crowdfunding: uma análise dos fatores de sucesso - tereza niederauer
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Monografia apresentada ao Departamento de Administração.TRANSCRIPT
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Universidade de Braslia
Faculdade de Economia, Administrao e Contabilidade
Departamento de Administrao
TEREZA LETCIA BEZERRA NIEDERAUER
Crowdfunding: Uma anlise dos fatores de sucesso
Braslia DF
2015
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TEREZA LETCIA BEZERRA NIEDERAUER
Crowdfunding: Uma anlise dos fatores de sucesso
Monografia apresentada ao Departamento de Administrao como requisito parcial obteno do ttulo de Bacharel em Administrao.
Professor Orientador: Prof. Dr. Carlos
Denner dos Santos Jr.
Braslia DF
2015
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TEREZA LETCIA BEZERRA NIEDERAUER
Crowdfunding: Uma anlise dos fatores de sucesso
A Comisso Examinadora, abaixo identificada, aprova o Trabalho de Concluso do Curso de Administrao da Universidade de Braslia do
(a) aluno (a)
Tereza Letcia Bezerra Niederauer
Carlos Denner dos Santos Jr. Professor-Orientador
Titulao, Nome completo, Titulao, nome completo Professor-Examinador Professor-Examinador
Braslia, ....... de .................. de ............
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AGRADECIMENTOS
Agradeo a minha famlia e ao meu namorado que no me deixaram desistir e fizeram com que continuasse a acreditar que era possvel. Ao professor Denner e ao Luiz por terem guiado o caminho. Ao pessoal do Catarse.me e da Internet, pois sem eles no haveria este trabalho.
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Uma coisa certa, para voc realizar os seus sonhos, necessrio fazer algo bem simples!
GHOST SHOP de Douglas Duarte
Miaral safra um
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RESUMO
O crowdfunding uma nova forma de financiamento que busca realizar a troca de um grande financiador nico por uma massa de pequenos contribuintes, este fenmeno relativamente novo no Brasil ao passo que em pases como os Estados Unidos j se encontra consolidado e amparado por uma legislao especfica. Atravs de amostras de dados secundrios coletadas da plataforma Catarse.me na categoria de quadrinhos foram realizadas analises em busca de fatores preditores e determinantes do sucesso, juntamente com um survey pelo qual se traou um breve perfil dos apoiadores desta categoria no Brasil. Como resultado verificou-se que as redes sociais desempenham um papel crucial no sucesso dos projetos, que pode ser facilmente estendido a uma maior divulgao das prprias plataformas. Notou-se tambm que os apoiadores brasileiros no se intimidam com os valores dos projetos, e os apoiam prontamente desde que estes sejam interessantes e apresente recompensas que valham o apoio. Os resultados aqui encontrados servem como guia para futuras pesquisas nesta rea pouco explorada no contexto nacional.
Palavras-chave: Crowdfunding. Fatores de sucesso. Brasil. Perfil de apoiadores.
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AP Apoiadores
AP F Apoiadores Final AR P/ A Arrecadao Por Apoiador AR Arrecadao
AT Atualizaes
AT F Atualizaes Final CT Comentrios CT F Comentrios Final
RC Rede de Contatos
RC I Rede de Contatos Inicial RC F Rede de Contatos Final SC Sucesso VF Valor Final VI Valor Inicial
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Sumrio
1 INTRODUO ..................................................................................................... 8
1.1 Contextualizao........................................................................................... 9 1.2 Formulao do problema ............................................................................ 10 1.3 Objetivo Geral ............................................................................................. 11 1.4 Objetivos Especficos .................................................................................. 11 1.5 Justificativa ................................................................................................. 11
2 REFERENCIAL TERICO ................................................................................. 13
2.1 Do crowdsourcing ao crowdfunding ............................................................ 13 2.2 Rede de contatos ........................................................................................ 14 2.3 Os Apoiadores ............................................................................................ 15 2.4 Convencimento e opinio ............................................................................ 16 2.5 Captao dos recursos (apoios) ................................................................. 18 2.6 Durao ...................................................................................................... 19
3 MTODOS E TCNICAS DE PESQUISA ......................................................... 21
3.1 AMOSTRA .................................................................................................. 22
4 RESULTADOS ................................................................................................... 24
4.1 Anlise das variveis .................................................................................. 24 4.2 HIPTESE 1 ............................................................................................... 26 4.3 HIPTESE 2 ............................................................................................... 28 4.4 HIPTESE 3 ............................................................................................... 29 4.5 HIPTESE 4 ............................................................................................... 30 4.6 HIPTESE 5 ............................................................................................... 30 4.7 HIPTESE 6 ............................................................................................... 31 4.8 HIPTESE 7 ............................................................................................... 32 4.9 HIPTESE 8 ............................................................................................... 34 4.10 HIPTESE 9 E 10....................................................................................... 34 4.11 HIPTESE 11 ............................................................................................. 36 4.12 HIPTESE 12 ............................................................................................. 37 4.13 Sumarizao das Hipteses ....................................................................... 38 4.14 Perfil dos apoiadores .................................................................................. 39
5 CONCLUSES E RECOMENDAES ............................................................ 46
REFERNCIAS ......................................................................................................... 50
APNDICES .............................................................................................................. 54
Apndice A Lista dos projetos avaliados ................................................................ 54
Apndice B Resultados do Survey ......................................................................... 55
ANEXOS ................................................................................................................... 61
Anexo A Questionrio ............................................................................................ 61
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1 INTRODUO
Recentemente nosso pais foi testemunha de um dos maiores casos de
desvios de verbas pblicas e pagamento de propinas em formato mensal ( deste fato
derivou-se o nome), o Mensalo1 foi um caso amplamente divulgado e at hoje no
apresentou uma concluso satisfatria do caso. Como resultado das investigaes
tivemos a priso de diversos supostos lderes e polticos envolvidos, porem o mais
interessante disso tudo foi como a fiana e dvida de um deles foi paga atravs de um
financiamento coletivo, tema abordado pela presente pesquisa. A dvida do ex-
deputado Jos Genono foi quitada atravs do site http://www.apoiogenoino.com/, e o
montante arrecadado foi posteriormente estendido aos demais condenados pela ao
penal 470 (Delbio Sores, Jos Dirceu e Joo Paulo Cunha)2. Contudo, um exemplo
mais representativo tanto com financiamento coletivo (crowdfunding) como da
plataforma que iremos abordar no presente trabalho remete ao grupo musical A
Banda Mais Bonita da Cidade3, que ficou famosa em meados de 2011 ao lanar o
clipe da msica Orao4 no youtube, que produziu e financiou seu primeiro lbum,
faixa a faixa, atravs da plataforma Catarse.me, onde obteve grande sucesso e hoje
possui relativa atuao no senrio musical brasileiro.
Tomando como partida os exemplos anteriores, do mensalo e da Banda
mais Bonita da Cidade, no to estranho assim atualmente empresas e at
indivduos lanarem produtos e servios com o apoio de seus futuros ou atuais
consumidores. Isto possvel devido a estas empresas, ou indivduos, terem recorrido
ao chamado conhecimento das massas (seus prprios consumidores ou mentes
curiosas) atravs de fruns e sites especficos (BRABHAM, 2008; HOWE, 2006).
Contudo, este ato de recorrer as massas no elimina de todo a necessidade e a
importncia de se ter uma rea voltada para inovao e aprimoramentos dentro de
empresas maiores e com mercados mais amplos.
1 Mais informaes em http://www1.folha.uol.com.br/especial/2012/ojulgamentodomensalao/ e http://congressoemfoco.uol.com.br/category/mensalao/ 2http://www.apoiogenoino.com/ e https://sites.google.com/site/doacaojosegenoino/home 3 https://pt.wikipedia.org/wiki/A_Banda_mais_Bonita_da_Cidade 4 Disponvel em :
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O processo de consulta s massas denominado Crowdsourcing, termo
proposto por Jeff Howe na edio de 2006 da Wired Magazine (edio 14.06 de junho
de 2006), que consiste em um novo modelo de negcios baseado na web para buscar
solues criativas fornecidas por um grupo de indivduos que atendem a chamadas
abertas por empresas diversas (BRABHAM, 2008; HOWE, 2006).
De acordo com Brabham (2012) este processo aumenta a inteligncia coletiva
das comunidades online direcionando-as a fins especficos. Para ilustrar Brabham
(2014) cita os casos da Threadless.com, loja de camisetas que escolhe seus designes
por meios de competies entre seus compradores. Contudo, Brabham tambm
ressalta que o crowdsoursing no se limita apenas a empresas de funcionamento
continuo, ele tambm muito utilizado em iniciativas pontuais e curtas, exemplo disto
a campanha lanada pela Doritos no Super Bowl 20075 que buscou comerciais feitos
pelos seus prprios consumidores como forma de atingir novos mercados.
O ponto central deste trabalho o Crowdfunding, ou financiamento coletivo,
que surgiu como uma ramificao da pratica do Crowdsourcing. Seu objetivo central
a criao de um ambiente virtual onde vrias pessoas possam propor e financiar
projetos de seu interesse (COCATE e PERSINA JNIOR, 2012; SILVA e FREITAS,
2012; LARRALDE e SCHWIENBACHER, 2010; HILDEBRAND et al., 2013). O contato
direto proporcionado pelo crowdfunding busca reduzir significativamente as etapas
e, consequentemente, os custos que uma pessoa ou pequena empresa teriam para
lanar seu trabalho no mercado. Uma grande vantagem desta modalidade de
financiamento a possibilidade de diversificar o mercado com produtos que de outra
forma no seriam bem-sucedidos, alm do constante contato entre criador e
financiador (BAYUS e KUPPUSWAMY, 2013; AGRAWAL et al., 2013).
1.1 Contextualizao
Apesar destas iniciativas serem recentes, tendo o primeiro site de
crowdfunding sido criado em 2006 (COCATE e PERSINA JNIOR, 2012), podemos
5 Mais informaes acerca da campanha em: http://theinspirationroom.com/daily/2007/doritos-crash-the-superbowl-2007/
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dizer que esta uma forma moderna e aprimorada da famosa vaquinha (tanto que
um dos sites de crowdfunding brasileiro possui com domnio
http://www.vakinha.com.br/), onde pessoas contribuem para uma alguma causa ou
objetivo especfico de um indivduo ou grupo. Contudo uma grande diferena entre o
modelo adotado pela plataforma que foi utilizada nesta pesquisa (Catarse.me), e o
utilizado pelo Vakinha, e seus similares, o oferecimento de recompensas e a
possibilidade de obter seu dinheiro de volta caso o projeto apoiado no funcione.
um modelo de tudo ou nada em relao ao financiamento.
Seguindo o exemplo dos polticos julgados pelo Mensalo e da Banda mais
Bonita da Cidade algumas pessoas tambm lanaram financiamentos e vaquinhas a
fim de quitar suas dvidas com o Estado (multas de transito, IPVA, IPTU e afins) e,
mais recentemente, o clube de futebol Vasco da Gama vem utilizando a venda de
camisetas (voc paga o valor da camisa e um DARF, pelo qual uma parcela da dvida
ser paga) com o objetivo de quitar suas diversas dvidas6.
Estes fatos deixam cada vez mais evidente as possibilidades infinitas que o
financiamento coletivo nos proporciona neste novo cenrio globalizado e conectado.
1.2 Formulao do problema
Apesar de o processo de financiamento ter sido simplificado com o surgimento
do crowdfunding ainda assim no h 100% de garantia que a iniciativa em questo
tenha sucesso, pois a capacidade do projeto ser ou no bem-sucedido depende do
poder de convencimento do idealizador do projeto (pgina da campanha e redes
sociais), e da capacidade do mesmo atrair novos apoiadores ao longo de toda
campanha, seja por ele prprio ou terceiros.
Molick (2014) afirma que a taxa de iniciativas bem-sucedidas na plataforma
Kickstarter de 48,1%, porm no possumos estes mesmos dados quando nos
referimos ao brasileiro Catarse. A diferena entre o cenrio internacional do
crowdfunding para o nacional to grande que enquanto aqui nossos sites ainda do
6http://www.vascodividazero.com.br/na-midia.php
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seus primeiros passos os Estados Unidos j possuem legislao7 que regulamenta
esta prtica.
1.3 Objetivo Geral
Avaliar os impactos de fatores ditos centrais na possibilidade de
sucesso de projetos de crowdfunding.
1.4 Objetivos Especficos
Identificar os aspectos associados ao sucesso de projetos de crowdfunding.
Verificar quais os fatores que aumentam a probabilidade de um projeto de
crowdfunding ter sucesso.
Traar o perfil dos apoiadores de quadrinhos no Catarse.me.
1.5 Justificativa
Este trabalho busca evidenciar os aspectos mais relevantes para o sucesso
dos projetos da plataforma Catase.me, estes dados sero valiosos para que, em
financiamentos posteriores, se saiba quais caractersticas devem ser mais valorizadas
ao se iniciar uma campanha de crowdfunding, sendo os mesmos vlidos no somente
para a categoria escolhida.
7 JOBS Act - Jumpstart Our Business Startups Act de abril de 2012. Disponvel em: http://www.gpo.gov/fdsys/pkg/BILLS-112hr3606enr/pdf/BILLS-112hr3606enr.pdf
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No mbito acadmico esta pesquisa mostra-se relevante devido grande
lacuna (vide tabela 1) existente em relao a artigos relacionados tanto ao
crowdfunding quanto a principal plataforma de crowdfunding do cenrio nacional.
Tabela 1 - Distribuio dos artigos por palavras chaves e bases de peridicos
Spell Capes SciELO Google
Acadmico
Financiamento coletivo 0 311 artigos (2
relevantes)
4 artigos (0
relevantes)
14 300 artigos
Crowdfunding (em
portugus)
1 artigo 8 artigos 1 artigo 324 artigos
Catarse.me 0 0 0 56 artigos
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2 REFERENCIAL TERICO
Assim como visto no captulo anterior o crowdfunding uma nova forma de
financiamento que busca realizar a troca de um grande financiador nico por uma
massa de pequenos contribuintes (BAYUS e KUPPUSWAMY, 2013; AGRAWAL et al.,
2013), sendo assim seguimos com a apresentao de uma explanao mais
aprofundada acerca do crowdfunding, seguida dos aspectos relevantes elencados na
literatura sobre o sucesso dos projetos.
2.1 Do crowdsourcing ao crowdfunding
Partindo da premissa de que as pessoas querem fazer algo para transformar
o mundo em um lugar melhor (SHIRKY, 2010) e o fazem quando so devidamente
convidadas e estimuladas, desenvolvesse a seguir os conceitos e de Crowdsourcing
e Crowdfunding.
Crowdsoucing um termo criado por Jeff Howe em 2006 que definido por
Brabham (2008) e Howe (2006a) como: Ato de uma companhia redirecionar a funo
antes exercida por um funcionrio, ou grupo, para uma indefinida (e geralmente
grande) rede de pessoas atravs de um open call (chamada aberta).
Este open call pode ser realizado como um peer-production (quando o
trabalho realizado de forma colaborativa) ou ser atribudo a indivduos nicos e
especficos. Brabham (2008) e Howe (2006b) definem que este processo s pode ser
definido como crowdsourcing quando (1) a empresa posta o problema na web, (2) um
vasto nmero de pessoas oferece uma soluo para ele, (3) e a ideia vencedora
premiada com alguma forma de recompensa, sendo que posteriormente a (4)
empresa produz essa ideia para seu prprio lucro.
O crowdfunding, ou financiamento coletivo, traz como proposta a substituio
do modelo tradicional de financiamento, onde se cria um ambiente virtual para realizar
um financiamento compartilhado de ideias propostas por um indivduo nico ou
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micro/pequena empresa (BAYUS e KUPPUSWAMY 2013; COCATE e PERSINA
JNIOR, 2012; SILVA e FREITAS, 2012; LARRALDE e SCHWIENBACHER, 2010;
HILDEBRAND et al.,2013; AGRAWAL et al. 2013). Assim iniciativas que corriam
grades riscos de no serem contempladas por grandes financiadores tem a
possibilidade de mesmo assim serem bem-sucedidas pela fora das massas.
Apesar do crowdfunding ter se derivado do crowdsourcing existem diferenas
grandes entre os mesmos. Uma das principais refere-se s redes s quais cada um
se encontra conectado, o primeiro considera as Social Networks (MOLLICK, 2014;
GIUDICI, 2013) - que neste trabalho ser tratada como rede de contatos (RC),
principalmente o Facebook, como forma principal de contato com financiadores em
potencial. Enquanto a segunda opta por um Network mais especfico e fechado para
garantir o sucesso de seus objetivos, por isso a utilizao de fruns e sites especficos.
Outro diferencial importante a pgina de apresentao de cada modelo, pois os
projetos cadastrados nas plataformas de crowdfunding buscam convencer os
internautas de que o projeto interessante e vivel (isso por meio de vdeos, textos,
cronogramas, fotos, recompensa e outros), ao passo que no crowdsourcing no
precisa haver o convencimento, tendo em vista que a pessoa quem decide ser apta
ou no para a resoluo do problema (BAYUS e KUPPUSWAMY, 2013).
2.2 Rede de contatos
Em seu livro, A Cultura da Participao (2010), Shirky afirma que apesar de
sermos criaturas essencialmente sociais, o advento de novas tecnologias e
aprimoramento de tarefas implicou no aumento da quantidade de tempo livre que
temos, ao passo que a quantidade de pessoas com quem estabelecemos relaes de
confiana e dependncia (nosso capita social) entrou em declnio. Contudo, ele ainda
relata que mais recentemente se verificou uma inverso deste aspecto, com o
aumento do nmero de pessoas com acesso Internet tambm cresceu o nmero de
interaes e contedos compartilhados, revelando assim que os membros da
populao internauta acabam por ocupar seu tempo uns com os outros.
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Quando a conexo com outros indivduos que possuem os mesmos hobbys,
estilo e interesses que voc seu comportamento se modifica para se ajustar aos
interesses compartilhados pelos membros de seu novo grupo. Cruzal (2011) afirma
que o aprimoramento da Internet propicia a produo e compartilhamento de
informaes de forma mais intensa e rpida, assim como Lvy (1999) traz em seu livro
a capacidade que a expanso das tem de unir pessoas de diferentes preferencias e
culturas, como um dar as mos ao redor do mundo (LVY, 1999, p.122).
Shirky (2011) traz o conceito de custo de visibilidade, o que pode ser definido
como a dificuldade que existia antes da Internet e Web 2.0 das pessoas encontrarem
outras com preferencias e hobbys similares, contudo ele afirma que estes desejos
esto ressurgindo com o aumento das mdias sociais, onde essas pessoas ganham
visibilidade e espao para se manifestarem, e so retroalimentadas pelas motivaes
pessoais e sociais que ampliam constantemente na rede. Shirky (2011) e Cruzal
(2011) concordam que a Internet se torna cada vez mais um espao para a
propagao de contedos entre pessoas antes desconhecidas e solitrias,
incentivando assim a produo e o compartilhamento de informaes e contedos de
forma colaborativa.
Este crescente compartilhamento e interao entre pessoas de diversos
lugares nos leva a almentar nossas redes de contatos e, consequentemente, ajuda os
projetos a serem bem sucedidos (BAYUS e KUPPUSWAMY, 2013), e assim prope-
se as primeiras hipteses:
H1 Projetos de crowdfunding com uma Rede de Contatos maior em
seu incio tem maior potencial de sucesso.
H2 A Rede de Contatos influncia de forma positiva na quantidade de
apoiadores que o projeto recebe.
2.3 Os Apoiadores
Assim como mencionado anteriormente, o crowdfundig traz como premissa o
rompimento do modelo tradicional de financiamento, onde antes a deciso de um
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indivduo (grande investidor, bancos, etc.) definiria o sucesso ou fracasso de algo,
agora impera a vontade das massas, onde muitos se unem em prol de um nico
objetivo comum.
Gnezzy et al. (2014) fazem meno a teoria do impacto filantrpico, onde os
indivduos/doadores so motivados pela oportunidade e sentimento de que sua
contribuio foi de suma importncia para ajudar diretamente uma causa.
Falk e Fischbacher (2006) definem que as pessoas agem de forma recproca,
onde premiam aes boas e punem ms, em nosso contexto podemos interpreta-los
como o apoio a bons projetos ou o no apoio a projetos julgados ruins, revelando
deste modo o grande poder que a multido detm. Ainda de acordo com a teoria
proposta por eles, a reciprocidade se revela como uma resposta comportamental para
a bondade e maldade percebida, onde a bondade compreende tanto a justia
distributiva, bem como as intenes de justia. Este prmio proposto por Falk e
Fischbacher (2006) aqui se reverte em apoio efetivado, ocorre quando o apoiador
efetua a contribuio desejada e no a retira, e isto se reflete no possvel sucesso do
projeto.
Assim, prope-se a seguinte hiptese:
H3 O nmero de apoiadores influencia diretamente no potencial de
sucesso dos projetos de crowdfunding.
2.4 Convencimento e opinio
Um fator de grande importncia para qualquer projeto, seja de crowdfunding,
sourcing ou pessoal, poder que o idealizador tem de cativar e convencer as pessoas,
no caso possveis investidores, de que sua ideia boa e, principalmente, plausvel de
ser realizada (DIAS, 2013; STEFFEN,2014; GERBER e GREENBERG,2014). Neste
trabalho no abordaremos a qualidade dos projetos, mas sim sua habilidade atrair
mais apoiadores conforme o tempo v correndo.
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As plataformas de crowdfunding, bem como as de crowdsourcing, tem como uma
de suas funes servir como um meio dos apoiadores, efetivados e futuros, se
comunicarem entre si e com o idealizador do projeto (AGRAWAL et al., 2013b), este
mecanismo proporcionaria aos idealizadores dos projetos a criarem uma interao
diferenciada entono do produto oferecido, onde os prprios apoiadores interagem e
ajudam a criar o produto que esto adquirindo, aumentando assim o valor que o
produto ter para os atuais e futuros apoiadores (AGRAWAL et al., 2013b).
Esta comunicao apoiador-apoiador e apoiador-idealizador ocorre atravs dos
comentrios deixados na prpria pgina do projeto, em alguns casos o perfil do projeto
ou do idealizador do mesmo pode ser contatado para discusses ou dvidas mais
pontuais.
Quando a comunicao ocorre no sentido inverso, ou seja, do idealizador para
os apoiadores, esta ocorre de modo pblico por meio de atualizaes postadas na
pgina do projeto, salvo para informaes que so exclusivas para apoios j
consolidados (tal como survey sobre preferencias acerca do produto, recompensas
exclusivas, etc.). De acordo com Bayus e Kuppuswamy (2013) os projetos bem-
sucedidos tendem a se comunicar mais com apoiadores potenciais e comunidade em
geral por meios de atualizaes, e a postagem de atualizaes encontra-se
diretamente ligada com o nmero de apoios que o projeto recebe.
Assim estabelecemos as seguintes hipteses:
H4 A quantidade de comentrios recebidos influncia de forma positiva
no nmero de apoiadores do projeto.
H5 A quantidade de comentrios recebidos influencia no potencial de
sucesso de forma positiva.
H6 A quantidade de atualizaes inseridas influncia de forma positiva
no potencial de sucesso dos projetos.
H7 A quantidade de atualizaes inseridas influncia de forma positiva
no nmero de apoiadores do projeto.
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O poder de convencimento dos idealizadores dos projetos pode vir a ser
convertido em apoios, e este de acordo com Agrawal et al. (2013a), Mollick (2014) e
Brando et al. (2013) podem ser motivados pelos mais diferentes fatores, dentre eles
escolheu-se os seguintes para serem analisados no perfil dos apoiadores:
Sentir-se parte de uma comunidade/grupo: como as plataformas de
crowdfunding funcionam como locais de interao social, estas acabam
por agregar valor ao sentimento de fazer parte do seleto grupo de
pessoas que apoiaram aquele projeto desde o incio (AGRAWAL et al,
2013a)
Apoio ao produto, servio ou ideia: alguns apoiadores escolhem no
receber recompensas, mesmos em projetos feitos para posteriormente
irem a mercado. Assim, de acordo com Agrawal et al (2013a) a filantropia
tem um papel importante nas plataformas e projeto de crowdfunding.
2.5 Captao dos recursos (apoios)
O processo de arrecadao de suma importncia para o sucesso das
iniciativas de qualquer natureza, seja intelectual, de financiamento ou de caridade.
Em Gneezy et al. (2014) encontramos que a presso exercida pelos
doadores/colaboradores sobre as instituies de caridade, e no contexto desta
pesquisa sobre criadores de projetos, para propostas com custos, direto e indiretos,
menores gera baixa captao de recursos e consequentemente, apenas as propostas
de baixo custo so financiadas.
Bayus e Kuppuswamy (2013) estabelecem que projetos no financiados, em
geral, costumam ter suas metas at 4x maiores que os bem-sucedidos. Assim, pela
experincia e pela literatura possvel se concluir que propostas de valores mais
baixos, e realistas (Mollick, 2014), conseguem ser financiadas em menos tempo e no
raramente so capazes de exceder suas metas principais.
O estudo acima citado ainda afirma que os apoiadores no seriam
influenciados pelo nmero de pessoas que j ajudaram, mas sim por quanto da meta
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j foi alcanada. Contudo, apoios que ocorrem aps o alcance da meta inicial so
raros (BAYUS e KUPPUSWAMY, 2013; MOLLICK, 2014), tendo em vista que os
apoiadores se recusariam a apoiar aqueles projetos que j tivessem atingido suas
metas e preferissem contribuir com projetos ainda necessitados. Assim propomos as
seguintes hipteses:
H8 Projetos com meta inicial mais baixa tem maior potencial de
sucesso.
H9 Projetos j financiados tendem a no receber mais apoiadores.
H10 Os apoiadores optam por no contribuir com projetos j
financiados.
Bayus e Kuppuswamy (2013) ainda afirmam que financiamentos so mais
significativos durante ltima semana da durao do projeto, e conforme este vai
chegando ao fim este movimento tende a aumentar ainda mais, atingindo maior
relao valor/contribuinte. Esta afirmao revalidada por Mollick (2014), que afirma
parecena do fenmeno anterior tambm pode relatada durante a semana de
lanamento dos projetos.
Juntando as afirmaes de ambos (MOLLICK, 2014; BAYUS e
KUPPUSWAMY, 2013) obtemos que as semanas, iniciais e finais, so de crucial
importncia para o sucesso da proposta e isto levaria a uma possvel intensificao
nas campanhas de divulgao dos projetos.
2.6 Durao
Quanto ao quesito durao, as plataformas de crowdfunding adotam um sistema
que permite variar a extenso do tempo que o projeto fica disponvel para
financiamento variando entre 1 e 60 dias, sendo altamente aconselhvel que os
criadores dos projetos estipulem o tempo entre 30 e 45 dias8.
Burtch (2013) postula que as contribuies acumuladas pelas iniciativas podem
ditar o volume de contribuies futuras, assim se um projeto vir a receber um grande
8 https://www.catarse.me/pt/guides#goals e https://www.kickstarter.com/help/handbook/funding
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volume de contribuies em um perodo relativamente curto um possvel apoiador
inferir que este volume ser mantido at o trmino do prazo, e deste modo, suas
chances de fazer uma contribuio e esta ser retribuda ser maior. Assim se este
volume for dividido entre um perodo mais longo de tempo, sua tendncia de contribuir
ser enfraquecida pela possibilidade de no satisfao de seu desejo.
Em contrapartida um perodo mais curto de financiamento pode afetar a
qualidade do produto final, reduzir a capacidade de comunicao entre os apoiadores
e o criador do projeto e impedir que a proposta seja melhor divulgada (em redes
sociais, boca-a-boca e pelo prprio site) e possa obter um montante final maior
(BURTCH, 2013).
Contudo, Mollick (2014) sugere que projetos com prazos mais curtos tendem
a ser mais bem-sucedidos do que aqueles que optam por prazos maiores. Logo temos
um dilema entre uma maior durao, para melhor divulgao e discusses, e uma
menor durao visando um rpido financiamento e maior probabilidade e sucesso.
H11 O tempo que o projeto fica ativo influencia o potencial de sucesso
de forma positiva.
H12 O tempo que o projeto fica ativo influncia de forma positiva mdia
de contribuies por apoiador.
Tomando as hipteses e justificativas relatadas acima, prope-se a seguir um
modelo terico (figura 1), onde so apresentadas as relaes esperadas das variveis
que sero utilizadas com o sucesso dos projetos de crowdfunding.
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Figura 1 - Modelo terico
3 MTODOS E TCNICAS DE PESQUISA
A presente pesquisa se caracteriza como descritiva com abordagem quantitativa,
tendo um recorte transversal com a utilizao de um survey e coleta de dados
secundrios, visando um melhor acompanhamento do comportamento das variveis
no decorrer das duraes dos diferentes projetos, entre os quais se enquadram os em
andamento e recm-criados.
No decorrer da reviso bibliogrfica foram elencadas as variveis que os autores
acreditavam ser mais pertinentes pata o sucesso, dentre elas apenas algumas foram
definitivamente aceitas e empregadas na presente pesquisa (Tabela 2).
Tabela 2 - variveis da literatura
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3.1 AMOSTRA
A amostra primria do presente estudo compreende os projetos lanados na
categoria Quadrinhos pela plataforma Catarse.me no perodo de dezembro de 2014
a fevereiro de 2015 (apndice A).
O Catarse.me tido como o primeiro site de crowdfunding de origem brasileira
destinado a projetos 100% nacionais. No ar desde janeiro de 2011, e desde ento
VARIVEL DEFINIO ARTIGO (S) TRATAMENTO NA LITERATURA
MENSURAO
META PRINCIPAL
Valor almejado MOLLICK 2014, GOAL Fornecido pela plataforma
APOIADORES N de pessoas que contriburam
MOLLICK 2014, BACKERS Fornecido pela plataforma
MDIA DE CONTRIBIO
POR APOIADOR
Mdia de valor arrecadado por
pessoa
MOLLICK 2014, BURTCH 2013 (
contribution frequency )
PLEDGE/BACKER
Valor gerado pela equao: Valor final
Apoiadores final.
RC Rede de possveis
apoiadores
MOLLICK 2014, GIUDICI 2013 (
capital social individual)
SOCIAL
NETWORKS ou FACEBOOK
FRIENDS
Coleta pelo nmero fornecido no perfil dos criadores dos prejetos( ou dos
proprios projetos) no Facebook
ATUALIZAES Novidades sobre
a iniciativa MOLLICK 2014,
BAYUS e KUPPUSWAMY
2013
PROJECT UPDATES
Fornecido pela plataforma
COMENTRIOS Mostram a opinio dos
contribuintes e futuros
contribuintes em relao a iniciativa
MOLLICK 2014, COMENTS Fornecido pela plataforma
TEMPO EM ATIVIDADE
(DIAS)
Tempo em que a iniciativa fica
"disponvel" para financiamento - Varia de 1 60
dias
MOLLICK 2014, BAYUS e
KUPPUSWAMY 2013 (contado em
semanas), BURTCH 2013
DURATION Fornecido pela plataforma
-
23
cerca de 210 mil pessoas j apoiaram ao menos 1 projeto entre os 1,7 mil projetos
bem-sucedidos, somando mais de 30 milhes de reais j doados9.
Em 2011, o Catarse abriu seu cdigo-fonte10, tornando-o disponvel atravs do
site GitHub11 para que qualquer pessoa possa propor mudanas ou utiliza-lo como
ponto de partia de sua prpria plataforma, este ato serviu de incentivo para o cenrio
do crowdfunding nacional, trazendo novos adeptos e valorizando ainda mais a
imagem da marca Catarse.me.
Em 2012 o grupo se vinculou a plataforma Multido, igualmente de
financiamento coletivo, com a qual agora fazem parte do grupo Comum uma
comunidade gratuita colaborativa, destinada a formar, preservar e desenvolver
pessoas, ecossistemas e comunidades12.
A equipe Catarse interage com seu pblico por meio de seu blog
(http://comum.cc/) e redes sociais (Facebook, Twitter e Instagram), sempre com
novidades acerca dos projetos da plataforma, interesses variados e dicas, focado para
a expanso e aprimoramento do crowdfunding nacional.
Dentro desta plataforma utilizaremos a categoria de Quadrinhos13 que
atualmente (09/06/2015) possui cerca de 17 projetos ativos, e se mostra com grande
potencial de crescimento com o recente movimento de retomada da cultura geek.
Desde sua implementao esta categoria j movimentou cerca de
R$ 1.915.399,00 divididos entre seus 111 projetos bem-sucedidos, de um total de
aproximadamente 164 projetos, no perodo entre 10/10/2011 e 29/05/2015, o que
representa uma taxa de 67,68% de sucesso.
Para que fosse possvel traar um perfil dos colaboradores de quadrinhos foi
utilizado um pequeno survey com 18 questes variadas (ANEXO A), compreendendo
questes demogrficas e gerais acerca dos apoios, distribudo em meio virtual pelo
Facebook (tabela 2).
9 Informaes retiradas do site https://www.catarse.me/pt/start, acesso em 1 de junho de 2015 10 Informao retirara do site http://blog.catarse.me/por-que-abrimos-os-cdigos-do-catarse/#more-4018505739, em 1 de junho de 2015 11 Para mais informaes acessar: https://github.com/catarse/catarse 12 Retirado de http://comum.cc/ 13 https://www.catarse.me/pt/explore#by_category_id/7
-
24
Tabela 3 - lista de pginas/grupos mais significantes usados para distribuio do survey e sua
respectiva quantidade de membros.
Pgina/Grupo Membros
Planeta HQ14 6860
HQs S/A15 10687
Tudo sobre Quadrinhos16 1142
Quadrinhos em Questo17 7076
4 RESULTADOS
Para o teste das hipteses apresentadas no modelo terico e os possveis
efeitos diretos existentes entre as variveis, foram realizados testes estatsticos de
correlao, onde se calculou o produto-momento de Pearson para cada par de
variveis, adotando diferentes momentos e interaes, quando se julgou necessrio,
para uma melhor avaliao e compreenso dos resultados.
Os testes, e plotagem dos grficos, foram realizados com os softwares Minitab
1718, Excel 2013 e SPSS 19.
4.1 Anlise das variveis
Os resultados iniciais da anlise das variveis esto sumarizados a seguir:
14 https://www.facebook.com/groups/planetahq/?ref=browser 15 https://www.facebook.com/groups/HQsSA/?ref=browser 16 https://www.facebook.com/groups/191986200924459/?ref=browser 17 https://www.facebook.com/groups/quadrinhosemquestao/?ref=ts&fref=ts 18 Programa disponvel em: http://www.minitab.com/pt-BR/
-
25
Tabela 4 - mdias e correlaes
Mdia VI DIAS SC AR P/ P RC I RC CT AP AT VF AP F RC F CT F AT F
VI
R$ 17.827,50
1
DIAS 56 0,28 1
0,231
SC 0,35 -0,312 0,114 1
0,18 0,632
AR P/ P R$ 50,69 ,459* 0,35 -0,075 1
0,042 0,13 0,752
RC I 1426,75 -0,014 0,081 0,268 -0,264 1
0,955 0,734 0,253 0,26
RC 1459,1 -0,012 0,084 0,27 -0,262 1,000** 1
0,961 0,724 0,25 0,264 0
CT 7,23 0,44 0,295 0,082 0,032 0,334 0,334 1
0,052 0,207 0,73 0,893 0,15 0,15
AP 177,95 0,032 0,338 ,675** -0,06 0,419 0,419 0,289 1
0,893 0,145 0,001 0,801 0,066 0,066 0,216
AT 5,59 0,233 ,481* 0,044 0,253 -0,014 -0,013 0,393 0,404 1
0,324 0,032 0,854 0,283 0,952 0,956 0,087 0,077
VF -0,254 0,115 ,713** -0,273 0,383 0,382 -0,014 ,825** 0,143 1
0,279 0,631 0 0,244 0,095 0,096 0,952 0 0,547
AP F -0,17 0,188 ,675** -0,22 0,425 0,425 0,044 ,917** 0,239 ,967** 1
0,474 0,426 0,001 0,352 0,062 0,062 0,854 0 0,309 0
RC F 0,098 0,101 0,272 -0,245 ,930** ,931** ,506* ,454* -0,054 0,378 0,418 1
0,681 0,671 0,246 0,297 0 0 0,023 0,044 0,82 0,1 0,067
CT F -0,057 0,061 0,078 -0,073 0,227 0,227 -0,094 0,046 -0,257 0,318 0,279 0,225 1
0,811 0,798 0,745 0,76 0,336 0,336 0,694 0,847 0,274 0,172 0,233 0,34
AT F -0,112 -0,123 -0,1 0,029 -0,122 -0,122 -0,265 -0,097 -0,214 0,028 -0,014 0,043 0,285 1
0,639 0,606 0,675 0,904 0,608 0,608 0,258 0,683 0,365 0,906 0,954 0,856 0,222
*. Correlao significativa em 95% (2-tailed). **. Correlao significativa em 99% (2-tailed).
-
26
De acordo com os dados apresentados na tabela 4 podemos perceber que boa parte
as variveis apresentam correlaes relevantes entre si, o que torna nossa anlise
de hiptese possvel.
Durante esta anlise utilizaremos outro parmetro para realizar as medies,
este se refere a correlao em um momento especfico da coleta ( tabela 5), pois
assim poderemos reavaliar as hipteses confrontando um resultado com o outro.
Tabela 5 - correlao bivariada em momento especfico
DIAS SC AR AP RC CT AT
DIAS 1
SC ,114 1
,632
AR ,335 ,687** 1
,149 ,001
AP ,286 ,660** ,980** 1
,221 ,002 ,000
RC ,133 ,158 ,522* ,589** 1
,575 ,506 ,018 ,006
CT ,255 ,083 ,419 ,435 ,255 1
,278 ,728 ,066 ,055 ,278
AT ,435 -,041 ,155 ,118 -,029 ,505* 1
,055 ,864 ,514 ,620 ,904 ,023
**. Correlao significativa em 99% (2-tailed).
*. Correlao significativa em 95% (2-tailed).
4.2 HIPTESE 1
Na primeira hiptese apresentada busca-se compreender se a rede de
contatos inicial desempenha um papel chave para o sucesso dos projetos. Para que
essa avaliao fosse possvel realizou-se um teste de correlao entre as variveis
Rede de Contatos Inicial e Sucesso, respectivamente RC I e SC de acordo como
mostrado pela tabela 4.
Apesar de haver correlao positiva entre as variveis, esta muito fraca, o
fato que fica melhor exemplificado pelos grficos a baixo (figuras 2 e 3), assim fica
-
27
fcil de compreender que mesmo que haja uma Rede de Contatos Inicial maior sua
relao com o sucesso dos projetos no muito forte ou clara, pois em 3 casos a
Rede de Contatos Inicial, que daqui pata frente ser tratada apenas como Rede,
apresentou valor 0 e mesmo assim estes projetos obtiveram sucesso (melhor
visualizado na figura 3).
Figura 2 RC Inicial x Sucesso (geral)
16626
1463827 341 0 0 0
3260 31581326 1008
282 145 7421 4 0 0 0 0
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
16000
18000
RC InicialX SUCESSO - viso geral
RC INICIAL - Financiados RC INICIAL - No Financiados
3410
827
1463
0 0145 74 0282
21 0 0 4
1008
3158 3260
0
1326
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
RC Inicial x Sucesso
RC INICIAL - Financiados RC INICIAL - No Financiados
Figura 3 - RC Inicial x Sucesso (sem maior contagem)
-
28
4.3 HIPTESE 2
Para avaliar nossa segunda hiptese, que compreende a relao entre a Rede
(RC) continua e sua relao com o nmero de apoiadores, foram realizados 2 testes
em momentos distintos, primeiramente com as variveis RC e AP, tal como consta na
tabela 4 e em seguida pelo segundo momento de coleta (tabela 5).
Assim foi possvel verificar que a correlao entre elas significativa e
positiva, mesmo que pela mdia a correlao no possa ser totalmente afirmada no
momento que se passou a analisar os dados em seu contexto geral encontramos uma
correlao forte (valor p = 0). Isto implica que h uma relao real entre a Rede
continua dos projetos e a quantidade de apoiadores que esta recebe, validando assim
nossa hiptese.
Para melhor visualizao dois grficos foram elaborados com projetos que
possuam uma quantidade de dados coletados visivelmente maior que os demais, o
primeiro representa esta relao um projeto bem-sucedido e o segundo demostra
essa relao em um projeto que no atingiu a meta.
341
348
358 358
363 364 364
373 373
50
7888
103
124140 140
238
263
0
50
100
150
200
250
300
320
330
340
350
360
370
380
Relao APOIADORES X RC em um projeto bem-sucedido
RC APOIADORES
Figura 4 - grfico da relao entre APOIADORES X RC em um projeto bem-sucedido
-
29
4.4 HIPTESE 3
Para a terceira hiptese avaliaremos como o nmero de apoiadores influencia
no sucesso dos projetos, para esta anlise novamente seguimos com a correlao
(tabela 4).
Pelos valores retornados pela tabela 4 vemos que h uma relao positiva e
significativa (com valor p muito prximo a 0) entre as variveis, o que valida nossa
hiptese.
O grfico a baixo mostra de forma visual que de fato o nmero de apoiadores
que o projeto recebe determinante para o sucesso da iniciativa, contudo este
resultado vale ressaltar que este resultado no estipular um nmero exato de
apoiadores que viria a predizer o sucesso de um projeto.
1008
1011
1015 10161017 1016
1032
15
33
39
4549
5254
0
10
20
30
40
50
60
995
1000
1005
1010
1015
1020
1025
1030
1035
Relao APOIADORES X RC em um projeto no financiado
RC APOIADORES
Figura 5 - grfico da relao entre APOIADORES X RC em um projeto no financiado
-
30
Figura 6 - grfico da relao entre APOIADORES X SUCESSO
4.5 HIPTESE 4
Devido a esta hiptese buscar analisar duas variveis muito mutveis,
Comentrios e sua relao com o nmero de Apoiadores, ela foi analisada em trs
correlaes: pelas mdias e pelos valores finais, ambas constantes na tabela 4, e pelo
ponto no tempo, representado na tabela 5. Deste modo conseguisse uma maior
amplitude de monitorao e confiana nos resultados obtidos.
Porem em todas as anlises obtivemos resultados insatisfatrios, onde o valor
p no estatisticamente diferente de 0 configurando uma no correlao entre as
variveis, e assim esta hiptese est refutada.
4.6 HIPTESE 5
Para a quinta hiptese proposta, onde se procura verificar se h uma
influncia da quantidade de comentrios sobre o sucesso dos projetos e se esta, caso
exista, positiva. Para tanto utilizou-se uma dupla anlise entre a correlao de CT e
SC (tabela 4) e entre os valores finais CT F e SC (tabela 4).
263
88
656
316225
917
235
2
196
7428 14
174
58 58 54 660
9441
0
200
400
600
800
1000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Apoiadores x Sucesso
apoiadores final sucesso
-
31
O valor p indica que no h correlao entre as variveis testadas, tal como
pode ser visualizado no grfico a baixo, e assim esta hiptese est refutada.
Figura 7 - grfico da relao entre COMENTRIOS X SUCESSO
4.7 HIPTESE 6
Esta hiptese buscou analisar se h influencia, e caso haja se esta positiva,
entre a quantidade de atualizaes do projeto e sua possibilidade de sucesso. Para
esta anlise julgou-se necessria apenas correlao referente aos valores finais (AT
F e SC, vide tabela 4), pois no se considerou necessrio analisar o comportamento
das atualizaes uma vez que o sucesso uma varivel de mensurao nica.
Tal como mostra o resultado da anlise no h correlao entre as variveis,
e o grfico a baixo mostra de forma visual que a quantidade de atualizaes de fato
no pode ser considerada um fator peditrio do sucesso, refutando totalmente nossa
hiptese.
28
1
29
6 6 92 0
69
10
0 0 211
60
50
410
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Comentrios x Sucesso
COMENTRIOS FINAL Sucesso
-
32
Figura 8 - grfico da relao entre ATUALIZAES X SUCESSO
Contudo, ao desconsiderarmos o valor extremo (46) e comparar as mdias
dos projetos bem-sucedidos e no sucedidos (tabela 7), verificou-se uma diferena
mnima entre elas, assim sugere-se que esse teste seja repetido posteriormente como
uma amostra maior.
Tabela 7 - comparao de mdias
BEM-SUCEDIDOS
NO FINANCIADOS
MDIA DE ATULIZAES
5,48639
5,08333
4.8 HIPTESE 7
Para a stima hiptese buscou-se entender se as atualizaes exercem
influncia sobre o nmero de apoiadores, caso haja, se esta positiva.
Nesta anlise utilizou-se apenas a correlao entre as variveis AT e AP
(tabela 4), e posterior mente a plotagem de dois grficos para ilustrar os resultados
obtidos.
O resultado presente na tabela 6 indica que no h correlao entre as
variveis apresentadas e desta forma a hiptese est refutada.
13
24 3
6 69
0
18
11
1 0
74
8
2
46
02
8
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Atualizaes x Sucesso
Sucesso Atualizaes
-
33
Em consoantes com o resultado obtido no clculo da correlao os grficos a
baixo trazem que h pouca relao perceptvel entre as atualizaes recebidas e o
crescimento no nmero de apoiadores, mesmo assim podemos inferir que em projetos
onde as atualizaes so mais constantes e contnuas h a tendncia do aumento de
apoiadores. Em trabalhos futuros recomenda-se fortemente avaliar essa tendncia e
sua possvel relao com valores recebidos aps o alcance da meta estipulada.
Figura 9 - relao Atualizaes x Apoiadores em um projeto bem-sucedido
Figura 10 - relao Atualizaes x Apoiadores em um projeto no financiado
5078 88
103124
140 140
238263
3 3 3 3
5
9 9
1213
0
2
4
6
8
10
12
14
0
50
100
150
200
250
300
Atualizaes x Apoiadores em um projeto bem-sucedido
APOIADORES ATUALIZAES
17
2631
4550 52 57 58
6
8 8 8 8 8 8 8
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
0
10
20
30
40
50
60
70
Atualizaes x Apoiadores em um projeto no financiado
APOIADORES ATUALIZAES
-
34
4.9 HIPTESE 8
Na oitava hiptese buscou-se avaliar se projetos com metas iniciais mais baixas
possuem maiores chances de obterem sucesso, para tanto se utilizou da correlao
entre os valores das variveis VI e SC (vide tabela 4).
Figura 11 - relao entre Valor Inicial e Sucesso dos projetos
Tal como apresentado no resultado da correlao como no grfico acima
perceptvel que no h uma relao entre as variveis escolhidas, refutando dessa
forma a oitava hiptese deste trabalho.
4.10 HIPTESE 9 E 10
A nona e a decima hiptese sero analisadas em conjunto, pois tratam do
momento aps o projeto j ter atingido o valor pedido inicialmente e continuar sua
campanha por mais fundos, tudo isso dentro do prazo estipulado inicialmente pelo
criador do projeto. Assim elas se referem respectivamente a tendncia do projeto no
receber mais fundos aps o alcance da meta inicial (H9) e a possvel opo dos
apoiadores de no contriburem com projetos j financiados (H10).
R$ 0,00
R$ 10.000,00
R$ 20.000,00
R$ 30.000,00
R$ 40.000,00
R$ 50.000,00
R$ 60.000,00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Valor Inicial x Sucesso
VALOR INICIAL Sucesso
-
35
Para fins de melhor entendimento foi elaborada a seguinte tabela (tabela 8)
como forma de demonstrar o fluxo dos apoios antes e aps a satisfao da meta inicial
estipulada.
Tabela 8 - variao de apoios e apoiadores antes e aps o alcance da meta inicial
O grfico abaixo mostra a variao dos valores iniciais, finais e a porcentagem
obtida ao final do tempo de financiamento dos projetos.
Figura 12 - grfico da comparao dos valores iniciais, finais e porcentagens obtidas
De acordo com os dados mostrados anteriormente podemos inferir que ambas
as hipteses foram refutadas.
VALOR INICIAL
% R$ -
R$ 20.000,00
R$ 40.000,00
1 2 3 4 5 67
1 2 3 4 5 6 7
VALOR INICIAL R$ 15.000,0 R$ 3.000,00 R$ 20.000,0 R$ 15.000,0 R$ 6.500,00 R$ 15.000,0 R$ 13.500,0
Valor Final R$ 19.125,0 R$ 3.980,00 R$ 29.315,0 R$ 19.664,0 R$ 10.145,0 R$ 37.902,0 R$ 14.804,0
% 128 132 147 131 156 253 110
Valores Iniciais x Valores Finais
VALOR INICIAL Valor Final %
VALOR INICIAL Cont.1 Ap. Cont.2 Ap. Cont.3 Ap.
R$ 15.000,00 R$10.700,00 140 R$17.775,00 238 R$19.125,00 263
R$ 3.000,00 R$3.550,00 71 R$3.980,00 88
R$ 20.000,00 R$8.545,67 561 R$27.692,00 611 R$29.315,00
R$ 15.000,00 R$5.560,00 255 R$19.664,00 316
R$ 6.500,00 R$4.640,00 100 R$7.200,00 150 R$10.145,00 225
R$ 15.000,00 R$12.351,00 277 R$37.902,00 917
R$ 13.500,00 R$715,00 21 R$14.804,00 235
-
36
4.11 HIPTESE 11
A decima primeira hiptese deste trabalho busca relacionar o tempo de
atividade do projeto com potencial de sucesso dos projetos analisados, e caso haja
de fato uma relao se est se d de forma positiva.
Para tal anlise utilizou-se a correlao entre os valores das variveis DIAS e
SC, tendo em vistas que estas so coletadas apenas em um nico momento no
havendo possibilidade de modificao dos dados.
De acordo com o resultado obtido no h uma relao entre as variveis
estudadas, para melhor visualizar e reafirmar este aspecto o grfico a baixo foi
elaborado. Deste modo a decima primeira hiptese foi refutada.
19 Figura 13 - grfico da relao entre Sucesso e Tempos em Atividade dos projetos
19 Sucesso, ou SC, varivel binria representada da seguinte forma: 1 sucesso / 0 no financiado
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Dias 60 40 60 60 60 60 60 40 60 60 50 60 60 60 60 60 60 40 50 60
Sucesso 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0
10
20
30
40
50
60
70
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
Tempo em atividade x Sucesso
Dias Sucesso
-
37
4.12 HIPTESE 12
A decima segunda hiptese, e ltima, proposta pela presente pesquisa trata
da correlao entre o tempo que o projeto permanece ativo com o valor mdio da
contribuio por apoiador, e caso exista de fato uma relao e esta positiva.
Para tal anlise utilizou-se a correlao entre o tempo em atividade (DIAS) e
a mdia das arrecadaes recebidas em cada projeto, varivel AP P/ A (vide tabela
4).
De acordo com os resultados obtidos no h uma relao entre as variveis,
e para melhor visualizao elaborou-se o grfico e a tabela a seguir:
Tabela 9 - comparao entre mdia arrecadaes por apoiador e tempo
ARRECADAO P/ APOIADOR ( em R$)
TEMPO EM ATIVIDADE
47,61 40
63,57 40
- 40
42,33 50
47,67 50
76,05 60
35,08 60
42,02 60
47,82 60
47,61
63,57
-
42,33 47,67
76,05
35,08 42,02
47,82 44,71
48,52
56,11
41,74 43,57
86,67
41,04
53,28
79,78
68,25
47,91
-
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
80,00
90,00
100,00
0
10
20
30
40
50
60
70
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Tempo x Mdia de Arrecadao por Apoiador
arrecadao p/ apoiador tempo em atividade
Figura 14 - Relao entre tempo e mdia de arrecadao por apoiador
-
38
44,71 60
48,52 60
56,11 60
41,74 60
43,57 60
86,67 60
41,04 60
53,28 60
79,78 60
68,25 60
47,91 60
Tanto o grfico como a tabela deixam claro que no possvel afirmar a existncia
de uma correlao entre as variveis em considerao, por este motivo a hiptese em
questo foi refutada.
4.13 Sumarizao das Hipteses
A ps finalizar todas as anlises podemos resumir os resultados desta forma:
Tabela 10 - sumarizao dos resultados das hipteses
N da Hiptese Resumo RESULTADO
1 RC Inicial x Sucesso REFUTADA 2 RC x Apoiadores ACEITA 3 Apoiadores x Sucesso ACEITA 4 Comentrios x
Apoiadores REFUTADA
5 Comentrios x Sucesso REFUTADA 6 Atualizaes x Sucesso REFUTADA COM
RESALVAS 7 Atualizaes x
Apoiadores REFUTADA
8 Valor Inicial x Sucesso REFUTADA 9 Declnio da arrecadao
aps o alcance da meta inicial
REFUTADA
10 Menos apoios ps financiamento
REFUTADA
11 Dias x Sucesso REFUTADA 12 Dias x Contribuies p/
apoiador REFUTADA
-
39
Aps a realizao da anlise das hipteses julgou-se pertinente a reformulao
do modelo terico proposto anteriormente (vide figura 1), este novo modelo
apresentado na imagem a baixo:
Figura 15 - modelo terico revisado20
4.14 Perfil dos apoiadores
Para esta anlise utilizou-se um survey (vide anexo A) elaborado pela autora do
presente trabalho com 18 questes com pontos relevantes levantados na literatura
(MOLLICK, 2014; BAYUS e KUPPUSWAMY, 2013; DIAS, 2013 AGRAWAL et al. 2013
(a); AGRAWAL et al., 2013(b); BRANDO et al., 2013) .
A distribuio foi realizada tal como apresentada no captulo anterior (vide tabela
2), a pesar da ampla divulgao conseguiu-se apenas 51 respondentes, quantidade
esta que no pode ser ignorada de todo pois a mdia de apoiadores por projeto e de
aproximadamente 178 pessoas (vide tabela 4).
20 Crdito das imagens: Rede de Contatos - Shutterstock.com / Sucesso: acervo pessoal
-
40
Com um tempo de resposta mdio de 03:19 minutos o questionrio recebeu
cerda de 112 acessos e destes 51 concluram todas as perguntas. A grande maioria
das visualizaes forma realizadas em desktops e notebooks, seguido de 25%e
smatphones e tablets, tal como apresentado na figura 13.
Quanto aos respondentes 67% so do sexo masculino e 33% do sexo
feminino, em ambos a grande dominncia de pessoas entre 18 e 24 anos (61%)
seguido da faixa entre 25 e 34 anos (25%), so moradores, em maioria de grandes
centros, tais como So Paulo (31%), Distrito Federal (22%) e Rio de Janeiro (12%).
Os dados completos esto sumarizados nos grficos a baixo. A coleta tambm nos
traz que os apoiadores consideram importante fazer os apoios em seu nome, como
forma de se sentir parte do grupo de pessoas que tornaram aquele projeto possvel,
ou anonimamente, o que revela um possvel perfil altrusta de uma pequena parcela
dos apoiadores.
Figura 16 - distribuio dos acessos (fonte: typeform.com)
-
41
Figura 17- faixa etria dos apoiadores
Figura 18 - distribuio geogrfica dos apoiadores21
Quanto a quantidade de projetos apoiados cerca de 80% dos respondentes
apoiou entre 1 e 5 projetos nos ltimos 6 meses, as opes de contribuio mais
utilizadas foram as entre R$ 10 e R$25 (35%), entre R$31 e R$40 (22%) e entre R$
51 e R$100 (18%), os respondentes consideram que seus apoios ocorrem durante o
perodo intermedirio ou no reparam.
Algo interessante ocorre ao juntarmos as anlises anteriores e estas,
percebeu-se que os apoiadores do estado de So Paulo apesar de contriburam, em
21 Os estados que no apresentara apoiadores foram desconsiderados no grfico
12
3
1 1
19
10
5
00
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
entre 18 e 24 anos entre 25 e 34 anos entre 35 e 44 anos 45 +
Faixa etria dos apoiadores
mulheres homens
1611
65
222
1111111
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18
So PauloDistrito Federal
Rio de JaneiroMinas Gerais
CearPar
Rio Grande do SulBahia
Esprito SantoGois
ParanPernambuco
PiauSanta Catarina
Distribuio geogrfica dos apoiadores
-
42
sua maioria, com at 5 projetos demonstram uma grande variao nos valores
contribudos, chegando a contribuir entre R$100 e R$200 (vide Apndice B).
Figura 20 - Distribuio das contribuies
2%10%
80%
8%
Quantidade de projetos apoiados
10 a 15 15 a 20 de 1 a 5 de 6 a 9Figura 19 - grfico da quantidade de projetos apoiados nos ltimos 6 meses
8%
8%
21%
8%18%
35%
2%
Distribuio dos valores contribuidos
entre R$ 100 e R$ 200 entre R$ 26 e R$30 entre R$ 31 e R$40 entre R$ 41 e R$50
entre R$ 51 e R$ 100 entre R$10 e R$25 R$ 200 +
-
43
Figura 21 - importncia aparente das contribuies para o sucesso dos projetos
Ainda acerca dos apoios, foi verificado que grande parte dos apoiadores consideram
que suas contribuies so de relevncia considervel para o sucesso dos projetos
22(vide figura 19), e estas so fortemente influenciadas pelas recompensas oferecidas
pelos criadores dos projetos (figura 20).
Figura 22 - influncia das recompensas sobre os apoios
A cerca do comportamento de divulgao dos apoiadores cerca de 51% deste
diz compartilhar os projetos que apoiou com suas redes sociais e 67% afirmam
22 Escala de Likert com 7 pontos
1 1
7
17
14
11
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
0 2 3 4 5 6
Importncia aparente das contribies para o sucesso dos projeto
43
1
7
10
12
14
0
2
4
6
8
10
12
14
16
0 1 2 3 4 5 6
influncia das recompensas sobre os apoios
-
44
compartilhar os projetos que lhes causou interesse mesmo que no possa contribuir
com estes.
Quanto ao que os motiva a realizar suas contribuies, seja financeira ou
apenas compartilhando a iniciativa com suas redes de contatos foram encontrados os
seguintes resultados (a soma retorna mais de 100% pois foi pedido que cada
respondente escolhesse at 3 fatores):
Figura 23 - fatores que motivam a contribuio23
Os apoiadores consideram que a porcentagem da meta alcanada um fator
de grande importncia para a efetivao de sua contribuio (figura 22) e o status de
financiado conferido a projeto que j tenham alcanado sua meta no impede que
71% dos respondentes realizem seus apoios, contra 29%. Assim, apenas a
porcentagem pode ser considerada como um inibidor dos apoios, para 52,94% dos
respondentes.
Figura 24 - influncia da porcentagem alcanada sobre os apoios
23 Fonte: https://admin.typeform.com/form/491796/analyze/#reports
12
34
5
13
9
5
0
2
4
6
8
10
12
14
0 1 2 3 4 5 6
Influncia da porcentagem alcanada sobre os apoios
-
45
Por fim, nota-se que a quantidade de pessoas que j tentaram a sorte com o
crowdfunding de quadrinhos praticamente insignificante perto dos apoiadores que
no tentaram.
-
46
5 CONCLUSES E RECOMENDAES
Tal como foi apresentado e reforado ao longo deste trabalho tem-se tornado
cada vez mais frequente recorrer as massas em buscas de novas solues e
perspectivas acerca dos novos desafios do mundo globalizado e informatizado, desde
uma pesquisa de opinio at o financiamento de grandes projetos em tudo a massa
pode ser consultada. Assim o crowdfundig traz como premissa o rompimento do
modelo tradicional de financiamento, ondem muitos se unem em prol de um nico
objetivo comum, financiar a ideia de seu interesse sem depender da ao um nico
grande investido.
Ao longo desta pesquisa buscou-se compreende quais os fatores chaves
preditores do sucesso, tomando como ponto de partida literaturas baseadas em
plataformas estrangeiras, ao mesmo instante em que se traou o perfil dos apoiadores
da categoria Quadrinhos da plataforma nacional Catarse.me.
Comparando os resultados encontrados tanto por Mollick (2014), Burtch
(2013), Bayus e Kuppuswamy (2013) e Agrawal et al. (2013a e 2013b) onde cada uma
das variveis adotadas neste trabalho foram avaliadas como fatores importantes para
o sucesso, dentro de plataformas estrangeiras, o mesmo no ocorreu ao emprega-las
ao contexto nacional.
Partindo dos achados da literatura acerca de experincias estrangeiras com
o mercado crowd era esperado encontrar uma forte influncia das redes sociais nos
primeiros momentos do projeto (BAYUS e KUPPUSWAMY, 2013), juntamente com o
desenvolvimento de papeis chaves por parte das atualizaes e comentrios
(AGRAWAL et al., 2013b; BAYUS e KUPPUSWAMY, 2013), a tendncia dos projetos
mais baratos serem financiados mais facilmente e o comportamento de averso a
contribuir com projetos j financiado (BAYUS e KUPPUSWAMY, 2013; MOLLICK,
2014).
Aqui a evoluo da rede de contados possui um papel muito mais concreto do
que seus nmeros ao se iniciar o projeto, da mesma forma que os comentrios e
atualizaes no possuem um papel claro sobre o sucesso dos projetos, acredita-se
que as opinies compartilhadas nas redes sociais tenham muito mais peso do que
aquelas compartilhadas via plataforma, e que os valores dos projetos no intimidam
-
47
os apoios. Contudo, futuras pesquisas com os mesmos parmetros das estrangeiras,
ou desta, no so desencorajadas, pois uma amostra maior e pesquisas mais
aprofundas revelaram ser de extrema importncia para o entendimento deste
movimento, tal como foi relatado neste trabalho a questo dos comentrios e
atualizaes apresenta resultados ambguos e precisa ser melhor examinada.
Em relao aos apoiadores este revelaram ser, em sua maioria, jovens do
sexo masculino e moradores dos grandes centros urbanos do pais (So Paulo, Rio de
Janeiro e Distrito Federal) que apoiaram, em mdia, at 5 projetos nos ltimos seis
meses, estes realizam contribuies que variam das mais simples (entre R$10 e
R$25) as mais robustas (mais de R$200), desde que as recompensas estejam
condizentes com o valor contribudo. Mesmo assim, ainda h espao para pequenas
aes altrustas ondem o apoiador no julga a recompensa como algo que o influencie
de todo a contribuir, e esta quando feita no traz seu nome.
Estes apoiadores so motivados, principalmente, pelo ideal da causa e por
influncia de seus grupos e amigos, tal como previsto por Agrawal et al (2013a), assim
fica mais uma vez clara a real influencia e importncia que a comunicao,
compartilhamento e distribuio de contedo e opinies proporcionada pela Web 2.0
tem em relao ao modelo de mercado crowd (SHIRKY,2011; CRUZAL, 2011). Pouco
mais da metade dos respondentes (52,94%) consideram a porcentagem alcanada
como um inibidor ou motivador de seus apoios e 71% do total no considera o fato do
projeto j estar financiado um impedimento para sua contribuio, trazendo por terra
os resultados encontrados em Bayus e Kuppuswamy (2013) e em Mollick (2014).
As principais limitaes deste trabalho dizem respeito principalmente pela
dificuldade da coleta dos dados secundrios e pela escassez de trabalhos acadmicos
relacionados ao tema.
Quanto coleta dos dados secundrios as limitaes mais pertinentes
remetem a alterao do layout da plataforma, que implicou em perda de dados devido
troca de parmetros adotados pela plataforma, a falta de armazenamento e
compartilhamento (no h uma API para a plataforma) de dados, impossibilitando uma
confirmao mais precisa dos dados coletados24.
24Ao entra em contato com a equipe do site, foi informado que os mesmos no realizavam a coleta das
informaes especficas a cerca de cada projeto, tais como nmero de atualizaes, comentrios e compartilhamentos.
-
48
As variveis consideradas nesta pesquisa foram coletadas de forma
quantitativa, este fato acabou por limitar o campo de avaliao das variveis
Atualizaes e Comentrios de onde poderia ser explorado o fator qualitativo das
mesmas e sua implicao na motivao de apoios futuros. Outra varivel que sofreu
com a drstica limitao foi a RC, a qual foi avaliada somente pelo nmero de
participantes dos perfis do Facebook dos criadores e dos prprios projeto (quando
presente), este fato ocorreu devido do Facebook ser a rede social ao qual os criadores
tm suas contas do Catarse.me vinculadas, contudo sabe-se que nem todas as
plataformas existentes adotam somente esta rede.
Devido necessidade de o survey ser modelado a partir dos fatores elencados
como importantes pela autora do projeto, sem a existncia de um modelo prvio,
assim acaba-se por no abranger todos os aspectos que envolvem a motivao e a
perspectiva dos apoiadores a cerda dos projetos. Desta forma a elaborao de um
survey mais robusto fica a cardo de pesquisas futuras.
Vale como recomendao a utilizao de uma amostra maior, e variada, para
a confirmao dos resultados encontrados na presente pesquisa, principalmente
acerca do papel dos comentrios, atualizaes e considerao de fatores qualitativos
em conjunto com os quantitativos. Tambm considerasse importante uma
investigao mais aprofundada e qualitativa sobre o real papel das recompensas
oferecidas e sua relao com o sucesso dos projetos e motivao de novos apoios,
uma vez que muitos respondentes (57%) julgaram que seus apoios so motivados
pelas mesmas.
Ao final deste trabalho ficou claro que h uma real necessidade de maiores
pesquisas e aprofundamento do tema em mbito nacional, pois grande parte dos
resultados no foram compatveis com os relatados pelos acadmicos que tomaram
como objeto de pesquisa plataformas americanas e, consequentemente, um pblico
estrangeiro. Assim o presente trabalho serve como um ponto de partida para futuras
pesquisas academias tanto acerca dos fatores relevantes para o sucesso como para
fatores motivacionais para os apoios.
No campo gerencial esta pesquisa ajuda os futuros proponentes de projetos
de crowdfunding a terem um foco maior nos aspectos relevantes para o sucesso, tal
-
49
como investir na divulgao atravs das redes sociais, fomentando discusses e
aumentando o interesse de futuros apoiadores sobre seu projeto. Apesar de no ter
sido possvel elencar tantos fatores quanto foi proposto inicialmente ainda sim este
trabalho proporcionou uma viso diferencia a cerda dos fatores vistos como essenciais
para o sucesso.
Para as plataformas ficou claro que uma maior interao com as diversas
redes scias de suma importncia para o sucesso dos projetos nelas armazenados,
e consequente mente como propaganda para as mesmas. Contudo, divulgaes em
meios tradicionais, apesar de no terem sido abordadas na pesquisa, no deixam de
serem relevantes e de grande valor para o constante aumento do nmero de usurios.
Vale ressaltar que apesar de no ter havido um aprofundamento nos fatores
qualitativos, estes aparentam ser de suma importncia para atrao de novos
apoiadores e para a divulgao e convencimento das massas, fazendo jus ao que o
prprio Catarse.me e Dias (2013) aconselham: aposte sempre na criatividade e na
clareza de suas ideias.
-
50
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54
APNDICES
Apndice A Lista dos projetos avaliados
1 Catlogo A Voz do Fogo
2 Construindo um Novo Batmvel
3 Miaral - Safra Um
4 lbum DQB - Heris Brasileiros: A ORDEM!
5 Dragon Ball Nonsense
6 Dirio do Sol
7 Garota Siririca
8 Cronos, Edio Impressa!
9 Apocalipse, por favor
10 Temporada 2015 @ Circuito Ambrosia
11 Projeto Akira
12 Devaneios
13 Maya - o cl dos drages
14 Valquirias
15 Fbrica de Herois 2016
16 3A, a 1a graphic novel interativa
17 Vampiros Independentes
18 Antiok, o sem corpo - Volume 1
19 Navio Drago
20 Hurulla vol. 2!
-
55
Apndice B Resultados do Survey
N 1 2 3 4 5 6 7
Masculino entre 25 e 34
Esprito Santo de 1 a 5 entre R$10 e R$25
5 Anonimamente
Masculino entre 25 e 34
So Paulo de 1 a 5 entre R$ 100 e R$ 200
5 Anonimamente
Masculino entre 35 e 44
Rio de Janeiro
de 1 a 5 entre R$ 51 e R$ 100
5 Em seu nome
Feminino entre 25 e 34
So Paulo de 1 a 5 entre R$ 31 e 40
4 Em nome de terceiros
Masculino entre 18 e 24
So Paulo de 1 a 5 entre R$ 51 e R$ 100
5 Em seu nome
Masculino entre 25 e 34
Rio Grande do Sul
de 1 a 5 entre R$ 51 e R$ 100
5 Em seu nome
Masculino entre 18 e 24
Rio de Janeiro
de 1 a 5 entre R$ 31 e 40
3 Em seu nome
Masculino entre 25 e 34
So Paulo de 1 a 5 entre R$ 51 e R$ 100
5 Em seu nome
Masculino entre 18 e 24
Cear de 1 a 5 entre R$10 e R$25
3 Em seu nome
Masculino entre 18 e 24
Minas Gerais de 1 a 5 entre R$ 41 e 50
4 Em seu nome
Feminino entre 18 e 24
Piau de 1 a 5 entre R$10 e R$25
4 Em seu nome
Feminino entre 35 e 44
So Paulo de 1 a 5 entre R$ 31 e 40
5 Em seu nome
Feminino entre 25 e 34
Distrito Federal
de 1 a 5 entre R$10 e R$25
4 Em seu nome
Masculino entre 18 e 24
Rio de Janeiro
de 1 a 5 entre R$10 e R$25
3 Em seu nome
Masculino entre 25 e 34
Distrito Federal
de 1 a 5 entre R$ 41 e 50
4 Em seu nome
Masculino entre 18 e 24
Rio de Janeiro
de 1 a 5 entre R$10 e R$25
6 Em seu nome
Masculino entre 18 e 24
So Paulo de 6 a 9 entre R$10 e R$25
5 Em seu nome
-
56
Feminino entre 18 e 24
Minas Gerais de 1 a 5 entre R$ 51 e R$ 100
6 Em seu nome
Masculino entre 25 e 34
So Paulo de 1 a 5 entre R$ 100 e R$ 200
3 Em seu nome
Masculino entre 18 e 24
Santa Catarina
de 1 a 5 entre R$10 e R$25
3 Em seu nome
Masculino entre 18 e 24
Bahia de 1 a 5 entre R$ 31 e 40
5 Em seu nome
Feminino entre 18 e 24
So Paulo de 6 a 9 entre R$ 31 e 40
4 Em seu nome
Feminino entre 25 e 34
Minas Gerais de 1 a 5 entre R$10 e R$25
4 Em seu nome
Masculino entre 25 e 34
Rio de Janeiro
15 a 20 entre R$ 41 e 50
6 Em seu nome
Feminino entre 18 e 24
So Paulo de 1 a 5 entre R$ 31 e 40
6 Em seu nome
Masculino entre 35 e 44
Gois de 1 a 5 entre R$ 51 e R$ 100
6 Em seu nome
Masculino entre 25 e 34
So Paulo 15 a 20 entre R$ 31 e 40
5 Em seu nome
Masculino entre 18 e 24
Pernambuco de 6 a 9 entre R$ 26 e R$30
6 Em seu nome
Feminino entre 18 e 24
So Paulo de 1 a 5 R$ 200 + 6 Anonimamente
Masculino entre 35 e 44
So Paulo de 1 a 5 entre R$ 100 e R$ 200
3 Em seu nome
Feminino entre 18 e 24
Par de 1 a 5 entre R$10 e R$25
4 Em seu nome
Feminino entre 18 e 24
So Paulo de 1 a 5 entre R$10 e R$25
6 Anonimamente
Masculino entre 35 e 44
So Paulo 15 a 20 entre R$ 26 e R$30
6 Em seu nome
Masculino entre 18 e 24
Minas Gerais de 1 a 5 entre R$10 e R$25
4 Em seu nome
Masculino entre 18 e 24
Distrito Federal
15 a 20 entre R$ 100 e R$ 200
0 Anonimamente
Masculino entre 18 e 24
Distrito Federal
de 1 a 5 entre R$ 31 e 40
4 Em seu nome
Masculino entre 18 e 24
Distrito Federal
de 1 a 5 entre R$ 51 e R$ 100
4 Anonimamente
-
57
Feminino entre 18 e 24
Distrito Federal
de 1 a 5 entre R$10 e R$25
4 Anonimamente
Masculino entre 25 e 34
Rio de Janeiro
10 a 15 entre R$ 51 e R$ 100
4 Em seu nome
Feminino entre 18 e 24
Distrito Federal
de 1 a 5 entre R$10 e R$25
5 Em seu nome
Feminino entre 18 e 24
Distrito Federal
de 1 a 5 entre R$10 e R$25
2 Em seu nome
Masculino entre 18 e 24
Distrito Federal
de 1 a 5 entre R$ 31 e 40
4 Em seu nome
Masculino entre 18 e 24
Distrito Federal
de 1 a 5 entre R$10 e R$25
5 Em nome de terceiros
Masculino entre 18 e 24
Minas Gerais de 1 a 5 entre R$ 26 e R$30
4 Em seu nome
Feminino entre 18 e 24
Distrito Federal
de 1 a 5 entre R$10 e R$25
5 Em seu nome
Masculino entre 18 e 24
Paran de 1 a 5 entre R$10 e R$25
6 Em seu nome
Feminino entre 18 e 24
So Paulo de 1 a 5 entre R$ 31 e 40
5 Em seu nome
Masculino entre 35 e 44
Rio Grande do Sul
de 6 a 9 entre R$ 41 e 50
4 Em seu nome
Feminino 45 + Par de 1 a 5 entre R$ 51 e R$ 100
6 Anonimamente
Masculino entre 25 e 34
So Paulo 15 a 20 entre R$ 31 e 40
4 Em seu nome
Masculino entre 18 e 24
Cear de 1 a 5 entre R$ 26 e R$30
3 Em seu nome
N 8 9 10 11 12 13 14
No repara No Sim 0 1 5 1
Perodo intermedirio No Sim 0 0 5 0
Perodo intermedirio Sim No 1 4 4 1
Perodo intermedirio Sim Sim 1 5 0 1
Perodo intermedirio No No 1 5 0 1
Perodo intermedirio Sim No 1 4 2 1
Perodo intermedirio No Sim 0 3 1 0
Perodo intermedirio Sim Sim 1 4 5 0
Perodo intermedirio No No 0 2 5 1
No repara Sim Sim 1 3 0 1
No repara Sim Sim 1 6 0 1
Perodo intermedirio Sim No 1 5 5 1
No repara Sim Sim 0 3 1 0
-
58
No repara No Sim 1 3 0 0
Perodo intermedirio Sim No 1 5 2 1
Perodo intermedirio No No 1 5 3 0
No repara No Sim 1 6 4 1
Perodo intermedirio Sim Sim 1 6 5 0
ltimas horas Sim Sim 0 4 3 1
No repara Sim Sim 1 4 0 0
No repara No No 1 5 2 1
Primeira semana Sim Sim 1 6 4 1
Perodo intermedirio No Sim 1 4 0 1
No repara Sim Sim 1 6 4 1
Perodo intermedirio Sim Sim 1 5 4 1
No repara Sim Sim 1 4 2 1
Primeira semana Sim No 1 6 4 1
Perodo intermedirio Sim Sim 1 5 6 1
Perodo intermedirio No Sim 0 3 4 0
Perodo intermedirio Sim Sim 0 1 3 1
Primeira semana No Sim 1 4 4 0
No repara No No 0 0 0 0
ltima semana Sim Sim 1 5 3 1
Perodo intermedirio Sim Sim 1 6 6 1
Primeira semana No Sim 0 1 5 1
No repara No No 1 6 0 1
No repara No No 1 4 4 1
No repara No Sim 0 6 3 0
Primeira semana No Sim 1 6 1 1
No repara No No 0 0 6 1
Primeira semana Sim Sim 0 0 0 0
No repara Sim No 1 5 5 1
Primeira semana No Sim 1 5 4 1
Perodo intermedirio Sim Sim 1 6 4 1
No repara No No 1 4 6 0
No repara Sim Sim 1 3 0 0
Perodo intermedirio Sim Sim 1 6 0 1
No repara No No 0 3 4 1
No repara No No 1 6 6 1
Perodo intermedirio No Sim 1 5 5 1
ltima semana No Sim 1 6 4 1
-
59
N 15
Sugesto de amigos/grupo
Recompensas Sentimento de que sua contribuio importante
Ajudar a causa
Se identifica com a causa
Sentir-se parte de um grupo
X
X X X
X X X
X X X
X
X X X
X X X
X X X
X X X
X X X
X X X X
X X X
X
X
X
X X X
X X X
X X X
X X X
X X X
X X
X X
X X X
X X X
X X X X X
X X X
X X X
X X X X
X X X
X X
X X
X X X
X X
X X X
X
X X X
X
X X X
X X X
X
X X X
X
X
X X X
X X X
X X X
X X X X
X
X X X
X X X
X X X
-
60
N 16 17 18
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 6 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 10 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 9 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
-
61
ANEXOS
Anexo A Questionrio25
Perfil dos colaboradores de Quadrinhos do Catarse.me
Prezado (a) respondente,
Esta pesquisa faz parte de um trabalho de concluso do curso de
Administrao da UnB. As respostas sero tratadas de maneira
agregada, no havendo a possibilidade de identificao.
Muito obrigada pela colaborao :3
1. SEXO
a. Masculino
b. Feminino
2. IDADE
a. Entre 18 e 24 anos
b. Entre 25 e 34 anos
c. Entre 35 e 44 anos
d. 45 +
3. ESTADO EM QUE RESIDE
Acre Alagoas Amap Amazonas Bahia Cear Distrito Federal Esprito Santo Gois Maranho Mato Grosso Mato Grosso do Sul Minas Gerais Par