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SIMP.TCC/Sem.IC. 2018(13); 2397-2404 FACULDADE ICESP / ISSN: 2595-4210
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CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
Análise para detecção de resíduos de antibióticos e teste de lactofermentação no leite cru, pasteurizado e UAT comercializados na região do Gama-DF. Analysis for the detection of antibiotic residues and lactofermentation test in raw milk produced, pasteurized and UAT marketed in the Gama-DF region.
Karina Martins Gomes
Stefânia Márcia de Oliveira Souza
Resumo A longevidade da sociedade é influenciada também pela qualidade alimentar. Um dos quesitos para que seja mantida a mesma deve-se pela ausência de resíduos medicamentosos de uso veterinário nos alimentos, consequentemente evitando possíveis doenças no homem e qualificando as boas práticas de manejo desde a obtenção do alimento in natura até o processo que chegará o consumidor final, em específico para o leite, a ausência de substâncias irá produzir derivados com composições organolépticas própria de sua matéria-prima. Neste trabalho realizou-se um estudo para detecção de resíduos de antibióticos no leite cru produzido, pasteurizado e UAT comercializados na região do Gama-DF por meio da análise de 30 amostras, utilizando o Kit BALLYA Bio BT Sensor®. Obteve-se resultado positivo para presença de Betalactâmicos na amostra LUAT3, sendo em nível superior ao LMR’s apresentado pelo fabricante, indicativo de risco para consumo humano. Palavras-chaves: qualidade alimentar; manejo; alimento. Abstract The longevity of society is also influenced by food quality. One of the requirements for maintaining the same is due to the absence of veterinary drug residues in food, consequently avoiding possible diseases in the man and qualifying the good practices of handling from obtaining the food in natura until the process that will arrive the final consumer, in particular for milk, the absence of substances will produce derivatives with their own organoleptic compositions of their raw material. In this work a study was carried out to detect residues of antibiotics in raw milk produced, pasteurized and UAT marketed in the Gama-DF region by means of the analysis of 30 samples, using the BALLYA Bio BT Sensor® Kit. A positive result was obtained for the pres-ence of beta-lactams in the LUAT3 sample, being higher than the MRLs presented by the manufacturer, indicative of risk for human consumption. Keywords: food quality; management; food.
Contato: [email protected]
Introdução
O leite é um produto de grande importância para
alimentação e economia do país. Possui alta de-
manda de consumo diário tornando-se necessário o
controle da produção, visando à segurança alimentar
principalmente com relação a perigos microbiológi-
cos e químicos (ALBERTO et al., 2011).
A qualidade do leite é conceituada por caracterís-
ticas organolépticas, composição físico-química,
baixa contagem bacteriana e somática, ausência de
conservantes químicos e resíduos de
antibióticos (ARAUJO et al., 2014).
Dentre os principais problemas de contaminação
do leite, temos por antibióticos, oriundos de leite
obtido de animais ordenhados e que foram submeti-
dos a tratamento medicamentoso. As doenças
desencadeadas pelos micro-organismos causam
grandes prejuízos para a produção leiteira, estas
devem ser tratadas corretamente respeitando o
período de carência do princípio ativo evitando assim
seus resíduos no leite que será consumido pela
Como citar esse artigo:
Gomes KM, Souza SMOS. Análise para detecção de resíduos de antibióticos e teste de
lactofermentação no leite cru, pasteurizado e UAT comercializados na região do Gama-
DF. Anais do 13 Simpósio de TCC e 6 Seminário de IC da Faculdade ICESP. 2018(13); 2397-
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população (SILVA et al., 2013).
Com o objetivo de aprimorar a segurança do leite
produzido no Brasil, o Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (MAPA) instituiu, em
1999, o Plano Nacional de Controle de Resíduos e
Contaminantes (PNCR), onde foram selecionadas e
analisadas amostras de leite quanto à presença de
resíduos (BRASIL, 1999).
Boas práticas de produção devem ser seguidas, e
incluem a separação do leite dos animais que estão
em tratamento, evitando o consumo deste leite, a
ingestão de resíduos e prevenindo prejuízos tanto
financeiro quanto para saúde humana (FAO, 2013).
Pesquisa realizada por KORB et al., 2011,
destacou que os princípios ativos mais utilizados por
produtores de gado leiteiro no estado de SC, foram
Espiramicina, Penicilina G (procaína e benzatina),
Oxitetraciclina, Ampicilina, Cloridrato de Tetraciclina,
Cloxacilina e Neomicina.
Pesquisadores da Universidade Federal Rural de
Pernambuco, avaliaram a frequência de resíduos de
antibióticos em leite in natura (galões e tanques), de
propriedades rurais da região Garanhuns, Pernam-
buco. Estes utilizaram o kit CharmCowsideII®, onde
verificou-se que 12 das amostras estudadas
(14,29%) foram positivas. A pesquisa revelou nas
amostras positivas que os princípios ativos mais
utilizados foram tetraciclina e aminoglicosídeos
(PEREIRA & SCUSSEL, 2017).
A importância do leite no consumo humano
O leite como principal fonte de cálcio contribui
para formação óssea e também em seu crescimento,
além de regular o sistema nervoso e na resistência
contra de doenças infecciosas (AMANCIO et al.,
2015).
Dentre vários componentes do leite as proteínas
e sais minerais são fontes indispensáveis para
consumo diário em diversas fases da vida desde o
nascimento, na juventude, quando adulto e idoso,
destaca-se a presença de vitaminas lipossolúveis
associadas a moléculas de gordura representando
46% a 53% de seu valor energético, esta irá variar
de acordo com a alimentação do gado leiteiro
(TOMBINI, et al., 2012).
Importância econômica da pecuária leiteira no
Brasil
De acordo com o historiador DIAS, 2012, ilustrou
em seu livro As raízes leiteiras do Brasil a primeira
ordenha ocorrida em 1641, numa propriedade rural
próxima de Recife. Em 1961, o Brasil produziu cerca
de 2,5 milhões de toneladas, dados registrados pela
FAO, mesmo com preços limitados e demais dificul-
dades para os produtores leiteiros a produção o país
vem-se desenvolvendo.
Dados obtidos em 2015 apresenta a produtivida-
de de 35 milhões de toneladas e em 2016 33.6
milhões de toneladas de leite (IBGE, 2016). De
acordo com VILELA (2015), o Brasil chegará a
produzir 47,5 milhões de toneladas de leite. A
produção vem aumentando graças a demanda do
consumidor cada vez maior pelo próprio leite,
produtos lácteos e demais derivados.
Qualidade do leite no Brasil e a importância da
implementação de tecnologias
A qualidade do leite depende do estado de saúde
da glândula mamária do animal poderá interferir na
qualidade do leite nos rebanhos leiteiros, por esse
motivo a contagem de células somáticas é um dos
indicadores de qualidade, laboratórios credenciados
da Rede Brasileira de Laboratórios de Controle da
Qualidade do Leite (RBQL) monitoram a CCS dos
rebanhos leiteiros (VEIGA, 2013).
Em 2011 foram analisadas 2,4 milhões de
amostras de leite de tanque e em 2012 quase 2,8
milhões, 45% das amostras analisadas
apresentaram CCS <400.000 CS/mL em 2011 e em
2012 próximo de 48%, esse valor estaria dentro dos
limites quando o valor máximo prevalecia 600.000
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CS/mL, resultando em 27% das amostras estiveram
acima do valor máximo (VEIGA, 2013).
No cenário atual, de acordo com a IN62
atualizada em 2018, o nível máximo de CCS
aceitável chega até 500.000 CS/mL. Já a análise de
contagem bacteriana total (CBT) as amostras de
2011, 43% ultrapassaram o limite de 750.00 UFC/mL
e em 2012 dessas amostras 40% resultou acima de
600.000 UFC/mL (VEIGA, 2013). Atualmente de
acordo com a IN 62 o limite máximo é 300.000
UFC/mL (VEIGA, 2013).
Produtores têm investido para obtenção do leite
com qualidade, consequentemente aprimorando
seus derivados para chegada ao consumidor final
com segurança, implementando materiais de higiene
no local da ordenha e exigindo a utilização destas,
solicitando a assistência do médico veterinário para
ensinar os melhores métodos para uma boa
produção, a instalação correta para receber os
animais para ordenha, a ração a ser fornecida e
como processada, a qualidade do pasto a
disponibilizar e quando rotacionar, o manejo racional
com o gado, entre outros meios tecnológicos a
serem utilizados influenciam na produção (VILELA et
al., 2017).
A exigência das indústrias e do consumidor está
sendo maior pelo fato da população se informar mais
sobre os critérios para haver segurança alimentar,
malefícios e benefícios de cada alimento e sua
composição. As exigências são importantes para que
o produto obtido tenha um valor agregado e justo no
comércio para que incentive o investimento para uma
produção de qualidade (MEIDEIROS et al., 2017).
Utilização medicamentosa na bovinocultura de
leite
A profilaxia medicamentosa é utilizada para evitar
a ocorrência de doenças infecciosas no rebanho,
também como tratamento terapêutico.
Desvermifugações e vacinações como febre aftosa,
raiva, carbúnculo sintomático, tuberculose são
necessários para que o rebanho permaneça
saudável e consequentemente produzindo um leite
de qualidade (MIRANDA, 2012).
Em sistemas intensivos de produção leiteira é
comum observar o pedilúvio com solução de sulfato
de cobre e formol a 5% na entrada e saída do local
de ordenha para que se evitem doenças podais,
limpeza de feridas, remoção cirúrgica de miíases
tecido necrosado, tratamento terapêutico e curativo
da ferida diariamente de acordo com o nível que
estiver acometido, o casqueamento corretivo
também é um modo de tratamento retirando dor e
incômodo possibilitando melhor locomoção e
beneficiando sua saúde e bem estar (FAO, 2013).
Os antimicrobianos possuem capacidade em
pequena escala de inibir o crescimento de bactérias
e fungos, destruindo seus patógenos (SPINOSA &
TÁRRAGA, 2014).
O uso indiscriminado destes medicamentos
geram consequências para as indústrias alterando a
composição do leite e a qualidade de seus
derivados, gerando resistência bacteriana para a
população, desencadeando possíveis processos
alérgicos pela presença de princípios ativos residuais
(NUNES et al., 2016).
Dentre os antimicrobianos mais utilizados no
tratamento de mastite bovina destacam-se os grupos
betalactâmicos, aminoglicosídeos, lincosamidas,
macrolídeos, polimixinas, quinolonas, sulfas e
tetraciclinas (SPINOSA & TÁRRAGA, 2014).
Boas práticas na pecuária leiteira
Os animais devem ser manejados com qualidade
diariamente mantendo o equilíbrio constante de seu
organismo para que resulte em boa produção.
Seguindo a regra das “cinco liberdades” livres de
sede, fome e desnutrição; livres de desconforto;
livres de dor, injúrias e doenças; livres de medo e
livres para expressarem os padrões normais de
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comportamento animal (FAO, 2013).
Controlar o trânsito de animais na fazenda e
conhecer o estado de saúde do animal que será
recebido na propriedade, utilizar somente
medicamentos registrados legalmente no comércio,
respeitando a dosagem de acordo com o peso e a
doença a ser tratada, observando tempo de carência
específico de cada medicação (FAO, 2013).
Devem ser dotadas medidas de higiene para o
local da ordenha, glândula mamária dos animais,
assim como para as mãos e roupas do ordenhador.
Realizar a colheita somente do leite de animais
saudáveis para que não contamine o leite e/ou
mesmo os equipamentos da ordenha, após finalizar
a ordenha higienizar corretamente os utensílios,
mantendo o local de armazenagem do leite sempre
limpo (FARJADO et al., 2012).
A alimentação do animal varia de acordo com a
produção de leite, o mesmo deve receber uma ração
de qualidade a qual seja mantida armazenada
adequadamente evitando quaisquer desequilíbrios
nutricionais no animal, assim como a água deve ser
de boa procedência (FAO, 2013).
Riscos na ingestão de resíduos de antibióticos e
prejuízos para as indústrias.
De acordo com a IN 62, considera-se leite, o
produto obtido através da ordenha completa da vaca
sem interrupções, tendo condições favoráveis de
higiene, animais saudáveis prevalecendo o bem
estar animal. Leite de demais animais devem ser
identificados de acordo com a espécie (BRASIL,
2011), esta matéria prima sendo consumida com
resíduos químicos trazem sérios problemas para a
saúde pública podendo desencadear reações
alérgicas, resistência bacteriana, desequilíbrio na
microbiota intestinal, doenças cancerígenas entre
outros malefícios (KORB et al., 2011).
O uso indiscriminado de medicamentos
veterinários pode desenvolver o desequilíbrio na
simbiose entre os microrganismos da microbiota
entérica dos animais e humanos, outro fator
importante é o consumo de leite com alto teor
residual por gestantes, uma vez que alguns
antibióticos possuem capacidade teratogênica
(SILVA et al., 2013).
A presença indesejável de resíduos nas indústrias
lácteas interfere no crescimento das bactérias
responsáveis pela elaboração de queijos, bebidas
lácteas, iogurtes, entre outras consequências que
alteram a qualidade do produto, podendo
comprometer a saúde dos consumidores,
consequentemente afetando a economia da região
onde se encontra a produção (SILVA, 2011).
Métodos de diagnóstico para detecção de
resíduos de antibiótico no leite
No mercado atual, estão disponíveis vários
métodos para detecção de resíduos de antibióticos
de acordo com o grupo ao qual deseja trabalhar. De
acordo com o MAPA na Instrução Normativa
42/1999, são utilizados os testes ELISA - ensaio
imunoenzimático, CLEA – cromatografia líquida de
alta eficiência, CCD – cromatografia por camada
delgada, DST - densitometria, CG – cromatografia
gasosa e EAA – espectrofotometria de absorção
atômica (BRASIL, 1999).
Os métodos microbiológicos, físico-químicos ou
imunoenzimáticos estão disponíveis através de Kit’s
comerciais de testes rápidos para detecção de
resíduos, utilizados com maior frequência pelas
indústrias, apresentando resultado em minutos
(MORAIS et al., 2010).
No teste imunoenzimático, o resíduo
antimicrobiano irá se ligar as proteínas com seus
receptores específicos, sem haver o crescimento
bacteriano na amostra de leite, lendo-se o teste de
acordo com a coloração apresentada na linha ou
círculo de acordo com o kit fornecido como BALLYA
bio BT Sensor, Cap Lab ECLIPSE 50 entre outros
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(BENETTI et al., 2011).
Objetivo
Detectar resíduos de antibióticos no leite cru,
pasteurizado e UAT comercializados na cidade do
Gama – DF.
Objetivos específicos
Avaliar a presença de antibióticos betalactâmicos,
Penicilina e Tetraciclina em amostras de leite cru,
pasteurizado e UAT; Realizar teste de
lactofermentação dos leites cru, pasteurizado e UAT.
Materiais e Métodos
Obtenção das amostras
Foram coletadas 10 amostras de leite cru (LC) de
propriedades leiteiras localizadas no Gama – DF
obtidas no momento da ordenha, 10 amostras de
leite pasteurizado (LP) e 10 amostras de leite UAT
(LUAT) estas foram armazenadas em recipientes
estéreis e transportadas sob refrigeração até o
laboratório de Bioquímica da faculdade ICESP,
Águas Claras – DF para realização dos testes e
análises microbiológicas.
Processamento das amostras
Foram pipetadas 200 microlitros (μl) de cada
amostra de leite cru e transferidos para os
micropoços, procedimento repetido também com o
leite de pasteurizado e UAT. No momento da análise
as amostras foram mantidas em temperatura
ambiente para detectar presença de resíduos de
antibióticos.
Análises de resíduos de antibióticos
Na pesquisa de antibiótico foi utilizado o teste Kit
BT Sensor Test (BALLYA bio, Laboratory, Cantão,
CHINA®) em todas as amostras, conforme
recomendações do fabricante. Este teste detecta
resíduos de antibióticos dos grupos Betalactâmicos e
Tetraciclinas, em níveis iguais ou inferiores aos
limites máximos descritos para resíduos em leite de
vaca.
Análises de lactofermentação
Foram coletadas 10 ml de cada amostra de leite
cru, transferidas para tubos esterilizados e incubados
a 35ºC por 24 horas; após esse período, foi
verificado se houve formação de coágulo, estes
foram classificados em D – Digerido
Resultados e discussão
A amostra LUAT3 foi positivo para resíduos de
antibióticos do grupo Betalactâmicos, sugestivo de
alterações na sua composição físico-química, uma
vez que o leite contaminado por antimicrobianos
pode acarretar sérios danos à saúde pública
desencadeando reações alérgicas, resistência
bacteriana, desequilíbrio na microbiota intestinal,
doenças cancerígenas entre outros malefícios.
Para as indústrias, há queda de produção quando
se trata da colonização de bactérias para produção
de derivados, uma vez que o resíduo presente irá
inibir o crescimento bacteriano. Este teste
apresentou resultado negativo no leite cru e
pasteurizado, significa que as boas práticas de
manejo estão sendo realizadas, respeitando a
carência da medicação para consumo do leite, estes
são considerados seguros para o consumo.
No teste de lactofermentação, das amostras
analisadas (n=30), todas as amostras de leite cru e
leite pasteurizado resultaram em formação de
coágulo, no leite cru houveram 5 resultados para
coágulo esponjoso, isto significa más condições de
higiene no momento da ordenha, as amostras de
leite UAT não houve formação de coágulo, resultado
esperado, pois o mesmo passa por um tratamento
térmico rápido a uma temperatura de 135 a 150ºC
durante 2 a 4 segundos, eliminando 95,5% das
bactérias vegetativas presentes no leite, podendo
passar por outro processo aprovado pela DIPOA em
equipamentos específicos (tabela 1).
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No estado do Rio Grande do Norte foram colhidas
112 amostras aleatoriamente no momento da
entrega do leite em usina de beneficiamento, 6 (seis)
apresentaram resultado positivo para resíduos de
antibiótico (BARBOSA et al., 2013).
No estado de São Paulo foram analisadas 71
amostras de leite cru de tanques refrigerados
particulares e comunitários, no município de Marília 9
(nove) sendo 12,7% foram positivas para a detecção
de resíduos de antibióticos da classe dos β-
lactâmicos (COSTA et al., 2015).
No estado de Rondônia, no ano de 2015 entre
janeiro e dezembro foram analisadas 22.974
amostras de leite em 10 laticínios de cidades em
13.287 diferentes, dessas amostras foram realizados
testes rápidos da marca Twin sensor e 9.687 pelo
teste lento da marca Eclipse 50. Das análises feitas
09 amostras resultaram positivo para resíduos de
antibióticos, sendo 04 amostras detectadas pelo
teste lento e 05 amostras detectadas pelo teste
rápido (ALVES et al., 2016).
Foram coletadas 100 amostras de leite
pasteurizado de 13 marcas em diferentes
estabelecimentos no estado do Paraná cidade
Realeza, utilizando o kit SNAPduo™ Beta-Tetra ST
Tests (Idexx Laboratories) 17 apresentaram positivo
para resíduos de antibióticos dos grupos β-
lactâmicos e tetraciclinas. Das 99 amostras de leite
não pasteurizado foi realizado o teste para detecção
de reríduos de antibióticos do kit ROSA Test (Charm
Sciences Inc.) para o grupo de quinolonas e
sulfonamidas, 4 (quatro) amostras foram positivas
para quinolonas e 6 (seis) positivas para
sulfonamidas (SCHLEMPER et al., 2017).
Conclusão
O Brasil possui grande escala de produção e
comercialização do leite tanto para o próprio país
quanto para o exterior. A manipulação para obtenção
da matéria prima deve ser aprimorada para que
aumente sua qualidade e derivados respeitando o
período de carência de cada medicação, descartar o
leite contaminado por resíduos de antibióticos para
garantir a segurança alimentar dos consumidores,
realizar as boas práticas de manejo mantendo a
saúde e bem estar do rebanho.
TESTE PARA DETECÇÃO DE RESÍDUOS DE ANTIBIÓTICOS TES TE LACTOFERMENTAÇÃO
Betalactâmicos Tetraciclinas LC LP LUAT
LC LP LUAT LC LP LUAT
LC1 = - LP1 = - LUAT1 = - LC1 = - LP1 = - LUAT1 = - LC1 = G LP1 = D LUAT1 = SC
LC2 = - LP2 = - LUAT2 = - LC2 = - LP2 = - LUAT2 = - LC2 = G LP2 = D LUAT2 = SC LC3 = - LP3 = - LUAT3 = + LC3 = - LP3 = - LUAT3 = - LC3 = E LP3 = D LUAT3 = SC LC4 = - LP4 = - LUAT4 = - LC4 = - LP4 = - LUAT4 = - LC4 = E LP4 = D LUAT4 = SC LC5 = - LP5 = - LUAT5 = - LC5 = - LP5 = - LUAT5 = - LC5 = G LP5 = D LUAT5 = SC LC6 = - LP6 = - LUAT6 = - LC6 = - LP6 = - LUAT6 = - LC6 = E LP6 = D LUAT6 = SC LC7 = - LP7 = - LUAT7 = - LC7 = - LP7 = - LUAT7 = - LC7 = E LP7 = D LUAT7 = SC LC8 = - LP8 = - LUAT8 = - LC8 = - LP8 = - LUAT8 = - LC8 = E LP8 = D LUAT8 = SC LC9 = - LP9 = - LUAT9 = - LC9 = - LP9 = - LUAT9 = - LC9 = G LP9 = D LUAT9 = SC LC10 = - LP10 = - LUAT10 = - LC10 = - LP10 = - LUAT10 = - LC10 = G LP10 = D LUAT10 = SC
Legenda: LC – Leite Cru; LP- Leite Pasteurizado; LUAT – Leite Ultra Alta Temperatura; G - Gelatinoso; E – Esponjoso; D - Digerido; SC –Sem Coágulo. Círculo vermelho indica amostra LUAT3 com resultado positivo para presença de resíduos de antibióticos do grupo Betalactâmicos e Sem Coágulo – SC no teste de lactofermentação.
Tabela 1. Resultados das análises de detecção de resíduos de antibióticos e teste de lactofermentação no leite cru, pasteurizado e UAT (n=30) colhidas na região do Gama-DF.
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Agradecimentos
Primeiramente a Deus, sem ele não teria chegado
até aqui, a minha família pelo apoio, ao meu
companheiro de vida Hélio França que tanto me
incentivou e ajudou na elaboração desta pesquisa e
minha orientadora Stefânia Márcia por toda
colaboração, dedicação e paciência que teve
comigo, ao representante Renato da empresa
BALLYA bio de Brasília - DF pela atenção e a todos
meus professores que estão nessa missão de
transmitir o conhecimento diariamente. Agradeço de
coração.
Referências:
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