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ATA DA REUNIÃO CONJUNTA DA CÂMARA SETORIAL DE FRUTAS E DE HORTALIÇAS, CEBOLA E ALHO

Esta ata não contém anexos.

Data: 12 de novembro de 2009 - 09h00

Local: Fazenda Ituaú Estrada Velha, km 7 - Salto/Capivari - SP Tel. (11) 4027 -

9045/4027 - 9018

Presentes: Cyro Cury Abumussi - Proprietário da Fazenda Ituaú; Maurício S.

Tachibana - Presidente da Câmara Setorial de Hortaliça, Cebola e Alho; Nelson Pedro Staudt - IEA/CODEAGRO; Ana Flávia Mangeti Metzner - CODEAGRO; Adão Marin - CODEAGRO; Marcus Vinicius Salomon - CATI; Ossir Goremstein - CEAGESP/CQH; Renato Augusto Abdo - Sindicato Rural de Mogi das Cruzes; Carlos Schmidt - APHORTESP; Eduardo Fukano - Sindicato Rural de Piedade/FAESP; René de Paula Posso - Banco Nossa Caixa; Jorge S. Horita - Produtor; Márcio Nascimento - ABCSEM; Paulo Ossamu Yaegashi - Sindicato Rural de Ibiúna; Massami Yoshizumi - CAISP; Arnaldo Prado Leite Jr. - Prefeitura de Ibiúna; Henrique Fiorese - Vivecitrus; Antônio Custódio C. Neto - Sindicato Rural de Ibiúna; Cláudio A. Markumas - CAISP; Teruyuki Hozono - AFIR; Luiz Antônio Marcello - Sindicato Rural de Sorocaba; Sabrina Tinoco - ABCSEM; Ricardo S. Tsuchiya - Sindicato Rural de Suzano; Milene Massaro - Secretaria de Agricultura; Hélio T. Fujikawa - Sindicato Rural de Ibiúna; Heloisa Helena Favara - SAI/SEBRAE; Jorge Okawabata - CAISP; Paschoal Ciprelo - Produtor; José Francisco Tristão - CDA; José Ricardo Teixeira - Presidente do Sindicato Rural de Salto.

Tópicos Discutidos:

1 - Abertura: O Sr. Nelson Pedro Staudt fez a abertura da reunião e comentou sobre o interesse manifestado pela Câmara Setorial de Frutas e de Hortaliças, Cebola e Alho em realizar a presente reunião na Fazenda Ituaú, o que se deu após a apresentação do Sr. Cyro Cury Abumussi na “16ª Semana da Alimentação” promovida pela Secretaria de Agricultura. Discorreu ainda sobre as atividades realizadas na fazenda como o turismo rural, que envolve trabalhos educativos em parceria com escolas e a produção comercial, em estufas, de legumes, mini-legumes e mini-frutas. Mencionou também que Sr. Maurício de Sá Ferraz, presidente da Câmara Setorial de Frutas, não pôde comparecer à reunião, razão pela qual o item da pauta Apresentação do Selo Fruta Sustentável do IBRAF não será debatido. Relatou os itens a serem discutidos na reunião: Importância das hortaliças na alimentação saudável; Posição dos membros da Câmara Setorial sobre a cobrança pelo uso da água na agricultura (Proposta para facilitação do processo de outorga da água); Discussão sobre minor crops; Instrução Normativa sobre o Controle Higiênico-Sanitário em Produtos Vegetais, finalizada após a reunião nacional realizada em Brasília entre 26 e 27 de agosto de 2009; Apresentação do Selo Fruta Sustentável do IBRAF; outros assuntos que tratará do convênio entre Ministério da Agricultura e Secretaria de Agricultura para execução das Ações de Apoio relacionadas à Fiscalização da Produção de Sementes e Mudas a Nível Estadual, transferindo a incumbência da fiscalização do governo federal para o estadual, sendo necessário aprovação pela Câmara para que o processo prossiga dentro da Secretária de Agricultura. O Sr. Maurício S. Tachibana agradeceu ao Sr. Cyro Cury Abumussi a cessão da Fazenda Ituaú para a realização da reunião bem como a presença de todos, em especial ao Sr. Ricardo Siqueira, presidente do Sindicato Rural de Salto. Citou a presença dos Sindicatos Rurais de Piedade, Sorocaba, Suzano, Mogi das Cruzes, que fazem parte do “Cinturão

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Verde”, logo representantes do setor de hortaliças, e das entidades ABCSEM, ABH, CEAGESP, CAISP. Comentou a respeito da presença do grupo de produtores de Ibiúna que vieram conhecer o trabalho realizado na Fazenda, por se tratar de produção de hortaliças com qualidade aliada ao turismo rural, o que para o setor de hortaliças é um excelente nicho que deve ser explorado, por se tratar de uma receita adicional aos agricultores. 2 - Importância das Hortaliças na alimentação saudável O Sr. Cyro Cury Abumussi agradeceu a presença de todos na Fazenda Ituaú. Disse representar a segunda geração de sua família na propriedade, que hoje é tratada como uma empresa. Conta com 112 estufas, produz 140 variedades de produtos, entre eles 40 de pimentas, 8 de pimentão, 12 de tomate, 8 de berinjela. Realiza testes de desenvolvimento para empresas de sementes de forma a selecionar novas cultivares, faz testes de produtos fitossanitários e de adubação. Há três anos constatou que crianças, “consumidores do futuro”, estavam muito distantes do consumo de produtos agrícolas saudáveis, tais como frutas e hortaliças, e criou o programa Terra de Gigantes cujo objetivo é despertar hábitos alimentares saudáveis, estimulando a apreciação dos produtos que, na maioria das vezes, são desconhecidos. Complementou dizendo ser necessário que as famílias também adquiram hábitos de alimentação saudáveis, incluindo frutas e hortaliças na cesta básica.garantindo saúde para as mesmas e mercado para o produtor rural. Muitas escolas adotaram esse tema nas atividades ministradas, mostrando a importância do consumo de produtos saudáveis na saúde das crianças, se tornando parceiros estruturados da Fazenda. Além disso, levantou a importância da mídia neste contexto, o que é de extrema relevância ao estímulo do consumo de produtos agrícolas saudáveis por toda a família. Explicou que todo o projeto do turismo com as crianças é pedagógico, sendo passada para as mesmas noções da natureza, agricultura, características das plantas cultivadas, o que não faz parte da gama de conhecimentos das crianças. Disse que a opção pela atividade de turismo pedagógico foi também devido ao baixo risco da atividade, pois somente há a contratação de mão-de-obra especializada se houver a visita do grupo de crianças, estando o custo da mesma embutida no pacote pago pela visita. O mesmo não ocorre com a produção agrícola, onde os riscos são extremamente elevados. Descreveu a sequência da visita que tem início com a roda do conhecimento, onde as crianças visualizam, tocam e cheiram hortaliças e frutas. Após, elas percorrem as estufas, semeiam, plantam e colhem. Em seguida vão para a cozinha, onde colorem os pratos utilizando as hortaliças, consumindo-as após. Comentou, também, sobre o minor crops, são poucos os produtos registrados permitidos para as hortaliças, fazendo com que o produtor tenha ferramentas restritas para o cultivo. Perguntou por que alguns princípios ativos são permitidos em outros países e não aqui no Brasil. Indagou por que não registrar por famílias de plantas e que será necessário se fazer um ajuste rápido desta situação de forma a oferecer um produto saudável para toda a população. Comentou sobre a utilização da água na agricultura, concluindo ser o mais adequado o exemplo de irrigação por gotejo, o que pode economizar até 90% da água a ser utilizada durante o dia, havendo necessidade em se tratar de modo diferenciado quem economiza água e quem não o faz, uma vez que a água é um bem finito. O Sr. Márcio Nascimento disse que será entregue pelo grupo de trabalho da Câmara de Hortaliça do MAPA propostas de estímulo ao consumo de hortaliças. As mesmas serão julgadas pelo Ministério e algumas eleitas para divulgação pelo próprio Ministério, sendo o público alvo das propostas o infanto-juvenil bem como as donas de casa. O Sr. Cyro Cury Abumussi comentou ter participado do 5º Congresso Pan-americano de Incentivo ao Consumo de Frutas e Hortaliças para a Promoção da Saúde e relatou que muito se falou sobre os produtos orgânicos e os seus preços elevados. Fez menção à produção tradicional onde estratégias eficientes de comercialização devem ser adotadas para que se atinjam resultados financeiros satisfatórios na atividade agrícola. Para complementar, o Sr. Márcio Nascimento disse que as hortaliças não devem ser consideradas como fonte de caloria, o que as tornará mais caras ao consumidor, e o Sr. Cyro Cury Abumussi concordou e relatou que as hortaliças representam fontes de

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nutrientes que condicionam o equilíbrio do nosso organismo. O Sr. René de Paula Posso questionou, então, os restaurantes self-service que vendem hortaliças pelo mesmo valor do kg dos demais alimentos, fato este que desestimula o consumo. Relatou a necessidade da diferenciação dos preços. Disse ser necessário que se mude o padrão de comercialização, de forma a se garantir o consumo de um número amplo de consumidores. O Sr. Nelson Pedro Staudt perguntou se a Fazenda Ituaú produz orgânicos e o Sr. Cyro Cury Abumussi disse que não, mas sim que produz produtos ecologicamente corretos. Comentou utilizar o máximo de produtos naturais e o mínimo de químicos. Fez menção à necessidade em se esclarecer que os produtos orgânicos também apresentam contaminações e devem ser utilizados levando-se em conta os meus cuidados despendidos para um produto não orgânico. O Sr. José Francisco Tristão comentou que, nos dias de hoje, os agrotóxicos são oriundos de moléculas modernas. Os laboratórios investem muito capital para conhecer quais serão os efeitos residuais das mesmas no ambiente, nos alimentos e no homem. Disse não defender o orgânico, o natural ou o organismo geneticamente modificado, e sim, defende a racionalidade quanto aos mesmos. Quanto ao produto orgânico há de se levar em consideração os insumos utilizados para a produção dos mesmos, como os adubos obtidos pelo processo de compostagem. Se este processo não for executado de forma adequada, podem carrear elementos nocivos ao alimento, como metais pesados, que se acumulam no organismo. Disse que o adequado é o produtor fazer uso de boas práticas agrícolas, independentemente do produto que irá produzir. Nesse cenário a rastreabilidade ganha importância no cenário produtivo. 3 - Posição da Câmara Setorial sobre a cobrança pelo uso da água na agricultura (Proposta para facilitação do processo de outorga da água) O Sr. Maurício S. Tachibana relatou que o objetivo deste item é a formulação de uma proposta, via Câmara Setorial, que facilite o Processo de outorga da água no Estado de São Paulo, encaminhando-a ao Secretário de Agricultura. O grande entrave deste processo no Estado é o custo elevado. Comentou que existem processos de outorga de água mais simples em âmbito federal, o que deve ser adotado também no Estado de São Paulo. O Sr. Eduardo Fukano disse que é correto pagar pelo uso da água, mas não pagar pela recuperação de áreas degradadas ao longo dos anos. Ainda com a palavra disse que a Secretaria da Agricultura precisa manifestar-se a respeito deste assunto. O Sr. Cyro Cury Abumussi mencionou que, como produtor, concorda com o Sr. Eduardo Fukano. Disse que a degradação vinda de décadas mediante um comportamento inadequado, muitas vezes de proprietários anteriores, é designado ao produtor atual, devendo este reverter o problema. Comentou que a preservação é necessária, mas deve-se levar em consideração também a área produtiva, de forma a não comprometê-la. O Sr. Eduardo Fukano comentou que a responsabilidade sobre este assunto foi transferida aos Comitês de Bacia. O Sr. René de Paula Posso disse que, para que se efetive o procedimento da outorga, deve-se considerar exigências mínimas. Sugeriu ao Sr. Nelson Pedro Staudt e ao Sr. Maurício S. Tachibana que verifiquem quais são, para que o processo se torne viável. O Sr. Eduardo Fukano sugeriu que a Câmara Setorial procure por um processo simplificado para o pequeno produtor que gaste o mínimo de água, o que está de acordo com Sr. Maurício S. Tachibana. O Sr. José Francisco Tristão disse que o agronegócio nasce no município, porém, em nenhum momento, há o envolvimento de vereadores nesse setor. É necessário que se

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vincule produtor e vereadores para se firmar um poder representativo constituído dentro do município para que este poder possa representá-lo num órgão maior. O produtor não tem habilidade política, mas deve criá-la através do vínculo com vereadores que são os representantes dos mesmos. O Sr. Renato Augusto Abdo comentou que existe a Lei Federal para a outorga de água, mas no Estado de São Paulo há uma situação peculiar que consiste na densidade populacional, onde o consumo de água é muito diferente do restante do país, o que repercuti num argumento de força para os órgãos ambientais. Citou que no Paraná, o Secretário de Agricultura argumentou com o Governador que a cobrança de água encareceria o custo de produção e o produto iria ficar menos competitivo, o que interfere negativamente no Estado, dependente da produção agrícola. Dessa forma, isentou-se os produtores do pagamento pelo uso da água, o que demonstra maior organização social. Ainda com palavra, disse que o maior problema no Estado de São Paulo não é técnico, pois são muitas as ferramentas de trabalho disponíveis, nem de mercado consumidor, mas sim organizacional e representativo. Há necessidade de articulação política, suprindo os representantes com informações concisas. O Sr. Henrique Fiorese comentou que as Câmaras Setoriais são bastante ouvidas. Disse que o produtor deveria se organizar através das mesmas, o que pode viabilizar contato direto com o Secretário de Agricultura. Ainda com a palavra, falou a respeito da questão do reflorestamento que está sendo de atribuição total do produtor rural, que está arcando com o ônus do processo. Se o bem do reflorestamento será revertido para toda a população, não apenas o produtor deve custear o procedimento. O Sr. Nelson Pedro Staudt comentou que a Câmara Setorial de Produtos Florestais apresentou uma proposta sobre a questão da Reserva Legal onde se defini a proporção de vegetação conservada para o Estado de São Paulo como um todo, por características ambientais semelhantes, e não para propriedades individualizadas. Tal proposta foi apresentada pelo Sr. Eduardo Pires Castanho Filho, pesquisador do Instituto de Economia Agrícola, e será submetida ao conhecimento do Secretário de Agricultura, João Sampaio. O Sr. Márcio Nascimento sugeriu que se organize um Grupo de Trabalho a respeito desse assunto, o que foi reforçado pelo Sr. Nelson Pedro Staudt, que disse que o setor precisa realizar um projeto para que este venha a ser analisado pelos políticos da área. O Sr. Renato Augusto Abdo comentou que a FAESP contratou advogados que confrontaram a Constituição, Código Florestal, Recursos Hídricos, Direitos Autorais e Código Civil. Comentou que muitos itens do Código Florestal foram revogados, ou seja, não existem mais. Isso foi feito para que se compreendesse a atual situação legal e como se deve proceder. Nesse cenário se encaixa o Grupo de Trabalho, aproveitando este estudo que já está pronto na Federação, e verificar qual a melhor solução para os problemas ambientais. O Sr. Nelson Pedro Staudt perguntou qual o objetivo do Grupo de Trabalho a ser formado e o Sr. Eduardo Fukano respondeu que é a desvinculação da outorga dos processos ambientais, ou seja, separar o ato de outorga do licenciamento ambiental. O Sr. Renato Augusto Abdo disse que a outorga sai em 60 dias, enquanto que o mesmo não ocorre com o licenciamento ambiental, por este abranger outras etapas como o plano altimétrico, recuperação de áreas de preservação permanente, reserva legal. O Sr. Maurício S. Tachibana, por solicitação dos participantes da Câmara Setorial, se comprometeu a entrar em contato com o Sr. João Cabrera para que este redija um ofício requerendo a desvinculação da outorga do licenciamento ambiental. 4 - Discussão sobre Minor Crops (Cultura de Pouco Suporte Fitossanitário) O Sr. Maurício S. Tachibana comentou que participou de uma reunião com o Sr. Arlon

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Viana, assessor do Deputado Michel Temer, que assumiu compromisso de agendar uma reunião com o Deputado, para que este, ao compreender o assunto, possa encaminhá-lo ao MAPA. O Sr. Ossir Goremstein procurou saber a respeito da consulta pública em Brasília e obteve a informação de que a mesma está na Consultoria Jurídica da ANVISA, que determinará se a Instrução Normativa será ou não aprovada. No entanto, disse que esta Instrução Normativa fere a Lei de Registro, onde um produto ser aprovado deve-se considerar o ingrediente ativo e a marca comercial, e está instrução não segue esta Lei. O Sr. Renato Augusto Abdo comentou que, segundo os advogados da FAESP, portaria consiste num instrumento legal e, muitas vezes, arbitra mais do que lei. Pergunta então por que não é possível se fazer uma portaria como uma medida paliativa para a adaptação do produtor, até que se modifique a legislação. Comentou que a Instrução Normativa é uma medida paliativa, sendo necessário o comprometimento da Secretaria do Meio Ambiente, ANVISA e MAPA para a modificação da Lei. O Sr. Márcio Nascimento elogiou a liderança e a motivação do Sr. Maurício S. Tachibana quanto o assunto relativo ao Minor Crops, através da reunião com o assessor do Deputado Michel Temer, além da abertura, em todas as reuniões da Câmara Setorial de Hortaliças, para o tratamento a respeito deste item, fazendo alianças para que haja alguma solução. O Sr. Cyro Cury Abumussi comentou sobre duas consequências opostas geradas pela falta de produtos registrados para determinadas culturas: de um lado o produtor é encarado como transgressor de regras, todavia, de outro, é o responsável por produzir alimento, devendo fazê-lo de forma a obter um produto seguro. Logo, as regras necessitam ser oficializadas, disponibilizando ferramentas passíveis para se fazer um bom trabalho. O Sr. Márcio Nascimento comentou sobre o impacto negativo da mídia na divulgação sobre os agrotóxicos, que nem sempre representa a realidade. O Sr. Cyro Cury Abumussi complementou dando o exemplo da notícia divulgada pelo Jornal Nacional sobre a contaminação do pimentão produzido em Brasília, o que ocasionou queda em torno de 70% na comercialização de pimentão em São Paulo, ficando o produtor com o ônus da informação errônea. O Sr. Nelson Pedro Staudt disse que, há dois anos, uma Comissão da Câmara Setorial foi montada para responder as questões divulgadas pela mídia. Entretanto, comentou que o entrave foi a estrutura de articulação para dar a resposta prontamente. O Sr. Renato Augusto Abdo mencionou que o Estado de São Paulo detém a maior tecnologia FLV, portanto não se pode generalizar a produção para o país todo. O Sr. Ossir Goremstein levantou a questão da pronta resposta quanto aos anúncios da ANVISA. Disse ser necessário se antecipar aos problemas e sugeriu que seja formado um grupo sobre o minor crops para se preparar as respostas cabíveis. O Sr. José Francisco Tristão comentou um dos papéis da Coordenadoria de Defesa Agropecuária- CDA: quando o produto químico tratar-se de contrabando falsificado ou roubado o problema cabe à polícia; quando o produto é registrado no MAPA e cadastrado na CDA, autorizando o seu uso no Estado de São Paulo, o problema é transferido à CDA. Todavia, o problema é que podem existir dois produtos com o mesmo princípio ativo, um registrado no Ministério da Agricultura (produtos utilizados na linha agrícola) e outro registrado no Ministério da Saúde (produtos utilizados na linha veterinária). O primeiro produto passa pelo crivo da CDA enquanto que o último é comprado sem receita, sendo que os produtos têm a mesma eficiência agronômica, pois apresentam o mesmo princípio ativo. Isso gera grandes conflitos o que também impõe a necessidade de que, dentro da porteira, o produtor deva adotar as boas práticas de produção agrícola.

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O Sr. Cyro Cury Abumussi comentou sobre a venda de produtos orgânicos originados da árvore Nim que não podem ser utilizados por não apresentar registro para a cultura, embora o produto seja natural. Perguntou qual realidade existe no mercado de orgânicos e ressalvou que além dos minor crops, produtos como os orgânicos precisam ser melhor fiscalizados. Por mais natural que seja o processo produtivo, não há ferramentas para o trabalho legal. O Sr. Renato Augusto Abdo complementou dizendo que o minor crops tem possibilidade de atuação ampla, porque trata de produtos com carência fitossanitário, químico ou orgânico. O Sr. René de Paula Posso comentou que a senadora Kátia Abreu está brigando pelas questões agrícolas. Relatou a necessidade de uma aproximação da senadora de modo a supri-la de argumentos e, em troca, possuir uma representatividade do setor agrícola no senado, o que foi de acordo com o discorrido pelo Sr. Renato Augusto Abdo. O Sr. José Francisco Tristão disse ter participado, nos dias 14 e 15 de outubro de 2009, de uma reunião em Brasília que tratou de dois assuntos: 1) Fiscalização dos insumos (sementes, fertilizantes, defensivos) pelos Estados; 2) Fiscalização dos produtos minimamente processos e dos produtos artesanais. Comentou que, “dentro da porteira”, a responsabilidade diz respeito à CDA, pois, quando um produto é adquirido para ser utilizado na área agrícola, ocorre a emissão da nota fiscal, onde há um campo que é inserido o nome e a localização da propriedade. Se por ventura houver resíduo num produto, a CDA pode fazer uso da lei, destruindo a produção, porque o produtor utilizou indevidamente o produto, não adotando as boas práticas de produção; Se um determinado produto contaminado sai da propriedade e vai para um supermercado, a Vigilância Sanitária é a responsável em promover a fiscalização. A CDA só poderá se inserir novamente no processo se houver o retorno do problema para dentro da propriedade. Comentou ainda que a CDA vem trabalhando na Inspeção e Certificação de Produtos de Origem Vegetal porque há um órgão denominado Serviço de Inspeção do Estado de São Paulo – SISP e, dentro deste, há um organismo chamado Centro de Inspeção de Produtos de Origem Animal – CIPOA. Agora há a necessidade de complementá-lo com a parte vegetal, ou seja, o Centro de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal – CIPOV. E isso se torna necessário porque produtos vegetais processados ou minimamente processados são vendidos sem passarem por fiscalização porque não existe Lei cabível para a mesma. 5 - Instrução Normativa sobre o Controle Higiênico-Sanitário em Produtos Vegetais O Sr. José Francisco Tristão disse que o MAPA quer normatizar a questão da Inspeção de Produtos de Origem Vegetal, com a condição de que os Estados se comprometam a fiscalizar. Comentou ainda que está por acontecer uma grande mudança estrutural com relação aos serviços de Inspeção. Os Estados ficariam com a incumbência de fiscalizar os produtos destinados ao mercado interno e o MAPA se encarregaria da fiscalização dos produtos destinados à exportação. O Sr. Renato Augusto Abdo comentou que a Instrução Normativa 54 não é aplicável às condições de campo, apenas em ambientes protegidos, o que pode inviabilizar a entrada dos produtos no mercado. O Sr. José Francisco Tristão disse que a questão da normatização deve ser muito bem discutida para que não seja inviável nem inadequada à realidade dos produtores. Comentou que as Leis não são eternas. A partir do momento que ela gere descontentamentos a alguma parte, é importante que esta se organize para promover as modificações pertinentes. O Sr. Renato Augusto Abdo disse que isso é o que deveria ser evitado. Agora é o momento de se proceder às modificações necessárias e pertinentes da proposta, para não se perder tempo com modificações posteriores de algo que visivelmente não irá funcionar, por não fazer parte da realidade atual.

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6 - Outros Assuntos O Sr. Nelson Pedro Staudt comentou sobre o Processo da Minuta de Convênio entre MAPA e CDA que fala de Fiscalização da Produção de Sementes e Mudas. Este Convênio já existiu, mas foi extinto e agora há o interesse de retomada, tanto por parte do Ministério como por parte dos Estados. O Sr. José Francisco Tristão comentou que até 2005, a competência da Certificação de Sementes e Mudas era, por delegação do MAPA, competência dos Estados. A partir de 2005 houve uma transferência, com o Estado cessando as atividades com relação à certificação e o Ministério assumiu. Todavia este verificou a necessidade de grande quantidade de mão-de-obra para realizar tal operação que envolve um grande número de produtores de sementes e mudas de muitas espécies diferentes de plantas. Comentou ainda que, quando o processo chegou ao seu conhecimento, contatou o Sr. Nelson Pedro Staudt, representante das Câmaras Setoriais. Falou ser muito oportuna a participação das Câmaras no processo em questão, pela possibilidade de que os segmentos agrícolas tomem conhecimento da retomada desse processo, através de negociações da Secretaria de Agricultura, de forma que a CDA possa a exercer novamente as ações de fiscalização e certificação. Pediu ao Sr. Henrique Fiorese, produtor de mudas cítricas, para que fale das suas necessidades em relação à retomada pela CDA da fiscalização e certificação da produção de sementes e mudas. O Sr. Henrique Fiorese comentou que é integrante de uma Associação, a Vivecitrus, que é responsável por cerca de 50% das mudas de laranja produzidas no Estado de São Paulo. Disse que todos os produtores de sementes e mudas estão ilegais perante o MAPA que não dá subsídios para que o contrário se estabeleça. Com relação à CDA, esta já tem esse papel dentro do Estado de São Paulo, principalmente no caso da citricultura que conta com legislação específica. Ela está presente no processo produtivo. Comentou ser este fator mais uma ferramenta para que o produtor possa se inserir na legalidade. O José Francisco Tristão comentou que existem 645 municípios no Estado de São Paulo e há pelo menos um representante da CDA em cada município, ou seja, a cobertura por parte desta Coordenadoria é ampla e o contato mais próximo. Disse ser o desejo da CDA realizar um serviço de qualidade e com maior proximidade junto ao produtor. O Sr. Nelson Pedro Staudt perguntou se todos concordam com o encaminhamento do Processo do Convênio em questão, o que foi aprovado por unanimidade pela Câmara Setorial. O Sr. Nelson Pedro Staudt fez a apresentação da Sra. Milene G. Massaro Raimundo, nutricionista da Codeagro, parceira dos segmentos agrícolas através da participação em reuniões, além da promoção do alimento saudável, demonstrando através de receitas. A Sra. Milene G. Massaro Raimundo agradeceu o convite para a participação na Reunião. Explicou sobre o Centro de Segurança Alimentar-Cesans, que trabalha em conjunto com as demais áreas da Secretaria, incentivando o consumo de FLV para garantir o maior objetivo que é a saúde. Colocou-se à disposição à Câmara Setorial e disse contar com a ajuda de todos na divulgação da alimentação Saudável.

O Sr. Nelson Pedro Staudt comentou que o material do Cesans está disponível no site da Codeagro para downloads.

O Sr. Maurício S. Tachibana comentou que no ano de 2010 é de interesse a realização do evento HORTFRUTFEST no Parque da Água Branca. Pediu a aprovação pelos membros da Câmara Setorial, o que ocorreu por unanimidade. O Sr. Nelson Pedro Staudt disse que para a utilização do Parque da Água Branca é

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necessário abrir um processo e encaminhá-lo ao Secretário de Agricultura, que pode isentar de custos a utilização do local. Deu como exemplo a Câmara Setorial do Lazer e Turismo no Meio Rural onde foi aberto um processo para a utilização do espaço no Parque por um período de cinco anos. O Sr. Renato Augusto Abdo perguntou sobre os encaminhamentos quanto ao Processo relativo ao FEAP Cogumelo e o Sr. Nelson Pedro Staudt respondeu que todos os procedimentos necessários dentro do processo foram realizados e o resultado foi a contemplação de financiamentos no segmento de plasticultura, o que não seria mais adequado. Uma sugestão dada pelo mesmo foi marcar uma reunião com o FEAP ou levá-lo à região produtora de cogumelos em Mogi das Cruzes para o conhecimento da realidade necessária à produção de tais produtos. O Sr. Nelson Pedro Staudt encerrou a reunião agradecendo a presença de todos.

Maurício S. Tachibana Presidente da Câmara Setorial de

Hortaliças, Cebola e Alho

Ana Flávia Mangeti Metzner Secretária Executiva da Câmara Setorial de

Hortaliças, Cebola e Alho

Nelson Pedro Staudt Secretário Geral das Câmaras Setoriais