curso ciências da administração p/ tcm-rj 2016

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Aula 00 Ciências da Administração p/ TCM-RJ - Técnico de Controle Externo Professor: Carlos Xavier 00000000000 - DEMO

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  • Aula 00

    Cincias da Administrao p/ TCM-RJ - Tcnico de Controle Externo

    Professor: Carlos Xavier

    00000000000 - DEMO

  • Cincias de Administrao para Tcnico (TCE) do TCM/RJ

    Teoria e Exerccios.

    Prof. Carlos Xavier - Aula 00

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    AULA 00: Conceitos iniciais de administrao. Teoria Geral da Administrao Evoluo das

    Teorias de Administrao.

    Sumrio

    1. Apresentao do curso ........................................................................................................................... 2 2. Palavras iniciais. .................................................................................................................................... 5 3. Alguns conceitos iniciais importantes. .................................................................................................. 6 4. Teoria Geral da Administrao. ............................................................................................................. 8 4.1. Abordagem Clssica ............................................................................................................................ 15 4.1.1. Administrao Cientfica ..................................................................................................................... 16 4.1.1.1. O Fordismo .................................................................................................................................. 21 4.1.2. Teoria Clssica .................................................................................................................................... 23 4.2. Abordagem Humanstica ..................................................................................................................... 28 4.3. Abordagem Neoclssica ...................................................................................................................... 32 4.4. Abordagem Estruturalista .................................................................................................................... 40 4.4.1. A Teoria da Burocracia na Organizao .............................................................................................. 41 4.4.2. A Teoria Estruturalista......................................................................................................................... 46 4.5. Abordagem Comportamental .............................................................................................................. 47 4.5.1. Teoria Comportamental da Administrao .......................................................................................... 48 4.5.2. Teoria do Desenvolvimento Organizacional ....................................................................................... 49 4.6. Abordagem Sistmica .......................................................................................................................... 50 4.6.1. Perspectiva sociotcnica. ..................................................................................................................... 56 4.6.2. Sistemas autopoiticos. ........................................................................................................................ 57 4.7. Abordagem Contingencial ................................................................................................................... 58 4.8. Modelo Japons: Teoria Z de William Ouchi...................................................................................... 62 4.9. Quadro-Resumo ................................................................................................................................... 65 5. Questes Comentadas .......................................................................................................................... 66 6. Lista de Questes ............................................................................................................................... 122 7. Gabarito ............................................................................................................................................. 155 8. Bibliografia principal ......................................................................................................................... 155

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    1. Apresentao do curso

    Ol pessoal, tudo bem?! Vamos comear a estudar para o concurso

    de Tcnico de Controle Externo do TCM/RJ. Uma excelente oportunidade de

    nvel mdio para 2016. O Edital j foi publicado pela IBFC em 25/07/2016 e a

    prova objetiva ser em 16/10/2016!!!!

    Antes de comear com o curso propriamente dito, me apresentarei

    para os que no me conhecem:

    Meu nome Carlos Xavier, possuo graduao e mestrado em

    administrao, e minha relao com os concursos pblicos j tem alguns

    anos: Hoje sou servidor concursado do Senado Federal, ocupando o

    cargo de Analista Legislativo - Administrao. Antes disso, fui servidor

    efetivo (concursado) da carreira de Pesquisador do IPEA (aprovado em 13

    lugar). J passei tambm em outros concursos, tais como:

    Administrador-Infraero (3 lugar), Professor de Administrao da

    Universidade Federal de Pernambuco (2 lugar), Professor de

    Administrao do SENAI-DF (2 lugar) e Administrador CEASA-DF

    2012 (1 Lugar)... Tenho experincia de ensino tanto em cursinhos

    preparatrios quanto em cursos de graduao e ps-graduao nas diversas

    reas da Administrao. Em outras palavras, tenho uma boa bagagem de

    concursos para lhe ajudar com sua preparao!

    No nosso curso, alm da teoria abordando os vrios tpicos que

    constam no seu Edital, ao final de cada aula trarei dezenas de questes de

    diferentes bancas para que voc possa praticar bem o contedo, junto com as

    questes do IBFC que encontrar. As questes tambm estaro

    comentadas, para que voc possa tirar todas as dvidas que tiver j no

    momento da aula! Alm disso, o curso em PDF ser complementado por

    videoaulas nos tpicos mais importantes, para que voc possa utilizar de

    diferentes meios de aprendizagem.

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    Lembro que este curso apropriado para pessoas das mais diversas

    formaes. Serve tanto para o concurseiro que j estudou a matria

    antes, quanto para a pessoa que est vendo o assunto pela primeira

    vez. Isto porque o contedo ser abordado de forma a dar destaque para o

    que mais importante na teoria, sempre com foco na sua prova! Quem j

    sabe o assunto revisa tudo, e quem ainda no sabe vai aprender!

    Proponho o seguinte cronograma para nossas aulas:

    AULA CONTEDO DATA DA

    PUBLICAO DA AULA

    Aula 00 Teorias da administrao. 31/07/2016

    Aula 01

    Administrao: conceito e

    importncia. Funes da

    administrao: planejamento,

    organizao, direo e controle.

    07/08/2016

    Aula 02 Gesto de projetos. 17/08/2016

    Aula 03 Gesto de processos. 21/08/2016

    Aula 04 Gesto estratgica (parte 1) 21/08/2016

    Aula 05 Gesto estratgica (parte ) 21/08/2016

    Aula 06 Mudana, inovao 21/08/2016

    Aula 07

    Modelos de gesto de pessoas.

    Processos de gesto de pessoas.

    28/08/2016

    Aula 08

    Cultura organizacional. Clima

    organizacional. Qualidade de vida no

    trabalho.

    04/09/2016

    Aula 09

    Gesto do desempenho.

    Reconhecimento.

    04/09/2016

    Aula 10 Gesto de pessoas por competncias.

    04/09/2016

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    Aula 11 Treinamento, desenvolvimento e

    gesto do conhecimento. Gesto do

    conhecimento. 04/09/2016

    Aula 12 Gesto por resultados. 11/09/2016

    Aula 13

    Administrao de materiais com nfase em: Responsabilidades e

    Atribuies da Administrao de

    Materiais. A gesto e o Controle de

    Estoque.

    18/09/2016

    Aula 14

    Administrao dos Servios de

    Compras. Funo de Compras.

    Seleo de Fornecedores. Cuidados

    ao Comprar.

    25/09/2016

    Um ltimo recado: se voc est pensando em fazer algum outro

    concurso ou conhece algum que est, d uma olhada nos outros cursos que

    estou oferecendo e recomende para os amigos! Olhe mais cursos meus no site

    do Estratgia Concursos:

    http://www.estrategiaconcursos.com.br/cursosPorProfessor/carlos-

    xavier-3242/

    Ento, esto prontos para iniciarmos o contedo?

    Vamos l!

    Boa aula!

    Prof. Carlos Xavier

    www.facebook.com/professorcarlosxavier

    Periscope: @ProfCarlosXavier

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    2. Palavras iniciais.

    Oi de novo!

    Na aula de hoje vamos estudar juntos a evoluo das teorias da

    administrao, das mais antigas s mais recentes.

    Lembro que a abordagem ser sempre com foco no que as provas

    efetivamente cobram para que voc possa estar bem preparado(a) para

    gabaritar!

    Como trarei um monte de questes em cada aula, sugiro que, caso

    no tenham tempo, respondam apenas as 5 primeiras de cada banca, partindo

    para a prxima. Caso tenham tempo, podem praticar por todas as questes!

    Vamos ento ao contedo!

    Um abrao e bons estudos!

    Prof. Carlos Xavier

    www.facebook.com/professorcarlosxavier

    Observao importante:

    Este curso protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da

    Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislao sobre

    direitos autorais e d outras providncias.

    Grupos de rateio e pirataria so clandestinos, violam a lei e prejudicam

    os professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa

    equipe adquirindo os cursos honestamente atravs do site Estratgia

    Concursos.

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    3. Alguns conceitos iniciais importantes.

    Para iniciarmos nossos estudos, fundamental que voc conhea

    alguns conceitos iniciais muito utilizados na administrao, e que comumente

    so utilizados no estudo do nosso assunto. Vejamos alguns:

    Administrao: um processo que envolve diferentes

    atividades que so executadas por pessoas para que os

    objetivos de uma organizao sejam atingidos de forma

    eficiente, eficaz e efetiva. Tipicamente se diz que o processo

    administrativo composto pelas etapas de planejamento,

    organizao, direo e controle.

    Organizao: o conjunto de pessoas e recursos estruturados

    na busca de um ou mais objetivos comuns. Os dirigentes so

    responsveis por estabelecer o seu funcionamento e

    direcionamento estratgico, buscando o atingimento dos

    resultados necessrios para satisfazer as necessidades dos

    stakeholders.

    Stakeholders: termo em ingls que representa os detentores

    de interesses no sucesso da organizao. uma palavra

    moderna cunhada para se sobrepor ao conceito de que os

    acionistas (do ingls: shareholders) deveriam ser as nicas

    pessoas a ser satisfeitas pela organizao. Sob esta viso, a

    organizao deve satisfazer as vrias partes interessadas,

    como: clientes, fornecedores, acionistas, parceiros,

    funcionrios, sociedade, comunidade e governo.

    Diretores: profissionais que ocupam cargos no nvel

    corporativo/estratgico (mais elevado), sendo responsveis por

    decises estratgicas para a organizao. Normalmente so

    possuidores de elevadas capacidades conceituais.

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    Gerentes: profissionais que ocupam cargo de chefia no nvel

    intermedirio da organizao, em seus respectivos

    departamentos.

    Supervisores: profissionais que ocupam cargo de chefia no

    nvel operacional, coordenando a execuo direta das tarefas e

    procedimentos pelos seus funcionrios subordinados

    Cho de fbrica: expresso que significa o nvel estrutural

    mais baixo da organizao, onde ocorrem as operaes. neste

    nvel que esto os funcionrios que realizam as tarefas mais

    bsicas da organizao. So os operadores de mquinas do

    processo produtivo em uma fbrica, por exemplo.

    Com tais conceitos iniciais em mente, vamos iniciar o estudo da

    evoluo das teorias administrativas.

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    4. Teoria Geral da Administrao.

    Para comear a estudar o assunto importante entender suas

    premissas fundamentais. Segundo Djalma de Oliveira o estudo da

    administrao deve respeitar ao menos quatro premissas:

    A administrao deve sustentar a constituio e a continuidade

    das empresas.

    A aplicao da administrao deve estar sustentada por

    otimizados uso e equilbrio da teoria e da prtica administrativa.

    A qualidade da administrao est diretamente correlacionada

    ao estilo de atuao e ao nvel de conhecimento administrativo

    dos executivos e funcionrios das empresas.

    A correta aplicao da administrao deve estar baseada e

    sustentada por modernas metodologias e tcnicas

    administrativas.

    Por outro lado, vale a pena conhecer o que o autor aponta como os

    princpios da administrao:

    Ter aplicao e abrangncia universais

    Saber que a administrao uma tecnologia- conhecimento- em

    constante evoluo

    Saber que a administrao permite- e incentiva- generalizaes

    e particularizaes decorrentes das caractersticas das empresas

    e das pessoas

    Ter forte abordagem de relatividade no tratamento dos assuntos

    da administrao

    Considerar toda a empresa de forma interativa

    Saber que foco da administrao so as pessoas que trabalham

    e/ou interagem com as empresas

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    Alm disso, fundamental entender a evoluo da administrao. At

    meados do sculo XIX a sociedade era bastante diferente do que hoje. Antes

    da revoluo industrial, havia poucas organizaes na sociedade e elas eram,

    em geral, muito pequenas. A predominncia era de trabalhos realizados

    individualmente por artesos e profissionais liberais e de pequenas

    organizaes como escolas e pequenos armazns, havendo poucas

    organizaes de maior tamanho.

    As primeiras grandes organizaes, que j existiam nessa poca,

    eram a Igreja Catlica e as organizaes militares, que exerceram forte

    influncia no desenvolvimento de estruturas organizacionais modernas. Na

    verdade, vrios princpios que norteiam as organizaes de todo o mundo so

    originrios dessas duas, como a hierarquia formal, a existncia de rgos de

    assessoria, princpios de estratgia organizacional, etc.

    Esses e outros fatores influenciaram o surgimento das modernas

    organizaes, vamos sintetiz-los:

    Revoluo industrial: as fortes transformaes vividas na

    revoluo industrial fez com que a economia sasse de uma era

    da produo artesanal para a era da industrializao clssica.

    Aqui surgem as organizaes, que conseguiam maior

    produtividade no trabalho do que os indivduos trabalhando

    isoladamente.

    Igreja catlica: uma das primeiras grandes organizaes bem-

    sucedidas, com sua atuao global, serviu de inspirao para

    modelos de estrutura organizacional em linha-staff por todo o

    planeta.

    Organizaes militares: as foras armadas tambm serviram

    de inspirao para a estrutura organizacional. Alm disso, vrios

    princpios modernos de logstica, pessoal e estratgia derivam

    do seu uso nas organizaes militares, que precisavam, desde

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    h muito tempo, recrutar pessoas, transferi-las para os campos

    de batalha, prov-las de alimentos nos campos de batalha,

    armazenar armamentos, etc.

    Os filsofos: o pensamento filosfico influenciou o surgimento

    e a forma de desenvolvimento das organizaes atravs do

    papel do homem e do Estado na sociedade, das relaes de

    trabalho, etc.

    As cincias: a racionalidade dos estudos cientficos, sejam

    fsicos, matemticos, biolgicos ou outros, serviu de base para

    muito que foi criado no que diz respeito s organizaes.

    Organizaes orgnicas, por exemplo, so aquelas em que as

    partes interagem entre si e com o todo, gerando uma

    organizao integrada e que interage com o seu ambiente. Note

    a semelhana com um organismo vivo! E quando falamos em

    mtodos para tomada de deciso, qual a referncia? A

    matemtica!

    Os economistas liberais: as ideias liberais do sculo XVII e

    XVIII, de que o Estado deve se afastar da esfera econmica

    individual. Este preceito, que traz embutido em si o grmen da

    livre concorrncia, base para as organizaes privadas que

    produzem bens e servios para a sociedade em troca da

    remunerao do capital.

    Os empreendedores pioneiros: foram aqueles que criaram os

    primeiros negcios privados de grande monta em busca de

    remunerao. Mencionam-se os trabalhos de construo das

    ferrovias norte-americanas nos anos 1820 como um importante

    exemplo do surgimento das organizaes privadas.

    Com base nesses e outros fatores que foram estruturadas as

    primeiras grandes organizaes, que foram sendo montadas e aperfeioadas a

    partir do incio do Sculo XX (1903).

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    Alm de entender essas influncias, preciso ainda que voc saiba

    que a administrao surgiu com a revoluo industrial e que evoluiu em trs

    diferentes eras:

    A era da Industrializao Clssica: trata-se do perodo

    compreendido entre a Revoluo Industrial, no incio do Sculo

    XX, e meados do da dcada de 1950. Durante este perodo a

    industrializao foi intensificada, o que gerou o surgimento e a

    consolidao da administrao enquanto cincia. A estrutura

    organizacional era composta por muitos nveis hierrquicos e ela

    era bastante centralizada. O desenho organizacional mecanicista

    era o tpico para esta poca. uma poca marcada pela

    estabilidade do ambiente.

    A era da industrializao neoclssica: nesse perodo, o

    mundo comeou a mudar e houve um forte desenvolvimento

    industrial. Os negcios tomaram amplitude cada vez maior,

    chegando ao nvel de atuao mundial, tpico do fenmeno da

    globalizao. Com isso, as organizaes buscaram novos

    modelos estruturais para fazer face ao aumento da

    complexidade no ambiente, sendo a estrutura matricial a tpica

    estrutura organizacional dessa era. As antigas teorias

    administrativas so questionadas e novas teorias tomam o seu

    lugar, dando prioridade ao enfoque sistmico e relativizao

    das coisas na organizao.

    A era da Informao: trata-se de uma poca que comeou na

    dcada de 1990, sendo a que vivemos atualmente. A tecnologia

    da informao e comunicao evoluiu rapidamente e trouxe

    diversos desdobramentos para o mundo organizacional. As

    mudanas se tornaram ainda mais rpidas, imprevistas,

    turbulentas e radicais. A complexidade do ambiente se tornou

    muito maior, demandando maior agilidade da organizao na

    resposta aos imperativos ambientais. O desenho orgnico da

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    estrutura tido como smbolo dessa era, pois este possibilita

    maior flexibilidade estrutural, melhores comunicao e interao

    interna e externa, e maior capacidade de adaptao, entre

    outros.

    - E as escolas administrativas que vamos estudar, como elas

    foram se desenvolvendo ao longo do tempo?

    -R.: Para efeito de compreenso da evoluo histrica, preparei uma

    linha do tempo das principais escolas da administrao, que est na prxima

    pgina.

    Aps visualizar como as escolas se sucederam no tempo, veremos

    que elas podem ser agregadas por abordagens da administrao.

    Vamos ver essa alinha do tempo:

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    Administrao

    Cientfica

    (1903)

    Administrao

    Cientfica

    (1903)

    Teoria da

    Burocracia

    (1909)

    Teoria Clssica

    (1916)

    Teoria das

    relaes

    humanas

    (1932)

    Teoria

    Estruturalista

    (1947)

    Teoria dos

    Sistemas

    (1951)

    Teoria

    Neoclssica

    (1954)

    Teoria

    Comportamental

    (1957)

    Desenvolviment

    o organizacional

    (1962)

    Teoria da

    Contingncia

    (1972)

    Novas

    abordagens

    ...

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    Cada uma dessas teorias principais d nfase a diferentes aspectos da

    organizao. Vamos ver quais so as nfases dadas por cada teoria:

    Teoria Administrativa nfase principal Viso geral

    Administrao Cientfica Nas tarefas

    Prescritivas e

    normativas.

    Teoria Clssica Na estrutura

    Teoria da Burocracia

    Teoria Neoclssica Nas tarefas, pessoas e

    estrutura (ecleticismo)

    Teoria das Relaes

    Humanas Nas pessoas

    Teoria do Comportamento

    Organizacional

    Explicativas e

    descritivas

    Teoria do Desenvolvimento

    Organizacional

    Teoria da Contingncia No ambiente

    Teoria dos Sistemas

    Teoria Estruturalista Na estrutura e no

    ambiente

    Essas diferentes escolas se estruturam em abordagens, que a forma

    que geralmente pedida nos concursos!

    Tenha em mente, desde j, que as abordagens prescritivas e

    normativas so aquelas que tentam oferecer respostas e solues para os

    problemas indicando que decises devem ser tomadas em cada caso. As

    abordagens explicativas e descritivas, por sua vez, preocupam-se mais em

    entender as situaes, interpretando as organizaes e o processo

    administrativo e dando explicaes e descries sobre as organizaes e os

    administradores.

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    Alm disso, importante saber tambm que h autores que

    classificam as teorias em uma abordagem tradicional e outra moderna da

    administrao. As teorias tradicionais seriam a administrao cientfica,

    clssica, burocrtica e das relaes humanas, sendo que as outras so

    consideradas modernas.

    Vamos agora estudar cada uma das abordagens e teorias.

    4.1. Abordagem Clssica

    A abordagem Clssica engloba o trabalho que dois pioneiros do estudo

    da administrao desenvolveram no incio do Sculo XX, buscando aumentar a

    eficincia das indstrias que cresciam de forma muito desordenada entre o

    final do Sculo XIX e o incio do Sculo XX.

    Frederick Winslow Taylor, considerado o fundador da Abordagem

    Clssica, era americano e buscava a melhoria da eficincia atravs da

    racionalizao do trabalho. Seus estudos so profundamente ligados ao estudo

    dos tempos e movimentos dos funcionrios e geraram a Administrao

    Cientfica.

    O segundo autor de grande relevncia foi Henry Fayol, pai da Teoria

    Clssica da Administrao. Francs, Fayol trabalhava a milhares de

    quilmetros de Taylor. Eles no mantinham contato, mas mesmo assim, e

    ainda partindo de ideias distintas, criaram teorias sobre a administrao que se

    complementavam, sendo chamadas, em conjunto, de Abordagem Clssica

    da administrao.

    A ideia central de ambos os autores era desenvolver uma viso

    cientfica da administrao, com princpios e normas que deveriam ser

    seguidos para que ela pudesse ser eficiente.

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    Apesar disso, essas teorias tinham diferenas entre si. Vamos estudar

    cada uma delas para entend-las um pouco melhor e responder corretamente

    a qualquer questo de prova que venha pela frente!

    4.1.1. Administrao Cientfica

    A Administrao Cientfica foi desenvolvida por Taylor, no incio do

    Sculo XX, com o objetivo de maximizar o desempenho das organizaes

    atravs do atingimento do melhor desempenho possvel no exerccio das

    tarefas, reduzindo as perdas e os desperdcios de qualquer natureza, gerando

    lucro para empresa e para o trabalhador.

    Taylor enfocava o estudo dos tempos e movimentos dos empregados

    como forma de melhorar o desempenho do cho de fbrica.

    - Mas o que so os tempos e movimentos?!

    - Resposta: imagine uma linha de produo... que tal a produo de

    hamburgers em uma loja da McDonalds, para o nosso exemplo?!

    Nessa linha de produo, cada funcionrio tem seu papel. O

    cozinheiro pega a carne e coloca no fogo, o assistente abre os pes e prepara

    as verduras, o atendente pega o sanduiche pronto e entrega ao cliente, etc.

    Isso tudo acontece de uma forma perfeitamente organizada e padronizada, de

    modo que cada movimento do funcionrio previsto e cronometrado, criando-

    se um tempo ideal para realizao de cada tarefa. Assim, possvel saber o

    desempenho do funcionrio em cada tarefa.

    - Perceba que essa a primeira teoria que vemos, sendo a

    fundadora da administrao, e em vrios aspectos seus preceitos

    so utilizados at hoje!

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    Como vimos, Taylor defendia a uniformidade das tcnicas e mtodos

    de trabalho com o objetivo de melhorar o desempenho. Alm disso, desde

    aquela poca, ela achava que os funcionrios deveriam ser bem remunerados

    de acordo com sua produtividade, para que o desempenho melhorasse e o

    custo unitrio fosse reduzido.

    - Carlos, agora no entendi! Como que iam reduzir o custo

    unitrio se o funcionrio seria melhor remunerado?!

    - Simples! Com a remunerao melhor e os tempos e movimentos

    padronizados, o funcionrio se dedicaria mais ao trabalho e menos

    vadiagem, fazendo com que a produtividade subisse e o custo de cada pea

    casse, mesmo com remuneraes superiores!

    A tentativa de Taylor de substituir mtodos elementares de produo

    por mtodos cientficos ficou conhecida como Organizao Racional do

    Trabalho (ORT), que tem os seguintes fundamentos:

    1. Anlise do trabalho em si e estudo dos tempos e

    movimentos: a anlise das tarefas, de como elas so

    realizadas e de como elas podem ser melhor realizadas por

    meio do uso de tcnicas e ferramentas mais apropriadas. Alm

    disso, encontrada a melhor forma de fazer as coisas, seria

    criado um tempo-padro de execuo para controle do

    desempenho dos funcionrios.

    2. Estudo da fadiga humana: trata-se de entender como o

    cansao corporal influencia no exerccio das tarefas de cada

    trabalhador, visando diminuir a perda de eficincia decorrente

    do cansao dos trabalhadores.

    3. Diviso do trabalho e especializao do trabalhador:

    dividindo o trabalho que antes era executado por apenas um

    arteso em vrias etapas, e possuindo trabalhadores

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    especializados em cada uma delas, seria possvel aumentar a

    eficincia operacional.

    4. Desenho de cargos e tarefas: trata-se da ideia bsica de

    definir quem faz o que e como as tarefas devem ser

    executadas.

    5. Incentivos e prmios salariais por produo: Taylor achava

    que a remunerao baseada no nmero de horas trabalhadas

    no estimula ningum a ter um bom desempenho. Assim, o

    trabalhador deveria receber estmulos salariais para produzir

    com eficincia cada vez maior. A lgica era: Quem produz mais,

    ganha mais; quem produz menos, ganha menos!

    6. A ideia do Homo Economicus: esse conceito estabelece que o

    homem um animal econmico, ou seja, trabalha apenas em

    troca de recompensas financeiras para que possa viver a sua

    vida.

    7. O ambiente de trabalho: a administrao cientfica atribua

    grande importncia caractersticas como arranjo fsico,

    minimizao do esforo do trabalhador e um certo nvel de

    conforto. Mas no se engane: isso no acontecia por causa de

    uma preocupao com o trabalhador, mas pelo desejo de maior

    eficincia de seu trabalho!

    8. Padronizao: quanto maior a padronizao nos processos,

    menores seriam as perdas e desperdcios, e maior seria a

    eficincia.

    Perceba que, no fundo, a organizao racional do trabalho possibilita

    a prosperidade do empregado ao mesmo tempo da do empregador, pois o

    empregado produz mais e recebe mais!

    Alm dos princpios bsicos da ORT, devemos conhecer ainda os

    princpios da administrao cientfica de Taylor, para matar as questes de

    concurso que venham sobre isso:

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    Planejamento: o trabalho deve ser planejado pela organizao

    com base em mtodos cientficos, e no operado conforme o

    critrio individual do trabalhador.

    Preparo: os trabalhadores devem ser cientificamente

    selecionados com base em suas aptides e treinados para as

    tarefas planejadas.

    Controle: o trabalho deve ser controlado, para que seja

    possvel verificar se o que foi previsto est sendo cumprido em

    termos de metodologia e metas.

    Execuo: as atribuies e responsabilidades de execuo

    devem ser distribudas de forma planejada.

    Em resumo, possvel afirmar que a administrao cientfica combina

    as seguintes ideias em uma perspectiva sobre a administrao:

    Cincia, em lugar de empirismo.

    Harmonia, em vez de discrdia.

    Cooperao, e no individualismo.

    Rendimento mximo, em lugar de produo reduzida.

    Desenvolvimento de cada homem, no sentido de alcanar

    maior eficincia e prosperidade.

    Mas nem tudo so flores nesta escola da administrao. A

    Administrao Cientfica de Taylor sofreu muitas crticas. Dentre elas, as

    seguintes podem ser destacadas para voc levar em sua cabea para o

    concurso:

    1. O homem, visto como uma mquina pela Administrao

    Cientfica, foi pouco considerado por essa teoria, que o percebia

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    apenas como um instrumento de trabalho como qualquer outro,

    no considerando diversos aspectos motivacionais alm do

    dinheiro.

    2. O trabalhador deveria ser superespecializado nas poucas

    tarefas que executava rotineiramente. Percebeu-se,

    posteriormente, que essa no era uma forma de agir que

    resultaria sempre em aumento da produtividade.

    3. A administrao cientfica no considera o trabalhador como ser

    humano e social, mas como um apndice da mquina. Assim, o

    ser humano era visto de uma forma muito pequena e

    especfica, pouco ampla. Era como se o homem substitusse o

    boi que move a moenda ou o rio que move o moinho...

    4. Apesar de todo o seu desenvolvimento com uma suposta base

    cientfica, no h comprovao cientfica (vejam s!), de que

    essa escola da administrao realmente conseguia aumentar,

    por si s, a eficincia organizacional.

    5. A organizao no era vista como um todo, mas observada

    microscopicamente, assim como o trabalhador, com foco nas

    tarefas a serem realizadas. Vista de forma extremamente

    compartimentada, a organizao no poderia trabalhar sobre

    toda a sua complexidade.

    6. Outra crtica administrao cientfica a limitao do seu

    campo de atuao ao cho de fbrica industrial, no

    considerando outros aspectos organizacionais.

    7. A abordagem prescritiva e normativa utilizada no consegue

    atender a todos os tipos de situao que podem surgir na

    organizao.

    8. A organizao era vista como um sistema fechado pela

    administrao cientfica, de modo que essa escola no

    conseguia perceber as diversas inter-relaes entre o ambiente

    e a organizao como geradoras de influncias na mesma.

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    - Bem, com isso acabamos a primeira Escola.

    No se preocupem, nem todas as escolas trazem tanto assunto assim.

    que tem algumas que so mais cobradas nos concursos, ento temos que

    nos precaver, no !?

    4.1.1.1. O Fordismo

    Em linha com o pensamento da administrao cientfica de Taylor

    surge o Fordismo. Trata-se do sistema de produo em massa baseado na

    linha de montagem desenvolvido por Henry Ford.

    A ideia bsica de Ford era a de que seria possvel aumentar a

    produtividade da linha de produo com a implementao de uma linha de

    montagem mvel, mecanizao do processo, jornada de trabalho de 8 horas e

    aumento de salrios. Com isso, buscava-se utilizar o trabalhador da melhor

    forma, reduzindo o tempo de trabalho e os custos em geral, fazendo ainda com

    que os funcionrios virem consumidores potenciais dos produtos da empresa.

    De forma geral, fala-se nos seguintes princpios do Fordismo:

    Princpio da intensificao: trata-se da reduo do tempo de

    produo atravs da maximizao do uso dos equipamentos e

    matrias-primas, alm da maior agilidade na colocao do

    produto no mercado para consumo.

    Princpio da economicidade: nada mais do que reduzir o

    estoque de matria prima ao mnimo para que enquanto os

    produtos finais sejam vendidos (carros), sua venda seja

    suficiente para pagar o custo das materiais primas e dos

    salrios dos empregados.

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    Princpio da produtividade: trata-se de aumentar a capacidade

    de produo de cada trabalhador em um tempo determinado

    por meio do uso da especializao do trabalho na linha de

    montagem.

    Sobre este ltimo princpio, cabe destacar a existncia de dois pontos

    essenciais da produo em massa que foram bastante utilizados para a linha

    de montagem de Ford:

    Uso de peas e componentes padronizados e intercambiveis

    entre si: para produzir em massa, Ford iniciou um processo de

    controle de qualidade das peas para que elas estivessem todas

    de acordo com um determinado padro de uso na fbrica,

    podendo ser facilmente trocadas por outras peas da mesma

    especificao, se assim fosse necessrio.

    Especializao do trabalhador: A especializao do trabalhador

    base para o funcionamento da linha de montagem, j que cada

    um deve ser um verdadeiro especialista na pequena parte do

    processo produtivo pela qual responsvel. A ideia que cada

    trabalhador faa apenas uma pequena parte do trabalho total,

    mas que faa a sua parte com mxima eficincia.

    Juntando o uso desses dois princpios construo de uma linha de

    montagem mvel - na qual o produto em processo vem at o trabalhador, e

    no o contrrio - Ford conseguiu reduzir drasticamente o tempo de cada ciclo

    de trabalho dos operrios de modo que a produtividade aumentou

    drasticamente.

    Como falei no incio, ainda atribuda Ford a ideia de que os

    funcionrios deveriam ser capazes de comprar os produtos da empresa para a

    qual trabalham. Na verdade, Ford levou esta ideia muito a srio ao duplicar o

    salrio de seus funcionrios com este objetivo.

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    Vamos agora estudar a Teoria Clssica da Administrao, que

    tambm faz parte da Abordagem Clssica.

    4.1.2. Teoria Clssica

    O objetivo central da Teoria Clssica era o mesmo da Administrao

    Cientfica: maximizar a eficincia organizacional. Apesar disso, a Teoria

    Clssica de Fayol dava nfase ao papel da estrutura organizacional como

    um todo na obteno de elevados graus de eficincia. Essa estrutura seria

    possuidora de funes e princpios que deveriam ser respeitados para o

    sucesso organizacional. Assim, o foco tambm estava sobre o papel do

    executivo de alto nvel da organizao realizar toda a estruturao de forma

    correta para garantir os bons resultados. com base nessa teoria que foram

    criadas as estruturas organizacionais que hoje so representadas por meio de

    um organograma (grfico que representa as estruturas das organizaes).

    De forma mais especfica, a Teoria Clssica previa a existncia de

    diferentes funes para que as organizaes pudessem se estruturar

    adequadamente. As funes bsicas da organizao, para Fayol, eram:

    1. Funes tcnicas: relativas produo.

    2. Funes comerciais: relativas venda, compra e troca.

    3. Funes financeiras: relativas ao gerenciamento e busca de

    capital.

    4. Funes de segurana: aquelas que relacionam com a

    proteo individual e patrimonial.

    5. Funes contbeis: relacionadas com a contabilidade.

    6. Funes administrativas: a funo responsvel pela

    formulao das questes gerais da empresa, coordenao dos

    esforos, harmonizao dos atos e construo do seu corpo

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    social. Ela que integra e coordena as outras funes. a

    funo ADMINITRAO, pessoal!

    Preocupado com a estruturao organizacional e com a funo da

    administrao, Fayol definiu a administrao como um conjunto de

    diferentes atividades que representam a funo do administrador em uma

    empresa:

    Prever/planejar: trata-se de avaliar o futuro e traar um

    plano de ao para chegar at ele.

    Organizar: trata-se da atividade que proporciona os recursos

    materiais e sociais para a empresa, tais como matrias-primas,

    recursos financeiros, pessoas, etc.

    Comandar: a atividade de dirigir o pessoal da organizao.

    Coordenar: a criao de harmonia entre as atividades,

    esforos e atos do negcio com o objetivo de facilitar o sucesso

    do trabalho.

    Controlar: trata-se da verificao dos trabalhos para que se

    certifique de que tudo est caminhando conforme o planejado.

    - Carlos!!! muita coisa para decorar!!!

    - Eu sei pessoal... eu sei... mas para esse caso especfico, lhes dou o

    seguinte mnemnico para memorizar:

    Fayol = P.O.C.C.C. = POC3

    Prever(ou planejar), Organizar, Comandar, Coordenar e Controlar!

    Saiba que, para fayol, cada uma dessas funes repercute sobre a

    seguinte, determinando o seu desenvolvimento.

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    Alm disso, preciso ter em mente ainda os 14 Princpios Gerais

    da Administrao de Fayol. Reproduzo, a seguir, os referidos princpios,

    conforme apresentado por Chiavenato (2011):

    1. Diviso do trabalho. Consiste na especializao das tarefas e

    das pessoas para aumentar a eficincia da organizao,

    podendo ser vertical (criando a hierarquia) ou horizontal (por

    meio da departamentalizao).

    2. Autoridade e responsabilidade. Autoridade o direito de dar

    ordens e o poder de esperar obedincia. A responsabilidade

    uma consequncia natural da autoridade e significa o dever de

    prestar contas. Ambas devem estar equilibradas entre si.

    3. Disciplina. Depende de obedincia, aplicao, energia,

    comportamento e respeito aos acordos estabelecidos.

    4. Unidade de comando. Cada empregado deve receber ordens

    de apenas um superior. o princpio da autoridade nica.

    5. Unidade de direo. Uma cabea e um plano para cada

    conjunto de atividades que tenham o mesmo objetivo.

    6. Subordinao dos interesses individuais aos gerais. Os

    interesses da empresa devem sobrepor-se aos interesses

    particulares dos indivduos. Isso o mesmo que dizer que os

    interesses dos indivduos devem ser os mesmos da organizao,

    ou seja, deve haver identidade de interesses.

    7. Remunerao do pessoal. Deve haver justa e garantida

    satisfao para os empregados e para a organizao em termos

    de retribuio.

    8. Centralizao. Refere-se concentrao da autoridade no topo

    da hierarquia da organizao.

    9. Cadeia escalar. a linha de autoridade que vai do escalo

    mais alto ao mais baixo em funo do principio do comando.

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    10. Ordem. Um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar.

    a ordem material e humana.

    11. Equidade. Amabilidade e justia para alcanar a lealdade do

    pessoal.

    12. Estabilidade do pessoal. A rotatividade do pessoal

    prejudicial para a eficincia da organizao. Quanto mais tempo

    uma pessoa ficar no cargo, melhor ser para a empresa.

    13. Iniciativa. A capacidade de visualizar um plano e assegurar

    pessoalmente o seu sucesso.

    14. Esprito de equipe. A harmonia e a unio entre as pessoas

    so grandes foras para a organizao.

    - Impressionante como todos esses princpios nos parecem atuais,

    no ?! Antes de voc ter estudado isso (se que j no estudou antes!), voc

    diria que as ideias de estabilidade, remunerao justa, esprito de equipe, etc.,

    so ideias que tem mais de 100 anos!?

    Pois ! Essas so ideias que remontam ao princpio da administrao

    enquanto cincia, por meio da Teoria Clssica de Fayol!

    Com sua clara preocupao com a estrutura organizacional, Fayol

    apresentava a necessidade de uma estrutura do tipo linear, que aquela

    baseada nas ordens que so dadas do chefe para o subordinado, de cima para

    baixo na estrutura organizacional, sendo que cada rea termina tomando as

    decises relativas ao seu prprio trabalho. Perceba que, esse tipo de estrutura

    organizacional termina sendo baseado nos princpios da unidade de comando,

    unidade de direo, centralizao da autoridade e cadeia escalar.

    No que diz respeito ao trabalhador, a Escola Clssica apresenta 6

    diferentes qualidades que se mostram relevantes para a execuo de

    diferentes tipos de tarefa. Na estruturao das diferentes funes

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    organizacionais, preciso considerar a necessidade de encontrar trabalhadores

    com diferentes nveis de:

    1. Qualidades fsicas, que incluem vigor, destreza, fora, agilidade,

    sade, etc.

    2. Qualidades intelectuais, incluindo a capacidade de compreender

    assuntos e ter discernimento, analisar, julgar e pensar sobre

    coisas novas.

    3. Qualidades morais, tais como firmeza, iniciativa, energia,

    dignidade, etc.

    4. Cultura geral, incluindo conhecimentos diversos que no se

    relacionam apenas funo exercida.

    5. Conhecimentos especiais, ligados especificamente funo

    exercida

    6. Experincia, que diz respeito ao conhecimento adquirido atravs

    da prtica e vivncia.

    A Teoria Clssica tambm sofreu vrias crticas ao longo do tempo.

    As principais crticas a essa escola so as seguintes:

    1. Sua abordagem bastante simplificada quanto estrutura

    organizacional, considerando apenas a organizao formal.

    2. Apesar de indicar diversos princpios para a administrao, no

    h comprovao formal de seu funcionamento cientfico com

    base em experimentos.

    3. Ela se baseia em uma concepo extremamente racional da

    administrao, o que no suficiente para capturar todo seu

    esprito, que engloba aspectos sistmicos e menos formalizados.

    4. A Teoria Clssica tem uma viso excessivamente mecanicista da

    organizao, considerando sua estrutura como uma mquina

    que, quando no funciona bem, porque tem defeitos que

    precisam ser corrigidos em sua estrutura.

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    5. Assim como a Administrao Cientfica de Taylor, a Escola

    Clssica de Fayol desconsidera a importncia da organizao

    informal.

    6. Por fim, a organizao vista como um sistema fechado, que

    no interage com seu ambiente, o que faz com que vrios

    aspectos de sua complexidade sejam desconsiderados.

    Com isso encerramos a primeira das abordagens das cincias

    administrativas. Trata-se de uma das mais importantes para concursos e, por

    isso, mais detalhistas para o estudo.

    4.2. Abordagem Humanstica

    A abordagem humanstica surge com o surgimento da Teoria das

    Relaes Humanas, sendo diretamente relacionada a ela.

    Esta escola busca dar nfase s pessoas que participam das

    organizaes, sendo uma verdadeira revoluo em relao abordagem

    clssica, que dava nfase s tarefas (Adm. Cientfica) e estrutura (Teoria

    Clssica).

    O conceito bsico do ser humano por trs dessa abordagem o

    conceito de homem social. Sob essa perspectiva, o ser humano reage a

    incentivos sociais e simblicos que podem fazer com que sua produtividade

    seja superior.

    A Teoria das Relaes Humanas surge em meados da dcada de

    1920, h quase cem anos atrs, num perodo marcado por uma forte recesso

    econmica global e uma intensa atuao dos sindicatos em favor dos

    trabalhadores.

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    Nesse contexto, Elton Mayo, fundador dessa abordagem de

    pensamento administrativo, conduziu uma experincia para estudar a

    correlao entre as condies de trabalho e a produtividade dos trabalhadores.

    Essa experincia, conduzida em uma fbrica da Western Electric Company no

    bairro de Hawthorne, em Chicago, Estados Unidos, ficou conhecida como

    Experincia de Hawthorne, sendo suas concluses muito importantes para a

    abordagem humanstica.

    Essa experincia, executada em vrias fases, foi iniciada com o

    objetivo de associar a melhoria da iluminao com a melhoria da produtividade

    dos funcionrios. Concluiu-se que no havia relao direta entre os fatores

    fisiolgicos e a produtividade, mas um fator inesperado chamou a ateno:

    havia um fator psicolgico indesejado que interferia sobre a produtividade dos

    funcionrios. Como consequncia, outras fases dessa experincia foram

    executadas, incluindo-se intervalos de descanso na rotina dos funcionrios,

    lanches, reduo da carga horria e modificao da superviso, que passava a

    atuar como orientadora. Ao final de alguns anos desde o seu incio, a

    experincia de Hawthorne possibilitou o delineamento dos princpios bsicos da

    abordagem humanstica que estamos estudando agora. Suas concluses foram

    as seguintes:

    1. A importncia da integrao social: o nvel de produo dos

    empregados uma resultante de como eles esto integrados

    socialmente, quais as normas e expectativas vigentes, e no da

    simples capacidade fsica do empregado.

    2. O comportamento social dos funcionrios: os empregados

    se comportam com base no grupo social do qual participam, e

    no apenas como indivduos isolados.

    3. A importncia das recompensas e sanes sociais: os

    trabalhadores agem de acordo com as normas sociais vigentes

    em seu grupo, sendo recompensados socialmente por

    comportamentos certos e penalizados por comportamentos

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    errados. Alguns funcionrios preferem receber menos e

    produzir menos a sofrerem sanes do grupo por no agirem

    conforme as regras sociais.

    4. Existncia de grupos informais: a administrao deveria se

    preocupar tambm com a existncia natural de grupos

    informais, e no apenas com a estrutura formal da organizao

    - como propunham os autores clssicos.

    5. A importncia das relaes humanas: as atitudes e aes

    das pessoas umas com as outras a partir de sua interao gera

    as relaes humanas. importante que o administrador crie um

    ambiente de boas relaes humanas para que os funcionrios

    deem os melhores resultados.

    6. A relevncia do contedo do cargo: ao contrrio do que

    previa a Administrao Cientfica, os funcionrios tendiam a no

    dar o mximo de si com base na execuo de tarefas super-

    repetitivas e especializadas, pois essas se tornavam montonas

    e cansativas. Verificou-se que trabalhos com melhor contedo e

    menos repetitivos so capazes de melhorar o nimo do

    trabalhador e faz-lo atingir melhores resultados.

    7. A nfase nos aspectos emocionais: os aspectos emocionais

    dos funcionrios deveriam ser a nfase da administrao para

    melhor compreender o comportamento humano e possibilitar

    um melhor desempenho no trabalho. Justamente por isso, os

    tericos da Teoria das Relaes Humanas tambm ficaram

    conhecidos como socilogos da organizao.

    Como vimos, o grande foco da abordagem humanista foram as

    pessoas e suas relaes na organizao. Um pressuposto que est por trs de

    um gerenciamento com base nesta abordagem que h identidade de

    interesses entre o que as pessoas buscam e o que a organizao deseja. Cabe

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    destacar ainda as principais crticas Teoria das Relaes Humanas, sendo as

    principais:

    1. Por surgir em oposio Abordagem Clssica, a Teoria das

    Relaes Humanas deixava de considerar muitos aspectos

    importantes que haviam sido considerados pela abordagem

    anterior.

    2. O foco estava, sobretudo, em como evitar conflitos humanos na

    organizao entre os funcionrios e a prpria organizao. O

    pecado estava em acreditar que os interesses da organizao e

    dos funcionrios poderiam ser os mesmos em todos os casos, e

    que a simples atitude de mediar conflitos seria suficiente para

    resolv-los.

    3. A concepo do operrio era muito ingnua e romntica, por

    consider-lo como um funcionrio feliz, integrado ao ambiente

    de trabalho e naturalmente produtivo, o que no se constata

    como uma verdade absoluta.

    4. O campo experimental utilizado foi muito limitado, focado

    apenas na produo industrial. Alm disso, a prpria experincia

    de Hawthorne foi excessivamente limitada para se tirar

    concluses gerais.

    5. As concluses dessa teoria so muito parciais, pois considerava

    apenas a viso da organizao informal, desconsiderando a

    organizao formal.

    6. A excessiva nfase nos grupos informais e na necessidade de

    coeso das relaes humanas para melhoria da produtividade

    traz o problema de que, em estudos posteriores, j foi provado

    que boas relaes dos grupos informais no geram

    necessariamente boa produtividade. Na verdade, uma boa

    coeso do grupo pode levar a uma situao contrria, na qual

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    ele se une contra as diretrizes apresentadas pela direo da

    organizao.

    7. O grande foco da Teoria estava na manipulao das relaes

    humanas, o que, quando percebido, pode gerar problemas de

    relacionamento entre os empregados e a organizao.

    Agora que j entendemos a Abordagem Humanstica e apreciamos as

    crticas a essa abordagem, vamos para a prxima abordagem: a Neoclssica.

    4.3. Abordagem Neoclssica

    O momento econmico que se vivia na dcada de 1950 era de forte

    retomada na produo industrial mundial, pois a segunda guerra mundial havia

    acabado e os esforos globais estavam direcionados para a reconstruo da

    Europa, gerando impactos econmicos por todo o mundo. Alm disso, o

    ambiente comeava a passar por mudanas e a organizao precisava se

    adaptar, ao mesmo tempo em que deveria enfocar os resultados.

    Neste contexto, surge a Abordagem Neoclssica, com a Teoria

    Neoclssica, retomando vrios dos preceitos da Teoria Clssica da

    administrao com uma viso mais moderna e aplicada crescente

    complexidade organizacional, sem desconsiderar aspectos de outras escolas da

    administrao.

    A viso do ser humano adotada aqui a de homem organizacional

    e administrativo, que aceita incentivos mistos, tanto econmicos quanto

    sociais e simblicos para o alcance de uma melhor produtividade. Nessa

    perspectiva, o ser humano racional, mas tambm social, sendo voltado para

    o alcance dos seus prprios objetivos e tambm dos objetivos da organizao.

    Veremos mais sobre essas duas perspectivas nos prximos tpicos da aula.

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    Segundo Chiavenato (2011), a Abordagem Neoclssica se baseia nos

    seguintes fundamentos:

    1. A administrao um processo operacional composto por

    funes, como: planejamento, organizao, direo e controle.

    2. Como a administrao envolve uma variedade de situaes da

    organizao, ela precisa ser fundamentada em princpios

    bsicos que tenham valor preditivo.

    3. A administrao uma arte que deve se apoiar em princpios

    universais, como a Medicina ou a Engenharia.

    4. Os princpios da administrao so verdadeiros, assim como os

    princpios de outras cincias.

    5. A cultura e o universo fsico e biolgico geram impactos no

    ambiente do administrador. Seja como cincia ou arte, a teoria

    administrativa no precisa englobar todo o conhecimento

    possvel para que possa servir de fundamento cientfico para os

    princpios da Administrao.

    As principais caractersticas da Teoria Neoclssica so:

    1. A nfase na prtica administrativa: uma teoria bastante

    pragmtica e que busca resposta para problemas reais da

    organizao.

    2. A reafirmao, at certo ponto, da Teoria Clssica: vrios

    dos pressupostos clssicos so retomados, como a existncia de

    princpios gerais da administrao, a departamentalizao, etc.

    3. A nfase nos princpios gerais: a administrao, segundo a

    Abordagem Neoclssica, necessitava ser estudada em seus

    princpios gerais para que os administradores pudessem usar o

    conhecimento na prtica.

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    4. A nfase nos resultados e objetivos: o foco da organizao

    no deve ser sobre si mesma, mas sim sobre os objetivos e

    resultados que ela deve alcanar.

    5. Existncia de conceitos eclticos: os conceitos utilizados

    pela Abordagem Neoclssica so muito diversos, absorvendo

    ideias de diferentes teorias administrativas, apesar de

    considerar a importncia dos Clssicos.

    na Abordagem Neoclssica que so discutidos os princpios bsicos

    de organizao, que so:

    1. Diviso do trabalho: para que a produo de uma organizao

    seja eficiente ela precisa decompor o processo de trabalho em

    uma srie de pequenas tarefas que o constituem, de modo que

    cada funcionrio seja responsvel pela realizao de uma

    pequena parte. A diviso do trabalho comeou a ser praticada

    durante a revoluo industrial, possibilitando o aumento

    drstico nas quantidades de produo de produtos em massa. A

    diviso do trabalho traz maior produtividade e rendimento do

    pessoal, eficincia da organizao e reduo dos custos. Como

    consequncia de sua implementao, pode-se dividir o trabalho

    do aparato administrativo da organizao em nveis, que so: I)

    o institucional - nvel mais elevado, composto pelos diretores;

    II) O nvel intermedirio - composto pelos gerentes; III) O nvel

    operacional - composto pelos supervisores dos funcionrios que

    executam as tarefas.

    2. Especializao: a especializao consequncia da diviso do

    trabalho, j que cada rgo e cada cargo passam a ser

    responsveis por trabalhos especializados especficos. A

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    consequncia da especializao a diviso da estrutura

    organizacional em departamentos.

    3. Hierarquia:trata-se de outra consequncia da diviso do

    trabalho, sendo um desdobramento da funo de comando para

    que cada pessoa responda a um chefe especfico, criando uma

    cadeia de relaes chefe-subordinado (cadeia escalar) que vai

    da base da organizao at o seu nvel mais elevado. O que se

    observa que, conforme se sobe na cadeia escalar, maior a

    autoridade o administrador. Neste sentido, autoridade o

    direito formal e legtimo de tomada de decises, dando ordens e

    alocando recursos dentro da organizao com foco no

    atingimento de objetivos. Chiavenato (2011) destaca que a

    autoridade se distingue por trs caractersticas: 1) ser alocada

    em posies da organizao, e no em pessoas; 2)ser aceita

    pelos subordinados; 3) fluir abaixo por meio da hierarquia

    verticalizada. Alm disso, importante destacar o que significa

    responsabilidade e delegao. Responsabilidade o dever de

    realizar aquilo que lhe foi designado (por meio da autoridade)

    pelo seu superior hierrquico. Delegao, por sua vez, a

    transferncia de autoridade e responsabilidade (h muita

    controvrsia sobre isso!!!) de um superior para um subordinado

    dentro da hierarquia organizacional. O propsito permitir que

    as pessoas tomem decises e realizem seu trabalho sem

    necessidade de consultar o chefe o tempo todo, fazendo com

    que a organizao funcione de maneira mais gil e flexvel. A

    delegao pode envolver a tarefa inteira, a escolha da pessoa

    certa, a transferncia completa de autoridade e

    responsabilidade, a informao adequada, retroao para

    orientao, e avaliao do desempenho.

    4. Amplitude administrativa: trata-se do nmero de

    funcionrios que um administrador pode supervisionar, e

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    tambm conhecida como amplitude de comando ou de controle.

    Mantido o nmero de funcionrios, quanto maior a amplitude de

    controle, mais funcionrios cada chefe ter, o que implicar

    uma cadeia de comando menor, formando uma organizao

    "achatada" na sua estrutura. Quanto menor a amplitude de

    controle, mais nveis hierrquicos a organizao ter, formando

    uma organizao "alta".

    Alm disso, aqui que se discutem profundamente questes como

    eficincia e eficcia, administrao por objetivos (APO), vantagens e

    desvantagens da centralizao e da descentralizao, funes do

    administrador, princpios de administrao, planejamento estratgico, ttico e

    operacional, tipos de organizao, foco nos objetivos, etc.

    Vejamos os aspectos essenciais da centralizao x descentralizao:

    Centralizao e descentralizao so elementos da estrutura

    organizacional referentes a qual o nvel hierrquico onde as decises podero

    ser tomadas. Caso haja centralizao as decises devero ser tomadas mais

    prximo ao topo da estrutura. Caso haja descentralizao as decises devero

    ser tomadas mais prximas da base operacional.

    Apresento, a seguir, um resumo das principais vantagens e

    desvantagens da centralizao e da descentralizao.

    Centralizao

    o Vantagens:

    Decises tomadas por quem conhece a organizao

    de forma global;

    Permite uma viso de longo prazo da organizao;

    Decises consistentes com os objetivos e estratgia;

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    Melhor capacitao dos administradores do topo;

    Elimina custos de vrios tomadores de decises;

    Evita decises tomadas de maneira incoerente por

    diferentes gestores.

    o Desvantagens:

    A distncia do dia-a-dia cria decises que podem

    no ser adequadas;

    A comunicao deve ir e voltar do topo para a base,

    o que aumenta os custos, a perda de informaes,

    favorece as distores, prejudica a agilidade e a

    flexibilidade da organizao.

    Descentralizao

    o Vantagens:

    As decises so tomadas mais prximas de onde os

    problemas ocorrem, favorecendo a flexibilidade e

    agilidade e eficincia, alm de economizar tempo e

    dinheiro;

    As pessoas ficam mais motivadas para o trabalho e

    interessadas nas decises;

    Os diretores do topo da hierarquia tendem a ficar

    com mais foco nas decises mais relevantes,

    melhorando a qualidade do processo decisrio;

    H uma reduo dos gastos com comunicao,

    burocracia, papis, etc., associados transmisso

    das decises para os nveis mais elevados e sua

    comunicao de volta para a base da organizao;

    Com o aumento da autonomia h uma reduo dos

    custos de superviso e um incentivo para que os

    gerentes e supervisores se tornem mais

    generalistas.

    o Desvantagens:

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    As decises deixam de ser tomadas de maneira

    coerente entre si, podendo haver grande

    variabilidade das decises tomadas por diferentes

    gerentes e supervisores;

    Os especialistas que se encontram nas assessorias

    superiores da organizao so menos aproveitados

    nos processos decisrios;

    H necessidade de investimentos em capacitao de

    vrios decisores da organizao, o que aumenta o

    custo de treinamento e permite apenas a

    transferncia paulatina de responsabilidades

    decisrias.

    A teoria Neoclssica afirma que os administradores exercem

    diferentes funes. Chiavenato (2011, p. 148) resume da seguinte maneira:

    Na verdade, o administrador exerce trs funes

    fundamentais:

    1. Tornar economicamente produtivos os recursos

    organizacionais, minimizando riscos e maximizando

    oportunidades.

    2. Tornar produtivos os recursos humanos, fazendo

    pessoas trabalharem juntas, reunindo em uma

    tarefa comum as suas habilidades e conhecimentos

    individuais, e tornar produtivas as suas foras e

    irrelevantes as suas fraquezas.

    3. Desempenhar uma funo pblica: o administrador

    visvel e representa alguma coisa na comunidade.

    Na verdade, o administrador constitui o nico

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    elemento de liderana em nossa sociedade

    altamente organizada e institucionalizada. A funo

    executiva do administrador apresenta trs aspectos:

    uma funo para a qual so necessrios objetivos

    e instrumentos; uma funo que requer qualidade e

    competncia; e uma funo na qual se tem de

    decidir. So estas as demarcaes da funo do

    administrador.

    Voc deve entender essa viso sobre as funes do administrador

    como global e ampla. No se trata aqui de decorar, mas sim de entender.

    Apesar disso, em provas, o assunto normalmente est associado s

    funes do administrador atravs do processo administrativo neoclssico (at

    hoje tido como correto), envolvendo as funes de:

    Planejamento: tomada de decises sobre o futuro desejado e

    os caminhos para ating-lo.

    Organizao: ato de obter os recursos, estrutur-los e integr-

    los para o sucesso organizacional, envolvendo o

    estabelecimento das tarefas, estrutura organizacional e de

    cargos.

    Direo: trata-se de fazer as coisas funcionarem por meio da

    comunicao e liderana dos funcionrios, para que eles tenham

    motivao para alcanar os objetivos.

    Controle: a verificao do cumprimento do planejamento,

    incluindo tomada de aes corretivas para regulao do bom

    funcionamento organizacional.

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    interessante saber que um dos autores de administrao mais

    importantes da atualidade tambm considerado como pertencente a essa

    abordagem. Trata-se de Peter Drucker.

    A principal crtica feita Teoria Neoclssica a de que ela se

    mostra bastante conservadora por propor a existncia de princpios universais

    da administrao, como j havia sido feito por Fayol, mesmo incorporando

    novas ideias sobre administrao.

    Vamos agora Abordagem Estruturalista.

    4.4. Abordagem Estruturalista

    A Abordagem Estruturalista se inicia por meio da Teoria da Burocracia

    e integra tambm a Teoria Estruturalista. Ambas as teorias possuem foco na

    estrutura organizacional, mas a ltima d nfase tambm ao ambiente no qual

    a organizao se insere e interao dos grupos sociais.

    Na verdade, a grande diferena da abordagem estruturalista sobre as

    anteriores que ela no se preocupa s com a viso interna da organizao,

    mas tambm com uma viso mais ampla, que abrange a organizao e sua

    relao com outras organizaes dentro da sociedade.

    Vamos entender os traos gerais de cada uma das teorias-chave da

    abordagem estruturalista.

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    4.4.1. A Teoria da Burocracia na Organizao

    A teoria da burocracia foi criada em 1909 por Max Weber com base

    em seus estudos iniciados anos antes, sendo difundida como modelo de

    estrutura organizacional por volta da dcada de 1930-1940 como consequncia

    da dificuldade em se definir uma teoria das organizaes que de fato servisse

    para a orientao do trabalho do administrador, j que a Teoria Clssica era

    excessivamente mecanicista e a Teoria das Relaes Humanas era

    excessivamente romntica.

    - Mas Carlos! decada de 1930-40 ou 1909???

    - Resposta: Simples! A Teoria da Burocracia realmente surgiu no

    incio do sculo XX, mas que ela s foi aplicada administrao na dcada de

    1930-40, depois da morte de Max Weber, seu principal autor!

    Diferentes fatores contriburam para a criao da Teoria da

    Burocracia, incluindo:

    Organizaes em crescimento desordenado e com maior grau

    de complexidade;

    Busca de racionalidade e igualdade no tratamento dos

    funcionrios das diversas organizaes;

    Abordagem mais ampla para o estudo da administrao;

    Necessidade de estudos mais estruturados para a anlise dos

    tipos de relacionamento humanos, na busca de maior

    produtividade.

    A teoria busca criar uma organizao eficiente, consistindo no

    atingimento dos resultados organizacionais com o uso racional dos recursos.

    possvel dizer que, em alguma medida, todas as organizaes formais so

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    verdadeiras burocracias baseadas em normas e regras de convvio. Na

    burocracia tudo previsto, planejado e executado conforme regras e

    regulamentos, de forma impessoal e racional. possvel resumir as

    caractersticas da burocracia da seguinte forma:

    1. Normas e regulamentos possuem carter legal;

    2. As comunicaes so formalizadas e oficiais;

    3. O trabalho dividido de forma racional;

    4. Os relacionamentos so impessoais;

    5. A autoridade segue a hierarquia organizacional;

    6. As rotinas e procedimentos so padronizados;

    7. A competncia tcnica valorizada atravs da meritocracia;

    8. A administrao especializada (no h patrimonialismo);

    9. Os membros da organizao so profissionais

    10. O funcionamento da organizao completamente previsvel.

    A ideia bsica por traz da burocracia que necessrio utilizar uma

    autoridade racional-legal para influenciar o comportamento das pessoas na

    organizao e conseguir que normas e regras sejam seguidas para a mxima

    eficincia. Os outros tipos de dominao legtima sobre as pessoas

    (autoridade) no seriam aplicveis para o sucesso na organizao. Para sua

    informao, esses tipos so: 1) a tradicional - baseada nos consumes e

    tradies que impem respeito s pessoas possuidoras de poder (patriarcado,

    senhores feudais, etc.); e 2) a carismtica - baseada nos traos pessoais do

    indivduo, conforme percebido pelas pessoas (como em profetas,

    revolucionrios, polticos, etc.).

    A viso de ser humano que perpassa a organizao burocrtica a de

    homem organizacional, ocupante de um cargo na organizao e possuidor

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    de atribuies especficas. Esse homem, na burocracia, reage a incentivos

    materiais e salariais por parte da administrao.

    A burocracia trs algumas vantagens. Para Weber, as vantagens da

    burocracia so:

    1. A racionalidade dos objetivos;

    2. Cargos e tarefas bem definidas;

    3. Rapidez nas decises, j que elas esto previstas;

    4. Interpretao nica e clara dos regulamentos e normas, por

    quem necessite saber;

    5. A uniformidade de procedimentos e rotinas de trabalho;

    6. A manuteno da continuidade da organizao, que se

    perpetua profissionalmente;

    7. A diminuio dos atritos entre os indivduos, j que cada

    um sabe claramente o seu papel;

    8. Estabilidade das decises (constncia), j que as mesmas

    decises sero tomadas nos mesmos casos, quando eles se

    repetirem.

    9. Alta confiabilidade das decises, j que fazem parte de

    rotinas e regras impessoais;

    10. Existncia de benefcios para as pessoas na

    organizao, j que h hierarquia formal, diviso clara do

    trabalho, racionalidade, treinamento e meritocracia.

    Apesar de tantos mritos, o que se observa que a burocracia

    tambm pode gerar certas disfunes, ou consequncias inesperadas da

    aplicao do modelo. As disfunes da burocracia so:

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    1. A internalizao das regras e o apego aos regulamentos:

    as regras e regulamentos, por serem to importantes, deixam

    de ser meios e passam a ser o prprio objetivo da organizao;

    2. Excesso de formalismo e de papelrio: A necessidade de

    documentar tudo faz com que haja excesso de formalismo e de

    papelrio acumulado pela organizao;

    3. Resistncia s mudanas: Como tudo na burocracia

    padronizado, o funcionrio se acostuma aos padres pr-

    estabelecidos e fica mais difcil implementar mudanas na

    organizao, quando isto se faz necessrio. As pessoas tendem

    a resistir s mudanas e classific-las como desnecessrias;

    4. Despersonalizao dos relacionamentos: Como a

    burocracia impessoal no tratamento do relacionamento entre

    os funcionrios, que so tratados como iguais e em funo de

    seus cargos na organizao, o relacionamento entre as pessoas

    passa a seguir tambm este rito, de modo que as pessoas

    passam a no conhecer os colegas pelo nome, mas sim pelo

    cargo, nmero de matrcula, etc., chegando ao ponto de no

    buscarem qualquer aproximao pessoal com os colegas de

    trabalho;

    5. Categorizao como base do processo decisrio: As

    decises so categorizadas para serem definidas com base em

    determinado nvel hierrquico ou com base em regulamentos,

    deixando pouco espao para que as decises sejam tomadas

    por quem mais entende do assunto ou com base em processos

    decisrios mais criativos em busca de uma soluo real para o

    problema;

    6. Superconformidade s rotinas e procedimentos: Como a

    burocracia se baseia na obrigao de seguir rotinas e

    procedimentos, as pessoas podem ficar profundamente

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    limitadas no seu poder de agir livremente para a busca de

    melhores caminhos para a organizao;

    7. Exibio de sinais de autoridade: como a burocracia enfatiza

    a hierarquia de autoridade, torna-se necessrio um sistema que

    deixe claro o poder de determinados cargos sobre outros. Estes

    sinais vm por meio de uniformes, salas, mesas, ttulo dos

    cargos, etc.;

    8. Dificuldade no atendimento a clientes e conflitos com o

    pblico: uma vez que a burocracia centrada nas normas e

    procedimentos, passa a haver uma dificuldade de tratamento

    com o pblico externo, que se importa muito mais com os

    resultados obtidos do que com as normas que devem ser

    seguidas.

    Alm das disfunes tpicas desse modelo, deve-se ter em conta ainda

    que ele tambm possui crticas, que levantam o problema de sua racionalidade

    excessiva, viso mecanicista da organizao em um sistema fechado,

    conservadorismo terico, etc.

    Ainda assim, a burocracia ainda gera grande influencia sobre as

    organizaes contemporneas, em especial as organizaes pblicas, por

    representar um importante mecanismo para evitar os males do

    patrimonialismo e atuar em busca da mxima eficincia.

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    4.4.2. A Teoria Estruturalista

    A Teoria Estruturalista tambm se baseia na abordagem de Homem

    Organizacional, considerando, nesse caso, que o indivduo reage tanto aos

    incentivos materiais, como aos sociais, sendo um ser social que vive dentro de

    organizaes e interage com elas. Os principais traos de personalidade do

    homem organizacional so a flexibilidade, a tolerncia s frustraes, a

    capacidade de adiar as recompensas e o permanente desejo de realizao.

    A Teoria Estruturalista , na verdade, uma teoria integracionista,

    pois integra diversos aspectos da Administrao Clssica, passando por pontos

    das Relaes Humanas e buscando inspirao at nas vises de Max Weber e

    nos trabalhos de Karl Marx, apesar de no constituir uma teoria propriamente

    dita e sim uma perspectiva sobre a administrao.

    A abordagem mltipla que a Teoria Estruturalista traz engloba:

    1. A organizao formal e a organizao informal;

    2. As recompensas salariais, materiais, sociais e simblicas;

    3. Os vrios nveis hierrquicos de uma organizao;

    4. Os diferentes tipos de organizao;

    5. As anlises intra e interorganizaes.

    Ela considera a organizao enquanto um sistema aberto que interage

    com o seu ambiente, que possui partes integradas, e que possui variveis

    internas e externas que a influenciam no que diz respeito a sua estrutura, aos

    diferentes cargos nos vrios nveis hierrquicos

    Em outras palavras, leve na sua cabea que a Teoria Estruturalista

    uma viso do conjunto da organizao, sob diferentes pontos de vista.

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    4.5. Abordagem Comportamental

    A Abordagem Comportamental surge como desdobramento dos

    trabalhos da Teoria das Relaes Humanas. Para essa abordagem, tambm

    conhecida como behaviorista, traz como grande marca a considerao do

    comportamento humano nas organizaes.

    A viso de homem dominante nessa abordagem a de homem

    administrativo, que um ser racional que toma decises quanto a sua

    participao ou no nas organizaes, reagindo a incentivos mistos e tomando

    decises satisfatrias, e no timas. Isso se d porque, na viso do homem

    administrativo, o ser humano no possui capacidade de lidar com muitas

    informaes ao mesmo tempo e process-las com eficcia, existindo inclusive

    estudos que sugerem que informaes demais atrapalham o processo de

    deciso!

    Segundo Chiavenato (2011), as cincias comportamentais trouxeram

    s cincias administrativas vrias concluses sobre a natureza e caractersticas

    dos seres humanos:

    1. O homem um animal social dotado de necessidades;

    2. O homem um animal dotado de um sistema psquico;

    3. O homem tem capacidade de articular a linguagem com o

    raciocnio abstrato;

    4. O homem um animal dotado de aptido para aprender;

    5. O comportamento humano orientado para objetivos;

    6. O homem caracteriza-se por um padro dual de

    comportamento: pode tanto cooperar quanto competir com os

    outros.

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    com base nessas reflexes que surgem os estudos sobre motivao,

    liderana, competncias, comunicao e cultura organizacional.

    possvel dividir a abordagem comportamental em duas teorias

    principais: a Teoria Comportamental propriamente dita e a Teoria do

    Desenvolvimento Organizacional. Vamos ver os aspectos gerais dessas teorias.

    4.5.1. Teoria Comportamental da Administrao

    A Teoria Comportamental busca aplicar na administrao

    organizacional a perspectiva do comportamento humano. Em suas origens

    possvel destacar os seguintes pontos:

    1. Surge como uma resposta dura oposio entre a Abordagem

    Clssica e das Relaes Humanas, passando a considerar uma

    sntese da teoria da organizao formal com nfase nas relaes

    humanas.

    2. um desdobramento da Teoria das Relaes Humanas, mas

    apresenta crticas severas s suas concepes ingnuas e

    romnticas do ser humano.

    3. Assim como a teoria das Relaes Humanas, a Teoria

    Comportamental critica firmemente a Teoria Clssica.

    4. Critica fortemente o modelo mecanicista da Teoria da

    Burocracia, mas absorve seus aspectos sociolgicos em uma

    nova concepo da organizao.

    5. Tem como marca inicial a publicao do livro O Comportamento

    Administrativo, de Herbert Simon, em 1947.

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    A Teoria Comportamental traz tona ainda diversas novas

    perspectivas sobre a motivao humana, como a Hierarquia das Necessidades

    de Maslow, a Teoria dos Dois Fatores de Herzberg, as Teorias X e Y de

    McGregor, etc. Alm disso, surgem tambm novas ideias sobre liderana.

    Dentro da Abordagem comportamental, vamos agora entender as

    bases da Teoria do Desenvolvimento Organizacional.

    4.5.2. Teoria do Desenvolvimento Organizacional

    A Teoria do Desenvolvimento Organizacional uma perspectiva

    desenvolvida a partir da Teoria Comportamental para abordar o

    desenvolvimento da organizao como um todo, no constituindo uma teoria

    propriamente dita.

    Ela est diretamente relacionada ao conceito de mudana

    organizacional, buscando entender o funcionamento da mudana e fazer com

    que a organizao possa se desenvolver atravs da mudana.

    Chiavenato (2011) traz a seguinte definio de Desenvolvimento

    Organizacional, por French e Bell: Desenvolvimento Organizacional o esforo

    de longo prazo, apoiado pela alta direo, no sentido de melhorar o