cultura - uma abordagem antropológica

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Cristiane Maria Nepomuceno Cássia Lobão Assis Estudos Contemporâneos da Cultura DISCIPLINA Cultura: uma abordagem antropológica Autores aula 05

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  • Cristiane Maria Nepomuceno

    Cssia Lobo Assis

    Estudos Contemporneos da CulturaD I S C I P L I N A

    Cultura: uma abordagem antropolgica

    Autores

    aula

    05

  • Aula 05 EstudosContemporneosdaCulturaCopyright 2007 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorizao expressa da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da UEPB - Universidade Estadual da Paraba.

    Governo Federal

    Presidente da RepblicaLuiz Incio Lula da Silva

    Ministro da EducaoFernando Haddad

    Secretrio de Educao a Distncia SEEDCarlos Eduardo Bielschowsky

    Universidade Federal do Rio Grande do Norte

    ReitorJos Ivonildo do Rgo

    Vice-Reitorangela Maria Paiva Cruz

    Secretria de Educao a DistnciaVera Lcia do Amaral

    Universidade Estadual da Paraba

    ReitoraMarlene Alves Sousa Luna

    Vice-ReitorAldo Bezerra Maciel

    Coordenadora Institucional de Programas Especiais - CIPEEliane de Moura Silva

    Coordenador de EdioAry Sergio Braga Olinisky

    Projeto GrficoIvana Lima (UFRN)

    Revisora TipogrficaNouraide Queiroz (UFRN)

    IlustradoraCarolina Costa (UFRN)

    Editorao de ImagensAdauto Harley (UFRN)Carolina Costa (UFRN)

    DiagramadoresBruno de Souza Melo (UFRN)Dimetrius de Carvalho Ferreira (UFRN)Ivana Lima (UFRN)Johann Jean Evangelista de Melo (UFRN)

    Revisora de Estrutura e LinguagemRossana Delmar de Lima Arcoverde (UFCG)

    Revisora de Lngua PortuguesaMaria Divanira de Lima Arcoverde (UEPB)

    Assis, Cssia Lobo . Estudos contemporneos de cultura / Cssia Lobo Assis, Cristiane Maria Nepomuceno. Campina Grande: UEPB/UFRN, 2008.15 fasc. (Curso de Licenciatura em Geografia EaD) 236 p.

    ISBN: 978-85-87108-87-6 1. Cultura Antropologia. 2. Cultura Contempornea. 3. Educao Distncia. I. Ttulo.

    21. ed. CDD 306

    Ficha catalogrfica elaborada pela Biblioteca Central - UEPB

  • Aula 05 EstudosContemporneosdaCultura

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    Copyright 2007 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorizao expressa da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da UEPB - Universidade Estadual da Paraba.

    Governo Federal

    Presidente da RepblicaLuiz Incio Lula da Silva

    Ministro da EducaoFernando Haddad

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    Universidade Federal do Rio Grande do Norte

    ReitorJos Ivonildo do Rgo

    Vice-Reitorangela Maria Paiva Cruz

    Secretria de Educao a DistnciaVera Lcia do Amaral

    Universidade Estadual da Paraba

    ReitoraMarlene Alves Sousa Luna

    Vice-ReitorAldo Bezerra Maciel

    Coordenadora Institucional de Programas Especiais - CIPEEliane de Moura Silva

    Coordenador de EdioAry Sergio Braga Olinisky

    Projeto GrficoIvana Lima (UFRN)

    Revisora TipogrficaNouraide Queiroz (UFRN)

    IlustradoraCarolina Costa (UFRN)

    Editorao de ImagensAdauto Harley (UFRN)Carolina Costa (UFRN)

    DiagramadoresBruno de Souza Melo (UFRN)Dimetrius de Carvalho Ferreira (UFRN)Ivana Lima (UFRN)Johann Jean Evangelista de Melo (UFRN)

    Revisora de Estrutura e LinguagemRossana Delmar de Lima Arcoverde (UFCG)

    Revisora de Lngua PortuguesaMaria Divanira de Lima Arcoverde (UEPB)

    Assis, Cssia Lobo . Estudos contemporneos de cultura / Cssia Lobo Assis, Cristiane Maria Nepomuceno. Campina Grande: UEPB/UFRN, 2008.15 fasc. (Curso de Licenciatura em Geografia EaD) 236 p.

    ISBN: 978-85-87108-87-6 1. Cultura Antropologia. 2. Cultura Contempornea. 3. Educao Distncia. I. Ttulo.

    21. ed. CDD 306

    Ficha catalogrfica elaborada pela Biblioteca Central - UEPB

    Apresentao

    Nesta aula, vamos estudar os conceitos de cultura desenvolvidos no mbito da Antropologia, uma das cincias humanas mais importantes para a compreenso de nossa condio humana. Veremos os argumentos dos antroplogos para explicar o homem enquanto ser eminentemente cultural. Tudo isso dentro de um contexto histrico-cientfico relevante para que possamos dimensionar as vrias possibilidades conceituais dentro de conjunturas diferentes, principalmente ao longo do sculo XX.

    Trabalharemos nesta aula com vrios conceitos de cultura.

    Tais conceitos no devem ser apenas memorizados, mas aprendidos de modo que possam ser significativos sua vida pessoal e profissional.

    Estude o material com ateno, observando as diferenas e semelhanas entre tais conceitos, relacionando-os com suas experincias. As dvidas devem ser anotadas e as atividades propostas precisam ter sua ateno criteriosa.

    Bons estudos!

    ObjetivosAo final desta quinta aula, voc deve ser capaz de:

    reconhecer que existem vrias possibilidades para conceituar a cultura, no mbito da Antropologia;

    compreender que o contexto histrico e cientfico viabilizaram a diversidade dos conceitos antropolgicos de cultura;

    compreender que os padres culturais so os postulados normalmente aceitos pelos membros de uma sociedade para garantir a prpria sobrevivncia.

    Eminente

    Superior; excelente. O advrbio eminentemente, no contexto desta aula, indica que, dentre tantas outras caractersticas, a cultura tem prioridade na explicao do homem enquanto espcie que vai alm dos componentes meramente biolgicos.

  • Aula 05 EstudosContemporneosdaCultura2 Aula 05 EstudosContemporneosdaCultura

    A cultura numa perspectiva antropolgica

    Nas nossas aulas anteriores aprendemos que a cultura um paradigma, ou seja, um modelo atravs do qual o mundo pode ser percebido e explicado. Aprendemos que a cultura tema e objeto de estudo de vrias cincias, dentre elas a Antropologia e a Sociologia. Nesta aula iremos tratar sobre o conceito de cultura, na perspectiva antropolgica, e sobre os seus pressupostos elementares.

    A compreenso antropolgica de cultura foi gradativamente construda. Ela resulta de um processo de construo histrica e do amadurecimento cientfico no campo da anlise social, fruto da necessidade de entendimento do que ser humano. um conceito que passou por uma infinidade de modificaes, mas sempre esteve relacionado concepo de algo que se opunha ao natural, ao biolgico.

    O primeiro conceito formalizado de cultura, do ponto de vista antropolgico, foi elaborado pelo antroplogo ingls Edward Taylor e apareceu em sua obra Primitive Culture, publicada em 1871. Este estudioso reuniu no vocbulo ingls Culture dois termos: o alemo Kultur utilizado para simbolizar os aspectos imateriais de um povo, e o termo francs Civilization usado para quando da meno aos aspectos materiais.

    Desse modo, o primeiro conceito antropolgico de cultura, refere-se a (...) todo o complexo que inclui conhecimentos, crenas, arte, moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade ou hbitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade (TAYLOR apud LARAIA, 1997, p. 25). O conceito elaborado por Taylor dominou at o primeiro quartel do sculo XX. A partir de ento, surge uma infinidade de conceitos, que sero apresentados ao longo desta aula.

    Uma das contribuies decisivas para a ampliao e diversificao do conceito de cultura foi dada pelo antroplogo americano Alfred Kroeber. Os seus estudos permitiram que a cultura, decididamente, fosse percebida como uma dimenso de total oposio dimenso natural.

    A formulao do conceito de Kroeber esclarecia em definitivo que a cultura consistia na ruptura com o biolgico, que o comportamento do homem era aprendido, nada era transmitido geneticamente, ou em outras palavras: de inato o homem nada possua. Na sua concepo a cultura era o superorgnico em detrimento ao orgnico que era o natural (biolgico). Para esse antroplogo, foi a cultura que permitiu ao homem se distanciar do mundo animal. Veja o argumento utilizado por Kroeber para explicar porque todo comportamento do homem era aprendido e resultado direto do contexto no qual estava inserido:

    Um cachorrinho recm nascido criado com uma ninhada de gatinhos por uma gata. Contraditoriamente s anedotas familiares e aos tpicos de jornais, o cachorrinho latir

  • Aula 05 EstudosContemporneosdaCultura Aula 05 EstudosContemporneosdaCultura 3

    e rosnar, no miar. Ele nem mesmo experimentar miar. A primeira vez que se lhe pisar na pata ele ganir e no guinchar, to certo como, quando ficar enfurecido, morder, como o faria a sua me desconhecida, e nunca procurar arranhar, tal como viu a me adotiva fazer. Um longo retiro pode priv-lo da vista, do som ou do cheiro de outros ces. Mas se acontecer chegar-lhe aos ouvidos um latido ou ganido, ei-lo todo atento - mais do que a qualquer som emitido pelos gatinhos seus companheiros. Que se repita o latido, e ento o interesse dar lugar excitao, e ele latir tambm, to certo como, posto em contato com uma cadela, manifestar-se-o nele os impulsos sexuais de sua espcie. No pode haver dvida de que a linguagem canina constitui, de modo inextirpvel, parte da natureza do cachorro, to plenamente nele contida sem treino ou cultura, quanto fazendo inteiramente parte do organismo canino, como os dentes, ps, estmagos, movimentos ou instintos. Nenhum grau de contato com os gatos, ou privao de associao com a sua prpria espcie, far com que o co aprenda a linguagem do gato, ou perca a sua, nem to pouco o far enrolar o rabo em vez de aban-lo, esfregar os flancos no seu dono ao invs de saltar nele, ou adquirir bigodes e levar as orelhas erectas.

    Tomemos um beb francs, nascido na Frana, de pais franceses, descendentes estes, atravs de numerosas geraes, de ancestrais que falavam francs. Confiemos esse beb, imediatamente depois de nascer, a uma pajem muda, com instrues para que no permita que ningum fale com a criana ou mesmo veja durante a viagem que a levar pelo caminho mais direto ao interior da China. L chegando, entrega ela o beb a um casal de chineses, que o adotam legalmente, e o criam como seu prprio filho. Suponhamos agora que se passem trs, dez ou trinta anos. Ser necessrio debater sobre que lngua falar o jovem ou adulto francs? Nem uma s palavra de francs, mas o puro chins, sem um vestgio de sotaque, e com a fluncia chinesa, e nada mais ( KROEBER apud LARAIA, 1997, p. 43-45).

    Com base nessa argumentao, a partir da percepo de que o homem o nico ser do mundo animal que nasce totalmente desprotegido e se no lhe for transmitido, ensinado os conhecimentos necessrios para viver em sociedade ele no aprender sozinho, o conceito de cultura passou a ter um outro significado. Diferente de todos os outros animais, o homem o nico animal capaz de inventar modos de vida, adaptar-se a situaes e/ou ambientes adversos, transformar o meio no qual est inserido ou at mesmo recri-lo, em outras palavras gerar cultura.

    Essa concepo muito contribuiu para o estabelecimento de uma atitude de compreenso e respeito s diferenas entre os grupos humanos. Pois caractersticas humanas, por muitos estudiosos consideradas inatas, herdadas biologicamente, passaram a ser vistas como aprendidas: modo de andar, rir, falar, chorar, gostar, emocionar, comer, ou seja, tudo que se tomava por natural era na verdade fruto de um processo de interiorizao de um padro cultural.

    A construo antropolgica do conceito de cultura ampliou as possibilidades de entendimento do homem e da sociedade. Permitiu compreender que o homem universal no tempo e no espao, (...) regido pelas mesmas necessidades, guiado pelos mesmos impulsos, num af gigantesco de atualizar todas as suas potencialidades (ULLMANN, 1991, p. 16).

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    Atividade 1

    Pesquise em livros, revistas e na Internet sobre o que vem a ser Determinismo Biolgico e Determinismo Geogrfico. Elabore um texto apontando o que caracteriza essas teorias e como estas explicam as diferenas humanas.

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    A multiplicidade do conceito de cultura

    C omo foi dito no item anterior, a partir do conceito de Edward Taylor surgiram outros conceitos de cultura, formulados de acordo com o momento histrico, as tendncias tericas vigentes naquele momento e o enfoque que se pretende na realidade a ser estudada. importante esclarecer que apesar de no haver um nico conceito de cultura, todos os estudiosos sabem o que cultura, e sabem como se utilizar desse instrumento de anlise do homem e da sociedade, mesmo que haja divergncias no modo de defini-la.

    Dentre os conceitos que se tornaram clssicos, temos:

    1) A. L. Kroeber & C. Kluckhoohn (1952)A cultura consiste em padres, explcitos e implcitos, de comportamento e para comportamento, adquiridos e transmitidos por smbolos, que constituem as realizaes distintivas dos grupos humanos, inclusive suas incorporaes em artefatos; o ncleo essencial da cultura consiste nas idias tradicionais (isto , recebidas e selecionadas historicamente) e especialmente nos valores que se lhes atribuem; por outro lado, os sistemas de cultura podem ser considerados como produtos de ao e tambm como elementos condicionantes da ao futura.

    2) Ralph Linton (1936)A cultura de qualquer sociedade consiste na soma total e organizao de idias, reaes emocionais condicionadas e padres de comportamento habitual que seus membros adquirem pela instruo ou pela imitao de que todos, em maior ou menor grau, participam.

    3) Roger Keesing (1958)Culturas so sistemas (de padres de comportamento de socialmente transmitidos) que servem para adaptar as comunidades humanas aos seus embasamentos biolgicos. Esse modo de vida das comunidades inclui tecnologias e modos de organizao econmica, padres de estabelecimento, de agrupamento social e organizao poltica, crenas e prticas religiosas, e assim por diante.

    4) Bronislaw Malinowsky (1944)O todo global consistente de implementos e bens de consumo, de cartas constitucionais para os vrios agrupamentos sociais, de idias e ofcios humanos, de crenas e costumes.

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    Atividade 2

    5) Robert Redfield (1949)[ o conjunto de] entendimentos convencionais manifestos em atos e artefatos que caracterizam as sociedades.

    6) Clifford Geertz (1973)A cultura deve ser vista como um conjunto de mecanismos de controle planos, receitas, regras, instituies para governar o comportamento.

    7) Leslie White (1959)Por cultura queremos dizer o conjunto de ferramentas, utenslios, lngua, hbito, instituies, rituais, objetos para vrios fins, sentimentos, atitudes, etc. que todos os povos possuem.

    8) Franz Boas (1938)A totalidade das reaes e atividades mentais e fsicas que caracterizam o comportamento dos indivduos que compem um grupo social.

    Remexendo o ba...

    Procure em cadernos antigos, livros velhos de seus tempos de primeiro e segundo graus, remexa nas suas memrias os conceitos de cultura que j lhe foram apresentados. Normalmente, tais conceitos so vistos em aulas de Educao Artstica, de Histria, de Lngua Portuguesa. Se voc no do tipo que guarda objetos velhos, no tem problema: faa a busca no material do(a)s filho(a)s, dos pais, do(a)s amigo(a)s. O importante fazer essa busca.

    Em seguida, transcreva no espao abaixo o conceito ou definio de cultura que voc encontrou. Aps a transcrio, anote a fonte, ou seja, o lugar e a data onde voc achou seu material.

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    2Depois da busca em arquivos pessoais acerca do conceito de cultura, releia os conceitos de antroplogos vistos neste tpico. Estabelea uma relao entre o conceito que voc encontrou e um dos conceitos de um dos estudiosos da antropologia. Justifique a relao que voc estabeleceu respondendo: em que aspectos os dois conceitos so parecidos?

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    Princpios da culturaDe acordo com o que j aprendemos, toda cultura composta por um conjunto de

    regras, normas e valores que estabelecem padres de comportamento. Ento, quais seriam os postulados que constituem a cultura de modo que todos os indivduos aceitem partilh-la de forma submissa, pacfica, e, na maioria das vezes, inconteste?

    Os princpios so exatamente decorrentes das prticas desenvolvidas pelo grupo em seu prprio processo da estruturao da vida em sociedade. Os hbitos, as regras, as normas e os valores estabelecidos por cada grupo resultam do estabelecimento do mesmo para o que considera necessrio manuteno da ordem, da coeso, da organizao social e da preservao do grupo. Assim, todos os povos defendem suas prprias formas de vida, fcil compreender que uma das maneiras pelas quais as culturas se tornaram mais ricas e mais complexas foi pelo aperfeioamento e multiplicao dos seus costumes autnticos mais prezados. (BENEDITC,1966, p. 230). J de acordo com Hoebel e Frost (1999, p. 21),

    Ao selecionar seus costumes para vida diria, mesmo nas pequenas coisas, a sociedade escolhe aquelas maneiras que esto de acordo com o seu modo de pensar e suas predilees maneiras que se adaptam a seus postulados bsicos a respeito da natureza das coisas, sobre o que desejvel e o que no . Se estas maneiras so compatveis com seus postulados bsicos, e se estes, por sua vez, so compatveis uns com os outros, consegue-se uma integrao perfeita. Ento, a cultura ser um todo harmonioso e produtivo.

    Dessa forma, podemos dizer, que o prprio homem, na inveno de seu modo de vida, que seleciona valores, estabelece regras e modelos, atribui papis que todos os membros do grupo devem executar a contento para que o prevalea o equilbrio e a ordem. O descumprimento das determinaes estabelecidas s tenderia a promover o caos e a desordem.

    Postulados (substantivo masculino)

    Princpios formulados e reconhecidos no mbito

    de uma cincia.

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    Atividade 3

    sua

    resp

    osta

    Vimos que normalmente h um consenso social quanto aceitao de determinado modus vivendi, ou seja, a cultura pressupe um conjunto de postulados que torna aceitvel ou no determinados procedimentos, determinadas atitudes.

    Ento nos responda: voc conhece algum que agiu numa determinada situao fugindo a princpios que so aceitos como normais em seu municpio? Conte-nos, que atitude foi esta? Qual a repercusso dessa atitude, ou seja, como as pessoas de seu lugar reagiram a um modo diferente de agir em tal situao?

    Seja sempre bem criativo(a), para ns muito importante o registro das histrias que voc tem para contar!

  • Aula 05 EstudosContemporneosdaCultura0 Aula 05 EstudosContemporneosdaCultura

    Razo e sensibilidade...

    Nesta aula, e tambm em momentos anteriores, voc viu que estudar mexe com muitos saberes, experincias que s vezes parecem desprovidas de importncia. Afinal, que valor tem cadernos e livros velhos para o nosso aprendizado? E as histrias do povo de nosso lugar tm serventia na escola? Claro que sim! E esperamos sinceramente que as atividades propostas at aqui tenham convencido voc da importncia de nossas memrias, de nossas histrias na construo do conhecimento, no entendimento de nossa riqueza cultural. Afinal, o bom professor tem sempre presente a comunho entre a razo (cientfica) e a sensibilidade (nas vivncias com a aprendizagem, na valorizao de si prprio e de sua comunidade).

    Material complementarFilme A vila, produo americana, dirigida por M.N. Shyamalan em 2004. durao: 108 minutos.

    O filme narra a histria de um vilarejo da Pensilvnia, cercado de floresta por todos os lados. Na vila h um pacto de confinamento entre os moradores, que se dispem a viver sem enfrentar os seres terrveis da floresta. At que Lucius, um jovem que namora a filha do lder do lugar, resolve questionar esse isolamento do grupo.

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    Resumo

    Auto-avaliaoNesta aula, vimos que o ser humano a nica espcie animal a ter cultura, uma vez que as demais espcies sobrevivem apenas a partir de elementos instintivos. Tomando por base o argumento de Alfred Kroeber, apresentado no durante esta aula, escreva sua maneira e com seus prprios exemplos, uma explicao para a diferena entre o ser humano e as demais espcies de mamferos.

    Nesta aula, estudamos a cultura numa perspectiva antropolgica. Vimos que o conceito de cultura foi gradualmente construdo, a partir do final do sculo XIX e ao longo do sculo XX. Observamos que, apesar de existirem vrios conceitos, h um consenso quanto imanncia da cultura para o ser humano, ou seja, a cultura que nos garante a superao do determinismo meramente biolgico e/ou instintivo, a possibilidade de elaborao cultural que nos distingue das demais espcies animais. Por fim, vimos que cada cultura tem postulados bsicos e que a observncia dos seus princpios garante a estabilidade social dos membros de um grupo.

  • Aula 05 EstudosContemporneosdaCultura2

    Anotaes

    RefernciasAZCONA, J. Antropologia I Histria. Trad. Lcia Matilde E. Orth. Petrpolis: Vozes, 1992.

    BENEDICT, R. O desenvolvimento da cultura. In: Homem, cultura e Sociedade. Trad. G. Robert Coaracy e Joanna E. Coaracy. So Paulo: Fundo de Cultura (Portugal/Brasil), 1966.

    CASTRO, C. (Org.). Franz Boas Antropologia Cultural. 2. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2005.

    GEERTZ, C. A interpretao das culturas. Rio de Janeiro: LTC, 1989.

    HOEBEL, E. A. & FROST, E. L. Antropologia cultural e social. 9. ed. Trad. Euclides Carneiro da Silva. So Paulo: Cultrix, 1999.

    LARAIA, R.B. Cultura um conceito antropolgico. 11.ed. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1997.

    MAIR, L. Introduo Antropologia Social. 6. ed. Trad. Edmond Jorge. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1984.

    MARCONI, M. A. e PRESOTTO, Z. M. N. Antropologia uma introduo. So Paulo: Atlas, 1985.

    MELLO, L. G. Antropologia Cultural Iniciao, teoria e temas. 5. ed. Petrpolis: Vozes, 1991.

    ULLMANN, R. A. Antropologia O homem e a cultura. 3 edio. Petrpolis: Vozes, 1991.

  • Aula 05 EstudosContemporneosdaCultura

    EmentaIntroduo s teorias antropolgicas e sociolgicas. Relao entre cultura, sociedade e espao. Imaginrio, ideologia e

    poder. Cultura e contemporaneidade.

    Estudos Contemporneos da Cultura GEOGRAFIA

    Autoras

    Aulas

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    01 Cultura: a diversidade humana

    02 A cultura enquanto paradigma

    03 Sculo XV: O marco de um novo tempo

    04 O confronto da alteridade

    05 Cultura: uma abordagem antropolgica

    06 Os elementos estruturadores da cultura

    07 Classificao e especificidades da cultura

    08 Processos culturais: endoculturao e aculturao

    09 Os tempos modernos

    10 Globalizao: o tempo das culturas hbridas

    11 Formas de manifestao da cultura

    12 Cultura popular: o ser, o saber e o fazer do povo

    13 A cultura enquanto mercadoria

    14 Para explicar a cultura: o suporte antropolgico e sociolgico

    15 Nome da Aula 15

    n Cssia Lobo Assis

    n Cristiane Maria Nepomuceno

  • SEB/SEED