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SIMP.TCC/Sem.IC. 2018(13); 1109-1127 FACULDADE ICESP / ISSN: 2595-4210 1109 CURSO DE DIREITO OS EFEITOS DA CONSTELAÇÃO FAMILIAR COMO SOLUÇÃO DA ALIENAÇÃO PARENTAL. THE EFFECTS OF FAMILY CONSTELLATION AS A SOLUTION OF PARENTAL ALIENATION. Renata Souza Mensales Benigna Araújo Teixeira Maia Resumo: O presente artigo tem o objetivo analisar os efeitos da constelação como resolução da alienação parental, bem como as técnicas da constelação como meio de resolução de conflitos familiares e sua aplicação no judiciário para resolução nas demandas que envolvem a família nos casos de alienação parental. Como objetivo geral desta pesquisa busca-se demonstrar a possibilidade da aplicação do instrumento de Constelação Familiar como um meio alternativo de resolução de conflitos. O Novo Código de Processo Civil traz importantes incentivos à aplicação de métodos alternativos de resolução de conflitos, os quais são imprescindíveis para o adequado tratamento do conflito. Palavras-chave: Constelação; Alienação Parental; Resolução de Conflitos. Abstract: This article aims to analyze the effects of the constellation as a resolution of parental alienation, as well as the techniques of the constellation as a means of resolving family conflicts and its application in the judiciary to resolve the demands that involve the family in cases of parental alienation. The objective of this research is to demonstrate the possibility of applying the Family Constellation instrument as an alternative means of conflict resolution. The New Code of Civil Procedure provides important incentives for the application of alternative methods of conflict resolution, which are essential for the proper treatment of conflict. Keywords: Constellation; Parental Alienation; Conflict resolution. Sumario: 1. Introdução. 2. Breve histórico do direito das famílias. 2.1. Princípios do direito de família. 2.1.1. Princípio da proteção da dignidade da pessoa humana 2.1.2 Princípio do melhor interesse da criança 2.1.3 Princípio da afetividade 3. Alienação parental. 3.1 Síndrome da alienação parental 3.2. Diferença entre alienação parental e Síndrome da alienação parental .3.3. Formas e atos da alienação parental. 3.4. Características do genitor alienante 3.5. Consequências para a criança alienada. 4. Métodos alternativos de resolução de conflitos. 4.1. Conciliação e mediação. 4.2. Arbitragem. 4.3. Constelação familiar. 4.3.1 Aplicação das constelações familiares no poder judiciário brasileiro em demandas referentes ao direito de família. 5. Os efeitos da constelação familiar como solução da alienação parental. 5.1. Aspectos processuais e dificuldade de produzir provas. 5.2. O desenvolvimento da técnica das constelações familiares na resolução de conflitos. 5.3. Dos efeitos da constelação. Considerações finais. Referências. EMAIL: [email protected] Introdução O ser humano, tal qual a sociedade em que vive, está em constante evolução. Nos últimos anos vimos a instituição familiar dar grandes saltos em direção ao futuro: tivemos o reconhecimento da separação, do divórcio, o reconhecimento da união entre pessoas de mesmo sexo, o reconhecimento da união estável e até mesmo o bem recente, e ainda pouco estudado, contrato de namoro. Com o termino do relacionamento entre os casais e existindo filhos menores envolvidos agrava-se o problema, por conta da disputa entre os genitores pela criança ou adolescente, fruto da relação. O menor acaba sendo submetido à alienação parental, onde seus pais passam a interferir nos pensamentos, sentimentos e decisões dos filhos, fazendo com os vínculos saudáveis entre os entes familiares sejam abalados e destruídos, sem que haja motivo para essa condição. Diante disso, é possível que os efeitos do processo da constelação familiar solucionem os casos de alienação parental? Como citar esse artigo: Mesales RS, Maia BAT. Os efeitos da constelação familiar como solução da alienação parental. Anais do 13 Simpósio de TCC e 6 Seminário de IC da Faculdade ICESP. 2018(13); 1109- 1127

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SIMP.TCC/Sem.IC. 2018(13); 1109-1127 FACULDADE ICESP / ISSN: 2595-4210

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CURSO DE DIREITO OS EFEITOS DA CONSTELAÇÃO FAMILIAR COMO SOLUÇÃO DA ALIENAÇÃO PARENTAL. THE EFFECTS OF FAMILY CONSTELLATION AS A SOLUTION OF PARENTAL ALIENATION.

Renata Souza Mensales

Benigna Araújo Teixeira Maia

Resumo: O presente artigo tem o objetivo analisar os efeitos da constelação como resolução da alienação parental, bem como as técnicas da constelação como meio de resolução de conflitos familiares e sua aplicação no judiciário para resolução nas demandas que envolvem a família nos casos de alienação parental. Como objetivo geral desta pesquisa busca-se demonstrar a possibilidade da aplicação do instrumento de Constelação Familiar como um meio alternativo de resolução de conflitos. O Novo Código de Processo Civil traz importantes incentivos à aplicação de métodos alternativos de resolução de conflitos, os quais são imprescindíveis para o adequado tratamento do conflito. Palavras-chave: Constelação; Alienação Parental; Resolução de Conflitos. Abstract: This article aims to analyze the effects of the constellation as a resolution of parental alienation, as well as the techniques of the constellation as a means of resolving family conflicts and its application in the judiciary to resolve the demands that involve the family in cases of parental alienation. The objective of this research is to demonstrate the possibility of applying the Family Constellation instrument as an alternative means of conflict resolution. The New Code of Civil Procedure provides important incentives for the application of alternative methods of conflict resolution, which are essential for the proper treatment of conflict. Keywords: Constellation; Parental Alienation; Conflict resolution. Sumario: 1. Introdução. 2. Breve histórico do direito das famílias. 2.1. Princípios do direito de família. 2.1.1. Princípio da proteção da dignidade da pessoa humana 2.1.2 Princípio do melhor interesse da criança 2.1.3 Princípio da afetividade 3. Alienação parental. 3.1 Síndrome da alienação parental 3.2. Diferença entre alienação parental e Síndrome da alienação parental .3.3. Formas e atos da alienação parental. 3.4. Características do genitor alienante 3.5. Consequências para a criança alienada. 4. Métodos alternativos de resolução de conflitos. 4.1. Conciliação e mediação. 4.2. Arbitragem. 4.3. Constelação familiar. 4.3.1 Aplicação das constelações familiares no poder judiciário brasileiro em demandas referentes ao direito de família. 5. Os efeitos da constelação familiar como solução da alienação parental. 5.1. Aspectos processuais e dificuldade de produzir provas. 5.2. O desenvolvimento da técnica das constelações familiares na resolução de conflitos. 5.3. Dos efeitos da constelação. Considerações finais. Referências.

EMAIL: [email protected]

Introdução O ser humano, tal qual a sociedade em

que vive, está em constante evolução. Nos últimos anos vimos a instituição familiar dar grandes saltos em direção ao futuro: tivemos o reconhecimento da separação, do divórcio, o reconhecimento da união entre pessoas de mesmo sexo, o reconhecimento da união estável e até mesmo o bem recente, e ainda pouco estudado, contrato de namoro.

Com o termino do relacionamento entre os casais e existindo filhos menores

envolvidos agrava-se o problema, por conta da disputa entre os genitores pela criança ou adolescente, fruto da relação. O menor acaba sendo submetido à alienação parental, onde seus pais passam a interferir nos pensamentos, sentimentos e decisões dos filhos, fazendo com os vínculos saudáveis entre os entes familiares sejam abalados e destruídos, sem que haja motivo para essa condição.

Diante disso, é possível que os efeitos do processo da constelação familiar solucionem os casos de alienação parental?

Como citar esse artigo:

Mesales RS, Maia BAT. Os efeitos da constelação familiar como solução da

alienação parental. Anais do 13 Simpósio de TCC e 6 Seminário de IC da

Faculdade ICESP. 2018(13); 1109- 1127

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Com todos os assuntos que permeiam o Direito das Famílias, não é de se achar diferente que haja maior busca em maneiras de solucionar os diversos conflitos que surgem no campo. A justiça tem que evoluir tal qual a humanidade para que esteja apta a solucionar as controvérsias que surgem, caso contrário, estaríamos à beira do caos.

A busca por soluções para as demandas que chegam ao judiciário é diversa. Antes de haver realmente litígio entre as partes e o mesmo ser decidido por um terceiro, existe a possibilidade de tentar conciliar as partes para que ambas cheguem a um denominador comum dentro do conflito. E mesmo após o início de um processo, ainda temos a possibilidade da controvérsia ser esclarecida entre as partes através de um mediador.

A Constelação Familiar está no rol de métodos de autocomposição existentes e tem ganhado força, pois tem como norte a humanização do processo. Aplicado antes da audiência de conciliação e somente em casos específicos, escolhidos através de triagem, o método busca fazer com que os litigantes vejam o que está causando a desavença e qual o seu papel dentro da situação. É um método um tanto quanto novo e que mostra que o judiciário precisa estar aberto a inovações que ajudem nas soluções dos problemas que a sociedade tem, que as pessoas têm.

Ela também tem como norteador a solução mais profunda das situações litigantes, já que busca fazer com que as partes tenham a percepção daquilo que causa problemas e desencadeia atitudes que levam a pessoa a estar em litígio com outras, pois muitas vezes é a uma tendência de comportamento, tal qual como casais que mesmo se separando, voltam a se casar com outras pessoas e por motivos semelhantes acabam se separando novamente. Ou seja, ela busca não só solucionar os problemas existentes entre as partes, mas sim, ajudar

1 CASTRO, Adriana Mendes Oliveira de. A família, a sociedade e o direito. In: ELESBÃO, Elsita Collor (coord.). Pessoa, gênero e família: uma visão

para com que as mesmas reflitam sobre o que acontece nas suas vidas e como não ter comportamentos que levem a problemas futuros.

Como método de conciliação, novamente voltamos os olhos para a atuação principal dos litigantes em busca de uma solução razoável para a sua controvérsia. Ou seja, as pessoas que se envolveram no litígio têm a oportunidade de resolvê-lo com a ajuda de um terceiro (ou quarto, ou quinto, já que a Constelação não tem número pré-definido de agentes) que os abre para a reflexão. O que para a sociedade é uma situação que vai além da simples resolução do conflito em si, ela é uma oportunidade de aprendizado para os que ali estão envolvidos. E a aprendizagem é sempre importante para a sociedade, pois é através dela que temos a prevenção de situações-problemas e, talvez, por falta dela estejamos em uma situação um tanto quanto caótica a nível de crimes, controvérsias, entre outros, o que só aumenta o número de processos fazendo com que o judiciário esteja com excesso de causas que poderiam ser prevenidas.

2. BREVE HISTÓRICO DO DIREITO DAS FAMÍLIAS

O Direito de Família tem mostrado um grande processo evolutivo conforme o passar dos anos. Castro nos mostra que "o conceito de família tem sofrido variações, e a configuração da estrutura familiar tem se modificado, acompanhando a evolução da realidade social". 1

Se analisarmos, podemos inferir que aconteça em todas as situações que envolvam pessoas, já que estamos em constante desenvolvimento. Sendo essa a realidade que se apresenta a sociedade, em que “a compreensão do que realmente seja o fenômeno jurídico não deve partir da visão do direito como simples conjunto de normas ou como determinado procedimento

integrada do direito. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2002, p.15.

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de solução de conflitos de interesses, mas também da certeza de ser ele produto de uma realidade complexa e dinâmica, que é a vida em sociedade, com seus problemas e controvérsias.”2

Pereira define família de uma forma diversificada, sendo vista no sentido genérico e biológico que descendem de tronco ancestral, sendo esta acrescentada no plano geral: cônjuges, filhos, irmãos, cunhados, noras e genros. Ao conceituar a “família”, destaque-se a diversificação. Em sentido genérico e biológico, considera-se família o conjunto de pessoas que descendem de troncancestral comum. Ainda neste plano geral, acrescenta-se o cônjuge, aditam-se os filhos do cônjuge (enteados), os cônjuges dos filhos (genros e noras), os cônjuges dos irmãos e os irmãos do cônjuge (cunhados).3

Narder abrange família como uma instituição social, solidária e de tronco comum, que também pode ser formada por outras entidades a qual se desenvolvem entre si, que podem ser formadas pelo casamento, existindo assim a grande e pequena família, constituídas pelo pai, mãe e filhos. Família é uma instituição social, composta por mais de uma pessoa física, que se irmanam no propósito de desenvolver, entre si, a solidariedade nos planos assistencial e da convivência ou simplesmente descendem uma da outra ou de um tronco comum. Ao lado da grande-família, formada pelo conjunto de relações geradas pelo casamento, ou por outras entidades familiares, existe a pequena-família, configurada pelo pai, mãe e filhos.4

Calderón em sua dissertação de mestrado, traz o panorama familiar brasileiro reconhecido nos dias atuais como uniões livres, vinculados apenas pelos laços 2 AMARAL, Francisco. Direito civil: introdução. 7. ed. rev., atual. e aum. Rio de Janeiro: Renovar, p. 2. 3 PEREIRA, Caio Mário da Silva, Instituições de

direito civil – Vol. V / Atual. Tânia da Silva Pereira. – 25. ed. rev., atual. E ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2017, p. 49. 4 NADER, Paulo, Curso de direito civil, v. 5: direito de família / Paulo Nader. – Rio de Janeiro: Forense, 2016, p.40.

afetivos com liberdade e igualdade os quais alteraram o quadro de estabilidade, sendo este vínculo o objeto de análise constante. Um vasto mosaico de entidades familiares foi reconhecido, uniões livres (homo e heteroafetivas) e parentescos vincados apenas por laços afetivos passaram a ser vistos com maior dignidade. A igualdade e a liberdade foram gradativamente conferidas aos relacionamentos e alteraram o quadro de estabilidade anterior, uma vez que a qualidade dos vínculos passou a ser objeto de análise constante. Essas consequências acabaram por gerar diversas uniões, separações, novas uniões em um quadro de combinações e recombinações sem precedentes. A instabilidade alcançou os relacionamentos familiares, outrora tidos como exemplos de segurança e de estabilidade.5

Thomé reconhece que "a família exerce um papel fundamental na formação da personalidade de seus integrantes"6e vai além na reflexão de que "a família brasileira está em constante transformação, e o ser humano, elemento fundante da família, está sempre na busca da felicidade, de seu bem-estar, e esta busca exige permanente movimento”7. Tornando-se fundamental entender que esta é uma questão que estará sempre sendo modificada, aperfeiçoada, assim como as pessoas e conseguintemente a família.

Gagliano e Filho conceituam família como um elemento de felicidade onde podem ser vivenciadas várias formas de sentimentos ao mesmo tempo, sejam eles bons ou ruins. A família é, sem sombra de dúvida, o elemento propulsor de nossas maiores felicidades e, ao mesmo tempo, é na sua ambiência em que vivenciamos as nossas maiores angústias, frustrações, traumas e medos. Muitos dos

5 CALDERÓN, Ricardo Lucas. Princípio da Afetividade no Direito de Família. Rio de Janeiro: Renovar, 2013. Disponível em: < http://emporiododireito.com.br/backup/tag/conceito-de-familia-contemporaneo/>. Acesso em: 17 nov. 2017. 6 THOMÉ, Liane Maria Busnello. Dignidade da Pessoa Humana e Mediação Familiar. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2010, p.26. 7 Ibid.

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nossos atuais problemas têm raiz no passado, justamente em nossa formação familiar, o que condiciona, inclusive, as nossas futuras tessituras afetivas. Somos e estamos umbilicalmente unidos à nossa família.8

2. 1. Princípios do direito de família

Os princípios do Direito de família são essenciais para o desenvolvimento das relações familiares, tendo em vista que os tratamentos entre os indivíduos da mesma família devem ser iguais, sendo respeitadas as desigualdades existentes entre homens e mulheres, não permitindo que os filhos sofram qualquer tipo de tratamento diferenciado.

Os princípios constitucionais são regras que visam proteger as relações familiares, para que haja um melhor convívio entre genitores, crianças e adolescentes, assegurando o melhor desenvolvimento familiar.

Calderón relata sobre as bases que permeiam o Direito das Famílias, tais quais os princípios constitucionais são de grande importância para a convivência. Os princípios constitucionais de liberdade, igualdade, dignidade e solidariedade incidiram no direito de família, permitindo a releitura de diversas categorias jurídicas, muitas delas mais aptas às demandas da plural e fluida sociedade do presente. A aproximação com a experiência concreta fez o direito perceber a relevância que era socialmente conferida à afetividade, mesmo com o paralelo avanço de técnicas científicas que favoreciam a descoberta dos vínculos biológicos.9

Dias afirma a existência de princípios especiais, alguns deles não estão expressos nos textos legais, que orientam sobre as

8 GAGLIANO, Pablo Stolze. Manual de direito civil; volume único / Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho. – São Paulo: Saraiva, 2017, p. 1078. 9 CALDERÓN, Ricardo Lucas. Princípio da Afetividade no Direito de Família. Rio de Janeiro: Renovar, 2013. Disponível em: < http://genjuridico.com.br/2017/10/26/principio-da-afetividade-no-direito-de-familia/>. Acesso em: 15 nov. 2017.

questões de relação familiar e possibilitando a vida em sociedade. Há princípios especiais que são próprios das relações familiares e devem servir de norte na hora de apreciar qualquer relação que envolva questões de família. Alguns princípios não estão escritos nos textos legais, mas têm fundamentação ética no espírito dos ordenamentos jurídicos para possibilitar a vida em sociedade.10

Reconhece ainda, a hierarquia entre os princípios constitucionais implícitos e explícitos, sendo difícil sua qualificação e nominação de todos os princípios que orientam o direito de família. Daí o reconhecimento de inúmeros princípios constitucionais implícitos, inexistindo hierarquia entre os princípios constitucionais explícitos ou implícitos. É difícil quantificar ou tentar nominar todos os princípios que norteiam o direito das famílias. 11

A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 nos traz em seu artigo 227 os deveres da família, tendo como prioridade a criança e ao adolescente. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.12

Tartuce assegura que a pretensão do estatuto das famílias é enunciar as regras da estrutura dão direito de família conforme descritos no artigo 5º que são os princípios fundamentais. Estatuto das Famílias pretende enunciar os regramentos estruturais do Direito de Família, prescrevendo o seu art. 5.º que são seus

10DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias (livro eletrônico) / Maria Berenice dias, 4ª. ed. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p.44. 11 DIAS, idem, 2016, p.44. 12BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm. Acesso em: 31 de março de 2018.

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princípios fundamentais a dignidade da pessoa humana, a solidariedade familiar, a igualdade de gêneros, de filhos e das entidades familiares, a convivência familiar, o melhor interesse da criança e do adolescente e a afetividade.13

2.1.1. Princípio da proteção da dignidade de pessoa humana

Dias expõe que o princípio da dignidade humana é constituído com base na família, sendo ela de forma biológica ou afetiva, garantindo assim a todos os membros o parâmetro da afetividade. O princípio do respeito da dignidade da pessoa humana(CF, art.1º III), constitui base da comunidade familiar(biológica ou socioafetiva), garantindo, tendo por parâmetro a afetividade, o pleno desenvolvimento e a realização de todos os seus membros, principalmente da criança e do adolescente(CF, art. 227).14

Madaleno propõe que o Direito de Família se estrutura no princípio da dignidade da pessoa humana e que deste modo vem assegurando a comunhão plena de vida de todos os integrantes da sociedade familiar. O Direito de Família tem a sua estrutura de base no princípio absoluto da dignidade humana e deste modo promove a sua ligação com todas as outras normas ainda em vigorosa conexão com o direito familista, pois configurando um único sistema e um único propósito, que está em assegurar a comunhão plena de vida, e não só dos cônjuges, dos unidos estavelmente, mas década integrante da sociedade familiar.15

Gonçalves aduz que o princípio da dignidade humana é uma base da comunidade familiar que garante o desenvolvimento de todos os membros da família incluindo principalmente a criança e

13 TARTUCE, Flávio. Direito civil, v. 5: Direito de Família / Flávio Tartuce. – 12. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2017, p.18. 14 DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro, volume 5: direito de família/ Maria Helena Diniz. – 30. Ed.- São Paulo: Saraiva, 2015, p.37. 15 MADALENO, Rolf, 1954 –Direito de família / Rolf Madaleno. – 7.ª Ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2017, p.106.

ao adolescente baseando-se na Constituição Federal. O princípio do respeito à dignidade da pessoa humana constitui, assim, base da comunidade familiar, garantindo o pleno desenvolvimento e a realização de todos os seus membros, principalmente da criança e do adolescente (CF, art.227).16

Tartuce conceitua que a dignidade da pessoa humana é algo que se vê da forma em que a pessoa interage socialmente em contato com a sua comunidade. A dignidade humana é algo que se vê nos olhos da pessoa, na sua fala e na sua atuação social, no modo como ela interage com o meio que a cerca. Em suma, a dignidade humana concretiza-se socialmente, pelo contato da pessoa com a sua comunidade.17

Dias entende que a família é um solo apropriado para que o princípio da dignidade da pessoa humana venha florescer, sendo está protegida pela constituição federal, preservando a multiplicação da entidade familiar, bem como as qualidades que são desenvolvidas no meio pessoal e social. A dignidade da pessoa humana encontra na família o solo apropriado para florescer. A ordem constitucional dá-lhe especial proteção independentemente de sua origem. A multiplicação das entidades familiares preserva e desenvolve as qualidades mais relevantes entre os familiares - o afeto, a solidariedade, a união, o respeito, a confiança, o amor, o projeto de vida comum -, permitindo o pleno desenvolvimento pessoal e social.18

2.1.2. Princípio do melhor interesse da criança

Pereira descreve o princípio do melhor interesse da criança e do adolescente como

16 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, volume 6: direito de família /Carlos Roberto Gonçalves. — 9. ed. —São Paulo: Saraiva,2012, p. 25. 17 TARTUCE, Flávio. Direito civil, v. 5: Direito de Família / Flávio Tartuce. – 12. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2017, p.18. 18 DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias (livro eletrônico) / Maria Berenice dias, 4ª ed. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p.42.

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um processo de amadurecimento e formação de personalidade que vem privilegiar seus interesses “Enfatiza a preocupação com a criança e o adolescente, que vivenciam processo de amadurecimento e formação de suas personalidades, o que impulsiona o Direito a privilegiar seus interesses.”19

Madaleno aduz que a constituição federal em seu artigo 227 prescreve o dever da família com a criança e ao adolescente, devendo esta assegurar todos os direitos descritos em lei. O artigo 227 da Constituição Federal ser dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, deixando-os a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.20

Fala ainda, que os direitos das crianças e adolescentes são direitos de primeira linha por se tratar de pessoas indefesas e que estão em desenvolvimento e crescimento, direitos esses garantidos pelo legislador. O legislador constituinte conferiu prioridade aos direitos da criança e do adolescente, ressaltando os seus direitos em primeira linha de interesse, por se tratar de pessoas indefesas e em importante fase de crescimento e de desenvolvimento de sua personalidade.21

Dias compreende que para garantir o vínculo familiar deve haver a busca de fortalecimento dos vínculos familiares no seio da família natural, devendo assim prevalecer o direito da dignidade e o desenvolvimento social. Em face da garantia à convivência familiar, há toda uma tendência de buscar o fortalecimento dos vínculos familiares e a manutenção de

19 PEREIRA, Caio Mário da Silva, Instituições de

direito civil – Vol. V / Atual. Tânia da Silva Pereira. – 25. ed. rev., atual. E ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2017, p.87. 20 MADALENO, idem, 2017, p.167. 21 MADALENO, idem, 2017, p.167.

crianças e adolescentes no seio da família natural. O que deve prevalecer é o direito à dignidade e ao desenvolvimento integral.22

Quintanela e Donizete mencionam que a luz deste princípio é a criação e a educação dos menores são baseados nos interesses dos filhos e não dos pais “A luz deste princípio, a criação e a educação dos menores deve ser promovida pelos pais com base no interesse dos filhos, e não deles próprios.”23

Diniz expõe que o princípio do superior interesse da criança e do adolescente permite o solucionar os conflitos referente a guarda que decorrem da separação judicial ou divórcio dos genitores . “Permite o integral desenvolvimento de sua personalidade e é diretriz solucionadora de questões conflitivas advindas da separação judicial ou divórcio dos genitores, relativas à guarda, ao direito de visita etc.”24 2.1.3. Princípio da afetividade

Calderón busca a fundamentação do Princípio da Afetividade, o qual se torna importante para o Direito da Família, tendo em vista que a família atualmente é formada pelo sentimento de pertencimento e da vontade de estar junto àqueles que fazem bem ao outro. Antes mesmo da edição da Constituição de 1988, parte da doutrina brasileira sustentava a distinção das figuras de genitor e pai, destacando a culturalidade da relação paterno/materno-filial, que seria marcada muito mais pela afetividade do que meramente pelo biologicismo. Retomou-se, com vigor, o conceito de posse de estado (caracterizado pela presença de nomen, tractatus, fama). Reconhecia a doutrina, com isso, a afetividade que se mostrava imanente aos relacionamentos familiares - e que assumia um papel cada vez mais relevante. A partir dessa percepção a

22 DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias (livro eletrônico) / Maria Berenice dias, 4ª ed. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 47. 23 DONIZETE, Eupidio, Curso didático de direito civil/ Eupidio Donizete; Felipe quintanela-6ª Ed.rev. e atual – São Paulo: Atlas, 2017, p. 921. 24 DIAS, idem, 2016, p.47.

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afetividade se espraiou por todo o direito de família, com o reconhecimento de diversas situações precipuamente afetivas. As relações familiares passaram ser caracterizadas pelo vetor da afetividade, que encontrava amplo acolhimento na sociedade. Restou possível perceber que a força dos fatos a impulsionou para o núcleo das relações familiares, o que exigiu que o direito assimilasse - de algum modo - essas relevantes mutações.25

Madaleno delineia o afeto como propulsor dos laços familiares sendo estes movidos pelo sentimento e amor, com a finalidade de dar sentido a dignidade da existência humana. “ O afeto é a mola propulsora dos laços familiares e das relações interpessoais movidas pelo sentimento e pelo amor, para ao fim e ao cabo dar sentido e dignidade à existência humana.”26

Apresenta ainda, que o afeto é necessário para a sobrevivência humana por se tratar de um valor supremo.“A sobrevivência humana também depende e muito da interação do afeto; é valor supremo, necessidade ingente, bastando atentar para as demandas que estão surgindo para apurar responsabilidade civil pela ausência do afeto.”27

Lôbo profere que o princípio da afetividade como um princípio jurídico não se confunde com afeto e com fatos psicológicos devendo a afetividade ser imposta pelos pais mesmo havendo desamor ou desafeição entre irmãos. A afetividade, como princípio jurídico, não se confunde com o afeto, como fato psicológico ou anímico, porquanto pode ser presumida quando este faltar na realidade das relações; assim, a afetividade é dever imposto aos pais em relação aos filhos e destes em relação àqueles, ainda que haja desamor ou desafeição entre eles.28

Narra ainda, que o princípio jurídico desaponta a igualdade entre os direitos dos

25 CALDERÓN, Ricardo Lucas. Princípio da Afetividade no Direito de Família. Rio de Janeiro: Renovar, 2013. Disponível em: < http://emporiododireito.com.br/backup/tag/conceito-de-familia-contemporaneo/>. Acesso em: 17 nov. 2017.

irmãos biológicos e adotivos em relação a interesses patrimoniais. O princípio jurídico da afetividade faz despontar a igualdade entre irmãos biológicos e adotivos e o respeito a seus direitos fundamentais, além do forte sentimento de solidariedade recíproca, que não pode ser perturbada pelo prevalecimento de interesses patrimoniais.29 3. ALIENAÇÃO PARENTAL

A alienação parental surgiu no Brasil em 2002, e vem sendo a temática dos Tribunais e desde 2006, por meio do Projeto de Lei 4053/08 sobre a alienação parental foi substituído em 15 de julho de 2009, o qual foi aprovado pela Comissão de Seguridade Social e Família. Tal substituição elencou as formas de alienação parental como: Realização de campanha onde a conduta do genitor (pai ou mãe), um dos genitores tentarem impedir o contato da criança com o outro ou terceiros, não permitir que o genitor ou terceiro familiar saiba notícias sobre o filho e usar meios de impedir que a criança ou adolescente tenha contato com qualquer um dos familiares do genitor.

Dias expõe que com o término do relacionamento e extinguindo-se a vida conjugal e ocorrendo a não aceitação do fato por um dos cônjuges. E por criar um sentimento de rejeição, onde a parte começa a ser movida por uma rejeição, raiva e desejo de vingança em desfavor do ex- parceiro. Ocorrem os impulsos destrutivos, visando afetar a outra parte utilizando os filhos, como acerto de contas por meio da alienação parental. Muitas vezes, quando da ruptura da vida conjugal, se um dos cônjuges não consegue elaborar adequadamente o luto da separação, com o sentimento de rejeição, ou a raiva pela

26 MADALENO, Rolf, 1954 –Direito de família / Rolf Madaleno. – 7.ª Ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2017, p.165. 27 MADALENO, idem, 2017, p.166. 28 LÔBO, Paulo. Direito civil: famílias / Paulo Lôbo. – 4. ed.– São Paulo: Saraiva, 2011, p.71. 29 LÔBO, idem, 2011, p.72.

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traição, surge o desejo de vingança que desencadeia um processo de destruição, de desmoralização, de descrédito do ex-parceiro. Sentir-se vencido, rejeitado, preterido, desqualificado como objeto de amor, pode fazer emergir impulsos destrutivos que ensejam desejo de vingança, dinâmica que faz com que muitos pais se utilizem de seus filhos para o acerto de contas do débito conjugal. Conforme Viviane Ciambelli, ferido em seu narcisismo, um genitor sente-se no direito de anular o outro e, a partir daí, ou ocupa onipotentemente o lugar do pai deposto junto à criança ou o substitui por uma pessoa idealizada, tornando-a mais valiosa. Dessa forma, entre relações falseadas, sobrecarregadas de imagens parentais distorcidas e memórias inventadas, a alienação parental vai se desenhando: pais riscam, rabiscam e apagam a imagem do outro genitor na mente da criança.30

No dia 26 de agosto de 2010, a Lei 12.318, foi promulgada e veio trazendo o conceito de alienação parental como: Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este.31 3.1. Síndrome da alienação parental

Gagliano e Filho trazem no seu livro a origem da expressão (SAP) síndrome da alienação parental como um distúrbio psicológico causado pela disputa de custódia entre genitores, que afetas as crianças e adolescentes. Tal expressão foi apresentada em 1985 por Richard Gardner, Professor do Departamento de Psiquiatria

30 DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias (livro eletrônico) / Maria Berenice dias, 4 ªed. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. p881/ 882. 31 BRASIL. Lei nº 12.318, de 26 de agosto de 2010http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12318.htm. Acesso em: 16 nov. 2017.

Infantil da Faculdade de Colúmbia, em Nova York, EUA: Síndrome de Alienação Parental (SAP) é um distúrbio da infância que aparece quase exclusivamente no contexto de disputas de custódia de crianças. Sua manifestação preliminar é a campanha denegritória contra um dos genitores, uma campanha feita pela própria criança e que não tenha nenhuma justificação. Resulta da combinação das instruções de um genitor (o que faz a ‘lavagem cerebral, programação, doutrinação’) e contribuições da própria criança para caluniar o genitor-alvo. Quando o abuso e/ou a negligência parentais verdadeiros estão presentes, a animosidade da criança pode ser justificada, e assim a explicação de Síndrome de Alienação Parental para hostilidade da criança não é aplicável32

Carpez expõe que Síndrome da alienação parental é caracterizada quando o menor alienado passa a afirmar que seus atos de decisões não têm interferência do outro genitor, tomando para si a responsabilidade. Uma condição indispensável para caracterizar e verificar a intensidade da Síndrome da Alienação Parental é a autonomia de pensamento por parte do menor alienado, ou seja, quando ele afirma que seus atos e decisões são de sua responsabilidade, sem qualquer interferência do outro genitor. Nessa etapa, detectar a ocorrência da patologia pode ser ainda mais difícil, uma vez que o progenitor alienador adquire novo papel – não precisando mais incitar o menor contra o outro pai –, podendo diminuir a intensidade das difamações, chegando, inclusive, a atuar, aparentemente, como conciliador da relação.33

3.2. Diferença entre alienação parental e síndrome da alienação parental

A juíza Angela Regina Gama Da Silveira Gutierres Gimenez na cartilha de

32 GAGLIANO, Pablo Stolze. Manual de direito civil; volume único / Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho. – São Paulo: Saraiva, 2017, p.1078. 33 MADALENO, Ana Carolina Carpes. Síndrome da Alienação Parental: a importância de sua detecção com seus aspectos legais e processuais / Ana Carolina Carpes Madaleno, Rolf Madaleno. – 3. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense, 2015, p.41.

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Alienação Parental do Estado de Cuiabá, aborda a alienação parental como um abuso psicológico caracterizado por um conjunto de práticas ocasionadas pelo genitor, para destruir os vínculos afetivos entre o menor e o genitor. A Alienação Parental é uma forma de abuso psicológico que, se caracteriza por um conjunto de práticas efetivadas por um genitor (na maior parte dos casos), denominado alienador, capazes de transformar a consciência de seus filhos, com a intenção de impedir, dificultar ou destruir seus vínculos com o outro genitor, denominado alienado, sem que existam motivos reais que justifiquem essa condição.34

A psicóloga Alexandra Ullman aborda que a síndrome da alienação parental é uma forma em que o genitor por meio das suas atitudes crie sentimentos de ódio, mesmo sem que haja um fundamento real. “A síndrome da Alienação Parental pode ser definida como atitudes do guardião da criança que visam influenciá-la para que odeie o genitor, mesmo sem fundamento real.”35

3.3. Formas e atos de alienação parental

A Lei 12.318/2010, veio trazendo na redação do parágrafo único do artigo 2º exemplificado as formas e atos de alienação parental praticados, sendo esses declarados pelo juiz de direito que são constatados em perícia e aqueles praticados com intermédio de terceiros. I - realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício da paternidade ou maternidade; II - dificultar o exercício da autoridade parental; III - dificultar contato de criança ou adolescente com genitor; IV - dificultar o exercício do direito regulamentado de convivência familiar; V - omitir deliberadamente a genitor informações pessoais

34 IBDFAM-MT. Angela Regina Gama Da Silveira Gutierres Gimenez Cartilha de Alienação Parental. Projeto “Revisitando Direito das Famílias e Sucessões” Juíza Titular da Primeira Vara das Famílias e Sucessões de Cuiabá Presidente do IBDFAM-MT. 35 ULLMANN Alexandra. Síndrome da alienação parenta. Revista Visão jurídica (S.I), nº 30, p.63-65, nov. 2008. 36BRASIL. Lei nº 12.318, de 26 de agosto de 2010http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007

relevantes sobre a criança ou adolescente, inclusive escolares, médicas e alterações de endereço; VI - apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste ou contra avós, para obstar ou dificultar a convivência deles com a criança ou adolescente; VII - mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando a dificultar a convivência da criança ou adolescente com o outro genitor, com familiares deste ou com avós.36

3.4. Características do genitor alienante

Carpez descreve em seu artigo que a alienação parental decorre de um trabalho que precisa de tempo para que o alienador coloque em prática suas estratégias para eliminar vínculo afetivo entre o filho com o progenitor alienado. “A alienação parental decorre de um trabalho incessante, silencioso e sutil do alienador, que precisa de tempo para pôr em prática sua estratégia para eliminar os vínculos afetivos do filho com o progenitor alienado.”37

Refere ainda, que o alienador vem se programando por meio de visitas de amigos ou parentes, fingindo estar doente e sempre achando uma forma de chantagear a criança emocionalmente. Como precisa de tempo, o alienador obstaculiza as visitas, muitas vezes como se estivesse protegendo a criança porque estaria supostamente doente, e sem poder sair de casa, ou programando visitas de amigos e parentes ou aniversários de colegas, quando não chantageia o filho dizendo ficar triste, traído e decepcionado se o filho insistir em se contatar com seu outro ascendente.38

Carpez aduz que a alienação parental ocorre por meio de uma campanha onde o genitor que possuí a guarda da criança desfavorece o outro genitor por atingindo os

-2010/2010/lei/l12318.htm. Acesso em: 16 nov. 2017. 37 CARPEZ, Madaleno Ana Carolina Carpes Madaleno. A Alienação Parental, suas consequências e a busca de soluções à luz das Constelações Familiares e do Direito Sistêmico. Disponível em:< http://carpesmadaleno.com.br/artigo.php?id=24>Acesso em: 01 mai. 2018. 38 CARPEZ, idem.

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sentimentos do alienado, fazendo com que o menor alienado venha ter sentimentos desfavoráveis ao genitor em que ele convive. A Alienação Parental trata de uma campanha liderada principal, mas não exclusivamente, pelo genitor guardião em desfavor do outro genitor, onde a criança ou adolescente é literalmente programada para odiar, sem justificativas plausíveis o alienado ou a sua família, causando, assim, uma forte dependência e submissão do menor com o alienante. Este processo é lento e gradual, sendo muitas vezes tão sutil que é quase impossível detectá-lo.39

3.5. Consequência para as crianças alienadas

Duarte relata que a da lei 12.318/2010 em seu artigo 3ª que a pratica da alienação parental prejudica a convivência familiar, ferindo o direito fundamental da criança e do adolescente, constituindo assim o abuso moral contra a criança ou o adolescente, causando problemas para o desenvolvimento moral e psíquico e danos irreversíveis. Art. 3º. A prática de ato de alienação parental fere direito fundamental da criança ou do adolescente de convivência familiar saudável, prejudica a realização de afeto nas relações com genitor e com o grupo familiar, constitui abuso moral contra a criança ou o adolescente descumprimento dos deveres inerentes à autoridade parental ou decorrentes de tutela ou guarda. Atos de alienação provocam uma exposição cada vez maior de crianças e adolescentes à violência, seja a praticada pela sociedade ou mesmo no ambiente familiar, trazendo prejuízos ao seu pleno desenvolvimento moral e psíquico e causando-lhes danos irreversíveis.40

4. MÉTODOS ALTERNATIVOS DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS

As inclusões de meios alternativos para a resolução de conflitos familiares no 39 CARPEZ, idem. 40 DUARTE, Marcos D812a. Alienação parental: restituição internacional de crianças e abuso do direito de guarda / Marcos Duarte. –1. ed. – Fortaleza: Leis &Letras, 2010, p. 57.

processo civil brasileiro proporcionam uma resposta ágil para a demanda proposta, tendo em vista que resolve o conflito de uma forma em que ambas as partes não saiam prejudicadas.

O poder judiciário tem participação como um terceiro visando solucionar o conflito de uma forma em que as partes venham entrar em um comum acordo sobre o objeto da demanda, com a finalidade de solucionar o litigio de forma em que favoreça ambos.

Didier, entende que esse é um meio econômico e eficaz de solucionar um litigio, sendo a com que a autocomposição seja um reforço no exercício do poder em que os interessados possam construir uma própria decisão de forma em que solucionar o conflito. Compreende-se que a solução negocia! Não é apenas um meio eficaz e econômico de resolução dos litígios: trata-se de importante instrumento de desenvolvimento da cidadania, em que os interessados passam a ser protagonistas da construção da decisão jurídica que regula as suas relações. Neste sentido, o estímulo à autocomposição pode ser entendido como um reforço da participação popular no exercício do poder- no caso, o poder de solução dos litígios.41

4.1. Conciliação e Mediação

A mediação e a conciliação são os dois métodos citados pelo Código de Processo Civil, a mediação e a conciliação, são facilmente confundidos entre si, num primeiro momento, mas sua distinção é bem clara e devido aos procedimentos adotados por cada um. Na mediação, uma terceira pessoa, que é neutra e imparcial, proporciona o diálogo entre as partes de maneira que elas consigam encontrar uma solução para o problema, e este movimento começa antes de haver processo judicial, de maneira a prevenir que ele venha a existir.

41 DIDIER Jr., Fredie. Curso de direito processual

civil: introdução ao direito processual civil, parte geral e processo de conhecimento f Fredie Didier Jr.- 19. ed. · Salvador: Ed. Jus Podivm, 2017, p. 304.

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O mediador tem como papel, comentar, ponderar e ir ajustando as vontades das partes para que o melhor seja decidido por elas. Ele é um facilitador do diálogo.

Já a conciliação, que pode ser aplicada judicial e extrajudicialmente: na judicial, o processo já está em tramitação, mas o juiz tem a possibilidade de intimar as partes para que seja feita a conciliação antes delas serem citadas; e na extrajudicial, as partes, em sessão de conciliação, concordam com o que foi ajustado, assinam termo e dão prosseguimento da petição para homologação judicial, para que o juiz analise se está de acordo.

Calmon descreve as considerações pertinentes a respeito da diferença dos métodos conciliação e mediação. A principal distinção entre os dois mecanismos não reside em seus dirigentes, mas sim no método adotado: enquanto o conciliador manifesta sua opinião sobre a solução justa para o conflito e propõe os termos do acordo, o mediador atua com um método estruturado em etapas sequenciais, conduzindo a negociação entre as partes, dirigindo o procedimento‟, mas abstendo-se de assessorar, aconselhar, emitir opinião e de propor fórmulas de acordo.42

Conforme disciplina Thomé "o conflito convive com os relacionamentos humanos, tanto em sociedade como no ambiente familiar privado. O ser humano é complexo, e os conflitos fazem parte de sua natureza. Tanto podem ser relativos à identidade, quanto de poder, de culpas, de medos e de frustrações"43. Nada mais inerente ao ser humano do que o conflito, entretanto, para alguns específicos, o espaço de resolução mais procurado tem se tornado o judiciário, que oportuniza alguns meios da causa ser resolvida de maneira amigável, antes de ter um juiz decidindo pelas partes.

As soluções dadas às controvérsias geradas dentro do contexto do Direito de Família pensando nos métodos conhecidos

42 CALMON, Petrônio. Fundamentos da mediação e conciliação. São Paulo: Forense, 2008, p.144.

até hoje e, tal qual preceitua o Novo Código de Processo Civil, em seu artigo 3º, §3, “a conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial” Podemos ver claramente a aplicação do artigo na ementa a seguir: APELAÇÃO CÍVEL. SENTENÇA HOMOLOGATÓRIA DE ACORDO CELEBRADO ENTRE AS PARTES EM SESSÃO DE MEDIAÇÃO PRÉ-PROCESSUAL. NULIDADE. INOCORRÊNCIA. O CPC estabelece que, "nas ações de família, todos os esforços serão empreendidos para a solução consensual da controvérsia, devendo o juiz dispor do auxílio de profissionais de outras áreas de conhecimento para a mediação e conciliação" (art. 694, caput). Seguindo a diretriz legal, e as Resoluções do CNJ (n. º 125/2010) e do Conselho da Magistratura deste TJRS (n. º 1.026/2014), foi instaurada Vara Adjunta de Conciliação Pré-processual na comarca de Pelotas. O acordo eventualmente obtido e celebrado nas sessões de mediação pré-processual, depois submetidos para apreciação do MP e para homologação judicial, não é inválido, ainda que as partes não estejam acompanhadas por advogados. A presença de advogados é facultativa, não obrigatória. Há expressa autorização judicial para isso (art. 10, da Lei n. º 13.140/2015). O acordo obtido em sessão de mediação não é vedado nem mesmo se o direito objeto do acordo for indisponível. Pois no direito de família a maioria dos direitos é indisponível. Assim, se adotado o entendimento de que não pode haver mediação se o direito for indisponível, ficará afastada praticamente toda e qualquer hipótese de mediação em ações de direito de família. E por conseguinte, haverá negativa de vigência ao art. 694, caput, do CPC. A obtenção de acordo nas sessões de mediação pré-processual, realizada sem a presença do agente ministerial e do juiz, representa o cumprimento estrito da nova principiologia adotada pelo CPC, de privilegiar

43 THOMÉ, Liane Maria Busnello. Dignidade da Pessoa Humana e Mediação Familiar. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2010, p.111.

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soluções consensuais, especialmente em ações de direito de família. Ademais, no presente caso não se verifica, e aliás nem sequer foi alegado em grau de apelo, qualquer espécie de prejuízo concreto em função dos termos do acordo que foi homologado. NEGARAM PROVIMENTO AO APELO. (Apelação Cível Nº 70071448567, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Rui Portanova, Julgado em 09/03/2017).

4.2. Arbitragem A arbitragem está assegurada pela Lei

9.307/9644, é um meio alternativo para dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis.

Nesta modalidade, as partes escolhem um terceiro chamado árbitro, sendo qualquer pessoa capaz, definindo um árbitro que seja de confiança de ambas as partes.

Neves esclarece esse método sendo como corrente majoritária: Para a corrente doutrinária que entende ser a arbitragem uma espécie de jurisdição privada, existem dois argumentos principais: (i) a decisão que resolve a arbitragem é atualmente uma sentença arbitral, não mais necessitando de homologação pelo juiz para ser um título executivo judicial (art. 515, VII, do Novo CPC), o que significa a sua equiparação com a sentença judicial; (ii) a sentença arbitral torna-se imutável e indiscutível, fazendo coisa julgada material, considerando-se a impossibilidade de o Poder Judiciário reavaliar seu conteúdo, ficando tal revisão jurisdicional limitada a vícios formais da arbitragem e/ou da sentença arbitral, por meio da ação anulatória prevista pelos arts. 32 e 33 da Lei 9.307/199645.

É um modelo que pode ser melhor

administrado pelas partes do que o processo 44 Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996 Dispõe sobre a arbitragem. Brasília, DF, 23 set. 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9307.htm>. Acesso em: 29 jun. 2018. 45 NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil. 8. ed. Salvador: Ed. Jus Podivm, 2016, p.111-112. 46 ESTADÃO. A expansão da arbitragem. 30 jun. 2011. Disponível em: <

judicial, permitindo-lhes estabelecer o processo da forma como melhor entenderem e definindo um árbitro que seja da confiança de ambos. Também, por considerar, em regra, uma decisão mais especializada e técnica, pois os árbitros não precisam necessariamente ter formação jurídica, mas sim ser em especialista na área do objeto em litígio46, bem como, por referir-se a uma prática potencialmente mais discreta e sigilosa e muitas vezes mais célere que o meio judicial, pode ser um método eficiente para a resolução de diversos conflitos e uma maneira de aliviar o Poder Judiciário.

4.3. Constelação familiar

A Constelação Familiar é um método de solução de conflitos tal qual a mediação e a conciliação. Ela tem como base a inserção das pessoas em um sistema maior, a sociedade, mas dá atenção especial a um sistema particular, a família, por isso o método tem se mostrado como algo benéfico ao Direito de Família, já que através de sua utilização temos um avanço na resolução de causas, até mesmo alcançando as consideradas complexas pelo judiciário.

Este método, que nasce a partir da brecha criada pelo Código de Processo Civil, está movimentando a cena judiciária brasileira e tem ganhado notória atenção e repercussão, foi criado no meio da psicologia pelo terapeuta e filósofo alemão Bert Hellinger e trazido para os mais diversos planos, como o empresarial e o do direito.47

https://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,a-expansao-da-arbitragem-imp-,738720 >. Acesso em: 30 jun. 2018. 47STORCH, Sami. O que são as Constelações sistêmicas? Disponível em: https://direitosistemico.wordpress.com/2010/11/30/o-que-sao-as-constelacoes-sistemicas//2010> Acesso em: 21 nov. 2017.

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4.3.1. Aplicação das constelações familiares no poder judiciário brasileiro em demandas referentes ao direito de família.

A Resolução nº 125/2010 corrobora com a existência da Constelação Familiar colocando-a novamente no rol de mecanismos de soluções de controvérsias, com a seguinte redação: CONSIDERANDO que a conciliação e a mediação são instrumentos efetivos de pacificação social, solução e prevenção de litígios, e que a sua apropriada disciplina em programas já implementados no país tem reduzido a excessiva judicialização dos conflitos de interesses, a quantidade de recursos e de execução de sentenças; [...] Art. 1º Fica instituída a Política Judiciária Nacional de tratamento dos conflitos de interesses, tendente a assegurar a todos o direito à solução dos conflitos por meios adequados à sua natureza e peculiaridade. (Redação dada pela Emenda nº 1, de 31.01.13) [...] Parágrafo único. Aos órgãos judiciários incumbe, nos termos do art. 334 do Novo Código de Processo Civil combinado com o art. 27 da Lei de Mediação, antes da solução adjudicada mediante sentença, oferecer outros mecanismos de soluções de controvérsias, em especial os chamados meios consensuais, como a mediação e a conciliação, bem assim prestar atendimento e orientação ao cidadão. (Redação dada pela Emenda nº 2, de 08.03.16).48

Storch, o juiz que introduziu a prática no judiciário brasileiro, afirma que “uma solução simplista imposta por uma lei ou por uma sentença judicial pode até trazer algum alívio momentâneo, uma trégua na

48 BRASIL. Conselho Nacional de Justiça. Resolução nº 125 de 29/11/2010. Disponível em: http://www.cnj.jus.br/busca-atos-adm?documento=2579 Acesso em: 21 nov. 2011. 49 Ibid. 50STORCH, Sami. O que são as Constelações sistêmicas? Disponível em: https://direitosistemico.wordpress.com/2010/11/30/o-que-sao-as-constelacoes-sistemicas//2010> Acesso em: 21 nov. 2017. 51 DICIONÁRIO AURÉLIO - Disponível em: ‹https://dicionariodoaurelio.com/sistemico›. Acesso em: 18 nov. 2017.

relação conflituosa, mas às vezes não é capaz de solucionar verdadeiramente a questão, de trazer paz às pessoas49”. Ele tem se dedicado ao estudo do que chama de “Direito Sistêmico”, o que define como a “análise do direito sob uma ótica baseada nas ordens superiores que regem as relações humanas”50.

É importante remontarmos a semântica da palavra sistêmica, que segundo o Dicionário Aurélio significa: “1. Relativo a um sistema em seu conjunto; 2. Que afeta todo o organismo”51. Ou seja, o Direito Sistêmico tem como base algo que afeta todo um sistema, um conjunto, um organismo.

A Constelação Familiar quer fazer pelas pessoas, afetar o todo, fazer com que não só consigam resolver as suas questões litigiosas, muitas vezes pontuais, mas que consigam ter paz e não mais se envolver em situações-problema, pois muitos dos problemas que vemos no Direito de Família são recorrentes de comportamentos paradigmáticos familiares.

O método, inspirado pela Gestalt-Terapia52, pela Análise Transacional53 e também pela terapia familiar54, é aplicado em processos previamente selecionados pelos juízes com formação em Constelação Familiar que veem nestes casos que seria possível contribuir com a cessação do litígio de forma mais profunda que só a mediação ou a conciliação. Com isso, os envolvidos na causa são chamados antes da audiência

52 AMARAL, Adriana, O que é Gestalt-terapia. 2016. Disponível em: <http://www.psicologiaexplica.com.br/o-que-e-gestalt-terapia/> Acesso em: 21 nov. 2017.

53PASSOS, José S. O que é Análise Transacional? PortalBrAT, 2013. Disponível em: <(http://www.josesilveira.com/novosite/index.php?option=com_content&task=view&id=21&Itemid=33)> Acesso em: 21 nov. 2017. 54GOMES, Heloisa Szymanski Ribeiro. Terapia de família. 1996. Disponível em: <http://www.psicologos-porto.com/pages/Terapia-Familiar.php> Acesso em: 21 de nov. 2017.

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de conciliação para vivenciarem a Constelação.

O Conselho Nacional de Justiça55, em notícia veiculada em outubro de 2016, reconhece o sucesso que a Constelação Familiar tem alcançado e informa que diversos estados já colhem frutos da aplicação da técnica. Amilton Plácido da Rosa, em entrevista à Carta Forense sobre Direito Sistêmico e Constelação Familiar afirma que: Minha expectativa é a revolução completa do Direito e a transformação da sociedade. Com o Direito Sistêmico iremos, com certeza, tornar realidade os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, no sentido de “construir uma sociedade livre, justa e solidária”, com a erradicação da pobreza e da marginalização, com redução das desigualdades sociais e com a promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Com o Direito Sistêmico teremos uma sociedade fraterna.56

É aberta uma nova possibilidade de resolução de conflitos que entende que muitos dos problemas vivenciados pelas famílias podem se voltar para ela para buscar a resolução, e não só uma resolução momentânea, mas sim uma resolução efetiva, que não mais refletirá nas gerações vindouras de maneira negativa. É oportunizado o crescimento pessoal e familiar.

Thomé afirma que "a liberdade de constituição da família e a autonomia de vontade na condução dos vínculos envolvidos trouxeram como consequência uma maior responsabilidade a seus integrantes, possibilitando a reconstituição

55 BANDEIRA, Regina. Constelação Familiar ajuda a humanizar práticas de conciliação no Judiciário. Agência CNJ de Notícias. Disponível em: <http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/83766-constelacao-familiar-ajuda-humanizar-praticas-de-conciliacao-no-judiciario-2> Acesso em: 21 nov. 2017. 56 ROSA, Amilton Plácido. Entrevista: Direito Sistêmico e Constelação Familiar. Disponível em: <http://www.cartaforense.com.br/conteudo/entrevis

familiar sem a interferência direta do Estado".57

Dessa forma, o que é aplicado à Constelação Familiar pode ser entendida a responsabilidade dos familiares de buscarem a ajuda especializada e estarem abertos as modificações e soluções necessárias para cessar os conflitos.

Entretanto, conforme citado por Tomé, “ Freud, as relações de família são as mais intrincadas e complexas"58. Então, para cada problema, deve ser analisada e estudada a forma mais eficaz de resolução.

5. OS EFEITOS DA CONSTELAÇÃO FAMILIAR COMO SOLUÇÃO DA ALIENAÇÃO PARENTAL 5.1 Aspectos processuais e a dificuldade de produzir provas

No processo judicial a produção de provas na questão de alienação parental é muito complicada, vez que a alienação parental ocorre de uma forma oculta, por meio de muitas memórias falsas implantadas na cabeça das crianças e fica difícil muitas vezes de considerar.

A produção de provas ocorre por meio da perícia multidisciplinar que é composta por psicólogos, psiquiatras e assistentes sociais, que visam analisar da causa da alienação parental e o grau de gravidade (estado de personalidade, humor e comportamento, fatores sociais, culturais, familiares.

Madaleno aduz que o artigo 3 da lei 12.318/2010, conceitua a perícia multidisciplinar como o gênero de espécies periciais por abranger diferentes áreas de conhecimento. “§ 3° do artigo 5° da Lei n. 12.318/2010). Perícia multidisciplinar é

tas/direito-sistemico-e-constelacao-familiar/16914> Acesso em: 21 nov. 2017. 57 THOMÉ, Liane Maria Busnello. Dignidade da Pessoa Humana e Mediação Familiar. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2010, p.125. 58 PEREIRA apud THOMÉ, Liane Maria Busnello. Dignidade da Pessoa Humana e Mediação Familiar. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2010, p.171.

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gênero das espécies de perícias – social, médica, psicológica, abrangendo, portanto, diferentes áreas de conhecimento.”59

Madaleno, nos traz em seu livro que a Lei 12.318/2018 em seu artigo 5º trata sobre como deve ocorrer a perícia multidisciplinar, sua aplicabilidade, e os prazos adotados, devendo ser designada pelo juiz em qualquer ação autônoma em que ocorra a denúncia de alienação parental. O laudo deverá ser apresentado no prazo de 90 dias, podendo ser prorrogado por meio de decisão judicial. O artigo 5° da Lei n. 12.318/2010, que o juiz determinará perícia psicológica ou biopsicossocial, tanto em ação ordinária autônoma de denúncia de alienação parental e na qual deverá ser identificada sua ocorrência, como permite que a mesma perícia seja determinada no curso de qualquer ação tramitando entre os pais, como a de divórcio, regulamentação de visitas ou disputa sobre a guarda da prole. A perícia será realizada por psicólogo ou equipe multidisciplinar designada para a averiguação da alienação parental e terá um prazo de noventa dias para apresentação do laudo, passível de prorrogação a critério do juiz e em decisão fundamentada. 60

5.2. Dos efeitos da constelação

A constelação procura desenvolver técnicas que vem contribuindo para a resolução de conflitos familiares, não sendo de forma demorada como ocorre no judiciário.

A advogada e terapeuta sistêmica familiar Milena Patrícia da Silva descreve em seu blog a ação da Constelação e como é feita a aplicação para solucionar um problema. A técnica em si, funciona de tal forma que uma pessoa (o cliente), busca o terapeuta (constelador) para solucionar um problema. Para que seja realizada uma constelação em grupo existem os seguintes elementos:

59 MADALENO, Rolf, 1954 –Direito de família / Rolf Madaleno. – 7.ª Ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2017, p.708. 60MADALENO, idem, p. 708

terapeuta, cliente, plateia, representante. O cliente é convidado para colocar seu tema (problema/questão). Então, ele escolhe alguém para representar um ou mais membros da sua família. E a partir daí a constelação já toma seu próprio caminho. Os representantes sentem as mesmas sensações que aquele membro a quem representam. Por exemplo: se o cliente escolheu alguém da plateia pra representar seu pai, o representante começa a ter sensações verdadeiras – como as sensações do pai do cliente. Essas informações aparecem sem que o representante saiba qualquer informação prévia do cliente. Esse fenômeno pode ser explicado pela Teoria dos Campos Mórficos, de Rupert Sheldrake. A partir dessas informações que vão surgindo, o cliente vai tendo as percepções, muitas vezes sem a interferência do terapeuta. Durante a constelação usam-se algumas frases de efeito imediato nos representantes, das quais podem surgir emoções e gestos que o cliente facilmente identifica ser de seu familiar. O terapeuta consegue, a partir da sua percepção e dos conhecimentos sistêmicos baseados nas leis do amor, oferecer comandos de movimentos que podem curar traumas, restabelecer vínculos interrompidos e até promover reconciliações. E isso acontece porque o cliente consegue – através do método – ver a “alma” daquele membro com quem tem o conflito. Conseguindo ainda, perceber as dinâmicas ocultas das relações, e o porquê muitas vezes acontecem alguns dos conflitos familiares. Não raras vezes as constelações mostram que o cliente ou algum outro familiar está repetindo um padrão dentro daquele sistema.61

A técnica da Constelação foi aplicada no Tribunal de Justiça do Distrito Federal em março de 2016 pela servidora voluntária Adhara Campos que veio realizando pesquisas na Vara de Família, Órfãos e Sucessões do Núcleo Bandeirante-DF.

A Juiza Magáli Dellape esclarece que a constelação faz com que os conflitos sejam analisados de forma dinâmica e terapêutica para chegar numa solução eficaz. Relata que a constelação é uma ferramenta útil para

61SILVA, Milena Patrícia da. Como funciona a Constelação Sistêmica Familiar? Disponível em: <http://direitofamiliar.com.br/como-funciona-constelacao-sistemica-familiar/> Acesso em: 21 nov. 2017.

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resolução de problemas de vulnerabilidade social ou econômica. Muitas vezes, essas pessoas não sabem nem explicar, de forma objetiva, os próprios sentimentos”, afirma. Se esses conflitos são acessados inconscientemente, fica mais fácil até para os envolvidos compreender o porquê da situação que estão vivendo.62

Sandra Silvestre, juíza auxiliar da Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça, alega que o direito sistêmico “se fortalece cada dia mais, mostrando que veio para ficar”.63 E a Constelação familiar é um instrumento de pacificação social. “O sistema judicial brasileiro cada vez mais avança para um sistema de múltiplas portas, fazendo que o cidadão possa ter acesso à Justiça por diferentes meios e mecanismos.”64

Em pesquisa sobre casos em que foram aplicados o método, é possível ver a abrangência que o mesmo tem. Josiane Coelho Duarte narra à experiência de dois cursos realizados em Rio Branco, no estado do Acre sobre as Constelações aplicadas à conciliação, mediação e resolução de conflitos. Durante três dias, muitos foram os aprendizados, com emoções fortes e libertadoras, mas vou mencionar aqui a constelação relativa a um caso criminal onde o réu é acusado de abusar sexualmente de 11 crianças. Ao colocarmos representantes para algumas das vítimas e suas famílias, observamos um padrão: em todas havia uma dinâmica de exclusão do pai da criança.65

Não é um método que busca trazer a culpa para a vítima, mas busca a reflexão de que padrões de comportamento se colocam

62CORREIO, Brasiliense. tidft usa sessões de constelações familiares para solucionar processos. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2017/02/07/interna_cidadesdf,571415/tjdft-usa-sessoes-de-constelacoes-familiares-para-solucionar-processos.shtmlAcesso em: 02 jul. 2018. 63 INSTITUTO DIREITO CONTEMPORANEO. Constelacao-familiar-no-firmamento-da-justica-em-16-estados-e-no-df. Disponível em:< http://institutodc.com.br/constelacao-familiar-no-firmamento-da-justica-em-16-estados-e-no-df/>Acesso em: 02 jul. 2018.

frente as partes para que haja o conflito. Em outra passagem de sua narrativa sobre as vivências do curso, ela fala sobre a punição do réu: Em um outro momento, na mesma constelação, as famílias se sentiram mais seguras também quando experimentamos colocar o representante do acusado na cadeia (está também representada por uma pessoa). Mas ele não se mostrou arrependido ou regenerado, e sim agredido e injustiçado. Ou seja, enquanto não conseguimos dar um tratamento adequado aos autores desse tipo de crime (e mesmo depois que o fizermos, se um dia isso for possível), a melhor e mais verdadeira defesa das crianças e jovens está na estruturação das suas famílias.66

Ela ainda trata do tema mostrando que não é uma forma de diminuir a culpa do réu, que deve ser sim punido, mas que este deveria ter um tratamento de reabilitação para reinserção social, pois se há desequilíbrio da parte que sofreu o abuso, deixando a mesma à mercê de que algo ruim venha acontecer, também há desequilíbrio da parte causado do abuso.

Outro ponto que se mostra interessante sobre o ponto de vista da Constelação e o fortalecimento das relações familiares é a alienação parental, tendo em vista que para um bom desenvolvimento da pessoa ela deva ter os papéis familiares bem desenvolvidos.

No trabalho realizado pós constelação no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, pela PRAXIS- Ação Sistêmica, Processo Administrativo nº 2016.030382 NUPMEC – A constelação familiar para autocomposição de conflitos, com resultados apresentados no dia 12 de abril

64 INSTITUTO DIREITO CONTEMPORANEO, idem. 65 DUARTE, Josiane Coelho. Constelação mostra que crimes sexuais podem ser consequência da exclusão do pai da vítima. Disponível em: <https://josianeclemente.jusbrasil.com.br/noticias/250541000/constelacao-mostra-que-crimes-sexuais-podem-ser-consequencia-da-exclusao-do-pai-da-vitima?ref=topic_feed> Acesso em: 21 nov. 2017. 66 Ibid.

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de 2018, realizado na 1ª Vara de família de Leopoldina-RJ, mostrou que os objetivos buscados foram alcançados com êxito.

O projeto supracitado buscava melhorar a comunicação, o vínculo familiar e solucionar conflitos de autocomposição por meio de acordos e sentenças no prazo de seis meses. As metodologias aplicadas foram por meio de seleção de ações, convite de envolvidos, constelação familiar e após 30 dias da constelação a realização de audiência autocompositiva.

Os resultados apresentados ao Cejusc de Santa Cruz, são positivos, fazendo com que a constelação seja parte do serviço prestado as famílias de Leopoldina e Santa Cruz, por meio do Ato Normativo 14/2017 no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, conforme o artigo 2º. Art. 2º. As Casas da Família oferecerão, no âmbito pré processual e no processual, serviços que visam identificar, diagnosticar, tratar e solucionar conflitos objetivos ou subjacentes ao processo, por meio de práticas e saberes multidisciplinares, tais como as constelações familiares e os círculos de convivência, ampliando o modo de solução justa através de métodos consensuais.67

Dessa forma, resta claro que o trabalho realizado envolvendo a constelação, é de grande valia para solucionar conflitos de forma eficaz, fazendo com que as questões sejam analisadas de uma forma positiva para que ambas as partes envolvidas saiam satisfeitas.

Considerações finais

O presente trabalho apresentou-se os atos da alienação, mostrando a gravidade da síndrome da alienação parental e como ela afronta o poder familiar e influência no afeto entre os filhos e os pais.

A alienação parental consiste num conjunto de ações ou omissões causadas por um dos genitores ou parente próximo, com o intuito de denegrir a imagem do genitor

67ADAM. O maior portal de mediação, conciliação e arbitragem. Ato normativo 14/2017. Disponível em:< http://amaerj.org.br/wp-

alienado e desfavorecer sua convivência com o filho.

No cenário judicial, no que tange o direito de família, observa- se conflito familiar, o que estabelece intervenção do Poder Judiciário. Isso se deve à solução dada como resposta pelo processo ordinário, o qual não consegue alcançar o real conflito familiar estabelecido, pois esse é constituído por incompreensões e dilemas impossíveis de serem sanados unicamente pelo juiz ao aplicar a lei.

Nesse contexto, dentre as inovações trazidas pela vigência do atual Código de Processo Civil está à ampliação do uso de diferentes meios de resolução de conflitos, constituindo-se verdadeiro enfoque à resolução adequada e tempestiva dos conflitos familiares.

Assim, os métodos mais conhecidos mediação, conciliação, arbitragem e justiça restaurativa, o presente trabalho buscou abordar em principal a possibilidade de utilização das Constelações Sistêmicas como um método capaz de aumentar o número de acordos judiciais e extrajudiciais, assim como uma ferramenta na abertura do diálogo entre as partes, visando um apaziguamento no relacionamento entre os envolvidos.

Restou evidente, pelos resultados conquistados, a eficiência da aplicação das Constelações Sistêmicas na resolução de litígios, ainda que não possa ser considerado efetivam ente um método alternativo de solução de conflitos. Assim, analisando se a maneira como a técnica tem sido implementada no cenário brasileiro, seja no curso do processo, seja prévia ou posteriormente, e levando-se em consideração os números positivos alcançados através da sua utilização, concluiu tratar-se de uma importante aliado na busca pela superação do atual déficit jurisdicional.

content/uploads/2017/11/AtoNormativo_14_2017.pdf > Acesso em: 02 jun. 2018.

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