7/23/2019 Cultura Do Estupro India

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Condenado à morte por estupro coletivo na Índia culpa mulher por crime

Em 2012, uma estudante indiana foi estuprada em um ônibus em

Nova Déli e morreu devido a ferimentos internos gravíssimos. A produtoraLeslee d!in "onversou "om um dos estupradores #ue foi "ondenado $

morte e "om os advogados de defesa, para um do"ument%rio sobre o "aso

#ue ser% transmitido nesta semana pela &&' na (r)*&retan+a.

Leia, abaio, o testemun+o de d!in e tre"+os da entrevista dela "om o

estuprador-

No dia 1 de de/embro de 2012, uma mul+er de 2 anos foi assistir

ao lme As Aventuras de i "om um amigo. 3s 20+0, eles entraram em um

ônibus #ue estava fora de opera4)o, e outras seis pessoas estavam noveí"ulo- "in"o +omens e um 5ovem.

6s +omens espan"aram o amigo e "ada um estuprou a mul+er, agredindo*a

em seguida "om um instrumento de ferro.

6s detal+es terríveis do estupro me levaram a a"reditar #ue

en"ontraria monstros, lou"os, psi"opatas. A verdade era ainda mais

assustadora- os perpetradores eram +omens "omuns, aparentemente

normais. 7u8es+ 9ing+, o motorista do ônibus, des"reveu "ada detal+e do

#ue a"onte"eu durante e depois do estupro. En#uanto os promotores

armam #ue todos os +omens se reve/aram e estupraram a 5ovem, 9ing+

arma #ue n)o parti"ipou e "ou no volante do ônibus o tempo todo.

E ele "ulpa a vítima-

:ma garota de"ente n)o estaria perambulando por aí $s nove da noite.

ma garota é muito mais respons%vel por um estupro do #ue um garoto:,

disse.

:;rabal+o de "asa, servi4o domésti"o é para garotas, n)o <é= perambular em

"lubes e bares $ noite fa/endo "oisas erradas, usando roupas erradas. 'er"a

de 20> das garotas s)o boas.:ara 9ing+, as pessoas :tin+am o direito de ensinar uma li4)o a ela: e a

mul+er pre"isa aguentar isto.

:?uando est% sendo estuprada, ela n)o deve lutar. Ela deve apenas "ar em

sil@n"io e permitir o estupro. Ent)o, eles teriam deiado ela depois <do

estupro= e apenas teriam espan"ado o menino:, armou.

:A pena de morte vai tornar as "oisas ainda mais perigosas para as garotas.

Agora, #uando eles estupram, eles n)o v)o deiar a garota "omo ns

/emos. Eles v)o mat%*la. Antes, eles estuprariam e diriam- Bdeia ela, ela

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n)o vai "ontar para ninguémB. Agora, #uando eles estuprarem,

espe"ialmente os tipos "riminosos, eles v)o matar a garota. 7orte.:

Eu tin+a em m)os a longa lista dos ferimentos inCingidos $ vítima e li a para

9ing+, esperando algum tipo de arrependimento. 7as n)o +ouve nada.

Sintomas, e não a doença

9eria mais f%"il entender esse "rime +ediondo se os respons%veis

fossem monstros, ma4)s podres, aberra4es da nature/a. ara mim, a

verdade n)o poderia estar mais longe disso, e talve/ a pena de morte por

enfor"amento $ #ual os a"usados foram senten"iados até mas"are o

problema real, #ue é- estes +omens n)o s)o a doen4a, eles s)o os sintomas.

m dos +omens #ue entrevistei, (aurav, +avia estuprado uma menina de

"in"o anos. assei tr@s +oras gravando a entrevista en#uanto ele "ontava

"om detal+es eplí"itos "omo abafou os gritos da "rian4a "obrindo o rosto

dela "om a m)o.

Durante a entrevista, ele estava sentado e tin+a um meio sorriso na

bo"a. ;alve/ um pou"o de nervosismo na presen4a de uma "mera. Em um

momento, pedi para #ue ele me mostrasse a altura da menina e ele se

levantou para indi"ar #ue ela era da altura de seus 5oel+os.

?uando perguntei "omo ele "onseguiu "ru/ar o limite entre imaginar o #ue

#ueria fa/er e realmente fa/er * diante da altura da menina, os ol+os, osgritos * ele me ol+ou "omo se eu estivesse lou"a. :Ela era uma mendiga, a

vida dela n)o tin+a valor:, respondeu.

Esses "rimes "ontra mul+eres e meninas s)o apenas parte do

problema. ;udo "ome4a "om o nas"imento de uma menina, #ue n)o é t)o

bem*vinda "omo um menino.

?uando um menino nas"e, do"es s)o distribuídos. Fsso n)o a"onte"e "om as

meninas. m menino re"ebe uma nutri4)o mel+or #ue uma menina. 6s

movimentos de uma menina pela "idade s)o restritos e suas liberdades,

redu/idas. Ela é enviada "omo es"rava domésti"a para o marido.

9e uma menina vale menos #ue um menino, a "onse#u@n"ia é #ue os

+omens a"reditam #ue podem fa/er o #ue #uiserem "om elas.

'Não há lugar para uma mulher'

Galei "om dois advogados #ue defenderam os assassinos da estudante de

2 anos e o #ue eles disseram foi revelador.

:Em nossa so"iedade nun"a permitimos #ue nossas meninas saiam de "asa

depois das 1H+0, ou 1H+0 ou 20+20, durante a noite "om #ual#uer

des"on+e"ido:, disse 7L 9+arma.

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:Io"@ est% falando sobre +omem e mul+er "omo amigos. Des"ulpe, isso n)o

tem lugar em nossa so"iedade. ;emos a mel+or "ultura. Em nossa "ultura

n)o +% lugar para uma mul+er.:

:9e min+a l+a ou irm) se envolvessem "om atividades antes do

"asamento <...=, e se permitir perder o "ar%ter ao fa/er tais "oisas, "om"erte/a eu levaria esta irm) ou l+a para min+a fa/enda e, em frente de

toda min+a família, despe5aria gasolina nela e a"enderia o fogo:, disse outro

advogado, A 9ing+, em uma entrevista para a televis)o lo"al.

?uando o entrevistei, ele "onrmou essas de"lara4es.

A desigualdade de g@nero é o tumor prim%rio e o estupro, tr%"o de

mul+eres, "asamento de "rian4as, aborto de fetos de meninas, "rimes de

+onra e assim por diante, s)o as met%stases.

E na Índia o problema n)o é falta de leis * anal é um país demo"r%ti"o,

"ivili/ado e em desenvolvimento. 6 problema é a implementa4)o das leis.

6 artigo 1J da 'onstitui4)o do país garante direitos iguais para +omens e

mul+eres. 9 #ue, por eemplo, o dote em um "asamento é "onsiderado

ilegal, mas todas as famílias ainda mant@m esse "ostume.