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O JORNAL DE ECONOMIA DO BRASIL DESDE 1920 SEGUNDA-FEIRA, 6 DE ABRIL DE 2009 | EDIÇÃO NACIONAL gzm.com.br ANO LXXXIX | Nº 24.047 | R$ 3,00 PRINCIPAIS PLEITOS • Gratificações • Bonificações • Indenizações • Verbas rescisórias AGRONEGÓCIOS Inovação e sustentabilidade ajudaram a vencer a crise, diz usineiro Jairo Balbo B9 CÂMBIO Novo leilão do BC gira US$ 1,25 bilhão B2 ENERGIA Cuba quer EUA como sócios em projetos petrolíferos C3 WALDEMAR VERDI GANHA O EMPREENDEDOR DO ANO 2009 Em 1949, Waldemar Verdi inaugurou uma concessionária de caminhões em São José do Rio Preto (SP). Hoje, o Rodobens é um dos mais importantes gru- pos empresariais do Bra- sil. Essa trajetória ren- deu ao empresário o Prêmio Empreendedor do Ano, concedido pela Ernst & Young. Agora, Verdi representará o País na etapa mundial do evento. D7 ROMUALDO RIBEIRO/GAZETA MERCANTIL PRIMEIRO PLANO AGÊNCIAS DIGITAIS RUMO AO SUDESTE As agências digitais do Sul ganharam pro- jeção nacional e agora abrem filiais no Su- deste. Este ano, quatro expandem seus do- mínios para a região. C8 FUNDIÇÕES ADIAM INVESTIMENTOS As fundições brasileiras, que previam inves- tir US$ 1 bilhão até 2012, adiaram ou can- celaram 50% dos projetos devido à queda na demanda. C7 INOVAÇÃO TECNOLÓGICA Num mundo em que a crise forçou a norte-americana Eaton a reduzir em 10% a sua força de trabalho, o presidente da multinacional de autopeças, Alexander M. Cutler, disse que o investimento na inovação tecnológica é a saída para sobreviver, inclusive no Brasil, onde tem unidade em São José dos Campos. C6 Executivos recorrem à Justiça do Trabalho FERNANDA BOMPAN SÃO PAULO Uma nova demanda, provocada pela crise financeira mundial, está sendo veri- ficada pelos escritórios de advocacia bra- sileiros. Segundo especialistas, aumentou o número de executivos que estão buscan- do a Justiça do Trabalho para assegurar os seus direitos. O Demarest & Almeida, por exemplo, entrou com 20 processos de fun- cionários do alto escalão nos últimos três meses. “Antes, era um executivo a cada três anos que nos procurava”, afirma Antonio Carlos Vianna de Barros, sócio da banca. “É um exemplo de que a crise está afetando a todos, não somente a camada mais sim- ples, que processava mais pelo não paga- LUCIANO MÁXIMO SÃO PAULO Enquanto a gigante norte-americana dos seguros AIG segue sendo bombar- deada por notícias negativas nos Estados Unidos, a unidade brasileira aparece com destaque na emissão de apólices que so- mam cerca de R$ 10 bilhões para a cons- trutora Odebrecht, mesmo depois da dis- solução, em novembro último, da socie- dade de 11 anos com a Unibanco Seguros e Previdência. Agora como AIG Brasil Companhia de Seguros, a seguradora opera em apenas dois negócios — garan- tia e aviação —, mas deverá solicitar per- missão para atuar em todas as linhas sob o nome American Home Brasil. No res- seguro, a marca já foi trocada para AIU. Em audiência na Câmara dos Deputados dos EUA, na sexta-feira, o ex-presidente glo- bal da AIG, Maurice Greenberg defendeu a falência da empresa. “Os contribuintes não terão retorno do socorro do governo.” B1 rem-se a processos de diretores. Para Ro- drigues Jr., o impacto da crise pode ser ainda maior. “As empresas culpam esses altos executivos pelos prejuízos. Muitas multinacionais no Brasil demitem seus diretores brasileiros por esse motivo, o que pode provocar um alto volume de ações por danos morais”, avalia. Além do alto escalão, funcionários de outros níveis também estão recorrendo à Justiça. Em média, dizem os advoga- dos, houve aumento de 30% no número de processos trabalhistas. E o impacto maior pode ocorrer nos próximos me- ses, quando os funcionários que foram demitidos recentemente deixarem de receber o seguro-desemprego. A12 mento de horas extras, por exemplo.” O advogado Augusto Rodrigues Jr., só- cio do Rodrigues Jr. Advogados, conta que, do crescimento de 30% no número de ações trabalhistas do escritório, 25% refe- Empresas estão revendo modelo de negócios JAIME SOARES DE ASSIS SÃO PAULO Os empresários projetam forte ajuste em suas operações e enfrentam um pro- cesso de revisão de seu modelo de negó- cios. Estas medidas se tornaram essenciais para adaptar a estrutura das companhias à desaceleração da economia, de acordo com sondagem da consultoria Ernst & Young. O corte de custos está nos planos de 85% dos líderes consultados pela empre- sa. A pesquisa mostra também que 53% deles pretendem reduzir investimentos e 47% devem diminuir o número de vagas nos próximos 12 meses. A falta de contorno claro da crise in- fluencia a formação das expectativas. Esta indefinição mexe com a confiança do em- presário e altera seus planos de ação, diz Carlos Miranda, da Ernst & Young. A4 OPINIÃO LILIANA LAVORATTI PAC, desoneração de tributos e moradia popular aquecem a economia e a popularidade do gover- no. A política nunca andou tão próxima da eco- nomia como nos últimos tempos no Brasil. A3 OZIRES SILVA Devemos abandonar a ideia de que as inicia- tivas para a melhoria da educação devem par- tir unicamente do governo. Toda a sociedade brasileira deve se envolver nesse esforço. A3 Vilã da crise, AIG sobrevive no País e vai mudar de nome BRIGA PELA NUTRIÇÃO ESPECIALIZADA Pequenas e médias empresas nacionais preparam-se para disputar com as multi- nacionais o mercado brasileiro de nutri- ção especializada. INVESTNEWS.COM.BR PLANO PESSOAL Orquestra e música eletrônica, uma combinação genial O maestro João Carlos Martins vai fazer um concerto no dia 9 de maio, na Sala São Paulo, misturan- do o som de sua orquestra Bachia- na Filarmônica com o suingue do DJ Anderson Noise, o único brasi- leiro eleito em uma lista de 100 melhores pela revista inglesa DJ Magazine. No mundo da música, Martins é o cara! Ou não? D8 FERNANDO MUCCI/CPDOC JB Preços do açúcar seguem os do álcool e também caem FABIANA BATISTA SÃO PAULO A mesma crise de crédito que obrigou as usinas a liquidarem álcool para levantar recursos e pagar dívidas, agora mina as co- tações do açúcar. Sem dinheiro para iniciar a safra e com o álcool fechando no ver- melho, a saída para as indústrias vem sen- do ofertar mais açúcar no mercado. O re- sultado é que em dez dias o preço da saca de 50 quilos em São Paulo caiu 5,4%, se- gundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP), de R$ 49,53 para R$ 46,82. A pressão nos preços fica mais intensa porque, do outro lado do balcão, o compra- de rever seus números. Para o economista Adriano Biava, da Fea/USP, o corte de 17% do Orçamento é significativo, mas a ten- dência é deste percentual ser ampliado. A5 Os esqueletos no armário do Ministério da Justiça VASCONCELO QUADROS BRASÍLIA Não é trocadilho e nem frase de efeito. O governo deixou um esqueleto no armá- rio. Aliás, um não. São 11 esqueletos que assombram o Anexo do Ministério da Justiça, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, desafiando os mortais a apontar uma solução para seus casos. A maioria das ossadas, dez, foi retirada do Cemitério da Xambioá (TO) em 1991, 1996 e 2001, sem que até hoje as autoridades tenham se esforçado para identificá-las ou, então, devolvê-las às sepulturas que há 19 anos continuam abertas. As ossadas repousam em caixas de papelão guardadas num armário da Co- missão de Mortos e Desaparecidos Po- líticos, que funciona no prédio do Mi- nistério da Justiça, mas estão sob a res- ponsabilidade do ministro Paulo Vanucchi, da Secretaria Especial de Di- reitos Humanos (SEDH). Ao que tudo indica, segundo informações forneci- das à época por moradores da região, podem ser os restos mortais de guerri- lheiros do PCdoB dados como desapa- recidos em todas as listas divulgadas pelas entidades de direitos humanos há mais de 30 anos. A11 Economistas sugerem corte orçamentário ampliado ANA CECÍLIA AMERICANO SÃO PAULO Os ajustes do Orçamento Geral da União, que envolveram o contingencia- mento de R$ 21 bilhões, foram necessários, mas especialistas em contas públicas ques- tionam os cálculos do governo baseados em um crescimento de 2% do Produto In- terno Bruto (PIB). “A meta de resultado pri- mário prevista no Orçamento enviado ao Congresso no ano passado é inconsistente com o cenário de inflação mais baixa e crescimento do PIB inferior em curso”, diz Amaury Bier, ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda. Para Bier, no próxi- mo bimestre o governo provavelmente terá dor está mais retraí- do, à espera de pre- ços menores. “A usi- na está precisando vender e, neste mo- mento, somente o açúcar traz retorno. O álcool está abaixo do custo de produ- ção”, avalia Arnaldo Luiz Correa, da Ar- cher Consulting. De acordo com a União dos Produtores de Bioenergia (Udop), o custo de produção e financeiro do álcool está em tor- no de R$ 0,95 por litro, enquanto o mercado está pagando em torno de R$ 0,63. B10 ARNALDO CORREA Obama diz que míssil da Coreia foi “provocação” BLOOMBERG NEWS, REUTERS E AFP PRAGA, TÓQUIO, SEUL E NOVA YORK Durante discurso em Praga, o presidente dos EUA, Barack Obama, prometeu ontem defender o fim das armas nucleares em todo o mundo e classificou de “provocação” o lan- çamento de um míssil, horas antes, por parte da Coreia do Norte. Para Obama, os norte- coreanos violaram a Resolução n o - 1.718, que proíbe o país de realizar atividades relacio- nadas a mísseis balísticos. Ontem, o Conse- lho de Segurança da ONU realizou uma reu- nião emergencial, mas não chegou a um acordo sobre sanções à Coreia do Norte. D7 RIVADAVIA SEVERO Já não temos o complexo de vira-lata como tão bem nos retratou Nelson Rodrigues. Se o pre- sidente Lula é o cara ou não, como disse Barack Obama, pouco importa. A13 Com esta edição circula a revista GazetaInveste CESAR GIOBBI | SÃO PAULO Fonte: Diário Oficial da União Turismo Esporte Agricultura Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior QUEM MAIS PERDEU Áreas mais atingidas pela revisão do Orçamento do governo (em %) 86,40 85,70 47,60 45,78 Waldemar Verdi

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Page 1: Cuba quer EUA como sócios em projetos petrolíferos C3 ... · Magazine. No mundo da música, Martins é o cara! Ou não? D8 FERNANDO MUCCI/CPDOC JB Preços do açúcar seguem os

O JORNAL DE ECONOMIA DO BRASIL DESDE 1920

SEGUNDA-FEIRA, 6 DE ABRIL DE 2009 | EDIÇÃO NACIONAL gzm.com.brANO LXXXIX | Nº 24.047 | R$ 3,00

PÁG. 1 CMYK

PRINCIPAIS PLEITOS

• Gratificações

• Bonificações

• Indenizações

• Verbas rescisórias

AGRONEGÓCIOS Inovação e sustentabilidade ajudaram avencer a crise, diz usineiro Jairo Balbo B9

CÂMBIO Novo leilão do BC giraUS$ 1,25 bilhão B2

ENERGIA Cuba quer EUA como sóciosem projetos petrolíferos C3

WALDEMAR VERDI GANHA OEMPREENDEDOR DO ANO 2009Em 1949, Waldemar Verdi inaugurou umaconcessionária de caminhões em São José

do Rio Preto (SP). Hoje, oRodobens é um dosmais importantes gru-pos empresariais do Bra-sil. Essa trajetória ren-deu ao empresário oPrêmio Empreendedordo Ano, concedido pela

Ernst & Young. Agora, Verdi representará oPaís na etapa mundial do evento. D7

ROMUALDO RIBEIRO/GAZETA MERCANTIL

PRIMEIRO PLANO

AGÊNCIAS DIGITAIS RUMO AO SUDESTEAs agências digitais do Sul ganharam pro-jeção nacional e agora abrem filiais no Su-deste. Este ano, quatro expandem seus do-mínios para a região. C8

FUNDIÇÕES ADIAM INVESTIMENTOSAs fundições brasileiras, que previam inves-tir US$ 1 bilhão até 2012, adiaram ou can-celaram 50% dos projetos devido à queda nademanda. C7

INOVAÇÃO TECNOLÓGICA Num mundo em que a crise forçou a norte-americana Eaton a reduzir em 10% a sua forçade trabalho, o presidente da multinacional de autopeças, Alexander M. Cutler, disse que o investimento na inovaçãotecnológica é a saída para sobreviver, inclusive no Brasil, onde tem unidade em São José dos Campos. C6

Executivos recorremà Justiça do Trabalho

FERNANDA BOMPANSÃO PAULO

Uma nova demanda, provocada pelacrise financeira mundial, está sendo veri-ficada pelos escritórios de advocacia bra-sileiros. Segundo especialistas, aumentouo número de executivos que estão buscan-do a Justiça do Trabalho para assegurar osseus direitos. O Demarest & Almeida, porexemplo, entrou com 20 processos de fun-cionários do alto escalão nos últimos trêsmeses. “Antes, era um executivo a cada trêsanos que nos procurava”, afirma AntonioCarlos Vianna de Barros, sócio da banca. “Éum exemplo de que a crise está afetando atodos, não somente a camada mais sim-ples, que processava mais pelo não paga-

LUCIANO MÁXIMOSÃO PAULO

Enquanto a gigante norte-americanados seguros AIG segue sendo bombar-deada por notícias negativas nos EstadosUnidos, a unidade brasileira aparece comdestaque na emissão de apólices que so-mam cerca de R$ 10 bilhões para a cons-trutora Odebrecht, mesmo depois da dis-solução, em novembro último, da socie-dade de 11 anos com a Unibanco Segurose Previdência. Agora como AIG BrasilCompanhia de Seguros, a seguradoraopera em apenas dois negócios — garan-tia e aviação —, mas deverá solicitar per-missão para atuar em todas as linhas sobo nome American Home Brasil. No res-seguro, a marca já foi trocada para AIU.

Em audiência na Câmara dos Deputadosdos EUA, na sexta-feira, o ex-presidente glo-bal da AIG, Maurice Greenberg defendeu afalência da empresa. “Os contribuintes nãoterão retorno do socorro do governo.” B1

rem-se a processos de diretores. Para Ro-drigues Jr., o impacto da crise pode serainda maior. “As empresas culpam essesaltos executivos pelos prejuízos. Muitasmultinacionais no Brasil demitem seusdiretores brasileiros por esse motivo, oque pode provocar um alto volume deações por danos morais”, avalia.

Além do alto escalão, funcionários deoutros níveis também estão recorrendoà Justiça. Em média, dizem os advoga-dos, houve aumento de 30% no númerode processos trabalhistas. E o impactomaior pode ocorrer nos próximos me-ses, quando os funcionários que foramdemitidos recentemente deixarem dereceber o seguro-desemprego. A12

mento de horas extras, por exemplo.”O advogado Augusto Rodrigues Jr., só-

cio do Rodrigues Jr. Advogados, conta que,do crescimento de 30% no número deações trabalhistas do escritório, 25% refe-

Empresas estãorevendo modelode negócios

JAIME SOARES DE ASSISSÃO PAULO

Os empresários projetam forte ajusteem suas operações e enfrentam um pro-cesso de revisão de seu modelo de negó-cios. Estas medidas se tornaram essenciaispara adaptar a estrutura das companhias àdesaceleração da economia, de acordo comsondagem da consultoria Ernst & Young.

O corte de custos está nos planos de85% dos líderes consultados pela empre-sa. A pesquisa mostra também que 53%deles pretendem reduzir investimentos e47% devem diminuir o número de vagasnos próximos 12 meses.

A falta de contorno claro da crise in-fluencia a formação das expectativas. Estaindefinição mexe com a confiança do em-presário e altera seus planos de ação, dizCarlos Miranda, da Ernst & Young. A4

OPINIÃO

LILIANA LAVORATTIPAC, desoneração de tributos e moradia popularaquecem a economia e a popularidade do gover-no. A política nunca andou tão próxima da eco-nomia como nos últimos tempos no Brasil. A3

OZIRES SILVADevemos abandonar a ideia de que as inicia-tivas para a melhoria da educação devem par-tir unicamente do governo. Toda a sociedadebrasileira deve se envolver nesse esforço. A3

Vilã da crise,AIG sobreviveno País e vaimudar de nome

BRIGA PELA NUTRIÇÃO ESPECIALIZADAPequenas e médias empresas nacionaispreparam-se para disputar com as multi-nacionais o mercado brasileiro de nutri-ção especializada. INVESTNEWS.COM.BR

PLANO PESSOAL

Orquestra e músicaeletrônica, umacombinação genial

O maestro João Carlos Martinsvai fazer um concerto no dia 9 demaio, na Sala São Paulo, misturan-do o som de sua orquestra Bachia-na Filarmônica com o suingue doDJ Anderson Noise, o único brasi-leiro eleito em uma lista de 100melhores pela revista inglesa DJMagazine. No mundo da música,Martins é o cara! Ou não? D8

FERNANDO MUCCI/CPDOC JB

Preços do açúcar seguem osdo álcool e também caem

FABIANA BATISTASÃO PAULO

A mesma crise de crédito que obrigouas usinas a liquidarem álcool para levantarrecursos e pagar dívidas, agora mina as co-tações do açúcar. Sem dinheiro para iniciara safra e com o álcool fechando no ver-melho, a saída para as indústrias vem sen-do ofertar mais açúcar no mercado. O re-sultado é que em dez dias o preço da sacade 50 quilos em São Paulo caiu 5,4%, se-gundo o Centro de Estudos Avançados emEconomia Aplicada (Cepea/Esalq/USP), deR$ 49,53 para R$ 46,82.

A pressão nos preços fica mais intensaporque, do outro lado do balcão, o compra-

de rever seus números. Para o economistaAdriano Biava, da Fea/USP, o corte de 17%do Orçamento é significativo, mas a ten-dência é deste percentual ser ampliado. A5

Os esqueletos no armáriodo Ministério da Justiça

VASCONCELO QUADROSBRASÍLIA

Não é trocadilho e nem frase de efeito.O governo deixou um esqueleto no armá-rio. Aliás, um não. São 11 esqueletos queassombram o Anexo do Ministério daJustiça, na Esplanada dos Ministérios, emBrasília, desafiando os mortais a apontaruma solução para seus casos. A maioriadas ossadas, dez, foi retirada do Cemitérioda Xambioá (TO) em 1991, 1996 e 2001,sem que até hoje as autoridades tenhamse esforçado para identificá-las ou, então,devolvê-las às sepulturas que há 19 anoscontinuam abertas.

As ossadas repousam em caixas depapelão guardadas num armário da Co-missão de Mortos e Desaparecidos Po-líticos, que funciona no prédio do Mi-nistério da Justiça, mas estão sob a res-ponsabilidade do ministro PauloVanucchi, da Secretaria Especial de Di-reitos Humanos (SEDH). Ao que tudoindica, segundo informações forneci-das à época por moradores da região,podem ser os restos mortais de guerri-lheiros do PCdoB dados como desapa-recidos em todas as listas divulgadaspelas entidades de direitos humanos hámais de 30 anos. A11

Economistas sugerem corteorçamentário ampliado

ANA CECÍLIA AMERICANOSÃO PAULO

Os ajustes do Orçamento Geral daUnião, que envolveram o contingencia-mento de R$ 21 bilhões, foram necessários,mas especialistas em contas públicas ques-tionam os cálculos do governo baseadosem um crescimento de 2% do Produto In-terno Bruto (PIB). “A meta de resultado pri-mário prevista no Orçamento enviado aoCongresso no ano passado é inconsistentecom o cenário de inflação mais baixa ecrescimento do PIB inferior em curso”, dizAmaury Bier, ex-secretário-executivo doMinistério da Fazenda. Para Bier, no próxi-mo bimestre o governo provavelmente terá

dor está mais retraí-do, à espera de pre-ços menores. “A usi-na está precisandovender e, neste mo-mento, somente oaçúcar traz retorno.O álcool está abaixodo custo de produ-ção”, avalia ArnaldoLuiz Correa, da Ar-

cher Consulting. De acordo com a União dosProdutores de Bioenergia (Udop), o custo deprodução e financeiro do álcool está em tor-no de R$ 0,95 por litro, enquanto o mercadoestá pagando em torno de R$ 0,63. B10

ARNALDO CORREA

Obama diz quemíssil da Coreiafoi “provocação”

BLOOMBERG NEWS, REUTERS E AFPPRAGA, TÓQUIO, SEUL E NOVA YORK

Durante discurso em Praga, o presidentedos EUA, Barack Obama, prometeu ontemdefender o fim das armas nucleares em todoo mundo e classificou de “provocação” o lan-çamento de um míssil, horas antes, por parteda Coreia do Norte. Para Obama, os norte-coreanos violaram a Resolução no- 1.718, queproíbe o país de realizar atividades relacio-nadas a mísseis balísticos. Ontem, o Conse-lho de Segurança da ONU realizou uma reu-nião emergencial, mas não chegou a umacordo sobre sanções à Coreia do Norte. D7

RIVADAVIA SEVEROJá não temos o complexo de vira-lata como tãobem nos retratou Nelson Rodrigues. Se o pre-sidente Lula é o cara ou não, como disse BarackObama, pouco importa. A13

Com esta edição circulaa revista Ga zetaInveste

CESAR GIOBBI | SÃO PAULO

Fonte: Diário Oficial da União

Turismo

Esporte

Agricultura

Desenvolvimento,Indústria e Comércio

Exterior

QUEM MAIS PERDEUÁreas mais atingidas pela revisão doOrçamento do governo (em %)

86,40

85,70

47,60

45,78

Waldemar Verdi

Page 2: Cuba quer EUA como sócios em projetos petrolíferos C3 ... · Magazine. No mundo da música, Martins é o cara! Ou não? D8 FERNANDO MUCCI/CPDOC JB Preços do açúcar seguem os

A2 | Segunda-feira, 6 de abril de 2009 | GAZETA MERCANTIL

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Conselho de AdministraçãoPresidente Nelson Tanure

Diretoria ExecutivaDiretor Editorial Augusto NunesDiretor Geral de Gestão Eduardo L. Jácome

Direção GeralJackson FullenMarcello D’Angelo

Editores-executivos Costábile Nicoletta,Nelson Rocco e Cinthia RodriguesCoordenadores Editoriais Klaus Kleber (Opinião)e João Bittar (Imagem)

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EDITORIAIS

A exportação caiu, masinteresse no País avançou

PERSONAGEM Waldemar Verdi, Empreendedor do Ano

Apesar dos tempos difíceis enfrentadospela economia mundial, o Brasil setransformou em significativo ponto deatração para consecutivas missões co-

merciais. No primeiro trimestre deste ano, a Fe-deração das Indústrias do Estado de São Paulo(Fiesp) recebeu 18 delegações estrangeiras paracontatos comerciais; no mesmo período do anopassado foram apenas oito missões com essa fina-lidade. Apesar da piora do cenário internacional,o número de missões mais que dobrou, um sinalde que a economia brasileira desperta muito inte-resse mesmo quando a expansão é menor do quea de 2008. É menor, mas ainda é mais promissorado que a dos países industrializados.

Há outra forma de observar esse interesse externo.O forte ingresso de capital estrangeiro fez com que aBovespa registrasse sessões consecutivas de alta. Háconsenso entre os analistas do mercado que a recu-peração da bolsa brasileira ocorreu pela entrada deinvestidores internacionais. Esses especialistas notamque apenas em março os estrangeiros injetaram US$1,4 bilhão no mercado doméstico de títulos, o me-lhor resultado em onze meses. Uma explicação con-sistente para esse continuado fluxo de investimentoé a força do mercado interno brasileiro e a apostafeita por muitos empreendedores no chamado con-sumo de baixa renda, que apenas começa a revelarseu potencial. Essa confiança, obviamente, tambémguarda relação com a preservação dos bons funda-mentos na economia nacional. Os sinais emitidospelo governo de que preservará a meta fixada do su-perávit, apesar da crise, mantém a atenção desse in-vestidor externo na economia brasileira.

Porém, como uma espécie de outro lado desseinteresse do mundo no Brasil, a corrente de comér-cio do País, a soma das exportações e importações,sofreu forte recuo nos primeiros meses do ano. Osaldo da balança comercial de março alcançou US$988 milhões, mas representou uma queda de 17,2%em relação a fevereiro, utilizado o critério da médiaexportada por dia útil. Em relação ao saldo obtidoem março de 2008, esse resultado é até maior; po-rém, as exportações no mês passado foram 14,9%menores do que as de março de 2008, enquanto asimportações foram 21,4% menores. Resultado: acorrente de comércio foi bem menor, mas como as

importações caíram mais, o saldo cresceu.Vale notar também a significativa mudança nos

principais parceiros do comércio exterior brasileiro.Como mostraram os dados da Associação de Co-mércio Exterior do Brasil (AEB) o Brasil acumulou,de forma surpreendente, um déficit comercial comos Estados Unidos neste ano. No primeiro trimestrede 2008, o Brasil obteve superávit de US$ 482 mi-lhões no relacionamento comercial com os norte-americanos. No mesmo período deste ano, esse re-lacionamento gerou déficit para o Brasil de US$1,77 bilhão. Curiosamente, enquanto as exportaçõesbrasileiras para os Estados Unidos despencavam37,8% de janeiro a março deste ano em relação a2008, as exportações para a China cresceram 62,7%na mesma comparação. Ou seja, pela primeira vezna história do comércio exterior brasileiro, a Chinaultrapassou os EUA como o maior destino das ex-portações brasileiras. Em números absolutos, nomês passado, os chineses compraram US$ 1,73 bi-lhão, e os norte-americanos US$ 1,27 bilhão.

Essa mudança em relação à China pode não seruma tendência. A direção da AEB alertou que ocor-reu uma antecipação em março de embarques paraa China para garantir preços de commodities. Essatendência não se confirmou no sentido das importa-ções porque as vendas da China para o Brasil caí-ram 12,8% no primeiro trimestre em relação aomesmo período de 2008. Sem contar a sensível mu-dança no perfil da pauta exportada. De janeiro amarço ocorreu forte aumento nas exportações decommodities, mesmo com a queda abrupta dos pre-ços desses produtos. Em março, as vendas externasde produtos básicos aumentaram sua fatia na pautapara 39%, quando eram 29% em março de 2008.Em relação a fevereiro as commodities tambémavançaram nas exportações. Por outro lado, os ma-nufaturados tiveram redução de participação emmarço: eram 47,4%, enquanto em 2008 eram 55,3%.

Vale lembrar que é também consensual que aentrada de investimento estrangeiro irá equilibrara conta de transações correntes do País neste ano.Esse ingresso, porém, não compensará nem essamudança na pauta de exportações, nem a graveperda de posições no comércio com a maior eco-nomia do planeta. Esse fato exige a atenção tantodos empresários como do governo.

Gian Paolo La Barbera

CARTAS E OPINIÕES

LULA NO PALCO EXTERNOAcredito ser aflitivo e constran-

gedor perceber o esforço que Lulafaz para vir a ser um líder mun-dial. Gordon Brown, com o poucocontato que teve com o nossopresidente, teve a sagacidade deperceber o quanto ele se utiliza esempre se utilizou do mecanismoda projeção para culpar os outrospelo que não lhe agrada ou fingenão lhe agradar. Brown e Obamariram. Mas riram de quê? Acho quede nós brasileiros por confundir-mos ficção com realidade e riramde Lula, como sendo uma piada.Eu não acho graça, acho triste.Eliana França Freire, São Paulo

No atual cenário altamentecompetitivo do mercado corporati-vo, as empresas vêm encontrandosérios desafios. Não apenas nos ne-gócios, mas também na segurançada informação. Os maiores riscossão as “armadilhas” da rede corpo-rativa, a propagação de vírus e ouso inadequado dos sistemas de in-formática pelos colaboradores.

Nos últimos anos, os ataquesvirtuais se tornaram financeira-mente vantajosos para os hackers.Este tipo de ameaça tem se mostra-do mais constante e, por esse mo-tivo, a preocupação com a proteçãodas informações deve existir tantointerna quanto externamente.

Prova disso é que, de acordocom pesquisa realizada pela Frost& Sullivan, o mercado de segu-rança da informação movimenta-rá US$ 598,4 milhões até 2013 naAmérica Latina. Este valor é bas-tante considerável para o setor detecnologia, levando-se em consi-deração que a tendência do mo-mento é a redução de custos. In-dústria, manufatura e varejo te-rão participação significativaneste montante financeiro.

As novas tecnologias de segu-rança permitem que as informa-ções sejam distribuídas de manei-ra mais fácil e eficiente. Portanto,aproximar-se das companhias e,ao mesmo tempo, criar políticasde segurança é o grande desafiodos administradores de rede.

Devemos levar em considera-ção que, cada vez mais, as redes dis-ponibilizam novos serviços e, comisso, o número de usuários corpo-rativos, como colaboradores con-tratados e trabalhadores temporá-

E-mail: [email protected]

GAZETA NO TEMPO

06/04/79AUMENTA A CAPTAÇÃODE EURODÓLARES

A presença do Brasil torna-senovamente evidente no mercadode eurodólares. O Banco Nacionalde Desenvolvimento Econômico,por exemplo, está preparandouma captação de US$ 250 milhões,a Cimento Mauá levanta US$ 75milhões e a Alcan-Alumínio doBrasil assinou recentemente umempréstimo de US$ 80 milhões.

Poucas vezes o Brasil conse-guiu tantos empréstimos comonos primeiros meses deste ano. Aúltima grande captação foi a daEletrobrás, de US$ 400 milhões.

06/04/85EXPORTAÇÃO SUSTENTAA INDÚSTRIA ALEMÃ

Uma dependência potencialmen-te perigosa das encomendas exter-nas parece constituir a única amea-ça à contínua expansão da indústriade manufatura da Alemanha Oci-dental nos próximos meses.

Pesquisas recentes apresentamum panorama otimista sobre a recu-peração do país. De acordo com oMinistério da Economia, as novasencomendas recebidas pela indús-tria de manufaturas registraram au-mento de 4% em volume em janeiroe fevereiro, em comparação ao mes-mo período de 1984.

06/04/02ARGENTINA EXPORTAMAIS PARA O BRASIL

A falta de mercado interno e avantagem competitiva obtidacom a desvalorização do peso,em torno de 65% desde janeiro,estão garantindo à Argentinaum superávit recorde no comér-cio bilateral com o Brasil.

O saldo em favor do país vizi-nho no primeiro trimestre bei-rou os US$ 800 milhões, 160%maior do que o do mesmo perío-do do ano passado. O resultadoprojeta um déficit para o comér-cio brasileiro ao final deste anosuperior a US$ 3 bilhões.

Sua rede corporativa é segura?ÍNDICE DAS 146 EMPRESAS CITADAS NESTA EDIÇÃOAA2C C8, AG2 C8, AIG A1, B1, B2,AIG Brasil Companhia deSeguros, A1, B1, Air France/KLMC5, ALL Amer Lat B3, Allianz B1,AlmapBBDO C8, Alvorada doOeste B10, AmBev B3, AmericanHome B1, American HomeBrasil A1, AmericanInternational Underwriters B1,Anhanguera Educacional C1,Anhanguera EducacionalParticipações B3, Aracruz, B3,Archer Consulting A1, B10

BBanco Azteca C1, Banco doBrasil B3, Banco Investcred C1,Banco Schahin B3, Bank ofAmerica B2, Barclays CapitalA15, Baú Crediário C1, BearStearns B2, BHP Billiton C7,Bloomberg B2, BM&F BovespaB2, B3, BNDES B3, C3, BNPParibas SA C3, Bradesco B1

CCaixa Econômica Federal B3,Citigroup B2, Claro C2, Coca-Cola, C6, Cosan B3, CreditSuisse Group AG C3, CyrelaRealt B3

DDataSul C8, David Lloyd ResortsA16, DCP Internacional A16,Dell B2, Dell Anno C8, DelumaIndústria e Comércio C7,Demarest & Almeida A1,Demarest e Almeida AdvogadosA12

EEaton A1, Eaton CorporationC6, eBay B2, Elektra C1,Embraer A12, C6, C7, C8, Ernst& Young A1, A4, Estúdio Web C8

FFairmont A16, Fannie Mae B2,

Federal Express C6, Fitch B1,Formaplas A1, C1, F ra c t i o n a lOwnership Consultancy A16,Freddie Mac B2, Fundo deInvestimentos Pamplona C5

GGazeta Mercantil A6, B1, B9, C3,C5, General Motors Corp A15,Genomic Egenharia MolecularLtda A11, Global Quarters A16,GM C8, Gol Linhas Aéreas. C5,Goldman Sachs B2, Google B2,Gradual Corretora B2, GrendeneC8, Grupo TMD Friction C5,GrupoPinar A16

HHomero Costa Advogados A12,Honda B2, HSBC A15, C8

IInsinuante C1, IOB C2, I R B - B ra s i lRe B1, Israel AerospaceIndustries A8, Itaipu C3

JJBS, B3, JP Morgan B2,JPMorgan B2

KKraft C8

LLojas Americanas C1

MMagazine Luiza C8, MasterCardB3, Mattos Filho, Veiga Filho,Marrey Jr e Quiroga AdvogadosA12, MCF Consultoria & GFKIndicator C7, Mídia Digital C8,Morgan Stanley B2

NNissan B2, Nugali C7, Nutecnet ,que originou o portal Terra C8

OOceanAir A8, Oceanico Group

A16, Odebrecht A1, B1, Oi C2,Organização Balbo B9

PPatriarch Partners C7, Peixoto eCury A12, Polaroid C7, Po n t oFrio A1, C1, Porsche C5

RRandon C8, RC Consultores B9,Redecard B3, Renault B2,Reuters A10, Ritz-Carlton A16,Rodobens A1, Rodrigues Jr.Advogados A1, A12, Royal Bankof Scotland B2

SSanta Fé Idéias A11, SulAméricaB1, Synergy Group A8

TTata A15, Tecnisa C 8 ,Tendências Consultoria B 2 ,TGT Consult C2, THConsultoria e Estudos deMercado B9, Tigre C8, TIM C 2 ,Totvs C8, Toyota B 2 ,TozziniFreire Advogados A 1 2 ,Tramontina C8, Tupy C 7 ,Turner C 8

UUIB Re Brasil B1, UnibancoSeguros e Previdência A1, B1,Universidade de Columbia B2,UPS C6, Usiminas A12, Usina daPedra S/A B9

VValmet Automotive C5, Va r i g C5, VCP B3, Ve r t u zDevelopment A16, Vivo C2,Vulcabras C8

WW3haus C8, Wal-Mart C6, We l l sFargo B2

ZZorgvliet Group A16

rios, aumenta cada vez mais. Alémdisso, há a questão do acesso remo-to, em que os usuários acessam arede a distância, de qualquer com-putador ou dispositivo móvel. É ocaso de quem trabalha no sistemahome office e de parceiros, reven-das e clientes, entre outros. En-fim, cada usuário possui suas pró-prias características de acesso aosrecursos tecnológicos e as organi-zações precisam facilitar o acessodeles às aplicações da empresa demaneira rápida, fácil e segura.

Devido ao enorme tráfego de in-formações, as companhias deveminvestir em dispositivos de comuni-cação que suportem altas capacida-des de processamento, uma vez queo uso de aplicações tecnológicas —como VoIP, telefonia IP e videocon-ferências — cresce rapidamente eexige mais recursos de segurança.

A gestão da rede é constituídapor cinco etapas: autenticação dousuário, autorização do usuário,controle de acesso, controle de trá-fego e qualidade de serviço.

A partir destas etapas, o dire-tor de tecnologia deve se aproxi-mar ainda mais das estratégiascorporativas e das necessidadesdo mercado, com o objetivo decuidar das questões que estãoalém da tecnologia.

A gestão da segurança passa porum novo processo, no qual ques-tões essencialmente técnicas — taiscomo redimensionamento de redee de ferramentas — têm se afastadodo centro de planejamento de TI.

Um sistema de segurança avan-çado protege a rede dos ataques vir-tuais, garantindo o controle e o mo-nitoramento de tarefas que impe-

çam a perda de dados corporativos.Por meio deste controle, é possívelter uma plataforma tecnológicaque trabalhe de forma proativacom a estrutura corporativa.

Com este cenário, as atençõesficam voltadas novamente para arede local. Se antes o gerenciadorda rede costumava se preocuparapenas com as ameaças externas,hoje deve redobrar os cuidadoscom os problemas internos, oque explica a demanda crescentepor mais gerência nos switchesde segurança na borda da rede,cuja tecnologia pode reduzir orisco de prejuízos em até 80%.

Ignorar esta nova realidade sig-nifica perder prestígio, orçamento eespaço. Os problemas da segurançada informação são muito maisabrangentes do que se pensava.Jonathan Fratta, gerente de produtos da

D-Link Brasil para o segmento corporativo,

São Paulo

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GAZETA MERCANTIL | Segunda-feira, 6 de abril de 2009 | A3

OPINIÃO

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O Brasil tem condições de sair mais forte no mundo pós-crise

Se se livrar de

suas mazelas, o

País pode ser um

protagonista

decisivo no futuro

Comparar o que nos aconte-ce hoje com o que ocorreu há80 anos, em decorrência da cri-se que levou o mundo à Gran-de Depressão, pode ser útil paraentender qual será nosso lugarno cenário internacional, quan-do a turbulência amainar.

Em 1929, a quebra do siste-ma financeiro mundial atingiuo Brasil fazendo desabar o preçodo café, então responsável por70% das nossas exportações. Foiuma tempestade de tal ordemque varreu da noite para o dia omodelo agrário exportador vi-gente desde a época da colônia,carregando consigo, por meioda Revolução de 1930, a Repú-blica Velha comandada pelosestados cafeicultores.

economia real, o mundo do sé-culo XXI é outro: a simplesexistência de países emergen-tes com grandes mercados in-ternos, como é o caso do Brasil,Rússia, Índia e China (Bric), ofe-rece a perspectiva de que, destavez, os países ricos é que serãoos mais afetados.

Integrante domundo globali-zado, o Brasil de2009 não estáimune aos efei-tos da crise, queterá como prová-vel consequênciaimediata não ar e c e s s ã o , m a suma redução no crescimentoimpetuoso do PIB. A saúdeeconômica atual do País — ex-pressa pela boa posição exter-na, pelo menor nível de expo-sição ao comércio exterior, bai-xa inflação e relativo controledas contas fiscais — permiteolhar tanto para o futuro co-

mo para as oito décadas decor-ridas desde a crise de 1929 comuma visão confiante em nossacapacidade de dar a volta porcima nas adversidades.

Com a inflação sob controledesde a implementação, em1995, do Plano Real, hoje o Bra-

sil, além de estarlivre da questãoda dívida exter-na — um tor-mento para ossucessivos go-vernos durantetodo o séculopassado — exibereservas supe-riores a US$ 200

bilhões. A dívida pública, em-bora elevada em razão da po-lítica de juros altos em práticadesde o governo de FernandoHenrique Cardoso, mantém-seabaixo de 40% do PIB.

Outro trunfo importante foi apersistente redução das desigual-dades regionais — com a indús-

O mais importante é começar de novo

Em um mundo

competitivo, não

podemos ficar

distantes de

novos talentos

A expressão do título desteartigo é forte em conteúdo eem sua forma e se aplica muitobem nestes momentos quandomuitos, perplexos com o que seobserva nos cenários gerais daeconomia mundial, ficam aperguntar o que aconteceu naesteira da chamada crise inter-nacional que já reduz a deman-da e o volume de negócios.Nosso conterrâneo, Chico Xa-vier, acentuou em várias opor-tunidades, ao longo de sua vidade pregador obstinado, que“embora ninguém possa voltaratrás e fazer um novo começo,qualquer um pode começaragora e fazer um novo fim”.

Quando vemos iniciativasimportantes para a sociedadee para o País, se depararemcom ameaças à sua sobrevi-vência, é importante a atitudede não fraquejar. É preciso co-locar um bom grau de racio-nalidade no nosso comporta-mento e, para tanto, colocarem jogo a sempre superior ca-pacidade de cada um de voltaràs coisas simples, à razão, apartir de valores positivos quecarregamos no nosso interior.É possível, por vezes, ocorrer asensação do vazio, de falta,por vezes de tristeza, mas tam-bém pode, num dado momen-to, aliviar tensões e expectati-vas, abrindo caminhos para

novos caminhos e estradas.O horizonte do pensamen-

to produtivo da atualidade po-de ser caracterizado pela des-continuidade, por vezes pas-sando por quebras de valorese crenças, em face das pres-sões impostas pelas mudançasde modelos tradicionais de co-mo produzir e fazer negócios.Enfim muito tem sido muda-do em relação a um passadoaté bem recente, hoje afetan-do até as fronteiras da ética.

Muito se perguntam o por-quê disto tudo. As explicaçõessão várias, no entanto, a que en-c o n t r a m a i o rconsenso é aque-la ligada a espan-tosa expansão dastelecomunica -ções. Por todos oslados as pessoashoje se comuni-cam, desde os pe-quenos telefonescelulares, com al-cance no raio da próxima ante-na, até as grandes centrais capa-zes de se conectar com satélitese com as extensas redes de fi-bras ópticas. Em outras palavrase, embora pouco entendido, es-sa imensa e ampla comunicabi-lidade transformou-nos de cida-dãos nacionais para muito decidadãos do mundo.

Com esta crescente habili-dade de conversar com qual-quer parte do mundo instanta-neamente, de trocar idéias, aspessoas buscam informação eaprendem, trabalham em cimade novos paradigmas, geramprodutos e serviços, ora ainda

não oferecidos ou sob formasmais inovadoras e atrativas.

Como consequência, todosnós, produtores ou consumido-res de bens ou de serviços, so-mos levados à necessidade depensar diferentemente e enca-rar os desafios por via das ala-vancas para a transformação.Em resumo, existem estímulos,e precisam ser aproveitados, pa-ra olhar o futuro proativamen-te, deixando para trás o confor-to do tradicionalismo substituí-do pela busca de horizontes eoportunidades a serem explora-das. Mesmo que não se dê con-

ta disto, a novaatitude pode ge-rar bases para ainovação e parao crescimentodas empresas, or-ganizações e daspessoas.

A base parachegarmos lá es-tá na educação,

englobando o treinamentoconstante, pois a competiçãohoje é mundial e os brasileirosnão podem ficar distantes dosmelhores talentos onde querque estejam. Novos processos etécnicas de ensino já são exigi-dos, fixados que estão nos me-lhores parâmetros de qualida-de, de mais eficiência nos ciclosde formação e pela permanenteconectividade que deve empol-gar alunos e treinandos. Assim,devemos abandonar a idéia deque as iniciativas para melho-rar a educação, para expandiros horizontes das novas gera-ções, devem partir unicamente

dos governos. Não podemosacreditar que governantes pos-sam pensar como os pais, preo-cupados que precisam estarcom a preparação dos filhos pa-ra serem vencedores no mundocompetitivo da atualidade. Oconhecimento é o mais impor-tante atributo do mundo mo-derno e não podemos nos per-mitir a ficar na esteira do queestá acontecendo em todos osrecantos deste mundo de hoje,definitivamente mais global.

O mundo de hoje é global eas iniciativas pertencem aosmais capazes. Não podemos nospensar como isolados, pois iso-lamento não mais existe. Nascondições de vida, das relaçõesentre os povos e do comérciomundial vemos exemplos todosos dias de comunicação e de dis-cussões amplas. A vida modernapode ser marcada como uma su-cessão de obrigações, de encon-tros, de conversas, sempre sujei-tas a mudanças e a interrupções.Infelizmente não há fórmulasmágicas. Em vez de resistir, detentar organizar o que podeacontecer, a sugestão seria pro-curar transformar cada excita-ção externa, principalmenteaquelas que podem alterar ocurso dos acontecimentos, emferramentas sólidas para melho-rar o desempenho das pessoas edas organizações, sempre nosentido de ser melhor para cadaum e para a sociedade.

* Reitor da Unimonte, Santos (SP).Ex-presidente da Embraer.Próximo artigo do autor em 27de abril

ABRAM SZAJMAN*

OZIRES SILVA*

Da noite para o dia, o País te-ve de acelerar sua industrializa-ção, pela simples razão de quenão dispunha mais de recursospara importar os produtos ma-nufaturados de que necessitavacomo fizera até então.

Entre 1933 e 1939, o setor in-dustrial brasileiro cresceu 11,2%ao ano concentrando-se em me-talurgia de pequeno porte ebens de consumo como papel epapelão, têxteis, vestuário e cal-çados. O resultado das medidasadotadas fez com que o PIB, quecaíra 2% em 1930 e outros 3%em 1931, se recuperasse em1932, superando o nível de 1929no ano seguinte. A recessão,apesar de profunda, durou entrenós apenas dois anos.

A situação brasileira hoje, fe-lizmente, é bem diferente, e pa-ra melhor. Embora a crise atual,como a de 1929, também tenhacomeçado no setor financeirodos EUA e daí espalhado-se pe-los cinco continentes e para a

tria deixando de ser uma exclu-sividade do Sul e do Sudeste — e,mais recentemente, das sociais.

Diante dessa trajetória, creioque o Brasil chegou ao séculoXXI em condições de atravessara presente crise em condiçõesmais suaves do que os EUA, aEuropa ou o Japão, mergulha-dos na recessão, colocando-semesmo à frente dos demais paí-ses emergentes como opção deinvestimentos, para a explora-ção do etanol ou do petróleo dopré-sal. Afinal, ao contrário deRússia, Índia e China, o nossoPaís exibe instituições demo-cráticas cada vez mais sólidas enão enfrenta separatismos,conflitos étnicos e problemasgraves com seus vizinhos.

Porém, se é certo que o nossosistema bancário é hoje mais só-lido do que no passado e menosexposto à quebradeira que se ve-rifica no Hemisfério Norte, éigualmente verdade que entrenós o grande escândalo finan-

ceiro reside na própria taxa ofi-cial de juros, durante tanto tem-po a maior do mundo. Outrofreio quase permanente ao pro-gresso sustentado é o nosso ar-caico sistema tributário, monta-do para sustentar um Estadoque arrecada não para investirna área social ou em infraestru-tura, mas, sobretudo, para cus-tear seu gigantismo ineficiente.

Se superar estas mazelas pormeio de uma reforma tributáriasimplificadora, retornando aomesmo tempo sua taxa de jurosa patamares civilizados, o Brasilestará habilitado para firmar-seno cenário internacional comoum protagonista decisivo naconstrução e consolidação deuma nova ordem econômicano mundo pós-crise.

* Presidente da Federação eCentro de Comércio do Estado deSão Paulo (Fecomercio) e dosconselhos regionais do Sesc edo Senac

A política cada vez maispróxima da economia

A política nunca andou tãopróxima da economia comonos últimos tempos no Brasil, evice-versa. Taxa de juro é umapalavra comum nas páginas po-líticas, assim como eleição fre-quenta o noticiário econômico.Não é por menos. O governolançou o Programa de Acelera-ção do Crescimento (PAC) antesmesmo da marola virar tsuna-mi. A iniciativa produziu umcanteiro de obras e, com isso, fezgirar a roda da fortuna e da po-pularidade do presidente LuizInácio Lula da Silva, além deembalar a candidatura da “mãe”do programa, a ministra-chefeda Casa Civil, Dilma Rousseff, àeleição do próximo ano.

O PAC calhou bem na atualconjuntura desfavorável à ativi-dade econômica, em decorrênciada crise financei-ra global. A pro-p a g a n d a d a sobras e os núme-ros do programa,tudo de dimen-são gigantesca,tornaram o go-verno um ator re-levante para evi-tar prejuízos ain-da maiores para o emprego, arenda, a produção de riquezas doPaís. Com isso, o presidente daRepública está provando que épossível — embora raro — sedar bem na adversidade. Tratan-do-se de Lula, isso nem chega asurpreender, pois a trajetória donordestino que deixou o sertãode Pernambuco em um pau-de-arara e algumas décadas depoisfoi eleito para sentar na princi-pal cadeira da República temlances até mais surpreendentes.

Quando a recessão econômi-ca na Europa e Estados Unidossurtiu os primeiros efeitos nega-tivos na avaliação do governo enos índices de popularidade dopresidente da República, lá vemoutra vez a dobradinha política-economia. Em meio a uma sériede números evidenciando maisclaramente que o Brasil sofrerásim o impacto da turbulênciamundial, o governo lança umnovo pacote — nome este que opróprio governo evita usar.

O programa de moradia po-pular Minha Casa, Minha Vida,anunciado na última semanacom a ambiciosa meta de cons-truir 1 milhão de casas para po-pulação de baixa renda, outravez mistura os dois ingredientesque parecem andar cada vezmais lado a lado. O plano foiapresentado pouco depois que apesquisa CNT-Sensus, realizadade 23 a 27 de março, apontouqueda na avaliação positiva do

governo do presidente Lula —62,4%, contra 72,5% em janeiro.A avaliação negativa cresceu de5% para 7,6%, enquanto o de-sempenho pessoal de Lula teveaprovação de 76,2%, contra84% em janeiro último.

O que resta saber é como ascoisas vão ficar daqui para fren-te. Ainda levará algum tempopara aferir se a estratégia de fa-zer política na economia daráos frutos esperados para a can-didatura de Dilma Rousseff nacorrida presidencial, confir-mando a melhora da posiçãoda ministra em relação aos de-mais concorrentes, detectadanas últimas sondagens.

Até aqui, o governo deu res-postas rápidas às demandas in-ternas criadas pela situação daeconomia mundial. Outroexemplo de atitude proativa foia renovação da desoneração tri-butária para o setor automotivoe de material de construção. Aúnica peça que não se encaixa éa intenção do Planalto de mexerno rendimento da poupança, co-

locando em riscoa parceria políti-ca-economia.

A experiênciaainda viva na me-mória dos bra-sileiros — sur-preendidos pelosequestro da pou-pança e outrosdepósitos, no go-

verno Collor — não traz bonspresságios. Segundo o BancoCentral, em junho passado, o sal-do em contas de poupança erade R$ 187,9 bilhões. Os clientestotalizavam 81 milhões — des-tes, 62 milhões possuíam até R$1.000 de saldo. Ou seja, quase80% dos poupadores nesta mo-dalidade de investimento.

Mexer nos ganhos da pou-pança é mexer com uma faixada população que apoia Lula epoderá votar na candidata dopresidente. A mudança estásendo estudada sob a alegaçãode que é necessária para tornaresse tipo de aplicação financei-ra menos atraente para gran-des investidores e, com isso, le-vá-los de volta para os títulosda dívida pública brasileira,cujos rendimentos foram afe-tados negativamente pela re-dução dos juros. Em um paísque precisa emprestar no mer-cado alguns bilhões para fi-nanciar seu déficit, não dá paraabrir mão dessa fonte.

Mesmo assim, parece con-traditório um governo fazerum programa de moradia po-pular, capaz de agradar em-presários e a sociedade em ge-ral e, um dia depois, falar emcorte do rendimento da pou-pança, um dos símbolos dossonhos dos brasileiros.

* Editora de PolíticaE-mail: [email protected]

LILIANA

LAVORATTI*

PAC e moradia

popular aquecem

a economia e

a popularidade

do governo

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A4 | Segunda-feira, 6 de abril de 2009 | GAZETA MERCANTIL

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INDICADORES NACIONAIS

Para 73% dos executivos, a crise deve se estender por um a dois anosBRASIL

EMPRÉSTIMOS DO SISTEMA FINANCEIRO *

(Saldos em fim de período — Em R$ milhões).

F ev / 2 0 0 8 Dez/2008 Jan/2009 F ev / 2 0 0 9 % 12 Meses.

Total do setor privado 940.725 1.200.077 1.201.570 1.202.970 27,88Indústr ia 218.842 296.435 294.021 299.500 36,86Ha b i t a ç ã o 47.169 63.268 64.372 66.078 40,09R u ra l 90.618 106.365 106.333 106.115 17,10Comércio 98.918 124.802 122.699 119.123 20,43Pessoas físicas 326.881 389.541 394.472 399.384 22,18Outros serviços 158.296 219.666 219.673 212.769 34,41.

Total do setor público ** 18.816 27.217 27.658 27.896 48,26Governo federal 3.509 9.336 9.549 9.618 174,11Governos estaduais e municipais 15.307 17.881 18.108 18.278 19,41.

Níveis de risco *** AA A + B C + D E + F G + HParticipação % sobre o total emF ev / 2 0 0 9 22,99 58,61 12,38 2,47 3,85.

Fontes: Banco Central e Centro de Informações da Gazeta Mercantil* Inclui operações de arrendamento mercantil. ** Inclui adm. direta, indireta e atividadesempresariais. *** As operações com atraso de pagamento têm a seguinte classificação: entre15 e 30 dias, nível B; de 31 a 60, nível C; de 61 a 90, nível D; de 91 a 120, nível E; de 121a 150, nível F; de 151 a 180, nível G; e acima de 180 dias, nível H de risco.

CORREÇÃO DE IMPOSTOS (R$)

2008 2009.

Ufesp (SP) 14,88 15,85UFMSP (São Paulo) 87,20 92,35Rio de Janeiro 1,0436 1,0610Ufir (RJ) 1,8258 1,9372FCA (PR) 1,4403 1,5434UPF (PR) 54,29 58,18UPF (RS) 10,4257 11,0617UFEMG (MG) 1,8122 2,0349.

Fontes: Secretarias de fazenda municipais e estaduais e Centro de Informações da GazetaMercantil.

CORREÇÃO DAS COTAS DO IRPF/2008.

Pagamento no prazo legal.

Cota Ve n c i m e n t o Valor da cota Juros sobre To t a l (Darf campo 07) o valor da cota (Darf campo 09) (Darf campo 10).

1ª 30/04/2008 -2ª 30/05/2008 Va l o r 1% campo 073ª 30/06/2008 1,88% +4ª 31/07/2008 d e c l a ra ç ã o 2,84% campo 095ª 29/08/2008 3,91%6ª 30/09/2008 4,93%7ª 31/10/2008 6,03%8ª 28/11/2008 7,21%.

Taxa Selic.

Abr/08 = 0,90 Mai/08 = 0,88 Jun/08 = 0,96.

Jul/08 = 1,07 Ago/08 =1,02 Set/08 = 1,10.

Out/08 = 1,18 Nov/08 = 1,02 Dez/08 = 1,12.

Pagamento com atraso.

Utilize no Darf o código 0211.Multa = (Darf campo 08) sobre o valor apurado na declaração, aplicar 0,33% por dia deatraso, a partir do primeiro dia útil após o vencimento até o limite de 20,0%Juros = (Darf campo 09) aplicar os juros equivalentes à taxa Selic calculados a partir deMaio/08 até o mês anterior ao do pagamento e mais 1% no mês do pagamentoTotal = (Darf campo 10) informar a soma dos valores dos campos 07, 08 e 09..

Fontes: Secretaria da Receita Federal e Centro de Informações da Gazeta Mercantil.

BALANÇO DE PAGAMENTOS - CONTA CAPITAL(US$ milhões).

Jan Jan Jan JanContas F ev / 0 6 F ev / 0 6 F ev / 0 7 F ev / 0 7 F ev / 0 8 F ev / 0 8 F ev / 0 9 F ev / 0 9 .

Conta capital e financeira -176 2.845 9.630 15.146 5.606 14.688 587 1.051Conta capital 48 123 70 110 71 96 105 209Conta financeira -224 2.721 9.560 15.036 5.536 14.593 481 842Investimento direto líquido -924 -640 753 7.202 -121 3.357 2.648 4.580No exterior -1.778 -2.969 -625 3.402 -1.011 -2.359 679 682No País 854 2.329 1.378 3.800 890 5.716 1.968 3.898Investimentos em carteira 4.380 4.919 3.576 5.208 2.187 456 -1.881 -4.255A t i vo s 688 998 19 -158 -430 -391 -212 -242Ações -13 -15 -133 -228 -474 -434 3 1Títulos de renda fixa 701 1.012 152 70 44 43 -215 -243Pa s s i vo s 3.691 3.921 3.557 5.365 2.617 847 -1.669 -4.013Ações 1.700 2.795 2.302 2.677 -270 -3.351 -343 -885Títulos de renda fixa 1.991 1.126 1.256 2.689 2.886 4.198 -1.327 -3.128Der ivativos 122 110 -53 -93 -158 -204 140 208Outros investimentos -3.801 -1.668 5.283 2.720 3.629 10.984 -425 309.

Fontes: Banco Central e Centro de Informações da Gazeta Mercantil.

ÍNDICES DE PREÇOS (EM %)A c u mu l a d o

Out N ov Dez Jan F ev Mar no Ano 12 Meses.

IGP-DI (FGV) 1,09 0,07 -0,44 0,01 -0,13 - -0,11 7,50.

IPA-DI (FGV) 1,36 -0,17 -0,88 -0,33 -0,31 - -0,64 7,39.

IPA-Agro (FGV) -0,02 -0,64 -1,30 2,07 -0,36 - 1,70 1,94.

IPA-Ind. (FGV) 1,86 0,00 -0,73 -1,16 -0,29 - -1,45 9,49.

IPC-DI (FGV) 0,47 0,56 0,52 0,83 0,21 - 1,05 6,15.

INCC-DI (FGV) 0,77 0,50 0,17 0,33 0,27 - 0,60 11,67.

IGP-M (FGV) 0,98 0,38 -0,13 -0,44 0,26 -0,74 -0,92 6,27.

IPA-M (FGV) 1,24 0,30 -0,42 -0,95 0,20 -1,24 -1,98 5,62.

IPC-M (FGV) 0,25 0,52 0,58 0,75 0,40 0,43 1,58 6,24.

INCC-M (FGV) 0,85 0,65 0,22 0,26 0,35 -0,17 0,44 10,89.

INPC (IBGE) 0,50 0,38 0,29 0,64 0,31 - 0,95 6,25.

IPCA (IBGE) 0,45 0,36 0,28 0,48 0,55 - 1,03 5,90.

IPCA-E (IBGE) * 0,30 0,49 0,29 0,40 0,63 0,11 1,14 5,65.

IPC-SP (Fipe) 0,50 0,39 0,16 0,46 0,27 0,40 1,14 6,29.

ICV-SP (Dieese) ** 0,43 0,53 0,10 0,69 0,02 - 0,71 5,96.

IPC-RJ (FGV) 0,54 0,85 1,17 0,99 0,16 - 1,15 7,00.

Fontes: FGV, IBGE, Fipe, Dieese e Centro de Informaçöes da Gazeta Mercantil.* Divulgação trimestral. ** Referente a famílias com renda de 1 a 33 salários m í n i m o s.

PRODUÇÃO/EMPRESAS

Variação %

Dez Jan F ev Mês Ano 12 Meses.

Indústria geral (1) 99,38 98,05 94,81 -3,30 -4,60 -16,96.

Indústria têxtil (1) 73,05 86,35 87,53 1,37 19,82 -16,26.

Nível de emprego (2) 107,81 106,21 104,10 -1,99 -3,44 -2,25.

Falências (unidades) (3) 9 14 6 -66,67 -47,37 -33,97.

Autoveículos (unidades)* 96.586 184.765 201.685 -20,60 -24,11 0,67.

Fontes: IBGE, Fiesp, ACSP, Anfavea e Centro de Informações da Gazeta Mercantil.(1) Produção industrial, Base: média 2002 =100; (2) Total de pessoal ocupadona indústria paulista, Base: Jan/2006=100 ; (3) Decretadas na Capital/SP.*Produção total de autoveículos(montados e CKD). Dados revisado a partir de Jan/04.

IMÓVEIS — ÍNDICE DE CUSTO DE FINANCIAMENTOS

Acumulado %

Out N ov Dez Jan F ev Mar Abr no Ano 12 Meses.

CUB/SP % * 1,69 0,21 -0,04 0,21 0,42 -0,09 - 0,54 10,83.

UPC/R$ ** 21,53 21,53 21,53 21,67 21,67 21,67 21,75 1,02 1,87.

Fontes: Sinduscon, Caixa Econômica Federal e Centro de Informações da Gazeta Mercantil.* Custo Unitário Básico ** Unidade Padrão de Capital.

IMPOSTO DE RENDARendimentos em Abril - R$ Alíquota (%) Deduzir (R$).

Até 1.434,59 Isento -.

Acima de 1.434,60 até 2.150,00 7,5 107,59.

Acima de 2.150,01 até 2.866,70 15,0 268,84.

Acima de 2.866,71 até 3.582,00 22,5 483,84.

Acima de 3.582,00 27,5 662,94.

Fontes: Secretaria da Receita Federal e Centro de Informações da Gazeta Mercantil.Deduções: R$ 144,20 por dependente; R$ 1.434,59 por aposentadoria a quem já completou65 anos; pensão alimentícia judicial; valor da contribuição paga, no mês, à Previdência Sociale a entidades de Previdência Privada no Brasil.

AGREGADOS MONETÁRIOS E ARRECADAÇÃO

(R$ milhões).

F ev / 2 0 0 8 Dez/2008 Jan/2009 F ev / 2 0 0 9 % em 12Meses.

Base monetária 132.524 145.742 142.042 135.861 2,52Papel moeda emitido 91.169 112.142 107.203 104.319 14,42Reservas bancárias 41.355 33.600 34.839 31.542 (23,73)Meios de pagamento 187.311 218.328 209.096 198.902 6,19Papel moeda em poder do público 73.353 90.584 86.882 84.068 14,61Depósitos à vista 113.958 127.743 122.214 114.834 0,77.

F ev / 2 0 0 8 Dez/2008 Jan/2009 F ev / 2 0 0 9 R$ em 12Meses.

Arrecadação da Receita Federal 48.144 66.229 61.442 45.106 681.484Imposto de Renda 12.747 18.480 21.053 11.622 191.600Receita Previdenciária 13.164 24.006 14.911 14.440 182.883IPI 2.210 2.158 1.706 1.471 27.770Imposto sobre Importações 1.834 2.599 2.227 1.849 27.896Contr ibuições* 15.045 15.432 16.760 12.930 198.526Outras receitas 3.143 3.555 4.786 2.794 52.808.

Fontes: Banco Central, RFB e Centro de Informações da Gazeta Mercantil.* CPMF, Cofins, PIS/Pasep, CSLL, Cide-combustíveis e Seguridade Social dos Ser-vidores Públicos.

BALANÇO DE PAGAMENTOS - CONTA CORRENTE

(US$ milhões).

Balança comercial Ser viços Tra n s fe r. Trans. correntes

Pe r í o d o Expor t. Impor t. Ju ro s Viag ens Outros (1) To t a l Unital. 12 meses % PIB.

Fev / 0 8 12.800 11.918 -595 -317 -2.382 -3.293 321 -4.367 -0,32.

Mar/08 12.613 11.601 -307 -233 -5.250 -5.790 349 -8.945 -0,64.

Abr/08 14.059 12.315 -348 -500 -4.483 -5.331 276 -13.826 -0,98.

Mai/08 19.306 15.229 -130 -585 -4.276 -4.990 264 -14.455 -1,01.

Ju n / 0 8 18.593 15.875 -565 -621 -3.863 -5.049 320 -17.783 -1,22.

Ju l / 0 8 20.451 17.149 -1.288 -838 -3.658 -5.785 372 -19.205 -1,30.

Ago/08 19.747 17.478 -387 -523 -2.740 -3.650 291 -21.627 -1,44.

Set/08 20.017 17.263 -502 -656 -4.688 -5.846 323 -24.942 -1,63.

Out/08 18.512 17.305 -515 -295 -2.408 -3.219 504 -26.249 -1,70.

N ov / 0 8 14.753 13.140 -459 -128 -2.476 -3.063 420 -25.876 -1,65.

Dez/08 13.817 11.517 -946 -101 -4.600 -5.647 424 -28.300 -1,80.

Ja n / 0 9 9.782 10.306 -1.347 -251 -943 -2.542 312 -27.024 -1,76.

Fev / 0 9 9.586 7.821 -701 -120 -1.808 -2.629 273 -25.734 -1,73.

Fontes: Banco Central e Centro de Informações da Gazeta Mercantil.(1) Inclui lucros reinvestidos

SALÁRIO MÍNIMO E FGTSA c u mu l a d o

Jan/09 F ev / 0 9 Mar/09 Abr/09 no Ano 12 Meses.

FGTS (%) * 0,4310 0,2918 0,3907 0,2921 1,41 4,85Salário mínimo (R$) 415,00 465,00 465,00 465,00 22,37 12,05.

Fontes: CEF, Ministério da Fazenda e Centro de Informações da Gazeta Mercantil.* Crédito no dia 10 do mês seguinte (TR + juros de 3% ao ano).

NECESSIDADES DE FINANCIAMENTO DO SETOR PÚBLICO

(Fluxos acumulados em 12 meses — em R$ milhões).

Conceito/Esfera deG ov e r n o

F ev / 2 0 0 8 N ov / 2 0 0 8 Dez/2008 Jan/2009 F ev / 2 0 0 9.

Pr imár io -109.099 -123.050 -118.037 -104.563 -99.704Governo central -78.558 -91.449 -85.344 -72.717 -69.050Governos regionais -30.669 -30.576 -30.575 -29.432 -28.956Empresas estatais 127 -1.025 -2.119 -2.413 -1.698.

Juros nominais 163.172 157.820 162.344 163.651 158.386Governo central 112.107 85.689 93.142 101.137 98.777Governos regionais 48.851 68.763 65.784 59.101 56.154Empresas estatais 2.214 3.369 3.418 3.413 3.455.

Nominal 54.072 34.771 44.307 59.088 58.683Governo central 33.549 -5.760 7.798 28.419 29.727Governos regionais 18.182 38.187 35.209 29.669 27.199Empresas estatais 2.341 2.343 1.299 1.000 1.757.

PIB 2.607.616 2.882.978 2.889.719 2.899.799 2.909.535.

Fontes: Banco Central e Centro de Informações da Gazeta Mercantil.

SONDAGEM

Maioria das empresasplaneja cortar custosPara enfrentar crise,53% dos executivospretendem reduzirinvestimentos

JAIME SOARES DE ASSISSÃO PAULO

Os empresários preparam umforte ajuste para adaptar suas ope-rações ao quadro de desaceleraçãoeconômica e enfrentam um pro-cesso de revisão de modelo de ne-gócios. De acordo com pesquisarealizada pela Ernst & Young, ocorte de custos está nos planos de87% dos líderes empresariais ouvi-dos pela consultoria, 53% preten-dem reduzir investimentos e 47%preveem diminuir o número devagas nos próximos 12 meses.

A compressão da estrutura dasoperações a um patamar mais bai-xo revela uma contradição em re-lação às projeções relativas ao de-sempenho das vendas e fatura-mento. A sondagem, realizada com15 empresas com faturamentoanual de até R$ 1,5 bilhão, mostraque 53% confiam que serão capa-zes de manter ou melhorar os re-sultados neste ano. “As contradi-ções demonstram que ainda há dú-vidas e os empresários não sabemexatamente qual o contorno da cri-se e seu impacto”, afirma CarlosMiranda, sócio da Ernst & Young.

A dificuldade de delinear o al-cance e de saber a exata extensão daturbulência econômica são compo-nentes que atuam na formação dasexpectativas. “Esses são componen-tes que podem mexer com a con-fiança do empresário e nos planosde ação”, assinala. A medida que acrise se define, as empresas come-çam a dimensionar os cortes.

A pesquisa mostrou que as me-didas para reduzir o ritmo e o pesoda folha de pagamentos convivem

Empresários não sabem exatamente qual o contorno da crise e seu impacto, diz Miranda, da Ernst & Young

Se existe dificuldade para se sa-ber o tamanho da crise, há umaforte convergência em relação asua duração. Para 73% dos execu-tivos, a desaceleração econômicadeve se manter pelo prazo de um adois anos. “Essa é a média mais co-mum e confortável”, avalia. Umaparcela de 13% da amostra se mos-tra mais otimista e espera uma rea-ção em menos de um ano.

Os empresários não subesti-mam os efeitos da crise internacio-nal e 60% esperaram um impactosevero na economia brasileira e33% acreditam que os danos serãobaixos para a atividade do País.

A redução das taxas de juros bá-

sicos, adoção de políticas de crédi-to, cortes de gastos governamentaise expansão dos investimentos eminfraestrutura são pontos de con-vergência entre os empresários.“No Brasil, há um aspecto efetivo epsicológico da crise. Muitos acredi-tam que o papel do empresariado edo governo pode ajudar a mudarum pouco a visão pessimista”, diz.

Estas ações deveriam ser incre-mentadas por incentivo ao consu-mo interno, desoneração fiscal, ge-renciamento da crise e flexibiliza-ção dos contratos de mão de obra.A redução do tamanho do Estadona economia, por meio de privati-zações, e do custo Brasil foram con-

siderados fatores importantes paraampliar o nível de atividade.

Para Miranda, se o governo “ si-nalizar que está fazendo seu deverde casa” o humor dos empresáriospode começar a mudar. As publi-cações dos balanços e o comporta-mento da Bolsa de Valores terãoefeito também nas expectativas.

Do ponto de vista de gestão, acriatividade, estímulo ao diálogointerno, objetividade, simplicidadee capacidade de reter talentos apa-recem como características princi-pais. A transparência e a ética fo-ram citadas também como ele-mentos importantes em umperíodo de turbulência.

com a perspectiva de sustentar par-te da força de trabalho que será útilpara a empresa quando ocorreruma retomada. A adoção alterna-tivas para evitar as demissões estãoentre as prioridades de 100% doslíderes empresariais. A concessãode férias antecipadas, programas detreinamento e revisão dos níveis deestoque integram a lista de recur-sos adotados pelas companhias. Ocongelamento de vagas, gerencia-mento da reposição de pessoal,adiamento de projetos e aumentoda força de vendas completam oconjunto de medidas apontadaspelos empresários para reduzir ovolume de cortes de mão-de-obra.

“O empreendedor tem metasagressivas, defende as pessoas quetrabalham com ele, mas sabe quehá uma pressão externa”, comentaMiranda. A decisão de cortar pes-soas e custos está relacionada aotempo que durar a crise. Segundoele, os empresários, mesmo quenão cresçam, planejam mudar omix de produtos e começam a pro-mover um rearranjo interno e aolhar outros mercados. “Há umarevisão no modelo de negócio.”

A abertura de capital está forados planos de 53% dos entrevista-dos. Uma parcela das empresas(13%) diz ter abandonado os planosde abrir o capital com a crise.

DANIEL TEIXEIRA/GAZETA MERCANTIL

CONTRIBUIÇÃO SOCIAL (INSS) Março*

Contribuintes individuais e facultativos

Salário Alíquota Contribuiçãobase (R$) (%) (R$)

465,00 11,00 51,15

de 465,01 a 3.218,90 20,00 de 51,16 a 643,78

Empregados, empregados domésticos e trabalhadores avulsos

Alíquotas (em %)

Salário contribuição (R$) INSS**

Até 965,67 8,00

de 965,68 até 1.609,45 9,00

de 1.609,46 até 3.218,90 11,00

Empregador 12,00

Salário famíliaRemuneração Quota (R$)

até R$ 500,40 25,66

de R$ 500,41 até R$ 752,12 18,08

Fontes: Ministério da Previdência Social e Centro de Informações da Gazeta Mercantil.* Pagamento até o dia 13/4/09 (empresas) e até o dia 15/4/09 (pessoas físicas).Obs.: Tabela válida a partir de 1/2/2009, de acordo com a Portaria Nº 77, de 12/2/2009.

IMPOSTOS

Agenda tributária

Data de Código Código Périodo doTributos/contribuições vencimento Darf GPS fato gerador (FG)

1) Imposto de Renda Retido na Fonte (IRFF) DiáriaRendimentos do TrabalhoTributação exclusiva sobre remuneração indireta 2063 FG ocorrido no mesmo diaRendimentos de Residentes ouDomiciliados no ExteriorRoyalties e pagamentos de assistência técnica 0422 FG ocorrido no mesmo diaRenda e proventos de qualquer natureza 0473 FG ocorrido no mesmo diaJuros e comissões em geral 0481 FG ocorrido no mesmo diaObras audiovisuais, cinematográficas e videofônicas 5192 FG ocorrido no mesmo diaFretes internacionais 9412 FG ocorrido no mesmo diaRemuneração de direitos 9427 FG ocorrido no mesmo diaPrevidência privada e Fapi 9466 FG ocorrido no mesmo diaAluguel e arrendamento 9478 FG ocorrido no mesmo diaOutros RendimentosPagamento a beneficiário não identificado 5217 FG ocorrido no mesmo dia

2) Imposto sobre a Exportação (IE) Diária 0107 Exportação, cujo registro dadeclaração para despacho

aduaneiro tenha-se verificado 15 dias antes

3) Cide - Combustíveis - Importação - Lei 10.336/01Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico Diária 9438 Importação, cujo registroincidente sobre a importação de petróleo e seus da declaração tenha-sederivados, gás natural, exceto sob a forma liquefeita, verificado no mesmo dia.e seus derivados, e álcool etílico combustível.

4) Contribuição para o Pis/Pasep DiáriaPis/Pasep - Importação de Serviços (Lei 10.865/04) 5434 FG ocorrido no mesmo dia

5) Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) DiáriaCofins - Importação de Serviços (Lei 10.865/04) 5442 FG ocorrido no mesmo dia

6) Associação Desportiva que Mantém Equipe Diário (até 2 2550 Data da realização dode Futebol Profissional- Receita Bruta de dias úteis após do evento (2 diasEspetáculos Desportivos - CNPJ - Retenção e a realização do úteis anteriores ao recolhimento efetuado por entidade promotora do evento) vencimento)espetáculo (federação ou confederação), em seu próprio nome

7) Pagamento de parcelamento de clube Diário (até 2 4316 Data da realização dode futebol - CNPJ - (5% da receita bruta dias úteis após do evento (2 diasdestinada ao clube de futebol) a realização do úteis anteriores ao

evento) vencimento)

8) Reclamatória Trabalhista - NIT/PIS/Pasep Data de Vencimento 1708 Mês da prest.do serviçoReclamatória Trabalhista - CEI do tributo na época 2801 Mês da prest.do serviçoReclamatória Trabalhista - CEI - pagamento da ocorrência doexclusivo para outras entidades (Sesc, Sesi, fato gerador (videSenai, etc.) art. 11 do ADE Codac 2810 Mês da prest.do serviçoReclamatória Trabalhista - CNPJ nº 19/2009 2909 Mês da prest.do serviçoReclamatória Trabalhista - CNPJ - pagamento exclusivopara outras entidades (Sesc, Sesi, Senai, etc.) 2917 Mês da prest.do serviço

9) Comprev - recolhimento efetuado por RPPS - órgão do poderpúblico - CNPJ 7/4 7307 1º a 31/Mar./2009Comprev - recolhimento efetuado por RPPS - órgão do poderpúblico - CNPJ - estoque 7/4 7315 1º a 31/Mar./2009

10) Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) 9/4Outros rendimentos 5299Juros de empréstimos externos Março/2009

11) Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) 13/4Pagamento Unificado - Regime Especial de Tributação Aplicável àsIncorporações Imobiliárias (IRPJ, CSLL, PIS/Pasep, Cofins) 4095 Fevereiro/2009Regime Especial de Tributação Aplicável às Incorporações Imobiliárias 4112 Fevereiro/2009

12) Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) 13/4Pagamento Unificado - Regime Especial de Tributação Aplicável às Incorporações Imobiliárias 4095 Fevereiro/2009CSLL - Regime Especial de Tributação Aplicávelàs Incorporações Imobiliárias 4153 Fevereiro/2009

13) Contribuição para o PIS/PASEP 13/4Pagamento Unificado - Regime Especial de Tributação Aplicável às Incorporações Imobiliárias 4095 Fevereiro/2009PIS/PASEP - Regime Especial de Tributação Aplicávelàs Incorporações Imobiliárias 4138 Fevereiro/2009

14) Contribuiçao para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins)13/4Pagamento Unificado - Regime Especial de Tributação Aplicável àsIncorporações Imobiliárias (IRPJ, CSLL, PIS/Pasep, Cofins) 4095 Fevereiro/2009Regime Especial de Tributação Aplicável às Incorporações Imobiliárias 4166 Fevereiro/2009

15) Reclamatória Trabalhista - NIT/PIS/Pasep 13/4 (dia 10 do mês 1708 Mês da homologaçãoReclamatória Trabalhista - CEI subsequente ao mês da 2801 do acordo ou mês doReclamatória Trabalhista - CEI - pagamento homologação do acordo pagamento, se nãoexclusivo para outras entidades (Sesc, Sesi, ou do pagamento (vide houver vínculo e nãoSenai, etc.) paragrafo único do art. 2810 houver indicação deReclamatória Trabalhista - CNPJ 11 do ADE Codac 2909 período da prestaçãoReclamatória Trabalhista - CNPJ - pagamento exclusivo nº 19/2009 dopara outras entidades (Sesc, Sesi, Senai, etc.) 2917 serviço

Data em que se esgota o prazo legal para pagamento dos tributos e contribuições federais.Fontes: Departamento da Receita Federal e Gazeta Mercantil.

PROJEÇÕES

Fonte: Ernst & Young

Expectativa em relação aosinvestimentos para ospróximos 12 meses (em %)

Como a empresa pretendelidar com os custos nospróximos 12 meses (em %)

Expectativa em relação àsvendas/receita bruta daempresa para os próximos 12 meses (em %)

Como a empresa planeja agirem relação ao número defuncionários, nos próximos12 meses (em %)

Aumentar20

Aumentar53

Manter27

Manter20

Manter13

Reduzir33

Reduzir13

Aumentar onúmero defuncionários

33

Manter onúmero defuncionários

20

Cortar vagas47

Reduzir67

Reduzirsignificativamente

20

Reduzirsignificativamente

13

Reduzirsignificati-vamente

20

Page 5: Cuba quer EUA como sócios em projetos petrolíferos C3 ... · Magazine. No mundo da música, Martins é o cara! Ou não? D8 FERNANDO MUCCI/CPDOC JB Preços do açúcar seguem os

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GAZETA MERCANTIL | Segunda-feira, 6 de abril de 2009 | A5Comente estas reportagens no site gzm.com.br

Até as obras do PAC correrão o risco de ser sacrificadasBRASIL

CONTAS PÚBLICAS

Queda da arrecadaçãodeve forçar o governoa ampliar os ajustes nopróximo bimestre

Cortes no orçamento podem ser revistos

ANA CECÍLIA AMERICANOSÃO PAULO

Por mais doloroso que possa seapresentar, o ajuste no orçamentoGeral da União -- contingenciandoR$ 21,6 bilhões -- anunciado sema-na passada foi absolutamente ne-cessário, garantem economistas.Mas economistas com especializa-ção em finanças públicas questio-nam o cálculo do orçamento, ba-seado na premissa de um cresci-mento do Produto Interno Bruto(PIB) de 2% em 2009; e o engessa-mento da atuação do estado naárea, devido à obrigações com ocusteio, com repasses constitucio-nais à Saúde e à Educação e com opagamento da dívida pública.

“A meta de resultado primárioprevista no orçamento enviadoao Congresso em 2008 é inconsis-tente com o cenário de inflaçãomais baixa e crescimento do PIBinferior em curso”, diz AmauryBier, ex-secretário executivo doMinistério da Fazenda no gover-no Fernando Henrique e sócio daGávea Investimento. Ou seja, asreceitas em 2009 tenderão a serbem menores do que as inicial-mente previstas em 2008. ParaBier, portanto, seria desejável queo corte dos gastos do governo fos-se muito maior.

“É bom lembrar que estados,municípios e estatais terão resul-tados piores este ano, e o que in-teressa nas contas públicas é a me-ta consolidada, levando em contatodas essas variáveis”. Bier acreditaque a revisão da estimativa decrescimento do PIB em 2009 feitapelo governo de 4,5% para 2% fa-

lha por ser muito otimista. O ex-secretário, ao contrário, trabalhacom estimativas de um recuo doPIB em 1% este ano.

Bier pondera que, em função dademanda reprimida no País, “dariapara gastar até três vezes o orça-mento, dadas as carências sociais,em infraestrutura e em outrasáreas”. Ele admite a extrema difi-culdade de se fazer cortes nessecontexto. Tarefa que se torna aindamais complexa devido ao “peque-no espaço de manobra que sobrapara o governo atuar”. De um lado,lembra, houve nos anos recentesuma “expansão generosa” dos gas-tos correntes, principalmente emfunção dos aumentos dados aofuncionalismo e às regras de inde-xação do salário mínimo, as quaisonerariam a Previdência. “O quesobra para se cortar é exatamente oque não é recomendável suprimir,ou seja, os investimentos”.

Para o ex-secretário do Ministé-rio da Fazenda, é muito provávelque o governo se veja obrigado adivulgar novo reajuste no Orça-mento já no próximo bimestre,quando, devido à inflexibilidade deboa parte do orçamento, até asobras do Programa de Aceleraçãodo Crescimento (PAC) correrão orisco de serem sacrificadas -- sejapor contingenciamento, seja pormeio de adiamentos.

De acordo com Bier, outras al-ternativas para a adequação doorçamento à nova realidade esta-riam nos recursos do Fundo So-berano e dos Projetos Pilotos deInvestimento (PPIs). “Esses últi-mos são investimentos prioritá-rios que não são computados co-mo despesas”, explica. Na prática,os PPIs são gastos que podem serabatidos da meta de ResultadoPrimário do Governo Federal.

Nem todas as análises são tão

“O Brasil, independente do ce-nário econômico, tem pago reli-giosamente a sua dívida, sem se-quer questioná-la”, diz ele. “Exce-to por alguns espasmos nogoverno Sarney, todos os gover-nos pagaram a dívida sem discu-tir o seu montante, os prazos econdições de pagamento”, critica.Segundo ele, a tabela divulgadapelo Ministério do Planejamentocom os valores a serem destina-dos a cada área do governo nãodeixa claro, ainda, qual será a eco-nomia a ser feita com a queda dataxa de juros ao longo do ano. “Osnúmeros divulgados, somando osencargos e operações, não refle-tem o peso da dívida sobre o or-çamento público”, avalia.

Outro professor, FranciscoVignole, da Fundação GetúlioVargas, vê o compromisso com opagamento da dívida um mérito.“O resultado primário desse go-verno mostra o seu esforço fiscal”,diz. Ele próprio ex-secretário deFinanças dos municípios de Dia-dema e Santo André (ambos emSP) em administrações petistas,Vignole lembra que a gestão Lulaconseguiu diminuir a dívida in-terna de um patamar de 56% doPIB, em 2003, para os atuais 36%.Segundo o economista, o governotem agido seriamente, também,levando em conta os repassesconstitucionais para Saúde e Edu-cação. “O cobertor está curto”, fri-sa. “Assim, é natural que algumasáreas sejam priorizadas em detri-mento de outras”, diz. Para o eco-nomista, a distribuição do ônusnão é uma decisão técnica. “Aocontrário, é essencialmente polí-tica”. E, neste caso, a decisão es-taria correta ao preservar as áreassociais e as voltadas ao investi-mento em infraestrutura, que mi-nimizariam os efeitos da crise.

críticas. O professor Adriano Bia-va, da Faculdade de Economia,Administração e Contabilidadeda Universidade de São Paulo,acredita que o contingenciamen-to proposto pelo governo é signi-ficativo. “17% do orçamento já éum grande corte”, afirma.

Para Biava, a grande questãosobre o contingenciamento estádesfocada. “O que importa é saber

se a carga tributária de cerca de35% do PIB está bem dimensio-nada para as necessidades doPaís”, comenta. “Para alguns, ela éabsurda. Para outros, um País co-mo o Brasil, que necessita de umestado com maior presença, deforma a gerar mais serviços à po-pulação carente, não tem comofugir de uma tributação mais pe-sada”, argumenta.

Outro problema levantado peloprofessor é o fato de, na redução deestimativa de gastos, a área finan-ceira ser preservada, ao contráriodo que ocorreu com diversos mi-nistérios, notadamente o da Cida-des -- que detinha uma participa-ção de 6,5 % do orçamento, caindopara 4,9% -- e a área da Defesa, queparticipava do bolo com 7,4% e cu-ja fatia minguou para 6,6%.

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A6 | Segunda-feira, 6 de abril de 2009 | GAZETA MERCANTIL

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Com contribuições previdenciárias, recursos devem somar R$ 662 bi em 2009BRASIL

O desafio do emprego no período de criseEm uma época de crise as

atenções se voltam naturalmen-te para o emprego. O trabalha-dor se inquieta, os que estão che-gando ao mercado de trabalhoficam pessimistas.

Os empresários sabem quedesemprego é menos produção,menos vendas e, consequente-mente, menos lucro. Mesmo ogoverno, retardatário tradicionalno diagnóstico, se inquieta. Me-nos emprego representa menosimposto, mais seguro desempre-go e, sobretudo, menos eleitores.

Assim, trabalhadores, empresá-rios e governo são unânimes emdesejar mais e mais empregos. Naépoca do capitalismo selvagem asatitudes eram diversas. O capita-lista vibrava. Mais desemprega-dos representavam mão de obramais barata e transigente nascondições de trabalho.

O governo nada tinha como assunto, pois vigorava a orto-doxia do estado não intervencio-nista. Hoje, tudo mudou. Na cri-se de 1930, Roosevelt com oNew Deal fez nos Estados Uni-dos marcantes intervenções. Re-gulou as finanças, fez obras egerou empregos.

Agora temos menos precon-ceitos ideológicos e também no-vos fatos. Na ponta da corren-te, a globalização e, mesmo

com ela, uma ideia ancorada narealidade que é o mercado interno.Hoje o Brasil entre os emergentestem um dos melhores.

Com todos os livros e discursosda esquerda, os Estados Unidossão fortes economicamente em ra-zão do mercado interno. Reunidosrecentemente, os governos da es-querda do Mercosul só fizeramuma exigência: os Estados Unidosvoltarem a comerciar com Cuba.Vale dizer retomar a exploraçãoque sempre denunciaram.

Apenas 15% do PIB americanodependem de troca, vale dizer impor-tação e exportação, e o Brasil temnúmeros próximos.

Assim, são elementares o diag-nóstico e o receituário. Manter em-pregos e renda, o resto é discurso.Para tanto, temos de ter consumo,especialmente interno.

No Brasil temos um desafio seme-lhante. Levamos vantagem em não terresistências a uma maior ação do es-tado e desvantagem porque muito dacrise depende do governo.

O custo Brasil é um escândaloe as despesas do governo em cus-teio, mastodontes. Aqui o desem-prego pega o governo de calças namão em diversos itens.

Primeiro o seguro desempregode onde só em 2008, ainda sem acrise, saíram R$ 13 bilhões.

Os impostos vão reduzir natural-

mente por um lado, além de seremusados para contornar crises setoriaiscomo no caso do IPI dos veículos.

Em tudo há que montar umaestratégia e unificar o comando. Ogoverno – vale dizer os três pode-res – já está na contramão. Aumen-tos no Legislativo, novos cabidessem concurso no Executivo e o fimdo teto salarial no Judiciário.

Aumentos desmedidos de saláriosde funcionários nos três poderes. Tudocomo se a crise não fosse aqui.

A burocracia desestimulou nossaideia do primeiro emprego que apre-sentei em livro sobre emprego e ren-da e o levou ao fracasso. Exigências,formulários, burocracia e corporati-vismo fizeram naufragar a iniciativa.

Os estágios foram regulamen-tados e com isto estão reduzidasem 30% as vagas.

Vem agora a ideia da obrigato-riedade de vagas para o menor. Aburocracia vai matar no berçocom formulários exigências e tudomais mesmo porque o emprego de-la, que é público, está garantido.

Em uma época de crise, o queimporta é gerar emprego, vagas,salário e renda mas a “máquina”não pensa assim.

No esforço de formalizar o traba-lho sazonal, especialmente a colheitade cana, café, algodão e outros, os fis-cais do ministério foram à luta.

Com isto, fecharam 500 mil pos-

tos de trabalho. O café em MinasGerais empregava por 4 meses200 mil pessoas. Agora com 300máquinas emprega 20 mil.

Na cana o efeito foi mais grave eteremos 400 mil desempregados.

Assim, na busca de uma formali-zação na contramão do custo Brasil,perdemos quase 1 milhão de vagas.

O resultado é um só. Mais migra-ção para as cidades, favelas e massade manobra para o Movimento dosTrabalhadores Rurais Sem Terra(MST). Por sinal trabalho eles têm jácontratado. Apoiar os nossos concor-rentes agrícolas da Europa com agrana da Via Campesina.

Proteger a celulose de fibra longacombatendo o eucalipto e, ultimamen-te, colocando-se à disposição de EvoMorales para expulsar da Bolívia oslatifundiários brasileiros.

Dar suporte à luta do Bispo Para-guaio (Fernando Lugo) para não pa-gar o débito de Itaipu e ficar com ele-tricidade de graça para vender aquem quiser.

O governo elimina empregos,com burocracia e entrega ao MSTe seus sócios estrangeiros 1 milhãode desempregados. Para infernizaro agronegócio brasileiro e garantira agricultura subsidiada e prote-gida da Europa e América.

*Presidente do Instituto JK e ex-ministro do Planejamento

REGISTRO MENOS CASOS DE DENGUEAs notificações de casos de den-gue no Brasil caíram 28,6% nasprimeiras dez semanas deste anoem relação ao mesmo período de

2008. Segundo o Ministério daSaúde, até o dia 7 de março fo-ram registrados 114,3 mil casoscontra 160,1 mil em 2008. Para ocoordenador do Programa Nacio-

nal de Controle da Dengue, Gio-vanini Coelho, é necessário anali-sar os dados com cautela, pois operíodo entre janeiro e maio é omais crítico. Este ano também fo-

ram registrados 235 casos de fe-bre hemorrágica causada peladengue, com 16 mortes e 368 ca-sos de dengue com complicação,com sete mortes.

RECEITA FEDERAL

Fisco projetaqueda de 1,92%na arrecadaçãoPerda de tributos podechegar a R$ 13,4 bineste ano devido àcrise internacional

relação ao montante de R$ 490,9bilhões apurado no ano anterior.

São levados em conta nas es-timativas os números corrigidospela inflação oficial do governo, oÍndice de Preços ao ConsumidorAmplo (IPCA).

No ano passado a arrecadaçãototal do Fisco, incluindo as contri-buições administradas, previden-ciárias e receitas diversas, foi de R$701 bilhões. Este ano a cifra esti-mada é de R$ 662 bilhões. Se forconfirmada será a segunda maiorda história, mesmo diante do ar-refecimento da economia brasilei-ra que deve levar o Produto Inter-no Bruto (PIB) que cresceu 5,1%no ano passado para o patamar de2%, conforme a estimativa oficialdo governo. Previsão consideradaotimista, uma vez que o mercadoespera crescimento zero para aeconomia este ano.

O Fisco atribui a queda da ar-recadação aos impactos da crisefinanceira internacional que der-rubam a atividade econômica e,consequentemente, reduzem aarrecadação. Para contornar oproblema a Receita Federal pre-tende intensificar a fiscalizaçãopara os grandes contribuintes. Aqueda das contribuições previ-denciárias está relacionada à re-dução da massa salarial do traba-lhador que deve cair por causada crise gerada no mercado detrabalho. O emprego formal acu-mula queda de 0,29% no primei-ro bimestre deste ano, o equiva-lente a 92,569 mil vagas, segun-do dados do Ministério doTrabalho e Emprego (MTE).

VIVIANE MONTEIROBRASÍLIA

A Receita Federal prevê arreca-dar este ano R$ R$ 662 bilhões,considerando as arrecadações ad-ministradas pelo próprio órgão eas contribuições previdenciárias.A cifra representa um recuo de1,92% sobre o resultado recordede R$ 675 bilhões registrado em2008, esclareceu uma fonte doFisco à Gazeta Mercantil. As pro-jeções do órgão indicam que aperda de tributos pode chegar es-te ano a R$ 13,4 bilhões, puxadapela crise financeira internacio-nal que deve reduzir a rentabili-dade das empresas e a massa sa-larial, duas importantes fontes derecursos para a Receita.

Segundo a fonte, a previsão ofi-cial do Fisco para a arrecadaçãoproveniente somente das contri-buições previdenciárias – conside-radas um termômetro que medemo comportamento do mercado detrabalho – é de R$ 177 bilhões em2009. Isso representaria uma quedade 4,01%, ou perda de R$ 7,4 bi-lhões, em relação aos R$ 184,4 bi-lhões registrados em 2008.

Já a previsão para a arrecadaçãodos tributos administrada pelo Fis-co é de R$ 485 bilhões, segundo jáhavia informado a secretaria da Re-ceita Federal, Lina Maria Vieira.Caso esse número se confirme,ocorrerá uma queda de 1,02% em

CENÁRIOS

Aníbal Teixeira*

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Senhores Acionistas,A Administração da BAESA – Energética Barra Grande S.A. submete à apreciação de V.Sas. as Demonstrações Financeirase o parecer dos auditores independentes, relativos ao exercício findo em 31 de dezembro de 2008.

Cenário MacroeconômicoO ano de 2008 foi marcado pelo aprofundamento da crise financeira mundial no segundo semestre, cujos reflexos noBrasil podem ser percebidos pela alta de 31,94% na taxa cambial do dólar norte-americano, pela inflação de 9,81%,medida pelo IGPM, e pela elevação da taxa SELIC de 11,25% (Dez.07) para 13,75% (Dez.08).

Desempenho Operacional

Em 2008 a incidência de chuvas na região Sul ficou abaixo da média histórica. No mês de outubro, entretanto, aocorrência extraordinária de chuvas na bacia do Rio Pelotas levou a vazão afluente a um pico de 8.550 m³/s no dia 26e, por conseqüência, vertimento de 3.937 m³/s. O reservatório da UHE Barra Grande atingiu no dia 28 de outubro, a suacota máxima de 647 metros.

Em 2008, as Unidades Geradoras 1 e 3 foram liberadas para operar como compensador síncrono apósimplementação de melhorias acertadas com o fabricante Alstom. A implementação das melhorias na UG 2 seráconcluída em Março de 2009.A geração de energia atingiu 2.950.761 MWh, quantidade equivalente a 88,3% da energia assegurada (3.334.056MWh). Já a energia comercializada atingiu 3.239.896 MWh, totalmente alocada segundo determinação dosacionistas da BAESA que, conforme Acordo de Acionistas, possuem o direito e a obrigação de adquirir, para si outerceiros, toda a produção na proporção de sua participação no Capital Social da Companhia.

Desempenho Econômico e FinanceiroReceita OperacionalEm 2008 a receita operacional bruta da BAESA totalizou R$ 329 milhões, e a líquida R$ 269 milhões. Foram recolhidosimpostos da ordem de R$ 34 milhões incidentes sobre a Receita da Companhia (ICMS, PIS e COFINS).Desempenho OperacionalA BAESA no exercício de 2008 apresentou EBITDA de R$ 197 milhões, serviço da dívida de R$ 175 milhões eimpostos de R$ 15 milhões sobre o resultado, que atingiu R$ 29 milhões no exercício, fortemente influenciado pelaalta da taxa cambial.Endividamento

31/dez %Passivo Atual R$ mil DívidaBNDES - TJLP R$ 319.333 35%BNDES - Cesta R$ 168.023 18%BNDES - TJLP - Sup. R$ 286.765 31%Total BNDES R$ 774.121 85%Debêntures 1ª Série R$ 100.195 11%Debêntures 2ª Série R$ 39.438 4%Total Debêntures R$ 139.633 15%Dívida Total R$ 913.754 100%A BAESA detém nível de recursos necessário à substituição das garantias corporativas prestadas ao BNDES porrecebíveis da Companhia, aguardando a formalização da transferência pelo Banco.Compartilhamento de Infra-Estrutura de ServiçosA BAESA concluiu estudos conjuntos com a Consultoria KPMG para compartilhamento de infra-estrutura de serviçoscom empresas com Acionistas em comum, a exemplo da ENERCAN – Campos Novos Energia S.A. e MAESA– Machadinho Energética S.A. A implantação do compartilhamento depende da aprovação da ANEEL – AgênciaNacional de Energia Elétrica. Tal compartilhamento objetiva a melhoria na qualidade dos processos de gestão comsimultâneo ganhos de escala nas empresas participantes.

Impostos e Contribuições PagosNo exercício de 2008 foram pagos pela BAESA R$ 98 milhões a título de impostos, contribuições e compromissosa organismos Federais, Estaduais e Municipais, a saber:

R$ milCOFINS 16.681Uso do Bem Público 14.968Imposto de Renda Pessoa Jurídica 23.018Compensação Fin. pela Util. de Recursos Hídricos 11.787ICMS 14.145Contribuição Social sobre Lucro Líquido 8.827PIS 3.607Pesquisa e Desenvolvimento 1.208Financiadora de Estudos e Projetos 1.205Taxa de Fiscalização - ANEEL 1.058INSS 975Ministério das Minas e Energia 603ISS 162

Ações Sociais, Ambientais e CulturaisA BAESA despendeu R$ 20,2 milhões no ano de 2008 em ações socioambientais, distribuídos da seguinte da forma:Ações R$ (mil)Comunidades Rurais 3.804Projetos Sociais 2.082Carta de Crédito 1.027Assistência Técnica e Social 1.006Adequação da Infra-Estrutura dos Municípios 7.781Pesquisa & Desenvolvimento 1.807Educação Ambiental 129Monitoramento de Fauna e Flora 939Monitoramento do Reservatório 246Arqueologia 486Meio Ambiente 880Total 20.187

Ações SociaisEm 2008 a BAESA concluiu a construção e a entrega das benfeitorias comunitárias em mais três ComunidadesRurais - Santa Catarina, em Anita Garibaldi/SC; São Francisco de Assis, em Esmeralda/RS; e Laranjeira, em CapãoAlto/SC, cumprindo integralmente seu compromisso em todas as sete Comunidades Rurais implantadas na região.Além disso, 515 das 551 famílias beneficiadas estão com seus imóveis rurais escriturados.Também em 2008 a BAESA assinou com a Prefeitura do Município de Esmeralda/RS, o Termo de Entrega eAceitação das Estradas e Pontes construídas pela Companhia nas Comunidades Rurais Nossa Senhora da Saletee São Francisco de Assis.Em 2008 as prefeituras de Anita Garibaldi/SC e Cerro Negro/SC construíram 23 casas populares com a madeiraretirada da área do reservatório e doada pela BAESA. Toda a madeira retirada da área ocupada pelo reservatório foientregue ao MAB - Movimento dos Atingidos por Barragens, conforme Acordo Social assinado em 2004.Outra atividade desenvolvida durante o exercício de 2008 foi o trabalho de assistência social oferecido às famílias beneficiáriasde remanejamento. Ao todo, 431 famílias, beneficiárias das modalidades “Reassentamento Rural Coletivo”, “Carta de Crédito”e “Reassentamento em Áreas Remanescentes”, foram assistidas permanentemente por psicólogos, assistentes sociais epedagogos da UNOESC (Universidade do Oeste de Santa Catarina). A assistência às famílias compreende a execução deatividades que vão desde o acompanhamento individual sobre planejamento familiar, auxílio natalidade, auxílio funeral,pagamento de contas e acessos a serviços públicos, tais como consultas médicas e odontológicas, até a participação emcursos de capacitação, ações de integração comunitária e eventos culturais, como exibição de filmes nacionais e apresentaçãode peças teatrais.O importante trabalho de assistência técnica e social desenvolvido pela BAESA com as famílias rurais tornou-seuma referência na área. Prova disso é que, em 2008, a empresa apresentou seu Projeto de Assistência Técnica eSocial para analistas ambientais do Ibama em Brasília, atendendo convite do próprio órgão ambiental.A atuação social da BAESA e de seus acionistas, durante o ano de 2008, possibilitou a concretização de antigas reivindicaçõesda região. Vários projetos sociais receberam recursos mediante aplicação de percentual do Imposto de Renda das empresas. Osrecursos foram repassados ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e doAdolescente, entidade responsável por gerenciarum fundo especial criado para assegurar ações de atendimento a crianças e adolescentes em áreas prioritárias, conformepreconiza o Estatuto da Criança e do Adolescente.Em 2008 foram aprovados 36 projetos sociais, cujo montante alcançou cerca de R$ 2,1 milhões em investimentos.Esses projetos sociais foram viabilizados com recursos próprios, de empresas acionistas da BAESA e também deincentivos fiscais, através da Lei Rouanet e FIA (Fundo para Infância e Adolescência). Destaque para projetos comoa construção da sede da Liga Feminina de Combate ao Câncer de Vacaria/RS, criação da Orquestra de Câmara deAnita Garibaldi/SC, construção do Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor em Capão Alto/SC, publicação do livro“Garibaldi e Anita: os amantes da liberdade em dois mundos de guerras”, modernização da Escola Marcírio MarquesPacheco, de Esmeralda/RS, instalação de academias de ginástica ao ar livre, apoio ao projeto teatral “Horário deVerão/Horário de Cultura” e parceria com o Instituto Guga Küerten para concretizar projetos nas organizaçõessociais com sede nos municípios da Serra Catarinense, além de capacitar seus dirigentes e professores.A capacitação das famílias rurais também foi uma das principais ações realizadas durante o ano de 2008. O objetivo érepassar informações e oferecer condições para que as famílias possam desenvolver novas atividades econômicas,de modo a gerar renda e melhorar a qualidade de vida. Nesse sentido, além dos projetos já concretizados, comoprodução leiteira, fruticultura, artesanato e piscicultura, foram iniciadas atividades de apicultura e criação de galinhacaipira. Na Comunidade Santa Catarina, em Anita Garibaldi/SC, a BAESA e o Instituto Alcoa repassaram recursospara a construção da Casa do Mel, instalada com vários equipamentos destinados à apicultura. Já na ComunidadeLaranjeira, em Capão Alto/SC, foi entregue um botijão de sêmen para inseminação artificial do gado leiteiro,fortalecendo assim a produção de leite entre as famílias.Em 2008, a BAESA, em parceria com o Sebrae, deu continuidade às ações referentes ao PDR – Plano deDesenvolvimento Regional. Após identificar um total de 100 profissionais, entre professores, comerciantes eprestadores de serviços que comprovaram queda na receita mensal em decorrência da conclusão das obras deconstrução da Usina Hidrelétrica Barra Grande, a empresa firmou parceria com o Sebrae para capacitar essesprofissionais. Eles aprovaram a proposta da BAESA para que o Sebrae ministrasse o curso Saber Empreender.Dividido em duas etapas, o curso foi ministrado para 99 pessoas e consistiu em aulas teóricas, elaboração de planosde negócios e repasse de R$ 5,4 mil para cada aluno investir como desejasse. A segunda etapa, em andamento,prevê o apoio financeiro da BAESA para os melhores projetos. A empresa vai financiar até 80% do valor do projeto,sendo que esse montante está obrigatoriamente limitado a R$ 7 mil.Infra-estrutura e serviços dos municípiosEm 2008, em apoio ao desenvolvimento dos municípios localizados em sua área de abrangência, a BAESA realizouobras como a ampliação do Posto de Saúde de Capão Alto/SC, instalação de equipamentos no Centro Cirúrgico doHospital Nossa Senhora do Patrocínio, em Campo Belo do Sul/SC, construção do escritório municipal da EMATER(Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural) em Pinhal da Serra/RS, e do Centro de Educação Ambiental, em Anita Garibaldi/SC, além da continuidade das obras de pavimentaçãoasfáltica do trecho que liga Anita Garibaldi/SC à Usina Hidrelétrica Barra Grande.A pavimentação asfáltica, quando concluída em junho de 2009, vai permitir a integração rodoviária entre os doismunicípios-sede do empreendimento – Anita Garibaldi/SC e Pinhal da Serra/RS, distantes cerca de 30 quilômetrose integrados desde 2006 graças à barragem da Usina Hidrelétrica Barra Grande. Ao concluir a obra, a BAESA terápavimentado cerca de 28 quilômetros de estrada, possibilitando melhores condições rodoviárias, acesso entre osmunicípios dos dois Estados e melhoria na qualidade de vida da população.A ampliação do Posto de Saúde de Capão Alto/SC, onde foram investidos aproximadamente R$ 170 mil,proporcionou a criação de 14 novas salas de trabalho, entre consultórios médico, odontológico e psicológico, salade reuniões e sanitários.Em Campo Belo do Sul/SC, a BAESA repassou quatro equipamentos para funcionamento do Centro Cirúrgicodo Hospital Nossa Senhora do Patrocínio. Foram entregues um monitor multiparamétrico, aparelho de anestesia,desfibrilador cardíaco e bisturi eletrônico.

A BAESA repassou também recursos para construção do escritório municipal da EMATER em Pinhal da Serra/RS,fundamental para oferecer assistência técnica aos produtores rurais do município.O Centro de Educação Ambiental foi construído graças a uma parceria entre a BAESA, Fundação Alcoa Internacional,IBENS (Instituto Brasileiro de Educação em Negócios Sustentáveis) e a prefeitura de Anita Garibaldi/SC. O localconta com 273 metros de área construída, onde estão dispostos um auditório com 100 lugares, escritório, cozinha,dois quartos para alojamentos e quatro banheiros, sendo dois equipados para pessoas com deficiência. A estruturado prédio contém diversos aspectos ecologicamente corretos. O pavimento onde está o auditório, por exemplo, foierguido com sacos de terra, em vez de tijolos tradicionais. Além disso, foram colocadas telhas ecológicas, sistemade aproveitamento da água da chuva e aberturas maiores para captação da luz natural.

Ações AmbientaisNo âmbito das ações ambientais, em 2008, cumpre destacar o sucesso do programa de reintrodução da bromélia Dyckiadistachya no entorno do reservatório da Usina Barra Grande. Da condição de potencialmente extinta, a Dyckia distachyatornou-se uma espécie menos vulnerável e adaptável a locais diferentes até então desconhecidos.O bom trabalho realizado motivou até a elaboração de estudos acadêmicos, como a dissertação de mestrado que conferiuà bióloga Manuela Wiesbauer o título de Mestre em Recursos Genéticos Vegetais pela UFSC (Universidade Federal deSanta Catarina). Orientada pelo professor Ademir Reis, um dos maiores especialistas no assunto, a dissertação “BiologiaReprodutiva e diversidade genética de Dyckia distachya no viveiro e relocações da UHE Barra Grande” foi aprovada comconceito “A” e relata as atividades desenvolvidas pela BAESA visando à preservação da bromélia.O interesse em aprofundar estudos e análises sobre temas intrínsecos à construção de empreendimentos hidrelétricos levoua BAESA a encaminhar, em 2008, sete projetos de Pesquisa e Desenvolvimento para avaliação da ANEEL, sobre aspectossociais e ambientais, como o remanejamento das famílias, viabilidade do cultivo de araucárias e criação de peixes emtanques-rede no reservatório. A idéia é enfatizar temas de cunho socioambiental, priorizando pessoas e meio ambiente.O investimento nesses projetos é de aproximadamente R$ 4,8 milhões, e serão executados em períodos que variam de uma cinco anos, com início em Maio de 2009. A maioria das pesquisas será desenvolvida por universidades de Santa Catarinae Rio Grande do Sul.Outra ação ambiental relevante foi o início do pagamento da indenização aos proprietários de terras do Parque Nacional deSão Joaquim. Em 2008, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) efetuou o pagamento de R$7,4 milhões do total de R$ 12,5 milhões compromissados pela BAESA para custear a regularização fundiária do Parque.Em 2008, a BAESA alcançou o número de 442 mil mudas de espécies florestais nativas plantadas no entorno doreservatório. Parte dessas mudas foi utilizada em comemoração ao Dia da Árvore e no projeto “Plante um jardim; decoresua alma”, realizado em mutirão pelas famílias residentes nas Comunidades Rurais implantadas pela BAESA. Desse total,aproximadamente 10% são mudas de araucária, a árvore símbolo da Serra Catarinense.Também em 2008 a BAESA iniciou quatro atividades relacionadas ao meio ambiente: a implementação do Sistema deGestão Ambiental na Usina Hidrelétrica Barra Grande; melhorias e plantio de mudas no Aterro Sanitário de Pinhal da Serra/RS, elaboração do Projeto de Crédito de Carbono para o Mercado Voluntário e a participação da BAESA no Comitê deGerenciamento da Bacia Hidrográfica Apauê-Inhandava, na categoria “Usuários da Água – Energia”.Boa parte dos programas ambientais iniciados na implantação da UHE - Barra Grande foi mantida, destacam-se as atividadesde recuperação da APP (Área de Preservação Permanente) e os monitoramentos de qualidade da água do reservatório, defauna, de Estabilidade dos Taludes Marginais, de Ictiofauna, Aqüíferos, de Macrófitas Aquáticas e Sismológico.

Ações CulturaisA BAESA apoiou diversas iniciativas culturais em 2008, como a realização do “5º Esmeralda Canta Zé Mendes”,tradicional evento nativista em Esmeralda/RS, e o lançamento dos livros “Garibaldi e Anita: os amantes da liberdadeem dois mundos de guerra”, “Solos do Rio Grande do Sul” e “Oficinas de Educação Patrimonial na Usina HidrelétricaBarra Grande”.Os filhos das famílias beneficiadas pela BAESA foram contemplados com um kit escolar, contendo mochila, estojo,caderno, lápis, apontador, caneta e borracha. Ao todo, 400 crianças, entre 6 e 16 anos, receberam os materiais. Paracomemorar o Dia da Criança, a BAESA entregou livros visando a estimular o hábito da leitura. Crianças e adolescentesreceberam exemplares de obras literárias consagradas, como “Robin Hood”, “Volta ao mundo em 80 dias”, “Moby Dick”e “O Mágico de Oz”.Outra atividade voltada a estimular o hábito da leitura foi a presença da IGKombi em escolas de Capão Alto/SC e AnitaGaribaldi/SC. O veículo, transformado em biblioteca itinerante, pertence ao Instituto Guga Küerten – IGK e conta com1,6 mil livros de literatura infanto-juvenil. A idéia é justamente visitar escolas e realizar brincadeiras e rodas de leitura.Na Comunidade Rural Barra do Imigrante, implantada pela BAESA no município de Campo Belo do Sul/SC, foiimplantada uma telessala de 1º e 2º graus, em parceira com a prefeitura municipal e o SESI de Lages/SC.Em 2008, a BAESA, em parceria com a UNOESC, elaborou a cartilha “Economia Doméstica”, voltada a orientaras famílias rurais sobre como controlar os gastos do dia a dia da casa. Elaborada com uma linguagem simples eacessível, a cartilha destaca aspectos básicos de economia doméstica, como evitar juros nas compras a prazo, usarracionalmente a água, economizar energia e aproveitar melhor os alimentos.Outra ação relevante é o apoio ao projeto “Integração Comunitária de Inclusão Social”, que prevê a capacitação dejovens carentes em informática. A BAESA repassou recursos do FIA para a Associação Comunitária Jardim SantaMônica de Florianópolis/SC para a implantação do projeto.O programa de Resgate e Preservação do Patrimônio Arqueológico concluiu seus trabalhos em 2008. A atividade deencerramento foi a distribuição de um kit a professores contendo folheto informativo, cartilha sobre arqueologia, cópiado vídeo “Arqueologia na Usina Hidrelétrica Barra Grande” e exemplar do livro “Oficinas de Educação Patrimonial naUsina Hidrelétrica Barra Grande”. A intenção é que cada professor contemplado utilize o material em sala de aula,abordando temas como patrimônio, arqueologia e pré-história. A BAESA encaminhou ao IPHAN (Instituto do PatrimônioHistórico e Artístico Nacional) o relatório final do programa.

Comunicação InstitucionalGrande parte das informações dispostas no presente Relatório de Administração foi divulgada nos meios decomunicação da região, com vistas a informar a população sobre o empreendimento. Em 2008 foram publicadas 541matérias sobre a BAESA e/ou a Usina Hidrelétrica Barra Grande, além de 448 programas de rádio veiculados em trêsemissoras da região (são 112 programas veiculados quatro vezes por semana), e impressão de 2 mil exemplaresde cada edição mensal do “Informativo Barra Grande”, o jornal institucional da BAESA. Também em 2008 foramencaminhadas 27 edições do BAESA Online, a newsletter semanal da empresa.

Prêmios/Renovação da Licença de OperaçãoEm janeiro de 2008, o IBAMA emitiu a Renovação da Licença de Operação da Usina Hidrelétrica Barra Grande, com doisaspectos bem relevantes: o prazo de vigência de seis anos e o número de condicionantes, reduzido de 82 para 24.Em 2008, a empresa obteve oito conquistas importantes: � Troféu Fritz Müller, promovido pela Fatma – O órgão ambiental do Estado de SC; � Prêmio Empresa Cidadã, pela ADVB-SC; � Prêmio Sesi de Qualidade no Trabalho, pelo Sesi/SC; � Prêmio Empreendedor José Paschoal Baggio, jornal Correio Lageano; � Empresa Amiga da Criança, pela Fundação ABRINQ; � Excelência em Gestão Sustentável, Civitas Responsabilidade Social; � Prêmio Responsabilidade Social 2008, pela Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul. � Finalista do Prêmio Fundação Comitê de Gestão Empresarial (COGE) em duas categorias na área socioambiental.

Auditoria ExternaA BAESA informa que os únicos serviços prestados à Empresa pelos seus auditores independentes são os relacionadoscom os exames da auditoria independente das demonstrações contábeis.

AgradecimentosAgradecemos os senhores Acionistas, Autoridades e Órgãos da Administração Pública Federal, Estadual e Municipal,fornecedores de bens e serviços, e nossos colaboradores pela confiança, dedicação e empenho, fatores determinantespara o alcance do objetivo de construir e operar esse grande empreendimento, repleto de desafios e oportunidades.À comunidade residente na região de abrangência da Usina, nossos agradecimentos pelo modo respeitoso e participativocom que recebeu um empreendimento de tal magnitude e pela manutenção de um diálogo constante e construtivo

ATIVO 2008 2007(Nota 2)

CirculanteCaixa e equivalentes de caixa 33 110Títulos e valores mobiliários (Nota 3) 90.741 112.021Contas a receber - partes relacionadas (Nota 4) 51.214 44.585Tributos a recuperar e outros créditos 11.664 2.681Despesas do exercício seguinte 353 649

154.005 160.046

Não circulanteRealizável a longo prazoOutros créditos 48 1.037Imobilizado (Nota 5) 1.341.178 1.374.196Intangível (Nota 6) 230 279

1.341.456 1.375.512

Total do ativo 1.495.461 1.535.558

PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO 2008 2007(Nota 2)

CirculanteFornecedores (Nota 7) 5.149 3.922Empréstimos e financiamentos (Nota 8) 85.363 81.149Debêntures (Nota 9) 16.903 21.772Gastos com emissão de debêntures (103) (103)Salários, provisão e contribuições sociais 223 62Tributos a pagar 3.310 12.590Dividendos a pagar (Nota 12) 276 787Encargos regulatórios (Nota 1 (b)) 11.039 9.471Obrigações sócio ambientais (Nota 11) 6.257 9.734

128.417 139.384Não circulanteEmpréstimos e financiamentos (Nota 8) 688.760 724.565Debêntures (Nota 9) 122.730 131.237Gastos com emissão de debêntures (685) (787)Provisão para contingências (Nota 10) 77 1.222Obrigações sócio ambientais (Nota 11) 2.175 14.738

813.057 870.975Patrimônio líquidoCapital social (Nota 12) 398.381 398.381Reservas de lucros (Nota 12) 155.606 126.818

553.987 525.199Total do passivo e patrimônio líquido 1.495.461 1.535.558

Balanços patrimoniais em 31 de dezembro(Em milhares de reais)

Demonstrações das mutações do patrimônio líquidoExercícios findos em 31 de dezembro

Em milhares de reais, exceto quando indicado de outra formaNotas explicativas da administração às demonstrações financeiras em 31 de dezembro de 2008 e de 2007

Em milhares de reais, exceto quando indicado de outra forma

Demonstrações do resultado - Exercícios findos em 31 de dezembroEm milhares de reais, exceto o lucro líquido por lote de mil ações

Demonstrações dos fluxos de caixa - Exercícios findos em 31 de dezembroEm milhares de reais

Demonstrações do valor adicionado - Exercícios findos em 31 de dezembroEm milhares de reais

2008 2007(Nota 2)

Receita operacional brutaSuprimento e fornecimento de energia elétrica (Notas 4 e 13) 322.382 334.464Outras receitas 6.801 9.662

329.183 344.126Deduções da receita operacional brutaImpostos incidentes sobre vendas - PIS, COFINS e ICMS (40.977) (41.385)Receita operacional líquida 288.206 302.741Custos do serviço de energia elétricaCompensação financeira para utilização de recursos hídricos (11.962) (14.369)Energia elétrica comprada para revenda e encargos de conexão (29.407) (21.301)Depreciação e amortização (31.034) (31.347)Taxa de fiscalização (1.061) (1.621)Pesquisa e desenvolvimento (2.853) (3.262)Uso do Bem Público - UBP (16.387) (9.042)

(92.704) (80.942)Lucro operacional bruto 195.502 221.799Despesas operacionaisPessoal (2.891) (2.928)Material (379) (272)Serviços de terceiros (24.198) (26.220)Seguros (731) (2.263)Outras despesas (1.828) (3.762)

(30.027) (35.445)Resultado do serviço 165.475 186.354Resultado financeiro (Nota 14)Receitas financeiras 11.177 16.325Despesas financeiras (90.509) (106.005)Variações cambiais, líquidas (42.574) 29.366

(121.906) (60.314)Lucro operacional 43.569 126.040Receitas não operacionais 15 119Lucro antes do imposto de renda e da contribuição social 43.584 126.159Imposto de renda e contribuição socialCorrentes (Nota 15) (14.519) (43.245)Lucro líquido do exercício 29.065 82.914Ações em circulação no final do exercício (em milhares) 398.381 398.381Lucro líquido por lote de mil ações - R$ 72,96 208,13

As notas explicativas da administração são parte integrante das demonstrações financeiras.

Reservas de lucrosRetenção de Lucros

Capital social Legal lucros acumulados TotalEm 31 de dezembro de 2006 398.381 2.256 42.435 443.072Lucro líquido do exercício 82.914 82.914Constituição de reserva legal (Nota 12) 4.146 (4.146)Constituição de reserva pararetenção de lucros (Nota 12) 77.981 (77.981)Dividendos propostos (R$ 1,98 por lotede mil ações ordinárias) (Nota 12) (787) (787)Em 31 de dezembro de 2007 398.381 6.402 120.416 525.199Lucro líquido do exercício 29.065 29.065Constituição de reserva legal (Nota 12) 1.453 (1.453)Constituição de reserva pararetenção de lucros (Nota 12) 27.335 (27.335)Dividendos propostos (R$ 0,69 por lotede mil ações ordinárias) (Nota 12) (277) (277)Em 31 de dezembro de 2008 398.381 7.855 147.751 553.987

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

1 Contexto operacional

(a) A CompanhiaA BAESA - Energética Barra Grande S.A. (“BAESA” ou “Companhia”) tem como objeto social explorar, na qualidade deconcessionária, o Aproveitamento Hidrelétrico de Barra Grande (“AHE Barra Grande”), localizado no Rio Pelotas, divisados municípios de Pinhal da Serra, no Estado do Rio Grande do Sul, e Anita Garibaldi, no Estado de Santa Catarina,submetendo-se, para tanto, às regras do Contrato de Concessão nº. 036/2001 - ANEEL e seus aditivos (“Contrato deConcessão”) e às normas regulamentares aplicáveis.A BAESA tem sede em Pinhal da Serra - RS, tendo sido constituída em 17 de setembro de 2001, sub-rogando-se nosdireitos e nas obrigações do Grupo de Empresas Associadas de Barra Grande (“Consórcio GEAB”), decorrentes doContrato de Concessão.Em 19 de dezembro de 2002, o acervo líquido contábil do Consórcio GEAB foi incorporado ao patrimônio líquido daCompanhia, com o propósito de abrigar o financiamento para a construção da Usina Hidrelétrica de Barra Grande (“UHEBarra Grande”), sob a forma de “Project Finance”, com garantias corporativas proporcionais por parte dos acionistas durantea fase de construção e com garantias dos contratos de compra e venda de energia durante a fase de operação.(b) Contrato de concessãoO Contrato de Concessão, assinado em 14 de maio de 2001, determina que a energia elétrica produzida no empreendimentoseja utilizada ou comercializada pela Companhia, com vigor por prazo de 35 anos contados a partir dessa data. OContrato de Concessão determina que seja pago, a título de uso do bem público (concessão onerosa), do 7º ao 35º anode concessão, o valor anual original na data do contrato de R$ 8.001 (valor total original de R$ 232.029), atualizadoanualmente pela variação do Índice Geral de Preços de Mercado - IGP-M (R$ 18.130 em 31 de dezembro de 2008).Conforme determinado pela Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL, os valores que vem sendo pagos mensalmente,a partir de julho de 2007, são contabilizados por competência como deduções da receita, diretamente no resultado de cadaexercício (Encargo do Consumidor - Conta de Desenvolvimento Energético - CDE). Em 31 de dezembro de 2008, o saldoatualizado da obrigação futura é de R$ 495.549. Em 31 de dezembro de 2008, o valor da obrigação registrada na rubricaEncargos Regulatórios era de R$ 1.418.(c) UHE Barra GrandeO UHE Barra Grande tem potência instalada de 690 MW, em um conjunto de três máquinas, das quais a primeira entrouem operação comercial em 1º de novembro de 2005, a segunda em 2 de fevereiro de 2006 e a terceira em 1º de maio de2006. O empreendimento possui as licenças e autorizações necessárias, seguindo as exigências requeridas pelos órgãosreguladores.(d) Acordo de acionistasConforme o Acordo de Acionistas determinou-se que, após ter sido integralmente implantado o empreendimento e teremsido integralmente liquidadas todas as obrigações e financiamentos contraídos para a construção da UHE Barra Grande,poderão os acionistas deliberar por uma das seguintes opções:

Manutenção da Companhia para realizar a operação e manutenção da UHE Barra Grande por prazo determinado ou• indeterminado.Aquisição de todas as ações pela Companhia para seu cancelamento, com exceção das ações de propriedade do• acionista Alcoa Alumínio S.A.Resgate das ações pela Companhia, com exceção daquelas de propriedade do acionista Alcoa Alumínio S.A., com a• conseqüente e proporcional redução do capital social.Redução, pura e simples, do capital social da Companhia, proporcional à sua parte não titulada pela Alcoa Alumínio S.A.,• com restituição aos demais acionistas do valor das ações por eles respectivamente tituladas.

Adicionalmente, o Acordo de Acionistas estabelece que, na eventualidade de falência ou insolvência de qualquer acionista,os demais acionistas comprometem-se a aportar os valores necessários à compra dos créditos na Companhia e continuara administrar a Companhia segundo os termos do referido Acordo.(e) Estrutura de financiamentoDe acordo com o Contrato de Concessão, os acionistas da BAESA assumiram certas responsabilidades específicas. ACompanhia financiou a implantação do empreendimento. O financiamento foi baseado em uma estrutura de garantiascorporativas proporcionais durante a fase de construção, podendo tais garantias corporativas serem substituídas porrecebíveis dos contratos de compra e venda de energia durante a fase de operação, cujas características incluem osseguintes itens:

Recursos dos acionistas da Companhia.• Financiamento no mercado local por meio de empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social• - BNDES.Emissão pública de debêntures.•

(f) Direitos de compra de energiaAs vendas de energia são integralmente compartilhadas entre os acionistas da Companhia, de acordo com sua participaçãono capital social, ou a terceiros por eles indicados. O Acionista que determinar a venda a terceiros permanece responsáveljunto a Companhia pela adimplência das respectivas vendas.(g) OperaçãoEm virtude de a concessão de que a Companhia é titular ter sido outorgada antes da vigência do Decreto nº. 5.163, de 30de julho de 2004, e pelo fato de ser uma produtora independente de energia elétrica, que comercializa energia elétrica por

sua conta e risco e a preços não regulados, a Companhia não está sujeita às limitações de venda de energia entre partesrelacionadas e à necessidade de realização de leilões de venda de energia.2 Apresentação das demonstrações financeiras e principais práticas contábeis

As demonstrações financeiras foram elaboradas e estão sendo apresentadas de acordo com as práticas contábeisadotadas no Brasil, com base nas disposições contidas na Lei das Sociedades por Ações e nas normas estabelecidas pelaComissão de Valores Mobiliários - CVM.Na elaboração das demonstrações financeiras, é necessário utilizar estimativas para contabilizar certos ativos, passivos eoutras transações. As demonstrações financeiras da Companhia incluem, portanto, provisões necessárias para passivoscontingentes, determinações de provisões para imposto de renda e outras similares. Os resultados reais podem apresentarvariações em relação às estimativas.A conclusão da elaboração das demonstrações financeiras foi autorizada pela Diretoria em 22 de janeiro de 2009.Alteração na Lei das Sociedades por AçõesEm 28 de dezembro de 2007, foi promulgada a Lei nº 11.638, alterada pela Medida Provisória - MP nº 449, de 4 dedezembro de 2008, que modificaram e introduziram novos dispositivos à Lei das Sociedades por Ações. Essa Lei e MPtiveram como principal objetivo atualizar a legislação societária brasileira para possibilitar o processo de convergência daspráticas contábeis adotadas no Brasil com aquelas constantes nas normas internacionais de contabilidade que são emitidaspelo “International Accounting Standard Board - IASB”. A aplicação da referida Lei e MP é obrigatória para demonstraçõesfinanceiras anuais de exercícios iniciados em ou após 1º de janeiro de 2008.As mudanças na Lei das Sociedades por Ações não trouxeram impactos sobre as práticas contábeis já adotadas naelaboração das demonstrações financeiras da Companhia, exceto quanto à reclassificação do saldo de ativos intangíveisque era registrado sob a rubrica do imobilizado e que passou a ser registrado em rubrica especifica no ativo não circulante.Portanto, o patrimônio líquido em 31 de dezembro de 2008 e de 2007, bem como, os resultados dos exercícios findosnaquelas datas, não foram impactados por estas mudanças.A Demonstração do Fluxo de Caixa e a Demonstração do Valor Adicionado estão sendo apresentadas de forma comparativapara os exercícios findos em 31 de dezembro de 2008 e de 2007.As principais práticas contábeis adotadas na elaboração dessas demonstrações financeiras estão descritas a seguir:(a) Caixas e equivalentes de caixaCaixa e equivalentes de caixa incluem dinheiro em caixa e depósitos bancários.(b) Instrumentos financeirosClassificação e mensuraçãoA Companhia classifica seus ativos financeiros sob as categorias de mensurados ao valor justo através do resultado ede recebíveis. A classificação depende da finalidade para a qual os ativos financeiros foram adquiridos. A administraçãodetermina a classificação de seus ativos financeiros no reconhecimento inicial.Ativos financeiros mensurados ao valor justo através do resultadoOs ativos financeiros mensurados ao valor justo através do resultado são ativos financeiros mantidos para negociação ativae freqüente. Os ativos dessa categoria são classificados como ativos circulantes. Os ganhos ou as perdas decorrentesde variações no valor justo de ativos financeiros mensurados ao valor justo através do resultado são apresentados nademonstração do resultado em “resultado financeiro” no período em que ocorrem.Valor justoOs valores justos dos ativos financeiros sem mercado ativo ou cotação pública são determinados através de técnicasde avaliação. Essas técnicas incluem o uso de operações recentes contratadas com terceiros e/ou referência a outrosinstrumentos que são substancialmente similares.A Companhia avalia, na data do balanço, se há evidência objetiva de que um ativo financeiro ou um grupo de ativosfinanceiros está registrado por valor acima de seu valor recuperável (impairment).(c) Contas a receber - partes relacionadasAs contas a receber - partes relacionadas são avaliadas no momento inicial pelo valor contratual, o qual é equivalente aovalor presente, visto que não há presunção de juros embutidos sobre estes recebíveis. Sobre estes montantes não existemriscos de crédito, conforme descrito na Nota 1 (d).(d) Imposto de renda e contribuição social sobre o lucro líquidoO imposto de renda e contribuição social correntes são calculados com base nas alíquotas efetivas do imposto de renda eda contribuição social sobre o lucro líquido ajustado nos termos da legislação vigente. A compensação de prejuízos fiscaise de base negativa da contribuição social está limitada a 30% do lucro tributável, quando aplicável.O imposto de renda e a contribuição social diferidos são calculados sobre os prejuízos fiscais do imposto de renda, a basenegativa de contribuição social sobre o lucro líquido e as correspondentes diferenças temporárias entre as bases de cálculodo imposto sobre ativos e passivos e os valores contábeis das demonstrações financeiras. As alíquotas desses impostos,definidas atualmente para determinação desses créditos diferidos, são de 25% para o imposto de renda e de 9% para acontribuição social sobre o lucro líquido.(e) ImobilizadoO imobilizado está registrado ao custo de aquisição ou construção. É depreciado, na fase de operação, de acordo coma vida útil-econômica dos bens, às quais estão em consonância com as regras específicas determinadas pela AgênciaNacional de Energia Elétrica - ANEEL.

� CONTINUA

As notas explicativas da administração são parte integrante das demonstrações financeiras.

2008 2007 (Nota 2)

Fluxos de caixa da atividade operacionalEntradas:Recebimentos de clientes 315.753 341.497Outras receitas 8.688 8.831Receita de aplicações financeiras 10.142 10.438

334.583 360.766Saídas:Pagamentos a fornecedores e empregados (55.874) (65.195)Pagamentos de encargos setoriais (55.512) (45.524)

(113.386) (110.719)Caixa proveniente das operações 223.197 250.047Imposto de renda e contribuição social pagos (31.077) (36.139)Impostos incidentes sobre a receita (34.521) (39.083)

(65.598) (75.222)

2008 2007 (Nota 2)

Caixa líquido proveniente das atividades operacionais 157.599 174.825Fluxos de caixa das atividades de investimentosAquisições de bens do ativo imobilizado (679)Caixa líquido aplicado nas atividades de investimentos (679)Fluxos de caixa das atividades de financiamentoPagamentos de empréstimos e financiamentos e debêntures (177.490) (194.485)Dividendos pagos (787) (429)Caixa líquido aplicado nas atividades de financiamentos (178.277) (194.914)Redução líquida de caixa e equivalentes de caixa (21.357) (20.089)Caixa e equivalentes de caixa no inicio do exercício 112.131 132.220Caixa e equivalentes de caixa no final do exercício 90.774 112.131

2008 2007(Nota 2)

ReceitasSuprimento e fornecimento de energia elétrica 329.183 344.126Outras receitas 15 101

329.198 344.227Insumos adquiridos de terceirosCustos do serviço de energia elétrica (61.669) (49.594)Materiais, energia, serviços de terceiros e outros (26.816) (31.944)

(88.485) (81.538)Valor adicionado bruto 240.713 262.689Depreciação e amortização (31.034) (31.347)Valor adicionado líquido produzido pela entidade 209.679 231.342Valor adicionado recebido em transferênciaReceitas financeiras e variações cambiais ativas 33.443 56.658Valor adicionado total a distribuir 243.122 288.000Distribuição do valor adicionadoPessoal e encargosSalários e encargos 2.048 1.522Benefícios 750 1.280FGTS 93 126

2.891 2.928Impostos, taxas e contribuiçõesFederais 41.305 67.119Estaduais 14.191 17.511

55.496 84.630Remuneração de capital de terceirosJuros e variações cambiais passivas 155.350 116.972Aluguéis 320 575Dividendos 277 787Lucros retidos 28.788 82.108

184.735 200.442Valor adicionado distribuído 243.122 288.000

As notas explicativas da administração são parte integrante das demonstrações financeiras.

As notas explicativas da administração são parte integrante das demonstrações financeiras.

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A8 | Segunda-feira, 6 de abril de 2009 | GAZETA MERCANTIL

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BRASIL Governo americano terá passivo de 600 mil pensionistas se GM não superar crise

M O N TA D O R A S

Executivo diz queempresa tem de estarpreparada se pedido dequebra for inevitável

BLOOMBERG NEWSWA S H I N G T O N

O presidente da General Mo-tors, Fritz Henderson, defendeu on-tem que a montadora e seus acio-nistas precisam agir com mais vi-gor para cumprir o prazo impostopara a sua reestruturação — den-tro ou fora da falência.

“A companhia ainda precisareunir nossos funcionários, forne-cedores, revendedores, executi-vos, acionistas, funcionários apo-sentados, todos”, defendeu Hen-derson em um programa do canalde televisão CNN.

“Nós precisamos avançar e euacredito que, neste ponto, seriainapropriado da minha parte ten-

tar adivinhar que caminho seriaeste”, afirmou Henderson, 50. “Sechegarmos a conclusão que é ne-cessário ir mais fundo e mais rá-pido, então nenhuma opção podedeixar de ser considerada.”

Henderson ainda mostrou-se afavor de uma restruturação semque a companhia decrete falên-cia. Em uma entrevista na NBC, oexecutivo afirmou que o pedidode falência pode ser evitado.

“De qualquer modo seria pru-dente” estarmos preparados paratodas as possibilidades, de modoque “possamos agir rapidamen-te”, acrescentou.

A GM, maior montadora dosEstados Unidos, busca desenharuma nova estratégia para tor-nar-se financeiramente viável,reduzindo suas dívidas e incre-mentando seu fluxo de caixa.Este resultado provavelmenteserá alcançado com o fechamen-

to de mais postos de trabalho ede fábricas.

O governo federal dos EUA de-terminou que a montadora deveapresentar um plano de reestrutu-ração até o dia 1° de junho para jus-tificar a ajuda que tem recebidodos contribuintes, ajuda sem a quala GM já teria entrado em colapso.

A senadora Debbie Stabenow,democrata por Michigan, afir-mou que não defende o pedido defalência “como primeira, segundaou terceira opções”. As pensõespagas para os cerca de 600 milaposentados poderiam se trans-formar em passivos para o gover-no federal “no pior dos cenários”,destacou Debbie na CNN.

No domingo passado, Rick Wa-goner deixou a presidência da GMapós pressão do presidente dos Es-tados Unidos, Barack Obama, quedefendeu um aprofundamento nareestruturação da GM para justifi-

car a transferência de dinheiro pú-blico para uma empresa privada.

No Brasil, o presidente da GM,Jaime Ardila, afirmou que a crisena matriz não afeta os negóciosda companhia. Ardila afirmouque a empresa mantém todos osseus investimentos, inclusive aconstrução da fábrica de motoresem Santa Catarina, que já está emfase de tarraplenagem.

Para Ardila, os 40 dias dado pe-lo presidente Obama à GM, comoforma de ultimato, são suficientespara que montadora faça sua re-estruturação e evite uma falênciajudicial — o que agravaria aindamais a situação da empresa, maslhe daria fôlego para renegociarsuas dívidas com credores.

Uma das críticas do governodos EUA é que a GM concentrousua produção em carros grandes,ficando dependente de só de umsegmento do mercado.

Fritz tenta acelerar reestruturaçãopara evitar a concordata da GM

INDÚSTRIA AEROESPACIAL

REUTERSTEL AVIV

A empresa estatal Israel Ae-rospace Industries (IAI) infor-mou ontem que vai estabeleceruma joint venture no Brasil como conglomerado Synergy Group,que, entre outras empresas naAmérica Latina, controla a com-panhia aérea OceanAir .

O objetivo é apresentar a jointventure durante um evento ae-roespacial e de defesa da AméricaLatina, previsto para acontecerno Rio de Janeiro entre os dias 14e 17 de abril.

O empreendimento conjunto irádesenvolver, integrar e auxiliar umadiversidade de produtos de defesa eaeroespaciais, além de fornecer ser-viços comerciais de aviação.

A nova empresa também vaicoordenar o trabalho local para aIAI e outros programas de defesa,marítimos e aeroespaciais.

“A IAI acredita que os merca-dos civil e militar brasileiro são

um objetivo estratégico”, disseem comunicado Yair Shamir,chairman da IAI.

Vigilância inteligenteA joint venture oferecerá veí-

culos aéreos não-tripulados,transportadores, modernizaçãode aeronaves para missões e com-bate, além sistemas e radares devigilância inteligente e de reco-nhecimento avançado.

A Synergy Group possui inte-resses em aviação, produção depetróleo e gás, geração de energiae construção. Ela emprega maisde 15 mil pessoas, principalmen-te no Brasil, Colômbia e Equadore controla a Avianca.

Além da OceanAir, o SynergyGroup, de propriedade do empresá-rio German Eframovich, controla aAvianca Linhas Aéreas, aérea co-lombiana . Uma das empresas quemais crescem na região, a Aviancatem planos de expansão tambémem vôos para o Brasil.

Israel Aerospace eSynergy se associam

(f) IntangíveisOs gastos diretamente associados a softwares e licenças, identificáveis e únicos, controlados pela Companhia e quegerarão benefícios econômicos por mais de um ano, são reconhecidos como ativos intangíveis e são amortizados peloprazo que corresponde ao período esperado de geração de benefícios, os quais estão em consonância com as regrasespecíficas determinadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL, em cinco anos.(g) Redução ao valor recuperável de ativosO imobilizado e outros ativos não circulantes são revistos anualmente para se identificar evidências de perdas nãorecuperáveis, ou ainda, sempre que eventos ou alterações nas circunstâncias indicarem que o valor contábil pode não serrecuperável. Quando este for o caso, o valor recuperável é calculado para verificar se há perda. Quando houver perda, elaé reconhecida pelo montante em que o valor contábil do ativo ultrapassa seu valor recuperável, que é o maior entre o preçolíquido de venda e o valor em uso de um ativo. Para fins de avaliação, os ativos são agrupados no menor grupo de ativospara o qual existem fluxos de caixa identificáveis separadamente.(h) Empréstimos e financiamentos e debênturesOs empréstimos tomados são reconhecidos, inicialmente, pelo valor justo, no recebimento dos recursos, líquidos doscustos de transação. Em seguida, os empréstimos tomados são apresentados pelo custo amortizado, isto é, acrescidos deencargos e juros proporcionais ao período incorrido (“pro rata temporis”).As debêntures não conversíveis têm seu reconhecimento de forma similar à dos empréstimos.(i) Provisão para contingênciasAs provisões são reconhecidas quando a Companhia tem uma obrigação presente, legal ou não formalizada, comoresultado de eventos passados e é provável que uma saída de recursos seja necessária para liquidar a obrigação e umaestimativa confiável do valor possa ser feita.(j) Reconhecimento de receitasA receita compreende o valor presente pela venda de energia elétrica. A receita pela venda de mercadorias é reconhecidaquando os riscos significativos e os benefícios relacionados com a energia elétrica são transferidos para o comprador.(k) Reconhecimento de despesasAs despesas estão registradas com observância ao regime de competência do exercício.(l) Lucro por açãoO lucro por ação é determinado considerando-se a quantidade de ações que compõem o capital social da Companhia nasdatas dos balanços.3 Títulos e valores mobiliários (aplicações financeiras)

As aplicações financeiras estão lastreadas por Certificados de Depósitos Bancários - CDBs, e são remuneradas a taxasque variam de 99% a 104,6% do Certificado de Depósito Interbancário - CDI, tendo sido classificadas como “Destinadas àNegociação”, mensuradas pelo valor justo através do resultado.Instituição financeira 2008 2007Banco do Brasil S.A. 45.031Banco HSBC S.A. 6.821Banco Pactual S.A. 43.440Banco Real ABN Amro 17.262Banco Safra S.A. 32.467Banco Votorantim S.A. 32.472Bradesco S.A. 21.627 3.642

90.741 112.0214 Transações e saldos com partes relacionadas

A Companhia efetua o suprimento e fornecimento de energia elétrica para empresas relacionadas. Essas transações estãosumariadas no quadro a seguir:

Suprimento efornecimento de energia (i) Contas a receber

2008 2007 2008 2007Alcoa Alumínio S.A. 122.483 125.059 20.383 19.588Camargo Corrêa Cimentos S.A. 33.929 31.074 4.870 3.852Cia. Brasileira de Alumínio 51.335 49.165 9.185 99CPFL Geração de Energia S.A. 87.053 103.683 12.566 17.743DME Energética Ltda. 27.582 25.483 4.210 3.303

322.382 334.464 51.214 44.585(i) Vide Notas 13 e 19.Não são esperadas perdas sobre os recebíveis mantidos com partes relacionadas. Em 31 de dezembro de 2008, o saldode contas a receber será realizado em um prazo que varia entre 45 dias e 75 dias. O saldo de contas a receber contemplasomente os valores a receber pela venda de energia elétrica, não considerando quaisquer acréscimos financeiros ou juros.A Companhia mantém um contrato de prestação de serviços na Usina com o COBG - Consórcio Operador Barra Grande, quetem a participação da CPFL Geração de Energia S. A. Tal contrato tem como objeto a prestação de serviços de administração,planejamento, engenharia de operação e manutenção (preventiva, preditiva e corretiva), execução e controle da operaçãoe manutenção, necessários ao funcionamento regular, seguro e eficiente de todos os equipamentos, sistemas e estruturaspermanentes da CENTRAL GERADORA, bem como as atividades de gestão ambiental e patrimonial do RESERVATÓRIO.A Companhia pagará um valor mensal previamente acordado pelos serviços prestados pelo consórcio, sendo reajustadoanualmente. Em 31 de dezembro de 2008 a Companhia mantém uma provisão a pagar para a CPFL Geração de EnergiaS. A. no montante de R$ 480 (R$ 435 em 31 de dezembro de 2007), referente à sua participação no consórcio. Durante oresultado do exercício findo em 31 de dezembro de 2008, a Companhia registrou custos com as mencionadas prestaçõesde serviços no montante de R$ 9.669 (R$ 9.955 em 31 de dezembro de 2007).5 Imobilizado

(a) Composição2008 2007

Taxas anuais de Depreciaçãodepreciação - % Custo acumulada Líquido Líquido

Terrenos 34.668 34.668 34.536Reservatórios, barragens e adutoras 2% 949.771 (62.234) 887.537 907.247Edificações, obras civis e benfeitorias 2,2% 63.479 (4.192) 59.287 60.645Máquinas e equipamentos 3% 391.843 (34.742) 357.101 369.277Veículos 20% 460 (207) 253 345Móveis e utensílios 10% 460 (51) 409 81Imobilizado em serviço 1.440.681 (101.426) 1.339.255 1.372.131Imobilizado em curso 1.923 1.923 2.065

1.442.604 (101.426) 1.341.178 1.374.196(b) Movimentação do ativo imobilizado

2008 2007Valor Valor

líquido Adições Depreciação Baixas líquidoTerrenos 34.668 132 34.536Reservatórios, barragens e adutoras 887.537 (19.710) 907.247Edificações, obras civis e benfeitorias 59.287 (1.358) 60.645Máquinas e equipamentos 357.101 53 (12.229) 369.277Veículos 253 (92) 345Móveis e utensílios 409 361 (33) 81Imobilizado em serviço 1.339.255 546 (33.422) 1.372.131Imobilizado em curso 1.923 568 (710) 2.065Total 1.341.178 1.114 (33.422) (710) 1.374.196De acordo com o Contrato de Concessão, no prazo final da concessão todos os bens e instalações vinculados a UHEBarra Grande passarão a integrar o patrimônio da União, mediante indenização dos investimentos realizados e ainda nãoamortizados, desde que autorizados e apurados em auditoria a ser efetuada pela ANEEL.Conforme artigos nº 63 e 64 do Decreto nº 41.019, de 26 de fevereiro de 1957, os bens e instalações são vinculadosaos serviços de energia elétrica, não podendo ser retirados, alienados, cedidos ou dados em garantia hipotecária sema prévia e expressa autorização do órgão regulador. A Resolução ANEEL nº 20, de 3 de fevereiro de 1999, regulamentaa desvinculação de bens das concessões do Serviço Público de Energia Elétrica, concedendo autorização prévia paradesvinculação de bens inservíveis à concessão, quando destinados à alienação, determinando, ainda, que o produto daalienação seja depositado em conta bancária vinculada para aplicação na concessão.6 Intangível

2008 2007Taxa de Depreciação

amortização - % Custo acumulada Líquido LíquidoIntangíveis 20% 486 (256) 230 279Do valor registrado na rubrica Intangível, R$ 303 referem-se a softwares.7 Fornecedores

2008 2007Encargos de uso da rede elétrica 2.939 2.645Desenvolvimento do Projeto Executivo 192Obrigações com o Consórcio Operador 809 780Gastos com meio ambiente 1.324Outros 77 305

5.149 3.922

8 Empréstimos e financiamentosSubcrédito Encargos anuais Vencimento 2008 2007BNDES (A, B, C e D) TJLP + 3,125% Agosto de 2018 319.334 351.347BNDES (E) UMBNDES +3,125% Outubro de 2018 168.023 138.869BNDES suplementar (A e B) TJLP + 4,125% Agosto de 2018 286.766 315.498

774.123 805.714Parcela de curto prazo (85.363) (81.149)Parcela de longo prazo 688.760 724.565Sobre o principal da dívida decorrente dos subcréditos A, B, C e D incidem juros de 3,125% ao ano acima da Taxa deJuros de Longo Prazo - TJLP, considerando que, quando a TJLP for superior a 6% ao ano, o montante correspondente àparcela da TJLP que vier a exceder essa taxa será capitalizado com o saldo devedor, sendo liquidado na forma do principal,incidindo sobre essa parcela os mesmos encargos do financiamento do principal.Sobre o principal da dívida decorrente do subcrédito E incidem juros à taxa de 3,125% ao ano acima da taxa variávelreajustada trimestralmente com base no custo médio ponderado de todas as taxas e despesas incorridas pelo BNDES nacaptação de recursos em moeda estrangeira. Os juros vêm sendo calculados dia a dia de forma proporcional, tendo sidocapitalizados no dia 15 dos meses de janeiro, abril, julho e outubro de 2006, e exigíveis mensalmente, a partir de 15 denovembro de 2006, inclusive, com as parcelas de amortização do principal e no vencimento ou na liquidação do contrato.Ainda com relação ao subcrédito E, a Companhia obriga-se a pagar ao BNDES, a título de reembolso de despesa comimposto de renda, percentual que corresponde à taxa média ponderada de imposto de renda devido sobre os encargosremetidos pelo BNDES aos credores de recursos externos. O saldo devedor proveniente desse subcrédito será atualizadodiariamente pela média ponderada das correções cambiais incidentes sobre os recursos captados pelo BNDES, em moedaestrangeira, sem vinculação a repasse.Sobre o principal da dívida dos subcréditos suplementares A e B incidem juros de 4,125% ao ano, acima da TJLP,considerando que, quando a TJLP for superior a 6% ao ano, o montante correspondente à parcela da TJLP que vier aexceder essa taxa será capitalizado com o saldo devedor, sendo liquidado na forma do principal, incidindo sobre essaparcela os mesmos encargos do financiamento do principal.A amortização será feita em 144 parcelas mensais e sucessivas, cada uma delas no valor do principal vincendo da dívidade cada subcrédito, dividido pelo número de prestações de amortização vincendas, vencendo-se a primeira prestação em15 de setembro de 2006 e a última em 15 de agosto de 2018, para todos os subcréditos, exceto para o subcrédito E, cujaprimeira prestação venceu em 15 de novembro de 2006 e a última vencerá em 15 de outubro de 2018.As parcelas de longo prazo têm os seguintes vencimentos:

20082010 70.9882011 70.9882012 70.9882013 70.9882014 70.988Após 2014 333.820

688.760Para garantir quaisquer obrigações decorrentes desse contrato foram penhorados, a favor do BNDES, as ações daCompanhia e os direitos emergentes da concessão, compreendendo os direitos decorrentes da venda de energia a serproduzida pela Companhia.Em atenção à Instrução Normativa CVM nº. 469, de 2 de maio de 2008, com relação ao Artigo 8º, que trata de ajustar a valorpresente os elementos integrantes do ativo e passivo, não há efeito sobre os empréstimos e financiamentos contraídos pelaCompanhia, pois estes foram celebrados em condições usuais de mercado, sem taxas diferenciadas.9 Debêntures

Encargos anuais Vencimento 2008 20071ª. Série 100% da taxa DI + 0,3% a.a. Agosto de 2016 100.195 112.6432ª. Série 100% da taxa DI + 0,4% a.a. Agosto de 2016 39.438 40.366

139.633 153.009Parcela de curto prazo (16.903) (21.772)Parcela de longo prazo 122.730 131.237A Companhia emitiu debêntures simples, não conversíveis em ações, do tipo nominativo-escritural, sem emissão decautelas ou certificados, da espécie subordinada, com garantia de fiança não solidária prestada por alguns dos atuaisacionistas da Companhia.As debêntures foram emitidas em 1º de agosto de 2004 em duas séries de 9.000 debêntures cada uma, com valor nominalunitário de R$ 10.000,00 para ambas as séries. O valor nominal unitário atualizado em 31 de dezembro de 2008 era de R$11.132,75 e R$ 12.7187,30 para a 1ª série e a 2ª série, respectivamente.Na escritura pública de debêntures estão previstas certas condições restritivas, as quais requerem que a Companhiamantenha determinados índices financeiros que vêm sendo adequadamente atendidos.Em 28 de junho de 2007 o Conselho de Administração aprovou a alteração das seguintes condições das debêntures da 1ªsérie, que passaram a vigorar a partir de 1º de agosto de 2007: a) Remuneração de 100% da taxa DI mais 0,3% a.a; e b)Prazo de vigência da remuneração de três anos, a partir de 1 de agosto de 2007. As demais condições das debêntures da1ª série, incluindo a estrutura de garantia, permanecem inalteradas.Em 8 de novembro de 2007, foi realizada Assembléia Geral de Debenturistas da 2ª série, onde foi deliberado: a) alterar aremuneração, de IGPM mais 10,3% a.a. para CDI mais 0,4 a.a.; b) alterar a repactuação, de 1º de agosto de 2011, para 1º de agostode 2010; e c) alterar a amortização, de anual, para 1 de agosto de 2010, equivalente a 30% do valor nominal unitário em 1º deagosto de 2006. As demais características das debêntures da 2ª série, incluindo a estrutura de garantias, permanecem inalteradas.Aos titulares que aceitaram os termos e condições propostas, a Companhia pagou um prêmio de 1,1% calculado sobre o valornominal unitário. Aos titulares que não aceitaram os novos termos e condições e desejaram sair do investimento foi concedidoprêmio de 1,0% incidente sobre o volume das debêntures objeto do exercício do direito de venda. Durante a referida Assembléia aCompanhia resgatou 900 debêntures mediante sorteio, sendo que o referido montante foi posteriormente cancelado.10 Provisão para contingências(a) Nas datas das demonstrações financeiras a Companhia apresentava os seguintes passivos relacionados a contingências:

2008 2007Linha de distribuição (i) 40 100Trabalhistas 37 37Outras provisões - Multa ANEEL (ii) 1.085

77 1.222(i) Refere-se a ações de proprietários cujas terras serviram de passagem para linha de distribuição para alimentação elétricado canteiro de obras, honorários e custos advocatícios. Com base na opinião de seus consultores legais, a Administraçãoentende que a provisão para contingências constituída é suficiente para cobrir eventuais perdas.(ii) Refere-se à multa lavrada em descumprimento à determinação de comunicar em tempo hábil à ANEEL ocorrências nasinstalações de geração de energia elétrica da Companhia ou em instalações associadas a estas. A Companhia interpôsrecurso administrativo e em reunião realizada em 29 de janeiro de 2008 a ANEEL lavrou multa de R$ 23, que foi quitada em12 de fevereiro de 2008, dando o processo por encerrado.(b) A movimentação da provisão no exercício de 2008 está demonstrada a seguir:Saldo em 31 de dezembro de 2007 1.222Baixas por pagamento (1.085)Reversões (60)Saldo em 31 de dezembro de 2008 77(c) Perdas possíveis, não provisionadas no balanço:

2008 2007Cíveis (i) 495 477Trabalhistas (ii) 342 440

837 917(i) Referem-se principalmente a ações indenizatórias por conta de áreas supostamente atingidas pelo reservatório eações por danos ambientais diversos, as quais a Administração da Companhia e seus consultores legais entendem que aprobabilidade de perda é mínima.(ii) Referem-se a ações ajuizadas a fim de obter o pagamento de verbas trabalhistas decorrentes de rescisão de contrato de trabalhocom a empregadora. A Companhia é colocada no pólo passivo a fim de que seja responsabilizada solidária ou subsidiariamente.11 Obrigações sócio-ambientaisTendo em vista a entrada total em operação, a Companhia tem constituído, em 31 de dezembro de 2008, contas a pagar deobrigações sócio-ambientais em contrapartida ao ativo imobilizado em serviço no montante de R$ 8.432 (R$ 24.472 em 31de dezembro de 2007). Estas contas a pagar visam cobrir basicamente medidas compensatórias descritas na Licença deOperação expedida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA.12 Patrimônio líquido(a) Capital socialEm 31 de dezembro de 2008 e de 2007, o capital social é de R$ 398.381, totalmente subscrito e integralizado, e suacomposição é como segue:Acionistas Quantidade de ações ordinárias PercentualAlcoa Alumínio S.A. 168.017.984 42,1752Camargo Corrêa Cimentos S.A. 35.854.290 9,0000Companhia Brasileira de Alumínio 59.757.150 15,0000CPFL Geração de Energia S.A. 99.618.754 25,0059DME Energética Ltda. 35.132.822 8,8189

398.381.000 100,0000(b) Reservas de lucrosEm 31 de dezembro de 2008, a Companhia constituiu reservas de lucros no montante de R$ 28.788, de acordo com alegislação societária, sendo R$ 1.453 destinados à rubrica “Reserva Legal” e R$ 27.335 à rubrica “Reserva para Retençãode Lucros”, esta destinada à retenção de lucros para cobrir obrigações futuras decorrentes das operações de empréstimos

e financiamentos e debêntures, a serem aprovadas em Assembléia Geral Ordinária em data ainda a ser definida.(c) Dividendos propostosAos acionistas é assegurado o direito do recebimento de dividendo anual obrigatório no montante de 1% do lucro líquidodo exercício, conforme estabelecido em Estatuto Social. Em 31 de dezembro de 2008 foram destinados R$ 276 para essafinalidade.

2008 2007Lucro líquido do exercício 29.065 82.914Reserva legal - 5% 1.453 4.146Base de cálculo de dividendos 27.612 78.768Dividendos propostos - 1% 277 787Retenção de lucros 27.335 77.981(d) Remuneração global da administraçãoA Assembléia Geral Ordinária realizada em 30 de abril de 2008 fixou remuneração global da administração no montantede R$ 950.13 Suprimento e fornecimento de energia elétrica

2008 2007MWh (i) R$ (ii) MWh (i) R$ (ii)

Alcoa Alumínio S.A. 1.376.157 122.483 1.366.432 125.059Camargo Corrêa Cimentos S.A. 293.666 33.929 291.591 31.074Companhia Brasileira de Alumínio 489.443 51.335 485.985 49.165DME Energética Ltda. 287.757 27.582 285.178 25.483CPFL Geração de Energia S.A. 822.564 87.053 809.960 103.683

3.269.587 322.382 3.239.146 334.464(i) Informação não auditada pelos auditores independentes.(ii) Vide Nota 4.14 Resultado financeiro

2008 2007Despesas financeirasEmpréstimos e financiamentos (72.490) (82.303)Debêntures (17.435) (20.235)Outros (584) (3.467)

(90.509) (106.005)Receitas financeirasAplicações financeiras 11.175 16.219Outras receitas 2 106

11.177 16.325Variação cambial (*)Ativa 22.267 40.333Passiva (64.841) (10.967)Variação cambial líquida (42.574) 29.366Resultado financeiro líquido (121.906) (60.314)(*) A variação cambial demonstrada refere-se aos empréstimos obtidos do BNDES, conforme Nota 8.15 Imposto de renda e contribuição socialA seguir reconciliação dos tributos e contribuições sociais no resultado:

2008 2007PJ CSLL Total IRPJ CSLL Total

Composição dos tributos no resultadoCorrentes (10.604) (3.915) (14.519) (31.741) (11.504) (43.245)Reconciliação da despesa com impostosResultado antes dos tributos 43.584 43.584 126.159 126.159Adições (exclusões) (83) (83) 1.119 1.119Base de cálculo 43.501 43.501 127.278 127.278Alíquota - % 25% 9% 25% 9%Total da despesa com impostos (10.851) (3.915) (14.766) (31.795) (11.455) (43.250)Ajuste 4º trimestre do exercício anterior (2) (2) (136) (49) (185)Doações 249 249 190 190

(10.604) (3.915) (14.519) (31.741) (11.504) (43.245)16 Instrumentos financeiros(a) Identificação e valorização dos instrumentos financeirosACompanhia opera com diversos instrumentos financeiros, com destaque para disponibilidades, incluindo aplicações financeiras,duplicatas a receber de clientes, contas a pagar a fornecedores e empréstimos e financiamentos e debêntures. Essas operaçõesdestinam-se a atender às suas necessidades relativas à maximização da rentabilidade dos recursos líquidos de caixa e àcaptação de recursos necessários para manutenção do capital de giro e suprimento do seu plano de investimentos.Considerando a natureza dos instrumentos, o valor justo é basicamente determinado pela aplicação do método do fluxode caixa descontado. Os valores registrados no ativo e no passivo circulante têm liquidez imediata ou vencimento, emsua maioria, em prazos inferiores a três meses. Considerando o prazo e as características desses instrumentos, que sãosistematicamente renegociados, os valores contábeis se aproximam dos valores justos.(b) Caixa e equivalentes de caixa, aplicações financeiras, contas a receber, outros ativos circulantes e contas a pagarOs valores contabilizados aproximam-se dos de realização.(c) Empréstimos e financiamentos e debênturesO valor contábil dos empréstimos e financiamentos em Reais se aproxima do valor de mercado.(d) Política de gestão de riscos financeirosA Companhia possui e segue política de gerenciamento de risco, que orienta em relação a transações e requer adiversificação de transações e contrapartidas. Nos termos dessa política, a natureza e a posição geral dos riscos financeirosé regularmente monitorada e gerenciada a fim de avaliar os resultados e o impacto financeiro no fluxo de caixa.(e) Riscos com taxa de câmbioConforme descrito na Nota 8, a Companhia contratou dívidas decorrentes do Subcrédito E, cujo saldo devedor é atualizadomensalmente pela média ponderada das correções cambiais incidentes sobre os recursos captados pelo BNDES, em moedaestrangeira incluindo o Dólar Norte-Americano. Sobre estas operações não foram contratadas operações de “hedge” (proteção).(f) Risco de créditoConforme descrito na Nota 4, a Companhia não espera perdas sobre os recebíveis mantidos com partes relacionadas.(g) Risco de preço de energiaA Companhia não sofre efeitos de oscilação de preço de energia em função de variáveis de mercado. O preço de vendadeve ser suficiente para o pagamento dos custos operacionais, serviço da dívida, impostos e juros, chamado Preço deReferência, aprovado pelo Conselho de Administração da Companhia.(h) Instrumentos financeiros derivativosA Companhia não celebrou e não tem como política celebrar instrumentos financeiros derivativos, tais como os contratosa termo, swaps, opções, futuros, swaptions, swaps com opção de arrependimento, opções flexíveis, derivativos embutidosem outros produtos, operações estruturadas com derivativos, derivativos exóticos e todas as demais operações comderivativos, independente da forma como sejam contratados.17 SegurosA Companhia possui um programa de gerenciamento de riscos com o objetivo de delimitar os riscos, buscando no mercadocoberturas compatíveis com seu porte e suas operações. As coberturas contratadas, no montante de R$ 572.139, para asobras civis, montagem eletromecânica, equipamentos e sistema de transmissão integrado, considerados suficientes pelaadministração para cobrir eventuais sinistros, considerando a natureza de sua atividade, os riscos envolvidos em suasoperações e a orientação de seus consultores de seguros. O prêmio pago no exercício de 2008 foi de R$ 424.18 Reestruturação societáriaA Companhia publicou em 29 de setembro de 2006 fato relevante informando a intenção dos acionistas de realizarreestruturação societária através da cisão parcial dos ativos e passivos da Companhia.Com a edição da Lei n º 11.488, de 15 de junho de 2007, que estendeu a acionistas da Companhia a redução de encargosnos custos de transmissão antes aplicáveis somente aos autoprodutores de energia, em 2 de junho de 2008 a Companhiapublicou fato relevante, informando ao mercado que seus acionistas resolveram não mais realizar a antes pretendidareestruturação societária através da cisão parcial de seus ativos e passivos.19 Contribuição das empresas acionistas para formação do resultadoO Acordo de Acionistas da Companhia dispõe que toda a produção da UHE Barra Grande é destinada aos sócios, queassim têm o direito e a obrigação de adquirir tal produção, proporcionalmente às suas participações no Capital Social daCompanhia. O preço de venda deve ser suficiente para o pagamento dos custos operacionais, serviço da dívida, impostos etaxas, chamado Preço de Referência, aprovado pelo Conselho de Administração da Companhia. No período compreendidoentre 1º de novembro de 2005 a 30 de abril de 2008 foram praticados preços diferenciados no faturamento da energiavendida aos acionistas, diferentes prazos de pagamentos, incidência de impostos e outros fatores, ocasionando diferentescontribuições das empresas acionistas para formação do resultado da Companhia. Até 31 de dezembro de 2008, o acionistaCPFL Geração de Energia S.A. contribuiu com R$42.444 acima do previsto, líquido de impostos e efeitos financeiros. Osacionistas Alcoa Alumínio S.A., Companhia Brasileira de Alumínio, Camargo Corrêa Cimentos S.A. e DME Energética Ltda.contribuíram com valores inferiores ao previstos, respectivamente R$19.343, R$18.833, R$2.362 e R$1.906, por conta daprática de preços inferiores ao de referência, impostos e taxas, prazos de pagamento e outros fatores.Tais valores foram corrigidos pela variação do CDI até 31 de dezembro de 2008 e serão amortizados durante 36 mesesa contar de janeiro de 2009, mediante aumento de preço para as empresas acionistas Alcoa Alumínio S.A., CompanhiaBrasileira de Alumínio, Camargo Corrêa Cimentos S.A. e DME Energética Ltda. e redução de preço para a acionista CPFLGeração de Energia S.A., incidindo a correção pela variação do CDI sobre o saldo devedor até a liquidação total.O Conselho de Administração, em 17 de junho de 2008, aprovou os valores acima citados e a forma de compensação, queserá realizada entre acionistas, e seus efeitos econômico-financeiros não afetarão o resultado e o caixa da Companhia.

Parecer dos auditores independentes Conselho de Administração

Diretoria

Aos Administradores e AcionistasBAESA - Energética Barra Grande S.A.1. Examinamos os balanços patrimoniais da BAESA - Energética Barra Grande S.A. em 31 de dezembro de 2008 e de 2007e as correspondentes demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio líquido, dos fluxos de caixa e do valoradicionado, correspondentes aos exercícios findos nessas datas, elaborados sob a responsabilidade de sua administração.Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demonstrações financeiras.2. Nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas de auditoria aplicáveis no Brasil, as quais requerem que osexames sejam realizados com o objetivo de comprovar a adequada apresentação das demonstrações financeiras em todosos seus aspectos relevantes. Portanto, nossos exames compreenderam, entre outros procedimentos: (a) o planejamentodos trabalhos, considerando a relevância dos saldos, o volume de transações e os sistemas contábil e de controles internosda Companhia; (b) a constatação, com base em testes, das evidências e dos registros que suportam os valores e asinformações contábeis divulgados; e (c) a avaliação das práticas e das estimativas contábeis mais representativas adotadaspela administração da Companhia, bem como da apresentação das demonstrações financeiras tomadas em conjunto.3. Em nossa opinião, as demonstrações financeiras acima referidas apresentam adequadamente, em todos os aspectos

relevantes, a posição patrimonial e financeira da BAESA - Energética Barra Grande S.A. em 31 de dezembro de 2008 e de2007, o resultado de suas operações, as mutações de seu patrimônio líquido, os seus fluxos de caixa e os valores adicionadosnas operações referentes aos exercícios findos nessas datas, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil.4. Conforme mencionado na Nota 2, em decorrência das mudanças nas práticas contábeis adotadas no Brasil, durante2008, as demonstrações financeiras referentes ao exercício anterior, apresentadas para fins de comparação, consideraramos ajustes necessários, quando aplicáveis, segundo as disposições da NPC12 - Práticas Contábeis, Mudanças nasEstimativas Contábeis e Correção de Erros.

Porto Alegre, 22 de janeiro de 2009.

Auditores Independentes Carlos BiedermannCRC 2SP000160/O-5 “F” RS Contador CRC 1RS029321/O-4

� CONTINUAÇÃO

RICARDO DE BARROS MORAES SAYÃO MIGUEL NORMANDO ABDALLA SAADPresidente Vice-Presidente

OTÁVIO CARNEIRO DE REZENDE AFONSO HENRIQUES MOREIRA SANTOSOTÁVIO FREITAS FERREIRA

CARLOS ALBERTO BEZERRA DE MIRANDADiretor-Superintendente e de Relações com Investidores

EDSON SCHIAVOTELODiretor de Sustentabilidade e de Relações Institucionais

MAURO SERGIO GASPARContador - CRC SP 120914 S/RS

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GAZETA MERCANTIL | Segunda-feira, 6 de abril de 2009 | A9

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José Aparecido Migueljmiguel@ga zetamercantil.com.br

Cota racial resolve ou cria problema?Época desta semana faz capa sobre cotas, as reservas na univer-sidade para negros, índios ou pobres. Reporta sobre os proble-mas que cria, como o revelado pelo carioca Thiago Lugão, hojeengenheiro, que foi rebaixado na classificação de ingresso nauniversidade para dar lugar a um estudante das cotas. “A cotasocial é mais justa que a cota racial”, afirma Lugão, que ganhouum processo na Justiça contra as cotas – sistema banido, porexemplo, nos Estados Unidos. O pesquisador Simon Schwartz-man afirma que a cota racial é uma divisão artificial de uma so-ciedade miscigenada, baseada num problema (a escravidão), queficou lá atrás. Para Célio Cunha, consultor da Unesco, o governodeve calibrar suas políticas até acertar as contas de seu passado.

Paulo Maluf e o furto de US$ 93 milhõesVeja tem manchete sobre “Transplantes”, procedimento que maisinfluenciou e beneficiou especialidades médicas. Outro assunto éo efeito colateral da crise econômica na popularidade do presi-dente Lula: queda de 10 pontos percentuais na avaliação positivade seu governo, de 71% em dezembro, a 62% em março. Outrosexemplos de governos mostram que economia e popularidadeapontam para a mesma direção. Veja reporta também sobre o ex-governador, deputado Paulo Maluf (PP-SP), considerado, aos olhosde promotores públicos, um clássico da corrupção. O promotorSílvio Marques afirma que US$ 93 milhões foram furtados porele. O dinheiro da Prefeitura de São Paulo passou por paraísos fis-cais e acabou na Eucatex, empresa da família Maluf.

A parceria Sarney e Renan no SenadoCarta Capital dedica sua capa ao senador Renan Calheiros(PMDB-AL), que personifica o velho lema “é dando que se rece-be”. Nem mesmo as denuncias que pipocaram nas últimas sema-nas, cuja responsabilidade foi atribuída unicamente ao parceiro epresidente do Senado, José Sarney, foram capazes de atingir Re-nan, embora os desmandos e distorções sejam na verdade resulta-do das gestões de ambos a partir de 1995. Os dois colocaram Aga-ciel Maia na direção-geral do Senado – Maia pediu demissão apósa revelação de que deixou de registrar em seu nome uma mansãoavaliada em R$ 5 milhões. Outro tema é o filme Intrigas de Esta-do, de Kevin Macdonald, sobre a importância do jornalismo im-presso na vida contemporânea e o declínio dos jornais nos EUA.

Homem-caixa do “mensalão” quer ser deputadoIstoÉ trata de sexo precoce. Vídeo erótico com crianças veiculadona Internet provoca escândalo e alerta para os riscos da sexuali-dade precoce. O tema de política é o homem-caixa do escândalodo “mensalão”, Delúbio Soares, que quer voltar ao PT como can-didato a deputado. Dono de uma empresa de propaganda, ele teveinfluência, em dezembro, na liberação de um empréstimo de R$1,2 bilhão para o governo de Goiás. “Ninguém explica como oDelúbio consegue manter o padrão de vida”, afirma o promotorFernando Krebs. A revista tem reportagem com o marqueteiro doPT João Santana, que pretende fazer de Dilma Roussef uma can-didata de “pavio longo”. O apoio de Lula, segundo ele, garantirápelo menos 30% dos votos de Dilma na arrancada da campanha.

PERGUNTA GAZETA MERCANTIL

As recentes medidasdo governo federal vãocontribuir para oaquecimento da cadeiaprodutiva da construção civil?

DESTAQUES E VERSÕES

Crise: Stiglitz está muito pessimista — O ex-economista do Banco Mundial e ganhador do Prêmio Nobel, JosephStiglitz, comenta a pior recessão desde a Grande Depressão. “Eu estoumuito pessimista. Os governos estão reduzindo as taxas de juros eimpulsionando a economia com planos de estímulo econômico. Estaé a direção certa, mas não é suficiente. Temo que o efeito do planoamericano de estímulo econômico não será nem metade do que oesperado”. Der Spiegel, Alemanha.

Combate à corrupção no Paraguai é lento — Opresidente Fernando Lugo e sua equipe conseguirão mudar ascoisas no Paraguai, o país mais corrupto da América Latina?Passaram-se sete meses e começam a se perguntar se Lugopoderá enfrentar o bloqueio do Parlamento e se conseguirá levaradiante sua reforma. “Creio que houve avanços (...), mas oprocesso de ir por dentro, limpar, lustrar, dar honra àsinstituições, é muito lento”, avalia Lugo. El Pais, Espanha.

França investe em tecnologia para os maisvelhos — Para atrair novos clientes, fabricantes da área deinformática, de materiais eletrônicos ou operadoras detelecomunicações se voltam para o mercado dos idosos. Esse segmentonão para de crescer. Segundo o Instituto Nacional de Estatística eEstudos Econômicos, as pessoas com mais de 60 anos representarão,em 2050, quase um terço da população francesa. Os idosos ainda sãosub-equipados em ferramentas de comunicação. Le Monde, França.

FRASE | VALE REPETIR

“ “Quando eu era sindicalista, eu culpava ogoverno; quando era da oposição, culpava ogoverno, quando virei governo, culpei aEuropa e os EUA”.

OUTRAS PÁGINAS

DATAS DE CAPA DAS REVISTAS: VEJA, ISTOÉ E CARTA CAPITAL, 8 DE ABRIL; ÉPOCA, 6. DESTAQUES E VERSÕES SÃO DA SEMANA PASSADA.

Lula, diante de problemas na economia, segundorelato do primeiro-ministro britânico Gordon Brownao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

HENRY BORENSTEIN

Vice-presidente da Helbor

Henry Borenstein, admi -nistrador de empresas, vice-presidente da Helbor Empre-endimentos – “A cadeia pro-dutiva da construção civil éextensa e complexa, mas res-ponde rapidamente aos estí-mulos que recebe do mercadoe da economia. É isso que severá agora, após as recentesmedidas do governo, com seuplano habitacional e com a re-dução e a isenção de alíquotasdo IPI sobre matérias-primasdo setor. A construção de imó-veis envolve uma série de ma-teriais e de profissionais espe-cializados. Por isso, em escalaindustrial, essa produção éuma importante geradora deempregos. O aquecimentodesta atividade também se re-

flete no planejamento de for-necedores estratégicos, para aentrega regular de grandesaquisições de aço, cimento, ti-jolos, pisos, tintas, entre ou-tros itens. O crescimento domercado imobiliário nacio-nal nos últimos anos refleteo investimento que a inicia-tiva privada tem feito para

prover soluções que aten-dam à demanda existente noPaís. Nesse cenário, as medi-das do governo ampliam aspossibilidades do setor ao es-tender para mais famílias oacesso à casa própria, comjuros menores, novas linhasde financiamento e a opçãode uso do FGTS para imó-veis de até R$ 500 mil. Até omomento, as repercussõesda crise internacional noBrasil não afetaram a vendade imóveis da Helbor. Nossareceita é simples: empreen-dimentos bem localizados,com projetos adequados, porum preço competitivo. Acre-ditamos que, com as novasmedidas, nossas vendas con-tinuarão aquecidas”.

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A10 | Segunda-feira, 6 de abril de 2009 | GAZETA MERCANTIL

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BRASILINFORME POLÍTICO Leandro [email protected]

P O R TA - V O Z A campanha pró-Temer ficou

escancarada. O líder do PMDBna Câmara, Henrique EduardoAlves, declarou em Natal que opartido não tem mais dúvidasquanto ao melhor nome para vi-ce de Dilma. "Não há nome me-lhor do que Michel Temer".

O B S TÁ C U LO O maior adversário de Temer

é o próprio PMDB. Na Bahia,terceiro maior colégio eleitoraldo país, o ministro da Integra-ção, Geddel Vieira Lima, tam-bém aparece cotado para vice.

TROCA-TROCAMichel Temer assina a filia-

ção hoje no PMDB do Ceará deum político famoso na regiãode Juazeiro, que deixou o PSDB.É Raimundo Macedo, o Raimun-dão Gente Fina, candidato a de-putado federal em 2010.

ENTÃO TÁO que isso significa? Alckmin

é adversário e quase inimigo deOrestes Quércia, o homem quemanda no PMDB de São Paulo,e que pode sair ao Senado. Nocaso de Alckmin se candidatarà sucessão do Serra, Temer es-tará livre para apoiar DilmaR o u s s e f f.

TROCA-TROCA 2O governador José Serra de-

ve dar o braço a torcer e lançarGeraldo Alckmin à sua suces-são em São Paulo. A notíciachegou aos ouvidos de Temer.

RESCALDOSAno passado, antes da campa-

nha municipal, Alckmin foi a Quér-cia duas vezes pedir apoio e deucom a porta na cara. O peemedebis-ta usou dos piores adjetivos. O tu-cano espera a hora da vingança.

FICAR OU NÃO FICAR?O consultor jurídico do Minis-

tério da Justiça Rafael Favettipensa em deixar o cargo e voltarpara a advocacia. Suas ligaçõespermanecem estreitas com o ex-ministro do STF Sepúlveda Per-tence, que agora mantém umconcorrido escritório de advoca-cia em Brasília. Sua dúvida é seaguarda a desincompatibiliza-ção do ministro Tarso Genro, quesairá candidato em 2010 ao go-verno do Rio Grande do Sul.

DR BASTOS &FA R I N H A

E x - d e p u t a d o f e d e r a l ,J o ã o B a s t o s C o l a ç o D i a ss e a p o s s o u d o p o n t a l d abela praia de Maria Fari-nha , na cidade de Paulis-ta (PE). Não contente coma mansão, invadiu a areia ,domínio público, cercou aárea e construiu helipor-to gramado, piscina , casad e a p o i o e p l a n t o u c o-queiros.

DR. BASTOS X MPO Ministério Público, em

ação civil pública, solicitoua remoção de toda a cons-trução e das cercas. Ao to-do, foram 22.100 m² de áreainvadida .

Comandante máximo do maior partido bra-sileiro, embora licenciado da presidência, echefe da Câmara dos Deputados - por ondetransitam donos de votos de todos os rincões eprojetos importantes que mudam o rumo deum governo - o deputado federal Michel Temercomeçou discretamente sua campanha para sero vice na chapa presidencial de Dilma Rousseff(PT) ao Planalto. Incumbiu líderes de seu gru-po, principalmente os deputados HenriqueEduardo (RN) e Eduardo Cunha (RJ), de puxa-rem o clamor pela vez de o PMDB ser o coad-juvante com poder de dar rumo à campanha.Michel, já avalia o PT palaciano, é o único quepode agregar todo o fragmentado partido, paraque boa parte não caia nas mãos de José Serra(PSDB). Michel vai a Juazeiro do Norte (CE) co-memorar uma nova adesão ao partido. E posarde homem de fé na terra da romaria.

USINA DO DARCYO presidente Lula par-

t icipa hoje da cerimôniade inauguração da tercei-ra u s i n a d e b i o d i e s e l d aP e t r o b r a s , e m M o n t e sClaros (MG), batizada co-m o U s i n a d e B i o d i e s e lDarcy Ribeiro.

Michel Temer,o todo-poderoso

LUIZ CRUVINEL/AGÊNCIA CÂMARA

COISAS DA POLÍTICA

Rodrigo de Almeida*

O susto na classe média. E no governoreversão não mudarem de curvanos próximos meses, a crise teráafetado o grande pulo do gato dagestão social de Lula. Ou, para di-zer o mínimo, emagrecer uma con-siderável parcela dos ganhos econô-micos e sociais dos últimos anos. Anotícia é ruim para o governo, masé péssima em especial para a enor-me parcela da população que se viuelevada à condição de “classe mé-dia” — aquisição de um status que,na prática, significou maior renda,mais consumo, maior pluralismo enovos padrões de comportamentoda sociedade brasileira.

Foi do próprio Marcelo Néri umdos mais celebrados estudos recentessobre a mudança na estratificaçãode renda do país. Tanto o trabalho

forte redistribuição da pizza em fa-vor dos mais carentes, mas resultoubasicamente do inchaço da pizza.

A crise, porém, parece ter breca-do tais ganhos. Os números infor-mam que ela chegou primeiro àsclasses A e B, com perdas já detec-tadas continuamente entre setembroe janeiro. Agora é a vez da classeC. Se o baque continuará seu curso,não se sabe. Mas o governo que secuide. Só o susto do início de 2009já dá conta dos riscos. Principal-mente porque mudanças nas classesde renda, ainda quando dramáti-cas, não equivalem automaticamen-te à mobilidade social. Se, em 2000,o mais conhecido dos torneiros me-cânicos do ABC paulista, com for-mação escolar profissionalizante, re-

cebesse 10 vezes mais doque recebia em 1980, te-ria progredido na escalaestatística de renda. Mascontinuaria a ser umtorneiro mecânico de es-colaridade profissionali-zante na estratificaçãosocial. Os estudiosos exi-gem progresso no níveleducacional e substitui-

ção do trabalho anterior por ocupa-ção mais nobre. Analistas mais rí-gidos só reconhecem mudanças naestratificação social quando a subi-da de um corresponde a descida deoutro do escalão superior.

Não foi pouca coisa o país conse-guir retirar dezenas de milhões depessoas do limbo social da indigênciae da pobreza. Mas será tarefa igual-mente pesada manter o compasso damudança na estratificação de rendae, mais grave, dar o passo além:transformar para valer nossa estrati-ficação social, numa equação queconjugue elevação da renda, aperfei-çoamento educacional e maior qualifi-cação ocupacional.

*Jornalista

Os dados de janeiro ajudam

a explicar a recente queda

na avaliação a Lula e a seu

governo. Essa é a conclusão

óbvia, fácil e imediata

dele, A nova classe média, quantoum outro documento, Pobreza e ri-queza no Brasil metropolitano, pro-duzido pelo Ipea, sustentaram odiagnóstico de que a migração depessoas de classe de renda inferiorespara classes de renda superiores al-cançou taxas de grande magnitude.Até a publicação de ambos os estu-dos, havia a falsa ideia de que aemergência de uma nova classe mé-dia se dera via empobrecimento dosresidentes históricos dessa faixa derenda. Os dois textos, no entanto, re-gistraram, igualmente, o crescimentoda renda e do número de pessoas si-tuadas no topo da escala de ganhos.Em outras palavras, significa que aredução do número de pobres e mi-seráveis não se deu em virtude de

RUMO A 2010

Petistas querem Carvalhona presidência do PTVárias esferas dopartido se movimentampara eleger chefe degabinete de Lula

REUTERSSÃO PAULO

Petistas de várias esferas dopartido realizam um movimen-to para levar o chefe de gabineteda Presidência da República,Gilberto Carvalho, ao comandodo PT nas eleições internas queacontecem este ano.

A dificuldade, até agora, éconvencer o presidente Luiz Iná-cio Lula da Silva a dispensar oauxiliar estratégico, que o acom-panha no governo desde o pri-meiro dia, em 2003.

O próximo presidente do PTterá como principal missão criaras bases para a candidatura daministra Dilma Rousseff (CasaCivil) à Presidência da Repúbli-ca em 2010.

Consultado, Carvalho confir-mou as pressões em torno de seunome, mas disse que não lançariauma candidatura sem o consen-timento de Lula. “Estou no gover-no, a não ser que o presidente Lu-la altere sua opinião. Se acontecerde ele mudar de ideia, eu voucumprir esta tarefa”, disse Carva-lho à Reuters.

O partido marcou para novem-bro a escolha do substituto doatual presidente, o deputado Ricar-do Berzoini (SP), que está à frenteda sigla desde 2005 e que pelas re-gras da legenda não pode se can-didatar por estar em seu segundomandato. O registro das chapas de-ve ser feito em julho.

“É consenso hoje que o melhornome é o de Gilberto Carvalho. Oproblema é que Lula não quer dis-pensá-lo pelo seu papel de impor-tância no governo”, afirmou o ex-prefeito Edinho Silva, presidentedo diretório PT paulista.

Conselheiro de Lula, o pre-feito de São Bernardo do Cam-po, Luiz Marinho, afirma quetentará convencer o presidentea liberar o assessor. “Para pre-sidir o PT só tem uma lideran-ça hoje: chama-se Gilberto Car-valho”, disse Marinho. “Temosque convencer o presidente Lu-la a liberar o quadro dirigenteque tem toda a autoridade paraunificar o partido”, avaliouMarinho, para quem o governoestá estruturado e pode passarsem o auxiliar palaciano.

O presidente do PT estadualacredita que Carvalho tem oapoio de tendências da legenda,além da Construindo um NovoBrasil — que reúne o próprio pre-sidente Lula e toda a ala modera-da do partido. Citou a Novo Ru-mo (de Marta Suplicy) e A Men-sagem (de Tarso Genro) e disseque o Movimento PT estaria aber-to a conversar. Unificar as corren-tes seria o principal trunfo de Car-valho, além da capacidade em rea-lizar as articulações partidáriasvisando a eleição presidencial.

Gilberto Carvalho: principal trunfo é unificar as várias correntes

Ciro Gomes neutraliza a oposição em 2010REUTERSBRASÍLIA

A oposição é favorita na elei-ção presidencial de 2010 e umasegunda candidatura da base alia-da poderia neutralizar essa lide-rança, declarou à Reuters o depu-tado Ciro Gomes (PSB-CE), cotadopara a sucessão.

Parlamentar e ex-ministro daIntegração Nacional do governoLuiz Inácio Lula da Silva, ele argu-menta que um outro nome da coa-lizão, além da ministra-chefe daCasa Civil, Dilma Rousseff, teriamais chances de provocar um se-gundo turno.

Ciro ora diz ser candidato, orapondera que só a conjuntura pré-eleitoral determinará seu movi-mento. Mas quando fala em can-didatura alternativa, inclui-senesse provável escopo.

Não só ele como outros aliadosexplicam que, embora concorren-tes num primeiro momento, asduas candidaturas poderiam con-vergir em torno de um adversáriocomum, o governador de São Pau-lo, José Serra (PSDB), hoje commais de 40% das intenções de voto,segundo pesquisas recentes. “Aoposição tende a um certo favori-tismo, o que não quer dizer vitóriade véspera”, afirmou o deputado.

De acordo com a última pesqui-sa CNT/Sensus, Serra conta com45,7 por cento das intenções de vo-

to, ante 16,3% de Dilma. ContraCiro, que obteve 14,9% da prefe-rência do eleitorado, o tucano apa-rece com 43,1%. O levantamentonão apurou um cenário em que ostrês disputem o primeiro turno.

Segundo Ciro Gomes, apesarda popularidade, Lula terá limitesna transferência de votos paraDilma. Além disso, ele afirma quea crise econômica global poderáfacilitar o discurso de partidos ad-versários contra a manutenção deum governo do PT, dependendoda eficácia das medidas tomadaspara conter seus efeitos.

“Uma alternativa aliada é oprincipal elemento tático paraimpedir esse favoritismo. Isso ga-rante o segundo turno e anunciauma convergência com o candi-dato do Lula em segundo ou ter-ceiro lugar”, completou.

Para ele, o próprio Lula já teriase antecipado a essa análise. Fon-tes do meio político consideram a

hipótese do presidente não maldi-zer, ao menos no discurso, a ideiade uma outra candidatura amiga.Um auxiliar palaciano, porém, ne-gou qualquer simpatia.

“É uma forma de ajudar a ro-bustecer a defesa do projeto e as-segurar dois turnos, se for o caso”,comentou o deputado Beto Albu-querque (RS), vice-líder do governona Câmara e integrante da cúpulado PSB. “Acho que é fácil para o Pa-lácio do Planalto enxergar que doiscandidatos sintonizados com o go-verno é mais importante do que seter um só e jogar o tudo ou nadano primeiro turno”, acrescentou.

Governo neutralizanteA aproximação do PT com o

PMDB também pode jogar a fa-vor da tese de uma segunda viana base, pois partidos aliadosmenores têm ficado insatisfeitoscom essa aproximação.

O ciúme dessas legendas dabase pode contribuir para um ra-cha interno em 2010.

Integrante do PSDB até 1996,Ciro filiou-se ao PPS e concorreu àPresidência em 1998, sendo o ter-ceiro mais votado, e em 2002(quarto lugar). Depois, filiou-se aoPSB. “Não tem essa de governismoneutralizante. Eu defendo o Lulapor afinidade, mas não sou 100 porcento dependente do governo, co-mo é o caso da Dilma”, disse.

CIRO GOMES

Deputado federal

MEMÓRIA

Morre Márcio Moreira AlvesRio de Janeiro, e depois cremado.

Em setembro de 1968, um dis-curso feito na Câmara por Morei-ra Alves causou uma crise entre oLegislativo e o Executivo. Em umacrítica à invasão da Universidadede Brasília (UnB) pelos militares, oentão deputado conclamou a so-ciedade a boicotar o governo e oque chamou de “militarismo” aonão participar das comemoraçõesdo Dia da Independência.

Os militares, então, pediramautorização do Congresso paraprocessar Moreira Alves, a qualfoi negada pelos parlamentares.Dias depois, no dia 13 de dezem-bro de 1968, o governo editou oAI-5, o ato institucional mais du-ro desde o início do regime mi-litar, em 1964.

Moreira Alves foi um dos pri-meiros deputados a serem cassadosdepois da publicação do AI-5.

REUTERSBRASÍLIA

Morreu na sexta-feira, no Rio deJaneiro, o ex-deputado federal Mar-cio Moreira Alves, um dos símbo-los da oposição à ditadura militar.

Segundo a assessoria de imprensado Hospital Samaritano, onde ele es-tava internado, a causa da morte foifalência múltipla dos órgãos. O cor-po de Moreira Alves foi velado nosábado na Assembleia Legislativa do

Noves fora a satisfação do go-verno com os resultados da po-pularíssima participação dopresidente Lula na reunião doG-20, na semana passada, háuma perspectiva nebulosa emformação no horizonte para oPalácio do Planalto. Nesta sema-na saem números de um janei-ro trágico para o bolso do bra-sileiro, segundo estudo do econo-mista Marcelo Néri, daFundação Getúlio Vargas. Coi-sa feia: naquele mês, calculou oprofessor, a crise devolveu maisde 560 mil pessoas às classesD e E nas regiões metropolita-nas de São Paulo, Rio, Belo Ho-rizonte, Porto Alegre, Salvadore Recife. Uma perda de 11%do crescimento que a classe C— a classe média popular — te-ve durante o governo Lula. So-mando essa queda às perdasdas classes A e B, a atrofia nasseis regiões metropolitanas pes-quisadas chega a 765 mil.

A divisão de classes empre-gada por Néri se dá assim: aclasse E tem rendimentos men-sais de zero a R$ 800; a classeD, de R$ 800 a R$ 1,1 mil; aclasse C vai de R$ 1,1 mil aR$ 4,8 mil; e as classes A e B,de R$ 4,8 mil em diante.

Para Néri, a reversão de ja-neiro é preocupante. Não há con-clusões ainda sobre fevereiro,mas os dados prévios sugeremque tenha ficado no zero a ze-ro. Esse possível alento, porém,não esmaece as cores da amea-ça detectada em janeiro. Soou oalarme, portanto. Os dados dejaneiro ajudam a explicar a re-cente queda na avaliação a Lu-la e a seu governo. Essa é a con-clusão óbvia, fácil e imediata.

No médio e no longo prazos,no entanto, a situação parecemais complexa. Se os sinais de

JOSÉ CRUZ/AGÊNCIA BRASIL

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“Só o esclarecimento vai pacificar os espíritos”, diz Antonio BarbosaBRASIL

DESAPARECIDOS POLÍTICOS

Ministério guarda onze esqueletos não identificadosAs ossadas repousamem caixas de papelãoem armários noAnexo da Justiça

VASCONCELO QUADROSBRASÍLIA

Não é trocadilho e nem frase deefeito. O governo deixou um es-queleto no armário. Aliás, um não.São onze esqueletos que assom-bram o Anexo do Ministério daJustiça, na Esplanada dos Ministé-rios, em Brasília, desafiando osmortais a apontar uma solução pa-ra seus casos. A maioria das ossa-das, dez, foi retirada do Cemitérioda Xambioá (TO) em 1991, 1996 e2001, sem que até hoje as autori-dades tenham se esforçado paraidentificá-las ou, então, devolvê-lasàs sepulturas que há 19 anos con-tinuam abertas.

As ossadas repousam em cai-xas de papelão guardadas numarmário da Comissão de Mortose Desaparecidos Políticos, quefunciona no prédio do Ministé-rio da Justiça, mas está sob a res-ponsabilidade do ministro PauloVanucchi, da Secretaria Especialde Direitos Humanos (SEDH).Ao que tudo indica, segundo in-formações fornecidas à época pormoradores da região, podem seros restos mortais de guerrilheirosdo PCdoB dados como desapare-cidos em todas as listas divulga-das pelas entidades de direitos

humanos há mais de 30 anos.“Visitei o local e vi que até

agora não fizeram nada que pos-sa esclarecer se são ou não ossa-das de guerrilheiros. Eles nãoquerem resolver”, diz o deputa-do Pompeo de Mattos (PDT-RS).Como presidente da Comissãode Direitos Humanos (CDH) daCâmara — cargo que deixou háum mês —, ele tentou, sem su-cesso, obter informações sobre omistério. Não encontrou na Es-planada nenhuma fonte interes-sada em esclarecer.

Antes de deixar a presidênciada CDH, Pompeo recebeu umconjunto de documentos apon-tando para a probabilidade deque uma das ossadas poderia seros restos do guerrilheiro BérgsonGurjão Faria, ex-estudante deQuímica da Universidade Federaldo Ceará e primeiro militante doPCdoB morto no Araguaia, no dia8 de maio de 1972, 26 dias depoisdo início dos combates.

São relatórios, fotografias e de-poimentos coletados desde que aossada foi retirada do Cemitériode Xambioá, de uma ala onde mo-radores apontaram que existi-riam os restos de vários guerri-lheiros. Informações sobre a arca-da dentária, formato do crânio,altura e até o sinal de uma pan-cada que ele levou na mastóide,ainda em Fortaleza em 1967, du-rante repressão a uma passeata deestudantes contra o regime mili-

tar, reforçam a hipótese de quepode se tratar do guerrilheiro.

“Encaminhei a documenta-ção para ser analisada por umperito no assunto. A avaliação

Restos mortais estão sob a responsabilidade do ministro Paulo Vanucchi, da SEDH

preliminar é de que pode se tra-tar do Bérgson. Mas é cedo eaguardo um parecer mais emba-sado para tomar providências”,diz o deputado. Os documentos

foram entregues ao perito gaú-cho Domingos Toqueto, que nospróximos dias dará o parecer.

Se apontar indícios de quepode mesmo se tratar do guer-

rilheiro, o parecer pode deixarem saia justa o ministro PauloVannuchi e as pessoas de suaconfiança que dirigem a Comis-são de Mortos e Desaparecidos.O episódio pode demonstrar oimobilismo do governo e a ne-gligência com que o assuntovem sendo tratado.

“Eles sentaram em cima e na-da fizeram”, acusa o deputado.Embora integrante da base go-vernista no Congresso Nacional,Pompeu de Matos, diz que nãoquer atrito com o Palácio do Pla-nalto, mas que vai se empenharna busca de uma solução. “Éuma questão de dignidade hu-mana e de respeito à história.Não sinto vontade política emnenhum setor do governo paraesclarecer”, diz o deputado. Se oparecer do perito confirmar asuspeita, o deputado Pompeu deMatos acha que CDH da Câmaradeixará uma razoável contribui-ção à causa.

“Podemos abrir as portas parauma perícia completa, retirandodo armário os outros esquele-tos”, diz o parlamentar. O depu-tado afirma que neste caso pedi-rá que a Polícia Federal entre nocaso. A Polícia Federal tem po-liciais e peritos preparados parainvestigar e o mais avançado la-boratório de análise forense dopaís. Até hoje a direção do órgãonão recebeu qualquer pedidoformal para atuar.

JOSÉ CRUZ/AGÊNCIA BRASIL

Não se sabe ainda quantasossadas estão na Esplanada

Presidente da Comissão deMortos e Desaparecidos, o advo-gado paulista Marco Antônio Bar-bosa não sabe quantas ossadas es-tão guardadas na Esplanada enem que existe pelo menos a pro-babilidade de se tratar de guerri-lheiros. “Qualquer identificaçãoserá muito bem recebida”, diz. Aocontrário de Pompeu de Matos,ele acha que há disposição no go-verno para tentar elucidar as pen-dências sobre a Guerrilha do Ara-guaia. “Vejo vontade política noministro Vannuchi e da Casa Ci-vil”, diz Barbosa, sem apontar ca-minhos. “Só o esclarecimento vaipacificar os espíritos”, afirma.

Segundo o advogado, o governocontratou um laboratório de aná-lise genética, uma filial paulista doamericano Genomic EgenhariaMolecular Ltda, para tentar identi-ficar os militantes através do DNA.Até agora foram identificados doisativistas ligados à guerrilha urbana,mas nenhum dos que atuaram noAraguaia. Passados 35 anos, há sé-rias dificuldades de se obter o DNAdas ossadas. Barbosa admite, no en-tanto, que esse é o único métodocom que a SEDH trabalha na ten-tativa de identificação e — emboraseja notório que a Polícia Federaldispõe de laboratório avançado —

afirma que só o Genomic tem o co-nhecimento científico específicopara esse tipo de identificação.

Há cerca de dois anos, pororientação do ministro Paulo Van-nuchi, a Comissão de Mortos e De-saparecidos monta um banco desangue para auxiliar na tentativade identificação. Já foram colhidasdezenas de amostras de sangue defamiliares de guerrilheiros e enca-minhados ao Genomic. Caso sejapossível retirar o DNA de algumaossada, o laboratório já terá o san-gue de um parente próximo paracruzar informações genéticas.

Em relação às ossadas retiradasdo Cemitério de Xambioá, nãoexiste ainda nenhum resultadoconhecido. Ao se fixar no DNA co-mo único método de identifica-ção, a SEDH deixa de lado outrasalternativas, como o confronto dedados antropológicos e antropo-métricos — usados por Palharespara o caso de Maria Lúcia Petit.Também abre mão de encabeçarum processo de investigação comdados levantados por pesquisado-res ou divulgados nos últimostempos, por militares que partici-param do conflito e relatam os fa-tos com base em documentos queas Forças Armadas negam existir.

V.Q.

Mortos na guerrilha e enterrados em XambioáA história de Bérgson Gurjão

Farias é uma das mais dramáti-cas da guerrilha. Ele e outrosquatro ativistas do PCdoB caí-ram numa emboscada prepara-da pelos pára-quedistas no iní-cio do conflito. Ele enfrentousozinho a tropa para garantirque seus companheiros esca-passem ao cerco. Na troca de ti-ros, feriu o então capitão Álva-ro de Souza Pinheiro — hoje ge-neral e um dos ideólogos dasForças Armadas —, mas acabouencurralado pela tropa.

Ferido, foi executado a golpesde baioneta, em episódio grotes-co protagonizado pelos milita-res: varado de tiros, seu corpofoi levado para Xambioá e exibi-do em local público para ame-drontar a população e outrosmilitantes presos — entre eles odeputado José Genoíno Neto.Nessas época, os militares ti-nham ordens expressas do Co-mando Militar do Planalto de

identificar os guerrilheiros mor-tos e enterrá-los em locais co-nhecidos. Assim, em 1972, oscorpos deveriam ser levados pa-ra Xambioá e enterrados no úni-co cemitério da cidade.

Foi de lá, em 1991, que o legis-ta Fortunato Badan Palhares, daUniversidade de Campinas (Uni-camp), retirou e identificou, cin-co anos depois, a professora Ma-ria Lúcia Petit. “Usamos a antro-pologia e a antropometria,métodos 100% garantidos”, diz olegista. A família de Maria Lúciaentregou a ficha odontológica,mas havia sinais evidentes de queera mesmo a militante do PCdoB:moradores viram ela ser enterra-da com o corpo envolvido numpára-quedas e com a cartucheiraque carregava ao ser morta namata. Ao abrir a sepultura, essesforam os primeiros objetos en-contrados pelo perito.

Do mesmo cemitério, em 1991,Palhares levou a ossada de um ho-

mem negro e alto, também apon-tada como guerrilheiro. As evidên-cias indicam tratar-se do mais an-tigo militante de esquerda armadaencontrado no Araguaia, o ex-ma-rinheiro Francisco Manoel Cha-ves, conhecido por vários codino-mes. Os ossos estão no Departa-mento de Medicina Legal daUniversidade de São Paulo (USP) àespera de identificação.

Libertado no início dos anos 40,Chavez integrou o Comitê Centraldo PC (1943 a 1946). Após o golpede 1964, perseguido, já havia in-gressado no PCdoB, organizaçãocriada com o racha no Partidão,em 1962. Um dos primeiros ativis-tas a chegar ao Araguaia, foi mortoem setembro de 1972, aos 62 anos,em episódio que também matou ocomandante do grupo, José Toledode Oliveira, e o casal de geólogosAntônio Carlos Monteiro Teixeirae Dinalva Oliveira Teixeira, a Di-na, a mais famosa guerrilheira. Fe-rido, Antônio foi levado para a ba-

se militar em Marabá e nuncamais se ouviu falar dele. Dina foi aúnica que escapou.

Chaves e Oliveira teriam sidoenterrados em Xambioá. Na fasebranda da repressão no Araguaia(1972), quando ainda faziam prisio-neiros, os militares mataram 11guerrilheiros: Bérgson; Maria LúciaPetit; Idalísio Soares Aranha Filho,o Aparício; Helenira Rezende deSouza Nazareth, a Fátima; MiguelPereira dos Santos, o Cazuza; JoséToledo de Oliveira, o Vitor; Antô-nio Carlos de Oliveira Teixeira, oAntônio da Dina; Francisco Ma-noel Chaves; Ciro Flávio Salazar, oFlávio; Manoel José Nurchis, o Gil;e o médico da guerrilha, João Car-los Haas Sobrinho. Embora hajauma ou outra diferença de infor-mações, a maioria deles foi enter-rada numa ala do Cemitério deXambioá. De lá foram retirados osesqueletos guardados há anos noarmário da SEDH em Brasília.

V.Q.

Problemas financeiros dosmunicípios na agenda da UniãoLILIANA LAVORATTISÃO PAULO

Após ter brilhado entre oschefes de Estados mais impor-tantes do mundo, na reunião doG20 (grupo das vinte maioreseconomias), o presidente LuizInácio Lula da Silva retoma suaagenda no Brasil enfrentandoum problema que já se acumulanos gabinetes dos governadorese dos prefeitos: a queda nas re-ceitas das prefeituras, impacta-da pela forte retração da arreca-dação federal, que constitui oFundo de Participação dos Mu-nicípios (FPM). Cientes do seupeso político nas eleições presi-denciais, os prefeitos mobilizamparlamentares e pressionam oPalácio do Planalto em váriasatividades programadas para es-ta semana na Câmara, Senado egabinetes do Executivo.

Apoiada pelos partidos daoposição — PSDB, DEM e PPS —,a Confederação Nacional dosMunicípios (CNM) inicia o lobbyamanhã cedo, quando a entidadepromove no Senado um debatesobre os efeitos negativos da criseeconômica nos repasses de recur-sos da União. A confederação sus-tenta que os recursos caíram 3%em janeiro, 5% em fevereiro e14,5% em março, e que o FPM te-

ria perdido, desde janeiro, R$ 2,1bilhões. O fundo é formado por22,5% da arrecadação de dois tri-butos federais — a do Imposto deRenda e a do Imposto sobre Pro-dutos Industrializados (IPI), pre-judicado nos últimos meses nãosó pela redução na atividade eco-nômica, mas também pela deso-neração dada pelo governo à in-dústria automotiva, como medi-da anticrise. Como esse incentivofoi renovado por mais três mesese não se sabe ainda quanto tem-po a recessão mundial vai durar,os prefeitos querem garantir al-gumas salvaguardas para os co-fres municipais.

A CNM também quer debatercom os prefeitos as dívidas dos mu-nicípios com o INSS e a crise eco-nômica, que levou a cortes no or-çamento das prefeituras, paralisa-ção de obras e demissões, segundoa consultoria Santa Fé Idéias, deBrasília. Antes da crise, a Secretariado Tesouro Nacional estimava umcrescimento da ordem de 10,59%para o ano de 2009, nas transferên-cias do FPM, ante 2008. Os muni-cípios de menor porte dependemmais desses repasses do que os de-mais, que se apóiam nas receitaspróprias e na parcela recebida doImposto sobre Circulação de Mer-cadorias e Serviços (ICMS).

Na opinião do diretor daONG Transparência Municipal,François Bremaeker, o presiden-te da República pouco mais po-derá fazer pelos prefeitos do que“olhar com carinho” para o pro-blema financeiro que eles estãoenfrentando por causa da redu-ção dos valores que recebem daUnião por meio do FPM, comoprometeu recentemente.

Ainda amanhã, a Comissão deAssuntos Econômicos do Senadodebate a redução do FPM, em reu-nião que deve contar com a par-ticipação da secretária da ReceitaFederal, Lina Maria Vieira. Na Câ-mara, os prefeitos ganharam espa-ço no encontro mensal da Comis-são de Finanças e Tributação como secretário do Tesouro Nacional,Arno Augustin. Normalmente, areunião é dedicada a analisar aexecução do Orçamento da Uniãoe o desempenho das transferên-cias constitucionais, dentre asquais uma delas é o FPM.

Embora ainda não esteja na pre-visão oficial, o tema deverá ser tra-tado em algum evento da agendado presidente Lula, que inaugura,hoje, a terceira usina de biodiesel daPetrobras, em Montes Claros (MG).O presidente tem compromissosaté quinta-feira, quando discutecom ministros as obras do PAC.

A SEMANA

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A12 | Segunda-feira, 6 de abril de 2009 | GAZETA MERCANTIL

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DIREITO CORPORATIVO Empresas culpam altos funcionários por prejuízos

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O JORNAL DE ECONOMIA DO BRASIL DESDE 1920

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CRISE FINANCEIRA

Demarest & Almeidarecebe vinte processosem três meses; antesera um a cada três anos

Crescem ações trabalhistas de executivos

FERNANDA BOMPANSÃO PAULO

Bonificações, gratificações, al-tas indenizações e verbas rescisó-rias fazem parte do novo perfil deprocessos judiciais que os escritó-rios de advocacia — que atuam naárea trabalhista — passaram a re-ceber nos últimos meses. Para es-pecialistas, antes da crise financei-ra, estas ações eram requisitadasde forma esporádica, mas cresce-ram em paralelo com as demis-sões que atingem todos os níveisdas empresas pelo mundo afora. ODemarest e Almeida Advogados,por exemplo, nos três últimos me-ses, foi procurado por 20 executi-vos com a intenção de recorrer àJustiça contra a quebra de contra-tos. “Era um a cada três anos quenos procurava, agora é quase fre-quente”, diz o sócio da banca An-tonio Carlos Vianna de Barros.

O advogado explica que o per-fil da procura de altos executivos,na maioria diretores, são daquelesque não receberam seus benefí-cios e bonificações, garantidostanto verbalmente quanto emcontrato, depois de demitidos.“Tenho 30 anos de experiência enunca vi uma demanda tão gran-de. É um exemplo de que a criseestá afetando a todos, não somen-te a camada mais simples, queprocessava mais pelo não paga-mento de horas extras, por exem-plo”, avalia Barros.

O advogado Augusto RodriguesJr, sócio do Rodrigues Jr. Advoga-dos, verificou um aumento de 30%no volume de ações trabalhistasem seu escritório. Deste montante,o especialista afirma que 25% re-ferem-se a executivos contra as em-presas que os dispensaram e o res-tante de outros trabalhadores. “Ti-ve, nos últimos dois dias, aconsulta de duas pessoas com esteperfil e vou receber mais uma.”

Rodrigues Jr. comenta, ainda,

que muitos funcionários do alto es-calão estão pedindo também danosmorais contra as companhias queos demitiram. “As empresas cul-pam os altos executivos pelos pre-juízos. Muitas multinacionais noBrasil demitem seus diretores bra-sileiros com esta justificativa”, co-menta ao lembrar que este é umdos motivos do aumento de açõespor estes profissionais.

Apesar do “caminho ser tortuo-so”, o especialista vê com bonsolhos essa demanda diferenciadana área trabalhista. “Este tipo deprocesso pode deixar de ser exce-ção para se tornar uma rotina.” Pa-ra Rodrigues Jr., antes da crise, essesexecutivos recebiam altas gratifica-ções rescisórias e, por isso, era di-fícil entrarem com ações judiciais.No entanto, no atual cenário, nemmesmo os direitos trabalhistas es-tão sendo pagos. “Abriu-se umaporta, revelando que, com crise ou

sem, todos podem ter direitos igua-litários. É uma conquista de espa-ço, que veio para ficar.”

Ações trabalhistasMas não são apenas os pro-

cessos de altos executivos queestão movimentando a Justiçado Trabalho. As ações trabalhis-tas, de um modo geral, tambémapresentaram crescimento. Oadvogado Stanley Martins Fra-são, do Homero Costa Advoga-dos, observou um aumento de30% no número de processos,nos últimos 40 dias. “É um vo-lume relevante. E nossa perspec-tiva é de que iremos recebermais 700 ações nos próximosdias”, conta o advogado.

Apesar de não ter sentido umadiferença de demanda na banca, oespecialista Paulo Sérgio João, só-cio do Mattos Filho, Veiga Filho,Marrey Jr e Quiroga Advogados,conta que houve um aumento de20% no número de ações distri-buídas pelo Tribunal Regional doTrabalho de São Paulo (TRT-SP), oque mostra que nos próximosmeses os processos poderão ga-nhar mais visibilidade.

Tendência Outras bancas também dizem

acreditar que mais ações trabalhis-

tas possam aparecer, especialmen-te, a partir de setembro. “Princi-palmente quando acabar o paga-mento do seguro-desemprego e osdemitidos não conseguirem umarecolocação”, afirma Antônio Car-los Aguiar, do Peixoto e Cury . Eleconcorda que há maior volume dedefesas de empresas em processostrabalhistas, mas, diferentementedos colegas, não considera o nú-mero significativo.

Frasão: “Volume de processos cresceu 30% nos últimos 40 dias”

“Os efeitos não são imediatos,os processos começarão com otempo”, estima o advogado Marce-lo Gômara, do TozziniFreire. Masele não espera que o montante deprocessos seja expressivo. “Apesar

de ilegal, muitas companhias an-tes de contratar consultam os tri-bunais para saber se o futuro em-pregado tem processos contra asantigas empresas. Isto pode dificul-tar a entrada de ações”, acredita.

Consulta preventiva ajuda a evitar problemas na JustiçaFERNANDA BOMPAN | SÃO PAULO

Diante do cenário de crise, a consulta preventi-va na área trabalhista também ganha destaque nosescritórios de advocacia brasileiros. O objetivo dasempresas, dizem especialistas, é criar alternativaspara evitar as demissões. O advogado Marcelo Gô-mara, do TozziniFreire Advogados, diz que perce-beu uma progressão do interesse empresarial parasolucionar prejuízos financeiros. “Neste novo cená-rio houve um aumento grande nas consultas utili-zando uma engenharia de criatividade para os efei-tos da crise”, diz. O advogado Paulo Sérgio João, doMattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr e Quiroga Ad-vogados, também afirma que a banca teve umcrescimento de 30% nos últimos três meses porconsultas de empresas que visam estabelecer trans-parência institucional e evitar demissões.

Para os especialistas, a demanda traz à tona

uma aspecto importante: o interesse do empresa-riado de entender a postura do Judiciário no quese refere às dispensas em massa. “Agora, é precisonegociar com os sindicatos antes de demitir”, ob-serva Gômara. Ele comenta que antes as consultaspartiam de multinacionais que queriam compreen-der a legislação brasileira para oficializar os cortes.Agora, diz o advogado, até o empresário brasileiroquer saber o que fazer para não ser surpreendidocom sentenças judiciais desfavoráveis, como as queaconteceram com a Embraer e a Usiminas. O espe-cialista refere-se a concessão de liminar pelo Tribu-nal Regional do Trabalho de Campinas (SP), quesuspendeu até o dia 13 de março as 4.273 demis-sões da Embraer, ocorridas em fevereiro. E tambémà uma decisão em caráter liminar do Tribunal Re-gional do Trabalho de Minas Gerais (TRT-MG), queproibiu novas demissões na Usiminas.

OPERAÇÃO SATIAGRAHA

ANDREZZA QUEIROGA EAGÊNCIA BRASILSÃO PAULO E BRASÍLIA

O Ministério da Justiça confir-mou, na sexta-feira, o que a Justiçados Estados Unidos já havia deci-dido no último dia 31, de manter,até maio, em caráter liminar, o blo-queio de US$ 500 milhões em de-pósitos de pessoas investigadas pe-la Operação Satiagraha.

No início de março, o juiz JohnBates, da Corte Distrital de Colúm-bia (EUA), desbloqueou as contasdo banqueiro Daniel Dantas, que éacusado de uma série de crimes fi-nanceiros, como lavagem de di-nheiro, e de outros investidores doBanco Opportunity, investigadospela Polícia Federal na operação.Na época, o governo brasileiro re-correu da decisão, por meio do Mi-nistério Público Federal (MPF).Com o recurso, o desbloqueio ficouem suspenso. Na semana passada,a Justiça acolheu o pedido de limi-nar e prorrogou o bloqueio atémaio, quando tanto o pedido debloqueio dos bens quanto a decisãopelo desbloqueio devem ser julga-dos por um tribunal de segundainstância dos Estados Unidos.

O secretário nacional de Jus-tiça, Romeu Tuma Junior, desta-cou que é importante terminar,até maio, o inquérito da Opera-ção Satiagraha, bem como o Mi-nistério Público deve apresentardenúncia contra os investiga-dos. De acordo com ele, isso fa-

cilitaria a manutenção do blo-queio dos bens fora do Brasil.

No início do mês, um dos argu-mentos do juiz Bates foi o de que aJustiça americana só teria compe-tência para manter os bens blo-queados se Dantas tivesse sido con-denado definitivamente no Brasil.

Histórico A Operação Satiagraha foi defla-

grada em julho de 2008, quando foidesarticulada uma quadrilha acu-sada de cometer crimes financei-ros. Na época foram expedidos 24mandados de prisão, entre os quaislevaram à prisão do banqueiro Da-niel Dantas, do ex-prefeito de SãoPaulo Celso Pitta, e do investidorNaji Nahas. Todos foram, poste-riormente libertados, já que o pre-sidente do Supremo Tribunal Fede-ral, ministro Gilmar Mendes, con-cedeu habeas corpus em favordeles. A estimativa é de que o Op-portunity tenha movimentado cer-ca de US$ 2 bilhões no paraíso fis-cal das Ilhas Cayman.

Tribunal mantém bensde Dantas bloqueados

DANIEL DANTAS

Banqueiro

CONCORRÊNCIA

FERNANDA BOMPANSÃO PAULO

Depois da Páscoa, será realiza-da a primeira audiência públicacom o objetivo de avaliar e apro-var o projeto de lei que prevê areestruturação do Sistema Brasi-leiro de Defesa da Concorrência(SBDC). A afirmação é do presi-dente do Conselho Administrati-vo de Defesa Econômico (Cade),Arthur Badin, feita em encontropromovido pela Câmara OficialEspanhola de Comércio no Brasil,na última sexta-feira. Badin estáconfiante na aprovação do PL pe-lo Senado. “Em momentos de cri-se há uma maior sensibilidadeem aceitar esses tipos de lei.”

A advogada Sonia Maria Gian-

ni Marques Döbler comenta quea grande preocupação dos empre-sários é com o acúmulo de pro-cessos administrativos e atos deconcentração, principalmente emtempos de crise, quando aumen-tam as fusões e aquisições. “Oprincipal ponto é saber se vãoconseguir ter qualidade com cele-ridade de julgamento, conside-rando o quadro atual que existeno Cade”, diz a advogada.

O presidente da autarquiaafirma que o órgão está prepara-do para a demanda, já que o pro-jeto prevê contratações. “Mes-mo com relação à formação decartéis, que podem surgir com acrise, há, hoje, tecnologia parajulgar”, explica Badin.

Para Badin, Senadovai aprovar nova lei

PADRÕES INTERNACIONAIS

AFPPA R I S

A Organização para a Coopera-ção e o Desenvolvimento Econô-micos (OCDE), decidiu, sexta-feira,retirar o Uruguai da lista negra deparaísos fiscais, um dia depois deincluí-lo, junto com Malásia, Cos-ta Rica e Filipinas depois da cúpu-la do G20 em Londres. “A OCDE

deu as boas-vindas à decisão doUruguai de adotar formalmente opadrão da entidade para o inter-câmbio de informação fiscal", des-tacou a organização em comuni-cado. O presidente do Banco Cen-tral uruguaio, Mario Bergara,havia dito, na ocasião da inclusãodo país na lista, que O país teriaum sistema financeiro “sério”.

Uruguai deixa listanegra de paraíso fiscal

INÊS RABELO

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GAZETA MERCANTIL | Segunda-feira, 6 de abril de 2009 | A13Comente estas reportagens no site gzm.com.br

INTERNACIONAL O Brasil será parte importante na nova ordem global

MERCADOS EMERGENTES

Rivadavia Severo*

Lula é mesmo o caracomo diz Obama?

O leitor é daqueles que nãoengole o sapo barbudo ou achaque estamos diante da deidademais importante da história re-publicana?

O presidente Lula está sur-fando na onda da popularida-de ou vai se afogar na “maro-linha” da crise financeira inter-nacional. Se gostamos ou nãodo homem, pouco importa, o fa-to é que o mundo está mudan-do e o Brasil será parte impor-tante na nova ordem global.

A decisão do G20 (grupo dasprincipais economias desenvolvi-das e emergentes do planeta) deeleger os dirigentes máximos doFundo Monetário Internacional(FMI) e do Banco Mundial(Bird) entre os representantes detodos os países sócios e não so-mente entre os pares norte-ame-ricanos e europeus é um sinal deque estamos diante de uma novaordem mundial.

A sociedade internacionalunipolar dominada pelos Esta-dos Unidos que se instaurou de-pois da derrocada soviética, co-meça a virar pó, como virou omundo bipolar inaugurado em1949, com a Guerra Fria.

Estamos entrando em umaera de governança global multi-polar, como foi o mundo desde oCongresso de Viena de 1815 queredistribuiu o poder mundial de-pois das guerras napoleônicas,até meados do século passado.

Nesse novo mapa, o Brasil en-tra no jogo. Somos a quartamaior população do planeta, oquinto território e a décima econo-

mia. Estamos no time dos grandes.Se a popularidade do presi-

dente está em 84%, 74% ou64%, pouco importa. Aliás, 64já vai longe. Desde lá, passamospelos militares, Sarney, Collor eItamar, até chegarmos a Fernan-do Henrique e Lula. E hoje sur-famos na onda da democracia.

Somos governados por coalizõesde centro-direita, comandada peloPSDB, e de centro-esquerda, dirigi-da pelo PT, que nos colocaram naroda da democracia mundial. E issofaz a diferença.

Os céticos de carteirinha quenão acreditavam que a reunião doG20 pudesse dar em algo terãoque engolir a amarga saliva dadescrença. Os países desenvolvidoseconomicamente que dominam asinstituições de Bretton Woods tive-ram que abrir espaço para osemergentes da Ásia, da África eda América Latina.

É nessa nova ordem mundial,que começou a ser desenhada emLondres, que o futuro presidente daRepública vai pilotar o País. Nãoimporta se vai ser o Serra, a Dilmaou o Aécio. Um deles estará à fren-te de um país que vai jogar na pri-meira divisão mundial. Já não te-mos o complexo de vira-lata comotão bem nos retratou Nelson Rodri-gues. Se Lula é o cara ou não, comodisse o presidente dos EUA, BarackObama, se você o adora ou não oengole, pouco importa. Agora oBrasil entrou no jogo. E temos quesaber o que fazer com a bola.

*Coordenador da sucursal deBrasília da Gazeta Mercantil

NOVO SOCIALISMO

Com sede em Teerã,instituição serviráaos planos socialistasdos dois governos

REUTERS E AFPTEERÃ E CARACAS

O Irã e a Venezuela abriram umbanco conjunto na sexta-feira paradesenvolver projetos econômicos,anunciou a televisão estatal irania-na. Com sede em Teerã, o banco Irã-Venezuela, inaugurado pelos presi-dentes Mahmoud Ahmadinejad eHugo Chávez, em visita a Teerã,tem capital inicial de US$ 200 mi-lhões, metade de cada país. “O ca-pital será aumentado para US$ 1,2bilhão, com meta de apoiar projetoseconômicos, industriais e de extra-ção mineral conjuntos, além de ace-lerar os projetos que já estão emcurso”, disse a televisão estatal.

Chávez, que chegou a Teerã nasemana passada em visita oficial,acusa os EUA e a Grã-Bretanha deserem os “maiores culpados” pelacrise econômica internacional, de-vido ao modelo financeiro que im-puseram. “Os valores do capitalis-mo estão em crise, e o capitalismoprecisa acabar”, disse Chávez na ce-rimônia de abertura do banco, deacordo com a TV. Para o presidenteiraniano, “o que ocorreu hoje re-presenta a forte disposição de cons-truir um novo mundo.”

“Precisamos empreender um ca-minho de transição para um novomodelo que chamamos de socialis-mo,” acrescentou Chávez e Ahma-dinejad, ambos ex-oficiais militaresconhecidos por seu discurso antia-mericano, vêm fortalecendo os la-ços econômicos e políticos entreseus países. Esta é a sétima viagemque Chávez faz ao Irã desde a elei-ção de Ahmadinejad, em 2005.

Chávez criticou a cúpula do G20em Londres, dizendo que o FundoMonetário Internacional (FMI) pre-

cisa ser eliminado, informou aagência oficial de notícias IRNA.“Irã e Venezuela devem ser o mo-delo de um tipo de relacionamentofraterno e construtivo para outrospaíses no mundo”, teria dito Ahma-dinejad, segundo a TV estatal.

A mídia iraniana divulgou ain-da que Irã e Venezuela assinarãoum memorando para construirduas refinarias de óleo, uma em ca-da país. Quarto maior exportadormundial, o Irã não tem capacidadede refino para produzir gasolinasuficiente para consumo interno.

Chávez x ObamaChávez disse que espera “zerar”

as relações com os Estados Unidoseste mês na Cúpula das Américas,depois de quase uma década de ten-sões entre Caracas e Washington. Olíder venezuelano vem há mesesoferecendo sinais ambíguos sobre a

Venezuela e Irã criam banco

CASA PRÓPRIA

Programa da ONU contrafavelas inclui a ArgentinaREUTERSNAIROBI

Um programa da ONU parainterromper o ciclo de pobrezaoferecerá pequenos empréstimospara aquisição da casa própria amoradores de favelas em seis paí-ses, após acordos firmados na se-mana passada .

O projeto foi lançado duranteum encontro em Nairobi, quan-do a agência de habitação daONU informou que instituiçõesfinanceiras na Argentina, Ban-gladesh, Quênia, Nepal, Tanzâ-nia e Uganda receberiam em-préstimos com a finalidade defornecer uma moradia às pes-soas que vivem em favelas.

Origem dos recursosCom recursos da Espanha,

Reino de Bahrain (estado inde-pendente situado na região doGolfo Pérsico) e Fundação Ro-ckefeller o projeto ExperimentalReimbursable Seeding Opera-tions emprestará dinheiro parabancos locais que será repassadopara habitantes pobres de cen-tros urbanos.

“Este projeto foi pensado pa-ra ajudar os pobres”, afirmou ajornalistas Anna Tibaijuka, che-fe da agência. “A agência de ha-bitação da ONU está estabele-cendo uma parceria com bancospara impedir que as pessoascaíam na pobreza.”

Ela disse que o esquema con-cederia empréstimos a juros bai-xos em moedas locais para pro-teger contra a exposição ao câm-bio estrangeiro.

Chávez e Ahmadinejad em Teerã, em frente ao banco que financiará “a construção de um novo mundo”

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Novas moradias serão cons-truídas em oito favelas no Nepaldentro do projeto, o que se espe-ra que ajude pelo menos 6,7 milpessoas naquele local.

O primeiro passo“Se pudermos ajudar as pes-

soas a dar o primeiro passo, vãocompletar o processo por si mes-mas”, disse o porta-voz da Habitat

for Humanity do Nepal, ArunaPaul Simittrarachchi.

O programa das Nações Uni-das tem um orçamento total deUS$ 5 milhões dos quais US$ 3,6milhões estão disponíveis paraserem emprestados a nações emdesenvolvimentos com U$ 1,4milhão para a administração,quadro de funcionários e hono-rários advocatícios.

MIRAFLORES PALACE/REUTERS

chegada de Barack Obama à presi-dência dos EUA, algumas vezes elo-giando seu governo enquanto emoutras faz pouco caso dele. “Espera-

mos que a cúpula em Trinidad eTobago sirva para zerar as relaçõesentre os EUA e a Venezuela. Querousar o botão reset”, disse Chávez.

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GAZETA MERCANTIL | Segunda-feira, 6 de abril de 2009 | A15Comente estas reportagens no site gzm.com.br

INTERNACIONAL “Ninguém ganha dinheiro numa recessão e ninguém gosta disso”, diz S. Garelli

PANORAMA GLOBAL

Stéphane Garelli*

Pode ser a hora deconsultar o Plano B

Em janeiro de 2009, já eraoficial: a recessão está aqui. De-pois do “estamos, não estamos”dos seis meses anteriores, o la-do positivo é que agora qual-quer dúvida se dissipou, é horade arriscar prever o futuro pa-ra que possam ser feitos planosde contingência.

Quanto tempo nos levará parasairmos disso e em que tipo demundo vamos entrar do outro la-do da recessão? Quais serão aspropostas de Obama? Que in-fluência temos no que ocorre naeconomia americana? As empre-sas colocarão mais ênfase nosmercados asiáticos? A China e aÍndia serão as salvadoras dosmercados emergentes? Qual seráo desempenho das moedas nospróximos seis a doze meses?

Essas são só algumas dasquestões que reverberam pelomundo atualmente — e as úni-cas respostas certas são que nin-guém ganha dinheiro numa re-cessão e ninguém gosta disso,ambas das quais criaram mui-ta motivação geral para encon-trar uma solução.

Estrada para recuperaçãoO verdadeiro sinal para saber

se saímos ou não do buraco negrovirá dos sinais da recuperaçãoeconômica americana. Não se po-de esperar que ninguém, no en-tanto, nem mesmo Obama, façamilagres. Ele herdou um déficit or-

Outra consequência da presentecrise tem sido o aumento do poderdos políticos. Isso produziu conside-rável inquietação, particularmentenos EUA e é provável que gere altasúbita de regulamentos.

Como as crises são por definiçãoacompanhadas por uma atitude deprocurar o culpado, elas sem dúvi-da chegam com um risco pronun-ciado de capacidade excessiva dedestruição. No esquema mais am-plo, no entanto, na sequência dopresente desastre, o aumento da re-gulamentação e da governança cor-porativa no setor bancário contarácom o apoio da opinião pública.

Teste de realidade — nem todosestão quebrados

Cautela no futuroMuitas empresas estão enca-

rando o futuro com cautela, mascom um grau de otimismo queaparece nos planos A e B dos orça-mentos para 2009 — nos quais oPlano A incorpora cortes de gas-tos e nenhum aumento salarialaté meados de 2009, quando se asituação não melhorar, o Plano B(alta do desemprego e cortes sala-riais) será executado. Qualquerque seja a situação — todos de-vem ter o Plano B nos bolsos detrás pronto para ser implementa-do se a situação não for de tendên-cia de alta em meados do anos.

Ao contrário ao que se possapensar de modo sensato, ainda hámuitas empresas em boa forma. O

que é absolutamente cru-cial agora é que o fluxode capital do setor ban-cário para as empresascontinue no curso — es-pecialmente para as em-presas médias e peque-nas — que podem soço-brar sem os fluxosfinanceiros garantidos.

Luz no fim do túnelÀs vezes, a recessão produz ele-

mentos positivos. As pessoas rein-ventam a si mesmas e os meios deprodução. Surgem idéias audaciosase o admirável novo mundo que vi-rá depois do buraco negro provavel-mente apresentará uma série de no-vas oportunidades de emprego. Amotivação para fazer os consumido-res consumirem e as empresas in-vestirem será a nova tecnologia.Parte dessa nova tecnologia é for-mada por tecnologia limpa e, por-tanto, de meio ambiente limpo.

A segunda grande oportunidadenum mundo onde as pessoas se apo-sentam aos 65 anos e depois vivemmais 30 anos, será qualquer coisa re-lacionada ao envelhecimento — se-jam atividades, produtos, investimen-tos ou dietas. A terceira está relacio-nada a desenvolver um modelo denegócios para os países mais pobres.As pessoas que passam a fazer parteda economia mundial quase inevita-velmente não podem comprar umcomputador pessoal de US$ 3 mil enecessitam de uma opção de US$100 — algo como a Tata está fazen-do com os carros na Índia.

Diversos fatores são importantespara se continuar em atividade. Oprimeiro é assegurar que os orça-mentos para este ano sejam sólidoscomo rocha. O segundo é que o in-vestimento continue sendo feito ju-diciosamente, e o terceiro que osrelacionamentos com os clientes se-jam mantidos. E quando os pedi-dos começarem a crescer, quandoos contratos de terceirização foremassinados, quando os níveis de es-toque diminuírem, haverá luz no fi-nal do túnel.

*Diretor do Centro de

Competitividade Mundial do IMD.

Quanto tempo levaremos

para sairmos disso e em

que tipo de mundo

vamos entrar do outro

lado da recessão?

çamentário para este ano de US1,2 trilhão — ou 8% do ProdutoInterno Bruto (PIB). A dívida na-cional é de mais de dez trilhões dedólares, e cresce em US$ 3,2 bi-lhões por dia. As necessidades decaptação de recursos dos EUA nopróximo ano serão de US$ 2 tri-lhões — um cenário nada alegre.

O dólar sofreu sucessivos gol-pes, a libra cambaleia, mas oeuro, por outro lado, é aindauma história de sucesso comuma série de países, como a Sué-cia, a Dinamarca, os países bál-ticos e a Islândia pensando emse juntar ao grupo.

Enquanto os planos de ajudafinanceira são usados como bi-lhetes de loteria, o sucesso ou ofracasso de qualquer plano derecuperação nos EUA e na Euro-pa dependerá de saber se as pes-soas vão receber as doações eeconomizar ou se vão promoveruma farra de compras que podereativar a economia. Na Europae nos EUA, sociedades “que têmtudo”, o estímulo para gastar sópode surgir com o advento dainovação tecnológica “preciso terisso”. As economias em desenvol-vimento, como a China e a Ín-dia, por outro lado, têm sorte deter uma classe média nova etrabalhadora que está ansiosapara comprar.

A diferença na mentalidade deconsumidor produziu uma grandemudança na ênfase empresarialpara a Ásia e os países emergen-tes, com US$ 6 trilhões em reser-vas cambiais permanecendo exa-tamente onde estão em vez de se-rem repatriados para empresasfinanceiras ou bancos nos comba-lidos países do Ocidente.

HSBC VENDE AÇÕESO HSBC, maior banco da Europa, le-vantou cerca de US$ 17,7 bilhõescom a venda de 97% de suas novasações com direito preferencial desubscrição (quando os acionistastêm preferência de compra a umvalor reduzido), maior oferta destetipo já realizada na história do Rei-

no Unido. O banco vendeu cada tí-tulo por 254 centavos de libra es-terlina, preço 41% abaixo do valorde fechamento registrado no dia 3de abril em Londres. Este dinheiroservirá para ampliar seu capital efinanciar aquisições, seguindo a es-tratégia da instituição para a ex-pansão em mercados emergentes.

ARMAS NUCLEARES

Reunião do Conselhode Segurança da ONUencerrou ontem semsolução para o caso

BLOOMBERG NEWS, REUTERS EAFPPRAGA, TÓQUIO, SEUL E NOVA YORK

O presidente dos Estados Uni-dos, Barack Obama, prometeu on-tem defender o fim das armas nu-cleares em todo o mundo, horasdepois da Coreia do Norte ter lan-çado um foguete em direção ao Ja-pão, o que provocou protestos in-ternacionais e levou o Conselho deSegurança das Nações Unidas amarcar uma reunião de emergên-cia no próprio domingo.

“Como fomos a única potêncianuclear a fazer uso de uma bom-ba atômica, os Estados Unidostêm a responsabilidade moral deagir”, afirmou Obama diante deuma multidão na praça Hradcanyem Praga, capital da RepúblicaCheca. “Nós não conseguiremoslevar este objetivo adiante sozi-nhos, mas podemos liderar os es-

forços neste sentido”, completou.Para os Estados Unidos, os nor-

te-coreanos testaram o míssil Tae-podong-2, ato qualificado pelopresidente americano de “umaclara violação da resolução 1718do Conselho de Segurança, queproíbe expressamente a Coreia doNorte de realizar atividades rela-cionadas a mísseis balísticos”. Amídia oficial do regime comunis-ta norte-coreano afirmou que umsatélite havia sido colocado emórbita após o lançamento do fo-guete, às 11h30 de ontem (horá-rio local; 23h30 de sábado pelohorário de Brasília) e que ele cir-culou o planeta transmitindomúsicas revolucionárias. No en-tanto, os Estados Unidos e a Co-réia do Sul disseram que nada ha-via entrado em órbita e que a pri-meira fase do míssil teria caídono Mar do Japão e o restante, nooceano Pacífico, sem atingir o ter-ritório japonês.

Ontem, o fim de três horas dediscussões a portas fechadas, oConselho de Segurança das Na-ções Unidas concluiu a reunião

sem chegar a um acordo sobreum texto condenando o lança-mento de um míssil, mas deci-diu prosseguir com as negocia-ções, segundo fontes diplomáti-cas. “Os membros do Conselhode Segurança concordaram emprosseguir com as consultas so-bre que ações tomar”, disse o

embaixadord o M é x i c o ,Claude Hel-ler, que presi-de o órgão nomês de abril.

A represen-tante america-na na ONU,Susan Rice, dis-

se que o encontro era uma oportu-nidade para se obter um acordo so-bre uma “forte ação coletiva” pararesponder ao disparo do míssil, queEUA, Japão e União Européia con-sideraram um “ato de provocação”.Antes da reunião, a França tambémreprovou “fortemente” o disparo eseu embaixador na ONU, JeanMaurice Ripert, disse esperar doConselho uma condenação unâni-

me a “esta provocação e violação dalei internacional”.

A resolução 1718, adotadaem outubro de 2006, após os dis-paros de mísseis no dia 5 de ju-lho e do teste nuclear realizadoem 9 de outubro do mesmo ano,exigia o fim das provas nuclea-res e dos tiros de mísseis balís-ticos, e proibia o fornecimentode material ligado a estes pro-gramas e a outras armas.

Em Praga, Obama classificou odisparo de “provocação” e disse queeste “é o momento de dar uma res-posta internacional forte”. “A Co-reia do Norte deve saber que o ca-minho da segurança e do respeitonunca será percorrido por meio deameaças e armas ilegais”, afirmou.Obama se comprometeu a reduziro arsenal norte-americano imple-mentando o tratado contra testes ebuscando penalidades duras paraos países que quebrarem as regrasda não-proliferação. “Os EstadosUnidos vão dar passos concretosem direção a um mundo sem ar-mas nucleares”, afirmou ele paraum público de 20 mil pessoas.

Obama diz em Praga que míssilnorte-coreano foi uma provocação

DE 2006, AR E S O LU Ç Ã O

1.718exigia o fim dasprovas nuclearese tiros de mísseis

RECESSÃO

Desemprego é o mais elevadoem 25 anos nos Estados Unidos

um total de cerca de 5,1 milhões depostos de trabalho desde o início darecessão, sua maior queda do pós-guerra. Segundo a mediana dos eco-nomistas ouvidos pela BloombergNews, o número de vagas fechadasalcançaria 660 mil em março. Asprojeções da taxa de desempregovariaram de 8,2% a 8,7%.

“A esperança e as expectativassão de que as coisas fiquem umpouco menos tenebrosas no segun-do trimestre, quando os vários es-forços de incentivo forem absorvi-dos” pela economia, disse EthanHarris, co-diretor de pesquisa eco-nômica para os EUA do BarclaysCapital. de Nova York, que já traba-lhou no Federal Reserve (Fed).

BLOOMBERG NEWSWA S H I N G T O N

A taxa de desemprego dos Esta-dos Unidos saltou em março paraseu patamar mais elevado desde1983, uma vez que a economia fe-chou 663 mil postos de trabalho,ameaçando manter a restrição dosgastos por meses e retardar qual-quer recuperação possível. A taxade desemprego dos Estados Unidosaumentou de 8,1% em fevereiro pa-ra 8,5% em março, segundo revelourelatório divulgado pelo Departa-mento do Trabalho em Washing-ton. As cifras coincidiram com asprevisões de 80 economistas con-sultados pela Bloomberg.

As empresas do país fecharam

A crise do mercado de trabalhodificultará a tarefa do presidentedos EUA, Barack Obama, de cum-prir sua promessa de salvar oucriar 3,5 milhões de empregos. Ovice-presidente do Fed, DonaldKohn, disse na sexta-feira que tantoo governo Obama quanto o BCamericano precisam continuar“flexíveis e abertos” à possibilidadede adotar novas medidas para pôrfim ao que tende a se tornar a re-cessão mais longa desde a GrandeDepressão, iniciada em 1929.

Os fechamentos de vagas se dis-seminaram da indústria ao setorde serviços. As correções excluí-ram 86 mil pessoas das folhas depagamento em janeiro, enquanto a

queda do número de vagas de fe-vereiro, de 651 mil trabalhadores,não foi corrigida. A última vez emque o índice de desemprego ficouem 8,5% foi em novembro de1983, quando a economia america-na se recuperava da recessão de 81-82 que empurrou a taxa de deso-cupação para quase 11%.

O relatório de sexta-feira mos-trou que os quadros de funcionáriosdas fábricas caíram em 161 mil pes-soas, depois de eliminar 169 mil nomês anterior. A queda incluiu a per-da de 17,5 mil postos de trabalho naindústria automobilística e de auto-peças. A retração poderá se intensi-ficar se a General Motors Corp. forobrigada a pedir concordata.

REGISTRO

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INTERNACIONAL Perdas nas bolsas levam proprietários a vender imóvel em várias partes

CRISE

Venda de imóveis aospedaços é a saída parareduzir despesas comoa hipoteca e o seguro

Americanos compartilham casas de veraneio

AMY GUNDERSONTHE NEW YORK TIMESNOVA YORK

Com a economia em turbulên-cia e o boom imobiliário tornan-do-se uma vaga lembrança, algu-mas pessoas agora esperam ven-der suas casas de férias.

Bem, pelo menos partes dela.A propriedade compartilha-

da — um conceito que ganhoupopularidade durante o auge domercado imobiliário quandoempresas como a Ritz-Carlton ea Fairmont ofereceram aos com-pradores uma opção que era umavanço da multipropriedade —chegou para os proprietário in-dividuais de imóveis.

Não é novidade associar-secom um amigo para compraruma casa na praia ou uma ca-bana num resort de esqui, na-turalmente, mas esses proprie-tários estão tentando reduzir ocusto dos pagamentos de hipo-tecas, seguros, impostos e ma-nutenção, enquanto exploramo valor líquido da casa venden-do participações múltiplas napropriedade.

Os vendedores podem sermotivados por diversos fatores,disse Paula Gold-Nocella, corre-tora e fundadora da GlobalQuarters, que se dedica ao mar-keting e venda de propriedadescompartilhadas.

“Eles querem manter a pro-priedade e ter acesso ao valor lí-quido, mas o refinanciamentopode não ser uma opção”, eladisse. “Alguns gostariam de re-duzir a dívida. Muitas vezes elesnão usam tanto a casa comopensam, então por que não terparte do dinheiro de volta paraseus bolsos?”

Quando adotam o modelo depropriedade compartilhada, osproprietários tiram uma páginadas empresas de hospitalidade,que venderam participações nascasas com acessórios de luxo, se-manas múltiplas de uso e — di-ferentemente de algumas multi-propriedades — escrituras.

Em Hermano Beach, Flórida,Jason Felts tem sua casa de qua-tro dormitórios de frente paraum campo de golfe, completacom uma rampa para barcos, àvenda no mercado por US$ 849mil, para a propriedade integral,ou por quase US$ 150 mil cadauma das sete frações. Ele preferevendê-la como uma propriedadecompartilhada, disse.

“Num mundo perfeito, ven-deríamos seis frações e mante-ríamos uma”, disse Felts, quepossui a casa desde 2005 e aa n u n c i a n o s e u w e b s i t e ,www.gulfowner.com. “Nós gos-tamos de ir para a casa e adora-

ríamos ficar com ela, mas nessaeconomia é difícil justificar isso.Nós gostaríamos de ganhar al-gum dinheiro da casa.”

Mesmo os proprietários quenão estão financeiramente aper-tados pensam em fazer vendas defrações como opção.

“Eles estão mais interessadosno custo de vida”, disse AndySirkin, um advogado que divideseu tempo entre São Francisco eParis, e presta consultoria sobreestruturação do imóvel parapropriedade compartilhada pormeio de sua consultora, a SirkinPaul Associates. “Eles podemexaminar o orçamento e pensa-rem: ‘Temos de cortar em algu-ma parte’. Isso pode ser relativa-mente indolor.”

No verão de 2007, Daljit S.Hundal, que mora no norte deVirginia, comprou uma casa dequatro dormitórios completacom quarto de caseiro, a 365 me-tros acima do Oceano Pacíficoem Dominical, na Costa Rica.Sua intenção era visitar a pro-priedade de seis hectares, adja-cente a uma reserva de vida na-tural, seis ou sete vezes por ano,oferecê-la para a família e osamigos passarem férias, e even-tualmente mudar para o país.

Agora Hundal, depois de con-cluir que não usa tanto a casacomo originalmente pretendia,pensa em vender uma participa-ção de 49% na propriedade, di-vidida em três frações, paracompartilhar o uso e o custo depropriedade da casa entre umpequeno grupo de estranhos.

“Certamente os tempos muda-ram”, disse Hundal, observandoque seu credor hipotecário naCosta Rica não oferece uma linhade crédito imobiliário pela casa.

“Se eu não tivesse perdidotanto dinheiro na Bolsa, não aestaria oferecendo para proprie-dade compartilhada. Eu só con-vidaria a família e os amigos pa-ra pegarem um avião e se hos-pedarem nela.”

Dificuldades A preparação para vender a

fração de uma casa não é tão fá-cil quanto colocar a casa inteirano mercado para venda integral.Por um motivo, pode ser difícilobter o seguro de um fornecedorexistente, então os vendedorespode ter de procurar uma novaapólice. Há também leis muni-cipais, estaduais e, no caso depaíses estrangeiros, nacionaispara cumprir quando se fracio-na uma propriedade para venda.As regras de associação de pro-prietários podem afetar a venda,enquanto as leis estaduais quecobrem as multipropriedadespodem exigir que um proprietá-rio registre com o estado e inclu-sive submeta toda a propagandapela propriedade para aprova-ção. Como resultado, um pro-prietário provavelmente vai

procurar evitar as regras de mul-tipropriedade limitando o nú-mero de frações.

Em Big Island, no Havaí, BrianCameron dividiu sua casa de fériasem Kona em frações de um sextoque inclui um mínimo de 60 diasde uso para evitar cair nas regrasde multipropriedade do estado.“Temos de comprar tempos dedois meses, mas na realidade va-mos tentar juntar um grupo quepode trocar semanas entreele”, disse Cameron,que pretende reteruma fração da ca-sa, que ele possuihá dez anos.

Além do de-sejo de extrair li-quidez da casa, queestá anunciada no en-dereço www.newwestpro-pertiesllc.com, há um fatoremocional por trás da opção pelapropriedade compartilhada, eledisse. “Por mais que cogitamosvender a propriedade inteira, é di-fícil partir com tantas memóriasboas”, disse Cameron, apesar dofato de que nos últimos anos suafamília fez cada vez menos via-gens para o Havaí da casa delesem Santa Rosa, na Califórnia. “Nósamamos a casa e queremos passartemporadas nela.”

Utilizando os serviços deconsultoria de Sirkin, Came-ron preparou a casa para servendida em frações com preçosde US$ 325 mil a US$ 50 mil.

Ele agora tem um documen-to de 55 páginas que cobre de-talhes básicos como serviçosde limpeza e quando trocar osofá por outro até questões

Em algumas áreas, os vende-dores de frações estão competin-do contra desenvolvimentosmaiores de propriedades com-partilhadas. Bruce Chadbourneconstruiu uma casa de três dor-mitórios, com uma casa de hós-pedes de um dormitório, em Ca-listoga, na Califórnia, no extre-mo norte de Napa Valley. O

imóvel está no mercado em fra-ções de 25% que garantem

três meses de uso porano. A casa, que

t a m b é m e s t ádisponível parapropriedade in-tegral , é tam-bém anunciadano website deseu agente imo-b i l i á r i o ,w w w. h o m e s b y -jacqueline.com.

As frações, aUS$ 675 mil, são

mais caras do que asações de um décimo das

casas compartilhadas do vi-zinho Calistoga Ranch, um re-

sort de luxo, mas as frações deChadbourne incluem mais uso ga-rantido. Chadbourne admite quenão pode oferecer todos os acessó-rios do resort, naturalmente, masele pode oferecer aos compradores

confortos similares. “Não tenhoum restaurante”, ele disse, “masposso oferecer serviço de chef e ar-ranjar degustações de vinho”.

Os proprietários de fraçõesem casas individuais insistemque uma participação partilha-da pode ser ideal para a pro-priedade de longo prazo. Ed eGinger Booker, de Greensboro,na Carolina do Norte, possuemparte de uma casa veraneio emFort Fisher, de Kure Beach, naCarolina do Norte, há duas dé-cadas. “Construímos uma casade frente para o oceano em1988 e a chamamos de cota departicipação do capital”, disseBooker. “Trouxemos a família eamigos para comprar frações”.Booker detém duas frações de1/13 da casa, enquanto sua es-posa é proprietária de uma fra-ção de 1/13 do imóvel.

Com o passar dos anos, o usoda casa tem sido regido pelas re-gras compiladas por Brooker. “Euredigi um manual operacionalque oferece, em excruciantes de-talhes, todas as regras e mesmo osdetalhes sobre a cor das fibras dotapete”, disse Booker. “É a bíblia,de certa forma.”

Agora os Booker vendem suastrês frações por US$ 154,9 no sitewww.beachfractional.net.

Modelo de venda fracionada se espalha pelo globoKEVIN BRASS/THE NEW YORK TIMESNOVA YORK

Não há mistério porque a empresa de desenvol-vimento imobiliário espanhola Taylor Woodrow es-tá oferecendo propriedades compartilhadas depoisde anos evitando esses planos. Mais de um milhãode casas novas permanecem vazias e não vendidasna Espanha, conforme estimativas do setor.

“Todos têm de estudar as alternativas”, disse Ri-chard Jackson, gerente regional de vendas da in-corporadora espanhola.

Embora comum nos Estados Unidos, as vendasde frações são uma raridade no restante do mundo.Mas tem havido uma série de atividades relaciona-das a programas de propriedades compartilhadasnos últimos meses, já que o declínio imobiliárioglobal tem forçado as incorporadoras a procurar no-vas formas de vender casas de veraneio.

A Oceanico Group, da Irlanda, a David LloydResorts, da Grã-Bretanha, o GrupoPinar, na Espa-nha, o Zorgvliet Group, na África do Sul, e a Ver-tuz Development, na Tailândia, são algumas dasincorporadoras que preparam programas de pro-priedades compartilhadas.

A Taylor Woodrow começará a oferecer fra-ções em 16 resorts na Espanha nos próximos me-ses, informou Jackson. “Se uma pessoa tem umapartamento avaliado em ¥ 250 mil, é mais pro-vável encontrar, nesse clima, quatro comprado-res com 25% desse valor do que um com ¥ 250mil”, acrescentou.

Alguns executivos do setor disseram que os

consumidores estavam prontos a aceitar a proprie-dade compartilhada como alternativa para a pro-priedade plena de uma casa de veraneio. “Dentrode 10 anos, o mercado de propriedades comparti-lhadas será maior na Europa do que nos EUA”, dis-se Peter Kempf, presidente das operações europeiasda DCP Internacional, uma consultora com sedeem Illinois que vende clubes residenciais privados.

A britânica Fractional Ownership Consultancy,com sede em Guernsey, em Channel Islands, noCannal da Mancha, prevê adicionar projetos nopróximo ano no Egito, Marrocos, Cabo Verde eBrasil, disse o presidente da Fractional, Les Milton.“A realidade é que o mercado de propriedade naEuropa é horrível”, disse Milton, “E as incorpora-doras têm de procurar uma opção de venda emvez de só vender a propriedade integral.”

Fora da América do Norte, as vendas de pro-priedades compartilhadas têm sido lentas nos últi-mos anos, em parte porque as reclamações de pu-blicidade enganosa em projetos de multiproprieda-de deixaram os consumidores e construtoresdesconfiados da propriedade compartilhada, dizemexecutivos do setor.

Os planos variam, mas os compradores de mul-tipropriedades normalmente compram só o uso deuma unidade por um período de tempo enquantoas propriedades compartilhadas oferecem uma fra-ção de propriedade, incluindo de lucro ou perda sea unidade for algum dia vendida. Os donos de pro-priedades compartilhadas também normalmentedividem os custos de manutenção.

Ed e Ginger Booker, de Greensboro, Carolina do Norte dividem propriedade com amigos e familiares

Jason Felts colocou a casa em Hermano Beach, na Flórida, à venda por US$ 849 mil ou quase US$ 150 mil cada uma das sete frações

m a i o r e scomo a cons-tituição de umfundo de reserva eregras sobre como os proprie-tários podem vender suas fra-ções. Além disso, ele optou poroferecer financiamento para oscompradores.

CHIP LITHERLAND/THE NEW YORK TIMES

BROWNIE HARRIS/THE NEW YORK TIMES