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1 Enciclopédia dos Municípios Acreanos Cruzeiro do Sul GERALDO MESQUITA JÚNIOR Senador Volume 2 Tomo I CRUZEIRO DO SUL (Edição Comemorativa do Centenário – 1904-2004) Brasília - 2004 Reprodução do texto relativo à cidade de Cruzeiro do Sul, constante da Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, publicada pelo IBGE, entre os anos de 1957 e 1960, com dados estatísticos atuais do IBGE (censo 2000) e outras instituições

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Enciclopédia dos Municípios Acreanos Cruzeiro do SulGERALDO MESQUITA JÚNIORSenador

Volume 2 Tomo I

CRUZEIRO DO SUL(Edição Comemorativa do Centenário – 1904-2004)

Brasília - 2004

Reprodução do texto relativo à cidade de Cruzeiro do Sul, constante da Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, publicada pelo IBGE, entre os anos de 1957 e 1960,

com dados estatísticos atuais do IBGE (censo 2000) e outras instituições

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O prefácio e pronunciamento em plenário do texto do Senador Geraldo Mesquita Júnior é de reprodução livre, desde que citada a fon-te. Os direitos autorais do texto referente ao município de Cruzeiro do Sul são de propriedade do Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatís-tica – IBGE, sendo proibida sua reprodução, sem autorização prévia e expressa dessa Fundação, nos termos da Lei nº 9.610, de 19-2-1998.

ENCICLOPÉDIA DOS MUNICÍPIOS ACREANOS

Obras publicadas: 1 – Cruzeiro do Sul (2004)

2 – Sena Madureira (em fase de impressão – 2004)

Mesquita Júnior, Geraldo. Cruzeiro do Sul / Geraldo Mesquita Júnior. – Brasília : Senado Federal, 2004.

62p. - (Enciclopédia dos municípios acreanos; v. 2) 1. Município, Acre.2. Cruzeiro do Sul (AC), história. I Título. II. Série.

CDD 918.112

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SUMÁRIO

Pág.

Desafio a todos os acreanos ...............................................

Requerimento para sessão especial no Senado Federal ...............................................................

Pronunciamento em homenagem as cidades de Cruzeiro do Sul e Sena Madureira ..............................

Enciclopédia dos Municípios Brasileiros Cruzeiro do Sul, AC ...........................................................

Manifesto Autonomista do Alto Juruá, de 25-6-1909..........................................................................

Dados Estatísticos Atuais ...................................................

Documentário Fotográfico ................................................

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Desafio a todos os acreanos

Geraldo Mesquita Júnior

Desde os primeiros dias do exercício de meu mandato, tive a preocupação de fazer desta honrosa investidura, não só o veículo dos anseios do que suponho ser a aspiração do povo brasileiro, em sua luta por melhores condições de vida, mas também um instrumento para valorizar, aos olhos de nossa gente, o papel histórico que, ao longo de suas sucessivas gerações, têm desempenhado os acreanos, no concerto dos demais Estados brasileiros.

Como todos sabem, as normas que regulam o funcionamento do Senado Federal concedem, aos que aqui representam as diferentes Unidades da Federação, uma quota anual de publicações para a divulgação das atividades parlamentares dos Senadores e dos assuntos de interesse público coletivo. Para cumprir o que entendo ser o papel pedagógico da representação popular, iniciei em 2003, com a colaboração dos auxiliares de meu Gabinete, um esforço coletivo para a elaboração de um curso intitulado Política ao Alcance de Todos com textos de filosofia, política e sociologia política que começou a ser distribuído no ano em curso, intercalado por seminários realizados em diferentes cidades do Estado e que espero possa ter prosseguimento com outros já programados para o próximo ano.

Simultaneamente, confrontado com dificuldades já conhecidas de muitos acreanos, na busca de publicações de interesse histórico e documental, decidi instituir uma coleção denominada Documentos para a História do Acre, de que já foram editados, ou estão em vias de publicação, os três primeiros volumes: Constituições do Estado do Acre, comemorativo dos 40 anos da publicação do nosso primeiro texto constitucional, celebrados o ano passo, o virtualmente hoje inédito Estudo Geográfico do Território do Acre, do professor e geógrafo Antônio Teixeira Guerra e a obra O Tratado de Petrópolis e o Congresso Nacional, para celebrar o centenário

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do Tratado, ocorrido também o ano passado. Mais três volumes estão programados para este ano. Agora, lanço-me a outra iniciativa, esta seguramente mais desafiadora que as demais e que tem início com estes dois folhetos dedicados ao centenário da criação dos municípios de Cruzeiro do Sul e Sena Madureira, comemorados em 2004. Eles dão início a uma nova série que espero tenha prosseguimento com a participação dos intelectuais atuantes em todas as áreas do pensamento, dos universitários e de todas as cidadãs e cidadãos que possam contribuir para a sua elaboração, uma verdadeira obra coletiva. Estes primeiros fascículos são o início dessa ambiciosa empreitada. Aqui está reproduzido o texto relativo a centenária cidade de Cruzeiro do Sul, constante da Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, publicada pelo IBGE, entre os anos de 1957 e 1960. Minha intenção era começar com algo mais abrangente: reunir os principais documentos históricos sobre a evolução de cada uma de nossas cidades. O material disponível, no entanto, é muito desigual e extremamente variado. Comecei com esse texto mais modesto, elaborado há cerca de 50 anos, para, progressivamente, com a colaboração dos que possam contribuir com indicações, sugestões, fotos, documentos e livros ou folhetos hoje raros, possamos ir agregando novas publicações de interesse de cada município. Juntas, elas constituirão a pretendida e ambicionada Enciclopédia dos Municípios Acreanos.

Somando tudo o que for possível coletar e publicar ao longo dos próximos anos, teremos um dia um conjunto de textos que constituirá uma rica fonte para a história do Acre, de suas cidades e de nosso povo, um repositório das lutas, dos desafios e das conquistas de nossos antepas-sados. Nos grandes Estados, essa tarefa seria impossível, inclusive porque em muitos deles, obra semelhante já existe. Mas conto que, lançando este desafio, possamos atingir o mesmo objetivo, com a característica de que não seria uma obra individual, mas de todos que se dispuserem a contri-buir para a materialização deste projeto.

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Se você tem informações, documentos, fotografias, publicações, exemplares de jornais e revistas acreanos, enfim, qualquer texto que interesse à história de sua cidade, e estiver disposto a emprestar-nos para que possamos reproduzi-los, entre em contacto conosco, em nosso Gabinete em Brasília, através de nossos escritórios regionais, ou no escritório central em Rio Branco, cujos endereços você encontrará na última página desta publicação.

É um desafio, para você e todos os nossos conterrâneos, mulheres, homens, jovens adolescentes, todos que aqui vivem, enfim, para que juntos, elaboremos essa obra de todos, reconstituindo fatos de nossa história e contribuindo para a preservação de nossa memória.

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Requerimento para a Sessão Especial no Senado Federal

REQUERIMENTO Nº - 2004

Senhor Presidente,

Transcorrendo no mês de setembro deste ano o centenário de fundação e instalação das cidades de Cruzeiro do Sul e de Sena Madureira, no Estado do Acre, requeremos a Vossa Excelência, nos termos do art. 154, § 5o do Regimento Interno, seja submetido ao Plenário o presente requerimento para a realização, em data a ser fixada oportunamente por Vossa Excelência, entre os dias 1º e 10 de setembro, de uma sessão especial desta Casa em homenagem a ambos os municípios.

Sala das Sessões, em 20 de fevereiro de 2004.

GERALDO MESQUITA JÚNIORSenador (PSB/AC)

2. SIBÁ MACHADO3. TIÃO VIANA

4. PAPALEO PAES5. SERYS SLHESSARENKO

6. VALDIR RAUPP7. FÁTIMA CLEIDE

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Pronunciamento em homenagem às cidadesde Cruzeiro do Sul e Sena Madureira

Pronunciamento do Senador Geraldo Mesquita Júnior, no plenário do Senado Federal, em sessão especial,

em homenagem ao centenário de fundação e instalação dascidades de Cruzeiro do Sul e de Sena Madureira

Senhor Presidente, senhoras e senhores senadores,Num mundo dominado pelo medo, vítima de tantos surtos de

intolerância e de violência e dilacerado por conflitos sangrentos em que as maiores vítimas são como sempre os inocentes, é reconfortante nos reunirmos para, por alguns momentos, celebrarmos a paz e as promessas de paz.

Brasil e Bolívia protagonizaram, no começo do século passado, um episódio que honra os foros de civilização da América Latina, a celebração do Tratado de Petrópolis, instrumento com o qual resolveram pacificamente suas divergências históricas, momentaneamente turbadas pelo apelo às armas. Os Congressos de nossos países participaram desse esforço diplomático cujo centenário comemoramos o ano passado, ratificando as decisões de seus respectivos governos. Num ato de sabedoria e reconhecimento, o Acre expressou sua gratidão ao artífice dessa solução negociada, dando à sua capital o nome de Rio Branco. O ano de 1903 representou, portanto, para brasileiros e bolivianos, a paz que, um século depois, tivemos a ventura de celebrar. Hoje, senhor Presidente, novamente aqui nos reunimos para festejarmos as promessas de paz que nos proporcionou o entendimento pacífico entre as duas grandes nações.

No começo, éramos, como no Gênesis, um mundo por construir e um território por desbravar. Depois da paz de Petrópolis, tínhamos, enfim, uma terra para amar e uma pátria para reverenciar, onde repousaríamos para sempre. O Acre, porém, era ainda Sras. e Srs. Senadores, apenas uma promessa de paz. A coragem e a bravura de que se armaram nossos heróis,

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se transmudaram então no impulso criador sem o qual as civilizações não nascem e os povos não sobrevivem. Como na epopéia da guerra, livrada por brasileiros de todos os rincões, a construção da paz exigiu o esforço de todas as raças, o suor de todos os rostos e o empenho de todos os bravos. Afinal, foi com bravura, suor, trabalho e dedicação que a promessa se transformou na realidade do mundo por desbravar que se agregou ao Brasil.

Estamos hoje, senhor Presidente, reverenciando esses homens, celebrando as mulheres e entoando um hino de agradecimento à coragem dos que se lançaram à árdua tarefa de arrancar da terra, da selva e dos rios, presentes da natureza, a riqueza material com que se construiu nosso Estado. Fomos a civilização da borracha que já não somos mais. No entanto, continuamos honrando a promessa de paz, entendimento, harmonia e concórdia, de quantos a transformaram em realidade. Toda essa história começou em dois municípios – no início departamentos – cujo centenário aqui celebramos: Cruzeiro do Sul, no vale do Juruá, e Sena Madureira no vale do Purus e do Iaco. Foi deles a seiva que fertilizou nosso crescimento. Afinal, desses dois marcos iniciais, como fruto da generosidade acreana, nasceram, por sucessivos desdobramentos, os atuais 22 municípios que constituem a divisão política e administrativa de nosso Estado. Embora possuindo características próprias, histórias candentes e exemplos de obstinação e independência, eles têm muito em comum, Sr. Presidente. O irredentismo e o sonho da autonomia sempre povoaram a mente dos brasileiros de ambos os municípios. Em Cruzeiro do Sul, eles se manifestaram no movimento autonomista de 1o de junho de 1910. E em Sena Madureira no levante que durou de 7 de maio a 8 de junho de 1912. Foi uma utopia que levou nada menos de 60 anos para se transformar em realidade, mas à qual nunca renunciaram os acreanos.

A história de nossa gente, no entanto, não foi escrita apenas com rasgos de ousadia. Brasileiros de todas as procedências, cidadãos de todas as crenças, homens de todas as raças, brancos, negros, índios e curibocas

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todos, sem exceção, forjaram uma têmpera de obstinados, trabalhadores incansáveis, homens humildes, em sua maioria, cujo nome a história parece ter esquecido, mas cuja memória e cuja lembrança não morreu no coração de seus descendentes.

Hoje, em nome de todos eles, saúdo os cidadãos de Cruzeiro do Sul, operosos, destemidos, determinados construtores de uma legenda que fez ao mesmo tempo a grandeza de sua cidade e a hospitalidade de sua gente. Os morros e os vales pelos quais se estende e se expande a cidade só não são maiores nem mais majestosos que o Juruá, presente com que, na imponência de sua grandeza, e na languidez de suas curvas, Deus presenteou um dos mais belos monumentos da perseverança humana plantado nos confins do Brasil. No céu que cobre os que têm o privilégio de viver naquela cidade, senhor Presidente, se descortina, com um brilho e um esplendor raramente vistos em outras latitudes, a constelação que emprestou seu nome à cidade e que é, ao mesmo tempo, um símbolo de nosso país, da mesma forma como Cruzeiro do Sul é um bastião do Brasil, a mais oriental de nossas sentinelas no noroeste do Brasil.

Do outro lado, senhor Presidente, moram, vivem, trabalham e a engrandecem os descendentes dos acreanos que desbravaram, conquistaram, construíram e hoje habitam uma das mais acolhedoras cidades acreanas, os cidadãos de Sena Madureira. O rio que fertiliza suas terras, tributário do Purus, não tem seguramente a imponência do Juruá. Mas nem por isso é menos sobranceira sua história, nem menos importante sua contribuição ao desenvolvimento do nosso Estado. Sena Madureira, foi durante muito tempo, a capital do Território Federal. Lá, cinco anos depois da incorporação do Acre ao Brasil, instalaram-se as primeiras e as mais importantes instituições políticas acreanas. Seu Tribunal de Apelação tinha jurisdição sobre todo o território. Ali funcionou, durante a República Velha, a primeira seção da Justiça Federal, a primeira Delegacia Fiscal do Tesouro Nacional, assim como a primeira Delegacia de Agricultura e a primeira administração dos Correios e

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Telégrafos. Foram contribuições decisivas para o progresso que não se fez esperar, representado pelo advento de avanços como a iluminação elétrica, o primeiro hospital, a usina de beneficiamento da borracha, o serviço de bondes de tração animal que conheceram seu período de maior esplendor ainda no início da primeira guerra mundial. Ao fim do conflito, porém, Sena padeceu uma fase de estagnação, decorrente da retirada de, virtualmente, todas as repartições federais de seu território. A transição foi dura, amarga e deixou suas seqüelas. Mas nada disso abateu a têmpera rija dos seus habitantes, que a transformaram numa das mais belas áreas urbanas de nossas cidades, caracterizada por ruas e avenidas amplas, que delimitam o recinto urbano, mostrando ao visitante o pioneirismo dos que as projetaram.

Em ambas as cidades, Sras. e Srs. Senadores, ainda é predominante a presença e a contribuição dos brasileiros e estrangeiros que fizeram do meu Estado uma das regiões de maior dinamismo cívico, cultural e político do país. Entre eles alistam-se, em primeiro lugar as 14 nações indígenas que hoje integradas ao esforço de desenvolvimento regional, tratam de conservar sua cultura e de manter vivos os aportes que, como em toda a Amazônia, deram à cultura alimentar, como em outras partes do Brasil. A seu lado, as levas de migrantes nordestinos, em especial os cearenses que, na esteira das secas do último quartel do séc. XIX e na década de 40 do séc. XX, com a epopéia dos “soldados da borracha”, protagonizaram o maior êxodo de que se tem notícia na história contemporânea do Brasil. Estes últimos foram os combatentes anônimos, desconhecidos e durante anos esquecidos, na retaguarda do maior conflito que conheceu o mundo na era contemporânea. O Acre, e como o Acre, Cruzeiro do Sul e Sena Madureira, são fruto dessa intensa miscigenação, desse subsídio cultural e humano, a que se somam, ao lado de brasileiros de quase todas as regiões do país, colônias muito expressivas de libaneses e seus descendentes cuja contribuição é hoje tão reconhecida quanto celebrada em todo o Estado.

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A todos, senhor Presidente, saúdo com efusão e alegria, no centenário dessas duas emblemáticas e resplandecentes cidades das quais tanto nos orgulhamos os acreanos de todos os rincões. Foram eles que transformaram em paz a esperança da paz, em desenvolvimento o afã pelo progresso, em amizade a harmonia entre os povos e em perseverança a superação dos desafios que estamos vencendo, na luta cotidiana em que todos nos empenhamos por mais democracia, mais liberdade, mais entendimento, mais cooperação, mais participação e mais solidariedade. São atributos, Sr. Presidente, que fizeram de Cruzeiro do Sul e de Sena Madureira, não só dois municípios e duas cidades, mas duas prósperas comunidades de que tanto nos orgulhamos e que tanto nos envaidece, como acreanos e como brasileiros.

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Enciclopédia dos Municípios BrasileirosCruzeiro do Sul - AC

Reprodução do texto relativo à cidade de Cruzeiro do Sul, constante da Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, publicada pelo IBGE, entre os anos de 1957 e 1960

HISTÓRICO - O município era habitado por diversas tribos in-dígenas, merecendo especial destaque o grande império dos Nauas, cujo domínio se estendia por grande extensão. Dentre as demais poderemos citar as tribos dos Amoacas, dos Araras, dos Campos e das Colinas. Ainda hoje existem pelo interior os seus remanescentes, mais ou menos civiliza-dos entregues aos misteres da indústria extrativa e da agricultura, manten-do transações com o comércio. Parte dos Amoacas permanece ainda em estado de selvageria, provocando, vez por outra, distúrbios e até ataques à propriedade particular(1). A tribo dos Nauas, os principais dominantes, que com suas fl echas fez retroceder a expedição do cientista inglês William Chandless, em 1867, abandonou esta localidade, segundo versão, a partir de 1870, rumando para o Peru pelos altos rios, por conseqüência de terrível epidemia. Data de 1857 o início das expedições para o alto Juruá, quando o diretor de índios João da Cunha Correia, atingiu a foz do rio Juruá-Mirim. O Geógrafo inglês William Chandless, em 1867, atingiu as alturas do rio Campinas, dali retrocedendo em face do ataque dos Nauas. Várias outras expedições foram realizadas, proporcionando o início do povoamento da região por brasileiros civilizados, que se concluiu praticamente com a formação dos seringais, em virtude da imigração de nordestinos que, acossados pelo

(1) Segundo informações da Secretaria de Estado dos Povos Indígenas do Governo do Estado do Acre, não há ocupações indígenas dentro dos limites atuais do Município de Cruzeiro do Sul.

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fenômeno climático das secas, abandonaram os sertões durante os anos de 1877 a 1879. Um desses seringais denominado Centro Brasileiro, que foi explorado por volta de 1890, passou a congregar grande número de brasileiros, donde partiam para exploração nos altos rios. Em 1896, os primeiros caucheiros peruanos começaram a aparecer. Em 1902, o comissário peruano Carlos Vasquez Guarda, estabeleceu-se oficialmente à foz do rio Amônea, dando início a uma seqüência de choques entre brasileiros e peruanos. Com o Tratado de Petrópolis, firmado em 17 de novembro de 1903, o Acre passou definitivamente ao Brasil. Por essa época o local Centro Brasileiro constituía-se de um povoado com algumas dezenas de casas e considerável movimento comercial. Com a chegada do primeiro prefeito nomeado pelo Presidente da República, verificou-se a instalação do município no dia 7 de setembro de 1904. A instalação, de fato, ocorreu em 28 de setembro do mesmo ano, embora o Decreto nº 1, assinado pelo prefeito, Coronel do Exército Nacional, Gregório Taumaturgo de Azevedo, date de 7 de setembro de 1904. A cidade de Cruzeiro do Sul, sede definitiva do município, foi fundada em 28 de setembro de 1904. As contendas entre brasileiros e peruanos tiveram fim com a expulsão dos peruanos, estabelecidos em Posto Militar, na foz do Amônea, após forte combate travado naquele local, no dia 5 de novembro de 1904. Em favor dos direitos brasileiros lutaram as tropas do 15º Batalhão de Fronteiras do Exército, reforçadas pela ajuda dos proprietários importantes dos arredores. Pelos peruanos lutaram as forças do Posto Militar, que totalizavam 80 homens armados. As tropas brasileiras estavam sob o comando do Capitão do Exército Nacional, Francisco de Ávila e Silva, enquanto que os peruanos eram dirigidos pelo Major Ramirez Guadra. O número de mortos foi de 12, dos quais apenas um era brasileiro. Grande foi o número de feridos de ambas as partes. Outro fato importante ocorreu no dia 1º de junho de 1910,

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quando um movimento armado pró-autonomia do Acre, depôs o Poder Constituído, formando-se o governo por uma Junta Governativa, que foi deposta em contralevante das forças legais, em 7 de setembro do mesmo ano. Foram figuras principais entre os rebeldes os coronéis da extinta Guarda Nacional, Francisco Freire de Carvalho, João Bussons e Mâncio Agostinho Rodrigues Lima. Destacou-se pela legalidade o Capitão do Exército Guapindaia de Sousa Rodrigues, que comandou as tropas no contralevante.

Aspecto parcial da cidade

Ponte sobre o riacho

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Em 1913, vasta área do município foi desmembrada, para formação do vizinho Município de Tarauacá, neste Território. A 1º de outubro de 1920, o Governo Federal deu nova organização ao Território do Acre, unindo os municípios sob um Governo Geral, com sede na cidade de Rio Branco, que passou a ser a Capital do Acre. Após a nomeação desse primeiro Governador-Geral, em 1921, Dr. Epaminondas Jácome, o município passou a ser administrado pelos Prefeitos nomeados pelo Governador, regime que ainda perdura(2). Cruzeiro do Sul, perdeu, assim, a categoria de capital do Alto do Juruá. Seu progresso se vem processando lentamente, apesar do esforço e estoicismo de seu povo e o acerto das providências de alguns administradores. É que a própria situação geográfi ca, como aliás de todo o Território, lhe é adversa, e os recursos fi nanceiros insufi cientes para dotá-lo daquilo que a própria natureza lhe negou: transporte fácil e efi ciente. A não ser as sucessivas substituições dos seus Prefeitos, as quais, via de regra, estão intimamente ligadas às mudanças dos Governadores, nenhum acontecimento digno de menção especial ocorreu no período de 1922 a 1937, no setor administrativo municipal, o mesmo acontecendo nas outras esferas da vida do município nessa etapa da sua história. Na Divisão Administrativa e Judiciária do Território, fi xada para o qüinqüênio 1939-1943, de acordo com o Decreto-lei Federal nº 968,

(2) Este regime se manteve até a elevação do então Território do Acre à categoria de Estado, em 1962. Com a promulgação da Constituição Estadual em 1º de março de 1963, foi estabelecida a eleição de prefeitos e vereadores nos municípios acreanos. Cruzeiro do Sul teria, então, seu prefeito e 7 vereadores eleitos. O Município teve dois prefeitos constitucionais neste período. Em decorrência do Golpe Militar de 1964 e pelo que dispunha a Constituição Federal de 24 de janeiro de 1967, os Prefeitos dos Municípios seriam nomeados pelos Governadores dos Estados, com prévia autorização do Presidente da República, nos municípios declarados de interesse da segurança nacional. A Emenda Constitucional nº 1, de 30 de outubro de 1969 determinou que todos os municípios incluídos na faixa de fronteira com outros países, o que era o caso de todos os municípios acreanos, seriam considerados de interesse da segurança nacional. Cruzeiro do Sul voltaria, desta forma, a ter seu prefeito indicado pelo Governador do Estado. A autonomia destes municípios só foi restabelecida pela Emenda Constitucional nº 25, de 15 de maio de 1985. Cruzeiro do Sul só voltaria a ter eleições municipais para prefeito e vereadores em 1988.

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de 21 de dezembro de 1938, o município fi gura com quatro distritos: Cruzeiro do Sul, Japiim, Porto Walter e Taumaturgo. Essa composição vem sendo mantida até a época atual, vez que as divisões processadas para os qüinqüênios 1944-1948, 1949-1953 e 1954-1958 não estabelecem qualquer alteração(3). O Município é sede de comarca. Consoante se esclareceu acima, não se realizam, por imperativo das leis vigentes, eleições para composição dos Poderes Legislativos e Executivo municipais. O Poder Executivo enfeixa todas as prerrogativas, outorga essa que lhe conferiu o Decreto-lei nº 5.511, de 21 de maio de 1943(4). É o seu atual Prefeito o Sr. Fernando Peres Nobre. O Município de Cruzeiro do Sul fazia parte integrante do Estado do Amazonas, jurisdição de São Felipe, hoje Eirunepé.

LOCALIZAÇÃO – O Município de Cruzeiro do Sul está localizado na zona fi siográfi ca do vale do Juruá, e limita-se ao norte com o Estado do Amazonas, a este, com o Município de Tarauacá; e ao sul e oeste, com a República do Peru(5). A sede municipal possui as seguintes coordenadas geográfi cas: 7º 37’ 45” de latitude Sul, e 72º 39’ 59” de longitude W. Gr.

(3) Os distritos de Japiim, Porto Walter e Taumaturgo foram emancipados, dando ori-gem, respectivamente, aos Municípios de Mâncio Lima, Porto Walter e Marechal Thau-maturgo. O Município de Mâncio Lima foi criado em 1963, no entanto, só obteve sua au-tonomia através da Lei Estadual nº 588, de 14 de maio de 1976. Os Municípios de Porto Walter e Marechal Thaumaturgo foram desmembrados de Cruzeiro do Sul pelas leis nº 1.030 e nº 1.029 de 28 de abril de 1992, respectivamente. Além destes, também foi insta-lado o Município de Rodrigues Alves pela lei nº 1.032 de 28 de abril de 1992, desmembran-do-se do Município de Cruzeiro do Sul e do então já existente Município de Mâncio Lima.

(4) Atualmente, são realizadas eleições diretas para a composição dos Poderes Executivo e Legis-lativo municipais. Os eleitores de Cruzeiro do Sul elegem seu prefeito e 11 vereadores a cada 4 anos.

(5) Cruzeiro do Sul limita-se, atualmente, ao norte com o Estado do Amazonas; ao sul com o Município de Porto Walter; a leste com o Município de Tarauacá e a oeste com os Municípios de

Mâncio Lima, Rodrigues Alves e com a República do Peru.

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Posição do Município em relação ao Estado e sua Capital.

ALTITUDE – A altitude da sede municipal é de 188 metros.

CLIMA – O clima do Município de Cruzeiro do Sul é, em geral, quente. O período normal das secas é de julho a agosto, e das chuvas, de janeiro a março. A temperatura na sede municipal apresentou em 1956, os seguintes dados: média das máximas 30ºC; média das mínimas 20ºC. ÁREA – A área do município é de 31.312 Km². Cruzeiro do Sul é o 2º município do Acre, em extensão territorial. Observa-se ainda que dois Estados da Federação – Alagoas e Sergipe – têm superfície inferior(6).

ACIDENTES GEOGRÁFICOS – Os principais acidentes geográfi cos do município são: rio Juruá, afl uente do Amazonas; nasce

(6) A área atual do Município, após os desmembramentos por que passou, é de 7.848,44 Km2 . Cruzeiro do Sul é, atualmente, o 6º município do Acre em extensão territo-rial. Sua superfície é, neste momento, inferior a dos Estados de Alagoas e Sergipe.

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no Peru, atravessando o território do município na direção S-N numa extensão de cerca de 490 km. É navegável até a cidade de Cruzeiro do Sul, em qualquer época do ano. Rio Moa, afluente do Juruá, tem um percurso de 266 km; é navegável por embarcações de pequeno calado. Rio Breu, que serve de limite entre o Brasil e o Peru. Serra do Moa, cuja maior altura, no município, é de cerca de 100 metros.

RIQUEZAS NATURAIS – A flora e a fauna constituem as únicas riquezas naturais do Município, que tem na seringueira (hevea brasiliensis), na castanha-do-pará (bertholleitia excelsa), e nos animais silvestres: caititu (picari tajaçu), veado (suaçu), queixada (tajaçu-picari), anta (tapirus americanus), etc., os principais fatores da sua economia. O município possui, também, nas suas matas, grande variedade de madeiras para construção, como: arariquira (mimquarta guianensis), cedro (cedrula, aniba, larix), cumaru (caimarana adorata), guariúba (clarisia nítida e clarisia racenosa), itaúba (ocotea magaphila), aguano (swietenia mahogoni), pequiá ou amarelão (cariocar brasiliensis), etc. Possuem, ainda, as selvas do município, grandes variedades de palmeiras oleaginosas (açaí, bacaba, patauá), além de inúmeras outras espécies. Há, também, variadíssima quantidade de aves: arara (fam. Psitarídeos), garça (casmerodius albus agretta), inhambu (crypturellus), jacamim (psophia crepitans), juriti (oreoploleia), tucano (rhamphastus culimatus e Ariel), etc. Nos seus rios e igarapés são encontrados vários tipos de peixes, sendo os principais: curimatã (fam. prochilodus), dourado (salminus brevidens), jandiá e mandi (fam. silurídeos), matrinchão (brycon brevicaudatus), etc. Há indícios da existência de petróleo, ouro e outros minerais, no município.

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POPULAÇÃO* – A população do município, que, segundo o Recenseamento Geral de 1950 era de 21.761, tinha a seguinte composição: homens – 11.544; mulheres – 10.217; habitantes da zona urbana – 3.709; da zona rural – 18.052. Cruzeiro do Sul é o segundo município, segundo a população, do Território do Acre. A sua densidade demográfi ca, dada a extensão territorial, é baixa, 0,69 habitante por quilômetro quadrado. Conforme os números acima, localizavam-se na zona urbana 17% de sua população, percentagem inferior somente à do município da Capital, 34%, e à do Território, 18%.

AGLOMERAÇÕES URBANAS* – A aglomeração urbana mais importante é a sua sede, cidade de Cruzeiro do Sul, que, em 1950, segundo os resultados do Censo Demográfi co, possuía 3.709 habitantes; destes, 1.836 eram homens e 1.873 eram mulheres. As pessoas de 5 anos e mais eram 3.099, destas, 1651 sabiam ler e escrever, sendo 788 homens e 863 mulheres. O município possui ainda as vilas de Japiim, com 1.607 habitantes; Porto Walter, com 192 habitantes e, Taumaturgo, com 108 habitantes(7).

ATIVIDADES ECONÔMICAS** – A principal atividade econômica do município é a produção extrativa vegetal, que em 1956 se elevou a Cr$ 45.805.470,00, sendo a borracha o maior responsável por essa soma, cuja produção, no ano referido, foi de Cr$ 40.829.830,00. Depois da produção extrativa vegetal vem a produção agrícola, que, em 1956, atingiu o valor de Cr$ 29.767.025,00, sendo os produtos

* Dados de 1956. Vide dados atualizados de população no Documentário Estatístico ao fi nal desta edição.**Dados de 1956. Vide dados atualizados de economia no Documentário Estatístico ao fi nal desta edição.(7) Conforme informamos na nota nº 5, estas vilas foram elevadas à categoria de município.

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mandioca, café e arroz os seus principais contribuintes, com Cr$ 8.281.000,00, Cr$ 4.095.000,00. A produção industrial do município é representada,principal-mente, pelas indústrias de transformação de produtos alimentares (farinha de mandioca, açúcar bangüê, arroz benefi ciado, panifi cação, etc.); desdobramento da madeira, tijolos e telhas, extração de lenha, etc., tendo o registro industrial de 1955 apurado a existência de 4 estabelecimentos que funcionam com mais de 5 pessoas, e cuja produção montou em Cr$ 960.000,00, e 248 estabelecimentos que funcionaram com menos de 5 pessoas, com a produção de Cr$ 7.247.000,00. Na produção extrativa animal destacam-se os couros e peles de animais silvestres, cuja produção em 1956, foi de Cr$ 2.286.390,00, e a pesca, tendo a produção de peixes, no ano referido, ascendido a Cr$ 860.320,00. Quanto à pecuária, o rebanho do município apresentava, em 1956, a seguinte composição, segundo o número de cabeças: bovinos – 2.750; eqüinos – 283; asininos – 6; suínos – 8.500; ovinos – 950; caprinos – 270; aves domésticas em geral – 39.190. COMÉRCIOS E BANCOS – O comércio mantém transações com as praças de Manaus, Belém, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo, de onde importa principalmente, tecidos, calçados, ferragens, louças, armarinho, combustíveis, café, banha, azeite, bebidas, medicamentos etc., enfi m todas as mercadorias consumidas no município. A exportação é constituída de borracha, madeiras, couros e peles de animais silvestres, café, arroz e farinha de mandioca. Na sede municipal existem 86 estabelecimentos comerciais, sendo 10 atacadistas e 76 varejistas. Funcionam uma Agência do Banco do Brasil e outra do Banco de Crédito da Amazônia(8).

(8) Estão atualmente presentes no Município as seguintes instituições fi nanceiras: Banco do Bra-sil, Caixa Econômica Federal, Banco da Amazônia e Bradesco. O Município também dispõe dos serviços bancários oferecidos pelas casas lotéricas e agências postais dos Correios.

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MEIOS DE TRANSPORTE E COMUNICAÇÕES(9)– Cruzeiro do Sul liga-se às sedes dos municípios vizinhos, à Capital do Território, e à Capital Federal, pelos seguintes meios de transportes: Tarauacá – aéreo – 450 km, em 1h20, e fl uvial – 2.189 km em 4 dias. À Capital do Território – aéreo – 588 km, em 2h30, e fl uvial – 5.820 km, via Manaus, em 22 dias. À Capital Federal – aéreo 4.049 km, em 16h5, e fl uvial-marítimo – 8.947 km, via Belém, em 32 dias. O município é servido por várias empresas de navegação fl uvial, pela Serviços Aéreos Cruzeiro do Sul S. A., pela Panair do Brasil S. A. e pelo Correio Aéreo Nacional, que mantém linhas regulares até a cidade de Cruzeiro do Sul. As comunicações são feitas através da Agência postal-telegráfi ca do D.C.T. e pelo Serviço de Radiocomunicação do Governo do Território. Há, ainda, uma estação radiofarol do Correio Aéreo Nacional (F. A. B.).

ASPECTOS URBANOS – A cidade de Cruzeiro do Sul, que fi ca à margem esquerda do Rio Juruá, apresenta agradável aspecto e boa vista panorâmica. Possui ruas bastante largas. Conta com 38 logradouros públicos, 938 prédios e 3.709 habitantes. É servida de luz elétrica. A iluminação pública se estende por 30 logradouros. Há 251 ligações domiciliares. Entre os seus principais logradouros se destacam o “Boulevard Taumaturgo de Azevedo” e a praça “Barão de Rio Branco”. Os seus edifícios mais importantes são o Grupo Escolar, edifício da Agência postal-telegráfi ca, Instituto Santa Terezinha e a Prefeitura Municipal.

(9) O principal meio de transporte para a comunicação do Município com a Capital do Estado e outros Estados é por via aérea. Existem duas empresas operando, cada uma delas, uma linha regular, além de empresas de táxi aéreo. O transporte fl uvial é utilizado principalmente para o es-coamento da produção interna e a conexão comercial com o Estado do Amazonas. O transporte rodoviário é, ainda, precário, sendo restrito na BR -364 apenas aos meses de verão.

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ASSISTÊNCIA MÉDICO-SANITÁRIA* – Existem na sede municipal um hospital de clínicas gerais, da Santa Casa de Misericórdia, um leprosário e um posto de saúde, mantidos pelo Governo do Território; um posto de Endemias Rurais, do Departamento Nacional de Endemias Rurais; e mais 4 subpostos de saúde, localizados nas vilas Japiim, Porto Walter, Taumaturgo e na Colônia Rodrigues Alves. Exercem a profi ssão, no município, 2 médicos, 2 dentistas, 2 farmacêuticos e 14 enfermeiros. Existem no município 2 farmácias.

ASSISTÊNCIA SOCIAL E COOPERATIVISMO – Existe no município um centro da Legião Brasileira de Assistência, cuja fi nalidade principal é a assistência à maternidade e à infância; a sociedade de Assistência aos Lázaros e Defesa Contra a Lepra, que mantém um asilo para recolhimento de fi lhos sadios de hansenianos pobres; a Sociedade de São Vicente de Paula, que mantém um asilo para recolhimento de indigentes; e um Centro Operário Benefi cente.

ALFABETIZAÇÃO**– De acordo com os resultados do Censo Demográfi co de 1950, das pessoas de 5 anos e mais, que eram 17.601, apenas 4.925 sabiam ler e escrever; destas, 2.579, eram homens, e 2.332 eram mulheres. A percentagem total de pessoas que sabiam ler e escrever era de pouco menos de 28%. Quanto à sede municipal, das 3.099 pessoas de 5 anos e mais, 1.651 sabiam ler e escrever; destas, 788 eram homens e 863 eram mulheres.

* Dados de 1956. Vide dados atualizados de saúde no Documentário Estatístico ao fi nal desta edição.** Dados de 1956. Vide dados atualizados de alfabetização no Documentário Estatístico ao fi nal desta edição.

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ENSINO E EDUCAÇÃO* – Em 1956, funcionaram 47 escolas de ensino primário, com 2.424 alunos matriculados. Dessas escolas, 15 localizavam-se no quadro urbano, e 32, no quadro rural. Na sede municipal funcionou, também, uma escola normal regional, cuja matrícula, em 1956, foi de 37 alunos.

OUTROS ASPECTOS CULTURAIS – Existem na sede municipal 5 bibliotecas: “Taumaturgo de Azevedo”, “Cruzeiro Ideal”, “Biblioteca Paroquial”, do Grupo Escolar Barão do Rio Branco, do Instituto Santa Terezinha, sendo que as duas primeiras possuíam mais de 1.000 volumes. “O Juruá”, quinzenário noticioso geral, é o jornal mais importante do município, aparecendo, ainda, mais outros, de menos importância. Na sede municipal existem 4 associações esportivo-culturais: “Clube Cruzeiro Ideal”, “Juruá Esporte Clube”, “Nauas Esporte Clube”, “Grêmio Cultural Marechal Taumaturgo de Azevedo”.

Outro aspecto da cidade

* Dados de 1956. Vide dados atualizados de educação no Documentário Estatístico ao fi nal desta edição

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ANOS

RECEITA ARRECADADA (Cr$ 1.000) DESPESA REALIZADA NO

MUNICÍPIO (Cr$ 1.000)

Federal Estadual

Municipal

Total Tributária

1950........ 460 - 990 527 1.009

1951........ 440 - 1.209 641 1.209

1952........ 777 - 1.470 979 1.469

1953........ 1.207 - 1.729 779 1.729

1954........ 1.125 - 1.507 799 1.507

1955........ 2.832 - 1.724 757 1.437

1956........ 2.552 - (*) 2.156 1.130 2.156

(*) - Orçamento.

(10) A principal festa popular do Município é o Novenário de Nossa Senhora da Glória, que inicia no dia 6 de agosto e culmina com a Festa de Nossa Senhora da Glória, no dia 15 de agosto. Em 28 de setembro comemora-se o aniversário de Cruzeiro do Sul e em 5 de novembro a con-solidação da Soberania Nacional na região do Juruá.

FINANÇAS PÚBLICAS

PARTICULARIDADES E MONUMENTOS HISTÓRICOS – Existem, na sede municipal dois obeliscos; um, comemorativo da fundação da cidade e outro, em honra a João Pessoa.

MANIFESTAÇÕES FOLCLÓRICAS E EFEMÉRIDES(10) – As manifestações religiosas mais importantes são os festejos do mês mariano, e de N. Sª da Glória, no mês de setembro revestindo-se estes de grandes cerimoniais, e congregando mais afl uência de fi éis por se tratar da festa da padroeira do município. Existem no município duas paróquias: N. S. da Glória e N. S. da Conceição, e um curato, o de São Francisco, que encerram 22 templos, sendo 6 igrejas e 16 capelas. Existem, ainda, 4 templos protestantes, 3 batistas e 1 pentecostal e 1 templo espírita. A festa folclórica ou tradicional, digna de menção, é a de São João, praticada principalmente no interior do município. A única efeméride municipal é o dia 28 de setembro, dia da fundação da cidade.

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OUTROS ASPECTOS DO MUNICÍPIO – Os naturais do município denominam-se “cruzeirenses”, A cidade possui 1 hotel e algumas pensões. A Maçonaria se faz presente através da sua loja intitulada “Fraternidade Acreana”. É sede da Prelazia do Juruá.

(Autoria do histórico – Compilação da Agência Municipal de Estatística e da Inspetoria Regional; Bibliografia dos dados Estatísticos – Questionários preenchidos pela Agência de Estatística de Cruzeiro do Sul. Questionários das Campanhas Estatísticas. Relatório anual de 1956. – Departamento de Geografia e Estatística do Território do Acre – Censo Demográfico – Territórios Federais – Seleção dos Principais Dados – S. N. R.)

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Manifesto Autonomista do Alto Juruá, de 25-6-1909

PELA AUTONOMIA

Petição da população do Departamento do Alto Juruá ao Congresso Nacional

A COMISSÃO

Francisco Freire de CarvalhoMâncio A. R. Lima

Francisco RiquetCraveiro Costa

Alfredo Telles de Menezes

ManausTipografia e livraria Ferreira Pena

J. Renaud & CiaRua Municipal, 37

1909

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Senhores Representantes da Nação

A população do Departamento do Alto Juruá, Território Federal do Acre, por seus principais elementos de atividade, trabalho e inteligência nos rios Juruá, Moa, Tejo, Tarauacá, Murú, Acurauá, Gregório, Liberdade, Envira, Juruá-Mirim, Jurupari, Amônia e Paraná dos Mouras, vem perante o mais alto poder da República impetrar de sua autoridade, sabedoria e patriotismo a graça da autonomia para o Território incorporado à Nação pelo Tratado de Petrópolis.

Recorrendo a este meio legal, os habitantes desta rica região querem dar ao governo da República uma demonstração positiva dos desejos de paz e fraternidade que os animam e da confiança que depositam nos representantes do Povo Brasileiro, de cujo convívio político os separou uma organização administrativa que, lhes tolhendo o direito de voto, a estrangeiro os equiparou dentro de sua própria pátria.

Região desbravada pela energia do nortista, predominando os heróicos irmãos do Ceará, palmo a palmo disputada à potência esmagadora do selvagem e à hostilidade do clima, mais tarde pleiteada com armas na mão à cupidez da Bolívia e do Peru, os cento e noventa mil quilômetros quadrados que formam esta região pertencem de fato e de direito aos cento e tantos mil habitantes que aqui vivem na vastidão da floresta e nas margens dos rios, civilizando-as com a sua energia, com o seu trabalho, com a tenacidade de sua vontade.

Baseamos a nossa justíssima pretensão, Senhores Representantes, nas invejáveis e prodigiosas condições naturais do Território e nas próprias necessidades internas, as quais só um governo autônomo poderá encarar em suas múltiplas faces, estudar em todas as suas minúcias e resolver oportunamente a contento.

Possui, como sabeis, o Território do Acre uma superfície superior a do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Santa Catarina, habitada por uma

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população brasileira quase igual à de Mato Grosso e correspondente a cerca de metade da do Amazonas, e relativamente à densidade, superior a destes dois estados, Pará e Goiás - cento e vinte mil brasileiros que não têm o direito de voto, que em maioria se acham sem escolas para seus filhos, sem polícia que lhes garanta a propriedade e separados do resto do País pela enormidade das distâncias.

Este Território deu à União em 1907 14.125:000$000 sobre 11.192.226 quilos de borracha, quantidade superior a um terço da produção do vale do Amazonas. Em troca desta enorme receita, maior que a de dezesseis Estados do Brasil, o governo federal dá a cada Departamento a insignificante verba anual de 250:000$000 quase toda consumida com o pessoal da administração das Prefeituras.

O governo da União, pela reivindicação do Acre, indenizou a Bolívia com dois milhões esterlinos ou sejam 32.000:000$000. As alfândegas de Manaus e Belém já arrecadaram proveniente do Acre para a União, de 1903 a 1907 a soma de 41.635:429$003 o que demonstra que do próprio trabalho acreano resultou a indenização dos encargos acarretados para a Nação pela reivindicação diplomática deste Território.

Com a administração do Território do Acre e a manutenção da Comissão de Obras Federais, tem o governo despendido, aproximada-mente, Rs 8.000:000$000, sem resultado prático que a população apre-cie e estime. As rendas provenientes do trabalho acreano são portan-to, suficientes para manter as despesas necessárias ao funcionamento dos aparelhos administrativos adequados à marcha regular de um Es-tado. De mais a mais as fontes de onde elas provêm são caracteriza-das pela permanência de sua produção. De fato: a borracha é gênero colhido em elementos naturais que a própria natureza renova de ano a ano e as necessidades mundiais de seu consumo crescem dia após dia. Assim, quer pelo lado da produção, quer pelo comercial, as rendas do Acre não receiam a menor solução de continuidade. O futuro Estado terá sempre elementos financeiros para manter a sua vida social e mais ainda para desenvolver em rápida marcha o progresso material do seu

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solo e o moral dos seus habitantes, honrando neste extremo do País a civilização brasileira. No ponto de vista material, pois o Território do Acre possui sólidos elementos para a vida autônoma que vos solicita.

Quanto ao aspecto constitucional essa autonomia se impõe para que não continue a injustiça de viverem mais de cem mil brasileiros despojados dos seus mais sagrados e essenciais direitos garantidos pela Constituição.

Ainda em face do nosso direito constitucional, no autorizado dizer do erudito jurista Clóvis Bevilaqua, “quem estiver estudado detidamente a letra da Constituição Federal e se tiver possuído do espírito que a domina, afastará logo, como incompatível com o nosso direito, essa criação de territórios, que prevista não foi pelo legislador constituinte e cuja existência não se conforma bem com os fins especiais da União”.

As nossas necessidades materiais, mesmo aquelas mais urgentes, não podem ser resolvidas de modo completo e oportuno pela organização administrativa atual, inconciliável com as aspirações deste Território. As Prefeituras não estão aparelhadas financeiramente para satisfazer às necessidades populares, algumas palpitantes, embora para aqui viessem Prefeitos de boas e honestas intenções, conhecedores da região, pois a todos tem faltado, a par da carência de verba, permanência de governo. Vindo quase todos desacompanhados de suas famílias, como quem caminha para a morte, desde a chegada a preocupação única é o regresso aos seus lares o mais breve que lhes for possível. É o que se tem visto com raríssimas e dignas exceções. A própria magistratura não escapa a esta pecha: os magistrados não permanecem nos seus cargos, por eles transitam, uns visando às comodidades da aposentadoria, outros fazendo jus a pingues acessos, todos prostrados pelo desânimo e pela ânsia do regresso ao seio da família.

O funcionário por mais graduado que seja hoje, dependendo de autoridades dele separadas por centenas de léguas, fica tolhido em sua ação administrativa e dali demora em toda a marcha dos negócios públicos desta região e, conseqüentemente, freqüentes perturbações,

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quer na ordem administrativa, quer na alçada judiciária.A administração autônoma virá remediar esses males.Não colhe a lembrança dos territórios americanos do norte serem

regularmente administrados pelo seu governo central, visto as condições do Território do Acre, relativamente à Capital Federal não serem as mesmas entre aqueles e Washington. Os habitantes dos territórios da grande República gozam de direitos políticos bastante amplos para fomentar todas as instituições de um self governement que atende à maior parte das necessidades regionais, ao passo que nós acreanos, nem início de existência política temos, pela mais simples disposição legal, a fim de preparar-nos ao menos para a organização municipal! Esta tremenda injustiça, que nos coloca na deprimente situação de brasileiros estranhos aos destinos de nossa pátria, não é compensada - nem o pode ser - enquanto não obtivermos as vantagens de uma gestão autônoma dos nossos negócios políticos. Acresce que, em face dos territórios americanos, estamos em outro ponto de inferioridade: as medidas administrativas dependentes da autoridade central podem lá, devido às facilidades de comunicações e rapidez de transportes, serem aplicadas em tempo oportuno dando resultados benéficos. Ao contrário, por melhores intenções que tenha o governo da União para com o Território do Acre - a experiência diária o demonstra - as providências aqui chegam retardadas, inúteis, deixando muitas vezes unicamente como resultado a amarga lembrança de uma ilusão desfeita.

Só um governo local, Senhores Representantes da Nação, exercido pelos interessados diretos no progresso desta região, poderá solver estas urgentes e extremas dificuldades.

São estas as razões que explicam o atraso desta zona tão rica e produtiva.

Com exceção do Departamento do Alto Juruá que nestes últimos tempos, devido exclusivamente a iniciativa particular, quer moral, quer materialmente, se tem um tanto desenvolvido, na maior parte do Território quase nada se tem feito: não temos estradas, não temos indústrias, não

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temos comércio. A canoa primitiva do selvagem é, em grande parte do ano, o único veículo de comunicação. As terras cobrem-se de florestas virgens. A indústria regional não vai além da extração da borracha por processos rudimentares. A instrução primária é insuficiente à população infantil e a secundária é apenas dada no incipiente Lyceu Afonso Penna, que só aproveita ao Juruá e tende a desaparecer por falta de recursos para manutenção do estabelecimento.

O povoamento é feito com enorme dispêndio pelos proprietários, que vão aos Estados do norte engajar trabalhadores.

Na justiça, além da inconveniência já apontada, que traz como conseqüência um regime de prejudicial e incompetente interinidade, foi dada ao juiz de Direito a faculdade exclusiva da concessão do habeas corpus e da presidência do júri. Vastos como são os Departamentos e desprovidos como se acham de meios de comunicação, os jurisdicionados dos juízes preparadores não gozam daquela salutar medida constitucional e ficam privados, quando delinqüentes, do julgamento por seus pares, dependendo por isso sempre do arbítrio de qualquer autoridade. É o regime da negação de todos os direitos constitucionais, fruto desta organização provisória que entrava o progresso intelectual, material e moral do pedaço mais rico e mais futuroso do Brasil. Não queremos precisar fatos nem destacar individualidades, porque daríamos a esta petição uma extensão fatigante e não faríamos mais do que repetir clamores que são do conhecimento do País.

Trazemos, Senhores Representantes da Nação, apenas um pálido esboço do nosso infortúnio: nada temos, apesar da riqueza da terra que trabalhamos e dos pesados tributos que oneram a única indústria local.

Somos brasileiros mas dentro do País é como se estrangeiros fôssemos; somos republicanos, muitos de nós tem história política nos seus Estados, a República não nos deve negar os benefícios da democracia; somos civilizados, nossos irmãos não nos devem olhar como selvagens indignos de intervir na direção da nossa pátria.

Conquistamos para a Nação, ao índio pela nossa tenacidade

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e ao estrangeiro pela efusão do nosso sangue esta terra magnífica e desconhecida; fomos os primeiros portadores da civilização ao ponto mais ocidental do Brasil e nesta cruzada poderosa continuamos a lidar; é justo, é lógico, que no convívio da federação brasileira tenhamos o nosso lugar.

É esta a mercê, Senhores Representantes da Nação, que vimos pedir respeitosamente ao vosso dever cívico de brasileiros e legisladores, recorrendo ao meio constitucional de petição porque julgamos impatriótico e profundamente prejudicial todo e qualquer recurso que possa parecer hostil ao governo constituído de nossa Pátria.

O Território Federal do Acre, Senhores Representante da Nação, tem direito a essa graça - pela sua extensão territorial, superior a de muitos países do Velho Mundo; pela sua população, cuja densidade relativa oferece um coeficiente de 0,63 por km2 ; pela sua incomparável riqueza exportativa que tanto pesa na balança econômica do País. Tem ainda direito a essa autonomia para que o seu progresso seja proporcional a sua renda: 250:000$000 que o Governo Federal dá, anual e parceladamente, a cada Prefeitura não podem prover sequer as necessidades materiais mais palpitantes nas sedes das prefeituras, quanto mais suprirem as urgentes carências de povoamento do solo, de aberturas de estradas, de facilitação de transportes, de presteza de comunicações, de difusão de instrução, de estímulo às indústrias e à agricultura, etc., problemas que os Prefeitos não podem resolver, por falta de meios pecuniários e em virtude da própria organização administrativa que, armando-os de poderes discricionários tira-lhes, ao mesmo tempo, a faculdade de agir proficuamente.

O Território do Acre, pois, precisa urgentemente de sua autonomia para poder progredir. Concedei-a, Senhores Representantes da Nação.

Cruzeiro do Sul, 25 de junho de 1909.

(NOTA: Esta Petição vai assinada por mais de 8.000 pessoas)

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ANEXOSValor oficial da exportação de borracha

ACRE 68.262:568$000Amazonas 66.238:390$000Pará 47.416:612$909

Borracha acreanaA produção total no vale do Amazonas é 37.220.000 Kg.Acre exporta 11.192.226 Kg.Pará exporta 11.980.719 Kg.Amazonas exporta 10.924.313 Kg.Iquitos exporta 3.122.712 Kg.

Superfície comparada com outros estados da FederaçãoACRE 190.000 Km²Pernambuco 128.395 Km²Ceará 104.250 Km²Paraíba 74.731 Km²Santa Catarina 74.156 Km²Rio de Janeiro 68.982 Km²Alagoas 58.491 Km²Sergipe 39.190 Km²Espírito Santo 44.839 Km²Rio Grande do Sul 57.485 Km²

Superfície comparada com alguns paísesACRE 190.000 Km²Dinamarca 33.340 Km²Bulgária 96.660 Km²Bélgica 29.457 Km²Holanda 33.000 Km²Suíça 41.000 Km²Portugal 92.157 Km²Grécia 65.119 Km²Romênia 131.000 Km²Sérvia 48.300 Km²Montenegro 9.080 Km²Luxemburgo 2.587 Km²Uruguai 186.920 Km²

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Valor oficial da exportação geral da República

ACRE 68.272:578$000

Amazonas 66.238:390$000

Pará 47.416:612$000

Maranhão 6.545:764$000

Piauí 2.615:536$000

Ceará 6.111:931$683

Rio Grande do Norte 2.341:188$000

Paraíba 4.789:464$000

Pernambuco 31.674:972$000

Alagoas 8.507:974$000

Bahia 39.377:312$211

Sergipe 6.762:431$543

Espírito Santo 11.165:514$000

São Paulo 201.324:425$035

Paraná 16.000:000$000

Santa Catarina 7.242:212$949

Rio Grande do Sul 51.918:165$430

Minas Gerais 142.069:912$514

Goiás 216.063$661

Mato Grosso 7.555:960$000

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Direitos de exportação da borracha acreana cobrados pela União

Alfândega de Belém:1903 247:418$840

17.905:834$722

1904 1.366:427$6671905 4.710:396$0761906 4.806:134$4731907 6.775:465$666

Alfândega de Manaus:1903 587:622$3371904 1.741:758$8481905 4.040:348$3201906 4.645:361$3431907 6.694:503$797 17.790:594$281

35.696:429$003

Direitos cobrados pelas duas alfândegas, de janeiro a maio de 1908: 6.020:000$000

41.635:429$003

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Enciclopédia dos Municípios Acreanos Cruzeiro do Sul

A população do Acre é a mais tributada

Renda População Coef. por hab.ACRE 14.125:000$000 120.000 117$708Amazonas 20.470:000$000 288.000 71$080Pará 16.920:000$000 782.880 21$600Maranhão 2.300:000$000 792.000 2$904Piauí 983:000$000 510.000 1$927Ceará 4.059:000$000 1.200.000 3$383Rio Grande do Norte 1.239:000$000 488.640 2$536Paraíba 854:000$000 716.200 1$108Pernambuco 9.905:000$000 2.507.400 3$558Alagoas 2.100:000$000 937.920 2$207Sergipe 1.523:000$000 540.000 2$653Bahia 9.390:000$000 2.802.000 3$355Espírito Santo 2.970:000$000 241.920 12$392Rio de Janeiro 8.220:000$000 1.560.000 5$269São Paulo 53.000:000$000 3.024.000 14$091Paraná 3.320:000$000 432.000 7$711Santa Catarina 1.460:000$000 486.960 2$996Rio Grande do Sul 10.200:000$000 1.620.000 6$296Goiás 860:000$000 408.000 2$107Mato Grosso 1.860:000$000 188.400 9$878Capital Federal 27.000:000$000 876.000 30$821

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Enciclopédia dos Municípios AcreanosCruzeiro do Sul

Receita aproximada dos Estados

ACRE (1907) 14.125:000$000

Maranhão 2.300:000$000

Piauí 983:000$000

Ceará 4.059:000$000

Rio Grande do Norte 1.239:000$000

Paraíba 854:000$000

Pernambuco 9.905:000$000

Alagoas 2.100:000$000

Sergipe 1.523:000$000

Bahia 9.390:000$000

Espírito Santo 2.970:000$000

Rio de Janeiro 8.220:000$000

Paraná 3.320:000$000

Santa Catarina 1.460:000$000

Rio Grande do Sul 10.200:000$000

Goiás 860:000$000

Mato Grosso 1.860:000$000

São Paulo 53.000:000$000

Amazonas 20.470:000$000

Pará 16.920:000$000

Capital Federal 27.000:000$000

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Enciclopédia dos Municípios Acreanos Cruzeiro do Sul

População relativa comparada

Estado Área Habitantes Dens. Demográfica

ACRE 190.000 Km² 120.000 0,63 por Km²

Pará 1.149.712 Km² 652.400 0,56 por Km²

Goiás 747.311 Km² 408.000 0,54 por Km²

Amazonas 1.897.020 Km² 288.000 0,15 por Km²

Mato Grosso 1.379.615 Km² 188.400 0,13 por Km²

O Acre não deve

Pago pelo Governo Federal à Bolívia, como indenização, pela reivindicação do Acre, dois milhões de esterlinos ou ........................................... 32.000:000$000

Arrecadado pelo Governo Federal, em direitos de exportação de borracha acreana, pelas alfândegas de Belém e Manaus, até maio de 1908 ................... 41.635:429$003

Saldo a favor do Acre R$. ....................................... 9.635:429$003

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Enciclopédia dos Municípios AcreanosCruzeiro do Sul

Fontes:IBGE, Censo Demográfico 2000, Ministério da Saúde - DATASUS 2000;Ministério da Educação - INEP - Censo Educacional 2000; TSE - Registros Adminis-

trativos 2000; IBGE, site na internet - www.ibge.gov.br/cidadesat.

Área da unidade territorial (Km²) 7.848,44

1) POPULAÇÃO

População residente

Homens Mulheres Total

33.919 33.522 67.441

Segundo o domicílio

Área Urbana Área Rural

38.971 28.470

Cruzeiro do Sul

Fontes: IBGE, Censo Demográfico 2000; IBGE, site na internet - www.ibge.gov.br/cidadesat.

DADOS ESTATÍSTICOS ATUAIS

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Enciclopédia dos Municípios Acreanos Cruzeiro do Sul

CrescimentoPopulacional

Pirâmide Populacional

Homens Mulheres

67.441

56.705

47.812

1991 1996 2000

Faixa Etáriaacima de 60

50 a 5940 a 4930 a 3920 a 2910 a 195 a 9 0 a 45115

44018877

61553459

23821634

1896 17661603

24793527

58288969

43144936

Fontes: IBGE, Censo Demográfico 2000; IBGE, site na internet - www.ibge.gov.br/cidadesat.

Fontes: IBGE, Censo Demográfico 2000; IBGE, site na internet - www.ibge.gov.br/cidadesat.

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Enciclopédia dos Municípios AcreanosCruzeiro do Sul

Nascimentos e óbitos

Nascidos vivos Óbitos

4.794 360

2) EDUCAÇÃO

Alfabetização

Pessoas Residentes(10 anos ou +)alfabetizadas

Pessoas Residentes(10 anos ou +)

taxa de alfabetização

35.882 73,70%

Estabelecimentos de ensinoPúblicos Particulares Total

173 8 181Ensino pré-escolar

Públicos Particulares Total38 4 42

Ensino fundamentalPúblicos Particulares Total

133 3 136Ensino médio

Públicos Particulares Total2 1 3

Fontes: IBGE, Censo Demográfico 2000; IBGE, site na internet - www.ibge.gov.br/cidadesat.

Fontes: IBGE, Censo Demográfico 2000; Ministério da Educação - INEP - Censo Educacional 2000; IBGE, site na internet - www.ibge.gov.br/cidadesat.

Fontes: IBGE, Censo Demográfico 2000; Ministério da Educação - INEP - Censo Educacional 2000; IBGE, site na internet - www.ibge.gov.br/cidadesat.

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Enciclopédia dos Municípios Acreanos Cruzeiro do Sul

3) SAÚDEHospitais 3Leitos Hospitalares 243Unidades Ambulatoriais 58Postos de Saúde 45Centros de Saúde 2Internações Hospitalares 7.452

Ensino Pré-escolar

Ensino Fundamental

Ensino Médio

Ensino Pré-escolar

Ensino Fundamental

Ensino Médio

Docentes

Matrículas20.000

16.000

12.000

8.000

4.000

0

3.000

17.851

3.758

131

770

171

900

750

600

450

300

150

0

Fontes: IBGE, Censo Demográfico 2000; Ministério da Educação - INEP - Censo Educacional 2000; IBGE, site na internet - www.ibge.gov.br/cidadesat.

Fontes: IBGE, Censo Demográfico 2000; Ministério da Saúde - DATASUS 2000; IBGE, site na internet - www.ibge.gov.br/cidadesat.

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Enciclopédia dos Municípios AcreanosCruzeiro do Sul

4) ECONOMIA

Pecuária – principais rebanhosRebanhos Efetivo / Cabeça

Bovinos 15.832

Ovinos 1.341

Caprinos 429

Galináceos 272.438

Pecuária – principais produtosProduto Produção Valor em R$

Leite de Vaca 1.249 mil litros 624.510,00

Ovos de Galinha 272 mil dúzias 400.481,00

Agricultura - principais culturas - lavoura permanente

Produto Área em Hectares Valor da Produção em R$

Banana 308 481 mil

Laranja 72 364 mil

Guaraná 120 60 mil

Fontes: IBGE, Produção da Pecuária Municipal 2000; IBGE, site na internet - www.ibge.gov.br/cidadesat.

Fontes: IBGE, Produção da Pecuária Municipal 2000; IBGE, site na internet - www.ibge.gov.br/cidadesat.

Fontes: IBGE, Produção Agrícola Municipal 2000; IBGE, site na internet - www.ibge.gov.br/cidadesat.

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Enciclopédia dos Municípios Acreanos Cruzeiro do Sul

Agricultura - principais culturas - lavoura temporária

Produto Área emHectares

Produção em Toneladas

Valor da Produção em R$

Mandioca 2.790 41.850 4.185 milArroz 2.469 1.931 888 milMilho 2.471 1.947 701 milFeijão 422 254 203 mil

Extração vegetal e silvicultura

Produto Tipo Produção Valor em R$

Madeiras lenha 134.606 m/3 538 milMadeiras toras 398 m/3 22 mil

Açaí fruto 276 toneladas 27 milBorracha látex coagulado 10 toneladas 8 mil

Empresas

Sedes de empresas com CNPJ

Empresas com CNPJ atuantes

750

600

450

300

150

0

677699

Fontes: IBGE, Produção Agrícola Municipal 2000; IBGE, site na internet - www.ibge.gov.br/cidadesat.

Fontes: IBGE, Produção da Extração Vegetal e Silvicultura 2000; IBGE, site na internet - www.ibge.gov.br/cidadesat.

Fontes: IBGE, Cadastro Central de Empresas 2000; IBGE, site na internet - www.ibge.gov.br/cidadesat.

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Empresas por ramo de atividade

Ramo de atividade número de empresas

pessoal ocupado

Agricultura, pecuária, silvicultura e exploração florestal 7 312

Indústrias de transformação 77 240

Construção 26 76Comércio, reparação de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos 437 1021

Alojamento e alimentação 18 43

Transporte, armazenagem e comunicações 30 141

Intermediação financeira 5 51Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados às empresas 5 20

Administração pública, defesa e seguridade social 3 742

Educação 9 80

Saúde e serviços sociais 10 756

Crescimento Empresarial

ano de fundação

sede

s de

em

pres

as

300

250

200

150

100

50

012 16

31

68118

170

262

até 1969 1970 a 1974 1975 a 1979 1980 a 1984 1985 a 1989 1990 a 1994 após 1995

Fontes: IBGE, Cadastro Central de Empresas 2000; IBGE, site na internet - www.ibge.gov.br/cidadesat.

Fontes: IBGE, Cadastro Central de Empresas 2000; IBGE, site na internet - www.ibge.gov.br/cidadesat.

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Enciclopédia dos Municípios Acreanos Cruzeiro do Sul

5) TRABALHO

Pessoal Ocupado

Pessoal Ocupado - Unidades Locais 2.723

Pessoal Ocupado Assalariado - Unidades Locais 1.936

% de concentração de pessoas ocupadas nas 4 maiores empresas atuantes no município 34,34

% de concentração de pessoas ocupadas nas 8 maiores empresa atuantes no município 40,47

Salários

Salário e outras remunerações 7.285.198 reais% de concentração de salários pagos nas 4 maiores empresas atuantes no município 45,98

% de concentração de salários pagos nas 8 maiores empresas atuantes no município 66,69

Perfil das Empresas por Pessoal Ocupado

pessoal ocupado

núm

ero

de e

mpr

esas

600

500

400

300

200

100

0

564

42 28 7 4 1 12 0

1 a 4 5 a 9 10 a 19 20 a 29 30 a 49 50 a 99 100 a 249 250 a 499 500 a 999

Fontes: IBGE, Cadastro Central de Empresas 2000; IBGE, site na internet - www.ibge.gov.br/cidadesat.

Fontes: IBGE, Censo Demográfico 2000; IBGE, site na internet - www.ibge.gov.br/cidadesat.

Fontes: IBGE, Censo Demográfico 2000; IBGE, site na internet - www.ibge.gov.br/cidadesat.

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Enciclopédia dos Municípios AcreanosCruzeiro do Sul

6) PARTICIPAÇÃO POLÍTICA

Eleição Municipal

Eleitores

Homens Mulheres Total

18.563 18.295 36.860

Eleitores por faixa etária

homens mulheres total

14.000

12.000

10.000

8.000

6.000

4.000

2.000

0de 15 a 18

anosde 19 a 25

anosde 26 a 35

anosde 36 a 45

anosde 46 a 60

anosde 61 a 70

anos

Fontes: IBGE, Censo Demográfico 2000; TSE - Registros Administrativos 2000; IBGE, site na internet - www.ibge.gov.br/cidadesat.

Fontes: IBGE, Censo Demográfico 2000; TSE - Registros Administrativos 2000; IBGE, site na internet - www.ibge.gov.br/cidadesat.

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DOCUMENTÁRIO FOTOGRÁFICO (Acervo cedido pelo Patrimônio Histórico - FEM, do Governo do Estado do Acre)

Vista parcial de Cruzeiro do Sul. No alto identifica-se o Fórum. Abaixo casas comerciais, escolas públicas e a usina de força de energia. Foto de 1905.

Vista parcial da cidade de Cruzeiro do Sul em 1930, destacando o traçado das ruas e arquitetura das residências particulares e públicas.

Vista parcial da cidade de Cruzeiro do Sul, destacando-se a Av. Mâncio Lima, esquina com Absolom Moreira em 1935.

Vista panorâmica da cidade de Cruzeiro do Sul, destacando a arquitetura das casas de acordo com as inundações periódicas do rio Juruá em 1957.

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Vista parcial da cidade de Cruzeiro do Sul em 1950.

Vista parcial mais antiga da cidade de Cruzeiro do Sul, durante uma inundação do canal da Av. Rodrigues Alves 1907 – 1908.

O centro da cidade de Cruzeiro do Sul inundado pelas águas do rio Juruá. Da esquerda para direita: Edson Sidou e Mário Lobão em 1953.

Concentração cívica por ocasião do aniversário da cidade, vendo ao fundo a Prefeitura municipal e o Teatro José de Alencar. Década de 40.

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Inauguração da rad io te l eg rá f i ca de Cruzeiro do Sul, pelo Prefeito Departamental Cel. Francisco Siqueira do Rego Barros, construída pela firma alemã Telefunken. Em 5 de março de 1912.

Catedral de Nossa Senhora da Glória, contruída em 1957 pelos alemães.

Matriz de Nossa Senhora da Glória, construída em madeira pelo Pe. Afonso Donnadreu em 15 de agosto de 1915 e o antigo bispado, hoje residência das Irmãs Franciscanas.

Da esquerda para direita: mercado público municipal, quando foi inaugurado a nova ala construída na administração do prefeito Aluízio Queiroz em 22/7/1961.

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Vista do Palácio do Bispo, residência das Irmãs Franciscanas e Colégio São José.

Desde a sua chegada em Cruzeiro do Sul, que Rego Barros não se conformava com a inexistência de um cais de embarque e desembarque. Projetou-o e construiu e até hoje (1982) permanece de pé. Em letras de ferro permanece o nome do seu construtor e a data da sua inauguração 7 de setembro de 1912.

Primeiro avião que chegou a Cruzeiro do Sul, aqualizou no rio Juruá próximo ao cais. O avião chamava-se “Traveca” e veio para pesquisar petróleo na região em 1939.

A partida dos pracinhas para a Itália durante a 2ª Guerra Mundial. 1944

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Embarque para Tarauacá do chefe do Departamento do Alto Juruá, Francisco Siqueira do Rego Barros em 1913.

Equipe de futebol do clube “Nauás Clube”, em 1958.

Grupo das Pastorinhas, organizado por D. Cecília Alves de Melo. As apresentações ocorriam durante a época natalina. Da esquerda para direita: Julieta Cruz, no centro D. Cely Melo e a décima quarta Risoleta Cruz em 1949.

Reunião de familília de imigrantes sírios-libaneses e nordestinos em 1935.

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Vista do rio Juruá em época de seca.

Professor, seringueiro e jornalista João Mariano com a turma de alunos, Cruzeiro do Sul em 1949.

Desfile de estudantes por ocasião do aniversário da cidade de Cruzeiro do Sul. Cada estudante trás um faixa com nome de uma árvore da região (seringueira, buriti, paxiúba).

Desfile de estudantes por ocasião do aniversário da cidade de Cruzeiro do Sul. Logo atrás, seringueiros e produtores da SUDHEVEA, também desfilando.

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Vítimas da alagação fotografadas pelo Dr. José Alberto, que estava dando assistência em Cruzeiro do Sul.

Escadaria que dá acesso ao cais, feira dos colonos e o antigo Conselho Municipal em 1913.

Escadaria que dá acesso ao cais, vendo-se a esquerda a feira dos colonos e ao fundo o antigo Conselho Municipal. (1913)

Vista parcial do antigo Fórum.

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Vista parcial de uma rua de Cruzeiro do Sul. Ao fundo vendo-se a Catedral de Nossa Senhora da Glória.

Antigo prédio de Cruzeiro do Sul.

Antigo bispado, hoje residência das Irmãs Franciscanas. 1990

Antigo bispado, hoje residência das Irmãs Franciscanas. 1990

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Antigo bispado, hoje residência das Irmãs Franciscanas. 1990

Vista parcial de Cruzeiro do Sul. Vendo-se a Catedral de Nossa Senhora da Glória. 1990

Vista parcial de uma das ruas de Cruzeiro do Sul e suas residências. 1990

Procissão de Nossa Senhora da Glória, padroeira de Cruzeiro do Sul, que acontece anualmente no dia 15 de agosto. 1989

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Procissão de Nossa Senhora da Glória, padroeira de Cruzeiro do Sul, que acontece anualmente no dia 15 de agosto. 1989

Procissão de Nossa Senhora da Glória, padroeira de Cruzeiro do Sul, que acontece anualmente no dia 15 de agosto.1989

Vista aérea do festival de praia do Rio Juruá. Promovido pelos representantes da Antártica e Brahma. 1993

Marechal Thaumaturgo – Coronel do Exército Nacional, Gregório Thaumaturgo de Azevedo. Fundador da cidade em 1904 e primeiro Prefeito. Era Engenheiro Militar, Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais. Nasceu em 17 de novembro de 1853 e faleceu em 23 de agosto de 1921.

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Vista da prainha de Cruzeiro do Sul

Mercado – Feira de colonos

Catedral Nossa Senhora da Glória, que marca a paisagem da cidade cons-truída nas margens do rio Juruá.

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Endereços para contato com o gabinete do Senador Geraldo Mesquita Júnior:

Em Rio Branco - AC: Rua Copacabana nº 148, Bairro Vila IvoneteCEP: 69914-380, Tels.:(68) 244-1260 e 244-1994(Fax)

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