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Avaliação dos testes psicológicos Página 12 Concurso para Secretaria Municipal de Saúde Página 9 Aberto processo eleitoral Página 3 Novo ISS gera polêmica Página 12 Funcionários assumem seus cargos no CRP-05 e subsedes são reabertas Página 3 Direitos dos homossexuais em votação na ONU Página 11 Mudanças na Lei de Execução Penal Página 10 CRP-05 CRP-05 Boletim Boletim do Conselho Regional de Psicologia do Estado do Rio de Janeiro / 5ª Região Ano 1 Nº 1 Mar/2004 Congressos decidem rumos da psicologia Entre 17 e 20 de junho, acontecerá, em Brasília, o V Congresso Nacional de Psicologia (CNP). O evento é a instância máxima de deliberação na estrutura dos Conselhos e acontece a cada triênio. O tema escolhido para esta edição foi: “Protagonismo Social da Psicologia - As urgências Brasileiras e a Construção de Respostas da Psicologia às Necessidades Sociais”. Com isso, o Sistema Conselhos pretende colaborar para a construção de um programa de participação efetiva da categoria na transformação da sociedade brasileira. Para tornar o processo mais democrático e acessível a todos os psicólogos, antes do debate nacional, ocorrem etapas locais. O Congresso Regional do Rio de Janeiro ocorrerá nos dias 14, 15 e 16 de maio. Participe! Este é o momento da categoria debater e aprovar as diretrizes da psicologia no Brasil e é o prazo final da inscrição das chapas que disputarão as eleições para a diretoria dos Conselhos Regionais e Federal, no período 2004/2007. Mais informações sobre datas, locais e formatos das teses, entre outros, neste jornal. Em caso de dúvidas, procure o CRP- 05. Não deixe de fazer parte desse processo. Ajude a construir as diretrizes para a categoria nos próximos três anos e a lutar por um país mais justo. Página 6, 7 e 8 Psicologia e Direitos Humanos Página 10 Psicólogos nos Conselhos Tutelares Página 5 Concurso para concessão de Títulos de Especialista Página 5 Diretrizes curriculares para a Psicologia em debate Página 5 Prêmio discute a democratização da comunicação Página 5 Mantenha-se informado sobre o CRP-05 e os principais acontecimentos da profissão. Acesse: www.crprj.org.br

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Avaliação dos testespsicológicos

Página 12

Concurso para SecretariaMunicipal de Saúde

Página 9

Aberto processo eleitoralPágina 3

Novo ISS gera polêmicaPágina 12

Funcionários assumemseus cargos no CRP-05 esubsedes são reabertas

Página 3

Direitos dos homossexuaisem votação na ONU

Página 11

Mudanças na Lei deExecução Penal

Página 10

CRP-05CRP-05B o l e t i m

Boletim do Conselho Regional de Psicologia doEstado do Rio de Janeiro / 5ª Região • Ano 1 • Nº 1 • Mar/2004

Congressosdecidem rumosda psicologia

Entre 17 e 20 de junho, acontecerá, em Brasília, oV Congresso Nacional de Psicologia (CNP). O evento é ainstância máxima de deliberação na estrutura dos Conselhos eacontece a cada triênio. O tema escolhido para esta edição foi:“Protagonismo Social da Psicologia - As urgências Brasileiras e aConstrução de Respostas da Psicologia às Necessidades Sociais”.Com isso, o Sistema Conselhos pretende colaborar para aconstrução de um programa de participação efetiva da categoriana transformação da sociedade brasileira.

Para tornar o processo mais democrático e acessível a todos ospsicólogos, antes do debate nacional, ocorrem etapas locais. OCongresso Regional do Rio de Janeiro ocorrerá nos dias 14, 15 e16 de maio. Participe! Este é o momento da categoria debater eaprovar as diretrizes da psicologia no Brasil e é o prazo final dainscrição das chapas que disputarão as eleições para a diretoria dosConselhos Regionais e Federal, no período 2004/2007.

Mais informações sobre datas, locais e formatos das teses,entre outros, neste jornal. Em caso de dúvidas, procure o CRP-05. Não deixe de fazer parte desse processo. Ajude a construiras diretrizes para a categoria nos próximos três anos e a lutarpor um país mais justo.

Página 6, 7 e 8

Psicologia e DireitosHumanos

Página 10

Psicólogos nos ConselhosTutelares

Página 5

Concurso para concessãode Títulos de Especialista

Página 5

Diretrizes curricularespara a Psicologia emdebate

Página 5

Prêmio discute ademocratização dacomunicação

Página 5

Mantenha-se informado sobre o CRP-05 eos principais acontecimentos da profissão.Acesse: www.crprj.org.br

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Boletim CRP-05 • Ano 1 • Nº 1 • Mar/20042

Este é nosso primeiro boletim de2004, ano em que ocorrem aseleições para os Conselhos dePsicologia de todo o Brasil, con-

cluindo os trabalhos desta Comissão Gestorajunto ao CRP-05. A instalação da Comissãorepresentou o primeiro passo para o resgateda entidade do ponto de vista administrati-vo, financeiro e ético. Mas serão as eleições,em 27 de agosto próximo, a etapa decisivapara mudar definitivamente os rumos denossa história. A largada já foi dada: na As-sembléia Extraordinária de 16 de fevereiro,quando elegeu-se a Comissão Eleitoral res-ponsável pela condução do processo. Entremarço e abril, acontecerão os encontros pre-paratórios e os Pré-congressos, abertos àparticipação de todos os psicólogos inscri-tos no CRP-05, com vistas aos CongressosRegional e Nacional de Psicologia.

O que os congressos têm a ver com aseleições? O Congresso Nacional, realiza-do a cada três anos, é a instância máximade deliberação da estrutura dos conselhos,estabelecendo as diretrizes para as açõesdos mesmos naquele triênio, com base nasteses apresentadas e debatidas nos Pré-congressos e nos Congressos Regionais,nas distintas regiões de cada estado dopaís. E é durante o Regional, realizado emmaio, e o Nacional, em junho, que termi-na o prazo para a inscrição das chapaspara concorrerem aos Conselhos Regio-nais e Federal, respectivamente.

Nem sempre foi assim. A legislação quecriou os Conselhos Profissionais, na déca-da de 70, não prevê a realização de con-gressos, nem a eleição direta para o Conse-lho Federal. Porém, desde os anos 80, emsintonia com o processo de abertura políti-ca no País, o Sistema Conselhos de Psico-logia passou por uma crescente democrati-zação em sua estrutura e modos de funcio-namento, levando a maior aproximaçãocom a categoria e com a sociedade. Vale apena relembrar um pouco dessa história. Oprocesso de abertura da entidade resultouna realização, em 1989, do Congresso Na-cional Unificado de Psicologia (CONUP),em parceria com a Federação Nacional dosPsicólogos (FENAPSI), entidade que reú-ne o conjunto de sindicatos e associaçõesde psicólogos do país. O CONUP represen-tou um primeiro momento em que os psi-cólogos tiveram participação direta na for-mulação de uma política para a categoria.Os Conselhos tornavam-se menos marca-dos pela burocracia interna e mais voltados

para as questões de interesse dos psicólo-gos e da sociedade brasileira.

Mas uma mudança profunda na formade funcionar dos Conselhos de Psicologia,em especial do Federal, viu-se consolidadacom a realização do Processo Constituinte,durante o I Congresso Nacional de Psico-logia, em 1994. Nele, ao mesmo tempo emque se aprimoraram os mecanismosasseguradores do cumprimento e fiscaliza-ção da ética no exercício profissional, fo-ram aprovadas estratégias para maior de-mocratização do Sistema Conselhos de Psi-cologia, como a eleição direta, por meio deconsulta nacional, para o Federal e estabe-lecidos os seus instrumentos de controle in-terno, através da constituição da Assem-bléia de Políticas Administrativas e Finan-ceiras (APAF), reunindo representantes decada um dos Conselhos Regionais e do Fe-deral. A APAF passa a ser a instânciadecisória com respeito à política a serimplementada pelo Sistema Conselhos,pautando-se pelas diretrizes aprovadas acada triênio nos Congressos.

Assim, a partir de um exercício demo-crático e continuado de debates e reflexãoem torno da profissão, a função precípuaque a lei determina aos Conselhos, de fisca-lização e normatização do exercício profis-sional, tem seu foco ampliado, englobandoações que visam qualificar a psicologia bra-sileira no interesse da maioria da população.Entre essas ações, algumas dirigem-se dire-tamente aos psicólogos na sua relação coma profissão; outras visam ao fortalecimentoe à articulação das entidades representativasda categoria; e um terceiro grupo busca a ar-ticulação da psicologia com os movimentossociais vigentes no País e, em especial, coma luta pelos direitos humanos.

O Rio de Janeiro foi berço da psicolo-gia no Brasil, determinando suas feições naprimeira metade do século passado. Hoje,os seus profissionais destacam-se pela ca-pacidade de renovação do pensamento edas práticas em psicologia, buscando res-postas aos muitos desafios que a realidadesocial impõe. O CRP-05 não deve e nãopode ficar à margem de um movimentoque, abrindo-se ao debate no interior daentidade, aproxima os psicólogos da reali-dade do País e qualifica a categoria noatendimento às necessidades da sua popu-lação. Cada um de nós, psicólogo(a) inscri-to (a) neste Conselho, é responsável por es-crever parte desta história. Que, disso, o fu-turo possa ter um belo livro nas mãos.

O Boletim CRP-05 é uma publicação doConselho Regional de Psicologia do Rio deJaneiro / 5ª Região

Conselho Regional de Psicologia doEstado do Rio De Janeiro - 5ª Região

Rua Delgado de Carvalho, 53, TijucaCEP: 20260-280 • Tel/Fax: (21) 2234-1022www.crprj.org.br • [email protected]

Comissão Gestora

Alessandra Daflon dos SantosCRP 05/26697Analice de Lima Palombini

CRP07/2421Diva Lúcia Gautério CondeCRP 05/1448Eliana Vianna - CRP 05/390

Fabiana ValadaresCRP 05/28553José Henrique Lobato ViannaCRP 05/18767José NovaesCRP 05/980

Margarete de Paiva S. Ferreira

CRP 05/5604Maria José Antunes CoimbraCRP 05/904

Subsedes

Niterói: Av. Amaral Peixoto, 467/509, CentroCEP: 24020-000 • Tel/Fax: (21) [email protected]

Petrópolis: Rua Paulo Barbosa, 174, CentroCEP: 25620-000 • Tel/Fax: (24) [email protected]

Nova Iguaçu: Rua SebastiãoHerculano de Matos, 41, CentroCEP: 26255-220 • Tel/Fax: (21) 2768-0007crp05novaiguaç[email protected],br

Jornalista Responsável

Renata Grieco • Mtb. 25377 RJ

Produção editorial

Cajá - Agência de Comunicação(21) 2531-4558 • www.caja.com.br

Impressão

DRQ

Tiragem

20.350 exemplares

Os conceitos emitidos nos artigosassinados são de responsabilidade dosautores, não refletindo, necessariamente,a opinião do CRP-05.

Editorial

Comissão Gestora

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Boletim CRP-05 • Ano 1 • Nº 1 • Mar/2004 3

Informes

Na Constituição do Estado do Rio deJaneiro, há, desde 1989, um dispositivo es-tabelecendo que os concursos públicos rea-lizados no âmbito estadual devem seracompanhados, em todas as suas etapas,pelos Conselhos Regionais das categoriasenvolvidas na seleção. Acreditando que aparticipação coletiva na elaboração e de-senvolvimento dos concursos é positivapara toda a sociedade, o CRP-05 vem seempenhando firmemente no cumprimentoda legislação, esforçando-se para acompa-nhar processos seletivos, como o da Secre-taria Municipal de Saúde de São Gonçalo,o da Secretaria Municipal de Saúde do Riode Janeiro e o da Corregedoria de Justiça.

Em 16 de fevereiro, teve início o pro-cesso eleitoral para a diretoria do ConselhoRegional de Psicologia do Rio de Janeiro(CRP-05), que culmina com as eleições dodia 27 de agosto. Nesta data, ocorreu, nasede da autarquia, a Assembléia Geral Ex-traordinária, que definiu a Comissão Regio-nal Eleitoral, conforme estabelecido na Re-solução CFP nº 002/00, que regula o proces-so de seleção da diretoria dos Conselhos.Estiveram presentes 29 psicólogos, sendoque 27 deles participaram da votação. Nodia seguinte, foi publicada portaria do CRP-05, Nº 020, instituindo a comissão.

Desde a sua posse, em 19 de fevereiro,a Comissão Eleitoral vem atuando no sen-tido de disciplinar e normatizar o processoeleitoral, de acordo com o regimento e osprocedimentos estabelecidos pela Comis-são Eleitoral Regular do Conselho Federalde Psicologia (CFP). A Comissão Regionalprecisará apresentar um plano de trabalhoe previsão orçamentária, que devem seraprovados pelo Conselho. Entre as as atri-

Aberto processo eleitoralbuições da Comissão Regional está a com-posição das mesas eleitorais, o registro daschapas e a apreciação dos requerimentos eimpugnações solicitados durante o proces-so, encaminhando-os à Comissão Regulardo CFP, acompanhados de parecer.

O próximo passo é a publicação doedital, em 15 de março, convocando paraa inscrição das chapas. A partir desta data,os interessados poderão se inscrever, se-guindo as determinações do Regimento.Após a publicação do edital, as chapas tam-bém poderão solicitar à Comissão Eleitoralespaço para reunião na sede do CRP-05. Oprazo para inscrição de chapas termina em16 de maio, último dia do Congresso Re-gional de Psicologia do Rio. Este é o mé-todo adotado pelo Sistema Conselhos des-de 1994, conforme deliberação da catego-ria expostas no I Congresso Nacional dePsicologia.

A relação entre as eleições e as diretri-zes aprovadas nos Congressos é aindamais profunda. Buscando maior democra-

tização nas gestões das plenárias eleitas,estabeleceu-se que os conselheiros devemgerir as autarquias seguindo o que foi de-liberado pela categoria nos eventos comodiretriz para o desenvolvimento da psico-logia no País, independentemente de suasconvicções pessoais. Assim, as resoluçõesdos Conselhos baseiam-se nas teses apro-vadas nos Congressos Nacionais e nasAPAFs, encontros semestrais que reúnemos representantes dos Conselhos Regio-nais e do Federal, onde determina-se o quedeve ser implementado no Sistema.

Comissão Eleitoral Regional do Rio de Janeiro:

Presidente:Sandra Nassar Goldstein • (CRP/05/ 16.227)

Membros-efetivo:Patrícia Jacques Fernandes • (CRP/05/27.690) Tânia Stein Cynamon • (CRP/05/ 19.620)

Suplentes:Kátia Lanuza Santos Costa • (CRP/05/18.306)Flávia Maceri Midão • (CRP/05/ 26.056)Lindomar Expedito Silva • (CRP/05/ 20.112).

O Conselho Regional de Psicologia pro-moveu ampla reestruturação no seu quadrode funcionários, através de seleção pública,obedecendo determinações do Tribunal deContas da União (TCU) e da ConstituiçãoFederal. Foram selecionados profissionaisde nível médio e superior para os cargos detécnico jurídico, assistente técnico COF,COE e COTEC, auxiliar administrativo, as-sistente administrativo e assistente contábil.Técnicos em suporte de informática, auxili-ar de serviços gerais e programador web es-tão em fase final de seleção.

Os novos funcionários, 27 no total, pas-saram por processo de treinamento, elabora-do por uma consultoria de Recursos Huma-nos. A contratação da empresa é uma dasetapas da reformatação administrativa. Aconsultoria também propôs rotinas de funci-onamento e a configuração de um novo lay-out para o espaço físico do prédio da sededo CRP-05, visando atender às necessidadesfuncionais. Tais mudanças permitiram a re-tomada do funcionamento regular da entida-de e a reabertura de suas subsedes.

Novosfuncionários iniciamsuas atividades

CRP-05 acompanha os concursospúblicos realizados no estado

Em 18/5, comemora-se o Dia Nacional da Luta Antimanicomial. Nesta data, aconte-cerão diversos eventos, com o objetivo de promover a reflexão sobre o tratamento dosdoentes mentais. O CRP-05 e o Instituto Franco Basaglia (IFB) promoverão, a partir das18h, um videodebate do filme: “O Tribunal dos Crimes da Paz”, no hospital PhilippePinel, na Av. Venceslau Brás, 65, 3º andar (auditório do centro de estudos), Botafogo.As inscrições devem ser feitas previamente pelo e-mail: [email protected].

Dia da Luta Antimanicomial: CRP-05 promove videodebate

No último caso, o Conselho atuou nosentido de assegurar a inclusão de uma bi-bliografia de referência. A entidade solici-tou o apoio de Curso de Especialização emPsicologia Jurídica/Uerj, única instituiçãoque ministra curso de pós-graduação nestecampo temático no estado, para que seucorpo docente enviasse algumas sugestões,as quais, posteriormente, foram encaminha-das à Corregedoria. A organização do con-curso acolheu essa demanda. No momento,o CRP-05 participa de discussões com ou-tros Conselhos de Classe, visando ao apri-moramento dos processos de elaboração edesenvolvimento dos concursos públicosno estado do Rio de Janeiro.

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Boletim CRP-05 • Ano 1 • Nº 1 • Mar/20044

Conferências estabelecemas diretrizes para a Saúde

Acontece

O s avanços e os impasses doSistema Único de Saúde(SUS) foram pontos de dis-cussão da 12ª Conferência

Nacional de Saúde (CNS), que aconteceuem Brasília, entre os dias 7 e 11 de dezem-bro de 2003, com o tema “Saúde: um direi-to de todos e dever do Estado — a saúdeque temos, o SUS que queremos”.

Ao longo dos anos, as conferências têmbuscado assegurar o aumento dos investi-mentos em saúde e, por reunirem diversossegmentos da sociedade, permitem traçarum diagnóstico das condições do setor e es-tabelecer os rumos que devem ser seguidospelos Conselhos Nacional, Estaduais e Mu-nicipais de Saúde. As Conferências têm seconstituído como espaços de participaçãopopular para a construção das políticas pú-blicas de saúde, sendo formadas por 50%de delegados que representam os usuários,25% os profissionais de saúde e 25% porgestores e prestadores de serviços.

Antes da edição nacional, acontecerametapas municipais e estaduais, onde foram le-vantadas questões locais, diretrizes para oSUS e eleitos os delegados. Foram encami-nhados à Brasília 25 relatórios estaduais. De-vido ao grande volume de trabalhos envia-dos, nem tudo pôde ser votado. “Debateram-se apenas os pontos considerados mais polê-micos e, mesmo assim, as plenárias termina-ram de madrugada. Os demais assuntos fica-ram para uma discussão posterior”, afirmaSalvador Alves de Oliveira, membro do Con-

Mesmo com o grande número de manifestações contrárias, o Projeto de Lei (PL) 25/02 vem seguindo seu trâmite no SenadoFederal. Em 13 de março de 2003, foi aprovada solicitação de Audiência Pública para instruir a matéria, feita pelas senadorasFátima Cleide e Heloisa Helena. A audiência ainda não foi marcada, mas seus participantes já foram definidos, incluindo o Conse-lho Federal de Psicologia. Em 2003, o Conselho Nacional de Saúde solicitou ao Senado um Seminário para discutir amplamenteesse PL e, em agosto, o senador Tião Viana solicitou a tramitação conjunta da matéria com o PL 268/2002, da deputada JandiraFeghali, por versarem sobre o mesmo assunto. Em 09 de setembro, o requerimento foi aprovado. A Comissão de ConstituiçãoJustiça e Cidadania (CCJC) ainda não se posicionou após este fato.

Após a Conferência Nacional de Saúde ter votado contra este PL, as entidades médicas articulam grande ofensiva junto aoCongresso Nacional e à sociedade civil em prol de sua proposta. Conselhos profissionais e demais entidades de trabalhadores dasaúde, defensores de uma concepção interdisciplinar de atenção à saúde, conforme o modelo do SUS, preparam-se para novosembates nesse terreno. O CRP-05 estimula a participação de todos na sensibilização dos parlamentares do seu estado e da sua cidade!

selho Estadual de Saúde do Rio de Janeiro,representante da Central Única dos Trabalha-dores (CUT-RJ). O Conselho Nacional tra-balhará os pontos não votados e os encami-nhará aos estados, onde deverão serconvocadas novas plenárias com os delega-dos que foram a Brasília. Só então o Conse-lho Nacional poderá fechar o relatório final.

Entre os vários temas polêmicos deba-tidos no evento está o Projeto de Lei (PL)025/2002, que define como Ato Médico

todos os procedimentos diagnósticos outerapêuticos que envolvam a prevenção eos cuidados da atenção à saúde. Desta for-ma, ele fere a autonomia de muitas pro-fissões da área de saúde, que possuemlegislações próprias. A 12.ª CNS votoumaciçamente contra o PL 25/02. A mai-oria dos presentes entendeu que o proje-to é um retrocesso em relação às políti-cas de saúde vigentes, desvalorizando otrabalho das equipes interdisciplinares.O CFP e outros conselhos distribuírammanifesto de repúdio ao mesmo na CNS.

Entre as várias propostas aprovadas, estáa da carga horária máxima para os trabalha-dores em saúde — 30 horas —, as que re-forçam a importância do controle social noSUS e a de que os recursos do setor não de-vem ser utilizados em outras áreas sociais —como bolsa-alimentação, bolsa-escola oucheques-cidadão. Esta última, já havia sidotambém aprovada na Conferência de Saúdedo Estado do Rio de Janeiro, em função dastransferências das verbas do Fundo Estadu-al de Saúde feitas pela governadora RosinhaMatheus para esses projetos. Salvador Oli-veira explica que “o Conselho Estadual deSaúde entrou com uma representação no Mi-nistério Público Estadual contra o governoanterior, porque já havia ocorrido o desvio,tanto no governo Garotinho, quanto no daBenedita. No início de 2003, fizemos outra,relacionada às transferências do primeiro tri-mestre”. Isto descumpre a Emenda Consti-tucional 29, que estabelece os percentuaismínimos que cada esfera de governo deveaplicar em saúde. O governo do estado doRio de Janeiro recorreu ao Superior Tri-bunal Federal (STF). Isto exige que este-jamos em alerta na defesa do SUS do Riode Janeiro e dos seus recursos. A Justiçaainda não definiu a questão.

Na Conferência Estadual de Saúde, oCRP-05 foi eleito membro do ConselhoEstadual de Saúde para o período 2004/2006. A autarquia também terá represen-tantes nos Conselhos Municipais de Saú-de de Resende e Porciúncula.

Informes sobre o Projeto de Lei 25/02

Ao longo dos anos, asconferências têm buscadoassegurar o aumento dosinvestimentos em saúde

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Boletim CRP-05 • Ano 1 • Nº 1 • Mar/2004 5

Atualmente, os meios de comunica-ção exercem forte influência na socieda-de, em seus costumes, sua forma de vere agir no mundo. Por isso, o ConselhoFederal de Psicologia (CFP) escolheu otema “Comunicação Social: Produção deSujeitos, Subjetividades e IdentidadesCulturais” para a edição 2004 do PrêmioMonográfico. O objetivo é estimular oesforço de psicólogos e estudantes naluta pela democratização dos meios decomunicação. Os trabalhos apresentadosdevem buscar formas da psicologia auxi-liar no acesso da população à produçãoda comunicação, fazendo com que os ci-dadãos deixem de ser meros espectado-res e passem a ter uma visão crítica doque lhes é oferecido. A interferência nacriação de políticas para o setor é outraquestão a ser debatida.

Além de discutir a atuação da mídia, emsua quinta edição, o prêmio homenageia umdos pioneiros da psicologia no Brasil, o es-critor e pesquisador Dante Moreira Leite.Para concorrer às premiações, que vão de R$

Prêmio debate a democratizaçãoda comunicação

As entidades do Fórum de Entidades Na-cionais da Psicologia Brasileira, composto por15 instituições, entre elas o Conselho Federalde Psicologia (CFP), estiveram em Brasília, noúltimo dia 15 de dezembro, para audiência pú-blica no Conselho Nacional de Educação(CNE), a fim de debater a questão das diretri-zes curriculares em psicologia. No final do en-contro, o professor Éfrem Maranhão, coorde-nador da audiência, propôs ao Fórum e à So-ciedade Brasileira de Psicologia (SBP) quebuscassem o consenso e o apresentassem entrefevereiro e março. A sugestão foi aceita pelospresentes e, em breve, será encaminhada pro-posta para apreciação do CNE.

Esta discussão, no entanto, não é nova.As diretrizes curriculares da psicologia fo-ram aprovadas, em 2001, mesmo com amanifestação do CFP e da Associação Bra-sileira de Ensino da Psicologia (ABEP)contra a determinação de uma formaçãosegmentada. As instituições declararam-se

Diretrizes curriculares para apsicologia em discussão

a favor da formação generalista, que per-mite a atuação em todas as áreas da profis-são (bacharel, professor e psicólogo).

Em reação ao documento apresentadopelo CNE, o CFP solicitou audiência como então ministro Paulo Renato e convocouas entidades ligadas à psicologia e os pro-fissionais para manifestação, que aconteceuem 13 de dezembro de 2001, em frente aoMinistério da Educação. Na ocasião, ficouacordado com a assessoria do ministro queas entidades de psicologia apresentariam,até 28 de janeiro de 2002, um documentosubstitutivo ao aprovado pelo CNE.

A partir disso, o CFP e a ABEP convi-daram as demais entidades e os profissio-nais da área para o Fórum Aberto – Dire-trizes Curriculares, ocorrido nos dias 17 e18 de janeiro de 2002. Do evento, resultouuma proposta encaminhada ao MEC em 25de janeiro. Desde então, o assunto vem sen-do debatido, sem nenhuma definição.

Desde o seu surgimento, os Con-selhos Tutelares contam com a atuaçãode psicólogos, que integram uma equi-pe constituída por técnicos interdisci-plinares. Em maio de 2003, dez profis-sionais passaram a estar lotados nosConselhos como psicólogos, o que traznovas e desafiadoras possibilidades deatuação para a categoria.

Esta inserção direta em um esfor-ço para assegurar os direitos de cri-anças e adolescentes, mobilizando osPoderes Públicos para garanti-los,pode ser extremamente enrique-cedora na construção de novas práti-cas e na produção de conhecimento.Por isso, o CRP-05 está promovendouma série de encontros com estesprofissionais dos Conselhos Tutelares,procurando identificar e aprofundaras várias possibilidades abertas comeste novo campo de atuação. Maisinformações sobre essas reuniões noemail: [email protected].

1.000,00 a R$ 3.000,00, os psicólogos regu-larmente inscritos nos Conselhos Regionais eos estudantes de graduação matriculados emcurso de psicologia devem encaminhar seusprojetos ao CFP até 2 de abril. O julgamentoserá realizado por uma comissão com cincointegrantes, a ser designada pelo plenário doConselho. A data da divulgação dos resulta-dos ainda não está determinada.

Psicologia nosConselhos Tutelares

O processo de concessão do Títulode Especialista em Psicologia começouem 2000. Uma das formas de obtê-lo éa conclusão de curso de especializaçãocredenciado pela autarquia.

Outra é a aprovação em um con-curso público. Em 31 dezembro de2003, foi publicado no Diário Oficial daUnião o edital CFP Nº 01/2003, que es-tabelece as normas do concurso paraConcessão do Título de Especialista. Asprovas acontecem em 18 de abril, emnove municípios, entre eles o Rio de Ja-neiro. Os aprovados receberãotitulação nas seguintes áreas: Psicolo-gia Clínica, Psicologia do Esporte, Psi-cologia do Trânsito, Psicomotricidade,Psicopedagogia. Para obter mais infor-mações acesse www.vunesp.com.brou ligue para (11) 3874-6300.

O CRP-05 lembra que no dia 16 demarço termina o prazo para a solicita-ção do Título de Especialista em Psico-logia Social, mediante comprovação deexperiência, conforme Resolução CFPnº 005/03. Após essa data, a obtençãodo título de especialista nesta área,passa a ser regida por concurso públi-co ou conclusão de curso credenciado.

Título de Especialistaem Psicologia

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Boletim CRP-05 • Ano 1 • Nº 1 • Mar/20046

Congressos reúnemdefinir as diretrizes Congressos reúnemdefinir as diretrizes

Capa

Entre os dias 17 e 20 de junhodeste ano, será realizado, emBrasília, o V Congresso Naci-onal de Psicologia (CNP). Ins-

tância máxima de deliberação na estrutu-ra dos Conselhos, o evento reúne delega-dos eleitos pela categoria em cada umadas regiões do País. Trata-se de um mo-mento especial, no qual os psicólogos,com a atenção voltada para a realidadebrasileira, debatem e aprovam as diretri-zes para a profissão, orientando as açõesa serem implementadas pelo SistemaConselhos de Psicologia no próximotriênio. Durante o Congresso, acontecetambém a inscrição das chapas que con-correm às eleições para a direção daautarquia. O Congresso Nacional é umaconquista democrática da categoria.Instalado a partir do Processo Consti-tuinte da Psicologia (I CNP), possibili-tou a transformação da atuação e dofuncionamento dos Conselhos, levandoa uma maior aproximação com os pro-fissionais e a sociedade.

Histórico

O Congresso Nacional surgiu a par-tir de uma demanda dos psicólogos, noinício da década de 90. “Havia umacrítica muito forte em relação à formade organização da categoria e à falta detransparência nas eleições, que eramindiretas. Os Conselhos Regionais elei-tos pelos psicólogos indicavam a dire-toria do Federal”, explica MarcosAdams, conselheiro do Conselho Fede-ral de Psicologia (CFP) e integrante daComissão Coordenadora do V CNP.

A insatisfação com o método levouà realização de uma plenária, em 1991,com os CRPs de todo o País, onde de-

cidiu-se pela realização de um Con-gresso Nacional Constituinte (I CNP),com a finalidade de modificar as leisque regulavam a profissão e a atuaçãodos Conselhos. O evento aconteceu em1994. Na época, optou-se por não mo-dificar a legislação vigente. Concluiu-se que era melhor a realização de con-gressos periódicos, onde seriam defini-dos os rumos da psicologia e nos quaispudesse haver a participação de toda acategoria. Desde então, as eleições pas-saram a estar ligadas a esses eventos.

Em 1996, ocorreu o II CNP. Umade suas maiores contribuições foi o

Regimento do Conselho Federal dePsicologia, que estabeleceu também aperiodicidade dos Congressos. Soma-dos às edições de 1998 e 2001, taiseventos têm colocado em pauta pontosimportantes para a psicologia brasilei-ra, como o incentivo à participação dacategoria nas ações de controle soci-al, inclusive propondo e intervindonas políticas públicas, a adequação daformação à realidade do País, a articu-lação com os movimentos sociais, oaprimoramento dos instrumentos emétodos de trabalho em benefício dapopulação assistida.

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Boletim CRP-05 • Ano 1 • Nº 1 • Mar/2004 7

profissionais parada Psicologia profissionais parada Psicologia

Ao longo dos últimos 10 anos, portan-to, os Congressos vêm reafirmar a tarefaprimeira dos Conselhos Federal e Regio-nais de orientar e disciplinar o exercícioprofissional da psicologia. Por outro lado,os eventos ressaltam a necessidade deaprimorar cada vez mais a relação entre oexercício da profissão e as demandas dasociedade, reinventando com ética e qua-lidade suas práticas e saberes na busca derespostas aos problemas que a realidadesocial brasileira impõe.

V CNP: Protagonismo social dapsicologia

Protagonismo social da psicologia– as urgências brasileiras e a cons-trução de respostas da psicologia àsnecessidades sociais é o tema do VCongresso Nacional de Psicologia. Se-rão três os eixos da discussão: Políti-cas públicas; Inclusão social e direitoshumanos; e Exercício profissional(subdividido em: formação e exigênci-as de qualificação; campo e espaço deatuação; áreas emergentes). Os debatesgirarão em torno das teses propostas,que, por sua vez, devem estar adequa-das ao assunto e apontar formas da psi-cologia atuar na construção de um Bra-sil mais justo e igualitário, com melho-res condições de vida para todos.

Com base nessa temática, o SistemaConselhos, em seu V CNP, pretende cola-borar para a construção de um programade participação efetiva da psicologia natransformação da sociedade brasileira,ampliando sua inserção social e a possibi-lidade de construir respostas concretas,através dos seus saberes e práticas, paraas necessidades sociais urgentes no Bra-sil. O convite é para formular caminhos

para a psicologia como ciência e profis-são, a partir do trabalho cotidiano de cadaum, com base nos desafios presentes.

O protagonismo da psicologia vemsendo discussão recorrente nos Conse-lhos. Marcos Adams explica que, “desdeo 4º Congresso, assinalou-se que a cate-goria deveria ter um maior compromissosocial”. No próximo evento, pretende-seavançar no debate das questões coloca-das na edição anterior, como: a forma dapsicologia contribuir para o desenvolvi-mento social e o que a categoria tem adizer sobre as exigências sociais da atua-lidade — quais são as exigências e o queos profissionais podem fazer para mudaro quadro atual. “Não basta ter compro-misso, tem que agir. Um exemplo deação é a proposta do Banco Social deServiços”, acrescenta Adams.

Etapas do V CNP

Em sua dinâmica, o Congresso Na-cional de Psicologia caracteriza-se porum processo amplo de debates, que seinicia bem perto de cada psicólogo, nasua cidade ou em municípios próxi-mos. As discussões vão, então, acumu-lando-se e alguns representantes (dele-gados) são escolhidos para levar as po-sições adiante, reunindo-se com os re-presentantes de outras regiões.

As seguintes etapas compõem esseprocesso:

1) Eventos preparatórios: realiza-dos em diversas localidades com o obje-tivo de mobilizar a participação da cate-goria através de encontros temáticos,suscitando os debates e levantando ques-tões para a formulação de teses;

2) Pré-congressos: nesta fase, sãodebatidas e votadas as teses locais (noâmbito do Regional). Ocorre apenas umPré-congresso por área geográfica. Ele-gem-se, nesta instância, os delegados queirão ao Congresso Regional, em númeroproporcional à quantidade de profissio-nais inscritos em cada região e conformeo quorum de participação no evento;

3) Congresso Regional: realizadoem cada Conselho Regional, com dele-gados eleitos nos Pré-congressos, queapreciam e votam as teses nacionais(conjunto sistematizado das teses apro-vadas em cada Regional) e elegem dele-gados que participarão do CNP;

4) Congresso Nacional: etapa finaldo processo de discussão e decisão sobreas orientações para a atuação dos Conse-lhos de Psicologia, onde são debatidas evotadas as teses nacionais que obtiveramaprovação nos Congressos Regionais.

Como participar

Em todos os Eventos Preparatórios,que têm os profissionais da psicologiacomo seu público-alvo, a participação é li-vre. No Rio de Janeiro, entre 14 de feve-reiro e 13 de março, aconteceram esteseventos, um em cada área geográfica doestado (Capital, Região Serrana, BaixadaFluminense, Norte Fluminense, Região dosLagos e Médio Paraíba). Este foi um pri-meiro momento para estimular a formula-ção de teses. As propostas poderão serapresentadas até dez dias antes dos Pré-congressos, que ocorrem entre 27 de mar-ço e 18 de abril, também por área geográ-fica. A participação é permitida a todos osprofissionais regularmente inscritos no

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Boletim CRP-05 • Ano 1 • Nº 1 • Mar/20048

Capa

Conselho Regional de Psicologia do Rio deJaneiro (CRP-05), com direito a voz evoto. Mas, cada psicólogo deve participarapenas do evento da área geográfica emque reside. Durante os Pré-congressos, es-tudantes de psicologia regularmente matri-culados em suas instituições de ensino po-dem participar como observadores.

Já o Congresso Regional (COREP),que ocorre nos dias 14, 15 e 16 de maio,na cidade do Rio de Janeiro, prevê a parti-cipação apenas dos delegados eleitos nosPré-congressos. O Nacional é compostosomente pelos delegados eleitos nosCongressos Regionais, mas prevê a par-ticipação de profissionais e estudantes depsicologia na condição de observadores.Para mais detalhes, consulte o regula-mento em www.vcnp.pol.org.br.

Como propor uma tese

As teses devem ser propostas deacordo com o tema do Congresso e con-ter indicações de como a psicologia podeauxiliar na melhoria das condições devida da população. As propostas devemse enquadrar nos seguintes parâmetros:

• Fundamentação: análise da reali-dade da psicologia e o apontamento das

urgências e necessidades, explicitando aproblemática a ser enfrentada ou a situ-ação a ser modificada. Preferencialmen-te, em até oito linhas.

• Palavras-chaves: até quatro.• Apresentação do conteúdo :

apontamento das diretrizes e propostas,explicitando a situação a ser buscadapelos Conselhos Regionais e Federal.Deve conter sugestões de ações queauxiliem no alcance desta situação.Preferencialmente, até 12 linhas.

Não serão aceitas teses que não obe-deçam a este formato e que venham soba forma de artigos publicados ou disser-tação de mestrado ou doutorado.

Os trabalhos podem ser elaborados in-dividualmente ou por coletivos organiza-dos de psicólogos. Desde já, podem serremetidos ao CRP–05, por e-mail([email protected]) ou em disquete, pelocorreio, para: Rua Delgado de Carvalho,53 - Tijuca, Rio de Janeiro, CEP: 25620-000. Todas as teses que chegarem ao Con-selho Regional em tempo hábil e encami-nhadas por psicólogos regularmente ins-critos no CRP-05 e adimplentes serão or-ganizadas em um caderno de teses espe-cífico para cada Pré-congresso, servindode subsídio para os debates e votaçõesque serão realizados no evento.

Exemplo de tese

• Fundamentação: as questões relativasaos diferentes papéis de gênero exercidosnas vidas de homens e mulheres na socie-dade brasileira. Em muitos casos, esse é umfator determinante na violência contra mu-lheres. Por isso, inúmeras políticas públicastêm se voltado para a efetivação dos direi-tos da mulher e para a proteção dos mesmos.

• Palavras-chaves: violência, gêneroe equipe multiprofissional.

• Apresentação do conteúdo: os Con-selhos de Psicologia devem exigir, apoiar ecolaborar com a implantação de serviços dereferência para assistência das vítimas deviolência sexual, doméstica, entre outras,com equipe multiprofissional. Deverá exis-tir pelo menos um serviço em cada área ge-ográfica, em todos os estados brasileiros.

Como ser delegado

Todo psicólogo inscrito no CRP-05e adimplente pode ser delegado. Paraisso, é necessário participar do Pré-congresso da sua área de residência eser eleito. No COREP, eles poderão sereleitos como os delegados que repre-sentarão seus estados no CNP.

Cronograma do COREP no Rio de Janeiro

Região Data Hora Endereço

COREP

Região Data Hora Endereço

Pré-congressos:

Rio de Janeiro (capital) 14, 15 e 16/5 a confirmar a confirmar

Médio Paraíba 27/03 08h às 18h Resende • Universidade Estácio de Sá • R. Zinaide Vilela s/nº, Jardim BrasíliaBaixada 27/03 08h às 18h Nova Iguaçu • Escola Co-educar • R. Afrânio Peixoto, 99, CentroRegião Serrana 27/03 08h às 18h Petrópolis • Universidade Católica • Audit. II, Campus do BA • R. Barão do

Amazonas, 124, Relógio das FloresRegião dos Lagos, 2 e 3/04 08h às 18h Niterói • Faculdades Integradas Maria Thereza • R. Visconde do Rio Branco,

869, São DomingosNorte Fluminense 03/04 08h às 18h Campos • Universidade Estácio de Sá • Av. 28 de Março, 423, CentroRio de Janeiro (capital) 17 e 18/04 08h às 18h UFRJ • auditório Hélio Fraga (Prédio do CFCH) • Av. Pasteur, 250

fundos, Praia Vermelha

Niterói e São Gonçalo

Confira a data do pré-congresso da sua área geográfica. A porta de entrada parao congresso nacional da psicologia são os pré-congressos. Participe! Envie tesesaté 10 dias antes do evento!

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Boletim CRP-05 • Ano 1 • Nº 1 • Mar/2004 9

Secretaria de Saúde abreconcurso para psicólogosA Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro abriu mais um concurso para psicólogos, visando suprira carência deste profissional junto ao seu Programa de Saúde Mental. O programa começou a serdesenvolvido em 1994 e hoje apresenta estrutura bem consolidada e muitos resultados. Este ano, aPrefeitura está oferecendo 215 vagas para psicólogos. Mas podem surgir ainda mais oportunidades para osprofissionais que afirmarem interesse em serem chamados para outras secretarias. A fim de saber maisdetalhes sobre o trabalho desenvolvido no programa e a importância do psicólogo no mesmo,entrevistamos seu coordenador, o psiquiatra Dr. Hugo Fagundes.

Como foi o processo de criação do atualprograma?

Partimos do princípio de que era precisodar maior atenção aos pacientes com transtor-nos graves. Consideramos, então, que elesestavam nos hospitais psiquiátricos. Assim,fomos conhecer a realidade desses hospitais.Em 1995, realizamos um censo dos doentesinternados, com o apoio da Escola Nacionalde Saúde Pública (ENSP-FIOCRUZ) e doInstituto de Psiquiatria da UFRJ (IPUB). Du-rante três meses, fizemos pesquisas de pron-tuário, entrevistas com pacientes e com ter-ceiros — pessoas dos hospitais e familiares—, levantamos os dados sobre todos os queestavam internados nos hospitais psiquiátri-cos do SUS no município do Rio de Janeiro(privados, contratados, hospitais filantrópi-cos, universitários e públicos), com a inten-ção de ter uma visão mais clara do perfil des-sa clientela. Avaliamos ao todo 3.236 pacien-tes, o que nos deu uma dimensão clara dequal era a realidade. Percebemos que 1/3 dosleitos eram ocupados por pessoas que não ti-nham problemas que justificassemhospitalização. Algumas pessoas passavampor seguidas internações, o que permitiu mos-trar que o dispositivo ambulatorial não res-pondia a essa clientela. Então começamos atrabalhar com a montagem do 1º Centro deAtenção Psico-Social (CAPS).

O que é o Centro de Atenção Psico-Social?

O nome veio da Nicarágua sandinista,embora a estruturação dos serviços nosdois países seja diferente. Lá, as açõeseram mais voltadas para as questões so-ciais. Aqui, são estruturas distribuídasterritorialmente, procurando garantir oscuidados necessários às pessoas comtranstornos mentais graves, que precisamde atendimento intensivo. Os pacientesfreqüentam esses serviços, fazem suas

atividades, seu tratamento e voltam paracasa no fim do dia. Há um plano de tra-tamento individual, acompanhado poruma equipe multiprofissional, com o in-tuito de garantir a permanência dessa pes-soa na sua comunidade. É um esforço deinclusão social. O objetivo é que, com otempo, o usuário freqüente cada vez me-nos o CAPS.

Qual a importância de serviços como osCAPS?

A reforma psiquiátrica veio para ficar,não é uma política ocasional de governo.Não é concebível, no século XXI, manteruma estrutura caríssima para o Estado e,ao mesmo tempo, incompetente e trágicado ponto de vista social, pois exclui doconvívio da sociedade segmentos da po-pulação. O futuro dos manicômios é asua extinção e a sua substituição por pe-quenas estruturas de suporte social.Quanto mais pulverizado, mais persona-lizado, humanizado e eficiente será oatendimento. E ainda teremos uma maiorparticipação da comunidade. Isso nãosignifica o fim das estruturas para acom-panhamento da crise. Quem precisar doatendimento intensivo, de um leito de su-porte, terá direito a isso, mas não vai in-gressar numa carreira de exclusão, comoacontecia nos hospitais psiquiátricos.Hoje, temos uma legislação generosa,que garante ao sujeito o direito de rece-ber o melhor tratamento na sua casa, deter o seu estatuto de cidadão respeitado.

Como são escolhidos os lugares em queos CAPS são construídos?

O primeiro CAPS foi construído emIrajá, região de domicílio que concentra-va mais pacientes internados. A partirdaí, fomos desenvolvendo a rede, mon-

tando serviços nas áreas que não dis-põem de muitos recursos, como CampoGrande, Santa Cruz, Ilha do Governa-dor, Bangu e Jacarepaguá. Agora, no se-gundo estágio, estamos ampliando paraOlaria, Leopoldina, Guadalupe eGuaratiba, este último funcionará emhorário integral, e montando mais doisserviços em Irajá e Campo Grande. Comisto, hoje, temos um universo de leitos queé 1/3 menor que o do início da nossa ges-tão e os CAPS acompanham 1.600 pesso-as. Destas, 80% não retornam mais parahospitais psiquiátricos.

Qual a finalidade do concurso parapsicólogos no programa de Saúde Mental?

Este é o terceiro concurso público domunicípio do Rio para psicólogos. No co-meço dos anos 90, o número de profissio-nais na rede pública era muito reduzido.Hoje, temos psicólogos em toda a nossa es-trutura. Mas ainda há unidades sem esseprofissional. Por isso, estamos fazendo aseleção. Atualmente, o psicólogo é dispu-tado por outras áreas fora da saúde mentalque se estruturam com uma lógica própria,como reabilitação, programa de Aids, ma-ternidades, hospitais gerais e unidades bá-sicas. Os hospitais psiquiátricos também re-ceberam um investimento enorme de psicó-logos, que hoje, em sua maioria, são servi-dores municipais. Estamos fazendo uma re-novação em larga escala. Acho que contri-buímos para ampliar essa rede e acabamossensibilizando outras áreas. Neste concur-so, o profissional poderá ainda escolher seconcordará em ser convocado para outrassecretarias e as inscrições são pelas áreasprogramáticas, permitindo que as pessoaspossam vir a trabalhar mais próximas àssuas residências. Antes da lotação dos no-vos profissionais, no entanto, fazemos sem-pre o remanejamento dos servidores.

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Boletim CRP-05 • Ano 1 • Nº 1 • Mar/200410

Direitos Humanos

Mudança na lei penal alterafunções da categoria

No fim de 2003, a legislação queregula o sistema penitenciáriopassou por alterações — modifi-cando a Lei 7.210, de 11 de ju-

lho de 1984, que trata da execução penal(LEP) e o Decreto-Lei nº 3.689, de 3 deoutubro de 1941, sobre o Código de Pro-cesso Penal. As mudanças foramjustificadas pela atual realidade do sistemae visam à diminuição da burocracia exis-tente no mesmo. Assim, em 1º de dezem-bro, o presidente da República sancionou aLei 10.792.

No que tange à psicologia, ocorreram mu-danças importantes. A LEP estabelecia a ne-cessidade de uma Comissão Técnica de Clas-sificação (CTC) — formada por psicólogos,assistentes sociais e psiquiatras — em cadaunidade prisional. Suas funções eram traçar operfil do preso que ingressa no sistema peni-tenciário, através de um exame criminológico,composto pelo conjunto dos pareceres dos pro-fissionais da CTC, e acompanhar a execuçãoda pena, de modo a emitir novo examecriminológico por ocasião do livramento con-dicional ou da progressão de regime.

Assim, buscava-se levar em conta a sin-gularidade de cada indivíduo durante o pe-ríodo de reclusão. Apesar de a realidadedas nossas penitenciárias distanciarem-sedessa possibilidade, isto permitia algumasmedidas relacionadas com algumas situa-ções mais especiais de alguns dos internos.Nas avaliações realizadas ao longo do cum-primento da pena, a comissão era compos-ta também por funcionários do presídio,indicadas pelas direções. De toda forma,uma equipe multiprofissional era chamadaa opinar sobre a progressão dos regimes.

A nova lei retirou da CTC a função deacompanhar a execução da pena e, assim,existe a possibilidade de a mesma ser extinta.Além disso, foi extraído o parágrafo único doartigo 112 da LEP, o qual determinava que ointerno, quando cumpre 1/6 da pena, tem odireito de obter o livramento condicional,desde que submetido ao parecer da Comissão.Somente o exame criminológico inicial foimantido. Nos demais casos, a análise será fei-ta apenas pelo diretor da unidade. “O textotira da CTC a atribuição de avaliar, deixandonas mãos de uma única pessoa essa prerroga-

tiva. Essa avaliação será então encaminhadaao juiz apenas com a consideração da folhado comportamento carcerário do preso. Acre-dito que isto possa aumentar as chances deequívocos”, diz Marcia Badaró, psicóloga doDESIPE, especialista em Psicologia Jurídicae colaboradora na Comissão de Avaliação deTítulos de Especialista do Conselho Regionalde Psicologia do Rio de Janeiro (CRP-05).Ela acrescenta que “os presos correm o riscode perder direitos, porque não sabemos os

parâmetros em que se pautarão essas avalia-ções ou mesmo se serão influenciadas poroutras determinações”.

Com a extinção da CTC, os presostambém deixam de ter o direito de solici-tar recursos em processos disciplinares.Antes, eles eram submetidos à Comissãoe podiam recorrer da decisão, caso estanão fosse unânime.

Deve-se destacar ainda as questões téc-nicas trazidas pelo fim da Comissão. O arti-go 57 da Lei diz que em todas as faltas dis-ciplinares deverão ser consideradas a natu-reza dos fatos, as circunstâncias e a pessoado faltoso. Nesse sentido, o papel da equipemultiprofissional que compõe a CTC mos-tra-se fundamental. “Em algumas situações,o interno está passando por um momentoespecial de ansiedade e fica mais vulnerável.Se o psicólogo e o assistente social não es-tão no presídio para pontuar isso, este presopode ser prejudicado. Um interno sem ante-cedentes, que sempre trabalhou, pode levaruma sanção disciplinar por um motivo cir-cunstancial. Isso pode interferir, dificultan-do a determinação do livramento condicio-nal ou a redução da pena”.

Após avaliar essas mudanças, o Conse-lho Federal de Psicologia (CFP) e o Grupo“Tortura Nunca Mais-RJ” encaminharam

ofício ao secretário especial de Direitos Hu-manos do governo federal, NilmárioMiranda, e ao gabinete da Presidência, soli-citando que os artigos que previam aextinção da CTC não fossem sancionados.Mesmo assim, o PL foi sancionado integral-mente, conforme aprovado pelo CongressoNacional. Segundo Margarete Ferreira, daComissão Gestora do CRP-05, “infelizmen-te, a tramitação final deste Projeto de Lei foirápida, o que dificultou o seu acompanha-mento pelos Conselhos Profissionais impli-cados, ONGs e Conselhos da ComunidadeCarcerária”.

Como as transformações ainda sãomuito recentes, não se sabe como issovai funcionar na prática. Márcia Badaróacredita que, “no Rio de Janeiro, o se-cretário de administração penitenciáriabaixará uma resolução sobre o assunto”.A psicóloga acrescenta que, além das al-terações que podem cercear os direitosdos presos, a nova legislação não abar-cou pontos importantes, que precisamser mudados. “A Lei, quando fala em as-sistência à saúde, a discrimina apenascomo médica e farmacológica. Devemosbrigar pela inclusão da assistência psico-lógica, porque esse trabalho faz parte dasaúde dos presos e sabidamente, nas ins-tituições fechadas, o sofrimento psíqui-co é freqüente e intenso, gerando muitasvezes transtornos”, explica.

Para a Comissão Gestora do CRP-05,que iniciou essa discussão com um grupode psicólogos do DESIPE e com o Conse-lho Regional de Serviço Social, a nova le-gislação apresenta falhas graves e deve serreavaliada. O Conselho é solidário a qual-quer manifestação que assegure os direi-tos humanos dos presos e acredita quemuitas mudanças no sistema penitenciáriosão necessárias, mas, antes de imple-mentá-las, deveria haver um amplo debatesobre as mesmas com a sociedade.

Na opinião de Margarete Ferreira,“psicólogos, assistentes sociais e demaisdefensores dos direitos humanos da so-ciedade civil organizada devem estar emalerta para resistir contra novas arbitra-riedades que possam advir da aplicaçãodesta nova lei”.

“O texto tira da CTC aatribuição de avaliar,

deixando isso nas mãosde uma única pessoa”

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Boletim CRP-05 • Ano 1 • Nº 1 • Mar/2004 11

O Sistema Conselhos de Psicologia,desde 7 de agosto de 1997, se ocupa dosDireitos Humanos através de uma Comis-são Nacional específica para o assunto.Suas principais funções são: incentivar re-flexões sobre a atuação da psicologia napromoção e/ou violação dos direitos huma-nos, estudar e debater questões importantesrelacionadas ao assunto, intervir em situa-ções onde se faça necessário, promover ointercâmbio com organizações internacio-nais para aprofundamento do tema e apoiariniciativas de outras entidades.

Anualmente, a Comissão promove umSeminário Nacional de Psicologia e Direi-tos Humanos e elege um homenageado,que se destaca por sua atuação na área. Em2003, a escolhida foi Cecília Coimbra, psi-cóloga, historiadora, ex-coordenadora daComissão de Direitos Humanos do Conse-lho Federal de Psicologia (CFP) e funda-dora e vice-presidente do Grupo TorturaNunca Mais. Cecília proferiu a conferên-cia de abertura do evento, falando sobre osdesafios dos Direitos Humanos. A 5ª edi-

Entre os dias 15 de março e 23 deabril, ocorrerá, em Genebra, na Suíça, a60 ª Sessão da Comissão de Direitos Hu-manos da Organização das Nações Uni-das (ONU). Na ocasião, o governo brasi-leiro reapresentará a sua Resolução sobreDireitos Humanos e Orientação Sexual,que será submetida à votação. O texto jáfoi exposto na edição anterior, quando re-cebeu o apoio de 22 países. Entretanto,devido à grande polêmica gerada e a pres-são de algumas nações, como Paquistão eNepal, a apreciação da proposta foi adia-da. Segundo Cláudio Nascimento, doGrupo Arco - Íris de Orientação Sexual eum dos coordenadores da AssociaçãoBrasileira de Gays, Lésbicas eTransgêneros (ABGLT), ainda existempaíses que tratam a homossexualidadecomo tema de morte. “No Egito, 50 ho-

Psicologia e Direitos Humanosção do Seminário ocorreu entre 27 e 29de novembro de 2003, em Brasília, com otema “Psicologia e Direitos Humanos:Desafios Contemporâneos”. Foi realizadotambém um evento preparatório, nos dias5 e 6 de setembro.

A Educação Inclusiva ocupou lugar dedestaque na pauta do seminário. Na ocasião,determinou-se que o assunto seria o tema daCampanha Nacional Anual das Comissõesde Direitos Humanos dos Conselhos de Psi-cologia para 2004. A Educação Inclusivabusca evitar que crianças sejam discrimina-das por serem portadoras de necessidadesespeciais, visando assegurar que todas te-nham o direito a freqüentar a escola.

O CFP também participa da organizaçãodo Fórum Nacional de Defesa da Escola Pú-blica. Um dos espaços de luta do Fórum pormelhorias na política educacional é o Con-gresso Nacional de Educação (CONED).Em sua próxima edição, a quinta, o temaserá “Educação não é mercadoria”. O even-to acontecerá entre os dias 2 e 5 de maio,na Universidade Federal de Pernambuco.

mossexuais foram recentemente presosnuma festa e há a previsão de que elesserão executados”, exemplifica ele.

Em função de casos como esse, tor-na-se premente a aprovação da Resolu-ção brasileira, a fim de que se desenvol-vam ações para a diminuição do precon-ceito e a promoção da cidadania dessaspessoas. A proposta a ser reapresentadana ONU defende que é inadmissível adiscriminação por orientação sexual eque os países precisam estabelecer dire-trizes políticas claras para enfrentá-la.

Atualmente, diversos setores da socie-dade civil mundial vêm se mobilizandopara apoiar a aprovação da mesma. No Riode Janeiro, de 13 a 15 de dezembro de2003, ocorreu um Fórum denominado“Construindo a Estratégia Internacionalsobre Orientação Sexual: a Comissão de

Direitos Humanos e os Futuros Horizon-tes”, que contou com a presença de organi-zações não-governamentais de 18 países.No evento, deliberou-se a necessidade deagilizar o processo de sensibilização mun-dial pela pertinência e importância de ma-nifestações de apoio à proposta apresenta-da pelo governo brasileiro.

O Conselho Regional de Psicologia doRio de Janeiro, em consonância com a Re-solução CFP 001/99, que veta a utilizaçãoda orientação sexual para fins de diagnós-tico psicopatológico ou como justificativaper si para ações terapêuticas, decidiu porapoiar essa Resolução, considerando-afundamental para a extinção de concepçõesretrógradas que associam algumas orienta-ções sexuais com desvios ou patologias,reforçando a discriminação e os atos arbi-trários praticados contra homossexuais.

CRP-05 apóia Resolução brasileira emvotação na ONUPaís é pioneiro na discussão dos direitos dos homossexuais

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Boletim CRP-05 • Ano 1 • Nº 1 • Mar/200412

Os psicólogos brasileiros, já hábastante tempo, vêm afirmando a necessidade, para melhoratender à população, de um

refinamento e avaliação de seus instru-mentos de trabalho, a fim de lhes darmaior credibilidade. Isto responderia, in-clusive, a uma demanda social crescentepara avaliação psicológica em concursospúblicos e outras situações.

Dentre os instrumentos de trabalhodos psicólogos, os testes têm a primazia:por lei, são instrumentos de uso privati-vo do psicólogo. A necessidade de confe-rir a eles maior confiabilidade ecredibilidade foi discutida em diversosmomentos e espaços, até que, em 2001, oIV Congresso Nacional de Psicologia de-liberou que o Conselho Federal de Psico-logia (CFP) realizasse o processo de ava-liação dos testes psicológicos, definindoe regulamentando seu uso, elaboração ecomercialização. A Assembléia das Polí-ticas Administrativas e Financeiras(APAF), realizada em 14 de dezembro de2002, reafirmou esta resolução e, em 14de março de 2003, o CFP estabeleceuuma Comissão Consultiva de AvaliaçãoPsicológica através da Resolução 002/2003. A mesma resolução continha, emanexo, os parâmetros para considerar oteste como favorável para uso, as etapaspara a tramitação do teste no processo desua avaliação e outros procedimentos.

A Comissão Consultiva de AvaliaçãoPsicológica foi formada por profissionaisreconhecidos nacionalmente por seu conhe-cimento e experiência na área. São eles:Álvaro José Lelé (Centro UniversitárioNewton Paiva - MG), Audrey Setton deSouza (USP), José Carlos Tourinho e Silva(UFSE), Regina Sônia Gattas Fernandes doNascimento (PUC-SP) e Ricardo Primi(Universidade de São Francisco - SP).

Após a formulação dos pareceres, oCFP, através de sua plenária, dava a deci-são, considerando o teste favorável oudesfavorável para uso. Os artigos 12 e 19da Resolução 002/2003 do CFP explicitamessas etapas e os procedimentos.

Mesmo após um parecer desfavorável,um teste pode ser revisto pela editora ereapresentado, a qualquer momento à Co-missão Consultiva, seguindo novamente ostrâmites acima indicados. Ou seja, este pro-cesso será contínuo, com possibilidade dereavaliação de instrumentos cujo parecer

Avaliação de testes psicológicos:aprimorando a profissão

tenha sido desfavorável ou para nova ava-liação, quando for necessário atualizar suapadronização, por exemplo.

É importante notar que, após a publica-ção da lista de testes que estavam sendo ava-liados, em 06 de novembro de 2003, somenteos com avaliação favorável podem continuara ser usados pelos psicólogos. A utilização dequalquer outro teste, tanto aqueles que tive-ram avaliação desfavorável, como os que nãoconstam na listagem por não terem sido envi-ados pelas editoras à Comissão Consultiva, éconsiderada falta ética e o psicólogo respon-derá pela mesma diante do Conselho Regio-nal de Psicologia (CRP), que é a instânciaresponsável pela aplicação das resoluções so-bre o exercício da profissão. No momento emque esta matéria é elaborada, temos 53 testescom avaliação favorável, 51 com avaliaçãodesfavorável e 14 ainda em avaliação. Alistagem, atualizada a cada momento, podeser encontrada em www.pol.org.br.

O processo de avaliação psicológica éamplo e diversificado, não se esgota no usode testes. Além de suas qualidades internas,que o habilitam para uso, deve ser ressaltadaa preparação e qualificação do profissionalque o utiliza. Uma boa ferramenta, como umteste avaliado favoravelmente para uso, podeser desqualificada, quando utilizada por umprofissional despreparado. Portanto, o psicó-logo deve aperfeiçoar seus conhecimentossobre os testes, além de considerar as ques-tões científicas, técnicas e éticas envolvidas.

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O Conselho Regional de Psicologiado Rio de Janeiro (CRP-05) ingressoucom uma Consulta Tributária, no dia 4 defevereiro, junto à Prefeitura do Rio de Ja-neiro, questionando as mudanças no sis-tema de recolhimento do ISS dos profis-sionais autônomos. As transformações fo-ram originadas pela Lei Municipal nº3.691, de 28 de novembro de 2003.

Entre as alterações, estava o fim do pa-gamento do tributo por valores fixos paraprofissionais autônomos ou congregadosem sociedades. O cálculo passaria a ser fei-to em cima de um percentual de 5% do

CRP-05 questiona mudanças no ISSfaturamento. Em conjunto com outros Con-selhos de Classe, o CRP-05 decidiu solici-tar esclarecimentos à Prefeitura.

Em meio à polêmica, o secretário mu-nicipal de Fazenda, Francisco de Almeidae Silva, baixou resolução, em 12 de feve-reiro, prorrogando do prazo do recolhimen-to do imposto. A decisão deveu-se à inter-pretação da Emenda Constitucional 42,publicada em 31 de dezembro de 2003, aqual determina que, em toda matéria tribu-tária, deve-se esperar 90 dias para aumen-tar ou introduzir novos tributos.

Em 16 de fevereiro, a Secretaria Mu-

nicipal de Fazenda enviou à Câmara dosVereadores nova proposta para o recolhi-mento do ISS. O percentual foi reduzidopara 2% do faturamento e incidiria sobreuma base de cálculo “arbitrada” (estima-da). O projeto foi aprovado em 4 de mar-ço. Assim, o recolhimento passou a sertrimestral e a base de cálculo ficou fixa-da em R$ 1.870,00.

Agora, o CRP-05 comemora a vitóriaconseguida no âmbito municipal e acompa-nha através do CFP a tramitação do Proje-to de Lei 183, que versa sobre a mesmamatéria e se encontra no Senado Federal.

Mesmo após um parecerdesfavorável, um testepode ser revisto pela

editora e reapresentado