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1 CRONOGRAMA DE OBRAS Professores : Leonardo Miranda e Barbara V. Bôas

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CRONOGRAMA DE OBRASCRONOGRAMA DE OBRAS

Professores : Leonardo Miranda e Barbara V. Bôas

Planejar a execução de uma obra significaordenar a realização das atividades pelasequipes de trabalho, de acordo com suasequência e dentro dos intervalos de tempoprevistos para elas.O planejamento de tempos na construçãocivil aborda principalmente odesenvolvimento de cronogramas paraexecução da obra.

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Um cronograma bem elaborado é fundamentalpara atender os prazos, controlar o financeiro, programarcompras, gerir e contratar mão de obra e prevenirconflitos entre atividades. Por esses motivos, grandesobras contam com equipes de engenheiros deplanejamento controlando a execução de todaconstrução.

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DEFINIÇÃO:

O cronograma é um instrumento de planejamento econtrole semelhante a um diagrama, em que sãodefinidas e detalhadas minuciosamente as atividades aserem executadas durante um período estimado.

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COMO FAZER:

1) Montar a EAP (Listar as Atividades)2) Sequenciar as Atividades / Interdependência3) Estimar as Durações das Atividades4) Definir Recursos das Atividades5) Desenvolver o Cronograma

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1) Montar a EAP (Listar as Atividades)• Analise todo o escopo das plantas disponíveis (projeto de arquitetura, estrutural, elétrico, hidráulico, drenagem, etc.) e do orçamento da obra;

• Faça o desdobramento ou decomposição de alguns itens. Ex: Piscina = Escavação + Fundações + Alvenaria + Impermeabilização + Revestimentos Cerâmicos + Instalações Hidráulicas + Iluminação;

• Use padrões, modelos ou templates de projetos semelhantes já executados;

• Consulte a opinião especializada de profissionais com mais experiência. 6

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2) Sequência das Atividades / Interdependência

Uma vez listadas todas as atividades necessárias para a conclusão da obra, você precisa definir o relacionamento entre as atividades, isto é, qual atividade ocorre depois de outra.

A determinação da dependência é fundamental e exige conhecimento técnico da execução.

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2) Sequência das Atividades / Interdependência

Nessa etapa, você deve indicar as precedências de cada item da EAP. Chamam-se predecessoras as etapas anteriores a uma atividade.

Considere nesse processo:Ligações finish-to-start (fim com início) quando uma etapa inicia após o fim de outra;Ligações start-to-start (início com início) quando duas etapas devem começar juntas;Ligações finish-to-finish (fim com fim) quando duas etapas devem finalizar juntas;

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2) Sequência das Atividades / Interdependência

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2) Sequência das Atividades / Interdependência

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2) Sequência das Atividades / Interdependência

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2) Sequência das Atividades / Interdependência

• Término para início – Ex.: Fundação - Superestrutura;

• Término para término - Ex.: Proj. EST. – Proj. ARQ.;

• Início para início – Ex.: Colocar argamassa – nivelar argamassa;

• Início para término – Ex.: Você quer trocar de fornecedor mas só quer fazê-lo quando tiver certeza de que o novo fornecedor te atenderá. Quando o novo fornecedor iniciar o atendimento, você finalizará o outro contrato.

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3) Estimar as Durações das Atividades4) Definir Recursos das Atividades

Estas duas atividades estão ligadas pois quanto maisrecurso para executar a obra menor a duração dasatividades.Mas nem sempre o aumento de recurso irá diminuir aduração da atividade, por exemplo a cura de um concretonão depende do número de funcionários para execuçãoda concretagem.

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3) Durações e Recursos das Atividades

Existem algumas formas de se estimar as durações dasatividades:Estimativas análogas: em uma obra semelhante, o revestimento de fachada durou 2 meses, logo adotarei 2 meses na minha obra;Estimativas paramétricas: o piso cerâmico do apartamento de 100 m² foi feito em 5 dias, logo, no apartamento de 60 m² vou adotar 3 dias.Opinião especializada: consultei um engenheiro de fundações e ele estimou que as sapatas levarão 20 dias úteis para serem executadas.

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3) Durações e Recursos das Atividades

Ou podemos fazer o levantamento através das composições de duasformas:

• Determina-se a quantidade de dias e a partir deste parâmetro compõe-se as equipes de trabalho ou dimensionamento de equipamentos;

• Fixa-se a equipe/ equipamentos e em função disto tem-se quantos dias serão necessários para execução do serviço.

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Exemplo 01:

Suponha uma planilha de levantamento de quantitativos genérica.Concretagem – m³

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Insumo Unidade ÍndiceCusto

Unitário(R$)

Custo Total(R$)

Cimento Kg 306,00 0,36 110,16Areia m³ 0,901 35,00 31,54

Brita 1 m³ 0,209 52,00 10,87Brita 2 m³ 0,627 52,00 32,60

Pedreiro h 1,000 6,90 6,90Servente h 8,000 4,20 33,60Betoneira h 0,35 2,00 0,70

Total 226,37

Exemplo 01:

Suponha uma planilha de levantamento de quantitativos genérica.Concretagem – m³

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Insumo Unidade ÍndiceCusto

Unitário(R$)

Custo Total(R$)

Cimento Kg 306,00 0,36 110,16Areia m³ 0,901 35,00 31,54

Brita 1 m³ 0,209 52,00 10,87Brita 2 m³ 0,627 52,00 32,60

Pedreiro h 1,000 6,90 6,90Servente h 8,000 4,20 33,60Betoneira h 0,35 2,00 0,70

Total 226,37

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Insumo Unidade Índice

Pedreiro h 1,000Servente h 8,000

Exemplo 01:Com os dados retirados da planilha de quantitativos...

... Será necessário ainda saber a quantidade total do serviço, acarga horária dos profissionais e em quantos dias o serviço seráexecutado.

Quantidade Total Carga Horária Dias

m3 h / dia Unid.80 8 5

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Insumo Unid. Índice Quantidade total (Qt) (h)

Dias de funcionário

Nf = No de Funcionários

Pedreiro h 1,0 80 10 2Servente h 8,0 640 80 16

Exemplo 01:Tem-se como resultado quantos funcionários serão necessários para executar 80 m³ (Quant. de serviço) em 5 dias (t) com uma jornada de trabalho de 8 h/dia.

Onde:

Qt = índice x Quant. de serviço

Dias de funcionário = Qt / jornada

Nf = (Dias de funcionário) / t

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Insumo Unidade Índice

Pedreiro h 1,0Servente h 8,0

Exemplo 02:Nossa segunda opção de determinação da duração das atividades éaquela onde fixamos a equipe e o tempo é determinado pelaquantidade de mão de obra disponível

Com os dados retirados da planilha de quantitativos...

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Quantidade Total Carga Horária Funcionários

m³ h / dia unidade80 8 Pedreiro 2

Servente 16

Exemplo 02:Será necessário ainda saber a quantidade total do serviço, a cargahorária dos profissionais e quantos profissionais estão disponíveispara execução do serviço.

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Exemplo 02:Tem-se como resultado quantos dias serão necessários paraexecutar 80 m³ com 2 pedreiros e 16 serventes com uma jornadade trabalho de 8 h / dia.

Insumo Unid. Índice Quantidade total (Qt) (h)

Dias de funcionário Dias

Pedreiro h 1,0 80 10 5Servente h 8,0 640 80 5

Onde:Qt = índice x 80 m³Dias de funcionário = Qt / Carga horáriaDias = (Dias de funcionário) / Funcionários

5) Desenvolver o Cronograma

Tendo em mãos a EAP, as predecessoras e as durações de cadaatividade, você tem condições de montar o cronograma.

Praticamente todos os profissionais fazem uso de ferramentas paraos desenvolvimento de cronogramas, como MS Project, Primavera,OpenProj ou mesmo o MS Excel porque mostram graficamente osequenciamento das atividades do projeto.

Independente de qual software você utilizar, você precisará dosprodutos dos passos anteriores.

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5) Desenvolver o Cronograma

Tipos mais comum de cronograma:

•O PERT (Programa de Avaliação e Análise Técnica) / CPM (Método de Caminho Crítico);

•Gráfico de GANTT ou de barras horizontais;

•Cronograma físico-financeiro:

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5) Desenvolver o Cronograma

• Gráfico de GANTT ou de barras horizontais;

• Gráfico usado para ilustrar o avanço das diferentes etapas de um projeto;

• Ferramenta de acompanhamento, bastante visual, cujo objetivo é deixar a informação o mais transparente possível;

• Permite o acompanhamento da realização de tarefas e atividades que compõem um projeto de objetivo maior.

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• Representa as atividades com suas precedências e distribuídas em umintervalo de tempo.

• As vantagens do Gráfico de Gantt são a facilidade de entendimento e aboa visualização. A desvantagem é não mostrar com nitidez ainterdependência entre as atividades.

• Embora um Gráfico de Gantt seja facilmente compreendido para projetospequenos, que cabem em uma única folha ou em uma tela, pode tornar-se de difícil visualização e compreensão para projetos com muitasatividades

• Representação de cronogramas de demanda de mão de obra, de materiaise de equipamentos são algumas de suas representações.

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28

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28Fase 01 16

A 1

B 3

C 6

D 1

E 1

F 4

G 1

Fase 02 17H 3

I 2

J 6

K 4

L 1

Mai Jun JulID Dur. Jan Fev Mar Abr

ID Atividades Predecessora Duração (Sem)A Limpeza e preparo do terreno - 1B Fundações A 3C Alvenaria e Estruturas B 6D Colocação de laje C 1E Esgoto (externo) B 1F Madeiramento D 4G Cobertura (telhado) F 1H Instalação Hidraúlica D 3I Instalação Elétrica F 2J Revestimento / Acabamento G,H,I 6K Pintura E,J 4L Limpeza Geral K 1

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1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28Fase 01

A 1 3 3

B 3 3 3 3 3

C 6 3 3 3 3 3 3 3

D 1 2 2

E 1 1 1

F 4 3 3 3 3 3

G 1 2 2

Fase 02H 3 1 1 1 1

I 2 1 1 1

J 6 2 2 2 2 2 2 2

K 4 1 1 1 1 1

L 1 3 3

Mai Jun JulMar Abr

3

ID Dur. Jan FevRecur.

Ser

vent

es

Analisando o Recurso Servente

Muitas Vezes a análise pelo Excel pode ser trabalhosa

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Um recurso é utilizar outros programas

5) Desenvolver o Cronograma

Ao inserir os dados no programa escolhido, ele fornecerá a primeiraversão do cronograma da obra. Mas geralmente ele precisará sofreralguns ajustes, como compressão ou extensão de atividades ourevisão das predecessoras, caso algum dado tenha sido preenchidoincorretamente.

Quando você terminar os ajustes e definir a versão final docronograma, você terá a “Linha de base do cronograma” ou“baseline”, isto é, o cronograma de “partida” ou referência paradesenvolvimento do projeto.

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5) Desenvolver o Cronograma

O baseline também fornecerá uma informação essencial para você: o caminho crítico. Ele representa a sequência de atividades que não possuem folgas. Se alguma dessas atividades atrasarem, você atrasará a obra inteira.

Você precisa ter muito cuidado com ele para garantir o prazo deentrega. Por outro lado, você perceberá que algumas atividadespossuem folgas, isto é, elas permitem atrasos sem comprometer adata de entrega da obra porque são atividades que não estão nocaminho crítico.

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6) CONTROLAR o Cronograma

Esse passo vem após ao início da obra e é essencial para garantir a sua execução : controlar o cronograma.

Você precisa atualizar periodicamente seu cronograma com o avanço físico da sua obra, indicando prazos realizados das tarefas prontas e recalculando a data de finalização.

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Exemplo:

1.Construa o gráfico de Gantt para o exemplo. Considere que todas as dependências são do tipo Fim-Inicio.

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Quando o cronograma mostra, também, os valores que serão gastos,ao longo do tempo e em cada uma dessas atividades, ele recebe onome de cronograma físico-financeiro.

Ele é “físico” porque apresenta o “avanço real” das entregas doprojeto, no caso das obras são as etapas de construção. Ele é“financeiro” porque apresenta os custos relacionados no tempo.

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Fundamentalmente o cronograma físico-financeiro deve mostrar:entregas, progresso (%) e custos incorridos no tempo. Existemdiferentes formas possíveis para mostrá-lo veja exemplos:

Cronograma físico-financeiro – Exemplo 1

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Exemplo de outro formato de cronograma físico-financeiro:

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Cronograma físico-financeiro – Exemplo 2

Exemplo com barras e custos:

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Cronograma físico-financeiro – Exemplo 3

1 Atividades Preliminares 797.699,90 1,99 % 100,00

Procedimentos 1,992 Mobilização de Recursos 461.650,47 1,15 % 100,00

Licenças etc. 1,153 Administração da Obra 5.544.547,91 13,85 % 100,00

13,854 Canteiro de Obras 788.418,71 1,97 % 100,00

1,975 Serviços Associados de Eng 776.108,03 1,94 % 100,00

Sondagens, Cont Tecn, Estrut Aux 1,946 Topografia 468.341,06 1,17 % 100,00

1,177 Estacas hélice continua DN 600mm, 3.234.403,47 8,08 % 100,00

8,088 Escavação, carga e transporte materi 388.569,19 0,97 % 100,00

0,979 Concreto Magro Fck 10 Mpa 601.557,59 1,50 % 100,00

1,5010 Formas 765.779,91 1,91 % 100,00

1,910,06 0,33 0,33 0,33 0,33 0,33

17,00 17,00 17,003,00 17,00 17,00

0,23

0,08 0,26 0,26 0,26 0,26 0,26

17,00 17,00 17,005,00 17,00 17,00

0,1512,00

0,05 0,17 0,17 0,17 0,17 0,17

17,00 17,00 17,005,00 17,00 17,00

0,1010,00

0,81 1,37 1,37 1,37 1,37 1,37

17,00 17,00 17,0010,00 17,00 17,00

0,4010,00

5,000,13

11,00 11,00 11,00

0,12 0,12 0,12 0,13 0,13

11,00 11,0010,00

0,13 0,13

0,19 0,19 0,19 0,21 0,21

10,00 10,00 11,00 11,00

0,13 0,05

0,21 0,2110,00 10,00

10,00

0,2111,00

0,084,00

0,21

11,00 11,00 11,000,79 0,79 0,39

40,00 20,0040,00

11,00 4,00

1,39 1,39 1,39 1,52 1,52 1,52 1,52 1,52

11,00 11,00 11,0010,00 10,00 11,00 11,0010,00

1,52 0,55

0,69 0,46

40,0060,00

11,00 4,00

1,99

100,00

Fevereiro Março Abril JulhoUNIDADE CONSTRUTIVA VALOR

PREVISTO (R$)PESO DO

ITEMAgosto SetembroJaneiro

2016

Maio Junho OutubroITEM

Novembro Dezembro

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Exemplo 4

CUSTO TOTAL R$ 414.323,22

EAP CRONOGRAMA CUSTO

Descrição Previsão de Início Previsão de Término Custo da etapa Custo % Custo %acumulado

SOBRADOS - Alvenaria ConvencionalSERVIÇOS PRELIMINARES 01/04/2013 14/04/2013 R$ 55.200,49 13,32% 13,32%INFRA-ESTRUTURA 15/04/2013 15/06/2013 R$ 16.085,53 3,88% 17,21%SUPERESTRUTURA 16/06/2013 16/09/2013 R$ 108.616,30 26,22% 43,42%ESQUADRIAS DE MADEIRA 20/11/2013 21/12/2013 R$ 9.228,35 2,23% 45,65%ESQUADRIAS METÁLICAS 20/11/2013 21/12/2013 R$ 23.052,51 5,56% 51,21%COBERTURA 18/09/2013 18/10/2013 R$ 28.773,69 6,94% 58,16%INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS 20/10/2013 20/11/2013 R$ 24.403,69 5,89% 64,05%INSTALAÇÕES ELÉTRICAS, DE TELEFONE E TV 20/10/2013 20/11/2013 R$ 29.244,20 7,06% 71,11%IMPERMEABILIZAÇÃO 19/09/2013 21/09/2013 R$ 1.244,52 0,30% 71,41%REVESTIMENTO DE FORROS E PAREDES 19/09/2013 19/10/2013 R$ 54.829,06 13,23% 84,64%ACABAMENTO 20/10/2013 20/11/2013 R$ 39.522,98 9,54% 94,18%PINTURA 22/12/2013 22/01/2014 R$ 20.901,07 5,04% 99,22%SERVIÇOS COMPLEMENTARES 22/12/2013 22/01/2014 R$ 3.220,83 0,78% 100,00%

Exemplo 5 – Cronograma Financeiro

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MATTOS, Aldo Dórea. Como preparar orçamentos de obras. São Paulo, PINI, 2006.

Limmer, Carl Vicente. Planejamento, Orçamentação e Controle de projetos e Obras. Rio de Janeiro: Livros Tecnicos e Científicos Editora S.A., 1997.

Maximiano, Antonio Cesar Amaru. Adm. De projetos: Como transformar idéias em resultados. 2ª. Edição. São Paulo: Atlas, 2002

GEHBAUER, Fritz et al. Planejamento e gestão de obras. Curitiba, CEFET-PR, 2002.

NBR, ABNT. 12721: 2006. Avaliação de custos unitários de construção para incorporação imobiliária e outras disposições para condomínios edifícios.

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