curso de controle externo p/ tcm-rj 2016

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Aula 00 Controle Externo p/ TCM-RJ - Técnico de Controle Externo Professores: Érica Porfírio, Erick Alves 00000000000 - DEMO

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    Controle Externo p/ TCM-RJ - Tcnico de Controle Externo

    Professores: rica Porfrio, Erick Alves

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    Teoria e exerccios comentados

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    OBSERVAO IMPORTANTE

    Este curso protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislao sobre direitos autorais e d outras providncias.

    Grupos de rateio e pirataria so clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores que elaboram os cursos.

    Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos honestamente atravs do site Estratgia Concursos ;-)

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    AULA 00

    Ol concurseiro (a)!

    com grande satisfao que recebi o convite do Estratgia Concursos para ministrar este curso de Controle Externo, especialmente formatado para o concurso do Tribunal de Contas do Municpio do Rio de Janeiro (TCM-RJ).

    O edital j est na praa! As provas objetivas vo ser realizadas em 16/10/2016, e a remunerao do cargo gira em torno de R$ 10 mil! Nada mal para um concurso de nvel mdio em um ano de crise, n?

    Portanto, para aqueles que sonham em fazer parte de um dos melhores rgos da Administrao Pblica e ainda morar na Cidade Maravilhosa, o momento de iniciar a preparao foi ontem, pois a concorrncia certamente ser muito acirrada. Ento, mos obra!

    Mas antes de iniciar nosso curso, vou me apresentar. Meu nome Erick Alves. Atualmente, ocupo o cargo de Auditor Federal de Controle Externo do Tribunal de Contas da Unio (TCU). Sou oriundo da turma de 2003 da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), onde obtive o 1 lugar no curso de formao de oficiais de Intendncia do Exrcito Brasileiro. Em 2007, aps intenso estudo, prestei concurso para o ento cargo de Analista de Controle Externo (ACE), hoje Auditor Federal de Controle Externo (AUFC), no qual logrei xito, sendo o 6 colocado para Braslia-DF. Desde ento, trabalho na atividade fim do TCU, o controle da Administrao Pblica. Alm disso, venho colaborando com o Estratgia Concursos nas disciplinas Direito Administrativo, Controle Externo e Discursivas, sempre com tima avaliao dos alunos. com essa experincia que espero ajud-lo (a) a alcanar a to sonhada aprovao!

    Na nossa matria, o edital est exigindo o seguinte contedo:

    Controle Externo: Controle da Administrao Pblica: conceito;

    abrangncia. Sistema de controle externo. Controle externo no Brasil.

    Regras constitucionais sobre controle externo: fiscalizao contbil,

    financeira, oramentria, operacional e patrimonial. Tribunais de

    Contas: funes, natureza jurdica e eficcia das decises. Controle

    de constitucionalidade e os Tribunais de Contas. Poder Legislativo e

    os Tribunais de Contas. Controle interno e os Tribunais de Contas.

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    Controles externo e interno na Constituio Federal. Tribunal de

    Contas do Municpio do Rio de Janeiro. Lei Orgnica do TCMRJ.

    Regimento Interno do TCMRJ. Sanes aplicveis pelo TCMRJ

    (Lei Municipal n 3.714/03).

    Deste contedo, a banca vai tirar 14 questes! um nmero bastante relevante, equivalente a 14% do total de itens da prova objetiva. Sem falar que necessrio acertar pelo menos 6 questes para no ser eliminado de cara. Ou seja, Controle Externo pode fazer a diferena na sua aprovao!

    Para cobrir o programa previsto no edital, minha proposta seguir o seguinte cronograma, destacando que todas as aulas j esto disponveis:

    Aula 00 Disponvel

    Controle da Administrao Pblica: conceito; abrangncia.

    Sistema de controle externo. Controle externo no Brasil.

    Controles externo e interno na Constituio Federal.

    Aula 01 Disponvel

    Tribunais de Contas: funes, natureza jurdica e eficcia das

    decises. Regras constitucionais sobre controle externo:

    fiscalizao contbil, financeira, oramentria, operacional e

    patrimonial.

    Aula 02 Disponvel Competncias dos Tribunais de Contas. Controle de

    constitucionalidade e os Tribunais de Contas.

    Aula 03 Disponvel

    Tribunal de Contas do Municpio do Rio de Janeiro: Lei

    Orgnica e Regimento Interno. Sanes aplicveis pelo TCM-RJ

    (com vdeo aulas)

    Nosso curso ser de teoria + exerccios comentados. Daremos nfase s questes dos ltimos concursos para Tribunais de Contas.

    Muitos exerccios sero apresentados junto com a teoria. A ideia ajudar na fixao do conhecimento e tambm apresentar novas explicaes diretamente no comentrio das questes. Portanto, no deixe de estudar esses exerccios!

    Na Aula 03, alm do PDF, teremos uma srie de vdeo-aulas para destacar os principais tpicos da Lei Orgnica e do Regimento Interno do TCM-RJ, assuntos que certamente iro despencar na prova.

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    Ao final de cada aula ser apresentado ainda um Resumo do contedo, na forma de esquemas, bem como uma lista com as questes que foram comentadas, seguidas do gabarito, tudo isso para facilitar a reviso da matria.

    Caso reste alguma dvida que no tenha sido esclarecida na aula, no hesite em post-la no frum de dvidas. A possibilidade de interao com o professor um dos diferenciais dos cursos em PDF; portanto, no deixe de utilizar essa importante ferramenta!

    Para responder as dvidas no frum, contarei com a ajuda da professora rica Porfrio, tambm Auditora do TCU e especialista na matria.

    Na aula de hoje, nosso objetivo ser percorrer os conceitos que fornecem a base para o estudo do Controle Externo, cobrindo os seguintes assuntos:

    SUMRIO

    Aspectos gerais do controle ...................................................................................................................................... 5

    Conceito ............................................................................................................................................................................ 5

    Classificaes do controle.......................................................................................................................................... 8

    Quanto ao alcance .................................................................................................................................................... 8

    Quanto ao rgo ..................................................................................................................................................... 10

    Quanto ao momento do controle .................................................................................................................... 14

    Quanto natureza do controle ........................................................................................................................ 16

    Sistemas de controle externo ................................................................................................................................ 26

    Controle externo e interno na Constituio Federal ................................................................................ 29

    Controle Externo ........................................................................................................................................................ 31

    Controle Parlamentar .......................................................................................................................................... 36

    Controle Tcnico .................................................................................................................................................... 38

    Controle exercido em conjunto pelo Legislativo e pelos TCs .............................................................. 40

    Controle Interno ......................................................................................................................................................... 44

    Controle dos recursos estaduais e municipais ............................................................................................... 48

    RESUMO DA AULA ..................................................................................................................................................... 55

    Questes comentadas na Aula .............................................................................................................................. 57

    Gabarito ............................................................................................................................................................................. 62

    Vamos ento?

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    ASPECTOS GERAIS DO CONTROLE

    CONCEITO

    Controle a fiscalizao exercida sobre as atividades de pessoas, rgos, departamentos, sistemas etc., para que tais atividades no se desviem dos padres e das normas preestabelecidas, e para que alcancem os resultados desejados.

    O controle uma das funes administrativas clssicas: planejar, coordenar, supervisionar, executar e controlar. De acordo com a teoria da administrao, um sistema de controle eficaz garante que as atividades sejam realizadas de maneira satisfatria, na direo dos objetivos da empresa. Alm do mais, nas grandes corporaes modernas de capital pulverizado, ou seja, que possuem muitos acionistas, os verdadeiros donos geralmente esto afastados da administrao do negcio. Diretores executivos so contratados para administrar a empresa com o compromisso de dirigi-la para satisfazer os interesses dos proprietrios do capital. Nesse contexto, uma estrutura de controle possui a finalidade de assegurar que a administrao da companhia esteja seguindo as diretrizes estabelecidas pelos proprietrios, alm de coibir atitudes oportunistas dos executivos que satisfaam seus prprios interesses em detrimento da organizao.

    De forma semelhante, os recursos financeiros e patrimoniais utilizados pelo Estado no pertencem ao Presidente da Repblica nem aos Governadores, Prefeitos, Deputados e demais agentes pblicos, mas sim ao povo, que recolhe tributos. com esses recursos que o Estado disponibiliza servios sociedade, adquirindo materiais para o funcionamento das reparties, firmando contratos, realizando obras, remunerando seus servidores, etc.

    Mas virtualmente impossvel que o povo, por si mesmo, consiga administrar os recursos que disponibiliza ao Estado. Por isso, delega essa tarefa a intermedirios legalmente habilitados, os gestores pblicos, que tm o dever de administrar os recursos em nome e em favor do povo, obedecendo s normas aplicveis. Paralelamente, de forma semelhante ao que ocorre nas empresas privadas, existe toda uma estrutura de controle atuando para assegurar que os governantes e demais responsveis por bens e valores pblicos desempenhem suas tarefas com correo, em consonncia com o ordenamento jurdico e com princpios como os da

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    moralidade, publicidade, impessoalidade e supremacia do interesse pblico.

    Hely Lopes Meirelles, em uma definio abrangente, porm concisa, leciona que controle, em tema de Administrao Pblica, a faculdade de vigilncia, orientao e correo que um poder, rgo ou autoridade exerce sobre a conduta funcional do outro.

    Os termos chaves dessa definio representam os principais atributos do controle da gesto pblica, que podem ser compreendidos da seguinte forma:

    Vigilncia: fiscalizao e acompanhamento da gesto, com base nas normas aplicveis.

    Orientao: atuao pedaggica, preventiva, com vistas ao aperfeioamento das prticas de gesto e inibio de condutas lesivas aos cofres pblicos.

    Correo: assegurar o cumprimento da lei e a recomposio do patrimnio lesado.

    Poder: como corolrio do Estado Democrtico de Direito, a CF instituiu um sistema de freios e contrapesos no qual os Poderes se vigiam mutuamente, cada um fiscalizando e inibindo eventuais excessos do outro (controle externo).

    rgo: cada instituio pblica possui em sua estrutura um rgo com atribuio de fiscalizar a prpria instituio (controle interno).

    Autoridade: autotutela da administrao, que pode anular ou revogar seus prprios atos.

    Em nosso dia-a-dia, muito comum nos depararmos com notcias sobre obras superfaturadas, fraudes em licitaes, e outras tantas falcatruas que tm em comum o fato de envolverem a malversao de recursos pblicos.

    Tais notcias somente vm tona porque alguma ao de controle foi realizada sobre a conduta do mau gestor, possibilitando a identificao da irregularidade.

    Ao toparmos com manchetes dessa natureza, podemos perceber que o controle da Administrao Pblica pode ser feito de diversas formas e por diferentes agentes. Com efeito, veremos que os Tribunais de Contas (incluindo o da Unio, o do Municpio do Rio de Janeiro, bem como todos os outros Estaduais e Municipais) so os rgos tcnicos diretamente envolvidos no controle externo da Administrao Pblica, em auxlio ao

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    Poder Legislativo, fiscalizando os respectivos rgos e agentes jurisdicionados que realizam a arrecadao e a aplicao dos recursos municipais, estaduais, distritais e federais.

    Mas vale lembrar que a Administrao tambm se sujeita ao controle judicial, realizado pelo Poder Judicirio, ao controle social, realizado pelos cidados, alm de exercer, ela mesma, o controle sobre os prprios atos, como veremos com mais detalhes adiante.

    Quando falamos em controle da gesto pblica, estamos nos referindo fiscalizao de qualquer ato administrativo que envolva receitas e despesas pblicas, como a compra de bens, admisso de pessoal, arrecadao de impostos, etc. Assim, essa modalidade de controle mais perceptvel sobre as atividades realizadas pelo Poder Executivo, cujas funes tpicas so as funes administrativas. Mas o controle da gesto pblica tambm alcana o Poder Legislativo e o Poder Judicirio, bem como o Ministrio Pblico e o prprio Tribunal de Contas.

    Contudo, o controle de que estamos falando no alcana as funes tpicas dos demais Poderes (Legislativo = legislar; Judicirio = julgar) e rgos autnomos (MP = fiscal da lei; TC = controle externo), mas apenas suas funes administrativas. Por exemplo: o Tribunal de Contas da Unio (TCU), a quem cabe realizar o controle externo sobre a gesto dos recursos da Unio, no tem competncia para fiscalizar se o processo legislativo que resultou na edio de determinada lei foi corretamente seguido pelo Congresso Nacional; tambm no pode dizer se o Supremo Tribunal Federal decidiu ou no de forma adequada em determinada ao direta de inconstitucionalidade. Mas, por outro lado, poder sim fiscalizar as licitaes, as admisses de pessoal e todos os demais atos que resultem receita ou despesa realizados tanto pelo Congresso Nacional como pelo Supremo Tribunal Federal.

    oportuno registrar que as atividades da Administrao Federal obedecero aos seguintes princpios fundamentais: planejamento, coordenao, descentralizao, delegao de competncia e controle, conforme prescreve o Decreto Lei 200/1967 (art. 6), que dispe sobre a organizao da Administrao Federal. Tal normativo, apesar de adstrito Unio, serve para fixar as diretrizes gerais para os demais entes polticos (Estados, Distrito Federal e Municpios).

    Enfim, a atividade de controle permeia toda a Administrao Pblica, em todos os Poderes. O que varia to s a espcie de controle, isto , como a atividade pode ser classificada. Vamos, ento, a partir dessas

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    consideraes iniciais, apresentar algumas classificaes doutrinrias e legais que se aplicam ao controle da gesto pblica.

    CLASSIFICAES DO CONTROLE

    A atividade de controle da Administrao Pblica pode receber muitas classificaes. Vamos tratar aqui das mais usuais:

    QUANTO AO ALCANCE

    Quando o controle exercido por um ente no que integra a mesma estrutura organizacional do rgo fiscalizado dito controle externo.

    Por exemplo: quando o Congresso Nacional julga as contas prestadas pelo Presidente da Repblica, ou quando um juiz anula um ato do Poder Executivo, temos exemplos de controle externo, pois, nestes casos, um Poder exerce controle sobre os atos de outro Poder. No primeiro caso, o Legislativo e, no segundo caso, o Judicirio exercem controle sobre o Executivo. Todavia, veremos que, na terminologia adotada pela Constituio, apenas o controle exercido pelo Legislativo sobre a Administrao Pblica, com o auxlio tcnico dos Tribunais de Contas, recebe a denominao de controle externo (CF, art. 70 a 75).

    Espcies de controle

    Quanto ao alcance

    Controle interno

    Controle externo

    Quanto ao rgo

    Controle administrativo

    Controle Legislativo

    Controle Judicial

    Controle social

    Quanto ao momento

    Controle prvio

    Controle concomitante

    Controle posterior

    Quanto natureza

    Controle de legalidade

    Controle de mrito

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    Por outro lado, quando o controle exercido por rgo especializado, porm pertencente mesma estrutura da unidade controlada, dito controle interno. Normalmente, a doutrina considera mesma estrutura organizacional como o mesmo Poder, fazendo com que a expresso controle interno abarque todas as atividades de controle empreendidas dentro de um mesmo Poder.

    Assim, o controle que um Ministrio exerce sobre os vrios departamentos administrativos que o compem se caracteriza como controle interno, simplesmente porque todos integram o Poder Executivo. Outro exemplo seria o controle que as chefias exercem sobre os atos de seus subordinados dentro de um rgo pblico, no exerccio do poder hierrquico.

    Ressalte-se que o controle interno pode ser exercido por rgos especializados que, embora pertenam ao mesmo Poder, no possuem vinculao hierrquica com os rgos controlados. A Controladoria-Geral da Unio (CGU), por exemplo, rgo especializado que exerce controle interno no mbito de todos os rgos e entidades administrativas pertencentes ao Poder Executivo Federal1. No caso, a classificao da CGU como rgo de controle interno no porque ela possui ascendncia hierrquica sobre os demais rgos do Executivo e sim porque ela prpria, assim como os rgos que controla, tambm um rgo do Poder Executivo, s que com atribuies especficas de controle, ou seja, sob a tica do Executivo, trata-se de um controle exercido por dentro2.

    1 A CGU s no atua sobre a Presidncia e Vice-Presidncia da Repblica, o Ministrio das Relaes Exteriores, o Ministrio da Defesa, incluindo os comandos militares, e a Advocacia-Geral da Unio, os quais possuem Secretarias de Controle Interno (Ciset) prprias (rgos setoriais do sistema de controle interno). 2 A CGU um rgo ligado diretamente Presidncia da Repblica. O seu titular um Ministro de Estado.

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    Existe divergncia na doutrina quanto classificao do

    controle exercido pela administrao direta sobre as

    entidades da administrao indireta de um mesmo Poder

    (controle finalstico, superviso ministerial ou tutela administrativa).

    Para Celso Antnio Bandeira de Mello trata-se de controle interno, mas exterior

    IW W WW interno porque realizado dentro de um mesmo Poder; e exterior por dizer respeito a um rgo fiscalizando uma entidade

    (pessoas jurdicas distintas).

    J Maria Sylvia Di Pietro e Carvalho Filho classificam a tutela administrativa como

    uma forma de controle externo, porque controlador e controlado no pertencem

    mesma estrutura hierrquica.

    QUANTO AO RGO

    Controle Administrativo Segundo a Professora Di Pietro, controle administrativo o poder

    de fiscalizao que a Administrao Pblica (em sentido amplo) exerce sobre sua prpria atuao, sob os aspectos de legalidade e mrito, por iniciativa prpria ou mediante provocao. Esse tipo de controle deriva do poder de autotutela da Administrao, expresso na Smula 473 do STF:

    S;N?SWanular seus prprios atos, quando eivados de vcios que os tornem ilegais, porque deles no se originam direitos; ou revog-los, por motivo de

    convenincia ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em

    todos os casos, a apreciao judicial

    Portanto, anulao refere-se a controle de legalidade: anulam-se atos ilegais; por sua vez, revogao refere-se a controle de mrito: revogam-se atos inconvenientes ou inoportunos, assim classificados segundo critrios discricionrios da Administrao. Vale destacar que, em qualquer caso, sempre h a possibilidade de apreciao do ato pelo Poder Judicirio.

    Os controles internos administrativos so inerentes s atividades de uma organizao, constituindo etapas de seus processos de trabalho, em todos os nveis, desde a alta direo at os escales operacionais. Como exemplos de controles internos administrativos, pode-se citar: sistema de

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    autorizao e aprovao de transaes, segregao de tarefas, controles fsicos sobre os bens e informaes, controle da chefia sobre os atos de seus subordinados (controle hierrquico), instaurao de processos disciplinares, interposio de recursos administrativos etc.

    Superviso Ministerial

    A superviso ministerial, na esfera federal, uma das formas pelas quais o controle administrativo se manifesta, nos termos do Decreto-Lei 200/1967, que dispe sobre a organizao da Administrao Pblica Federal.

    De acordo com a mencionada norma, o Ministro de Estado responsvel, perante o Presidente da Repblica, pela superviso dos rgos da Administrao Federal, direta e indireta, enquadrados em sua rea de competncia. Assim, por exemplo, o Ministro de Estado da Fazenda responsvel pela superviso da Receita Federal e da Secretaria do Tesouro Nacional, rgos vinculados ao Ministrio de sua competncia.

    A superviso ministerial deve ser exercida mediante a orientao, coordenao e controle das atividades dos rgos subordinados ou vinculados ao Ministrio, com o objetivo de assegurar o cumprimento das leis, promover a execuo dos programas de Governo, fiscalizar a aplicao dos recursos pblicos, promover a prestao de contas, dentre outras aes que assegurem a atuao correta e eficiente da Administrao.

    Especial ateno deve ser dada s peculiaridades da superviso exercida pela Administrao Direta, por intermdio dos Ministros de Estado, sobre as entidades da Administrao Indireta. Tal superviso, tambm conhecida como tutela - e no autotutela - no significa subordinao hierrquica, mas to-somente vinculao para fins de controle. Essa vinculao geralmente se d com relao ao Ministrio cujas atividades se relacionam com a da pessoa jurdica da Administrao Indireta. Por exemplo, o Banco do Brasil sociedade de economia mista e a Caixa Econmica Federal empresa pblica , que atuam na rea financeira, vinculam-se ao Ministrio da Fazenda; j a Petrobrs, sociedade de economia mista que atua na rea de energia, vincula-se ao Ministrio de Minas e Energia. O controle sobre as entidades da Administrao Indireta (tutela) ocorre para garantir a observncia da legalidade e o cumprimento das suas finalidades institucionais. Todavia, s pode ser exercido nos limites estabelecidos em lei, sob pena de

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    ofender a autonomia administrativa, operacional e financeira dessas entidades descentralizadas.

    Controle Judicial O controle judicial ou jurisdicional aquele exercido pelos rgos

    do Poder Judicirio sobre os atos administrativos do Poder Executivo, do Legislativo e do prprio Judicirio, quando realiza atividades administrativas. Esse controle ocorre em ateno ao disposto no art. 5, XXXV, da CF: a lei no excluir da apreciao do Poder Judicirio leso ou ameaa a direito.

    Na lio de Hely Lopes Meirelles:

    No nosso sistema de jurisdio judicial nica, consagrado pelo preceito constitucional de que no se pode excluir da apreciao do Poder Judicirio

    qualquer leso ou ameaa a direito, individual ou coletivo (art. 5o, XXXV), a

    Justia ordinria tem a faculdade de julgar todo ato de administrao

    praticado por agente de qualquer dos rgos ou Poderes do Estado.

    Assim, aquele que se sinta lesado em seus direitos em razo de ato praticado pela Administrao poder buscar socorro junto ao Judicirio. Tal possibilidade caracteriza uma instncia de controle sobre a gesto da coisa pblica, proveniente do sistema de freios e contrapesos presente em nosso ordenamento jurdico.

    Diferentemente do controle externo realizado pelo Poder Legislativo com o auxlio dos Tribunais de Contas (sobre o qual falaremos daqui a pouco), o controle judicial deve ser necessariamente provocado, ou seja, o Judicirio no age de ofcio, por conta prpria. Ao contrrio, para ser exercido, necessria a provocao do interessado ou do legitimado, mediante a propositura da ao judicial cabvel, que pode ser, por exemplo, um mandado de segurana, um mandado de injuno, uma ao popular, uma ao civil pblica entre outros.

    Outra peculiaridade que a doutrina costuma classificar o controle judicial sobre a Administrao Pblica como uma espcie de controle a posteriori, eis que geralmente ocorre depois de o ato ter sido consumado. Porm, possvel encontrar exemplos de controle prvio, como os mandados de segurana preventivos.

    Ademais, em regra, o controle judicial se restringe ao controle de legalidade, no se pronunciando sobre a convenincia e oportunidade do ato em exame, ou seja, sobre o mrito administrativo. Os elementos que perfazem o mrito do ato administrativo (motivo e objeto) somente

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    podero ser objeto de anlise pelo Poder Judicirio nos casos em que contrariarem princpios legais (como moralidade, imparcialidade e eficincia) ou que forem desproporcionais ou no pautados em critrios razoveis. Por exemplo, conforme ensina a Professora Di Pietro, a ausncia ou falsidade do motivo, isto , dos fatos que precedem a elaborao do ato, caracteriza ilegalidade, suscetvel de invalidao pelo Poder Judicirio, no constituindo invaso do mrito administrativo.

    Mediante o exerccio do controle judicial dos atos administrativos pode-se decretar a sua anulao, nos casos em que existe ilegalidade ou ilegitimidade, mas nunca a sua revogao, que faculdade privativa da prpria Administrao.

    Nunca demais lembrar que, considerando o conceito que leva em conta a posio do controlador em relao ao controlado, o Judicirio realiza controle externo sobre a Administrao Pblica. Porm, segundo a Constituio Federal, controle externo diz respeito apenas fiscalizao exercida pelo Poder Legislativo, com o auxlio dos Tribunais de Contas, sobre os atos administrativos do poder pblico.

    Controle Legislativo ou Parlamentar o controle exercido diretamente pelo rgo legislativo (Cmaras

    Municipais, Assembleias Legislativas ou Congresso Nacional) ou pelos Tribunais de Contas que lhes prestam auxlio. Falaremos mais sobre essa espcie de controle adiante, no ttulo Controle Externo.

    Controle Social O controle social exercido pelo cidado diretamente ou pela

    sociedade civil organizada. O ordenamento jurdico brasileiro, a comear pela Constituio Federal, estabelece diversas formas de controle social, que pode ser exercido tanto no momento da formulao da poltica pblica como na fase de execuo. A seguir, alguns exemplos de aes de controle acessveis a qualquer cidado:

    - denunciar irregularidades aos rgos de controle externo (CF, art. 74, 2);

    - propor ao popular que vise anular ato lesivo ao patrimnio pblico e moralidade administrativa (CF, art. 5, LXXIII);

    - examinar e questionar a legitimidade das contas de todas as esferas de governo, as quais ficaro disposio de qualquer contribuinte no respectivo Poder Legislativo e no rgo tcnico responsvel por sua elaborao (CF, art. 31, 3; LRF, art. 49);

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    - conhecer e acompanhar, em tempo real, em meios eletrnicos de acesso pblico, informaes pormenorizadas sobre a execuo oramentria e financeira (LC 131/2009);

    - sugerir, criticar, reclamar ou informar a respeito de ato de gesto ou ato administrativo praticado por agente pblico jurisdicionado ao TCU, por meio da ouvidoria do Tribunal (Resoluo TCU 214/2008).

    QUANTO AO MOMENTO DO CONTROLE

    Controle prvio (a priori): o controle exercido antes da conduta administrativa se efetivar. Possui carter preventivo, orientador, e visa evitar a ocorrncia de irregularidades.

    Exemplos clssicos deste tipo de controle so as autorizaes e as aprovaes, como a aprovao pelo Senado Federal da escolha feita pelo Presidente da Repblica para determinados cargos (ex: Ministros de tribunais superiores, Procurador Geral da Repblica e dirigentes de agncias reguladoras). Outro exemplo quando o Senado Federal aprova emprstimos externos por parte dos entes federativos (CF, art. 52, V3).

    O ordenamento jurdico atual no mais prev a

    necessidade de homologao prvia pelo

    Tribunal de Contas como condicionante para a

    eficcia de atos administrativos. Isso estava previsto no perodo entre as

    constituies federais de 1946 e 1967, mas no existe mais.

    Naquele perodo, todos os atos da Administrao, inclusive licitaes e respectivos

    contratos para compras, obras e servios, deveriam passar pelo crivo prvio do

    Tribunal de Contas para que pudessem produzir efeitos, num verdadeiro excesso

    de burocracia.

    J hoje em dia, a regra no mais essa, ou seja, gestores pblicos firmam contratos

    e executam despesas sem precisar de qualquer anuncia prvia do Tribunal de

    Contas.

    3 Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:

    (...)

    V - autorizar operaes externas de natureza financeira, de interesse da Unio, dos Estados, do Distrito

    Federal, dos Territrios e dos Municpios;

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    Nesse sentido, o STF j declarou inconstitucional lei estadual que determinava que

    todos os contratos celebrados entre o governo do Estado e empresas particulares

    dependeriam de registro prvio perante o Tribunal de Contas Estadual4.

    Porm, em algumas situaes especficas, por expressa disposio legal, ainda se

    realiza o IWYI=I YWIW=

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    QUANTO NATUREZA DO CONTROLE

    O controle da gesto pblica, quanto natureza, ou seja, considerando o seu foco, o aspecto a ser controlado, classifica-se em:

    Controle de legalidade: verifica se a conduta do gestor guarda consonncia com as normas aplicveis, de qualquer espcie - leis, regimentos, resolues, portarias etc.

    Ex: no controle da legalidade de uma construo de rodovia, pode ser

    verificado se a contratao da empreiteira responsvel pela obra foi realizada em

    conformidade com a Lei de Licitaes.

    O controle da legalidade pode ser interno ou externo, no primeiro caso se exercido pelos rgos da prpria Administrao que praticou o ato (poder de autotutela) e no segundo se feito pelo Poder Judicirio, no exerccio da funo jurisdicional, ou pelo Poder Legislativo, nas situaes previstas na Constituio Federal.

    O resultado do controle de legalidade pode ser, de um lado, a confirmao da validade (ratificao, homologao) de atos praticados em conformidade com o ordenamento jurdico ou, de outro, a anulao de atos administrativos ilegais. No mbito desse controle possvel, ainda, a convalidao, pela Administrao, de atos praticados com defeitos sanveis.

    A homologao (ou no) de uma licitao pela autoridade competente do rgo ou entidade que realizou o procedimento constitui exemplo de controle de legalidade interno. De outra parte, so exemplos de controle de legalidade externo o exame pelo Judicirio, em mandado de segurana, da legalidade de um ato do Executivo e a apreciao pelo Poder Legislativo, com base em auditorias realizadas pelo Tribunal de Contas, da legalidade dos atos de gesto do Executivo.

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    Controle de mrito: o controle que se consuma pela verificao da convenincia e oportunidade da conduta administrativa. Trata-se de um controle discricionrio, exercido igualmente sobre atos discricionrios. Nesse controle, no se questiona a legalidade do ato; afere-se apenas se uma conduta anterior merece prosseguir ou deve ser revista, com base em razes de convenincia e oportunidade da prpria Administrao.

    Ex: no controle de mrito, a Administrao pode rever a sua deciso

    anterior de construir uma rodovia de pista simples para construir uma de pista

    dupla.

    O resultado do controle de mrito pode ser a confirmao da conduta, quando esta no precisa ser revista ou a revogao dos atos discricionrios que, embora vlidos, tenham se tornado inoportunos e inconvenientes para a Administrao.

    O ponto mais importante a respeito do controle de mrito reside na competncia para exerc-lo. Com efeito, o controle de mrito privativo da Administrao Pblica, no se submetendo sindicabilidade do Poder Judicirio. O controle judicial restringe-se aferio da legalidade e da legitimidade das condutas administrativas, mas no adentra o mrito do ato. Em outras palavras, o Judicirio, no exerccio da funo jurisdicional, pode anular atos ilegais, mas no pode revogar atos administrativos por razes de convenincia e oportunidade.

    Os elementos que perfazem o mrito do ato administrativo (motivo e objeto) somente podero ser objeto de anlise pelo Poder Judicirio nos

    Verifica a conformidade do ato com o ordenamento

    jurdico

    Controle de legalidade

    Controle de legalidade interno

    Exercido pela prpria Administrao

    Controle de legalidade externo

    Exercido pelo Judicirio ou pelo Legislativo sobre os atos da Administrao

    Resultados possveis

    - Confirmao da validade (atos legais);

    - Anulao (atos ilegais);

    - Convalidao (atos com defeitos sanveis)

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    casos em que contrariarem princpios administrativos (como moralidade, imparcialidade e eficincia) ou que forem desproporcionais ou no pautados em critrios previstos em lei. Porm, mesmo que o Judicirio se utilize dos princpios administrativos para exame de um ato discricionrio, isso no significar invaso do mrito, e sim controle de legalidade e legitimidade.

    Quanto ao controle exercido pelo Poder Legislativo sobre os atos da Administrao, a doutrina reconhece que, em algumas situaes, pode ser um controle de mrito. Como exemplo, podemos citar as diversas situaes em que necessria uma autorizao prvia ou uma aprovao do Legislativo para a prtica de algum ato pelo Executivo, como ocorre na apreciao prvia pelo Senado do nome escolhido pelo Presidente da Repblica para ocupar o cargo de Presidente do Banco Central. A apreciao do Senado, nesse caso, essencialmente discricionria, ou seja, atinge o mrito do ato de nomeao. Na verdade, esse tipo de controle exercido pelo Legislativo um controle poltico, mas a doutrina chama de controle de mrito para ressaltar que no se trata de controle de legalidade, e sim de controle em que o Legislativo atua com discricionariedade. Ressalte-se, contudo, que o controle de mrito exercido pelo Legislativo nessas situaes um controle prvio e jamais chega ao ponto de revogar um ato administrativo j praticado pela Administrao. A revogao s pode ser efetivada pela prpria Administrao que praticou o ato.

    Antes de terminar, cabe apresentar algumas classificaes tambm relacionadas natureza do controle da gesto pblica, considerando o seu foco. Nesse sentido, o controle tambm classifica-se em:

    Verifica a convenincia e

    oportunidade de atos discricionrios

    Controle de mrito

    Privativo da prpria Administrao

    Tem como resultado a confirmao da conduta ou a revogao do ato

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    Controle de legalidade: verifica se a conduta do gestor guarda consonncia com as normas aplicveis, de qualquer espcie - leis, regimentos, resolues, portarias etc.

    Ex: no controle da legalidade de uma construo de rodovia, pode ser

    verificado se a contratao da empreiteira responsvel pela obra foi realizada em

    conformidade com a Lei de Licitaes.

    Controle de legitimidade: verifica se o ato atende ao interesse pblico, impessoalidade e moralidade.

    Ex: no controle de legitimidade, pode ser verificado se a construo da

    rodovia atende s necessidades da populao. Caso, por exemplo, j existirem

    outras vias de acesso que atendam satisfatoriamente a demanda do local, ao

    contrrio de outras localidades mais necessitadas, o investimento poderia no

    ser considerado legtimo, mesmo se realizado de acordo com a Lei de Licitaes.

    Controle de economicidade: analisa a relao custo/benefcio da despesa pblica, isto , se o gasto foi realizado com minimizao dos custos e sem comprometimento dos padres de qualidade.

    Ex: no controle de economicidade, pode ser verificado se os materiais e

    servios necessrios construo da rodovia foram adquiridos e contratados a

    preos de mercado e se atenderam s necessidades da obra com qualidade.

    Alm desses aspectos, com a utilizao de tcnicas mais modernas de fiscalizao, o controle passou a ter tambm como foco:

    Controle de eficincia: analisa os meios utilizados em relao aos resultados obtidos pela Administrao, com critrios de custo, prazo e qualidade. De certa forma, se confunde com o conceito de economicidade.

    Ex: no controle de eficincia, pode ser verificado se os recursos dispendidos

    na obra foram otimizados, ou seja, se a rodovia foi construda com qualidade,

    em tempo razovel e a custo de mercado.

    Controle de eficcia: verifica se as metas estabelecidas foram alcanadas, ou seja, se os bens e servios foram providos.

    Ex: no controle de eficcia, pode ser verificado se o cronograma

    estabelecido para a obra foi cumprido, se todas as intervenes previstas foram

    realizadas, ou mesmo, se a rodovia foi realmente construda.

    Efetividade: analisa se os objetivos da ao administrativa foram atingidos, em termos de impactos sobre a populao-alvo.

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    Ex: no controle de efetividade, pode ser verificado se a rodovia, aps

    construda, realmente melhorou a vida da populao, suprindo as carncias que

    motivaram a realizao da obra.

    Segundo as Normas de Auditoria do Tribunal de Contas da Unio (TCU), legalidade e legitimidade so avaliadas nas auditorias de regularidade, enquanto que economicidade, eficincia, eficcia e efetividade so avaliadas nas auditorias operacionais.

    Fonte: Manual de Auditoria Operacional do TCU.

    Em suma, o controle avalia a legalidade, economicidade e a eficincia da aquisio e aplicao dos recursos, assim como a legitimidade, eficcia e a efetividade dos resultados alcanados.

    1. (Vunesp Emplasa 2014) No que se refere ao controle da Administrao, correto afirmar que;

    a) o controle interno todo aquele realizado pela entidade ou rgo responsvel

    pela atividade controlada, no mbito da prpria Administrao.

    b) o controle hierrquico o que se realiza por um Poder ou rgo constitucional

    independente funcionalmente sobre a atividade administrativa de outro Poder

    estranho Administrao.

    c) o controle externo o teleolgico.

    d) o controle externo popular aquele em que as contas do Executivo ficam

    durante 90 dias, a cada binio, disposio de qualquer contribuinte.

    e) o controle hierrquico aquele que a norma legal estabelece para as entidades

    autnomas, indicando a autoridade controladora.

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    Comentrios: vamos analisar cada alternativa:

    a) CERTA. Controle interno aquele exercido por dentro, pela prpria entidade ou rgo que pratica o ato a ser controlado. Assim, qualquer controle efetivado pelo Poder Executivo sobre seus prprios servios ou agentes considerado interno, como interno ser tambm o controle do Legislativo ou do Judicirio, por seus rgos de administrao, sobre seu pessoal e os atos administrativos que pratique.

    b) ERRADA. Trata-se da definio de controle externo. O controle hierrquico, por sua vez, aquele que ocorre nas organizaes escalonadas verticalmente, em graus de hierarquia, em que os rgos ou departamentos inferiores so subordinados aos superiores. Segundo Hely Lopes Meirelles, os rgos de cpula tm sempre o controle pleno dos subalternos, independentemente de norma que o estabelea. Vale dizer, uma vez criada a estrutura de subordinao entre as instncias por lei ou ato normativo, seja o que for o controle hierrquico nasce automaticamente. Ainda conforme o autor, o controle hierrquico pressupe as faculdades de superviso, coordenao, orientao, fiscalizao, aprovao, reviso e avocao das atividades controladas, bem como os meios corretivos dos agentes responsveis.

    c) ERRADA. Segundo Hely Lopes Meirelles, o controle finalstico que possui carter teleolgico, vale dizer, de verificao do enquadramento da instituio no programa geral do Governo e de seu acompanhamento dos atos de seus dirigentes no desempenho de suas funes estatutrias, para o atingimento das finalidades da entidade controlada. O controle finalstico o que ocorre, por exemplo, sobre as entidades da administrao indireta (ex: Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econmica Federal); no caso, ele exercido pela administrao direta, por intermdio do Ministrio vinculador (ex: o Ministrio da Fazenda exerce controle finalstico sobre o Banco do Brasil). O controle finalstico, conforme Hely Lopes Meirelles, sempre um controle limitado e externo. Limitado porque deve observar os limites da lei, de modo a no configurar ingerncia indevida sobre a entidade autnoma; externo porque exercido por rgo no pertencente mesma estrutura hierrquica da entidade controlada. Alis, por este ltimo aspecto, pode-se afirmar que o controle finalstico no possui fundamento hierrquico, porque no h subordinao entre a entidade controlada e a autoridade ou o rgo controlador.

    d) ERRADA. Controle externo popular o previsto no art. 31, 3 da CF, determinando que as contas do Municpio (Executivo e Cmara) fiquem, durante 60 dias, anualmente, disposio de qualquer contribuinte, para exame e apreciao, podendo questionar-lhes a legitimidade nos termos da

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    lei. De acordo com Hely Lopes Meirelles, a inexistncia de lei especfica sobre o assunto no impede o controle, que poder ser feito atravs dos meios processuais comuns, como o mandado de segurana e a ao popular.

    e) ERRADA. Como visto, trata-se da definio de controle finalstico, e no de controle hierrquico.

    Gabarito: alternativa a

    2. (TCDF Auditor 2014 Cespe) O controle pode ser classificado, quanto ao momento do seu exerccio, em prvio, simultneo ou a posteriori. A exigncia de

    laudos de impacto ambiental, por exemplo, constitui uma forma de controle

    simultneo.

    Comentrio: O quesito est errado. De fato, o controle pode ser classificado, quanto ao momento do seu exerccio, em prvio, simultneo ou a posteriori. Contudo, a exigncia de laudos de impacto ambiental constitui exemplo de controle prvio, e no simultneo. Geralmente, esse tipo de laudo exigido pelo Poder Pblico como condio para o licenciamento de obras, servindo para demonstrar as consequncias para o ambiente de determinado projeto. o que prescreve o art. 225, IV da CF:

    Art. 225. Todos tm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Pblico e coletividade o dever de defend-lo e preserv- lo para as presentes e futuras geraes.

    1 - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Pblico:

    IV - exigir, na forma da lei, para instalao de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradao do meio ambiente, estudo prvio de impacto ambiental, a que se dar publicidade;

    Gabarito: Errado

    3. (TCU ACE 2006 ESAF) Desenvolva um texto argumentando sobre o seguinte tema: Prvio, concomitante ou a posteriori: como caracterizar o controle exercido

    pelo TCU?

    Comentrio: Uma boa resposta para essa questo discursiva poderia iniciar, logo de cara, afirmando que as diversas competncias do TCU permitem enquadrar o controle exercido pela Corte de Contas nas trs classificaes de controle apresentadas. Em seguida, a afirmao deveria ser justificada com exemplos, como os apresentados acima. Para concluir, poderia ser dito que, embora a maior parte do controle exercido pelo Tribunal seja posterior, sua atuao tem evoludo no sentido de priorizar as aes de controle prvio e concomitante, com o objetivo de, cada vez mais, se antecipar s ms prticas de gesto e evitar ou minimizar os danos ao

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    patrimnio pblico.

    Gabarito: N/A

    4. (TCE/ES ACE 2012 Cespe) Uma das funes precpuas do Poder Judicirio realizar o controle de mrito dos atos administrativos do Poder Executivo que

    contribuem para o melhor interesse da sociedade.

    Comentrio: O quesito est errado, uma vez que o controle judicial, ao contrrio do que diz a assertiva, caracteriza-se por no realizar controle de mrito dos atos administrativos, restringindo-se ao controle de legalidade.

    Gabarito: Errado

    5. (TCE/TO ACE 2008 Cespe) Um sistema de controle externo se diferencia de um sistema de controle interno na administrao pblica, pois

    a) o primeiro se situa em uma instncia fora do mbito do respectivo Poder.

    b) correspondem, respectivamente, auditoria externa e interna.

    c) o primeiro tem funo coercitiva e o segundo, orientadora.

    d) o primeiro tem carter punitivo, e o segundo consultivo.

    e) o funcionamento do primeiro deriva de um processo autorizativo, e o segundo

    institucional.

    Comentrio: Quanto ao posicionamento do rgo controlador em relao ao controlado, o controle pode ser externo ou interno. O controle externo exercido por um ente no que integra a mesma estrutura organizacional do rgo fiscalizado enquanto que o controle interno exercido por ente que tambm integra essa estrutura. Portanto, correta a alternativa a.

    Gabarito: alternativa a

    6. (TCDF Procurador 2012 Cespe) O controle administrativo um controle de legalidade e de mrito, exercido exclusivamente pelo Poder Executivo sobre suas

    prprias condutas.

    Comentrio: A primeira parte da assertiva (O controle administrativo um controle de legalidade e de mrito...) est correta. Lembre-se de que o controle administrativo deriva do poder de autotutela, pelo qual a Administrao pode anular atos ilegais (controle de legalidade) ou revogar atos inconvenientes/inoportunos (controle de mrito).

    Todavia, o restante da frase macula o quesito, pois o controle administrativo no exercido exclusivamente pelo Poder Executivo, mas pela Administrao Pblica em sentido amplo, compreendendo, portanto, a administrao direta e indireta de todos os Poderes e esferas de governo. Assim, por exemplo, o STF, integrante do Poder Judicirio, pode anular uma

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    licitao promovida pelo prprio rgo para adquirir material de expediente, caso constate alguma ilegalidade no procedimento. Nesse exemplo, perceba que o STF est atuando como Administrao Pblica, ou seja, exercendo funes administrativas, ainda que no faa parte do Poder Executivo.

    Gabarito: Errado

    7. (TCDF ACE 2012 Cespe) Caso no seja empregado o mnimo de recursos destinados a sade e educao no DF, poder ocorrer o controle judicial de ofcio

    com vistas a garantir mediante medida cautelar a ocorrncia dos atos administrativos necessrios para o direcionamento dessa parcela do oramento.

    Comentrio: Como vimos, o controle judicial deve ser necessariamente provocado, ou seja, no existe controle judicial de ofcio, da o erro do quesito.

    Gabarito: Errado

    8. (TJRO Tcnico Judicirio 2012 Cespe) O abuso de poder conduta comissiva, que afronta, dentre outros, o princpio da legalidade e o da moralidade, e

    se sujeita, portanto, ao controle judicial, que se sobrepe ao controle administrativo.

    Comentrio: O item est errado. No h predominncia entre as formas de controle. Tanto o controle judicial como o administrativo, o parlamentar ou o exercido pelos Tribunais de Contas derivam do sistema de freios e contrapesos que rege a Administrao Pblica, o qual assegura a harmonia entre os Poderes.

    Gabarito: Errado

    9. (TCDF Procurador 2012 Cespe) Constitui exteriorizao do princpio da autotutela a smula do STF que enuncia que A administrao pode anular seus prprios atos, quando eivados dos vcios que os tornam ilegais, porque deles no

    se originam direitos; ou revoga-los, por motivo de convenincia e oportunidade,

    respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciao

    judicial. Comentrio: A questo est correta, pois constitui a transcrio da

    Smula 473 do STF.

    Gabarito: Certo

    10. (INPI Analista 2013 Cespe) O controle administrativo, que consiste no acompanhamento e fiscalizao do ato administrativo por parte da prpria estrutura

    organizacional, configura-se como controle de natureza interna, privativo do Poder

    Executivo.

    Comentrio: O item est errado. A Professora Maria Sylvia Di Pietro define o controle da Administrao da seguinte forma:

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    O poder de fiscalizao e correo que sobre ela exercem os rgos dos Poderes Judicirio, Legislativo e Executivo, com o objetivo de garantir a conformidade de sua atuao com os princpios que lhe so impostos pelo ordenamento jurdico.

    Temos ento, controle administrativo, judicial e legislativo como espcies do gnero controle da Administrao. O controle administrativo o poder de fiscalizao e correo que o Estado-administrador efetua sobre sua prpria atuao, nos aspectos de legalidade e mrito, seja por iniciativa prpria ou por provocao. A funo administrativa est presente em todos os Poderes do Estado. Embora o Poder Executivo a exera tipicamente, os demais Poderes, de forma atpica, tambm administram. Isso se d, por exemplo, quando realizam concurso pblico ou quando adquirem bens e servios. Dessa forma, o controle administrativo exercido no mbito de todos os Poderes, no s no Executivo. Os Poderes Judicirio e Legislativo exercem controle administrativo ao desempenharem sua funo atpica de administrar.

    Gabarito: Errado

    11. (TCDF Auditor 2014 Cespe) Na esfera federal, o controle administrativo identificado com a superviso ministerial, que, no caso da administrao indireta,

    caracteriza a tutela. A sua autonomia, estabelecida nas prprias leis instituidoras,

    deve ser assegurada, sem prejuzo da fiscalizao na aplicao da receita pblica e

    da ateno com a eficincia e a eficcia no desempenho da administrao.

    Comentrio: A assertiva est correta. a prpria definio de superviso ministerial, que, na esfera federal, uma das formas pelas quais o controle administrativo se manifesta. O quesito tambm caracteriza corretamente a tutela exercida pela Administrao Direta sobre da Administrao Indireta, ao indicar a necessidade de se preservar a autonomia das entidades descentralizadas.

    Gabarito: Certo

    Compreendidas as principais caractersticas da atividade de controle, vamos avanar estudando as peculiaridades dos sistemas de controle externo existentes no mundo. Em seguida, iniciaremos o estudo particular dos sistemas de controle no Brasil.

    Vamos l!

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    SISTEMAS DE CONTROLE EXTERNO

    As Entidades Fiscalizadoras Superiores (EFS) so os rgos tcnicos de controle externo de maior estatura em cada pas. Normalmente o rgo que atua na esfera federal. No caso do Brasil, a EFS o TCU.

    Dependendo da organizao poltica do pas, a EFS pode ser classificada em um dos seguintes sistemas de controle externo:

    Tribunais de Contas

    Auditorias-Gerais

    O sistema de Tribunais de Contas ou Conselho de Contas caracteriza-se por seu carter colegiado. Ou seja, as decises desses rgos so tomadas em conjunto, pelo voto da maioria de seus membros (decises colegiadas). Os Tribunais de Contas geralmente possuem poder para julgar a regularidade da gesto do administrador pblico (as chamadas contas dos responsveis). Tambm, em regra, possuem competncia para punir e emitir determinaes compulsrias aos controlados.

    J o sistema de Auditorias-Gerais ou Controladorias-Gerais caracteriza-se por seu carter unipessoal. So comandados por um auditor ou controlador-geral, que o responsvel pelas decises do rgo (decises monocrticas). No geral, as Auditorias-Gerais pronunciam-se conclusivamente sobre as contas, mas no as julgam. Suas decises, em regra, possuem carter opinativo ou consultivo, emitidas na forma de pareceres e recomendaes, com o objetivo principal de fornecer subsdios para que o titular do controle externo e a opinio pblica avaliem a gesto.

    Em geral, tanto os Tribunais de Contas como as Auditorias Gerais esto associados ao Poder Legislativo. H, contudo, pases que colocam os Tribunais de Contas junto ao Poder Judicirio ou as Auditorias-Gerais junto ao Poder Executivo. H tambm casos em que a EFS no est vinculada a nenhum Poder.

    A tarefa tradicional dos Tribunais de Contas o controle de legalidade, enquanto que as Auditorias-Gerais priorizam o controle de eficcia, eficincia e efetividade. Contudo, os Tribunais de Contas tm progredido nesse aspecto, expandindo sua atuao para alm do mero exame de legalidade, passando a focar aspectos de desempenho e alcance de resultados.

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    Os Tribunais de Contas e as Auditorias-Gerais tambm possuem caractersticas em comum: so rgos administrativos; so autnomos em relao ao Poder que os vincula; em geral, possuem previso constitucional; e suas decises no so sujeitas a reviso por outro rgo ou instncia.

    A Controladoria-Geral da Unio (CGU) no rgo de

    controle externo, apesar de sua denominao. Como j foi

    dito, a CGU vinculada Presidncia da Repblica, a quem

    assessora por meio de atividades de controle interno, alm de exercer, como rgo

    central, a superviso tcnica dos rgos que compem o Sistema de Controle

    Interno do Poder Executivo Federal, prestando a orientao normativa necessria.

    12. (TCU ACE 2004 Cespe) Os sistemas internacionais de controle externo tm em comum a circunstncia de que o rgo de controle invariavelmente colegiado

    e ligado ao Poder Legislativo.

    Comentrio: O rgo de controle (EFS) pode ser constitudo na forma de Tribunais/Conselhos de Contas ou na forma de Auditorias/Controladorias-Gerais. No primeiro caso, so rgos colegiados; no segundo, via de regra, so rgos monocrticos. Alm disso, embora a maioria das EFS pelo mundo esteja ligada ao Poder Legislativo, como o TCU no Brasil, h pases em que a EFS compe o Poder Judicirio, como em Portugal; o Poder Executivo, como no Paraguai e na Bolvia; ou nenhum dos Poderes, como na Frana e no Chile.

    Gabarito: Errado

    13. (TCU ACE 2006 ESAF) Na maioria dos pases onde existe, o sistema de controle externo levado a termo ou pelos Tribunais de Contas (Cortes de Contas)

    ou pelas Auditorias-Gerais. Nesse contexto, considerando as principais distines

    entre esses dois modelos de controle, assinale a opo que indica a correta relao

    entre as colunas:

    1) Tribunais de Contas ( ) So rgos colegiados.

    2) Auditorias-Gerais ( ) Podem ter poderes jurisdicionais.

    ( ) Podem estar integrados ao Poder Judicirio.

    ( ) Proferem decises monocrticas.

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    a) 1 2 1 2 b) 1 1 1 2 c) 1 1 2 2 d) 2 1 2 1 e) 2 2 2 1

    Comentrio: Pelo que estudamos, fica fcil matar essa. Os Tribunais de Contas: so rgos colegiados; podem ter poderes jurisdicionais e podem estar integrados ao Poder Judicirio. J as Auditorias-Gerais proferem decises monocrticas e no possuem poderes jurisdicionais.

    Aproveito para ressaltar o detalhe de que, em regra, no se verificam: (i) Controladorias-Gerais integradas ao Poder Judicirio; (ii) Tribunais de Contas integrados ao Poder Executivo.

    Gabarito: alternativa b

    14. (TCU ACE 2007 Cespe) O sistema de controle externo, na maioria dos pases signatrios, levado a termo ou pelas cortes de contas ou pelas auditorias-

    gerais. As principais caractersticas do sistema de tribunal de contas so as

    decises colegiadas e o poder sancionatrio. No Brasil, bem como nos demais

    pases que adotam esse sistema, os tribunais de contas, quanto sua organizao,

    encontram-se ligados estrutura do Poder Legislativo.

    Comentrio: As duas primeiras frases da questo esto corretas. Ademais, fato que, no Brasil, os tribunais de contas esto ligados ao Poder Legislativo. Contudo, h pases em que isso no ocorre. Portanto, a expresso bem como nos demais pases que adotam esse sistema torna o quesito errado. Em Portugal e na Grcia, por exemplo, o Tribunal de Contas situa-se no mbito do Poder Judicirio. J na Frana, a Corte de Contas no est vinculada a nenhum dos poderes.

    Gabarito: Errado

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    CONTROLE EXTERNO E INTERNO NA CONSTITUIO FEDERAL

    Os arts. 70 a 74 da Constituio Federal apresentam as principais regras orientadoras do exerccio do controle da Administrao Pblica brasileira, sem prejuzo da existncia de disposies referentes a essa atividade em outras partes da prpria Constituio, ou em outros dispositivos legais.

    Esses artigos tratam, essencialmente, do controle da gesto dos recursos federais, vale dizer, daqueles provenientes do oramento da Unio. Porm, o art. 75 da CF assim dispe:

    Art. 75. As normas estabelecidas nesta Seo [art. 70 a 75] aplicam-se, no que couber, organizao, composio e fiscalizao dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municpios.

    Assim, por fora desse princpio de simetria, os sistemas de controle nos Estados, Distrito Federal e Municpios, previstos nas respectivas Constituies e Leis Orgnicas, devem seguir, no que couber, as disposies relativas Unio previstas na Carta da Repblica.

    Veja bem: no que couber, ou seja, podem ocorrer alteraes nas normas locais, levando-se em considerao as especificidades de cada regio, desde que no sejam incompatveis com o modelo estabelecido para a esfera federal.

    Portanto, importantssimo que voc conhea esses artigos da CF, mesmo que seu estudo, por ora, esteja focado no concurso para o TCM-RJ. Isso facilita o aprendizado, considerando a simetria de normas entre as esferas.

    Alis, registre-se que o fator que distingue a competncia federal, estadual ou municipal a origem oramentria primria dos recursos controlados. Dessa forma, se originalmente os recursos estavam previstos no oramento da Unio, quem os estiver gerindo estar sob a jurisdio do TCU, no importa se administrador federal, estadual, municipal, internacional, pblico ou privado; da mesma forma, se os recursos fiscalizados so provenientes do oramento do Municpio do Rio

    Leitura obrigatria: CF, art. 70 a 75

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    de Janeiro, a competncia para fiscaliz-los do TCM-RJ, no importando a natureza e a procedncia do administrador. O mesmo raciocnio se aplica aos demais Estados e Municpios.

    Bom, vamos ver ento o que o art. 70, caput nos diz sobre os sistemas de controle da Administrao Pblica no Brasil:

    Art. 70. A fiscalizao contbil, financeira, oramentria, operacional e patrimonial da Unio e das entidades da administrao direta e indireta , quanto legalidade, legitimidade, economicidade, aplicao das subvenes e renncia de receitas, ser exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.

    Em ateno ao princpio da simetria, o Municpio do Rio de Janeiro reproduziu e adaptou tais disposies em sua Lei Orgnica (art. 87. Vejamos:

    Art. 87. A fiscalizao contbil, financeira, oramentria, operacional e patrimonial do Municpio e das entidades da administrao direta, indireta e fundacional quanto legalidade, legitimidade, economicidade, razoabilidade, aplicao de subvenes e renncia de receitas, ser exercida pela Cmara Municipal , mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.

    Assim, v-se que a fiscalizao da Unio, vale dizer, da Administrao Pblica federal, e, similarmente, da Administrao Pblica do Municpio do Rio de Janeiro, ser exercida mediante os seguintes sistemas de controle:

    Sistema de controle externo

    Sistema de controle interno

    Em seguida, vamos estudar as principais caractersticas desses dois sistemas de controle da gesto pblica: controle externo e controle interno.

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    CONTROLE EXTERNO

    Como vimos, controle externo, em sentido amplo, toda fiscalizao exercida por um ente que no integra a estrutura na qual o fiscalizado est inserido.

    Todavia, a Constituio Federal restringiu essa definio no mbito do controle da gesto pblica brasileira, atribuindo a titularidade do controle externo ao Poder Legislativo, representado pelo Congresso Nacional na esfera federal, e pelas Assembleias Legislativas e Cmaras Municipais nas demais esferas.

    A Carta Magna deixa isso assente em seu art. 70, caput (A fiscalizao... ser exercida pelo Congresso Nacional, mediante

    controle externo...) e tambm no art. 71, caput.

    Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, ser exercido com o auxlio do Tribunal de Contas da Unio, ao qual compete:

    ...dispositivo tambm presente na Lei Orgnica do Rio de Janeiro:

    Art. 88. O controle externo, a cargo da Cmara Municipa, ser exercido com auxlio do Tribunal de Contas do Municpio, ao qual compete (...)

    Portanto, segundo a Constituio Federal e a Lei Orgnica do Rio, somente o controle exercido pelo Poder Legislativo sobre a Administrao Pblica recebe a denominao de controle externo. Na esfera federal, o titular do controle externo o Congresso Nacional; no mbito dos Estados, o titular a Assembleia Legislativa, enquanto nos Municpios, o controle externo cabe s respectivas Cmaras Municipais.

    Segundo a CF, o titular do controle externo o Poder Legislativo. Na esfera federal, portanto, o titular o Congresso Nacional; no mbito do Municpio do Rio de Janeiro, o titular a Cmara Municipal.

    Assim, por exemplo, a atuao do Judicirio sobre os atos dos demais Poderes no se enquadra na definio de controle externo presente em nosso ordenamento jurdico. Muito menos controle externo, na definio constitucional, a fiscalizao exercida pela Administrao Direta sobre as entidades da Administrao Indireta, embora ambos os casos representem exemplos de controle externo se apenas for considerado a posio do rgo controlador em relao ao controlado.

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    A fim de possibilitar o exerccio do controle externo, a Carta Magna conferiu ao Tribunal de Contas da Unio (TCU) a misso de auxiliar o Congresso, mediante a definio de competncias prprias e privativas para a Corte de Contas (CF, art. 71). Da mesma forma, o controle externo na cidade do Rio de Janeiro realizado pela Cmara Municipal com o auxlio do TCM-RJ, o qual possui as mesmas competncias prprias e privativas atribudas pela Constituio Federal ao TCU, adaptadas ao Municpio por meio de sua Lei Orgnica (LO/RJ, art. 88).

    Cuidado com o termo auxiliar, que pode levar a interpretaes errneas. O Tribunal de Contas no subordinado ao Poder Legislativo! No exerccio do controle externo, a Constituio reservou aos Tribunais de Contas atividades de cunho tcnico, como a realizao de auditorias e o exame e julgamento da gesto dos administradores pblicos. O Congresso Nacional e a Cmara Legislativa, assim como as Assembleias Legislativas e Cmaras Municipais, embora titulares do controle externo nas respectivas esferas de governo, no podem exercer nenhuma das atribuies conferidas exclusivamente s Cortes de Contas. No campo do controle externo, cabe ao Parlamento atividades de cunho poltico, tambm previstas na Constituio, sem qualquer relao administrativa, hierrquica ou mesmo de coordenao com o Tribunal de Contas. Ademais, o rol de competncias das Cortes de Contas to amplo que torna o exerccio do controle externo mais ligado a elas que aos prprios rgos legislativos

    Os Tribunais de Contas, portanto, seguindo o modelo expresso na CF, so rgos administrativos que auxiliam tecnicamente o Poder Legislativo no controle externo da gesto pblica, sem, porm lhes serem subordinados ou pertencerem sua estrutura. Devem ser dotados, inclusive, de independncia administrativa e oramentria.

    Pelo que dissemos, pode-se perceber que, no mbito federal os sujeitos ativos do controle externo, isto , os rgos que exercem as aes de controle, so: o Congresso Nacional, na qualidade de titular do controle; e o TCU, com competncias prprias e privativas para auxiliar o Congresso, mas sem lhe ser subordinado. E, por simetria, no mbito do Municpio do Rio de Janeiro, so: a Cmara Municipal, titular do controle; e o TCM-RJ, rgo tcnico que atua em auxlio CM, sem subordinao.

    Por sua vez, os sujeitos passivos do controle externo, isto , os agentes que sofrem as aes de controle, so todos que, de alguma

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    maneira, administrem recursos pblicos no importa se pessoa fsica ou jurdica, pblica ou privada, da administrao direta ou da indireta, dos Poderes Legislativo, Executivo ou do Judicirio. A condio para que se assuma o dever de prestar contas ao controle externo a gesto de recursos pblicos, conforme disposto no art. 70, pargrafo nico da CF e, similarmente, no art. 87, pargrafo nico da LO/RJ:

    Art. 70 (...)

    Pargrafo nico. Prestar contas qualquer pessoa fsica ou jurdica , pblica ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores pblicos ou pelos quais a Unio responda, ou que, em nome desta, assuma obrigaes de natureza pecuniria.

    Como foi dito, o objeto do controle da gesto pblica so os atos administrativos que envolvam receitas e despesas pblicas. Ao controle externo compete examinar se tais atos foram praticados em conformidade com a lei e os princpios da administrao pblica, ou, ainda, se atenderam aos objetivos dos planos e programas de governo.

    Detalhe interessante que as atividades administrativas do Tribunal de Contas tambm so submetidas ao controle externo do prprio Tribunal de Contas. A aparente contradio se explica pela organizao da Corte, cuja administrao, exercida pelo seu presidente, no se confunde com a funo tpica do Tribunal, o controle externo, que atribuio do corpo de ministros/conselheiros que o compe.

    Esquematizando:

    Sujeitos do controle externo

    Ativo: Poder Legislativo (titular) e Tribunal de Contas (rgo tcnico, sem subordinao).

    Passivos: Administradores das unidades de todos os Poderes constitudos, incluindo: administrao direta, autarquias, fundaes, empresas estatais, agncias reguladoras, organizaes sociais, concessionrias de servio pblico etc.

    Entidades privadas e pessoas fsicas que, de alguma forma, administrem recursos pblicos.

    Objetos do controle externo

    Licitaes, contratos, pessoal, obras, patrimnio, sistemas, concesses de aposentadoria, penses, reforma, admisses de pessoal, arrecadao e renncia de receita, dvida, convnios, privatizaes, concesses de servio, programas, polticas de governo.

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    15. (TCU ACE 2004 Cespe) Considerando controle externo como aquele realizado por rgo no-pertencente estrutura do produtor do ato a ser controlado,

    correto afirmar que, no Brasil, o TCU no o nico componente do poder pblico

    encarregado daquela modalidade de controle.

    Comentrio: Como a questo no faz meno Constituio ou ao ordenamento jurdico brasileiro, mas apenas considera o conceito de controle externo quanto ao posicionamento do rgo controlador, ento correto afirmar que existem outros rgos do poder pblico que realizam controle externo no Brasil, como por exemplo, o controle que os rgos do Judicirio efetuam sobre os atos dos demais Poderes.

    Gabarito: Certo

    16. (TCE/RN Assessor Tcnico de Controle e Administrao 2009 Cespe) Com referncia ao controle externo e ao Poder Legislativo do estado e dos

    municpios, julgue o item a seguir: entre os vrios critrios adotados para classificar

    as modalidades de controle, destaca-se o que o distingue entre interno e externo,

    dependendo de o rgo que o exera integrar ou no a prpria estrutura em que se

    insere o rgo controlado. Nesse sentido, o controle externo exercido por um

    poder sobre o outro, ou pela administrao direta sobre a indireta.

    Comentrio: Tambm aqui considerado apenas o conceito de controle quanto ao posicionamento do rgo controlador e no a definio constitucional de controle externo. Nesse caso, percebe-se o entendimento de que o controle exercido pela administrao direta sobre a indireta constitui modalidade de controle externo, da mesma forma que o controle exercido por um Poder sobre o outro, visto que o gabarito da questo Certo.

    Gabarito: Certo

    17. (TCU AUFC 2011 Cespe) O controle externo da administrao pblica funo concorrente dos Poderes Judicirio e Legislativo. Na esfera federal, esse

    controle exercido privativamente pelo Senado Federal, auxiliado pelo TCU.

    Comentrio: O quesito est errado, pois o controle externo da Administrao Pblica, nos termos da Constituio Federal, exercido pelo Congresso Nacional, ou seja, pelo Poder Legislativo, com o auxlio do TCU (CF, art. 70 e 71, caput), e no privativamente pelo Senado Federal.

    Gabarito: Errado

    18. (TCU TCE 2007 Cespe) O TCU deve auxiliar o Congresso Nacional no exerccio do controle externo e da fiscalizao contbil, financeira, oramentria,

    operacional e patrimonial da Unio e das entidades da administrao direta e

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    indireta.

    Comentrio: A assertiva est de acordo com o art. 70, caput da CF, que estabelece a abrangncia do controle externo fiscalizao contbil, financeira, oramentria, operacional e patrimonial da Unio e das entidades da administrao direta e indireta em conjunto com o art. 71, caput, que dispe que o controle externo ser exercido pelo Congresso Nacional com o auxlio do TCU.

    Gabarito: Certo

    19. (TCU AUFC 2010 Cespe) Considerando as normas constitucionais relativas a controle externo, julgue os itens a seguir: o Supremo Tribunal Federal no se

    sujeita a controle externo exercido pelo Congresso Nacional.

    Comentrio: Pelo que vimos, os rgos administrativos de todos os Poderes constitudos - incluindo, portanto, o Judicirio no qual est inserido o STF - so sujeitos passivos do controle externo, cujo sujeito ativo, no mbito federal, o Congresso Nacional, auxiliado pelo TCU (CF, art. 70 e 71). Mas lembre-se: somente as funes administrativas, ou seja, as que envolvem receitas e despesas de recursos pblicos, tais como aquisio de bens, contratao de servios, etc., esto sujeitas ao controle externo. Assim, por exemplo, uma deciso do STF tomada no exerccio de suas atribuies tpicas, como no julgamento de uma ADIN, no se sujeita ao controle externo do Congresso ou do TCU.

    Gabarito: Errado

    20. (TCE/AC ACE 2009 Cespe, adaptada) A aplicao das subvenes e as renncias de receitas esto entre os atos sujeitos fiscalizao do controle externo.

    Comentrio: O item est perfeito, conforme o art. 70, caput da Constituio Federal:

    Art. 70. A fiscalizao contbil, financeira, oramentria, operacional e patrimonial da Unio e das entidades da administrao direta e indireta, quanto legalidade, legitimidade, economicidade, aplicao das subvenes e renncia de receitas, ser exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.

    Veremos mais sobre o art. 70, caput da CF na nossa Aula 02!

    Gabarito: Certo

    Como j foi adiantado, no mbito do controle externo existem atribuies que so de carter poltico e, por isso, exclusivas do Poder Legislativo (controle parlamentar); outras, por sua vez, possuem carter tcnico, e so exclusivas do Tribunal de Contas (controle

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    tcnico). Alm dessas, existem ainda algumas tarefas exercidas em conjunto pelo Poder Legislativo e pelo Tribunal de Contas. Vamos estud-las, ento!

    CONTROLE PARLAMENTAR

    Existem algumas atribuies relacionadas ao controle externo que so exercidas diretamente pelo Poder Legislativo, o conhecido controle parlamentar ou controle poltico. O controle parlamentar direto ou poltico, a exemplo do controle judicial, decorre da estrutura de diviso de poderes, ou sistema de freios e contrapesos, para restringir e limitar o poder dos governantes. Assim, o Legislativo o responsvel por aprovar as polticas pblicas, bem como as regras para a arrecadao de receitas e a programao oramentria da execuo das despesas, as quais devem ser seguidas e executadas majoritariamente pelo Poder Executivo, mas tambm pelos responsveis pelas unidades administrativas dos demais Poderes, obedecendo aos princpios da legalidade, legitimidade e economicidade. Buscando o equilbrio entre os Poderes, a Constituio definiu que a prestao de contas deve ser feita ao mesmo Poder que definiu as regras, o Legislativo, que o titular de controle externo.

    Dentre as atribuies do controle parlamentar, o art. 49 da CF enumera que da competncia exclusiva do Congresso Nacional:

    IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da Repblica e apreciar os relatrios sobre a execuo dos planos de governo;

    X fiscalizar e controlar , diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, includos os da administrao indireta;

    Ateno para o inciso IX: quem julga as contas prestadas pelo Presidente da Repblica o Congresso Nacional. O TCU apenas as aprecia mediante parecer prvio (CF, art. 71, I). Veremos isso em detalhe na nossa Aula 02.

    Na hiptese de no apresentao das contas ao Congresso Nacional, no prazo de 60 dias aps a abertura da sesso legislativa, competncia privativa da Cmara dos Deputados, proceder tomada de contas do Presidente da Repblica (CF, art. 51, II), sendo esse mais um exemplo de controle parlamentar.

    Quanto ao inciso X do art. 49, acerca do controle dos atos do Poder Executivo, uma das formas de efetiv-lo consiste na prerrogativa que as

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    Casas do Congresso Nacional e suas comisses possuem de convocar autoridades para prestarem, pessoalmente, informaes sobre assunto previamente determinado, nos termos do art. 50, caput da CF:

    Art. 50. A Cmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comisses, podero convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de rgos diretamente subordinados Presidncia da Repblica para prestarem, pessoalmente, informaes sobre assunto previamente determinado, importando crime de responsabilidade a ausncia sem justificao adequada.

    Outra atribuio de controle do Poder Legislativo refere-se competncia do Senado Federal para processar e julgar as seguintes autoridades nos crimes de responsabilidade: o Presidente e o Vice-Presidente da Repblica, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exrcito e da Aeronutica, nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles; os Ministros do STF; os membros do Conselho Nacional de Justia e do Conselho Nacional do Ministrio Pblico; o Procurador-Geral da Repblica e o Advogado-Geral da Unio (CF, art. 52).

    Ao se falar das competncias do Legislativo relacionadas ao controle externo, no se pode olvidar da prerrogativa que o Congresso Nacional possui de escolher dois teros (=6) dos Ministros do TCU (CF, art. 73, 2, II). O tero restante (=3), cujos nomes so indicados pelo Presidente da Repblica (CF, art. 73, 2), devero ser aprovados previamente pelo Senado Federal, por voto secreto e arguio pblica (CF, art. 52, III). Trataremos da escolha dos Ministros do TCU com mais detalhes quando estudarmos a organizao do Tribunal.

    Uma conhecida e importante ferramenta utilizada pelo Poder Legislativo no controle da Administrao Pblica a instaurao das Comisses Parlamentares de Inqurito (CPI). As CPI possuem poderes de investigao prprios de autoridades judiciais para apurao de fato determinado e por prazo certo. Suas concluses, se for o caso, sero encaminhadas ao Ministrio Pblico para que promova a responsabilizao civil ou criminal dos infratores (CF, art. 58, 3).

    Por fim, cabe destacar as atribuies da Comisso Mista de Planos, Oramentos Pblicos e Fiscalizao (CMO), que examina e emite parecer sobre as contas do Presidente da Repblica e sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos na Constituio, assim como exerce o acompanhamento e a fiscalizao oramentria, sem

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    prejuzo da atuao das demais comisses do Congresso Nacional e de suas Casas (CF, art. 166, 1).

    Prerrogativas semelhantes s do Congresso Nacional tambm se aplicam ao controle parlamentar exercido pela Cmara Municipal do Rio de Janeiro.

    Um ponto interessante que a Cmara Municipal do Rio tambm julga as contas anuais do TCM-RJ. Isso mesmo: diferentemente do plano federal, em que as contas do TCU so julgadas pelo prprio TCU, no Municpio do Rio a Cmara Municipal quem julga as contas do TCM-RJ. Nesse sentido, o art. 93 da LO/RJ dispe que o Tribunal de Contas prestar suas contas, anualmente, Cmara Municipal, no prazo de

    sessenta dias da abertura da sesso legislativa.

    Tal questo, que aparentemente afronta o princpio de simetria entre as esferas, j foi enfrentada pelo STF, o qual considerou improcedente a ADIn 1.175-8/DF que contestava a constitucionalidade do art. 60, XXIX, assim como do art. 81 da LO/DF, que tambm versa sobre o julgamento das contas do TCDF pela Cmara Legislativa. Portanto, preste ateno!

    No plano federal, as contas do TCU so julgadas pelo prprio TCU. Porm, no mbito do Municpio do Rio, as contas do TCM-RJ so julgadas pela Cmara Municipal.

    Posicionamento semelhante do Supremo pode ser encontrado na ADIn 2.597/PA e na ADIn 687/PA. Assim, pode-se dizer que, conforme entendimento do STF, a norma da Constituio do Estado (ou da Lei Orgnica do Municpio) que outorga competncia Assembleia Legislativa (ou Cmara Municipal) para o julgamento das contas da respectiva Corte de Contas no desrespeita a Constituio Federal.

    CONTROLE TCNICO

    Vimos que, segundo o modelo estabelecido pela Constituio Federal, o Congresso Nacional o titular do controle externo praticado sobre a Administrao Pblica Federal. Mas, para que esse controle seja efetivo, a Constituio tambm estabeleceu que o Parlamento deve contar com o auxlio tcnico indispensvel do Tribunal de Contas da Unio, que, mediante sua ao fiscalizadora, o chamado controle tcnico, de carter contbil-financeiro, busca garantir que a Administrao

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    arrecade, gaste e administre os recursos pblicos dentro dos limites da lei e do interesse geral.

    As principais competncias do TCU relacionadas ao controle externo esto expressas nos incisos do art. 71 da Constituio Federal. Tais competncias so prprias e privativas do TCU, o que denota sua independncia em relao ao Congresso. Vejamos algumas delas:

    Apreciar, mediante parecer prvio, as contas prestadas pelo Presidente da Repblica;

    Julgar as contas dos responsveis por recursos pblicos e dos causadores de prejuzo ao errio;

    Apreciar, para fins de registro, a legalidade de atos admisso de pessoal e de concesso de aposentadorias, reformas e penses;

    Realizar, por iniciativa prpria, inspees e auditorias de natureza contbil, financeira, oramentria, operacional e patrimonial nas unidades administrativas dos Poderes;

    Fiscalizar a aplicao de recursos repassados da Unio a Estado, ao Distrito Federal ou a Municpio;

    Aplicar sanes em caso de irregularidade das contas ou de ilegalidade da despesa.

    Seguindo o modelo federal, as competncias do TCM-RJ esto dispostas no art. 88 da Lei Orgnica do Rio, sendo bastante similares s do TCU. Tanto no caso do TCU como do TCM-RJ, tais atribuies podem ser divididas em dois grandes grupos: exame das prestaes de contas e atividades de fiscalizao.

    Apresentarei em seguida, algumas caractersticas gerais dessas atividades. Nas aulas especficas, as competncias do TCU sero estudadas com maior profundidade.

    Exame das prestaes de contas

    O exame das prestaes de contas envolve a apreciao, mediante parecer prvio, das contas prestadas anualmente pelo Chefe do Poder Executivo (CF, art. 71, I), bem como o exame e julgamento das contas dos administradores e demais responsveis por dinheiros, bens e valores pblicos (CF, art. 71, II).

    As contas prestadas pelo Chefe do Poder Executivo (Presidente da Repblica, Governador ou Prefeito, conforme o caso) constituem as

    00000000000

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  • Controle Externo p/ TCM-RJ 2016

    Teoria e exerccios comentados

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    chamadas contas de governo, as quais apresentam os resultados gerais do exerccio financeiro-oramentrio, originados dos atos de governo ou atos polticos, sendo submetidas a julgamento poltico do Poder Legislativo, aps parecer prvio do Tribunal de Contas.

    J as contas dos administradores e demais responsveis por gerir recursos pblicos so conhecidas por contas de gesto, e refletem os resultados especficos da administrao financeira, posta em prtica me