curso básico em soldagem

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Curso Bsico em Soldagem

Guerra S/A Implementos Rodovirios

Guerra S/A Implementos Rodoviria Instrutor: Jos Ado Moreira

PERIGOS ESPECFICOS DA OPERAO DE SOLDAGEM

So considerados perigosos os raios, a luminosidade, as altas temperaturas e os respingos lanados durante a soldagem. Dos raios emitidos os mais nocivos so os Ultravioletas e os Infravermelhos.

Raio Ultravioleta provoca: Queimaduras graves, com destruio das clulas e com isso a destruio prematura da pele; Ataque severo ao globo ocular podendo resultar em conjuntivite catarral, lcera da crnea, etc.

Raio Infravermelho provoca: responsvel por danos como queimaduras de 1 e 2 graus; Catarata (doena dos olhos que escurece a viso); Freqente dor de cabea, vista cansada, etc.

Observao: Os raios infravermelhos e ultravioletas so invisveis.

Respingos So pequenas gotas de metal fundido que saltam no ato da soldagem, em todas as direes. Podem estar entre 100C e 1700C e seu dimetro pode

chegar at 6 mm. So responsveis por queimaduras no soldador e tambm por incndios, se carem sobre material combustvel. Nota: Os riscos acima citados deixam de existir se o soldador se proteger com EPI e trabalhar em local que oferea condies seguras.

Fonte de corrente retificadora: uma mquina eltrica esttica (no tem partes mveis), destinada a alimentar um arco eltrico com corrente contnua (CC), que transforma e retifica a corrente alternada (CA) em outra contnua pulsria, muito semelhante corrente do gerador. E transformam corrente alternada ou corrente trifsica para corrente contnua.

O retificador suporta bem os trabalhos de longa durao, devido a um dispositivo de resfriamento (ventilador), acoplado ao seu prprio gabinete.

Pode ser do tipo monofsico ou trifsico, alimentado com tenses de 220/380/44 V, de pequeno, mdio e grande porte, dependendo da exigncia do trabalho a ser executado.

Os retificadores so relativamente s mquinas mais empregadas, onde existe rede eltrica de alimentao por apresentarem as seguintes vantagens: A Economia no consumo de energia eltrica; B Menor rudo; C Menor manuteno, por no terem partes mveis; D Boa para goiva (retirar peas j soldadas por meio de corte).

REGULAGEM DA MQUINA DE SOLDA

A regulagem de uma mquina de solda depende de diversos fatores:

1 - De acordo com a espessura da chapa ou material a ser soldado, ou seja, quanto mais grossa for a chapa, maior ser os valores da regulagem, e, quanto mais fina for a chapa, menor ter de ser os valores de regulagem; 2 - A vazo do gs CO (Gs Carbnico) dever estar bem regulada, em torno de 10 a 12 l/mim. Excesso de gs provocar turbulncia na zona de solda e o ar se infiltrar na solda, provocando porosidade. Falta de gs, no haver deslocamento do ar (Oxignio) da rea a ser soldada, provocando tambm porosidade na solda; 3 - O bocal da tocha deve estar completamente limpo e desobstrudo pelos respingos da solda; 4 - A regulagem de uma mquina de solda depende tambm, do tipo de material a ser soldado; 5 - A regulagem de uma mquina de solda deve ser regulada corretamente, tambm em funo do dimetro arame-eletrodo.

PARMETRO DE REGULAGEM

A maioria das mquinas de solda MIG MAG apresentam somente dois (02) comandos de regulagem, que so: amperagem e/ou velocidade de alimentao do alarme e voltagem. A Velocidade de alimentao do arame est acoplada no mesmo comando da amperagem.

A Amperagem responsvel pela penetrao do cordo de solda na pea. A Voltagem responsvel pela diluio (fluidez) da solda. A Velocidade de alimentao do arame e/ou Amperagem ser proporcional ao aumento ou diminuio da voltagem, ou seja, quando quisermos regular uma mquina de solda para soldar uma chapa mais grossa devemos aumentar a amperagem e tambm a voltagem, j que a velocidade de alimentao do arame aumenta quando se aumenta a amperagem.

INFLUNCIA DA VELOCIDADE DE ALIMENTAO DO ARAME, CONSERVANDO A VOLTAGEM CONSTANTE

A mudana ou alterao da velocidade de alimentao do arame, conservando a voltagem constante, provocar alterao no comprimento do arco eltrico, na intensidade da corrente (amperagem), na capacidade de fuso e no perfil da costura (corda). Quando aumentarmos a velocidade de alimentao do arame, as conseqncias sero: comprimento do arco eltrico mais curto, amperagem maior, capacidade de fuso tambm maior, perfil da costura fica com pouca penetrao e o aspecto do cordo fica convexo e embolado. Quando diminumos a velocidade de alimentao do arame, as conseqncias sero: comprimento do arco eltrico mais longo, amperagem menor, capacidade de fuso tambm menor, perfil da costura fica com baixa penetrao e aspecto feio. Para o principiante, a melhor identificao ser quando o arame comear a estourar, soquear a tocha para traz e at mesmo deixar a solda com aspecto feio, embolada, convexa e colada (isto ocorrer quando a velocidade do arame for aumentada).

INFLUNCIA DA TENSO (VOLTAGEM) COM VELOCIDADE CONSTANTE DE ALIMENTAO DO ARAME

A alterao da voltagem durante o ajuste da regulagem do aparelho com velocidade de alimentao do arame constante produz alterao no comprimento do arco eltrico e no perfil da costura (cordo de solda). Neste caso, a intensidade da corrente (Amperagem) e a capacidade da formao de poa de fuso permanecem constantes. Quando aumentarmos tenso (Voltagem) as conseqncias ser: comprimento do arco eltrico mais longo, perfil da costura (cordo) fica com pouca penetrao e a pea fica mordida. Quando diminuirmos a tenso (Voltagem) as conseqncias sero: comprimento do arco eltrico mais curto, perfil da costura (cordo) fica com baixa penetrao e a pea fica com um cordo de aspecto feio, convexo e embolado. Para o principiante a melhor identificao sera quando na ponta do arame comear a formao de pingos de metal derretido. A deposio do material de adio (arame) dar-se- pelo pensamento do arame fundido na pea. Toda vez que na ponta do arame se formar bolhas, pingos, pequenas bolinhas de metal derretido, isto significa que a tenso (Voltagem) foi aumentada.

PREPARAO PARA SOLDA

1 - Quanto pea: Deve ser limpa de xido, gordura, tinta ou qualquer tipo de impureza. Se voc soldar sobre estas impurezas, a solda poder ficar cheia de incluses internas ou porosidades. Em alguns trabalhos tais como grandes, portes, vitrais, etc., a preparao consiste apenas na limpeza de xido e outras impurezas, porm, em soldagens de maior responsabilidade, se faz necessrio o uso de processos auxiliares, tais como pr-aquecimento, psaquecimento, uso de respaldos, dispositivos, chanfros, etc. 2 - Quanto mquina: Deve ser equipada com todos os acessrios necessrios para a execuo da solda. Deve ser regulado corretamente, em funo do dimetro do arame eletrodo e da espessura do material a ser soldado. 3 - Quanto ao arame: Deve ser selecionado de acordo com o material a ser soldado. A escolha do dimetro apropriado do arame eletrodo depende da soldagem requerida, como por exemplo: Chapas de 7 mm de espessura, o dimetro do arame eletrodo pode ser de 1mm e 1,2mm aproximadamente; Chapas de 15 mm de espessura, o dimetro do arame eletrodo pode ser de 1,4mm e 1,6mm, aproximadamente. OBS: a escolha do dimetro apropriado do arame eletrodo depende tambm, diretamente, da escolha da espessura do material e da velocidade de soldagem. 4 - Quanto ao local de soldagem: Deve atender a segurana. Quando a soldagem realizada em recintos fechados, escavao de minas, etc. deve-se tomar um cuidado especial para o arejamento desses locais e assegurar a existncia de um sistema de exausto. O

local de soldagem deve tambm ser equipado com ferramentas e utenslios apropriados, dispostos para manipulao das peas de trabalho e equipamento adequados de segurana.

POSIO DE SOLDA

a disposio que as partes das peas a serem soldadas ficam em relao a um plano de referncia. Nem sempre a pea que vai ser soldada pode ser colocada na posio mais cmoda, devido a sua forma, tamanho, etc. claro que uma solda executada na posio sobre a cabea exige maior habilidade do soldador do que uma executada na posio plana. A ABNT (Associao Brasileira de Normas Tcnicas) estabeleceu normas e critrio de qualificao de soldadores, baseando-se, em partes, nessas dificuldades. Da a necessidade do soldador conhecer as posies de soldagem.

EXISTEM QUATRO POSIES BSICAS A SABER

1 - Posio Plana; 2 - Posio Horizontal (Plano Vertical); 3 - Posio Vertical (Descendentes e Ascendentes); 4 - Posio Sobre a Cabea.

ARAME ELETRODO SLIDO PARA SOLDAGEM MIG/MAG DO AO-CARBONO COMUM (AWS A5. 20-79)

GRUPAMENTO DOS GASES DE PROTEO CONFORME O PROCESSO DE SOLDAGEM PARA OS DIFERENTES TIPOS DE MATERIAS (DIN 32526)

INFLUNCIA DOS GASES DE PROTEO

Escolha do gs de proteo para os diferentes tipos de materiais: So utilizados para o processo MIG/MAG gases inertes como o Argnio (Ar), o Hlio (He) ou mistura destes gases, ou gases ativos oxidantes, tais como Dixido de Carbono (CO) e mistura de Ar/CO, etc. Quando gases ativos oxidantes so utilizados, os arames devero ter maiores teores de desoxidantes tais como: Mn, Si, Zr, Al, Ti do que quando utilizados gases inertes.

REGULAGEM DA VAZO DO GS DE PROTEO

Na soldagem MIG/MAG, a zona de fuso deve ser protegida da penetrao de corrente de ar da atmosfera pelo gs de proteo, do contrrio, podero aparecer poros no cordo de solda. Para evitar a entrada de ar da atmosfera na zona de fuso indispensvel manter uma vazo suficiente de gs de proteo.

FORMULA EMPRICA PARA DETERMINAO DA VAZO NECESSRIA DE GS DE PROTEO

Vazo de gs em l/min. = 10 x dimetro do arame eletrodo (em mm). Exemplo: dimetro do arame eletrodo = 1,0 mm. Vazo necessria do gs de proteo 10 l/min.

Diagrama para verificao exata da vazo do gs de proteo, considerando-se a intensidade da corrente eltrica para a soldagem:

INFLUNCIA DOS PARMETROS DE SOLDAGEM

Mediante a regulagem do aparelho de soldagem MIG/MAG, bem como pelo manejo da tocha, o soldador determina essencialmente: O processo utilizado na soldagem; A qualidade do cordo de solda. Indicaes para o soldador MIG/MAG: Regulagem do aparelho - Tenso (V); - Velocidade de alimentao do arame; - Indutncia (no regulvel em todos os tipos de aparelhos de Soldagem MIG/MAG).

Manejo da tocha - Posicionamento da tocha em relao ao avano da soldagem; - Distncia do bico de contato; - Velocidade de soldagem. Procedimento de soldagem e qualidade do cordo de solda: - Comprimento do arco eltrico; - Perfil do cordo de solda; - Taxa de reposio; - Possveis descontinuidades na solda (como respingos, poros, mordeduras, falta de fuso, outros).

EFEITO DA VARIAO DA TENSO COM VELOCIDADE CONSTANTE DE ALIMENTAO DO ARAME ELETRODO

A alterao da tenso (V) durante o ajuste de uma curva caracterstica do aparelho com velocidade constante de alimentao produz alterao no comprimento do arco e no perfil do cordo de solda. No caso, a intensidade da corrente (I) e a taxa de deposio permanecem constantes.

EFEITO DA VARIAO DA VELOCIDADE DE ALIMENTAO DO ARAME ELETRODO, CONSERVANDO A TENSO CONSTANTE

A mudana da velocidade do arame eletrodo, conservando a tenso constante, produz alterao no comprimento do arco, na intensidade da corrente (I), na capacidade de fuso e no perfil do cordo.

Ponto Operacional: Velocidade de alimentao do arame: Comprimento do arco: Intensidade da corrente: Taxa de reposio: Penetrao: Perfil do Cordo:

Al ______ ______ ______ ______ ______ ______

Am ______ ______ ______ ______ ______ ______

Ac ______ ______ ______ ______ ______ ______

EXERCCIOS DE REGULAGEM(a) Variando a tenso e a velocidade do arame

Fixa-se o ponto operacional C, por meio do nvel de graduao C da tenso e do nvel de graduao n 3 da velocidade de alimentao do arame (Va). Marque com um X as alteraes resultantes dos ajustes:

(b) Variando o comprimento do arco eltrico

Fixa-se o ponto operacional C, ajustando-se a tenso para o nvel C e a velocidade de alimentao do arame (Va) para o nvel 3. Marque com um X, as graduaes necessrias para obter as alteraes desejadas durante o processo de soldagem:

INFLUNCIA DO POSICIONAMENTO DA TOCHA

Posio da tocha

a) ngulo Negativo

b) Neutro Mdia

c) ngulo Positivo _______

Penetrao Capacidade de preenchimento das juntas com aberturas de raiz Estabilidade do arco Eltrico Formao de respingos Largura do cordo

_______

_______

Mdia

_______

_______ _______ _______

Mdia Mdia Mdia

_______ _______ _______

INFLUNCIA DA DISTNCIA ENTRE O BICO DE CONTATO E A PEA

Afastamento do tubo

menor

mdio (+- 10 mm)

maior

Aquecimento do arame Por resistncia Eficincia do arco Eltrico Penetrao Formao de respingos

______

Mdio

______

______

Mdio

______

Mais profunda ______

Mdia Mdia

______ ______

Transferncia de metal por curto circuito com arco curto (Short Arc) Indicao de Ocorrncias: - A transferncia de metal resulta em curtos circuitos; - A poa de fuso viscosa; - Transferem-se aproximadamente 70 gotas de metal por segundo.

Faixa de regulagem - Tenso baixa (abaixo de 20 V) Exemplo para um arame eletrodo de 1,0 mm de dimetro. Gs de proteo: mistura e CO.

Aplicaes: - Soldagem de chapa fina; - Soldagem de __________; - Soldagem nas posies ____________________.

Transferncia de metal por pulverizao (Spray) Indicao de Ocorrncias - A transferncia de gotas fica livre de curtos circuitos; - A poa de fuso bem fluida; - Transferem-se aproximadamente de 100 a 300 gotas por segundo. A transferncia por pulverizao s se produz sob Argnio ou mistura de gases rica em Argnio, aproximadamente 90%.

Faixa de Regulagem - Tenso alta (acima de 25 V) Exemplo para um arame eletrodo de 1,0 mm de dimetro. Gs de proteo: mistura ou Argnio.

Aplicaes: - Soldagens de chapas acima de _____________. - Soldagem de junta em ngulo na posio _________________. - Soldagem de junta de topo ___________________________.

Transferncia de metal com arco longo (Globular) Indicao de Ocorrncias - A transferncia de metal resulta em gotas grossas com ou sem curtos circuitos; - A poa de fuso bem fluida; - Transferem-se, por segundo, cerca de 100 gotas.

Faixa de regulagem - Tenso alta (acima de 20 V) Exemplo para um arame eletrodo de 1,0 mm de dimetro. Gs de proteo: dixido de carbono (CO)

Aplicaes: - Soldagem de chapas acima de _________________. - Soldagem de junta em ngulo na posio ___________________. - Soldagem de junta de topo ______________________________.

EXERCCIOSAssinale com um X a alternativa correta em cada uma das questes apresentadas a seguir:

1 Quais dos parmetros de soldagem abaixo relacionados podem ser regulados diretamente na mquina para soldagem MIG/MAG com dois botes de comando? A( B( eletrodo C( D( deposio ) Densidade de corrente e tenso ) Densidade de corrente e velocidade de alimentao do arame ) Tenso e velocidade de alimentao do arame eletrodo ) Velocidade de alimentao do arame eletrodo e taxa de

2 Que parmetro de soldagem entre os abaixo relacionados podem ser modificados diretamente em uma mquina para soldagem MIG/MAG com um boto de comando? A( B( C( D( ) Comprimento de arco eltrico ) Taxa de deposio ) Indutncia ) Vazo do gs de proteo

3 Qual a funo da indutncia em uma fonte de corrente para soldagem MIG/MAG? A( B( C( D( ) Diminuir a formao de respingos ) Diminuir a tenso ) Aumentar a penetrao ) Facilitar a abertura de arco

4 O que acontece quando se modifica o posicionamento da tocha da posio neutra para a posio ngulo Negativo? A( B( C( D( ) O cordo de solda torna-se estreito ) A penetrao aumenta ) A taxa de deposio diminui ) O cordo de solta trona-se largo

5 O que acontece com o aumento da distncia entre o bico de contato e a pea? A( B( C( ) Aumenta o comprimento do arco ) A taxa de deposio aumenta ) A penetrao diminui

D ( ) O aquecimento por resistncia da extremidade livre do arame eletrodo diminui.

6 Quais das condies abaixo relacionadas so necessrias para que ocorra a transferncia por pulverizao? A( B( V) C( D( ) Gs de proteo CO e alta tenso (acima de 25 V) ) Gs de proteo CO e baixa tenso (abaixo de 20 V) ) Gs de proteo rico em Argnio e alta tenso (acima de 25 V) ) Gs de proteo rico em Argnio e baixa tenso (abaixo de 20

7 Qual das alternativas abaixo relacionadas correta quando se solda com arco eltrico curto?

A(

) A transferncia de metal acontece livre de curto circuito

B ( ) Arco eltrico curto s formado sob atmosfera protetora de CO e nunca sob atmosfera protetora de Argnio C( ) A transferncia de metal acontece em curto circuito

D ( ) A poa de fuso menos viscosa do que quando se solda com pulverizao

CONSEQNCIAS DA PROTEO INSUFICIENTE DE GS

POROSIDADE POR PROTEO GASOSA INSUFICIENTE

FALTA DE FUSO POR PREPARAO INADEQUADA DA JUNTA

DESCONTINUIDADES: CAUSAS E SOLUES

No processo MIG podem acontecer as seguintes descontinuidades: 1 Falta de fuso: Provm de uma tcnica incorreta que no permite fundir o metal base. A falta de fuso neste processo recebe tambm a denominao de colagem que um termo tambm apropriado para o caso em que o metal de adio fundido esteja em contato com as faces do chanfro, porm sem energia suficiente para fundir e estabelecer uma continuidade metalrgica (fig. 17). Este defeito considerado o mais grave para a soldagem porque apresenta muita dificuldade para ser detectado.

A falta de fuso pode ocorrer devido ao ngulo incorreto da pistola, baixa energia de soldagem, geometria inadequada da junta, alta velocidade de soldagem e manipulao incorreta da pistola.

2 Falta de penetrao: Ocorre em funo da baixa energia de soldagem ou uma abertura muito pequena entre as peas. A face da raiz (nariz) muito espessa ou mesmo um desalinhamento entre as peas tambm podem provocar a falta de penetrao (fig. 18 e fig. 19).

3 Excesso de penetrao: Ocorre em funo do excesso de calor ou uma abertura muito grande entre as partes (fig. 20).

4 Porosidade: Ocorre em funo de dois problemas bsicos, a saber: limpeza inadequada na junta e falta de proteo gasosa. Estes dois fatores so facilmente eliminados desde que os soldadores estejam conscientizados de sua importncia. A limpeza uma tarefa que antecede a execuo da soldagem e esta no deve ser iniciada se a junta no estiver muito limpa. A proteo gasosa, porm, exige que o soldador tenha sensibilidade para detectar os fatores que podem influir na proteo da solda: inicialmente o soldador deve regular a vazo de acordo com a situao e cuidar para que os fatores extras no prejudiquem a proteo. Estes fatores so as correntes de ar, os respingos

que aderem ao interior do bocal, a inclinao exagerada da pistola, bem como a excentricidade do bocal e uma distncia muito grande do bocal at a pea (fig. 21).

5 Incluses de arame: So pequenos pedaos de arame que ficam inclusos no lado posterior do passe de raiz (fig. 22).

6 Incluso de escria: Apesar do processo no gerar uma quantidade excessiva de escria, a sua incluso um dos efeitos mais comuns. Ela ocorre fundamentalmente em funo da m limpeza entre passes, principalmente na lateral dos chanfros ou quando o soldador faz uma distribuio inadequada dos gases dentro do chanfro (fig. 23).

7 Sobreposio:

Ocorre principalmente quando se utiliza uma velocidade muito baixa de soldagem associada a uma elevada taxa de deposio. Neste caso o metal se acomoda na superfcie da chapa, mas ambas no se fundem (fig. 24).

8 Mordeduras So devidas inabilidade do soldador. Elas ocorrem devido ao excesso de energia do arco. O soldador deve regular a corrente de soldagem em funo da espessura da chapa, posio de soldagem e temperatura da pea. No acabamento conveniente reduzir um pouco a corrente de soldagem (fig. 25).

9 Trincas O processo no requer muitos cuidados para evitar esta descontinuidade. A sua ocorrncia geralmente ocasional e deve-se a dois fatores bsicos, tais como o elevado grau de restrio em algumas juntas, ou pequenas trincas que ocorrem na cratera da solda por falta de seu preenchimento por parte do soldador. A trinca a frio, que temida no processo de eletrodo revestido no encontra razo de ser no processo MIG porque este considerado de extra baixo hidrognio (fig. 26)

10 Segurana de trabalho: Algumas precaues com segurana de trabalho, se no observadas, podem gerar acidentes. Os equipamentos devem ser dispostos em locais com boa ventilao, pois os fumos liberados durante o processo de soldagem podem fazer mal sade. Equipamentos como avental de raspa, luvas de couro, mscaras de celeron, lentes escuras, magotes, devem ser utilizados, pois os raios emitidos pelo arco so prejudiciais sade e podem ocasionar queimaduras.

FALTA DE FUSO POR TCNICA DE SOLDAGEM INADEQUADA NA EMENDA DO CORDO

Causa: Pouca sobreposio dos cordes.

Soluo: Esmerilhar o final do cordo de solda.

Iniciar a soldagem antes do final do cordo anterior. Aps a soldagem, eliminar o excesso de reforo na emenda dos cordes.

FALTA DE FUSO POR EXCESSO DE FLUIDEZ DA POA DE FUSO

O arco eltrico no alcana as faces do chanfro por excessiva fluidez da poa de fuso e tambm no chega superfcie do metal de base, impedindo uma fuso perfeita. Causa: Soldagem muito rpida ou taxa de deposio muito alta.

Soluo: Diminuir a velocidade de avano ou diminuir a taxa de deposio, evitando cordes espessos.

Causa:

Na soldagem em posio vertical descendente, o metal de adio fundido ultrapassa a poa de fuso.

Soluo: Aumentar a velocidade de avano da tocha; diminuindo a taxa de deposio.

Causa: Excessiva inclinao da tocha, empurrando o metal de adio fundido para frente da poa de fuso.

Soluo: Diminuir a inclinao da tocha.

FALTA DE FUSO POR POSICIONAMENTO INCORRETO DA TOCHA

O arco eltrico funde somente um dos membros da junta.

Causa: Posio da tocha fora do centro do chanfro.

Soluo: Alinhar a tocha no centro do chanfro.

Causa: Tocha muito inclinada para um dos membros da junta.

Soluo: Corrigir o ngulo de trabalho da tocha (90).

Causa: Espao insuficiente para colocar a tocha em posio correta.

Soluo: Utilizar outro processo de soldagem ou, se possvel, alterar a geometria da junta.

ATENO: Somente por meio do arco eltrico se pode conseguir a fuso do metal depositado com o metal de base. Se o arco no atingir diretamente a face do chanfro, ocorrer falta de fuso.

DETALHES DE FUNCIONAMENTO DOS EQUIPAMENTOS DE SOLDAGEM MIG/MAG

Equipamento: Carretel (bobina do arame eletrodo) Causas: Frenagem muito frouxa.

Conseqncias: O arame eletrodo escapa do carretel.

Causas: Frenagem muito forte. Conseqncias: Alimentao insatisfatria; Sobrecarga no motor do alimentador; Deslizamento do rolo alimentador; Alimentao irregular; Arco eltrico instvel; Aquecimento excessivo e desgaste do arame eletrodo dentro do bico de contato.

Equipamento: Perfil do rolo alimentador do arame eletrodo. Causas: Canaleta muito grande (escolha inadequada ou canaleta muito desgastada). Conseqncias:

Deslizamento do rolo alimentador do arame eletrodo; Alimentao do arame irregular.

Causas: Canaleta muito apertada. Conseqncias: O arame eletrodo deformado; A alimentao dificultada.

Equipamento: Presso do rolo sobre o arame conduzido na canaleta. Causas: Presso muito pequena. Conseqncias: Deslizamento do rolo alimentador do arame eletrodo; Alimentao irregular.

Causas: Presso muito grande. Conseqncias: O arame eletrodo deformado; A alimentao dificultada; Desgaste excessivo do bico contato.

Procedimentos para testar a presso do rolo sobre arame: Apertar o arame eletrodo na sada do bico entre os dedos polegar e indicador. Elevar a presso a tal ponto que, apesar do efeito de frenagem dos dedos, a alimentao do arame eletrodo permanea adequada e uniforme.

Equipamento: Bico de guia de entrada do arame eletrodo. Causas: Distncia at as roldanas ou dimetro do furo do bico muito grande. Conseqncias: Estrangulamento do arame eletrodo alimentao irregular.

Causas: Dimetro do furo do bico muito pequeno. Conseqncias: Atrito excessivo; Dificuldade na alimentao.

Equipamento: Conduites. Causas: Muito curto. Conseqncias: Estrangulamento do arame eletrodo; Alimentao irregular.

Causas:

Muito longo. Conseqncias: Toro ondulada do conduite, provocando forte atrito; Dificuldades na alimentao.

Equipamento: Bico de contato. Causas: Furo muito grande por erro de escolha ou desgaste. Conseqncias: Local de contato eltrico instvel. Causas: Furo muito pequeno. Conseqncias: Atrito excessivo; Alimentao do arame dificultada.

Causas:

Mal fixado (frouxo). Conseqncias: Resistncia excessiva por mau contato, provocando aquecimento e desgaste elevado; Arco eltrico instvel.

Equipamento: Multicabo Causas: Curvas muito fechadas e estrangulamento dos condutores. Conseqncias: Atrito elevado do arame eletrodo no cabo condutor, dificultando a alimentao.

Equipamento: Bocal. Causas: Com respingo. Conseqncias:

Abertura de sada do gs obstruda, provocando turbilhonamento do gs de proteo; Aparecimento de poros.

Causas: Mal fixado (frouxo). Conseqncias: Faiscamento de corrente para o bocal; Arco eltrico instvel; Absoro de ar, provocando insuficiente proteo da poa de fuso atravs da sada excntrica do gs; Aparecimento de poros.

Equipamento: Conduo da corrente pea de trabalho (cabo-obra) Causas: M fixao do grampo pea.

Conseqncias: Resistncia alta e passagem da corrente irregular; Arco eltrico instvel.

EXERCCIOS

Assinale com um X a alternativa correta em cada uma das questes apresentadas a seguir.

1 Qual a vazo de gs de proteo que se deve utilizar na soldagem de uma junta em ngulo na posio plana e com arame eletrodo de 1 mm de dimetro? A( B( C( D( ) 6 a 8 l/min. ) 10 a 12 l/min. ) 16 a 20 l/min. ) 12 a 15 l/min.

2 Como se pode impedir que o metal depositado ultrapasse a poa de fuso em uma soldagem MIG/MAG? A( B( C( D( ) Aumentando a velocidade de alimentao do arame eletrodo ) Aumentando o ngulo negativo de movimentao da tocha ) Aumentando a velocidade de avano de tocha ) Aumentando a distncia entre o tubo de contato

3- Em que se baseia a escolha do rolo alimentador? A( B( C( D( ) Composio qumica do arame eletrodo ) Dimetro do arame eletrodo ) Dimenso do carretel ) Velocidade de alimentao do arame eletrodo

4 Qual a conseqncia da utilizao de um tubo de contato com dimetro maior do que o apropriado? A( B( C( D( ) A alimentao do arame eletrodo dificultada ) O arame eletrodo quebra dentro do tubo de contato ) Melhora a passagem de corrente eltrica para o arame eletrodo ) Piora a passagem de corrente eltrica para o arame eletrodo

5 Por que no se deve soldar se o local da tocha est com excesso de respingos? A( B( C( D( ) Diminui a vazo do gs de proteo ) A vazo do gs torna-se turbulenta ) A corrente eltrica interrompida ) O arco eltrico desviado

QUALIFICAO DE SOLDADORES E OPERADORES DE SOLDAGEM

GENERALIDADES

Os requisitos de resistncia mecnica estabelecidos pelos projetistas em vista das solicitaes de trabalho para alguns componentes soldados, visando assegurar-lhes segurana e qualidade, baseiam-se na inexistncia de defeitos, ou na existncia de descontinuidades em qualidade, tipo e dimenses aceitveis por uma norma, na junta solda. Ocorre que a qualidade das soldas depende, dentre outros fatores da habilidade do elemento humano que executa a soldagem. Antes que o soldador execute soldas de produo necessrio que seu empregador tenha certeza de suas habilidades. Para auxiliar o empregador na determinao do nvel de competncia que o soldador precisa ter na produo de soldas, vrios testes so desenvolvidos. Esses testes so chamados de teste de qualificao de soldadores, e quando aprovados, habilitam o soldador para produzir soldas aceitveis de acordo com um procedimento de soldagem previamente aprovado. Independente da norma utilizada sempre requerido que o soldador execute soldas em peas de teste. Durante a soldagem da pea de teste, o profissional qualificado deve ser acompanhado por um profissional com adequada qualificao, preferencialmente acompanhado por um profissional com adequada qualificao, preferencialmente com um inspetor de soldagem na mesma norma de referncia, que ir testemunhar a soldagem em conformidade com a EPS, a correta retirada e identificao dos corpos-de-prova e a realizao dos ensaios/exames. Os resultados dos ensaios/exames devero atender aos requisitos de qualidade estabelecidos na norma de referncia para que a qualificao seja obtida.

Uma vez concluda a sondagem, a pea de teste submetida a ensaios/exames, que determinaro se a pea atende aos requisitos de qualidade previstos pela norma aplicvel. O processo de soldagem, tipos de juntas, metal de base, consumveis, ensaios/exames critrios de avaliao, etc., so determinados pela norma de qualificao aplicvel.

Tipo de servio que exige mo-de-obra qualificada por norma tcnica.

PRINCIPAIS NORMAS DE QUALIFICAO SOLDADORES E OPERADORES DE SOLDAGEM

DE

AWS D1 Norma para soldagem de estruturas metlicas. ASME SEO IX Norma de qualificao para soldagem e brasagem, aplicada a caldeiras e vasos de presso. API 1104 Norma para soldagem de oleodutos. EM 2274

Testes para qualificao de soldadores aos. FBTS N 006 Testes para qualificao de soldadores aos. Existem ainda outras normas principalmente para trabalhos especficos como: Construo de submarinos; Construo e reparos de aeronaves e seus componentes; Construo naval.

CONDIES PARA QUALIFICAR OPERADORES DE SOLDAGEM

SOLDADORES

E

Quando qualificar? Conforme comentrio inicial, geralmente a norma de projeto que exige requisitos de testes tecnolgicos nas juntas soldadas, para assegurar exigncias de trabalho do equipamento. No entanto, empresas engajadas no processo de garantia da qualidade, qualificam os seus soldadores independentemente de quaisquer requisitos de projeto, e o fazem para garantir sua clientela a boa qualidade do seu produto. Como qualificar? Aps a definio da norma de qualificao de soldador a ser aplicada, deve-se qualificar uma Especificao de Procedimento de Soldagem (EPS), definindo as variveis a serem seguidas pelo soldador. O soldador dever soldar uma pea de teste seguindo o procedimento qualificado. Quem qualifica?

A qualificao de soldadores acompanhada por um profissional com adequada qualificao conforme requisitos do cliente. No Brasil existe a figura do Inspetor de Soldagem de Pessoal da rea de Soldagem, que possui entre suas atribuies a qualificao de soldadores, operadores de soldagem e procedimentos de soldagem. Conforme discutido anteriormente, a atribuio desse profissional inclui o acompanhamento de soldagem das peas de teste e a retirada, identificao, confeco e ensaio dos corpos-de-prova. Finalmente, procede a anlise dos resultados dos ensaios realizados, que indicar a qualificao ou no do soldador. O que necessrio? Soldadores bem treinados na posio de soldagem, com o consumvel (eletrodo, arame eletrodo, gases, varetas, etc.) e com o tipo de metal de base com que se far a qualificao. Equipamentos aferidos como: mquina de solda e seus acessrios, instrumentos para medio, voltmetro, ampermetro, lpis trmico ou pirmetro, cronmetro, marcador de pea de teste, etc. Oficina montada com condies de armazenamento e consumo de eletrodos com estufas trmicas para ressecagem e manuteno, e estufas portteis (cochichos) para o consumo direto. Armazenamento de metais de base, ferramentas e posto de trabalho adequado com ventilao, iluminao e outros.

RETESTE DA QUALIFICAO

Caso soldador no alcance aprovao em um ou mais testes, poder submeter-se a novo teste sob as seguintes condies: Reteste imediato: O reteste imediato consiste de duas soldas de cada tipo e posio que o soldador foi reprovado. As duas soldas devem ser aprovadas no teste. Reteste aps treinamento ou prtica:

Depois de evidenciado o treinamento ou prtica suficiente do soldador, este poder executar uma nova solda em uma pea de teste.

VARIVEIS DE SOLDAGEM

As variveis de soldagem so determinadas por cada norma. Umas do a mesma importncia a todas as variveis. Outras do nveis diferentes de importncia a elas, classificando-as de vrias essenciais e no essenciais. O que so variveis de soldagem? So condies de soldagem, que se mudadas, afetaro a qualidade da solda. Ex.: Processo de soldagem: Solda com eletrodo revestido tem aplicaes diferentes das soldas oxiacetilnicas. Portanto, processo de soldagem uma varivel importante. Outro exemplo: Processo de Soldagem: Posio de soldagem tem influncia direta na energia de soldagem e na dificuldade de execuo de soldas, pois uma soldagem na posio plana requer menos habilidade do soldador do que a soldagem na posio sobre cabea. Portanto, posio de soldagem outra varivel importante, pois alm do que j vimos; a mudana de uma posio de soldagem para outra, sempre requer outros parmetros de corrente x tenso, velocidade de trabalho e outros. Com o conhecimento das variveis aplicveis a cada um dos processos de soldagem que o profissional qualificado pode determinar se a soldagem executada corretamente. Atravs das variveis de soldagem que se limitam as qualificaes.