crowdfunding: uma análise dos fatores de sucesso - tereza niederauer

Upload: tereza-niederauer

Post on 04-Mar-2016

8 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Monografia apresentada ao Departamento de Administração.

TRANSCRIPT

  • Universidade de Braslia

    Faculdade de Economia, Administrao e Contabilidade

    Departamento de Administrao

    TEREZA LETCIA BEZERRA NIEDERAUER

    Crowdfunding: Uma anlise dos fatores de sucesso

    Braslia DF

    2015

  • TEREZA LETCIA BEZERRA NIEDERAUER

    Crowdfunding: Uma anlise dos fatores de sucesso

    Monografia apresentada ao Departamento de Administrao como requisito parcial obteno do ttulo de Bacharel em Administrao.

    Professor Orientador: Prof. Dr. Carlos

    Denner dos Santos Jr.

    Braslia DF

    2015

  • TEREZA LETCIA BEZERRA NIEDERAUER

    Crowdfunding: Uma anlise dos fatores de sucesso

    A Comisso Examinadora, abaixo identificada, aprova o Trabalho de Concluso do Curso de Administrao da Universidade de Braslia do

    (a) aluno (a)

    Tereza Letcia Bezerra Niederauer

    Carlos Denner dos Santos Jr. Professor-Orientador

    Titulao, Nome completo, Titulao, nome completo Professor-Examinador Professor-Examinador

    Braslia, ....... de .................. de ............

  • AGRADECIMENTOS

    Agradeo a minha famlia e ao meu namorado que no me deixaram desistir e fizeram com que continuasse a acreditar que era possvel. Ao professor Denner e ao Luiz por terem guiado o caminho. Ao pessoal do Catarse.me e da Internet, pois sem eles no haveria este trabalho.

  • Uma coisa certa, para voc realizar os seus sonhos, necessrio fazer algo bem simples!

    GHOST SHOP de Douglas Duarte

    Miaral safra um

  • RESUMO

    O crowdfunding uma nova forma de financiamento que busca realizar a troca de um grande financiador nico por uma massa de pequenos contribuintes, este fenmeno relativamente novo no Brasil ao passo que em pases como os Estados Unidos j se encontra consolidado e amparado por uma legislao especfica. Atravs de amostras de dados secundrios coletadas da plataforma Catarse.me na categoria de quadrinhos foram realizadas analises em busca de fatores preditores e determinantes do sucesso, juntamente com um survey pelo qual se traou um breve perfil dos apoiadores desta categoria no Brasil. Como resultado verificou-se que as redes sociais desempenham um papel crucial no sucesso dos projetos, que pode ser facilmente estendido a uma maior divulgao das prprias plataformas. Notou-se tambm que os apoiadores brasileiros no se intimidam com os valores dos projetos, e os apoiam prontamente desde que estes sejam interessantes e apresente recompensas que valham o apoio. Os resultados aqui encontrados servem como guia para futuras pesquisas nesta rea pouco explorada no contexto nacional.

    Palavras-chave: Crowdfunding. Fatores de sucesso. Brasil. Perfil de apoiadores.

  • LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    AP Apoiadores

    AP F Apoiadores Final AR P/ A Arrecadao Por Apoiador AR Arrecadao

    AT Atualizaes

    AT F Atualizaes Final CT Comentrios CT F Comentrios Final

    RC Rede de Contatos

    RC I Rede de Contatos Inicial RC F Rede de Contatos Final SC Sucesso VF Valor Final VI Valor Inicial

  • Sumrio

    1 INTRODUO ..................................................................................................... 8

    1.1 Contextualizao........................................................................................... 9 1.2 Formulao do problema ............................................................................ 10 1.3 Objetivo Geral ............................................................................................. 11 1.4 Objetivos Especficos .................................................................................. 11 1.5 Justificativa ................................................................................................. 11

    2 REFERENCIAL TERICO ................................................................................. 13

    2.1 Do crowdsourcing ao crowdfunding ............................................................ 13 2.2 Rede de contatos ........................................................................................ 14 2.3 Os Apoiadores ............................................................................................ 15 2.4 Convencimento e opinio ............................................................................ 16 2.5 Captao dos recursos (apoios) ................................................................. 18 2.6 Durao ...................................................................................................... 19

    3 MTODOS E TCNICAS DE PESQUISA ......................................................... 21

    3.1 AMOSTRA .................................................................................................. 22

    4 RESULTADOS ................................................................................................... 24

    4.1 Anlise das variveis .................................................................................. 24 4.2 HIPTESE 1 ............................................................................................... 26 4.3 HIPTESE 2 ............................................................................................... 28 4.4 HIPTESE 3 ............................................................................................... 29 4.5 HIPTESE 4 ............................................................................................... 30 4.6 HIPTESE 5 ............................................................................................... 30 4.7 HIPTESE 6 ............................................................................................... 31 4.8 HIPTESE 7 ............................................................................................... 32 4.9 HIPTESE 8 ............................................................................................... 34 4.10 HIPTESE 9 E 10....................................................................................... 34 4.11 HIPTESE 11 ............................................................................................. 36 4.12 HIPTESE 12 ............................................................................................. 37 4.13 Sumarizao das Hipteses ....................................................................... 38 4.14 Perfil dos apoiadores .................................................................................. 39

    5 CONCLUSES E RECOMENDAES ............................................................ 46

    REFERNCIAS ......................................................................................................... 50

    APNDICES .............................................................................................................. 54

    Apndice A Lista dos projetos avaliados ................................................................ 54

    Apndice B Resultados do Survey ......................................................................... 55

    ANEXOS ................................................................................................................... 61

    Anexo A Questionrio ............................................................................................ 61

  • 8

    1 INTRODUO

    Recentemente nosso pais foi testemunha de um dos maiores casos de

    desvios de verbas pblicas e pagamento de propinas em formato mensal ( deste fato

    derivou-se o nome), o Mensalo1 foi um caso amplamente divulgado e at hoje no

    apresentou uma concluso satisfatria do caso. Como resultado das investigaes

    tivemos a priso de diversos supostos lderes e polticos envolvidos, porem o mais

    interessante disso tudo foi como a fiana e dvida de um deles foi paga atravs de um

    financiamento coletivo, tema abordado pela presente pesquisa. A dvida do ex-

    deputado Jos Genono foi quitada atravs do site http://www.apoiogenoino.com/, e o

    montante arrecadado foi posteriormente estendido aos demais condenados pela ao

    penal 470 (Delbio Sores, Jos Dirceu e Joo Paulo Cunha)2. Contudo, um exemplo

    mais representativo tanto com financiamento coletivo (crowdfunding) como da

    plataforma que iremos abordar no presente trabalho remete ao grupo musical A

    Banda Mais Bonita da Cidade3, que ficou famosa em meados de 2011 ao lanar o

    clipe da msica Orao4 no youtube, que produziu e financiou seu primeiro lbum,

    faixa a faixa, atravs da plataforma Catarse.me, onde obteve grande sucesso e hoje

    possui relativa atuao no senrio musical brasileiro.

    Tomando como partida os exemplos anteriores, do mensalo e da Banda

    mais Bonita da Cidade, no to estranho assim atualmente empresas e at

    indivduos lanarem produtos e servios com o apoio de seus futuros ou atuais

    consumidores. Isto possvel devido a estas empresas, ou indivduos, terem recorrido

    ao chamado conhecimento das massas (seus prprios consumidores ou mentes

    curiosas) atravs de fruns e sites especficos (BRABHAM, 2008; HOWE, 2006).

    Contudo, este ato de recorrer as massas no elimina de todo a necessidade e a

    importncia de se ter uma rea voltada para inovao e aprimoramentos dentro de

    empresas maiores e com mercados mais amplos.

    1 Mais informaes em http://www1.folha.uol.com.br/especial/2012/ojulgamentodomensalao/ e http://congressoemfoco.uol.com.br/category/mensalao/ 2http://www.apoiogenoino.com/ e https://sites.google.com/site/doacaojosegenoino/home 3 https://pt.wikipedia.org/wiki/A_Banda_mais_Bonita_da_Cidade 4 Disponvel em :

  • 9

    O processo de consulta s massas denominado Crowdsourcing, termo

    proposto por Jeff Howe na edio de 2006 da Wired Magazine (edio 14.06 de junho

    de 2006), que consiste em um novo modelo de negcios baseado na web para buscar

    solues criativas fornecidas por um grupo de indivduos que atendem a chamadas

    abertas por empresas diversas (BRABHAM, 2008; HOWE, 2006).

    De acordo com Brabham (2012) este processo aumenta a inteligncia coletiva

    das comunidades online direcionando-as a fins especficos. Para ilustrar Brabham

    (2014) cita os casos da Threadless.com, loja de camisetas que escolhe seus designes

    por meios de competies entre seus compradores. Contudo, Brabham tambm

    ressalta que o crowdsoursing no se limita apenas a empresas de funcionamento

    continuo, ele tambm muito utilizado em iniciativas pontuais e curtas, exemplo disto

    a campanha lanada pela Doritos no Super Bowl 20075 que buscou comerciais feitos

    pelos seus prprios consumidores como forma de atingir novos mercados.

    O ponto central deste trabalho o Crowdfunding, ou financiamento coletivo,

    que surgiu como uma ramificao da pratica do Crowdsourcing. Seu objetivo central

    a criao de um ambiente virtual onde vrias pessoas possam propor e financiar

    projetos de seu interesse (COCATE e PERSINA JNIOR, 2012; SILVA e FREITAS,

    2012; LARRALDE e SCHWIENBACHER, 2010; HILDEBRAND et al., 2013). O contato

    direto proporcionado pelo crowdfunding busca reduzir significativamente as etapas

    e, consequentemente, os custos que uma pessoa ou pequena empresa teriam para

    lanar seu trabalho no mercado. Uma grande vantagem desta modalidade de

    financiamento a possibilidade de diversificar o mercado com produtos que de outra

    forma no seriam bem-sucedidos, alm do constante contato entre criador e

    financiador (BAYUS e KUPPUSWAMY, 2013; AGRAWAL et al., 2013).

    1.1 Contextualizao

    Apesar destas iniciativas serem recentes, tendo o primeiro site de

    crowdfunding sido criado em 2006 (COCATE e PERSINA JNIOR, 2012), podemos

    5 Mais informaes acerca da campanha em: http://theinspirationroom.com/daily/2007/doritos-crash-the-superbowl-2007/

  • 10

    dizer que esta uma forma moderna e aprimorada da famosa vaquinha (tanto que

    um dos sites de crowdfunding brasileiro possui com domnio

    http://www.vakinha.com.br/), onde pessoas contribuem para uma alguma causa ou

    objetivo especfico de um indivduo ou grupo. Contudo uma grande diferena entre o

    modelo adotado pela plataforma que foi utilizada nesta pesquisa (Catarse.me), e o

    utilizado pelo Vakinha, e seus similares, o oferecimento de recompensas e a

    possibilidade de obter seu dinheiro de volta caso o projeto apoiado no funcione.

    um modelo de tudo ou nada em relao ao financiamento.

    Seguindo o exemplo dos polticos julgados pelo Mensalo e da Banda mais

    Bonita da Cidade algumas pessoas tambm lanaram financiamentos e vaquinhas a

    fim de quitar suas dvidas com o Estado (multas de transito, IPVA, IPTU e afins) e,

    mais recentemente, o clube de futebol Vasco da Gama vem utilizando a venda de

    camisetas (voc paga o valor da camisa e um DARF, pelo qual uma parcela da dvida

    ser paga) com o objetivo de quitar suas diversas dvidas6.

    Estes fatos deixam cada vez mais evidente as possibilidades infinitas que o

    financiamento coletivo nos proporciona neste novo cenrio globalizado e conectado.

    1.2 Formulao do problema

    Apesar de o processo de financiamento ter sido simplificado com o surgimento

    do crowdfunding ainda assim no h 100% de garantia que a iniciativa em questo

    tenha sucesso, pois a capacidade do projeto ser ou no bem-sucedido depende do

    poder de convencimento do idealizador do projeto (pgina da campanha e redes

    sociais), e da capacidade do mesmo atrair novos apoiadores ao longo de toda

    campanha, seja por ele prprio ou terceiros.

    Molick (2014) afirma que a taxa de iniciativas bem-sucedidas na plataforma

    Kickstarter de 48,1%, porm no possumos estes mesmos dados quando nos

    referimos ao brasileiro Catarse. A diferena entre o cenrio internacional do

    crowdfunding para o nacional to grande que enquanto aqui nossos sites ainda do

    6http://www.vascodividazero.com.br/na-midia.php

  • 11

    seus primeiros passos os Estados Unidos j possuem legislao7 que regulamenta

    esta prtica.

    1.3 Objetivo Geral

    Avaliar os impactos de fatores ditos centrais na possibilidade de

    sucesso de projetos de crowdfunding.

    1.4 Objetivos Especficos

    Identificar os aspectos associados ao sucesso de projetos de crowdfunding.

    Verificar quais os fatores que aumentam a probabilidade de um projeto de

    crowdfunding ter sucesso.

    Traar o perfil dos apoiadores de quadrinhos no Catarse.me.

    1.5 Justificativa

    Este trabalho busca evidenciar os aspectos mais relevantes para o sucesso

    dos projetos da plataforma Catase.me, estes dados sero valiosos para que, em

    financiamentos posteriores, se saiba quais caractersticas devem ser mais valorizadas

    ao se iniciar uma campanha de crowdfunding, sendo os mesmos vlidos no somente

    para a categoria escolhida.

    7 JOBS Act - Jumpstart Our Business Startups Act de abril de 2012. Disponvel em: http://www.gpo.gov/fdsys/pkg/BILLS-112hr3606enr/pdf/BILLS-112hr3606enr.pdf

  • 12

    No mbito acadmico esta pesquisa mostra-se relevante devido grande

    lacuna (vide tabela 1) existente em relao a artigos relacionados tanto ao

    crowdfunding quanto a principal plataforma de crowdfunding do cenrio nacional.

    Tabela 1 - Distribuio dos artigos por palavras chaves e bases de peridicos

    Spell Capes SciELO Google

    Acadmico

    Financiamento coletivo 0 311 artigos (2

    relevantes)

    4 artigos (0

    relevantes)

    14 300 artigos

    Crowdfunding (em

    portugus)

    1 artigo 8 artigos 1 artigo 324 artigos

    Catarse.me 0 0 0 56 artigos

  • 13

    2 REFERENCIAL TERICO

    Assim como visto no captulo anterior o crowdfunding uma nova forma de

    financiamento que busca realizar a troca de um grande financiador nico por uma

    massa de pequenos contribuintes (BAYUS e KUPPUSWAMY, 2013; AGRAWAL et al.,

    2013), sendo assim seguimos com a apresentao de uma explanao mais

    aprofundada acerca do crowdfunding, seguida dos aspectos relevantes elencados na

    literatura sobre o sucesso dos projetos.

    2.1 Do crowdsourcing ao crowdfunding

    Partindo da premissa de que as pessoas querem fazer algo para transformar

    o mundo em um lugar melhor (SHIRKY, 2010) e o fazem quando so devidamente

    convidadas e estimuladas, desenvolvesse a seguir os conceitos e de Crowdsourcing

    e Crowdfunding.

    Crowdsoucing um termo criado por Jeff Howe em 2006 que definido por

    Brabham (2008) e Howe (2006a) como: Ato de uma companhia redirecionar a funo

    antes exercida por um funcionrio, ou grupo, para uma indefinida (e geralmente

    grande) rede de pessoas atravs de um open call (chamada aberta).

    Este open call pode ser realizado como um peer-production (quando o

    trabalho realizado de forma colaborativa) ou ser atribudo a indivduos nicos e

    especficos. Brabham (2008) e Howe (2006b) definem que este processo s pode ser

    definido como crowdsourcing quando (1) a empresa posta o problema na web, (2) um

    vasto nmero de pessoas oferece uma soluo para ele, (3) e a ideia vencedora

    premiada com alguma forma de recompensa, sendo que posteriormente a (4)

    empresa produz essa ideia para seu prprio lucro.

    O crowdfunding, ou financiamento coletivo, traz como proposta a substituio

    do modelo tradicional de financiamento, onde se cria um ambiente virtual para realizar

    um financiamento compartilhado de ideias propostas por um indivduo nico ou

  • 14

    micro/pequena empresa (BAYUS e KUPPUSWAMY 2013; COCATE e PERSINA

    JNIOR, 2012; SILVA e FREITAS, 2012; LARRALDE e SCHWIENBACHER, 2010;

    HILDEBRAND et al.,2013; AGRAWAL et al. 2013). Assim iniciativas que corriam

    grades riscos de no serem contempladas por grandes financiadores tem a

    possibilidade de mesmo assim serem bem-sucedidas pela fora das massas.

    Apesar do crowdfunding ter se derivado do crowdsourcing existem diferenas

    grandes entre os mesmos. Uma das principais refere-se s redes s quais cada um

    se encontra conectado, o primeiro considera as Social Networks (MOLLICK, 2014;

    GIUDICI, 2013) - que neste trabalho ser tratada como rede de contatos (RC),

    principalmente o Facebook, como forma principal de contato com financiadores em

    potencial. Enquanto a segunda opta por um Network mais especfico e fechado para

    garantir o sucesso de seus objetivos, por isso a utilizao de fruns e sites especficos.

    Outro diferencial importante a pgina de apresentao de cada modelo, pois os

    projetos cadastrados nas plataformas de crowdfunding buscam convencer os

    internautas de que o projeto interessante e vivel (isso por meio de vdeos, textos,

    cronogramas, fotos, recompensa e outros), ao passo que no crowdsourcing no

    precisa haver o convencimento, tendo em vista que a pessoa quem decide ser apta

    ou no para a resoluo do problema (BAYUS e KUPPUSWAMY, 2013).

    2.2 Rede de contatos

    Em seu livro, A Cultura da Participao (2010), Shirky afirma que apesar de

    sermos criaturas essencialmente sociais, o advento de novas tecnologias e

    aprimoramento de tarefas implicou no aumento da quantidade de tempo livre que

    temos, ao passo que a quantidade de pessoas com quem estabelecemos relaes de

    confiana e dependncia (nosso capita social) entrou em declnio. Contudo, ele ainda

    relata que mais recentemente se verificou uma inverso deste aspecto, com o

    aumento do nmero de pessoas com acesso Internet tambm cresceu o nmero de

    interaes e contedos compartilhados, revelando assim que os membros da

    populao internauta acabam por ocupar seu tempo uns com os outros.

  • 15

    Quando a conexo com outros indivduos que possuem os mesmos hobbys,

    estilo e interesses que voc seu comportamento se modifica para se ajustar aos

    interesses compartilhados pelos membros de seu novo grupo. Cruzal (2011) afirma

    que o aprimoramento da Internet propicia a produo e compartilhamento de

    informaes de forma mais intensa e rpida, assim como Lvy (1999) traz em seu livro

    a capacidade que a expanso das tem de unir pessoas de diferentes preferencias e

    culturas, como um dar as mos ao redor do mundo (LVY, 1999, p.122).

    Shirky (2011) traz o conceito de custo de visibilidade, o que pode ser definido

    como a dificuldade que existia antes da Internet e Web 2.0 das pessoas encontrarem

    outras com preferencias e hobbys similares, contudo ele afirma que estes desejos

    esto ressurgindo com o aumento das mdias sociais, onde essas pessoas ganham

    visibilidade e espao para se manifestarem, e so retroalimentadas pelas motivaes

    pessoais e sociais que ampliam constantemente na rede. Shirky (2011) e Cruzal

    (2011) concordam que a Internet se torna cada vez mais um espao para a

    propagao de contedos entre pessoas antes desconhecidas e solitrias,

    incentivando assim a produo e o compartilhamento de informaes e contedos de

    forma colaborativa.

    Este crescente compartilhamento e interao entre pessoas de diversos

    lugares nos leva a almentar nossas redes de contatos e, consequentemente, ajuda os

    projetos a serem bem sucedidos (BAYUS e KUPPUSWAMY, 2013), e assim prope-

    se as primeiras hipteses:

    H1 Projetos de crowdfunding com uma Rede de Contatos maior em

    seu incio tem maior potencial de sucesso.

    H2 A Rede de Contatos influncia de forma positiva na quantidade de

    apoiadores que o projeto recebe.

    2.3 Os Apoiadores

    Assim como mencionado anteriormente, o crowdfundig traz como premissa o

    rompimento do modelo tradicional de financiamento, onde antes a deciso de um

  • 16

    indivduo (grande investidor, bancos, etc.) definiria o sucesso ou fracasso de algo,

    agora impera a vontade das massas, onde muitos se unem em prol de um nico

    objetivo comum.

    Gnezzy et al. (2014) fazem meno a teoria do impacto filantrpico, onde os

    indivduos/doadores so motivados pela oportunidade e sentimento de que sua

    contribuio foi de suma importncia para ajudar diretamente uma causa.

    Falk e Fischbacher (2006) definem que as pessoas agem de forma recproca,

    onde premiam aes boas e punem ms, em nosso contexto podemos interpreta-los

    como o apoio a bons projetos ou o no apoio a projetos julgados ruins, revelando

    deste modo o grande poder que a multido detm. Ainda de acordo com a teoria

    proposta por eles, a reciprocidade se revela como uma resposta comportamental para

    a bondade e maldade percebida, onde a bondade compreende tanto a justia

    distributiva, bem como as intenes de justia. Este prmio proposto por Falk e

    Fischbacher (2006) aqui se reverte em apoio efetivado, ocorre quando o apoiador

    efetua a contribuio desejada e no a retira, e isto se reflete no possvel sucesso do

    projeto.

    Assim, prope-se a seguinte hiptese:

    H3 O nmero de apoiadores influencia diretamente no potencial de

    sucesso dos projetos de crowdfunding.

    2.4 Convencimento e opinio

    Um fator de grande importncia para qualquer projeto, seja de crowdfunding,

    sourcing ou pessoal, poder que o idealizador tem de cativar e convencer as pessoas,

    no caso possveis investidores, de que sua ideia boa e, principalmente, plausvel de

    ser realizada (DIAS, 2013; STEFFEN,2014; GERBER e GREENBERG,2014). Neste

    trabalho no abordaremos a qualidade dos projetos, mas sim sua habilidade atrair

    mais apoiadores conforme o tempo v correndo.

  • 17

    As plataformas de crowdfunding, bem como as de crowdsourcing, tem como uma

    de suas funes servir como um meio dos apoiadores, efetivados e futuros, se

    comunicarem entre si e com o idealizador do projeto (AGRAWAL et al., 2013b), este

    mecanismo proporcionaria aos idealizadores dos projetos a criarem uma interao

    diferenciada entono do produto oferecido, onde os prprios apoiadores interagem e

    ajudam a criar o produto que esto adquirindo, aumentando assim o valor que o

    produto ter para os atuais e futuros apoiadores (AGRAWAL et al., 2013b).

    Esta comunicao apoiador-apoiador e apoiador-idealizador ocorre atravs dos

    comentrios deixados na prpria pgina do projeto, em alguns casos o perfil do projeto

    ou do idealizador do mesmo pode ser contatado para discusses ou dvidas mais

    pontuais.

    Quando a comunicao ocorre no sentido inverso, ou seja, do idealizador para

    os apoiadores, esta ocorre de modo pblico por meio de atualizaes postadas na

    pgina do projeto, salvo para informaes que so exclusivas para apoios j

    consolidados (tal como survey sobre preferencias acerca do produto, recompensas

    exclusivas, etc.). De acordo com Bayus e Kuppuswamy (2013) os projetos bem-

    sucedidos tendem a se comunicar mais com apoiadores potenciais e comunidade em

    geral por meios de atualizaes, e a postagem de atualizaes encontra-se

    diretamente ligada com o nmero de apoios que o projeto recebe.

    Assim estabelecemos as seguintes hipteses:

    H4 A quantidade de comentrios recebidos influncia de forma positiva

    no nmero de apoiadores do projeto.

    H5 A quantidade de comentrios recebidos influencia no potencial de

    sucesso de forma positiva.

    H6 A quantidade de atualizaes inseridas influncia de forma positiva

    no potencial de sucesso dos projetos.

    H7 A quantidade de atualizaes inseridas influncia de forma positiva

    no nmero de apoiadores do projeto.

  • 18

    O poder de convencimento dos idealizadores dos projetos pode vir a ser

    convertido em apoios, e este de acordo com Agrawal et al. (2013a), Mollick (2014) e

    Brando et al. (2013) podem ser motivados pelos mais diferentes fatores, dentre eles

    escolheu-se os seguintes para serem analisados no perfil dos apoiadores:

    Sentir-se parte de uma comunidade/grupo: como as plataformas de

    crowdfunding funcionam como locais de interao social, estas acabam

    por agregar valor ao sentimento de fazer parte do seleto grupo de

    pessoas que apoiaram aquele projeto desde o incio (AGRAWAL et al,

    2013a)

    Apoio ao produto, servio ou ideia: alguns apoiadores escolhem no

    receber recompensas, mesmos em projetos feitos para posteriormente

    irem a mercado. Assim, de acordo com Agrawal et al (2013a) a filantropia

    tem um papel importante nas plataformas e projeto de crowdfunding.

    2.5 Captao dos recursos (apoios)

    O processo de arrecadao de suma importncia para o sucesso das

    iniciativas de qualquer natureza, seja intelectual, de financiamento ou de caridade.

    Em Gneezy et al. (2014) encontramos que a presso exercida pelos

    doadores/colaboradores sobre as instituies de caridade, e no contexto desta

    pesquisa sobre criadores de projetos, para propostas com custos, direto e indiretos,

    menores gera baixa captao de recursos e consequentemente, apenas as propostas

    de baixo custo so financiadas.

    Bayus e Kuppuswamy (2013) estabelecem que projetos no financiados, em

    geral, costumam ter suas metas at 4x maiores que os bem-sucedidos. Assim, pela

    experincia e pela literatura possvel se concluir que propostas de valores mais

    baixos, e realistas (Mollick, 2014), conseguem ser financiadas em menos tempo e no

    raramente so capazes de exceder suas metas principais.

    O estudo acima citado ainda afirma que os apoiadores no seriam

    influenciados pelo nmero de pessoas que j ajudaram, mas sim por quanto da meta

  • 19

    j foi alcanada. Contudo, apoios que ocorrem aps o alcance da meta inicial so

    raros (BAYUS e KUPPUSWAMY, 2013; MOLLICK, 2014), tendo em vista que os

    apoiadores se recusariam a apoiar aqueles projetos que j tivessem atingido suas

    metas e preferissem contribuir com projetos ainda necessitados. Assim propomos as

    seguintes hipteses:

    H8 Projetos com meta inicial mais baixa tem maior potencial de

    sucesso.

    H9 Projetos j financiados tendem a no receber mais apoiadores.

    H10 Os apoiadores optam por no contribuir com projetos j

    financiados.

    Bayus e Kuppuswamy (2013) ainda afirmam que financiamentos so mais

    significativos durante ltima semana da durao do projeto, e conforme este vai

    chegando ao fim este movimento tende a aumentar ainda mais, atingindo maior

    relao valor/contribuinte. Esta afirmao revalidada por Mollick (2014), que afirma

    parecena do fenmeno anterior tambm pode relatada durante a semana de

    lanamento dos projetos.

    Juntando as afirmaes de ambos (MOLLICK, 2014; BAYUS e

    KUPPUSWAMY, 2013) obtemos que as semanas, iniciais e finais, so de crucial

    importncia para o sucesso da proposta e isto levaria a uma possvel intensificao

    nas campanhas de divulgao dos projetos.

    2.6 Durao

    Quanto ao quesito durao, as plataformas de crowdfunding adotam um sistema

    que permite variar a extenso do tempo que o projeto fica disponvel para

    financiamento variando entre 1 e 60 dias, sendo altamente aconselhvel que os

    criadores dos projetos estipulem o tempo entre 30 e 45 dias8.

    Burtch (2013) postula que as contribuies acumuladas pelas iniciativas podem

    ditar o volume de contribuies futuras, assim se um projeto vir a receber um grande

    8 https://www.catarse.me/pt/guides#goals e https://www.kickstarter.com/help/handbook/funding

  • 20

    volume de contribuies em um perodo relativamente curto um possvel apoiador

    inferir que este volume ser mantido at o trmino do prazo, e deste modo, suas

    chances de fazer uma contribuio e esta ser retribuda ser maior. Assim se este

    volume for dividido entre um perodo mais longo de tempo, sua tendncia de contribuir

    ser enfraquecida pela possibilidade de no satisfao de seu desejo.

    Em contrapartida um perodo mais curto de financiamento pode afetar a

    qualidade do produto final, reduzir a capacidade de comunicao entre os apoiadores

    e o criador do projeto e impedir que a proposta seja melhor divulgada (em redes

    sociais, boca-a-boca e pelo prprio site) e possa obter um montante final maior

    (BURTCH, 2013).

    Contudo, Mollick (2014) sugere que projetos com prazos mais curtos tendem

    a ser mais bem-sucedidos do que aqueles que optam por prazos maiores. Logo temos

    um dilema entre uma maior durao, para melhor divulgao e discusses, e uma

    menor durao visando um rpido financiamento e maior probabilidade e sucesso.

    H11 O tempo que o projeto fica ativo influencia o potencial de sucesso

    de forma positiva.

    H12 O tempo que o projeto fica ativo influncia de forma positiva mdia

    de contribuies por apoiador.

    Tomando as hipteses e justificativas relatadas acima, prope-se a seguir um

    modelo terico (figura 1), onde so apresentadas as relaes esperadas das variveis

    que sero utilizadas com o sucesso dos projetos de crowdfunding.

  • 21

    Figura 1 - Modelo terico

    3 MTODOS E TCNICAS DE PESQUISA

    A presente pesquisa se caracteriza como descritiva com abordagem quantitativa,

    tendo um recorte transversal com a utilizao de um survey e coleta de dados

    secundrios, visando um melhor acompanhamento do comportamento das variveis

    no decorrer das duraes dos diferentes projetos, entre os quais se enquadram os em

    andamento e recm-criados.

    No decorrer da reviso bibliogrfica foram elencadas as variveis que os autores

    acreditavam ser mais pertinentes pata o sucesso, dentre elas apenas algumas foram

    definitivamente aceitas e empregadas na presente pesquisa (Tabela 2).

    Tabela 2 - variveis da literatura

  • 22

    3.1 AMOSTRA

    A amostra primria do presente estudo compreende os projetos lanados na

    categoria Quadrinhos pela plataforma Catarse.me no perodo de dezembro de 2014

    a fevereiro de 2015 (apndice A).

    O Catarse.me tido como o primeiro site de crowdfunding de origem brasileira

    destinado a projetos 100% nacionais. No ar desde janeiro de 2011, e desde ento

    VARIVEL DEFINIO ARTIGO (S) TRATAMENTO NA LITERATURA

    MENSURAO

    META PRINCIPAL

    Valor almejado MOLLICK 2014, GOAL Fornecido pela plataforma

    APOIADORES N de pessoas que contriburam

    MOLLICK 2014, BACKERS Fornecido pela plataforma

    MDIA DE CONTRIBIO

    POR APOIADOR

    Mdia de valor arrecadado por

    pessoa

    MOLLICK 2014, BURTCH 2013 (

    contribution frequency )

    PLEDGE/BACKER

    Valor gerado pela equao: Valor final

    Apoiadores final.

    RC Rede de possveis

    apoiadores

    MOLLICK 2014, GIUDICI 2013 (

    capital social individual)

    SOCIAL

    NETWORKS ou FACEBOOK

    FRIENDS

    Coleta pelo nmero fornecido no perfil dos criadores dos prejetos( ou dos

    proprios projetos) no Facebook

    ATUALIZAES Novidades sobre

    a iniciativa MOLLICK 2014,

    BAYUS e KUPPUSWAMY

    2013

    PROJECT UPDATES

    Fornecido pela plataforma

    COMENTRIOS Mostram a opinio dos

    contribuintes e futuros

    contribuintes em relao a iniciativa

    MOLLICK 2014, COMENTS Fornecido pela plataforma

    TEMPO EM ATIVIDADE

    (DIAS)

    Tempo em que a iniciativa fica

    "disponvel" para financiamento - Varia de 1 60

    dias

    MOLLICK 2014, BAYUS e

    KUPPUSWAMY 2013 (contado em

    semanas), BURTCH 2013

    DURATION Fornecido pela plataforma

  • 23

    cerca de 210 mil pessoas j apoiaram ao menos 1 projeto entre os 1,7 mil projetos

    bem-sucedidos, somando mais de 30 milhes de reais j doados9.

    Em 2011, o Catarse abriu seu cdigo-fonte10, tornando-o disponvel atravs do

    site GitHub11 para que qualquer pessoa possa propor mudanas ou utiliza-lo como

    ponto de partia de sua prpria plataforma, este ato serviu de incentivo para o cenrio

    do crowdfunding nacional, trazendo novos adeptos e valorizando ainda mais a

    imagem da marca Catarse.me.

    Em 2012 o grupo se vinculou a plataforma Multido, igualmente de

    financiamento coletivo, com a qual agora fazem parte do grupo Comum uma

    comunidade gratuita colaborativa, destinada a formar, preservar e desenvolver

    pessoas, ecossistemas e comunidades12.

    A equipe Catarse interage com seu pblico por meio de seu blog

    (http://comum.cc/) e redes sociais (Facebook, Twitter e Instagram), sempre com

    novidades acerca dos projetos da plataforma, interesses variados e dicas, focado para

    a expanso e aprimoramento do crowdfunding nacional.

    Dentro desta plataforma utilizaremos a categoria de Quadrinhos13 que

    atualmente (09/06/2015) possui cerca de 17 projetos ativos, e se mostra com grande

    potencial de crescimento com o recente movimento de retomada da cultura geek.

    Desde sua implementao esta categoria j movimentou cerca de

    R$ 1.915.399,00 divididos entre seus 111 projetos bem-sucedidos, de um total de

    aproximadamente 164 projetos, no perodo entre 10/10/2011 e 29/05/2015, o que

    representa uma taxa de 67,68% de sucesso.

    Para que fosse possvel traar um perfil dos colaboradores de quadrinhos foi

    utilizado um pequeno survey com 18 questes variadas (ANEXO A), compreendendo

    questes demogrficas e gerais acerca dos apoios, distribudo em meio virtual pelo

    Facebook (tabela 2).

    9 Informaes retiradas do site https://www.catarse.me/pt/start, acesso em 1 de junho de 2015 10 Informao retirara do site http://blog.catarse.me/por-que-abrimos-os-cdigos-do-catarse/#more-4018505739, em 1 de junho de 2015 11 Para mais informaes acessar: https://github.com/catarse/catarse 12 Retirado de http://comum.cc/ 13 https://www.catarse.me/pt/explore#by_category_id/7

  • 24

    Tabela 3 - lista de pginas/grupos mais significantes usados para distribuio do survey e sua

    respectiva quantidade de membros.

    Pgina/Grupo Membros

    Planeta HQ14 6860

    HQs S/A15 10687

    Tudo sobre Quadrinhos16 1142

    Quadrinhos em Questo17 7076

    4 RESULTADOS

    Para o teste das hipteses apresentadas no modelo terico e os possveis

    efeitos diretos existentes entre as variveis, foram realizados testes estatsticos de

    correlao, onde se calculou o produto-momento de Pearson para cada par de

    variveis, adotando diferentes momentos e interaes, quando se julgou necessrio,

    para uma melhor avaliao e compreenso dos resultados.

    Os testes, e plotagem dos grficos, foram realizados com os softwares Minitab

    1718, Excel 2013 e SPSS 19.

    4.1 Anlise das variveis

    Os resultados iniciais da anlise das variveis esto sumarizados a seguir:

    14 https://www.facebook.com/groups/planetahq/?ref=browser 15 https://www.facebook.com/groups/HQsSA/?ref=browser 16 https://www.facebook.com/groups/191986200924459/?ref=browser 17 https://www.facebook.com/groups/quadrinhosemquestao/?ref=ts&fref=ts 18 Programa disponvel em: http://www.minitab.com/pt-BR/

  • 25

    Tabela 4 - mdias e correlaes

    Mdia VI DIAS SC AR P/ P RC I RC CT AP AT VF AP F RC F CT F AT F

    VI

    R$ 17.827,50

    1

    DIAS 56 0,28 1

    0,231

    SC 0,35 -0,312 0,114 1

    0,18 0,632

    AR P/ P R$ 50,69 ,459* 0,35 -0,075 1

    0,042 0,13 0,752

    RC I 1426,75 -0,014 0,081 0,268 -0,264 1

    0,955 0,734 0,253 0,26

    RC 1459,1 -0,012 0,084 0,27 -0,262 1,000** 1

    0,961 0,724 0,25 0,264 0

    CT 7,23 0,44 0,295 0,082 0,032 0,334 0,334 1

    0,052 0,207 0,73 0,893 0,15 0,15

    AP 177,95 0,032 0,338 ,675** -0,06 0,419 0,419 0,289 1

    0,893 0,145 0,001 0,801 0,066 0,066 0,216

    AT 5,59 0,233 ,481* 0,044 0,253 -0,014 -0,013 0,393 0,404 1

    0,324 0,032 0,854 0,283 0,952 0,956 0,087 0,077

    VF -0,254 0,115 ,713** -0,273 0,383 0,382 -0,014 ,825** 0,143 1

    0,279 0,631 0 0,244 0,095 0,096 0,952 0 0,547

    AP F -0,17 0,188 ,675** -0,22 0,425 0,425 0,044 ,917** 0,239 ,967** 1

    0,474 0,426 0,001 0,352 0,062 0,062 0,854 0 0,309 0

    RC F 0,098 0,101 0,272 -0,245 ,930** ,931** ,506* ,454* -0,054 0,378 0,418 1

    0,681 0,671 0,246 0,297 0 0 0,023 0,044 0,82 0,1 0,067

    CT F -0,057 0,061 0,078 -0,073 0,227 0,227 -0,094 0,046 -0,257 0,318 0,279 0,225 1

    0,811 0,798 0,745 0,76 0,336 0,336 0,694 0,847 0,274 0,172 0,233 0,34

    AT F -0,112 -0,123 -0,1 0,029 -0,122 -0,122 -0,265 -0,097 -0,214 0,028 -0,014 0,043 0,285 1

    0,639 0,606 0,675 0,904 0,608 0,608 0,258 0,683 0,365 0,906 0,954 0,856 0,222

    *. Correlao significativa em 95% (2-tailed). **. Correlao significativa em 99% (2-tailed).

  • 26

    De acordo com os dados apresentados na tabela 4 podemos perceber que boa parte

    as variveis apresentam correlaes relevantes entre si, o que torna nossa anlise

    de hiptese possvel.

    Durante esta anlise utilizaremos outro parmetro para realizar as medies,

    este se refere a correlao em um momento especfico da coleta ( tabela 5), pois

    assim poderemos reavaliar as hipteses confrontando um resultado com o outro.

    Tabela 5 - correlao bivariada em momento especfico

    DIAS SC AR AP RC CT AT

    DIAS 1

    SC ,114 1

    ,632

    AR ,335 ,687** 1

    ,149 ,001

    AP ,286 ,660** ,980** 1

    ,221 ,002 ,000

    RC ,133 ,158 ,522* ,589** 1

    ,575 ,506 ,018 ,006

    CT ,255 ,083 ,419 ,435 ,255 1

    ,278 ,728 ,066 ,055 ,278

    AT ,435 -,041 ,155 ,118 -,029 ,505* 1

    ,055 ,864 ,514 ,620 ,904 ,023

    **. Correlao significativa em 99% (2-tailed).

    *. Correlao significativa em 95% (2-tailed).

    4.2 HIPTESE 1

    Na primeira hiptese apresentada busca-se compreender se a rede de

    contatos inicial desempenha um papel chave para o sucesso dos projetos. Para que

    essa avaliao fosse possvel realizou-se um teste de correlao entre as variveis

    Rede de Contatos Inicial e Sucesso, respectivamente RC I e SC de acordo como

    mostrado pela tabela 4.

    Apesar de haver correlao positiva entre as variveis, esta muito fraca, o

    fato que fica melhor exemplificado pelos grficos a baixo (figuras 2 e 3), assim fica

  • 27

    fcil de compreender que mesmo que haja uma Rede de Contatos Inicial maior sua

    relao com o sucesso dos projetos no muito forte ou clara, pois em 3 casos a

    Rede de Contatos Inicial, que daqui pata frente ser tratada apenas como Rede,

    apresentou valor 0 e mesmo assim estes projetos obtiveram sucesso (melhor

    visualizado na figura 3).

    Figura 2 RC Inicial x Sucesso (geral)

    16626

    1463827 341 0 0 0

    3260 31581326 1008

    282 145 7421 4 0 0 0 0

    0

    2000

    4000

    6000

    8000

    10000

    12000

    14000

    16000

    18000

    RC InicialX SUCESSO - viso geral

    RC INICIAL - Financiados RC INICIAL - No Financiados

    3410

    827

    1463

    0 0145 74 0282

    21 0 0 4

    1008

    3158 3260

    0

    1326

    0

    500

    1000

    1500

    2000

    2500

    3000

    3500

    RC Inicial x Sucesso

    RC INICIAL - Financiados RC INICIAL - No Financiados

    Figura 3 - RC Inicial x Sucesso (sem maior contagem)

  • 28

    4.3 HIPTESE 2

    Para avaliar nossa segunda hiptese, que compreende a relao entre a Rede

    (RC) continua e sua relao com o nmero de apoiadores, foram realizados 2 testes

    em momentos distintos, primeiramente com as variveis RC e AP, tal como consta na

    tabela 4 e em seguida pelo segundo momento de coleta (tabela 5).

    Assim foi possvel verificar que a correlao entre elas significativa e

    positiva, mesmo que pela mdia a correlao no possa ser totalmente afirmada no

    momento que se passou a analisar os dados em seu contexto geral encontramos uma

    correlao forte (valor p = 0). Isto implica que h uma relao real entre a Rede

    continua dos projetos e a quantidade de apoiadores que esta recebe, validando assim

    nossa hiptese.

    Para melhor visualizao dois grficos foram elaborados com projetos que

    possuam uma quantidade de dados coletados visivelmente maior que os demais, o

    primeiro representa esta relao um projeto bem-sucedido e o segundo demostra

    essa relao em um projeto que no atingiu a meta.

    341

    348

    358 358

    363 364 364

    373 373

    50

    7888

    103

    124140 140

    238

    263

    0

    50

    100

    150

    200

    250

    300

    320

    330

    340

    350

    360

    370

    380

    Relao APOIADORES X RC em um projeto bem-sucedido

    RC APOIADORES

    Figura 4 - grfico da relao entre APOIADORES X RC em um projeto bem-sucedido

  • 29

    4.4 HIPTESE 3

    Para a terceira hiptese avaliaremos como o nmero de apoiadores influencia

    no sucesso dos projetos, para esta anlise novamente seguimos com a correlao

    (tabela 4).

    Pelos valores retornados pela tabela 4 vemos que h uma relao positiva e

    significativa (com valor p muito prximo a 0) entre as variveis, o que valida nossa

    hiptese.

    O grfico a baixo mostra de forma visual que de fato o nmero de apoiadores

    que o projeto recebe determinante para o sucesso da iniciativa, contudo este

    resultado vale ressaltar que este resultado no estipular um nmero exato de

    apoiadores que viria a predizer o sucesso de um projeto.

    1008

    1011

    1015 10161017 1016

    1032

    15

    33

    39

    4549

    5254

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    995

    1000

    1005

    1010

    1015

    1020

    1025

    1030

    1035

    Relao APOIADORES X RC em um projeto no financiado

    RC APOIADORES

    Figura 5 - grfico da relao entre APOIADORES X RC em um projeto no financiado

  • 30

    Figura 6 - grfico da relao entre APOIADORES X SUCESSO

    4.5 HIPTESE 4

    Devido a esta hiptese buscar analisar duas variveis muito mutveis,

    Comentrios e sua relao com o nmero de Apoiadores, ela foi analisada em trs

    correlaes: pelas mdias e pelos valores finais, ambas constantes na tabela 4, e pelo

    ponto no tempo, representado na tabela 5. Deste modo conseguisse uma maior

    amplitude de monitorao e confiana nos resultados obtidos.

    Porem em todas as anlises obtivemos resultados insatisfatrios, onde o valor

    p no estatisticamente diferente de 0 configurando uma no correlao entre as

    variveis, e assim esta hiptese est refutada.

    4.6 HIPTESE 5

    Para a quinta hiptese proposta, onde se procura verificar se h uma

    influncia da quantidade de comentrios sobre o sucesso dos projetos e se esta, caso

    exista, positiva. Para tanto utilizou-se uma dupla anlise entre a correlao de CT e

    SC (tabela 4) e entre os valores finais CT F e SC (tabela 4).

    263

    88

    656

    316225

    917

    235

    2

    196

    7428 14

    174

    58 58 54 660

    9441

    0

    200

    400

    600

    800

    1000

    1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

    Apoiadores x Sucesso

    apoiadores final sucesso

  • 31

    O valor p indica que no h correlao entre as variveis testadas, tal como

    pode ser visualizado no grfico a baixo, e assim esta hiptese est refutada.

    Figura 7 - grfico da relao entre COMENTRIOS X SUCESSO

    4.7 HIPTESE 6

    Esta hiptese buscou analisar se h influencia, e caso haja se esta positiva,

    entre a quantidade de atualizaes do projeto e sua possibilidade de sucesso. Para

    esta anlise julgou-se necessria apenas correlao referente aos valores finais (AT

    F e SC, vide tabela 4), pois no se considerou necessrio analisar o comportamento

    das atualizaes uma vez que o sucesso uma varivel de mensurao nica.

    Tal como mostra o resultado da anlise no h correlao entre as variveis,

    e o grfico a baixo mostra de forma visual que a quantidade de atualizaes de fato

    no pode ser considerada um fator peditrio do sucesso, refutando totalmente nossa

    hiptese.

    28

    1

    29

    6 6 92 0

    69

    10

    0 0 211

    60

    50

    410

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    80

    1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

    Comentrios x Sucesso

    COMENTRIOS FINAL Sucesso

  • 32

    Figura 8 - grfico da relao entre ATUALIZAES X SUCESSO

    Contudo, ao desconsiderarmos o valor extremo (46) e comparar as mdias

    dos projetos bem-sucedidos e no sucedidos (tabela 7), verificou-se uma diferena

    mnima entre elas, assim sugere-se que esse teste seja repetido posteriormente como

    uma amostra maior.

    Tabela 7 - comparao de mdias

    BEM-SUCEDIDOS

    NO FINANCIADOS

    MDIA DE ATULIZAES

    5,48639

    5,08333

    4.8 HIPTESE 7

    Para a stima hiptese buscou-se entender se as atualizaes exercem

    influncia sobre o nmero de apoiadores, caso haja, se esta positiva.

    Nesta anlise utilizou-se apenas a correlao entre as variveis AT e AP

    (tabela 4), e posterior mente a plotagem de dois grficos para ilustrar os resultados

    obtidos.

    O resultado presente na tabela 6 indica que no h correlao entre as

    variveis apresentadas e desta forma a hiptese est refutada.

    13

    24 3

    6 69

    0

    18

    11

    1 0

    74

    8

    2

    46

    02

    8

    0

    5

    10

    15

    20

    25

    30

    35

    40

    45

    50

    Atualizaes x Sucesso

    Sucesso Atualizaes

  • 33

    Em consoantes com o resultado obtido no clculo da correlao os grficos a

    baixo trazem que h pouca relao perceptvel entre as atualizaes recebidas e o

    crescimento no nmero de apoiadores, mesmo assim podemos inferir que em projetos

    onde as atualizaes so mais constantes e contnuas h a tendncia do aumento de

    apoiadores. Em trabalhos futuros recomenda-se fortemente avaliar essa tendncia e

    sua possvel relao com valores recebidos aps o alcance da meta estipulada.

    Figura 9 - relao Atualizaes x Apoiadores em um projeto bem-sucedido

    Figura 10 - relao Atualizaes x Apoiadores em um projeto no financiado

    5078 88

    103124

    140 140

    238263

    3 3 3 3

    5

    9 9

    1213

    0

    2

    4

    6

    8

    10

    12

    14

    0

    50

    100

    150

    200

    250

    300

    Atualizaes x Apoiadores em um projeto bem-sucedido

    APOIADORES ATUALIZAES

    17

    2631

    4550 52 57 58

    6

    8 8 8 8 8 8 8

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    8

    9

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    Atualizaes x Apoiadores em um projeto no financiado

    APOIADORES ATUALIZAES

  • 34

    4.9 HIPTESE 8

    Na oitava hiptese buscou-se avaliar se projetos com metas iniciais mais baixas

    possuem maiores chances de obterem sucesso, para tanto se utilizou da correlao

    entre os valores das variveis VI e SC (vide tabela 4).

    Figura 11 - relao entre Valor Inicial e Sucesso dos projetos

    Tal como apresentado no resultado da correlao como no grfico acima

    perceptvel que no h uma relao entre as variveis escolhidas, refutando dessa

    forma a oitava hiptese deste trabalho.

    4.10 HIPTESE 9 E 10

    A nona e a decima hiptese sero analisadas em conjunto, pois tratam do

    momento aps o projeto j ter atingido o valor pedido inicialmente e continuar sua

    campanha por mais fundos, tudo isso dentro do prazo estipulado inicialmente pelo

    criador do projeto. Assim elas se referem respectivamente a tendncia do projeto no

    receber mais fundos aps o alcance da meta inicial (H9) e a possvel opo dos

    apoiadores de no contriburem com projetos j financiados (H10).

    R$ 0,00

    R$ 10.000,00

    R$ 20.000,00

    R$ 30.000,00

    R$ 40.000,00

    R$ 50.000,00

    R$ 60.000,00

    1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

    Valor Inicial x Sucesso

    VALOR INICIAL Sucesso

  • 35

    Para fins de melhor entendimento foi elaborada a seguinte tabela (tabela 8)

    como forma de demonstrar o fluxo dos apoios antes e aps a satisfao da meta inicial

    estipulada.

    Tabela 8 - variao de apoios e apoiadores antes e aps o alcance da meta inicial

    O grfico abaixo mostra a variao dos valores iniciais, finais e a porcentagem

    obtida ao final do tempo de financiamento dos projetos.

    Figura 12 - grfico da comparao dos valores iniciais, finais e porcentagens obtidas

    De acordo com os dados mostrados anteriormente podemos inferir que ambas

    as hipteses foram refutadas.

    VALOR INICIAL

    % R$ -

    R$ 20.000,00

    R$ 40.000,00

    1 2 3 4 5 67

    1 2 3 4 5 6 7

    VALOR INICIAL R$ 15.000,0 R$ 3.000,00 R$ 20.000,0 R$ 15.000,0 R$ 6.500,00 R$ 15.000,0 R$ 13.500,0

    Valor Final R$ 19.125,0 R$ 3.980,00 R$ 29.315,0 R$ 19.664,0 R$ 10.145,0 R$ 37.902,0 R$ 14.804,0

    % 128 132 147 131 156 253 110

    Valores Iniciais x Valores Finais

    VALOR INICIAL Valor Final %

    VALOR INICIAL Cont.1 Ap. Cont.2 Ap. Cont.3 Ap.

    R$ 15.000,00 R$10.700,00 140 R$17.775,00 238 R$19.125,00 263

    R$ 3.000,00 R$3.550,00 71 R$3.980,00 88

    R$ 20.000,00 R$8.545,67 561 R$27.692,00 611 R$29.315,00

    R$ 15.000,00 R$5.560,00 255 R$19.664,00 316

    R$ 6.500,00 R$4.640,00 100 R$7.200,00 150 R$10.145,00 225

    R$ 15.000,00 R$12.351,00 277 R$37.902,00 917

    R$ 13.500,00 R$715,00 21 R$14.804,00 235

  • 36

    4.11 HIPTESE 11

    A decima primeira hiptese deste trabalho busca relacionar o tempo de

    atividade do projeto com potencial de sucesso dos projetos analisados, e caso haja

    de fato uma relao se est se d de forma positiva.

    Para tal anlise utilizou-se a correlao entre os valores das variveis DIAS e

    SC, tendo em vistas que estas so coletadas apenas em um nico momento no

    havendo possibilidade de modificao dos dados.

    De acordo com o resultado obtido no h uma relao entre as variveis

    estudadas, para melhor visualizar e reafirmar este aspecto o grfico a baixo foi

    elaborado. Deste modo a decima primeira hiptese foi refutada.

    19 Figura 13 - grfico da relao entre Sucesso e Tempos em Atividade dos projetos

    19 Sucesso, ou SC, varivel binria representada da seguinte forma: 1 sucesso / 0 no financiado

    1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

    Dias 60 40 60 60 60 60 60 40 60 60 50 60 60 60 60 60 60 40 50 60

    Sucesso 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    0

    0,2

    0,4

    0,6

    0,8

    1

    1,2

    Tempo em atividade x Sucesso

    Dias Sucesso

  • 37

    4.12 HIPTESE 12

    A decima segunda hiptese, e ltima, proposta pela presente pesquisa trata

    da correlao entre o tempo que o projeto permanece ativo com o valor mdio da

    contribuio por apoiador, e caso exista de fato uma relao e esta positiva.

    Para tal anlise utilizou-se a correlao entre o tempo em atividade (DIAS) e

    a mdia das arrecadaes recebidas em cada projeto, varivel AP P/ A (vide tabela

    4).

    De acordo com os resultados obtidos no h uma relao entre as variveis,

    e para melhor visualizao elaborou-se o grfico e a tabela a seguir:

    Tabela 9 - comparao entre mdia arrecadaes por apoiador e tempo

    ARRECADAO P/ APOIADOR ( em R$)

    TEMPO EM ATIVIDADE

    47,61 40

    63,57 40

    - 40

    42,33 50

    47,67 50

    76,05 60

    35,08 60

    42,02 60

    47,82 60

    47,61

    63,57

    -

    42,33 47,67

    76,05

    35,08 42,02

    47,82 44,71

    48,52

    56,11

    41,74 43,57

    86,67

    41,04

    53,28

    79,78

    68,25

    47,91

    -

    10,00

    20,00

    30,00

    40,00

    50,00

    60,00

    70,00

    80,00

    90,00

    100,00

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

    Tempo x Mdia de Arrecadao por Apoiador

    arrecadao p/ apoiador tempo em atividade

    Figura 14 - Relao entre tempo e mdia de arrecadao por apoiador

  • 38

    44,71 60

    48,52 60

    56,11 60

    41,74 60

    43,57 60

    86,67 60

    41,04 60

    53,28 60

    79,78 60

    68,25 60

    47,91 60

    Tanto o grfico como a tabela deixam claro que no possvel afirmar a existncia

    de uma correlao entre as variveis em considerao, por este motivo a hiptese em

    questo foi refutada.

    4.13 Sumarizao das Hipteses

    A ps finalizar todas as anlises podemos resumir os resultados desta forma:

    Tabela 10 - sumarizao dos resultados das hipteses

    N da Hiptese Resumo RESULTADO

    1 RC Inicial x Sucesso REFUTADA 2 RC x Apoiadores ACEITA 3 Apoiadores x Sucesso ACEITA 4 Comentrios x

    Apoiadores REFUTADA

    5 Comentrios x Sucesso REFUTADA 6 Atualizaes x Sucesso REFUTADA COM

    RESALVAS 7 Atualizaes x

    Apoiadores REFUTADA

    8 Valor Inicial x Sucesso REFUTADA 9 Declnio da arrecadao

    aps o alcance da meta inicial

    REFUTADA

    10 Menos apoios ps financiamento

    REFUTADA

    11 Dias x Sucesso REFUTADA 12 Dias x Contribuies p/

    apoiador REFUTADA

  • 39

    Aps a realizao da anlise das hipteses julgou-se pertinente a reformulao

    do modelo terico proposto anteriormente (vide figura 1), este novo modelo

    apresentado na imagem a baixo:

    Figura 15 - modelo terico revisado20

    4.14 Perfil dos apoiadores

    Para esta anlise utilizou-se um survey (vide anexo A) elaborado pela autora do

    presente trabalho com 18 questes com pontos relevantes levantados na literatura

    (MOLLICK, 2014; BAYUS e KUPPUSWAMY, 2013; DIAS, 2013 AGRAWAL et al. 2013

    (a); AGRAWAL et al., 2013(b); BRANDO et al., 2013) .

    A distribuio foi realizada tal como apresentada no captulo anterior (vide tabela

    2), a pesar da ampla divulgao conseguiu-se apenas 51 respondentes, quantidade

    esta que no pode ser ignorada de todo pois a mdia de apoiadores por projeto e de

    aproximadamente 178 pessoas (vide tabela 4).

    20 Crdito das imagens: Rede de Contatos - Shutterstock.com / Sucesso: acervo pessoal

  • 40

    Com um tempo de resposta mdio de 03:19 minutos o questionrio recebeu

    cerda de 112 acessos e destes 51 concluram todas as perguntas. A grande maioria

    das visualizaes forma realizadas em desktops e notebooks, seguido de 25%e

    smatphones e tablets, tal como apresentado na figura 13.

    Quanto aos respondentes 67% so do sexo masculino e 33% do sexo

    feminino, em ambos a grande dominncia de pessoas entre 18 e 24 anos (61%)

    seguido da faixa entre 25 e 34 anos (25%), so moradores, em maioria de grandes

    centros, tais como So Paulo (31%), Distrito Federal (22%) e Rio de Janeiro (12%).

    Os dados completos esto sumarizados nos grficos a baixo. A coleta tambm nos

    traz que os apoiadores consideram importante fazer os apoios em seu nome, como

    forma de se sentir parte do grupo de pessoas que tornaram aquele projeto possvel,

    ou anonimamente, o que revela um possvel perfil altrusta de uma pequena parcela

    dos apoiadores.

    Figura 16 - distribuio dos acessos (fonte: typeform.com)

  • 41

    Figura 17- faixa etria dos apoiadores

    Figura 18 - distribuio geogrfica dos apoiadores21

    Quanto a quantidade de projetos apoiados cerca de 80% dos respondentes

    apoiou entre 1 e 5 projetos nos ltimos 6 meses, as opes de contribuio mais

    utilizadas foram as entre R$ 10 e R$25 (35%), entre R$31 e R$40 (22%) e entre R$

    51 e R$100 (18%), os respondentes consideram que seus apoios ocorrem durante o

    perodo intermedirio ou no reparam.

    Algo interessante ocorre ao juntarmos as anlises anteriores e estas,

    percebeu-se que os apoiadores do estado de So Paulo apesar de contriburam, em

    21 Os estados que no apresentara apoiadores foram desconsiderados no grfico

    12

    3

    1 1

    19

    10

    5

    00

    2

    4

    6

    8

    10

    12

    14

    16

    18

    20

    entre 18 e 24 anos entre 25 e 34 anos entre 35 e 44 anos 45 +

    Faixa etria dos apoiadores

    mulheres homens

    1611

    65

    222

    1111111

    0 2 4 6 8 10 12 14 16 18

    So PauloDistrito Federal

    Rio de JaneiroMinas Gerais

    CearPar

    Rio Grande do SulBahia

    Esprito SantoGois

    ParanPernambuco

    PiauSanta Catarina

    Distribuio geogrfica dos apoiadores

  • 42

    sua maioria, com at 5 projetos demonstram uma grande variao nos valores

    contribudos, chegando a contribuir entre R$100 e R$200 (vide Apndice B).

    Figura 20 - Distribuio das contribuies

    2%10%

    80%

    8%

    Quantidade de projetos apoiados

    10 a 15 15 a 20 de 1 a 5 de 6 a 9Figura 19 - grfico da quantidade de projetos apoiados nos ltimos 6 meses

    8%

    8%

    21%

    8%18%

    35%

    2%

    Distribuio dos valores contribuidos

    entre R$ 100 e R$ 200 entre R$ 26 e R$30 entre R$ 31 e R$40 entre R$ 41 e R$50

    entre R$ 51 e R$ 100 entre R$10 e R$25 R$ 200 +

  • 43

    Figura 21 - importncia aparente das contribuies para o sucesso dos projetos

    Ainda acerca dos apoios, foi verificado que grande parte dos apoiadores consideram

    que suas contribuies so de relevncia considervel para o sucesso dos projetos

    22(vide figura 19), e estas so fortemente influenciadas pelas recompensas oferecidas

    pelos criadores dos projetos (figura 20).

    Figura 22 - influncia das recompensas sobre os apoios

    A cerca do comportamento de divulgao dos apoiadores cerca de 51% deste

    diz compartilhar os projetos que apoiou com suas redes sociais e 67% afirmam

    22 Escala de Likert com 7 pontos

    1 1

    7

    17

    14

    11

    0

    2

    4

    6

    8

    10

    12

    14

    16

    18

    0 2 3 4 5 6

    Importncia aparente das contribies para o sucesso dos projeto

    43

    1

    7

    10

    12

    14

    0

    2

    4

    6

    8

    10

    12

    14

    16

    0 1 2 3 4 5 6

    influncia das recompensas sobre os apoios

  • 44

    compartilhar os projetos que lhes causou interesse mesmo que no possa contribuir

    com estes.

    Quanto ao que os motiva a realizar suas contribuies, seja financeira ou

    apenas compartilhando a iniciativa com suas redes de contatos foram encontrados os

    seguintes resultados (a soma retorna mais de 100% pois foi pedido que cada

    respondente escolhesse at 3 fatores):

    Figura 23 - fatores que motivam a contribuio23

    Os apoiadores consideram que a porcentagem da meta alcanada um fator

    de grande importncia para a efetivao de sua contribuio (figura 22) e o status de

    financiado conferido a projeto que j tenham alcanado sua meta no impede que

    71% dos respondentes realizem seus apoios, contra 29%. Assim, apenas a

    porcentagem pode ser considerada como um inibidor dos apoios, para 52,94% dos

    respondentes.

    Figura 24 - influncia da porcentagem alcanada sobre os apoios

    23 Fonte: https://admin.typeform.com/form/491796/analyze/#reports

    12

    34

    5

    13

    9

    5

    0

    2

    4

    6

    8

    10

    12

    14

    0 1 2 3 4 5 6

    Influncia da porcentagem alcanada sobre os apoios

  • 45

    Por fim, nota-se que a quantidade de pessoas que j tentaram a sorte com o

    crowdfunding de quadrinhos praticamente insignificante perto dos apoiadores que

    no tentaram.

  • 46

    5 CONCLUSES E RECOMENDAES

    Tal como foi apresentado e reforado ao longo deste trabalho tem-se tornado

    cada vez mais frequente recorrer as massas em buscas de novas solues e

    perspectivas acerca dos novos desafios do mundo globalizado e informatizado, desde

    uma pesquisa de opinio at o financiamento de grandes projetos em tudo a massa

    pode ser consultada. Assim o crowdfundig traz como premissa o rompimento do

    modelo tradicional de financiamento, ondem muitos se unem em prol de um nico

    objetivo comum, financiar a ideia de seu interesse sem depender da ao um nico

    grande investido.

    Ao longo desta pesquisa buscou-se compreende quais os fatores chaves

    preditores do sucesso, tomando como ponto de partida literaturas baseadas em

    plataformas estrangeiras, ao mesmo instante em que se traou o perfil dos apoiadores

    da categoria Quadrinhos da plataforma nacional Catarse.me.

    Comparando os resultados encontrados tanto por Mollick (2014), Burtch

    (2013), Bayus e Kuppuswamy (2013) e Agrawal et al. (2013a e 2013b) onde cada uma

    das variveis adotadas neste trabalho foram avaliadas como fatores importantes para

    o sucesso, dentro de plataformas estrangeiras, o mesmo no ocorreu ao emprega-las

    ao contexto nacional.

    Partindo dos achados da literatura acerca de experincias estrangeiras com

    o mercado crowd era esperado encontrar uma forte influncia das redes sociais nos

    primeiros momentos do projeto (BAYUS e KUPPUSWAMY, 2013), juntamente com o

    desenvolvimento de papeis chaves por parte das atualizaes e comentrios

    (AGRAWAL et al., 2013b; BAYUS e KUPPUSWAMY, 2013), a tendncia dos projetos

    mais baratos serem financiados mais facilmente e o comportamento de averso a

    contribuir com projetos j financiado (BAYUS e KUPPUSWAMY, 2013; MOLLICK,

    2014).

    Aqui a evoluo da rede de contados possui um papel muito mais concreto do

    que seus nmeros ao se iniciar o projeto, da mesma forma que os comentrios e

    atualizaes no possuem um papel claro sobre o sucesso dos projetos, acredita-se

    que as opinies compartilhadas nas redes sociais tenham muito mais peso do que

    aquelas compartilhadas via plataforma, e que os valores dos projetos no intimidam

  • 47

    os apoios. Contudo, futuras pesquisas com os mesmos parmetros das estrangeiras,

    ou desta, no so desencorajadas, pois uma amostra maior e pesquisas mais

    aprofundas revelaram ser de extrema importncia para o entendimento deste

    movimento, tal como foi relatado neste trabalho a questo dos comentrios e

    atualizaes apresenta resultados ambguos e precisa ser melhor examinada.

    Em relao aos apoiadores este revelaram ser, em sua maioria, jovens do

    sexo masculino e moradores dos grandes centros urbanos do pais (So Paulo, Rio de

    Janeiro e Distrito Federal) que apoiaram, em mdia, at 5 projetos nos ltimos seis

    meses, estes realizam contribuies que variam das mais simples (entre R$10 e

    R$25) as mais robustas (mais de R$200), desde que as recompensas estejam

    condizentes com o valor contribudo. Mesmo assim, ainda h espao para pequenas

    aes altrustas ondem o apoiador no julga a recompensa como algo que o influencie

    de todo a contribuir, e esta quando feita no traz seu nome.

    Estes apoiadores so motivados, principalmente, pelo ideal da causa e por

    influncia de seus grupos e amigos, tal como previsto por Agrawal et al (2013a), assim

    fica mais uma vez clara a real influencia e importncia que a comunicao,

    compartilhamento e distribuio de contedo e opinies proporcionada pela Web 2.0

    tem em relao ao modelo de mercado crowd (SHIRKY,2011; CRUZAL, 2011). Pouco

    mais da metade dos respondentes (52,94%) consideram a porcentagem alcanada

    como um inibidor ou motivador de seus apoios e 71% do total no considera o fato do

    projeto j estar financiado um impedimento para sua contribuio, trazendo por terra

    os resultados encontrados em Bayus e Kuppuswamy (2013) e em Mollick (2014).

    As principais limitaes deste trabalho dizem respeito principalmente pela

    dificuldade da coleta dos dados secundrios e pela escassez de trabalhos acadmicos

    relacionados ao tema.

    Quanto coleta dos dados secundrios as limitaes mais pertinentes

    remetem a alterao do layout da plataforma, que implicou em perda de dados devido

    troca de parmetros adotados pela plataforma, a falta de armazenamento e

    compartilhamento (no h uma API para a plataforma) de dados, impossibilitando uma

    confirmao mais precisa dos dados coletados24.

    24Ao entra em contato com a equipe do site, foi informado que os mesmos no realizavam a coleta das

    informaes especficas a cerca de cada projeto, tais como nmero de atualizaes, comentrios e compartilhamentos.

  • 48

    As variveis consideradas nesta pesquisa foram coletadas de forma

    quantitativa, este fato acabou por limitar o campo de avaliao das variveis

    Atualizaes e Comentrios de onde poderia ser explorado o fator qualitativo das

    mesmas e sua implicao na motivao de apoios futuros. Outra varivel que sofreu

    com a drstica limitao foi a RC, a qual foi avaliada somente pelo nmero de

    participantes dos perfis do Facebook dos criadores e dos prprios projeto (quando

    presente), este fato ocorreu devido do Facebook ser a rede social ao qual os criadores

    tm suas contas do Catarse.me vinculadas, contudo sabe-se que nem todas as

    plataformas existentes adotam somente esta rede.

    Devido necessidade de o survey ser modelado a partir dos fatores elencados

    como importantes pela autora do projeto, sem a existncia de um modelo prvio,

    assim acaba-se por no abranger todos os aspectos que envolvem a motivao e a

    perspectiva dos apoiadores a cerda dos projetos. Desta forma a elaborao de um

    survey mais robusto fica a cardo de pesquisas futuras.

    Vale como recomendao a utilizao de uma amostra maior, e variada, para

    a confirmao dos resultados encontrados na presente pesquisa, principalmente

    acerca do papel dos comentrios, atualizaes e considerao de fatores qualitativos

    em conjunto com os quantitativos. Tambm considerasse importante uma

    investigao mais aprofundada e qualitativa sobre o real papel das recompensas

    oferecidas e sua relao com o sucesso dos projetos e motivao de novos apoios,

    uma vez que muitos respondentes (57%) julgaram que seus apoios so motivados

    pelas mesmas.

    Ao final deste trabalho ficou claro que h uma real necessidade de maiores

    pesquisas e aprofundamento do tema em mbito nacional, pois grande parte dos

    resultados no foram compatveis com os relatados pelos acadmicos que tomaram

    como objeto de pesquisa plataformas americanas e, consequentemente, um pblico

    estrangeiro. Assim o presente trabalho serve como um ponto de partida para futuras

    pesquisas academias tanto acerca dos fatores relevantes para o sucesso como para

    fatores motivacionais para os apoios.

    No campo gerencial esta pesquisa ajuda os futuros proponentes de projetos

    de crowdfunding a terem um foco maior nos aspectos relevantes para o sucesso, tal

  • 49

    como investir na divulgao atravs das redes sociais, fomentando discusses e

    aumentando o interesse de futuros apoiadores sobre seu projeto. Apesar de no ter

    sido possvel elencar tantos fatores quanto foi proposto inicialmente ainda sim este

    trabalho proporcionou uma viso diferencia a cerda dos fatores vistos como essenciais

    para o sucesso.

    Para as plataformas ficou claro que uma maior interao com as diversas

    redes scias de suma importncia para o sucesso dos projetos nelas armazenados,

    e consequente mente como propaganda para as mesmas. Contudo, divulgaes em

    meios tradicionais, apesar de no terem sido abordadas na pesquisa, no deixam de

    serem relevantes e de grande valor para o constante aumento do nmero de usurios.

    Vale ressaltar que apesar de no ter havido um aprofundamento nos fatores

    qualitativos, estes aparentam ser de suma importncia para atrao de novos

    apoiadores e para a divulgao e convencimento das massas, fazendo jus ao que o

    prprio Catarse.me e Dias (2013) aconselham: aposte sempre na criatividade e na

    clareza de suas ideias.

  • 50

    REFERNCIAS

    AGRAWAL, A.; CATALINI, C.; GOLDFARB, A. Some Simple Economics of

    Crowdfunding. Innovation Policy and the Economy, Volume 14 - Josh Lerner and

    Scott Stern editors. NBER, University of Chicago Press, 2013(a).

    AGRAWAL, A.; CATALINI, C.; GOLDFARB, A. Crowdfunding: Social Frictions in

    the Flat World? NBER working paper 16820, 2013(b). Disponvel em:<

    http://www.nber.org/papers/w16820> Acesso em: 12 de jun. 2015.

    BAYUS, B. L.; KUPPUSWAMY, V. Crowdfunding Creative Ideas: The Dynamics

    of Project Backers in Kickstarter . UNC Kenan-Flagler Research Paper No. 2013-

    15 . 2013 .

    BELLEFLAMMEA, P.; LAMBERTC, T.; SCHWIENBACHER, A. Crowdfunding:

    Tapping the right crowd. Journal of Business Venturing, v.29, n.5, p.585609,

    2014.

    BRAMDO, J. A.; PETEROSSI, H. G.; ZANONA, R ,C. Crowdsourcing: cenrio,

    aplicao e seus desdobramentos. VIII workshop de ps-graduao e pesquisa

    do centro Paula Souza, Sistemas produtivos: da inovao sustentabilidade. So

    Paulo, 2013.

    BRABHAM, D. C. Crowdsourcing as a Model for Problem Solving: An

    Introduction and Cases. Convergence: The International Journal of Research into

    New Media Technologies.v. 14, n.1 , p. 75-90, 2008

    BRABHAM, D.C. Motivations for Participation in a Crowdsourcing Application

    to Improve Public Engagement in Transit Planning. Journal of Applied

    Communication Research,v. 40, n.3, p.307-328, 2012.

    BURTCH, G.; GHOSE, A.; WATTAL, S. An Empirical Examination of the

    Antecedents and Consequences of Contribution Patterns in Crowd Funded

    Markets. Information Systems Research, v. 24, n. 3, p. 499-519, 2013.

    COCATE, F.; PERSINA JNIOR, C. Estudo sobre crowdfunding: fenmeno

    virtual em que o apoio de uns se torna a fora de muitos. V Simpsio Nacional

    ABCiber , Nov. 2011 UDESC/UFSC

  • 51

    CRUZAL, C. .A Cultura da participao e seus desdobramentos: um estudo

    sobre a internet e a produo de contedo atravs dos sites de fan fictions.

    Entre.Meios , v. 8, p. 1-12, 2011.

    Crowdsourcing.org. Crowdfunding. Disponvel em

    : Acesso em: 10

    set.2014

    DIAS, N. Crowdfunding: recompensas so engrenagens do financiamento

    colaborativo?.VI Congresso de Estudantes de Ps-graduao em Comunicao

    UERJ | UFF | UFRJ | PUC-RIO | Fiocruz, Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

    Out. 2013.

    FELINTO, E. Crowdfunding: entre as Multides e as Corporaes.

    Comunicao, mdia e consumo, ano 9 v o l . 9 n.2 6 p. 137-150. So Paulo.

    Nov.2012

    FIRTH, N. Crowdfunding successes show value of small donations. Disponvel

    em: Acesso em: 10 set.

    2014.

    FREITAS, J. C.; Silva, W. S. A Abordagem Sistmica Para O Crowdfunding No

    Brasil: Um Estudo Exploratrio Viso Sistmica Dos Negcios. 8 congresso

    brasileiro de sistemas. PUC-MINAS. Novembro,2012, p 316-334.

    GERBER, E. M. ; GREENBERG, M. D. Learning to Fail: Experiencing Public

    Failure Online Through Crowdfunding. Proceedings of the SIGCHI Conference on

    Human Factors in Computing Systems. Canada, 2014, p. 581-590.

    GIUDICI, G.; GUERINI, M.; ROSSI-LAMASTRA, C. Why Crowdfunding Projects

    Can Succeed: The Role of Proponents Individual and Territorial Social

    Capital.Social Science Reseacher Network, 2013.

    HARRINGTON, K. Cashing In on Crowdfunding. Disponvel

    em:Acesso em: 10 set. 2014

    HILDEBRAND, T.; PURI, M.; ROCHOLL, J. Adverse Incentives in Crowdfunding.

    Academic Symposium on Crowdfunding, 17 a 18 de outubro de 2013. Disponvel

  • 52

    em:

    Acesso em: 15 jun. 2015.

    HOLLOWAY, J. Kickstarting disaster: When crowdfunding backfires. Disponvel

    em: Acesso em: 11 set. 2014

    HOWE, J. The Rise of Crowdsourcing, 2006(a). Disponvel em:

    Acesso em: 13 set.

    2014.

    HOWE, J. Pure, Unadulterated (and Scalable) Crowdsourcing. 2006(b). Disponvel

    em:Acesso

    em:13 set. 2014

    PERSINA JNIOR, C. Crowdfunding: estudo sobre o fenmeno virtual. Lbero,

    So Paulo, v. 15, n. 29, p. 135-144, 2012

    JUPI, V. S.; RODRIGUES, M. A. O comportamento do consumidor Fatores que

    influenciam em sua deciso de compra. Revista de Administrao Nobel, N 3, p

    59 70, jan/jun. 2004.

    KARABELL, Z. The Kickstarter Economy: How Technology Turns Us All Into Bankers.

    Disponvel em:Acesso em :11 set. 2014

    KASHKOOLI,K; YOUNKIN, P. A Crowd or a Community? Comparing three explanations

    for the decision to donate to a crowdfunding Project. First Annual Academic Symposium,

    UC Berkeley's Fung Institute, 2013. Disponvel em: <

    https://www.funginstitute.berkeley.edu/sites/default/files/A_Crowd_Or_Community.pdf>

    Acesso em: 12 jun 2015.

    LVY, P. Cibercultura. Editora 34. 3 edio, 2010. 270p.

    MOLLICK, E. The dynamics of crowdfunding: An exploratory study. Journal of

    Business Venturing, v.29, n.1, p.1-16, 2014.

    NETO, A. Multas do Mensalo: Financiamento por crowdfunding pode estar isento

    de ITD. Disponvel em: Acesso em: 10 set. 2014

  • 53

    PIOTET, D.; PISANI, F. Como a Web Transforma o Mundo - a Alquimia das

    Multides. Ed. Senac So Pulo, 2010.304p.

    STEFFEN, C. . Economia criativa, design e crowdfunding: uma explorao das

    plataformas brasileiras de financiamento coletivo. In: XII Congreso de la

    Asociacin Latinoamericana de Investigadores de la Comunicacin, 2014, Lima

    (per). XII Congreso de la Asociacin Latinoamericana de Investigadores de la

    Comunicacin - ALAIC 2014. Lia (Per): PUICP, 2014. v. 1.

    SUROWIECKI, J. A Sabedoria das Multides. Ed.Record, 2006

    The Economist. The new thundering herd - Wanted: small sums of money to finance

    young companies. Click here to invest. Disponvel em:

    Acessado em: 11 set. 2014.

    WIKIPDIA. Internet. Disponvel em: .Acesso

    em: 4 jun. 2015

    VALIATI , V. A. D. Crowdfunding e Indstria Cultural: as novas relaes de

    produo e consumo baseadas na cultura da participao e no financiamento coletivo.

    Verso e Reverso - Revista de Comunicao, Unisinos, v.27, n.64, 2013.

  • 54

    APNDICES

    Apndice A Lista dos projetos avaliados

    1 Catlogo A Voz do Fogo

    2 Construindo um Novo Batmvel

    3 Miaral - Safra Um

    4 lbum DQB - Heris Brasileiros: A ORDEM!

    5 Dragon Ball Nonsense

    6 Dirio do Sol

    7 Garota Siririca

    8 Cronos, Edio Impressa!

    9 Apocalipse, por favor

    10 Temporada 2015 @ Circuito Ambrosia

    11 Projeto Akira

    12 Devaneios

    13 Maya - o cl dos drages

    14 Valquirias

    15 Fbrica de Herois 2016

    16 3A, a 1a graphic novel interativa

    17 Vampiros Independentes

    18 Antiok, o sem corpo - Volume 1

    19 Navio Drago

    20 Hurulla vol. 2!

  • 55

    Apndice B Resultados do Survey

    N 1 2 3 4 5 6 7

    Masculino entre 25 e 34

    Esprito Santo de 1 a 5 entre R$10 e R$25

    5 Anonimamente

    Masculino entre 25 e 34

    So Paulo de 1 a 5 entre R$ 100 e R$ 200

    5 Anonimamente

    Masculino entre 35 e 44

    Rio de Janeiro

    de 1 a 5 entre R$ 51 e R$ 100

    5 Em seu nome

    Feminino entre 25 e 34

    So Paulo de 1 a 5 entre R$ 31 e 40

    4 Em nome de terceiros

    Masculino entre 18 e 24

    So Paulo de 1 a 5 entre R$ 51 e R$ 100

    5 Em seu nome

    Masculino entre 25 e 34

    Rio Grande do Sul

    de 1 a 5 entre R$ 51 e R$ 100

    5 Em seu nome

    Masculino entre 18 e 24

    Rio de Janeiro

    de 1 a 5 entre R$ 31 e 40

    3 Em seu nome

    Masculino entre 25 e 34

    So Paulo de 1 a 5 entre R$ 51 e R$ 100

    5 Em seu nome

    Masculino entre 18 e 24

    Cear de 1 a 5 entre R$10 e R$25

    3 Em seu nome

    Masculino entre 18 e 24

    Minas Gerais de 1 a 5 entre R$ 41 e 50

    4 Em seu nome

    Feminino entre 18 e 24

    Piau de 1 a 5 entre R$10 e R$25

    4 Em seu nome

    Feminino entre 35 e 44

    So Paulo de 1 a 5 entre R$ 31 e 40

    5 Em seu nome

    Feminino entre 25 e 34

    Distrito Federal

    de 1 a 5 entre R$10 e R$25

    4 Em seu nome

    Masculino entre 18 e 24

    Rio de Janeiro

    de 1 a 5 entre R$10 e R$25

    3 Em seu nome

    Masculino entre 25 e 34

    Distrito Federal

    de 1 a 5 entre R$ 41 e 50

    4 Em seu nome

    Masculino entre 18 e 24

    Rio de Janeiro

    de 1 a 5 entre R$10 e R$25

    6 Em seu nome

    Masculino entre 18 e 24

    So Paulo de 6 a 9 entre R$10 e R$25

    5 Em seu nome

  • 56

    Feminino entre 18 e 24

    Minas Gerais de 1 a 5 entre R$ 51 e R$ 100

    6 Em seu nome

    Masculino entre 25 e 34

    So Paulo de 1 a 5 entre R$ 100 e R$ 200

    3 Em seu nome

    Masculino entre 18 e 24

    Santa Catarina

    de 1 a 5 entre R$10 e R$25

    3 Em seu nome

    Masculino entre 18 e 24

    Bahia de 1 a 5 entre R$ 31 e 40

    5 Em seu nome

    Feminino entre 18 e 24

    So Paulo de 6 a 9 entre R$ 31 e 40

    4 Em seu nome

    Feminino entre 25 e 34

    Minas Gerais de 1 a 5 entre R$10 e R$25

    4 Em seu nome

    Masculino entre 25 e 34

    Rio de Janeiro

    15 a 20 entre R$ 41 e 50

    6 Em seu nome

    Feminino entre 18 e 24

    So Paulo de 1 a 5 entre R$ 31 e 40

    6 Em seu nome

    Masculino entre 35 e 44

    Gois de 1 a 5 entre R$ 51 e R$ 100

    6 Em seu nome

    Masculino entre 25 e 34

    So Paulo 15 a 20 entre R$ 31 e 40

    5 Em seu nome

    Masculino entre 18 e 24

    Pernambuco de 6 a 9 entre R$ 26 e R$30

    6 Em seu nome

    Feminino entre 18 e 24

    So Paulo de 1 a 5 R$ 200 + 6 Anonimamente

    Masculino entre 35 e 44

    So Paulo de 1 a 5 entre R$ 100 e R$ 200

    3 Em seu nome

    Feminino entre 18 e 24

    Par de 1 a 5 entre R$10 e R$25

    4 Em seu nome

    Feminino entre 18 e 24

    So Paulo de 1 a 5 entre R$10 e R$25

    6 Anonimamente

    Masculino entre 35 e 44

    So Paulo 15 a 20 entre R$ 26 e R$30

    6 Em seu nome

    Masculino entre 18 e 24

    Minas Gerais de 1 a 5 entre R$10 e R$25

    4 Em seu nome

    Masculino entre 18 e 24

    Distrito Federal

    15 a 20 entre R$ 100 e R$ 200

    0 Anonimamente

    Masculino entre 18 e 24

    Distrito Federal

    de 1 a 5 entre R$ 31 e 40

    4 Em seu nome

    Masculino entre 18 e 24

    Distrito Federal

    de 1 a 5 entre R$ 51 e R$ 100

    4 Anonimamente

  • 57

    Feminino entre 18 e 24

    Distrito Federal

    de 1 a 5 entre R$10 e R$25

    4 Anonimamente

    Masculino entre 25 e 34

    Rio de Janeiro

    10 a 15 entre R$ 51 e R$ 100

    4 Em seu nome

    Feminino entre 18 e 24

    Distrito Federal

    de 1 a 5 entre R$10 e R$25

    5 Em seu nome

    Feminino entre 18 e 24

    Distrito Federal

    de 1 a 5 entre R$10 e R$25

    2 Em seu nome

    Masculino entre 18 e 24

    Distrito Federal

    de 1 a 5 entre R$ 31 e 40

    4 Em seu nome

    Masculino entre 18 e 24

    Distrito Federal

    de 1 a 5 entre R$10 e R$25

    5 Em nome de terceiros

    Masculino entre 18 e 24

    Minas Gerais de 1 a 5 entre R$ 26 e R$30

    4 Em seu nome

    Feminino entre 18 e 24

    Distrito Federal

    de 1 a 5 entre R$10 e R$25

    5 Em seu nome

    Masculino entre 18 e 24

    Paran de 1 a 5 entre R$10 e R$25

    6 Em seu nome

    Feminino entre 18 e 24

    So Paulo de 1 a 5 entre R$ 31 e 40

    5 Em seu nome

    Masculino entre 35 e 44

    Rio Grande do Sul

    de 6 a 9 entre R$ 41 e 50

    4 Em seu nome

    Feminino 45 + Par de 1 a 5 entre R$ 51 e R$ 100

    6 Anonimamente

    Masculino entre 25 e 34

    So Paulo 15 a 20 entre R$ 31 e 40

    4 Em seu nome

    Masculino entre 18 e 24

    Cear de 1 a 5 entre R$ 26 e R$30

    3 Em seu nome

    N 8 9 10 11 12 13 14

    No repara No Sim 0 1 5 1

    Perodo intermedirio No Sim 0 0 5 0

    Perodo intermedirio Sim No 1 4 4 1

    Perodo intermedirio Sim Sim 1 5 0 1

    Perodo intermedirio No No 1 5 0 1

    Perodo intermedirio Sim No 1 4 2 1

    Perodo intermedirio No Sim 0 3 1 0

    Perodo intermedirio Sim Sim 1 4 5 0

    Perodo intermedirio No No 0 2 5 1

    No repara Sim Sim 1 3 0 1

    No repara Sim Sim 1 6 0 1

    Perodo intermedirio Sim No 1 5 5 1

    No repara Sim Sim 0 3 1 0

  • 58

    No repara No Sim 1 3 0 0

    Perodo intermedirio Sim No 1 5 2 1

    Perodo intermedirio No No 1 5 3 0

    No repara No Sim 1 6 4 1

    Perodo intermedirio Sim Sim 1 6 5 0

    ltimas horas Sim Sim 0 4 3 1

    No repara Sim Sim 1 4 0 0

    No repara No No 1 5 2 1

    Primeira semana Sim Sim 1 6 4 1

    Perodo intermedirio No Sim 1 4 0 1

    No repara Sim Sim 1 6 4 1

    Perodo intermedirio Sim Sim 1 5 4 1

    No repara Sim Sim 1 4 2 1

    Primeira semana Sim No 1 6 4 1

    Perodo intermedirio Sim Sim 1 5 6 1

    Perodo intermedirio No Sim 0 3 4 0

    Perodo intermedirio Sim Sim 0 1 3 1

    Primeira semana No Sim 1 4 4 0

    No repara No No 0 0 0 0

    ltima semana Sim Sim 1 5 3 1

    Perodo intermedirio Sim Sim 1 6 6 1

    Primeira semana No Sim 0 1 5 1

    No repara No No 1 6 0 1

    No repara No No 1 4 4 1

    No repara No Sim 0 6 3 0

    Primeira semana No Sim 1 6 1 1

    No repara No No 0 0 6 1

    Primeira semana Sim Sim 0 0 0 0

    No repara Sim No 1 5 5 1

    Primeira semana No Sim 1 5 4 1

    Perodo intermedirio Sim Sim 1 6 4 1

    No repara No No 1 4 6 0

    No repara Sim Sim 1 3 0 0

    Perodo intermedirio Sim Sim 1 6 0 1

    No repara No No 0 3 4 1

    No repara No No 1 6 6 1

    Perodo intermedirio No Sim 1 5 5 1

    ltima semana No Sim 1 6 4 1

  • 59

    N 15

    Sugesto de amigos/grupo

    Recompensas Sentimento de que sua contribuio importante

    Ajudar a causa

    Se identifica com a causa

    Sentir-se parte de um grupo

    X

    X X X

    X X X

    X X X

    X

    X X X

    X X X

    X X X

    X X X

    X X X

    X X X X

    X X X

    X

    X

    X

    X X X

    X X X

    X X X

    X X X

    X X X

    X X

    X X

    X X X

    X X X

    X X X X X

    X X X

    X X X

    X X X X

    X X X

    X X

    X X

    X X X

    X X

    X X X

    X

    X X X

    X

    X X X

    X X X

    X

    X X X

    X

    X

    X X X

    X X X

    X X X

    X X X X

    X

    X X X

    X X X

    X X X

  • 60

    N 16 17 18

    0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 6 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 10 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 9 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

  • 61

    ANEXOS

    Anexo A Questionrio25

    Perfil dos colaboradores de Quadrinhos do Catarse.me

    Prezado (a) respondente,

    Esta pesquisa faz parte de um trabalho de concluso do curso de

    Administrao da UnB. As respostas sero tratadas de maneira

    agregada, no havendo a possibilidade de identificao.

    Muito obrigada pela colaborao :3

    1. SEXO

    a. Masculino

    b. Feminino

    2. IDADE

    a. Entre 18 e 24 anos

    b. Entre 25 e 34 anos

    c. Entre 35 e 44 anos

    d. 45 +

    3. ESTADO EM QUE RESIDE

    Acre Alagoas Amap Amazonas Bahia Cear Distrito Federal Esprito Santo Gois Maranho Mato Grosso Mato Grosso do Sul Minas Gerais Par