crônica de uma crise anunciada · nossa política pública, nunca se caracterizou por uma...

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Crônica de uma Crise Anunciada:

Choques Externos e a Nova Classe Média Brasileira

Coordenação: Marcelo Cortes Neri

Fevereiro de 2009

Versão 2.0

3

Os artigos publicados são de inteira responsabilidade de seus autores. As opiniões neles

emitidas não exprimem, necessariamente, o ponto de vista da Fundação Getulio Vargas.

Crônica de uma Crise Anunciada: Choques Externos e a Nova Classe Média /

Marcelo Côrtes Neri (Coord.). - Rio de Janeiro: FGV /IBRE, CPS, 2009.

[144] p.

1. Classes Econômicas 2. Desigualdade 3. Classe C 4. Mobilidade Social 5. Mobilidade Trabalhista I. Neri, M.C © Marcelo Neri 2009

4

Crônica de uma Crise Anunciada: Choques Externos e a Nova Classe Média

Versão Original: Rio de Janeiro, 12 de fevereiro de 2008

Esta Versão 2.0 - Rio de Janeiro, 16 de fevereiro de 2008

Centro de Políticas Sociais

Instituto Brasileiro de Economia

Fundação Getulio Vargas

Coordenação: Marcelo Côrtes Neri [email protected]

Equipe do CPS: Luisa Carvalhaes Coutinho de Melo

Samanta dos Reis Sacramento André Luiz Neri

Carolina Marques Bastos Celio Maymone Pontes

Ana Beatriz Andari Urbano Ana Lucia Salomão Calçada

5

Resumo Nosso estudo lançado em agosto de 2008 revelou a emergência de uma nova classe

média no Brasil, acelerada desde 2004. A pujança dos ganhos de renda no período mais

recente, como de outros indicadores de ascensão da classe C (casa, carro, computador,

crédito e carteira de trabalho), surpreendeu diversos observadores internacionais, pois

coincidiu a partir de junho de 2007 com a ocorrência de choques externos adversos. A

freqüência e a gravidade destes choques apenas se intensificaram desde a pesquisa,

caracterizando em setembro de 2008 a entrada em um segundo estágio da crise.

Tremores e temores, racionais ou não, foram comparados de maneira recorrente aos do

início da Grande Depressão em 1929, deflagrada após outro colapso do sistema

financeiro nos EUA. Depois de décadas de estagnação, houve a volta do crescimento no

Brasil desde 2004 acompanhada de inédita redução de desigualdade desde 2001 alçando

milhões de indivíduos em direção a estratos econômicos mais altos. Até que ponto o

agravamento da crise externa colocou (e colocará) em risco a trajetória de prosperidade

dos brasileiros?

O objetivo da presente investigação é estender a metodologia e atualizar dados mais

antigos de forma a medir os impactos das recentes crises financeiras, e agora reais

externas, sobre o lado real da economia brasileira. Enfocamos o que na visão dos

economistas seria a parte mais sensível da anatomia humana: o bolso. Mais

especificamente, analisamos os impactos dos choques externos sobre os fluxos de renda

familiar do trabalho nas áreas metropolitanas brasileiras traduzidas na composição de

estratos econômicos (Classes E, D, C, e AB). Conferimos especial destaque ao período

pós-setembro de 2008. Fazemos um zoom neste período focando segmentos mais

afetados (i.e., financeiro, indústria, formal), traçamos a cronologia mês a mês (e até

semana a semana) da crise e fazendo comparações entre países.

O cerne da pesquisa está na análise dos movimentos das pessoas entre diferentes

estratos econômicos tanto no que se refere às séries agregadas como trajetórias

individuais traçadas a partir de dados que acompanham as mesmas pessoas ao longo do

tempo. No aspecto agregado nos perguntamos, por exemplo, quantas pessoas passaram

das classes E para C (e vice-versa) no total da população e por características como

idade, sexo etc. Esta análise subsidia a ação da política pública identificando a extensão

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dos deslocamentos de renda e de necessidade, ou não, de mudança nos programas

públicos nas áreas de transferência de renda (i.e. expansões do Bolsa Família e dos

programas vinculados ao salário mínimo) e de geração de renda (i.e. PAC e políticas de

emprego). Esta abordagem também serve as empresas privadas identificando queda ou

expansão do mercado consumidor e de nichos mercado. Complementarmente tiramos

partido do aspecto longitudinal da PME para avaliar os riscos incorridos pelos mesmos

indivíduos, medindo quantos mantiveram o mesmo status econômico (digamos

permaneceram na classe C) e quantos mudaram de status (e para onde foram de C para

E ou de C para A etc). Esta análise de risco idiossincrático se presta para o desenho de

redes de proteção social pública e na provisão de serviços financeiros privados nas áreas

de crédito e seguro. Por fim, a guisa de interpretação retrospectiva dos dados, da

formação de cenários prospectivos e de contribuir para o debate de políticas, elencamos

os pontos fortes e fracos do caso brasileiro frente às oportunidades e ameaças do

contexto internacional.

Se você quer saber, se a crise externa foi além da bolsa brasileira e já chegou ao bolso

do brasileiro. Olhando os detalhes associados ao dia a dia de cada grupo (quem foi

afetado?, onde?, como? (ex: melhorou, piorou ou ficou na mesma?), o que mudou? e

quando mudou?), use o texto como guia e explore você mesmo o sítio bilíngüe da

pesquisa na internet com bancos de dados interativos permitindo, a cada um, captar as

trajetórias médias e individuais de pessoas classificadas por seus atributos

demográficos, espaciais e econômicos. Você pode fazer o seu exercício de interesse

enquanto assiste ao vídeo com os principais resultados da pesquisa. Todo material pode

ser encontrado em www.fgv.br/cps/crise

7

Resultados

Depois do fim da recessão de 2003, o Brasil vinha apresentando até 2006, uma situação

em que crescia mais aceleradamente do que nas chamadas décadas perdidas, mas menos

do que os demais paises emergentes, ou desenvolvidos. Mais recentemente, o Brasil

começou a subir no ranking internacional de crescimento ano a ano sem mudar o

patamar de crescimento, pois são os outros que estão desacelerando. Segundo as tabelas

encontradas ao fim da revista britânica The Economist:

• Em 2007 o Brasil foi o 30º no total de 43 países. • Em 2008 se tornou o 22º. • Nas projeções para 2009 estamos em 8º do ranking.

Nos últimos anos houve uma melhora no poder de compra dos brasileiros, nas grandes

metrópoles o aumento acumulado desde 2004 das classes C e AB de 26% e 42%,

respectivamente, com correspondente redução da participação das classes D e E. Isto foi

bem documentado para o quatriênio 2004 a 2007 na nossa pesquisa anterior. A presente

pesquisa estende o período de análise da pesquisa anterior até o final de 2008, fechando

o ano gregoriano das séries de classes de renda. A classe C – a nova classe média

emergente – continuou em expansão de 3,7% comparando os extremos de 2008

atingindo em dezembro 53,8% do total dos brasileiros das seis maiores regiões

metropolitanas do país. As classes A e B também ficaram 3,9% maiores no período com

queda das classes D e E de -6,8% e 8%, respectivamente.

A partir de setembro de 2008 há aumento da classe C e redução dos extremos dos

estratos sociais. Pessoas que estavam mais no topo da distribuição, estão caindo ou

deixando de crescer, mas há continuidade do movimento de ascensão à classe C não foi

interrompido, o que acontece é uma agregação a esse de pessoas vindas da classe AB.

A classe AB começa a apresentar um crescimento negativo de -0,65% entre setembro e

dezembro de 2008. Ela vinha crescendo muito fortemente e agora começa a perder

espaço em termos relativos e absolutos. O que apresenta continuidade de crescimento é

a classe C 1,24% de -0,65% entre setembro e dezembro de 2008, já as classes E e D

continuam em queda de -2,51% e -1,23%. Ou seja, há aumento da classe C e redução

dos extremos dos estratos sociais. O movimento de ascensão à classe C não foi

8

interrompido, o que acontece é uma agregação a esse grupo, pessoas vindas da classe

AB.

Outro aspecto analisado é a leitura das trajetórias de pessoas de diferentes estratos

iniciais traçadas a partir de dados que acompanham as mesmas pessoas ao longo do

tempo. Vemos com clareza que quem está perdendo mais são os que eram inicialmente

mais ricos. O que a pesquisa demonstra é que no período antes do agravamento da crise

19 pessoas a cada 100 que estavam na classe AB caiam nos últimos anos para as classes

mais baixas, depois da crise este número cai para 25, ou seja, 6 pessoas a mais. Há

movimento de instabilidade no topo da distribuição de renda. Aí os sinais da crise são

mais visíveis. Comparação similar de quem estava inicialmente na classe C não revela

qualquer tipo de alteração nos movimentos de saída das pessoas deste segmento frente

aos anos anteriores.

Este efeito da crise contra-elite se dá pelo tipo de choque experimentado, como é uma

crise que lá fora afeta mais o setor exportador, mais o setor formal, setor financeiro,

imobiliário. Notamos que esses também são os setores afetados no Brasil. A pesquisa

confirma impactos adversos nesses setores. Só que é preciso ter em mente que esses

setores são relativamente pequenos em relação ao conjunto da população (são setores

abastados, mas pequenos do ponto de vista populacional). Mesmo, a indústria nas

metrópoles industrializadas ocupa 12% dos ocupados lá, uma pequena parte da mão-de-

obra.

Os setores de renda mais alta estão mais vinculados aos canais de origem e propagação

de impacto da crise, ou seja, os que trabalham no setor financeiro (ou aqueles que

perderam dinheiro no mercado financeiro que os dados não cobrem), pessoas que

trabalham no setor industrial ou o setor mineiro exportador. Esses claramente estão

perdendo. A boa noticia é que esses setores são menos importantes no Brasil do que em

outros países. A economia brasileira é relativamente pouco aberta Isso não era visto

como uma virtude, e não era, mas hoje em dia está virtude. A economia brasileira é

relativamente fechada e regulada financeiramente, ela fica mais protegida contra

choques financeiros, choques externos, de exportação, etc. O trabalhador brasileiro

comum está mais protegido do que o trabalhador brasileiro ocupado em setores

9

modernos. O fator fundamental é a pujança do mercado interno. O mercado interno

continua aquecido e isso vai fazer a diferença.

Nossa política pública, nunca se caracterizou por uma política liberal de fazer reformas,

mas tem respeita as regras de mercado. Os Consensos de Brasília sempre diferiram com

os de Washington em grau, mas por outro lado Lula não é Hugo Chavez. O Brasil vem

seguindo um caminho do meio. Esse caminho do meio se encaixa bem na crise atual. O

Brasil está conseguindo nesse caminho do meio um desempenho relativamente melhor

que outros países do que vinha tendo até então. Em economia abertas os choques são

mais fortes. Não parece que isso seja uma decisão de planejamento de política

deliberada, mas a nossa história nos levou a uma situação que é relativamente mais

confortável em épocas de choques externos adversos.

O Brasil dispõe instrumentos de política pública a disposição em maior número e

diversidade do que outros países. Por exemplo, Bolsa-Família que atinge hoje quase um

quarto da população brasileira e chega aos de menor renda que consomem boa parte da

renda deles. Você tem um efeito duplo: é bom em termos equitativos e é bom em termos

de aquecimento de demanda. O aumento do salário mínimo não tem o mesmo efeito na

base da distribuição, aumenta a rigidez trabalhista, mas tem um efeito direto sobre

demanda pelas vias dos programas sociais a ele vinculados. O Brasil tem esses

instrumentos de injeção de demanda que operam rapidamente dependendo de decisões

administrativas diretas. Estamos longe dos pisos da armadilha de liquidez e da

armadilha fiscal. Outro argumento é o próprio PAC, que talvez não fizesse muito

sentido quando foi lançado como um plano de aquecimento da economia, já que a

economia brasileira estava muito aquecida no chamado apagão de mão de obra. Hoje

em dia é visto como uma espécie de New Deal de Roosevelt, valorizado numa época em

que as comparações com a Grande Depressão americana começam a se tornar lugar

comum. O Brasil criou um New Deal antes que o risco de depressão fosse sequer

anunciado. Àqueles que achavam que o Brasil estava com sorte antes, pelo crescimento

da economia mundial, eu diria que sorte nós temos agora. É como se descobríssemos o

que não sabíamos compramos nos anos anteriores um bilhete premiado, não de loteria,

mas de seguro.

10

Índice:

1. Motivação .......................................................................................... 11

2..Método............................................................................................... 19

3. Média, Desigualdade e Miséria ........................................................ 24

4. Definindo a Classe Média ................................................................. 31

5. Deslocamentos Agregados das Classes Econômicas ........................ 34

6. Movimentos Individuais entre Classes Econômicas ......................... 49

7. Análise dos Impactos da Crise nos Setores Críticos ......................... 52

8. A Volta e a Reviravolta da Carteira de Trabalho ............................. 64

9. Conclusões......................................................................................... 70

10. Bibliografia........................................................................................ 82

Anexo I – Avaliação Regional ...................................................... 87

Anexo II – Descrição do Banco de Dados da Pesquisa ............... 91 Panorama (Nova Classe Média e Mobilidade Social) Exercícios Multivariados de Mobilidade Social

Anexo III – Distribuição Cumulativa de Renda ..........................105 Anexo IV – Comparações Internacionais ...................................117 Anexo V – Apresentação de Slides .............................................122

11

Crônica de uma Crise Anunciada: Choques Externos e a A Nova Classe Média1

1. MOTIVAÇÃO

O Brasil foi promovido no primeiro semestre de 2008 a “investiment grade” pelas

agencias internacionais de rating. Em 2007 passou a integrar o grupo de países com

Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) alto pela ONU. O estudo “A Nova Classe

Média” lançado pelo Centro de Políticas Sociais em agosto do ano passado revelou a

contrapartida destes upgrades no dia a dia da renda dos brasileiros. Segundo a pesquisa,

a parcela da população situada na classe C subiu 22,8% de abril de 2004 a abril de 2008,

neste mesmo período a nossa Classe AB subiu 33,6% com conseqüente redução dos

segmentos D e E. Portanto para quem acha classe média mais rica que a nossa classe C,

a conclusão que a classe média cresceu não é afetada, pelo contrário. Outras séries de

indicadores substantivos assim como os simbólicos indicavam a ocorrência de um boom

na classe C: casa, carro, computador, crédito e carteira de trabalho estavam todas nos

seus níveis recordes históricos. A pujança dos dados das classes C e AB do período de

2007 até o início de 2008 surpreendeu diversos observadores internacionais pela

gravidade dos choques intensificados a partir de junho de 2007. Estes choques

gradualmente deslocaram a economia mundial da sua rota expansionista de ouro vivida

até então. De lá para cá, a crise externa somente se intensificou, principalmente a partir

de 15 de setembro, caracterizando a entrada em um segundo estágio marcados pela

ampliação da magnitude dos choques financeiros propagados. Tremores e temores

foram recorrentemente comparados aos do início da chamada Grande Depressão em

1929, deflagrada depois de outro colapso financeiro nos EUA. O objetivo central da

presente pesquisa é atualizar esta discussão analisando os impactos das recentes crises

financeiras, e agora reais externas, sobre o lado real da economia brasileira. Enfocamos

o que na visão dos economistas seria a parte mais sensível da anatomia humana: o

1 Esta linha de pesquisa surge a partir de um desafio colocado pelo presidente da Fundação Getulio Vargas, Carlos Ivan Simonsen Leal, há dois anos e meio, do CPS ir além das estatísticas de pobreza e estudar a classe média brasileira.

12

bolso. Mais especificamente, analisamos os impactos dos choques externos sobre os

fluxos de renda dos trabalhadores brasileiros traduzidos na composição de estratos

econômicos (Classes E, D, C, e AB) a partir de grandes amostras de microdados cujas

últimas remessas sairam do campo há seis semanas.

Tal como na metáfora do motorista, do retrovisor e do pára-brisas, se quisermos nos

guiar pela realidade brasileira, é preciso olhar os sinais externos, mas acima de tudo

mirar a cena corrente que se descortina a nossa frente. Mesmo antes de olhar para o

futuro, até por que há muita incerteza e nebulosidade função da própria crise, ora em

curso, é preciso antes explorar os dados mais atuais disponíveis deste admirável mundo

novo revelado a cada instante. Informamos aqui o debate social com dados inéditos para

todo ano de 2008. Os dados da PME não são, via de regra, explorados em bases

familiares que é a unidade de observação utilizada para medir conceitos de estratos

econômicos onde tipicamente identificamos famílias de classe média (alta ou baixa ou

no mundo dos negócios Classes C, D, E, A e B)) e a partir deles os indivíduos

associados. A literatura social, em geral, usa muito menos a PME do que a PNAD no

cálculo de índices de pobreza, de desigualdade e de bem estar, pois a PNAD é mais

abrangente embora a PME permita maior atualidade assim como contemplar aspectos

de mobilidade social. Função da surpreendente continuidade da tendência de melhora

nas condições sociais – dado a entrada no segundo estágio da crise em setembro de

2008 - sintetizada nas novas reduções da miséria e da desigualdade aqui apresentadas

em primeira mão, o estudo revela a continuidade emergência do que chamamos de uma

nova classe média (Classe C) nas principais metrópoles do Brasil. A ascensão desta

nova classe média é a principal inovação recente do qüinqüênio de 2004 a 2008,

inclusive, situados ao longo desta década que se confirma aqui como a da redução da

desigualdade e tem sido propulsionada por ela desde 2001 e pela preservação do ritmo

de crescimento de 2004 a 2008, apesar dos choques externos a partir de meados de

2007. O ingrediente fundamental deste crescimento do bolo com mais fermento para os

grupos pobres e agora nos últimos anos de 2007 e 2008 para a classe média é a

recuperação do mercado de trabalho, em particular da ocupação formal2.

2 Neste sentido, aqueles que analisam a evolução recente da média e a desigualdade da renda do trabalho no Brasil somente considerando a renda dos ocupados, estão “jogando o bêbe fora junto com a água de banho”.

13

A pesquisa quantifica e detalha o protagonismo econômico das diferentes Classes

Econômicas indo da A até a E - com alguma ênfase na Classe C, a chamada nova classe

média - nas seis principais cidades brasileiras, as verdadeiras caixas de percussão dos

eventos nacionais. A ênfase será na renda domiciliar do trabalho nestas áreas no período

após o agravamento da crise externa de setembro a dezembro de 2008. função da

disponibilidade de microdados frescos da Pesquisa Mensal do Emprego (PME/IBGE).

Na verdade, abrimos a pesquisa mensal em bases semanais para melhor traçar a

cronologia semanal da crise, indo, portanto até a última semana de dezembro de 2008

quando a taxa de desemprego em geral sobe por razões sazonais e onde os efeitos dos

choques em variáveis financeiras se traduzem mais fortemente nas variáveis reais como

emprego.

Além de mais atuais, os dados aqui analisados permitem acompanhar as mesmas

famílias ao longo do tempo e observar as transições delas para fora e para dentro de

estados de pobreza e de classe média. Mal comparando, enquanto os estudos

tradicionais baseados na PNAD, e mesmo na PME, nos fornecem fotografias estáticas

dos grupos da sociedade em diferentes instantes do tempo, a PME oferece a

possibilidade de captarmos o filme das mesmas famílias, separando os emergentes

daqueles que já pertenciam a cada classe econômica. Também permitem identificar os

novos destinos dos que habitavam inicialmente o segmento da Classe C, seja de

retrocesso (em direção às classes D e E), seja de ascensão (em direção às classes A e B).

Por exemplo, desde 2002, a probabilidade de ascender da Classe C para a Classe A

nunca foi tão alta e a de cair para a Classe E nunca foi tão baixa como nos idos de 2008.

Em termos mais agregados, a pesquisa mostra que apesar dos sinais claros da crise

externa no horizonte, 2007 e 2008 são dois dos três melhores períodos em termos de

recuperação de renda. O fato de que ao contrário do outro ano de destaque (2004) de

não estarmos saindo de uma recessão interna, ou vivendo uma bonança externa torna

2008 assim como 2007 surpreendentes.

Argumentamos que a renda do trabalho e as medidas de mobilidade social a ela

associada são elementos essenciais do espírito da classe média. Por encerrar o que há de

mais sustentável hoje nos padrões de vida conquistado pelas pessoas e nos seus

respectivos caminhos em direção ao futuro. Thomas Friedman, colunista internacional

do New York Times em seu recente best-seller “O Mundo é Plano” define classe média

14

como aquela que tem um plano bem definido de ascensão social para o futuro. Esta

fábrica de realização de sonhos individuais é o motor fundamental para conquista da

riqueza das nações. O combustível é o anseio de subir na vida já o lubrificante seria o

ambiente de trabalho e negócios. Agora todos os indicadores, seja do ponto de vista do

consumidor, sejam do produtor apontam para o boom na classe C: casa, carro, crédito,

computador e carteira de trabalho todos até setembro de 2008 estavam nos seus recordes

históricos. Por fim para completar o cenário mais atual também recorremos aos dados

do Caged/MTE (Cadastro Geral de Emprego e Desemprego do Ministério do Trabalho e

Emprego) disponível para todo território nacional até dezembro de 2008. Estes dados

abordam o emprego formal que bate recorde sobre recorde nos últimos anos frente aos

resultados já surpreendentes dos últimos anos. A volta da carteira de trabalho talvez

seja o elemento mais representativo de ressurgimento da classe média brasileira. Neste

aspecto o dado de dezembro de 2008 mostra preocupante reviravolta3.

Muito tem se falado desta década em termos de redução de desigualdade (desde 2001) e

de pobreza (desde 2004), ênfase foi dada ao papel das transferências de renda oficiais

aos mais pobres, mas poucos aos avanços estruturais decorrentes da expansão

trabalhista observada em todos os segmentos da sociedade. Desde o final de 2006 até

agora acontece aumento da renda do trabalho em geral e da geração de empregos

formais, em particular. Isto é, desde o último retrato estatístico do Brasil pintado com as

tintas da PNAD 2007, o que se destaca agora é a geração de renda do trabalho. A

presente pesquisa mostra a partir de dados mais atuais a continuidade com sinais de

aceleração em alguns casos do expressivo movimento de redução da desigualdade e da

miséria brasileira até o momento. Depois de duas décadas perdidas de avanços de renda

e do trabalho, a combinação de crescimento mais acelerado com marcada redução de

desigualdade por um período mais longo é notável, esta é uma estória cujos novos

capítulos valem a pena ser contados antes que o livro acabe dado o seu ineditismo na

história estatisticamente documentada brasileira.

Tem havido deslocamentos das tendências captadas nas diferentes cidades e novidades

na comparação com outras áreas do país. Depois de anos de crise de desemprego

3 Dezembro sempre há um ajuste para baixo no emprego formal captado pelo Caged, mas em 2008 este ajuste foi duas vezes mais forte de -600 mil postos de trabalho destruídos em particular na indústria e nas grandes empresas.

15

metropolitana, em vigor de 1997 a 2003 e de posterior reversão (2004 em diante aí

incluindo o período após anúncio da crise em meados de 2007), a principal revelação é

que os padrões de vida continuam crescendo lá pelas vias da geração de trabalho

privada da população. Cabe agora revisitar as grandes cidades em face de nova crise.

Em muitos casos as análises dão ênfase ao papel das altas transferências de renda

públicas a população como expansão do Bolsa-Família e das transferências

previdenciárias, contributivas ou não, associadas aos reajustes reais do salário mínimo

que após o forte crescimento do período 2001 a 2006 inclusive passa por calmaria do

período pós-eleitoral voltam a ser elementos centrais de política pública após o

agravamento da crise desde o início de 2009 segundo os anúncios recentes de reajuste

do mínimo e de ampliação da cobertura do Bolsa-Família. Argumentamos que pelo

menos desde 2004 o aumento de renda do trabalho rivaliza com estas transferências na

explicação das melhoras de renda para o conjunto da população (e que desde 2001 para

os segmentos mais pobres). Isto está bem documentado nas séries da PNAD que vão até

outubro de 2007. O que ainda não foi detalhado é a extensão da reversão trabalhista do

período 2007 e 2008 e o crescimento absoluto dos grupos médios da população.

Além do protagonismo da renda do trabalho vis a vis as rendas públicas, das metrópoles

vis a vis o resto do país, e da emergência da classe média é preciso ter como pano de

fundo a mudança do contexto internacional. Até meados de 2007, apesar de um

crescimento mais forte do PIB brasileiro desde 2004 vis a vis as chamadas duas décadas

perdidas anteriores, corríamos atrás do crescimento das economias centrais em especial

das emergentes como Índia e China. Desde então, o PIB brasileiro e as demais

estatísticas econômicas começam fechar a distancia de crescimento frente ao contexto

internacional, pois mantemos o ritmo de crescimento ao passo que as demais economias

passaram por marcada desaceleração. O fato que foi reportado nos principais jornais e

revistas internacionais que o Brasil era a bola da vez, não de crise, mas de prosperidade

em relação ao contexto internacional. Esta melhoria se concentrava nos elementos que

ocupavam há pouco o epicentro da nossa crise, quais sejam: a renda do trabalho, o

emprego com carteira, as metrópoles e a chamada classe média. Outra novidade bem

colocada por Mac Margolis, correspondente da Newsweek no Brasil, em seu blog em

agosto de 2008, é que a primeira vez, nos seus mais de trinta anos de Brasil, que a

palavra crise pronunciada aqui, refere-se inicialmente a alhures. Este artigo testa com os

16

dados mais atuais este sentimento de prosperidade e sua anunciada reversão posterior

função da crise através de dados recentes sobre a renda.

A presente pesquisa explora os movimentos da distribuição de renda aqui entendida no

tanto no sentido estatístico usual, mudanças na desigualdade e na média da renda, como

da distribuição dos indivíduos em famílias de diferentes estratos de renda familiar do

trabalho (como proxies das Classes E, D, C e A/B). Enfocamos os movimentos entre

esses diferentes estratos econômicos tanto no que se refere aos movimentos das séries

agregadas como das trajetórias individuais traçadas a partir de dados que acompanham

as mesmas pessoas ao longo do tempo. No primeiro ponto agregado nos perguntamos,

por exemplo, quantas pessoas passaram da classe E para C (e vice-versa) no total assim

como por características sócio-demográficas (por cidade, por sexo, etc...). Este tipo de

análise subsidia a ação da política pública identificando a extensão dos deslocamentos

de renda e de necessidade ou não de mudança nos programas públicos nas áreas de

transferência de renda (i.e. expansões do Bolsa Família e da rede vinculada ao salário

mínimo) ou de geração de renda (i.e. PAC). Esta abordagem é útil ainda numa

perspectiva das empresas privadas identificando queda ou expansão do mercado

consumidor e de nichos. No segundo aspecto longitudinal individual complementamos

esta análise e avaliamos os riscos individuais desses mesmos grupos de pessoas

avaliando quantos mantiveram o mesmo status (digamos permaneceram na classe C) e

quantos mudaram de status (e para onde foram de C para E, de C para A etc). A análise

deste tipo de risco se presta para análise de provisão de serviços financeiros públicos e

privados, em particular nas áreas de microcrédito e microseguro.

O plano do texto é o seguinte: na segunda seção detalhamos a metodologia utilizada,

avaliando as limitações e as virtudes da base de microdados utilizada. Na seção

seguinte, analisamos a evolução recente de indicadores de distribuição baseados em

renda per capita do trabalho como média, desigualdade e bem estar social. Na quarta

seção, discutimos os conceitos de estrutura econômica desde a perspectiva de medição.

Na quinta seção, a mais extensa do trabalho, quantificamos a evolução agregada de

quatro estratos, ou classes econômicas, a saber: Classe E, Classe D, Classe C e Classe A

e B estendendo a análise até o dezembro de 2008, analisando em detalhe o período após

setembro de 2008. Na seção sete tiramos partido do aspecto longitudinal da PME para

quantificar as transições para fora e para dentro de cada um dos segmentos assim como

17

identificar os destinos específicos assumidos nos últimos anos. A análise de mobilidade

de renda também é usada para detalhar quem perdeu após setembro de 2008. A seção

oito analisa uma diversidade de metodologias, tais como séries de tempo e análises

gráficas não paramétricas e análise multivariada, ambas baseadas em dados

longitudinais, fazendo um zoom nos setores mais afetados pela crise como indústria,

financeiro e imobiliário. Também apresenta estimativas atuais de crescimento do PIB

brasileiro frente a outros países. A seção nove avalia a volta da carteira de trabalho e sua

reviravolta em dezembro de 2008, traçando um comparativo entre as metrópoles e o

resto do país. A décima e última seção pode ser usada como um sumário executivo,

apresentando os principais resultados e conclusões do estudo. Avaliamos nela os pontos

fortes e fracos do caso brasileiro frente às oportunidades e ameaças da marcada crise

internacional, a guisa de uma interpretação retrospectiva dos dados e da formação de um

cenário prospectivo comparado. Procuramos sintetizar o que pode ser considerado o

modelo brasileiro de política econômica e social, intitulado aqui tentativamente como o

caminho do meio.

O sítio da pesquisa www.fgv.br/cps/crise oferece amplo banco de dados onde o usuário

pode explorar a extensão dos grupos assim como a mobilidade entre eles, abertos por

uma vasta gama de atributos sócio-econômicos (gênero, raça, idade, etc), trabalhistas

(posse de carteira, educação etc) e espaciais (cidades). O banco de dados permite, a cada

um, ver as trajetórias médias de pessoas com os mesmos atributos. Uma espécie de

espelho retrovisor da trajetória social recente. Apresentamos ao fim do texto três anexos

com análise de aspectos deste banco. No primeiro, comparamos a evolução da classe

média e da miséria por cada uma das seis regiões metropolitanas. No segundo,

apresentamos os modelos estatísticos estimados incorporados nos simuladores e, por

fim, no terceiro, exercícios de distribuição cumulativa de renda para setores de

atividades e grupos da população.

18

Visão Geral do Site da Pesquisa

www.fgv.br/cps/crise

19

2. MÉTODO

A tradição entre as instituições de pesquisa como o IBGE é usar os dados da Pesquisa

Mensal do Emprego (PME) em níveis individuais, e não em níveis domiciliares.

Tipicamente, processando indicadores como taxa de desemprego, formalidade e a renda

média do trabalho dos ocupados. Entretanto, a PME é uma pesquisa domiciliar

comparável à Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) e pode ser usada

como tal. Esse ponto merece destaque, pois a avaliação das condições socioeconômicas

deve levar em conta o processo de repartição de recursos no bojo dos domicílios. Por

exemplo, o fato de a renda do trabalhador adulto poder beneficiar outros membros de

sua família, como as crianças. Nesse sentido, o conceito mais adequado para auferir o

nível de pobreza seria a renda domiciliar per capita dos indivíduos, que corresponde à

soma da renda de todas as pessoas dos domicílios dividida pelo número total de

moradores. Similarmente, quando queremos quantificar a extensão da chamada classe

média para, por exemplo, avaliar o poder de compra de bens familiares, tais como a casa

própria, o conceito adequado é a renda total auferida por todos os membros do

domicílio. Ambos os conceitos resumem uma série de fatores operantes sobre os

membros da família, tais como os níveis de ocupação e de rendimento, auferidos de

maneira formal ou informal, mas cujos efeitos sejam rateados ou agregados pelo

número total de moradores (BARROS et al.,1996).

A questão central aqui ensejada é como melhorar o monitoramento das condições de

vida da nossa população. Como avaliar o desempenho social e econômico dispondo

apenas dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad/IBGE), cujo

conhecimento fica, em média, 18 meses defasados em relação dos instantes

mensurados? Por exemplo, hoje estamos há 16 meses desde a última fotografia nacional

tirada a partir da Pnad. A Pnad foi a campo na primeira semana de outubro de 2008 e irá

se tornar conhecida apenas em setembro de 2009 quando os efeitos da crise estarão no

seu auge e a colheita de dados será de tempos de bonanza O aumento de velocidade é

um requisito necessário para poder traçar um sistema de acompanhamento e avaliação

de metas sociais operativo. Isto inclui tanto sistemas gerenciais feitos no âmbito das

administrações públicas, como o acompanhamento das flutuações da renda apropriada

por diferentes segmentos da sociedade. Do ponto de vista das empresas privadas que

querem se adequar às flutuações do ciclo de negócios para ajustar a sua produção e para

20

nichar a sua demanda, a urgência requerida não é menor. Função destas necessidades

propomos lançar mão do processamento dos microdados da PME, que, graças a sua

agilidade, nos permite diminuir a defasagem de um ano e meio da PNAD para pouco

mais de um mês e meio aqui4 (NERI; CONSIDERA,1996).

Além do benefício pelo aumento da velocidade de difusão da informação, a utilização

de dados da PME/IBGE em bases mensais permite, em detalhe temporal, identificar a

operação dos determinantes da distribuição de renda do trabalho observados no Brasil.

Por exemplo, o impacto de mudanças abruptas de variáveis de política como câmbio,

juros e salário mínimo,. A ênfase aqui está na operação de choques externos oriundos da

crise que começou a dar seus sinais em Junho de 2007, mas que ganha força a partir de

15 de setembro de 2008.

As séries de renda domiciliar per capita média, apresentada no gráfico 1, e detalhada

mais adiante, indicam que após o fim da recessão de 2003, a média de renda real do

trabalho per capita se recupera fortemente entre março e junho de 2004, mas que segue

de maneira ininterrupta desde então5.

4 Estamos incluindo não só a coleta e disponibilização dos microdados pelo IBGE cuja data média da última observação data de meados de dezembro, como o processamento dos microdados, análise, redação do texto, tradução para o inglês e difusão via banco de dados bilíngüe na internet. 5 Os dados da parcela de renda apropriada pelos três grupos analisados indicam que a grande queda de desigualdade de 2004 ocorreu entre abril e junho daquele ano. Antes de creditarmos as mudanças ao reajuste do salário mínimo, cabe lembrar que ele foi bastante reduzido em termos reais, fazendo crer que foram outros os fatores, e não o efeito-salário mínimo, que geraram a redução da desigualdade de renda em 2004. Complementarmente, a série mensal demonstra que o reajuste de 9% real dado em maio de 2005 ao salário mínimo e o de cerca de 13% real concedido em abril de 2006 fornecem evidências de pouco impacto. Para aqueles que presenciaram os efeitos dos reajustes do salário mínimo na década de 90, como o de maio de 1995, sobre dados similares, os resultados indicam uma perda de sincronia entre aumentos do mínimo e redução de pobreza.

21

GRÁFICO 1 - Série de Renda Média

Evolução da Renda MensalRenda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual

400

425

450

475

500

525

550

575

600

mar

/02

mai

/02

jul/0

2se

t/02

nov/

02ja

n/03

mar

/03

mai

/03

jul/0

3se

t/03

nov/

03ja

n/04

mar

/04

mai

/04

jul/0

4se

t/04

nov/

04ja

n/05

mar

/05

mai

/05

jul/0

5se

t/05

nov/

05ja

n/06

mar

/06

mai

/06

jul/0

6se

t/06

nov/

06

jan/

07m

ar/0

7m

ai/0

7ju

l/07

set/0

7no

v/07

jan/

08m

ar/0

8m

ai/0

8ju

l/08

set/0

8no

v/08

Crise Início

Crise Agravamento

Fonte: CPS/IBRE/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE.

O gráfico 2, que apresenta a média móvel 12 meses da renda, nos mostra que mesmo

após o agravamento da crise, a partir de setembro de 2008, a taxa de crescimento do

poder de compra medida pela inclinação ascendente da curva não se altera.

GRÁFICO 2

Evolução da Renda Mensal - Média Móvel de 12 MesesRenda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual

400

425

450

475

500

525

550

575

600

fev/

03

abr/0

3

jun/

03

ago/

03

out/0

3

dez/

03

fev/

04

abr/0

4

jun/

04

ago/

04

out/0

4

dez/

04

fev/

05

abr/0

5

jun/

05

ago/

05

out/

05

dez/

05

fev/

06

abr/0

6

jun/

06

ago/

06

out/

06

dez/

06

fev/

07

abr/

07

jun/

07

ago/

07

out/0

7

dez/

07

fev/

08

abr/

08

jun/

08

ago/

08

out/0

8

dez/

08

Crise Início

Crise Agravamento

Fonte: CPS/IBRE/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE.

22

Mal comparando, se os cientistas sociais fossem astrônomos e a distribuição de renda

um corpo celeste em movimento, a Pnad seria um super telescópio situado no lugar

certo para registrar a passagem do astro. Porém, para precisar os determinantes da

trajetória de indicadores sociais com base em rendas, como a de pobreza e a de

desigualdade de renda, precisamos de algo mais do que fotografias do fenômeno em

anos distintos, como as fornecidas pela comparação das Pnads ao longo do tempo. Seria

preciso utilizar uma espécie de filme gerado com base numa série de fotografias

mensais, como as oferecidas pela PME, que permitem identificar o efeito de mudanças

discretas sobre variáveis de políticas, como mudanças abruptas na taxa de juros, na taxa

de câmbio ou, de maneira mais contundente, o papel dos reajustes do salário mínimo

(NERI, 1995 2006).

Em terceiro lugar, a PME usa a metodologia de painel rotativo similar àquela adotada

pelo Current Population Survey (CPS) americano, que permite acompanhar as

informações dos mesmos indivíduos e de suas famílias durante algumas observações

consecutivas. Ou seja, na nossa analogia cinematográfica, não estamos apenas

acompanhando a estória agregada da sociedade ou de subgrupos delas, mas elaborando

filmes de cada pessoa na amostra. Os microdados nos permitirão acompanhar

indivíduos mais afetados pelas diversas crises (incluindo dados até o final de 2008),

identificando os perdedores, ganhadores e os riscos associados em segmentos

populacionais através da recuperação das trajetórias da renda e de indicadores de classe

econômica. Em particular, exploramos inicialmente aqui dados observados entre 12

meses a parte evitando a operação de efeitos sazonais. Posteriormente usaremos dados

mensais de setembro, outubro, novembro e dezembro de cada ano a fim de comparar o

período crítico pós setembro de 2008. Esse período é de especial interesse nesse estudo.

A abordagem usada neste trabalho consiste em calcular as probabilidades de transição

para dentro e para fora de diferentes classes econômicas, bem como as de não-transição

entre momentos 12 meses à parte. (BARROS et al., 1996).

Finalmente, é importante chamar a atenção para duas limitações da PME, a saber: ela

deixa de fora outras rendas não-trabalho, como as advindas de transferência

governamentais de programas para pobres e de juros para os grupos com estoque de

riqueza financeira, além de ela só cobrir as seis áreas metropolitanas do Brasil. Ou seja,

a pesquisa só fornece evidências do trabalho metropolitano (RAMOS; BRITO, 2003).

23

Quanto à limitação do conceito de renda pesquisado cabe lembrar que a renda do

trabalho corresponde a 76,8% da renda per capita dos brasileiros segundo a última

PNAD. No caso do conjunto das áreas metropolitanas brasileiras esta estatística sobe

para 77,7% e em metrópoles como São Paulo a renda do trabalho atinge 82,6% dos

proventos dos paulistanos. Ou seja, a PME capta mais de três quartos da renda das

pessoas pesquisadas

No que tange à população, a limitação dos dados é mais séria. As seis regiões

metropolitanas cobertas pela PME congregam pouco mais de um quarto (25,85%) da

população brasileira. Por outro lado, a comparação relevante é com as demais bases

disponíveis no curto intervalo de tempo em questão como o Caged/MTE e dados

industriais como do próprio IBGE e de outras instituições como CNI e FIESP. O Caged

que apresenta uma defasagem de divulgação similar a da PME cobre apenas o emprego

formal, isto é empregados privados com carteira e funcionários públicos, que equivale a

45,62% dos ocupados remunerados ou 19,62% dos brasileiros segundo a PNAD 2007.

No que tange a indústria de transformação apesar da sua importância presente e

histórica para o desenvolvimento do país ela adiciona 17,1% do valor do PIB agregado

segundo as Cotas Nacionais de 2007 e uma proporção ainda menor dos postos de

trabalhos brasileiros. Nas áreas mais industrializadas das principais metrópoles cobertas

pela PME o emprego industrial e formal representa 12,1% dos ocupados remunerados.

Ou seja, apesar da PME perder quase 25% da renda e 75% das áreas geográficas

brasileiras ela parece mais representativa da totalidade da população brasileira do que

bases do setor industrial e/ou formal nacional. As grandes limitações da PME irão

aparecer em grupos que auferem rendas alternativas ao trabalho como rendas de pensões

e aposentadorias, seguro-desemprego e programas de transferência de renda como o

Bolsa-Família, isto é idosos, desempregados do setor formal e pessoas de baixa renda.

Já no que tange a questão geográfica ela será tão menos séria quanto mais as maiores

metrópoles brasileiras forem representativas do que acontece nas cidades de menor

porte e nas áreas rurais.

24

3. MÉDIA, DESIGUALDADE E MISÉRIA

MÉDIA O conceito habitual ou normal suaviza flutuações transitórias da renda tal como aquela

advinda do décimo terceiro salário, do bônus de férias e de horas extras feitas de

maneira excepcional. O conceito de renda efetiva também pesquisada pela PME

apresenta marcadas flutuações sazonais na passagem de cada ano que são

problemáticos, pois contamina sobremaneira a análise dos meses mais recentes

disponíveis. Agora como os gráficos ilustram, exceto nos picos sazonais, as séries de

dados são relativamente próximas6. Optamos por trabalhar aqui com o conceito habitual

de renda, pois além de eliminar flutuações erráticas o que viesaria para cima as medidas

de mobilidade a serem discutidas mais a frente, tem como vantagem de ser também o

conceito usado pela PNAD, permitindo comparabilidade direta dos resultados com a

principal base de dados do sistema de pesquisas domiciliares brasileiras. Outra

vantagem é que enquanto o conceito efetivo se reporta ao salário do mês anterior ao que

a pesquisa foi a campo, o conceito habitual capta as informações do mês em curso

diminuindo a defasagem do acesso as informações.

GRÁFICO 3 - Renda Efetiva x Habitual

Fonte: CPS/IBRE/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE.

6 Neri (1996) detalha as diferenças entre os dois conceitos a partir da comparação entre a PME coletada entre a 1980 e idos de 1982 antes da primeira reformulação. Um outro ponto é que o conceito habitual tende a estar vinculado ao mês em curso da pesquisa enquanto o efetivo ao mês anterior. Neste sentido o conceito efetivo seria mais adequado como indicador líder da PNAD. Por outro lado, o conceito efetivo de renda é o que se adequa as séries antigas da PME entre 1982 e 2002, antes da segunda reforma de 2003.

Evolução da Renda Domiciliar Per Capita do TrabalhoPopulação entre 15 e 60 anos

450475500525550575600625650675700725750775

mar

/02

mai

/02

jul/0

2

set/0

2

nov/

02

jan/

03

mar

/03

mai

/03

jul/0

3

set/0

3

nov/

03

jan/

04

mar

/04

mai

/04

jul/0

4

set/0

4

nov/

04

jan/

05

mar

/05

mai

/05

jul/0

5

set/0

5

nov/

05

jan/

06

mar

/06

mai

/06

jul/0

6

set/0

6

nov/

06

jan/

07

mar

/07

mai

/07

jul/0

7

set/0

7

nov/

07

jan/

08

mar

/08

mai

/08

jul/0

8

set/0

8

nov/

08

Habitual Efetiva

Crise Agravamento

Crise Início

25

O gráfico abaixo demonstra que a média móvel de 12 meses torna a trajetória dos dois

conceitos de renda similares. A renda efetiva tende a superar a habitual por uma

pequena margem fruto da diluição dos efeitos das horas extras, décimo terceiro-salário e

bônus de férias que no gráfico anterior se concentram nos meses de dezembro e janeiro

(equivalente a novembro e dezembro no conceito habitual).

GRÁFICO 4 - Renda Efetiva x Habitual

Fonte: CPS/IBRE/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE.

A primeira abordagem adotada é a de olhar para a evolução da distribuição de renda no

sentido estatístico, aí incluindo a evolução da média e da desigualdade de renda per

capita habitual. Optamos por apresentar o gráfico em média móvel para isolar melhor as

tendências. A média de renda dá continuidade à trajetória de expansão já observada,

desde o fim da recessão de 2003, como os dados acima já sugeriam. Em dezembro de

2008, a renda domiciliar per capita real média do trabalho no grupo de 15 a 60 anos era

de 662,5 reais por mês. A taxa de crescimento acumulada da renda média anual entre

2003 e 2008 foi de 29,76% perfazendo uma variação média de 5,36% ao ano no

período. O crescimento da renda média no ano 2008 foi de 6,12% superando a taxa de

crescimento de três dos quatro anos anteriores. Vale lembrar que estamos trabalhando

com o conceito de renda per capita, portanto já descontando o crescimento

populacional.

Evolução da Renda Domiciliar Per Capita do TrabalhoPopulação entre 15 e 60 anos

Média Móvel de 12 Meses

450475500525550575600625650675700725750775

fev/

03

abr/

03

jun/

03

ago/

03

out/0

3

dez/

03

fev/

04

abr/

04

jun/

04

ago/

04

out/0

4

dez/

04

fev/

05

abr/

05

jun/

05

ago/

05

out/0

5

dez/

05

fev/

06

abr/

06

jun/

06

ago/

06

out/0

6

dez/

06

fev/

07

abr/

07

jun/

07

ago/

07

out/0

7

dez/

07

fev/

08

abr/

08

jun/

08

ago/

08

out/0

8

dez/

08

Habitual Efetiva

Crise AgravamentoCrise

Início

26

No que tange aos possíveis impactos da crise, notamos uma pequena redução da renda

per capita do trabalho de -0,62% entre setembro e dezembro de 2008, fato que não foi

observado nos mesmos meses dos três anos anteriores. Isto pode indicar que à medida

que períodos pós crise sejam incorporados à média móvel, a taxa de crescimento da

mesma comece a apresentar uma inflexão descendente ainda invisível no Gráfico 5.

GRÁFICO 5 - Evolução da Média de Renda Per Capita - 15 a 60 anos

Renda Habitual – Média Móvel de 12 Meses

450

475

500

525

550

575

600

fev/

03

mai

/03

ago/

03

nov/

03

fev/

04

mai

/04

ago/

04

nov/

04

fev/

05

mai

/05

ago/

05

nov/

05

fev/

06

mai

/06

ago/

06

nov/

06

fev/

07

mai

/07

ago/

07

nov/

07

fev/

08

Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.

TABELA 1 –

Renda Per Capita Trabalho6 Principais Regiões Metropolitanas Brasil - Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA)

Nível NÍVEL (R$) - Dez NÍVEL (R$) - Média Ano NÍVEL (R$) - Set2002 529,52 543,45 555,912003 484,14 496,71 492,002004 528,78 514,66 544,452005 564,70 545,55 555,092006 603,93 579,74 593,082007 627,22 607,48 609,112008 662,47 644,69 666,61

Variação VARIAÇÃO (%) VARIAÇÃO (%) VARIAÇÃO (%)Dez a Dez Médias Anuais Set a Dez

2002 -4,752003 -8,57 -8,60 -1,602004 9,22 3,62 -2,882005 6,79 6,00 1,732006 6,95 6,27 1,832007 3,86 4,79 2,972008 5,62 6,12 -0,62

Variação Relativa VARIAÇAO ACUM Dez (%) VARIAÇAO ACUM Média Ano (%) DIF DA VARIAÇAO Set a Dez (%)Ref: Nível Dez 2008 Ref: Media Ano 2008 Ref: Variação Set a Dez 2008

2002 13,082003 25,11 18,63 38,882004 36,83 29,79 21,582005 25,28 25,26 -35,872006 17,31 18,17 -33,952007 9,69 11,20 -20,892008 5,62 6,12 100,00

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

27

DESIGUALDADE

Antes da análise das medidas de desigualdade cabe frisar que além da menor

abrangência geográfica e de conceito de renda utilizados, o conceito de renda per capita

usada inclui as rendas nulas o que é de fundamental importância para as medidas de

desigualdade. No caso da medida mais popular usada o índice de Gini que varia de 0 a 1

confere pesos as rendas em ordem inversa ao ranking das mesmas. Ou seja, o sujeito

mais rico da sociedade recebe o menor dos pesos que sobe paulatinamente à medida que

caminhamos em direção às menores rendas. Neste sentido a pessoa que não tem renda e

deveria receber o maior dos pesos e não o menor (peso nulo), quando implicitamente os

desconsideramos na análise. Feitas estas ressalvas metodológicas a desigualdade de

renda também apresenta marcada retração, esta durante toda a série. O índice de Gini

seguindo ainda o conceito domiciliar per capita do trabalho para pessoas de 15 a 60

anos cai de 0,6168 em dezembro de 2002 para 0,5629 em dezembro de 2008 o que

implica em considerável deslocamento dada escala de variação do índice de Gini, em

particular no contexto brasileiro previamente conhecido como de desigualdade alta e

constante (iniqüidade inercial). O índice de Gini de rendas per capita de todas as fontes

fica estagnado em torno de 0,6 entre os censos de 1970 e 2000. A única mudança

expressiva de natureza permanente observada nas séries estatisticamente documentadas

do país foi o famoso aumento dos anos 60 quando o índice de Gini da renda individual

sobe cerca de 0,07 ponto em uma década. Guardadas as diferenças conceitual e

geográfica, para efeito de comparação, esta queda absoluta em seis anos de 0,0539 está

acima do ritmo daquela conhecida como forte aceleração de desigualdade dos anos 60

(Neri (2008)). No que tange ao período após os choques recentes, notamos nas séries

mensais do Gráfico 6 que Junho de 2007 foi seguido de queda marcada da desigualdade

e que entre setembro e dezembro de 2008, a desigualdade continuou caindo, mas em

ritmo mais brando (-1,07% no período). A estagnação da média móvel da desigualdade

observada desde junho de 2008 se deve mais a fatores pré-crise.

28

GRÁFICO 6 - Evolução da desigualdade pelo índice Gini

GRÁFICO 7 - Evolução da desigualdade pelo índice Gini

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME

Evolução da Desigualdade - Índice de GiniMédia Móvel de 12 Meses

Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - HabitualPopulação 15 a 60 Anos

0,560

0,565

0,5700,575

0,580

0,585

0,590

0,595

0,6000,605

0,610

0,615

0,620

fev/

03

abr/

03

jun/

03

ago/

03

out/0

3

dez/

03

fev/

04

abr/

04

jun/

04

ago/

04

out/0

4

dez/

04

fev/

05

abr/

05

jun/

05

ago/

05

out/0

5

dez/

05

fev/

06

abr/

06

jun/

06

ago/

06

out/0

6

dez/

06

fev/

07

abr/

07

jun/

07

ago/

07

out/0

7

dez/

07

fev/

08

abr/

08

jun/

08

ago/

08

out/0

8

dez/

08Crise

Agravamento

Crise Início

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME

Evolução da Desigualdade - Índice de GiniRenda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual

População 15 a 60 Anos

0,5600,5650,5700,5750,5800,5850,5900,5950,6000,6050,6100,6150,6200,6250,630

mar

/02

mai

/02

jul/0

2

set/0

2

nov/

02

jan/

03

mar

/03

mai

/03

jul/0

3

set/0

3

nov/

03

jan/

04

mar

/04

mai

/04

jul/0

4

set/0

4

nov/

04

jan/

05

mar

/05

mai

/05

jul/0

5

set/0

5

nov/

05

jan/

06

mar

/06

mai

/06

jul/0

6

set/0

6

nov/

06

jan/

07

mar

/07

mai

/07

jul/0

7

set/0

7

nov/

07

jan/

08

mar

/08

mai

/08

jul/0

8

set/0

8

nov/

08

Crise Agravamento

Crise Início

29

TABELA 2 - Desigualdade Gini Desigualdade - Índice de Gini6 Regiões Metropolitanas Brasil - Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA)

Nível GINI - Dez GINI - Média Ano GINI - Set2002 0,6168 0,6174 0,61682003 0,5995 0,6042 0,59682004 0,5785 0,5949 0,58952005 0,5791 0,5820 0,58102006 0,5711 0,5770 0,56652007 0,5658 0,5706 0,56232008 0,5629 0,5645 0,5690

0,0539

Variação VARIAÇÃO (%) VARIAÇÃO (%) VARIAÇÃO (%)frente a referencia ano anterior Dez a Dez Médias Anuais Set a Dez

2002 0,002003 -2,80 -2,14 0,462004 -3,51 -1,54 -1,872005 0,10 -2,18 -0,342006 -1,37 -0,86 0,812007 -0,94 -1,10 0,612008 -0,50 -1,07 -1,07

Variação Relativa VARIAÇAO ACUM Dez (%) VARIAÇAO ACUM Média Ano (%) DIF DA VARIAÇAO Set a Dez (%)frente referencia em 2008 Ref: Nível Dez 2008 Ref: Media Ano 2008 Ref: Variação Set a Dez 2008

2002 -8,73 -8,57 -2003 -6,10 -6,57 -231,782004 -2,69 -5,11 57,242005 -2,79 -3,00 319,412006 -1,43 -2,16 -131,732007 -0,50 -1,07 -174,722008 100,00

Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.

MEDIDA DE BEM-ESTAR SOCIAL DE SEN

A fim de fornecer uma síntese final de movimentos em direções opostas, acoplamos os

efeitos da média de renda e da desigualdade numa função bem-estar social simples

proposta por Amartya Sen, Prêmio Nobel de Economia. Essa função multiplica a renda

média pela medida de equidade, dada por um menos o índice de Gini (isto é: Média * (1

– Gini)). Logo, a desigualdade funciona como um fator redutor de bem-estar em relação

ao nível da renda média. Por exemplo, a renda média de 666 reais mensais por pessoa

da amostra seria o valor do bem-estar social segundo a medida simples de Sen, se a

equidade fosse plena. Mas na verdade correspondem a 43,71% deste valor, reais, dada a

extrema desigualdade atual brasileira. O deságio era ainda maior quando o índice era

apenas 38,32% da renda média em 2001, antes do início da redução da desigualdade.

Apresentamos no gráfico abaixo, a evolução mensal dessa combinação da média de

renda com sua respectiva desigualdade de renda, dada pela medida de Bem-estar de

Sen. O gráfico demonstra que o aumento do valor da função no período depois de 2004

é visível com continuidade no período de crises recentes embora com alguma

30

instabilidade e desaceleração de velocidade média de queda depois de setembro de

2008.

GRÁFICO 8

Fonte: CPS/IBRE/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE.

GRÁFICO 9

Fonte: CPS/IBRE/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE.

Evolução do Bem-Estar - Função do Sen (1976)Média Móvel de 12 Meses

Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - HabitualPopulação 15 a 60 Anos

180

200

220

240

260

280

300

fev/

03

abr/

03

jun/

03

ago/

03

out/0

3

dez/

03

fev/

04

abr/

04

jun/

04

ago/

04

out/0

4

dez/

04

fev/

05

abr/

05

jun/

05

ago/

05

out/0

5

dez/

05

fev/

06

abr/

06

jun/

06

ago/

06

out/0

6

dez/

06

fev/

07

abr/

07

jun/

07

ago/

07

out/0

7

dez/

07

fev/

08

abr/

08

jun/

08

ago/

08

out/0

8

dez/

08

Crise Agravamento

Crise Início

Evolução do Bem-Estar - Função do Sen (1976)Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual

População 15 a 60 Anos

180

200

220

240

260

280

300

mar

/02

mai

/02

jul/0

2

set/0

2

nov/

02

jan/

03

mar

/03

mai

/03

jul/0

3

set/0

3

nov/

03

jan/

04

mar

/04

mai

/04

jul/0

4

set/0

4

nov/

04

jan/

05

mar

/05

mai

/05

jul/0

5

set/0

5

nov/

05

jan/

06

mar

/06

mai

/06

jul/0

6

set/0

6

nov/

06

jan/

07

mar

/07

mai

/07

jul/0

7

set/0

7

nov/

07

jan/

08

mar

/08

mai

/08

jul/0

8

set/0

8

nov/

08

Crise Agravamento

Crise Início

31

4. DEFININDO A CLASSE MÉDIA

Existem pelo menos duas perspectivas para se conceituar Classe Média. Uma primeira é

pela análise das atitudes e expectativas das pessoas. A sondagem do consumidor

divulgada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas em bases

mensais para o Brasil segue nesta direção. Este tipo de abordagem que foi bastante

desenvolvido nos anos 50 e 60 por George Katona, psicólogo behaviorista que tinha no

economista James Tobin um de seus grandes admiradores. Seguindo, nesta linha,

Thomas Friedman, colunista internacional do New York Times em seu recente best-

seller “O Mundo é Plano” define classe média mais do que pelo nível de vida e de renda

presente, mas o de esperar estar numa posição melhor no futuro. Esta mobilidade

estrutural social ascendente seria algo como realizar o similar em cada país do chamado

“sonho americano”, da possibilidade de ascensão social.

Complementarmente propomos (mas não divulgamos aqui) o uso de medidas de

qualidade de vida extraídas da nova linha de surveys como o Gallup World Poll, o

similar da IPSOS, cuja uma das vantagens é a alta comparabilidade internacional por

aplicar o mesmo questionário a um número grande de países. Esta vantagem também é

compartilhada por surveys feitos em bases regionais, o LatinoBarômetro na América

Latina e o EuroBarômetro no velho continente. Em particular, propomos o uso de

medidas diretas tais como a expectativa de felicidade cinco anos no futuro em

comparação com o nível de felicidade presente. Isto é feito através de perguntas onde a

pessoa atribui diretamente nota subjetiva de 0 a 10 sobre a sua respectiva satisfação com

a vida. Este tipo de análise recai sobre o Índice de Felicidade Futura (IFF) desenvolvido

por nós em projeto para o Banco Inter-Americano de Desenvolvimento (BID) a partir de

uma amostra de mais de 132 países cobertas pelos microdados do Gallup World Poll de

2006. O que podemos antecipar é que os dados indicam que a classe média no Brasil

medida pelo Indice Futuro de Felicidade é alta vis a vis outros países, embora a

avaliação subjetiva da situação agregada de cada país seja menor.

A segunda maneira de se definir as classes sociais (E, D, C, B2, B1, A2 e A1) é pelo

potencial de consumo tal como no chamado Critério Brasil na qual a nossa nova classe

média é identificada com a Classe C. Esta estratificação é implementada a partir do

impacto de bens sobre medidas de acesso a bens duráveis e seu respectivo número (TV,

32

rádio, lava-roupa, geladeira e freezer, vídeo-cassete ou DVD), banheiros, empregada

doméstica, e nível de instrução do chefe de família7. Este critério estima os pesos a

partir de equação minceriana (log da renda familiar total). O CPS propõe conceituação

complementar para medir a evolução da nova classe média no Brasil também do ponto

de vista do produtor. Ou seja, da capacidade de manter de fato este potencial de

consumo ao longo do tempo. Neste trabalho ainda inédito além de testarmos a medição

da classe média a partir da combinação de elementos como renda e acesso a bens de

consumo tradicionalmente utilizada, propomos medir a classe média a partir da

capacidade de geração e manutenção da riqueza a prazo mais longo. No primeiro

elemento temos acesso à universidade pública ou privada, acesso a escola de qualidade

(privada?), a elementos da era da Tecnologia da Comunicação e da Informação como

computadores conectados a internet e além da renda corrente, a renda permanente

estimada a partir de características sócio-demográficas fixas (como sexo, idade, região

etc, mas especialmente estoque de educação). Já no aspecto de manutenção a prazo

mais longo da situação financeira familiar temos desde acesso a emprego formal que

garante um nível de proteção social maior, acesso a previdência privada, acesso a

crédito imobiliário, posse legal de casa própria (com padrão mínimo de qualidade:

banheiros, tipo de construção etc), seguro-saúde. Este tipo de preocupação com

educação e inserção ocupacional consta em critérios aplicados na Inglaterra, Portugal e

Índia. O aspecto inovador da metodologia é a sua capacidade de olhar para aspectos

simbólicos da classe média, tais como a carteira de trabalho, a entrada na universidade

ou na era da informática e aliarmos a aspecto de status social ligado a demanda privada

por bens que eram monopólio do Estado como previdência, escola, saúde e crédito

imobiliário. Outra é a capacidade de mensurar em escala nacional cada componente

citado, estudar a sua interação e a agregação dos mesmos em índices sintéticos do

tamanho de da distribuição da classe média, mergulhar nos detalhes da sua

determinação (por exemplo, ir além da estatística de acesso a educação, mas ver quanto

se paga pela mesma), agregar a interação dos diversos componentes e monitorá-los ao

longo do tempo.

7 Estas variáveis são medidas pelo Censo Demográfico, o que facilita a espacialização do poder de compra das famílias, mas não são bem cobertas pela PNAD, por exemplo. No modelo hierárquico de imputação de rendas faltantes no Censo desenvolvido pelo IBGE e incorporado nos microdados do Censo 2000, a instrução da pessoa de referencia do domicílio e o número de banheiros são as duas variáveis mais relevantes selecionadas.

33

Exploramos aqui alguns aspectos comuns a definição associados às duas linhas acima

colocadas como a geração de renda do trabalho e a mobilidade trabalhista.

QUANTIFICANDO O TAMANHO DOS ESTRATOS SOCIAIS

Ao contrário de análises da distribuição de renda relativa onde mapeamos a parcela

relativa de cada grupo na renda total (como, por exemplo, os 10% mais ricos que se

apropriam de quase 50% da renda etc.) nos fixamos aqui à parcela da população que

está acima de determinados parâmetros fixados para todo o período. Ou seja, estamos

preocupados com a renda absoluta de cada pessoa. A presente abordagem é similar

àquela usada na análise de pobreza absoluta, só que estamos preocupados também com

outras fronteiras como aquelas que determinam a entrada na classe média e a saída deste

grupo para o de elite. Na abordagem relativa pura a soma das partes dá 100% de algo

relativo ao mês, enquanto na abordagem absoluta aplicada aos diversos segmentos da

pirâmide social são referendados a um valor absoluto válido para todos os meses. Estes

valores absolutos são parâmetros do que é estar na miséria, num grupo intermediário

entre a miséria e a classe média, os remediados, o grupo de classe média e a elite. Como

estamos trabalhando com um período de forte crescimento da renda média as duas

abordagens, a relativa e a absoluta apresentam resultados bastante diferenciados. Cada

uma destas situações tendem a acontecer no começo e no fim do período

respectivamente. Fazendo uma analogia, na análise distributiva relativa estamos num

gráfico de pizza de tamanho fixo onde para um grupo ganhar, outro tem de diminuir. Na

análise absoluta aqui utilizada, além da dança distributiva, o tamanho de pizza pode

mudar. O que está por traz do resultado é que além dos de renda mais baixa terem se

apropriado de uma maior parcela relativa da pizza (a redução da desigualdade), a

mesma aumentou de tamanho (o crescimento). Passou digamos de um tamanho brotinho

para média, ou para os que sempre acham que o copo está sempre meio cheio, de pizza

média para a grande. Na presente análise estamos preocupados não só na parcela

relativa, mas seguindo a analogia na quantidade de pizza apropriada por cada estrato da

sociedade.

Em função da nossa classificação se basear em renda do trabalho, restringimos a análise

à renda domiciliar per capita do grupo em idade ativa de 15 a 60 anos de idade, esta

restrição adicional nos ajuda a tornar os níveis e em especial a análise das transições

entre estratos sociais mais permanentes.

34

5. DESLOCAMENTOS AGREGADOS DE CLASSES ECONÔMICAS

A principal característica da abordagem aqui utilizada é o seu nível de desagregação em

quatro grupos de renda, olhamos a evolução da participação da população em cada

estrato de renda para aprofundar na seção seguinte a análise dos respectivos

movimentos. A elite (o décimo mais rico que se apropria de quase metade da renda per

capita); a metade mais pobre aí incluindo tanto os miseráveis como os que estão

exatamente acima que se apropriava de um décimo da renda nacional (9,95%); e os 40%

intermediário, cuja parcela na população e na renda praticamente coincidindo (39,78%),

constituindo, assim, um país de renda média, similar ao Peru, e inserido entre a rica

Bélgica e a pobre Índia8. Heuristicamente, investigamos aqui as migrações entre estes

diferentes Brasis, estamos menos preocupados em quantificar quais são os estratos da

população habitando em determinadas condições de vida pré-fixadas e mais na sua

evolução ao longo do tempo.

Transformando uma longa estória (descrita abaixo) em números objetivos temos a

seguir os limites das classes econômicas medidas em renda domiciliar total de todas as

fontes por mês. (a explicação vem logo a seguir):

Definição das Classes Econômicas

Renda Domiciliar Total de Todas as Fontes*

Inferior Superior

Classe E 0 804Classe D 804 1115Classe Média C 1115 4807Classe Alta AB 4807 -

* atualizado a preços de Dezembro de 2008

limites

Definimos os limites das classes econômicas começando pela definição de miséria tal

como calculada tradicionalmente pelo Centro de Políticas Sociais (Ferreira, Neri e

Lanjouw (2003) e Neri (2006)). A renda domiciliar total deste grupo corresponde ao

intervalo ente 0 e 768 reais mês dada à existência de 4,31 pessoas nestes domicílios e da

8 Sob esse aspecto, a distribuição de renda do trabalho metropolitano da PME é mais concentrada do que a da Pnad nacional em todas as fontes de rendimento.

35

renda de outras fontes fora trabalho representar cerca de 24,2% da renda deste grupo.

Esta é nomeada aqui como Classe E.

A renda dos demais grupos foi definida a partir de pontos focais da distribuição de

renda domiciliar per capita para o período todo da nova Pesquisa Mensal do Emprego

de 2002 a 2006, pois queremos referencias monetárias fixas em termos reais fixas para

ter grupos variáveis9, qual sejam a mediana e o nono decil que dividem a população a

metade, usamos o conceito, mas expressamos o resultado em renda total do domicílio

que está mais em sintonia com os institutos de pesquisa que calculam a classe média

(vide abaixo). A renda do estrato social mais acima que é um grupo de renda mais alta

que os miseráveis, chamada de Classe D, vão da linha de miséria até a mediana do

período todo que corresponde a 214 reais a preços de hoje por pessoa ou 883,7 reais por

domicílio mês. Em suma, a classe D está compreendida entre 768 reais e 1115 de renda

domiciliar total de todas as fontes por mês.

A renda daquela que chamamos de nova classe média, configurada pelo grupo de Classe

C vai da mediana de renda de todo período até a linha que separa os 10% mais ricos do

resto da população. Em termos per capita isto corresponde à faixa de 214 reais a 923

reais por pessoa mês. Em termos de renda domiciliar total de todas as fontes a Classe C

está compreendida no intervalo entre 1115 reais a 4807 reais por mês. Este é o intervalo

da Classe média que ocupa o centro da presente análise.

Finalmente, o grupo de Elite formado pelas Classes A e B é dado pelos domicílios cuja

renda domiciliar total de todas as fontes por mês supera o limite superior da classe

média de 4807 reais por mês. Este é o grupo que diferencia mais a concentração de

renda no Brasil frente à de outros países, como os Estados Unidos que não é um país

particularmente igualitário.

9 Apresentamos no site da pesquisa cálculos usando a PNAD e a POF, ambas do IBGE, como referencia.

36

Segue abaixo a classificação por renda domiciliar per capita do trabalho.

Definição das Classes Econômicas

Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho

Inferior SuperiorClasse E 0 142Classe D 142 224Classe Média C 224 967Classe Alta AB 967 -* atualizado a preços de Dezembro de 2008

limites

Só para certificar: a fim de quantificar as faixas, calculamos a renda domiciliar per

capita do trabalho e depois a expressamos em termos equivalentes de renda domiciliar

total de todas as fontes através da PNAD de 2006. A faixa C central está compreendida

entre os R$ 1115 e os R$ 4561 a preços de hoje na grande São Paulo. As tabelas e os

gráficos, mais abaixo, apresentam os níveis e tendências dessas séries. Começamos com

uma visão panorâmica da evolução da composição populacional entre essas classes de

renda. De maneira geral, após o fim da recessão de 2002-03 observamos um movimento

de ganho de participação dos estratos mais altos AB e C e correspondnete diminuição

dos segmentos mais baixos D e E. É interessante notar que este movimento persiste até

o final das séries em dezembro de 2008. Ou seja, um ano e meio após o anúncio da

primeira onda de tremores financeiros nos EUA e três meses e meio após o agravamento

destes tremores em meados de setembro de 2008. Há algumas diferenças sutis de

movimentos de cada um desses estratos em particular no período recente que precisam

ser detalhadas, senão vejamos:

TABELA 3 – A Estrutura das Classes Econômicas

Renda per Capita do Trabalho – 15 a 60 anos de idade (6 Regiões Metropolitanas brasileiras)

Classe AB Classe C Classe D Classe E

MM MM MM MM Nível (%) Nível (%) Nível (%) Nível (%) Nível (%) Nível (%) Variação (%) Nível (%) dez/02 12,00 43,22 15,24 29,54

dez/03 10,66 11,12 42,99 42,36 16,40 16,35 29,95 30,17

dez/04 11,66 11,58 47,57 44,38 15,50 16,41 25,27 27,62

dez/05 13,18 12,40 46,72 46,08 16,60 17,03 23,50 24,49

dez/06 14,07 13,30 49,98 48,23 14,86 15,69 21,09 22,79

dez/07 14,76 14,15 51,88 50,24 14,14 14,90 19,22 20,71

dez/08 15,33 15,20 53,81 52,32 13,18 14,02 17,68 18,46 Obs: Média Móvel de 12 meses encerrada no período

Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.

37

CLASSE C: A NOVA CLASSE MÉDIA

O grupo que atingia 43,22% da população no começo da série (dezembro de 2002),

passa para 53.81%, de acordo com a última observação disponível (dezembro de 2008),

configurando um aumento de 24,55% da importância da classe C. Se fixarmos o período

inicial para depois da instabilidade de 2002 e da recessão de 2003, a classe média

atingia 42.99% da população em dezembro de 2003 e sobe cerca de 25,17% até o último

mês de 2008. Se abrirmos o período pós-crise, observamos, entre setembro e dezembro

de 2008, um crescimento de 1,24% acima do crescimento populacional deste grupo de

referência. Esse aumento supera inclusive aqueles observados no mesmo período em

todos os anos, à exceção de 2004. Ou seja, o crescimento da Classe C ainda não foi, até

final de 2008, afetado pela crise anunciada.

TABELA 4 – Classe C

Classe C (A Nova Classe Média) 6 Regiões Metropolitanas Brasil - Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA)

Nível TAXA (%) - Dez TAXA (%) - Média Ano TAXA (%) - Set2002 43,22 43,02 43,082003 42,99 42,36 42,722004 47,57 44,38 45,812005 46,72 46,08 46,292006 49,98 48,23 50,142007 51,88 50,24 51,402008 53,81 52,32 53,15

Variação VARIAÇÃO (%) VARIAÇÃO (%) VARIAÇÃO (%)frente a referencia ano anterior Dez a Dez Médias Anuais Set a Dez

2002 0,322003 -0,53 -1,55 0,632004 10,65 4,79 3,842005 -1,79 3,82 0,932006 6,98 4,65 -0,322007 3,80 4,18 0,932008 3,72 4,13 1,24

Variação Relativa VARIAÇAO ACUM Dez (%) VARIAÇAO ACUM Média Ano (%) DIF DA VARIAÇAO Set a Dez (%)frente referencia em 2008 Ref: Nível Dez 2008 Ref: Media Ano 2008 Ref: Variação Set a Dez 2008

2002 24,50 21,60 382,112003 25,17 23,51 196,482004 13,12 17,87 32,322005 15,18 13,53 133,682006 7,66 8,48 -389,142007 3,72 4,13 132,972008 0,00 0,00 100,00

Obs: * em 2002 se refere a media de março de 2002 a fevereiro de 2003

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

38

GRÁFICO 10 - Participação da Classe C (%)

Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.

GRÁFICO 11 - Participação da Classe C (%)

Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.

Evolução da Classe C - Média Móvel de 12 MesesPopulação entre 15 e 60 anos

Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual

40

42

44

46

48

50

52

54

fev/

03

abr/

03

jun/

03

ago/

03

out/0

3

dez/

03

fev/

04

abr/

04

jun/

04

ago/

04

out/0

4

dez/

04

fev/

05

abr/

05

jun/

05

ago/

05

out/0

5

dez/

05

fev/

06

abr/

06

jun/

06

ago/

06

out/0

6

dez/

06

fev/

07

abr/

07

jun/

07

ago/

07

out/0

7

dez/

07

fev/

08

abr/

08

jun/

08

ago/

08

out/0

8

dez/

08

Evolução da C (A Nova Classe Média)População entre 15 e 60 anos

Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual

40

42

44

46

48

50

52

54

mar

/02

mai

/02

jul/0

2se

t/02

nov/

02ja

n/03

mar

/03

mai

/03

jul/0

3se

t/03

nov/

03ja

n/04

mar

/04

mai

/04

jul/0

4se

t/04

nov/

04ja

n/05

mar

/05

mai

/05

jul/0

5se

t/05

nov/

05ja

n/06

mar

/06

mai

/06

jul/0

6se

t/06

nov/

06ja

n/07

mar

/07

mai

/07

jul/0

7se

t/07

nov/

07ja

n/08

mar

/08

mai

/08

jul/0

8se

t/08

nov/

08

39

CLASSE AB

Voltando agora às classes A e B. Tomadas conjuntamente, observamos que, em

dezembro de 2002, 12% da população estavam nesta faixa AB. Após 6 anos, esse

percentual atinge 15,33%, configurando um aumento de 19.46% da importância do

grupo, refletindo complementaridade com o período de bonança da classe C. Note que

este grupo chega a cair para 10,66% após a recessão de 2003 (queda de -11,17%).

Agora, a Classe AB, ao contrário da Classe C, começa sofrer os efeitos dos choques

recentes caindo -0,65% entre setembro e dezembro de 2008, enquanto no mesmo

período dos dois anos anteriores os aumentos superaram os 3%. De maneira geral a

classe AB encontra-se hoje em um ponto de inflexão. É cedo para dizer que a curva

seguirá em trajetória de sino (um U invertido), ou em formato de S.

TABELA 5 - Classes A e B

Classe AB6 Regiões Metropolitanas Brasil - Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA)

Nível TAXA (%) - Dez TAXA (%) - Média Ano TAXA (%) - Set2002 12,00 12,54 12,922003 10,66 11,12 11,052004 11,66 11,58 12,292005 13,18 12,40 12,832006 14,07 13,30 13,562007 14,76 14,15 14,292008 15,33 15,20 15,43

Variação VARIAÇÃO (%) VARIAÇÃO (%) VARIAÇÃO (%)frente a referencia ano anterior Dez a Dez Médias Anuais Set a Dez

2002 -7,122003 -11,17 -11,27 -3,532004 9,38 4,13 -5,132005 13,04 7,01 2,732006 6,75 7,30 3,762007 4,90 6,39 3,292008 3,86 7,41 -0,65

Variação Relativa VARIAÇAO ACUM Dez (%) VARIAÇAO ACUM Média Ano (%) DIF DA VARIAÇAO Set a Dez (%)frente referencia em 2008 Ref: Nível Dez 2008 Ref: Media Ano 2008 Ref: Variação Set a Dez 2008

2002 27,75 21,23 9,102003 43,81 36,62 18,362004 31,48 31,21 12,642005 16,31 22,62 -23,762006 8,96 14,27 -17,232007 3,86 7,41 -19,702008 100,00

Obs: * em 2002 se refere a media de março de 2002 a fevereiro de 2003

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

40

GRÁFICO 12 - Participação das Classes A e B (%)

Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.

GRÁFICO 13 - Participação das Classes A e B (%)

Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.

Evolução da Classe AB - Média Móvel de 12 MesesPopulação entre 15 e 60 anos

Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual

10

11

12

13

14

15

16

fev/

03

abr/

03

jun/

03

ago/

03

out/0

3

dez/

03

fev/

04

abr/

04

jun/

04

ago/

04

out/0

4

dez/

04

fev/

05

abr/

05

jun/

05

ago/

05

out/0

5

dez/

05

fev/

06

abr/

06

jun/

06

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06

out/0

6

dez/

06

fev/

07

abr/

07

jun/

07

ago/

07

out/0

7

dez/

07

fev/

08

abr/

08

jun/

08

ago/

08

out/0

8

dez/

08

Evolução da Classe ABPopulação entre 15 e 60 anos

Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual

10

11

12

13

14

15

16

mar

/02

mai

/02

jul/0

2se

t/02

nov/

02ja

n/03

mar

/03

mai

/03

jul/0

3se

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nov/

03ja

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mar

/04

mai

/04

jul/0

4se

t/04

nov/

04ja

n/05

mar

/05

mai

/05

jul/0

5se

t/05

nov/

05ja

n/06

mar

/06

mai

/06

jul/0

6se

t/06

nov/

06ja

n/07

mar

/07

mai

/07

jul/0

7se

t/07

nov/

07ja

n/08

mar

/08

mai

/08

jul/0

8se

t/08

nov/

08

41

CLASSE D

Notamos um comportamento mais errático da classe D ao longo do tempo vis a vis as

demais classes econômicas aqui definidas. Como conseqüência a participação do grupo

na população fica mais ou menos constante na comparação dos extremos da série: passa

de 15,24 % em dezembro de 2002 para 14,86% em dezembro de 2006. A trajetória de

queda relativa do grupo fica definida a partir de junho de 2005, espelhando de maneira

inversa trajetória ascendente da Classe C, o outro grupo intermediário analisado, a partir

deste ponto. De meados de 2007 em diante a classe D atinge sucessivos níveis mínimos

atingindo 13,18% em dezembro de 2008. Neste sentido o período de choques externos

parece retirar pessoas da classe D. A trajetória da Classe D na fase do agravamento da

crise externa é marcadamente negativa caindo 2,51% no período setembro a dezembro

de 2008. Resta analisar a evolução da classe E para sabermos se as pessoas estão

caindo, subindo ou ambas da classe D durante a fase de choques externos.

TABELA 6 - CLASSE D Classe D6 Regiões Metropolitanas Brasil - Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA)

Nível TAXA (%) - Dez TAXA (%) - Média Ano TAXA (%) - Set2002 15,24 15,47 15,592003 16,41 16,35 16,192004 15,50 16,41 16,632005 16,60 17,03 17,172006 14,86 15,69 15,172007 14,14 14,90 14,672008 13,18 14,02 13,52

Variação VARIAÇÃO (%) VARIAÇÃO (%) VARIAÇÃO (%)frente a referencia ano anterior Dez a Dez Médias Anuais Set a Dez

2002 -2,252003 7,68 5,69 1,362004 -5,55 0,38 -6,792005 7,10 3,78 -3,322006 -10,48 -7,91 -2,042007 -4,85 -5,00 -3,612008 -6,79 -5,89 -2,51

Variação Relativa VARIAÇAO ACUM Dez (%) VARIAÇAO ACUM Média Ano (%) DIF DA VARIAÇAO Set a Dez (%)frente referencia em 2008 Ref: Nível Dez 2008 Ref: Media Ano 2008 Ref: Variação Set a Dez 2008

2002 -13,52 -9,35 112,022003 -19,68 -14,23 -185,072004 -14,97 -14,56 37,012005 -20,60 -17,67 75,752006 -11,31 -10,60 123,062007 -6,79 -5,89 69,612008 100,00

Obs: * em 2002 se refere a media de março de 2002 a fevereiro de 2003

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

42

GR

ÁF

ICO

14 - Participação da C

lasse D (%

)

Fo

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: CP

S/IB

RE

/FG

V, co

m ba

se n

os m

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IBG

E.

GR

ÁF

ICO

15 - Participação da C

lasse D (%

)

Evolução da C

lasse DP

opulação entre 15 e 60 anosR

enda Dom

iciliar Per C

apita do Trabalho - H

abitual

13.0

14.0

15.0

16.0

17.0

18.0

19.0

mar/02mai/02jul/02

set/02nov/02jan/03

mar/03mai/03jul/03

set/03nov/03jan/04

mar/04mai/04jul/04

set/04nov/04jan/05

mar/05mai/05jul/05

set/05nov/05jan/06

mar/06mai/06jul/06

set/06nov/06jan/07

mar/07mai/07jul/07

set/07nov/07jan/08

mar/08mai/08jul/08

set/08nov/08

F

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Evolução da C

lasse DP

opulação entre 15 e 60 anosR

enda Dom

iciliar Per C

apita do Trabalho - H

abitual

13.0

14.0

15.0

16.0

17.0

18.0

19.0

mar/02mai/02

jul/02set/02nov/02jan/03

mar/03mai/03

jul/03set/03nov/03jan/04

mar/04mai/04

jul/04set/04nov/04jan/05

mar/05mai/05

jul/05set/05nov/05jan/06

mar/06mai/06

jul/06set/06nov/06jan/07

mar/07mai/07

jul/07set/07nov/07jan/08

mar/08mai/08

jul/08set/08nov/08

43

CLASSE E

A base da distribuição de renda formada pela classe E correspondia a 29,54 % da

população em dezembro de 2002 caindo para 17,68 % no final da série. A trajetória de

queda relativa do grupo fica definida desde o início de 2004. Na fase do agravamento da

crise externa é marcadamente negativa caindo 1,23% no período setembro a dezembro

de 2008, é a segunda maior queda se compararmos com as variações entre setembro e

dezembro de todos os anos.

TABELA 7 - Classe E

Classe E 6 Regiões Metropolitanas Brasil - Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA)

Nível TAXA (%) - Dez TAXA (%) - Média Ano TAXA (%) - Set2002 29,54 28,97 28,412003 29,95 30,17 30,042004 25,27 27,62 25,272005 23,50 24,49 23,702006 21,09 22,79 21,132007 19,22 20,71 19,642008 17,68 18,46 17,90

Variação VARIAÇÃO (%) VARIAÇÃO (%) VARIAÇÃO (%)frente a referencia ano anterior Dez a Dez Médias Anuais Set a Dez

2002 3,982003 1,39 4,14 -0,302004 -15,63 -8,45 0,002005 -7,00 -11,34 -0,842006 -10,26 -6,93 -0,192007 -8,87 -9,15 -2,142008 -8,01 -10,84 -1,23

Variação Relativa VARIAÇAO ACUM Dez (%) VARIAÇAO ACUM Média Ano (%) DIF DA VARIAÇAO Set a Dez (%)frente referencia em 2008 Ref: Nível Dez 2008 Ref: Media Ano 2008 Ref: Variação Set a Dez 2008

2002 -40,15 -36,28 -30,902003 -40,97 -38,81 410,232004 -30,04 -33,162005 -24,77 -24,62 145,642006 -16,17 -19,00 649,252007 -8,01 -10,84 57,472008 100,00

Obs: * em 2002 se refere a media de março de 2002 a fevereiro de 2003

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

44

GRÁFICO 16 - Participação da Classe E (%)

Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.

GRÁFICO 17 - Participação da Classe E (%)

Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.

Evolução da Classe E - M. Móvel de 12 MesesPopulação entre 15 e 60 anos

Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual

18

20

22

24

26

28

30

32

fev/

03

abr/

03

jun/

03

ago/

03

out/0

3

dez/

03

fev/

04

abr/

04

jun/

04

ago/

04

out/0

4

dez/

04

fev/

05

abr/

05

jun/

05

ago/

05

out/0

5

dez/

05

fev/

06

abr/

06

jun/

06

ago/

06

out/0

6

dez/

06

fev/

07

abr/

07

jun/

07

ago/

07

out/0

7

dez/

07

fev/

08

abr/

08

jun/

08

ago/

08

out/0

8

dez/

08

Evolução da Classe EPopulação entre 15 e 60 anos

Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual

16

18

20

22

24

26

28

30

32

mar

/02

mai

/02

jul/0

2se

t/02

nov/

02ja

n/03

mar

/03

mai

/03

jul/0

3se

t/03

nov/

03ja

n/04

mar

/04

mai

/04

jul/0

4se

t/04

nov/

04ja

n/05

mar

/05

mai

/05

jul/0

5se

t/05

nov/

05ja

n/06

mar

/06

mai

/06

jul/0

6se

t/06

nov/

06ja

n/07

mar

/07

mai

/07

jul/0

7se

t/07

nov/

07ja

n/08

mar

/08

mai

/08

jul/0

8se

t/08

nov/

08

45

CLASSE ABC

Um problema da classe C é que ela é por excelência uma classe intermediária, de forma

que sua ascenção pode significar tanto progresso se são as classes D ou E que perdem

espaço, como pode significar regressão se forem as Classes A ou B que basicamente

ganharem parcelas da população. A fim de contornar esta indeterminação agregamos a

classe C os demais estratos superiores, constituindo a chamada classe ABC para efeito

de análise. Neste caso um aumento desta classe significa inequivocamente melhora dos

padrões de renda da sociedade em questão. Outro problema é a determinação da linha

de corte que alguns podem considerar baixo ou alto à semelhança do processo de

fixação da linha de pobreza.

TABELA 8 - Classe ABC Classe ABC6 Regiões Metropolitanas Brasil - Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA)

Nível TAXA (%) - Dez TAXA (%) - Média Ano TAXA (%) - Set2002 55,22 55,56 56,002003 53,65 53,48 53,772004 59,23 55,97 58,102005 59,90 58,48 59,122006 64,05 61,53 63,702007 66,64 64,39 65,692008 69,14 67,51 68,58

Variação VARIAÇÃO (%) VARIAÇÃO (%) VARIAÇÃO (%)frente a referencia ano anterior Dez a Dez Médias Anuais Set a Dez

2002 -1,392003 -2,84 -3,74 -0,222004 10,40 4,65 1,942005 1,13 4,48 1,322006 6,93 5,21 0,552007 4,04 4,66 1,452008 3,75 4,85 0,82

Variação Relativa VARIAÇAO ACUM Dez (%) VARIAÇAO ACUM Média Ano (%) DIF DA VARIAÇAO Set a Dez (%)frente referencia em 2008 Ref: Nível Dez 2008 Ref: Media Ano 2008 Ref: Variação Set a Dez 2008

2002 25,21 21,52 -58,632003 28,87 26,24 -365,892004 16,73 20,63 41,982005 15,43 15,45 61,892006 7,95 9,73 148,612007 3,75 4,85 56,462008 100,00

46

GRÁFICO 18 - Participação da Classe ABC (%)

Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.

GRÁFICO 19 - Participação da Classe ABC (%)

Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.

Evolução da Classe ABC - Média Móvel de 12 MesesPopulação entre 15 e 60 anos

Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual

50

52

54

56

58

60

62

64

66

68

70

fev/

03

abr/

03

jun/

03

ago/

03

out/0

3

dez/

03

fev/

04

abr/

04

jun/

04

ago/

04

out/0

4

dez/

04

fev/

05

abr/

05

jun/

05

ago/

05

out/0

5

dez/

05

fev/

06

abr/

06

jun/

06

ago/

06

out/0

6

dez/

06

fev/

07

abr/

07

jun/

07

ago/

07

out/0

7

dez/

07

fev/

08

abr/

08

jun/

08

ago/

08

out/0

8

dez/

08

Evolução da Classe ABCPopulação entre 15 e 60 anos

Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual

50

52

54

56

58

60

62

64

66

68

70

mar

/02

mai

/02

jul/0

2se

t/02

nov/

02ja

n/03

mar

/03

mai

/03

jul/0

3se

t/03

nov/

03ja

n/04

mar

/04

mai

/04

jul/0

4se

t/04

nov/

04ja

n/05

mar

/05

mai

/05

jul/0

5se

t/05

nov/

05ja

n/06

mar

/06

mai

/06

jul/0

6se

t/06

nov/

06ja

n/07

mar

/07

mai

/07

jul/0

7se

t/07

nov/

07ja

n/08

mar

/08

mai

/08

jul/0

8se

t/08

nov/

08

47

PME EM BASES SEMANAIS

Apresentamos a título de ilustração a média móvel de quatro semanas da particpação

das classes extremas do nosso espectro de estratos econômicos analisados, quais sejam

as classes E a ABC ao longo do último ano. Os dados demonstram claro movimento de

melhora de estratos sociais ao longo das 52 semanas do ano, mesmo após o advento do

agravamento da crise externa em setembro de 2008.

GRÁFICO 20

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

Evolução da Classe E - Média Móvel de 4 SemanasPopulação entre 15 e 60 anos

Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual

17,0

17,5

18,0

18,5

19,0

19,5

20,0

Jane

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1

Jane

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1

Fev

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Mar

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1

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Mai

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3

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1

Junh

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3

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1

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sem

3

Ago

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Ago

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1

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Out

ubro

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Nov

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1

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3

Dez

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sem

1

Dez

embr

o -

sem

3

GRÁFICO 21

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

Evolução da Classe ABC - Média Móvel de 4 SemanasPopulação entre 15 e 60 anos

Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual

65

66

67

68

69

70

Jane

iro -

sem

1

Jane

iro -

sem

3

Fev

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sem

1

Fev

erei

ro -

sem

3

Mar

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1

Mar

ço -

sem

3

Abr

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sem

1

Abr

il -

sem

3

Mai

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1

Mai

o -

sem

3

Junh

o -

sem

1

Junh

o -

sem

3

Julh

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sem

1

Julh

o -

sem

3

Ago

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Ago

sto

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m 3

Set

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sem

1

Set

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3

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Out

ubro

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Nov

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1

Nov

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sem

3

Dez

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sem

1

Dez

embr

o -

sem

3

48

Neri (2001) observa que no período 1998-99 chamado de crise de desemprego

metropolitana, a face mais visível desta crise foi um incremento de cerca de dois pontos

de porcentagem na taxa de desemprego da antiga PME. A análise desagregada em bases

semanais similar à usada aqui da inflexão observada na taxa de desemprego identifica a

passagem da última semana de dezembro de 1997 para a primeira semana de janeiro de

1998 como a data em que o aumento da taxa se materializou. O final de ano é marcado

pela vendas de natal, emprego no comércio e pela postergação da busca de trabalho

pelos desempregados para o ano novo onde um novo ciclo se inicia não só para os

trabalhadores como para as empresas. Este ponto se deu cerca de três meses após o

aumento da taxa de juros adotado como reação a crise asiática. Este ponto pode ser

importante para nosso problema em mãos uma vez que falamos de defasagens e

períodos entre os dois episódios. Isto significa que deveríamos estar atentos para a

passagem para a próxima semana seguinte a da amostra disponível.

49

6. MOVIMENTOS INDIVIDUAIS ENTRE CLASSES ECONÔMICAS

A PME usa a metodologia de painel rotativo que busca colher informações nas mesmas

residências nos meses t, t+1 , t+2 , t+3 , t+12 , t+13 , t+14 , t+15, perfazendo um total

de oito entrevistas distribuídas ao longo de um período de 16 meses. A abordagem

inicial usada aqui consiste em calcular as probabilidades de transição para dentro e para

fora dos quatro grupos da sociedade, bem como de não-transição entre estes grupos,

entre pares de observação das mesmas pessoas doze meses a parte, iniciados em Março

de 2002. O último dos grupos analisados começa em dezembro de 2007 e termina em

janeiro de 2008. O aspecto longitudinal dos dados de renda familiar per capita do

trabalho nos fornecerá a evidência empírica básica sobre o padrão de mobilidade social

observado na prática.

DESTINOS SOCIAIS

Abrimos os destinos das transições de cada estrato econômico por ano. Na última linha

da tabela apresentamos as informações de 2007/2008 abertas para os últimos três meses

do ano, a fim de medir possíveis impactos da crise na transição entre as classes. Mais

uma vez, 2004 e 2008 se destacam nas estatísticas, com apenas 59,5% e 59,91% da

classe E que continuam classe E um ano após a primeira observação (coletada em 2003

e 2007, respectivamente). Esta estatística cai para 58,5% se restringirmos ao período

pós-crise e cresce para 60,31% no pré. De um modo geral, 2008 se destaca mais pelas

transições da classe E em direção as outras classes D e C, enquanto a presença relativa

das transições em relação à classe, acompanhando o mesmo indivíduo durante 1 ano.

Quando analisamos o extremo oposto, aqueles que estavam situados inicialmente na

classe AB começam a apresentar um crescimento negativo de -0,65% entre setembro e

dezembro de 2008. Ela vinha crescendo muito fortemente e agora começa a perder

espaço em termos relativos e absolutos. A classe C apresenta continuidade de

crescimento, já que o movimento de ascensão dos grupos D e E não foi interrompido, o

que acontece é uma agregação a esse grupo de pessoas vindas da classe AB. Analisamos

aqui a transição para dentro e fora dos diferentes grupos de renda para os quatro grupos

de renda. O leitor está convidado a analisar as mudanças de classes sociais em períodos

pré e pós-crise através das matrizes abaixo. Essas informações estão disponíveis por

50

diferentes grupos sócio-demográficos no Panorama de Mobilidade Social disponível no

site da pesquisa.

TABELA 9 - Matriz de Destinos - (quem era Classe E inicialmente)

Mobilidade Anual

Classe E Classe D Classe C Classe AB

2002 61.47 16.80 18.18 3.55

2003 59.50 18.64 18.34 3.52

2004 61.16 19.07 17.12 2.65

2005 64.10 18.00 16.07 1.83

2006 63.31 18.48 16.12 2.09

2007 59.91 17.60 19.00 3.49

2007 - Jan a Set 60,31 17,76 18,42 3,52007 - Out a Dez 58.54 17.06 20.95 3.45

Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA)

Final - 1 ano após

Inic

ial

TABELA 10 - Matriz de Destinos - (quem era Classe D inicialmente)

Mobilidade Anual

Classe E Classe D Classe C Classe AB

2002 32,31 36,49 30,45 0,75

2003 23,31 39,93 36,15 0,62

2004 21,54 43,33 34,56 0,57

2005 18,92 41,49 38,91 0,68

2006 16,54 45,2 37,7 0,55

2007 16.17 43.18 40.03 0.63

2007 - Jan a Set 15,98 43,77 39,65 0,612007 - Out a Dez 16.80 41.18 41.32 0.69

6 Regiões Metropolitanas BrasilRenda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA)

Final - 1 ano após

Inic

ial

TABELA 11 - Matriz de Destinos - (quem era Classe C inicialmente)

Mobilidade Anual

Classe E Classe D Classe C Classe AB

2002 12,31 12,18 70,26 5,25

2003 7,99 9,61 76,02 6,38

2004 6,46 10,2 77,01 6,33

2005 5,52 7,83 80,14 6,51

2006 5,18 7,15 81,51 6,15

2007 4.86 7.07 81.67 6.40

2007 - Jan a Set 4,97 6,99 81,6 6,442007 - Out a Dez 4.54 7.32 81.86 6.28

Final - 1 ano após

6 Regiões Metropolitanas BrasilRenda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA)

Inic

ial

51

TABELA 12 - Matriz de Destinos - (quem era Classe AB inicialmente)

Mobilidade Anual

Classe E Classe D Classe C Classe AB

2002 8,5 1,15 25,47 64,88

2003 5,38 0,75 20,21 73,66

2004 2,77 0,47 17,06 79,7

2005 3,16 0,47 16,26 80,11

2006 2,96 0,39 14,32 82,34

2007 3.20 0.43 16.93 79.44

2007 - Jan a Set 2,86 0,37 15,8 80,972007 - Out a Dez 4.20 0.60 20.21 74.99

Inic

ial

6 Regiões Metropolitanas BrasilRenda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA)

Final - 1 ano após

Panorama de Mobilidade

Disponibilizamos no site da pesquisa um Panorama de Mobilidade Social que permite

obter a proporção de indivíduos que entram e saem de cada classe econômica, por

diferentes características sócio-econômicas. As informações geradas na tabela permitem

obter as probabilidades de transições para diferentes classes econômicas. Para isso,

escolha o período (anual ou crise) e a classe inicial de análise. Para comparar mais de

um período, utilize a tecla Ctrl.

52

7. ANÁLISE DOS IMPACTOS DA CRISE NOS SETORES CRÍTICOS

Fazemos agora durante o período de agravamento de crise pós-setembro de 2008 um

zoom nos segmentos potencialmente mais afetados (i.e., financeiro e imobiliário,

indústria, formal). O fato dos setores financeiro e imobiliário compartilharem do mesmo

código de atividade econômica permite dar densidade aos setores que mais

desaceleraram nos EUA, função da chamada crise do sub-prime. Todos estes segmentos

são candidatos naturais, pois além de terem sido afetados nos paises desenvolvidos, são

aqueles onde o mecanismo de transmissão de choques do exterior para o Brasil se dá de

maneira mais direta através do comércio exterior e das transações financeiras. Senão

vejamos:

SÉRIES DE TEMPO

As séries temporais mensais e respectivas médias móveis de doze meses dos setores

críticos selecionados e apresentados abaixo evidenciam alguma queda no último ou dois

últimos meses do ano, mas sem implicar em grandes alterações na fase de choques

externos.

53

GRÁFICOS 22 a 25

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME

Proporção de Ocupados FormaisPopulaçao de 15 a 60 anos

30

31

32

33

34

35

36

37

38

mar

/02

mai

/02

jul/0

2

set/0

2

nov/

02

jan/

03

mar

/03

mai

/03

jul/0

3

set/0

3

nov/

03

jan/

04

mar

/04

mai

/04

jul/0

4

set/0

4

nov/

04

jan/

05

mar

/05

mai

/05

jul/0

5

set/0

5

nov/

05

jan/

06

mar

/06

mai

/06

jul/0

6

set/0

6

nov/

06

jan/

07

mar

/07

mai

/07

jul/0

7

set/0

7

nov/

07

jan/

08

mar

/08

mai

/08

jul/0

8

set/0

8

nov/

08

Proporção de Ocupados com Carteira de Trabalho Assi nadaPopulaçao de 15 a 60 anos

24

25

26

27

28

29

30

31

32

mar

/02

mai

/02

jul/0

2

set/0

2

nov/

02

jan/

03

mar

/03

mai

/03

jul/0

3

set/0

3

nov/

03

jan/

04

mar

/04

mai

/04

jul/0

4

set/0

4

nov/

04

jan/

05

mar

/05

mai

/05

jul/0

5

set/0

5

nov/

05

jan/

06

mar

/06

mai

/06

jul/0

6

set/0

6

nov/

06

jan/

07

mar

/07

mai

/07

jul/0

7

set/0

7

nov/

07

jan/

08

mar

/08

mai

/08

jul/0

8

set/0

8

nov/

08

Crise Agravamento

Crise Início

Crise Agravamento

Crise Início

Proporção de Ocupados na IndústriaPopulaçao de 15 a 60 anos

10

11

11

12

12

mar

/02

mai

/02

jul/0

2

set/0

2

nov/

02

jan/

03

mar

/03

mai

/03

jul/0

3

set/0

3

nov/

03

jan/

04

mar

/04

mai

/04

jul/0

4

set/0

4

nov/

04

jan/

05

mar

/05

mai

/05

jul/0

5

set/0

5

nov/

05

jan/

06

mar

/06

mai

/06

jul/0

6

set/0

6

nov/

06

jan/

07

mar

/07

mai

/07

jul/0

7

set/0

7

nov/

07

jan/

08

mar

/08

mai

/08

jul/0

8

set/0

8

nov/

08

Crise Agravamento

Crise Início

Proporção de Ocupados no Setor Financeiro e Imobili árioPopulaçao de 15 a 60 anos

7

8

8

9

9

10

10

11

11

mar

/02

mai

/02

jul/0

2

set/0

2

nov/

02

jan/

03

mar

/03

mai

/03

jul/0

3

set/0

3

nov/

03

jan/

04

mar

/04

mai

/04

jul/0

4

set/0

4

nov/

04

jan/

05

mar

/05

mai

/05

jul/0

5

set/0

5

nov/

05

jan/

06

mar

/06

mai

/06

jul/0

6

set/0

6

nov/

06

jan/

07

mar

/07

mai

/07

jul/0

7

set/0

7

nov/

07

jan/

08

mar

/08

mai

/08

jul/0

8

set/0

8

nov/

08

Crise Agravamento

Crise Início

54

GRÁFICOS 26 a 29

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME

Proporção de Ocupados FormaisMédia Móvel de 12 Meses

Populaçao de 15 a 60 anos

30

31

32

33

34

35

36

37

38

fev/

03

abr/

03

jun/

03

ago/

03

out/0

3

dez/

03

fev/

04

abr/

04

jun/

04

ago/

04

out/0

4

dez/

04

fev/

05

abr/

05

jun/

05

ago/

05

out/0

5

dez/

05

fev/

06

abr/

06

jun/

06

ago/

06

out/0

6

dez/

06

fev/

07

abr/

07

jun/

07

ago/

07

out/0

7

dez/

07

fev/

08

abr/

08

jun/

08

ago/

08

out/0

8

dez/

08

Proporção de Ocupados com Carteira de Trabalho Assi nadaMédia Móvel de 12 Meses

Populaçao de 15 a 60 anos

24

25

26

27

28

29

30

31

32

fev/

03

abr/

03

jun/

03

ago/

03

out/0

3

dez/

03

fev/

04

abr/

04

jun/

04

ago/

04

out/0

4

dez/

04

fev/

05

abr/

05

jun/

05

ago/

05

out/0

5

dez/

05

fev/

06

abr/

06

jun/

06

ago/

06

out/0

6

dez/

06

fev/

07

abr/

07

jun/

07

ago/

07

out/0

7

dez/

07

fev/

08

abr/

08

jun/

08

ago/

08

out/0

8

dez/

08

Crise Agravamento

Crise Início

Crise Agravamento

Crise Início

Proporção de Ocupados na IndústriaMédia Móvel de 12 Meses

Populaçao de 15 a 60 anos

10,0

10,5

11,0

11,5

12,0

fev/

03

abr/

03

jun/

03

ago/

03

out/0

3

dez/

03

fev/

04

abr/

04

jun/

04

ago/

04

out/0

4

dez/

04

fev/

05

abr/

05

jun/

05

ago/

05

out/0

5

dez/

05

fev/

06

abr/

06

jun/

06

ago/

06

out/0

6

dez/

06

fev/

07

abr/

07

jun/

07

ago/

07

out/0

7

dez/

07

fev/

08

abr/

08

jun/

08

ago/

08

out/0

8

dez/

08

Crise Agravamento

Crise Início

Proporção de Ocupados no Setor Financeiro e Imobili árioMédia Móvel de 12 Meses

Populaçao de 15 a 60 anos

7

8

8

9

9

10

10

11

11

fev/

03

abr/

03

jun/

03

ago/

03

out/0

3

dez/

03

fev/

04

abr/

04

jun/

04

ago/

04

out/0

4

dez/

04

fev/

05

abr/

05

jun/

05

ago/

05

out/0

5

dez/

05

fev/

06

abr/

06

jun/

06

ago/

06

out/0

6

dez/

06

fev/

07

abr/

07

jun/

07

ago/

07

out/0

7

dez/

07

fev/

08

abr/

08

jun/

08

ago/

08

out/0

8

dez/

08

Crise Agravamento

Crise Início

55

COMPARAÇÕES DINÂMICAS DE DISTRIBUIÇÃO DE RENDA

BREVE DIGRESSÃO METODODOLÓGICA

Como vimos a PME também nos permite acompanhar a trajetória da renda de um

mesmo individuo e sua família por curtos intervalos de tempo10. Este caráter

longitudinal nos permite analisar de forma desagregada as mudanças de renda de um

mesmo indivíduo entre dois pontos no tempo. Nesse contexto, a ampliação do critério

de melhora de Pareto pode ser aplicada diretamente sem lançarmos mão de hipóteses

com anonimato ou de não-ocorrência de inversões de ranking. Estas hipóteses são

necessárias quando se trabalha com comparação de dados estáticos mais usuais oriundas

de cortes transversais puros tipo PNAD (Vide Neri e Considera (1996) e Fields (2000)).

A opção adotada aqui foi plotar a distribuição cumulativa das mudanças de renda

domiciliar per capita real da população dos setores críticos versus da população total.

Mais especificamente, plotamos a razão entre rendas domiciliares per capita reais do

trabalho (isto é, um mais a taxa de variação das rendas)11 observadas entre dois pares de

meses iniciados em 2007 e terminados 12 meses depois.

O gráfico evidencia que a distribuição das variações de renda domiciliar per capita real

do conjunto de pessoas entre 15 e 60 anos de idade domina estocasticamente em

primeira ordem a distribuição correspondente a do setor crítico selecionado, nesse caso

o setor financeiro. Ou seja, qualquer percentil da distribuição de variantes da renda real

da população mais abrangente apresenta melhora sempre superior ao correspondente

percentil da distribuição de variantes da renda real dos setores financeiro e imobiliário

tomados conjuntamente12. Os gráficos demonstram visualmente que qualquer percentil

da distribuição das taxas de variação de renda das pessoas no setor financeiro e

imobiliário passa a ser dominada pelo do conjunto de pessoas da população apenas em

dezembro com marcado descolamento da parte superior das curvas. Note que o mesmo

não acontece em novembro ou qualquer um dos meses considerados anteriormente. Isto

10 O processo de geração da base de dados longitudinais aqui utilizados bem como a avaliação de vieses de seletividade e erros de mensuração de renda são empreendidos em Neri (1996). 11 A aplicação de taxas de variação ou logaritmos nos obriga a restringir a amostra aos indivíduos com renda positiva. Essa limitação é particularmente problemática na PME, pois o primeiro decil de renda per capita apresenta renda nula. 12 Anotem que a distribuição cumulativa do gráfico 2 está com o eixo invertido em relação à representação usual de funções distributivas cumulativas.

56

é sinal que houve uma deterioração relativa deste setor frente aos demais considerados

em dezembro mais não antes. Ou seja, podemos dizer de maneira inequívoca que o

conjunto de pessoas que estavam inicialmente no setor financeiro em 2007 obteve

resultado pior que as demais no período de 12 meses encerrado em dezembro de 2008,

cerca de 55% de pessoas no setor financeiro experimentaram quedas de rendas

familiares no período de 12 meses. Ou seja, estamos medindo diretamente quantos

indivíduos faltam para atingirmos a situação até certo ponto utópica de que todos os

membros de um determinado grupo melhoraram. Falta mais para isso do que para a

situação onde todos pioraram. Isto é sinal de que a crise começou a se espalhar mais

neste setor. A aplicação de condições de dominância estocástica de segunda ordem a

partir da distribuição acumulada da variação da renda entre centésimos mantém o

mesmo resultado. Apresentamos no apêndice o conjunto de evidencias aqui citados.

Posteriormente rejeitamos as condições de primeira e depois de segunda ordem as

comparações de renda entre o total e as pessoas pertencentes inicialmente aos demais

setores críticos selecionados antes da crise leia-se indústria, formal privado e formal em

geral. Em suma, através desta metodologia podemos dizer que o setor financeiro

descolou do resto da economia no final do ano, mas os demais setores críticos não. Num

certo sentido é como o setor financeiro descasa das tendências internas e se aproxima

das condições do sistema financeiro e imobiliário em outros países atraído pelos efeitos

dos choques externos

57

GRÁFICOS 30 e 31 - DISTRIBUIÇÃO CUMULATIVA DE RENDA

Setor Financeiro / Imobiliário versus Total NOV 2007 / 2008 DEZ 2007 / 2008

0.20.30.40.50.60.70.80.9

11.11.21.31.41.51.61.71.81.9

22.1

3 6 9 12 15 18 21

24 27 30 33

36 39 42 45 48

51 54 57 60 63

66 69 72 75 78

81 84 87 90

93 96 99

TOTAL FINANCEIRO e IMOBILIÁRIO

0.20.30.40.50.60.70.80.9

11.11.21.31.41.51.61.71.81.9

22.1

3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99

TOTAL FINANCEIRO e IMOBILIÁRIO

GRÁFICOS 32 e 33 - DISTRIBUIÇÃO CUMULATIVA DA VARIAÇÃO DE RENDA

Setor Industrial NOV 2007 / 2008 DEZ 2007 / 2008

0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1

1.1

3 6 9 12 15 18 21 24 27 30

33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69

72 75 78 81 84 87 90 93 96

99

TOTAL INDÚSTRIA

0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1

1.1

3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99

TOTAL INDÚSTRIA

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

58

EXERCÍCIOS MULTIVARIADOS

Apresentamos no apêndice uma série de exercícios sobre probabilidades de transição

entre classes sociais extremas onde a interpretação é mais simples e direta controladas

por atributos, tais como educação, sexo, raça, idade, tamanho de família e região. A

pergunta-chave aqui é se com a crise houve uma piora relativa durante o período de

crise de pessoas com características iguais em alguns setores críticos vis a vis os demais

setores. Os modelos estimados estão detalhados no apêndice e foram acoplados a um

simulador que permite a cada uma testar o impacto de características sobre algumas

transições em particular aquelas em direção a classe E a da classe ABC. Em termos

qualitativos observamos que: i) as pessoas nos setores críticos apresentaram

movimentos mais intensos a segmentos de maior renda que pessoas iguais nos mais

setores (menos E para cima e mais ABC para baixo), ii) a variável crise identificada

como dummy temporal referente aos períodos de janeiro a setembro (pré-crise) e

outubro a dezembro (pós-crise) indica deterioração pós crise. iii) Por outro lado, a crise

afeta relativamente mais adversamente os setores críticos. Este é captado pelo termo

interativo na regressão. No apêndice há outras variáveis setoriais disponíveis para este

tipo de teste de diferença em diferença.

Regressão Logística Período Janeiro a Dezembro de 2007 – Observações Individuais 12 meses a parte

15 a 60 - Era classe E no primeiro período Modelo Geral + interação (setor financeiro * crise)

financ Sim -0.1691 0.0032 2837.28 ** 0.84444

financ zNão 0.0000 0.0000 . 1.00000

crise Crise -0.0886 0.0013 4965.74 ** 0.91524

crise zNao crise 0.0000 0.0000 . 1.00000

financ*crise Sim*sim 0.1509 0.0061 603.46 ** 1.16290

financ*crise Sim*não 0.0000 0.0000 . 1.00000

financ*crise zNão*sim 0.0000 0.0000 . 1.00000

financ*crise zNão*não 0.0000 0.0000 . 1.00000

* Estatisticamente significante ao nível de confiança de 90% . ** Estatisticamente significante ao nível de confiança de 95% .

Fonte: CPS/FGV através do processamento dos microdados da PME/IBGE

59

PARALELO ENTRE CRISES EXTERNAS

A PNAD-IBGE nos permite ampliar o foco da análise de indicadores sociais baseados

em renda. Primeiro, por cobrir a quase totalidade do território brasileiro. Segundo, por

abarcar todas as fontes de renda percebidas pelos diversos membros dos domicílios. A

limitação maior da PNAD é a defasagem com que os dados pesquisados são

conhecidos. Durante as crises externas entre 1996 e 1999, a renda domiciliar per capita

média13, deflacionada pelo INPC do IBGE, caiu à taxa de 1.37% a.a. A proporção de

miseráveis caiu 0.57% a.a., perfazendo em 1999. Deve-se frisar que de maneira

surpreendente, dada a forma como o debate tem sido conduzido, a miséria brasileira não

subiu no período 1996-99. A maior amplitude da PNAD permitiu restringir

paulatinamente o seu escopo para elementos cobertos nas pesquisas de mercado de

trabalho metropolitanas divulgadas mensalmente. Em primeiro lugar, diminuindo o

escopo geográfico dos indicadores para o nível metropolitano: a renda caiu 3.22% a.a. e

a miséria sobe 1.85% a.a.. Finalmente, ao restringirmos o conceito de renda somente

àquela proveniente do trabalho nas áreas metropolitanas, a miséria baseada apenas na

renda do trabalho das seis regiões metropolitanas aumentou 4.22 % a.a. e a renda, neste

mesmo universo, caiu 4.6% a.a. No período 1996-99, quando usamos indicadores

sociais baseados em pesquisas mais ágeis de mercado de trabalho como a PME-IBGE

(PED-SEADE) tendemos a superestimar a deterioração das condições de vida

brasileiras. Isto porque a onda do final de crises externas do final dos anos 90 atingiu

então mais fortemente o trabalho metropolitano (em particular, o paulistano) do que

outras fontes de renda ou áreas geográficas. Foi mais uma crise de desemprego, em

particular metropolitano e menos uma crise de fontes de renda alternativas ou áreas

geográficas e muito menos, uma crise de pobreza a nível nacional.

13 Isto é, a soma de renda de todos os membros da família, divididas pelo número total de membros. Este conceito nos permite incorporar desempregados, ocupados sem-pagamento e – por que não? - crianças à análise.

60

COMPARAÇÕES INTERNACIONAIS

Depois do fim da recessão de 2003, o Brasil vinha apresentando até 2006, uma situação

em que crescia mais aceleradamente do que nas chamadas décadas perdidas, porém

menos do que os demais paises emergentes, ou desenvolvidos. Corríamos atrás do

crescimento das economias centrais em especial das emergentes como Índia e China.

Desde então, o PIB brasileiro e as demais estatísticas econômicas começam fechar a

distancia de crescimento frente ao contexto internacional. Mantemos o ritmo de

crescimento ao passo que as demais economias passaram por marcada desaceleração.

Apresentamos a seguir algumas estimativas recentes sobre o PIB brasileiro no intuito de

situar os avanços do país frente a outras localidades do mundo no contexto atual de

crise. Os gráficos abaixo foram elaborados a partir de informações coletadas ao fim da

revista britânica The Economist e mostram que o Brasil começa a subir no ranking

internacional de crescimento do PIB ano a ano. O país que ocupava em 2007 a 30ª

posição no ranking de 43 países passou para o 22º já em 2008. Nas projeções divulgadas

pela revista em janeiro de 2009, somos o 11º e mais recentemente, a partir de

informações coletadas em fevereiro, ocupamos o 8º lugar do ranking.

Apresentamos no anexo 4 outras estimativas de crescimento do PIB com base nos

calculo do International Monetary Fund, World Economic (Abril 2008).

61

GRÁFICO 34 - Crescimento do Produto Interno Bruto por países – 2007 e 2008

Fonte (The Economist)

PIB 2007

PIB 2008

0.0

2.0

4.0

6.0

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10.0

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62

GRÁFICO 35- Crescimento do Produto Interno Bruto por países – Projeções para 2009

Fonte (The Economist)

PIB 2009 - Janeiro x Projeção de 2009

PIB 2009 - Fevereiro x Projeção de 2009

-4.0

-2.0

0.0

2.0

4.0

6.0

8.0

10.0

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4.0

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10.0

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64

8. A VOLTA E A REVIRAVOLTA DA CARTEIRA DE TRABALHO

O que é ser de Classe C? Comprar computador, celular, carro ou casa financiada,

contrair crédito em geral e produtivo em particular, virar conta-própria ou empregador,

contribuir para previdenciária complementar, colégio privado para os filhos. Se sairmos

daquelas iniciadas com C temos ainda diploma universitário, plano de saúde, seguro de

vida. Mas de todas esssas alternativas, a volta da carteira de trabalho, talvez seja o

elemento simbólico e substantivamente mais representativo de ressurgimento de uma

nova classe média brasileira. Em outros países como a Índia ser classe média é aspirar,

montar um negócio, no Brasil é conseguir um emprego com carteira que dá direito a,

previdência social e a uma série de benenefícios indiretos (compulsórios ou voluntários

(vale-transporte, ticket refeição, crédito consignado etc)), mas acima de tudo a

estabilidade de renda (FGTS, seguro-desemprego e multa por demissão). Esta aspiração

pela carteira de trabaho tem raízes históricas e culturais fortes em nosso país.

Um passo importante é analisar a evolução do emprego formal no país. Esta informação

é particularmente importante, já que como dissemos o emprego com carteira assinada é

uma das fortes aspirações dos segmentos mais pobres que aspiram subir a classe média.

Nesse contexto, as informações mais recentes são conflitantes. Num único ano (2008)

atingimos recordes históricos mensais de geração e destruição de empregos. Com 309

mil empregos gerados em apenas um mês, chegamos ao recorde da série histórica em

junho de 2008. Por outro lado, em dezembro do mesmo ano, atingimos o recorde de

destruição (-655 mil postos de trabalho). Analisando o último ano como um todo, até o

mês de setembro, as estatísticas eram bastante positivas (média de 232 mil novas vagas

mensais), quando a partir daí começa a desacelerar, atingindo patamares negativos nos

dois últimos meses. Resultado: fechamos 2008 com 1.458.807 novos postos de trabalho,

que apesar de alto, registra patamar inferior ao apresentado em 2004 (1.532.815) e 2007

(1.631.157).

65

GRÁFICO 36- Geração Líquida de Empregos

Geração Líquida de Empregos Formais

Fonte: CPS/FGV a partir do CAGED / M T E

-654,946

183,067 282,841

-700,000

-500,000

-300,000

-100,000

100,000

300,000

500,000

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12_2

002

09_2

002

06_2

002

03_2

002

Crise Agravamento

Crise Início

GRÁFICO 37- Geração Líquida de Empregos Acumulado de 12 Meses

Geração Líquida de Empregos Formais

Fonte: CPS/FGV a partir do CAGED / M T E

1,458,807

1,631,157

1,240,5931,264,178

1,532,415

658,340770,727

0

200,000

400,000

600,000

800,000

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1,200,000

1,400,000

1,600,000

1,800,000

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008

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005

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004

12_2

003

12_2

002

Crise AgravamentoCrise

Início

66

TABELA 13 - Geração Líquida de Empregos

Brasil

Vamos agora apresentar os dados desagregados espacialmente. Fizemos um zoom nas 6

principais regiões metropolitanas cobertas pela PME de forma a nos permitir

contextualizar os resultados recentes da PME dentro do contexto nacional do emprego

formal. De maneira geral, a participação relativa na geração de empregos totais vem

crescendo na área, atingindo em 2008, 591,2 mil novas vagas, cerca de 40,5% do total

criado, maior proporção da série histórica (desde 1992). Em 2003 esse percentual era de

apenas 24,8%. Olhando para a trajetória da área ao longo dos anos, observamos um

boom em 2007 (640 mil novos postos), caindo para 591 mil agora em 2008. Assim

como nas estatísticas nacionais, a região também vinha apresentando no último ano uma

trajetória ascendente até setembro, quando atinge o recorde de toda série (110 mil em

apenas um mês), e depois desacelera no último trimestre (-105 mil só em dezembro).

Empregos Gerados - Saldo LíquidoBrasil

Nível Empregos - Dez Empregos - Soma Ano Empregos - Set2002 -248,544 764,167 167,9472003 -297,358 658,340 162,5452004 -351,294 1,532,415 200,3822005 -285,613 1,264,178 190,3192006 -316,378 1,240,593 177,6752007 -318,286 1,631,157 252,2242008 -654,946 1,458,807 282,841

frente a referencia ano anterior Dez a Dez Anuais Set a Dez2002 -4164912003 -48,814 -105,827 -459,9032004 -53,936 874,075 -551,6762005 65,681 -268,237 -475,9322006 -30,765 -23,585 -494,0532007 -1,908 390,564 -570,5102008 -336,660 -172,350 -937,787

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

NÍVEL

DIFERENÇA (EMPREGOS GERADOS)

67

GRÁFICO 38- Geração Líquida de Empregos

Geração Líquida de Empregos Formais

Fonte: CPS/FGV a partir do CAGED / M T E

47,566 172,240

-550,000

-450,000

-350,000

-250,000

-150,000

-50,000

50,000

150,000

250,000

350,000

12_2

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06_2

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09_2

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06_2

007

03_2

007

12_2

006

09_2

006

06_2

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03_2

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005

09_2

005

06_2

005

03_2

005

12_2

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09_2

004

06_2

004

03_2

004

12_2

003

09_2

003

06_2

003

03_2

003

12_2

002

09_2

002

06_2

002

03_2

002

6 REGIÕES METROPOLITANAS PME OUTRAS REGIÕES

Crise Agravamento

Crise Início

GRÁFICO 39

Geração Líquida de Empregos Formais (Média Móvel de 12 Meses)

Fonte: CPS/FGV a partir do CAGED / M T E

65,937

44,992

0

20,000

40,000

60,000

80,000

100,000

120,000

12_2

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09_2

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03_2

008

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007

09_2

007

06_2

007

03_2

007

12_2

006

09_2

006

06_2

006

03_2

006

12_2

005

09_2

005

06_2

005

03_2

005

12_2

004

09_2

004

06_2

004

03_2

004

12_2

003

09_2

003

06_2

003

6 REGIÕES METROPOLITANAS PME OUTRAS REGIÕES

Crise Agravamento

Crise Início

68

GRÁFICO 40 Geração Liquida de Empregos (Acumulado em 12 Meses)

Geração Líquida de Empregos Formais

Fonte: CPS/FGV a partir do CAGED / M T E

591,256640,027

490,990514,180437,436

163,330195,799

870,624

982,557

752,092761,994

1,065,848

491,628

578,635

0

200,000

400,000

600,000

800,000

1,000,000

1,200,000

12_2

008

12_2

007

12_2

006

12_2

005

12_2

004

12_2

003

12_2

002

6 REGIÕES METROPOLITANAS PME OUTRAS REGIÕES

Crise AgravamentoCrise

Início

Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base no CAGED/ M T E.

TABELA 14 - Geração Líquida de Empregos

6 Regiões Metropolitanas Brasil

Empregos Gerados - Saldo Líquido6 Regiões Metropolitanas Brasil

Nível Empregos - Dez Empregos - Soma Ano Empregos - Set2002 -45,550 192,572 53,0102003 -52,924 163,330 46,8282004 -26,657 437,436 61,1712005 -26,056 514,180 70,6152006 -26,725 490,990 63,7242007 -8,527 640,027 91,0402008 -105,430 591,256 110,386

frente a referencia ano anterior Dez a Dez Anuais Set a Dez2002 -985602003 -7,374 -29,242 -99,7522004 26,267 274,106 -87,8282005 601 76,744 -96,6712006 -669 -23,190 -90,4492007 18,198 149,037 -99,5672008 -96,903 -48,771 -215,816

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

NÍVEL

DIFERENÇA (EMPREGOS GERADOS)

69

Nas próximas tabelas apresentamos um quadro geral da evolução nas seis principais

metrópoles cobertas pela PME.

TABELA 15 - Geração Liquida de Empregos

TOTAL TOTAL RM

PME RECIFE SALVADOR BELO

HORIZON R DE

JANEIRO SAO PAULO PORTO ALEGRE

2008 1,458,807 588,183 39,949 22,035 64,749 115,087 312,177 34,186

2007 1,631,157 648,600 32,188 30,255 80,461 111,370 355,697 38,629

2006 1,240,593 488,501 22,571 14,967 81,559 82,068 267,856 19,480

2005 1,264,178 502,159 25,279 36,057 62,798 78,125 286,811 13,089

2004 1,532,415 466,567 22,683 23,824 55,240 72,338 240,715 51,767

2003 658,340 163,922 2,957 5,746 25,620 41,022 73,212 15,365

2002 770,727 192,092 12,252 16,401 27,961 47,630 75,901 11,947

TOTAL 8,556,217 3,050,024 157,879 149,285 398,388 547,640 1,612,369 184,463

habitantes 183,305,600 47,437,230 3,639,847 3,397,757 4,960,258 11,682,332 19,666,573 4,090,463 Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base no CAGED/ M T E.

TABELA 16 - Geração Liquida de Empregos (% em Relação ao Total de Empregos Formais Gerados no país)

TOTAL TOTAL RM

PME RECIFE SALVADOR BELO

HORIZON R DE

JANEIRO SAO PAULO PORTO ALEGRE

2008 100.00 40.32 2.74 1.51 4.44 7.89 21.40 2.34

2007 100.00 39.76 1.97 1.85 4.93 6.83 21.81 2.37

2006 100.00 39.38 1.82 1.21 6.57 6.62 21.59 1.57

2005 100.00 39.72 2.00 2.85 4.97 6.18 22.69 1.04

2004 100.00 30.45 1.48 1.55 3.60 4.72 15.71 3.38

2003 100.00 24.90 0.45 0.87 3.89 6.23 11.12 2.33

2002 100.00 24.92 1.59 2.13 3.63 6.18 9.85 1.55

TOTAL 100.00 35.65 1.85 1.74 4.66 6.40 18.84 2.16

habitantes 100.00 25.88 1.99 1.85 2.71 6.37 10.73 2.23 Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base no CAGED/ M T E.

70

8. CONCLUSÕES

VISÃO GERAL

O Centro de Políticas Sociais da FGV apresentou dois estudos recentes que colocaram

no mapa a Nova Classe Média, leia-se a família de Classe C que ganha entre R$ 1115 e

R$ 4807 por mês a preços de hoje da Grande São Paulo. Ao contrário de análises da

distribuição da parcela relativa de cada grupo na renda total, nos fixamos na parcela da

população que está dentro de determinados parâmetros de renda fixados para todo o

período. A presente abordagem é similar àquela de pobreza absoluta; só que estamos

preocupados também com outras fronteiras, como aquelas que determinam a entrada na

classe C e a saída deste grupo para a classe A&B. Fazendo uma analogia, na análise

distributiva relativa, estamos num gráfico de pizza de tamanho fixo de 100%, onde para

um grupo ganhar, outro tem de diminuir. Na análise aqui utilizada, além da dança

distributiva, o tamanho de pizza pode mudar. O que está por trás disso, é que além

daqueles com renda mais baixa terem se apropriado de uma maior parcela relativa da

pizza (a redução da desigualdade), a mesma aumentou de tamanho (o crescimento).

Passou, digamos, de um tamanho brotinho para média. Neste estudo, dividimos as

pessoas pela quantidade de pizza apropriada por cada um.

A Classe C seria a verdadeira classe média brasileira. Àqueles que se acham meio ricos

nos parâmetros que usamos, aconselhamos, pedagogicamente, usar o simulador

disponibilizado no site da pesquisa anterior http://www.fgv.br/cps/desigualdade/ para

ver qual a porcentagem da população está abaixo de você. Por exemplo, para quem

sofre os custos de morar na Grande São Paulo e tem quatro pessoas em casa - tamanho

médio dos domicílios na capital da garoa - se a renda total da família desta pessoa era de

R$ 1064 em 2007 (hoje R$ 1115); 45,7% vivem abaixo dela. Este seria o começo da

classe C, vulga nova classe média. Já, se a renda total da família fosse de R$ 4591 (hoje

R$ 4808), esta população teria cerca de 92% dos brasileiros abaixo de si. Bem vindos ao

reino do meio da velha BelÍndia!

A segunda pesquisa da FGV mostrou a emergência da nova classe média como um

fenômeno nacional. Antes do plano Real a mesma atingia menos de um terço da

população brasileira: 30,9% em 1993 passaram a 36,5% em 1995 (e também em 2003),

71

chegando a 47,1% em 2007. No nosso primeiro estudo a classe média atingia 51,89% da

população nas seis principais regiões metropolitanas em abril de 2008, tendo crescido

6,2% no último ano e 22% nos últimos 4 anos. No segundo estudo, o primeiro com os

microdados a última PNAD do IBGE, a Nova Classe Média atingia 47,1% da população

brasileira em outubro de 2007, data da pesquisa. Nas metrópoles brasileiras a nova

classe média era 50,4%. Ao projetarmos o crescimento de 6,2% dos últimos 12 meses

da primeira pesquisa com a abrangência nacional da segunda pesquisa, temos que 50%

da população brasileira estão na Nova Classe Média, ou seja, 93,8 milhões de

brasileiros no dia de hoje. Daqui a um ano quando os resultados da PNAD 2008 que

acabou de sair do campo se tornar público poderemos tirar a prova da pizza.

AVANÇOS E CHOQUES

Após a recessão de 2003, o Brasil passou a apresentar crescimento mais acelerado,

superior ao apresentado em anos anteriores, as chamadas décadas perdidas. Mesmo

assim, ainda eram inferiores ao crescimento dos demais países emergentes, ou

desenvolvidos. O mundo estava numa era de crescimento de ouro, e embora com

progressos internos, o Brasil perdia participação no bolo de renda mundial. Neste

período era comum comparar o crescimento tupiniquim com o do Haiti. Quando

observamos os dados mais recentes, percebemos ganho relativo do Brasil frente a outros

países no ranking internacional de crescimento do PIB. Apesar do país não estar crescer

mais, os outros estão desacelerando. Em 2007, entre 43 países cobertos nas tabelas

encontradas ao fim da revista britânica The Economist, o Brasil ocupava a 30ª posição.

No mesmo ranking para o ano 2008, se tornou 21o. Projeções divulgadas em fevereiro

sobre a taxa de crescimento esperada em 2009 apontam o 8o lugar. É interessante

perceber que nas mesmas projeções realizadas em janeiro, portanto um mês antes, o

Brasil era o 11o lugar no ranking. Ele subiu mantendo a mesma projeção inicial de

crescimento para 2009, ou seja, o Brasil está melhorando relativamente, subindo no

ranking, não porque estamos crescendo mais, mas porque estamos conseguindo manter

o crescimento ao contrário dos outros paises. Mal comparando é como naquelas

memoráveis corridas de Ayrton Senna, ou mesmo mais recente e modestamente do

Rubinho Barrichello, o brasileiro embora mais lento parecesse andar relativamente

melhor que os outros debaixo das chuvas e trovoadas de uma crise internacional.

72

Apresentamos ao longo dos nossos estudos diferentes indicadores que apontam a

melhora no poder de compra dos brasileiros. Nas grandes metrópoles, o aumento

acumulado desde 2004 das classes C e AB são 26% e 42%, respectivamente, com

correspondente redução da participação das classes D e E. Isto já havia sido bem

documentado para o quatriênio 2004 a 2007 na nossa pesquisa anterior. A presente

pesquisa estende o período de análise até o final de 2008, fechando o ano gregoriano das

séries de classes de renda. A classe C – a classe média emergente – continuou em

expansão de 3,7% comparando os extremos de 2008, atingindo em dezembro taxa de

53,8% nas seis maiores regiões metropolitanas do país. As classes A e B também

ficaram 3,9% maiores no período, com queda das classes D e E de -6,8% e 8%,

respectivamente.

Os dados mais recentes, captados pós-crise indicam existência de pessoas que estavam

no topo da distribuição e agora estão caindo com maior força do que vinha caindo até

então. A classe AB que crescia muito fortemente começa a perder espaço em termos

relativos e absolutos, iniciando um movimento de refluxo da expansão acelerada dos

últimos anos (queda de -0,65% entre setembro e dezembro de 2008). Em relação à

classe C, é mantida a taxa de crescimento observada anteriormente (1,24% entre

setembro e dezembro de 2008) e as classes E e D continuam em queda (-2,51% e -

1,23%, respectivamente). Sendo assim, a ascensão à classe C não foi interrompida, o

que acontece é uma agregação a essa de pessoas vindas da classe AB, ou seja, aumento

da classe C e redução dos extremos dos estratos sociais.

Outro exercício interessante disponibilizado aqui é a leitura das trajetórias das pessoas

entre diferentes estratos econômicos. Traçados a partir do status inicial e com dados que

acompanha as mesmas pessoas ao longo do tempo, a instabilidade no topo da

distribuição de renda, onde os sinais da crise ficaram mais visíveis. A pesquisa

demonstra que no período antes do agravamento da crise, a cada 100 pessoas que

estavam na classe AB, 19 caiam um ano depois para classes mais baixas. Depois da

crise este número sobe para 25, ou seja, 6 pessoas a mais. Comparação similar de quem

estava inicialmente na classe C não revela qualquer tipo de alteração nos movimentos

de saída das pessoas deste segmento frente aos anos anteriores.

73

A crise parece afetar mais os mais ricos, sejam dentro do país captados pelas transições

entre as classes econômicas, ou entre os países através dos mais desenvolvidos. A

desigualdade está caindo fortemente no mundo e no Brasil agora, principalmente se

incorporarmos as perdas financeiras aos fluxos de renda medidos. É uma

desconcentração não pelos bons motivos, mas pelo fato dos mais pobres estarem, em

geral, perdendo menos que os mais ricos.

O Brasil tem apresentado algumas diferenças em relação a outros países. Até mesmo,

pelo tipo de choque (que afeta mais os setores de renda alta), estão mais vinculados aos

canais de origem e propagação de impacto da crise aqueles que trabalham no setor

financeiro (ou aqueles que perderam dinheiro no mercado financeiro), pessoas que

trabalham no setor industrial ou o setor exportador. Esses claramente estão perdendo. A

boa noticia é que esses setores são menos importantes no Brasil do que em outros

países. A pesquisa confirma impactos adversos nesses setores (abastados, mas pequenos

do ponto de vista populacional aqui). Isso não era visto como uma virtude, e não era,

mas hoje em dia está virtude. A economia brasileira é relativamente fechada e regulada

financeiramente, ela fica mais protegida contra choques financeiros, choques externos,

de exportação, etc. O trabalhador brasileiro comum está mais protegido do que o

trabalhador brasileiro ocupado em setores modernos. Até mesmo a indústria que nas

metrópoles ocupa 12% dos ocupados, caiu em dezembro, mas já está voltando a crescer

agora, em janeiro. De qualquer forma, a dinâmica da indústria não é tão importante em

termos de impactos diretos no emprego e na geração de renda, quanto o setor serviços,

por exemplo.

O mercado interno brasileiro tem se mantido relativamente aquecido. Destaco aqui, a

ascensão prévia da classe C, a nova classe média brasileira. Surpreende é que a partir de

2007 quando já havia crises anunciadas no horizonte, a conjuntura do Brasil foi boa. A

partir de setembro de 2008, observamos uma mudança de estágio da crise mais forte lá

fora, no entanto, apesar de observarmos alguns sinais localizados, a economia brasileira

está se mantendo de alguma forma aquecida. É impossível ser um otimista absoluto,

mas sim um otimista relativo de que a crise irá nos afetar menos em relação aos outros

países.

74

AMORTECEDORES

O diferencial brasileiro fundamental é a pujança do mercado interno. No Brasil a classe

C e mesmo a classe ABC vem crescendo depois do agravamento da crise. O nosso

mercado interno, simbolizado pela nova classe média, será fundamental na fase de

ajustamento que a bússula de 99 entre 100 economistas aponta. O livro de Keynes de

1936 foi inspirado não no caso geral mas numa economia em depressão, onde o lado

curto era a demanda. Já o artigo Como pagar a Guerra? do mesmo Keynes de 1940 lida

com o problema oposto: a falta de capacidade de oferta. Parodiando o “somos todos

monetaristas agora” de Franco Modigliani, “estamos todos keynesianos”, no cenário de

escassez de demanda de hoje. Agora entre o abrir e o tapar buracos que fazem a

macroeconomia mover, citados por Keynes, pode-se enterrar canos provedores de

saneamento básico. As políticas inconscientemente keynesianas de Getúlio em 1932 -

citadas por Marcelo de Paiva Abreu - do colher e queimar estoques de café irrigava toda

economia, mas com mais intensidade na oligarquia rural. Por exemplo, como favorecer

hoje o investimento, a acumulação de capital e a produção dos segmentos mais pobres.

Olhando para a nova demanda agregada há algumas partes mais e outras menos

interessantes do ponto de vista de eficiência e de equidade sejam na perspectiva de

curto, ou de longo prazo. Como dizia Keynes entre a taça e os lábios há vários

percalços. Dependendo do cenário traçado, o copo de demanda a ser tragado nos

mercados consumidores pela nova classe média brasileira, estará meio cheio, ou meio

vazio.

O Brasil vem trilhando o que se pode chamar o caminho do meio. Isto é, não

apresentava a velocidade do crescimento dos tigres asiáticos, mas as características de

um país-baleia, embora equilibrado estivesse visivelmente fora dos padrões de

excelência reformistas internacionais. Uma baleia que por ter ficado encalhada durante

as duas décadas e meia perdidas e ter desencalhado apenas após 2004 goza de certa

relutância em perder o momento das autoridades brasileiras. Mesmo após o

agravamento da crise internacional todas as declarações das autoridades no Brasil têm

sido no sentido de não perder a inércia do momento que como dissemos passou

incólume aos mais de um ano de crise anunciada. As reservas externas brasileiras de

quase duzentos bilhões de dólares ao início do agravamento da crise funcionam como

75

uma gordura a mais que pode ser queimada em caso de necessidade, prevenindo a

ocorrência de ataques especulativos. Somos grandes exportadores de alimentos que por

serem produtos de primeira necessidade tendem a continuar a ser consumidos nos paises

exportadores durante suas crises.

A nossa demografia com grande parte da população ainda em idade ativa tende a

atenuar os impactos fiscais sobre o sistema previdenciário. Mais do que isso temos uma

população jovem disposta a produzir, mais otimista em relação ao presente e ao futuro

do que o dinheiro no bolso justificaria. Cuja atitude para o consumo tem sido

impulsionada por um governo (federal) teimosamente otimista. Nossa população foi

ensinada ao curso de sucessivos repiques da inflação e planos de estabilização frustrada,

da chegada e da partida de inúmeras crises externas a se adaptar a mudanças adversas

que há bonança depois da tempestade.

Fora a punjança do mercado consumidor interno e das reservas internacionais. Há

outros fatores amortecedores dos impactos da crise externa no Brasil. Apesar da

abertura crescente e do crescimento do crédito recentes o Brasil ainda se encontra pouco

vulnerável a estes canais de transmissão. Pois ainda somos uma economia fechada e

pouco alavancada financeiramente.

O desempenho brasileiro no período de franca expansão internacional após a recessão

americana de 2001 a 2003 pode ser chamado de baixo crescimento com redução de

desigualdade. O período seguinte até meados de 2007 apesar de crescimento mais

acelerado pode entrar na mesma classificação pelo menos em termos relativos. Já a

pujança do período que vai até o terceiro trimestre de 2008 com o PIB crescendo a 6,3%

surpreende pelo desaquecimento internacional em curso.

INSTRUMENTOS

O Brasil que estava fora do modelito internacional se encaixa como uma luva na

situação atual quando reservas e gorduras são valorizadas. Nossas ineficiências e

iniqüidades se transformam em virtudes prospectivas. A nossa carga tributária que

vinha crescendo como a cintura de um cidadão de meia-idade garantia um superávit

fiscal primário.A carga fiscal no Brasil subia quase um ponto de porcentagem por ano

76

seguindo quase a risca a sina daqueles pós 40 que não se cuidam um quilo por ano. Hoje

com a relação dívida pública/PIB cadente dos últimos anos (apesar dos juros reais altos)

estamos longe do que se pode chamar de armadilha fiscal. Da mesma forma que a alta

taxa de juros brasileira pode ser reduzida ao contrário da americana que está próxima do

piso mínimo de zero, há impostos que podem ser reduzidos. O exemplo da redução

localizada do IPI dos automóveis e seus impactos sobre a produção de automóveis é um

exemplo deste potencial de recuperação. Nosso prévio excesso de regulação financeira

se torna uma vantagem comparativa nas circunstancias atuais. Não apresentamos

marcada fragilidade financeira pois fizemos antes um PROER nos bancos privados.

Numa época quando a palavra estatização do sistema financeiro se tornou a solução,

temos um sistema financeiro público não só estabelecido como saneado. A nossa

inflação também apresentava algum sinal de excesso de demanda o que seria

inevitavelmente desaquecido por ação do Banco Central será pela ação da propagação

da crise.

Qual o país do mundo que dispõe de uma rede de proteção social similar a do Bolsa-

Família. Que injeta poder de compra nas mãos dos segmentos mais pobres do Brasil

com alta propensão a consumir. Mais do que isso que pode ser regulado numa situação

de falta de demanda como a de hoje.

Não existe programa de transferência de renda no Brasil mais bem focalizado que o

Bolsa-Família e seus antecessores (Bolsa-Escola, Bolsa Alimentação etc). No sentido de

cada real transferido reduzir mais a pobreza. Por exemplo, cada real gasto no Bolsa-

Família tem 2,5 vezes mais chance de chegar ao pobre que cada real gasto com o

reajuste do salário mínimo na previdência. Além disso agora o mundo hoje está

keynesiano no sentido de que falta demanda agregada deve ser combatida. Esta opção

implica não só em combater a pobreza mas destinar recursos aonde a propensão

de gastar este dinheiro é mais alta. Ainda há uma espécie de bônus de injetar moeda

onde a moeda como instrumento financeiro é mais escasso gerando um efeito

lubrificador na demanda, que compensa em parte o efeito da contração de crédito em

curso. Agora como se quer gastar mais dinheiro em transferência de renda para aliviar a

pobreza e manter a economia mais aquecida, a expansão do Bolsa Família parece uma

medida adequada.

77

O Brasil dispõe de instrumentos de política pública a disposição mais presente que em

outros países para além do Bolsa-Família. O aumento do salário mínimo não tem o

mesmo efeito na base da distribuição, mas tem um efeito direto sobre demanda. O

Brasil tem esses instrumentos de injeção de demanda que operam rapidamente

dependendo de decisões administrativas diretas. O problema é que a maior presença do

estado de gastos públicos de hoje via transferências de renda são em larga medida

permanentes como é o aumento do salário mínimo dado a garantia constitucional e o

envelhecimento da população e talvez pareçam excessivos quando sairmos da situação

de contração econômica mundial ora em curso. Na linguajem keynesiana é preciso se

fazer uma sintonia fina na demanda agregada. Devemos evitar decisões que não poderão

ser revertidas quando o cenário econômico externo ou doméstico mudar.

Um instrumento que vai nessa linha de compensar choques transitórios é o próprio

PAC, que talvez não fizesse muito sentido quando foi lançado como um plano de

aquecimento da economia (apenas como repositor da necessária estrutura logística do

país), já que a economia brasileira estava muito aquecida no chamado apagão de mão de

obra. Hoje em dia o PAC é visto como uma espécie de New Deal de Roosevelt,

recebendo inesperado ganho de capital, numa época em que as perdas são freqüentes e

comparações com a Grande Depressão americana começam a se tornar lugar comum. O

Brasil criou um New Deal antes que o risco de depressão fosse sequer anunciado.

Àqueles que achavam que o Brasil estava com sorte há um tempo atrás, eu diria que

sorte temos agora. É como se estivéssemos descoberto um bilhete premiado, não de

loteria, mas de seguro; que não sabíamos que tínhamos comprado.

Nossa política pública, nunca se caracterizou por uma política liberal de fazer reformas

de última geração, mas tem respeitado as regras de mercado. Os Consensos de Brasília

sempre diferiram com os de Washington em grau mas por outro lado Lula não é Hugo

Chavez. O Brasil vem seguindo um caminho do meio. Esse caminho do meio se encaixa

bem na crise atual. O Brasil está conseguindo nesse caminho do meio um desempenho

relativamente melhor que outros países do que vinha tendo até então. Em economia

abertas os choques são mais fortes. Não parece que isso seja uma decisão de

planejamento de política deliberada, mas a nossa história pregressa e sucessivas

decisões nos levaram a uma situação que é relativamente mais confortável em épocas de

choques externos adversos.

78

AGENDA DE POLÍTICAS

O presidente Lula disse recentemente que o Brasil está indo relativamente bem apesar

da crise antes mesmo de “colocar Pelé em campo”. Com isso ele quis dizer implementar

a redução da Selic, a taxa de juros básica na economia e ações de redução dos spreads

bancários. Enfatizamos aqui a importância de colocar outro craque mineiro em campo

ao lado do rei do futebol, o velho e bom Tostão. Leia-se política de transferência de

renda direta aos mais pobres. O Bolsa-Família chega aos de menor renda, que

conseqüentemente consomem boa parte da mesma, é uma medida que tem efeito duplo:

é bom em termos equitativos e em termos de aquecimento de demanda, fora o bônus de

lubrificar como transações monetárias a economia de lugares mais remotos,

neutralizando em parte a contração do crédito em curso que afeta as partes mais

sofisticadas do sistema. Isto é, Tostão joga bem sozinho mas ainda faz tabelinha com

Pelé.

Na verdade, podemos a partir dos argumentos acima elencar onze fatores amortecedores

dos impactos da crise externa no Brasil e alguns dos riscos associados. Na metáfora

futebolística estes seriam os craques a serem incorporados ao time brasileiro.

Instrumentos de Defesa e de Ataque:

1. Reservas Internacionais - altas

2. Política de Arrecadação Fiscal

a. Responsabilidade Fiscal Estabelecida

b. Alta Carga Tributária (Pode Cair – Ex:IPI dos automóveis)

Risco: Descontrole quantitativo e qualitativo das contas públicas. Há que se

selecionar as melhores fontes de receita do ponto de vista de eficiência,

equidade e impacto sobre a demanda. Os dois últimos aspectos tendem a

caminhar de mãos dadas.

3. Política Monetária

a. Taxa de Juros Base Alta (Pode Cair)

b. Spreads Alto (Pode Cair)

c. Altos Depósitos Compulsórios (Podem Cair)

d. Instrumento Concorrencial dos Juros Bancos Públicos

79

e. Crédito Consignado (Aposentadorias em Alta e Fronteira dos Demais

Benefícios)

4. Sistema Financeiro

a. Sistema Bancário Privado Regulado e Saneado (Proer)

b. Forte Presença de Bancos Públicos – Saneados e Estabelecidos (Os

países desenvolvidos começam a Estatizar seus bancos falidos onde a

governança e a operação não estão estabelecidas)

5. Economia ainda muito Fechada

6. Exportador de Comida

7. Boa Demografia

8. Adaptabilidade do Brasileiro a Crise

9. Rede de Proteção Social

a. Bolsa-Família Estabelecido (Ex: Crise dos Alimentos aumento dos

Benefícios e Agora Aumento de R$ 17 no Critério de Elegibilidade per

Capita) –

b. Reajuste do Salário Mínimo em 2009 de 6,5% real no piso e próximo de

zero para os demais base –

Risco: Além dos apontados acima tem a questão da permanência. Hoje precisamos

gerar mais demanda agregada se justifica gastar mais mas de maneira mais

transitória não permanente. Estamos todos keynesianos, enfatizando a importância

de usar os instrumentos certos para cada contexto (Sintonia Fina)

10. Mercado Interno em Alta

11. Investimentos Públicos

a. o PAC tem uma dupla função melhorar a logística do país mas ao mesmo tempo

injetar demanda pública no sistema. Uma espécie de New Deal tupiniquim

concebido quando a crise ainda não estava no radar dos economistas.

Em se tratando de futebol é preciso ter em mente que temos um país de 180 milhões de

técnicos de futebol, que durante a crise se transformam em técnicos em economia. Logo

construir uma lista de onze titulares deixa sempre margem para discussão. Não há o

equivalente a um Consenso de Washington. É sempre arriscado discordar do presidente,

o saudoso João Saldanha na Copa de 70 que o diga, mas para mim o verdadeiro Pelé, o

camisa 10 da seleção, é o mercado interno em alta, fazendo dupla de área com o tal

80

Tostão do Bolsa-Família que será totalmente tragado no mercado consumidor. Esta é a

dupla de área que vai ao fim e ao cabo suprir a nossa demanda de gols.

Mais do que trazer os inúmeros craques verde-amarelos que estão fora de campo,

prontos para jogar, é preciso reconhecer que os que estão em campo podem jogar

melhor do que vem fazendo, podem jogar mais sintonizados ao contexto de crise.

Temos ainda evitar o salto alto (lembre-se do fiasco da Copa de 1966 mesmo com Pelé

e Garrincha), mas é preciso acima de tudo adotar um esquema tático que favoreça o

potencial conjunto de talentos brasileiros. Da mesma forma que há dez anos criamos o

tripé mágico na macroeconomia: metas de inflação, câmbio flutuante e responsabilidade

fiscal, que hoje constituem a base de nossa defesa macroeconômica, temos também

inovações isoladas interessantes da área social que tem de ser integradas num único

tripé, a saber: Bolsa-Família, os PAC14 e Ações de Acesso a Mercados dos Produtores

pobres, um verdadeiro ataque de Rs. Na integração destes avanços isolados entre si e

com a linha de defesa macroeconômica contra a crise é que estão os maiores retornos

esperados. O Bolsa-Família criou uma plataforma de prestação de serviços aos mais

pobres que hoje pode fazer a diferença. O Bolsa Família dá de certa forma o pobre aos

mercados consumidores, o que não há nada de errado com isso mas é preciso ir além:

dar o mercado aos mais pobres. Na questão da criação das chamadas "portas de saída"

do Bolsa Família vale a pena atentar uma questão semântica: ao invés de "portas de

saída" do Bolsa-Família, talvez valha mais construtivamente enfatizar portas de

entrada dos pobres aos mercados. Os pobres não precisam ser protegidos dos mercados

mas precisam ser integrados a eles através de ações educacionais, de microcrédito, de

microseguro e de comercialização de seus produtos e serviços. Há algumas experiências

de microcrédito bem sucedidas no Brasil, em particular o Crediamigo do Banco do

Nordeste que é pouco conhecido apesar de ter mais de 2/3 do mercado de microcrédito e

leva a aumento consumo da família do produtor em 28% com inadimplência de menos

14 Na verdade, pode se pensar num quarteto de políticas ao se abrirem os PACs, no Plano de Aceleração do Crescimento original lançado em janeiro de 2007, no vulgo “PAC educacional”, formalmente lançado como Plano de Desenvolvimento Educacional (PDE) que é na nossa opinião a mais promissora política de longo prazo (fixa metas até 2022, ano do bicentenário da independência brasileiro e de Copa do Mundo). Uma espécie de craque do futuro como foi Ronaldinho Fenômeno em 1994 e Ricardo “Kaká” em 2002. Entretanto, além de evitar o termo quadrado mágico que não nos deu muita sorte em 2006, o nosso foco é o curto prazo da crise em curso, concentramos aqui no PAC original. As ações de preservação da formação do capital humano durante os tempos de crise estão bem conectadas as ações do Bolsa Família e de suas condicionalidades educacionais. Estamos realizando pesquisa agora em parceria com a ONG Todos Pela Educação nesta linha.

81

de 1% e sem subsídios públicos. Nós defendemos a colateralizacão das bolsas desde

2002. Estamos mais recentemente caminhando de diversas formas nesta integração do

micro-credito com a plataforma do Bolsa Família.

O trabalho de estratégias de acesso a mercados dos pobres está mais embrionário no

Brasil15 até por bloqueios ideológicos, mas ganha relevância excepcional no momento

atual de escassez de demanda e de políticas anticíclicas. Em particular, falta uma visão

clara sobre dois pontos: 1) As mudanças no interior da economia quem perde e quem

ganha demanda fruto da crise e das ações contra ela (Expansão do Bolsa Família,

Reajuste do salário mínimo, etc). 2) Faltam políticas que permitam aos produtores

nichar a demanda. Não só estudar o que gera demanda mas sobre como a oferta

encontra esta nova demanda. Em suma, a injeção de demanda necessária é o ponto-

chave da sociedade brasileira agora mas talvez estejamos olhando as coisas de maneira

muito agregada (sem enxergar os detalhes dos grupos emergentes e os que

submergentes) e olhando os produtores de maneira passiva (a lógica não é apenas

entregar as pessoas aos mercados (consumidores, crédito) mas de entregar os mercados

as pessoas (produtores)).

Falta integrar a agenda social num esquema que trabalhe mais pela igualdade de

oportunidades (ie. os ativos das pessoas) e menos nos resultados imediatos (i.e., renda).

Note, mais uma vez, que não estamos falando tanto de entregar os pobres aos mercados

consumidores mas de entregar os mercados consumidores aos produtores excluídos

como em uma política de comercialização aos produtores de baixa renda, ou de

microcrédito mas acima de tudo por força da educação de qualidade para todos. Este

processo passa no longo prazo passa pela criação de ações integradas. O tal tripé mágico

na área social mencionado é uma parte essencial do esquema tático.

15 A Unidade de Acesso a Mercados (UAM) do Sebrae foi criada a um par de anos com esta filosofia.

82

9 Bibliografia

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87

ANEXO 1: AVALIAÇÃO REGIONAL

Observamos que as tendências gerais de queda na classe E e aumento das classes ABC

estão presentes em todas as metrópoles brasileiras. De forma geral, a Região

Metropolitana de São Paulo possui os melhores índices em todos os anos, com as mais

baixas taxas indivíduos na classe E, acompanhadas das mais altas proporções de

indivíduos na classe ABC. Enquanto isso, a Região Metropolitana de Belo Horizonte

apresenta o melhor desempenho relativo, angariando novas posições nos rankings de

(menor) classe E e (maior) classe ABC. A seguir detalhamos a evolução desses dois

grupos em cada uma das 6 Regiões Metropolitanas.

Classe E nas Regiões Metropolitanas

Apresentamos a seguir a evolução da classe E nas principais metrópoles brasileiras.

Como podemos observar, quando consideramos o período dos últimos seis anos, todas

as metrópoles apresentam queda acumulada na taxa.

TABELA – Classe E (%)

Anual - Taxa - Classe E

Categoria 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Total 28.74 30.17 27.6 24.49 22.78 20.7 18.46

Região Metropolitana

Recife 46.64 52.26 51.89 42.99 39.15 35.91 34.46

Salvador 38.19 41.97 39.05 32.59 29.99 26.27 24.73

Belo Horizonte 33.32 33.56 28.51 26.03 22.37 20.09 17.53

Rio de Janeiro 31.22 29.38 27.16 25.1 23.59 21.29 19.22

São Paulo 21.9 24 21.7 19.3 18.38 16.83 14.24

Porto Alegre 24.49 27.81 24.25 21.97 21.25 19.93 17.89 Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.

TABELA - Variação (em %) da Classe E

Anual - Taxa - Classe E

Categoria 2008 / 2002

2003 / 2002

2004 / 2003

2005 / 2004

2006 / 2005

2007 / 2006

2008 / 2007

Total -35.77 4.98 -8.52 -11.27 -6.98 -9.13 -10.82

Região Metropolitana

Recife -26.11 12.05 -0.71 -17.15 -8.93 -8.28 -4.04

Salvador -35.24 9.90 -6.96 -16.54 -7.98 -12.40 -5.86

Belo Horizonte -47.39 0.72 -15.05 -8.70 -14.06 -10.19 -12.74

Rio de Janeiro -38.44 -5.89 -7.56 -7.58 -6.02 -9.75 -9.72

São Paulo -34.98 9.59 -9.58 -11.06 -4.77 -8.43 -15.39

Porto Alegre -26.95 13.56 -12.80 -9.40 -3.28 -6.21 -10.24 Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.

88

Região Metropolitana de São Paulo: mantém os menores níveis durante todo o período. Em 2008, a classe E atinge 14,24% da população, queda de 15,39% em relação ao ano anterior, e de 34,98% no acumulado de seis anos.

Região Metropolitana de Belo Horizonte: experimentando o melhor desempenho relativo do período, a proporção cai 47,39% entre 2002 e 2008 (passa de 33,32% para 17,53%). Os anos 2004 e 2006 se destacam na série, com redução anual de 15,05% e 14,07%, respectivamente. Apesar do pequeno crescimento em 2003, que também foi sentido por outras quatro regiões, a tendência positiva vem se repetindo na região ao longo dos anos, permitindo ultrapassar as Regiões do Rio de Janeiro e Porto Alegre.

Região Metropolitana de Porto Alegre: apresentou a segunda menor variação (com queda de 26,95% no período). Com 17,89% em 2008, é o terceiro lugar no ranking das seis metrópoles.

Região Metropolitana do Rio de Janeiro: única a apresentar queda em todos os anos analisados, obteve o segundo melhor desempenho acumulado (variação de -38,44% na classe E). Apesar disso, a região perde a terceira posição no ranking, totalizando em 2008, 19,22% de sua população na classe E.

Região Metropolitana de Salvador: com 24,73% nos primeiros meses de 2008, acumulou queda de 35,24% em seis anos, sendo quase metade (16,54%) em 2005.

Região Metropolitana de Recife: ainda é a região com nível mais alto de pessoas na classe E (34,46% em 2008). Com queda acumulada de 26,11%, o melhor desempenho relativo deu-se entre 2004 e 2005, quando a taxa caiu 17,15%. Apesar disso, a região ainda se recupera das fortes quedas de renda sofridas em 2003 e 2004 (o que resultou crescimento de 12,05% na classe E).

89

Classe ABC entre as Regiões Metropolitanas

Com quedas nas taxas da de indivíduos na classe E em todas as metrópoles brasileiras, o

passo agora é analisar, como isso refletiu em outro grupo populacional. Para isso,

vamos analisar o crescimento da classe ABC em cada uma das metrópoles, que atingem

os maiores níveis de toda a série agora em 2008.

Anual - Taxa - Classe ABC

População Total

Categoria 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Total 55.86 53.48 55.99 58.48 61.53 64.4 67.52

Região Metropolitana

Recife 35.91 31.08 31.89 38.22 41.59 44.7 44.92

Salvador 45.22 41 43.97 48.87 53.54 57.61 59.71

Belo Horizonte 48.87 47.95 52.62 54.78 60.24 63.94 67.36

Rio de Janeiro 54.44 54.68 55.53 57.24 60.05 63.56 66.64

São Paulo 63.27 59.96 62.85 64.91 67.28 69.5 73.3

Porto Alegre 60.01 56.61 60.71 62.42 64.53 66.38 69.54 Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.

Anual - Taxa - Classe ABC

População Total

Categoria 2008 / 2002

2003 / 2002

2004 / 2003

2005 / 2004

2006 / 2005

2007 / 2006

2008 / 2007

Total 20.87 -4.26 4.69 4.45 5.22 4.66 4.84

Região Metropolitana

Recife 25.09 -13.45 2.61 19.85 8.82 7.48 0.49

Salvador 32.04 -9.33 7.24 11.14 9.56 7.60 3.65

Belo Horizonte 37.84 -1.88 9.74 4.10 9.97 6.14 5.35

Rio de Janeiro 22.41 0.44 1.55 3.08 4.91 5.85 4.85

São Paulo 15.85 -5.23 4.82 3.28 3.65 3.30 5.47

Porto Alegre 15.88 -5.67 7.24 2.82 3.38 2.87 4.76 Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.

Região Metropolitana de São Paulo: A Região Metropolitana de São Paulo mantém as maiores proporções de indivíduos de classe ABC. O grupo que atinge, em 2008, 73% da população, acumulou crescimento de 15,85% no período, sendo 5,47% em apenas um ano (2007 a 2008).

Região Metropolitana de Porto Alegre: segundo lugar no ranking, com 69,5% no último período, foi a que experimentou junto com São Paulo, o menor crescimento da classe ABC (15,88%).

Região Metropolitana de Belo Horizonte: a Grande Belo Horizonte ocupa o terceiro lugar em tamanho da classe ABC. Com crescimento acumulado de 37,8%, apresenta em 2008, 67,36% da população neste grupo, o suficiente para ultrapassar Rio de Janeiro.

90

Destacamos os anos 2004 e 2006, onde as variações foram mais pronunciadas, com aumentos de 9,7% e 10%, respectivamente.

Região Metropolitana do Rio de Janeiro: na Grande Rio, a classe ABC ocupa hoje 66,64% da população, patamar superior ao de 2002 em 22,41%. O maior crescimento deu-se entre 2006 e 2007, 5,8%.

Região Metropolitana de Salvador: com o segundo maior crescimento acumulado (32,04%), a Região Metropolitana de Salvador, atinge em 2008 59,71% da sua população na classe ABC. Apesar do bom desempenho, principalmente em 2005 quando cresceu 11,14%, ainda é a segunda menor no ranking geral. Com proporção de 59,71% em 2008, é superior apenas a Recife.

Região Metropolitana de Recife: a semelhança de Salvador, a Região de Recife também apresentou bom desempenho em termos de evolução. Acumulou no período o crescimento de 25,09%. Apesar disso, ainda é lanterna das 6 metrópoles (44,92% da população na classe ABC em 2008).

91

ANEXO 2: BANCO DE DADOS

A pesquisa dispõe de sistemas de provisão de informação interativos e amigáveis

voltados aos cidadãos comuns, com produtos em linguagem acessível tais como

panoramas geradores de tabulações ao gosto do usuário e simuladores de probabilidades

desenvolvidos a partir de modelos estatísticos estimados. O sítio da pesquisa permite

aos cidadãos (vide próxima páginas) traçar o panorama da extensão e evolução dos

diferentes indicadores sociais baseados em renda. Senão vejamos:

Panorama da Evolução das Classes Econômicas

Disponibilizamos no site da pesquisa um panorama completo das classes econômicas.

Além do número de pessoas, é possível obter também a proporção do grupo na

população total, assim como detalhar a média de renda per capita e o total domiciliar.

As mesmas informações estão disponíveis para os quatro grupos.

Conteúdo do Panorama:

Período de analise: Anuais: você pode escolher analisar a evolução através das médias anuais

(lembrando que em 2002 os dados estão disponíveis a partir de março e em 2008 até abril);

Crise: dividimos os anos 2007 e 2008 em períodos pré e pós-crise.

Grupo populacional: Escolha entre as classes aquele grupo que você quer analisar.

Análise:

Além da População (número de pessoas), você também pode escolher: Taxa: proporção de indivíduos do respectivo grupo na população total. Vertical: permite obter um perfil desse grupo escolhido por diferentes

características sócio-econômicas. Média: permite avaliar a evolução da renda dos diferentes grupos. Ao selecionar

essa opção, um novo menu irá aparecer, para que você indique o tipo de conceito de renda (domiciliar, individual ou per capita).

92

Panorama de Mobilidade Disponibilizamos no site da pesquisa um Panorama de Mobilidade Social que permite

obter a proporção de indivíduos que entram e saem de cada classe econômica, por

diferentes características sócio-econômicas. As informações geradas na tabela permitem

obter as probabilidades de transições para diferentes classes econômicas. Para isso,

escolha o período (anual ou crise) e a classe inicial de análise. Para comparar mais de

um período, utilize a tecla Ctrl.

93

Análise Multivariada A análise multivariada visa proporcionar um experimento melhor controlado que a

análise bivariada. Seu objetivo é captar o padrão de correlações parciais entre as

variáveis de interesse e as variáveis explicativas. No primeiro exercício, captamos as

correlações entre diferentes características populacionais e o acesso aos grupos de

renda. E, em seguida aplicamos a mesma metodologia para captar movimentos de

entrada e saída de grupos específicos.

Simulador de Mobilidade Social

Ferramenta que permite simular as probabilidades de pertencer a cada um dos grupos de

renda, através da combinação de suas características. Com ele é possível obter também

as probabilidades de entrada e saída da classe E e da classe ABC. Basta selecionar as

informações de acordo com seus atributos ou aqueles que deseja analisar. Depois de

preencher o formulário, clique em Simular.

Os gráficos apresentados mostram as probabilidades de pertencer a cada grupos da

população e de mobilidade social. Uma das barras representa o Cenário Atual, com o

resultado segundo as características selecionadas; a outra Cenário Anterior apresenta a

simulação anterior.

94

Modelos Estatísticos Estimados: Logísticos MultinomiaisLogits multinomiais Neste apêndice apresentamos o modelo logit multinomial que estimamos por máxima verossimilhança16. O modelo é definido como:

3 ,2,13,2,1,)exp(1

)exp()|(Pr

1

==

∑+==

=

jkx

xxjponto

hk

J

h

jkk

β

β

(2) em que, "ponto" é a variável identificadora de estratos sociais. São dois os tipos de regressões utilizadas17: O vetor jβ é o conjunto de parâmetros para 0=j (Pertence a Classe Média) e 1=j

(rendimento igual ao piso). Como as probabilidades devem somar um, devemos ter:

3,2,,1,)exp(1

1)|2(

1

=

∑+

==

=

kx

xpontoP

hk

J

h

k

β

Deve-se ressaltar que a interpretação da magnitude dos parâmetros estimados deste modelo não é direta18. Além disso, através da razão das probabilidades em relação à base temos:

1,0,2,1),exp()|2(

)|( =====

jkxxpontoP

xjpontoPjk

k

k β

ou ainda:

[ ] jkkk xxpontoPxjpontoP β=== )|2(/)|(log

Ou seja, temos uma interpretação mais direta de uma variação de uma unidade em x, que mostra o quanto varia o log da razão das probabilidades (log-odds), através do parâmetro estimado. Assim, é suficiente, na nossa análise, saber o sinal de jβ , na

análise das regressões.

Além disso, x é o vetor dos controles igual a ( tratamentok , ano , ktratamentoano∗ ,

características dos indivíduos); e � o vetor dos parâmetros.

16 O método de maximização da função de verossimilhança utilizado é o do Newton-Raphson.

17 Para a regressão envolvendo a variável dependente ponto1 , foram rodadas regressões separadamente para cada grupo ocupacional (grupo de tratamento) do

RJ (p1rj, p2rj, p3rj) e do RS (p1rs, p2rs, p3rs, p4rs), comparando como controle as ocupações não definidas na lei.

18Simplificando a notação da probabilidade de resposta como:

)|2(),(

)|(),(

0 xpontoPxp

xjpontoPxp

kkk

kkjk

==

==

ββ

O efeito marginal decorrente de uma mudança em uma variável controle contínua é :

( )( ) 2,1 para,

)exp(1

)exp(1),(

),(

1

1 =

∑+∑+−=

∂∂

=

= kx

xxp

x

xp

hkJh

hkhlkJh

jlkkjl

kj

βββββ

β

95

Modelo Multinomial Ordenado 15 a 60 – Classes econômicas

Response Profile

Ordered Level Ordered Value Count

1 Classe AB 3.194E8

2 Classe C 1.154E9

3 Classe D 3.86E8

4 Classe E 6.028E8

Analysis Of Parameter Estimates

Parameter DF Estimate Standard

Error Wald 95%

Confidence Limits Chi-Square Pr > ChiSq

Intercept1 1 -4.7933 0.0007 -4.7946 -4.7919 4.859E7 <.0001

Intercept2 1 -1.7997 0.0007 -1.8010 -1.7983 6976518 <.0001

Intercept3 1 -0.8645 0.0007 -0.8658 -0.8632 1613011 <.0001

SEXO Homem 1 0.0649 0.0001 0.0647 0.0650 490904 <.0001

SEXO Mulher 0 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 . .

COR Amarela 1 1.1991 0.0005 1.1980 1.2001 5108186 <.0001

COR Branca 1 0.6006 0.0001 0.6003 0.6009 1.711E7 <.0001

COR Ignorado 1 -0.8736 0.0036 -0.8806 -0.8666 59693.2 <.0001

COR Indígena 1 0.0820 0.0012 0.0796 0.0844 4563.41 <.0001

COR Parda 1 0.1085 0.0001 0.1082 0.1088 555763 <.0001

COR Preta 0 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 . .

fxage 15 a 19 1 0.1884 0.0002 0.1880 0.1888 731003 <.0001

fxage 20 a 24 1 -0.3072 0.0002 -0.3076 -0.3068 2201943 <.0001

fxage 25 a 29 1 -0.3286 0.0002 -0.3290 -0.3282 2713904 <.0001

fxage 30 a 35 1 -0.3553 0.0002 -0.3557 -0.3549 3436899 <.0001

fxage 36 a 39 1 -0.3157 0.0002 -0.3161 -0.3153 2358842 <.0001

fxage 40 a 44 1 -0.1919 0.0002 -0.1922 -0.1915 951395 <.0001

fxage 45 a 49 1 0.0233 0.0002 0.0229 0.0237 13487.2 <.0001

fxage 50 a 54 1 0.1019 0.0002 0.1015 0.1023 246708 <.0001

fxage 55 a 59 0 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 . .

anoest De 1 a 3 anos de 1 0.1379 0.0003 0.1374 0.1385 241995 <.0001

anoest De 4 a 7 anos de 1 0.3896 0.0002 0.3892 0.3901 2575150 <.0001

anoest De 8 a 10 anos d 1 0.8179 0.0002 0.8174 0.8184 1.092E7 <.0001

anoest Menores de 10 an 1 -12.1963 16.1590 -43.8674 19.4748 0.57 0.4504

anoest Sem instrução e 0 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 . .

anoest 11 ou mais anos 1 1.6035 0.0002 1.6030 1.6039 4.251E7 <.0001

anoest Anos de estudo n 1 0.3478 0.0009 0.3462 0.3495 164136 <.0001

96

Analysis Of Parameter Estimates

Parameter DF Estimate Standard

Error Wald 95%

Confidence Limits Chi-Square Pr > ChiSq

CFAM Agregado 1 0.5745 0.0007 0.5732 0.5759 673478 <.0001

CFAM Cônjuge 1 0.6310 0.0001 0.6308 0.6313 3.102E7 <.0001

CFAM Empregado Domést 1 -0.0628 0.0244 -0.1106 -0.0150 6.64 0.0100

CFAM Filho 1 0.2632 0.0001 0.2629 0.2634 4221873 <.0001

CFAM Outro Parente 1 0.1530 0.0002 0.1526 0.1534 594989 <.0001

CFAM Parente do Empre 1 -0.3711 0.0442 -0.4578 -0.2844 70.41 <.0001

CFAM Pensionista 1 -1.2421 0.0156 -1.2727 -1.2115 6332.75 <.0001

CFAM Principal Respon 0 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 . .

NPES2 1 Morador 1 1.3859 0.0002 1.3856 1.3863 5.238E7 <.0001

NPES2 2 Moradores 1 0.9656 0.0002 0.9652 0.9659 3.182E7 <.0001

NPES2 3 Moradores 1 0.5522 0.0002 0.5518 0.5525 9474648 <.0001

NPES2 4 Moradores 0 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 . .

REG Recife 1 -0.5863 0.0002 -0.5867 -0.5859 8128889 <.0001

REG Salvador 1 0.0211 0.0002 0.0206 0.0215 10271.6 <.0001

REG Belo Horizonte 1 0.0791 0.0002 0.0787 0.0794 182917 <.0001

REG Rio de Janeiro 1 0.0086 0.0002 0.0083 0.0089 2896.76 <.0001

REG São Paulo 1 0.3259 0.0001 0.3256 0.3262 4722224 <.0001

REG Porto Alegre 0 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 . .

setores Financeira 1 0.3034 0.0002 0.3031 0.3037 4008220 <.0001

setores Industria 1 0.0696 0.0001 0.0694 0.0699 261903 <.0001

setores Outro 0 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 . .

posocup 10 1 0.1095 0.0006 0.1083 0.1106 34122.9 <.0001

posocup Conta própria 1 0.4168 0.0006 0.4157 0.4179 518553 <.0001

posocup Desocupado com i 1 -1.1805 0.0006 -1.1817 -1.1794 4064605 <.0001

posocup Empregador 1 1.8005 0.0006 1.7992 1.8017 8458394 <.0001

posocup Empregados - com 1 0.6416 0.0006 0.6405 0.6428 1253574 <.0001

posocup Empregados - mil 1 1.2515 0.0006 1.2503 1.2526 4356852 <.0001

posocup Empregados - sem 1 0.2876 0.0006 0.2865 0.2887 246332 <.0001

posocup Inativo 1 -0.7543 0.0006 -0.7554 -0.7532 1748781 <.0001

posocup Trabalhadores nã 0 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 . .

ANO 2002 1 -0.2555 0.0002 -0.2558 -0.2552 2766763 <.0001

ANO 2003 1 -0.4454 0.0001 -0.4456 -0.4451 9393085 <.0001

ANO 2004 1 -0.3651 0.0001 -0.3654 -0.3648 6439595 <.0001

ANO 2005 1 -0.2698 0.0001 -0.2701 -0.2695 3587814 <.0001

ANO 2006 1 -0.1721 0.0001 -0.1724 -0.1719 1469656 <.0001

ANO 2007 1 -0.0828 0.0001 -0.0831 -0.0826 343662 <.0001

ANO 2008 0 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 . .

Scale 0 1.0000 0.0000 1.0000 1.0000

Fonte: CPS/FGV através do processamento dos microdados da PME/IBGE.

97

Modelos Logísticos Binomiais Regressão Logistica

15 a 60 - Era classe E no primeiro período Período Janeiro a Dezembro de 2007 – Observações Individuais 12 meses a parte

Modelo Geral (Continua Classe E)

Parâmetro Categoria Estimativa Erro

Padrão Qui-Quadrado sig Razão

condicional

Intercept 1.1666 0.0091 16451.3 ** .

SEXO Homem -0.2454 0.0011 45569.1 ** 0.78242

SEXO Mulher 0.0000 0.0000 . 1.00000

COR Amarela 0.0613 0.0076 65.39 ** 1.06318

COR Branca 0.0236 0.0017 182.26 ** 1.02387

COR Indígena -0.6850 0.0131 2745.41 ** 0.50411

COR Parda 0.0466 0.0017 733.64 ** 1.04769

COR Preta 0.0000 0.0000 . 1.00000

fxage 15 a 19 -0.4608 0.0025 32843.8 ** 0.63077

fxage 20 a 24 -0.5447 0.0025 46342.7 ** 0.57999

fxage 25 a 29 -0.2527 0.0024 10672.8 ** 0.77673

fxage 30 a 35 -0.1303 0.0023 3192.25 ** 0.87786

fxage 36 a 39 -0.1097 0.0025 1968.82 ** 0.89610

fxage 40 a 44 -0.2604 0.0023 12430.5 ** 0.77072

fxage 45 a 49 -0.2795 0.0024 14072.3 ** 0.75613

fxage 50 a 54 -0.1344 0.0023 3399.44 ** 0.87423

fxage 55 a 59 0.0000 0.0000 . 1.00000

anoest Anos de estudo não declarado -0.1450 0.0102 203.03 ** 0.86505

anoest Sem instrução 0.0000 0.0000 . 1.00000

anoest De 1 a 3 anos -0.1181 0.0034 1180.06 ** 0.88861

anoest De 4 a 7 anos -0.3091 0.0030 10919.6 ** 0.73412

anoest De 8 a 10 anos -0.4257 0.0030 19653.0 ** 0.65329

anoest 11 ou mais anos -0.7087 0.0030 56960.6 ** 0.49229

CONFAM Agregado 0.4004 0.0132 916.94 ** 1.49247

CONFAM Cônjuge -0.3025 0.0015 41650.7 ** 0.73893

CONFAM Filho 0.0639 0.0016 1589.93 ** 1.06603

CONFAM Outro Parente 0.0913 0.0027 1154.63 ** 1.09563

CONFAM Principal Responsável 0.0000 0.0000 . 1.00000

NPES 1 Morador -0.0243 0.0023 114.69 ** 0.97597

NPES 2 Moradores -0.3344 0.0020 29297.4 ** 0.71575

NPES 3 Moradores -0.1698 0.0021 6725.16 ** 0.84383

NPES 4 Moradores 0.0000 0.0000 . 1.00000

REG Recife 0.4841 0.0027 32402.4 ** 1.62266

REG Salvador 0.3849 0.0028 18878.5 ** 1.46947

REG Belo Horizonte -0.0891 0.0026 1215.85 ** 0.91473

REG Rio de Janeiro 0.6540 0.0021 96057.8 ** 1.92325

98

Parâmetro Categoria Estimativa Erro

Padrão Qui-Quadrado sig Razão

condicional

REG São Paulo -0.0694 0.0021 1089.11 ** 0.93294

REG Porto Alegre 0.0000 0.0000 . 1.00000

financ Sim -0.1339 0.0028 2237.23 ** 0.87472

financ zNão 0.0000 0.0000 . 1.00000

CPOSOCUP1 Conta própria -0.3352 0.0082 1664.37 ** 0.71523

CPOSOCUP1 Desocupado -0.2810 0.0081 1193.89 ** 0.75503

CPOSOCUP1 Empregador -0.6787 0.0092 5393.25 ** 0.50727

CPOSOCUP1 Empregados – com carteira -0.4038 0.0082 2403.18 ** 0.66778

CPOSOCUP1 Empregados – militares -0.9938 0.0092 11564.2 ** 0.37018

CPOSOCUP1 Empregados – sem carteira -0.0915 0.0083 121.26 ** 0.91257

CPOSOCUP1 Inativo 0.2721 0.0080 1143.61 ** 1.31274

CPOSOCUP1 Trabalhadores não remunerados

0.0000 0.0000 . 1.00000

crise Crise -0.0823 0.0012 4469.11 ** 0.92100

crise zNao crise 0.0000 0.0000 . 1.00000

* Estatisticamente significante ao nível de confiança de 90% . ** Estatisticamente significante ao nível de confiança de 95% .

Fonte: CPS/FGV através do processamento dos microdados da PME/IBGE.

Regressão Logística

Período Janeiro a Dezembro de 2007 – Observações Individuais 12 meses a parte 15 a 60 - Era classe E no primeiro periodo

Modelo Geral + interação (setor financeiro * crise)

financ Sim -0.1691 0.0032 2837.28 ** 0.84444

financ zNão 0.0000 0.0000 . 1.00000

crise Crise -0.0886 0.0013 4965.74 ** 0.91524

crise zNao crise 0.0000 0.0000 . 1.00000

financ*crise Sim*sim 0.1509 0.0061 603.46 ** 1.16290

financ*crise Sim*não 0.0000 0.0000 . 1.00000

financ*crise zNão*sim 0.0000 0.0000 . 1.00000

financ*crise zNão*não 0.0000 0.0000 . 1.00000

* Estatisticamente significante ao nível de confiança de 90% . ** Estatisticamente significante ao nível de confiança de 95% .

Fonte: CPS/FGV através do processamento dos microdados da PME/IBGE.

99

Regressão Logistica 15 a 60 - Era classe E no primeiro periodo

Período Janeiro a Dezembro de 2007 – Observações Individuais 12 meses a parte Modelo Geral + interação (região metropolitana * crise)

REG Recife 0.5008 0.0030 27707.3 ** 1.65002

REG Salvador 0.4067 0.0032 16352.1 ** 1.50188

REG Belo Horizonte -0.0486 0.0029 280.74 ** 0.95258

REG Rio de Janeiro 0.6598 0.0024 77480.6 ** 1.93439

REG São Paulo -0.0535 0.0024 512.57 ** 0.94792

REG Porto Alegre 0.0000 0.0000 . 1.00000

crise Crise -0.0176 0.0046 15.01 ** 0.98251

crise zNao crise 0.0000 0.0000 . 1.00000

REG*crise Recife*sim -0.0772 0.0063 147.92 ** 0.92569

REG*crise Recife*não 0.0000 0.0000 . 1.00000

REG*crise Salvador*sim -0.0940 0.0063 224.89 ** 0.91025

REG*crise Salvador*não 0.0000 0.0000 . 1.00000

REG*crise Belo Horizonte*sim -0.1690 0.0059 813.16 ** 0.84449

REG*crise Belo Horizonte*não 0.0000 0.0000 . 1.00000

REG*crise Rio de Janeiro*sim -0.0308 0.0050 38.11 ** 0.96968

REG*crise Rio de Janeiro*não 0.0000 0.0000 . 1.00000

REG*crise São Paulo*sim -0.0743 0.0051 212.94 ** 0.92841

REG*crise São Paulo*não 0.0000 0.0000 . 1.00000

REG*crise Porto Alegre*sim 0.0000 0.0000 . 1.00000

REG*crise Porto Alegre*não 0.0000 0.0000 . 1.00000

Regressão Logistica

15 a 60 - Era classe E no primeiro periodo Período Janeiro a Dezembro de 2007 – Observações Individuais 12 meses a parte

Modelo Geral + interação (setores * crise) setores Financeira -0.1944 0.0032 3617.38 ** 0.82331

setores Industria -0.1391 0.0030 2122.46 ** 0.87016

setores Outro 0.0000 0.0000 . 1.00000

crise Crise -0.0959 0.0013 5563.67 ** 0.90853

crise zNao crise 0.0000 0.0000 . 1.00000

setores*crise Financeira*sim 0.1585 0.0061 664.44 ** 1.17177

setores*crise Financeira*não 0.0000 0.0000 . 1.00000

setores*crise Industria*sim 0.1510 0.0060 628.74 ** 1.16304

setores*crise Industria*não 0.0000 0.0000 . 1.00000

setores*crise Outro*sim 0.0000 0.0000 . 1.00000

setores*crise Outro*não 0.0000 0.0000 . 1.00000

* Estatisticamente significante ao nível de confiança de 90% . ** Estatisticamente significante ao nível de confiança de 95% .

Fonte: CPS/FGV através do processamento dos microdados da PME/IBGE.

100

Regressão Logistica 15 a 60 - Era classe E no primeiro periodo

Período Janeiro a Dezembro de 2007 – Observações Individuais 12 meses a parte Modelo Geral + interação (posição na ocupação * crise)

CPOSOCUP1 Conta própria -0.3593 0.0092 1518.07 ** 0.69819

CPOSOCUP1 Desocupado -0.2845 0.0091 973.08 ** 0.75237

CPOSOCUP1 Empregador -0.6016 0.0104 3339.69 ** 0.54793

CPOSOCUP1 Empregados – com carteira

-0.4370 0.0092 2239.65 ** 0.64595

CPOSOCUP1 Empregados – militares

-0.8422 0.0104 6569.29 ** 0.43077

CPOSOCUP1 Empregados – sem carteira

-0.0394 0.0093 17.86 ** 0.96135

CPOSOCUP1 Inativo 0.2531 0.0090 786.03 ** 1.28804

CPOSOCUP1 Trabalhadores não remunerados

0.0000 0.0000 . 1.00000

crise Crise -0.1356 0.0197 47.21 ** 0.87323

crise zNao crise 0.0000 0.0000 . 1.00000

CPOSOCUP1*crise Conta própria*sim 0.1123 0.0201 31.13 ** 1.11880

CPOSOCUP1*crise Conta própria*não 0.0000 0.0000 . 1.00000

CPOSOCUP1*crise Desocupado*sim 0.0194 0.0200 0.94 1.01962

CPOSOCUP1*crise Desocupado*não 0.0000 0.0000 . 1.00000

CPOSOCUP1*crise Empregador*sim -0.3119 0.0224 193.05 ** 0.73207

CPOSOCUP1*crise Empregador*não 0.0000 0.0000 . 1.00000

CPOSOCUP1*crise Empregados – com carteira*sim

0.1505 0.0201 56.07 ** 1.16247

CPOSOCUP1*crise Empregados – com carteira*não

0.0000 0.0000 . 1.00000

CPOSOCUP1*crise Empregados – militares*sim

-0.6337 0.0227 782.00 ** 0.53065

* Estatisticamente significante ao nível de confiança de 90% . ** Estatisticamente significante ao nível de confiança de 95% .

Fonte: CPS/FGV através do processamento dos microdados da PME/IBGE.

101

Regressão Logistica 15 a 60 - Era classe AB no primeiro período

Período Janeiro a Dezembro de 2007 – Observações Individuais 12 meses a parte Modelo Geral (Continua Classe AB)

Parâmetro Categoria Estimativa Erro

Padrão Qui-Quadrado sig Razão

condicional

Intercept -0.1266 0.0076 274.60 ** .

SEXO Homem 0.2003 0.0011 34707.6 ** 1.22180

SEXO Mulher 0.0000 0.0000 . 1.00000

COR Amarela 0.1785 0.0053 1129.49 ** 1.19541

COR Branca 0.2640 0.0018 22465.2 ** 1.30211

COR Indígena -0.2344 0.0142 273.72 ** 0.79106

COR Parda 0.0155 0.0018 76.06 ** 1.01563

COR Preta 0.0000 0.0000 . 1.00000

fxage 15 a 19 0.3234 0.0024 17566.9 ** 1.38177

fxage 20 a 24 0.2120 0.0023 8644.57 ** 1.23614

fxage 25 a 29 0.2219 0.0022 10436.6 ** 1.24845

fxage 30 a 35 0.1478 0.0020 5327.40 ** 1.15932

fxage 36 a 39 0.1669 0.0022 5803.69 ** 1.18164

fxage 40 a 44 0.2574 0.0021 15763.6 ** 1.29358

fxage 45 a 49 0.3917 0.0021 35597.0 ** 1.47946

fxage 50 a 54 0.2960 0.0020 20980.0 ** 1.34445

fxage 55 a 59 0.0000 0.0000 . 1.00000

anoest Anos de estudo não declarado 0.5843 0.0133 1922.36 ** 1.79376

anoest Sem instrução 0.0000 0.0000 . 1.00000

anoest De 1 a 3 anos 0.2149 0.0038 3237.16 ** 1.23969

anoest De 4 a 7 anos 0.3434 0.0033 11053.6 ** 1.40971

anoest De 8 a 10 anos 0.6814 0.0033 42511.6 ** 1.97671

anoest 11 ou mais anos 1.0982 0.0032 114204 ** 2.99864

CONFAM Agregado 0.1899 0.0115 270.73 ** 1.20915

CONFAM Cônjuge 0.2644 0.0014 37535.4 ** 1.30267

CONFAM Filho 0.0149 0.0016 84.04 ** 1.01499

CONFAM Outro Parente 0.0095 0.0027 12.23 ** 1.00959

CONFAM Principal Responsável 0.0000 0.0000 . 1.00000

NPES 1 Morador 0.5880 0.0026 50882.2 ** 1.80044

NPES 2 Moradores 0.4541 0.0024 35540.0 ** 1.57476

NPES 3 Moradores 0.2978 0.0025 13860.3 ** 1.34686

NPES 4 Moradores 0.0000 0.0000 . 1.00000

REG Recife -0.7075 0.0023 92878.8 ** 0.49286

REG Salvador -0.0729 0.0024 933.47 ** 0.92971

REG Belo Horizonte 0.0950 0.0020 2193.45 ** 1.09965

REG Rio de Janeiro 0.7200 0.0018 164934 ** 2.05437

REG São Paulo 0.2852 0.0016 30329.2 ** 1.32997

102

Parâmetro Categoria Estimativa Erro

Padrão Qui-Quadrado sig Razão

condicional

REG Porto Alegre 0.0000 0.0000 . 1.00000

financ Sim 0.1970 0.0016 14336.0 ** 1.21772

financ zNão 0.0000 0.0000 . 1.00000

CPOSOCUP1 Conta própria 0.2091 0.0062 1154.43 ** 1.23252

CPOSOCUP1 Desocupado 0.0613 0.0064 92.89 ** 1.06325

CPOSOCUP1 Empregador 0.9059 0.0068 17725.4 ** 2.47417

CPOSOCUP1 Empregados – com carteira 0.2869 0.0061 2211.46 ** 1.33225

CPOSOCUP1 Empregados – militares 0.8470 0.0065 16996.1 ** 2.33252

CPOSOCUP1 Empregados – sem carteira 0.1240 0.0062 403.10 ** 1.13200

CPOSOCUP1 Inativo 0.0761 0.0061 157.21 ** 1.07905

CPOSOCUP1 Trabalhadores não remunerados

0.0000 0.0000 . 1.00000

crise Crise -0.0303 0.0011 830.22 ** 0.97014

crise zNao crise 0.0000 0.0000 . 1.00000

* Estatisticamente significante ao nível de confiança de 90% . ** Estatisticamente significante ao nível de confiança de 95% .

Fonte: CPS/FGV através do processamento dos microdados da PME/IBGE.

Regressão Logistica 15 a 60 - Era classe ABC no primeiro periodo

Período Janeiro a Dezembro de 2007 – Observações Individuais 12 meses a parte Modelo Geral + interação (setor financeiro * crise)

financ Sim 0.2194 0.0019 13364.5 ** 1.24529

financ zNão 0.0000 0.0000 . 1.00000

crise Crise -0.0222 0.0011 401.47 ** 0.97808

crise zNao crise 0.0000 0.0000 . 1.00000

financ*crise Sim*sim -0.0863 0.0036 584.78 ** 0.91730

financ*crise Sim*não 0.0000 0.0000 . 1.00000

financ*crise zNão*sim 0.0000 0.0000 . 1.00000

financ*crise zNão*não 0.0000 0.0000 . 1.00000

* Estatisticamente significante ao nível de confiança de 90% . ** Estatisticamente significante ao nível de confiança de 95% .

Fonte: CPS/FGV através do processamento dos microdados da PME/IBGE.

103

Regressão Logistica 15 a 60 - Era classe ABC no primeiro período

Período Janeiro a Dezembro de 2007 – Observações Individuais 12 meses a parte Modelo Geral + interação (região metropolitana * crise)

REG Recife -0.7473 0.0026 80797.9 ** 0.47362

REG Salvador -0.1174 0.0027 1836.25 ** 0.88923

REG Belo Horizonte 0.0913 0.0023 1528.63 ** 1.09564

REG Rio de Janeiro 0.7621 0.0021 138167 ** 2.14270

REG São Paulo 0.3077 0.0019 26389.3 ** 1.36034

REG Porto Alegre 0.0000 0.0000 . 1.00000

crise Crise 0.0184 0.0033 31.49 ** 1.01858

crise zNao crise 0.0000 0.0000 . 1.00000

REG*crise Recife*sim 0.1863 0.0053 1215.97 ** 1.20481

REG*crise Recife*não 0.0000 0.0000 . 1.00000

REG*crise Salvador*sim 0.1568 0.0051 931.88 ** 1.16976

REG*crise Salvador*não 0.0000 0.0000 . 1.00000

REG*crise Belo Horizonte*sim 0.0139 0.0045 9.51 ** 1.01401

REG*crise Belo Horizonte*não 0.0000 0.0000 . 1.00000

REG*crise Rio de Janeiro*sim -0.1606 0.0039 1686.16 ** 0.85164

REG*crise Rio de Janeiro*não 0.0000 0.0000 . 1.00000

REG*crise São Paulo*sim -0.0878 0.0037 572.09 ** 0.91595

REG*crise São Paulo*não 0.0000 0.0000 . 1.00000

REG*crise Porto Alegre*sim 0.0000 0.0000 . 1.00000

REG*crise Porto Alegre*não 0.0000 0.0000 . 1.00000

Regressão Logistica

15 a 60 - Era classe ABC no primeiro período Período Janeiro a Dezembro de 2007 – Observações Individuais 12 meses a parte

Modelo Geral + interação (setores * crise) setores Financeira 0.2164 0.0019 12426.7 ** 1.24154

setores Industria -0.0080 0.0017 22.60 ** 0.99199

setores Outro 0.0000 0.0000 . 1.00000

crise Crise -0.0178 0.0012 220.42 ** 0.98236

crise zNao crise 0.0000 0.0000 . 1.00000

setores*crise Financeira*sim -0.0907 0.0036 634.49 ** 0.91333

setores*crise Financeira*não 0.0000 0.0000 . 1.00000

setores*crise Industria*sim -0.0299 0.0031 92.27 ** 0.97057

setores*crise Industria*não 0.0000 0.0000 . 1.00000

setores*crise Outro*sim 0.0000 0.0000 . 1.00000

setores*crise Outro*não 0.0000 0.0000 . 1.00000

* Estatisticamente significante ao nível de confiança de 90% . ** Estatisticamente significante ao nível de confiança de 95% .

Fonte: CPS/FGV através do processamento dos microdados da PME/IBGE.

104

Regressão Logistica 15 a 60 - Era classe E no primeiro periodo

Período Janeiro a Dezembro de 2007 – Observações Individuais 12 meses a parte Modelo Geral + interação (posição na ocupação * crise)

CPOSOCUP1 Conta própria 0.3184 0.0068 2219.12 ** 1.37497

CPOSOCUP1 Desocupado 0.1711 0.0070 596.53 ** 1.18663

CPOSOCUP1 Empregador 0.9647 0.0075 16470.8 ** 2.62398

CPOSOCUP1 Empregados – com carteira 0.3694 0.0067 3047.99 ** 1.44693

CPOSOCUP1 Empregados – militares 1.0219 0.0072 20073.7 ** 2.77842

CPOSOCUP1 Empregados – sem carteira 0.2165 0.0068 1016.68 ** 1.24167

CPOSOCUP1 Inativo 0.1731 0.0067 674.82 ** 1.18897

CPOSOCUP1 Trabalhadores não remunerados 0.0000 0.0000 . 1.00000

crise Crise 0.4656 0.0162 829.96 ** 1.59300

crise zNao crise 0.0000 0.0000 . 1.00000

CPOSOCUP1*crise Conta própria*sim -0.5485 0.0164 1120.57 ** 0.57779

CPOSOCUP1*crise Conta própria*não 0.0000 0.0000 . 1.00000

CPOSOCUP1*crise Desocupado*sim -0.5575 0.0169 1091.65 ** 0.57266

CPOSOCUP1*crise Desocupado*não 0.0000 0.0000 . 1.00000

CPOSOCUP1*crise Empregador*sim -0.3447 0.0178 376.79 ** 0.70844

CPOSOCUP1*crise Empregador*não 0.0000 0.0000 . 1.00000

CPOSOCUP1*crise Empregados – com carteira*sim -0.4463 0.0163 752.68 ** 0.64001

CPOSOCUP1*crise Empregados – com carteira*não 0.0000 0.0000 . 1.00000

CPOSOCUP1*crise Empregados – militares*sim -0.7752 0.0169 2092.85 ** 0.46063

CPOSOCUP1*crise Empregados – militares*não 0.0000 0.0000 . 1.00000

CPOSOCUP1*crise Empregados – sem carteira*sim -0.4835 0.0164 864.10 ** 0.61662

CPOSOCUP1*crise Empregados – sem carteira*não 0.0000 0.0000 . 1.00000

CPOSOCUP1*crise Inativo*sim -0.5006 0.0163 945.59 ** 0.60615

CPOSOCUP1*crise Inativo*não 0.0000 0.0000 . 1.00000

CPOSOCUP1*crise Trabalhadores não remunerados*sim 0.0000 0.0000 . 1.00000

CPOSOCUP1*crise Trabalhadores não remunerados*não 0.0000 0.0000 . 1.00000

* Estatisticamente significante ao nível de confiança de 90% . ** Estatisticamente significante ao nível de confiança de 95% .

Fonte: CPS/FGV através do processamento dos microdados da PME/IBGE.

105

ANEXO 3: DISTRIBUIÇÃO CUMULATIVA DE RENDA

Distribuição Cumulativa de Renda - Média de de 12 Meses Acumulada 6 Regiões Metropolitanas Brasil - Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA)

Setor Financeiro / Imobiliário JUL 2007 / 2008 AGO 2007 / 2008

0.20.30.40.50.60.70.80.9

11.11.21.31.41.51.61.71.81.9

22.1

3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99

TOTAL FINANCEIRO e IMOBILIÁRIO

0.20.30.40.50.60.70.80.9

11.11.21.31.41.51.61.71.81.9

22.1

3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99

TOTAL FINANCEIRO e IMOBILIÁRIO

SET 2007 / 2008 OUT 2007 / 2008

0.40.50.60.70.80.9

11.11.21.31.41.51.61.71.81.9

22.1

3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99

TOTAL FINANCEIRO e IMOBILIÁRIO

0.20.30.40.50.60.70.80.9

11.11.21.31.41.51.61.71.81.9

22.1

3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99

TOTAL FINANCEIRO e IMOBILIÁRIO

106

NOV 2007 / 2008 DEZ 2007 / 2008

0.20.30.40.50.60.70.80.9

11.11.21.31.41.51.61.71.81.9

22.1

3 6 9 12 15 18 21

24 27 30 33

36 39 42 45 48

51 54 57 60 63

66 69 72 75 78

81 84 87 90

93 96 99

TOTAL FINANCEIRO e IMOBILIÁRIO

0.20.30.40.50.60.70.80.9

11.11.21.31.41.51.61.71.81.9

22.1

3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99

TOTAL FINANCEIRO e IMOBILIÁRIO

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

Distribuição Cumulativa de Renda - Média de de 12 Meses Acumulada

6 Regiões Metropolitanas Brasil - Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA)

JUL 2007 / 2008 AGO 2007 / 2008

0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1

1.1

3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99

TOTAL FINANCEIRO e IMOBILIÁRIO

0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1

1.1

3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99

TOTAL FINANCEIRO e IMOBILIÁRIO

107

SET 2007 / 2008 OUT 2007 / 2008

0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1

1.1

3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99

TOTAL FINANCEIRO e IMOBILIÁRIO

0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1

1.1

3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99

TOTAL FINANCEIRO e IMOBILIÁRIO

NOV 2007 / 2008 DEZ 2007 / 2008

0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1

1.1

3 6 9 12 15 18 21 24 27 30

33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69

72 75 78 81 84 87 90 93 96

99

TOTAL FINANCEIRO e IMOBILIÁRIO

0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1

1.1

3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99

TOTAL FINANCEIRO e IMOBILIÁRIO

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

108

Setor Industrial Distribuição Cumulativa de Variações de Renda - Variação de 12 Meses Marginal

6 Regiões Metropolitanas Brasil - Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA) JUL 2007 / 2008 AGO 2007 / 2008

0.20.30.40.50.60.70.80.9

11.11.21.31.41.51.61.71.81.9

22.1

3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99

TOTAL INDÚSTRIA

0.20.30.40.50.60.70.80.9

11.11.21.31.41.51.61.71.81.9

22.1

3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99

TOTAL INDÚSTRIA

SET 2007 / 2008 OUT 2007 / 2008

0.40.50.60.70.80.9

11.11.21.31.41.51.61.71.81.9

22.1

3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99

TOTAL INDÚSTRIA

0.20.30.40.50.60.70.80.9

11.11.21.31.41.51.61.71.81.9

22.1

3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99

TOTAL INDÚSTRIA

109

NOV 2007 / 2008 DEZ 2007 / 2008

0.20.30.40.50.60.70.80.9

11.11.21.31.41.51.61.71.81.9

22.1

3 6 9 12 15 18 21

24 27 30 33

36 39 42 45 48

51 54 57 60 63

66 69 72 75 78

81 84 87 90

93 96 99

TOTAL INDÚSTRIA

0.20.30.40.50.60.70.80.9

11.11.21.31.41.51.61.71.81.9

22.1

3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99

TOTAL INDÚSTRIA

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

Distribuição Cumulativa de Renda - Média de de 12 Meses Acumulada

6 Regiões Metropolitanas Brasil - Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA)

JUL 2007 / 2008 AGO 2007 / 2008

0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1

1.1

3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99

TOTAL INDÚSTRIA

0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1

1.1

3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99

TOTAL INDÚSTRIA

110

SET 2007 / 2008 OUT 2007 / 2008

0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1

1.1

3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99

TOTAL INDÚSTRIA

0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1

1.1

3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99

TOTAL INDÚSTRIA

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

NOV 2007 / 2008 DEZ 2007 / 2008

0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1

1.1

3 6 9 12 15 18 21 24 27 30

33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69

72 75 78 81 84 87 90 93 96

99

TOTAL INDÚSTRIA

0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1

1.1

3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99

TOTAL INDÚSTRIA

111

Empregados Formais Distribuição Cumulativa de Variações de Renda - Variação de 12 Meses Marginal

6 Regiões Metropolitanas Brasil - Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA)

JUL 2007 / 2008 AGO 2007 / 2008

0.20.30.40.50.60.70.80.9

11.11.21.31.41.51.61.71.81.9

22.1

3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99

TOTAL OCUPADOS FORMAIS

0.20.30.40.50.60.70.80.9

11.11.21.31.41.51.61.71.81.9

22.1

3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99

TOTAL OCUPADOS FORMAIS

SET 2007 / 2008 OUT 2007 / 2008

0.40.50.60.70.80.9

11.11.21.31.41.51.61.71.81.9

22.1

3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99

TOTAL OCUPADOS FORMAIS

0.20.30.40.50.60.70.80.9

11.11.21.31.41.51.61.71.81.9

22.1

3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99

TOTAL OCUPADOS FORMAIS

112

NOV 2007 / 2008 DEZ 2007 / 2008

0.20.30.40.50.60.70.80.9

11.11.21.31.41.51.61.71.81.9

22.1

3 6 9 12 15 18 21

24 27 30 33

36 39 42 45 48

51 54 57 60 63

66 69 72 75 78

81 84 87 90

93 96 99

TOTAL OCUPADOS FORMAIS

0.20.30.40.50.60.70.80.9

11.11.21.31.41.51.61.71.81.9

22.1

3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99

TOTAL OCUPADOS FORMAIS

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

Distribuição Cumulativa de Renda - Média de de 12 Meses Acumulada

6 Regiões Metropolitanas Brasil - Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA)

JUL 2007 / 2008 AGO 2007 / 2008

0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1

1.1

3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99

TOTAL OCUPADOS FORMAIS

0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1

1.1

3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99

TOTAL OCUPADOS FORMAIS

113

SET 2007 / 2008 OUT 2007 / 2008

0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1

1.1

3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99

TOTAL OCUPADOS FORMAIS

0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1

1.1

3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99

TOTAL OCUPADOS FORMAIS

NOV 2007 / 2008 DEZ 2007 / 2008

0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1

1.1

3 6 9 12 15 18 21 24 27 30

33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69

72 75 78 81 84 87 90 93 96

99

TOTAL OCUPADOS FORMAIS

0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1

1.1

3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99

TOTAL OCUPADOS FORMAIS

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

114

Empregados Com Carteira de Trabalho Assinada Distribuição Cumulativa de Variações de Renda - Variação de 12 Meses Marginal

6 Regiões Metropolitanas Brasil - Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA)

JUL 2007 / 2008 AGO 2007 / 2008

0.20.30.40.50.60.70.80.9

11.11.21.31.41.51.61.71.81.9

22.1

3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99

TOTAL OCUPADOS COM CARTEIRA

0.20.30.40.50.60.70.80.9

11.11.21.31.41.51.61.71.81.9

22.1

3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99

TOTAL OCUPADOS COM CARTEIRA

SET 2007 / 2008 OUT 2007 / 2008

0.40.50.60.70.80.9

11.11.21.31.41.51.61.71.81.9

22.1

3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99

TOTAL OCUPADOS COM CARTEIRA

0.20.30.40.50.60.70.80.9

11.11.21.31.41.51.61.71.81.9

22.1

3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99

TOTAL OCUPADOS COM CARTEIRA

115

NOV 2007 / 2008 DEZ 2007 / 2008

0.20.30.40.50.60.70.80.9

11.11.21.31.41.51.61.71.81.9

22.1

3 6 9 12 15 18 21

24 27 30 33

36 39 42 45 48

51 54 57 60 63

66 69 72 75 78

81 84 87 90

93 96 99

TOTAL OCUPADOS COM CARTEIRA

0.20.30.40.50.60.70.80.9

11.11.21.31.41.51.61.71.81.9

22.1

3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99

TOTAL OCUPADOS COM CARTEIRA

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

Distribuição Cumulativa de Renda - Média de de 12 Meses Acumulada

6 Regiões Metropolitanas Brasil - Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA)

JUL 2007 / 2008 AGO 2007 / 2008

0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1

1.1

3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99

TOTAL OCUPADOS COM CARTEIRA

0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1

1.1

3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99

TOTAL OCUPADOS COM CARTEIRA

116

SET 2007 / 2008 OUT 2007 / 2008

0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1

1.1

3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99

TOTAL OCUPADOS COM CARTEIRA

0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1

1.1

3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99

TOTAL OCUPADOS COM CARTEIRA

NOV 2007 / 2008 DEZ 2007 / 2008

0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1

1.1

3 6 9 12 15 18 21 24 27 30

33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69

72 75 78 81 84 87 90 93 96

99

TOTAL OCUPADOS COM CARTEIRA

0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1

1.1

3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99

TOTAL OCUPADOS COM CARTEIRA

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

117

ANEXO 4: COMPARAÇÕES DE CRESCIMENTO DO PIB

Fonte: International Monetry Fund, World Economic Outlook Database, April 2008

2008

0.01.02.03.04.05.06.07.08.09.0

10.0

1.C

hina

2.In

dia

3.E

gypt

4.A

rgen

tina

5.R

ussi

a

6.In

done

sia

7.P

akis

tan

8.V

enez

uela

9.M

alay

sia

10.P

olan

d

11.S

audi

Ara

bia

12.B

razi

l

13.C

olom

bia

14.C

hile

15.H

ong

Kon

gS

AR

16.C

zech

Rep

ublic

17.S

inga

pore

18.T

urke

y

19.S

outh

Afr

ica

20.G

reec

e

21.T

aiw

anP

rovi

nce

of

22.A

ustr

alia

23.N

orw

ay

24.Is

rael

25.N

ethe

rland

s

26.N

ewZ

eala

nd

27.S

wed

en

28.M

exic

o

29.A

ustr

ia

30.S

pain

31.H

unga

ry

32.U

nite

dK

ingd

om

33.J

apan

34.G

erm

any

35.F

ranc

e

36.B

elgi

um

37.S

witz

erla

nd

38.C

anad

a

39.D

enm

ark

40.U

nite

dS

tate

s

41.It

aly

2007

0.0

2.0

4.0

6.0

8.0

10.0

12.0

1.C

hina

2.In

dia

3.A

rgen

tina

4.V

enez

uela

5.R

ussi

a

6.S

inga

pore

7.E

gypt

8.C

olom

bia

9.P

olan

d

10.C

zech

Rep

ublic

11.P

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tan

12.M

alay

sia

13.In

done

sia

14.H

ong

Kon

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16.B

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l

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18.S

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Afr

ica

19.C

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20.T

urke

y

21.S

audi

Ara

bia

22.G

reec

e

23.A

ustr

alia

24.S

pain

25.N

orw

ay

26.N

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s

27.A

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ia

28.M

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nite

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om

30.S

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nd

31.N

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nd

32.B

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um

33.C

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34.S

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35.G

erm

any

36.U

nite

dS

tate

s

37.J

apan

38.F

ranc

e

39.D

enm

ark

40.It

aly

41.H

unga

ry

118

Fonte: International Monetry Fund, World Economic Outlook Database, April 2008

2006

0.0

2.0

4.0

6.0

8.0

10.0

12.0

1.C

hina

2.V

enez

uela

3.In

dia

4.A

rgen

tina

5.S

inga

pore

6.R

ussi

a

7.H

ong

Kon

gS

AR

8.P

akis

tan

9.T

urke

y

10.E

gypt

11.C

olom

bia

12.C

zech

Rep

ublic

13.P

olan

d

14.M

alay

sia

15.In

done

sia

16.S

outh

Afr

ica

17.Is

rael

18.T

aiw

anP

rovi

nce

of

19.M

exic

o

20.S

audi

Ara

bia

21.G

reec

e

22.S

wed

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23.C

hile

24.D

enm

ark

25.H

unga

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26.S

pain

27.B

razi

l

28.A

ustr

ia

29.S

witz

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nd

30.N

ethe

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s

31.B

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um

32.U

nite

dK

ingd

om

33.G

erm

any

34.U

nite

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tate

s

35.A

ustr

alia

36.C

anad

a

37.N

orw

ay

38.J

apan

39.F

ranc

e

40.It

aly

41.N

ewZ

eala

nd

2005

0.0

2.0

4.0

6.0

8.0

10.0

12.0

1.C

hina

2.V

enez

uela

3.A

rgen

tina

4.In

dia

5.T

urke

y

6.P

akis

tan

7.S

inga

pore

8.H

ong

Kon

gS

AR

9.R

ussi

a

10.C

zech

Rep

ublic

11.S

audi

Ara

bia

12.C

hile

13.In

done

sia

14.Is

rael

15.S

outh

Afr

ica

16.M

alay

sia

17.C

olom

bia

18.E

gypt

19.T

aiw

anP

rovi

nce

of

20.H

unga

ry

21.G

reec

e

22.S

pain

23.P

olan

d

24.S

wed

en

25.B

razi

l

26.U

nite

dS

tate

s

27.C

anad

a

28.M

exic

o

29.A

ustr

alia

30.N

ewZ

eala

nd

31.N

orw

ay

32.D

enm

ark

33.S

witz

erla

nd

34.A

ustr

ia

35.B

elgi

um

36.J

apan

37.U

nite

dK

ingd

om

38.F

ranc

e

39.N

ethe

rland

s

40.G

erm

any

41.It

aly

119

Fonte: International Monetry Fund, World Economic Outlook Database, April 2008

2004

0.02.04.06.08.0

10.012.014.016.018.020.0

1.V

enez

uela

2.C

hina

3.T

urke

y

4.A

rgen

tina

5.S

inga

pore

6.H

ong

Kon

gS

AR 7.In

dia

8.P

akis

tan

9.R

ussi

a

10.M

alay

sia

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Fonte: International Monetry Fund, World Economic Outlook Database, April 2008

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