CUIDA BEM DE MIM!/PATRÍCIA BRITO

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CUIDA BEM DE MIM!/PATRÍCIA BRITO

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CUIDA BEM DE MIM!/PATRÍCIA BRITO

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PATRÍCIA BRITO

Primeira Edição/2018

São Paulo

CUIDA BEM DE MIM!/PATRÍCIA BRITO

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COPYRIGHT © PATRÍCIA OLIVEIRA BRITO SOUZA/2018

DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)

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B862 BRITO, Patrícia, 1981 – Cuida bem de

mim! / Patrícia Brito. São Paulo: PerSe, 2018 158p.

ISBN 978-85-53182-50-3

1. Romance brasileiro. I. Título

CDD: 869.3 _______________________________________

Catalogação na publicação

PS AUTOPUBLICAÇÃO E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS LTDA.

– Rua Turiassu, 390 – Conj. 86 - Perdizes - São

Paulo – CEP: 05005-000 – CNPJ: 11.053.820/0001-68

Contato: PERSE@PERSE.COM.BR

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SONETO DA SEPARAÇÃO1

De repente do riso fez-se o pranto

Silencioso e branco como a bruma

E das bocas unidas fez-se a espuma

E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento

Que dos olhos desfez a última chama

E da paixão fez-se o pressentimento

E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente

Fez-se de triste o que se fez amante

E de sozinho o que se fez contente.

1 Vinicius de Moraes: Oceano Atlântico, a bordo do

Highland Patriot, a caminho da Inglaterra, setembro de 1938.

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Fez-se do amigo próximo o distante

Fez-se da vida uma aventura errante

De repente, não mais que de repente.

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SUMÁRIO

Prefácio 09

Prólogo 11

Agradecimento 19

Capítulo 1 23

Capítulo 2 31

Capítulo 3 39

Capítulo 4 43

Capítulo 5 49

Capítulo 6 55

Capítulo 7 61

Capítulo 8 67

Capítulo 9 73

Capítulo 10 77

Capítulo 11 81

Capítulo 12 87

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Capítulo 13 93

Capítulo 14 101

Pedro Mota 105

Capítulo 15 109

Capítulo 16 115

Capítulo 17 121

Capítulo 18 127

Capítulo 19 133

Capítulo 20 141

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PREFÁCIO2

pós tratar do tema amoroso no seu

romance de estreia Decidir os

caminhos da vida , Patrícia Brito

nos brinda agora com a história de Pedro Mota, que

sofre um bocado para superar a morte da mulher e

grande amor de sua vida, Gabriele, que ele chama

carinhosamente de Gabi.

Mesmo contando com o apoio de todos à sua

volta, Pedro vivencia um luto prolongado e penoso que,

aos poucos, mina sua vida pessoal, profissional, familiar

e social. A tristeza e a carência abatem o jornalista de tal

forma que ele, com frequência, faz visitas ao cemitério

para venerar a memória e os restos mortais de sua

amada.

Fragilizado, o protagonista sente na pele os efeitos

da melancolia, da obsessão e da instabilidade emocional

que, por fim, o levam ao fundo do poço. Aliás, todo

mundo pena também em menor ou maior grau: seus

familiares, namorada, amigos e, sobretudo, Marina,

2 Almir Zarfeg é poeta e jornalista. Preside a Academia

Teixeirense de Letras (ATL).

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fruto do seu relacionamento com a falecida e que, pela

primeira vez, tem o desempenho escolar afetado.

Incapaz de tocar a vida livre da obsessão doentia

causada pela perda da esposa, abandonado pela

namorada, ajudado mas também cobrado pela mãe e

pela sogra, Pedro admite que o problema que vive é

maior que o desejo de superá-lo, mas não sabe de onde

vai tirar forças para equacionar o caos emocional em

que se encontra. A essa altura dos acontecimentos, ele

clama por cuidado e, finalmente, busca ajuda

especializada para dar a volta por cima.

Graças à competência narrativa de Patrícia Brito,

os leitores acompanham os altos e baixos da vida

conturbada de Pedro motivados, primeiro, pela sucessão

de situações conflituosas e, segundo, pela leveza com

que a história lhes é contada.

O tema do luto que remete à dor mais da alma

que do coração e que, assim, poderia gerar uma possível

indiferença ou rejeição faz exatamente o contrário:

envolve os leitores, seja pela densidade dramática, seja

pelo envolvimento catártico ou mesmo pelo carisma da

autora em contar uma boa história...

E contar uma boa história, eis o ponto chave da

questão, exige domínio da escrita, sensibilidade fabular

e jogo de cintura para entreter o leitor que experimenta

a recepção estética, dialogando com o autor, com os

personagens e consigo mesmo. Patrícia Brito sabe disso

como poucos e, portanto, merece nossos aplausos.

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PRÓLOGO

2012... SEIS ANOS ANTES

edro, mesmo não entendendo muito,

tentando recolher mais informações

da sogra, só recebe a notícia, por

mensagem de celular, de que Gabriele se encontra

internada.

Mesmo não tendo concluído a matéria que

acha possível ou achava de ir ao ar ainda na edição

da semana, Pedro se levanta em desespero,

assustando todos da redação. Sem desligar, coloca

o notebook na mochila, pega a chave da moto e,

com o celular na mão, já ligando para sogra, sai sem

dar explicação aos colegas e chefe.

Oi, dona Lygia, pode me explicar essa

mensagem direito, por favor!

Venha para o Hospital Sarah Kubitschek

aqui eu explico melhor pede Lygia.

Então é grave.

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Pedro não faça besteira, venha logo, mas

pilote com cuidado.

A sogra que sempre foi cautelosa para

conversar, entrega o desespero pelo tom de voz, ao

celular. Pedro acelera mais os passos, nem tenta

pegar o elevador do prédio da redação, segue

descendo as escadas, passos largos, pulando três

degraus de uma vez, correndo.

Trabalho, casa, hospital, tudo no mesmo

bairro. Portanto, não demora muito, menos de uma

hora, Pedro chega ao hospital. Pega o celular para

ligar para sogra.

Acabei de chegar, onde vocês estão?

indaga o jornalista

Lygia informa a posição exata, em poucos

minutos Pedro encontra sogra e esposa com um

semblante aflito, porém, ainda, calmas. Mas para

ele é totalmente assustador. Gabriele está na cama,

no soro, com roupa de enfermaria. Ao entrar, ele

não disfarça o desespero.

Pelo amor de Deus, era exame de rotina,

que você estava com respiração ofegante, o que

houve, meu amor? Pode me explicar? Cadê Marina?

questiona sem respirar ao se aproximar da cama

e beijar carinhosamente a esposa.

Pedro, você terá que ser forte. Nós iremos

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vencer essa guerra fala Lygia.

Pedro percebe que não a cumprimentou,

então segue para seu lado e abraça-a, esperando

uma explicação. No mesmo momento, Dr. Marcelo

entra na sala já indagando.

Opa! O marido chegou.

Sim confirma Pedro

Ótimo, assim explico com calma aos

principais interessados. O médico tenta acalmar,

apesar de Pedro sentir frieza da parte do amigo,

sem saber se é emoção ou obrigação de médico.

Pedro começa a ficar mais nervoso ao ver Dr.

Marcelo apagando a luz e colocando alguns raios x

no suporte apropriado, da parede, ligando a luz

menos forte das laterais e começando a explicar.

DOIS MESES DEPOIS...

Um dia lindo, ensolarado em Salvador, às

vezes tem pancada de chuva, mas boa parte do dia,

o céu é aberto e, claro!, o dia é quente, chegando

aos quarenta graus. Seria mais um dia rotineiro,

angustiante, senão fosse o fato de ter mais uma

oportunidade de zelar por sua esposa.

A rotina de Pedro mudou há dois meses. Ele

pediu demissão do trabalho, aproveitou os bons

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contatos e optou por trabalhar como freelance.

Equipou um quarto do seu apartamento e trabalha

em casa ou no notebook quando dorme no hospital

com a esposa.

A rotina tem o alicerce da sogra que mora

em Salvador e, às vezes, dos seus pais que residem

no interior. Os gastos com saúde só foram viáveis

graças às condições financeiras dos sogros. Se não

fosse isso, talvez não fosse possível aceitar e

começar as despedidas. Possível para qualquer um,

menos para ele. O mais recente pedido de Gabriele

é torturante, Pedro tenta manter equilibrado ao

pentear o cabelo da filha e respondendo a todas as

curiosidades de uma menina de 4 anos.

A mamãe está dodói?

Sim e ela quer lhe ver.

Mas ela precisa ficar no hospital? Ela não

pode ficar com a gente?

A mamãe precisa de cuidados que papai

não tem condições, só médicos especializados

podem ajudar.

A mamãe vai morar no céu?

De onde você tirou isso? se espanta

Pedro com o rumo que a conversa toma.

Alguns coleguinhas me falaram que

mamãe vai morar no céu. A gente pode pegar

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ônibus ou ir com sua moto, quando ela for morar

lá?

Não sei, meu amor. Realmente Pedro

não sabia o que falar e, ainda, fica mais espantado

quando a conversa assustadora prossegue.

Se existe tanta tecnologia nesse mundo

como vocês adultos vivem falando, com certeza

teremos um ônibus especial para ver a mamãe lá no

céu. Só não entendo por que ela não quer ficar com

a gente.

Quando você ficar maiorzinha, entenderá

que alguns mistérios da vida não têm explicação.

Apenas temos que aceitar, ou fingir que aceita

sussurra Pedro, finalizando o penteado da filha,

virando-se para a sua frente. Ele ajoelha para ficar

do seu tamanho e bastante emocionado explica

para Marina.

A mamãe hoje está um pouco mais pálida,

mais branquinha que você, mas é normal, pois os

medicamentos a deixam um pouco descorada. E

também, a voz dela está fraca, quase um sopro, pois

o pulmão dela está fraco que quando ela ainda

morava aqui com a gente. Mesmo assim, ela quer

lhe ver, quer ver este sorriso e sua tagarelice que

tanto amamos. Eu preciso que você seja forte, meu

amor suplica Pedro tentando segurar as lágrimas