curso de formaÇÃo dos delegados do orÇamento … · curso de formaÇÃo dos delegados do...

32
CURSO DE FORMAÇÃO DOS DELEGADOS DO ORÇAMENTO PARTICIPATIVO “ETAPAS DA EXECUÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS” DEZEMBRO/2010 VITÓRIA, ES

Upload: dinhhanh

Post on 21-Oct-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

CURSO DE FORMAÇÃO DOS DELEGADOS DO ORÇAMENTO PARTICIPATIVO

“ETAPAS DA EXECUÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS”

DEZEMBRO/2010

VITÓRIA, ES

2

Prefeito Municipal João Carlos Coser

Secretária de Gestão Estratégica Marinely Santos Magalhães

Gerência do Orçamento Participativo Ângela Maria Castello Moretto Hanelore de Paula Martins Joana Paula Binda Luciane Aparecida Bolda Patrícia Moreira Norbim

Equipe técnica que colaborou com o trabalho Carlos Fabian de Carvalho - SEME Claudia Mara Müller - SEMOB Herbert Tadeu Clemente da Silva - SEMOB Leandro Comper Sperandio - SEMOB Valflan Alves de Azevedo - SEMOB

3

SUMÁRIO

1. Apresentação........................................................................................................................................ 04

2. O que é obra pública ............................................................................................................................ 05

3. Programa de necessidades ................................................................................................................. 07

4. Identificação do imóvel ........................................................................................................................ 09

5. Desapropriação..................................................................................................................................... 10

6. Projeto ................................................................................................................................................... 15

7. Orçamento ............................................................................................................................................ 18

8. Licitação ................................................................................................................................................ 21

9. Execução da obra................................................................................................................................. 25

10. Glossário ............................................................................................................................................... 27

11. Referências bibliográficas .................................................................................................................... 31

4

1. APRESENTAÇÃO

Este material “Etapas de Execução de Obras Públicas”, tem o objetivo de servir de apoio e roteiro para entender e demonstrar os procedimentos empregados no planejamento e execução de uma obra pública, buscando contribuir assim, para aprimorar o controle social sobre a execução do Orçamento Participativo.

Aborda aspectos básicos de etapas diferenciadas que vão desde a desapropriação, elaboração de projetos, orçamento, licitação até a execução da obra.

Compreender estas etapas é fundamental para que o delegado do Orçamento Participativo possa acompanhar e fiscalizar o cumprimento das orientações técnicas e legais na execução de uma obra, contribuindo para garantir a construção de um equipamento ou serviço com qualidade e de acordo com o planejado coletivamente.

Esperamos com isto contribuir para fortalecer a participação popular na elaboração e execução do orçamento público, bem como aprimorar os processos de planejamento participativo nos quais estão envolvidos técnicos, gestores e a população de Vitória

Gerência do Orçamento Participativo

5

2. O QUE É OBRA PÚBLICA

Obra pública é aquela que se destina a atender os interesses gerais da comunidade, contratada por órgão ou entidade pública da Administração Direta ou Indireta, Federal, Estadual ou Municipal, executada sob sua responsabilidade ou delegada, custeada com recursos públicos compreendendo a construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação de um bem público.

2.1. Diferença entre obra pública e obra privada

Cada uma das etapas de execução de uma obra deverá ser adequadamente estudada, planejada e subdividida de forma a cumprir, não somente os aspectos legais e formais, mas, acima de tudo, resultar em uma obra de boa qualidade, segura, adequada à finalidade a que se destina e a um preço justo.

A execução de obra pública, assim como os demais atos da administração pública, deve atender aos princípios da legalidade, legitimidade, eficiência e economicidade inscritos na Constituição Federal. Quando se toma a decisão de realizar obras, é necessário que estas sejam executadas da forma mais adequada e transparente possível.

Uma empresa privada pode fazer compras ou realizar obras de engenharia da forma que melhor lhe aprouver, uma vez que os recursos aí empregados serão recursos de um particular. Um administrador público, porém, tem que se submeter às leis e procedimentos que garantam a qualidade da obra e que a melhor oferta foi obtida junto ao mercado, uma vez que ele controla verbas públicas e deve ser capaz de prestar contas de seus atos.

2.2. Tipos de obra pública

Através das metas gerais previamente traçadas, segundo critérios de prioridades, deve ser estabelecido o Programa de Obras, no qual a administração define os investimentos que pretende realizar num determinado período. A primeira etapa é identificar as necessidades prioritárias do Município e assim decidir as obras de maior importância para atender as expectativas da população.

Assim temos: obras do OP, obras da Cidade, obras das Secretarias, obras de manutenção, etc.

2.3. Condições obrigatórias para que a obra aconteça

As obras a serem executadas devem estar consignadas no Plano Plurianual (PPA) bem como constar das metas estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e discriminadas na Lei Orçamentária Anual da Entidade.

As obras e os serviços somente poderão ser licitados quando:

− Houver projeto básico aprovado pela autoridade competente e disponível para exame dos interessados em participar do processo licitatório;

− Existir orçamento detalhado em planilhas que expressem a composição de todos os seus custos unitários;

6

− Houver previsão de recursos orçamentários que assegurem o pagamento das obrigações decorrentes de obras ou serviços a serem executadas no exercício financeiro em curso, de acordo com o respectivo cronograma;

− O produto dela esperado estiver contemplado nas metas estabelecidas no Plano Plurianual de que trata o art. 165 da Constituição Federal, quando for o caso.

A execução das obras e dos serviços deve programar-se, sempre, em sua totalidade, previstos seus custos atual e final e considerados os prazos de sua execução.

Quando se tratar da criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete aumento da despesa, constitui condição prévia para empenho e licitação de serviços, fornecimento de bens ou execução de obras:

− Estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva entrar em vigor e nos dois subseqüentes;

− Declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem adequação orçamentária e financeira com a lei orçamentária anual e compatibilidade com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias.

2.4. Planejamento da obra

A administração precisa definir o que realmente será realizado e estabelecer as características básicas do empreendimento, tais como, dimensões aproximadas da edificação, padrão de acabamento pretendido, equipamentos e mobiliário a serem utilizados, usuários da obra, tipo de empreendimento, fim a que se destina, informações essas que são imprescindíveis para montagem do programa de necessidades.

7

3. PROGRAMA DE NECESSIDADES

Documento que exprime as necessidades e exigências dos clientes e dos futuros usuários da obra; descreve sua função, atividades que irá abrigar e dimensionamento de cada ambiente.

A elaboração desse programa deve, necessariamente, preceder ao início do projeto, podendo ser complementado ao longo de seu desenvolvimento.

O dimensionamento desses ambientes e consequentemente da obra como um todo, é decorrente da estrutura necessária para o serviço a ser ofertado e da legislação, que objetiva garantir a segurança, a salubridade e a acessibilidade, enfim a qualidade do espaço edificado.

Exemplificando:

Programa de necessidades das unidades de saúde

Desde 1994 o Governo Federal criou o Programa Saúde da Família – PSF. Cada Unidade de Saúde da Família trabalha com território de abrangência definido e é responsável pelo cadastramento e o acompanhamento da população vinculada a esta área. Recomenda-se que uma equipe seja responsável por, no máximo, 4.500 pessoas.

Cada equipe do PSF é composta, no mínimo, por um médico, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem e de quatro a seis agentes comunitários de saúde (ACS). Outros profissionais - a exemplo de dentistas, assistentes sociais e psicólogos - poderão ser incorporados às equipes ou formar equipes de apoio, de acordo com as necessidades e possibilidades locais. A Unidade de Saúde da Família pode atuar com uma ou mais equipes, dependendo da concentração de famílias no território sob sua responsabilidade.

Em função disso as unidades de saúde da Prefeitura de Vitória possuem entre três e sete equipes, informação essa repassada pela Secretaria Municipal de Saúde – SEMUS - a Secretaria Municipal de Obras – SEMOB, o que explica a variação no número de consultórios e boxes odontológicos.

Além dos consultórios há outros ambientes necessários ao atendimento dos usuários, como sala de vacinação e de nebulização; de apoio administrativo, como recepção e coordenação; de manutenção e limpeza; apoio aos funcionários e usuários, como copa e banheiros.

Programa de necessidades das unidades escolares

A Secretaria Municipal de Educação – SEME – possui um padrão definido de EMEF (Escola Municipal de Ensino Fundamental) e CMEI (Centro Municipal de Ensino Infantil) com 12 salas de aula, cujo dimensionamento já foi ao longo do tempo comprovado como um tamanho ideal para atender a carga horária dos professores, por turno, numa mesma escola e a demanda de alunos de uma certa região. Uma escola com mais de 12 salas de aula dificulta seu gerenciamento e a qualidade do serviço prestado.

O tamanho das salas de aula é em função do número de alunos por sala, ficando em torno de 1,5 m² por aluno, o que para atender em média entre 30 a 35 alunos, fica em torno de 50 m².

8

Outras salas de apoio vem complementar esse programa como; biblioteca, informática, artes, ciências, música, dança, vídeo, auditório, recursos multifuncionais e em alguns casos salas para atendimento ao horário integral.

Além das salas de aulas e de apoio há outros ambientes necessários ao atendimento dos alunos e funcionários como a parte administrativa (secretaria, coordenação, direção, etc), pedagógica (sala de professores, planejamento, pedagogos, etc), serviços (cozinha, refeitório, etc), limpeza, vestiários, banheiros, depósitos e área de lazer (pátios, quadras, jardins, playground, etc).

9

4. IDENTIFICAÇÃO DO IMÓVEL (TERRENO/EDIFICAÇÃO)

A primeira condição para a identificação do imóvel é que ele esteja localizado dentro da área de abrangência territorial do público a que se destina o equipamento a ser implantado nele.

Os agentes que podem fazer essa indicação: representantes das comunidades, representantes da Secretaria de Gestão Estratégica, representantes das Secretarias demandantes (SEME, SEMUS, SEMAS, etc) e representantes das Secretarias executantes (SEMOB, SEDEC, SEHAB).

A escolha do imóvel deve ser orientada de acordo com o estabelecido no programa de necessidades, visto anteriormente, e considerar as dimensões necessárias para a realização do empreendimento.

Após visita ao local, a definição do imóvel deve ser feita com base na elaboração da análise de viabilidade técnica, que é um parecer técnico emitido por arquiteto e/ou engenheiro, que deverá observar:

− As áreas para estacionamento, áreas verdes, recuos etc, devendo ser consultada, para tanto, a legislação municipal sobre o assunto;

− Sua localização que é fundamental. Os seguintes aspectos devem ser considerados: infra-estrutura disponível para a realização da obra (água, energia e vias de acesso), condições de ocupação da região e facilidade para obter materiais e mão-de-obra próximos à construção;

− A topografia do terreno também precisa ser levada em consideração, pois isto afeta o custo da obra. Quanto mais plano for o terreno, em geral mais barato será o custo do empreendimento.

− O tipo de solo e a existência de água no terreno (nível de lençol freático) também influenciam o custo da obra. Solos onde são necessárias escavações em rochas e terrenos em áreas de mangue podem aumentar o custo da obra. Logo de início a prefeitura deve atentar para os tipos de solo e de fundação mais utilizados nos terrenos vizinhos, mediante pesquisa com moradores do local ou empresas especializadas em sondagens. Isso auxiliará na escolha do terreno, antes da realização da sondagem propriamente dita;

− As condições de conservação e potencial de adequação para o caso de edificações existentes a serem adquiridas para reforma e/ou ampliação, como por exemplo, edificações que não possuem projetos estruturais que permitam a avaliação da possibilidade da construção de mais um pavimento;

− Compatibilidade do seu dimensionamento com a área estimada no programa de necessidades para a implantação do equipamento;

− Outros.

Além da visita ao local são utilizadas outras fontes de consulta para a análise: base cartográfica do município, cadastro imobiliário, dados técnicos existentes como levantamento topográfico, projetos, etc.

Uma vez que a análise de viabilidade técnica seja favorável à implantação do equipamento no imóvel se inicia os trâmites para a desapropriação do mesmo.

10

5. DESAPROPRIAÇÃO

Desapropriar significa privar alguém da propriedade ou tirar ou fazer perder a propriedade. Significa a transferência compulsória da propriedade privada pelo Poder Público para atender necessidade pública, utilidade pública ou interesse social, mediante prévia e justa indenização em dinheiro.

Princípio da Legalidade: Previsto no art. 37 da Constituição Federal, tal princípio serve como limitador da atuação Estatal, uma vez que só permite a Administração Pública atuar quando a lei permitir/autorizar. Ao contrário do particular, que possui o livre arbítrio de agir, podendo atuar como quiser desde que não viole/desrespeite a lei.

O procedimento da desapropriação pode ser dividido em duas etapas: Fase Administrativa e Fase Judicial.

a) Fase Administrativa ou Declaratória

Nessa fase são realizadas as seguintes diligências:

− Identificação do imóvel e do proprietário; − Avaliação do bem; − Publicação do decreto declaratório de utilidade pública ou de interesse social.

Nesse estágio o processo tramita internamente na Administração Pública, sendo que ao final será ofertada indenização ao proprietário do bem, que caso aceite celebrará um contrato com o Estado.

Por outro lado, nos casos em que o particular discordar do valor ofertado pelo município, a desapropriação ocorrerá em âmbito judicial.

b) Fase Judicial

Nessa fase a Administração atuará em igualdade com o particular, pois aqui o Poder Judiciário, na figura do juiz, deverá atuar com imparcialidade. Normalmente ocorre quando não há acordo sobre o valor, ou quando existe litígio entre proprietários.

Quando a desapropriação ocorre por via judicial é originado novo processo perante o Poder Judiciário, sendo que nessa esfera o valor da indenização será apurado por perícia judicial, realizada por avaliador nomeado pelo juiz. Havendo outras pendências que versam sobre a titularidade do imóvel (quem é o real proprietário) serão também sanadas pelo Poder Judiciário.

11

Fluxograma Simplificado de Processo de Desapropriação

Secretaria Requerente Abre o processo, e remete a SEMOB/GAB com vista à SEMOB/GD

SEMOB / GD Identifica o real proprietário do imóvel, Solicita planta de situação e localização (Semob), e viabilidade técnica, laudo de avaliação (Copea), levantamento da situação jurídica do imóvel (Semfa) e Cartório de Registro

Geral de Imóveis, e anexa minuta do Decreto, documentos do proprietário e do imóvel, encaminha a SEMFA e COMAFO, após PGM para análise da Minuta de Decreto.

SEMFA Emite nota de reserva.

COMAFO Autoriza desembolso financeiro.

PGM Analisa minutas de Decreto

GAB / CH Publica Decreto e encaminha o processo já com o Decreto publicado à SEMOB/GD.

SEMOB / GD Convida desapropriado para negociar Desapropriação Amigável.

Houve aceitação no valor inicial da desapropriação?

Será por Via Judicial?

SEMOB / GD Negocia novo valor com o desapropriado,

solicita autorização do GAB / CH e remete para nova listagem.

SEMFA Emite nova listagem.

SEMOB / GD Para providências junto aos órgãos e/ou setores competentes, encaminhando ofício com cópias da Planta,

e Decreto para a Secretaria Requerente a fim de que seja feita demolição do imóvel, cercamento da área; Para Semfa para alteração do cadastro tributário imobiliário; para a Semad para arquivar documentos e zelar pelo patrimônio público.

PGM para providências necessárias

quanto ao ajuizamento.

sim não

sim

não

PGM Recebimento do cheque para pagamento ao desapropriado

SEMOB / GD Elabora Minuta de Escritura ou

Termo de Desapropriação Amigável

PGM Para análise do Termo ou

Minuta da Escritura

SEMFA Para emissão do Cheque

PGM para ingresso judicial e acompanhamento da

ação, até intimação da sentença.

12

1º Passo

Secretaria Requerente (SEME, SEMUS, SEHAB, SEDEC, etc.):

1. Abre processo nos termos do Decreto Municipal n. 10.064/97;

2. Encaminha para Gerência de Desapropriações para dar início aos procedimentos expropriatórios.

2º Passo

Gerência de Desapropriação (Fase de Instrução):

1. Solicita planta de situação e localização à topografia;

2. Identifica o real proprietário do imóvel, convocando o desapropriando para ciência da desapropriação, dirigindo-se ao local para fazer fotografia do imóvel, quando se faz necessário. Realiza pesquisas junto aos cartórios de registro geral de imóveis (RGI), cartórios de registro civil e notas, cemitérios públicos, arquivos públicos (Município, Estado e União), Gerência do Patrimônio da União (GRPU), Fazenda Nacional, Junta Comercial e Secretaria da Fazenda (IPTU) e outros;

3. Solicita estudo de viabilidade técnica do projeto;

4. Elaboração da minuta de decreto, obedecendo a técnica legislativa;

5. Solicita avaliação do imóvel com base no acórdão nº 041/2007 da PGM, à Comissão Permanente de Engenharia e Avaliações, conforme minuta de decreto e planta de situação e localização, definindo a situação jurídica do imóvel.

3º Passo

Após instrução do processo:

1. Dotação orçamentária, realizada na Secretaria de Fazenda;

2. Análise da minuta de decreto pela Procuradoria Geral do Município;

3. Gabinete do Prefeito (GABPREF/CH) para publicação do decreto.

4º Passo

Negociação entre as partes:

1. A Gerência de Desapropriações convoca o desapropriando para negociação, visando à composição amigável entre as partes;

2. Não havendo acordo quanto ao valor apurado no laudo de avaliação e houver interesse do desapropriando, o mesmo poderá apresentar contraproposta, que será encaminhada à Comissão Permanente de Engenharia e Avaliações para se manifestar;

3. Mantida a avaliação pela Comissão, quando o interesse público for relevante, o município poderá acatar a contraproposta, nos limites estabelecidos na Norma Brasileira ABNT NBR 14653-2, cujo percentual de acréscimo deverá ser atestado pelo Engenheiro Avaliador.

13

5º Passo

Havendo acordo entre as partes:

1. Lavra-se o contrato particular de desapropriação amigável (posse) ou escritura pública de desapropriação amigável (propriedade), com atualização de todas as certidões necessárias à lavratura da referida escritura;

2. Encaminhamento dos contratos ou escrituras públicas para análise da Procuradoria Geral do Município (PGM).

Não havendo acordo entre as partes:

1. O processo será encaminhado à PGM para as providências judiciais cabíveis originando novo processo, sendo objeto de estudo a seguir.

6º Passo

Fase de pagamento

1. Secretaria Municipal da Fazenda para emissão de cheque, descontando os débitos do imóvel;

2. Procuradoria Geral do Município para efetivo pagamento ou depósito em juízo;

3. O pagamento realizado após autorização do Secretário Solicitante, quando o mesmo se responsabiliza que o imóvel esteja livre e desembaraçado.

14

Fluxograma simplificado de processo de desapropriação judicial

Grandes problemas enfrentados pela PMV que impedem a conclusão administrativa

− Imóveis pertencentes a espólio; − Divergência na escritura/cadastro da Prefeitura; − Valores da indenização; − Morosidade da Justiça; − Invasões de áreas públicas.

Prefeitura de Vitória através da Procuradoria protocola valor da ação na justiça. E deposita ofertado em âmbito judicial

Juiz recebe a petição e determina a citação do expropriado.

Expropriado, por meio do seu advogado, protocola sua defesa.

Juiz nomeia um perito para avaliar o imóvel

Intima o perito para dizer se aceita o encargo, e caso positivo para apresentar as custas da perícia

GAB / CH Juiz intima o Município para depositar os honorários do perito, o que é realizado em seguida.

Perito protocola o laudo, informando qual é o valor do imóvel.

Sentença

PGM Complementação de valores a ser

efetuado pelo Município, emissão de alvará de levantamento de valores e de Mandado definitivo de Imissão na Posse

sim

não

Recurso para o Supremo tribunal Federal

SEMOB / GD Recurso para o Tribunal de Justiça

Recurso para o Superior Tribunal de Justiça

Município e munícipe se manifestam sobre o laudo pericial

Publicação de editais

15

6. PROJETO

Projeto é o conjunto de desenhos e documentos técnicos (memoriais, especificações, detalhes, planilhas, cálculos, etc) necessários à construção, fabricação ou montagem.

6.1. Diferença entre projeto de arquitetura e projetos complementares

O projeto de arquitetura define a forma, a função e a estética da edificação, trabalhando dentro do imóvel escolhido, o programa de necessidades apresentado em conformidade com as exigências da legislação vigente e técnicas construtivas. É o primeiro projeto a ser elaborado.

Os projetos complementares, como o próprio nome já diz, vem complementar o projeto de arquitetura, dando o devido suporte e apoio para que a obra possa ser planejada e executada com qualidade e economia. São todos os demais projetos necessários à execução da obra como: estrutura, fundação, elétrico, hidrossanitário, drenagem, telefônico, lógica, sonorização, proteção contra incêndio e pânico, contenção de encostas, acústica, paisagismo, climatização, pararraio, etc.

6.2. Etapas de projeto

− Estudo preliminar; − Anteprojeto / projeto legal / básico; − Executivo / detalhamento.

O estudo preliminar é o estudo da viabilidade de um programa e do partido arquitetônico a ser adotado para apreciação e aprovação pelo cliente. Pode servir à consulta prévia para aprovação em órgãos governamentais. Os documentos típicos produzidos são os seguintes: planta de situação, plantas baixas de cada pavimento, cortes, fachadas e memorial justificativo. Eventualmente poderão ser produzidos ainda perspectiva, maquete (estudo de volume), desenvolvimento através de texto ou desenhos, sumários de elementos isolados que sejam de interesse em casos especiais e análise preliminar de custo.

O anteprojeto é desenvolvido a partir do estudo preliminar e deverá abranger os seguintes aspectos: concepção, dimensionamento e caracterização dos pavimentos, contendo a definição de todos os ambientes, a volumetria do edifício e a definição do esquema estrutural e das instalações gerais.

O conjunto de definições será sempre orientado levando-se em consideração os seguintes aspectos: conforto ambiental (insolação, aeração, luminosidade e tratamento acústico), tecnológico (sistemas construtivos, resistência de durabilidade dos materiais), econômicos (relação mais adequada entre custos, benefícios, durabilidade e padrão desejado).

Tem como objetivo final a aferição e aprovação formal pelo contratante e proporcionar um conjunto de informações técnicas da edificação, necessárias a compatibilização dos projetos complementares ao projeto de arquitetura e suficientes à elaboração de estimativas de custos e de prazos dos serviços de obra.

Os documentos típicos produzidos são os seguintes: planta de situação, plantas baixas de cada pavimento, cobertura, cortes, fachadas, memorial justificativo abrangendo aspectos construtivos, discriminação técnica, especificação de materiais, quadro geral de acabamento (facultativo),

16

documentos para aprovação em órgãos públicos, lista preliminar de materiais. Eventualmente poderão ser produzidos ainda perspectivas, maquete e estimativa de custo.

O projeto executivo apresenta, de forma clara e organizada, todas as informações necessárias à execução da obra e todos os serviços inerentes. Os documentos típicos produzidos são os seguintes: planta de locação; plantas baixas de cada pavimento, cobertura, cortes, fachadas, detalhamento, discriminação técnica, quadro geral de acabamentos, especificações e lista de materiais, quadro geral de áreas, memoriais descritivos.

6.3. Legislação

− Plano Diretor Urbano – PDU – Lei 6705/2006, que define o zoneamento da cidade e os índices urbanísticos (taxa de ocupação, coeficiente de aproveitamento, gabarito, vagas de estacionamento, etc);

− Código Municipal de Obras – Lei 4821/1998 que define vãos de iluminação e ventilação, pé direito, área mínimas e de circulação, etc;

− Normas de Vigilância Sanitária – RDC 50/2002, que define a metragem mínima de cada ambiente, nº de sanitários, especificações de materiais de acabamento e revestimentos, recuos mais restritivos que o PDU, etc;

− Normas do Corpo de Bombeiros – NBR 9077/2001, que exige a instalação do sistema hidráulico preventivo, extintores, saídas de emergência, larguras de escadas, escapes, casa de gás, hidrantes, etc;

− Norma de Acessibilidade – NBR 9050/2004 e Decreto Lei 5296/2004, que exige o uso de rampas, elevador ou plataforma elevatória, WC para deficiente físico, piso de alerta, sinalização em Braille, calçada cidadã, etc;

− Lei Trabalhista - NR 24/1993, que exige áreas reservadas para funcionários, repouso, vestiários, refeitório, etc;

− Legislação Ambiental;

− Diretrizes específicas da educação (MEC, FNDE, SEME, etc);

− Outras.

6.4. Outros dados para desenvolvimento de projetos

− Levantamento topográfico; − Levantamento arquitetônico (no caso de reforma de edificações existentes); − Sondagem; − Projeto de contenção de encostas; − Projeto viário; − Outros.

6.5. Forma de elaboração de projeto

Os projetos podem ser elaborados com equipe técnica própria da PMV ou contratados total ou parcialmente, neste caso é necessário fazer a licitação dos mesmos.

17

6.6. Licitação de projetos

− Elaboração do Termo de Referência para contratação dos projetos que inclui escopo dos serviços a serem executados, cronograma e orçamento;

− Licitação; − Elaboração dos projetos executivos (prazo médio 6 meses); − Aprovação nos órgãos competentes; − Análise e fiscalização do serviço; − Recebimento final.

Do início da abertura do processo demandando uma obra, escolha do terreno, estudos, projetos e orçamento tem-se um prazo estimado de um ano, podendo levar mais tempo dependendo das ocorrências no decorrer do processo.

18

7. ORÇAMENTO

7.1. O que é orçamento Fazer um orçamento ou orçar é quantificar insumos, mão de obra e equipamentos necessários à realização de uma obra ou serviço bem como os respectivos custos e o tempo de duração da obra. O orçamento pode ser feito “por avaliação e estimativa” ou “por composição de custos unitários”. − Por avaliação e estimativa utiliza fontes de custo tais como CUB, SINAPI, Custo Unitário PINI, etc. − Por composição de custos unitários utiliza composições de custos, analisando e quantificando o

projeto da obra. A diferença está no grau de precisão desejado para o orçamento.

O orçamento é apresentado em forma de planilha orçamentária.

Planilha Orçamentária

Na planilha, são descritos todos os serviços necessários à realização da obra, unidade de medida, quantidade dos serviços, preço unitário de cada serviço, preço total de cada serviço e preço total da obra. Também e explicitado o BDI e os Encargos Sociais adotados para a obra e a data base a que se refere à obra.

É disposta de forma padronizada e feita com base nas fontes de composições de custo adotadas pelo Tribunal de Contas, ou na falta delas, desenvolvidas pela equipe técnica da Prefeitura de Vitória (fontes: Fundação Ceciliano Abel de Almeida, SCO – Prefeitura do Rio de Janeiro, TCPO – Editora PINI, etc.)

Composições de Custo Unitário

Os custos dos serviços são compostos considerando todos os materiais, equipamentos e mão de obra (com encargos sociais de 129,88%) necessários para execução dos serviços. São também acrescidos de um percentual de 35% referentes ao BDI adotado pela Prefeitura de Vitória.

Bonificação e Despesas Indiretas (BDI) é utilizado para remunerar o lucro da empresa executante da obra, os impostos incidentes e todas as despesas indiretas, tais como administração da obra (técnico, engenheiro, almoxarife, etc.), administração central (escritório central da construtora - parte relativa à

As obras públicas devem cumprir todos os aspectos legais, portanto, devem ser considerados todos os impostos e taxas

Para toda mão de obra deve ser considerada admissão com carteira assinada.

19

obra) e quaisquer outras despesas que não sejam as despesas diretas (material, mão de obra e equipamentos – inclusive energia e combustível).

Encargos Sociais

São as despesas com a mão de obra, alem do salário direto, tais como: previdência social, férias, descanso remunerado, feriados, fundo de garantia, etc.

O preço adotado para os insumos é obtido na cidade de Vitória ou postos na cidade de Vitória, com no mínimo 3 preços, e o valor da mão de obra é o da convenção coletiva da categoria em questão.

Os preços são classificados por Data Base, e durante o contrato, qualquer preço de serviço extra será feito com base na Data Base do contrato da obra.

Os reajustes de preços seguirão cláusula especifica do contrato.

7.2. Metodologia para elaboração de um orçamento

7.2.1. O primeiro passo será a analise dos projetos e seus memoriais descritivos

7.2.2. Em seguida, as identificações dos serviços e suas dimensões

Basicamente nesta etapa é que será dada a FORMA do orçamento. É bastante conhecido a conceito de que um bom orçamento se fundamenta num bom levantamento de quantidade.

É conveniente ressaltar que o detalhamento das quantificações dependerá do tipo de projeto, ou seja, as informações de quantidades serão proporcionais ao seu detalhamento.

Listamos as principais etapas da obra, a fim de orientar-nos de termos quantificado a maioria de seus elementos.

Assim para as obras da Prefeitura de Vitória as principais etapas são:

1. Serviços preliminares 2. Instalação do canteiro de obras 3. Movimento de terra 4. Estruturas 5. Paredes e painéis 6. Esquadrias de madeira 7. Esquadrias metálicas 8. Vidros 9. Cobertura 10. Impermeabilização 11. Tetos e forros 12. Revestimento de paredes internas e externas 13. Pisos internos e externos 14. Instalações hidrossanitárias 15. Instalações elétricas 16. Outras instalações 17. Aparelhos hidrossanitários

20

18. Aparelhos elétricos 19. Pintura 20. Serviços complementares externos 21. Serviços complementares internos 22. Apoio

Esta classificação inicial nos permitirá, a partir das leituras dos documentos, detalhar cada etapa em serviços conforme a indicação dos projetos.

Exemplificando, na etapa “Estrutura” iremos observar que teremos que levantar quantidades de pelo menos: serviços de forma, serviços de ferragem, serviços de concretagem ou concreto.

E assim para todas as etapas da obra.

7.2.3. Classificar os serviços segundo o nosso banco de dados e levantar as respectivas quantidades no projeto

Devem-se prever todas as demandas em função das características da obra, tais como:

− Trabalho em horários especiais − Mão de obra especializada − Utilização de materiais e equipamentos especiais − Dificuldade de acesso − Desmonte de rocha − Fundações especiais, etc.

7.2.4. Digitar a relação dos serviços e suas quantidades no sistema de orçamento de obras (este sistema gera a planilha da obra e totaliza todos os insumos que serão necessários, conforme as composições de custo)

7.2.5. Emitir suas listagens dos insumos para cotação de preços.

São cotados uma quantidade de insumos (insumos básicos) todos os meses, e para cada obra são cotados os insumos específicos, permitindo assim que todos os preços utilizados sejam atuais.

7.2.6. Após término da cotação é rodada a planilha orçamentária e feitas todas as conferências necessárias para emissão do relatório final.

21

8. LICITAÇÃO DA OBRA

8.1. O que é licitação

Licitação é o procedimento pelo qual a administração pública seleciona a proposta mais vantajosa, para a compra de bens, serviços e obras, devendo garantir princípios como:

− Observância das leis em vigor; − Tratamento igual a todos os interessados; − Impessoalidade nos critérios e decisões; − Conduta compatível com a moral e a ética; − Divulgação dos atos praticados em todas as etapas da licitação; − Julgamento de acordo com os critérios objetivos definidos no ato convocatório. O procedimento da licitação tem início com o planejamento e prossegue até a assinatura do contrato, dividindo-se em duas fases: 1) fase interna ou preparatória e 2) fase externa ou executória.

8.2. Fase interna ou preparatória A fase interna deve seguir as seguintes etapas:

a) Elaboração de projeto básico ou executivo; b) Justificativa e especificação do objeto; c) Aprovação pela autoridade competente; d) Estimativa do valor da contratação (elaboração do orçamento); e) Indicação dos recursos orçamentários para a despesa; f) Definição do tipo e da modalidade de licitação a serem adotados; g) Elaboração do edital. Tipos de licitação

Tipo de licitação é o critério de julgamento utilizado pela Administração para seleção da proposta mais vantajosa. Os mais utilizados são:

a) Menor preço: critério de seleção em que a proposta mais vantajosa para a Administração é a de menor preço.

b) Melhor técnica: critério de seleção em que a proposta mais vantajosa para a Administração é escolhida com base em fatores de ordem técnica.

c) Técnica e preço: critério de seleção em que a proposta mais vantajosa para a Administração é escolhida com base nas notas obtidas nas propostas de preço e de técnica.

Modalidades de licitação

Modalidade de licitação é a forma de conduzir o procedimento licitatório, a partir de critérios definidos por lei. As modalidades existentes são: leilão, concurso, concorrência, tomada de preços, convite e

22

pregão. O valor estimado para contratação de obras é o principal fator para escolha da modalidade de licitação. Neste caso, as mais usadas são:

a) Concorrência: nesta modalidade podem participar quaisquer interessados, desde que comprovem possuir a qualificação exigida no edital.

Usada para obras e serviços de engenharia acima de R$ 1.500.000,00

b) Tomada de Preços: realizada entre interessados cadastrados ou que se cadastrarem até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, desde que atendam à qualificação exigida.

Usada para obras e serviços de engenharia acima de R$ 150.000,00 até R$ 1.500.000,00

c) Convite: realizada entre interessados do ramo de que trata o objeto da licitação, escolhidos e convidados em número de três pela Administração.

Usada para obras e serviços de engenharia acima de R$ 15.000,00 até R$ 150.000,00

8.3. Fase externa ou executória A fase externa segue as seguintes etapas: a) Publicação do edital; b) Fase de habilitação; c) Fase de recursos; d) Fase de classificação das propostas; e) Fase de recursos; f) Homologação; g) Adjudicação; h) Assinatura e publicação do contrato.

Publicação do edital

O edital tem por finalidade fixar as condições necessárias à participação dos licitantes, ao desenvolvimento da licitação e à futura contratação. No edital devem constar prazos, instruções relativas a recursos e impugnações, informações pertinentes ao objeto e aos procedimentos, além de outras que se façam necessárias à realização da licitação. O edital deve ser previamente analisado e aprovado pela assessoria jurídica da Prefeitura (Procuradoria Geral do Município – PGM).

O edital poderá ser impugnado quando apresentar exigências em desacordo com a lei ou desnecessárias ao objeto em licitação.

O prazo de divulgação da licitação depende da modalidade que venha a ser adotada e será de no mínimo:

Concorrência

− 45 dias: para obras mais complexas; − 30 dias: para os demais casos.

Tomada de preço

− 30 dias: no caso de licitação do tipo melhor técnica ou técnica e preço; − 15 dias: para os demais casos.

Convite

− 5 dias úteis: em todos os casos

23

Fase de habilitação

Após publicação do aviso do edital ou entrega do convite, o licitante deve apresentar aos responsáveis pela licitação, no dia, horário e local fixados, sua documentação de habilitação e sua proposta técnica e/ou de preço, em envelopes separados e fechados.

O licitante que deixar de fornecer, no envelope de habilitação, quaisquer dos documentos exigidos, ou apresentá-los em desacordo com o estabelecido no edital ou com irregularidade será considerado inabilitado, impossibilitando-o de continuar participando da licitação.

Para a habilitação nas licitações públicas será exigida dos licitantes a seguinte documentação:

− Habilitação jurídica; − Regularidade fiscal; − Qualificação técnica; − Qualificação econômico-financeira.

Fase de recursos

Após a divulgação do resultado da habilitação na imprensa oficial ou por comunicação direta a todos os licitantes, deve-se aguardar prazo para recursos, que será de cinco dias úteis para concorrência e tomada de preços e de dois dias úteis para convite.

Havendo recurso, o mesmo deve ser comunicado aos demais licitantes que poderão impugná-lo, nos seguintes prazos: cinco dias úteis para concorrência e tomada de preços e dois dias úteis para convite.

A autoridade competente terá o mesmo prazo para o julgamento do recurso.

Fase de classificação das propostas

Concluída a fase de habilitação, serão abertos os envelopes que contenham as propostas de preço dos licitantes previamente habilitados, desde que transcorrido o prazo de recurso ou tenha havido desistência expressa dele, ou após terem sido julgados improcedentes os recursos interpostos.

A abertura do envelope com a proposta técnica e/ou de preço só poderá ser feita após a conclusão da fase de habilitação que é a análise se os documentos apresentados pelos licitantes estão de acordo com o solicitado no edital.

Serão desclassificadas as propostas que:

− Não atenderem às exigências contidas na licitação; − Apresentarem preços excessivos ou com valor global superior ao limite estabelecido ou com

preços inexeqüíveis.

Durante o julgamento das propostas, a comissão julgadora deve levar em conta comente critérios e fatores objetivos previamente estabelecidos no edital. Fase de recursos Os prazos nesta fase de recurso são os mesmos da anterior.

24

Homologação Homologação é o ato pelo qual é reconhecida a validade do procedimento licitatório, declarando-se que o mesmo transcorreu de acordo com a legalidade. Adjudicação Adjudicação é o ato pelo qual a Administração entrega ao licitante vencedor a execução do objeto da licitação. Assinatura e publicação do contrato

Após deliberação da autoridade competente quanto à homologação e adjudicação do objeto da licitação é celebrado o contrato administrativo para realização da obra.

O contrato deve estabelecer com clareza e precisão as condições para sua execução, expressas em cláusulas que definam os direitos, obrigações e responsabilidades das partes, em conformidade com os termos da licitação.

A assinatura e publicação do contrato somente poderão ser feitas após reserva de recurso suficiente para cobrir a despesa, através da “nota de empenho” que é o documento que cria para Prefeitura obrigação de pagamento em favor do contratado.

25

9. EXECUÇÃO DA OBRA

Assinado o contrato, dada a Ordem de Serviço e de posse de todos os projetos e planilha orçamentária, a empresa contratada tem oito dias para se planejar e efetivamente iniciar a obra.

Etapas da Obra − Execução de tapume e instalação do canteiro de obras; − Fundação; − Estrutura; − Alvenaria; − Cobertura; − Instalações hidrossanitárias e elétricas; − Revestimentos; − Acabamentos; − Pintura; − Finalização.

9.1. Fiscalização da Obra

A Prefeitura deve manter, desde o início dos serviços até o seu recebimento definitivo, profissional ou equipe de fiscalização para acompanhar e verificar o cumprimento das disposições contratuais, técnicas e administrativas.

Cabe à fiscalização, dentre outras, as seguintes atribuições:

− Verificar se estão sendo colocados à disposição dos trabalhos as instalações, equipamentos e equipe técnica previstos na proposta e no contrato de execução dos serviços;

− Aprovar materiais similares propostos pelo contratado, avaliando o atendimento à composição, qualidade, garantia e desempenho requeridos pelas especificações técnicas;

− Exercer rigoroso controle sobre o cronograma de execução dos serviços;

− Verificar e aprovar eventuais acréscimos ou supressões de serviços ou materiais necessários ao perfeito cumprimento do objeto do contrato;

− Verificar e atestar as medições dos serviços, bem como conferir e encaminhar para pagamento as faturas emitidas pelo contratado.

9.2. Pagamento

O pagamento é feito através de medições mensais, após os serviços executados e aprovados pela fiscalização, respeitada a rigorosa correspondência com o projeto e as modificações expressa e previamente aprovadas pelo contratante.

A medição de serviços e obras será baseada em relatórios periódicos elaborados pelo contratado, registrando os levantamentos, cálculos e gráficos necessários à discriminação e determinação das quantidades dos serviços efetivamente executados.

26

A discriminação e quantificação dos serviços e obras considerados na medição deverão respeitar rigorosamente as planilhas de orçamento anexas ao contrato, inclusive critérios de medição e pagamento.

9.3. Aditivos

Por mais que seja estimado antes do início da obra, podem ocorrer imprevistos durante sua execução. Neste caso, para inclusão de serviços novos, a lei permite que seja feito aditivos até o valor de 25%, para obras novas e 50%, para reformas.

Aditivos de prazo também podem ser feitos, desde que devidamente justificados.

9.4. Replanilhamento

A lei também permite, caso seja necessário, um remanejamento dos quantitativos de serviços previstos na planilha orçamentária para adequação de outros itens, desde que não haja acréscimo de valor.

9.5. Prazos

O prazo de uma obra depende do seu porte. Isto é determinado por um cronograma físico financeiro quando da elaboração do orçamento.

9.6. Rescisão de Contrato

Pode ocorrer por vários motivos. Os principais são:

− A empresa contratada não atender ou cumprir direito o contrato; − A empresa falir ou desistir de fazer a obra.

Nestes casos a Prefeitura poderá rescindir o contrato e aplicar as penalidades previstas na lei.

9.7. Entrega da Obra

Após a finalização da obra, uma comissão formada por 3 engenheiros ou arquitetos, faz uma vistoria na obra para verificar se a mesma foi executada conforme projetos, especificações, planilha e de acordo com as normas técnicas e padrão de qualidade exigido. Só após isso e corrigidas as imperfeições apontadas, a obra poderá ser considerada entregue.

27

10. GLOSSÁRIO

Adjudicação - ato administrativo posterior à homologação, por meio do qual a autoridade competente, após verificada a legalidade da licitação e a permanência do interesse público na contratação, atribui ao licitante vencedor o objeto da licitação.

ART - Significa Anotação de Responsabilidade Técnica. É o registro que se faz, no conselho regional de engenharia, arquitetura e agronomia (CREA) local, previamente à execução de quaisquer serviços de engenharia, tais como projetos, perícias, avaliações, consultorias, sondagens e a execução da obra propriamente dita. É ela que vincula o engenheiro responsável-técnico ao trabalho por ele prestado, pelo qual passa a responder na eventualidade de que algum erro técnico seja detectado. Uma das vias da art deve, obrigatoriamente, permanecer no local da construção, à disposição da fiscalização do CREA, e deve conter o nome e número de registro de todos os responsáveis pelas etapas individuais da obra (sondagem, projetos, construção etc.).

“As built” (como construído) - catálogo de projetos elaborado pela executora da obra, durante a construção ou reforma, que retrate a forma exata de como foi construído ou reformado o objeto contratado. Sua elaboração deve ser prevista expressamente no edital de licitação, fazendo parte, inclusive, do orçamento da obra.

Auditoria - atividade que envolve o exame analítico e pericial que segue o desenvolvimento das operações técnicas desde o início até a conclusão.

BDI - Significa bonificação (ou benefícios) e despesas indiretas. É um percentual que, aplicado sobre o custo da obra, eleva-o ao preço final dos serviços, e seu valor deve ser avaliado para cada caso específico, dado que seus componentes sofrem diversas variações em função do local, tipo de obra e sua própria composição. Este percentual tanto pode ser inserido na composição dos custos unitários, como pode ser aplicada diretamente no final do orçamento, sobre o custo total. O preço total de execução do empreendimento é, pois, igual ao custo da obra mais a taxa de BDI. Os percentuais variam entre 20% e 40%.

Caderno de encargos - Parte integrante do projeto básico, que tem por objetivo definir detalhadamente o objeto da licitação e do correspondente contrato, bem como estabelecer requisitos, condições e diretrizes técnicas e administrativas para a sua execução. Em linhas gerais, o caderno de encargos contém o detalhamento do método executivo de cada serviço, vinculando o contratado. Cabe à fiscalização acompanhar a execução dos serviços conforme descritos no caderno de encargos.

Composição de custo unitário de serviço - a Composição de Custo Unitário define o valor financeiro a ser despendido na execução do respectivo serviço e é elaborada com base em coeficientes de produtividade, de consumo e aproveitamento de insumos e seus preços coletados no mercado, devendo conter, no mínimo: Discriminação de cada insumo, unidade de medida, sua incidência na realização do serviço, preço unitário e custo parcial; Custo unitário total do serviço, representado pela soma dos custos parciais de cada insumo. Para o caso de se utilizarem Composições de Custos de entidades especializadas, a fonte de consulta deverá ser explicitada.

28

Cronograma físico-financeiro - representação gráfica do desenvolvimento dos serviços a serem executados ao longo do tempo de duração da obra demonstrando, em cada período, o percentual físico a ser executado e o respectivo valor financeiro despendido.

CUB - significa custo unitário básico e indica o custo por metro quadrado de uma edificação de acordo com algumas características (número de pavimentos e padrão de acabamento) e conforme uma cesta básica de insumos, cujos preços são pesquisados a cada mês. Sua metodologia de cálculo está definida na norma NBR 12.721 da ABNT (antiga NB 140) e é publicado mensalmente pelo sindicato da indústria da construção – Sinduscon de cada estado, por força da Lei n° 4.591/64. Trata-se de custo básico. Não é considerado, em sua composição, uma série de itens de custo presentes na maioria das obras, tais como, fundações especiais, elevadores e instalações especiais (água quente, ar condicionado e outras). Portanto, para se fazer a estimativa de custo de determinada obra a partir do cub, é imprescindível acrescentar as parcelas relativas aos diversos itens que dela fazem parte e que não estão contempladas na composição do CUB definido pelo SINDUSCON.

Custo-benefício - é a relação que visa avaliar o benefício a ser proporcionado por um empreendimento em função de seu custo e dos recursos financeiros disponíveis.

EIA/RIMA - o Estudo de Impacto Ambiental (ElA) e o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) são estudos distintos. O estudo é de maior abrangência que o relatório e o engloba em si mesmo. O estudo de impacto ambiental compreende o levantamento da literatura científica e legal pertinente, trabalhos de campo, análises de laboratório e a própria redação do relatório. Já o relatório de impacto ambiental transmite por escrito, as atividades totais do estudo de impacto ambiental.

Especificações - parte integrante dos projetos, que estabelece detalhadamente as características dos materiais e equipamentos necessários e suficientes ao desempenho técnico requerido nos projetos. As especificações devem ser redigidas de acordo com os seguintes critérios: serem justas, serem breves, usarem linguagem simples e clara, serem dirigidas ao executante, servirem como texto de referência, evitarem expressões como "ou similar", especificarem materiais padronizados sempre que possível, não especificarem o que não se pretende exigir e incluírem todos os serviços a executar. Em determinados casos (obras de menor vulto), as especificações técnicas podem também descrever o método executivo de cada serviço, englobando dessa forma o caderno de encargos. Texto no qual se fixam todas as regras e condições que se deve seguir para a execução da obra ou serviço de engenharia, caracterizando individualmente os materiais, equipamentos, elementos componentes, sistemas construtivos a serem aplicados e o modo como serão executados cada um dos serviços apontando, também, os critérios para a sua medição.

Estudos ambientais - são estudos relativos a aspectos ambientais relacionados com a localização, instalação, operação e ampliação de uma atividade ou empreendimento, apresentado como subsídio para análise da licença requerida, tais como: relatório ambiental, plano e projeto de controle ambiental, relatório ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de recuperação de área degradada e análise preliminar de risco (inciso III do art. 1º da Resolução CONAMA nº 237/97).

Estudo de Viabilidade Técnica - atividade que envolve simultaneamente o levantamento, a coleta, a observação, o tratamento e a análise de dados de natureza técnica, necessários a execução da obra ou serviço, ou o desenvolvimento de métodos ou processos de produção e a determinação da viabilidade técnico-econômica.

Fiscalização - atividade que envolve o controle e a inspeção sistemática da obra ou serviço, com a finalidade de examinar se sua execução obedece às especificações e prazos estabelecidos e/ou ao projeto. Não se confunde, nem substitui a execução.

29

Homologação - ato administrativo em que a autoridade superior reconhece a legalidade do procedimento licitatório. Por meio desse ato, a autoridade superior reconhece válido e legal todo o certame, o que implica afirmar que não há nenhum óbice à contratação.

Laudo - atividade que consiste em elaborar uma peça escrita, fundamentada, na qual o profissional expõe as observações e estudos efetuados, bem como as respectivas conclusões.

Licenciamento ambiental - Ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia ou estabelece condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica para localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso (inciso i do art. 1° da resolução CONAMA n° 237/97).

Licença Prévia (LP ou LAP) - concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação.

Licença de Instalação (LI ou LAI) - autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante.

Licença de Operação (LO ou LAO) - autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operação.

Memorial Descritivo - descrição detalhada do objeto projetado, na forma de texto, onde são apresentadas as soluções técnicas adotadas, bem como suas justificativas, necessárias ao pleno entendimento do projeto, complementando as informações contidas nos desenhos referenciados no item 5.1.

Obra - toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação, realizada por execução direta ou indireta (LLC, art. 6.º).

Obra pública - é aquela que se destina a atender os interesses gerais da comunidade, contratada por órgão ou entidade pública da Administração Direta ou Indireta, Federal, Estadual ou Municipal, executada sob sua responsabilidade ou delegada, custeada com recursos públicos compreendendo a construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação de um bem público. A Obra que não preencher esses requisitos, mesmo quando custeada com recursos públicos, não se caracteriza, necessariamente, como “obra pública”. É o caso evidente, de projetos industriais ou agrícolas de propriedade de particulares ainda que financiados com recursos públicos, mediante empréstimos ou incentivos, não adquirem, por esse fato, o caráter de “obra pública”.

Orçamento - avaliação do custo total da obra tendo como base preços dos insumos praticados no mercado ou valores de referência e levantamentos de quantidades de materiais e serviços obtidos a partir do conteúdo dos elementos descritos nos projetos, memoriais e especificações, sendo inadmissíveis apropriações genéricas ou imprecisas, bem como a inclusão de materiais e serviços sem previsão de quantidades. O Orçamento deverá ser lastreado em composições de custos unitários e expresso em planilhas de custos e serviços, referenciadas à data de sua elaboração. O valor do BDI considerado para compor o preço total deverá ser explicitado no orçamento.

30

Perícia - atividade que envolve a pesquisa, o exame, a verificação, acerca da verdade ou da realidade de certos fatos que dependa da habilidade técnica e de conhecimento técnico.

Planejamento - atividade que envolve a formulação sistematizada de um conjunto de decisões integrantes, expressa em objetivos e metas e que explicita os meios disponíveis e/ou necessários para alcançá-los, num dado prazo.

Planilha de Custos e Serviços - a Planilha de Custos e Serviços sintetiza o orçamento e deve conter, no mínimo: Discriminação de cada serviço, unidade de medida, quantidade, custo unitário e custo parcial; Custo total orçado, representado pela soma dos custos parciais de cada serviço e/ou material; Nome completo do responsável técnico, seu número de registro no CREA e assinatura.

Plano - conjunto de métodos e medidas para a execução de um empreendimento, é um documento que encerra um conjunto de ações governamentais a serem adotadas, visando determinado objetivo; em sentido amplo, é toda programação. É comum ser confundido com “planta” ou “projeto” mas não deve ser usado como terminologia específica das construções. O termo é próprio para designar “Plano Diretor”, Plano Viário”, Plano de Loteamento”, etc.

Projeto Básico – é o conjunto de desenhos, memoriais descritivos, especificações técnicas, orçamento, cronograma e demais elementos técnicos necessários e suficientes à precisa caracterização da obra a ser executado, atendendo às Normas Técnicas e à legislação vigente, elaborado com base em estudos anteriores que assegurem a viabilidade e o adequado tratamento ambiental do empreendimento. Deve estabelecer com precisão, através de seus elementos constitutivos, todas as características, dimensões, especificações, e as quantidades de serviços e de materiais, custos e tempo necessários para execução da obra, de forma a evitar alterações e adequações durante a elaboração do projeto executivo e realização das obras. Todos os elementos que compõem o Projeto Básico devem ser elaborados por profissional legalmente habilitado, sendo indispensável o registro da respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica, identificação do autor e sua assinatura em cada uma das peças gráficas e documentos produzidos.

Serviço - toda atividade destinada a obter determinada utilidade de interesse para a Administração, tais como: demolição, conserto, instalação, montagem, operação, conservação, reparação, adaptação, manutenção, transporte, locação de bens, publicidade, seguro ou trabalhos técnico-profissionais.

Supervisão - atividade de acompanhar, analisar e avaliar, de plano superior, o desempenho dos responsáveis pela execução de programas, projetos ou serviços.

Vistoria - atividade que envolve a constatação de um fato, mediante exame circunstanciado e descrição minuciosa dos elementos que o constituem, sem a indagação das causas que o motivaram.

31

11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Lei n. 8.666 de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição

Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil]: Brasília, DF, 22/06/93.

BRASIL. Tribunal de Contas da União. Licitações e contratos: orientações básicas. 3. ed. Revista, atualizada e ampliada. Brasília: TCU, Secretaria de Controle Interno, 2006, 409 p.

BRASIL. Tribunal de Contas da União. Obras públicas: recomendações básicas para contratação e fiscalização de obras públicas. Brasília: TCU, SECOB, 2002, 92p.

32

Prefeitura Municipal de Vitória Secretaria de Gestão Estratégica

Gerência de Orçamento Participativo

Av. Mal. Mascarenhas de Moraes, 1927, Bento Ferreira, Cep 29052-121, Vitória-ES Telefones: 3382-6084 / 6103

www.vitoria.es.gov.br