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Curso de Hipnose Este Curso de Hipnotismo foi criado para habilitar o estudante com as técnicas e referêncial teórico da hipnose. Trata-se de um trabalho original de Luiz Henrique feito a partir de documentação pública e gratuítas. Aqui o estudante esforçado encontrará um verdadeiro guia sobre a indução e exploração deste estado diferenciado de consciência que torna a mente mais receptiva e aberta ás sugestões mentais, com consequências psicológicas, comportamentais e físicas inclusive. Trata -se de um programa par aauto-didatas, portanto o empenho e entusiasmo pessoal são fatores determinantes para o sucesso. Força de Vontade será recompensada com as raras habilidades que a hipnose oferece. Introdução à Hipnose É de extrema importância que o discípulo preste particular atenção à essência da presente introdução, porque ela versa não somente sobre a filosofia de fenômenos, cuja explicação será dada no corpo do manual, senão também sobre uma série de experiências a realizarem-se no estado de vigília, que lhe permite adquirir gradualmente, e por fases suaves, aquele domínio e aquela

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Curso de Hipnose

EsteCurso de Hipnotismofoicriadopara habilitar o estudante com as tcnicas e referncial terico da hipnose. Trata-se de um trabalho original de Luiz Henrique feito a partir de documentao pblica e gratutas.Aqui o estudante esforado encontrar um verdadeiro guia sobre a induo e explorao deste estado diferenciado de conscincia que torna a mente mais receptiva e aberta s sugestes mentais, com consequncias psicolgicas, comportamentais e fsicas inclusive.Trata-se de umprograma paraauto-didatas, portanto o empenho e entusiasmo pessoal so fatores determinantes para o sucesso. Fora de Vontade ser recompensada com as raras habilidades que a hipnose oferece.

Introduo Hipnose

de extrema importncia que o discpulo preste particular ateno essncia da presente introduo, porque ela versa no somente sobre a filosofia de fenmenos, cuja explicao ser dada no corpo do manual, seno tambm sobre uma srie de experincias a realizarem-se no estado de viglia, que lhe permite adquirir gradualmente, e por fases suaves, aquele domnio e aquela confiana em si prprio, sem os quais lhe ser impossvel serbem sucedidona vida ou tornar-se um hipnotizador de sucesso.

Valor do desenvolvimento da Fora de Vontade

Aqualidade maisadmirvel que o ser humano pode adquirir a de impor a sua vontade aos outros; essa qualidade que denominamos fora de vontade, magnetismo, etc., firma suas razes na confiana em si mesmo, que um estudo desta srie de lies pode desenvolver at nos indivduos mais tmidos e arredios. Para Fazer me entender mais claramente, digo que a modstia e a timidez, esses dois obstculos fortuna, seja qual for o nome que se d, desaparecero por completo no carter daquele que seguir com cuidado as instrues que se ministram nesta srie de lies.

necessrio fazer experincia constantemente

Ao discpulo no basta, porm, s a leitura deste curso, e nem ainda deve ele p-la parte, dizendo a si mesmo que j sabe o suficiente para, de futuro, poder fazer algumas pequenas experincias, quando se lhe apresentar a ocasio. absolutamente essencial que aproveite cada oportunidade que se lhe depare, a fim de realizar cotidianamente uma ou mais experincias deste gnero. Aviso tambm que deve tornar-se perito em cada experincia antes de passar as outras.

O objeto destas experincias

Para esse fim, apresento aqui uma srie de seis experincias Graduadas, cujo objetivo desenvolver no operador aquela ponderao no carter, qual denominamos confiana em si mesmo, e mostrar-lhe, ao mesmo tempo, a base das leis pelas quais o hipnotismo se tornou um fato cientfico. A primeira coisa que o discpulo deve no esquecer o no haver necessidade de adormecer o paciente para conseguir nele a produo de fenmenos do hipnotismo nas suas primeiras fases. conseguir nele a produo de fenmenos do hipnotismo nas suas primeiras fases.

Como evitar o fracasso

Muito naturalmente, o principiante tem receio, antes de tudo, do fracasso, e do ridculo que pode ocorrer; mas, como acabo de dizer, pode, desde o comeo, previnir-se contra estes dois inconvenientes. Emprimeiro lugar: - omitindo com cuidado a palavra hipnotismo e arredando a idia de que tais experincias so de carter hipntico. Pode chamar, se quiser, de experincias curiosas sobre as atraes magnticas ou nervosas, outcnicas de relaxamento, afastando o fato real. Em segundo lugar: - explicando com muito cuidado este fato to evidente, que o bom resultado da experincia depende inteiramente da fora do poder da vontade e da concentrao exercida pelo paciente.O operador um simples guia; se o paciente dispe de fora de vontade para repelir com energia e afastar de sua mente todos os outros pensamentos, seguro o bom xito. Depois de explicar isto aos pacientes e mostrar claramente que o interesse e o valor das experincias se assentam inteiramente sobre a inteligncia determinada da cooperao deles.

Se bem explicado estes fatos, evita-se o ridculo, preparando-se para o bom resultado.

Experincias de Hipnose no estado de Viglia

As experincias seguintes tem por fim demonstrar que uma pessoa pode exercer um imprio sobre outra pessoa, quando esta est de plena posse das suas faculdades despertas:

Primeira Experincia:

Ainda que, relativamente a esta experincia, a minha opinio que conviria agir sobre um certonmero de pessoasreunidas, o que permitiria ter-se maior probabilidade de se obter bons pacientes, fica subentendido que, no caso em que o operador no alcance bom xito em diversas pessoas ao mesmo tempo, quer por impossibilidade, quer por embarao, pode fazer a experincia com um si indivduo.

Provocao do afrouxamento muscular Rena um certo nmero de jovens de ambos os sexos, da idade de quinze a vinte anos, fazendo-os se sentarem emcadeiras confortveis, em semicrculo, a sua frente, tendo o cuidado de recomendar que no devem fazer nenhuma brincadeira, nem ainda a mais leve, no correr da sesso. E fao um pequeno discurso como este, por exemplo:

-Viemos aqui,esta noite, para fazer algumas experincias sobre os fenmenos psquicos, e espero dos senhores que me dirijam toda ateno e inteira cooperao no desenvolvimento dos trabalhos, sejam quais forem, que vamos fazer. Vai ser muito difcil sair-me bem, se no tiver captado toda a sua ateno e, se quiserem resistir de maneira absoluta a minha influncia, vai ser impossvel o bom xito da experincia. Assim peo que por alguns momentos, permaneam totalmente passivos prontos para acatar minhas palavras, a fim de que possa produzir sobre seus crebros a impresso necessria para chegar a um resultado efetivo. Antes de comear as experincias, peo com todo meu empenho que fiquem em um estado de completo afrouxamento muscular, porque a primeira coisa a fazer para conseguir-se um afrouxamento mental perfeito. Como Sentar-se Sentem-se por favor, a vontade em suas cadeiras, de maneira que seus ps se fixem em toda a largura sobre o solo; ponham as mos sobre os joelhos e, quando eu disser: Direita, esquerda levantem primeiro a mo direita, depois a esquerda, e deixem cair ambas sobre os joelhos, brandas e inteiramente inertes. Recomendo que faam umas dez vezes este exerccio em cada uma das mos.

Em tal momento voc est sentado em uma cadeira em frente ao crculo de discpulos e levantando a mo direita cerca de trinta centmetros do joelho, dizendo: -Direita.

Efeito do Sinal A esse sinal, assegure-se que todos os pacientes ergam a mo direita, imitando voc e mantendo no ar durante dois ou trs segundos; no momento em que dizer: Esquerda deixe cair o brao e a mo direita molemente e sem forasobre o joelhoe levante ao mesmo tempo a mo esquerda. Procedendo da mesma forma com esta mo, quando repetir: Direita as mos esquerdas cairo pesadas e mortas sobre os joelhos. Os discpulos comearo a compreender que a idia de passividade que suas palavras lhe sugeriram, est agindo sobre seus msculos de modo que se produza um repouso fsico completo; a idia que ressalta desta experincia , portanto, toda de afrouxamento muscular. Depois de repetir isto cinco ou seis vezes, levante-se de sua cadeira e diga, passando na frente de cada membro do semicrculo: Seja completo o afrouxamento, levantando, no mesmo instante, a mo direita, depois a esquerda e deixando-a recair, seguro de que eles esto inertes; no caso afirmativo, conseguiu-se um afrouxamento muscular.

Novos conselhos

Diga agora: Como vocs esto se sentindo totalmente a vonntade e sem nenhuma fadiga, vou pegar cada um separadamente, para a primeira experincia importante. No quero absolutamente de cochichem ou conversem uns com os outros. Prestem particular ateno idia que minhas palavras vo transmitir as suas mentes. E fiquem seguros disso. Entendam que a tendncia da mente desenvolver o pensamento sugerido. Sintam-se seguros que esto fazendo o que vos digo, que esto sentindo o que vos digo que sintais, e obteremos fenmenos interessantes.

Como dirigir a primeira experincia

Escolha entre os participantes a pessoa que lhe parea melhor, a mais apta para sentir sua influncia e, fazendo-a ficar de p, com as costas voltadas para o crculo, diga que olhe nos seus olhos e fixe, ao mesmo tempo, olhe os dela na base de seu nariz, olhando-a justamente entre ambos os olhos e no deixando jamais arredar deste ponto o seu olhar, ainda mesmo um instante. Fale e, nestas experincias, por exemplo, fale sempre com calma, em tom positivo, e sem levantar a voz, como se tivesse o hbito de ser obedecido e como se pensasse que ela deve obedecer. bom, ao mesmo tempo, para dar mais fora a influncia que tens sobre ela, repetir a voc mesmo: Deves fazer exatamente o que digo. Diga isto a si mesmo, e repita continuamente esta afirmao durante suas experincias.

Como fortificar a confiana que depositou em voc mesmo Isto ter como resultado a fortificao da confiana que tens em voc mesmo, e dar aos seus olhos aquele olhar de deciso e de fora que influenciar poderosamente as pessoas que o rodeiam. Levante, agora, as mos, e ponha muito de leve sobre a cabea do paciente, justamente por cima das orelhas, a fim de no lhes causar nenhuma sensao desagradvel, pela presso delas no rosto. Olhe bem entre os dois olhos, deixando suas mo nesta posio durante uns dez segundos. Ento, recuando um passo com o p esquerdo, retire devagar e lentamente as mos, pondo-as a uma pequena distncia de cada lado de sua cabea e, ao mesmo tempo, curve seu corpo um pouco para trs; as suas mos viro reunir-se em frente a sua fronte; desuna-as, ento, com um movimento vagaroso e, curvando-se de novo para frente, descanse as mo, vagarosamente, na mesma posio inicial. Faa isto trs vezes antes de falar.

O que importa dizer na prova da queda para frente Depois da terceira vez, diga muito lentamente, de maneira que o impressione, mantendo sempre seu olhar fixo na base do seu nariz e tendo o cuidado que ele no desvie seus olhos nem por um segundo: -Est na presena de um impulso atrativo que vai te fazer cair para frente. No resista; eu vou te segurar, deixe ir... est caindo para frente. No pode se opor a isto, est caindo para frente... deixe ir, assim. Nesse momento, o paciente, mantendo sempre os olhos fixos nos seus, se inclinar para frente e trate naturalmente de ampar-lo para que no se machuque.

Cuide para que o paciente no se machuque Em todas essas experincias, tome todo o cuidado de no deixar cair um paciente, porque, do contrrio, destruir no mesmo instante toda a confiana que ele depositou em voc, e precisamente sobre esta confiana que est depositada toda a influncia que tem sobre ele. Depois de apanha-lo, diga: Tudo vai bem, est perfeitamente acordado. Mande-o sentar e no permita nenhuma discusso entre os membros do crculo. Deve proceder da mesma forma com cada indivduo, separada e individualmente, por duas razes: a primeira que pode determinar entre os assistentes aquele que mais fcil de influenciar, e a segunda, que prepara, assim, os diferentes participantes para as experincias que vo se seguir. No deixe estas tentativas at que se torne mestre nelas e de estar apto para provocar essa queda para frente, em cada paciente que exercer sua influncia. os assistentes aquele que mais fcil de influenciar, e a segunda, que prepara, assim, os diferentes participantes para as experincias que vo se seguir. No deixe estas tentativas at que se torne mestre nelas e de estar apto para provocar essa queda para frente, em cada paciente que exercer sua influncia.

Como fazer face oposio e ao ceptismo No caso de se deparar com pacientes que sejam teimosos ou que manifestem tendncia a discusso, deve dizer-lhes: - Se qu iser, podes, sem dvida, ter resistido a essa influncia atrativa, mas eu j disse que deve permanecer perfeitamente passivo e no posso obter bom xito nestas experincias com voc, se as discuti comigo ou com voc mesmo. Tudo o que peo o auxlio de sua imaginao e obedincia cega. No desejo que analise mesmo suas sensaes. Quero sua ateno totalmente absorvida por minhas palavras. Isto ser suficiente para mostrar ao paciente da ndole argumentativa que no faz o menor caso da sua opinio e achareis que algumas palavras nesse sentido bastaro amplamente para ter seus assistentes completamente dispostos simples obedincia.

A experincia realizada em sentido contrrio Faa, agora, a experincia no sentido oposto, escolhendo entre os assistentes aquele que acha mais apto para conseguir um melhor resultado na queda para frente. Chame-os uns depois dos outros, colocando-os com a cabea voltada para a parede e apresentando as costas para o crculo. Conserve-os por detrs do primeiro, com as costas voltadas para os circundantes e, colocando levemente o indicador da mo direita na base do crebro, justamente acima do pescoo, ponha sua mo esquerda contra o lado da cabea, por cima do ouvido, de forma que os de-dos se achem assentes sobre sua tmpora esquerda.

Prova da queda para trs Diga, agora, que feche os olhos, e retire vagarosa e gradualmente sua mo, at que fique totalmente destacada da cabea dele e, enquanto vai diminuindo por graus a presso que sua mo direita est exercendo e, afim de que ele mal possa senti-la, v falando: Est, agora, sentindo-se atrado para trs, graas a minha influncia. Caia para trs, nos meus braos. Deixe ir, logo que perceba que a ao se torna mais forte. Est caindo para trs. Enquanto vai dizendo isto vagarosamente, fazendo uma pausa, de palavra em palavra repita lentamente a atrao para trs, com a mo esquerda sobre sua cabea. s vezes, logo, mas sempre depois que a frmula for repetida diversas vezes, o paciente se inclinar sobre os calcanhares e cair, saindo da perpendicular. Desde de que chegue a estar penso para trs uns trinta centmetros, deve ampara-lo e dizer: Muito bem, acorde. Deve repetir a experincia, dizendo: Est bem, mas desta vez importa ir um pouco mais longe, reproduzindo o mesmo processo e dizendo: Est caindo para trs e no pode evitar. Caia direitinho em meus braos. Ca agora! Nesse momento,achando-se na condio mental de um executante que aprendeu a lio, cair inteiramente nos seus braos, dando a voc maior confiana. Fazendo-o voltar a posio perpendicular, diga: timo! Agora acorda.

Bata palmas, como um sinal Ao mesmo tempo, bata palmas, porque, mais tarde, ser bom que o paciente fique sabendo que o barulho das mos indica o fim da experincia. Aqui termina esta, no estado de viglia e tendes agora um guia nas duas ou trs pessoas mais facilmente influenciadas dentre os circunstantes.

Segunda Experincia:

Chamando uma das trs pessoas presentes e fazendo-a ficar de costas para as restantes, diga que olhe de novo em seus olhos e no desvie o olhar. Estenda, agora, suas mos para ela, com as palmas para o ar e diga que as aperte com bastante fora, tanta fora quanto for possvel. Ao mesmo tempo, curve sua cabea um pouco para frente at que fique a uns 15 centmetros da dela.

Prova da juno das mos Olhe-a, ento, silenciosamente durante dez segundos e diga, muito positiva e vagarosamente. No pode desunir nossas mos, No pode tiralas das minhas. Esto ligadas as minha e no pode mexe-las. Perceber que os msculos esto ligados. Ainda que faa fora para afasta-las, no conseguir. A influncia que exerce o seu olhar, que se dirige em cheio para ela, veda sua razo o pleno domnio das suas faculdades, e verificar que sua mente s aceita a idia de que nele penetrou, isto ; as suas mos esto, com efeito, ligadas e no lhe possvel move-las.

Resistncia e seu efeito Vai se produzir nele imediatamente, uma resistncia a sugesto, a qual se traduzir em um esfora da sua parte, tendente a desligar os olhos dos seus. Se ele consegue, dizei com vivacidade: Muito bem, pode agora retira-las, esto frouxos os msculos. Ele pode se julgar um pouco tolo e dizer: Eu podia retira-las a qualquer momento se tivesse experimentado, voc deve aquiescer ao que ele diz, ass egurando-lhe, que por causa da muita ateno que ele prestava s suas palavras, no lhe era possvel desunir as mos.

Reforo da Impresso A fim de impressiona-lo bastante e, ao mesmo tempo, mostrar aos outros participantes que no existe nenhum truque na produo deste efeito, repita sua experincia com ele, dizendo: Vamos tentar mais uma vez, e vai reconhecer que quanto mais ateno liga as minhas mos, tanto menos possvel ser dominar a suas mos, at que eu diga que o faa. Repita, ento, a experincia e ver que toda sua ate no estar ao seu dispor, durante cinco ou seis segundos, no correr dos quais seu rosto ficar vermelho pelo esforo feito para largar sua mo. Diga, ento: Muito bem, perfe itamente calmo e a vontade, agora, e quando ele as deixa ir, se os seus olhos ficam fixos no vosso, bata palmas, ponha vossa mo sobre sua fronte, e diga: - Muito bem, desperte completamente.

Exercite at a perfeio Cabe insistir sobre a importncia que h de realizar as experincias de maneira perfeita. No v com pressa pulando de uma parte para outra. Pode no conseguir bons resultados em sete ou oito casos sobre doze, mas isto vem de que os pacientes no adquiriram o poder de concentrao. Se seguir os nossos conselhos, a falta no vossa e achareis sempre pelo menos trs ou quatro pacientes sobre doze, que so capazes de ser influenciados, porque a sua natureza dada obedincia das ordens dos outros.

Terceira Experincia:

Nas duas primeiras Experincias, reforou as suas ordens, pondo-se em contato com o paciente, isto , pois pessoalmente a mo sobre ele; mas nesta terceira experincia, vai ver que podes demonstrar a voc mesmo que j no tem necessidade de tocar no paciente a fim de provocar nele uma perda de domnio muscular, o que um dos fenmenos mais surpreendentes produzidos no estado de viglia.

Ao de influenciar sem contato Faa, agora, um paciente sentar-se na poltrona, mande-o voltar as costas para o crculo e avance sua cadeira para perto dele a fim de que seus joelhos quase toquem os dele. Para esta experincia, em particular, escolha aquele que mais se deixou influenciar nas experincias anteriores. Ponha suas mos bem espalmadas sobre os seus joelhos, com a palma para dentro; incline-se para frente, de maneira que impressione, tendo os vossos olhos fixos na base do nariz do paciente e dizendo a este que te olhe bem nos olhos e no desvie o seu olhar sob nenhum pretexto. Ordene, ento: Junte bem estreitamente suas mos, com mais fora, o mais estreitamente que seja possvel. Esto soldadas uma na outra e, por mais que se esforce, no vai conseguir abri-las ou separa-las. Diga isto pausadamente, espaando cada palavra, afim de o que lhe diz, lhe penetre na mente. Se o seu olhar vacila, significa que ele est procurando resistir as sugestes; neste caso, deve suspender imediatamente a experincia e adverti-lo de que deve prestar ateno, estritamente.

Efeito da concentrao do olhar No esquea que se cuidar para que seus olhos no desviem dos deles ele no poder pensar. Se l pensar, pode resistir. Nada pode fazer, a no ser receber a sua idia. Entre os trs pacientes que achou mais aptos para estas experincias, no encontrar resistncia alguma. Pelo contrrio, cada um deles far o mximo possvel para separar as mos, mas no conseguir. Pode, agora, permitir que se continue a experincia, fazendo-a durar uns quinze ou vinte minutos, de modo que se mostre aos outros que o fenmeno verdadeiro e o seu efeito dura at quando desejardes libertar o paciente.

Anlise racional da experincia No podendo a mente apreender uma s idia em determinado tempo, se adquires a habilidade de bem fazer penetrar uma idia na mente do paciente, adquiri, por esse fato, a capacidade de proibir toda oposio que esse paciente poderia fazer; em outro termos, voc o dominou pela sua influncia e o encaminhou, assim, para a aquisio de poderes outorgados a um hipnotizador competente e a um homem de negcios afortunados.

Chave que conduz ao bom xito De acordo com estas lies, deve saber que, na ao de influenciar a mente dos outros, est a chave que conduz ao bom xito de toda e qualquer empresa na vida. No caso em que no tenha mesmo a inteno de fazer uso do poder que o estudo destas lies lhe confere como hipnotizador, pode ser de maior utilidade pelo ensinamento que ele ministra de poder influenciar os homens e as mulheres que encontra nos negcios e na vida.Quarta Experincia:

No tente esta experincia sem estar bem senhor das anteriores. Escolha, dos seus pacientes, aquele que julga ser o mais sensvel, e faa-o sentar em uma cadeira, de costas para o crculo.

Ocluso dos olhos Mantendo-se de p na sua frente, diga-lhe que dirija os olhos para os seus e no os desvie. Quando ele tiver olhado desta maneira durante uns dez segundos, feche os olhos dele com seus dedos e ponha seu polegar e indicador sobre pulso dele, dizendo-lhe que olhe, concentrando o seu olhar. Recomende, tambm, muito devagar e de modo que o impressione: No pense nem raciocine um minuto. Empregue t odas as foras concentradas da sua vontade e da sua imaginao em acreditar no que est dizendo: Logo que eu retirar os meus dedos, perceber que j no pode abrir os olhos. Ter perdido o domnio dos msculos das suas plpebras, os seus olhos ficaro estreitamente fechados, inteiramente cerrados e no se abriro.

Resultado de uma idia fixa O paciente mover as sobrancelhas, esforando-se, em vo, para abrir os olhos, visto que lhe ordenaram que no os abrisse, mas produz-se a mesma falta de domnio que a unio das mos, dado precedentemente. Permita-lhe que faa todo o possvel para abrir os olhos, e ele o conseguir depois de um lapso de tempo de dez a doze segundos. bom fazer um duplo ensaio desta experincia, a fim de que, depois de haver aberto os olhos, possa dizer: Muito bem, achastes a coisa dificlima, no verdade? Vamos, agora, refazer a experincia e, desta vez, no poder abri-los enquanto no lhe der permisso. Proceda, ento, exatamente da mesma forma que antes, mas quando ele fizer diversas tentativas sem efeito para abrir os olhos, pode bater palmas e acrescentar: Muito bem, por agora, a influncia est acabada, Recuperar agora o dom nio de si mesmo. Abri os olhos; desperta completamente.

Ao de tranqilizar o paciente Depois desta experincia que te conduz ao hipnotismo real, far bem em por as mos sobre a fronte do paciente e em falar-lhe de um modo tranqilizador. Eu desejaria que pudesse fazer nascer no paciente uma tal condio mental, que ele se sentisse satisfeito e com boas disposies. Eu queria que fizesse ele ver que seu amigo pode facilmente e que tivesse o cuidado de que nada lhe fizesse mal, seja o que for. Fazei com que suas palavras animem nele um sentimento de relaes amistosas e de inteira confiana. Ver que, nesse perodo, ele se tornar to interessado como voc nesta experincia e far sempre todo o possvel para prestar ateno quando dela tiver necessidade: no necessita de mais nada para retirar dela todo efeito desejado.

impossvel no ser bem sucedido Lembre de que no pode fracassar em nenhuma experincia que acabo de descrever se escolhe pacientes adequados e se observa cuidadosamente, nos seus mnimos pormenores, todas as instrues que tenho dado, no omitindo nenhuma delas.Quinta Experincia:

At o presente, temo-nos ocupado com a proibio ou o afastamento da ao muscular.

Interdio da palavra Chegamos, agora, proibio da palavra, o que no seno uma manifestao um pouco mais elevada. Achareis, talvez, que difcil impedir a uma pessoa acordada que se lembre do seu nome e que o enuncie em voz alta, mas, se voc no se esquecer do que eu j havia dito antes sobre a mente no aprender seno uma nica idia num dado tempo, compreendereis como esta experincia to fcil de se levar a efeito como qualquer outra das precedentes. Importa adverti-los, porm, de que s haveis de tentar nos melhores pacientes, isto , naqueles em que conseguiu bons resultados nas experincias anteriores.

Como dirigir a experincia Faa que o paciente se mantenha em p, com as costas voltada para o crculo e coloque e coloque suas duas mos de cada lado da sua cabea, como na prova da queda para frente e pea, como anteriormente, que olhe fixamente em seus olhos, enquanto voc dirige seu olhar para a base do nariz dele, como de costume. Incline a cabea ligeiramente para o seu lado e diga em tom penetrante: Preste muita ateno. Esqueceste seu nome. No pode mais pronunci-lo. J no lembra mais dele. No sabe mais. No pode mais produzir este som, esqueceu. Retire sua mo e r e-cue um passo. Coloque seu dedo na base do nariz dele e repita claramente: No pode pronunciar seu nome. Deixe um tempo de trs ou quatro segundos para ele fazer a te ntativa e bata palme, dizendo: Muito bem, pode dizer, agora. Qual ? Ento, ele o pr onunciar imediatamente em voz alta, em tom de grande alvio.

No pode pensar nem falar No justo o pretender que ele se lembrasse do seu nome e pudesse t-lo pronunciado, porque em tal caso, como j tenho achado em muitos outros, a memria e a palavra se tornaram impossveis, ainda que o paciente apresente toda a aparncia de um ser acordado. Sem dvida, ele est desperto, mas incontestavelmente tambm certo que se acha em estado anormal. Ele sente que assim , mas certssimo que est num estado de concentrao que precede o estabelecimento da hipnose, se desejarmos chegar a ela pelas experincias no estado de viglia.

Sexta Experincia:

Chegamos, agora, a uma experincia que apresenta uma significao inteiramente particular, tanto mais que ela mostra como, obtido o domnio da mente de uma pessoa em estado de viglia, podemos provocar nela uma alucinao de sensao que, naturalmente, tem um fim: o de fazer sobressair o valor do hipnotismo como agente teraputico.

Mtodo para afetar as sensaes do corpo a todos compreensvel que, se no estado de viglia, podemos provocar uma sensao de calor na mo de uma pessoa, podeis facilmente fazer uso da sugesto inversa para a febre ou casos semelhantes e, no leito dos doentes, enquanto o paciente est bem acordado, atenuar consideravelmente o aborrecimento causado pela febre ou calor excessivo, por sugestes positivas de frescura e bem estar. O meu interesse, nesta introduo, no fazer voc entrar nas fases do hipnotismo considerado como teraputico, mas no posso resistir oportunidade que aparece de mostrar quanto este trabalho se relaciona de perto com as aes benficas que se podem praticar para reconfortar os doentes. Todo experincia que voc for aperfeioar, nesta introduo, pode e deve ser desenvolvida sem nenhuma referncia a palavra hipnotismo.

O que fazer Mande o paciente sentar em uma poltrona, com as costas voltadas para o auditrio e, no momento que olhe seus olhos, mande que deixe cair seus braos e mos sobre os joelhos, ficando inertes. Diga, ento, muito vagarosamente: Feche os olhos e fixe sua ateno sobre sua mo direita. Quando eu tocar esta mo com o meu dedo, vai experimentar, no mesmo instante, uma sensao de calor que vem vindo de trs da sua mo, at que esta se torne quente e comece a queimar. Lembre que ela h de te queimar,. Ter uma sensao de muito calor. Ela te queimar. Fixe inteiramente sua ateno e sentir uma dor na mo. Havendo, com este fato, atrado a sua ateno, tocai muito de leve as costas de sua mo direita com o dedo e dizei, com muito clareza: Est que imando. Senti calor, est experimentando uma sensao de muito calor, e te queima, est queimando, queimando. Quando o efeito j se produziu, bata palmas e diga: Muito bem, acorde: foi-se a sensao, e tomai, ao mesmo tempo a sua mo direita na vossa e aperte vivamente as costas da mo.

Explicao H uma explicao deste fenmeno que muitos podem por inteligentemente em prtica na sua vida cotidiana; darei brevemente. Toda e qualquer concentrao da mente sobre uma parte do corpo tende a produzir um afluxo de sangue para a parte onde dirigis a ateno. o que chamamos derivao do sangue e possvel, pela firme concentrao da sua ateno sobre a sensao de calor no p, por exemplo, curar-te do estado conhecido como frio nos ps, pelo simples fato da fora de sua concentrao. , talvez, um dos mais belos exemplos do poder da mente sobre o corpo; somente a fora da mente afetando a circulao do sangue.

Onde se assenta a base da cura realmente sobre tal fato fisiolgico que se baseiam as cura operadas pela cincia mental e hipnotismo, assim como pela cincia crist e pela auto-sugesto. Por isso temos a maior autoridade em falar que o hipnotismo nos pe na posse dos fatos concernentes ao poder de curar que existe no homem individual e baseado no poder que tem o pensamento em produzir o fluxo de sangue. Est, agora, na presena de sua experincia que demandam sua inteira ateno e completa assimilao.

Alguns conselhos No tenha pressa em contar aos seus amigos o que pode fazer; vale mais a pena no lhes fazer a menor meno, porque eles esto dispostos a te conceder menos honra que a estranhos. Estude cuidadosamente as regras aqui consignadas. Lembre de que, se observar todas as instrues no emprego destas experincias, no tem como deixar de conseguir a produo dos fenmenos. Ho de acontecer, to certo como dois e dois so quatro. a simples lei da causa e efeito. Sendo dada uma certa causa, ela deve ser seguida, logicamente, de um efeito; em verdade, ainda que os seus fenmenos sejam surpreendentes nas suas manifestaes exteriores, o hipnotismo um gnero de estudo, cujos efeitos so baseados sobre uma inaltervel lei. No existe fenmeno, relaciLembre de que, se observar todas as instrues no emprego destas experincias, no tem como deixar de conseguir a produo dos fenmenos. Ho de acontecer, to certo como dois e dois so quatro. a simples lei da causa e efeito. Sendo dada uma certa causa, ela deve ser seguida, logicamente, de um efeito; em verdade, ainda que os seus fenmenos sejam surpreendentes nas suas manifestaes exteriores, o hipnotismo um gnero de estudo, cujos efeitos so baseados sobre uma inaltervel lei. No existe fenmeno, relacionado com o hipnotismo, que seja irracional ou ilgico. o mais importante de todos os estudos, o estudo dos fatos da vida.Concluso

A experincia adquirida nos ensaios anteriores fortificaro sua confiana, fazendo-o compreender os princpios do hipnotismo. Depois de algumas experincias, estais certos de haverdes desenvolvido um ou mais pacientes bons que podeis fazer entrar nas fases mais adiantadas do hipnotismo, como fica indicado nas lies que se vo seguir e com as quais podeis dar um espetculo de uma profunda impresso, na presena de estranhos e de observadores dados crtica. No prudente experimentar com pacientes novos, diante dos crticos, a no ser que j seja um mestre na arte. A sua presena exerce um efeito sobre vos e seu paciente, cujo interesse e ateno inteira devem, como j deixei explicado, ter um fim nico e cuja tarefa delicada assegurar absolutamente condies harmoniosas e eliminar voluntariamente a dvida ou anlise mental da pessoa. medida que vai se tornando experimentado no manejo de pacientes que j desenvolveste, vai adquirindo, inconscientemente a Destreza que se ganha na familiaridade de todo e qua lquer processo e os vossos bons resultados aumentaro em proporo direta dos processos que fizerdes, tanto com os novos como com os pacientes j provados.O hipnotismo considerado como agente na vida humana

O estudo do hipnotismo o estudo danatureza humana. Enquanto o mundo produz gente que manda e gente que obedece, pessoas fortes e pessoas fracas, certas de que so dependentes de outras que so independentes, o hipnotismo ser um agente da felicidade humana. Cincia que encerrou o ltimo sculo, o meu mais ardente desejo que, no momento mesmo do despertar do interesse que lhe dedica ao pblico, se forme um juzo melhor dos seus benefcios e do bom uso que se fizer deste poder, assim como do conhecimento da sua influncia benfica s poder advir proveito para a raa humana.

Fim desta obra

Estas sries de lies completas tem por fim dar ao discpulo a faculdade no s de hipnotizar com bons resultados, seno tambm de lhe fazer compreender alguma coisa das grandes leis que regem essa fora. Examinando uma grande parte das obras que tm sido publicadas sobre hipnotismo e sobre as cincias que dele decor-rem, pareceu-me que os autores destas obras se preocuparam menos das grandes vantagens que se poderiam tirar delas, do que da facilidade notvel com a qual, em certos casos, eles determinam estados de hipnotismo profundo. Em realidade, no h nenhum mistrio na produo da hipnose, mas os efeitos e resultados do hipnotismo permanecero sempre prodigiosos e cada vez maiores.

Perfeio deste mtodo

O meu maior desejo fazer-vos ver, nestas lies, quais os resultados que os velhos prticos tiraram desta cincia e at que ponto tereis rao de imita-los, tendo, no obstante, sobre eles, a vantagem da grande luz lanada pela psicologia moderna sobre fenmenos que at o presente eram inexplicveis. No necessrio determo-nos a discutir a histria do hipnotismo, porque dela se tem tratado em todos os livros que se tem ocupado desta cincia. Lendo tais livros, o discpulo pode tirar proveito de tudo quanto cr e julga til conhecer relativamente ao bom xito prematuro daqueles que descobriram, dando-lhe o nome de Mesmerismo, para batiza-lo de novo, umpouco maistarde, com o nome de Hipnotismo.

Cada um pode aprender a empregar a fora

No h ningum que, possuindo uma inteligncia comum e compreendendo a significao de uma linguagem escrita, no possa aprender, por este mtodo de instruo, tudo quanto lhe poderia ser ensinado no pas por toda e qualquer escola de Teraputica Sugestiva. Tudo ser exposto demodo claroe prtico. Suponho que no conhea nada de Sugesto, de Hipnotismo, Mesmerismo, da Clarividncia, e espero, assim, fornecer a voc passar cientemente pelas manifestaes mais complicadas. Os nossos investigadores modernos tem se preocupado demasiadamente com o que eles chamam de sugesto e teraputica sugestiva, e a minha opinio que eles no se compenetraram da importncia do sono profundo que caracteriza o verdadeiro hipnotismo.

Importncia do hipnotismo profundo

Nesta srie de lies, esforcei-me, para fazer voc se compenetrar da importncia da ao de passar os pacientes pelos graus de hipnotismo mais profundos e em vosso poder e ser, assim, levado a ter sempre em considerao uma produo de sono mais profundo. Nas obras dos primitivos mesmeristas, achamos muitos exemplos de clarividncias atribudos aos seus sonmbulos, aos quais deparamos hoje pouqussimos casos que lhes possam ser comparveis. A isso imputo eu, agora, o contentamento faclimo que os nossos operados experimentam com os estados de hipnose mais ligeiros. A sua falta de perseverana em fazerem passar os pacientes por estados mais profundos de hipnose, pode ser atribuda mesma razo. A outra causa atriestados mais profundos de hipnose, pode ser atribuda mesma razo. A outra causa atribuem os bons resultados dos mais antigos mesmeristas. Eram, invariavelmente, homens de grande elevao oral. Ressumbrava deles uma influncia benfica que os pacientes apreciavam e recebiam com facilidade. Num pice, eram capazes de fazer passar para a passividade absoluta aqueles de que estavam tratando. A pureza das suas vistas, sua inteno benevolente liam-se nos rostos e eles obtinham um resultado imediato sobre as mentes perturbadoras e sobre os nervos sensveis daqueles em quem exerciam a sua arte.

Importncia do motivo elevado nas investigaes psicolgicas

Quanto mais nobre o fim almejado, tanto mais bem sucedido o operador. Muitos se tem ocupado do hipnotismo, mas ningum chegou a um bom xito seguro, se no trouxe, ao estudo desta cincia, corao puro e mos limpas. Por conseguinte, posso afirmar que, se o seu fim no outro seno o de satisfazer sua curiosidade, aprendeu o hipnotismo, no poders jamais esperar receber a recompensa, que no concedida seno aqueles que aspiram o mais ardente possvel a uma luz maior por intermdio da psicologia.Mtodo de sugesto verbal

Para a nossa segunda lio, vamos tomar o mtodo mais geralmente empregado pelos hipnotizadores modernos e que foi primeiramente divulgado pelo DR. Libeault, da Escola de Nancy, Frana. Batizou ele seu mtodo com o nome de sugesto verbal, e as suas vistas, opinies e experincias foram personificadas mais tarde pelo Dr. Bernheim, seu discpulo, numa obra intitulada: Teraputica Sugestiva.

Tomemos por um momento o lugar do Dr. Libeault e suponhamos que um doente vem procura-lo para se tratar pelo hipnotismo de uma molstia nervosa qualquer. O doutor pega na mo do paciente, faz-lhe algumas perguntas e, como este lhe afirma que sofre muito dedores de cabea, ele lhe pede que se assente confortavelmente em uma poltrona.

Maneira de proceder de Libeault

O doutor pe-se a frente do doente, colocando levemente a mo esquerdasobre sua cabeae mantendo os dois dedos da mo direita cerca de trinta centmetros dos olhos do paciente, de modo que forme com estes um ngulo bastante elevado; desta maneira o paciente obrigado a erguer um pouco os olhos para ver claramente os dedos, o que ocasiona nele, assim, a produo de um certo esforo. Ento diz o doutor com voz calma e em tom montono: No h nada que temer neste processo. Est prestes a passar, conforme o meu e o seu desejo, pela mesma transfigurao mental por que passais em cada noite de sua existncia, isto , passar primeiramente de uma condio de vida ativa e desperta, para um estado de entorpecimento, estado no qual ouvis, mas no d ateno ao que se est dizendo e no qual se senti pouco disposto a fazer qualquer movimento voluntrio; passar desta condio para o sono ordinrio, no qual no ter conscincia do que se passa em seu redor, como acontece em cada noite de sua vida. Despertar-vos-ei deste estado quando me aprouver, grandemente aliviado e fortificado, e notar o desaparecimento da dor. Enquanto est falando, o doutor move com os dedos, dando-lhes um movimento de rotao de cerca de trinta centmetros de dimetro em redor e um pouco por baixo dos olhos do paciente. Ele continua com esse movimento circular dos dedos, pedindo ao doente que mantenha os olhos e ateno fixos durante todo esse tempo em tom muito montono.

O Objetivo deste mtodo

A idia acalmar os nervosdo paciente; livra-lo de toda ansiedade do esprito que se relacione com o mistrio do tratamento que ele vai sofrer, tranqiliza-lo e p-lo vontade. A inteno tambm faze-lo passar para um estado de fadiga alegre, insinuada no crebro do doente pela simples ao do movimento dos dedos ao qual se segue a concentrao da mente sobre todo e qualquer trabalho que no acarrete aborrecimento nem excitao. O entorpecimento apodera-se do paciente. A voz do operador ressoa calma e mais monotonia de que antes.

Sugesto para o sono

O doutor diz: Os seus olhos esto pesados; sente que o entorpecimento vem vindo; nenhum rudo do exterior vem te incomodar; o sangue se retira das extremidades; suas mos, ps e cabea vo se refrescando; o seu corao vai batendo mais lentamente, voc respira mais fcil, tranqila e profundamente, e cai, devagar, num sono normal e saudvel. O doutor para por alguns instantes e diz mais tra nqilamente: Feche os olhos, dorme, pondo, no mesmo instante e levemente, as mos sobre as plpebras do doente. Diga, ento: Repouse com tranqilidade, todo vai muito bem; a sua dor est se aliviando gradualmente. Dormir muito bem dentro de alguns momentos e, quando acordar, j no sentir mais a dor. Dormi tranqilamente. Nada vai te incomodar. Deixa o paciente por dez ou quinze minutos e, ao voltar, verifica que este ltimo caiu do estado de entorpecimento numa condio de sono ligeiro e que a enxaquebem; a sua dor est se aliviando gradualmente. Dormir muito bem dentro de alguns momentos e, quando acordar, j no sentir mais a dor. Dormi tranqilamente. Nada vai te incomodar. Deixa o paciente por dez ou quinze minutos e, ao voltar, verifica que este ltimo caiu do estado de entorpecimento numa condio de sono ligeiro e que a enxaqueca desapareceu inteiramente ou, pelo menos, diminuiu bastante. O doutor faz saber ao doente que, no dia seguinte, quando voltar para o tratamento, ele passar ainda com mais facilidade para o estado de entorpecimento e que o seu sono ser mais profundo. Alm disso, depois de alguns tratamentos, ele se habilitar no somente a curar toda e qualquer dor que poder agito-lo em dado momento, mas ainda que a sugesto verbal impedir a renovao do incmodo. Este mtodo o que invariavelmente seguido na Frana para o trabalho com um novo doente. No se fala da influncia hipntica; no existe nenhum ensaio que permita identificar se o paciente est debaixo de influncia ou no; tudo combinado para tranqiliza-lo, sossega-lo e por-lhe o esprito em estado de repouso completo.

Segundo Tratamento

Por conseguinte, quando o doente volta para tratar-se, senta-se na cadeira, confiado e absolutamente certo do resultado que se vai seguir; obedece em proporo, cada vez mais rpida, s sugesto do doutor e mais profundamente afetado. Na segunda sesso e depois que provocou, de maneira cima aludida, a condio de entorpecimento no doente, o doutor diz: Est percebendo que seus olhos esto pes a-dos e no consegue abri-los. Pondo levemente os dedos sobre as plpebras do doente, ele diz: Os seus olhos esto fechando e no pode abri-los. O doente tentar, em vo, abrir os olhos e talvez, sorrindo levemente, renunciar a isso e recair num estado de sonolncia. O doutor diz: Tudo est correndo perfeitamente; os seus olhos esto fort e-mente fechados e no tem foras para abri-los. Vai cair, agora, num estado de sono mais profundo. Ao acordar, j no vai lembrar de nada. A sua memria desaparecer por momentos. Ter somente conscincia do fato de ter dormido profundamente e do grande benefcio que ele dar a sua sade. O doente fica sozinho, como anteriormente, durante um quarto de hora e, quando este tempo tiver acabado, o doutor volta para o quarto e, passando a mo, delicadamente, pela fronte do doente, diz:

Concluso do segundo Tratamento

Descansou bem e o sono te reconfortou. J no ter mais dorde cabea, e as suas faculdades mentais ficaro mais brilhantes e vivas. Acordar quando eu contar trs e, da por diante, quando eu tiver a inteno de te hipnotizar em seu benefcio; cair imediatamente num estado de sono profundo. Quero agora, desperte tranqilamente e sem abalo nervoso; um, dois, trs... acorde completamente. Logo que o doutor pronunciar Trs, o paciente abre os olhos e confessa que no sente dor, nem aborrecimento de qualquer natureza.

A memria est sujeita sugesto

Talvez ele olhe ao redor de si e de maneira um pouco boba, como que acorda repentinamente de um sono profundo, mas no se recorda de que algum lhe falasse desde quando fechou os olhos at aquele momento. Esse doente apresenta, por conseguinte, todas as condies necessrias para se provocar nele um estado de hipnose profunda e vamos nos contentar, por agora, em deixar de lado o mtodo da escola de Nancy.A arte de aplicar o Mesmerismo

Tomemos em considerao o mtodo dos antigos magnetizadores, como eles se apelidam, e demos a estas instrues uma forma pessoal, como se elas fossem de mim para voc. Comece por escolher como paciente, para a experincia, algum que seja mais moo do que voc, com que no tenha convivido por muito tempo, para no ter muito familiaridade com voc.

O operador que tem autoridade

A fim de obter algum resultado bom, cabe a voc, emprimeiro lugar, deparar algum que se sinta intimidado por voc, porque o ponto essencial para serbem sucedidono mesmerismo est na qualidade de obedincia apresentada pelo paciente. Se este no se sente bem fisicamente e considera o Mesmerismo como um meio possvel de alvio sua sade, isto concorrer para aumentar a sua probabilidade de bom xito.

Mtodo para aplicar o Mesmerismo

Faa sentar o paciente numa poltrona e se sente bem em sua frente; deixe que onvel dos olhosdele estejam um pouco acima dos seus; arrume uma maneira de que ele fique vontade e, se for necessrio, coloque algumas almofadas por detrs das suas costas de modo que sua cabea descanse facilmente e sem nenhum esforo fsico, seja qual for, na posio em que ele estiver sentado.

Pegue a mo direita dele na sua mo esquerda e a mo esquerda dele na sua mo direita. Incline-se para frente de forma que sua cabea chegue cerca de trinta centmetros da dele. Pea que olhe fixamente em seus olhos. Faa-o notar bem que no pode desviar o olhar. No deve pestanejar, a no ser que se sinta obrigado faze-lo. Fale da seguinte maneira: A sua primeira sensao ser um formigamento nas suas mos e que se este nder para seus braos, da aos ombros e, enfim, um entorpecimento que se insinuar, pouco a pouco, por todo o seu corpo. No sente nenhum mal estar e afaste de voc toda disposio que te leve a querer saber toda e qualquer coisa que se apresentar. Nenhum prejuzo lhe causar e poder depositar em mim toda a sua confiana. Quando no puder manter os seus olhos abertos e fixos nos meus, feche-os e eles no se abriro mais. Passar, ento, para um sono profundo, o seu corpo ficar inteiramente quente e sentir uma corrente natural que lhe parecer eltrica. Quando os seus olhos estiverem fechados, empregarei sobre voc passes, cujo efeito ser duplicar a influncia magntica e distribu-la igualmente por todo o seu corpo. Como tem as mos dele nas suas apertai ligeiramente os polegares, diminuindo ou aumentando alternativamente a presso e pondo os seus polegares entre asegunda e terceirajuntura das suas mos. Esta presso exercer uma influncia especial sobre ele e atrair grandemente a sua ateno para a obra em mo. Quando ele j no puder conservar os olhos abertos, solte uma das mos e feche os olhos, dizendo: R epouse e dormi. Pode, ento, proceder ao emprego dos passes.

Emprego dos passes longos

Ao se levantar, erga ambas as suas mos acima da cabea e, tendo a extremidade de seus dedos a cerca de cinco centmetros do seu rosto, faa descer ao longo de seu corpo, levando-as a fazer uma longa curva que terminar nos joelhos. Lance, ento, as suas mos de cada um dos seus lados, com as palmas para o ar e deixai-as reunir-se ainda acima de sua cabea; deixai-as tornar a cair seguindo outra curva, lentamente executada desde a cabea at os joelhos. Repita o mesmo processo durante cerca de dez minutos e, ao fim deste tempo, se tocais um dos seus braos, ele permanecer provavelmente na posio em que o colocardes. No caso em que ele recaia a seus la-dos, repita esses passes longos e lentos durante ainda cinco minutos e, decorrido esse tempo, ele estar, sem dvida, no estado conhecido como relao, isto , estar mais ou menos debaixo da influncia magntica. No tente levantar de novo a sua mo, porque pode acontecer que ele seja da espcie dos pacientes letrgicos que nunca se tornam caa-dos, repita esses passes longos e lentos durante ainda cinco minutos e, decorrido esse tempo, ele estar, sem dvida, no estado conhecido como relao, isto , estar mais ou menos debaixo da influncia magntica. No tente levantar de novo a sua mo, porque pode acontecer que ele seja da espcie dos pacientes letrgicos que nunca se tornam catalpticos. Como a significao destes termos ser dada mais tarde, sendo plenamente explicados, no necessrio insistir nisso demasiadamente. Diga-lhe tranqilamente: Est prestes a passar para debaixo da condio magntica e, ainda que poa ter consc incia do lugar onde est, no poder abrir os olhos. Espere um pouco e diga, ento: No pode abrir os olhos, ainda que tente abri-los. Pare ainda e diga: Procura abri-los, no se abriro. Se ver que ele se esfora inutilmente para abrir os olhos, pode concluir da que o seu paciente est na mesma condio mental que aquela em que se achava o paciente do Dr. Libeault, mencionado na lio anterior.

Como conhecer o sono Magntico

Mas, no caso em que nota que ele no faz nenhum movimento e em que parece no prestar nenhuma ateno exortao que lhe fez de levantar as plpebras, pode estar perfeitamente certo de que provocou nele um estado de sono magntico mais profundo, estado que prefervel no perturbar, diga-lhe, neste sentido: Dormi profundamente e sonha que est prestes a viajar a milhares de qu ilmetros daqui, visitando lugares que nunca visitou. Deixa que seu esprito v onde quiser e quando acordar, dentro de uma hora, vai me dizer o que viu e onde esteve, cada coisa ter-vos- claramente penetrado no esprito, ao acordar. Dormi durante uma hora e, nesse tempo, acorde por sua prpria conta. Deixamos, tambm, neste ponto, o doente.Mtodo de Hipnose empregado na ndia

Exponho, na quarta lio, o mtodoempregadopor um mdico ingls, o Dr. Esdaile. No ano de 1847, fez ele um emprego to bom do hipnotismo, no Hospital de Calcut, na ndia, que ogovernoingls lhe ps disposio do hospital especialmente organizado para receber os doentes que deveriam ser operados pela Anestesia Mesmrica. um mtodo praticamente desconhecido hoje e que nunca foi francamente exposto ao pblico. Os seus resultados so entretanto, to prodigiosos, especialmente para introduzirem os mais profundos graus de hipnose, que essa apostila completa lhe deve reservar um lugar importante. Agora, retomemos de novo a posio de instrutor e de discpulo.

O que se deve fazer para induzir o sono por estes meios necessrio ter-se no aposento onde os doentes so tratados, um longo sof muito baixo, cuja cabeceira no deve ter a altura mais de quinze centmetros que o centro. Estenda o doente sobre o sof e sente ao lado da cabea. Incline-se de modo que, quando os olhos do doente se encontrarem com os seus ser fcil manter os olhares fixos. Para tornar a explicaomais clara, preciso dizer que, neste caso, necessrio que a vista do doente no seja tensa. Incline-se, agora, sobre o sof, de maneira que o seu rosto no fique a mais de dez ou doze centmetros do rosto do doente. Fixe seus olhos nos dele. Ordene-lhe que fixe seus olhos nos seus. No pronuncie palavra alguma. Faa com que nenhum rudo venha perturba-lo. Conserve esta posio, se for necessrio, por uma ou duas horas e assentai bem no seu esprito que o doente deve dormir. Dentro de meia hora ou menos ainda, as plpebras ho de tremer, mas uma palavra vossa bastar para reconduzi-lo a ateno e ele far outro esforo para conservar os olhos abertos. Os seus esforos tornar-se-o cada vez menos pronunciados, at que a lassido se apodere dele a tal ponto, que no poder resistir a influncia do sono, e os seus olhos se fecharo por completo.

Neste caso, no faa experincias Quando houver ensaiado este mtodo, ser intil tentar uma experincia qualquer com o paciente, na inteno de verificar se ele pas-sou ou no para a condio hipntica. Contanto que o doente no te engane a seu belprazer, este mtodo produz invariavelmente as mais profundas fases da hipnose e aqui uma experincia absolutamente intil.O seu doente est de novo na condio a que se denomina sono magntico.Mtodo para hipnotizar diversas pessoas

Firme bem em seu esprito os trs mtodos que foram ensinados acima, como te aconselhei. Rena em uma sala oito ou dez pessoas e mande a cada uma que fixe seus olhos num objeto brilhante qualquer, porexemplo, umamoeda de prataque mantero na palma da mo. Proba todo gracejo dos assistentes, fazendo-os notar que voc deseja efetuar uma experincia sria sobre os fenmenos psquicos e explique que toda tendncia distrao ter por efeito retardar os resultados, distraindo a ateno dos que tomam parte na pesquisa.

Explicaes preliminares Explique, que noquer fazernenhuma sugesto verbal durante a seo, porm que eles sentiro os seus olhos fecharem-se gradualmente; o objeto brilhante vai tornar-se indistinto e vago a sua vista e eles experimentaro uma sensao geral de torpor e de adormecimento. Deixe, agora, o seu auditrio entregar-se seriamente a simples tarefa que lhe assinalastes. Colocai-vos diante do vosso crculo de pessoas e observe atentamente.

Maneira de conhecer os sintomas Ver, pouco a pouco, uma cabea adormecer; depois, sem dvida outra; alguns daqueles que tiverem mais excitados deixaro a sua ateno desgarrar-se na direo daquelas nos quais a influncia se manifesta mais pronunciadamente. Tens que estar pronto para reprimir todo cochicho ou sinal de comunicao entre os membros do crculo, porque todos os rudos e gestos tendem a perturbar os bons pacientes.

Quando notar, entre os assistentes, que dois ou mais deles esto influenciados, v mansamente para o meio deles e fale com brandura para os no fazer sair do devaneio em que caram; grave no esprito deles a idia do sono; dizendo o seguinte: Fixando seus olhos sobre o objeto brilhante que tens na mo, restringes a circulao do sangue no crebro e, em conseqncia disto, vo se sentir entorpecidos e prestes a dormir. Este entorpecimento aumentar e se aprofundar enquanto continuar a fixar o objeto que segura. Quando o sangue deixa o crebro, vai se seguir o sono. A sua ateno fixa sobre o objeto que segura, produziu a mudana desejada na circulao do sangue e agora voc vai gradualmente adormecendo. No venha nada a te perturbar.

Mtodo para despertar os participantes Alguns daqueles que se influenciaram dormiro profundamente e, num espao de quase 5 minutos pode acordar todos os assistentes dizendo: Quando eu contar trs vo sair todos dos seu torpor e vo me dizer como e at que grau fostes influenciado. Logo que contar trs, todos eles abriro os olhos e daro conta de suas experincias.

Concluses tiradas de seu testemunho Alguns deles vo dizer que no sentiro barulho no ouvido, outros diro que sentiro entorpecimentos, outros mais ho de declarar que dormiram profundamente. Os primeiros cometeram a falta de deixar divagar a sua ateno; os segundos sentiro a influncia e, por tentativas reinteiradas, acabariam provavelmente por dormir. Pode-se , pois, dizer que, induzida por eles prprios desta vez, alcanaram a mesma condio que aquela que se produziu pelos pacientes nas lies anteriores, e tem-se empregado meios absolutamente diferentes para determinar esta condio de submisso.As qualidades de um bom hipnotizador

Indique a voc, nas lies anteriores, os quatro modos diversos de induzir ahipnoseque formam a base de uma variedade de mtodos que constituem uma srie, e entre os quais cada operador elege o que melhor lhe convm para adot0lo com bom xito. Antes de estudarmos os outros mtodos, consideremos os requisitos necessrios para se tornar um bom operador.

A questo do sexo no tem importncia Ainda que nestas lies falemos do operador e do paciente (considerando sempre ambos como do sexo masculino), as mulheres se tornam tambm timas hipnotizadoras e so influenciadas to facilmente quanto os homens e sem apresentar no entanto,mais facilidade, se tornam bons pacientes. A minha experincia tem-me provado que a susceptibilidade do homem e da mulher para a influncia quase a mesma, e no se pode dizer, nessa circunstncia que um sexo tem mais vantagens que o outro.

Um bom operador deve te uma tima aparncia pessoal e h de deixar de parte dos hbitos e modos grosseiros. Importa apenas ser polido e persuasivo, tendo a sua voz e seu todo, ao mesmo tempo, a aparncia de quem comanda.

O que o Hipnotismo? A ao de hipnotizar verdadeiramente a arte de produzir uma impresso sobre a mente de outro e, a fim de tornar esta impresso profunda e durvel, no deve o operador aceitar ou consentir nenhuma familiaridade com os doentes ou pacientes. Regra esta que no consente exceo.

O poder de hipnotizar pode ser capitulado como sendo o poder de impor o respeito e a obedincia, Por esta razo e porque a sua autoridadecomo mdicolhe d o direito de mandar, o doutor torna-se um admirvel hipnotizador.

Mas aquela firmeza de maneiras e de aparncia dominadora que so indispensveis para o paciente, podem ser adquiridas por todos aqueles que estudam estas lies, com um pouco de prtica.

Importncia do seu procedimento As maneiras que so tomadas emprimeiro lugar, mais tarde tornam-se naturais e se, desde logo, no tendes confiana em si mesmo, necessrio que adote um modo de agir e maneiras certas, quando tratar de um paciente. Ficar surpreendido de ver com as coisas que tem de acontecer, acontecem.

Por exemplo, quando dizer a um paciente que ele comea a entorpecer-se, ainda que no veja nele nenhum sinal de torpor, suceder bem depressa que ele apresentar todos os sintomas de entorpecimento, e este fenmeno significa muito simplesmente que a sua confiana absoluta produziu uma tal impresso sobre sua mente, que a coisa que supunha ser real se tornou verdadeira.

Como j disse, o efeito de suas palavras te espantar primeiro, mas, depois de um pouco de prtica, comear a ver que todos os seus conhecimentos so influenciados pelas sugestes que lhe so feitas por outro, direta ou indiretamente. As outras qualidades indispensveis a um bom operador so: a honestidade, um carter integro, agindo leal-mente com todos, um olhar franco e, o mais importante de tudo, o hbito de encarar de frente cada pessoa, enquanto trata de influenci-la.

Mtodo para desenvolver um olhar poderoso Para desenvolver o poder do olhar fixo e para prtica especial dos operadores, aconselho que faam 10 minutos de manh e 10 h noite para, no seu quarto, estudar, diante de um espelho a maneira de fixar a sua imagem sem piscar. imagem sem piscar.

Depois de uma prtica regular deste estudo, suceder que eles sero capazes de olhar uma pessoa sem piscar durante um perodo de uma a cinco e, algumas vezes, de dez a vinte minutos, sem que os olhos se cansem ou se encham dgua. Este estudo ter tambm por efeito engrandecer os olhos aumentando o afastamento das plpebras, resultado desejado.Quais so os melhores pacientes?

A respeito da espcie de melhores individuas de que se fazem os melhores pacientes, os meus discpulos tem-me, muitas vezes, pedido de que lhes indicassem alguns meios para escolherem, numa multido de pessoas, as mais capazes de passarem, num relancear de olhos, para uma condio de sonambulismo. S a prtica te torna perito no assunto, mas a certos requisitos gerais que nunca enganam o discpulo; so os seguintes: as pessoas loiras caemsob a influnciacom muito mais facilidade do qus as morenas. Os homens e as mulheres de aparncia desenxabida, olhos azuis tirantes a pardos, cabelos ligeiramente castanhos, mas sem reflexos dourados, boca que deixa transparecer um carter amvel e algo curioso, formam uma classe de pacientes notveis.

Exceo a regra Infelizmente, sobre este ponto, no se pode aceitar a generalidade como exata, porque, na prtica de cada um, se apresentam casos excepcionais em que as pessoas de vontade forte fazem admirveis pacientes. Eles tem provado qus as de um trigueirinho muito pronunciado so certamente sonmbulosde primeira qualidadee que os tipos inspidos se mostram refratrios e difceis de influncia.

Ficar conhecendo todas as probabilidades de bom xito que ter com o paciente, se puder julgar do efeito que causais nele no momento de induzir a hipnose e pelo efeito que nele produziro as suas maneiras e aparncia, enquanto est acordado. Se mostra cordial, complacente e obediente; se entrega-se ou deixa ver, nos seus modos, que ele te teme muito, mas sem repugnncia, podeis estar certo de produzir umagrande impressosobre seu esprito. H pessoas que resistem de tal modo a hipnose, que impossvel vence-las e perder o seu tempo a trabalhar com tais pacientes. Creio que elas no se conduzem assim pela influncia do medo, mas sim pelo aborrecimento que lhes causa o con-junto do processo. Se um paciente te teme, isso nada significa, porque, em dois ou trs tratamentos pode fazer desaparecer este sentimento de temor, e ento o mede que l tinha sede o lugar para a confiana mais absoluta. Mostre tambm, mais tarde, que o sentimento de temor , as vezes, suficiente para produzir ahipnose instantnea.

O que constitui um paciente resistente Os piores pacientes so os de vontade fraca, que no se interessam pela psicologia e que no possuem sagacidade suficiente para compreender a fora real que neles reside. Podem, entretanto, ser atingidos pela sugesto indireta, e se tratais com semelhantes pessoas, no os fieis somente na sugesto verbal, mas chamai em seu auxilio a eletricidade; com ela poder impressionar profundamente o esprito.Exemplo caracterstico de Hipnose

Para nos instruir, vamos, agora, apresentar o caso seguinte: Vem um amigo ao seu consultrio e trs consigo um rapazinho. Diz ele: Ouvi falar que um clebre hipnotizador e muito desejo que d uma prova de seu poder sobre este rapaz. No se ope que voc o hipnotize e far tudo que disser. um rapaz atrasadssimo nos estudos e no quer se aplicar ao trabalho. Foi a me dele que me enviou para eu corrigi-lo, mas tendo ouvido falar de seus bons resultados nestes casos, Faa com que sinta sobre ele o poder do hipnotismo e seja corrigido do vcio da preguia. Veja o que pode fazer.

Eis aqui um exemplo caracterstico que se apresenta na carreira de cada operador e o verdadeiro mtodo a empregar pode ser dado aqui com mincias, afim de que o estudante saiba como proceder em casos semelhantes.

Como comear a influenciar uma criana Aprossime-se do rapaz, confiada e firmemente. Pegue a mo esquerda dele em sua mo direita, colocando-o, ao mesmo tempo, a vossa mo esquerda sobre sua fronte e fazendo inclinar a cabea para trs at levante os olhos para voc. Ele h de ficar um pouco amedontrado com este processo. Diga que no tem a inteno de lhe fazer mal e que muito se divertir durante as experincia que acontecero. Declare que no s no lhe far mal, como tambm no deixar que ningum o faa; e pode depositar toda confiana em voc. Fale em tom tranqilizador, fazendo, ao mesmo tempo, fixar os olhos nos seus enquanto estem p. Diga que deve praticar tudo que ordenar e que vai adormec-lo. Declare que vai por ele sobre uma cadeira e que lhe dar para fixar os olhos umamoeda de prata; um objeto brilhante preencher o mesmo fim. Afirme, em seguida, que no acontecer nada de extraordinrio, seno que seu sono ser absolutamente natural. Depois, ponha-o confortavelmente em uma cadeira, pondo na sua mo o objeto brilhante e colocai-o a dez centmetros dos seus olhos, dizendo que, depois de o ter fixado por pouco tempo se entorpecer cada vez mais e, finalmente, ser obrigado afechar os olhose dormir.

O que se deve dizer Repita positivamente e de maneira muito enftica as indicaes: Fixe os olhos sobre o objeto que tens em sua mo. No de ateno a qualquer um que venha ao aposento ou ao rudo que o faz. As sua plpebras vo tornar-secada vezmais pesadas; entorpecer de tal maneira que ficar incapaz de t-las abertas. Passe para trs de sua cabea e ponha vossa mo direita sobre sua nuca, conservando a palma da mo fortemente apoiada a, mas arranjaivos de maneira que no os causeis nenhum mal. Como nada se ganha com a prea, deixe-o adormecer por alguns instantes. Repita, ento, a sugesto seguinte: Os seus olhos vo tornando-se cada vez mais pesados, est entorp ecendo bastante; dentro de alguns instantes ser impossvel conservar os olhos abertos, mas no os feche antes que eu ordene. O objeto quase que j no aparece agora, mas continue a fixa-lo e eu vou dizer quando dever fechar os olhos.

O objeto deste mtodo. -Continuai a falar.lhe desta maneira com segurana, porm com suavidade; fazei as vossas sugestes em tom de voz tal que se imprimam na sua conscincia como fatos. Penetrai.o, agora, com a idia do sono. Continuai a falar.lhe, mas no oua ele seno o que lhe dizeis. Em seguida s vossas sugestes reiterada. Os seus olhos tero logo um aspecto dormente e pesado. Falai.lhe, ento: "Os vossos olhos esto prestes a fechar-se, mal podeis manter-vos dsperto". Falai.lhe, aqui, em tom menos imperto". Falai.lhe, aqui, em tom menos imperativo e mais montono, empregando a entoao mais lenta que podeis e fazei de sorte que pareais cansado e disposto a dormir. Continuai pelo modo seguinte: "Os vossos olhos devem fecharse agora, no podeis t-los abertos; ho de cerrar-se j e estareis adormecido. Fechais.Conservai a vossa mo direita sobre a sua nuca como anterior-mente e ponde a vossa mo esquerda sobre a sua fronte, dizendo: "Dormi". Dai-lhe esta ordem com brandura, mas com firmeza. As plpebras tremero, s vezes durante alguns segundos, outras vezes por mais tempo. O paciente afrouxar logo os seus msculos e tornar a assentar-se sobre a sua cadeira com um suspiro de satisfao. Deixai-o, assim, repousar durante alguns segundos, sem lhe dirigirdes a palavra.

Guardai silncio no aposento. -Pedi pessoa que o acompanhou ao Vosso consultrio que fique muito tranqila durante toda a sesso, que no faa o menor barulho que possa atrair a ateno do paciente e no oferea nenhuma sugesto nem a ele nem a vs. Devese insistir sobre este ponto antes de comear o tratamento.

O efeito sobre a ao muscular do rapaz. -Depois de haver permitido ao paciente que tome alguns segundos de descanso, dizei-lhe em tom muito baixo: "Estais dormindo profundamente e nada vos acordar. Nada VOI far mal; podeis abrir os olhos quando eu vlo disser, mas Do o podeis se para isso eu Do voa der ordem. Ficareis adormecido.Vou, agora, levantar-voa o brao e esse movimento Do voa perturbar, nada voa despertar". Retirai suavemente a vossa mo da sua nuca e friccionai duas ou trs vezes o brao mais perto de vs, depois levantai-o vivamente a uma posio horizontal e dizei: "O Vosso brao ficar Da posio em que eu o puser". Friccionai-o ainda duas ou trs vezes e dizei: "Vde que o Vosso brao est rgido e Do podeis abaix-lo. Ele ficar na posio em que eu o deixar; estais profundamente adormecido e fareis tudo o que eu vos ordenar que faais, mas no podereis acordar, seno quando eu vo-lo ordenar". O brao ficar na posio em que o tiverdes colocado e ento podereis dizer: "Ningum poder fazer-vos dobrar o brao, tem que eu o consinte".

A primeira fase da catalepsia ou rigidez muscular. -Podeis, ento, agir no outro brao e bom meio tornar assim, os braos e as pernas rgidas, contanto que o paciente seja jovem ou rapas bem sadio, e a experincia muscular no tenha nele um efeito excitante.

Maneira de fazer desaparecer a rigidez. -Quando todos os seus membros estiverem estendidos horizontalmente, podeis dizer.lhe: "Vou agora fazer desaparecer, pouco a pouco, essa influncia e afrouxar-voa o brao esquerdo, correndo nele alguns passes, desde o punho at o ombro". Fazei-o e dizei, em seguida: "Est frouxo agora e podeis abaix-lo". Procedi da mesma forma com o outro brao e, nessa experincia, tende a precauo de apagar completamente no esprito do doente toda a impresso de rigidez muscular que pudestes fazer penetrar nele durante o correr da experincia. Repeti. -lhe: "Podeis dormir profundamente e fareis tudo o que vos ordenar que faais. S eu que posso despertar.voa".

O efeito das vossas sugestes. -Tendes agora demonstrado, no exemplo deste paciente, o poder que exerceis sobre o seu sistema muscular. Pela repetio das vossas sugestes, inculcastes-lhe no esprito que ele no podia realizar certas coisas que podia efetuar no estado normal, como, por exemplo, abaixar o brao. Da resulta que, pela repetio da sugesto, chegou a crer que o que dizeis uma coisa real e se acha as assim, at certo ponto, em contradio consigo mesmo. Parecer fazer esforos desesperados para abaixar trado, no exemplo deste paciente, o poder que exerceis sobre o seu sistema muscular. Pela repetio das vossas sugestes, inculcastes-lhe no esprito que ele no podia realizar certas coisas que podia efetuar no estado normal, como, por exemplo, abaixar o brao. Da resulta que, pela repetio da sugesto, chegou a crer que o que dizeis uma coisa real e se acha as assim, at certo ponto, em contradio consigo mesmo. Parecer fazer esforos desesperados para abaixar

o brao, coisa que acontece freqentemente aos pacientes; mas, pelo fato mesmo de julgar a coisa impossvel, ele incapaz de faz-la. Deveis comear, agora, a compreender o poder da sugesto positiva, quando se faz penetrar no esprito, no momento em que as faculdades intelectuais no esto ativas. A razo est afetada. -Quando a criana est dormindo, ela no raciocina como faria no estado de viglia. Por isso que ela aceita o fato real de que no pode abaixar os braos e abandona essa idia. O seu crebro est, ento, no estado de receber novas sugestes e, em todas as experincias que se apresentarem, podeis demonstrar sobejamente o poder muscular sobre o paciente.

Outras evidncias do estado receptivo do seu esprito. Por exemplo, e precisamente pela mesma forma que lhe provastes, a seu hei-prazer ou a contragosto, que ele no podia abaixar os braos seno quando lho ordensseis, podereis provar-lhe bem como s pessoas presentes, que lhe impossvel abrir os olhos, se o vedais; que no pode fechar a boca, se lha abria e lhe ordenais que a deixe aberta; que ele no pode arredar-se de nenhum sitio, se lhe dissestes que ai fique e que incapaz de fazer um movimento.

Mtodo para adormecer, conservando-se de p. -Fazei.o de novo manter-se de frente e dizei, passando-lhe rapidamente aa mos da cabea aos ps, tocando-lhe levemente as vestes e repetindo diversas vezes este duplo movimento: "Podeis dormir to confortavelmente em p, como se estivsseis assentado numa cadeira. Abrireis os olhos quando eu vo-lo disser e vereis O que eu voa ordenar que vejais. Sentireis tambm o que eu VOl disser que sintais; tudo ser a realidade para vs".

Dizei, agora: "Ainda que eu vos mande abrir os olhos, no ficareis completamente acordado; estareis dormindo ainda, vereis coisas curiosssimas, mas no vos metero medo nem ficareis admirado do modo como elas se produzem; sabeis somente que as vedes e que para vs so a realidade".

Maneira de induzir sugestes rpidas e positivas. -Nesta experincia, necessrio que faleis vivamente e sem hesitao. A idia de imprimir no esprito do paciente que o que estais dizendo a realidade. Se hesitais ou se falais com um tom in. certo, correis o risco de que o paciente se desperte suficientemente para questionar convosco ou vos imprimir as suas dvidas. O Vosso dever simplesmente impressiona-lo bem.

Uma experincia de iluso do sentido do vista. -Tomai, agora, urna bengala ordinria e dai.a criana, dizendo-lhe: "No tendes medo das cobras. Podeis at desejar possuir urna cobra como brinquedo. Abri os olhos e vede a cobra que acabo de pr nas vossas mos. No vos picar, no vos atemorizar nem vos far mal algum. Segurai-a bem para que no se escape". O rapaz abre os olhos e no lugar da bengala v urna serpente, mas como lhe inculcastes a idia de no se atemorizar, no sentir repugnncia alguma para com o rptil e o acariciar afetuosamente. Se tal for o vosso desejo podeis transformar instantaneamente esse sentido de afeio em de medo, dizendo-lhe: "Tomai cuidado, ela pode picar-vos". Todos os hipnotistas de profisso agem desta forma sobre os temores e as emoes dos seus pacientes. No provoqueis o medo no paciente. - demasiado fcil demonstrar a fora do hipnotismo, no empregando seno agradveis experincias, deirizar nem vos far mal algum. Segurai-a bem para que no se escape". O rapaz abre os olhos e no lugar da bengala v urna serpente, mas como lhe inculcastes a idia de no se atemorizar, no sentir repugnncia alguma para com o rptil e o acariciar afetuosamente. Se tal for o vosso desejo podeis transformar instantaneamente esse sentido de afeio em de medo, dizendo-lhe: "Tomai cuidado, ela pode picar-vos". Todos os hipnotistas de profisso agem desta forma sobre os temores e as emoes dos seus pacientes. No provoqueis o medo no paciente. - demasiado fcil demonstrar a fora do hipnotismo, no empregando seno agradveis experincias, deixando de parte as que podem amedrontar o paciente. Eu no recomendo de modo algum o uso deste ltimo poder para fina menos justificveis.

O sonambulismo ativo. -O rapaz acha.se agora na condio denominada "sonambulismo ativo".Fizestes-lhe passar pelo esprito uma iluso, isto , destes-lhe um objeto que, pela vossa sugesto, transformastes em outro e, desta maneira, produzistes a iluso dos senti-dos. Dizei-lhe agora: "Ponhamos a serpente de parte", e retirai-lha.Passai-lhe, ento, vivamente, uma ou duas vezes, a mo pelo rosto e dizei: "DOrmi"'. a nica coisa necessria para transformar a condio do sonambulismo ativo em sono profundo.

Iluso do sentido do gosto. -Deixai.o de p por uns instantes cambaleando ligeiramente, e dizei-lhe: "Gostais muito de frutas, mas e laranjas. Eis aqui trs" bonitas mas, de uma qualidade rara, e podeis com-las. Crede que nunca saboreastes to boas e aucaradas. Tomai-as e comei-as".Podeis dar-lhe, ento, uma batata e ele a comer com avidez. At o presente no lhe pedistes que vos falasse, mas vos lcito interrog-lo e ele vos responder. Perguntai-lhe se a ma lhe sabe bem e, caso no vos responda imediatamente, sugeri.lhe que pode falar to bem como se estiVesse acordado. Dirvos-, ento, que a ma estava excelente e desejava outra. Induzistes, assim, a iluso do sentido do gosto.

Mtodo para reprimir o sentido do olfato. -Podeis tomar o mesmo paciente e, em pouco tempo, aperfeioa-lo tanto, que vos possvel priva-lo do sentido do olfato; um vidro de amonaco posto debaixo de suas narinas no produzir nenhum efeito.Podereis, pela sugesto, tomar uma garrafa de amonaco por uma de gua de Colnia, e ele respirar o perfume com muito prazer. A variedade de experincias que se podem fazer pela iluso dos sentidos muito grande e para produzir tais iluses intil que eu vos ministre mais indicaes. Jamais notei que o paciente ficasse sofrendo pela induo de iluses inofensivas, mas no vos aconselho que as empregueis com muita freqncia.

Evidncia do emprgo das iluses. -Essas experincias no so teis seno. para demonstrar.vos sem a menor dvida, que exIste no esprito humano um poder superior ao sentido perceptivo da vida cotidiana. Elas demonstram a verdade e o poder do hipnotismo e essa demonstrao deve bastar-vos sem que procureis abusar delas.

A alucinao da vista. -Depois de lhe haverdes permitido descansar por alguns segundos e de lhe haverdes dado ordem de dormir, como nas experincias precedentes, podeis dizer criana: -"Quando abrirdes os olhos, vereis vossa me assentada no. canto do aposento. (Importa assegurar-vos, de antemo, muIto naturalmente, que a me do rapaz viva).

Vossa me vem ver o que estais fazendo e ficareis muito contente de v-la e falar-lhe Quando abrirdes os olhos, dirigir. Vos-eis para O lugar do quarto onde ela est sentada e conversareis com ela; contar-me-eis o que ela diz. Abri os olhos e ide para ela". Nesse momento, o rapaz v para sua me, depois de ter olhado atentamente para o lado do apoQuando abrirdes os olhos, dirigir. Vos-eis para O lugar do quarto onde ela est sentada e conversareis com ela; contar-me-eis o que ela diz. Abri os olhos e ide para ela". Nesse momento, o rapaz v para sua me, depois de ter olhado atentamente para o lado do aposento em que ele julga v-la; ter uma longa ou curta palestra com ela, seguindo a sua disposio natural do estado de viglia. Se naturalmente tagarela, falar muito e lhe far mil perguntas o se interessar muito pelas suas respostas. Produzistes, assim, no menino uma alucinao, isto , criastes-lhe no esprito uma imagem que no existia na realidade. Podeis, agora, estabelecer uma distino ntida entre a iluso e a alucinao.

Mtodo para converter o Sonambulismo em Sono -Aproximai-vos, agora, do rapaz, fareilhe um passe com as mos sobre os olhos e deizei-lhe: -"Dormi. Depois disso, no temereis de modo algum o hipnotismo e dormireis imediatamente, a qualquer momento do dia, quando eu vo-lo ordenar e vos manifestar o desejo. Tomareis, em seguida, para a vossa cadeira e caireis num sono profundo; far-vos-ei, durante aquele tempo, as Sugestes necessrias para curarvos a preguia -Voltai para a vossa cadeira e adormecei-vos profundamente"- Deixai-lhe cinco minutos de descanso e observai um silncio absoluto no aposento.

Mtodo para ministrar sugestes instrutivas. -Ponde, em seguida, fortemente a Vossa mo sobre a sua cabea e dizei: "Estais muito atrasado nos vossos estudos e sois um menino preguioso. No sois de ndole preguiosa e desobediente e, a partir de hoje, h-de esperar-se em vs uma transformao. A vossa aspirao nica conseguirdes muito bons resultados nos vossos estudos; obedecereis a Vossos pais e sereis um excelente rapaz em estudo- Gozareis de boa sade e,. desde agora, sereis vigoroso, ativo e feliz. O vosso carter naturalmente bom e tudo quanto possuirdes de bom h de manifestar-se no exterior. Neste mesmo instante, enxotamos a preguia o a desobedincia. Dormi durante uns dez minutos e, ao cabo desse tempo, acordareis bem disposto e a vossa memria ficar firme nas coisas que acabam de rea1izar-se- No tereis nenhuma lembrana das sugestes que vos foram dadas e no haver no vosso esprito nenhum trao das iluses que nele foram provocadas. Dormi profundamente e acordaivos dentro de dez minutos"- Guardando sempre o silncio no aposento, assentai-vos a alguma distncia do rapaz e, exatamente no fim de dez minutos ou talvez um pouco mais cedo, ele se despertar em boas condies -No caso de um Sono profundo- - rarssimo que o paciente adormea tio profundamente que no possa despertar-se no momento desejado- No tendes, nesse caso, seno que dirigir-vos para a sua cadeira e colocar a VOSSa mo sobre a sua cabea, dizendo: "Descansastes bem, e vos sentis muito vontade Quando eu contar trs, acordareis completamente. Um, dois, trs; despertai-vos" No mesmo instante, o paciente abrir os olhos e ficar talves, admirado do comprimento do tempo que decorreu desde que se assentou. No h perigo que o paciente durma por mais tempo do que o que lhe sugeristes ou que o no possais despertar, a no ser que omitais certas prescries importantes que vos sero dadas no capitulo seguinte. Existe certo perigo e deveis bem compreender que, em certos casos, um paciente possa continuar a dormir e resistir todos os vossos esforos tendentes a acorda-lo. Eu me proponho a explicar-vos, mais tarde, causa e tambm o porque; como operador sois responsvel pela provocao de semelhante estado.' pela provocao de semelhante estado.'O esprito semiconsciente.

At o presente, no vos tenho ministrado seno mtodos caractersticos para chegar a produzir o hipnotismo nos pacientes. Estais, agora, preparado para a introduo seguinte, que se relaciona com o papel que o. esprito semiconsciente representa nestes fenmenos. Uma simples explicao farvos- compreender melhor a verdade da proposioque o homempossui uma dupla conscincia; existe outra conscincia chamada "semiconscincia".

A evidncia de uma dupla conscincia. -Compreendeis perfeitamente o fato seguinte: quando sonhais de noite, fazeis uso de uma inteligncia ou de uma conscincia que, nos seus caracteres principais, difere da conscincia desperta. O ponto capital dessa diferena descansa no fato de que a conscincia dos sonhos carece de sentido. a ausncia da inteligncia que distingue principalmente a conscincia da semiconscincia. Por outro lado a semiconscincia tem muita semelhana com a conscincia; isto , a vida durante o sono e a contraparte quase exata da vida no estado de viglia.

As criaes da nossa conscincia durante o sonho so formadas das experincias feitas quando estamos despertos. As pessoas que nos aparecem nos sonhos e que existem real-mente so quase sempre as pessoas que temos conhecido ou que conhecemos na vida real. Por isso, podemos dizer que essas duas condies de esprito, no estado de viglia e durante o sono, ainda que distintas em si mesmas, esto estreitamente ligadas uma oUtra e tm relaes comuns.

Propriedades comuns. -Uma dessas propriedades a memria. Ao mesmo tempo que, no homem acordado, a- memria uma serva traidora e inconsciente, na vida semiconsciente a memria se acha prodigiosamente desenvolvida. Todos os eventos da vida so registra dos no esprito semi-consciente. o dirio da alma e parece que, quando se levantar o vu da semiconscincia com as suas penas e ansiedades, essa memria semiconsciente produzir exemplos prodigiosos do seu poder. deste modo, os homens que se acham repentinamente face a facecom a morte, vem, num instante, como uma vista panormica, todos os eventos da sua vida passada. O vu entre a conscincia e a semiconscincia , s vezes, de um tecido de tal maneira delgado que muitas pessoas passam uma grande parte da vida acordada em devaneios e, para elas, a semiconscincia , muitas vezes, mais real que a conscincia. Por meio do hipnotismo, podemos fazer desaparecer esse vu e dar ao indivduo o uso das faculdades semiconscientes em toda a sua fora.

A credulidade dos pacientes semiconscientes. -O esprito semiconsciente est sempre prestes a crer no que se lhe diz. No duvidadas sugestes nem se ope a elas, da mesma forma que no podeis vos opor aos vossos sonhosdurante a noite. Onde se assenta o fora. -Por isso que se pode definir como sendo o estado de repouso consciente e da atividade semi. consciente, e para resumir: "O hipnotismo tem valor como potncia curativa porque a fora do individuo repousa no esprito semiconsciente. A que est a fora motriz. O esprito desperto ordena e, imprimindo sua ordem sobre o esprito semiconsciente, este ltimo aceita, recebe a acredita no que sugerido e executa a ordem. Isto verdade no individuo na vida acordada, como no individuo, na hipnose. A fora de cura reside na semiconscincia.

"Vis medicatrix naturoe". - lei divina que a natureza faz desaparecer as molstias e retifica as desordens, tentando sempre faze-lo sem algum auxlio. Mas, algumas vezes, pelo falso pensamento do esprito desperto, a semiconscincia anda de tal modo penetrada de erro e falsas crenas, que impossvel, sem assistncia desembaraar-se dos males que nos cercam. O hipnotismo um simples meio para proporcionar ao esprito semiconsciente a assistncia exterior. As sugestes do operador agem como um guia e um sustentculo do esprito semiconsciente combatem as suas falsas crenas e tomam a pr em movimento a fora divina da cura que pertenceu ao esprito semiconsciente. Lembrai-vos de que, na conscincia do estado de viglia, a fora da cura no aparente. um patrimnio da economia semiconsciente e pode ser desenvolvida pelo prprio indivduo em proveito pessoal, dirigindo-se a se mesmo como poderia faze-lo o operador no hipnotismo; ou pode ser desenvolvida pelo hipnotismo como acima j se deixou minuciosamente explicado. O que importa saber aqui se um homem cura a si mesmo de uma molstia ou, antes, se curado por outro; os meios empregados para produzirem a cura so identicamente os mesmos, e consistem na impresso feita por um esprito consciente. Aos primeiros meios se chama "auto-.sugesto"; aos outros, "hipnotismo"Diferena entre o hipnose e o sono natural

J tratei da memria exaltada, da qual mostrei uma evidncia durante a hipnose. Sendo assim, no classifico precisamente na mesmacategoriao hipnotismo e o sono natural. Durante a hipnose, a inteligncia fica inteiramente anormal. No caso em que o paciente fique abandonado a si mesmo, sem ser desarranjado pelas vossas sugestes, ele passar sempre do estado da hipnose para um sono profundo. Por conseguinte, podemos dizer que, se a hipnose tirada do sono, ela pode voltar a ele.

Cura durante o sono natural. -Assim como a hipnose desenvolvida no sono artificial, assim tambm pode ser derivada do sono natural. Muitas curas so diariamente feitas na Amrica por pais que estudaram os princpios da cura e, durante o sono dos filhos, falando-lhes e obtendo respostas, tm conseguido corrigir.lhes osmaus hbitos, faze-los progredir nos seus estudos e melhorar-lhes a sade. O ponto capital desse tratamento que os pais ou o operador devem prender a ateno do dormente. O assunto foi, pela primeira vez, inteiramente revelado ao pblico num tratadinho que escrevi em Junho de 1897, intitulado: "A educao durante o sono", e apresentei exemplos de curas que eu pudera obter deste modo, molstias tais como a gagueira, a enuresia, a coria, o estado nervoso, o medo e os maus hbitos, doenas que facilmente cederam ao gnero de tratamento. Lembrai-vos do que vos foi dito na lio precedente acrca do poder que reside no esprito semiconsciente, e podeis desde logo inteirar-vos da filosofia deste sistema.

O mtodo reproduzido na Frana. -Cerca de um ano depois que publiquei esta descoberta,

o doutor Paul Farez fez aparecer na "Revista deHipnotismo", de Paris, uma srie de artigos perfilhando a minha teoria e os seus resultados. Quase todos os fisiologistas so acordes, agora, em dizer que a influncia educadora e moral pode ser gravada desta maneira no esprito dos dormentes. O mtodo a seguir sempre o mesmo, e no necessrio pormenoriza-lo. Mostramo-vos, nas lies precedentes como devem ser ministradas as sugestes positivas. Suponhamos, pois, que sempre fcil ensinar por imagens, que ten-des um filho que possui o sestro de gaguejar, sestro que mais facilmente apanhado pelas crianas, ao imitarem seus companheiros. A fim de tratardes com bons resultados esse hbito, deveis dizer ao menino: -"Hei de vir ver-vos esta noite, quando estiverdes dormindo profundamente, e vos falarei. No ficareis surpreendido de ouvir-me falar-vos e no carecereis de acordar-vos, mas tendes que me responder quando eu vos falar". Mtodo para dar sugestes durante o sono. -Depois de haverdes dado todo o tempo necessrio para deitar-se, ireis procura-lo e, deitando-vos a seu lado, acariciar-lhe-eis a fronte, a fim de instru-lo da vossa presena, sem, entretanto, desarranj-lo do seu sono a ponto de acord-lo. Naturalmente, o menor barulho o despertaria e, para desenvolver este tratamento, ser-vos-ia, ento, necessrio usar do mesmo processo que na hipnotizao do paciente. Dir-lhe-eis, pois, que tudo vai bem, que deve fechar os olhos imediatamente e que se ponha de novo a dormir. Fazei estas sugestes com toda a nfase, cujo efeito entorpec-lo, preparando-o para o sono; adormecer logo profundamente e no se despertar, quando lhe falardes. No h muita probabilidade de que ele se acorde, se souberrdes conduzir a experincia. Deveis dar provas de uma pacincia muito grande, a fim de captar-lhe, lenta e gradualmente, toda a ateno. No deveis apressar-vos em levantar a voz. Falai em tom muito lento e bem claro, mas sem precipitao.

Processo para ministrar sugestes calmantes. -Dizei tranqilamente: "Estais dormindo profundamente e no podeis acordar-vos; estais-me ouvindo a voz; nada do que eu vos disse vos perturbar durante o sono. Quando eu vos falar, podeis responder-me. Senti-vos bem?" No vos responder, muito provavelmente, desde logo. Importa que o acostumeis a responder-vos sem acordar-se; continuareis, pois, a acariciar-lhes levemente a fronte, atraindo-vos toda a sua ateno. Ponde-lhe de leve um dedo sobre a boca e dizei: "Quando eu vos tocar a boca, podereis falar; podeis dizer sim". A criana mover, geralmente, os lbios e far meno de articular um som, mas no ouvireis nenhum. Ao verdes esse movimento dos lbios podeis repetir a sugesto e afirmar-lhe, positivamente, que na noite seguinte poder falar-vos com toda a facilidade.

Cura da gagueira. -Ocupai-vos, ento, em dar-lhes as sugestes necessrias cura da gagueira, como as seguintes: "Vereis amanh que vos ser faclimo falar sem nenhuma hesitao na vossa conversao. Falareis to bem, to corretamente, to claramente como eu. No gaguejareis nem hesitareis na vossa conversao". Repeti-lhe estas sugestes uma vez maia, fazendo.as muito enfticas e positivas; deixai.o, ento. Provavelmente, na manh do dia seguinte, no ter nenhuma lembrana do que lhe dissestes, mas percebereis uma sensvel melhora na sua pronunciao e pode acontecer que, no correr do dia, as vossas sugestes lhe voltem ao esprito pela sua memria semiconsciente e ele seguir, ento, o que lhe dizeis e de que modo lhe dissestes. Pode acontecer, tambm, que no se lembre de nada do que se passou. Tudo depende, principalmente da profundeza do sono induzido. O processo torna-se mais fcil com a prtica. -Na noite seguinte e nas subseqentes, notareis que achais menos dificuldade em obter uma resposta dle.

Uma experincia de sonambulismo passivo. -Se desejais tentar uma experincia para vos convencer da influncia que um esprito pode exercer sobre outro durante o sono natural podeis dar a forma que vos aprouver ao sonho do dormente" Podereis sugerir ao menino que ele soldado e se acha frente das suas tropas e, no seu sonho, ele passar por todas as cenas empolgantes de um campo de batalha. Podeis sugerir-lhe que, ao despertar, se lembre de luta e de tudo o que concernente ao inimigo e, em realidade, tudo o que lhe sugeristes que podia realizar-se, e de manh ele vos contar a sua viso pormenorisadamente. No se lembrar, porm, de que fostes vs que lhe sugeristes tudo isso, e acreditar que foi ele mesmo quem desenvolveu casa viso. Da mesma forma que apresentastes sua imaginao o escuculo horrvel de um campo de batalha, podeis sugerir-lhe e impressionar o seu esprito com vises de descanso ameno e salutar. A lei da receptividade do esprito semiconsciente irrefutvel. Ela segue dois caminhos. Ela pode tambm ser empregada para o mal como para o bem: no deveis, por conseguinte, visar seno a emprega-1a com as melhores intenes.As sugestes ps-hipnticas

Entre os numerosos fenmenos do hipnotismo, nada surpreende tanto ou deixa perplexo o espectador como as sugestes ps-hipnticas. Mas se quereis estudar com cuidado o captulo que trata da memria semi-consciente, tereis logo a prova desse notvel fenmeno. Elas dependem da perfeio da memria, que um atributo do esprito semiconsciente.

Como dar as sugestes ps-hipnticas. -Para dar uma sugesto ps-hipntica, o operador dirigir-se- ao paciente pelo modo seguinte, quando este estiver dormindo profundamente: "Dez minutos depois que eu vos tiver acordado, sentireis um desejo ardente de pr o vosso chapu e devoltar para casa. Tomareis, pois, o vosso chapu e p-lo-eis na cabea; esquecereis imediatamente o que vos propusestes a fazer e permanecereis na cadeira, falando-me com o chapu na cabea. No sabereis que vos sugeri que fizsseis isto". No tempo marcado, dez minutos depois do seu despertar, o paciente olhar fixamente em redor de si para tomar o chapu e, depois de t-lo achado, o por imediatamente na sua cabea e tomar lugar de novo na sua cadeira. Se o interrogais, vos dir, com toda a sinceridade, que el