá extinguir o fogo, caso não consiga conter o fluxo de combustível, sob pena de criar um vazamento maior do que o já existente. No vazamento os gases geralmente são mais pesados do que o ar e poderão se acumular em pontos mais baixos criando poças ou bolsas, as quais poderão entrar em combustão;

9. Promover o controle de todas as fontes de ignição nas proximidades de vazamentos de fluídos inflamáveis (veículos, fósforos, isqueiros, fagulhas de ferramentas e elétricas);

10. Sinalizar e isolar adequadamente o local da ocorrência, somente permitindo o acesso dos bombeiros ao local do evento. A entrada de quaisquer outras pessoas, inclusive policiais, somente será permitida com a autorização do comandante da operação (caso haja autorização, estas pessoas deverão ser acompanhadas por um bombeiro);

11. No caso de ocorrências em vias públicas, evitar empregar sinalização com fogo (latas de óleo ou outro combustível queimando), uma vez que poderá ocasionar a ignição do produto derramado.

O Bombeiro de serviço em atendimento de ocorrências poderá estar ainda exposto aos seguintes riscos:

Cair durante o desabamento de estruturas;

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Inalar gases tóxicos; Cortar-se; Receber choque elétrico; Torcer o pé ou joelho; Escorregar e cair; Tropeçar e cair; Queimar-se; Ficar preso sob objetos pesados, tendo partes do corpo esmagadas; Contaminar-se produtos químicos perigosos; Ser atingido por objetos que caem; Ser atropelado.

Evitar entrar em contato com Produtos Perigosos

Incêndio Florestal: A destruição das florestas por incêndio além de causar danos materiais, prejudica o sistema ecológico e o clima.

Geralmente os incêndios ocorrem pela ação humana de forma inadvertida ou dolosa, provoca a devastação da natureza, aliadas a ação do homem, as situações metereológicas adversas também contribuem para a ocorrência de incêndios, principalmente no período de julho a outubro, devido à estiagem e as geadas.

Combustíveis: São divididos em leves, pesados e verdes, também podem ser classificados conforme suas respectivas localizações:

- combustível subterrâneo: Húmus, raízes e solo.- combustíveis leves (queima rápida) – Grama seca, folhas mortas, arbustos e

gravetos.- combustíveis pesados (queima lenta) – Troncos e galhos.- combustíveis verdes – É a vegetação em crescimento. Ex: Vegetais como

eucalipto, pinheiro e cedro.

Fatores de Propagação de Incêndios – O bombeiro deve estar atento as:- condições metereológicas – atentar para o vento, temperatura e umidade.

Vento – Vento forte, propagação rápida (oxigênio), poderá levar fagulhas além da linha de fogo e iniciar com isto focos secundários. Direção do vento, ficar atentos pois colocam em risco a segurança do bombeiro e do controle de incêndio. É importante ver a direção do vento nos vales e declives para que se planeje o ataque ao incêndio, atentar pois ele seca os combustíveis, fazendo com que queimem melhor e mais rapidamente.

Temperatura - [A temperatura do solo influi na movimentação das correntes de ar e provoca nos bombeiros cansaço e estafa durante o combate]

Umidade - O conteúdo de umidade dos combustíveis é importante no combate a incêndios, pois os combustíveis leves são os que têm maior facilidade em umedecer. Úmidos queimam lentamente e não

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produzem calor suficiente para incendiar os combustíveis pesados, tornando lenta a propagação.

Topografia do terreno – Aclive – O fogo queima mais rapidamente para cima, pois as chamas encontram mais combustíveis que em contato com outros gases quentes produzem a convecção.

Declive – O fogo é lento pois as correntes de convecção vão em sentido opostos aos combustíveis, não os aquecendo.

Classificação dos Incêndios Florestais – É feita de acordo com a localização dos combustíveis.

Incêndio subterrâneo: Quando a queima de combustíveis abaixo do solo, tais como húmus, raízes e turfa. Incêndio de combustão lenta e sem chamas mas de difícil extinção.

Incêndio rasteiro: Quando a queima de combustíveis de baixa estatura tais como: vegetação rasteira, folhas e troncos caídos, arbustos, etc. É o tipo de incêndio que ocorre com maior freqüência.

Incêndio aéreo: Quando a queima de combustíveis está acima do solo, como galhos, folhas, musgos, etc. Este tipo de incêndio ocorre geralmente em dias de muito vento e baixa umidade relativa do ar, é conhecido também por incêndio de copas.

Incêndio total – Quando teremos todas as formas de incêndio.

Métodos de combate

Ataque Direto – Combater diretamente as chamas no perímetro do incêndio. Para este combate utilizam-se ferramentas agrícolas, abafadores e bombas costais. Dependendo do acesso e fonte de abastecimento, pode se utilizar moto-bomba e viaturas de incêndio. É usado quando o fogo não é muito violento, permitindo que os bombeiros se aproximem da linha de fogo.

Abafador – Pode ser de ramos verdes e tiras de mangueiras. Bomba Costal – Possui normalmente reservatório de 20 litros de água e esguicho. Ferramentas Agrícolas – (Enxada, enxadão, etc). Ataque aéreo – Feito por avião com tanques especiais ou com helicópteros com

bolsa de água. Ataque indireto – Combater o fogo a uma distância do seu perímetro. Método

utilizado quando o fogo é de grande intensidade ou se move rapidamente. Neste método de combate, faz-se o aceiro ou se utiliza de uma barreira natural, e, a partir da linha construída faz-se o fogo de encontro. O aceiro visa extinguir o incêndio pela retirada do material e deve ser suficientemente largo para evitar que o fogo se propague para outro lado. Aceiros mais largos que o necessário , porém, significam desperdício de tempo e esforços que podem ser vitais em outras frentes. O aceiro é composto de duas áreas: raspada e tombada.

- Área raspada – Consiste em remover a vegetação até que a terra viva seja exposta. Utiliza-se ferramentas manuais como enxadas, enxadões e ancinhos ou máquinas como trator pá ou com rastelo. A vegetação retirada da área raspada que não esteja

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queimada, deve ser removida em direção à área a preservar, para mais tarde, evitar uma grande carga de incêndio pela utilização do fogo de encontro.

- Área tombada – Derrubar toda a vegetação em direção ao fogo, visando diminuir o tamanho das chamas, evitando assim que eles ultrapassem a área raspada.

- Fogo de encontro – Consiste em atear fogo na área tombada em direção ao incêndio, visando alargar o aceiro, usa-se o fogo de encontro a partir do aceiro pois há o perigo do fogo pular a linha.

Cuidados a serem tomados:

Nunca atear fogo em área maior do que seja possível de controlar; Atear fogo na direção do incêndio e contra o vento; Ficar atento aos focos de incêndio que possam surgir dentro da área protegida; Nunca deixar o fogo de encontro se espalhar pelas extremidades do aceiro; Ter pessoal para controlar o fogo de encontro; Onde for possível, usar o fogo de encontro a partir de uma barreira natural; RESCALDO – É quando se elimina todo o risco de reignição do incêndio;

Procedimentos para o Rescaldo Caminhar por todo o perímetro onde se deu o incêndio e ter certeza de que foi

extinto; Eliminar toda fonte de calor do perímetro do incêndio; Se o rescaldo for trabalhoso permitir que o combustível queime sob controle; Ter certeza de que o aceiro está limpo; Cortar ou apagar com água troncos que possam soltar faíscas além do aceiro; Extinguir focos esparsos; Espalhar todo o material incandescente que não puder ser extinto com água para

dentro do perímetro (se for o caso enterra-lo); Colocar todo o combustível roliço em posição que não possa rolar e ultrapassar o

aceiro

PRESCRIÇÕES GERAISA extinção do incêndio em mata é um serviço perigoso e exaustivo e requer do

bombeiro uma tenacidade acima do normal.Na operação deve se ter um Posto de Comando com comunicações, atendimento em

primeiros socorros e viaturas para deslocamentos rápidos, planejamento e controle da operação.

O incêndio florestal tem menos intensidade na madrugada e maior intensidade entre as 10:00h e às 18:00h.

Uma análise apurada sobre o tipo de vegetação e terreno pode apontar qual o melhor horário pra intensificar os trabalhos. O combate deve ser feito o mais rápido possível, até a sua total extinção.

O combate deve ser feito em equipes, não devendo nunca o bombeiro trabalhar isolado. Ao se optar pelo ataque indireto, deve-se observar a existência de barreiras (estradas), que devem ser usadas como aceiros.

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Curso Avançado de Atendimento de Emergências

Ao usar a técnica de fogo de encontro, deve-se calcular o local onde os dois fogos vão se encontrar que deverá ser distante da linha de aceiro, evitando outros focos de incêndio provocados pelo vento.

Os bombeiros que vão trabalhar à noite devem chegar no local do incêndio antes que escureça para reconhecer o terreno a luz do dia, primeiramente, determinar o caminho para escapar, se for necessário.

O período em serviço não deve exceder 12 horas seguidas e o descanso não deve ser menor que 8 horas.

Os serviços só devem ser abandonados após rescaldo criterioso, ficando a área queimada em observação para alerta imediato em caso de reignição.

Ter apoio do serviço de metereologia local principalmente sobre as mudanças do vento. O chefe da equipe deve ter controle do pessoal e equipamento. Ter cuidado quando em local de vegetação muita densa e quando há grande quantidade de combustíveis entre o aceiro e o incêndio.

Existe um ditado indígena em outros países, com tradição no combate a incêndio que diz: “O combatente deve ficar sempre com um pé no preto”, ou seja, com rota de escape pela área já queimada.

Equipamentos para o combate de incêndios florestais

Equipamento de proteção individual:

1. Capacete2. Bandô (protetor posterior do pescoço)3. Óculos de proteção4. Capa5. Faca / Facão6. Material de primeiros socorros no Posto de Comando7. Ambulância com pessoal habilidade8. Binóculo9. Apito10. Cordas (cabos)11. Cantis e reservatório de água

Cada grupo mínimo de 3 e no máximo de 12 elementos, ao chefe o controle de seu grupo.

A verificação constante do efetivo e de equipamentos dever ser prioritária.Para algumas operações deve-se destacar um vigia que fica longe, com rádio, apito e

binóculos, para evitar que os combatentes sejam envoltos pelo fogo.É importante manter sempre contato com o Posto de Comando e elaborar, em todo

ataque, as rotas de fuga. Manutenção e bom uso das ferramentas de combate a incêndios em mata.

Equipamento de Proteção Coletiva

01 – Kit de Primeiros Socorros 02 – Cabos 03 – KED

Combate a Incêndio MP 7-14

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Curso Avançado de Atendimento de Emergências

04 – Machado 05 – Gancho para captura de ofídios 06 – Laço para captura de ofídios 07 – Vasilhame contendo água potável 08 – Cantil 09 – Enxada 10 – Binóculo 11 – Faca e acessórios multi uso 12 – GPS 13 – HT 14 – Bússolas 15 – Carta 16 – Caixa de ofídios

Combate a Incêndio MP 7-15