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13 1 ISSN 1807-0043 Agosto, 2004 Cultivo da Pimenteira-do-reino na Região Norte

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  • 131ISSN 1807-0043Agosto, 2004

    Cultivo da Pimenteira-do-reino

    na Região Norte

  • Sistemas deProdução 1

    Belém, PA

    2004

    Maria de Lourdes Reis Duarte

    ISSN 1807-0043

    Agosto, 2004

    Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

    Centro de Pesquisa Agroflorestal da Amazônia Oriental

    Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

    Cultivo da Pimenteira-do-reinona Região Norte

  • Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na:

    Embrapa Amazônia Oriental

    Trav. Dr. Enéas Pinheiro, s/n

    Caixa Postal, 48 CEP: 66095-100 - Belém, PA

    Fone: (91) 299-4500

    Fax: (91) 276-9845

    E-mail: [email protected]

    Comitê de Publicações

    Presidente: Leopoldo Brito Teixeira

    Secretária-Executiva: Maria de Nazaré Magalhães dos Santos

    Membros: Antônio Pedro da Silva Souza Filho

    Expedito Ubirajara Peixoto Galvão

    João Tomé de Farias Neto

    Joaquim Ivanir Gomes

    José de Brito Lourenço Júnior

    Revisores Técnicos

    Alfredo K. O. Homma – Embrapa Amazônia Oriental

    José Furlan Júnior– Embrapa Amazônia Oriental

    Oscar Lameira Nogueira – Embrapa Amazônia Oriental

    Supervisor editorial: Guilherme Leopoldo da Costa Fernandes

    Revisor de texto: Maria de Nazaré Magalhães dos Santos

    Normalização bibliográf ica: Izanira Coutinho Vaz Pereira

    Editoração eletrônica: Euclides Pereira dos Santos Filho

    1a edição

    1a impressão (2004): 1.000 exemplares

    Todos os direitos reservados.

    A reprodução não-autorizada desta publicação, no todo ou em

    parte, constitui violação dos direitos autorais (Lei no 9.610).

    Duarte, Maria de Lourdes Reis

    Cult ivo da pimenta-do-reino na região norte / Maria de

    Lourdes Reis Duarte. - Belém: Embrapa Amazônia Oriental,

    2004.

    185p. : il ; 21cm. - (Embrapa Amazônia Oriental. Sistemas

    de Produção, 1).

    1. Pimenteira-do-reino - Manejo de Cult ivo - Brasil - Região

    norte - Brasil. 2. Sistema de exploração agrícola. 3. Economia.

    4. Solo. 5. Cult ivares. 6. Produção de muda. 7. Controle de

    praga I. Título. II. Série.

    CDD 633.8409811

    © Embrapa 2004

  • Manejo de Plantas Daninhas

    Raimundo Evandro Barbosa Mascarenhas

    IntroduçãoA infestação de plantas daninhas em plantios de pimenteira-do-reino é um dos

    principais fatores que onera os custos de produção da cultura. O controlemecânico, sistema tradicional da região é aplicado isoladamente pela maioria dos

    produtores, tem-se mostrado ineficiente pelo baixo rendimento operacional que

    apresenta onerando em cerca de 15% o custo de produção. Esse fato éconseqüência da grande quantidade de mão-de-obra empregada e da freqüência de

    roçagens e capinas manuais feitas para manter a cultura livre da concorrência das

    plantas daninhas, principalmente nos meses mais chuvosos do ano na RegiãoNorte. Além disso, a pimenteira-do-reino possui um sistema radicular ativo,

    concentrado nos primeiros 30 cm do solo e, dessa maneira a capina manual

    danifica o sistema radicular, diminuindo sua área de exploração econsequentemente prejudicando o desenvolvimento e nutrição das plantas,

    podendo facilitar também a incidência de enfermidades através do corte das raízes.

    Com base nas considerações acima mencionadas, o controle integrado através de

    métodos preventivo, mecânico, f ísico e químico é uma alternativa viável,eficiente e economicamente sustentável para controlar as plantas daninhas

    infestantes na cultura da pimenteira-do-reino.

    Identificação das espécies de plantas de plantasdaninhasPara que se obtenha um controle ef iciente a longo prazo das plantas daninhas

    em plantios de pimenteira-do-reino, é necessário que se faça inicialmente a

    identif icação das espécies presente na área, bem como a determinação dafreqüência, dispersão, densidade de infestação, formas de reprodução etc. A

    análise conjunta desses parâmetros indicarão qual a associação de métodos mais

    adequados a empregar. Na Tabela 1 estão listadas em ordem alfabética os nomesdas famílias das espécies que ocorrem com mais freqüência nos pimentais da

    Amazônia Oriental.

  • 78

    Cultivo da P

    imenteira-do-reino na R

    egião Norte

    Família Espécie Nome vulgar

    Amarantaceae Alternanthera ficoidea (dicotiledônea) Corrente

    Amaranthus spinosus (dicotiledônea) Cururu-espinhoso

    Commelinaceae Commelina longicaulis (monocotiledônea) Maria-mole

    Compositae Acanthospeermum australis (dicotiledônea) Jamburena

    Bidens pilosa (dicotiledônea) Jamburena

    Elephantopus mollis (dicotiledônea) Língua-de-vaca

    Emilia sonchifolia (dicotiledônea) Serralha

    Rolandra argentea (dicotiledônea) Barba-de-paca

    Convolvulaceae Ipomoea asarifolia (dicotiledônea) Salsa

    Ipomoea batatoides (dicotiledônea) Batarana

    Cucurbitacae Cyperus diffusus (monocotiledônea) Tiririca

    Ciperacea Cyperus flavus (monocotiledônea) Barba-de-bode

    Cyperus ferax (monocotiledônea) Tiriricão

    Cyperus ligulares (monocotiledônea) Capim-de-botão-grande

    Graminea Brachiaria humidicola (monocotiledônea) Quicuio

    Digitaria horizontalis (monocotiledônea) Capim-colchão

    Eleusine indica (monocotiledônea) Pé-de-galinha

    Leptochloa virgata (monocotiledônea) Pé-de-galinha

    Panicum maximum (monocotiledônea) Colonião

    Paspalum conjugatum (monocotiledônea) Capim-pancoan

    Paspalum maritimum (monocotiledônea) Capim-gengibre

    Malvaceae Sida rhombifolia (dicotiledônea) Malva-vermelha

    Rubiaceae Borreria latifolium (dicotiledônea) Erva-listada

    Borreria verticilata (dicotiledônea) Vassorinha-de-botão

    Tabela 1. Principais plantas daninhas dicotiledôneas (folhas largas) e monocotiledôneas (folhas estreitas) infestantes

    em plantios de pimenteira-do-reino na Amazônia Oriental.

  • 79Cult ivo da Pimenteira-do-reino na Região Norte

    Métodos de controle de plantas daninhas

    Controle preventivoConsiste no emprego de medidas que impeçam o estabelecimento, disseminação

    e infestação de plantas em plantios de pimenteira-do-reino:

    a) Bom preparo do solo de modo a eliminar o máximo possível as plantasdaninhas nas área de plantio.

    b) Formação e plantio de mudas através de sacos plást icos, isentas de plantasdaninhas.

    c) Fermentação de esterco e matéria orgânica.

    Controle mecânicoÉ o mais ut ilizado pelos pipericultores da região. Pode ser feito de duas manei-

    ras: manualmente através de capinas e roçagens e mecanizado por meio de

    roçadeiras rotativas acopladas em tratores e deve ser efetuado antes que asplantas daninhas iniciem a produção de sementes.

    Não se recomenda o uso de grades e enxadas rotat ivas quando as plantas

    daninhas se reproduzem por rebrotamento, rizomas, bolotas etc, principalmente

    no período chuvoso, pois aumentam o grau de infestação das mesmas, alémdisso danif icam também o sistema radicular da cultura.

    Controle físicoEfetuado juntamente com os outros métodos de controle, através da cobertura

    morta e cobertura viva. Como cobertura morta emprega-se, casca-de-arroz,serragem em coroamento. Não se recomenda usar capim seco com sementes

    pois pode aumentar a infestação na área. Como cobertura viva usa-se

    leguminosas nas entrelinhas de plantio e que tenham as seguinte característ icas:boa adaptação às condições locais, sejam herbáceas, anuais e ou perenes,

    decumbente, produzam sementes na área e mantenham-se bem desenvolvidas

    após roçagens periódicas de modo a fornecer constantemente, biomassa para acobertura morta no solo. Essa prática cultural além de controlar as plantas

    daninhas, fornece também nitrogênio para a pimenteira, f ixado da atmosfera

    pelas leguminosas.

  • 80 Cult ivo da Pimenteira-do-reino na Região Norte

    Controle químicoConsiste no emprego de produtos químicos chamados de herbicidas que aplica-

    dos isoladamente ou em misturas possuem a capacidade de matar ou reduzir

    drasticamente as plantas daninhas, sem afetar a cultura. O emprego dos

    herbicidas deve ser considerado como uma alternativa no combate às plantas

    daninhas e não como um substituto dos demais métodos. Para controle de

    plantas daninhas em pimentais, com herbicidas, recomenda-se os procedimentos

    apresentados na Tabela 2.

    Controle integrado ou combinadoNão existe uma forma padronizada de controle integrado. A associação dos

    diferentes métodos é desejável sempre que possível para o manejo integrado de

    plantas daninhas em pimentais depende das espécies de plantas daninhas e suas

    característ icas botânicas, t ipo de solo e clima, densidade e extensão da

    infestação, recursos f inanceiros, disponibilidade de mão-de-obra e herbicidas,

    máquinas e implementos etc.

    Em todas as aplicações deve ser usado pulverizador costal com capacidade de

    20 lit ros, com bico em leque referência 110.15 e 110.02 calibrado para um

    consumo de 300 a 400 lit ros por hectare de calda adicionando-se espalhante

    adesivo numa proporção de até 0,5%. Pulverizar a calda na área foliar total das

    plantas daninhas, com jato dirigido usando o protetor (chapéu de Napoleão)

    para evitar o efeito danoso da deriva do produto sobre a cultura. As doses

    menores são recomendadas para as plantas daninhas nos primeiros estádios de

    desenvolvimento (2 a 4 folhas) e as maiores para as plantas mais

    desenvolvidas.

    Em pimentais infestados com maria-mole (Commelina longicaulis), por ser uma

    planta agressiva e de dif ícil controle, deve ser aplicado a dosagem mais alta de

    2,4-D adicionando-se 0,5% de uréia em cada pulverizador.

  • 81

    Cultivo da P

    imenteira-do-reino na R

    egião Norte

    Tabela 2 . Herbicidas aplicados isoladamente ou em mistura (kg/ha de i. a.), para controlar as plantas daninhas,

    na cultura da pimenteira-do-reino.

    SISTEM~1_CAPA_1SISTEM~1