crítica textual e filologia · um texto, é preciso que esse texto também ... obrigação do pae...

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C RÍTICA T EXTUAL E T IPOS DE EDIÇÃO PROFA. DRA. LILIANE BARREIROS (PPGEL/UEFS)

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Page 1: Crítica Textual e Filologia · um texto, é preciso que esse texto também ... obrigação do pae fez sentar á mesma mesa. (respeito) pae = pai (grafia atualizada) MACHADO DE ASSIS

CRÍTICA TEXTUAL E

TIPOS DE EDIÇÃOP R O F A . D R A . L IL IA NE B A R R E IR O S

(P P G E L / U E F S )

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O que teses, dissertações e monografias, de todas as áreas, têm em comum?

Livros!

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Para que um trabalho sério seja feito com um texto, é preciso que esse texto também

tenha sido seriamente trabalhado!!

“[...] estudiosos que operam sobre o texto escrito [e] secontentam [com] a primeira edição que lhes cai na mão,quando não escolhem especificamente a mais portátil e barata”- Ivo Castro, Retorno a Filologia.

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Ex.: Papeis Avulsos, de Machado de AssisAvulsos são eles, mas não vieram para aqui como passageiros, que acertamde entrar na mesma hospedaria. São pessoas de uma só família, que aobrigação do pae fez sentar á mesma mesa. (respeito)pae = pai (grafia atualizada)

MACHADO DE ASSIS. Papeis Avulsos. Rio de Janeiro: Typographia e Lithographia a vapor,Encadernação e Livraria Lombaerts & C., 1882 .

Avulsos são eles mas não vieram para aqui como passageiros que acertamde entrar na mesma hospedaria. São pessoas de uma só família que aobrigação do pâo fez sentar á mesma meza. (ganância)

MACHADO DE ASSIS. Papeis Avulsos. Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre: W. M. JacksonInc. Editores, 1937 .

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Um pouco de história

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Séc. XIX - Karl Lachmann (1793-1851) A Crítica Textual se organizou como uma ciência moderna

Lachmann (alemão) – sistematizou um método (recensio, collatio eemendatio)

Cria os princípios científicos

Novo Testamento

Estabelecia o texto ideal “arquétipo”

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Séc. XX - Joseph Bédier (1864-1938) Critica o método lachmanniano, defendendo que na edição lachmanniana otexto crítico, híbrido dos testemunhos existentes, é um texto que nuncatinha existiu

Bédier (francês) – estabelece o texto “optimun”, escolhendo apenas umbom testemunho

“[...] o método de se editar um texto com base em um ‘bom manuscrito’,publicado quase sem retoques e acompanhado de notas que marcam [...] umretorno na direção da técnica dos antigos humanistas” (CAMBRAIA, 2005, p. 52).

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“[...] o lachmanniano e o bédierista têm em comum uma característicafundamental, que subjaz a todas as suas distinções: são filólogos domanuscrito ausente . De modo diverso, ambos se esforçam por estudartextos cujo original se perdeu e de que não esperam senão captar reflexos nasua edição, que situam a montante da cadeia da transmissão apógrafa, queambos recenseiam e colacionam de igual modo. A essa filologia se contrapõe,e cada vez se torna mais visível, nas poucas décadas que leva de teoria emétodo, uma filologia do manuscrito presente , cujo objecto é o manuscritoautógrafo, que não carece de ser reconstruído ou intuído, e que é plenamenteautorizado, no sentido de todas as suas marcas merecerem ser reproduzidasna edição (o que apenas levanta problemas práticos, quando as marcas nãosão apresentáveis em sequência linear) (CASTRO, Ivo – O retorno a Filologia).

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Por fim, o método lachmanniano foi retificado e aperfeiçoado porPaul Maas (1880-1964) e Giorgio Pasquali (1885-1952),passando a constituir o que se passou a chamar deneolachmannianismo (SPAGGIARI; PERUGI, 2004, p. 60-120).

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CR ÍTICA TEX TUAL , FILO LO GIA E ECDÓ TICA TERMOS POLISSÊMICOS

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Crítica Textual Antiga

O objetivo principal é a reconstituição do texto-base, dooriginal, geralmente perdido ou bastante fragmentado através devários séculos ou milênios.

Crítica Textual Antiga X Crítica Textual Moderna

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Crítica Textual Modernadevido à abundância de originais**(entendidos como os manuscritos autógrafos e o texto final de uma obra)

Visa o estabelecimento do texto final, da última versão feitapelo autor;

Visa analisar seu processo de produção e distribuição, suahistoricidade;

... entre outras acepções.

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Filologia também tem vários significados, desde suas raízes gregas (“amigo do conhecimento”; phílos + lógos)

O estudo global de uma língua e sua cultura (Filologia Germânica ouRomânica, por exemplo);

O estudo de toda a produção textual de uma determinada língua e oprocesso histórico dessa língua;

... entre outras acepções.

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Ecdótica

Edição de textos;

Preparação de textos para edição (melhor forma para serem editados);

Edição de textos a partir da crítica textual;

Crítica Textual mesmo.

...entre outras acepções.

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Ainda:Sendo a Filologia uma ciência que estuda textos e a Linguística

uma ciência que estuda a língua, elas podem ser usadas comoauxiliares uma da outra, dada a proximidade e sinergia de seusobjetos de estudos.

Não devem ser confundidas, porém, como às vezes acontece.

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O trabalho filológico tem como objetivo a reconstituição de

um texto, total ou parcial, ou a determinação e o esclarecimento

de algum aspecto relevante a ele relacionado. Estende-se desde a

crítica textual, cujo objeto é o próprio texto, até as questões

histórico-literárias, como a autoria, a autenticidade, a datação

etc., e o estudo e a exegese do pormenor. (BASSETTO, 2001).

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A exegese do Pormenorbusca revelar as alusõesobscuras, esclarecer detalhesque o leitor vier a encontrar.

Esse trabalho exige muitoconhecimento por parte dospesquisadores referentes asciências afins, bem como docontexto próximo e remoto.

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Crítica Textual O objetivo desta primeira etapa é a reconstituição do texto, isto é,“emendar” o texto para aproximá-lo ao máximo da forma que recebera dopróprio autor.

Recensio (recenseamento)

Consiste no levantamento de todos os códices. Distingue-se em tradiçãodireta e tradição indireta.

Tradição direta: os manuscritos podem ser do próprio autor,denominados “autógrafos” ou de copistas, chamados “apógrafos”.

Tradição indireta: constituída por versões, comentários, citações,alusões, glosas, paráfrases, e imitações.

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Collatio codicum (comparação dos códigos)

Depois de um exame geral, seleciona-se um manuscrito mais completo ou

que pareça bom, ou no caso, do impresso, a ultima edição.

Texto ou exemplar de texto: torna-se a base da comparação, com a

finalidade de eliminar os chamados códices descript, isto é, copias de um

modelo existente e conhecido como “exemplar de cópia” ou “antígrafo”

Interpolação: é a inserção de um fragmento variável na cópia de um

documento, que para Lachmann, é suficiente para levar a eliminação do

documento.

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Estemática (desvendar a origem)

Consiste no estabelecimento da genealogia do códice. O modo detransmissão genealógica pode ser:

Vertical: quando a derivação é direta do original ou do arquétipo;

Transversal: quando a derivação é por comparação de textos de épocas,lugares e valor diferente;

Horizontal: se for por coleção de textos da mesma época e lugar;

Por contaminação: nos casos em que o copista inseriu as anotaçõesmarginais ou interlineares, suprimindo com isto os correspondentes tópicosoriginais, a linha pontilhada, no sistmma, indica esse modo de transmissão.

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EMENDATIO

Emendatio é o nome dado ao conjunto das operações que visam àcorreção do texto. E certamente a mais importante desse processo dareconstituição do texto, por que é segundo um postulado da traduçãomanuscrita. “quem diz copias, diz erro”.

Emendatio ope codicum : fazem-se uma comparação e um exame dasvariantes encontradas nos códices estudadas na collatio.

Emendatio ope conjectura: envolve a intuição do filólogo e oconhecimento profundo que deve ter do autor, da obra e da época do textoestudado. Essas qualidades lhe permitem até recriar passagens mutiladas outotalmente danificadas por manchas, desgastes ou perfurações dos códices.

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AUTENTICIDADE

Autenticidade diz respeito à autoria do texto, que sedirá autêntico se realmente for do autor ao qual se atribui.

DATAÇÃO

Determinar a data, o ano ou pelo menos a época em que o documento foiescrito pode ser muito útil para a compreensão de seus conteúdos, de suaforma, finalmente e outros aspectos, já que um escrito de forma ou de outra,é um reflexo de sua época.

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FONTESNeste tópico, pesquisam-se as citações diretas e as indiretas, as alusões, ospossíveis plágios, as imitações, em resumo toda e qualquer influência deoutros autores sobre o texto.

CIRCUNSTÂNCIASCircunstâncias são todas as variáveis que “estão ao redor” de algo. Situarum documento em seu contexto histórico, cultural, social e político podefacilitar a compreensão de sua mensagem, esclarecer tópicos e alusões, alémde alinhar auto e obra segundo as diversas correntes filosóficas, literárias,políticas etc.

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UNIDADE E INTEGRIDADE

A um manuscrito era possível acrescentar textos e também suprimir lheuma parte menos ou maior, estudando esse ângulo, o filólogo verifica aintegridade da obra, isto é, se está inteira, íntegra e completa.

LINGUAGEM DO TEXTO

Do estudo da linguagem do documento, o filólogopode colher muitas informações importantes para um conhecimento mais aprofundado do próprio texto.

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Avaliação crítica

Como último passo desta etapa, o filólogo fará uma avaliação criticafinal da obra sob dois aspectos: seu valor documental, e seu valorliterário .

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Edições politestemunhais

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Tipos de edições politestemunhaisa) a edição crítica, que se caracteriza pelo confronto de mais de umtestemunho no processo de estabelecimento do texto, podendo serautógrafos ou apógrafos, cujo objetivo é reconstruir a última forma que seuautor lhe havia dado;

b) a edição genética, que também compara os testemunhos, para registrar aevolução teórica e/ou estilística do autor no seu processo criativo, de modoque a edição genética deve apresentar a forma final do texto acompanhadado registro das informações relativas à sua gênese, obtidas nas fontes.

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Edição Crítica

É a que procura estabelecer otexto perfeito confrontandomanuscritos ou edições antigas.

Tem como objetivo restaurar ostextos antigos.

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Análise dos textos que integram os livros didáticos de LPpara o Ensino Fundamental e Médio

Transcrição do poema “Trem de ferro” de Manuel Bandeira.

Verso 4 - “Virge Maria que foi isso maquinista?” a forma popular “Virge”,usada pelo poeta, foi corrigida para Virgem em dois livros;

Criou-se um novo verso para o poema: “Piuí... Piuí... Piuí”, que, por sinal,aparece duas vezes, a segunda finalizando a poesia.

Em vez de “Que eu preciso”, lê-se ‘Que é preciso”; “ingazeira” passa a

“ingazeiro”; os versos “Passa poste/Passa pasto” são: “Passa poste/Passaposte”. E há ainda a omissão da 5ª estrofe do poema, que se compõe de 16versos [...] (MENDES, 1986, p. 167).

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Trem de ferro – Manuel Bandeira

Café com pãoCafé com pãoCafé com pãoVirge Maria que foi isso maquinista?

Agora simCafé com pãoAgora simVoa, fumaçaCorre, cercaAi seu foguistaBota fogoNa fornalhaQue eu precisoMuita forçaMuita forçaMuita força(trem de ferro, trem de ferro)

Quando me prenderoNo canaviáCada pé de canaEra um oficiá

Oô...Menina bonitaDo vestido verdeMe dá tua bocaPra matar minha sede

Oô...Vou mimbora vou mimboraNão gosto daquiNasci no sertãoSou de Ouricuri

Oô...Foge, bichoFoge, povoPassa pontePassa postePassa pastoPassa boiPassa boiadaPassa galhoDa ingazeiraDebruçadaNo riachoQue vontadeDe cantar!Oô...(café com pão é muito bom)

Oô...Vou depressaVou correndoVou na todaQue só levoPouca gentePouca gentePouca gente...(trem de ferro, trem de ferro)

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Edições monotestemunhais

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Tipos de edições monotestemunhaisa) a edição fac-similar ou mecânica;

b) a edição diplomática, que consiste na transcrição rigorosamenteconservadora de todos os elementos presentes no modelo;

c) a edição paleográfica, semidiplomática ou diplomático-interpretativa, que consiste na transcrição da fonte ou modelo compequenas intervenções como, p. ex., o desenvolvimento de abreviaturas einserção ou supressão de elementos por conjetura;

d) a edição interpretativa é o tipo mais elaborado, atingindo o graumáximo de mediação admissível, seja com o desenvolvimento deabreviaturas, com a atualização ortográfica, com notas filológicas,linguísticas, históricas e outras que se tornarem convenientes, dependendodo público a que se destine a edição.

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Edição Diplomática

Digo eu, Cosme Pereira dasMercês, abaixo assignadoque entre os mais bens que possuo livre e desembarga

5 do de qualquer onus amigávelou judicial, bemassim uma posse de terra nos terrenos da FasendaAguada Nova deste Municipio, [...].

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Possibilidades de estudo

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O acervo de Eulálio Motta (1907-1988), compõe-se principalmentede documentos arquivados peloescritor, relacionados a sua vidapessoal, profissional e literária:cadernos, diários, cadernetas,papéis avulsos, cartas, fotografias,esboços de projetos editoriais,coleções de jornais, panfletos ecédulas antigas, documentos deidentificação, o diploma defarmacêutico (1933), livros da suabiblioteca particular e objetospessoais.

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Esses documentos foramencontrados onze anos após ofalecimento de Eulálio Motta,em 1999 , pelo Professor Dr.Patrício Barreiros, a quem afamília doou todo o acervo parafins de estudos, pesquisa,preservação e divulgação.

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Após o estudo sistemático do acervo,

foram identificados os seguintes projetos:

cinco livros de poesias;

um livro de causos;

uma coletânea dos textos publicados em

diversos periódicos.

Os 15 cadernos que compõem o acervo deEulálio Motta revelam o laboratório do escritor epossibilitam acompanhar a atividade intelectuale artística do escritor durante seis décadas.

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Atualmente, esse acervo

encontra-se alocado na

UEFS/NeiHD e tem catalogado

2.416 documentos, que abrangem

o período de 1910 a 2005.

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https://eulaliomotta.wordpress.com/

https://neihd.wordpress.com/