cuidado de enfermagem no transtorno de personalidade

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Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade Profa. Sandra de Souza Pereira

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Page 1: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Profa. Sandra de Souza Pereira

Page 2: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Desenvolvimento da personalidade

→ Os estágios de desenvolvimento são identificados pela idade→ Os comportamento podem ser avaliados conforme serem ou não reconhecidos

como adequados para a idade→ O meio também pode influenciar o padrão de desenvolvimento da pessoa→ Indivíduos criados em sistema familiar disfuncional, com frequência apresentam

retardo no desenvolvimento do ego→ Permanecer fixa num nível mais baixo de desenvolvimento, com

comportamentos inapropriados para a idade, torna evidente uma psicopatologia→ Traços inflexíveis e mal adaptativos que provocam comprometimento

funcional ou angústia subjetiva importantes (TP)

Page 3: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Teoria psicanalítica

→ Os cinco primeiros anos da vida como os mais importantes para a formação do caráter básico (Freud)

→ Estrutura da personalidade em três componentes principais: id, ego e superego (Freud)

• Id: local dos impulsos instintivos – o princípio do prazer – presente ao nascimento/satisfação das necessidades imediatas – podem ser irracionais

• Ego: eu racional – o princípio da realidade – 4 a 6 meses – vivencia a realidade do mundo externo, adapta-se e responde a ela – é mediadora entre o mundo externo, o id e o superego

• Superego: o princípio da perfeição – 3 a 6 anos – internaliza valores e aspectos morais estabelecidos pelos cuidados primários – derivado do sistema recompensas/punições – compõem-se de dois aspectos principais (ego-ideal e a consciência)

Page 4: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Topografia da mente

→ Freud classificou todos os conteúdos e as operações mental em três categorias:

• Consciente: inclui todas as lembranças que permanecem dentro da consciência do indivíduo – é a menor – lembranças facilmente lembradas ficam aqui (Ex.: próprio aniversário e de pessoas próximas, algum número de telefone... ) – mente consciente esteja no controle do ego

• Pré-consciente: inclui lembranças que podem ter sido esquecidas, mas com atenção podem ser relembradas (Ex.: endereços e telefones já memorizados mas pouco usados) – parcialmente sob o controle do superego, que ajuda a ocultar pensamentos e comportamentos inaceitáveis

• Inconsciente: inclui todas as lembranças que não são acessadas – é o maior dos 3 níveis – o material inconsciente consiste em lembranças desagradáveis ou não essenciais que foram reprimidas e que podem ser recuperadas por meio de terapia ou hipnose – o material inconsciente pode também emergir em sonhos e em comportamentos incompreensíveis

Page 5: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Estágios do desenvolvimento da personalidade (Freud)

→ Características desenvolvidas durante os primeiros 5 anos pesam sobre os padrões de adaptação e os traços de personalidade na vida adulta

Idade Estágio Principais tarefas de desenvolvimento

0 a 18 meses Oral Alívio da ansiedade através da gratificação oral das necessidades

18 meses a 3 anos Anal Aprendizagem da independência e do controle, com foco na função excretora

3 a 6 anos Fálico Identificação com genitor do mesmo sexo; desenvolvimento de identidade sexual; foco em órgãos genitais

6 a 12 anos Latência Sexualmente reprimido; foco em relacionamento com companheiros do mesmo sexo

13 a 20 anos Genital Lidido reestimulada conforme os órgãos genitais amadurecem; foco nas relações com membros do sexo oposto

Page 6: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Teoria interpessoal (Sullivan)

→ Comportamento e desenvolvimento da personalidade de um indivíduo resultam diretamente dos relacionamentos interpessoais

Idade Estágio Principais tarefas de desenvolvimento

0 a 18 meses Infância Aliviar a ansiedade por meio da gratificação oral das necessidades

18 meses a 6 anos Pré-escolar Aprender a enfrentar uma demora na gratificação pessoal em ansiedade demasiada

6 a 9 anos Juvenil Aprender a formar relacionamentos satisfatórios com pares

9 a 12 anos Pré-adolescência

Aprender a formar relacionamentos satisfatórios com pessoa do mesmo gênero; iniciar sentimentos de afeição por outra pessoa

12 a 14 anos Adolescência inicial

Aprender a formar relacionamentos satisfatórios com pessoas do gênero oposto; desenvolver senso de identidade

14 a 21 anos Fase tardia da adolescência

Estabelecer autoidentidade; vivenciar relacionamentos satisfatórios; trabalhar para desenvolver um relacionamento íntimo duradouro com o gênero oposto

Page 7: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Teoria do desenvolvimento psicossocial (Erikson)

→ Influências dos processos sociais sobre o desenvolvimento da personalidade – oito estágios do ciclo da vida em que o indivíduo luta com “crises” de desenvolvimento

Idade Estágio Principais tarefas de desenvolvimento

0 a 18 meses Confiança vsdesconfiança

Desenvolver uma confiança básica na figura do cuidador e aprender a generalizá-la para outras pessoas

18 meses a 3 anos Autonomia vsvergonha e

dúvida

Obter algum autocontrole e independência dentro do meio

3 a 6 anos Iniciativa vsculpa

Desenvolver um sentido de propósito e habilidade de iniciar e direcionar as próprias atividades

6 a 12 anos Construtividadevs inferioridade

Alcançar um sentido de autoconfiança por meio do aprendizado, competição, realizar com sucesso, e receber reconhecimento de outras pessoas importantes, pares e conhecidos

Page 8: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Teoria do desenvolvimento psicossocial (Erikson)

Idade Estágio Principais tarefas de desenvolvimento

12 a 20 anos Identidade vsconfusão de

papéis

Integrar as tarefas dominadas nos estágios anteriores em uma sensação de segurança do self

20 a 30 anos Intimidade vsisolamento

Formar um relacionamento intenso e duradouro ou um compromisso com outra pessoa, ou uma causa, instituição ou esforço criativo

30 a 65 anos Criação vsestagnação

Alcançar os objetivos de vida estabelecidos para si próprio, ao mesmo tempo também considerando o bem-estar de gerações futuras

65 anos até a morte

Integridade vsdesesperança

Rever a própria vida e derivar significado dos eventos tanto positivos quanto negativos, ao mesmo tempo alcançando um sentido positivo de autovalorização

Page 9: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Teoria das relações objetais (Mahler)

→ Descreve o processo de separação-individualização pelo qual o lactente se destaca da figura materna – evolução ao longo de três fases principais e quatro subfases

Idade Fase/subfase Principais marcos de desenvolvimento

0 a 1 mês I. Autismo normal Satisfação das necessidades básicas para sobrevivência e conforto

1 a 5 meses II. Simbiose Desenvolvimento da consciência quanto à fonte externa de satisfação de necessidades

III. Separação-individualização

5 a 10 meses a. Diferenciação Começo de um reconhecimento básico da separação da figura materna

10 a 16 meses b. Prática Aumento da independência por meio de funcionamento locomotor; aumento do senso de separação do self

16 a 24 meses c. Reaproximação Conscientização aguda da separação do self; aprendizado de procurar “recarga emocional” a partir da figura materna a fim de manter sentimento de proteção

24 a 36 meses d. Consolidação Senso de separação estabelecido; a caminho da constância objetal; resolução da ansiedade da separação

Page 10: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Teoria do desenvolvimento cognitivo (Piaget)

→ A inteligência humana é uma extensão da adaptação biológica, ou a habilidade de uma pessoa de se adaptar psicologicamente ao meio – cada estágio é pré-requisito para o próximo

Idade Estágio Principais tarefas de desenvolvimento

0 a 2 anos Sensório-motor Com o aumento da mobilidade e da consciência, o desenvolvimento de um senso de si como separado do meio externo; o conceito de permanência objetal emerge conforme a habilidade de formar imagens mentais evolui

2 a 6 anos Pré-operatório Aprender a se expressar com a linguagem; desenvolvimento de compreensão de gestos simbólicos; alcance de permanência objetal

6 a 12 anos Operações concretas

Aprender a aplicar lógica ao raciocínio; desenvolvimento da compreensão da reversibilidade e espacialidade; aprender a diferenciar e classificar; aumento da socialização e aplicação de regras

12 a 15+ anos Operação formais Aprender a pensar e considerar em termos abstratos; elaborar e testar hipóteses; a capacidade de raciocínio lógico e de explicação de motivos se expande e é refinada; a maturidade cognitiva é alcançada

Page 11: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Teoria do desenvolvimento moral (Kolhberg)

→ Estágios não estão ligados a grupos etários específicos; cada estágio é necessário e básico para o próximo e que todos os indivíduos precisam progredir ao longo dos estágios

Nível/Idade Fase/subfase Foco do desenvolvimento

I. Pré-convencional (a partir de 4 a 10 anos)

1. Punição o orientação à obediência

Comportamento motivado por medo de punição

2. Orientação relativista instrumental

Comportamento motivado por egocentrismo e preocupação consigo próprio

II. Convencional (a partir de 10 a 13 anos até vida adulta)

3. Orientação de concordância interpessoal

Comportamento motivado por expectativas de outras pessoas; forte desejo de aprovação e aceitação

4. Orientação pela lei e pela ordem

Comportamento motivado por respeito pela autoridade

III. Pós-convencional (a partir da adolescência em diante)

5. Orientação de contrato social e legal

Comportamento motivado por respeito a leis e princípios morais e universais; guiado por conjunto interno de valores

6. Orientação de princípios éticos universais

Comportamento motivado por princípios internalizados de honra, justiça e respeito pela dignidade humana; guiado pela consciência

Page 12: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Relevância para a prática de enfermagem

Teoria Psicanalítica

- Conhecer a estrutura da personalidade pode auxiliar os profissionais enfermeiros;

- Ter habilidade de reconhecer comportamento associados ao id, ego e superego (avaliação do nível de desenvolvimento);

- Compreender o uso de mecanismos de defesa do ego para determinar comportamento mal adaptativos;

- Planejar os cuidados para auxiliar o cliente em mudanças;

Teoria Interpessoal

- O relacionamento é uma intervenção de enfermagem psiquiátrica;

- Relações terapêuticas são desenvolvidas entre o profissional enfermeiro e o cliente;

- Conhecer os comportamentos associados a todos os níveis de ansiedade e métodos de alívio;

- Auxiliar os clientes a alcançarem um grau mais elevado de independência e de funcionamento interpessoal;

Page 13: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Relevância para a prática de enfermagem

Teoria Psicossocial

- Incorpora conceitos socioculturais no desenvolvimento da personalidade;

- Proporciona uma abordagem gradual sistemática e delineia tarefas específicas que devem ser completadas durante cada estágio;

- Indivíduos com problemas de saúde mental lutam para alcançar feitos nos diversos estágios de desenvolvimento;

- Planejar assistência para auxiliar o indivíduo nestas tarefas;

Teoria das Relações Objetais

- Avaliar o nível de individualização do cliente e de cuidadores primários;

- Rastreamento de problemas emocionais e a não realização das tarefas de separação/individuação;

- Individuo com T. P. Borderline provavelmente se encontra fixado na fase de desenvolvimento reaproximação, abrigando temores de abandono e raiva subjacente;

Page 14: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Relevância para a prática de enfermagem

Teoria do Desenvolvimento Cognitivo

- Uso de técnicas cognitivas ajuda nos cuidados aos pacientes deprimidos;

- A terapia concentra-se em mudar pensamentos automáticos e contribuem para o afeto distorcido;

- Importante conhecer como a cognição se desenvolve;

Teoria do Desenvolvimento Moral

- Tem relevância por afetar o raciocínio crítico acerca de como os indivíduos devem se comportar e tratar os outros;

- Reflete o modo como uma pessoa interpreta respeito básico por outros (vida humana, liberdade, justiça ou confidencialidade);

- Auxiliar no esforço de avançar progressivamente em direção a um nível mais elevado de maturidade de desenvolvimento;

Page 15: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Modelo de Enfermagem (Peplau)

→ Aplicou a teoria interpessoal ao desenvolvimento da relação enfermeira-cliente;→ Arcabouço da Enfermagem Psicodinâmica (envolvimento interpessoal da enfermeira com um

cliente em uma determinada situação de enfermagem)→ Papéis: conjunto de valores e comportamentos específicos para posições funcionais dentro de

estruturas sociais• Pessoa de recursos: proporciona informações necessárias específicas• Conselheira: ouve o que o cliente relata sobre os sentimentos relacionados as dificuldades que está

enfrentando• Professora: identifica as necessidades de aprendizagem e dá informações ao cliente ou família• Líder: direciona a interação enfermeira-cliente e assegura ações apropriadas• Especialista técnica: possui habilidades para realização intervenções que são do melhor interesse

para o cliente• Substituta: figura representante de outra pessoa

Page 16: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Modelo de Enfermagem (Peplau)

Fases do relacionamento enfermeiro-cliente

Orientação Fase em que cliente, enfermeiro e família trabalham juntos para

reconhecer, esclarecer e definir o problema existente

Identificação Fase em que o cliente começa a responder seletivamente àqueles que

parecem oferecer ajuda

Exploração Fase em que o cliente continua a tirar vantagem plena dos serviços

oferecidos a ele

Resolução Ocorre quando o cliente torna-se livre da identificação com as pessoas que

o auxiliam e junta força para assumir independência

Page 17: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Modelo de Enfermagem (Peplau)

Idade Estágio Principais feitos de desenvolvimento

Lactância Aprender a contar com os outros

Aprender a se comunicar de diversos modos com o cuidador primário a fim de ter as necessidades de conforto satisfeitas

Pré-escolaridade inicial

Aprender a postergar a satisfação

Aprender a satisfação de agradar aos outros ao postergar a autogratificação de pequenas maneiras

Pré-escolaridade tardia

Identificar a si próprio

Aprender os papéis e comportamentos apropriados ao adquirir a habilidade de perceber as expectativas de outrem

Idade escolar Desenvolver habilidades na participação

Aprender as habilidades de comprometimento, competição e cooperação com outrem; estabelecimento de uma visão mais realista do mundo e um sentimento de seu lugar nesse mundo

Page 18: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Relevância para prática de Enfermagem

→ Confere aos enfermeiros um arcabouço para interagir com clientes

→ Sugeriu papéis que os enfermeiros podem assumir para auxiliar os clientes a evoluir

→ Facilitar o aprendizado do que não foi aprendido em experiências anteriores

Page 19: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

O que é personalidade?

→ Derivada do termo grego persona

→ Usada para descrever a máscara teatral da época

→ Passou a representar a pessoa por trás da máscara – a pessoa real

→ Totalidade das características emocionais e comportamentais que são particulares de uma pessoa específica e que permanecem de certa maneira estáveis e previsíveis ao longo do tempo

Page 20: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Traços de personalidade x Transtornos de personalidade

→ Traços de personalidade são padrões duradouros de percepção, relacionamento e pensamento acerca do ambiente e de si que são exibidos em uma grande variedade de contextos sociais e pessoais (APA, 2000).

→ Transtornos de personalidade esses traços tornam-se inflexíveis e mal adaptativos e causam prejuízo funcional significativo ou distressesubjetivo (APA, 2000).

Exemplos: reservado, aberto, introvertido, extrovertido, hesitante, submisso, dominante...

Page 21: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Traços de personalidade x Transtornos de personalidade

→ Todos apresentam alguns comportamentos associados aos vários TPde tempos em tempos

→ Quando o comprometimento funcional é significativo se acredita que o indivíduo tem um TP

→ Há inúmeras influências biológicas e psicológicas nodesenvolvimento da personalidade: hereditariedade, temperamento, aprendizagem experimental e interação social...

→ O profissional enfermeiro deve compreender o desenvolvimento normal antes de aprender o que é considerado mal adaptativo

Page 22: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Aspectos históricos

→ Reconhecimento de que o indivíduo pode se comportar irracionalmente mesmo quando os poderes do intelecto apresentam-se íntegros

→ Insanidade moral (termo utilizado no século XIX)

→ Os transtornos de personalidade estão reunidos em três grandes agrupamentos (DSM-IV-TR)

Page 23: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Aspectos históricos

Agrupamento AComportamentos descritos

como estranhos ou excêntricos

Agrupamento BComportamentos descritos

como dramáticos, emocionais ou irregulares

Agrupamento CComportamentos descritos

como ansiosos ou com medo

a. Transtorno de Personalidade Paranóide

a. Transtorno de Personalidade Antissocial

a. Transtorno de Personalidade de Esquiva

b. Transtorno de Personalidade Esquizoide

b. Transtorno de Personalidade Borderline

b. Transtorno de Personalidade Dependente

c. Transtorno de Personalidade Esquizotípica

c. Transtorno de Personalidade Histriônica

c. Transtorno de Personalidade Obsessivo-Compulsivo

d. Transtorno de Personalidade Narcisista

d. Transtorno de Personalidade Passivo-Agressivo

Page 24: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Transtorno de Personalidade Paranóide

→ Definido como “uma desconfiança generalizada e suspeita de outros, de tal maneira que os motivos desses são interpretados como malévolos, que começam no início da vida adulta e apresentam-se em uma variedade de contextos” (DSM-IV-TR)

→ A característica típica é a suspeita de longa duração e desconfiança em relação às pessoas em geral

→ Raramente buscam ajuda ou exigem hospitalização

→ Capazes de se compor bem, de forma que ocomportamento não parecerá mal adaptativo

→ Mais comumente diagnosticado em homens

Page 25: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Transtorno de Personalidade Paranóide

QUADRO CLÍNICO

→ Estão constantemente em guarda, vigilantes e prontos→ Parecem tensos e irritáveis e desenvolvem um exterior inflexível→ Tornam-se imunes e insensíveis aos sentimentos dos outros→ Evitam interações e sempre acham que os outros querem tirar proveito→ São extremamente emocionais→ Não confiam em ninguém e estão constantemente testando a honestidade dos outros→ Mantém sua autoestima atribuindo suas deficiências a outros→ Não aceitam a responsabilidade por seus próprios comportamento e sentimentos e projetam essa

responsabilidade nos outros→ São invejosos e hostis→ São extremamente vulneráveis e estão constantemente na defensiva→ O desejo de represália e vingança é intenso e pode resultar em agressões e violência→ As explosões são breves e logo recupera o controle externo

Page 26: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Transtorno de Personalidade Paranóide

FATORES PREDISPONENTES

→ Possível ligação hereditária

→ Maior incidência entre parentes com esquizofrenia

→ Podem ter sido submetidas a antagonismo e assédio parental

→ Provavelmente serviram de bodes expiatórios para a agressão parental deslocada e gradualmente

abandonaram toda a esperança de carinho e aprovação

→ Aprenderam a perceber o mundo como duro e cruel, lugar que pedia vigilância de proteção e

desconfiança

→ Pela atitude “brigona” e receberam muitas recusas e rejeições

→ Prevendo humilhação e traição aprendeu a atacar primeiro

Page 27: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Transtorno de Personalidade Esquizoide

→ Caracterizado principalmente por um defeito profundo na capacidade de formar relações pessoais ou de responder a outros de maneira significativa, emocional

→ Padrão ao longo da vida de isolamento social e aparente desconforto com a interação humana

→ Prevalência na população geral entre 3 a 7,5%

→ Proporção da doença entre os sexos é desconhecida, porém mais frequentemente diagnosticada em homens

Page 28: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Transtorno de Personalidade Esquizoide

QUADRO CLÍNICO

→ Parecem frias, distantes e indiferentes aos outros

→ Preferem trabalhar em isolamento e são antissociais, com pouca necessidade ou desejo de laços

emocionais

→ Capazes de investir energia afetiva em atividades intelectuais

→ Na presença de outras pessoas parecem tímidas, ansiosas ou desconfortáveis

→ São inadequadamente sérias sobre tudo e tem dificuldade em agir de maneira alegre

→ Comportamento e conversa com pouca ou nenhuma espontaneidade

→ Incapazes de sentir prazer e sua afeição geralmente é branda e restrita

Page 29: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Transtorno de Personalidade Esquizoide

FATORES PREDISPONENTES

→ Hereditariedade evidente

→ Característica de introversão altamente hereditária

→ Provavelmente é influenciado pelos primeiros padrões de interação que a pessoa encontrou

como frios e insatisfatórios

→ Infância caracterizada como sombria e fria, sem carinho e empatia

→ Criança criada com este tipo de parentalidade pode se tornar um adulto esquizoide se possuir

uma disposição temperamental tímida, ansiosa e introvertida

→ Ocorre com adultos que tiveram relações frias, negligentes e não gratificantes na primeira infância

Page 30: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Transtorno de Personalidade Esquizotípica

→ Indivíduos já foram descritos como “esquizofrênicos latentes”

→ Comportamento estranho e excêntrico, mas não descompensa ao nível da esquizofrenia

→ Prevalência de 3% da população

Page 31: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Transtorno de Personalidade Esquizotípica

QUADRO CLÍNICO

→ São arredios e isolados e comportam-se de maneira branda e apática

→ Pensamento mágico, ideias de referência, ilusões e despersonalização (ex.: superstição, crença de

clarividência, telepatia, sexto sentido...)

→ Padrão da fala é bizarro

→ Não conseguem orientar seus pensamentos de maneira lógica e perdem-se em irrelevâncias

pessoais e em parte tangenciais (essa característica afasta as pessoas)

→ Sob estresse, podem descompensar e demonstrar sintomas psicóticos

→ Costumam falar ou gesticular para si mesmos

→ Afeição branda e inadequada, como rir em situações consideradas tristes ou de si mesmo

Page 32: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Transtorno de Personalidade Esquizotípica

FATORES PREDISPONENTES

→ É mais comum entre os parentes biológicos de primeiro grau com esquizofrenia

→ Fatores biogêncios podem contribuir como déficits anatômicos ou disfunções neuroquímicas

(redução na ativação, mínima sensibilidade prazer-dor)

→ A dinâmica familiar inicial pode ter sido caracterizada por indiferença, impassibilidade ou

formalidade, levando a um padrão de desconforto com afeição e proximidade pessoal

→ Provavelmente foram evitados, negligenciados, rejeitados e humilhados por outros, o que resultou

em baixa autoestima e desconfiança acentuada nas relações interpessoais

→ Se afastam e reduzem situações que evocam tristeza e humilhações

Page 33: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Transtorno de Personalidade Antissocial

→ É um padrão de comportamento socialmente irresponsável, explorador e sem culpa

→ Reação sociopata ou psicopata

→ Reflete um descaso geral pelos direitos do outros

→ Exploram e manipulam os outros para ganho pessoal e não se preocupam em obedecer a lei

→ Dificuldade para manter um emprego consistente e desenvolver relações estáveis

→ É um dos transtornos mais pesquisados

→ É mais comum entre as classes socioeconômicas mais baixas

→ Raramente vistos nos ambientes clínicos (ordem judicial)

→ Frequentemente encontrados em prisões, cadeias e serviços

de reabilitação

Page 34: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Transtorno de Personalidade Antissocial

QUADRO CLÍNICO

→ Parecem frios e insensíveis – intimidação de maneira brusca e deliberante

→ Argumentativos e as vezes cruéis e maliciosos

→ Carecem de carinho e compaixão – desconfiam dessas qualidades nos outros

→ Tolerância baixa a frustração, inquietos e entediam facilmente – assumindo riscos

→ Se conseguem o que querem agem com alegria; se não, fúria e vingança

→ Desprezo pelos fracos e desfavorecidos

→ Exploram sem sinal de vergonha ou culpa

→ Confiança em si mesmo

→ Ignora regras e autoridade convencional – flagrados desrespeitando a lei e direito do outro

Page 35: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Transtorno de Personalidade Antissocial

FATORES PREDISPONENTES

→ Influências biológicas: filhos de pais antissociais são mais propensos (mesmo se criados

separados) – crianças com atitude de bullying – não tem medo de castigo – incontroláveis – TDAH

e de conduta

→ Dinâmica familiar: ausência de disciplina parental; pobreza extrema; remoção da casa; crescer

sem figuras parenterais; métodos erráticos de disciplina; ser resgatado dos apuros e privação

materna

Page 36: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Transtorno de Personalidade Borderline

→ Caracterizado por um padrão de relacionamentos intensos e caóticos

→ Instabilidade afetiva e atitudes flutuantes em direção a outras pessoas

→ São impulsivos, são direta e indiretamente autodestrutivos

→ Não tem um claro sentido de identidade

→ A prevalência é de 1%

→ É mais comum em mulheres (4 para 1)

Page 37: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Transtorno de Personalidade Borderline

QUADRO CLÍNICO

→ Sempre parecem estar em estado de crise

→ Comportamento reflete mutabilidade frequente (tom afetivo dominante, único, depressão,

agitação ansiosa ou explosões de raiva)

Depressão crônica:- Comum- Em resposta a sentimentos de abandono da

mãe na 1ª infância- Sentimento de raiva voltado para si e

externamente sobre o ambiente

Incapacidade de estar sozinho:- Medo crônico de abandono- Pouca tolerância de estar sozinhos

Page 38: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Transtorno de Personalidade Borderline

Padrões de interação

Apego e distanciamento (padrão)- Idealizam excessivamente um indivíduo- Necessidade frequente de conversar- Encenação e mutilação quando não conseguem

estar com a pessoa- Desconforto pela proximidade leva a

hostilidade, raiva e desvalorização da pessoa- Distanciamento em resposta a separações

Cisão- Mecanismo de defesa do ego primário- Incapacidade de integrar e aceitar tanto

sentimentos positivos como negativos

Manipulação- Para evitar separação que receiam (medo de

abandono)

Comportamentos autodestrutíveis- Repetitivos e automutiladores (manifestação

clássica)- Gestos manipulativos- Tentativas de suicídio são comuns e resultam de

sentimentos de abandono- Cortar, arranhar e queimar- Dor como validação da existência

Impulsividade- Controle precário do impulso (abuso de drogas, jogos de azar, promiscuidade, condução imprudente

e compulsão e purgação).

Page 39: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Transtorno de Personalidade Borderline

FATORES PREDISPONENTES

→ Influências biológicas: bioquímicas e genéticas

→ Influências psicossociais: trauma infantil

→ Fatores de desenvolvimento: fixação na fase de reaproximação do desenvolvimento

Page 40: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Transtorno de Personalidade Histriônica

→ Caracteriza-se por um comportamento vívido, dramático e

extrovertido em indivíduos excitáveis, emocionais

→ Dificuldade em manter relacionamentos duradouros

→ Exijam afirmação constante de aprovação e aceitação de outros

→ Prevalência de cerca de 2 a 3%

→ Mais comum em mulheres

Page 41: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Transtorno de Personalidade Histriônica

QUADRO CLÍNICO

→ Tendem a se apresentar dramaticamente, buscar atenção, ser excessivamente sociáveis e

sedutoras

→ Usam comportamentos manipulativos e exibicionistas – ser o centro das atenções

→ Necessidade de aprovação e um desesperado esforço para ser notado e evocar afeto e atenção

→ A falha em evocar atenção e aprovação resulta em sentimentos de tristeza e ansiedade

→ São altamente distraídos e volúveis por natureza (dificuldade de prestar atenção em detalhes)

→ Despreocupados e sofisticados por um lado e ingênuos por outro

→ Altamente sugestionáveis, impressionáveis e facilmente influenciados (dependentes)

→ Relações interpessoais fugazes e superficiais – sem capacidade de oferecer afeição sustentada

Page 42: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Transtorno de Personalidade Histriônica

FATORES PREDISPONENTES

→ Hereditariedade pode ser um fator

→ Criança pode ter aprendido que o reforço positivo era condicionado à capacidade de executar

comportamentos aprovados e admirados pelos pais

→ Aceitação e aprovação dos pais vem de maneira inconsciente

→ A frustração em obter a atenção dos pais leva ao exagero dos comportamentos básicos

→ Entram na adolescência com sede insaciável por atenção e amor

Page 43: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Transtorno de Personalidade Narcisista

→ Sentido exagerado de autoestima

→ Não tem empatia, são hipersensíveis à avaliação de

outros

→ Acreditam que tem o direito inalienável de receber

consideração especial

→ Seu desejo é justificativa suficiente para possuir o

que quer que procurem

→ Na população clínica ocorre de 2 a 16%

→ Na população geral menos de 1%

Page 44: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Transtorno de Personalidade Narcisista

QUADRO CLÍNICO

→ Parecem não ter humildade

→ Excessivamente autocentrados/exploram os outros para cumprir os próprios desejos

→ Não veem seu comportamento como inadequado ou censurável

→ Se veem como seres superiores e acreditam que tem direitos e privilégios

→ Humor geralmente otimista, relaxado, alegre e despreocupado (mudança rápida pela baixa

autoestima)

→ Se não atendem suas auto expectativas, sem feedback positivo ou se criticados, respondem com

raiva, vergonha, humilhação e tristeza

→ Comprometimento das relação interpessoais devido a exploração pela autossatisfação

Page 45: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Transtorno de Personalidade Narcisista

FATORES PREDISPONENTES

→ É sugerido que quando crianças tiveram seus medos, falhas ou necessidades de dependência

respondidos com críticas, desprezo ou negligência

→ Os pais também eram narcisistas

→ Pais podem ter submetido a criança a abuso físico ou emocional ou negligência

→ Também pode desenvolver em ambientes em que os pais tentam viver suas vidas indiretamente

por meio de seus filhos

Page 46: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Transtorno de Personalidade Esquiva

→ Extremamente sensível à rejeição – vida socialmente muito retraída

→ Pode haver um forte desejo de companhia

→ Extrema timidez e o medo de rejeição criam necessidades de garantias de forte aceitação

incondicional

→ Prevalência entre 0,5 e 1%

→ Igualmente comum entre homens e mulheres

Page 47: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Transtorno de Personalidade Esquiva

QUADRO CLÍNICO

→ Estranhas e desconfortáveis em situações sociais

→ De longe podem parecer tímidos, retraídos ou frios, mas aqueles próximos conhecem sua

sensibilidade, melindre, evasivas e características não confiáveis

→ Discurso lento e limitado, com frequentes hesitações

→ Sequência de pensamento fragmentado e digressões confusas e irrelevantes ocasionais

→ Muitas vezes solitários e expressam sentimentos de não serem desejados

→ Veem os outros como críticos, traidores e humilhantes

→ Por não conseguir desenvolver relações sociais experimentam depressão, ansiedade e raiva de si

mesmo

Page 48: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Transtorno de Personalidade Esquiva

FATORES PREDISPONENTES

→ É possível uma influência hereditária (ocorre com mais frequência em determinadas famílias)

→ Lactentes com traços de exposição de hiperirritabilidade, mau humor, tensão e comportamentos

de retraimento podem possuir disposição temperamental para um padrão de esquiva

→ Influências psicossociais (rejeição parental e censura) – reforçada pelos pares

→ Crianças criadas em famílias que são desprezadas, abandonadas e criticadas (sentimentos de

baixa autoestima e alienação social) – suspeitar e ver o mundo como hostil e perigoso

Page 49: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Transtorno de Personalidade Dependente

→ Necessidade exagerada e excessiva de ser cuidado (comportamento submisso e aderente e a

temores de separação)

→ Tendência a permitir que outros tomem decisões

→ Tolera maus-tratos e humilha-se para ganhar aceitação

→ Não funciona em situações que exigem comportamento assertivo ou dominante

→ É mais comum em mulheres (crianças mais jovens de uma família)

Page 50: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Transtorno de Personalidade Dependente

QUADRO CLÍNICO

→ Notável falta de autoconfiança (postura, voz e maneirismos)

→ Tipicamente passivos e submissos aos desejos dos outros

→ Excessivamente generosos e pensativos (subestimam a própria atratividade e realizações)

→ Sozinhos podem se sentir pessimistas, desanimados e abatidos (sofrimento em silêncio)

→ Nas relações assumem o papel passivo e submisso (nos rompimentos sentem-se temerosos e

vulneráveis / apressam-se para iniciar outra relação)

→ Evitam posições de responsabilidade (se forçados a elas ficam ansiosos)

→ Baixa autoestima (facilmente magoados pela crítica e desaprovação)

Page 51: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Transtorno de Personalidade Dependente

FATORES PREDISPONENTES

→ Lactente pode ser geneticamente predispostos ao temperamento dependente

→ Dependência pode ser estimulada na lactância

→ Pais superprotetores, que desencorajam comportamentos independentes na criança

→ Pais que facilitam as novas experiências e se recusam a permitir que ela aprenda com as

experiências a incentivam a desistir da autonomia

→ Criança pode temer uma perda de amor ou apego da figura dos pais se comportamentos

independentes forem tentados

Page 52: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Transtorno de Personalidade Obsessivo-compulsiva

→ São muito sérios e formais - dificuldade em expressar emoções

→ Excessivamente disciplinados, perfeccionistas e preocupados com regras (inflexíveis)

→ Devoção à produtividade – exclusão de prazer pessoal

→ Intenso medo de errar – dificuldade de tomada de decisão

Page 53: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Transtorno de Personalidade Obsessivo-compulsiva

QUADRO CLÍNICO

→ São inflexíveis e não tem espontaneidade

→ Meticulosos e trabalham de maneira diligente – pacientes em tarefas de precisão e disciplina

→ Preocupados com questões de organização e eficiência

→ Comportamento social tende a ser educado e formal – conscientes da hierarquia – solícitos e

insinuantes com os superiores e autocráticos e condenatórios com os subordinados

→ Comportamento emocional imaturo e irresponsável

→ Superficialmente calmos e controlados

→ Defesas com isolamento, intelectualização, racionalização e invalidação

Page 54: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Transtorno de Personalidade Obsessivo-compulsiva

FATORES PREDISPONENTES

→ Visão psicanalítica, estilo parental com excesso de controle – filhos vivam seus padrões de

conduta

→ Elogios para comportamentos positivos / punições para os comportamentos indesejáveis

→ Aprendem a atender restrições e regras rígidas

Page 55: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Transtorno de Personalidade Passiva-agressiva

→ Padrão profundo de atitudes negativas e de

resistência passiva às exigências para o empenho

adequado na vida social e profissional

→ Começa no início da vida adulta

→ Base de expressão passiva de uma

agressão encoberta

Page 56: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Transtorno de Personalidade Passiva-agressiva

QUADRO CLÍNICO

→ Sentem-se enganados e desvalorizados

→ Acreditam que a vida tem sido cruel a eles – inveja pela “vida fácil” de outros

→ Sentem-se prejudicados e podem ir longe por vingança – de maneira sutil e passiva

→ Demonstram resistência passiva e obstrução geral em resposta as expectativas dos outros

→ Comportamento interpessoal: alternam papéis de mártir, do ofendido, do lesado, do

incompreendido, do contrito, de sentimento de culpa, do doentio e do que trabalha demais

→ Capazes de extravasar a raiva e ressentimento sutilmente enquanto ganham atenção, conforto e a

dependência que anseiam

Page 57: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Transtorno de Personalidade Passiva-agressiva

FATORES PREDISPONENTES

→ Atitudes e comportamentos parentais contraditórios

→ Dinâmica familiar nuclear – a qualquer momento as crianças podem receber carinho e apoio ou

hostilidade e rejeição

→ Crianças internalizam atitudes conflitantes

→ Aprendem a controlar a raiva por medo de provocar o afastamento dos pais

→ Abertamente a criança parece educada e exigente

→ Hostilidade e ineficiência são manifestadas secreta e indiretamente

Page 58: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Cuidados de enfermagem

TRATAMENTO

→ Difícil pelo não reconhecimento e não aderência

→ Hospitalizações geralmente por outros motivos

→ Abandono do tratamento pelo julgamento de não estar doente

→ Dificuldade em estabelecer vínculo

→ Exige paciência e tolerância por parte do profissional

Page 59: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Cuidados de enfermagem

DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM (NANDA)

1. Percepção sensorial perturbada relacionada principalmente à presença marcante de

comportamento manipulativo, o qual propicia a interpretação ambiental segundo seus desejos

em detrimento das necessidades do outro.

2. Enfrentamento ineficaz relacionado ao nível inadequado de percepção, de controle e suporte

social inapropriado criado pelas características dos relacionamentos familiares e sociais

consequentes à resolução inadequada de problemas, do comportamento destrutivo em relação a

si e aos outros, das mudanças nos padrões habituais de comunicação e do uso abusivo de

substâncias psicoativas.

Page 60: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Cuidados de enfermagem

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3. Risco de automutilação relacionado à manipulação para satisfazer suas necessidades por

deficiência nos padrões de enfrentamento.

4. Risco de violência direcionada a outros relacionado à intoxicação por substâncias psicoativas e

impulsividade, evidenciado por enfrentamento inadequado.

5. Processos familiares interrompidos relacionados ao uso de substância psicoativa e à falta de

habilidades para resolver problemas.

6. Isolamento social relacionado à incapacidade de engajar-se em relacionamentos pessoais

satisfatórios, valores e comportamento sociais inaceitáveis, recursos pessoais inadequados e

interesses imaturos.

7. Processo de pensamento perturbado relacionado à interpretação não acurada do ambiente.

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Cuidados de enfermagem

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8. Enfrentamento defensivo relacionado à hipersensibilidade ao menosprezo ou crítica e projeção

de culpa ou responsabilidade, ambos caracterizados pela racionalização de falhas e sentimento

de superioridade em relação aos outros, às vezes evidenciados por riso hostil ou ridivularização

dos demais.

9. Risco de solidão relacionado ao isolamento social.

10.Desesperança relacionada ao isolamento social.

11.Risco de suicídio relacionado à depressão, quando presente.

12.Interação social prejudicada em decorrência da interação disfuncional com o grupo familiar e

social.

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13.Manutenção ineficaz da saúde relacionada à não percepção de si mesmo como pessoa com

transtorno de personalidade incapaz de controlar-se, identificar ou buscar ajuda para manutenção

da saúde.

14.Não adesão ao tratamento relacionada à não aceitação da necessidade de tratamento decorrente

da falta de percepção de seu estado de saúde.

15.Tensão de papel do cuidador (profissional ou familiar) relacionada a expectativas não realistas de

si mesmo e em relação aos membros da equipe; comportamentos inadequados em decorrência

do comportamento manipulativo e de outros não aceitos socialmente.

Page 63: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Cuidados de enfermagem

INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM (NIC)

▪ Ter em mente que o cliente apresenta um comportamento que dificulta o desenvolvimento de

interações interpessoais adequada com familiares e outros.

▪ Todos os membros da equipe devem analisar os próprios sentimentos, atitudes e reações em

relação ao comportamento do cliente (atitude positiva é essencial para o cuidado).

▪ Oferecer supervisão ou orientação quando perceber que o comportamento e os sentimentos dos

membros da equipe estão interferindo na atuação terapêutica.

▪ Buscar supervisão quando necessário.

Page 64: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Cuidados de enfermagem

▪ Estabelecer um contrato terapêutico com o cliente, deixando claro o contexto de limites e

liberdade.

▪ Planejar a assistência em consonância com a equipe, incluindo a família e cliente.

▪ Analisar com o cliente os objetivos para o futuro, se condizem com a realidade e orientar a família.

▪ Tentar criar vínculo, estimular expressão de sentimentos relacionados à rejeição, ao medo da

solidão e do abandono.

▪ Analisar as mudanças necessárias de acordo com a real necessidade do cliente.

▪ Ser autêntico diante das manifestações de comportamento que chocam os demais.

▪ Expressar-se com segurança, firmeza, sem conotação de julgamento.

▪ Manter o cliente em observação para prevenção da auto ou heteroagressão.

Page 65: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Cuidados de enfermagem

▪ Estar atento ao suicídio, identificando ideias e manifestações de comportamento indicativos de

sua presença.

▪ Estabelecer limites de modo claro quando o cliente violar normas e regras do local.

▪ Assegurar coesão da equipe no seguimento do limite preestabelecido.

▪ Explicar ao cliente o limite que está sendo imposto e a razão para isso.

▪ Informar sobre o comportamento esperado e oferecer reforço positivo.

▪ Falar de maneira clara, simples e segura que trata-se de medida terapêutica e não punitiva.

▪ Tentar ocupar o cliente em alguma atividade produtiva para estimulá-lo a assumir

responsabilidade.

▪ Estar alerta às manifestações de comportamento manipulativo, sedução e agressão (limite)

Page 66: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Cuidados de enfermagem

▪ As normas e rotinas do serviço devem ser explicadas ao cliente.

▪ Realizar o controle do comportamento impulsivo e autodestrutivo para evitar danos, observando o

que pode desencadear (lembrar do contrato estabelecido).

▪ Prestar cuidados relativos ao tratamento que ele está recebendo.

▪ Não adesão ao tratamento pela falta de seguimento das orientações recebidas (não se julgar

doente).

▪ Oferecer apoio para incentivar o cliente a testar novos padrões de comportamento.

▪ Utilizar estratégias de comunicação terapêutica.

▪ Observar e adotar as ações necessárias para suprir as necessidades de alimentação, higiene, sono

e eliminações.

Page 67: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Cuidados de enfermagem

▪ Desenvolver atividades ocupacionais e recreacionais.

▪ Envolver o cliente em medidas de reabilitação para atender suas preferências.

▪ Estabelecer relacionamento com o grupo familiar (discutir e encontrar soluções).

▪ Orientar a família a procurar recursos existentes na rede para seu atendimento.

Page 68: Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade

Referências

▪ TOWNSEND, M. C. Enfermagem psiquiátrica: conceitos de cuidados. 7. Ed. São Paulo: Guanabara, 2017.

▪ DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. 3. Ed. Porto Alegre: Artmed, 2018.

▪ STEFANELLI, M. C.; FUKUDA, I. M. L.; ARANTES, E. C. Enfermagem psiquiátrica em suas dimensões assistenciais. Barueri:

Manole, 2008.