cultura organizacional orientada À qualidade: … · análise nas escolas europeias de gestão....

133
i UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Jamil Ramsi Farkat Diógenes Bacharel em Administração, UFRN, 2011 CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: UM SURVEY NAS CONCESSIONÁRIAS AUTOMOTIVAS BRASILEIRAS CERTIFICADAS COM A ISO 9001 Natal 2014

Upload: trinhbao

Post on 21-Nov-2018

226 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

i

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

Jamil Ramsi Farkat Diógenes

Bacharel em Administração, UFRN, 2011

CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: UM

SURVEY NAS CONCESSIONÁRIAS AUTOMOTIVAS BRASILEIRAS

CERTIFICADAS COM A ISO 9001

Natal

2014

Page 2: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

ii

JAMIL RAMSI FARKAT DIÓGENES

CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À

QUALIDADE: UM SURVEY NAS CONCESSIONÁRIAS

AUTOMOTIVAS BRASILEIRAS CERTIFICADAS COM A

ISO 9001

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em

Engenharia de Produção da Universidade Federal do Rio

Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do

título de Mestre em Engenharia de Produção.

Área de Concentração: Estratégia e Qualidade.

Orientadora: Fernanda Cristina Barbosa Pereira Queiroz,

Dra.

Co-Orientador: Jamerson Viegas Queiroz, Dr.

Marciano Furukava, Dr.

Natal

2014

Page 3: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,
Page 4: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

iv

Jamil Ramsi Farkat Diógenes

CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: UM SURVEY

NAS CONCESSIONÁRIAS AUTOMOTIVAS BRASILEIRAS CERTIFICADAS

COM A ISO 9001

Esta dissertação foi julgada adequada para a obtenção do Título de Mestre em

Engenharia de Produção e aprovada em sua forma final pelo Programa de Pós-

Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal do Rio Grande

do Norte – UFRN, na Área de Concentração: Estratégia e Qualidade.

Natal, 21 de Fevereiro de 2014.

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________

Fernanda Cristina Barbosa Pereira Queiroz, Dra. Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Presidente (Orientadora)

_________________________________________________

Jamerson Viegas Queiroz, Dr. Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Membro Interno (Co-Orientador)

_________________________________________________

Marciano Furukava, Dr. Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Membro Externo ao PEP/CT/UFRN (Co-Orientador)

_________________________________________________

Nilton César Lima, Dr. Universidade Federal de Uberlândia - UFU

Membro Externo à UFRN

Page 5: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

v

Curriculum Vitae Resumido (http://lattes.cnpq.br/8586145669395690)

Jamil Ramsi Farkat Diógenes (DIÓGENES, J.R.F) possui

graduação em Administração pela Universidade Federal do Rio

Grande do Norte (2011). Foi bolsista de Desenvolvimento

Tecnológico e Industrial, do Conselho Nacional de

Desenvolvimento Científico (CNPq), Nível DTI-C, atuando no

Núcleo de Apoio à Gestão da Inovação do RN (NAGI), e depois

foi bolsista do programa de Restruturação e Expansão das

Universidades Federais (REUNI), atuando como estagiário

docente em disciplinas da graduação em Engenharia de Produção na UFRN. É

membro permanente dos grupos de pesquisas: Núcleo Aplicado à Gestão e

Inovação (NAGI/UFRN), Formulação de Estratégias (GpFE/UFPEL) e Eólica e solar

- Inovação em materiais, equipamentos e gestão (Es/UFRN). É secretário executivo

da Revista Gestão e Conhecimento (FACET/PR) e revisor dos periódicos

internacionais Usa-China Business Review e Chinese Business Review. No

mercado de trabalho atua como Gestor de Projetos na Agência Brasileira de

Desenvolvimento Socioambiental (ABDA), administrando o projeto Aquiflora

(ABDA/Petrobras Ambiental). Com experiência na área de Administração e

Engenharia de Produção, atua nas seguintes linhas de pesquisa: 1) Estratégia e

gestão de organizações; 2) Gestão da inovação e competitividade organizacional;

3) Gestão de energias renováveis; 4) Gestão estratégica de instituições de ensino

superior; 5) Sistemas e ferramentas de gestão de parques eólicos. Durante o

mestrado atuou na equipe coordenadora de 10 projetos de pesquisa, 2 projetos de

extensão e 1 projeto de desenvolvimento tecnológico. Entre os 24 meses de

duração do mestrado publicou 12 artigos em periódicos (nacionais e internacionais)

e 3 artigos em anais de eventos internacionais.

Disciplinas atuantes como Estagiário Docente:

Engenharia de Qualidade: Semestre 2012.2;

Empreendedorismo e Liderança: Semestres 2013.1 e 2013.2.

Participação em Projetos de Pesquisa, Extensão e Desenvolvimento

Tecnológico

Page 6: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

vi

Pesquisa:

Análise das Estratégias de Produção: Estudo de caso nas Empresas do RN;

Métodos para elaboração de planos de negócios startups;

Avaliação das Fundações de Apoio a Pesquisa brasileiras dentro do contexto da

cooperação Universidade-Empresa-Governo na captação de recursos para

projetos de pesquisa científica e tecnológica com foco na inovação;

A gestão da inovação como diferença competitiva: estudo nos hospitais privados

de Natal;

Prospecção de arranjos produtivos locais para o desenvolvimento local: um estudo

comparativo das aglomerações produtivas do setor de confecção de artigos do

vestuário no Ceará/ Brasil e em Portugal;

PoWER P90-RN20: Potiguar Wind Energy Research Tecnologia e Gestão de

Parques Eólicos no Rio Grande do Norte;

Interações entre as Universidades do Rio Grande do Norte com o setor produtivo e

o Governo: Uma investigação sobre as características sistema estadual de

inovação;

Diferentes formas de ver o dinheiro: a ótica dos jovens que estudam em Santa

Maria, RS ou Natal, RN;

Ferramentas estatísticas na avaliação da qualidade dos processos produtivos;

EPaS - Engenheirando a participação social.

Extensão:

Ciclo de Palestras: O Empreendedorismo Tecnológico;

Fazer Empreender: Uma interação entre Discentes e Startups Potiguares.

Desenvolvimento Tecnológico:

Implantação do Núcleo de Apoio à Gestão da Inovação no Rio Grande do Norte –

NAGI.

Artigos produzidos durante a Pós-Graduação

Publicados em periódicos:

(QUALIS B1) PEREIRA, F. A. B.; QUEIROZ, F. C. B. P.; DIOGENES, J.R.F.;

QUEIROZ, J. V.; FURUKAVA, M.; SILVA, C.L. Contributions of the Teaching

Assistance Program for the Formation of Engineers Professors: A Survey in a

Page 7: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

vii

Brazilian Federal University. US-China Education Review A (Education Practice).

Vol.4, No.3, 2014.

(QUALIS B3) DIOGENES, J.R.F.; SOUSA, K. C.; NUNES, B. M.; QUEIROZ, F. C.

B. P.; QUEIROZ, J. V.; HÉKIS, H. R. The Brazilian Mobile Telephoning Market and

Its Indicators of Non‐Quality. Chinese Business Review, v. 12, p. 712-723, 2013.

(QUALIS B3) DIOGENES, J.R.F.; VIEIRA, R. F. C.; FALCAO, N. O.; QUEIROZ, F.

C. B. P.; QUEIROZ, J. V. University Company Government Interaction: Fapemig as

propeller agent of the scientific-technological development in Minas Gerais, Brazil.

Usa-China Business Review. (Chinese), v. 12, p. 823-832, 2013.

(QUALIS B3) HEKIS, H. R. ; SOUZA, K. C. ; DIOGENES, J.R.F. ; VALENTIM, R.

A. M. ; OLIVEIRA, I. D. Knowledge Management Practices for improvement of

Brazilian Hospital Websites. Chinese Business Review, v. 12, p. 646-654, 2013.

(QUALIS B3) HÉKIS, H. R.; SOUZA, K. C.; FURUKAVA, M.; DIOGENES, J.R.F.;

QUEIROZ, J. V. Mecanismos da Gestão do Conhecimento para Avaliação dos

Portais Hospitalares Universitários do Nordeste Brasileiro. Future Studies Research

Journal. v.6, n.1, 20143.

(QUALIS B5) DIOGENES, J.R.F.; FURUKAVA, M.; QUEIROZ, J. V.; QUEIROZ, F.

C. B. P.; NUNES, B. M. Estratégias para captação de recursos no terceiro setor:

estudo de caso na ABDA. Ethos & Episteme (UFAM), v. XV, p. 13-27, 2012.

(QUALIS B5) DIOGENES, J.R.F.; NUNES, B. M.; QUEIROZ, J. V.; QUEIROZ, F.

C. B. P.; QUEIROZ, A. F. S. Gestão para qualidade nos serviços públicos: Um

survey sobre clima organizacional. Revista Gestão do Conhecimento (Curitiba.

Impresso), v. 7, n.2, p. 5-25, 2013.

(QUALIS B5) LIMA, T. M.; SOUSA, K. C.; DIOGENES, J.R.F.; FURUKAVA, M.;

QUEIROZ, J. V.; FARIAS, B. R. C. APL Como Estratégia de Negócio: Um Estudo

de Caso no Setor de Panificação Artesanal Brasileiro. Revista Gestão do

Conhecimento (Curitiba. Impresso), v. 7, n.2, p. 96-119, 2013.

(QUALIS B5) LIMAO, I. P.; DANTAS, M. M.; MEDEIROS, L. G. F.; VALLE, C.;

FARIAS, C.; DIOGENES, J.R.F. Relacionamento entre discente e docente via

mídias sociais: um survey em uma ies localizada em Natal/RN. Revista Gestão do

Conhecimento (Curitiba. Impresso), v. 7, n.2, p. 138-152, 2013.

(QUALIS B5) SILVA, D. C.; OLIVEIRA, L. A. B.; DIOGENES, J.R.F.; QUEIROZ, F.

C. B. P.; FURUKAVA, M.; QUEIROZ, J. V. Gestão Estratégica na Segurança

Page 8: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

viii

Pública: A Construção de Cenários Prospectivos Para a Realização de

Megaeventos. Revista Gestão do Conhecimento (Curitiba. Impresso), v. 7, n.2, p.

181-202, 2013.

(QUALIS B5) SILVA, T. R.; ZIMMER, R. C.; HEKIS, H. R.; DIOGENES, J.R.F.;

SOUZA, K. C.; NUNES, B. M. Análise do perfil da clientela como orientação a

elaboração de um plano de negócio. Revista Gestão do Conhecimento (Curitiba.

Impresso), v. 7, n.2, p. 28-49, 2013.

(1ª EDIÇÃO – QUALIS À DEFINIR) DIOGENES, J.R.F.; SOUZA, K. C.; QUEIROZ,

F. C. B. P.; QUEIROZ, J. V.; HEKIS, H. R. Adoção as Práticas de Qualidade pelas

Concessionárias Automotivas situadas em Natal/RN. Revista Latino-Americana de

Inovação e Engenharia de Produção, v. 1, p. 59-72, 2013.

Apresentados e publicados em anais de eventos internacionais:

DIOGENES, J.R.F.; VIEIRA, R. F. C.; FALCAO, N. O.; QUEIROZ, F. C. B. P.;

QUEIROZ, J. V. University Company Government Interaction: Fapemig as Propeller

Agent of The Scientific-Technological Development in Minas Gerais. In: 2nd

International Scientific Conference on Economic and Social Development, 2013,

Paris.

LIMAO, I. P.; DANTAS, M. M.; MEDEIROS, L. G. F.; DIOGENES, J.R.F.; QUEIROZ,

J. V.; QUEIROZ, F. C. B. P. Relacionamento entre discente e docente via mídias

sociais: um survey em uma ies localizada em Natal/RN. In: XIII Colóquio

Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013, Buenos Aires.

DIOGENES, J.R.F.; SOUSA, K. C.; BATISTA, L. M.; NATALE, L. B.; HÉKIS, H. R.;

ARAUJO JUNIOR, L. Q. A influência da EQUIS na qualidade do ensino: uma

análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre

Gestão Universitária nas Américas, 2013, Buenos Aires.

Page 9: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

ix

Aos amigos integrantes do Núcleo

Aplicado à Gestão e Inovação –

NAGI/UFRN, companheiros fiéis de

trabalho.

Page 10: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

x

AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço a Deus e todos os espíritos superiores que no

decorrer da minha vida vem me guiando e ofertando fluidos positivos possuidores

de coragem e fé.

Em segundo lugar agradeço a minha querida e eterna professora

orientadora, Drª Fernanda Cristina Barbosa Pereira Queiroz, pela oportunidade

concedida de realizar este mestrado, como também por todos os ensinamentos

extraclasse no qual contribuíram significantemente para minha evolução enquanto

ser humano.

Agradeço aos meu avôs Jamil Xicrala Farkat e José Diógenes (In

memoriam), grandes empreendedores, por servirem como exemplos insubstituíveis

de honestidade e perseverança.

Agradeço aos meus amáveis pais, Engº. Civil Francisco Werton Diógenes e

a Pedagoga Miriam Farkat Sobrinha, pelo suporte emocional em todas as minhas

escolhas, constituindo o norte da minha vida.

Agradeço aos meus irmãos pesquisadores: Prof. Dr. Hidelbrando José, Msc.

Maria Caroline e os futuros irmãos acadêmicos: Napoleão José e Paulo José por

acreditar no amor infinito que sinto por eles, e por acreditar que juntos formamos

um grande time.

Agradeço a minha amada sobrinha Bruna Radija, que com sua alegria me

energiza sempre, fornecendo forças para lutar.

Agradeço aos demais familiares, que no final das contas, apesar dos

desentendimentos, torcem pela minha vitória.

Agradeço aos Professores Dr. Mateus Cecílio Gerolamo e Dr. Luiz Cesar

Ribeiro Carpinetti pela prestatividade em me receber na Pós-graduação em

Engenharia de Produção - USP/São Carlos, expondo a temática de pesquisa

utilizada nesta dissertação.

Agradeço aos Professores do Programa de Pós-Graduação em Engenharia

de Produção – UFRN pelos ensinamentos ofertados, em especialmente aos

Professores Doutores Jamerson Viegas Queiroz, Marciano Furukava e Hélio

Page 11: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

xi

Roberto Hékis, pela significativa contribuição no desenvolvimento do meu currículo

acadêmico.

Agradeço ao meu orientador da Iniciação Científica, Prof. Dr. José Salim no

qual descrevo como meu “Pai Acadêmico”, que me ensinou amar a pesquisa

científica.

Agradeço aos Gestores das Concessionárias Automotivas Brasileiras

Certificadas com ISO 9001 e membros da banca de qualificação/defesa, pela

colaboração com a pesquisa, tornando possível a formatação desta dissertação.

Agradeço a todos os amigos da comunidade Engenharia de Produção -

UFRN, vinculados ao Mestrado, Graduação, Pet Produção, Produtiva Jr., NAGI, em

especialmente os companheiros de produção científica Kleber Cavalcante, Benilton

Medeiros, Rodolfo Vieira, Luciano Júnior, Leonardo Ruan e Dory Edson (in

memorian).

Agradeço a todos meus amigos de infância e juventude, no qual não preciso

citar nomes, devido acreditar que os verdadeiros em algum momento irão ler esse

parágrafo.

Por fim, não poderia de deixar de agradecer a minha querida Universidade

Federal do Rio Grande do Norte - UFRN, minha segunda casa desde 2007, lugar

no qual adquiri conhecimentos, evolui como ser humano, fiz belíssimas amizades,

trabalhei e principalmente me diverti.

Page 12: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

xii

"Pensar é o trabalho mais difícil que

existe. Talvez por isso tão poucos se

dediquem a ele.”

Henry Ford

Page 13: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

xiii

DIÓGENES, J.R.F. Cultura organizacional orientada à qualidade: um survey

nas concessionárias automotivas brasileiras certificadas com a ISO 9001.

Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Programa de Pós-

Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal do Rio Grande do

Norte, Natal/Rio Grande do Norte, 2014.

RESUMO

O presente estudo tem como objetivo geral verificar se a cultura organizacional das concessionárias em estudo são orientadas à qualidade, motivado pelo seguinte problema de pesquisa: existe uma cultura organizacional nas concessionárias em estudo que propicie aplicação máxima das práticas da qualidade sugeridas pela ISO 9001? Para embasamento da temática dissertada, elaborou-se uma revisão teórica nos seguintes pontos: cultura organizacional, cultura da qualidade, gestão da qualidade total, sistema de gestão da qualidade ISO 9001 e a indústria automobilística brasileira. Sobre o método, a pesquisa possui natureza aplicada, com abordagem quantitativa, sendo exploratória em relação aos objetivos e bibliográfica, documental e survey em relação aos procedimentos técnicos. O objeto de estudo foram todas as concessionárias automotivas de veículos leves certificadas com ISO 9001 ativas no Brasil. A pesquisa procurou abranger as 80 concessionárias ativas com certificação ISO 9001, conseguindo contribuição de 32 concessionárias (taxa de resposta de 40%). O instrumento de coleta utilizado foi enviado aos gerentes de vendas de veículos novos, formatado em cinco seções: 1) mensagem introdutória à pesquisa, 2) perfil do gestor, 3) identificação dos motivos de implantação e benefícios gerados pela ISO, 4) avaliação dos níveis de adoção das práticas da qualidade e 5) diagnóstico da cultura organizacional. As indagações contidas nas seções 2 e 3 foram estruturadas em múltipla escolha, e as demais seções foram estruturadas em escala Likert de 5 pontos. Utilizou-se como método estatístico (análise dos dados) a estatística descritiva para representação dos dados em frequência percentual (FP) e nível padrão (NP). Os resultados evidenciados demonstraram que as concessionárias em estudo, em uma análise global, possuem uma cultura organizacional em níveis de predominância muito alta, apontando “robustez” nas dimensões: “orientação a resultados” e “atenção aos detalhes”. E quanto as outras duas dimensões consideradas propícias à qualidade (inovação e trabalho em equipe/respeito pelas pessoas), ambas observaram alta predominância, sendo consideradas como dimensões “fortes”. Desta forma é possível concluir, após diagnóstico realizado, que a cultura organizacional das concessionárias em estudo são orientadas à qualidade, vide perfil predominante nas quatro dimensões culturais estimuladoras da qualidade. Entretanto é importante destacar que a cultura da qualidade identificada não está suficientemente desenvolvida para a adoção as práticas da qualidade em níveis ideais, o que configura-se um cenário desfavorável a concessionária que lida com clientes altamente exigentes e rigorosos. Palavras-chaves: Gestão da qualidade total, Cultura Organizacional, Concessionárias Automotivas

Page 14: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

xiv

DIÓGENES, J.R.F. Organizational culture focused on quality: a survey in the

Brazilian automotive dealerships certified with ISO 9001. Dissertation (Master

in Production Engineering) – Graduate Program in Production Engineering, The

Federal University of Rio Grande do Norte, Natal/Rio Grande do Norte, 2014.

ABSTRACT

The study aims identify the existence of quality culture in Brazilian automotive

dealerships with ISO 9001, motivated by this research problem: exist a quality

culture in this dealerships, which facilitates the adoption of quality practices

supported by ISO 9001? For referencing, the theoretical review was written in five

themes: organizational culture, quality culture, total quality management, ISO 9001

quality management system and the Brazilian automobile industry. As regards the

methodological aspects, the research has an applied nature, with a quantitative

approach, being exploratory in their objectives, and bibliographic, documental and

survey as technical procedures. The organizations participating in the study were

all Brazilian automotive dealerships certified with ISO 9001. The research intended

cover all the 80 active dealers with ISO 9001 certification identified by the Brazilian

Committee for Quality (ABNT CB-25). The survey recorded participation of 32

companies (response rate 40%). The questionnaire was sent to seller managers,

formatted into five sections: 1) introductory message 2) manager profile, 3) reasons

for implementation and benefits generated by ISO 4) adoption levels of quality

practices and 5) diagnosis of organizational culture. The questions contained in

sections 2 and 3 were structured in multiple choice, and in the remaining sections

were structured in Likert 5-point scale. The statistical method used (data analysis),

was the descriptive statistics, for data representation in frequency percentage (FP)

and standard level (SL). The results showed that the interviewed dealerships have

an organizational culture with very high levels of prevalence in "outcome orientation"

and "attention to detail" cultural dimensions. In addition, about the other two

dimensions considered conducive to quality (innovation and teamwork/respect for

people), both observed high prevalence. Based on the present results, concluded

that the organizational culture of Brazilian dealerships with ISO 9001 are quality

oriented, being conducive to adoption of quality practices supported by TQM

Systems. However, it is important to mention that the quality culture identified is not

sufficiently developed to adopt quality practices at optimal levels, which sets up an

unfavorable scenario to deals with highly rigorous customer.

Keywords: Total Quality Management, Organizational Culture, Automotive

dealerships

Page 15: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

xv

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 - Geração de competitividade ao desenvolver uma cultura

da qualidade........................................................................................ 03

Figura 02 - Estrutura da dissertação................................................... 09

Figura 03 - Tipos de cultura organizacional segundo Robbins........... 11

Figura 04 - Tipos de cultura organizacional segundo Cameron e

Quinn................................................................................................... 12

Figura 05 - Níveis da cultura organizacional segundo Schein............ 13

Figura 06 - Níveis da cultura organizacional segundo Hofstede........ 14

Figura 07 - Dimensões da cultura organizacional segundo Schein... 14

Figura 08 - Dimensões da cultura organizacional segundo Hofstede

e Hosftede........................................................................................... 16

Figura 09 - Dimensões culturais abordadas no Instrumento OCP...... 19

Figura 10 - Valores necessários a construção de uma cultura da

qualidade............................................................................................. 22

Figura 11 - Caracterização dos seis valores da cultura da qualidade 23

Figura 12 - Atitudes necessárias para desenvolver uma cultura da

qualidade............................................................................................. 28

Figura 13 - As três dimensões da GQT.............................................. 31

Figura 14 – Benefícios gerais da GQT.................................................. 38

Figura 15 - Modelo de um SGQ baseado em processo..................... 44

Figura 16 - Caracterização da pesquisa............................................. 56

Page 16: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

xvi

LISTA DE QUADROS

Quadro 01 - Instrumentos de avaliação cultural................................ 18

Quadro 02 - Questionamentos abordados no instrumento OCP........ 20

Quadro 03 - Definição, tipologia, níveis e dimensões da cultura

organizacional...................................................................................... 20

Quadro 04 - Conceitos da qualidade.................................................. 30

Quadro 05 - Detalhamento dos fatores das práticas da qualidade.... 36

Quadro 06 - Benefícios específicos da GQT, relacionado aos 5

benefícios gerais da GQT.................................................................... 39

Quadro 07 - Campos de aplicação das normas da família ISO

9000..................................................................................................... 41

Quadro 08 - Motivações para certificação ISO 9000......................... 45

Quadro 09 - Benefícios da certificação ISO 9000............................... 47

Quadro 10 - Ranking de vendas de carros em 2013.......................... 51

Quadro 11 - Fabricantes automotivas com revendas autorizadas no

Brasil.................................................................................................... 53

Quadro 12 – Princípios abordados pela ISO 9001 enfatizados nas

concessionárias 62

Quadro 13 – 19 Motivos que levam as organizações a implantar a

ISO 9001.............................................................................................. 63

Quadro 14 - Benefícios gerados pela adoção da ISO 9001:2008

apontados pelas concessionárias........................................................ 64

Quadro 15 – Interesse em manter/renovar a ISO............................... 65

Quadro 16 – Resumo por fatores dos níveis de adoção das práticas

da qualidade........................................................................................ 66

Quadro 17 – Resumo dos níveis de predominância dos fatores

culturais................................................................................................ 67

Page 17: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

xvii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

ALE - Alemanha

BRICs - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul

EUA - Estados Unidos da América

FENABRAVE - Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores

FRA - França

FP - Frequência Percentual

GBR - Grã Bretanha

GEIA - Grupo Executivo da Indústria Automobilística

GM - General Motors

GQ - Gestão da qualidade

GQT - Gestão da qualidade total

IND - India

ING - Inglaterra

ISO - International Organization for Standardization

ITA - Itália

JAP - Japão

KOR - Coreia do Sul

KPMG - Empresa de prestação de serviços profissionais

NP - Nível Padrão

OCP - Organizational Culture Profile

PWC - PricewaterhouseCoopers

RPC - República Popular da China

SGQT - Sistema de Gestão da qualidade total

SUE - Suécia

Page 18: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

xviii

SUMÁRIO

RESUMO............................................................................................... XIII

ABSTRACT........................................................................................... XIV

LISTA DE FIGURAS............................................................................. XV

LISTA DE QUADROS......................................................................... XVI

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS............................................... XVII

SUMÁRIO.............................................................................................. XVIII

1 INTRODUÇÃO.................................................................................... 01

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMA........................................... 04

1.2 OBJETIVOS DA PESQUISA .......................................................... 06

1.2.1 GERAL…................................................................................. 06

1.2.2 ESPECÍFICOS ......................................................................... 06

1.3 JUSTIFICATIVA .............................................................................. 07

1.4 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO.................................................. 08

2 REFERENCIAL TEÓRICO................................................................. 10

2.1 CULTURA ORGANIZACIONAL....................................................... 10

2.1.1 DEFINIÇÃO E TIPOLOGIA....................................................... 10

2.1.2 NÍVEIS DA CULTURA ORGANIZACIONAL............................. 13

2.1.3 DIMENSÕES DA CULTURA ORGANIZACIONAL................... 14

2.1.4 AVALIAÇÃO DA CULTURA ORGANIZACIONAL.................... 17

2.1.4.1 O INSTRUMENTO OCP.................................................... 18

2.2 CULTURA DA QUALIDADE............................................................ 21

2.2.1 OS SEIS VALORES DA CULTURA DA QUALIDADE.............. 22

Page 19: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

xix

2.2.2 DIMENSÕES DA CULTURA ORGANIZACIONAL

PROPÍCIAS A ADOÇÃO DAS PRÁTICAS DA QUALIDADE................ 26

2.2.3 ESTABELECENDO A CULTURA DA QUALIDADE................. 27

2.3 GESTÃO DA QUALIDADE TOTAL.................................................. 29

2.3.1 DIMENSÕES DA GESTÃO DA QUALIDADE TOTAL.............. 31

2.3.2 PRÁTICAS DA GESTÃO DA QUALIDADE TOTAL ................. 32

2.3.3 BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE TOTAL.............. 37

2.4 SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE – ISO 9001 ................... 41

2.4.1 PRINCIPIOS E REQUISITOS................................................... 42

2.4.2 MOTIVAÇÕES E BENEFÍCIOS ............................................... 44

2.5 A INDÚSTRIA AUTOMOBILISTICA BRASILEIRA.......................... 49

2.5.1 CENÁRIO MERCADOLÓGICO ATUAL.................................... 51

2.5.2 AS CONCESSIONÁRIAS AUTOMOTIVAS BRASILEIRAS…. 52

3 MÉTODO............................................................................................ 55

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA ............................................. 55

3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA............................................................ 57

3.3 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS .................................... 57

3.4 ESTUDO PILOTO ........................................................................... 59

3.5 ANÁLISE DE DADOS...................................................................... 59

3.6 LIMITAÇÕES................................................................................... 60

4 RESULTADOS E ANÁLISE DOS DADOS........................................ 61

4.1 PERFIL SITUACIONAL DA ISO 9001............................................. 61

4.1.1 ANO DE IMPLANTAÇÃO......................................................... 61

4.1.2 PRINCÍPIOS ELENCADOS PELA ISO 9001 ENFATIZADOS. 61

Page 20: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

xx

4.1.3 MOTIVOS PARA IMPLANTAÇÃO............................................ 62

4.1.4 BENEFÍCIOS GERADOS......................................................... 63

4.1.5 INTERESSE EM RENOVAÇÃO............................................... 64

4.2 NÍVEIS DE ADOÇÃO AS PRÁTICAS DA QUALIDADE.................. 65

4.3 IDENTIFICAÇÃO DOS PERFIS CULTURAIS................................. 66

5 CONCLUSÕES................................................................................... 68

5.1 PERFIL SITUACIONAL DA ISO 9001............................................. 68

5.2 NÍVEIS DE ADOÇÃO AS PRÁTICAS DA QUALIDADE.................. 71

5.3 IDENTIFICAÇÃO DOS PERFIS CULTURAIS................................. 73

REFERÊNCIAS..................................................................................... 76

APÊNDICES.......................................................................................... 91

ANEXOS................................................................................................ 101

Page 21: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

1

1 INTRODUÇÃO

A conquista pela fidelização do cliente tornou-se questão fundamental para

as organizações que objetivem prosperar em cenários mercadológicos dinâmicos

e competitivos. Para fidelizar o cliente é preciso atender suas expectativas fazendo

com que suas necessidades sejam reconhecidas e supridas, gerando satisfação

(FLOTT, 1995).

Quando Deming (1990) cita que a qualidade é a capacidade de atender e se

possível exceder as expectativas do consumidor e Srisvastav (2010) concorda que

nos dias atuais a qualidade é essencial para levar satisfação ao cliente, torna-se

possível destacar a importância de estimular adoção das práticas da qualidade no

ambiente organizacional. Neste sentido a qualidade é um fator de diferenciação,

possibilitador da conquista e manutenção da clientela.

Desta forma, a importância de incluir a qualidade nos processos gerenciais

está mais que evidente, não somente pelos apontamentos de estudos científicos

realizados nestas últimas duas décadas, como também pelo relato histórico dos

benefícios que as práticas da qualidade trouxeram para as organizações, como

ocorrido com as empresas nipônicas no período pós 2ª guerra mundial. Ann et al.

(2011) confirmam esses benefícios quando citam que a incorporação da qualidade

no modelo japonês de gestão influenciou diretamente no resgate da

competitividade organizacional japonesa, degradada por operar em um cenário

pós-guerra de extrema escassez de recursos.

O caso das organizações japonesas evidencia que a qualidade exerce

influência direta na formação competitiva das organizações. Prajogo & Sohal (2006)

concordam com exposto quando citam que as práticas da qualidade contribuem de

forma preponderante para que as organizações se diferenciem através da

constituição de força competitiva. Em confirmação, Fuentes-Fuentes et al. (2011)

ratificam que a qualidade atua como agente propulsor da competitividade.

Declarada a importância e necessidade de implantar a qualidade nas

organizações, como meio duradouro para fidelização do cliente, esta como

qualquer outra ação integrada necessita ser administrada. Deste modo a Gestão

da qualidade total (GQT), corresponde a um método gerencial envolvedor de

pessoas, máquinas e informações, que almeja permear objetividade na aplicação

Page 22: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

2

de ações para o alcance da eficiência e eficácia operacional, e com isso promover

bens e serviços ausente de defeitos, levando satisfação ao cliente (ZAIRI, 1991).

Ao desenvolver um método gerencial como a GQT, envolvedor de

colaboradores em ações, necessariamente precisa-se compreender como as

pessoas se comportam e como elas agem. Deste modo, é relevante verificar todos

os aspectos que influenciam o comportamento destas pessoas, aspectos estes

constituintes de uma cultura organizacional.

A cultura organizacional corresponde a um sistema de valores criado a partir

da influência comportamental do mercado de trabalho (ambiente externo), crenças

e perspectivas da direção (ambiente interno), que consolidada com o tempo norteia

as ações dos colaboradores. Destarte, a cultura organizacional possui o poder de

estimular positivamente ou interferir negativamente na execução de atividades

rotineiras de trabalho contidas no escopo dos sistemas de gestão.

Neste âmbito, é importante compreender quais as dimensões culturais

podem estimular e/ou interferir a execução das práticas da qualidade contidas na

GQT, para que então as organizações possam ressaltar e/ou realizar mudanças

em sua cultura, para que consiga absorver o máximo de produtividade e

competividade que as práticas da qualidade possam oferecer.

Ressaltando, Chapman et al. (1991) citam que o sucesso da GQT depende

da existência de uma cultura organizacional propícia a execução das atividades

propostas por esse método. Em conclusão, Reeves & Bednar (1994) enfatizam que

a cultura organizacional influência as atitudes das pessoas e seu comportamento,

alterando suas ações ligadas a todos os aspectos do trabalho, incluindo a

qualidade.

Deste modo, percebe-se a necessidade de perpetuar uma cultura favorável

a adoção das práticas da qualidade, o que a literatura científica nomeia como

“cultura da qualidade”. Para Irani et al. (2004), quando a organização envolve as

pessoas nas atividades, promove a sensação de orgulho na realização das tarefas,

permite participação na gestão e incentiva o desenvolvimento da liderança, ela dá

um passo importante na construção de uma cultura da qualidade.

Page 23: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

3

Conclui-se então (Figura 01), que para manutenção da competividade é

preciso que a organização se esforce em consolidar e expandir sua clientela

através da fidelização. Para fidelizar é preciso suprir suas necessidades, levando

satisfação. Já, para satisfazer a clientela é preciso ofertar produtos e serviços

munidos de qualidade. Agora, para ofertar produtos com qualidade é preciso

desenvolver e gerenciar a aplicação das práticas da qualidade. Assim, para

gerenciar as práticas da qualidade de forma eficiente e eficaz, é preciso utilizar em

sua plenitude as ferramentas e métodos de um Sistema de Gestão da qualidade

total (SGQT). Contudo, para aproveitar ao máximos os benefícios advindos das

práticas da qualidade orientadoras desses sistemas em questão, torna-se preciso

identificar quais as dimensões culturais são propícias a adoção dessas práticas,

para então criar uma “cultura da qualidade” estimuladora dos princípios da

qualidade.

Figura 01 Geração de competitividade ao desenvolver uma cultura da qualidade

Nesse contexto, as organizações que estão inseridas em um setor

econômico altamente competitivo, possuem necessidade premente em orientar

seus processos pelas práticas da qualidade, e aproveitar o máximo de desempenho

que estas práticas possam gerar, para então vislumbrar incialmente sua

permanência no mercado, e em continuidade o seu crescimento.

Um dos setores que movimenta representativamente a economia mundial e

brasileira é o automotivo. No Brasil o volume de vendas registrado em 2013 fez do

país o 4º maior mercado automotivo mundial, estando atrás apenas da China em

1º Lugar, Estados Unidos em 2º Lugar e o Japão em 3º Lugar (VALOR

ECONÔMICO, 2013).

•Ser competitivo

é saber:

manter e expandir

a clientela "fidelizar"

•Para fidelizar

é preciso:

satisfazeros

clientes

•Para satisfazeros clientes é

preciso:

Ofertar produtos e serviços

com qualidade

•Para ofertar

produtos e serviços

com qualidade é preciso:

Gerenciar as Práticas

da qualidade

•Para gerenciar

as práticas da

qualidade é preciso:

Adotar um SGQT

•Aproveitar o máximo das práticas da qualidade

contidas nos SGQT é preciso:

Desenvolver uma

"cultura da qualidade"

Page 24: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

4

Os fatores que levaram a posição de destaque do Brasil no mercado

automotivo mundial é evidenciado pela ANFAVEA (2012), citando que entre 2002

e 2011 o setor registrou crescimento mercadológico de 145%, observando média

anual superior a 10%, e com a produção expandindo em 109% no mesmo período,

observando média de 8,6% ao ano. Quanto ao cenário futuro a FENABRAVE (2012,

p.12) estima que o Brasil “pode vir a consumir 6 milhões de veículos/ano em médio

e longo prazo, desde que mantidas as perspectivas de estabilidade e de expansão

da economia brasileira”.

Essa realidade mercadológica faz com que as montadoras e suas

revendedoras direcionem esforços no aumento da participação no mercado

brasileiro, cabendo ao primeiro ator produzir veículos e o segundo realizar a venda

e acompanhamento da utilização desse produto. Buscando suprir as necessidades

do consumidor, compete a ambos aplicar práticas de gestão que incorporem a

qualidade.

Compreendendo a dependencia de se ter uma cultura orientada à qualidade

para absorção das práticas da qualidade contidas nos SGQT, tendo em vista a

necessidade que estas organizações tem em obter ganhos máximos de qualidade

em prol de sua formação competitiva, a presente dissertação propõe realizar um

estudo nas concessionárias automotivas brasileiras certificadas com a ISO 9001,

objetivando verificar se a cultura organizacional das concessionárias em estudo são

orientadas a qualidade, estando propícias a adoção máxima das práticas do

sistema ISO em aplicação.

1.1 Contextualização e problema

A tendência de crescimento do mercado automotivo brasileiro consolida-se

ano após ano. O potencial do mercado interno é um dos argumentos fortes para

atrair investidores internacionais.

Segundo a 14ª pesquisa global da indústria automotiva realizada pela

consultoria KPMG em 2012, seis a cada dez executivos do setor afirmaram que

suas empresas ampliarão investimento no países formadores do BRICs, além disso

quase metade dos entrevistados estimou que até 2018 os BRICs serão

responsáveis pelas vendas globais de 41% a 50% dos veículos novos (KRIECK,

2013).

Page 25: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

5

Mesmo estando em penúltimo lugar entre os países do BRICs nas

pretensões de investimento, devido a escassa infraestrutura e elevada carga

tributária, o que acabam resultando na resistência ao investidor internacional, o

potencial do mercado consumidor interno brasileiro faz a indústria automotiva

relevar as dificuldades mencionadas para então considerar o Brasil nos seus planos

de expansão (KRIECK, 2013).

O mercado interno consolida-se muito pelo estimulo ao consumo praticado

pelo governo brasileiro. Esse cenário foi absorvido positivamente pelo setor

automobilístico, refletindo em um expressivo número de vendas em 2013 (3,74

milhões de unidades) e perspectiva de crescimento em 2014. A ANFAVEA projeta

alta de 1,1% nas vendas veículos, entre carros, utilitários leves, caminhões e

ônibus, e crescimento de 0,7% na produção (VALOR ECONÔMICO, 2014).

Com o mercado aquecido, para comercializar e dar assistência técnica aos

veículos, prevê-se que o número de concessionárias automotivas aumente no país

(FENABRAVE, 2012). Vivenciando esta realidade, as concessionárias encontram-

se em um mercado altamente concorrido e para tanto precisam dispor de

competitividade na tentativa mínima de conservar sua clientela.

É importante ressaltar que para ser competitivo, é preciso fidelizar os

clientes. Fidelizar a clientela significa promover excelência na organização. Gerar

excelência organização se dá através da aplicação das práticas da qualidade.

Viada-Stenger et al. (2010) concordam com o exposto quando citam que a

consolidação da competitividade propiciam as organizaçoes fidelizarem seus

clientes, o que é fundamental para geração de resultados. Os mesmos autores

concluem que se uma empresa realmente procura alcançar vantagens competitivas

permanentes ela precisa promover a excelência em toda organização, que por sua

vez esta pode ser promovida quando ações de gestão baseiam-se pelos pricipios

da qualidade.

Entendendo os princípios da qualidade como uma filosofia, forma de pensar

e trabalhar, faz necessário sensibilizar todos os colaboradores da organização em

prol da contemplação da qualidade. Fazendo isso inevitavelmente interferirá no

modo em que o funcionário se portará na organização, mudando seus padrões

comportamentais, influenciadores na condução dos processos rotineiros de

Page 26: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

6

trabalho. Esses padrões cultivados ao longo do tempo moldam a cultura

organizacional, que por sua vez, podem fornecer resistências as mudanças de

atitudes sugeridas pelas práticas da qualidade. Nesse âmbito, autores como Calori

& Sarnin (1991), Sinclair & Arthur (1994), Klein et al. (1995), Lewis (1996), e Corbett

& Rastrick (2000) reforçam a existência de uma relação direta entre a adoção das

práticas da qualidade com a cultura organizacional.

Desta forma, torna-se evidente a importância de desenvolver uma cultura

organizacional voltada ao estabelecimento das práticas da qualidade, para que

então a organização possa efetivamente alcançar resultados expressivos que

essas práticas são capazes de promover. Enfim, a cultura da qualidade permeia

aos colaboradores “uma vontade natural de fazer acontecer”, estimulando uma

auto-iniciativa necessária na incorporação dos princípios da qualidade em suas

atividades rotineiras de trabalho. Esta “vontade natural” surge pelo fato que o

colaborador entende, via interferência da cultura da qualidade, que o seu

crescimento profissional depende da capacidade organização em manter e

expandir sua clientela através do fornecimento de produtos e serviços munidos de

qualidade comprovada, compreendendo em sequência que esta capacidade é de

fato fornecido por eles à empresa.

Destarte, diante do exposto, pretende-se trabalhar no ambiente das

concessionárias automotivas brasileiras certificadas com a ISO 9001 o tema da

cultura organizacional em promoção a adoção as práticas da qualidade, por meio

do seguinte problema de pesquisa: existe uma cultura organizacional nas

concessionárias em estudo que propicie aplicação máxima das práticas da

qualidade sugeridas pela ISO 9001?

1.2 Objetivos da Pesquisa

1.2.1 Objetivo Geral

Analisar a cultura organizacional das concessionárias brasileiras certificadas

com ISO 9001, verificando sua capacidade para a adoção das práticas da qualidade

em níveis ideais.

1.2.2 Objetivo Específicos

Descrever o perfil situacional da ISO 9001 nas concessionárias em estudo;

Page 27: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

7

Identificar o nível de adoção às práticas da qualidade desenvolvidas nas

concessionárias em estudo;

Diagnosticar a cultura organizacional das concessionárias em estudo.

1.3 Justificativa

Enquanto muitos estudos mostraram alcance de desempenho via

implantação de estratégias de qualidade (Daniel & Reitsperger, 1992; Banker &

Porter, 1993; Ittner & Larcker, 1997; Sim & Killough, 1998), a Fundação Americana

de Qualidade e Ernst & Young (1992) levantou que quase dois terços das empresas

dos EUA obteve ganho zero de competitividade aplicando a GQT. Indicador este

ressaltado por Soltani et al. (2005), apontando que grande parte das organizações

do Reino Unido não adquiriu vantagens competitivas advindas da implantação da

GQT.

Segundo Baird et al. (2011) os diferentes resultados obtidos sobre o sucesso

das práticas da GQT, levanta o questionamento sobre a existência de fatores que

possam interferir a adoção dessas práticas.

Estudos realizados por Fleury (1993), Lakhe & Mohanty (1994), Vermeulen

(1997), Corbett & Rastrick (1998), Gore Jr (1999), Adebanjo & Kehoe (1999), Ngowi

(2000), Maull et al. (2001), Irani et al. (2004), Prajogo & McDermott (2005), Cheng

& Liu (2007), Ehlers (2009) e Kull & Wacker (2010), citam que a cultura

organizacional é um fator que interfere na implementação das práticas da GQT.

Apesar do reconhecimento da importância de se ter uma cultura organizacional

orientada para qualidade, como forma de assegurar a implementação eficaz da

GQT, existe uma ausência de estudos científicos que abordem a relação entre a

cultura organizacional e adoção de práticas da GQT (BAIRD et al. 2011).

O alinhamento entre a cultura organizacional e a GQT, proporciona uma

nova qualificação para a cultura organizacional, na qual a literatura nomeia de

“cultura da qualidade”. A consolidação dessa cultura permite que as atividades

contidas nos sistemas de GQT possam ser efetivamente executadas, evitando

resistências e interferências.

Deste modo, pensando em agregar relevância ao estudo no qual objetiva

verificar se a cultura organizacional vigente é propicia a adoção das práticas da

Page 28: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

8

qualidade, optou-se escolher as concessionárias automotivas certificadas com a

ISO 9001 por duas questões:

A primeira corresponde ao fato das empresas possuírem certificação ISO.

No caso desta pesquisa a certificação serviu como referência de que essas

organizações adotam práticas da qualidade, o que perante a metodologia adotada

pelo estudo é de fundamental importância para resposta dos objetivos propostos.

A segunda concentra-se no fato de que as organizações desta natureza estão

inseridas em um ambiente altamente concorrido e competitivo, necessitando

claramente efetivar máximo desempenho em seus processos via adoção eficiente

e eficaz das práticas da qualidade.

Em complemento, é importante enfatizar outra fundamentação que ratifica

esta necessidade de aprimorar o desenvolvimento das práticas da qualidade pelas

concessionárias automotivas brasileiras, que é a questão do estabelecimento dos

novas concessionárias no mercado (revendedoras das montadoras Chinesas e Sul-

Coreanas). Segundo Ferrari (2011) elas estabeleceram um novo padrão

competitivo no Brasil, por portar produtos com qualidade comprovada, e preços

atrativos.

Todo esse contexto observado faz com que as concessionárias automotivas

instaladas no Brasil necessitem cada vez mais inserir sua cultura dentro de um viés

inovativo, ofertando um ambiente flexível, para que os valores, crenças e

pressupostos organizacionais sejam moldados pelos princípios da qualidade.

Visualizando este cenário, o presente estudo tem como oferta prática permitir

os gestores das concessionárias, como também os demais gestores

organizacionais vivenciadores de ambientes competitivos, desenvolver a cultura

organizacional em suas unidades de negócio com base nas dimensões culturais

estimuladoras a adoção das práticas da qualidade.

1.4 Estrutura da dissertação

Na proposta de reunir conceitos, informações e dados para possibilitar a

resposta dos objetivos elencados, o presente estudo foi organizado em 5 seções,

mais o referencial bibliográfico, apêndices e anexos (Figura 02).

Page 29: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

9

Figura 02 Estrutura da dissertação

A presente introdução mostra a proposta do trabalho, fazendo uma

contextualização da temática abordada, declarando o problema de pesquisa.

A segunda seção levanta os conceitos teóricos necessários ao

embasamento da problemática em pauta, discorrendo tópicos sobre cultura

organizacional, cultura da qualidade, gestão da qualidade total, sistema de gestão

da qualidade - ISO 9001 e a indústria automotiva brasileira.

A terceira seção descreve-se a metodologia de pesquisa, onde é

apresentada a caracterização da pesquisa, a população e amostra do estudo, os

instrumentos de coleta de dados, o estudo piloto, o procedimento de tratamento e

análise dos dados e as limitações.

Na quarta seção são apresentados os resultados da pesquisa e análises dos

dados. Finalizando o estudo, na quinta seção é exposto as considerações finais, e

em seguida as referências, apêndices e anexos.

APÊNDICES E ANEXOS

REFERÊNCIAS

5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

4 - RESULTADOS DA PESQUISA E ANÁLISE DOS DADOS

3 - MÉTODO

2 - REFERENCIAL TEÓRICO

1 - INTRODUÇÃO

Page 30: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

10

2 REFERENCIAL TEÓRICO

O presente referencial irá abordar cinco temáticas pertinentes para o

desenvolvimento da pesquisa, os quais são: cultura organizacional, cultura da

qualidade, gestão da qualidade total, sistema de gestão da qualidade ISO 9001 e

a indústria automobilística brasileira.

Quanto a cultura organizacional, será exposta sua definição, tipologia,

níveis, dimensões e instrumentos utilizados para sua avaliação. Quanto a cultura

da qualidade será descrito seus valores e meios para seu estabelecimento e

dimensões. Quanto a gestão da qualidade total será mostrado suas dimensões,

práticas e os benefícios gerados por ela. Quanto o sistema de gestão da qualidade

ISO 9001 será detalhado seus princípios, requisitos, motivações para adoção e os

benefícios gerados. Por fim, quanto a indústria automobilista brasileira será traçado

um breve perfil histórico, descrevendo seu cenário mercadológico atual e as

concessionárias automotivas instaladas no país.

2.1 Cultura organizacional

2.1.1 Definição e tipologia

Robinson & Sharp (2003) e Vatrapu & Suthers (2007), concordam que definir

o termo “cultura organizacional” é algo bastante complexo de ser conceituado. Essa

complexidade se deve, em parte, ao fato de que alguns de seus elementos são

explícitos, como, por exemplo, normas e práticas, enquanto outros são implícitos,

como pressupostos básicos e valores (ALI & BROOKS, 2009).

Para Schein (1992, p.373) a cultura organizacional é:

Um padrão de suposições básicas demonstradas; inventadas,

descobertas ou desenvolvidas por um dado grupo; que ensina a lidar com

seus problemas externos de adaptação e internos de integração; que

funcionou bem o bastante para ser considerado válido e, ainda, para ser

ensinado aos novos membros do grupo como a forma correta de perceber,

pensar e sentir em relação àqueles problemas.

Já Hofstede (1997), define cultura organizacional como “a programação

coletiva da mente, que distingue membros de uma organização de membros de

outra”.

Page 31: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

11

Os autores anteriormente citados dão ênfase diferentes em suas

conceituações sobre o termo. Para Schein (1992) a cultura organizacional é

resultado da dinâmica de uma determinada organização. Já Hofstede (1997)

considera a cultura organizacional como o resultado de uma dinâmica cultural maior

da sociedade na qual a organização está inserida.

Hofstede (1994, p.180) justifica a conceituação deferida quando ressalta

que:

Todo ser humano é de fato o socializado de determinado meio, não se

pode tornar inteligível a dinâmica humana nas organizações sem

conhecer a cultura e a sociedade na qual ela se insere.

Compreendendo as duas definições abordadas, observa-se uma diferença

significativa entre as colocações, possibilitando inferir que a definição de Hofstede

é uma evolução do conceito de Schein devido concordar que não é possível

compreender a cultura de uma organização sem conhecer o ambiente social em

que ela está inserida.

Em resumo, a cultura organizacional representa o sistema de

comportamentos, normas e valores sociais aceites e partilhados por todos os

membros da organização e que de certa forma a tornam única (KOTTER &

HESKETT, 1992; SMIRCICH, 1993; HARTMANN, 2006; FLEURY, 2007).

Robbins (1998) classifica a cultura organizacional em adaptativas,

conservadoras, fortes e fracas (Figura 03).

Figura 03 Tipos de cultura organizacional segundo Robbins

•São flexiveis e suportam processos de inovação.

Adaptativas

•Tradicionais e resistentes a mudança.

Conservadoras

•Valores compartilhados intensamente.

Fortes

•Culturas fácilmente mudadas.

Fracas

Page 32: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

12

As adaptativas caracterizam-se por serem maleáveis, flexíveis, susceptíveis

a mudança, possui ênfase a inovação, valorizam ideias e opiniões dos seus

colaboradores, e são altamente orientadas ao mercado. As conservadoras são

resistentes a mudanças, conservando suas ideias e mantendo seus valores

tradicionais arraigados. As culturas fortes são aquelas na qual os seus valores são

compartilhados intensamente, influenciando a maioria dos comportamentos e

expectativas dos colaboradores. Por fim as culturas fracas são aquelas que

facilmente são mudadas, normalmente remete-se a organizações em estágio

inicial.

Já Cameron e Quinn (1999) classificam a cultura organizacional em clã,

adhocráticas, mercadológicas e hierárquicas (Figura 04).

Figura 04 Tipos de cultura organizacional segundo Cameron e Quinn

A cultura clã caracteriza em promover flexibilidade nos processos, pelo

incentivo ao trabalho colaborativo, por inserir os valores familiares no contexto

organizacional. A cultura adhocrática é aquela em que promove o dinamismo,

estimula o empreendedorismo, entretanto não compartilha em efetivo o trabalho

cooperativo, levando diferenciação entre os colaboradores. A cultura

mercadológica é aquela voltada a resultados, com foco em suprir as exigências do

mercado, promovendo prioritariamente a competividade. Por fim, as culturas

hierárquicas são aquelas que priorizam a estabilidade e controle, padronizando os

seus processos, burocratizando o ambiente de trabalho.

•Baseadas em valores familiares, com foco nacooperação.

Clã

•Dinâmicas e empreendedoras, com foco na inovação.

Adhocráticas

•Orientadas a resultados, com foco nacompetitividade.

Mercadológicas

•Estrutura hierárquica definida, com foco na eficiencia,estabilidade e controle.

Hierárquicas

Page 33: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

13

2.1.2 Níveis da cultura organizacional

Segundo Schein (2009) a cultura organizacional apresenta-se em três

diferentes níveis, os quais são: artefatos, valores compartilhados e suposições

básicas (Figura 05).

Figura 05 Níveis da cultura organizacional segundo Schein

Os artefatos constituem o primeiro nível da cultura, é considerado o mais

superficial, visível e perceptível, corresponde a tudo aquilo que for possível

perceber através da interações físicas com o ambiente organizacional.

Os valores compartilhados constituem o segundo nível da cultura,

correspondem aos valores relevantes que se tornam importantes para as pessoas

e que definem as razões pelas quais elas justificam suas ações. Na maioria das

culturas organizacionais os valores são criados pelos fundadores da organização.

As suposições básicas constituem o terceiro nível da cultura organizacional,

correspondem ao nível mais íntimo, profundo e oculto da cultura, está ligado as

crenças inconscientes, percepções, sentimentos e pressuposições dominantes,

nos quais as pessoas acreditam ser corretos.

Já para Hofstede (1997), a cultura organizacional apresenta-se em quatro

níveis, os quais são: símbolos, heróis, valores e rituais (Figura 06). Estes por sua

vez norteiam as ações praticadas na organização, tendo os valores como base da

cultura.

Artefatos

•Processos e estruturas visíveis da organização (díficil de dicifrar)

Valores

•Estratégias, metas e filosofias (justificações adotadas)

Suposições

•Crenças, percepções, pensamentos e sentimentos inconsientes que se considera corretos e aceitos.

Page 34: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

14

Figura 06 Níveis da cultura organizacional segundo Hofstede

Os símbolos são palavras, gestos, imagens, ou objetos que possuem um

significado particular, sendo somente reconhecido por aqueles que vivenciam e

compartilham a cultura. Os heróis são pessoas, vivas ou mortas, reais ou

imaginárias, possuidoras de características valorizadas em uma cultura, a qual

serve como um modelo comportamental. Os rituais são atividades coletivas que

objetiva incentivar os colaboradores a alcançar resultados. Os valores são a fonte

primária para avaliação do ambiente, e norteia a forma na qual as pessoas se

comportam e pautam suas decisões (HOFSTEDE & HOFSTEDE, 2005).

2.1.3 Dimensões da cultura organizacional

Segundo Schein (2004) a cultura organizacional pode ser observada em três

dimensões, as quais são: sobrevivência externa, integração interna pressupostos

básicos (Figura 07).

Figura 07 Dimensões da cultura organizacional segundo Schein (Schein, 2004).

Símbolos

Hérois

Rituais

Valores

Dim

en

são

: So

bre

vivê

nci

a Ex

tern

a

•Missão, estratégia e objetivos;

•Meios: estrutura, sistemas e processos;

•Medições: detecção de erros e sistemas de correção.

Dim

en

são

: In

tegr

ação

Inte

rna

•Linguagem comum e conceitos;

•Limites dos grupos e identidade;

•Natureza da autoridade e relacionamentos;

•Alocação de recompensas e status.

Dim

en

são

: Pre

ssu

po

sto

s B

ásic

os •O relacionamento

da organização;

•A natureza da atividade humana;

•A natureza da realidade e verdade;

•A natureza do tempo;

•A natureza da natureza humana;

•A natureza do homem;

•Homogeneidade vs. Diversidade.

Page 35: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

15

A primeira dimensão busca reconhecer as estratégias organizacionais que

promovam a sobrevivência organizacional no mercado, bem como os meios

utilizados (estruturas, sistemas e processos) para alcançar os objetivos propostos,

além de fazer uma análise de como a empresa visualiza e corrige os erros

provenientes do cotidiano de trabalho.

A segunda dimensão busca reconhecer as formas e métodos que a

organização executa no intuito de promover a integração interna entre os

colaboradores. A integração interna se dá a partir da identificação da existência ou

não de uma linguagem comum entre gestores e funcionários, da identificação dos

limites/regras impostas aos funcionários pelos gestores, da avaliação dos

relacionamentos entre gestores e funcionários em torno da autoridade exercida, e

por fim, da recompensa e importância destinada aos colaboradores.

A terceira dimensão busca reconhecer os pressupostos básicos que

constituem a essência da cultura organizacional vigente. Para tanto, Segundo

Schein (2004), é preciso compreender os seguintes 11 pontos: 1) a organização

percebe-se ser dominante, procurando estar fora do nicho? 2) a forma correta das

pessoas se comportarem é dominante/pró ativa, harmônica ou passiva? 3) como

definimos o que é verdade e o que não é? 4) quais são nossas orientações básicas

em termos de passado, presente e futuro, e que tipos de unidades temporais são

mais relevantes para a conduta dos afazeres diários? 5) os seres humanos são

basicamente bons, neutros ou maus? 6) qual a maneira correta das pessoas se

relacionarem umas com as outras para distribuir poder e afeto? 7) a vida é

competitiva ou cooperativa? 8) a melhor maneira de organizar a sociedade é com

base no individualismo ou em grupos? 9) o melhor sistema de autoridade é

autocrático ou participativo? 10) é melhor para um grupo ser altamente diversificado

ou altamente homogêneo? 11) os indivíduos em um grupo devem ser encorajados

a inovar ou a se conformar?

Já para Hofstede & Hofstede (2005) a cultura organizacional configura-se

em seis dimensões: orientação para processos x orientação para resultados,

orientação para os empregados x orientação para o trabalho, paroquiais x

profissionais, sistema aberto x sistema fechado, controle flexível x controle rígido e

normativo x pragmático (Figura 8).

Page 36: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

16

Figura 08 Dimensões da cultura organizacional segundo Hofstede & Hosftede

A primeira dimensão busca reconhecer se a cultura organizacional vigente

orienta-se para o processo ou alcance de resultados, verificando como a empresa

lida com suas metas, riscos, e verificando o comprometimento dos colaboradores

na execução de suas tarefas.

A segunda dimensão busca reconhecer se a cultura organizacional vigente

orienta-se para os empregados ou para o trabalho, verificando como a empresa

designa responsabilidades e estimula o bem estar dos colaboradores.

A terceira dimensão busca reconhecer se a cultura organizacional vigente

caracteriza por ser paroquial ou profissional, verificando em que nível os

colaboradores identificam-se com a empresa e com sua atividade/cargo.

A quarta dimensão busca reconhecer se a cultura organizacional vigente

possui características de sistema aberto (interação e intercâmbio da organização

com os colaboradores e ambiente) ou características de sistema fechado (não sofre

influência dos colaboradores e do ambiente inserido).

•Significados versus metas; Tomada de riscos; Dedicação.

1ª Dimensão: orientação para processos versusorientação para resultados

•Definição de responsabilidades; Bem estar dos colaboradores; Pressão.

2ª Dimensão: orientação para os empregados versus orientação para o trabalho

•Vínculo identidade pessoal a empresa; Vínculo identidade pessoal a atividade.

3ª Dimensão: paroquiais versus profissionais

•Clima de comunicação; Entrosamento.

4ª Dimensão: sistema aberto versus sistema fechado

•Flexibilidade no controle das ações; Rigidez no controle das ações.

5ª Dimensão: controle flexível versus controle rígido

•Orientação a organização; Orientação ao mercado.

6ª Dimensão: normativo versus pragmático

Page 37: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

17

A quinta dimensão busca reconhecer se a cultura organizacional vigente

possui controle flexível ou rígido em suas decisões, verificando o nível de

flexibilidade/rigidez de cobrança/controle das atividades designadas aos

colaboradores.

Por fim, a sexta dimensão busca reconhecer se a cultura organizacional

vigente possui orientação normativa ou pragmática, ou seja, se ela está voltada ao

suprimento das exigências internas da organização ou se está voltada ao

suprimento externo do mercado.

2.1.4 Avaliação da cultura organizacional

Lacombe (2005, p.231) afirma que a cultura organizacional é um “recurso da

administração que pode ser utilizado para alcançar objetivos”. Compreendendo

essa colocação, avaliar a cultura organizacional implica em identificar suas

características e consequentemente promover, caso necessário, mudanças que

direcionem o desenvolvimento de uma cultura organizacional orientada a

resultados.

Ashkansay et al. (2000) ilustram resumidamente em seu estudo dezoito

instrumentos de avaliação cultural desenvolvidos no período de 1975 e 1992, sendo

estes considerados como uma amostra representativa da população destes

métodos. O Quadro 01 categoriza os modelos quanto os números dos níveis

culturais e dimensões avaliadas, bem como sua validade e confiabilidade.

É importante ressaltar que os processos de avaliação cultural a serem

citados no Quadro 01, foram baseados em padrões de comportamento ou em

valores e crenças, conforme explicita Schein (2009).

Seu desenvolvimento se deu através de Surveys, arquitetados em

plataformas quantitativas. Para Ott (1989) e Rentsch (1990), a medição quantitativa

da cultura organizacional pode ter o potencial para explorar os níveis mais

profundos de uma cultura. Este potencial se dá pelo fato que a cultura

organizacional está enraizada em práticas percebidas, em vez de valores,

oferecendo oportunidade para validação de um avaliação quantitativa através de

questionamentos (HOFSTEDE et al.,1990).

Page 38: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

18

Quadro 01 Instrumentos de avaliação cultural

Autor / Ano Nível (a) Dimensões Confiabilidade Validade

Allen & Dyer (1980) 1 7

Kilmann & Saxton (1893) 1 4 X

Cooke & Lafferty (1986) 1 12 X X

Harrison (1975) ½ 15

Handy (1979) 2 9

Margerison (1979) 2 24

Organization Technology

International (1979) 2 5

Glaser (1983) 2 4

Harris & Moran (1984) 2 7

Sashkin & Fulmer (1985) 2 10 X

Enz (1986) 2 22 X

Reynolds (1986) 2 14 X

O'Reilly et al. (1991) 2 25 X X

Woodcock (1989) 2 12

Hofstede et al. (1990) 2 -

Lessem (1990) 2 7

PA Consulting Group (1991) 2 -

Migliore et al. (1992) 2 20 X

(a) 1 = padrões de comportamento; 2 = valores e crenças (Schein, 2009).

(Broadfoot & Ashkanasy, 1994 – traduzido pelo autor).

Conforme explicita o Quadro 01, de todas as metodologias visualizadas,

apenas os instrumentos oferecidos por Cooke & Lafferty (1986) e O'Reilly et al.

(1991) obtiveram avaliações positivas, proporcionando validade e confiabilidade

nas avaliações culturais (ASHKANSAY et al. 2000). O instrumento desenvolvido

por O'Reilly et al. (1991), é considerado por autores como Judge & Cable (1997),

Howard (1998) e Agle & Caldwell (1999), como uma das ferramentas de avaliação

cultural mais utilizadas em pesquisas científicas.

2.1.4.1 O instrumento OCP

O Instrumento OCP, do inglês “Organizational Culture Profile”, foi

desenvolvido para medir a orientação cultural pessoal e organizacional (O´REILLY

et al.,1991).

Page 39: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

19

Sua versão atualizada possui 25 itens, orientados em 6 dimensões culturais,

as quais são: orientação a resultados, atenção a detalhes, estabilidade, trabalho

em equipe, inovação e agressividade (Figura 09).

Figura 09 Dimensões culturais abordadas no Instrumento OCP

Compreendendo cada fator, o primeiro “orientação a resultados” refere-se o

quanto a organização enfatiza as ações que levam ao alcance de resultados,

desempenho e geração de competitividade. O segundo fator “atenção a detalhes”

é definido como o quanto a organização promove precisão e confiabilidade em seus

processos. O terceiro fator “estabilidade”, refere-se a capacidade que a

organização tem em prover estabilidade no que discerne a mantenabilidade do

cargo de trabalho. O quarto fator “trabalho em equipe e respeito pelas pessoas” é

compreendido como o quanto a organização promove a colaboração e entre as

pessoas e a igualdade e respeito pelos direitos individuais. O quinto fator “inovação”

refere-se o quanto a organização é receptiva e disposta a desenvolver e implantar

mudanças processuais. O sexto fator “agressividade” refere-se como a organização

lida com situações conflituosas e controversas, sendo ou não, agressivas e

previsíveis (O´REILLY et al. 1991).

Os 25 itens avaliados pelo instrumento OCP, são explícitos no Quadro 02,

conforme vínculo existente com cada uma das seis dimensões formadoras.

Perfil da Cultura

Organizacional

Orientação a resultados

Atenção a detalhes

Estabilidade

Trabalho em Equipe e

Respeito pelas Pessoas

Inovação

Agressividade

Page 40: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

20

Quadro 02 Questionamentos abordados no instrumento OCP

Dimensões Itens avaliados pelo Instrumento OCP

Orientação a

resultados

1) Ser competitivo; 2) Ser orientado ao sucesso; 3) Ser analítico; 4)

Ter alta expectativa para o desempenho; 5) Ser orientado a

resultados; 6) Ser orientado a ação.

Atenção a detalhes 7) Prestar atenção a detalhes; 8) Ser preciso; 9) Ser orientado por

regras.

Estabilidade 10) Estabilidade; 11) Segurança no trabalho.

Trabalho em

equipe/respeito

pelas pessoas

12) Justiça; 13) Respeito pelos direitos individuais; 14) Tolerância;

15) Ser socialmente responsável; 16) Ser orientado as pessoas; 17)

Ser orientado a equipes; 18) Trabalho cooperativo

Inovação 19) Ter vontade em experimentar; 20) Não ser constrangido por

regras em excesso; 21) Ser rápido em conseguir vantagens das

oportunidades; 22) Ser inovativo; 23) Enfrentar riscos.

Agressividade 24) Ser agressivo; 25) Ser previsível.

(Baird et al., 2011 – traduzido pelo autor)

Ao executar a avaliação cultural, seja esta realizada pelo instrumento em

questão ou não, é importante compreender todas as características formadoras da

cultura organizacional citadas até então (Quadro 03), para que ratifique-se sua

compreensão como primeiro passo para sua avaliação.

Quadro 03 Definição, tipologia, níveis e dimensões da cultura organizacional

Cultura

Organizacional Autor Descrição

Definição

Schein (1992) “Um padrão de suposições básicas

demonstradas; inventadas, descobertas ou

desenvolvidas por um dado grupo”.

Hofstede (1997) “A programação coletiva da mente, que

distingue membros de uma organização de

membros de outra”.

Kotter & Heskett

(1992)

É um sistema de comportamentos, normas e

valores sociais aceites e partilhados por todos

os membros da organização e que de certa

forma a tornam única.

Smircich (1993)

Hartmann (2006)

Fleury (2007)

Page 41: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

21

Tipologia Robbins (1998) Adaptativas, Conservadoras, Fortes e Fracas.

Cameron e Quinn

(1999)

Clã, Adhocráticas, Mercadológicas e

Hierárquicas

Níveis Hofstede (1997) Valores, Rituais, Heróis e Símbolos.

Schein (2009) Artefatos, Valores e Suposições.

Dimensões Schein (2004) Sobrevivência Externa, Integração Interna e

Pressupostos Básicos

Hofstede & Hofstede

(2005)

Orientação para processos x orientação para

resultados, orientação para os empregados x

orientação para o trabalho, paroquiais x

profissionais, sistema aberto x sistema

fechado, controle flexível x controle rígido e

normativo x pragmático.

2.2 Cultura da qualidade

A cultura da qualidade é uma cultura organizacional flexível, orientada à

excelência, e a melhoria contínua da qualidade dentro de um ambiente de trabalho

(SHORTELL et al. 1995; WELIKALA & SOHAL, 2008).

Faz parte da cultura organizacional não podendo ser separada. É

reconhecida dentro da organização através de análise dos meios utilizados para

alcance dos desafios de qualidade traçados (EHLERS, 2009).

É definida pelo corpo gerencial, estando focalizada não somente em uma

tarefa, e sim em todo o processo de trabalho. Caracteriza-se pelo trabalho em

equipe, estrutura simples e flexível, compromisso com a satisfação do cliente e a

melhoria contínua da qualidade (CLAVER et al. 2001; VANAGAS, 2005).

É formada por elementos tangíveis e intangíveis, visíveis e invisíveis. Em

sua aplicação, a melhor forma de desenvolvê-la é incorporando seus elementos

intangíveis como compromisso, valores, rituais e símbolos na formatação dos

fatores tangíveis e estruturais da qualidade, como as ferramentas e instrumentos

da gestão da qualidade (EHLERS, 2009).

Construir uma cultura de qualidade é pré-requisito para obtenção de

resultados máximos na adoção dos sistemas de gestão de qualidade (BUCH &

RIVERS, 2001).

Para tanto Woods (1998) descreve os seis valores que desenvolvidos

possibilitam a construção de uma cultura da qualidade.

Page 42: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

22

Estamos todos juntos nisso: empresa, fornecedores e clientes.

Não é permitido existir subordinados ou superiores.

Abertura a uma comunicação sincera e honesta.

Todos tem acesso a todas as informações operacionais.

Foco nos processos.

Não há sucesso ou fracassos, e sim experiências de aprendizagem.

2.2.1 Os seis valores da cultura da qualidade

Compreendendo a organização como um sistema, Woods (1998) apontou

seis valores sobre qual permitem os gestores desenvolver uma cultura da

qualidade. Os valores em destaque (Figura 10), possibilitam as organizações

tirarem proveito do que cada colaborador tem a oferecer como um ser humano

completo.

Figura 10 Valores necessários a construção de uma cultura da qualidade

Woods (1998) faz uma leitura oposta dos valores, como forma de facilitar o

entendimento dos mesmos. Nessa situação o oposto do primeiro valor corresponde

a: “tudo para si mesmo”, do segundo corresponde a: “somente o corpo gerencial

detém o conhecimento”, do terceiro corresponde a: “manter a comunicação limitada

e reservada”, do quarto corresponde a: “limitar as informações ao corpo gerencial,

compartilhando somente quando necessário”, do quinto corresponde a: “focar no

trabalho individualizado”, e o oposto do sexto valor corresponde a: “não existe

tolerância ao fracasso, o sucesso é tudo”, ou seja, qualquer situação encontrada

dentro desse contexto deve ser alterada para afirmação de uma cultura da

qualidade.

Page 43: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

23

A Figura 11 mostra as características de cada um dos seis valores para a

criação de uma cultura de qualidade, segundo Woods (1998).

Figura 11 Caracterização dos seis valores da cultura da qualidade

O primeiro valor “estamos todos juntos nisso: empresa, fornecedores e

clientes”, provém da ideia que as empresas são sistemas, e que o sucesso da

organização depende da participação conjunta de todos os colaboradores. Para

que isso aconteça é necessário que a organização seja reconhecida pelos

funcionários como algo maior do que eles mesmos, como uma “segunda casa”, e

seja compreendido que seu sucesso pessoal é diretamente influenciado pela

prosperidade da organização. Este valor é caracterizado pela identificação pessoal

com a organização, trabalho em equipe e lealdade dos funcionários.

A identificação pessoal com a organização, ajuda todos funcionários a

perceberem que a empresa não é apenas um edifício repleto de máquinas e

funcionários, possui também clientes e fornecedores. Woods (1998) destaca que o

bem estar da empresa está diretamente ligado a satisfação dos seus fornecedores,

funcionários e clientes, objetivando sempre a relação de ganha-ganha para todas

as partes. Na cultura voltada à qualidade, os colaboradores tem consciência da

importância de melhorar continuamente suas ações em prol do bem estar da

organização e de seus clientes (WOODS, 1998).

O trabalho em equipe, discerne quanto ao estimulo em trabalhar em grupo.

Organizações com a cultura da qualidade instituída, quando estão diante de uma

tarefa a fazer, seus colaboradores reúnem-se em times, avaliam as exigências que

a tarefa requer, e diante disso, levanta as competências de cada um, de modo a

preencher todas as necessidades exigidas a realização da tarefa realizando a ação

V1

Identificação pessoal c/ a organização

Trabalho em equipe

Lealdade dos funcionários

V2

Ausência de Superiores e

Subordinados

Cooperação

V3

Empatia

Escutar,

Ouvir

V4

Acesso a informação

Geração de conhecimento

Tomada de decisões

V5Melhoria contínua

V6Sucesso

Fracasso

Aprendizagem

Page 44: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

24

de forma eficiente e eficaz. E quando os problemas surgem os colaboradores

também se mobilizam afim de soluciona-los rapidamente, desta vez com total apoio

dos gestores, que em sentido de penalizar os funcionários pela ocorrência dos

problemas, busca com os demais formas de melhorar os processos e reduzir a

probabilidade de nova ocorrência. Para Woods (1998), o compromisso de trabalhar

em equipe também deve ser estendida aos fornecedores e os clientes. No caso dos

fornecedores, a organização reconhecendo a importância de incorporá-lo dentro

dos seus processos, permite sua contribuição com o processo de melhoria da

qualidade através de ensinamentos de como operar/executar os

equipamentos/materiais fornecidos. Já no caso dos clientes, tratá-los como

membros da equipe, compreendendo suas necessidades e traduzindo suas

exigências em novos métodos de trabalho, é reconhecer seu fundamental papel no

alcance do sucesso.

Para Woods (1998) a lealdade dos funcionários ajuda a empresa a gerar

fidelização deles com o trabalho, possibilitando reduzir custos envolvidos no

processo de recrutamento, seleção e treinamento. A fidelização do colaborador

com a empresa, se dá quando ela demonstra preocupação com a evolução pessoal

e profissional dos funcionários, fazendo eles serem gratos, e a partir daí contribuir

continuamente com o alcance das metas planejadas pela organização.

O segundo valor “não é permitido existir subordinados ou superiores”

concentra-se sob a ideia de que um ambiente de trabalho aonde exista um gerente

inspirador, agradável de se trabalhar, no qual transpareça uma imagem de

coleguismo, igualdade, respeito e confiança, permeando liberdade entre os as

equipes no executar de suas atividades, fornece um cenário ideal para que os

colaboradores sejam mais produtivos e satisfeitos com seu trabalho. Entretanto na

maioria dos casos, as organizações possuem gerentes autoritários, executores de

políticas aparentemente irracionais, que desencadeiam a frustação dos

empregados e consequentemente limita sua produtividade. Segundo Woods (1998)

na gestão hierárquica tradicional as empresas são reconhecidas como lugares

onde as pessoas percebem que não podem tirar o máximo proveito de suas

habilidades.

Page 45: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

25

A principal contribuição deste valor é ajudar a ativar uma cultura onde as

pessoas consigam trabalhar em cooperação, em benefício mutuo. Isso não quer

dizer que algumas pessoas não sejam designadas para gerenciar processos. Este

valor propõe rever a forma com que se dá as relações entre gestores e

subordinados, buscando eliminar as diferenças pessoais existentes entre eles,

permitindo que as pessoas experimentem o senso de cooperação (WOODS, 1998).

O terceiro valor “abertura a uma comunicação sincera e honesta”, diz

respeito a forma com que as pessoas se comunicam entre si no ambiente de

trabalho e como situações em que a verdade não vem à tona são capazes de gerar

conflitos.

Um aspecto importante no terceiro valor é a empatia. A empatia é a

capacidade e se colocar no lugar do outro, de compreendê-lo emocionalmente.

Diante disso Woods (1998), afirma que sem empatia, a organização se fecha e

limita sua capacidade de compreender as necessidades de seus parceiros

(funcionários, colaboradores e clientes) afetando seus resultados. Para existir

empatia é necessário que os gestores exercitem a habilidade de escutar/ouvir

permitindo-lhes descobrir o que está na mente de um colaborador/cliente. Esse

exercício é necessário para que aconteça similaridade de opiniões, levando fluidez

na execução das atividades de trabalho (WOODS, 1998).

O quarto valor “todos tem acesso a todas as informações operacionais”

propõe a construção de uma cultura na qual exista disponibilização informacional

aos funcionários pertinentes a execução otimizada de suas ações de trabalho.

Implementar uma comunicação aberta é dispor acesso as informações referente a

aspectos como o volume de vendas da empresa, necessidade dos clientes,

pedidos, relatórios financeiros, distribuição de produtos, as atividades executadas

pelas pessoas e pelas diferentes equipes de trabalho, como o progresso de sua

equipe está afetando as outras e vice-versa (WOODS, 1998).

A proposição contida no quarto valor, gera uma vantagem competitiva à

organização que adota, fazendo com que o conhecimento compartilhado seja

utilizado nos processos decisórios afim de reduzir incertezas e geradas por

decisões especulativas. Para Woods (1998) decisões equivocadas acontecem

principalmente pelo fato dos executores não deterem a informação suficiente.

Page 46: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

26

O quinto valor “foco nos processos” concentra na afirmação que as

organizações são sistemas possuidores de processos transformadores de insumos

em produtos, e esses processos necessitam em sua execução da existência do

trabalho em equipe incluso de cooperação mútua. Neste momento o gestor torna-

se um “líder do processo” e os funcionários são “membros da equipe de processos”,

referenciando a importância que todos tem em desenvolver a melhoria contínua

nos processos (WOODS, 1998).

Nesse âmbito os colaboradores compreendem que tanto o sucesso como o

fracasso são provenientes dos resultados decorrentes de um trabalho em equipe,

não existindo um único responsável ou único culpado.

O sexto valor “não há sucesso ou fracassos, e sim experiências de

aprendizagem” referência que nunca podemos prever com certeza se o que

fazemos irá desencadear um sucesso ou um fracasso. Diante disso as

organizações precisam compreender que qualquer que seja o resultado de uma

ação, este por sua vez é temporário, e deve-se extrair as experiências obtidas na

intenção de perpetuar o processo de melhoria contínua da qualidade. Para Woods

(1998) o sucesso é especialmente valioso para auxiliar a reconhecer os pontos

fortes e os fracos, e diante dessas experiências, gera-se o conhecimento

necessário a realização do aprimoramento dos processos afim de manter a

satisfação do cliente.

Construir uma cultura da qualidade em torno dos seis valores explícitos por

Woods (1998) requer que a organização inicie um completo processo de mudança

cultural. Os meios e formas para atingir essa mudança serão descritos no próximo

tópico.

2.2.2 Dimensões da cultura organizacional propícias a adoção das práticas da

qualidade

O instrumento metodológico utilizado nesta pesquisa para diagnosticar a

cultura organizacional (retomar subseção 2.1.4.1) é constituído por 6 dimensões

culturais. Destes, segundo Baird et al. (2011), 4 dimensões (orientação a

resultados, atenção a detalhes, trabalho em equipe/respeito as pessoas e

inovação) propiciam a adoção das práticas da qualidade.

Page 47: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

27

Orientação a resultados refere-se os esforços que a organização promove

enfatizando ação e resultados, procurando ser competitiva e possuindo alta

expectativa em performance (O´Reilly et al. 1991). Segundo Baird et al. (2011), as

organizações que são orientadas a resultados possuem capacidade de estimular a

adoção as práticas da qualidade pelos seus colaboradores. Atenção a detalhes é

definido por O´Reilly et al. (1991) como “precisão” e “acurácia”. Para Baird et al.

(2011) organizações que utilizam-se métodos de controle estatístico para medição

de não conformidade de produtos e serviços, custos da qualidade, entre outros

processos de controle que exigem foco nos detalhes são mais susceptíveis a

adoção as práticas da qualidade.

Trabalho em equipe/respeito pelas pessoas refere-se a existência de uma

relação colaborativa entre os empregados e a empresa pautada na justiça, respeito

pelos direitos individuais e tolerância (Windsor e Ashkanasy, 1996). Para Smith

(1999) as organizações que incentivam e estabelecem o trabalho e equipe, e são

determinadas a promover igualdade de direitos aos seus colaboradores,

possibilitam sucesso na adoção das práticas da qualidade em seus processos.

Inovação refere-se a capacidade que a organização possui em ser receptiva e

adaptativa a mudanças O´Reilly et al. (1991). Juran (1988) afirma que organizações

que constantemente procuram compreender as necessidades dos clientes,

expectativas do mercado, para então melhorar seus processos de desenvolvimento

de novos produtos e serviços inovadores, são susceptíveis a adoção as práticas da

qualidade.

Quanto as duas dimensões restantes (estabilidade e agressividade), Baird

et al. (2011) confirmam que elas não propiciam as práticas da qualidade, como

também não interferem a adoção das mesmas.

2.2.3 Estabelecendo a cultura da qualidade

Estabelecer uma cultura da qualidade demanda mudança total na cultura

organizacional vigente, realocando a responsabilidade gerencial antes centrada no

gestor, para todos os colaboradores (LAKHE & MOHANTY, 1994).

Para Ehlers (2009), a mudança cultural em uma organização é sem dúvida

um processo difícil e duradouro, no qual requer esforços específicos de longo

prazo.

Page 48: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

28

Para tanto, o passo inicial deve ser dado pelos gestores da organização,

devido eles possuírem forte influência no desenvolvimento da cultura

organizacional, podendo orientar a mesma a incorporar valores e pressupostos da

qualidade (SMITH, 2010).

Smith (2010) cita que os gestores precisam tomar atitudes que promovam o

estabelecimento de uma cultura da qualidade, que por sua vez acontece pelo fato

dos colaboradores acreditarem que essas atitudes (Figura 12) são as ideais para

executar suas atividades em detrimento do alcance da satisfação dos clientes.

Figura 12 Atitudes necessárias para desenvolver uma cultura da qualidade

Para Lakhe & Mohanty (1994), estabelecer uma cultura da qualidade requer

execução de sete ações, estas são: 1) as políticas da organização, seus

procedimentos e processos devem enfatizar a qualidade, 2) todos na organização

devem ter um entendimento claro sobre a importância da qualidade no desenvolver

dos seus objetivos de negócio, 3) pessoas de todos os níveis da organização

devem estar a par das exigências e necessidades dos seus clientes, 4) a estrutura

da organização deve ser adepta ao processo de melhoria contínua, 5) no plano de

negócio deve existir uma integração quando diz respeito à exigências internas e

•Estabelecer padrões de comportamento que resultem nodesenvolvimento eficiente e eficaz de produtos/serviçosmunidos de qualidade.

Estabelecer

•Reconhecer e desenvolver os valores culturais que realmentepromovem as práticas de qualidade na organização.

Reconhecer e desenvolver

•Apropriar dos princípios da qualidade e definir estes comopadrão base nas tomadas de decisões.

Apropriar

•Estimular o trabalho em equipe, reconhecendo e valorizando asideias/resultados gerados.

Estimular

•Ser proativo e entusiasta da cultura da qualidade, assumindopapel informal de um professor e ensinando a todos oscolaboradores como executar suas atividades em prol dasatisfação do cliente.

Proativivdade e Entusiamo

Page 49: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

29

externas do cliente, 6) é importante utilizar dentro das medidas de desempenho o

parâmetro “cliente”, 7) ênfase no cliente, orientado pelos valores e crenças, devem

ser suportados pela alta gerencia.

Em resumo, as sete ações relatadas concentra-se na premissa que a cultura

organizacional somente recebe status de cultura da qualidade quando todos seus

processos gerenciais e produtivos orienta-se pelo princípio básico da qualidade,

que é a satisfação do cliente.

Uma vez estabelecida uma cultura da qualidade a organização gozará de

um ambiente focado na melhoria processual, e consequentemente conseguirá

atender todas as demandas exigidas pelos parceiros provendo diferenciais

competitivos necessários a sua sobrevivência no mercado (SMITH, 2011).

Smith (2011) conclui que a cultura da qualidade viabiliza a organização

desenvolver um processo de governança forte e sistemático com ênfase a geração

de qualidade na formatação dos seus produtos/serviços, que por sua vez permite

o alcance dos objetivos de negócio definidos e consequentemente o sucesso

empresarial.

2.3 Gestão da qualidade total

Nos últimos anos, a GQT vem sendo incorporada por muitas organizações

de países economicamente desenvolvidos. Essa inclusão se deu pelas mudanças

constantes na economia global que exigiram das organizações adaptação as novas

requisições dos mercados (LAKHE & MOHANTY, 1994).

Seu estudo representa um dos temas de pesquisa mais importante na gestão

de operações, recebendo um elevado grau de destaque na literatura científica

(NAIR, 2006).

A GQT é uma abordagem que visa promover a eficácia e flexibilidade do

processo produtivo como um todo. É essencialmente uma forma de envolver toda

a organização (departamentos, atividades e colaboradores) em função do

estabelecimento da qualidade em suas atividades (OAKLAND, 1989; PFAU, 1989).

Segundo Geraedts et al. (2001) a GQT é baseada em três princípios: foco

no cliente, melhoria contínua e abordagem integral. O primeiro princípio discerne

quanto a consideração do suprimento das necessidades do cliente no processo de

Page 50: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

30

tomada de qualquer decisão organizacional. O segundo corresponde em promover

esforços contínuos na melhoria dos produtos e serviços desenvolvidos. O terceiro

princípio corresponde a necessidade da GQT ser implantada em toda a

organização.

A implantação e desenvolvimento da GQT gira em torno da

adaptação/mudança das atividades rotineiras de trabalho em base aos conceitos

da qualidade.

Autores como Oakland, Crosby, Juran, Ishikawa, Deming e Feigenbaum

elaboraram estudos sobre o tema, permitindo a definição do que seria a “qualidade”

(Quadro 04).

Quadro 04 Conceitos da qualidade

Autor Conceito da qualidade

Oakland (1989) Qualidade é reconhecer e suprir as necessidades dos clientes.

Crosby (1990) Qualidade é definida em função da conformidade às especificações.

Juran (1990) Qualidade é ausência de deficiências, ou seja, quanto menos

defeitos, melhor a qualidade.

Ishikawa (1993) Qualidade significa busca contínua das necessidades do

consumidor, através de: qualidade do produto, serviço,

administração, pessoas, atendimento e prazo certo.

Deming (1993) A Qualidade é atendimento às necessidades atuais e futuras do

consumidor.

Feigenbaum (1994) Qualidade significa o melhor para certas condições do cliente. Essas

condições são: o verdadeiro uso e o preço de venda.

Compreendendo os conceitos, verifica-se uma ampliação no foco da

qualidade, buscando atingir não somente a conformidade do produto, como

também, principalmente, o atendimento as necessidades do consumidor.

A definição de Qualidade deferida por Deming (1990) “atender as

necessidades atuais e futuras do consumidor”, corresponde ao objetivo central da

GQT. No alcance desse objetivo faz necessário disseminar na organização a busca

continua pela excelência, incentivando os colaboradores a executar suas tarefas

com acurácia e confiabilidade, evitando surgimento de defeitos/erros, para então

Page 51: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

31

fornecer satisfação aos clientes em todos os momentos (LAKHE & MOHANTY,

1994).

Em desdobramento a este objetivo central, a Gestão da qualidade total

acontece em torno de três dimensões, descritas no próximo tópico.

2.3.1 Dimensões da gestão da qualidade total

Price & Gaskill (1990) identificaram que a GQT é composta de três

dimensões (Figura 13).

Figura 13 As três dimensões da GQT

A primeira dimensão corresponde ao grau em que o cliente está satisfeito

com o produto ou serviço fornecido. Ou seja, em que nível (ruim, bom, ótimo) o

produto ou serviço adquirido conseguiu suprir suas necessidades (Price & Gaskill,

1990). Neste aspecto quesitos do produto/serviço vendido, como desempenho,

confiabilidade e conformidade exercem influência direta na qualidade percebida

pelo consumidor (RESENDE, 2012).

A segunda dimensão corresponde ao grau em que o cliente está satisfeito

com a forma em que os colaboradores se relacionaram com ele. Ou seja, em que

nível (ruim, bom, ótimo) aconteceu o atendimento prestado ao consumidor (Price &

Gaskill, 1990). Neste aspecto quesitos como velocidade, atenção, cortesia,

empatia, disposição e competência na hora de acompanhar o processo de

entrega/manutenção do produto/serviço vendido exercem influência direta na

qualidade percebida pelo consumidor (NARACATO, 2009).

A terceira dimensão corresponde ao grau em que o fornecedor/colaborador

está satisfeito com os processos internos de trabalho, estes por sua vez usados no

desenvolvimento dos produtos e serviços ofertados aos consumidores (Price &

Dim

ensõ

es

•Produtos e Serviços;

•Pessoas;

•Processos.

Page 52: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

32

Gaskill, 1990). Neste aspecto quesitos como interação, comunicação, fluidez,

favorecedores do aprendizado, ambiente amistoso de trabalho e melhoria contínua

dos processos, exercem influência direta na qualidade percebida pelos atores

envolvidos no processo (HOURNEAUX JR. & BUORO, 2009).

As dimensões descritas anteriormente desdobram-se em ações

conceituadas como práticas da GQT. Estas por sua vez serão abordadas no

próximo tópico.

2.3.2 Práticas da gestão da qualidade total

As práticas da GQT diz respeito as orientações rotineiras de trabalho em que

sua aplicação levam a materialização dos conceitos de qualidade e

consequentemente possibilita o aumento do desempenho organizacional (NAIR,

2006).

Em detrimento de sua compreensão e avalição, as práticas de qualidade

foram organizadas em núcleos e fatores, como é observado na descrição dos

estudos detalhados nos próximos parágrafos.

No estudo elaborado por Flynn et al. (1995), as práticas de qualidade estão

contidas em dois núcleos, incluso de oito fatores. O primeiro refere-se as “práticas

de qualidade centrais” alocadas em três fatores: 1) gestão do fluxo processual, 2)

processo de criação do produto e 3) controle estatístico da qualidade. O segundo

refere-se as “práticas de qualidade infra estruturais” alocadas em cinco fatores: 1)

relacionamentos com cliente, 2) relacionamentos com fornecedor, 3) atitudes de

trabalho, 4) gestão das equipes de trabalho e 5) apoio a gestão da qualidade pela

alta administração.

No estudo elaborado por Anderson et al. (1995), as práticas de qualidade

estão contidas em um núcleo, alocadas em seis fatores: 1) liderança visionária, 2)

cooperação interna e externa, 3) aprendizagem, 4) gestão de processos, 5)

melhoria contínua e 6) engajamento dos colaboradores.

No estudo elaborado por Forza & Flippini (1998), as práticas de qualidade

estão contidas em um núcleo, alocadas em cinco fatores: 1) orientação para

qualidade, 2) interação da GQT com os clientes, 3) interação da GQT com os

fornecedores, 4) controle processual e 5) recursos humanos.

Page 53: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

33

No estudo elaborado por Ahire & O’Shaughnessy (1998), as práticas de

qualidade estão contidas em um núcleo, alocadas em dez fatores: 1)

comprometimento da alta administração com a qualidade, 2) foco no cliente, 3)

gestão da qualidade do fornecedor, 4) gestão da qualidade na criação do

produto/serviço, 5) benchmarking, 6) controle estatístico processual, 7)

informações de uso interno da qualidade, 8) treinamento da qualidade para o

colaborador, 9) capacitação dos colaboradores e 10) estratégias para estimular o

comprometimento do colaborador.

No estudo elaborado por Rungtusanatham et al. (1998), as práticas de

qualidade estão contidas em um núcleo, alocadas nos mesmos seis fatores

abordados por Anderson et al. (1995).

No estudo elaborado por Choi & Eboch (1998), as práticas de qualidade

estão contidas em um núcleo, alocadas em quatro fatores: 1) qualidade nos

processos, 2) recursos humanos, 3) plano estratégico da qualidade, 4) informação

e análise.

No estudo elaborado por Dow et al. (1999), as práticas de qualidade estão

contidas em um núcleo, alocadas em nove fatores: 1) comprometimento da equipe

de trabalho, 2) visão de compartilhamento, 3) foco no cliente, 4) trabalho em equipe,

5) treinamento de pessoal, 6) relações cooperativas entre os fornecedores, 7) uso

de benchmarking, 8) uso de sistemas avançados de produção, 9) adoção aos

princípios de produção “just in time”.

No estudo elaborado por Samson & Terziovski (1999), as práticas de

qualidade estão contidas em um núcleo, alocadas em seis fatores: 1) liderança, 2)

gestão de pessoas, 3) foco no cliente, 4) planejamento estratégico, 5) informação

e análise e 6) gestão de processos.

No estudo elaborado por Das et al. (2000), as práticas de qualidade estão

contidas em um núcleo, alocadas em quatro fatores: 1) gestão da cadeia de

suprimentos, 2) recursos da qualidade e avaliação, 3) treinamento da qualidade e

4) compromisso com o cliente.

No estudo elaborado por Ahire & Dreyfus (2000), as práticas de qualidade

estão contidas em um núcleo, alocadas em quatro fatores: 1) gestão da

Page 54: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

34

desenvolvimento de produtos/serviços, 2) treinamento da qualidade, 3)

desempenho do processo de desenvolvimento de produtos/serviços e 4) gestão da

qualidade nos processos.

No estudo elaborado por Sun (2000), as práticas de qualidade estão contidas

em um núcleo, alocadas em quatorze fatores: 1) liderança para qualidade, 2)

informação da qualidade, 3) planejamento estratégico da qualidade, 4)

desenvolvimento dos recursos humanos, 5) treinamento dos métodos estatísticos,

6) assegurar qualidade aos processos, 7) assegurar qualidade aos produtos, 8)

cooperação com fornecedores, 9) envolvimento direto dos fornecedores, 10)

consideração a satisfação do cliente, 11) benchmarking, 12) cooperação estreita

com os clientes, 13) consideração a satisfação e bem estar dos colaboradores, 14)

consideração aos impactos socioambientais.

No estudo elaborado por Curkovic et al. (2000), as práticas de qualidade

estão contidas em três núcleos, incluso de nove fatores. O primeiro refere-se ao

“sistema estratégico da GQT”, alocando as práticas em três fatores: 1) liderança, 2)

foco no cliente, 3) planejamento global de negócio. O segundo refere-se ao

“sistema operacional da GQT”, alocando as práticas em quatro fatores: 1) gestão

de pessoas, 2) gestão de processos, 3) criação, desenvolvimento e gestão de

produtos e 4) gestão dos fornecedores. O terceiro refere-se ao “sistema

informacional da GQT”, alocando as práticas em dois fatores como 1) dados e

relatórios da qualidade e 2) analise e avaliação dos dados de qualidade.

No estudo elaborado por Martinez-Lorente et al. (2000), as práticas de

qualidade estão contidas em um núcleo, alocadas em sete fatores: 1) relações com

os colaboradores, 2) funções do departamento da qualidade, 3) processo de

desenvolvimento de produtos/serviços, 4) informação da qualidade, 5) relações

com fornecedores, 6) ferramentas para controle de processos, e 7) instrumentos

para criação de produtos/serviços.

No estudo elaborado por Cua et al. (2001), as práticas de qualidade estão

contidas em um núcleo, alocadas em quatro fatores: 1) desenvolvimento de

produtos/serviços, 2) gestão de processos, 3) gestão da qualidade dos

fornecedores, 4) envolvimento dos clientes.

Page 55: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

35

No estudo elaborado por Douglas & Judge (2001), as práticas de qualidade

estão contidas em um núcleo, alocadas em sete fatores: 1) envolvimento da alta

administração, 2) filosofia da qualidade, 3) ênfase no treinamento da GQT, 4)

orientação ao cliente, 5) melhoria contínua, 6) gestão por fatos e 7) métodos da

qualidade total.

No estudo elaborado por Ho et al. (2001), as práticas de qualidade estão

contidas em dois núcleos, incluso de quatro fatores. O primeiro refere-se aos

“fatores que suportam a GQT”, alocados em dois fatores: 1) relação com os

colaboradores e 2) treinamento. O segundo refere-se aos “fatores centrais da

GQT”, alocados em dois fatores: 1) dados e relatórios da qualidade e 2) gestão da

qualidade dos fornecedores.

No estudo elaborado por Tan (2001), as práticas de qualidade estão contidas

em um núcleo, alocadas em quatro fatores: 1) gestão de pessoas, 2) gestão de

processos, 3) gestão de fornecedores e 4) gestão de produtos.

No estudo elaborado por Prajogo & Sohal (2003), as práticas de qualidade

estão contidas em um núcleo, alocadas em seis fatores: 1) liderança, 2)

planejamento estratégico, 3) foco no cliente, 4) informação e análise, 5) gestão de

pessoas e 6) gestão de processos.

No estudo elaborado por Lai (2003), as práticas de qualidade estão contidas

em um núcleo, alocadas em dez fatores: 1) gestão das pessoas e clientes, 2)

parcerias com fornecedores, 3) comunicação de informações em prol da melhoria

processual, 4) orientação a satisfação do cliente, 5) gestão da interface externa, 6)

gestão estratégica da qualidade, 7) estrutura de trabalho em equipe em prol da

melhoria, 8) planejamento da qualidade operacional, 9) sistemas de análise e

medição da qualidade e 10) cultura corporativa com ênfase na qualidade.

No estudo elaborado por Kaynak (2003), as práticas de qualidade estão

contidas em um núcleo, alocados em quatro fatores: 1) dados e relatórios da gestão

da qualidade, 2) gestão da qualidade dos fornecedores, 3) desenvolvimento dos

produtos e serviços, 4) gestão de processos.

No estudo elaborado por Lau et al. (2004), as práticas de qualidade estão

contidas em um núcleo, alocadas em sete fatores: 1) liderança, 2) planejamento

Page 56: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

36

estratégico, 3) foco no cliente e no mercado, 4) informação e analise, 5) foco nos

recursos humanos e 6) gestão de processos.

Por fim, no estudo elaborado por Sanchez-Rodriguez & Martinez-Lorente

(2004), as práticas de qualidade estão contidas em um núcleo, alocadas em seis

fatores: 1) alta administração comprometida com a qualidade, 2)

cooperação/coordenação entre os departamentos, 3) gestão de pessoas, 4)

relações cooperativas com os fornecedores, 5) efetivo monitoramento e avaliação

da satisfação dos clientes e 6) benchmarking.

Em maioria, percebe-se que essas práticas estão pautadas em ações que

introduzam os princípios da qualidade em oitos fatores: 1) liderança da alta

administração, 2) funções dos departamentos de GQT, 3) treinamento, 4) relação

com os colaboradores, 5) dados e relatórios da qualidade, 6) gestão da qualidade

dos fornecedores, 7) desenvolvimento de produtos/serviços e 8) gestão de

processos. Saraph et al. (1989, p.818) detalha as práticas relacionadas a cada um

desses fatores (Quadro 05).

Quadro 05 Detalhamento dos fatores das práticas da qualidade

Fatores Descrição

1) Liderança da alta

administração

Práticas que: estimulem o suporte da alta administração ao

desenvolvimento das ações da GQT; promovam a avaliação

da qualidade pela alta administração; façam com que a alta

administração desenvolva planos estratégicos para a GQT.

2) Funções dos

departamentos de GQT

Práticas que: ofereça visibilidade e autonomia da qualidade

ao departamento responsável; ofereça acessibilidade as

informações organizacionais; estimule a promoção da

qualidade a todos os setores/departamentos; promova a

eficiência e eficácia das ações da qualidade.

3) Treinamento

Práticas que ofereça a todos os colaboradores treinamentos

sobre os métodos estatísticos e não estatísticos de controle

e melhoria da qualidade nos processos.

4) Relação com os

colaboradores

Práticas que: estimulem o envolvimento/comprometimento

dos empregados com o trabalho; permita participação dos

trabalhadores nas decisões da qualidade; conscientize que

todos tem responsabilidade sobre a qualidade; reconheçam

o desempenho das equipes de trabalho; promovam eficácia

na identificação e resolução dos problemas relacionados a

Page 57: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

37

qualidade; busquem sensibilização continua dos funcionários

para à qualidade.

5) Dados e relatórios da

qualidade

Práticas que: estimule a medição e uso dos dados da

qualidade; promova divulgação dos dados da qualidade para

os funcionários e gerentes em prol da resolução de

problemas; possibilite a medição dos dados da qualidade em

tempo hábil; permita avaliação dos colaboradores em com

base no desempenho da qualidade; permita o acesso aos

dados e informações da qualidade.

6) Gestão da qualidade dos

fornecedores

Práticas que: identifique confiabilidade nos fornecedores;

diminua dependência dos fornecedores nos processos;

estimule forte intercedência entre fornecedor e cliente;

selecione os fornecedores em base aspectos da qualidade e

não de preço; possibilite controle de qualidade aos

materiais/serviços fornecidos; permita assistência do

fornecedor no desenvolvimento dos produtos/serviços.

7) Desenvolvimento de

produtos/serviços

Práticas que: permita envolvimento/participação de todos os

setores na revisão dos processos de criação; possibilite

ênfase na produtibilidade; permita clareza das

especificações; ênfase na qualidade, não se preocupando

com a data de lançamento; evite retrabalho nos processos de

criação.

8) Gestão de processos

Práticas que: estimule clareza na descrições/regras dos

processos; diminuam dependência de inspeções; utilize o

controle estatístico processual; utilize automação seletiva;

execute manutenção preventiva; estimule auto inspeção pelo

empregado; possibilite realização de testes automatizados.

(Saraph et al. 1989, p.818).

O estabelecimento dessas práticas contidas nos fatores citados possibilita

aos gestores prover diversos benefícios a organização, gerando vantagem

competitiva. No próximo tópico serão evidenciados esses benefícios.

2.3.3 Benefícios da gestão da qualidade total

Percebe-se que os benefícios da GQT apontados na literatura giram em

torno de cinco aspectos da qualidade (Figura 14).

Page 58: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

38

Figura 14 Benefícios gerais da GQT

O primeiro aspecto “qualidade nos produtos/serviços”, corresponde

benefícios como conformidade, confiabilidade, desempenho, durabilidade e os

demais fatores técnicos que remetam qualidade física aos produtos e serviços

(BRAGG, 2013).

O segundo aspecto “qualidade nos relacionamentos” corresponde benefícios

como a efetivação de relações sólidas e duradouras com os colaboradores e

fornecedores, na qual permita satisfação e seguridade as partes no desenvolver de

suas atividades, proporcionando abertura a participação colaborativa de ambos nas

ações de melhoria contínua processual (BRAGG, 2013).

O terceiro aspecto “qualidade nos processos” corresponde a benefícios que

levem o desempenho, a flexibilidade e inovação processual, como a diminuição de

retrabalho, da necessidade de inspeção, de defeitos e de custos operacionais

(BRAGG, 2013).

O quarto aspecto “qualidade nas finanças” corresponde a benefícios como

crescimento nas vendas e maiores retornos sob investimentos (BRAGG, 2013).

Por fim, o quinto aspecto “qualidade nos negócios” corresponde a benefícios

como prover satisfação ao cliente, possibilitar alcance dos resultados

organizacionais, gerar vantagens competitivas, consolidar crescimento na

participação do mercado e efetivação das estratégias de gestão (BRAGG, 2013).

O Quadro 06, faz um apanhado dos benefícios específicos gerados pelas

estabelecimento das práticas da GQT, elucidados em estudos sobre o tema. É

importante compreender que os benefícios específicos relatados, desencadeiam a

Page 59: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

39

efetivação dos 5 benefícios gerais evidenciados na Figura 14. Neste caso esta

ligação é apontada no Quadro 06 com notações “B1, B2, B3, B4 e B5”.

Quadro 06 Benefícios específicos da GQT, relacionado aos 5 benefícios centrais da GQT.

Autores Benefícios Gerais (B1, B2, B3, B4 e B5): Benefícios detalhados

Flynn et al. (1995)

B1:Conformidade, confiabilidade, desempenho e durabilidade dos

produtos/serviços.

B3: Diminuição de Retrabalho.

B5: Vantagem competitiva.

Anderson et al.

(1995) B5: Satisfação do cliente.

Forza e Flippini

(1998)

B1: Conformidade dos produtos/serviços.

B5: Satisfação do cliente.

Ahire &

O’Shaughnessy

(1998)

B1: Qualidade do produto/serviço.

Rungtusanatham et

al. (1998) B5: Satisfação do cliente.

Choi & Eboch

(1998)

B3: Desempenho na unidade produtiva.

B5: Satisfação do cliente.

Dow et al. (1999) B3: Diminuição de defeitos e dos custos da qualidade.

Samson &

Terziovski (1999)

B3: Desempenho nas operações.

B5: Alcance de resultados.

Das et al. (2000)

B4: Maiores retornos sobre os investimentos.

B5: Ampliação da participação no mercado, Satisfação e fidelização do

cliente.

Ahire & Dreyfus

(2000)

B1: qualidade dos produtos/serviços acabados.

B3: qualidade nos processos de fabricação.

B5: aumento da percepção da qualidade pelos clientes.

Sun (2000)

B1: Qualidade na elaboração do produto/serviço.

B2: Satisfação e seguridade do trabalhador.

B3: Produtividade nos processos e diminuição dos custos operacionais.

B5: Ampliação no mercado e competitividade.

Curkovic et al.

(2000)

B1: Qualidade na elaboração do produto/serviço.

B2: Relações com os fornecedores otimizadas.

B3: Produtividade e eficiência operacional.

Martinez-Lorente et

al. (2000)

B3: Melhoria no desempenho operacional.

B5: Ampliação da participação no mercado.

Cua et al. (2001) B1: Qualidade na elaboração do produto/serviço.

Page 60: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

40

B3: Diminuição de custos operacionais e Flexibilidade as operações.

B5: Desempenho estratégico organizacional.

Douglas & Judge

(2001)

B4: Crescimento nas vendas e Maiores retornos sobre os investimentos.

B5: Ampliação da participação no mercado.

Ho et al. (2001) B1: Qualidade na elaboração do produto/serviço, no tocante a

confiabilidade, conformidade e durabilidade.

Tan (2001) B1: Novos conceitos de produtos

B5: Desenvolvimento da estratégia da qualidade.

Prajogo & Sohal (2003)

B1: Qualidade e inovação ao produto. B3: Inovação nos processos.

Kaynak (2003)

B1: Qualidade na elaboração do produto/serviço.

B3: Desempenho nos processos.

B5: Satisfação do cliente e alcance dos demais objetivos organizacionais.

Lau et al. (2004) B3: Desempenho nos processos.

B5: Alcance dos resultados organizacionais.

Lai (2003)

B2: Desempenho na motivação dos colaboradores.

B3: Produtividade nos processos.

B5: Ampliação da participação no mercado.

Sanchez-Rodriguez

& Martinez-Lorente

(2004)

B3: Diminuição dos custos de produção.

B4: Maior retorno sobre os investimentos.

B5: Ampliação da participação no mercado e alcance os objetivos

organizacionais.

Em decorrência desses benefícios a organização consegue estabelecer

diferenciais competitivos, através da geração de desempenho, promovendo sua

manutenção/ampliação no mercado (FLYNN et al. 1995; ANDERSON et al. 1995;

CHOI & EBOCH, 1998; DAS et al. 2000; AHIRE & DREYFUS, 2000; CUA et al.

2001; DOUGLAS & JUDGE, 2001; HO et al. 2001; KAYNAK, 2003).

Sousa & Voss (2002) e Nair (2006), conclui que os benefícios gerados pelas

práticas de qualidade são de fundamental importância para a sobrevivência das

organizações.

Na busca pela efetivação dos benefícios relatados, as organizações adotam

sistemas de gestão da qualidade, devido oferecerem estrutura para o

gerenciamento das práticas da qualidade. Entre esses sistemas, encontra-se a ISO

9001. Segundo a BSI (2013, p.1) a “ISO 9001 é de longe a estrutura de qualidade

melhor estabelecida, sendo utilizada atualmente por mais de 750 mil organizações

Page 61: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

41

em 161 países, e define o padrão não só para sistemas de gestão da qualidade,

mas para sistemas de gestão em geral”.

2.4 Sistema de gestão da qualidade – ISO 9001

A ISO 9001 é uma norma referencial para a implementação de SGQ

desenvolvida pela “International Organization for Standardization (ISO). A ISO é

uma organização não-governamental com sede em Genebra na Suíça, fundada em

1946 e presente em cerca de 157 países, estando representada no Brasil pela

ABNT.

A função das normas desenvolvidas pela ISO, é de estabelecer requisitos,

especificações, diretrizes ou características que possam ser usados de forma

consistente para assegurar qualidade no desenvolvimento de materiais, processos,

produtos e serviços (ISO, 2013).

A ISO 9001 pertence a família das normas ISO 9000 (ISO 9000, 9001, 9004

e 19011), cada uma provém de um campo de atuação diferente, como é mostrado

no Quadro 07.

Quadro 07 Campos de aplicação das normas da Família ISO 9000.

Norma Campo de Aplicação

ISO 9000 –

Fundamentos e

Vocabulário

Estruturada em duas partes: fundamentos e vocabulário (termos

e definições);

Apresenta e descreve todos os conceitos importantes

relacionados com a Gestão da Qualidade, servindo de base para

orientação a toda série de normas da família ISO 9000;

Introduz os princípios da Gestão da qualidade total.

ISO 9001 – Requisitos Especifica os requisitos que um SGQ deve atender para

satisfazer o cliente e prover conformidade para o produto/serviço;

Demonstra a capacidade de fornecer produtos que satisfaçam

todas as partes interessadas (clientes, organização, fornecedores

e colaboradores) de acordo com os requisitos regulamentares

aplicáveis;

É organizada segundo o modelo de abordagem por processos do

“cliente ao cliente”;

Utiliza os princípios da GQT;

Foca na melhoria contínua da eficácia do SGQ e no envolvimento

da alta administração.

Page 62: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

42

ISO 9004 – Diretrizes

para melhoria do

desempenho

Guia de orientação para melhorar o desempenho;

Proporciona linhas de orientação acima dos requisitos da norma

ISO 9001, considerando a eficácia com eficiência de um SGQ;

Satisfaz todas as partes interessadas (clientes, organização,

fornecedores, colaboradores e outras), sendo os objetivos de

satisfação e Qualidade mais abrangentes que os da ISO 9001;

Não se destina à certificação, nem a guiar a implementação da

ISO 9001.

ISO 19011 – Diretrizes

para auditorias do

sistema de gestão da

qualidade e/ou

ambiental

Proporciona a orientação sobre os princípios de auditoria a SGQ

e de Gestão Ambiental;

Orientação sobre a competência dos auditores.

(Pires, 2010, p.10).

O estabelecimento da ISO 9001 se dá a partir da compreensão e aplicação

dos princípios e requisitos abordados por ela, conforme descritos no próximo tópico.

2.4.1 Princípios e requisitos

Segundo Tricker (2007) os princípios difundidos pela ISO 9001 baseia-se

nos mesmos princípios difundidos pela GQT, sendo compreendido em oito fatores:

foco no consumidor, liderança, envolvimento das pessoas, abordagem de

processos, abordagem sistêmica para a gestão, melhoria contínua, tomada de

decisões baseadas em fatos e benefícios mútuos nas relações com fornecedores.

O primeiro princípio “foco no cliente” diz respeito a capacidade da

organização em compreender as necessidades de seus clientes, e diante disso

atender aos seus requisitos e empenhar-se em exceder suas expectativas. O

estabelecimento desse princípio gera maior satisfação e fidelidade dos clientes,

além de permitir a organização prover respostas rápidas e flexíveis às

oportunidades do mercado.

O segundo princípio “liderança” diz respeito a capacidade da organização

em firmar uma unidade de propósitos, provendo clareza a compreensão das razões

na qual os colaboradores tomam como motivação para alcance dos resultados.

Page 63: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

43

O terceiro princípio “envolvimento das pessoas”, diz respeito a capacidade

da organização em promover o comprometimento das pessoas em prol da melhoria

contínua e alcance dos objetivos organizacionais.

O quarto princípio “abordagem de processos”, diz respeito a capacidade da

organização em utilizar a abordagem processual no gerenciamento das atividades

e recursos, provendo alcance aos resultados de forma mais eficiente, o que

consequentemente leva a redução de custos devido a otimização no uso dos

insumos e das ferramentas produtivas.

O quinto princípio “abordagem sistêmica para a gestão”, diz respeito a

capacidade da organização em identificar, compreender e gerenciar os processos

organizacionais como um sistema, favorecendo a integração e alinhamento dos

processos de negócio, facilitando o alcance eficiente e eficaz das metas e objetivos.

O sexto princípio “melhoria contínua”, diz respeito a capacidade da

organização em estabelecer este princípio como um objetivo permanente,

provendo recursos para tal fim, conferindo a empresa rapidez e flexibilidade de

reação as oportunidades do mercado.

O sétimo princípio “tomada de decisões baseadas em fatos”, diz respeito a

capacidade da organização em pautar seus processos decisórios nas análise de

dados e demais informações sobre o desempenho produtivo da organização, de

forma que estas possam ser revisadas e discutidas.

O oitavo princípio “benefícios mútuos nas relações com os fornecedores”,

diz respeito a capacidade da organização em promover fluidez e proximidade nas

relações com seus fornecedores afim de aumentar a capacidade de criação de

valor para ambos, via otimização de custos e habilidade de reação rápida às

mudanças das necessidades e expectativas dos clientes e do mercado.

Quanto aos requisitos da norma ISO 9001, elas estão enquadradas em

cincos seções: 1) sistema de gestão da qualidade, 2) responsabilidade da

administração, 3) gestão de recursos, 4) realização do produto e 5) medição,

análise e melhoria. A composição e descrição de cada requisito, conforme explicita

a ABNT (2008, p.2-14), poderá ser observada no Anexo “C” deste estudo.

Page 64: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

44

Segundo a ABNT (2008) o atendimento desses requisitos permite a

organização adotar uma abordagem de processo para o desenvolvimento,

implementação e melhoria da eficácia de um sistema de gestão da qualidade, o

que possibilita realizar a satisfação do cliente através do atendimento as suas

necessidades. A Figura 15 ilustra como se dá a integração de todos os requisitos

da norma.

Figura 15 Modelo de um SGQ baseado em processo (ABNT, 2008, p.7).

A consolidação desse modelo, permite que o SGQ seja incluído em um

processo de melhoria contínua, gerando diversos benefícios a organização,

dependente da motivação para adoção desses sistemas. As motivações para

adoção e os benefícios gerados por esses sistemas serão abordados no próximo

tópico.

2.4.2 Motivações e benefícios

As motivações para a adoção da ISO 9001 corresponde as razões pelas

quais as organizações implantaram a normativa. Segundo Jones et al. (1997) e

Yahya & Goh (2001), essas motivações estão divididas em três categorias:

“desenvolvimentista”, “não-desenvolvimentista” e “mistas”.

Page 65: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

45

As organizações nas quais se enquadram na primeira categoria tem suas

motivações pautadas nos objetivos internos da organização, tais como, melhorias

nos processos internos e no desempenho do negócio. As que se enquadram na

segunda categoria teve suas motivações pautadas em aspectos mercadológicos,

tais como, demanda de clientes ou requisitos de fornecedores. Quanto a categoria

mista, contemplaria ambas as motivações, ou seja, a categoria

“desenvolvimentista” corresponde as razões também chamadas pela literatura

científica de “internas” e categoria “não-desenvolvimentista” as razões também

chamadas de “externas” (ZARAMDINI, 2007). Em continuação, o Quadro 08

identificará e classificará (quanto sua tipologia), dezenove motivações para

implantação da ISO, conforme relatados na literatura científica.

Quadro 08 Motivações para certificação ISO 9000

Motivações Class. Fontes

1) Decisões da alta

direção Interno

Brown et al. (1998), Carlsson e Carlsson (1996),

Escanciano et al. (2001)

2) Melhoria na qualidade

dos produtos/serviços Interno

Buttle (1997), Carlsson e Carlsson (1996),

Ebrahimpour et al. (1997), Escanciano et al. (2001),

Llopis e Tari (2003), Poksinska et al. (2002), Singels et

al. (2001)

3) Melhoria dos

processos e

procedimentos

Interno

Bryde and Slocock (1998), Carlsson and Carlsson

(1996), Ebrahimpour et al. (1997), Escanciano et

al.(2001), Jones et al. (1997), Krasachol et al. (1998),

Lee (1998)

4) Melhoria na

produtividade e/ou

eficiência

Interno Brown et al. (1998), Bryde e Slocock (1998) Carlsson

e Carlsson (1996), Llopis e Tari (2003)

5) Redução de incidentes,

rejeições e reclamações Interno Carlsson e Carlsson (1996), Llopis e Tari (2003)

6) Iniciação para GQT Interno

Brown et al. (1998), Bryde e Slocock (1998), Carlsson

e Carlsson (1996), Escanciano et al. (2001) Krasachol

et al. (1998), Llopis e Tari (2003)

7) Redução dos custos

internos Interno

Buttle (1997), Carlsson e Carlsson (1996), Escanciano

et al. (2001)

Page 66: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

46

8) Melhorar a

comunicação dentro da

organização

Interno Ebrahimpour et al. (1997)

9) Melhorar a relação

entre gestores e

colaboradores

Interno Ebrahimpour et al. (1997)

10) Uso como

instrumento

promocional/marketing

Externo Brown et al. (1998), Escanciano et al. (2001), Jones et

al. (1997), Singels et al. (2001)

11) Manter ou ampliar a

participação no mercado Externo

Bryde e Slocock (1998), Carlsson e Carlsson (1996),

Escanciano et al. (2001), Krasachol et al. (1998),

Singels et al. (2001)

12) Demanda ou pressão

dos clientes Externo

Bryde e Slocock (1998), Carlsson e Carlsson (1996),

Ebrahimpour et al. (1997), Escanciano et al. (2001),

Jones et al. (1997), Krasachol et al. (1998), Lee (1998),

Singels et al. (2001)

13) Vantagem competitiva Externo

Brown et al. (1998), Bryde e Slocock (1998), Carlsson

e Carlsson (1996), Ebrahimpour et al. (1997),

Escanciano et al. (2001), Jones et al. (1997), Krasachol

et al. (1998), Lee (1998), Singels et al. (2001)

14) Requisito para

competição no setor Externo

Brown et al. (1998), Escanciano et al. (2001), Jones et

al. (1997), Lee (1998), Singels et al. (2001)

15) Os concorrentes

detém a certificação Externo Ebrahimpour et al. (1997), Escanciano et al. (2001)

16) Entrada em um novo

mercado Externo

Carlsson e Carlsson (1996), Escanciano et al. (2001),

Singels et al. (2001)

17) Ser um modelo para

os fornecedores Externo Brown et al. (1998), Bryde e Slocock (1998)

18) Melhorar a imagem

pública da organização Externo

Ebrahimpour et al. (1997), Escanciano et al. (2001),

Jones et al. (1997)

19) Requerido pelo

governo Externo

Carlsson e Carlsson (1996), Huarng et al. (1999),

Singels et al. (2001)

(Zaramdini, 2007, p.475).

Page 67: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

47

Quanto aos benefícios, segundo a ISO (2013, p.1) as normativas ISO

possibilitam que “os produtos e serviços serão seguros, confiáveis e de boa

qualidade”, proporcionando as empresas ferramentas estratégias que reduzam os

custos via minimização de desperdícios e erros. No geral os SGQ pautados na ISO

provém de melhor produtividade, auxiliando a organização prospectar novos

mercados.

A literatura científica mostra que esses benefícios, assim como as

motivações, detém as classificações de “interno” e “externo”. O Quadro 09 identifica

e classifica vinte benefícios relatados em diversos estudos.

Quadro 09 Benefícios da certificação ISO 9000

Benefícios Class. Fontes

1) Melhoria na qualidade

dos produtos/serviços

Interno Arauz e Suziki (2004), Brown et al. (1998),

Escanciano et al. (2001), Singels et al. (2001)

2) Redução de incidentes,

rejeições e reclamações

Interno Arauz e Suziki (2004), Escanciano et al. (2001)

3) Aumento da

produtividade / eficiência

Interno Buttle (1997), Dick (2000), Gotzamani e Tsiotras

(2002), Ha¨versjo¨ (2000), Jones et al. (1997), Lee

(1998), Santos e Escanciano (2002)

4) Redução de custos

internos

Interno Arauz e Suziki (2004), Buttle (1997), Escanciano et

al. (2001)

5) Melhoria da

rentabilidade

Interno Arauz e Suziki (2004), Buttle (1997), Dick (2000),

Gotzamani e Tsiotras (2002), Haversjo (2000), Jones

et al. (1997), Lee (1998), Santos e Escanciano (2002)

6) Aumento da motivação

dos colaboradores e

retenção

Interno Buttle (1997), Brown et al. (1998), Escanciano et al.

(2001), Gotzamani e Tsiotras (2002), McLachlan

(1996)

7) Colaboradores tornam-

se mais conscientes da

qualidade

Interno Brown et al. (1998), Chow-Chua et al. (2003), Dick

(2000), Quazi e Padibjo (1998), Tsiotras e Gotzamani

(1996)

8) Melhoria nos processos

e procedimentos

Interno Arauz e Suziki (2004), Chow-Chua et al. (2003),

Poksinska et al. (2002)

Page 68: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

48

9) Eliminação do

retrabalho

Interno Chow-Chua et al. (2003), McLachlan (1996)

10) Melhoria no ambiente

de trabalho

Interno Escanciano et al. (2001)

11) Melhoria no

atendimento do cliente

Interno Arauz and Suziki (2004), Buttle (1997)

12) Aumento da satisfação

do cliente

Externo Arauz e Suziki (2004), Buttle (1997), Lee (1998),

McLachlan (1996), Gotzamani e Tsiotras (2002),

Quazi e Padibjo (1998)

13) Redução das

reclamações citadas pelos

clientes

Externo Buttle (1997), Escanciano et al. (2001)

14) Expansão para

mercados internacionais

Externo Chow-Chua et al. (2003), Brown et al. (1998), Buttle

(1997)

15) Maior vantagem

competitiva

Externo Dick (2000), Gotzamani e Tsiotras (2002), McLachlan

(1996), Quazi e Padibjo (1998)

16) Efetividade nos

esforços

promocionais/marketing

Externo Buttle (1997)

17) Ampliação na

participação do mercado

Externo Brown et al. (1998), Dick (2000), Jones et al. (1997),

McLachlan (1996), Santos e Escanciano (2002)

18) Melhoria da qualidade

dos fornecedores

Externo Escanciano et al. (2001)

19) Maior cooperação com

os fornecedores

Externo Arauz e Suziki (2004), Escanciano et al. (2001)

20) Melhoria na imagem da

organização

Externo Chow-Chua et al. (2003), Tsiotras e Gotzamani

(1996), Vloeberghs e Bellens (1996)

(Zaramdini, 2007, p.477).

Para Escanciano et al. (2001) os benefícios mais importantes gerados pela

normativa discerne quanto a “melhoria no entendimento dos

processos/responsabilidades” e “na melhoria na imagem organizacional dentro dos

mercados”.

Page 69: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

49

Em continuidade, será abordado no último tópico deste referencial teórico, a

indústria vinculada a natureza das organizações participantes da pesquisa.

As informações abordadas em sequência comprovam o que foi descrito na

justificativa (tópico 1.3) sobre a alta competitividade no mercado automotivo

brasileiro, este por sua vez critério principal para a escolha destas organizações

como objeto de estudo. É importante ratificar que organizações que vivenciam alta

competividade precisam se diferenciar através da qualidade para estabelecer

presença e expansão no mercado, desta forma, como já foi dito, o desenvolvimento

e aplicação dos preceitos da qualidade em sua plenitude dependem do

estabelecimento de uma cultura organizacional orientada à qualidade.

Para tanto será relatado o contexto histórico-econômico que levou o

estabelecimento e expansão da indústria automotiva no Brasil, o cenário

mercadológico atual e o papel das concessionárias na cadeia automotiva.

2.5 A indústria automobilística brasileira

O primeiro carro motorizado visto em solo brasileiro foi um Peugeot de

propriedade de Alberto Santos Dumont, ainda jovem com 18 anos de idade, que

depois seria considerado o “pai da aviação”. Santos Dumont importou o automóvel

quando retornava de viagem à França, no ano de 1891. Anos depois, em 1904, 84

carros já tinham sidos registrados na Inspetoria Paulista de Veículos. Com isso, de

olho nesse novo mercado consumidor, a empresa Ford estabelece em 1919 a

primeira linha de montagem no país, instalando seu primeiro escritório na rua

Florêncio de Abreu, centro da cidade de São Paulo. Em sequência, no ano de 1925,

a General Motors abriu sua linha de montagem na mesma cidade, consolidando de

vez o automóvel como ator parte do cotidiano paulista. Em consequência da

implantação da atuação da Ford e GM duas décadas depois (1940) já circulava no

Estado de São Paulo 43.657 automóveis e 25.858 caminhões (SÃO PAULO, 2013).

Com a segunda guerra mundial, as importações de peças automotivas são

interrompidas, com isso as se vem obrigadas a parar suas operações, levando a

frota automotiva brasileira a decadência. Diante desses fatos o governo brasileiro

sentiu a necessidade de desenvolver um parque automotivo no qual possibilitasse

a fabricação de autos.

Page 70: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

50

Segundo Santiago (2012, p.1) o “verdadeiro nascimento da indústria

automotiva brasileira ocorre durante os governos de Getúlio Vargas e Juscelino

Kubitschek”. Cabeu a Vargas proibir a importação de veículos montados e criação

de obstáculos a importação de peças. Já Kubitschek competiu em 1956,

desenvolver políticas favoráveis ao desenvolvimento do setor, através do

lançamento do programa governamental “GEIA”.

O GEIA (Grupo Executivo da Indústria Automobilística), criado por Juscelino,

foi responsável pela: “política de estímulos fiscais para implantar a indústria

automobilística no Brasil”. No mesmo ano inaugurou-se no estado de São Paulo

primeira fábrica automotiva com motor nacional. Desde então o desenvolvimento

da indústria automotiva brasileira provocou um crescimento econômico no sudeste

superior as demais regiões brasileiras (BRASIL, 2013, p.1).

Desde 1956 foram registradas atividades de 37 montadoras de automóveis

no Brasil, destas 18 encontram-se ativas, nas quais 15 com produção continua e

revendas licenciadas (Agrale, Chevrolet, Citroën, Fiat, Ford, Honda, Hyundai,

Mahindra, Mitsubishi, Nissan, Peugeot, Renault, Tac Motors, Toyota, Troller-Ford e

Volkswagen) e 3 com produção sob encomenda, realizando vendas sob pedido

direto da fábrica (Charmonix, Lobini e San Vito). No anexo “A” desta pesquisa

encontra-se um Quadro que identifica as fabricantes, sua origem, sede e os

modelos que foram/são produzidos no Brasil, bem como o período de elaboração

desses carros e sua situação fabril.

Dos 244 modelos de automóveis com produção ativa (Anexo A), 72 são

fabricados em território nacional brasileiro, estando os demais modelos

comercializados no país advindos de importação. Das 31 unidades de produção

citadas no Anexo “A”, 27 unidades configuram-se em plantas produtivas de grande

porte vinculadas a Agrale (1), Chevrolet (3), Citroën (1), Fiat (1), Ford (4), Honda

(1), Hyundai (2), Mahindra (1), Mitsubishi (1), Nissan (1), Peugeot (1), Renault (1),

Tac Motors (1), Toyota (3), Troller-Ford (1) e Volkswagen (4).

Com o cenário mercadológico favorável a produção e consumo de

automóveis no Brasil, existem planos de alguns fabricantes de se estabelecerem,

e outros de ampliarem suas atividades produtivas no país. Esses planos e os

Page 71: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

51

fatores mercadológicos que proporcionaram a chegada de novas montadoras e

ampliação das já existentes serão evidenciados no próximo tópico

2.5.1 Cenário mercadológico atual

Dados da Scotiabank (Global Auto Report) confirma o Brasil como o 4º maior

do mundo em vendas de veículos (carros e comerciais leves) em 2013, estando

atrás de China, Estados Unidos, Japão e Índia (Quadro 10).

Quadro 10 Ranking de vendas de carros em 2013

Vendas (Em milhões) 2013

1º China 15.81

2º Estados Unidos 15.50

3º Alemanha 2.93

4º Brasil 2.81

5º Rússia 2.75

6º Índia 1.87

7º Canadá 1.75

8º México 1.06

(Scotiabank: Global Auto Report, 2013).

A posição expressiva no Ranking mostra a força do consumidor brasileiro,

que mesmo atingido pelas altas cargas tributárias fazendo dos carros

comercializados no país os mais caros do mundo (Leite, 2011), continuam gastando

suas economias na compra de automóveis.

Segundo Silva (2012) está mais fácil comprar um carro novo no Brasil.

Inúmeras são as facilidades creditícias oferecidas pelos bancos e montadoras aos

consumidores, além de que, as fabricantes cada vez mais atualizam seus modelos

em menores espaços de tempo, acentuando a desvalorização dos usados,

conduzindo o consumidor a compra dos novos modelos.

A crescente de potenciais clientes observado no mercado interno brasileiro,

resultado da renda familiar em ascensão, taxas de juros reduzidas e uma relação

ainda baixa entre o número de habitantes e o de veículos, justificam as boas

perspectivas para o mercado. No Brasil esta relação é de 6,1 habitantes por veículo,

muito acima de países como os Estados Unidos com 1,2 habitantes por veículo,

Page 72: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

52

Japão com 1,7, Alemanha com 1,8, México com 3,5 e a vizinha argentina com 3,5

habitantes por veículo. Em face a estes números a indústria automobilística

brasileira pretende aumentar em 60% sua capacidade de produção até 2016,

prevendo ampliar sua produção de automóveis e comerciais leves para 2 milhões

a mais do que foi feito em 2012, elevando sua capacidade de produção para 5,3

milhões de unidades por ano (CARNEIRO, 2012).

Para tanto, segundo as consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC), as

fabricantes prospectam investimentos na casa dos US$ 25 bilhões de dólares

(Carneiro, 2012). Proveniente desse cenário, já encontra-se em operação as novas

plantas produtivas da Sul Coreana Hyundai em Piracicaba/SP e da Japonesa

Toyota em Sorocaba/SP. Para entrada em operação nos próximos anos as

Chinesas Cherry e Jac Motors já definiram que suas fábricas estarão instaladas em

Jacareí/SP e Camaçari/BA respectivamente, a Italiana Fiat com sua unidade

prevista em Goiana/PE e a Norte-Americana Chevrolet em Joinville/SC listam-se

entre as novas fábricas automotivas em desenvolvimento (DIAS, 2012).

Além destas, as montadoras automotivas consideradas como marcas

“premium” por produzir carros de luxo também se interessam pelo mercado

brasileiro e planejam instalar espaços produtivos. A alemã BMW já definiu que terá

uma fábrica na cidade de Araquari/SC. Além da BMW, as também alemãs Audi e

Mercedes-Benz e a britânica Land Rover mencionaram que estão em fase de

estudo para implantar unidades de produção em solo brasileiro (NICOLETTI, 2013;

LAGUNA, 2013; FAGUNDES, 2013; MAGALHÃES, 2013).

Entre as montadoras instaladas no país e as que atuam através de

importação, configuram-se 50 opções de marcas de automóveis e veículos leves

disponíveis para compra pelo consumidor brasileiro. Destas, a forma de distribuição

é feita prioritariamente através de revendas autorizadas. O próximo tópico

evidencia as 50 fabricantes com concessionárias no Brasil, além de caracterizar

suas funções e relações com o consumidor brasileiro.

2.5.2. As concessionárias automotivas brasileiras

Segundo dados da FENABRAVE (2012) existem atualmente cerca de 7,2 mil

concessionárias de veículos comerciais leves nacionais e importados,

representando 48 montadoras, com 391 mil colaboradores diretos, gerando uma

Page 73: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

53

receita anual de R$ 237,8 bilhões em 2011, correspondendo a 5,7% do Produto

Interno Bruto – PIB do País”. O Quadro 11 identifica os fabricantes com revendas

autorizadas no Brasil, descrevendo sua origem e a fonte das produções.

Quadro 11 Fabricantes automotivas com revendas autorizadas no Brasil

Fabricantes com revendas

autorizadas no Brasil

Origem Fonte das produções

Agrale BRA Brasil

Aston Martin ING Inglaterra

Audi ALE Alemanha e Hungria

Bentley ING Inglaterra

BMW ALE Alemanha e EUA

Changan (Chana) RPC China

Chery RPC China

Chevrolet (General Motors) EUA Argentina, Austrália, Brasil, Canadá,

EUA e México

Chrysler EUA Canadá e EUA

Citroën FRA Argentina, Brasil, Espanha e França

Dodge EUA EUA

Effa Motors RPC China

Ferrari ITA Itália

Fiat ITA Argentina, Brasil e México

Ford EUA Brasil, Canadá e México

Hafei (Towner) RPC China

Honda JAP Brasil, Japão e México

Hyundai KOR Brasil e Coreia do Sul

Jac Motors RPC China

Jaguar GBR Grã-Bretanha

Jeep EUA EUA

Jinbei (Topic) RPC China

Kia KOR Coreia do Sul

Lamborghini ITA Itália

Land Rover GBR Grã-Bretanha

Lexus JAP Japão

Lifan RPC China

Mahindra IND Índia

Maserati ITA Itália

Page 74: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

54

Mercedes-Benz ALE Alemanha e EUA

Mini ING Inglaterra

Mitsubishi JAP Brasil, Japão e Tailândia

Nissan JAP Brasil e México

Peugeot FRA Argentina, Austrália e Brasil

Porsche ALE Alemanha

RAM EUA EUA

Renault FRA Argentina e Brasil

Rolls Royce ING Inglaterra

Shineray RPC China

Smart ALE França

SsangYong KOR Coreia do Sul

Subaru JAP Japão

Suzuki JAP Japão

Tac Motors BRA Brasil

Toyota JAP Argentina, Brasil e Japão

Troller-Ford BRA Brasil

Volkswagen ALE Alemanha, Argentina, Brasil e México

Volvo SUE Suécia

O negócio das concessionárias automotivas brasileiras formam um sólido

segmento de mercado, e suas funções estão concentradas em quatro serviços: 1)

vendas de carros novos, 2) vendas de carros usados, 3) vendas de peças e

acessórios e 4) serviço de manutenção/oficina (LIMA, 2009).

O primeiro serviço corresponde ao propósito primário das concessionárias,

que é de comercializar automóveis de determinada montadora a qual concede

licença para revenda. O segundo serviço corresponde a venda de carros usados,

que em sua maioria acontece em função da recepção destes como parte do

pagamento para aquisição de um novo automóvel. O terceiro serviço corresponde

a comercialização de peças e acessórios para manutenção e incremento dos autos

vendidos, bem como suprimento às oficinas automotivas terceiras que prestam

serviços aos veículos da marca. O quarto e último serviço, corresponde ao

propósito secundário das concessionárias que é de prover ações de manutenção

aos veículos vendidos, garantindo o direito a garantia dos carros vendidos.

DIÓGENES et al. (2013).

Page 75: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

55

3 MÉTODO

Nesta seção são descritos o passos metodológicos necessários a execução

da pesquisa. Para Silva & Menezes (2005) a função da metodologia é mostrar como

andar no “caminho das pedras” da pesquisa, ajudando o pesquisador a refletir e

instigar um novo olhar sobre o mundo, este por sua vez curioso, indagador e

criativo.

Em continuidade será revelado a caracterização da pesquisa, a população e

amostra contemplada, o instrumento de coleta de dados utilizado, o estudo piloto

para validação do instrumento, o formato em que os dados serão analisados e por

fim as limitações do estudo.

3.1 Caracterização da pesquisa

Segundo Gil (2008), a pesquisa é um processo formal e sistemático de

desenvolvimento do método científico, que tem como objetivo fundamental

descobrir respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos

científicos. É classificada quanto sua natureza, abordagem, objetivos, e

procedimentos técnicos.

Quanto a natureza, esta pesquisa é considerada aplicada. A pesquisa

aplicada segundo Barros & Lehfeld (2000, p.78) motiva-se a partir da necessidade

de produzir conhecimento para aplicação de seus resultados, com objetivo de

“contribuir para fins práticos, visando à solução mais ou menos imediata do

problema encontrando a realidade”. Appolinário (2004, p. 152) ressalta que

pesquisas aplicadas tem o objetivo de “resolver problemas ou necessidades

concretas e imediatas”.

Quanto a abordagem, esta pesquisa é considerada “quantitativa”. A referida

abordagem considera que tudo pode ser quantificável, ou seja, é a ação de

interpretar números para geração de opiniões. Para tanto requer a utilização de

ferramentas estatísticas (SILVA E MENEZES, 2005).

Em relação aos objetivos esta pesquisa é exploratória, pois segundo Roesch

(2007) busca examinar um fenômeno dentro do contexto no qual está inserido. Gil

(2008) confirma que a pesquisa exploratória tem como objetivo levantar

conhecimento sobre um assunto ainda pouco conhecido.

Page 76: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

56

Do ponto de vista aos procedimentos técnicos esta pesquisa é bibliográfica

e documental, utilizando-se de uma “survey” para o desenvolvimento dos objetivos

propostos.

É bibliográfica pelo fato de sua elaboração ser configurada a partir de

trabalhos científicos já publicados, que por sua vez foram coletados via internet

através de acesso a várias bases de dados associadas ao portal de periódicos da

capes, como também captados a partir de acesso a bancos virtuais de teses e

dissertações de universidades públicas brasileiras. É documental por ser elaborada

em base de materiais que não receberam tratamento analítico.

É considerada uma "survey" por envolver a padronização de instrumentos

de coleta de dados, que foram aplicados diretamente às pessoas de uma população

específica, cujo comportamento e características desejou-se conhecer (FORZA,

2002).

A Figura 16 deixa claro a caracterização dada a pesquisa, apontando sua

natureza, abordagem, objetivos, procedimentos técnicos utilizados.

Figura 16 Caracterização da pesquisa

Quanto a Natureza

Básica ou Aplicada?

APLICADA

Quanto aos Objetivos

Exploratória, Descritiva ou Explicativa?

EXPLORATÓRIA

Quanto aos Procedimentos

Bibliográfica, Documental, Experimental e

Operacional.

Estudo de Caso, Survey, Pesquisa-Ação,

Pesquisa Participante, Pesquisa Expost-

Facto.

BIBLIOGRÁFICA E

DOCUMENTAL

SURVEY

Quanto a Abordagem

Qualitativa, Quantitativa ou Quali-quanti?

QUANTITATIVA

Page 77: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

57

3.2 População e amostra

Inicialmente a população-alvo pesquisada incluiu 83 concessionárias

possuidoras de certificação ISO 9001, atuantes na comercialização e pós-vendas

de automóveis e comerciais leves, conforme documentos disponíveis na base de

dados do Comitê Brasileiro da Qualidade (CB-25) vinculado a Associação Brasileira

de Normas Técnicas (ABNT). A consulta no sistema foi realizada no dia 30 de

outubro de 2013, uma semana antes de iniciar a veiculação do questionário.

Entretanto, das 83 concessionárias apontadas pelo CB-25, verificou-se através de

contato telefônico que 3 delas encontram-se inativas, retificando a população-alvo

pesquisa em 80 concessionárias. A lista comprobatória desta consulta encontra-se

disponível no Anexo “B” desta pesquisa.

A pesquisa aconteceu de forma censitária, entretanto após o período de

coleta de dados evidenciou-se a participação de 32 concessionárias,

correspondendo a uma taxa de resposta de 40%. A taxa de resposta obtida foi

considerada suficiente por ser igual ou superior a taxa de resposta de outros

estudos realizados sobre o tema (Baird et al., 2011; Kaynak, 2003; Das et al., 2000;

Samson e Terziovski, 1999; Terziovski e Samson, 1999; Choi e Eboch, 1998;

Terziovski et al. 1997).

3.3 Instrumento de coleta de dados

O instrumento de investigação utilizado no estudo foi um questionário.

Parasuraman (1991) cita que um questionário é tão somente um conjunto de

questões, feito para gerar os dados necessários para se atingir os objetivos do

estudo. Dencker (1998) ressalta que a escolha desse instrumento orienta-se pela

necessidade de obter informações em formato ordenado e sistemático, a respeito

de variáveis relacionadas a uma amostra selecionada que possa ter intervenção

sobre a pesquisa a ser realizada.

O questionário utilizado na pesquisa foi formatado pelo autor estando sua

composição dividida em cinco partes. A primeira parte correspondeu a uma

mensagem introdutória, de caráter explicativo, no qual buscou ratificar a

contribuição da pesquisa para o desenvolvimento da organização, ressaltando a

confidencialidade das informações recolhidas (Apêndice A). A segunda parte

promoveu indagações sobre o perfil do gestor. A terceira parte promoveu

Page 78: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

58

indagações para levantar características da aplicação da ISO 9001 na organização,

concentrada na identificação dos motivos e benefícios gerados pelo sistema

descritos por Zarandini (2007). A quarta parte avaliou a adoção das práticas de

GQT, conforme metodologia dos quatro fatores de práticas da gestão da qualidade

total (em inglês: four core TQM practices) proposto por Kaynak (2003). E por fim, a

quinta parte do questionário promoveu o diagnóstico da cultura organizacional de

acordo com a metodologia da identificação do perfil cultural organizacional (em

inglês: OCP Instrument), desenvolvido por O´Reilly et al. (1991). O questionário

pode ser visualizado no Apêndice “B”.

A estruturação das indagações contidas na primeira e segunda parte do

questionário seguiram a opção de múltipla escolha. Já a estruturação das

perguntas contidas na terceira e quarta parte foram feitas em base a uma escala

ordinal de concordância, do tipo Likert, de 5 pontos variando de 1 (muito baixo) a 5

(muito alto). Segundo Mattar (2001) as principais vantagens da escala Likert em

relação às outras, discerne quanto a simplicidade de construção, o uso de

afirmações que não estão explicitamente ligadas à atitude estudada, permitindo a

inclusão de qualquer item que se verifique, empiricamente, ser coerente com o

resultado final, e ainda, a amplitude de respostas permitidas apresenta informação

mais precisa da opinião do respondente em relação a cada afirmação.

A fase de coleta de dados aconteceu em quatro momentos. O primeiro

momento correspondeu a apresentação da pesquisa (via telefone) aos gestores,

ressaltando os benefícios potenciais para a organização, e consequentemente,

identificar o seu e-mail de contato para envio do questionários. O segundo momento

foi a adaptação do questionário na plataforma on-line SurveyMonkey

(https://pt.surveymonkey.com/), para iniciar o envio sistemático do questionários

nos e-mails coletados. O terceiro momento correspondeu ao envio dos

questionários via plataforma e-mail do SurveyMonkey, onde foi expedida

requisições individuais de respostas aos 83 gestores contactados. O quarto

momento correspondeu ao acompanhamento e controle destas requisições,

reenviando as solicitações de respostas à aqueles que até então não tinham

respondido o questionário. O reenvio dessas requisições (quarto momento),

aconteceu em 6 rodadas, cada uma em intervalos de 10 dias, acompanhadas de

Page 79: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

59

ligações telefônicas, as quais buscou ressaltar a importância da pesquisa para o

desenvolvimento organizacional das concessionárias participantes e com isso

ratificar o comprometimento do gestor em contribuir com o estudo. Ao final das 6

rodadas (60 dias de veiculação), encerrou-se a coleta de dados, confirmando a

participação de 32 concessionárias, em um total de 80 consultadas.

3.4 Estudo piloto

O questionário foi submetido a teste piloto, envolvendo 2 das 80

organizações que compõe a população desse estudo. Esse teste foi executado em

loco, permitindo questionar aos gerentes sobre a clareza das indagações

propostas, possibilitando modificar a abordagem utilizada nas questões caso

existisse dificuldade na interpretação dos enunciados, o que não foi registrado.

3.5 Análise dos dados

Segundo Lakatos & Marconi (1991, p.167) a análise e compreensão dos

dados representam o núcleo central da pesquisa, sendo a “aplicação lógica

dedutiva e indutiva do processo de investigação”.

O instrumento de coleta foi formatado em uma escala “Likert”, na qual

fornece uma vasta gama de dados, característico da pesquisa quantitativa. Desta

forma a análise dos dados aconteceu através do software estatístico IBM Statistical

Package for the Social Sciences (SPSS), versão 21. Quanto ao método estatístico

foi utilizada a estatística descritiva para representação dos dados em frequência

percentual (FP) e nível padrão (NP).

A estatística descritiva foi utilizada com os dados provenientes da segunda

parte do questionário mostrando a sumarização percentual os dados, necessário

para elaboração do perfil situacional da ISO. Já na interpretação dos dados

provenientes da terceira e quarta parte do questionário a estatística descritiva foi

utilizada para indicar a mediana, necessário para a descrição percentual dos dados

e cálculo do NP.

O nível padrão foi utilizado para resumir em um valor (entre -10 e 10) o níveis

de adoção as práticas de qualidade em cada fator e o nível de predominância

cultural em cada dimensão, possibilitando uma leitura geral dos dados coletados.

Para efeito interpretativo os valores de NP entre -10 e -7 (nível muito baixo), entre

Page 80: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

60

-6 e -2 (nível baixo), entre -1 e 2 corresponde nível mediano, entre 3 e 6 (nível alto)

e entre 7 e 10 (nível muito alto). Ainda para efeito interpretativo, quanto a adoção

as práticas da qualidade, o níveis muito baixo, baixo e mediano será considerando

“insatisfatório”, o nível alto será considerado “satisfatório” e o nível muito alto será

considerado “ideal”. Quanto a predominância cultural em cada dimensão, o nível

muito baixo, baixo e mediano será considerado como “frágil”, o nível alto será

considerado como “forte” e o nível muito alto será considerado como “robusto”.

O cálculo do NP procedeu a partir da Equação 01:

𝑁𝑃 =[(𝑁1 × −10) + (𝑁2 × −5) + (𝑁3 × 0) + (𝑁4 × 5) + (𝑁5 × 10)]

𝑁 (𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑜𝑏𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎çõ𝑒𝑠)

Equação 01 Equação para cálculo do NP

Onde: “N1, N2, N3, N4 e N5” corresponde ao número de concessionárias

com nível de adoção/predominância) respectivamente em muito baixo, baixo,

mediano, alto e muito alto no fator/dimensão avaliado.

Por fim, como ponto referencial para apontar a existência ou não de uma

cultura da qualidade nas concessionárias, objetivo geral desta pesquisa, será

utilizado a qualificação “forte” ou “robusta” em pelo menos uma das quatro

dimensões culturais apontadadas por Baird et.al, (2011) como propícias a adoção

as práticas da qualidade, as quais são: orientação a resultados, atenção aos

detalhes, trabalho em equipe/respeito pelas pessoas e inovação.

3.6 Limitações

Quantos as limitações da pesquisa, destacaram-se duas. A primeira está

relacionada com a carga de trabalho dos gerentes. A maioria dos gerentes

contactados citaram possuir uma alta carga de trabalho, o que segundo eles

impossibilitava reservar tempo para responder o questionário. A segunda está

relacionada com a percepção de relevância da pesquisa pelos gerentes. Na

tentativa de minimizar as limitações citadas, nos contatos efetuados com os

gerentes, deixou-se claro que seria necessário a dedicação de 20 minutos para

responder o questionário, e procurou-se ratificar a temática nova abordada pelo

estudo, bem como sua abrangência nacional, ressaltando que os resultados

gerados poderiam ser utilizados como parâmetros para melhoria gerencial.

Page 81: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

61

4 RESULTADOS E ANÁLISE DOS DADOS

Primeiramente será descrito e analisado o perfil situacional da ISO 9001

encontrado nas 32 concessionárias respondentes. Por sequente esta seção trará

os resultados a respeito dos níveis de adoção às práticas da qualidade, verificando

se os mesmos encontram-se satisfatórios. E por fim esta seção descreverá o perfil

cultural das concessionárias, verificando sua orientação à adoção as práticas da

qualidade.

4.1 Perfil situacional da ISO 9001

O perfil situacional em questão constará de informações sobre a adoção a

certificação, envolvendo detalhes como: o ano em que a ISO foi aplicada? Que

princípios elencados pela ISO foram mais enfatizados em seu desenvolvimento?

quais as motivações estimularam as concessionárias a implantar a ISO? Que

benefícios as concessionárias vem encontrando na utilização da ISO? Existe

interesse em manutenção/renovação da pelas concessionárias.

4.1.1 Ano de implantação

A implantação da ISO nas concessionárias em boa parte aconteceu a partir

do ano de 2007, destas a maioria concentrou-se nos anos de 2009, 2010 e 2011

com 4, 7 e 6 certificações respectivamente. O gráfico 01 dispõe detalhadamente

em que ano a ISO foi implantada, tendo como base as 32 concessionárias

pesquisadas.

Gráfico 01 Ano de implantação da ISO

.

4.1.2 Princípios elencados pela ISO enfatizados

Dos 8 princípios contidos na ISO, conforme apontamentos de Tricker (2007),

foi perguntado aos gestores, quais destes 8 compõe os 5 mais influentes no

desenvolvimento da ISO em suas unidades de trabalho. Os resultados mostraram

23

67

43 3

01

0 0 0 0 0 01

2

0 0 0 0 0 0 0

Page 82: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

62

em primeiro lugar com 100% de indicações que o princípio “melhoria contínua dos

processos e produtos” é visualizado como prioritário na consolidação da ISO,

seguido por “foco no cliente” na segunda posição com 87,5%, “envolvimento dos

funcionários com o trabalho” na terceira posição com 84.4%, “abordagem de

processos” na quarta posição com 68,8% e na quinta posição o princípio “tomada

de decisões baseadas em fatos” com 56,3% das indicações. O Quadro 12 dispõe

detalhadamente a frequência de indicação dos 8 princípios promovidos pela ISO.

Quadro 12 Princípios abordados pela ISO 9001 enfatizados nas concessionárias

Princípios Respostas em % e Nº

1) Melhoria contínua dos processos e produtos 100,0% 32

2) Foco no cliente 87,5% 28

3) Envolvimento dos funcionários com o trabalho 84,4% 27

4) Abordagem de processos 68,8% 22

5) Tomada de decisões baseadas em fatos 56,3% 18

6) Abordagem sistêmica para a Gestão 34,4% 11

7) Liderança 31,3% 10

8) Benefícios mútuos nas relações com os fornecedores 18,8% 6

4.1.3 Motivos para implantação

Dos 19 motivos evidenciado por Zaramdini (2007) que levam organizações

implantar ISO, foi perguntado aos gestores quais os 5 motivos mais preponderantes

na decisão de aplicação da ISO em suas unidades de negócios.

Os resultados apontaram que todas as 5 motivações mais indicadas é de

qualificação “interna”, sendo a primeira motivação a busca de “Melhoria na

qualidade dos produtos e serviços” com apontamento de 78,1% dos entrevistados,

em sequência a segunda motivação foi a busca de “melhorar os processos e

procedimentos” novamente com apontamento de 78,1%, em terceiro a motivação

foi a pretensão de “melhoria na produtividade e eficiência” com apontamento de

62,5%, em quarto ficou a motivação promover “iniciação para a gestão da qualidade

total” com apontamento de 46,9%, e em quinto a motivação mais apontada foi

aplicação da ISO por “decisão da alta direção” com confirmação de 43,8% dos

gestores entrevistados. O Quadro 13 dispõe detalhadamente a frequência de

indicação dos 19 motivos que levaram as concessionárias a implantar a ISO 9001.

Page 83: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

63

Quadro 13 19 Motivos que levam as organizações implantar a ISO 9001

Motivos Tipo Respostas em % e Nº

1) Melhoria na qualidade dos produtos e serviços Interno 78,1% 25

2) Melhoria dos processos e procedimentos Interno 78,1% 25

3) Melhoria na produtividade e eficiência Interno 62,5% 20

4) Iniciação para Gestão da qualidade total Interno 46,9% 15

5) Decisão da alta direção Interno 43,8% 14

6) Redução de incidentes, rejeições e

reclamações

Interno 28,1% 9

7) Melhorar a relação entre gestores e

funcionários

Interno 28,1% 9

8) Geração de vantagem competitiva Externo 21,9% 7

9) Melhorar a imagem pública da Concessionária Externo 15,6% 5

10) Manter ou ampliar a participação no mercado Externo 12,5% 4

11) Requisito para competição no setor Externo 12,5% 4

12) Redução de Custos Interno 12,5% 4

13) Uso como instrumento

promocional/marketing

Externo 3,1% 1

14) Os concorrentes possuem a ISO 9001 Externo 3,1% 1

15) Entrada em um novo mercado Externo 3,1% 1

16) Melhorar a comunicação entre funcionários Interno 3,1% 1

17) Demanda ou pressão dos clientes Externo 0,0% 0

18) Modelo de gestão para os fornecedores Externo 0,0% 0

19) Exigência do Governo Externo 0,0% 0

4.1.4 Benefícios gerados

Dos 20 benefícios levantados por Zaramdini (2007) que geram melhorias nas

organizações detentoras da ISO, foi perguntado aos gestores quais os 5 benefícios

vem se destacando no ambiente de trabalho. Os resultados mostraram que 4 dos

5 benefícios mais citados qualificam-se como “interno”, sendo apenas o terceiro

enquadrado dentro dos benefícios “externo”.

Em primeiro lugar com 71,9% de indicações, tem-se o benefício “melhoria

na qualidade dos produtos/serviços”. Em segundo lugar novamente com 71,9% de

indicações, tem-se o benefício “melhoria no atendimento do cliente”. Em terceiro

lugar com 65,6%, tem-se o benefício “aumento na satisfação do cliente”, ratificando

que este entre os cinco destacados é o único qualificado como um benefício

Page 84: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

64

“externo”. Em quarto lugar com 53,1%, tem-se o benefício “melhoria nos processos

e procedimentos de trabalho”. Em quinto lugar com 34,4% de indicações, tem-se o

benefício “aumento da produtividade e eficiência”.

O Quadro 14 dispõe detalhadamente a frequência de indicação dos 20

benefícios que vem sendo encontrados pelas concessionárias na incorporação da

ISO em seus processos gerenciais.

Quadro 14 Benefícios gerados pela adoção da ISO 9001:2008 apontados pelas concessionárias

Benefícios Tipo Respostas em % e Nº

1) Melhoria na qualidade dos produtos/serviços Interno 71,9% 23

2) Melhoria no atendimento do cliente Interno 71,9% 23

3) Aumento na satisfação do cliente Externo 65,6% 21

4) Melhoria nos processos e procedimentos de

trabalho

Interno 53,1% 17

5) Aumento da produtividade e eficiência Interno 34,4% 11

6) Redução das reclamações dos clientes Externo 31,3% 10

7) Funcionários tornam-se mais conscientes quanto a

importância da qualidade

Interno 31,3% 10

8) Geração de vantagem competitiva Externo 25,0% 8

9) Eliminação do retrabalho Interno 21,9% 7

10) Melhoria na imagem da Concessionária Externo 18,8% 6

11) Aumento na motivação dos funcionários e

diminuição da rotatividade

Interno 15,6% 5

12) Melhoria da rentabilidade Interno 12,5% 4

13) Redução de incidentes, rejeições e reclamações

dos funcionários

Interno 6,3% 2

14) Melhoria no ambiente de trabalho Interno 6,3% 2

15) Redução de custos internos Interno 0,0% 0

16) Expansão para mercados internacionais Externo 0,0% 0

17) Efetividade nos esforços promocionais/marketing Externo 0,0% 0

18) Ampliação na participação do mercado Externo 0,0% 0

19) Melhoria da qualidade dos fornecedores Externo 0,0% 0

20) Maior cooperação com os fornecedores Externo 0,0% 0

4.1.5 Interesse em renovação

Quanto ao interesse em manter e renovar a ISO, todas as 32

concessionárias participantes da pesquisa apontaram que o sistema de gestão em

Page 85: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

65

questão vem contribuindo para a melhoria do processo gerencial da qualidade,

como mostra o Quadro 15.

Quadro 15 Interesse em manter/renovar a ISO

Manutenção/Renovação da Isso Respostas em % e Nº

Não (a ISO não contribui para o processo de melhoria da

qualidade)

0,0% 0

Sim (a ISO contribui para o processo de melhoria da

qualidade)

100,0% 32

4.2 Níveis de adoção as práticas da qualidade

Conforme o instrumento de identificação do nível de adoção às práticas da

qualidade proposto por Kaynak (2003), do inglês Four Core TQM Practices (Quatro

Fatores das Práticas da Qualidade), esta seção mostrará em que nível as práticas

da qualidade vem sendo adotadas pelas 32 concessionárias participantes do

estudo.

Em uma análise geral, de acordo com o nível padrão (NP), três dos quatro

fatores das práticas da qualidade avaliados (dados e relatórios da GQ,

desenvolvimento dos produtos e serviços, e gestão de processos) apontaram

adoção em NP 6, o que corresponde a um nível alto de adoção (NP entre 3 e 6).

Já o fator gestão da qualidade dos fornecedores apresentou NP 2, o que

corresponde a um nível mediano de adoção (NP entre -1 e 2).

Em uma análise detalhada, das 32 concessionárias participantes do estudo,

8 (25%) indicaram adotar as práticas da qualidade contidas no fator “dados e

relatórios da GQ” em nível 5 (muito alto) e 24(75%) em nível 4 (alto).

Quanto as práticas da qualidade contidas no fator “gestão da qualidade dos

fornecedores”, 2 (6,25%) das concessionárias apontaram adotar estas práticas em

nível 5 (muito alto), 14 (43,75%) em nível 4 (alto), 13 (40,63%) em nível 3 (mediano)

e 3 (9,38%) em nível 2 (baixo).

Quanto as práticas da qualidade contidas no fator “desenvolvimento dos

produtos e serviços”, 13 (40,63%) das concessionárias apontaram adotar estas

Page 86: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

66

práticas em nível 5 (muito alto), 15 (46,88%) em nível 4 (alto), 3 (9,38%) em nível

3 (mediano) e 1 (3,13%) em nível 2 (baixo).

Por fim, quanto práticas da qualidade contidas no fator “gestão de

processos”, 13 (40,63%) das concessionárias apontaram adotar estas práticas em

nível 5 (muito alto), 15 (46,88%) em nível 4 (alto) e 4 (12,50%) em nível 3 (mediano).

Quadro 16 Resumo por fatores dos níveis de adoção das práticas da qualidade

Fatores Níveis

N1 N2 N3 N4 N5 NP

1) Dados e relatórios da

GQ

0

(0%)

0

(0%)

0

(0%)

24

(75%)

8

(25%) 6

2) Gestão da qualidade dos

fornecedores

0

(0%)

3

(9.38%)

13

(40,63%)

14

(43,75%)

2

(6,25) 2

3) Desenvolvimento dos

produtos e serviços

0

(0%)

1

(3,13%)

3

(9,38%)

15

(46,88%)

13

(40,63%) 6

4) Gestão de processos 0

(3,13%)

0

(0%)

4

(12,50%)

15

(46,88%)

13

(40,63%) 6

4.3 Identificação dos perfis culturais

Conforme o instrumento de identificação do perfil cultural organizacional

proposto por O´Reilly et al. (1991), esta seção irá caracterizar a cultura

organizacional das concessionárias nas 6 dimensões diagnosticadas.

Em uma análise geral, de acordo com o nível padrão (NP), duas das seis

dimensões culturais diagnosticadas predominam em nível muito alto (NP entre 7 e

10) no perfil cultural das concessionárias, as quais são: orientação a resultados (NP

7) e atenção aos detalhes (NP 7). As demais: estabilidade, trabalho em

equipe/respeito pelas pessoas, inovação e agressividade predominam em nível alto

(NP entre 3 e 6), observando respectivamente NP 6, NP 5, NP 5 e NP 5.

Em uma análise detalhada do diagnóstico cultural realizado em cada uma

das 32 concessionárias participantes do estudo, quanto a dimensão “orientação a

resultados”, 19 (59,38%) concessionárias observaram perfil cultural predominante

em nível 5 (muito alto), 10 (31,25%) em nível 4 (alto), 2 (6,25%) em nível 3

(mediano) e 1 (3,13%) em nível 1 (muito baixo).

Page 87: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

67

Quanto a dimensão “atenção aos detalhes”, 17 (53,13%) concessionárias

observaram perfil cultural predominante em nível 5 (muito alto), 13 (40,63%) em

nível 4 (alto), 1 (3,13%) em nível 3 (mediano) e 1 (3,13%) em nível 2 (baixo).

Quanto a dimensão “estabilidade”, 15 (46,63%) concessionárias observaram

perfil cultural predominante em nível 5 (muito alto), 12 (40,63%) em nível 4 (alto), 1

(3,13%) em nível 3 (mediano), 3 (9,38%) em nível 2 (baixo) e 1 (3,13%) em nível 1

(muito baixo).

Quanto a dimensão “trabalho em equipe/respeito pelas pessoas”, 10

(31,25%) concessionárias observaram perfil cultural predominante em nível 5

(muito alto), 15 (46,88%) em nível 4 (alto), 5 (15,63%) em nível 3 (mediano), e 2

(6,25%) em nível 2 (baixo).

Quanto a dimensão “inovação”, 10 (31,25%) concessionárias observaram

perfil cultural predominante em nível 5 (muito alto), 15 (46,88%) em nível 4 (alto), 4

(12,50%) em nível 3 (mediano), e 3 (9,38%) em nível 2 (baixo).

Por fim, quanto a dimensão “agressividade”, 9 (28,13%) concessionárias

observaram perfil cultural predominante em nível 5 (muito alto), 15 (46,88%) em

nível 4 (alto), 6 (18,75%) em nível 3 (mediano), e 2 (6,25%) em nível 1 (baixo).

Quadro 17 Resumo dos níveis de predominância dos fatores culturais

Dimensões Níveis

N1 N2 N3 N4 N5 NP

1) Orientação a

resultados

1

(3,13%)

0

(0%)

2

(6,25%)

10

(31,25%)

19

(59,38%) 7

2) Atenção a detalhes 0

(0%)

1

(3,13%)

1

(3,13%)

13

(40,63%)

17

(53,13%) 7

3) Estabilidade 1

(3,13%)

3

(9,38%)

1

(3,13%)

12

(37,50%)

15

(46,88%) 6

4º Trabalho em

equipe/respeito pelas

pessoas

0

(0%)

2

(6,25%)

5

(15,63%)

15

(46,88%)

10

(31,25%) 5

5º Inovação 0

(0%)

3

(9,38%)

4

(12,50%)

15

(46,88%)

10

(31,25%) 5

6º Agressividade 2

(6,25%)

0

(0%)

6

(18,75%)

15

(46,88%)

9

(28,13%) 5

Page 88: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

68

5 CONCLUSÕES

5.1 Perfil situacional da ISO 9001

Quanto ao perfil situacional da ISO 9001 nas concessionárias certificadas,

observou-se que a grande maioria adotou a ISO a partir de 2007, com destaque

para o ano de 2010 com maior número de adoções, configurando um recente uso

desses sistemas nas organizações em estudo, tendo como base para afirmativa a

existência da NBR ISO 9001:1994, disponível para implantação desde 1994. Além

disso é importante ressaltar que apenas 80 concessionárias automotivas entre

milhares situadas em todo Brasil possuem ISO 9001, o que demonstra que a

massiva maioria não utiliza o sistema ISO como método para gerenciamento da

qualidade, pressupondo a ausência de utilização quaisquer SGQ em grande parte

das concessionárias brasileiras.

A ausência ou utilização superficial do SGQ nas concessionárias brasileiras

é algo preocupante. Sabe-se que o SGQ, através do gerenciamento das práticas

da qualidade, facilita a organização prover produtos/serviços ausente de

defeitos/falhas, o que basicamente leva satisfação ao cliente.

Quando o assunto é a compra de um automóvel, esta satisfação é pretendida

e exigida veemente pelo consumidor brasileiro, mais até do que quando ele

compra/contrata qualquer outro produto/serviço, visto que: o automóvel trata-se de

um bem necessário no cotidiano do brasileiro, devido à ausência de meios de

transportes públicos urbanos eficientes e organizados; trata-se de um bem que

eleva o status social, fator relevante em meio a uma sociedade

consumista/capitalista; trata-se de um bem de alto valor de aquisição, em

comparação ao salário mínimo praticado no país, levando em conta o gasto de

economias e comprometimento de orçamentos para financiar e manter estes bens.

Neste âmbito as concessionárias devem estar preocupadas e empenhadas em

estabelecer um SGQ eficaz, facilitador da gestão da qualidade necessária ao

suprimento da necessidade deste consumidor brasileiro, que mediante os cenários

abordados presume ser altamente exigente.

Ainda quanto o perfil situacional da ISO 9001 nas concessionárias

certificadas participantes do estudo, observou-se que existe uma ênfase no

desenvolvimento da ISO em cinco aspectos: melhoria contínua dos processos e

Page 89: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

69

produtos, foco no cliente, envolvimento dos funcionários com o trabalho,

abordagem de processos e tomada de decisões baseadas em fatos. A ênfase

nestes cincos aspectos demonstra que as concessionárias estão comprometidas

com desenvolvimento da qualidade, através da promoção de produtos e serviços

munidos de qualidade com foco na satisfação do cliente, que por sua vez se dá

através de melhoria contínua em seus processos e produtos, consequentemente

existente através da abordagem de processos via estimulo de envolvimento dos

funcionários com o trabalho.

Entretanto fatores pouco enfatizados pelas concessionárias como

abordagem sistêmica para a gestão, liderança, benefícios mútuos com os

fornecedores interferem diretamente no alcance da melhoria contínua dos

processos e produtos. Desta forma é importante fazer as seguintes reflexões: como

a concessionária poderá desenvolver uma abordagem por processos sem

estruturar e compreender as atividades de trabalho como um sistema integrado e

interdependente? Como a concessionária poderá envolver os funcionários com o

trabalho mediante orientações da GQT sem exercer uma liderança efetiva e

participativa? Como a concessionária poderá aperfeiçoar seus processos e

produtos sem incluir os fornecedores no processo de operação/produção?

Considerando as reflexões sugeridas, conclui-se que o desenvolvimento da

ISO nas organizações deve proceder ênfase em todos os 8 princípios elencados

pela ISO, estando eles interligados e dependentes.

Em continuidade, o perfil situacional da ISO traçado por este estudo,

evidenciou mais dois aspectos importantes: os motivos que levaram as

concessionárias a implantar a ISO, e os benefícios gerados por ela. Ambos

motivações e benefícios são qualificados em interno e externos, estando a

classificação interna (para as motivações) considerada como ideal, por

compreender que elas são provenientes de um interesse próprio e exclusivo da

organização em desenvolver melhores práticas da qualidade para alcance de

melhores resultados. Já para os benefícios gerados, dependendo do que a

organização pretende alcançar, pode-se considerar os benefícios internos, tão

quanto os benefícios externos como ideais.

Page 90: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

70

Quanto as motivações, os resultados mostraram que as cinco mais citadas

classificam-se em internas, sendo elas: melhoria na qualidade dos produtos e

serviços, melhoria dos processos e procedimentos, melhoria na produtividade e

eficiência, iniciação para a gestão da qualidade total, e decisão da alta direção.

Deste modo, conclui-se que a decisão de adotar a ISO nas concessionárias se deu

por intenção da sua própria administração, tornando possível considerar que as

organizações em estudo mostraram-se receptíveis em adotar as práticas da

qualidade visando a melhoria do desempenho operacional evidenciando uma

vontade natural em aprimorar a qualidade de seus produtos/processos sem

qualquer interferência ou pressão dos concorrentes e fornecedores.

É importante destacar a consideração da motivação “iniciação para a gestão

da qualidade total”, o que remete a intenção das concessionárias, com este ponto

inicial, em desenvolver a gestão da qualidade por completo em todos os

procedimentos e processos de trabalho promovidos pela concessionária. Ratifica-

se que este cenário motivacional interno corresponde a um ambiente ideal para

aplicação e desenvolvimento de sistemas de gestão da qualidade, visto que

iniciativas proativas provenientes de interesses próprios normalmente ocasionam

maior dedicação e comprometimento na execução de ações.

Quanto aos benefícios, os resultados mostraram que os cinco mais citados,

quatro classificam-se em interno e apenas um em externo. Os internos são:

melhoria na qualidade dos produtos/serviços, melhoria no atendimento do cliente,

melhoria nos processos e procedimentos de trabalho e aumento da produtividade

e eficiência. E o benefício externo, único entre os cinco primeiros mais citados foi o

aumento na satisfação do cliente. Compreendendo esses cinco fatores, conclui-se

que as concessionárias em estudo procuram incorporar a ISO como metodologia

gerencial muito pela sua pretensão de aumentar sua produtividade, no que tange a

quantidade e principalmente qualidade, bem como buscar a fidelização do seu

cliente via suprimento de suas necessidades.

Entretanto o foco reduzido nos benefícios externos como observado na

geração de vantagem competitiva e na melhoria na imagem da concessionária, faz

ativar um alerta nas concessionárias para que direcionem os esforços utilizados no

gerenciamento e desenvolvimento da qualidade como meio para formação de

Page 91: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

71

competitividade e fortalecimento mercadológico procurando se sobressair diante

das demais concessionárias, levando o seu cliente e a comunidade consumidora a

crer que somente irá conseguir produtos/serviços diferenciados em contato

prioritário com a concessionária em questão.

Por fim, o perfil situacional mostra que todas as concessionárias

participantes do estudo afirmaram que possuem interesse em manter a ISO como

metodologia de gerenciamento da qualidade. Com esta opinião unânime, conclui-

se a existência de uma a alta significância da ISO no processo da gestão qualidade

nestas organizações.

Desta forma, reconhecendo a ênfase dada no desenvolvimento da ISO, suas

motivações para implantação, benefícios esperados e interesse em renovação,

indica-se, ainda que superficialmente, a existência da cultura da qualidade nas

concessionárias em estudo, remetendo uma possível capacidade de adotar as

práticas da qualidade em níveis ideais.

5.2 Níveis de adoção as práticas da qualidade

Quanto aos níveis de adoção as práticas da qualidade, observou-se que as

concessionárias desenvolvem em nível satisfatório (alto), a adoção as práticas da

qualidade contidas nos fatores “dados e relatórios da GQ”, “desenvolvimento de

produtos e serviços” e “gestão de processos” e desenvolvem em nível insatisfatório

(mediano) a adoção as práticas da qualidade inseridas no fator “gestão da

qualidade dos fornecedores”.

De fato, apesar de encontrar níveis satisfatórios, conclui-se uma situação

preocupante em que encontra-se os níveis de adoção das práticas da qualidade

nas concessionárias. Estes níveis deveriam estar em posição “ideal” para então

possibilitar o acompanhamento dos altos níveis de exigências requeridos pelos

clientes.

Neste âmbito para alcançar nível ideal de adoção das práticas da qualidade

é preciso que as concessionárias revejam o processo gerencial da qualidade em

suas unidades de negócio, aperfeiçoando a precisão, confiabilidade e utilidade dos

dados e relatórios da gestão da qualidade, ou seja, estabelecer padrões, de

preferência automatizados, de monitoramento, avaliação, registro e documentação

Page 92: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

72

das atividades rotineiras de trabalho, para que seja possível identificar com

exatidão as falhas/gargalos processuais. Sem essas informações precisas, o

sistema de gerenciamento da qualidade, que comporta-se de forma cíclica, será

alimentado com dados equivocados procedendo ações inefetivas, o que além de

não agregar valor à melhoria processual irá interferir o fluxo suave de trabalho,

ocasionando retrabalho e improdutividade.

Em continuidade, é fundamental que as concessionárias revejam também

suas ações de desenvolvimento de produtos e serviços. Neste quesito é preciso

que elas sejam minuciosas na inspeção e avaliação de seus produtos/serviços,

como por exemplo antes de entregar as chaves de um veículo novo, ou antes de

devolver um carro após um serviço de revisão. É nesses momentos de recebimento

do produto/serviço que gera-se uma grande expectativa por parte dos clientes, e se

caso essa expectativa for correspondida de forma negativa vide entrega defeituosa,

o cliente provavelmente, mesmo que o problema seja sanado rapidamente,

divulgará uma imagem negativa da concessionária.

Também é fundamental, para alcance de níveis ideais das práticas da

qualidade, que as concessionárias revejam a forma como conduzem a gestão dos

seus processos. É factível ressaltar que ISO 9001 orienta as organizações adeptas

a ela que forneçam todos os materiais, ferramentas, pessoas, infraestrutura e

ambiente de trabalho necessários a condução da execução e gestão dos

processos. Desta forma, as concessionárias precisam verificar se realmente está

provendo todos estes recursos de forma plena e organizada, no objetivo de evitar

interferência na execução dos processos, caso contrário todo o planejamento e

controle da produção estará comprometido.

E por fim, também é preciso rever a forma com que se dá o relacionamento

com os fornecedores, para que promova-se uma relação duradoura e integrativa,

priorizando à qualidade como principal critério seletivo. Desta forma é interessante

integrar a gestão de estoques, evitando ausência e diminuindo o tempo de entrega

do produto solicitado pelo cliente, como também é interessante efetivar a

participação do fornecedor nos processos de desenvolvimento de produtos e

serviços, para que os novos produtos/serviços sejam pensados de forma fácil e

Page 93: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

73

objetiva, e os produtos/serviços já existentes possam ser remodelados em meio a

atualização dos requisitos da clientela.

Apesar da ausência de níveis ideais de adoção as práticas da qualidade,

dada a identificação em nível satisfatório (alto) e insatisfatório (mediano) de adoção

as práticas da qualidade, clareia-se a percepção de que existe uma cultura da

qualidade nas concessionárias automotivas em estudo, entretanto a ausência do

nível ideal (muito alto), leva-se a crer que a cultura da qualidade possivelmente

existente nas concessionárias estudadas necessita ser fortificada para que instale-

se uma capacidade de adoção as práticas da qualidade em níveis ideais.

5.3 Identificação dos perfis culturais

Estudos científicos abordados no referencial teórico deste estudo

comprovam e evidenciam que as dimensões culturais “orientação a resultados”,

“atenção a detalhes”, “trabalho em equipe/respeito pelas pessoas” e “inovação” são

propicias, ou seja, estimulam a adoção das práticas da qualidade. Desta forma

entende-se que quanto mais predominante for a cultura organizacional em torno

destas quatro dimensões, maior será a capacidade de adotar as práticas da

qualidade em níveis ideais (máximos).

Os resultados evidenciados demonstraram que as concessionárias em

estudo possuem uma cultura organizacional em níveis de predominância muito alta,

apontando “robustez” nas dimensões: “orientação a resultados” e “atenção aos

detalhes”. E quanto as outras duas dimensões consideradas propícias a qualidade

(inovação e trabalho em equipe/respeito pelas pessoas), observaram alta

predominância, sendo consideradas como dimensões “fortes”.

Neste âmbito, existe espaço para melhorias no desenvolvimento destas

dimensões dentro da formação cultural das concessionárias, percebendo que a

qualificação “robustez” conferida as dimensões “orientação a resultados” e

“atenção aos detalhes” teve como referência o NP 7, podendo ser evoluído até o

NP 10. E que as demais dimensões “inovação” e “trabalho em equipe/respeito pelas

pessoas” foram qualificadas como “fortes” a partir de um NP 5, podendo ser

evoluído a NP 7, que já configura uma predominância maior (robustez), e

consequentemente até o NP 10 (nível máximo de robustez).

Page 94: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

74

Para tanto, visando o desenvolvimento da dimensão cultural “orientação a

resultados”, é preciso que as concessionárias pratiquem a competitividade interna

e externa, na qual a competitividade interna aconteça de forma a estimular o

alcance de metas e resultados entre colaboradores, fazendo com que eles sejam

mais analíticos e proativos. E a competitividade externa aconteça de forma a prover

mais opções de benefícios para os clientes em comparação aos concorrentes,

fazendo com que a concessionária se destaque em relação as demais, atraindo e

retendo nova clientela.

Já no caso do desenvolvimento da dimensão cultural “atenção aos detalhes”,

é preciso que as concessionárias, quanto ao seu corpo administrativo, incentivem

os gestores possuírem detalhadamente o conhecimento gerencial sobre os

processos e procedimentos de trabalho para que seja possível planejar,

desenvolver e controlar as atividades previstas, enquanto é preciso que as

concessionárias promovam aos funcionários e fornecedores possuir

detalhadamente o conhecimento técnico para que os serviços executados e os

produtos fornecidos estejam de acordo com as especificações determinadas,

evitando retrabalhos, refugos e principalmente minimizando a chance de um

produto/serviço defeituoso chegue até as mãos do cliente.

Em continuidade, para desenvolvimento da dimensão cultural “inovação” é

preciso que as concessionárias consolidem uma gestão participativa e

desburocratizada, compreendendo e assumindo os riscos inerentes aos processos

de mudanças, permitindo que os colaboradores possuam livre expressão para

opinar sobre decisões tomadas e sugerir novas metodologias de trabalho, e na qual

permita perceber e incorporar rapidamente vantagens competitivas mercadológicas

para melhoria na execução dos processos.

E para o desenvolvimento da dimensão cultural “trabalho em equipe/respeito

pelas pessoas”, é preciso que as concessionárias sejam orientada as pessoas,

promovendo igualdade, honestidade e justiça para que seja possível respeitar os

direitos individuais de cada colaborador, estabelecendo um ambiente cooperativo,

fazendo com que todos se sintam realizados em desenvolver seus trabalhos,

facilitando a execução de suas tarefas, estas planejadas e orientadas pelos

parâmetros da qualidade.

Page 95: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

75

Estas melhorias visa a consolidação das quatro dimensões culturais

propicias a qualidade, contribuindo para que a adoção as práticas da qualidade

observadas no tópico anterior possam evoluir e chegar a um nível “ideal” (NP>7,

até NP 10).

Desta forma é possível concluir, após diagnóstico realizado, que a cultura

organizacional das concessionárias em estudo são orientadas à qualidade, vide

perfil predominante nas quatro dimensões culturais estimuladoras da qualidade.

Entretanto é importante destacar que a cultura da qualidade identificada não está

suficientemente desenvolvida para a adoção as práticas da qualidade em níveis

ideais, o que configura-se um cenário desfavorável a concessionária que lida com

clientes altamente exigentes e rigorosos.

Page 96: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

76

REFERÊNCIAS

ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. ISO 9001:2008 – Sistemas

de Gestão da Qualidade – Requisitos. Rio de Janeiro. 28p. 2008.

ADEBANJO, D; KEHOE, D. An investigation of quality culture development in

UK industry. International Journal of Operations & Production Management, Vol.

19, Ed 7, p. 633 – 650, 1999.

AGLE, BRADLEY R; CALDWELL, CRAIG B. Understanding research on values

in business. Business and Society, v.38, n.3; p. 326-387, 1999.

AHIRE, S.L; DREYFUS, P. The impact of design management and process

management on quality: an empirical examination. Journal of Operations

Management, Vol 18, p.549–575, 2000.

AHIRE, S.L; O’SHAUGHNESSY, K.C. The role of top management commitment

in quality management: an empirical analysis of the auto parts industry.

International Journal of Quality Science, 3 (1), p.5–37, 1998.

ALI, MAGED; BROOKS, LAURENCE. A situated cultural approach for cross-

cultural studies in IS. Journal of Enterprise Information Management, Vol. 22 Ed

5, p.548 – 563, 2009.

AMERICAN QUALITY FOUNDATION AND ERNST & YOUNG. The International

Quality Study Best Practices Report: An Analysis of Management Practices that

Impact Performance. National Association of Accounting, Montvale, NJ, 1992.

ANDERSON, J.C; RUNGTUSANATHAM, M; SCHROEDER, R.G; DEVARAJ, S. A

path analytic model of a theory of quality management underlying the Deming

Management Method: preliminary empirical findings. Decision Sciences, Vol.

26, p.637–658, 1995.

ANFAVEA. Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores.

Anuário da Indústria Automobilística Brasileira. 2012. Disponível em:

<http://www.virapagina.com.br/anfavea2012/>. Acesso em: 07 fev. 2013.

ANN C. P; AYMAN B. A; YOSHIKI M. Quality management practices and

competitive performance: Empirical evidence from Japanese manufacturing

Page 97: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

77

companies. International Journal of Production Economics, Vol 133, p.518–529,

2011.

APPOLINÁRIO, F. Dicionário de metodologia científica: um guia para a

produção do conhecimento científico. São Paulo: Atlas, 2004.

ASHKANASY, N.M; BROADFOOT, L.E; FALKUS, S. Questionnaire measures of

organizational culture. Handbook of organizational culture and climate, p. 131-

146. Thousand Oaks, CA: Sage, 2000.

BAIRD, K; HU, J. K; REEVE, R. The relationships between organizational

culture, total quality management practices and operational performance.

International Journal of Operations & Production Management, Vol. 31, Ed: 7 p.789

– 814, 2011.

BANKER, R.D; AND PORTER, G. Reporting manufacturing performance

measures to workers: an empirical study. Journal of Management Accounting

Research, Vol. 5, No. 1, p.33-55,1993.

BARROS, A. J. S; LEHFELD, N. A. S; Fundamentos de Metodologia: um guia

para a Iniciação Científica. 2 Ed, São Paulo: Makron Books, 2000.

BRAGG, S. What are the benefits of total quality management (TQM)?

Disponível em: <http://www.accountingtools.com/questions-and-answers/what-are-

the-benefits-of-total-quality-management-tqm.html>. Accounting Tools, 2013.

Acesso em: 19 de abr. 2013.

BRASIL. Linha do tempo: A Indústria Automobilística. 2013. Disponível em:

<http://www.brasil.gov.br/linhadotempo/epocas/1956/industria-automobilistica>.

Acesso em: 24 maio. 2013.

BROADFOOT, L. E; ASHKANASY, N. The dimensions of survey instruments

used in the measurement of organizational culture: An analysis and

exploratory test. In: annual meeting of Australasian Social Psychologists, Cairns,

Queensland, Australia, 1994.

BSI. British Standards Institution. ISO 9001 - Qualidade. 2013. Disponível em: <

http://www.bsibrasil.com.br/certificacao/sistemas_gestao/normas/iso9001>.

Acesso em: 19 de abr. 2013.

Page 98: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

78

BUCH, KIM; RIVERS, DREW. TQM: the role of leadership and culture.

Leadership & Organization Development Journal, Vol. 22 Ed. 8, p.365 – 371. 2001.

CABLE, D. M; JUDGE, T. A. Interviewer Perceptions of Person-Organization Fit

and Organizational Selection Decisions. Journal of Applied Psychology, 82 (4),

p. 546-561, 1997.

CALORI, R; SARNIN, P. Corporate culture and economic performance: A

French study. Organisation Studies 12 (1), p.49–74, 1991.

CAMERON, K.S; QUINN, R. Diagnosing and changing organizational culture.

Addison-Wesley, 1999.

CARNEIRO, L. Brasil terá US$ 25 bi em investimentos de montadoras. O Globo:

Economia, 2012. Disponível em:< http://oglobo.globo.com/economia/brasil-tera-us-

25-bi-em-investimentos-de-montadoras-7163179>. Acesso em: 30 dez. 2012.

CHAPMAN, R.L; CLARKE, P; SLOAN, T. TQM in continuous-process

manufacturing: Dow-Corning (Australia) Pty Ltd. International Journal of Quality

& Reliability Management, Vol. 8 No. 5, p.77-90, 1991.

CHENG, W.C; LIU, M. A. The Relationship of Organizational Culture and the

Implementation of Total Quality Management in Construction Firms.

Surveying and Built Environment, Vol 18 (1), p.7-16, 2007.

CHOI, T.Y; EBOCH, K. The TQM paradox: relations among TQM practices,

plant performance, and customer satisfaction. Journal of Operations

Management, Vol.17, p.59–75, 1998.

CLAVER, E; GASC, J; LLOPIS, J; GONZALEZ, R. The strategic process of a

cultural change to implement total quality management: a case study. Total

Quality Management.12:469–82. 2001.

COOKE, R. A; LAFFERTY, J. C. Organizational Culture Inventory (Form III).

Plymouth, MI: Human Synergistics, 1986.

CORBETT, L.M; RASTRICK, K.N. Quality performance and organizational

culture: A New Zealand study. International Journal of Quality & Reliability

Management 17 (1), 14–26, 2000.

Page 99: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

79

CROSBY, P.B. Qualidade é investimento. 3.ed. Rio de Janeiro: José Olympio,

1990.

CUA, K.O; MCKONE, K.E; SCHROEDER, R.G. Relationships between

implementation of TQM, JIT, and TPM and manufacturing performance.

Journal of Operations Management, Vol.19, p.675–694, 2001.

CURKOVIC, S; MELNYK, S; CALANTONE, R; HANDFIELD, R. Validating the

Malcolm Baldridge National Quality Award Framework through Structural

equations modelling. International Journal of Production Research, 38 (4), p.765–

791, 2000.

DANIEL, S; REITSPERGER, W.D. Management control system for quality: an

empirical comparison of the US and Japanese electronics industry. Journal of

Management Accounting Research, Vol. 4, p. 64-83, 1992.

DAS, A; HANDFIELD, R.B; CALANTONE, R.J; GHOSH, S. A contingent view of

quality management: the impact of international competition on quality.

Decision Sciences, 31, p.649–690, 2000.

DEMING, EDWARDS W. Dr. Deming: o Americano que ensinou qualidade total

aos japoneses. Rio de Janeiro: Record, 1993.

DEMING, EDWARDS W. Qualidade: a revolução na produtividade. Rio de

Janeiro, Marques Saraiva, 1990.

DENCKER, A. F. M. Métodos e técnicas de pesquisa em turismo. 8. ed. São

Paulo: Futura, 1998.

DIAS, P.R. Geografia automobilística: conheça as fábricas automotivas. Brasil

Figura entre os cinco maiores. 2012. Disponível em:<

http://www.carroseacessorios.com.br/noticias-detalhes.php?id=8498>. Acesso em:

30 dez. 2012.

DIOGENES, J.R.F; SOUZA, K. C; QUEIROZ, F. C. B. P; QUEIROZ, J. V; HEKIS,

H. R. Adoção as Práticas de Qualidade pelas Concessionárias Automotivas

situadas em Natal/RN. Revista Latino-Americana de Inovação e Engenharia de

Produção, v. 1, p. 59-72, 2013.

Page 100: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

80

DOUGLAS, T.J; JUDGE JR, W.Q. Total quality management implementation

and competitive advantage: the role of structural control and exploration.

Academy of Management Journal, 44, p.158–169, 2001.

DOW, D; SAMSON, D; FORD, S. Exploding the myth: do all quality

management practices contribute to superior quality performance? Production

and Operations Management 8, 1–27, 1999.

EHLERS, U.D. Understanding quality culture. Quality Assurance in Education,

Vol. 17 No. 4, p.343-363, 2009.

ESCANCIANO, C; FERNANDEZ, E; VASQUEZ, C. Influence of ISO 9000

certification on the progress of Spanish industry towards TQM. International

Journal of Quality & Reliability Management, Vol. 18 No. 5, p. 481-94, 2001.

FAGUNDES, D. Mercedes-Benz terá fábrica em Santa Catarina, afirma jornal.

Car Place Uol, 2013. Disponível em:<http://carplace.virgula.uol.com.br/mercedes-

benz-tera-fabrica-em-santa-catarina-afirma-jornal/>. Acesso em: 26 maio. 2013.

FEIGENBAUM, A. V. Controle da Qualidade Total. São Paulo: Makron Books,

1994.

FENABRAVE. Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores.

Anuário 2012: O desempenho da distribuição automotiva no Brasil. São Paulo,

2012. Disponível em: <http://www.fenabrave.org.br/>. Acesso em: 07 fev. 2013.

FERRARI, B. Montadoras coreanas e chinesas impõem novo padrão

competitivo no Brasil. Revista Veja, 2011. Disponível em: <

http://veja.abril.com.br/noticia/economia/montadoras-chinesas-e-coreanas-impoe-

novo-padrao-competitivo-no-brasil>. Acesso em: 28 de dez. 2012.

FLEURY, M. E. Cultura da qualidade e mudança organizacional. Revista de

Administração de Empresas, v. 33, n.2, p.26-34, mar./abr., 1993.

FLEURY, M. T. L. O desvendar a cultura de uma organização: uma discussão

metodológica. Cultura e poder nas organizações. 2. ed. São Paulo, Atlas, 2007.

FLOTT, L. W. Quality Control: Customer Satisfaction. Harvard Business Review,

p.58-63, Nov/Dez, 1995.

Page 101: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

81

FLYNN, B.B; SCHROEDER, R.G; SAKAKIBARA, S. The impact of quality

management practices on performance and competitive advantage. Decision

Sciences, 26, p.659–691, 1995.

FORZA, C. Survey research in operations management: a process-based

perspective. International Journal of Operations & Production Management. Vol.

22, n. 2, p. 152-194, 2002.

FORZA, C; FLIPPINI, R. TQM impact on quality conformance and customer

satisfaction: a causal model. International Journal of Production Economics 55,

p.1–20, 1998.

FUENTES-FUENTES, M. M; LLORENS-MONTES, F. J; MOLINA-FERNANDES, L.

M; ALBACETE-SAEZ, C. A. Environment-quality management co alignment

across industrial contexts: An empirical investigation of performance

implications. Industrial Marketing Management 40, p.730–742, 2011.

GERAEDTS, H.P.A; MONTENARIE, R; VAN RIJK, P.P. The benefits of total

quality management. Computerized Medical Imaging and Graphics, Volume 25,

Ed. 2, p. 217-220, 2001.

GIL, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

GORE JR, E.W. Organizational culture, TQM, and business process

reengineering: An empirical comparison. Team Performance Management: An

International Journal, 5 (5), p.164–170, 1999.

HARTMANN, A. The role of organizational culture in motivating innovation in

construction firms. Construction Innovation, 6(3), p.159-172, 2006.

HO, D.C.K; DUFFY, V.G; SHIH, H.M. Total quality management: an empirical

test for mediation effect. International Journal of Production Research, 39, p.529–

548, 2001.

HOFESTEDE, G. Culture and organizations: software of the mind, intercultural

cooperation and its importance for survival. London: Harper Collins, 1994.

HOFESTEDE, G. Culture and Organizations: Software of the mind. New York:

McGraw-Hill, 1997.

Page 102: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

82

HOFSTEDE, G; HOFSTEDE, G.J. Cultures and Organizations: Software of the

Mind. 2 ed, new York: McGraw-Hill, 2005.

HOFSTEDE, G; NEUIJEN, B; OHAYV, D. D; SANDERS, G. Measuring

organizational cultures: A qualitative and quantitative study across twenty

cases. Administrative Science Quarterly, 35, p. 286-316, 1990.

HOURNEAUX JR, F; BUORO, G. Satisfação no Trabalho e Desempenho da

Organização: Existe mesmo uma relação? 2009. Disponível em:

<http://www.qualidade.com.br>. Acesso em 12 dez. 2013.

HOWARD, L. W. Validating the Competing Values Model as a Representation

of Organizational Cultures. International Journal of Organizational Analysis, 6(3),

p.231-250,1998.

IRANI, Z; BESKESE, A; LOVE, P.E.D. Total quality management and corporate

culture: constructs of organizational excellence. Technovation 24, p.643–650,

2004.

ISHIKAWA, K. Controle da Qualidade Total: A maneira Japonesa. Rio de

Janeiro: Campos, 1993.

ISO. International Organization for Standardization. Benefits of International

Standards. 2013. Disponível em: <

http://www.iso.org/iso/home/standards/benefitsofstandards.htm>. Acesso em: 23

de maio. 2013.

ITTNER, C.D; LARCKER, D.F. Quality strategy, strategic control systems, and

organizational performance. Accounting, Organizations and Society, Vol. 22, No

3/4, p. 293-314, 1997.

JONES, R; ARNDT, G; KUSTIN, R. ISO 9000 among Australian companies:

impact of time and reasons for seeking certification on perceptions of benefits

received. International Journal of Quality & Reliability Management, Vol. 14, No. 7,

p. 650-60, 1997.

JURAN, J. M. Juran na Liderança pela Qualidade. São Paulo: Pioneira, 1990.

JURAN, J. M. Juran’s Quality Control Handbook. McGraw-Hill, New York, NY,

1988.

Page 103: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

83

KAYNAK, H. The relationship between total quality management practices and

their effects on firm performance. Journal of Operations Management, Vol. 21, p.

405-35, 2003.

KLEIN, R.G.L; BIGLEY, G.A; ROBERTS, K.H. Organisational culture in high

reliability organisations. Human Relations, 48 (7), p.771–793, 1995.

KOTTER, J.P; HESKETT, J.L. Corporate Culture and Performance. Free Press,

New York. 1992.

KRIECK, C. Perspectivas positivas para o mercado automotivo. 2013.

Disponível em: < http://www.kpmg.com/br>. Acesso em: 07 mar. 2013.

KULL, T.J; WACKER, J.G. Quality management effectiveness in Asia: The

influence of culture. Journal of Operations Management, Vol. 28, p.223-239, 2010.

LACOMBE, F.J. Recursos Humanos: princípios e tendências. São Paulo,

Editora Saraiva, 2005.

LAGUNA, E. Audi está perto de definir volta da produção em fábrica da Volks

no PR. 2013. Disponível em:<

https://conteudoclippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2013/3/19/audi

-esta-perto-de-definir-volta-da-producao-em-fabrica-da-volks-no-pr>. Acesso em:

26 maio. 2013.

LAI, K. Market orientation in quality-oriented organizations and its impact on

their performance. International Journal of Production Economics, 84, p.17–34,

2003.

LAKATOS, E.M; MARCONI, M.A; Fundamentos de metodologia científica. 3.ed.

São Paulo: Atlas, 1991.

LAKHE, R.R; MOHANTY, R.P. Total quality management: concepts, evolution

and acceptability in developing economies. International Journal of Quality &

Reliability Management, 11 (9), p.9–33, 1994.

LAU, R.S.M; ZHAO, X; XIAO, M. Assessing quality management in China with

MBNQA criteria. International Journal of Quality & Reliability Management, 21 (7),

p.699–713, 2004.

Page 104: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

84

LEITE, J. Lucro Brasil faz consumidor pagar o carro mais caro do mundo.

Revista Web Motors, 2011. Disponível

em:<http://revista.webmotors.com.br/mercado/custo-brasil-nao/1334081736157>.

Acesso em: 28 dez. 2013.

LEWIS, D. The organizational culture saga - from OD to TQM: A critical review

of the literature. Part 2 - applications. Leadership & Organization Development

Journal, 17 (2), p.9–16, 1996.

LIMA, M.A. Contribuição para a compreensão do modelo de operação das

concessionárias de veículos no brasil e da utilização do f&i – finance and

insurance: um estudo de caso em uma grande rede de concessionárias fiat.

Dissertação (Mestrado em Administração) – Programa de Pós-Graduação em

Administração, Universidade Municipal de São Caetano do Sul, São Caetano do

Sul, 2009.

MAGALHÃES, A. Land Rover decidirá sobre fábrica no brasil nos próximos

meses. Revista Auto Esporte, 2013. Disponível em:

<http://revistaautoesporte.globo.com/Noticias/noticia/2013/05/land-rover-decidira-

sobre-fabrica-no-brasil-nos-proximos-meses.html>. Acesso em: 26 maio. 2013.

MALHOTRA, N. K. Pesquisa de Marketing: uma orientação aplicada. 3. ed.

Porto Alegre: Bookman, 2001.

MARTINEZ-LORENTE, A.R; DEWHURST, F.W; GALLEGO-RODRIGUEZ, A.

Relating TQM, marketing and business performance: an exploratory study.

International Journal of Production Research, 38 (14), p.3227–3246, 2000.

MATTAR, F. N. Pesquisa de marketing. 3 ed., São Paulo: Atlas, 2001.

MAULL, R; BROWN, P; CLIFFE, R. Organisational culture and quality

improvement. International Journal of Operations & Production Management, Vol.

21, No. 3, p. 302-326, 2001.

NAIR, A. Meta-analysis of the relationship between quality management

practices and firm performance – implications for quality management theory

development. Journal of Operations Management, Vol. 24, p.948-75, 2006.

Page 105: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

85

NARCATO, E. Por que tantas empresas ainda falham no atendimento? 2009.

Disponível em: <http://www.catho.com.br/carreira-sucesso/gestao-rh/treinamento-

desenvolvimento/por-que-tantas-empresas-ainda-falham-no-atendimento>.

Acesso em 18 dez. 2012.

NGOWI, A.B. Impact of culture on the application of TQM in the construction

industry in Botswana. International Journal of Quality & Reliability Management,

17 (4/5), p.442–452, 2000.

NICOLETTI, J. Assinado protocolo de instalação de fábrica da BMW em Santa

Catarina. Portal G1 Globo, 2013. Disponível em:< http://g1.globo.com/sc/santa-

catarina/noticia/2013/04/assinado-protocolo-de-instalacao-de-fabrica-da-bmw-em-

santa-catarina.html>. Acesso em: 26 maio. 2013.

O’REILLY, C.A; CHATMAN, J; CALDWELL, D. F. People and Organizational

Culture: A Profile Comparison Approach to Assessing Person-Organization

Fit. Academy of Management Journal, 34 (3), p. 487-516, 1991.

OAKLAND, J.S. Total Quality Management. Heinemann Professional, London,

1989.

OTT, J. S. The organizational culture perspective. Pacific Grove, CA:

Brooks/Cole, 1989.

PARASURAMAN, A. Marketing research. 2. ed. Addison Wesley Publishing

Company, 1991.

PFAU, L.D. TQM Gives Companies a Way to Enhance Position in Global Market

Place. Industrial Engineering, Vol. 21 No. 4, p. 77-87, 1989.

PIRES, P. Etapas e Tarefas da implementação da norma NP EN ISO 9001:2008

nas Piscinas Municipais de Castro Daire. Projecto de Mestrado apresentado à

Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, 2010.

PRAJOGO, D.I; SOHAL, A.S. The relationship between organization strategy,

total quality management (TQM), and organization performance––the

mediating role of TQM. European Journal of Operational Research 168, 35–50,

2006.

Page 106: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

86

PRAJOGO, D.I; SOHAL, A.S. The relationship between TQM practices, quality

performance, and innovation performance: An empirical examination.

International Journal of Quality & Reliability Management, 20 (8), 901–918, 2003.

PRAJOGO, DANIEL I; MCDERMOTT, CHRISTOPHER M. The relationship

between total quality management practices and organizational culture.

International Journal of Operations & Production Management, Vol. 25 No. 11, p.

1101-1122, 2005.

PRICE, R.C; GASKILL, G.P. Total Quality Management in Research-Philosophy

and Practice”. In: Total Quality Management-3 - Proceedings of 3rd International

Conference, IFS Ltd, Springer-Verlag, London, p. 77-87, 1990.

REEVES, C; BEDNAR, D. Defining quality: alternatives and implications. The

Academy of Management Review, v. 19, No 3, p. 419-445, 1994.

RENTSCH, J. R. Climate and culture: Interaction and qualitative differences in

organizational meanings. Journal of Applied Psychology, 75, p. 668-681, 1990.

RESENDE, A. O que Realmente é Qualidade do Produto? 2012. Disponível

em:<http://www.endeavor.org.br/endeavor_mag/operacoes/gestao-de-

qualidade/o-que-realmente-significa-qualidade-do-produto>. Acesso em: 12 nov.

2012.

ROBBINS, S. Comportamento Organizacional. Rio de Janeiro: LTC Editora,

1998.

ROBINSON, H; SHARP, H. XP culture: why the twelve practices both are and

are not the most significant thing. In: Not Set ed. Proceedings of the Conference

on Agile Development, IEEE, p. 12, 2003.

ROESCH, S. M. A. Projetos de estágio e pesquisa em administração: guia para

estágios, trabalhos de conclusão, dissertações e estudos de caso. São Paulo:

Atlas, 2007.

RUNGTUSANATHAM, M; FORZA, C; FILIPPINI, R; ANDERSON, J.C. A

replication study of a theory of quality management underlying the Deming

method: insights from an Italian context. Journal of Operations Management 17,

p. 77–95, 1998.

Page 107: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

87

SAMSON, D; TERZIOVSKI, M. The relationship between total quality

management practices and operational performance. Journal of Operations

Management 17, p.393–409, 1999.

SANCHEZ-RODRIGUEZ, C; MARTINEZ-LORENTE, A.R. Quality management

practices in the purchasing function: An empirical study. International Journal

of Operations & Production Management, 24 (7), p.666–687, 2004.

SANTIAGO, E. Indústria automotiva no Brasil. 2012. Disponível em: <

http://www.infoescola.com/economia/industria-automotiva-no-brasil/>. Acesso em:

23 dez. 2012.

SÃO PAULO. Governo do Estado de São Paulo. Indústria Automobilística:

História. 2013 Disponível

em:<http://www.saopaulo.sp.gov.br/conhecasp/historia_republica-industria-

automobilistica>. Acesso em: 24 maio. 2013.

SARAPH, J.V; BENSON, G.P; SCHROEDER, R.G. An instrument for measuring

the critical factors of quality management. Decision Sciences 20, p. 810–829,

1989.

SCHEIN, E. Organizational Culture and Leadership. 3 ed. San Francisco, CA:

Jossey-Bass. 2004.

SCHEIN, E. Cultura Organizacional e Liderança. São Paulo: Atlas, 2009.

SCHEIN, E. Organization culture and leadership: a dynamic view. San

Francisco: Jossey Bass, 418p, 1992.

SCOTIABANK. The Bank of Nova Scotia. Global Auto Report. 2013. Disponível

em:< http://www.gbm.scotiabank.com/English/bns_econ/bns_auto.pdf>. Acesso

em: 03 de jan.2014.

SHORTELL, S; O’BRIAN, J.L; CARMAN, J.M. Assessing the impact of

continuous quality improvement/total quality management: concept versus

implementation. Health Serv Res, 30, p.377–401, 1995.

SILVA, C. Compra de carro zero fica mais fácil e usado perde um terço do

valor em 2 anos. Jornal Estadão, 2012. Disponível em:<

http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,compra-de-carro-zero-fica-mais-facil-

Page 108: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

88

e-usado-perde-um-terco-do-valor-em-2-anos-,834753,0.htm>. Acesso em: 20 nov.

2012.

SILVA, E.L; MENEZES, E.M. Metodologia da pesquisa e elaboração de

dissertação. 4. ed. Florianópolis: UFSC, 2005.

SIM, K.L; KILLOUGH, L.N. The performance effects of complementarities

between manufacturing practices and management accounting systems.

Journal of Management Accounting Research, Vol. 10, p. 325-46, 1998.

SINCLAIR, J; ARTHUR, A. Inhospitable cultures and continuous improvement.

International Journal of Contemporary Hospitality Management, 6 (12), p.30–36,

1994.

SMIRCICH, L. Concepts of culture and organizational analysis. Administrative

Science Quarterly, n. 28, p. 339-358, set. 1983.

SMITH, J.L. Face of Quality: Enhance your Quality Culture. Quality Magazine,

Edition July 2011.

SMITH, J.L. Face of Quality: Leading the Quality Culture. Quality Magazine,

Edition November 2010.

SMITH, M. Management Accounting for Competitive Advantage. LBC

Information Services, Pyrmont, 1999.

SRIVASTAV, A. K. Impact of ISO 9000 implementation on the organization.

International Journal of Quality & Reliability Management, Vol. 27, Ed. 4,p. 438 –

450, 2010.

SUN, H. A comparison of quality management practices in Shanghai and

Norwegian manufacturing companies. International Journal of Quality &

Reliability Management, 17 (6), 636–660, 2000.

TAN, K.C. A structural equation model of new product design and

development. Decision Sciences 32 (2), 195–226, 2001.

TERZIOVSKI, M; SAMSON, D. The link between total quality management

practice and organisational performance. International Journal of Cross Cultural

Management, Vol. 16 No. 3, pp. 226-37, 1999.

Page 109: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

89

TERZIOVSKI, M; SAMSON, D; DOW, D. The business value of quality

management systems certification: evidence from Australia and New Zealand.

Journal of Operations Management, Vol. 15 No. 1, pp. 1-18, 1997.

TRICKER, R. ISO 9001:2000 for Small Businesses. 3. ed. Oxford: Elsevier

Butterworth Heinemann, p. 520, 2007.

VALOR ECONÔMICO. Anfavea prevê alta de 1,1% nas vendas de veículos em

2014. 2014. Disponível em: <http://www.valor.com.br/empresas/3387286/anfavea-

preve-alta-de-11-nas-vendas-de-veiculos-em-2014>. Acesso em 10 jan. de 2014.

VALOR ECONÔMICO. Brasil segue como quarto maior mercado automotivo

do mundo. 2013. Disponível em: <http://economia.uol.com.br/noticias/valor-

online/2013/09/16/brasil-segue-como-quarto-maior-mercado-automotivo-do-

mundo.htm>. Acesso em 10 Jan. de 2014.

VANAGAS, P. Management of rural business. In: Vanagas P, editor. Rural

Development. Kanuas, Lithuanua: Kaunas University of Technology; p.89–91,

2005.

VATRAPU, R; SUTHERS, D. Culture and Computers: a review of the concept

of culture and implications for intercultural collaborative online learning.

Intercultural Collaboration: Lecture Notes in Computer Science, Volume 4568, p.

260-275, 2007.

VERMEULEN, W. Cultural change: crucial for the implementation of TQM.

Training for Quality, Volume 5, Number, 1997, 40–45, 1997.

VIADA-STENGER, M.C; BALBASTRE-BENAVENT, F; REDONDO-CANO, A.M.

The implementation of a quality management system based on the Q tourist

quality standard. The case of hotel sector. Service Business, vol. 4, Ed. 3-4, p. 177

- 196, 2010.

WELIKALA D, SOHAL A. Total quality management and employees’

involvement: a case study of an Australian organisation. Total Quality

Management, 19, p.627–42, 2008.

Page 110: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

90

WIKIPÉDIA. Lista de automóveis do Brasil. 2012. Disponível em:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Lista_de_autom%C3%B3veis_do_Brasil>

Acesso em: 23 dez. 2012.

WINDSOR, C.A; ASHKANASY, N.M. Auditor independence decision making:

the role of organization culture perceptions. Behavioral Research in Accounting,

Vol. 8, p. 80-97, 1996.

YAHYA, S; GOH, W.K. The implementation of an ISO 9000 quality system.

International Journal of Quality & Reliability Management, Vol. 18 No. 9, p. 941-66,

2001.

ZAIRI, M. Total Quality Management for Engineers. Woodhead, 1991.

ZARAMDINI, W. An empirical study of the motives and benefits of ISO 9000

certification: the UAE experience. International Journal of Quality & Reliability

Management, Vol. 24 No. 5, p. 472-491, 2007.

ICES

Page 111: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

91

APÊNDICES

APÊNDICE A CARTA SIGILO

Prezado Gestor (a),

A referida pesquisa científica de título: “CULTURA ORGANIZACIONAL

ORIENTADA À QUALIDADE: UM SURVEY NAS CONCESSIONÁRIAS

AUTOMOTIVAS BRASILEIRAS CERTIFICADAS COM A ISO 9001”,

desenvolvida e executada pelo mestrando Jamil Ramsi Farkat Diógenes, estará

recolhendo através de seu questionário informações sobre sua organização, na

qual será analisado de forma sigilosa. Desta forma, em nenhum momento você ou

sua concessionária será identificada, motivando fidedignidade aos dados

fornecidos.

Natal, 30 de outubro de 2013.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO – LAGOA NOVA – NATAL/RN CEP: 59072 – 970

FONES: (084) 3215-3729 – FAX: 3215-3706

Page 112: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

92

APÊNDICE B INSTRUMENTO DE COLETA

Page 113: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

93

Page 114: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

94

Page 115: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

95

Page 116: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

96

Page 117: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

97

Page 118: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

98

Page 119: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

99

Page 120: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

100

Page 121: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

101

ANEXOS

ANEXO A FABRICANTES AUTOMOTIVOS E MODELOS PRODUZIDOS NO

BRASIL

Montadora Origem Sede Modelos Fabricados e Período de Elaboração.

Situação Fábril

Agrale BRA Caxias do Sul/RS

Marruá: 2004-presente Ativa em Caxias do Sul/RS

Americar BRA Santo André/SP Americar XK Coupe: 2007 Americar XK 120: 2007 Americar Cobra: 2002 Americar GT40:

Inativa

Audi ALE Ingolstadt/ALE A3/1996: 2006 Inativa

Bianco BRA Diadema/SP S: 1976 Tarpan: 1978 Tarpan TS: 1981

Inativa

Brasinca BRA São Caetano/SP

GT 4200 Uirapuru: 1965-1967 Inativa

CBT BRA São Carlos/SP Javali 1989-1994 Inativa

Chamonix BRA Jarinu/SP Roadster 356: 2011-presente Speedster 356: 1994-presente Spyder 550 R: 2001-2004 Spyder 550 S: 1995-presente Spyder 550 S L.M: 2010-presente Super 90: 1990-2006

Ativa em Jarinu/SP e Caxias/RJ.

Chevrolet USA Detroit/EUA A20: 1985-1997 Astra: 1993-2012 Blazer: 1995-presente Bonanza: 1989-1994 Brasil 3100: 1958-1963 Caravan: 1975-1992 Celta: 2000-presente Chevette: 1973-1994 Classic: 2003-presente Cobalt: 2011-presente Corsa: 1994-2012 Cruze: 2011-presente D20: 1985-1997 Impala: 1967-1974 Ipanema:1990-1996 Kadett:1989-1998 Marajó: 1981-1989 Meriva: 2002-2012 Montana: 2003-presente1 Monza: 1982-1996 Omega Suprema: 1993-1996 Omega: 1992-1998 Onix: 2012-presente Opala: 1968-1992 Prisma: 2006-presente S10: 1995-presente Spin: 2012-presente Trailblazer: 2012-presente Vectra GT: 2007-2012

Ativa em Mogi das Cruzes/SP, São Caetano/SP, São José dos Campos/SP

Page 122: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

102

Vectra: 1993-2011 Veraneio: 1964-1994 Zafira: 2001-2012

Citroën FRA Paris/FRA AirCross: 2012-presente C3: 2003-presente C4: 2011-presente C4 VTR: 2004-2008 Xsara: 1997-2004 Xsara Picasso: 1996-2012

Ativa em Porto Real/RJ

DKW Vemag BRA São Paulo/SP Belcar: 1958-1967 Caiçara:1963-1965 Camioneta: 1958 Candango: 1958-1963 Carcará: 1966 F-91 Universal: 1956-1958 Fissore: 1964-1967 Grande:1958-1967 Pracinha: 1966-1967 Vemaguet: 1958-1967 GT Malzoni:1964-1966

Inativa

Engessa BRA São Paulo/SP 4: 1984 Inativa

Fiat ITA Turim/ITA 147: 1976-1986 147 Pick-up: 1979-1986 Brava: 1999-2003 Bravo: 2010-presente Doblò: 2001-presente Ducato: 1998-presente Elba: 1986-1996 Fiorino: 1980-2012 Idea: 2003-presente Linea: 2008-presente Marea: 1998-2007 Marea Weekend: 1998-2007 Mille: 2008-presente Oggi: 1983-1985 Palio: 1996-presente Palio Weekend: 1997-presente Panorama: 1980-1986 Prêmio: 1985-1995 Punto: 2007-presente Siena: 1998-presente Stilo: 2002-2010 Strada: 1998-presente Tempra: 1992-1999 Tipo: 1993-1997 Uno: 1984-presente

Ativa em Betim/MG

FNM BRA Duque de Caxias/RJ

2000 JK: 1960-1968 2150 JK: 1968-1972 2300: 1974-1986

Inativa

Ford EUA Deaborn/EUA Belina: 1970-1991 Corcel: 1968-1977 Corcel II: 1977-1986 Courier: 1997-presente Del Rey: 1981-1991 Ecosport: 2003-presente Escort: 1983-1995 F-100: 1956-1984 F-250: 1999-2011

Ativa em Camaçari/BA, São Bernardo do Campo/SP, Tatuí/SP e Taubaté/SP

Page 123: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

103

F-1000: 1979-1998 Fiesta: 1995-presente Focus: 2001-presente Galaxie: 1967-1983 Ka: 1997-presente1 Maverick: 1973-1979 Pampa: 1982-1997 Royale: 1992-1996 Verona: 1989-1996 Versailles: 1991-1996

Gurgel BRA Rio Claro/SP BR-800: 1988 Carajás: 1984 G800: 1983 Ipanema: 1969 Itaipu E400: 1980 Motomachine: 1991 Supermini: 1992 TA-01: 2004 X10 Xavante: 1973 X12 Tocantins: 1976 X15: 1979 XEF: 1981

Inativa

Hofstetter BRA - Hofstetter:1984 Inativa

Honda JAP Tóquio/JAP City: 2009-presente Civic: 1992-presente Cr-v: 2000-presente Fit: 2001-presente

Ativa em Sumaré/SP

Hyundai KOR Seul/KOR Tucson: 2005-presente HB20: 2012-presente

Ativa em Anápolis/GO e Piracicaba/SP

Lafer S/A BRA - Lafer: 1974-1982 Ti: 1978-1981

Inativa

Lobini BRA Cotia/SP H1: 1999-presente R: 2007-2010

Ativa em Cotia/SP

Mahindra IND - Scorpio: 2007-2011 SUV XUV 500: 2013-presente

Ativa em Manaus/AM

Mercedes-Benz ALE Stuttgart/ALE Classe A: 1999-2005 CLC 200: 2008-2010

Inativa

Mitsubishi JAP Tóquio/JP L200: 1996-presente Pajero: 1998-presente

Ativa em Catalão/GO

Miura BRA Rio Grande do Sul/BRA

787: 1986-1990 BG-Truck CD: 1993-1997 Kabrio: 1984-1985 Saga: 1984-1988 Saga II: 1988-1992 Spider: 1983-1988 Sport: 977-1979 Sport II: 1980-1983 Targa: 1982-1988 Top Sport: 1989-1992 X8: 1987-1990 X11: 1990-1992

Inativa

Nissan JAP Tóquio/JAP Frontier: 2008-presente Grand Livina: 2010-presente Livina: 2010-presente March: 2012-presente

Ativa em São José dos Pinhais/PR

Page 124: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

104

X-Terra: 2008

Peugeot FRA Montbéliard/FRA

206: 2001-2008 206 SW: 2005-2008 207: 2008-presente 207: Passion 2008-presente 207 SW: 2008-2012 208: 2013-presente Hoggar: 2010-presente

Ativa em Porto Real/RJ

Puma BRA São Paulo/SP AM-3: 1989-1991 AM4: 1989-1995 AMV: 1988-1991 GT (DKW): 1967-1970 GT (VW): 1968-1970 GT4R: 1969-1970 GTB 250-S: 1974-1979 GTB S2: 1979-1987 GTC: 1982-1986 GTE: 1970-1980 GTI: 1982-1987 GTS: 1973-1981 P-018: 1981-1987 Spyder:1971-1972

Inativa

Renault FRA Boulogne/FRA Clio: 1999-presente Clio Sedan: 2000-2009 Duster: 2012-presente Logan: 2007-presente Mégane Grand Tour: 2006-2012 Mégane Sedan: 2006-2011 Sandero: 2007-presente Scénic: 1998-2010

Ativa em São José dos Pinhais/PR

Romi BRA Santa Bárbara d'Oeste/SP

Isetta 1956-1961 Inativa

Simca do Brasil BRA Belo Horizonte/MG

Alvorada:1963 Chambord: 1959 Emi-Sul: 1966 Esplanada: 1967 Jangada: 1962 Presidence: 1963 Rally: 1962 Tufão: 1964

Inativa

Santa Matilde BRA Petrópolis/RJ Coupé: 1983 SM: 1978

Inativa

San Vito BRA São Paulo/SP S1: 2008-presente Ativa em São Paulo/SP

Tac Motors BRA Joinville/SC Stark: 2009-presente Ativa em Sobral/CE

Toyota JAP Toyota/JAP Bandeirante: 1962-2001 Corolla: 1995-presente Fielder: 2004-2008 Hilux:1995-presente Etios: 2012-presente

Ativa em Indaiatuba/SP, São Bernardo do Campo/SP e Sorocaba/SP

Troller-Ford BRA Horizonte/CE Pantanal: 2006 T4: 1999-presente

Ativa em Horizonte/CE

Volkswagen ALE Wolfsburg/ALE 1600:1968 Apollo: 1990-1992 Brasília: 1973-1981

Ativa em São Bernardo do Campo/SP,

Page 125: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

105

CrossFox: 2005-presente Fox: 2003-presente Fusca: 1993-2002 Gol: 1980-presente Golf: 1995-presente Karmann Ghia: 1962 Karmann Ghia TC: 1970 Kombi: 1957-2012 Logus: 1993 Parati: 1982-2010 Passat: 1974-1989 Pointer: 1994 Polo: 2002-presente Polo Sedan: 1997-presente Quantum: 1985-2000 Santana: 1984-2006 Saveiro: 1982-presente Fusca: 1959-1986 Série SP: 1972 TL: 1970 Variant: 1969 Variant II: 1978 Voyage: 1981 Voyage: 2008-presente

Taubaté/SP, São Carlos/SP, e São José dos Pinhais/PR.

Willys Overland EUA Toledo/EUA Aero: 1960 Dauphine:1959 Executivo:1967 Gordini: 1962 Interlagos:1961 Itamaraty: 1966 Jeep:1957 Rural 1958

Inativa

(Adaptado de WIKIPÉDIA, 2012).

Page 126: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

106

ANEXO B CONCESSIONÁRIAS CERTIFICADAS COM A ISO 9001:2008

Concessionária Localização Website

Alemanha Veiculos Ltda. Parnaiba, PI. alemanhaveiculos.com.br

Amazon Veículos e Peças Ltda. São Paulo, SP. vwamazon.com.br

Ápia Comércio De Veículos Ltda. Rio Claro, SP. apianet.com.br

Auto Braz LTDA. Laranjeiras do Sul vwautobraz.com.br

Auto Green Veículos Ltda. São Paulo, SP. greenautomoveis.com.br

Auto Nova Petrópolis Ltda. Nova Petrópolis, RS. autonovapetropolis.com.br

Autobel Veículos Ltda. Campo Grande, MS. autobel.com.br

Autonorte Veículos Ltda. Sobral, CE. gruponovonorte.com.br

Autorama - Automóveis Umuarama Ltda. Umarama, PR. autoramaautomoveis.com.b

r

Baviera Veículos Ltda: Iguatemi Salvador, BA. bavieraveiculos.com.br

Baviera Veículos Ltda: Paralela Salvador, BA. bavieraveiculos.com.br

Brasilwagen Comércio de Veículos S.A. –

Loja 1

São Paulo, SP. brasilwagen.com.br

Brasilwagen Comércio de Veículos S.A. –

Loja 2

São Paulo, SP. brasilwagen.com.br

Brasilwagen Comércio de Veículos S.A. –

Loja 3

São Paulo, SP. brasilwagen.com.br

Bremen Veículos Ltda. Feira de Santana,

BA.

bremenveiculos.com.br

Bremen Veículos Ltda. Recife, PE. bremenveiculos.com.br

Bremen Veículos Ltda. Salvador, BA. bremenveiculos.com.br

Caltabiano Pacaembu - Calpac Ltda. São Paulo, SP. caltabiano.com.br

Carolina Veículos Ltda. Rondonópolis, MT. carolinaveiculos.com.br

(INATIVA) Cidacar - Comércio e Indústria

e Importação Ltda.

Ibitinga, SP. cidacar.com.br

Cipasa Comércio de Veículos Ltda. Londrina, PR. cipasa.com.br

Comercial Germânica Ltda. Americana, SP. germanicaveiculos.com.br

Comercial Germânica Ltda. Campinas, SP. germanicaveiculos.com.br

Comeri Litoral Comércio de Veículos

Ltda.

Praia Grande, SP. grupojk.com.br/volks

Comeri Litoral Comércio de Veículos

Ltda.

Santos, SP. grupojk.com.br/volks

Comeri Litoral Comércio de Veículos

Ltda.

São Vicente, SP. grupojk.com.br/volks

Page 127: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

107

Comeri Litoral Comércio de Veículos

Ltda.

São Paulo, SP. grupojk.com.br/volks

Cometa Center Car Veículos Ltda. Ariquemes, RO. viacometa.com.br

Corujão Comércio de Automóveis Ltda. Curitiba, PR corujao.com.br

Discautol - Distribuidora

Campograndense de Automóveis Ltda.

Campo Grande, MS discautol.com.br

Distribuidora de Veículos Pompeiana

Ltda.

Pompeia, SP. -

Distribuidora Maudi de Veículos Ltda. Catalão, GO. grupomaudi.com.br

Distribuidora Maudi de Veículos Ltda. Goiatuba, GO. grupomaudi.com.br

Distribuidora Maudi de Veículos Ltda. Itumbiara, GO. grupomaudi.com.br

Distribuidora Sudoeste Ltda. Rio Verde, GO. sudoestego.com.br

Distribuidora Triangulina de Veículos S.A Uberaba, MG. distrive.com.br

Dokar Veículos, Peças e Serviços Ltda. Pindamonhangaba,

SP.

dokarveiculos.com.br

Eurokraft Veículos S.A. Petropolis, RJ. eurokraft.com.br

Faria Veículos Ltda. São José do Rio

Preto, SP.

grupofaria.com.br/fariaveicu

los

Formaq - Máquinas Agrícolas Ltda. Gurupi, TO. formaqto.com.br

Gamma Automóveis Ltda. Frutal, MG. gammavw.com.br

Garra - Carbel S.A. Belo Horizonte, MG. carbel.com.br

Govesa - Goiânia Veículos S.A. Goiânia, GO. govesa.com.br

Grande Belém - Top Norte Comércio de

Veículos Ltda.

Belém, PA. grandebelem.com.br

Green Belém Comércio de Veículos Ltda. Ananindeua, PA. -

Green Belém Comércio de Veículos Ltda. Belém, PA. -

Guaibacar Veículos e Peças Ltda. Porto Alegre, RS. guaibacar.com.br

Itavox Veículos Ltda. São Paulo, SP volkswagen.itavema.com.br

Luson Veículos Ltda. Curitiba, PR. luson.com.br

Maggi Automóveis Ltda. Itu, SP. maggivw.com.br

Mais Car Comércio de Veículos Peças e

Serviços Ltda.

Cabedelo, JP. maisvw.com.br

Original Veículos Ltda. Diadema, SP. originalvw.com.br

Original Veículos Ltda. Guarulhos, SP. originalvw.com.br

Original Veículos Ltda. Jacarei, SP. originalvw.com.br

Original Veículos Ltda. São Bernardo do

Campo, SP.

originalvw.com.br

Page 128: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

108

Original Veículos Ltda. Taubaté, SP. originalvw.com.br

Ouro Minas Veículos Ltda. Ouro Preto, MG. ourominasvw.com.br

Paranamotor Automóveis Ltda. Apucarana, PR. paranamotor.com.br

Perin Veículos Ltda. Boa Vista, RR. perinvw.com.br

Pirâmide Veículos Ltda. Campo Mourão, PR. -

Pirâmide Veículos Ltda. Pato Branco, PR. -

Pirâmide Veículos Ltda. Toledo, PR. -

Recol Veículos Ltda. Rio Branco, AC. gruporecol.net

Rezende Comércio de Veículos Ltda. Manaus, AM. -

Rodac Barra Mansa S.A. Angra dos Reis rodac.com.br

Rodac Barra Mansa S.A. Barra do Piraí rodac.com.br

(INATIVA) S.A. Jauense de Automóveis e

Comércio – Sajac

Jaú, SP. sajac.com.br

Saga Autominas Comércio de Veículos

Ltda.

Araguari, MG saganet.com.br/vw-

araguari/home

Saga S.A. - Goiás de Automóveis Brasilia, DF saganet.com.br

Santa Emília Distribuidora de Veículos e

Autopeças Ltda.

Ribeirão Preto, SP. santaemilia.com.br

Servopa S.A. - Comércio e Indústria Curitiba, PR. gruposervopa.com.br

Servopa S.A. - Comércio e Indústria Curitiba, PR. gruposervopa.com.br

Servopa S.A. - Comércio e Indústria Irati, PR gruposervopa.com.br

Servopa S.A. - Comércio e Indústria Maringá, PR gruposervopa.com.br

Servopa S.A. - Comércio e Indústria Paranaguá, PR. gruposervopa.com.br

Smaff Nordeste Veículos Ltda. Fortaleza, CE. smaff.com.br

Socel Comércio de Veículos Ltda. Mossoró, RN. socelvw.com.br

(INATIVA) Sorana - Comercial e

Importadora Ltda. – Filial

Taboão da Serra,

SP.

sorana.com.br/vw

Sorana Comercial e Importadora Ltda. São Paulo, SP. sorana.com.br/vw

Tempo - Comercial de Veículos e

Serviços Ltda.

Campinas, SP. tempoveiculos.com.br/volks

wagen

Tempo - Comercial de Veículos e

Serviços Ltda.

Valinhos, SP. tempoveiculos.com.br/volks

wagen

Veleiro Litoral - Veículos, Peças e

Serviços Ltda.

Caraguatatuba, SP. veleirolitoral.com.br

Vigo Motors Ltda. - Avel Motors São Bernardo do

Campo, SP.

vigomotors.com.br

(CB-25 - ABNT, 2013).

Page 129: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

109

ANEXO C COMPOSIÇÃO E DESCRIÇÃO DOS REQUISITOS DA ISO 9001

Requisitos: Composição e Descrição – ABNT (2008, p.2-14)

1)

SG

Q Requisitos gerais: Identificar os processos existentes na organização e aplicar o SGQ

a todos eles; Determinar a sequência e interação desses processos; Determinar

critérios e métodos necessários para assegurar que a operação e o controle desses

processos sejam eficazes;

Monitorar, medir e analisar esses processos; Assegurar a disponibilidade recursos e

informações necessárias para apoiar a operação e o monitoramento desses

processos; Implementar ações necessárias para atingir os resultados planejados e a

melhoria contínua desses processos.

Requisitos da documentação: Declarações documentadas da política da qualidade e

dos objetivos da qualidade; desenvolver e estabelecer um manual da qualidade;

Documentar todo e qualquer procedimento requerido pela norma; Possuir os registros

requeridos pela norma.

2)

Resp

on

sab

ilid

ad

e d

a a

dm

inis

traç

ão

Comprometimento - a alta direção deve: Fornecer evidências do seu

comprometimento com o desenvolvimento e com a implementação do sistema de

gestão da qualidade e com a melhoria contínua de sua eficácia mediante a

comunicação à organização da importância em atender aos requisitos dos clientes,

como também aos requisitos regulamentares e estatutários; Desenvolver e

estabelecer uma política da qualidade; Garantir que são estabelecidos os objetivos da

qualidade; A condução de análises críticas pela alta direção; A garantia da

disponibilidade de recursos.

Foco no cliente - a alta direção deve assegurar que: Os requisitos do cliente são

determinados e atendidos com o propósito de aumentar a satisfação do cliente.

Política de qualidade - a alta direção deve assegurar que a política de qualidade: É

apropriada ao propósito da organização; É comprometida com o atendimento aos

requisitos e com a melhoria contínua da eficácia do sistema de gestão da qualidade;

Disponibiliza uma estrutura para estabelecimento e análise crítica dos objetivos da

qualidade; É comunicada e entendida por toda a organização; é analisada criticamente

para manutenção de sua adequação.

Planejamento - a alta direção deve assegurar que: Os objetivos da qualidade são

estabelecidos nas funções e nos níveis pertinentes da organização, garantindo ser

mensuráveis e coerentes com a política da qualidade; A integridade do sistema de

gestão da qualidade é mantida quando mudanças no sistema de gestão da qualidade

são planejadas e implementadas.

Page 130: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

110

Responsabilidade, autoridade e comunicação - a alta direção deve: Assegurar que as

responsabilidades e autoridades são definidas e comunicadas na organização; Indicar

um membro da organização que com responsabilidade e autoridade para assegurar

que os processos necessários para o sistema de gestão da qualidade sejam

estabelecidos, implementados e mantidos, além de relatar à alta direção o

desempenho do sistema de gestão da qualidade e qualquer necessidade de melhoria,

bem como assegurar a promoção da conscientização sobre os requisitos do cliente

em toda a organização; Assegurar que são estabelecidos na organização os

processos de comunicação apropriados e que seja realizada comunicação relativa à

eficácia do sistema de gestão da qualidade.

Análise crítica pela administração – a alta direção deve: Analisar criticamente o

sistema de gestão da qualidade da organização, a intervalos planejados, para

assegurar sua continua pertinência, adequação e eficácia.

3)

Gestã

o d

e r

ecu

rso

s Provisão de recursos – a organização deve determinar e prover recursos necessários

para: Implementar e manter o sistema de gestão da qualidade e melhorar

continuamente sua eficácia; Aumentar a satisfação de clientes mediante o

atendimento aos seus requisitos.

Recursos humanos – o pessoal que executa atividades que afetam a qualidade do

produto deve ser competente, com base em educação, treinamento, habilidade e

experiência apropriados. Para tanto a organização deve: Determinar as competências

necessárias para o pessoal que executa trabalhos que afetam a qualidade do produto;

Fornecer treinamento ou tomar outras ações para satisfazer essas necessidades de

competência; Avaliar a eficácia das ações executadas; Assegurar que o seu pessoal

está consciente quanto à pertinência e importância de suas atividades e de como elas

contribuem para atingir os objetivos da qualidade; Manter registros apropriados de

educação, treinamento, habilidade e experiência.

Infraestrutura - a organização deve determinar, prover e manter a infraestrutura

necessária para alcançar a conformidade com os requisitos do produto. A

infraestrutura inclui, quando aplicável: Edifícios, espaço de trabalho e instalações

associadas; Equipamentos de processo (tanto materiais e equipamentos quanto

programas de computador); Serviços de apoio (tais como transporte e comunicação).

Ambiente de trabalho – a organização deve: Determinar e gerenciar as condições do

ambiente de trabalho necessárias para alcançar a conformidade com os requisitos do

produto.

Page 131: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

111

4)

Realiza

ção

do

pro

du

to Planejamento – a organização deve planejar e desenvolver os processos necessários

para a realização do produto. Ao planejar a realização do produto, a organização deve

determinar o seguinte, quando apropriado: Objetivos da qualidade e requisitos para o

produto; A necessidade de estabelecer processos e documentos e prover recursos

específicos para o produto; Verificação, validação, monitoramento, inspeção e

atividades de ensaio requeridos, específicos para o produto, bem como os critérios

para a aceitação do produto; Registros necessários para fornecer evidência de que os

processos de realização e o produto resultante atendem aos requisitos.

Processos relacionados aos clientes – a organização deve: Determinar os requisitos

especificados pelo cliente, incluindo os requisitos para entrega e para atividades de

pós-entrega; Determinar os requisitos não declarados pelo cliente, mas necessários

para o uso especificado ou intencional, onde conhecido; Determinar os requisitos

estatutários regulamentares relacionados ao produto; Determinar qualquer requisito

adicional determinado pela organização; Analisar criticamente os requisitos

relacionados ao produto; Assegurar de que os requisitos do produto estão definidos;

Assegurar de que os requisitos de contrato ou de pedido que difiram daqueles

previamente manifestados estão resolvidos; Assegurar de que a organização tem a

capacidade para atender aos requisitos definidos; Determinar e tomar providências

eficazes para se comunicar com os clientes em relação a informações sobre o produto,

tratamento de consultas, contratos ou pedidos, incluindo emendas, e realimentação

do cliente, incluindo suas reclamações.

Projeto e desenvolvimento – a organização deve planejar e controlar o projeto e

desenvolvimento de produto, durante o planejamento do projeto e desenvolvimento a

organização deve determinar: Os estágios do projeto e desenvolvimento; Análise

crítica, verificação e validação que sejam apropriadas para cada fase do projeto e

desenvolvimento; As responsabilidades e autoridades para projeto e desenvolvimento.

Aquisição – a organização deve: Assegurar que o produto adquirido está conforme

com os requisitos especificados de aquisição; Avaliar e selecionar fornecedores com

base na sua capacidade em fornecer produtos de acordo com os requisitos da

organização; Prover informações de aquisição descrevendo o produto a ser adquirido;

Assegurar a adequação dos requisitos de aquisição especificados antes da sua

comunicação ao fornecedor; Estabelecer e implementar inspeção ou outras atividades

necessárias para assegurar que o produto adquirido atende aos requisitos de

aquisição especificados; Quando a organização ou seu cliente pretender executar a

verificação nas instalações do fornecedor, a organização deve declarar, nas

informações de aquisição, as providências de verificação pretendidas e o método de

liberação de produto.

Page 132: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

112

Produção e fornecimento do serviço – a organização deve: Planejar e, realizar a

produção e o fornecimento de serviço sob condições controladas; Validar quaisquer

processos de produção e fornecimento de serviço aonde a saída resultante não possa

ser verificada por monitoramento ou medição subsequente. Tomar as providências

necessárias para esses processos, incluindo, quando aplicável critérios definidos para

análise crítica e aprovação dos processos, aprovação de equipamento e qualificação

de pessoal, uso de métodos e procedimentos específicos, requisitos para registros e

revalidação; Identificar a situação do produto no que se refere aos requisitos de

monitoramento e de medição; Controlar e registrar a identificação única do produto,

quando a rastreabilidade for um requisito; Identificar, verificar, proteger e salvaguardar

a propriedade do cliente fornecida para uso ou incorporação no produto; Preservar a

conformidade do produto durante processo interno e entrega no destino pretendido.

Esta preservação deve incluir identificação, manuseio, embalagem, armazenamento

e proteção; Determinar as medições e monitoramentos a serem realizados e os

dispositivos de medição e monitoramento necessários para evidenciar a conformidade

do produto com os requisitos determinados; Estabelecer processos para assegurar

que medição e monitoramento possam ser realizados e executados de uma maneira

coerente com os requisitos de medição e monitoramento.

5)

Med

ição

, an

ális

e e

melh

ori

a Generalidades – a organização deve: Planejar e implementar os processos

necessários de monitoramento, medição, análise e melhoria para: demonstrar a

conformidade do produto, assegurar a conformidade do sistema de gestão da

qualidade e melhorar continuamente a eficácia do sistema de gestão da qualidade.

Isso deve incluir a determinação dos métodos aplicáveis, incluindo técnicas

estatísticas, e a extensão de seu uso.

Medição e monitoramento – a organização deve: Monitorar informações relativas à

percepção do cliente sobre se a organização atendeu aos requisitos do cliente.

Determinar métodos para obtenção e uso dessas informações; Executar auditorias

internas a intervalos planejados, para determinar se o sistema de gestão da qualidade

está conforme com as disposições planejadas e se está mantido e implementado

eficazmente; Aplicar métodos adequados para monitoramento e, quando aplicável,

para medição dos processos do sistema de gestão da qualidade; Medir e monitorar as

características do produto para verificar se os requisitos do produto têm sido

atendidos.

Controle do produto não-conforme – a organização deve: Assegurar que produtos que

não estejam conformes com os requisitos do produto sejam identificados e controlados

para evitar seu uso ou entrega não intencional.

Análise dos dados – a organização deve: Determinar, coletar e analisar dados

apropriados para demonstrar a adequação e eficácia do sistema de gestão da

Page 133: CULTURA ORGANIZACIONAL ORIENTADA À QUALIDADE: … · análise nas escolas europeias de gestão. In: XIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas, 2013,

113

qualidade e para avaliar onde melhorias contínuas da eficácia do sistema de gestão

da qualidade podem ser realizadas.

Melhorias – a organização deve: Continuamente melhorar a eficácia do sistema de

gestão da qualidade por meio do uso da política da qualidade, objetivos da qualidade,

resultados de auditorias, análise de dados, ações corretivas e preventivas e análise

crítica pela direção.

(ABNT, 2008, p.2-14).