cristo e sua justica

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    CCRRIISSTTOOEESSUUAAJJUUSSTTIIAA

    Ellet J. Waggoner

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    Captulo 1

    Considerai o Autor e SumoSacerdote Cristo Jesus

    No primeiro verso do terceiro captulo de

    Hebreus temos uma exortao que compreendetodas as injunes dadas ao cristo. "Por isso,santos irmos, que participais da vocao celestial,considerai atentamente o Apstolo e SumoSacerdote da nossa confisso, Jesus". O faz-lo,como recomendado na Bblia, considerar a Cristo

    contnua e inteligentemente, tal como Ele ,transformar a pessoa num perfeito cristo, pois"pela contemplao somos transformados".

    Ministros do evangelho tm uma inspirada

    ordenana para conservarem o tema, Cristo,continuamente perante as pessoas e dirigir aateno de todos somente a Ele. Paulo declarou aoscorntios: "Porque decidi nada saber entre vs,seno a Jesus Cristo, e este crucificado" (I Cor.2:2), e no h razo para supor que sua pregao

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    aos corntios fosse diferente em qualquer respeitode sua pregao noutros lugares. De fato, ele nosdiz que quando Deus lhe revelou o Seu Filho, foipara que O pregasse entre os gentios (Gl.1:15,16), e sua alegria era que a ele, Paulo, haviasido dada graa para "pregar aos gentios oevangelho das insondveis riquezas de Cristo"

    (Efs. 3:8).

    Mas o fato de que os apstolos fizeram deCristo o peso de toda a sua pregao no nossanica base para magnific-Lo. O Seu nome onico nome sob o cu dado aos homens pelo qualpodemos ser salvos. Atos 4:12. O prprio Cristodeclarou que nenhum homem pode ir ao Pai senopor intermdio Dele. Joo 14:6. A Nicodemos Eledisse: "E do modo por que Moiss levantou aserpente no deserto, assim importa que o Filho do

    homem seja levantado, para que todo o que Nelecr tenha a vida eterna". Joo 3: 14, 15.

    Esse "levantar" de Jesus, conquanto digaprimariamente respeito a Sua crucifixo, abrangemais do que um mero fato histrico; significa que

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    Cristo deve ser "levantado" por todos quantoscrem Nele, como o Redentor crucificado, cujagraa e glria so suficientes para suprir todas asmaiores necessidades do mundo; significa quedeveria ser "levantado" em todo o Seu imensoamor e poder como "Deus conosco", a fim de queSua divina atrao possa atrair-nos para junto Dele.

    Ver Joo 12:32.

    A exortao para considerar a Jesus, e tambma razo para tanto, so dadas em Heb. 12:1-3:"Portanto, tambm ns, visto que temos a rodear-nos to grande nuvem de testemunhas,desembaraando-nos de todo peso, e do pecado quetenazmente nos assedia, corramos comperseverana a carreira que nos est proposta,olhando firmemente para o Autor e Consumador daf, Jesus, o qual, em troca da alegria que Lhe

    estava proposta, suportou a cruz, no fazendo casoda ignomnia, e est assentado destra do trono deDeus. Considerai, pois, atentamente, aquele quesuportou tamanha oposio dos pecadores contra Simesmo, para que no vos fatigueis, desmaiando emvossas almas". somente por considerar

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    constantemente e com orao a Jesus tal como revelado na Bblia que podemos nos guardar detornar-nos cansados de fazer o bem e de desanimarpelo caminho.

    Novamente, devemos considerar a Jesus porqueNele "todos os tesouros da sabedoria e do

    conhecimento esto ocultos". Col. 2:3. A quemquer que falte sabedoria indicado pedir a Deusque a concede liberalmente sem lanar em rosto, ea promessa de que lhe ser concedida. Mas adesejada sabedoria somente pode ser obtida emCristo. A sabedoria que no procede de Cristo eque, em conseqncia, no conduz a Ele somenteloucura, pois Deus, como fonte de todas as coisas, o Autor da sabedoria; a ignorncia de Deus apior sorte de insensatez (ver Rom. 1:21, 22) e todosos tesouros da sabedoria e conhecimento esto

    ocultos em Cristo, de modo que quem tem somentea sabedoria deste mundo nada sabe. E uma vez quetodo o poder no Cu e na Terra dado a Cristo, oapstolo Paulo declara que Cristo "o poder e asabedoria de Deus". I Cor. 1:24.

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    H, contudo, um texto que brevemente sumariatudo quanto Cristo para o homem e oferece arazo mais abrangente para consider-Lo. este:"Mas vs sois Dele, em Cristo Jesus, o qual Se nostornou da parte de Deus sabedoria, e justia, esantificao, e redeno". I Cor. 1:30. Somosignorantes, mpios e perdidos. Cristo para ns

    justia e redeno. Que abrangncia! Da ignornciae pecado, justia e redeno. A mais elevadaaspirao ou necessidade do homem no podeatingir os limites do que Cristo para ns e o queEle somente para ns. Razo suficiente estapara que todos os olhos devam estar Nele fixos.

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    Captulo 2

    Como Consideraremos aCristo?

    Mas como devemos considerar a Cristo? Tal

    como Ele prprio Se revelou ao mundo, segundo otestemunho que ofereceu a respeito de Si mesmo.Nesse maravilhoso discurso registrado no quintocaptulo de Joo, Jesus declarou: "Pois assim comoo Pai ressuscita e vivifica os mortos, assim tambmo Filho vivifica aqueles a quem quer. E o Pai a

    ningum julga, mas ao Filho confiou todo ojulgamento, a fim de que todos honrem o Filho, domesmo modo por que honram o Pai. Quem nohonra o Filho no honra o Pai que O enviou".Versos 21-23, de Joo 5.

    A Cristo confiada a mais elevadaprerrogativa, a de julgar. Ele deve receber a mesmahonra que devida a Deus e em razo de ser Deus.O discpulo amado oferece este testemunho: "Noprincpio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus,

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    e o Verbo era Deus". Joo 1:1. Que esta Palavradivina no outro seno Jesus Cristo demonstrado no verso 14: "E o Verbo se fez carne,e habitou entre ns, cheio de graa e de verdade, evimos a Sua glria, glria como a do unignito doPai".

    A Palavra estava "no princpio". A mente dohomem no pode assimilar as eras abrangidas nestafrase. No dado aos homens saber quando oucomo o Filho foi gerado; mas sabemos que Ele eraa Palavra divina, no simplesmente antes de tervindo Terra para morrer, mas mesmo antes de sercriado o mundo. Pouco antes de Sua crucifixo Eleorou: "E agora, glorifica-Me, Pai, Contigomesmo, com a glria que Eu tive junto de Ti, antesque houvesse mundo". Joo 17:5. E mais desetecentos anos antes de Seu primeiro advento, a

    Sua vinda foi assim predita pela palavra dainspirao: "E tu, Belm Efrata, pequena demaispara figurar como grupo de milhares de Jud, de tiMe sair o que h de reinar em Israel, e cujasorigens so desde os tempos antigos, desde os diasda eternidade". Sabemos que Cristo procedeu e

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    veio do Pai (Joo 8:42), mas isso est to recuadonas eras da eternidade a ponto de estar alm doalcance da mente do homem.

    Cristo Deus?

    Em muitos lugares da Bblia Cristo chamado

    de Deus. O salmista declara: "Fala o Poderoso, oSenhor Deus, e chama a terra desde o levante atao poente. Desde Sio, excelncia de formosura,resplandece Deus. Vem o nosso Deus, e no guardasilncio; perante Ele arde um fogo devorador, aoSeu redor esbraveja grande tormenta. Intima oscus l em cima, e a terra, para julgar o Seu povo.Congregai os Meus santos, os que Comigo fizeramaliana por meio de sacrifcios. Os cus anunciam aSua justia, porque o prprio Deus que julga".Sal. 50:1-6.

    Que esta passagem faz referncia a Cristo podeser percebido (1) pelo fato j aprendido de que todojulgamento atribudo ao Filho, e (2) pelo fato deque por ocasio do segundo advento de Cristoque Ele envia os Seus anjos para reunir os Seus

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    eleitos dos quatro ventos. Mat. 24:31. "Vem onosso Deus, e no guarda silncio". No. Poisquando o prprio Senhor desce do cu, ser"ouvida a voz de arcanjo, e ressoada a trombeta deDeus". I Tess. 4:16. Essa voz ser a do Filho deDeus, a ser ouvida por todos que esto em suassepulturas e que far com que delas saiam. Joo

    5:28,29. Em companhia dos justos vivos eles seroreunidos no ar para encontrar ao Senhor, paraestarem para sempre com Ele, e isso constituir "anossa reunio com Ele". 2 Tess. 2:1. Compararcom o Sal. 50:5; Mat. 24:31, e I Tess. 4:16.

    "Perante Ele arde um fogo devorador, ao Seuredor esbraveja grande tormenta", pois quando oSenhor Jesus for revelado do cu com os Seuspoderosos anjos, ser "Em chama de fogo,tomando vingana con-tra os que no conhecem a

    Deus e contra os que no obedecem ao evangelhode nosso Senhor Jesus". 2 Tess. 1:8. Assimsabemos que o Sal. 50:1-6 uma vvida descrioda segunda vinda de Cristo para a salvao do Seupovo. Quando Ele vier, ser como um "Deuspoderoso". Comparar com Habacuque 3.

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    Este um de Seus ttulos legais. Muito antes doprimeiro advento de Cristo, o profeta Isaas falouestas palavras de conforto para Israel: "Porque ummenino nos nasceu, um filho se nos deu; o governoest sobre os Seus ombros; e o Seu nome ser:Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da

    Eternidade, Prncipe da Paz". Isaas 9:6.

    Estas no so simplesmente as palavras deIsaas; so palavras do Esprito de Deus. Dirigindo-Se diretamente ao Seu Filho, Deus o chamou pelomesmo ttulo. No Salmo 45:6 lemos estas palavras:"O Teu trono, Deus, para todo o sempre; cetrode eqidade o cetro do Teu reino". O leitor casualpode considerar isto simplesmente a atribuio delouvor do salmista a Deus, mas quando nosvolvemos ao Novo Testamento, descobrimos

    tratar-se muito mais do que isso. Descobrimos queDeus, o Pai, quem fala e que est Se dirigindo aoFilho, chamando-O de Deus. Ver Heb. 1:1-8.

    Esse nome no foi dado a Cristo emconseqncia de alguma grande realizao, mas

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    Seu por direito de herana. Falando do poder egrandeza de Cristo, o autor de Hebreus declara quemuito melhor do que os anjos, porque tornou-Se"superior aos anjos, quanto herdou mais excelentenome do que eles". Hebreus 1:4. Um filho semprepor direito leva o nome do pai; e Cristo, como"Filho unignito" tem por direito o mesmo nome.

    Um filho, tambm, , em maior ou menor grau, areproduo do pai; tem em alguma medida osaspectos e caractersticas pessoais de seu pai; noperfeitamente, porque no h reproduo perfeitaentre os seres humanos. Mas no h imperfeiocom Deus, ou em qualquer de Suas obras, e assimCristo a "expressa imagem" da pessoa do Pai.Heb. 1:3. Como Filho do Deus que tem existnciaprpria, Ele tem por natureza os atributos daDivindade.

    verdade que h muitos filhos de Deus, masCristo o "Filho unignito de Deus" e, portanto, oFilho de Deus num sentido em que nenhum outroser jamais foi ou poder ser. Os anjos so filhos deDeus, como o foi Ado (J 38:7; Lucas 3:38), porcriao; os cristos so os filhos de Deus por

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    adoo (Rom. 8:14, 15), mas Cristo o Filho deDeus por nascimento. O autor de Hebreusadicionalmente mostra que a posio do Filho deDeus no uma a que Cristo haja sido elevado,mas sim uma a que tem por direito. Ele declara queMoiss foi fiel em toda a casa de Deus, como umservo, "Cristo, porm, como Filho, sobre a Sua

    casa" Heb. 3:6. E ele tambm declara que Cristo o Edificador da casa. Verso 3. Ele quem constrio templo do Senhor e Se reveste de glria. Zacarias6: 12, 13.

    O prprio Cristo ensinou do modo maisenftico que Deus. Quando o jovem chegou a Elepara perguntar: "Bom Mestre, que farei para herdara vida eterna?" Jesus, antes de responder pergunta direta, disse: "Por que Me chamas bom?Ningum bom seno um s, que Deus". Marcos

    10:17, 18. O que quis Jesus dizer com taispalavras? Pretendeu negar a atribuio de ser bom,a Ele aplicada? Estaria dando a entender que noera absolutamente bom? Seria uma modestadepreciao de Si prprio? De modo algum, poisCristo era absolutamente bom.

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    Aos judeus, que continuamente estavamobservando-O para detectarem alguma falha pelaqual pudessem acus-Lo, Ele ousadamentedeclarou: "Quem dentre vs Me convence depecado?" Joo 8:46. Em toda a nao judaicahomem algum poderia ser encontrado que tivesse

    jamais visto a Ele fazer algo, ou ouvi-Lopronunciando uma palavra que tivesse a mnimasemelhana com o mal, e aqueles que estavamdeterminados a conden-Lo s poderiam faz-lomediante falsas testemunhas contra Ele levantadas.

    Pedro declara que Ele "no cometeu pecado,nem dolo algum se achou em Sua boca". I Pedro2:22. Paulo diz que Ele "no conheceu pecado". 2Cor. 5:21. O salmista comenta: "Ele a minharocha, e Nele no h injustia". Salmo 92:15. E

    Joo fala: "Sabeis tambm que Ele Se manifestoupara tirar os pecados, e Nele no existe pecado". IJoo 3:5. Cristo no pode negar-Se a Si mesmo,portanto no poderia dizer que no era bom. Ele efoi absolutamente bom, a perfeio da bondade. Esendo que no h nenhum bom, seno Deus, e

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    Cristo bom, segue-se que Cristo Deus e que isso que Ele pretendeu ensinar ao jovem.

    Foi isso que Ele ensinou a Seus discpulos.Quando Filipe pediu a Jesus: "Mostra-nos o Pai, eisso nos basta", Jesus declarou-lhe: "H tantotempo estou convosco, e no Me tens conhecido?

    Quem Me v a Mim, v o Pai; como dizes tu:Mostra-nos o Pai?" Joo 14:8, 9. Isto to enfticoquanto Sua declarao: "Eu e o Pai somos um".Joo 10:30. To verdadeiramente Cristo foi Deus,mesmo quando aqui entre os homens, que quandosolicitado a revelar o Pai pde dizer: Contemple-Me. E isso traz mente a declarao de que quandoo Pai trouxe ao mundo o Unignito, declarou: "Etodos os anjos de Deus O adorem". No foisimplesmente quando Cristo estava compartilhandoa glria do Pai perante o mundo que mereceria a

    homenagem, mas quando veio como um beb aBelm, mesmo ento todos os anjos de Deusreceberam ordem de ador-Lo.

    Os judeus no entenderam mal os ensinos deCristo concernentes a Si prprio. Quando Ele

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    declarou que era um com o Pai, os judeus tomarampedras para apedrej-Lo, e quando lhes perguntoupor qual de Suas obras eles buscavam apedrej-Lo,responderam-Lhe: "No por obra boa que Teapedrejamos, e, sim, por causa da blasfmia, poissendo Tu homem, Te fazes Deus a Ti mesmo".Joo 10:33. Se Ele tivesse sido o que consideravam

    que fosse, um mero homem, as palavras Deleteriam realmente constitudo uma blasfmia, masEle era Deus.

    O objeto de Cristo ao vir Terra foi revelarDeus aos homens a fim de que pudessem vir a Ele.Desse modo o apstolo Paulo afirma que "Deusestava em Cristo, reconciliando Consigo o mundo"(2 Cor. 5:19), e em Joo lemos que a Palavra, queera Deus, foi tornada "carne". Joo 1:1, 14. Nomesmo contexto declarado: "Ningum jamais viu

    a Deus; o Deus unignito, que est no seio do Pai, quem O revelou". Joo 1:18.

    Note a expresso: "o Deus unignito que estno seio do Pai". Ali tem Ele a Sua morada, e ali Seacha como parte da Divindade, to certamente

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    enquanto na Terra, tambm assim no cu. O uso dotempo presente subentende existncia contnua.Apresenta-se a mesma idia na declarao de Jesusaos judeus (Joo 8:58): "Antes que Abraoexistisse, Eu sou". E isso novamente revela Suaidentidade como Aquele que apareceu a Moiss nasara ardente, tendo declarado o Seu nome como

    "EU SOU O QUE SOU".

    Finalmente, temos as palavras inspiradas doapstolo Paulo concernentes a Jesus Cristo, de que"aprouve a Deus que Nele residisse toda aplenitude". Col. 1:19. O que esta plenitude quehabita em Cristo significa, aprendemos do captuloseguinte, onde nos dito que "Nele habitacorporalmente toda a plenitude da divindade".Colos. 2:9. Este um testemunho absoluto einequvoco ao fato de que Cristo possui por

    natureza todos os atributos da divindade. O fato dadivindade de Cristo tambm aparecer muitodistintamente ao prosseguirmos na considerao deCristo como Criador.

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    Captulo 3

    Cristo como Criador

    Imediatamente aps o texto freqentementelembrado que diz que Cristo, o Verbo, Deus,lemos que todas as coisas foram feitas por Ele; esem Ele nada do que foi feito se fez". Joo 1:3. Umcomentrio no poderia tornar esta declarao maisclara do que , portanto passemos s palavras deHeb. 1:1-4: "Deus . . . nestes ltimos dias nos faloupelo Filho a quem constituiu herdeiro de todas as

    coisas, pelo Qual tambm fez o universo; Ele, que o resplendor da glria e a expresso exata do SeuSer, sustentando todas as coisas pela palavra doSeu poder, depois de ter feito a purificao dospecados, assentou-Se direita da Majestade nasalturas, tendo-Se tornado to superior aos anjos,

    quanto herdou mais excelente nome do que eles".

    Ainda mais enftico do que estas so aspalavras do apstolo Paulo aos colossenses.Falando de Cristo como Aquele mediante Quem

    temos a redeno, descreve a Jesus como Algum

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    sendo "a imagem do Deus invisvel, o primognitode toda a criao; pois Nele foram criadas todas ascoisas, nos cus e sobre a Terra, as vi-sveis e asinvisveis, sejam tronos, sejam soberanias, querprincipados, quer potestades. Tudo foi criado pormeio Dele e para Ele. Ele antes de todas ascoisas. Nele tudo subsiste". Col. 1:15-17.

    Este maravilhoso texto deveria sercuidadosamente estudado e freqentementeanalisado. No existe nada no universo que Cristono haja criado. Ele fez tudo no cu e tudo sobre aTerra. Fez tudo quanto pode ser visto e tudo quantono pode ser visto -- os tronos e dominaes eprincipados e potestades no cu, tudo depende Delepara a existncia. E sendo Ele antes de todas ascoisas e o seu Criador, tambm por Ele todas ascoisas subsistem e se mantm. Isto equivale ao que

    dito em Hebreus 1:3, de que Ele sustm todas ascoisas pela palavra do Seu poder. Foi por umapalavra que os cus foram feitos, e essa mesmapalavra os mantm em seus lugares e sopreservados da destruio.

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    Possivelmente no podemos omitir esta ligaocom Isaas 40:25, 26. "A quem, pois, Mecomparareis para que Eu lhe seja igual? diz oSanto. Levantai ao alto os vossos olhos, e vede.Quem criou estas coisas? Aquele que faz sair o Seuexrcito de estrelas, todas bem contadas, as quaisEle chama pelos seus nomes; por ser Ele grande em

    fora e forte em poder, nem uma s vem a faltar".Ou, como a traduo judaica mais vividamente atraduz: "Dele que grande em poder, e forte emvigor, nenhuma escapa". Que Cristo o Santo queassim convoca as hostes celestiais pelo nome e assustm em seu lugar evidente de outras poresdo mesmo captulo. Ele Aquele perante quem foidito: "Preparai o caminho do Senhor, fazei retas nodeserto uma vereda para o nosso Deus". Ele Aquele que vem com uma mo forte, tendo o Seugalardo Consigo; Aquele que, como um pastor,

    alimenta o Seu rebanho, levando os cordeiros emSeu regao.

    Uma declarao a mais com respeito a Cristocomo Criador suficiente. Trata-se do testemunhodo prprio Filho. No primeiro captulo de Hebreus

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    lemos que Deus nos falou por intermdio de SeuFilho; que disse a respeito Dele: "E todos os anjosde Deus O adorem", e sobre os anjos declarou:"Aquele que a Seus anjos faz ventos, e a Seusministros, labareda de fogo", mas sobre o Filho: "OTeu trono, Deus, para todo o sempre, e: Cetrode eqidade o cetro do Teu reino". E Deus diz

    adicionalmente: "No princpio, Senhor, lanaste osfundamentos da Terra, e os cus so obras das Tuasmos". Heb. 1:8-10. Aqui encontramos o Paidirigindo-Se ao Filho como Deus, e declarando-Lhe: "Lanaste os fundamentos da Terra, e os cusso obras das Tuas mos". Quando o prprio Paiatribui essa honra ao Filho, o que o homem paraimpedi-lo? Com isto todos devemos bem deixar otestemunho direto com respeito divindade deCristo e o fato de que Ele o Criador de todas ascoisas.

    Uma palavra de precauo pode ser aquinecessria. Que ningum imagine que exaltaramosa Cristo s expensas do Pai ou ignoraramos ao Pai.Isso no pode ser, pois os Seus interesses so ums. Honramos ao Pai ao honrar o Filho. Atentamos

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    s palavras de Paulo segundo as quais "h um sDeus, o Pai, de Quem so todas as coisas, e JesusCristo, pelo qual so todas as coisas, e ns tambmpor Ele" (1 Cor. 8:6); como j citamos, que foi porEle que Deus fez os mundos. Todas as coisas, emltima instncia, procedem do Pai, mas temagradado ao Pai que Nele habite toda a plenitude, e

    que deva ser o Agente direto, imediato em todo atoda Criao. Nosso objetivo nesta investigao estabelecer a legtima posio de Cristo deigualdade com o Pai, a fim de que o Seu poder pararedimir possa ser melhor apreciado.

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    Captulo 4

    Cristo um Ser Criado?

    Antes de passarmos a algumas lies prticasque devem ser aprendidas destas verdades,precisamos demorar-nos por uns poucos instantesnuma opinio que honestamente mantida pormuitos que no se disporiam em medida alguma adesonrar a Cristo, mas que, devido a essa opinio,na realidade negam a Sua divindade. Trata-se daidia de que Cristo um ser criado, o Qual, por ser

    do agrado de Deus, foi elevado a Sua presenteexaltada posio. Ningum que sustenta esteentendimento pode possivelmente ter algumaconcepo justa da exaltada posio que Cristorealmente ocupa.

    A opinio em questo formada sobre umainterpretao equivocada de um nico texto, Apoc.3:14: "Ao anjo da igreja em Laodicia escreve:Estas coisas diz o Amm, a testemunha fiel everdadeira, o princpio da criao de Deus". Isso

    erroneamente interpretado como significando que

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    Cristo foi o primeiro ser que Deus criou -- que aobra de Deus na Criao teve incio com Ele. Masesta opinio contradiz as passagens que declaramque Cristo a todas as coisas criou. Dizer que Deuscomeou Sua obra de Criao criando a Cristo deixar a Cristo inteiramente fora da obra criativa.

    A palavra traduzida como "princpio" arche, esignifica tambm "cabea" ou "chefe". Ocorre nonome do governante grego Archon, em arcebispo ena palavra arcanjo. Tomemos esta ltima palavra.Cristo o arcanjo. Ver Judas 9; I Tess. 4:16; Joo5:28, 29; Deut. 10:21. Isso no significa que Ele o primeiro dos anjos, pois no um anjo, mas estacima deles. Heb. 1:4. Significa ser Ele o chefe ouprncipe dos anjos, assim como um arcebispo ocabea dos bispos. Cristo o comandante dosanjos. Ver Apoc. 19:19-14. Ele criou os anjos. Col.

    1:16. E assim a declarao de que Ele o princpioou cabea da Criao de Deus significa que Nele acriao teve o seu incio; ou seja, como Ele prpriodeclara, o Alfa e o mega, o princpio e o fim, oprimeiro e o derradeiro. Apoc. 21:6; 22:13. Ele afonte da qual todas as coisas tm sua origem.

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    Nem poderamos imaginar que Cristo umacriatura, porque Paulo O chama "o Primognito detoda a criao", em Coloss. 1:15. O prprio versoseguinte demonstra ser Ele o Criador, no umacriatura. "Pois Nele foram criadas todas as coisas,nos cus e sobre a Terra, as visveis e as invisveis,

    sejam tronos, sejam soberanias, quer principados,quer potestades. Tudo foi criado por meio Dele epara Ele. Ele antes de todas as coisas. Nele tudosubsiste". Agora, se Ele criou todas as coisas que jforam criadas, e existia antes de todas as coisascriadas, evidente que Ele prprio no est entreas coisas criadas. Ele est acima de toda a Criaoe dela no faz parte.

    As Escrituras declaram que Cristo o"unignito de Deus". Ele gerado, no criado.

    Quando Ele foi gerado no nos compete indagar,nem nossas mentes poderiam assimil-lo se nosfosse indicado. O profeta Miquias nos diz tudoquanto podemos saber sobre isto nestas palavras:"E tu, Belm Efrata, pequena demais para figurarcomo grupo de milhares de Jud, de ti me sair o

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    que h de reinar em Israel, e cujas origens sodesde os tempos antigos, desde os dias daeternidade". Miquias 5:2. Houve um tempo emque Cristo procedeu e veio de Deus, do seio do Pai(Joo 8:42; 1:18), mas esse tempo est to recuadonos dias da eternidade que para a compreensofinita praticamente sem incio.

    Mas a questo fundamental que Cristo umFilho gerado, no um sdito criado. Ele tem porherana um nome mais excelente do que o dosanjos; Ele um "Filho sobre a Sua casa". E sendoEle o Filho unignito de Deus, da mesmasubstncia e natureza de Deus e possui pornascimento todas os atributos de Deus, pois o Paiagradou-Se de que o Seu filho fosse a expressaimagem de Sua pessoa, o fulgor de Sua glria, erepleto de toda a plenitude da Divindade. Assim

    Ele tem "vida em Si mesmo". Ele possuiimortalidade em Seu prprio direito e pode conferirimortalidade a outros. A vida -Lhe inerente, assimno pode ser Dele tirada, mas voluntariamente deladispondo, pode reassumi-la novamente.

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    Suas palavras so estas: "Por isso o Pai Meama, porque Eu dou a Minha vida para a reassumir.Ningum a tira de Mim; pelo contrrio, Euespontaneamente a dou. Tenho autoridade para aentregar e tambm para reav-la. Este mandamentorecebi de Meu Pai". Joo 10:17, 18.

    Se algum levanta o velho sofisma quanto a seCristo imortal, como poderia morrer? Temossomente que dizer que no o sabemos. No temos apretenso de sondar o infinito. No temos comocompreender como Cristo podia ser Deus noprincpio, compartilhando glria igual do Paiantes que o mundo existisse e ainda antes de ternascido um beb em Belm. O mistrio dacrucifixo e ressurreio somente o mistrio daencarnao. No podemos entender como Ele pdecriar o mundo do nada, nem como pode levantar os

    mortos, nem ainda como opera mediante o Espritoem nossos prprios coraes; contudo cremos esabemos essas coisas. Deveria ser-nos suficienteaceitar como verdade essas coisas que Deus temrevelado, sem tropear sobre coisas que a mente deum anjo no pode sondar. Assim nos deleitamos no

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    poder e glria infinitos que as Escrituras declarampertencerem a Cristo, sem atribularmos nossasmentes finitas numa v tentativa de explicar oinfinito.

    Finalmente, conhecemos a unidade divina doPai e do Filho pelo fato de que ambos tm o

    mesmo Esprito. Paulo, aps dizer que os quevivem segundo a carne no podem agradar a Deus,prossegue: "Vs, porm, no estais na carne, masno Esprito, se de fato o Esprito de Deus habita emvs. E se algum no tem o Esprito de Cristo, essetal no Dele". Aqui descobrimos que o EspritoSanto tanto o Esprito de Deus quanto o Espritode Cristo. Cristo est "no seio do Pai", sendo pornatureza da mesma substncia de Deus e tendovida em Si mesmo. Ele apropriadamentechamado de Jeov , o auto-existente, e assim

    proclamado em Jeremias 23: 56, onde dito que oRenovo justo, que executar juzo e justia sobre aTerra, ser conhecido pelo nome de Jeho-vah-tsidekenu--O Senhor, Justia Nossa.

    Que ningum, pois, que honra a Cristo Lhe

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    atribua menor honra do que ao Pai, pois isso seriauma desonra ao Pai. Antes, todos, com os anjos docu, adoremos ao Filho, no tendo temor de estaradorando e servindo a criatura em lugar do Criador.

    E agora, enquanto o tema da divindade deCristo est fresquinho em nossas mentes, faamos

    uma pausa para considerar o maravilhoso relato deSua humilhao.

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    Captulo 5

    Deus Manifesto em Carne

    "E o Verbo Se fez carne e habitou entre ns".Joo 1:14.

    Nenhuma palavra poderia plenamente revelarque Cristo foi tanto Deus quanto homem.Originalmente somente divino, Ele tomou sobre Sia natureza humana e viveu entre os homens comoum mortal comum, exceto naquelas ocasies

    quando Sua divindade transluzia, como no eventoda purificao do Templo, ou quando Suaspalavras ardentes de verdade simples foravam atos Seus inimigos a confessarem que "nuncahomem algum falou como esse homem".

    A humilhao que Cristo voluntariamenteassumiu sobre Si melhor expressa por Paulo aosfilipenses: "Tende em vs o mesmo sentimento quehouve tambm em Cristo Jesus, pois Ele,subsistindo em forma de Deus, no julgou como

    usurpao o ser igual a Deus; antes, a Si mesmo Se

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    esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-Seem semelhana de homens; e, reconhecido emfigura humana, a Si mesmo Se humilhou, tornando-Se obediente at morte, e morte de cruz". Filip.2:5-8.

    A verso acima torna este texto muito claro de

    que, conquanto Cristo fosse em forma de Deus,sendo "o resplendor da glria e a expresso exatado Seu Ser" (Heb. 1:3), tendo todos os atributos deDeus, sendo o Governante do universo, e Aquele aquem todo o Cu se deleitava em honrar, nojulgou que qualquer dessas coisas devesse serdesejada enquanto os homens estivessem perdidose impotentes. Ele no podia desfrutar Sua glriaenquanto o homem fosse um pria, sem esperana.Assim, esvaziou-Se, despojou-Se de todas as Suasriquezas e glria, e assumiu sobre Si a natureza do

    homem, a fim de que pudesse redimi-lo. Dessemodo podemos conciliar a unidade de Cristo com oPai pela declarao: "Meu Pai maior do que Eu".

    impossvel para ns entender como Cristopodia, como Deus, humilhar-Se morte de cruz, e

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    simplesmente intil especularmos a respeitodisso. Tudo quanto podemos fazer aceitar os fatoscomo se apresentam na Bblia. Se o leitor achardifcil harmonizar algumas das asseres bblicasconcernentes natureza de Cristo, tenha em menteque seria impossvel express-lo em termos quepermitissem s mentes finitas assimilar plenamente

    tal fato. Assim como o enxertar os gentios notronco de Israel contrrio natureza, a economiadivina paradoxal compreenso humana.

    Outros textos que citaremos trazem-nos aindamais perto o fato da humanidade de Cristo e o queela significa para ns. J temos lido que "o VerboSe fez carne", e agora leremos o que Paulo diz comrespeito natureza dessa carne: "Porquanto o quefora impossvel lei, no que estava enferma pelacarne, isso fez Deus enviando o Seu prprio Filho

    em semelhana de carne pecaminosa e no tocanteao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne,o pecado. A fim de que o preceito da lei secumprisse em ns que no andamos segundo acarne, mas segundo o Esprito". Rom. 8:3,4.

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    Um pequeno pensamento ser suficiente pararevelar a qualquer um que, se Cristo assumiu sobreSi a semelhana do homem a fim de que pudesseredimir o homem, deve ter sido ao homem pecadorque Ele Se assemelhou, pois foi ao homem pecadorque Ele veio remir. A morte no poderia terqualquer poder sobre um homem sem pecado,

    como Ado foi no den, e no poderia ter tidoqualquer poder sobre Cristo, se o Senhor notivesse disposto sobre Ele a iniquidade de nstodos. Ademais, o fato de que Cristo tomou sobreSi a carne, no de um ser inculpvel, mas de umhomem pecador, isto , que a carne que Eleassumiu tinha todas as fraquezas e tendnciaspecaminosas a que a natureza humana cada estsujeita, demonstrado pela declarao de que "Elefoi feito da semente de Davi segundo a carne".Davi tinha todas as paixes da natureza humana.

    Ele disse a seu prprio respeito: "Eu nasci nainiqidade, e em pecado me concebeu minha me".Sal. 51:5.

    A declarao seguinte do livro de Hebreus muito clara sobre este ponto: "Pois Ele,

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    evidentemente, no socorre a anjos, mas socorre adescendncia de Abrao. Por isso mesmo convinhaque, em todas as coisas, Se tornasse semelhante aosirmos, para ser misericordioso e fiel sumosacerdote nas coisas referentes a Deus, e para fazerpropiciao pelos pecados do povo. Pois naquiloque Ele mesmo sofreu, tendo sido tentado,

    poderoso para socorrer os que so tentados". Heb.2:16-18.

    Se Ele tivesse sido em todas as coisassemelhante a Seus irmos, ento deve ter sofridotodas as enfermidades e sido sujeito a todas astentaes deles. Dois textos mais que deixam estaquesto bem evidente sero evidncia suficiente arespeito disso. Primeiro citamos 2 Corntios 5:21:

    "Aquele que no conheceu pecado [Deus], Ele

    O fez pecado por ns; para que Nele fssemosfeitos justia de Deus".

    Isto mais vigoroso do que a declarao de queEle foi feito em "semelhana da carnepecaminosa". Ele foi tornado em pecado. Aqui se

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    acha o mesmo mistrio quanto ao de que o Filho deDeus devia morrer. O Cordeiro imaculado de Deus,que no conhecera qualquer pecado, foi feitopecado. Sem pecado, contudo, no somentecontado como um pecador, mas realmente tomandosobre Si mesmo a natureza pecaminosa. Ele foifeito pecado a fim de que pudesse ser feito justia.

    Assim, Paulo declara aos glatas que "Deus enviouo Seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei,para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de querecebssemos a adoo de filhos". Gl. 4:4,5.

    "Pois naquilo que Ele mesmo sofreu, tendo sidotentado, poderoso para socorrer os que sotentados". "Porque no temos sumo sacerdote queno possa compadecer-Se das nossas fraquezas,antes foi Ele tentado em todas as coisas, nossasemelhana, mas sem pecado. Acheguemo-nos,

    portanto, confiadamente, junto ao trono da graa, afim de recebermos misericrdia e acharmos graapara socorro em ocasio oportuna". Hebreus 4:15,16.

    Um ponto mais e ento podemos aprender toda

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    a lio que devamos assimilar do fato de que "oVerbo Se fez carne e habitou entre ns". Como foique Cristo pde assim "compadecer-Se das nossasfraquezas" (Heb. 5:2) e ainda no conhecerpecado? Alguns podem ter pensado, enquantolendo at este ponto, que estivemos depreciando ocarter de Jesus por traz-Lo ao nvel do homem

    pecador. Pelo contrrio, estamos simplesmenteexaltando o "divino poder" de nosso abenoadoSalvador, que a Si mesmo voluntariamente desceuao nvel do homem pecador, a fim de que pudesseexaltar o homem Sua prpria pureza imaculada,que Ele reteve sob as circunstncias mais adversas.

    Sua humanidade apenas velava Sua divinanatureza, pela qual Ele estava inseparavelmenteligado ao Deus invisvel e que era mais do quecapaz de resistir com xito s fraquezas da carne.

    Havia em toda a Sua vida uma luta. A carne,movida pelo inimigo de toda justia, tenderia aopecado, contudo Sua divina natureza nunca por ummomento acolheu um desejo maligno nem o Seudivino poder jamais hesitou. Tendo sofrido nacarne tudo quanto os homens podem possivelmente

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    sofrer, Ele retornou ao trono do Pai comoimaculado do mesmo modo em que deixou ascortes de glria. Quando jazia na tumba, sob opoder da morte, "era impossvel que ali fossedetido", porque "no conheceu pecado".

    Mas algum dir: "No encontro nisso nenhum

    conforto para mim. Na verdade, tenho um exemploque no posso seguir, pois no possuo o poder queCristo teve. Ele foi Deus mesmo enquanto estavaaqui na Terra. Eu, porm, sou um mero homem".Sim, mas poder ter o mesmo poder que Ele tinhase o desejar. Ele foi "capaz de condoer-Se" denossas fraquezas (Heb. 5:2), porm sem "conhecerpecado", por causa do poder divino queconstantemente Nele habitava. Agora, atentemos sinspiradas palavras de Paulo e aprendamos qual nosso privilgio de possuir:

    "Por esta causa me ponho de joelhos diante doPai, de quem toma o nome toda famlia, tanto nocu como sobre a terra, para que, segundo a riquezada Sua glria, vos conceda que sejais fortalecidoscom poder, mediante o Seu Esprito no homem

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    interior; e assim habite Cristo nos vossos coraes,pela f, estando vs arraigados e alicerados emamor, a fim de poderdes compreender, com todosos santos, qual a largura, e o comprimento, e aaltura, e a profundidade, e conhecer o amor deCristo, que excedo todo entendimento, para quesejais tomados de toda a plenitude de Deus". Efs.

    3:14-19.

    Quem poderia pedir mais? Cristo, em Quemhabita toda a plenitude da Divindadecorporalmente, pode habitar em nossos coraes demodo que possamos ser cheios com toda aplenitude de Deus. Que promessa maravilhosa! EleSe compadece das nossas fraquezas. Isto , tendosofrido tudo quanto a carne pecaminosa herda, sabetudo a seu respeito e identifica-Se com os Seusfilhos numa to ntima empatia que tudo que sobre

    eles exerce presso, causa-Lhe idntica ao e Elesabe quanto poder divino necessrio para resistir-lhe. E se sinceramente desejarmos negar a"impiedade e paixes mundanas", Ele capaz eansiosamente nos d fora abundante, acima detudo quanto peamos ou imaginemos.

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    Animem-se, pois, as almas cansadas, dbeis eoprimidas pelo pecado. Que venham"confiadamente, junto ao trono da graa", ondecom segurana encontraro graa para ajud-losem tempo de necessidade, porque essa necessidade sentida por nosso Salvador no tempo exato em

    que se faz precisa. Ele pode "compadecer-Se dasnossas fraquezas". Se fosse apenas pelo fato de quesofreu quase dois mil anos atrs, poderamos temerque houvesse Se esquecido de algumas dessasfraquezas, mas no, a prpria tentao que lhepressiona, a Ele tambm afeta. Suas feridas estosempre frescas, e Ele vive sempre para fazerintercesso por voc.

    Que maravilhosas possibilidades h para ocristo! A que alturas de santidade ele pode

    alcanar! No importa quanto Satans possaguerrear contra ele, atacando-o onde a carne maisfraca, pode descansar sobre a sombra doOnipotente e ser cheio da plenitude da fora deDeus. Aquele que mais forte do que Satans podehabitar o seu corao continuamente e assim,

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    considerando os ataques satnicos como seestivesse firmado sobre uma imponente fortaleza,pode dizer: "Tudo posso Naquele que mefortalece". Fil. 4:13.

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    Captulo 6

    Cristo, O Doador Da Lei

    "Porque o Senhor o nosso juiz; o Senhor onosso legislador, o Senhor o nosso rei; Ele nossalvar". Isaas 33:22.

    Temos agora que considerar a Cristo em outropersonagem, mas no outro. o que naturalmenteresulta de Sua posio como Criador, pois Aqueleque cria deve certamente ter autoridade de guiar e

    controlar. Lemos em Joo 5:22,23 as palavras deCristo, segundo as quais "o Pai a ningum julga,mas ao Filho confiou todo o julgamento, a fim deque todos honrem o Filho, do modo por quehonram o Pai. Quem no honra o Filho no honra oPai". Sendo Cristo a manifestao do Pai na

    Criao, assim Ele a manifestao do Pai em dare executar a lei. Alguns textos escritursticos sosuficientes para provar isto.

    Em Nmeros 21:4-6 temos o registro parcial de

    um incidente que teve lugar enquanto os filhos de

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    Israel estavam no deserto. Leiamo-lo: "Entopartiram do monte Hor, pelo caminho do MarVermelho, a rodear a terra de Edom; porm o povose tornou impaciente no caminho. E falou contraDeus e contra Moiss: Por que nos fizestes subir doEgito, para que morramos neste deserto, onde noh po nem gua? E a nossa alma tem fastio deste

    po vil. Ento o Senhor mandou entre o povoserpentes abrasadoras, que mordiam o povo; emorreram muitos do povo de Israel". O povo faloucontra Deus e contra Moiss, dizendo: Por que nostrouxeste para este deserto? Acharam falta no seulder. por isso que foram destrudos porserpentes. Agora, leiamos as palavras do apstoloPaulo com respeito ao mesmo evento:

    "No ponhamos o Senhor prova, como algunsdeles j fizeram, e pereceram pelas mordeduras das

    serpentes". I Cor. 10:9.

    O que isto prova? Que o Lder contra quem elesmurmuravam era Cristo. Isto adicionalmentedemonstrado pelo fato de que quando Moisslanou sua sorte por Israel, recusando ser chamado

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    o filho da filha de Fara, ele considerou o oprbriode Cristo de maior valor do que as riquezas doEgito. Heb. 11:26. Leia tambm 1 Corntios 10:4,onde Paulo declara que os pais "beberam da mesmafonte espiritual; porque bebiam de uma pedraespiritual que os seguira. E a pedra era Cristo".Assim, pois, Cristo era o Lder de Israel sado do

    Egito.

    O terceiro captulo de Hebreus torna claro estemesmo fato. Ali -nos dito para considerar o"Apstolo e Sumo Sacerdote de nossa profisso,Cristo Jesus, o qual fiel quele que O constituiu,como tambm o era Moiss em toda a casa deDeus". Versos 1-6. A seguir nos dito que nssomos Sua casa se nos firmarmos em nossaconfiana at o fim. Portanto, somos exortadospelo Esprito Santo a ouvir Sua voz e no

    endurecer nossos coraes, como na provocao dodeserto por nossos pais. "Porque nos temos tornadoparticipantes de Cristo, se de fato guardarmosfirme at ao fim a confiana que desde o princpiotivemos. Enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes a Suavoz, no endureais os vossos coraes como foi

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    na provocao. Ora, quais os que, tendo ouvido serebelaram? No foram, de fato, todos os que saramdo Egito por intermdio de Moiss? E contra quemse indignou por quarenta anos? No foi contra osque pecaram, cujos cadveres caram no deserto?"

    A mesma coisa demonstrada em Josu 5:13-

    15, onde nos dito que o homem a quem Josu viuperto de Jeric, tendo uma espada nua na mo, emresposta pergunta de Josu: "s tu dos nossos, oudos nossos adversrios?" declarou: "No; souprncipe do exrcito do Senhor, e acabo de chegar".Na verdade, ningum se achar que dispute queCristo era o real Lder de Israel, conquantoinvisvel.

    Moiss, o lder visvel do povo de Israel,"resistiu como vendo Aquele que invisvel". Fora

    Cristo quem comissionara Moiss a ir e libertar oSeu povo. Lemos em xodo 20:1-3:

    "Ento falou Deus todas estas palavras: Eu souo Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, dacasa da servido. No ters outros deuses diante de

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    Mim." Quem pronunciou estas palavras? Aqueleque os trouxe do Egito. E quem foi o Lder deIsrael no Egito? Foi Cristo. Ento quempronunciou a lei no Monte Sinai? Foi Cristo, oresplendor da glria do Pai e a expressa imagem deSua pessoa, que a manifestao de Deus aohomem. Foi o Criador de todas as coisas criadas e

    Aquele a Quem todo juzo foi confiado.

    Este ponto pode ser demonstrado doutro modo.Quando o Senhor vier, ser com um clamor (1Tess. 4:16), que penetrar as tumbas e despertaros mortos (Joo 5:28, 29). "O Senhor l do altorugir, e da Sua santa morada far ouvir a Sua voz;rugir fortemente contra a Sua malhada, combrados contra todos os moradores da Terra, como oeia! dos que pisam as uvas. Chegar o estrondo at extremidade da Terra, porque o Senhor tem

    contenda com as naes, entrar em juzo contratoda carne; os perversos entregar espada, diz oSenhor". Jeremias 25:30,31. Comparando isto comApocalipse 19:11-21, onde Cristo como o Lderdos exrcitos dos cus, o Verbo de Deus, Rei dosreis, e Senhor dos senhores, sai para pisar o lagar

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    da ira e ferocidade do Deus Todo-poderoso,destruindo todos os mpios, verificamos que Cristo que "brama de Sio, e Se far ouvir deJerusalm, e os cus e a Terra tremero; mas oSenhor ser o refgio do Seu povo, e a fortalezados filhos de Israel". Joel 3:16.

    Destes textos, ao qual outros poderiam seracrescentados, aprendemos que, em relao com avinda do Senhor para livrar o Seu povo, Ele quefala com uma voz que sacode a Terra e os cus --"A Terra cambaleia como um bbado, e balanceiacomo rede de dormir" (Isa. 24:20), e "os cuspassaro com estrepitoso estrondo" (2 Pedro 3:10).Agora leiamos Hebreus 12:25,26:

    "Tende cuidado, no recuseis ao que fala. Pois,se no escaparam aqueles que recusaram ouvir

    quem divinamente os advertia sobre a Terra, muitomenos ns, os que nos desviamos Daquele que doscus nos adverte, Aquele, cuja voz abalou, ento, aTerra; agora, porm, Ele promete, dizendo: Aindauma vez por todas farei abalar no s a Terra, mastambm o cu".

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    A ocasio em que a Voz falando sobre a Terraa abalou foi quando a lei foi proferida no Sinai(xo. 19:18-20; Heb. 12:18-20), um evento quejamais teve paralelo em impacto e jamais ter atque o Senhor venha com todos os anjos celestiaispara salvar o Seu povo. Mas, observemos: A

    mesma voz que ento abalou a Terra, no porvirabalar no somente a Terra, mas tambm o cu, etemos visto que a voz de Cristo que soar com talvigor ao ponto de abalar o cu e a Terra quando deSua controvrsia com as naes. Portanto, estdemonstrado que foi a voz de Cristo que se fezouvir no Sinai, proclamando os dez mandamentos.

    Isto no mais do que naturalmente se poderiaconcluir do que temos aprendido com respeito aCristo como Criador e Autor do sbado. Na

    verdade, o fato de que Cristo parte da Divindade,possuindo todos os atributos da divindade, sendoigual ao Pai em todos os aspectos, como Criador eLegislador, a nica fora que h na expiao. isto somente que torna a redeno umapossibilidade. Cristo morreu "para conduzir-nos a

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    Deus" (I Pedro 3:18), mas se Lhe faltasse um jotade igualdade com Deus, no poderia conduzir-nosa Ele. A divindade significa ter os atributos dadeidade.

    Se Cristo no fosse divino, ento somentepoderamos ter um sacrifcio humano. No

    importa, mesmo que se conceda que Cristo foi amais elevada inteligncia do Universo; nesse casoEle seria um sdito, devendo aliana lei, semhabilidade de cumprir mais do que o Seu prpriodever. Ele no poderia dispor de justia paracomunicar a outros. H uma distncia infinita entreo mais elevado anjo j criado e Deus; portanto, omais elevado anjo no poderia soerguer o homemcado e torn-lo participante da natureza divina. Osanjos podem ministrar; Deus somente pode remir.Graas damos a Deus por sermos salvos, "mediante

    a redeno que h em Cristo Jesus", em quemhabita toda a plenitude da divindade corporalmentee que , portanto, capaz de salvar plenamenteaqueles que vm a Deus por Ele.

    Esta verdade ajuda a obtermos uma

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    compreenso mais perfeita da razo por que Cristo chamado o Verbo de Deus. Ele Aquelemediante Quem a vontade e poder divinos sotornados conhecidos aos homens. Ele , por assimdizer, o porta-voz da Divindade, a manifestao daDivindade. Ele declara ou torna Deus conhecido aohomem. do agrado do Pai que Nele habitasse

    toda a plenitude; e, portanto, o Pai no relegado auma posio secundria, como alguns imaginam,quando Cristo exaltado como Criador eLegislador, pois a glria do Pai fulgura mediante oFilho.

    Uma vez que Deus conhecido somentemediante Cristo, evidente que o Pai no pode serhonrado como Ele deve ser honrado, por aquelesque no exaltam a Cristo. Como o prprio Cristodisse: "Quem no honra o Filho no honra o Pai

    que O enviou". Joo 5:23.

    Indaga-se como Cristo poderia ser o Mediadorentre Deus e o homem e tambm o Legislador?No temos de explicar como isso pode ser, massomente aceitar as Escrituras no que do

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    testemunho de que assim . E o fato de assim ser o que d fora doutrina da expiao. A seguranado pecador de pleno e perfeito perdo jaz no fatode que o prprio Legislador, Aquele contra quemEle havia se rebelado e ao qual havia desafiado, oque Se deu por ns.

    Como possvel para quem quer que sejaduvidar da honestidade do propsito de Deus ou deSua perfeita boa vontade para com os homens,quando deu-Se por Sua redeno? Que no seimagine que o Pai e o Filho foram separados nessatransao. Foram um nisto, bem como em tudo omais. O conselho de paz foi entre Eles ambos (Zac.6:12,13), e mesmo enquanto aqui na Terra, o Filhounignito estava no seio do Pai.

    Que maravilhosa manifestao de amor! O

    Inocente sofria pelo culpado; o Justo pelo injusto; oCriador pela criatura; o Autor da lei pelotransgressor dessa lei; o Rei por seus rebeldessditos. Uma vez que Deus no poupou a Seuprprio Filho, mas livremente O entregou por nstodos --uma vez que Cristo voluntariamente Se deu

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    por ns --como no ir com Ele livremente nosconceder todas as coisas?

    O amor infinito no poderia encontrar maiormanifestao de si mesmo. Bem pode o Senhordizer: "Que mais se podia fazer ainda Minhavinha que Eu lhe no tenha feito?"

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    Captulo 7

    A Justia de Deus

    "Buscai, pois, em primeiro lugar o Seu reino ea Sua justia, e todas estas coisas vos seroacrescentadas". Mat. 6:33.

    A justia de Deus, declara Jesus, o objetivo aser buscado nesta vida. Alimentao e vesturioso questes de menor monta em comparao comela. Deus as suprir no devido tempo, de modo que

    o cuidado e preocupao excessivos no precisamdirecionar-se nesse rumo; mas assegurar que oReino de Deus e Sua justia sejam o nico objetivoda vida.

    Em I Corntios 1:30 -nos dito que Cristo foi

    feito a ns justia, bem como sabedoria, e uma vezque Cristo a sabedoria de Deus e Nele habitacorporalmente toda a plenitude da Divindade, evidente que a justia que se nos est disponvel ade Deus. Vejamos o que esta justia :

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    No Salmo 119:172 o salmista assim se dirigeao Senhor: "A Minha lngua celebre a Tua lei, poistodos os Teus mandamentos so justia". Osmandamentos so justia, no simplesmente noabstrato, mas so a justia de Deus. Comocomprovao, leia o seguinte:

    "Levantai os vossos olhos para os cus, e olhaipara a Terra em baixo, porque os cusdesaparecero como o fumo, e a Terra envelhecercomo um vestido, e os Seus moradores morrerocomo mosquitos, mas a Minha salvao durarpara sempre, e a Minha justia no ser anulada.Ouvi-Me, vs que conheceis a justia, vs, povo,em cujo corao est a Minha lei; no temais ooprbrio dos homens, nem vos turbeis por causadas Suas injrias". Isaas 51:6,7.

    O que aprendemos disso? Que aqueles queconhecem a justia de Deus so as pessoas em cujocorao est a Sua lei, e, portanto, que a lei deDeus a justia de Deus.

    Isso pode ser provado novamente, como segue:

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    "Toda injustia pecado". I Joo 5:17. "Todoaquele que pratica o pecado tambm transgride alei: porque o pecado transgresso da lei". I Joo3:4. Pecado transgresso da lei, e tambminjustia; portanto pecado e injustia so idnticos.Mas se injustia transgresso da lei, justia deveser obedincia lei. Ou, para colocar a proposio

    em frmula matemtica:

    Injustia = Pecado. I Joo 5:17.

    Transgresso da Lei = Pecado. I Joo 3:4.

    Portanto, segundo o axioma de que duas coisasiguais mesma coisa so idnticas entre si, temos:

    Injustia = Transgresso da Lei, que vem a seruma equao negativa. A mesma coisa, declarada

    em termos positivos, seria:

    Justia = Obedincia Lei.

    Agora, que lei tem sua obedinciarepresentando justia, com a desobedincia a ela

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    significando pecado? Trata-se daquela lei quedeclara: "No cobiars", pois o apstolo Paulo nosdiz que esta lei o convenceu do pecado. Rom. 7:7.A lei dos dez mandamentos, pois, a medida dajustia de Deus. Sendo ela a lei de Deus econstituindo a justia, a rebelio contra a lei deDeus rebelio contra a justia de Deus.

    Uma vez que a lei a justia de Deus -- umatranscrio de Seu carter -- fcil ver que temer aDeus e guardar os Seus mandamentos "o dever detodo homem". Ecles. 12:13. Que ningum penseque o seu dever ser restringido se confinado aosdez mandamentos, pois eles so bastante amplos."A lei espiritual", e abrange muito mais do quepode ser discernido por um leitor comum. "Ora, ohomem natural no aceita as coisas do Esprito deDeus, porque lhe so loucura; e no pode entend-

    las porque elas se discernem espiritualmente". ICor. 2:14. A extraordinria abrangncia da lei deDeus pode ser reconhecida somente por aquelesque com orao meditam sobre ela. Alguns poucostextos bblicos sero suficientes para mostrar-nosalgo de sua amplitude.

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    No Sermo do Monte, Cristo declarou:"Ouvistes que foi dito aos antigos: No matars; e:Quem matar estar sujeito a julgamento. Eu,porm, vos digo que todo aquele que [sem motivo]se irar contra seu irmo estar sujeito a julgamento;e quem proferir um insulto a seu irmo estar

    sujeito a julgamento do tribunal; e quem lhechamar: Tolo, estar sujeito ao inferno de fogo".Mateus 5:21, 22. E novamente: "Ouviste que foidito: No adulterars. Eu, porm, vos digo:Qualquer que olhar para uma mulher com intenoimpura, no corao j adulterou com ela".

    Isto no significa que os mandamentos "Nomatars" e "No adulterars" so imperfeitos, ouque Deus agora requeira um grau maior demoralidade de parte dos cristos do que o fazia

    quanto ao Seu povo que eram os judeus. Ele requera mesma coisa de todos os homens em todas aspocas. O Salvador simplesmente explicou essesmandamentos e revelou-lhes a espiritualidade.Ante a acusao no expressa dos fariseus de queEle estava ignorando e solapando a lei moral, Ele

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    respondeu declarando que veio para estabelecer alei, e que ela no poderia ser abolida, e da exps overdadeiro significado da lei de um modo que osconvenceu de que a estavam ignorando edesobedendo. Ele revelou que mesmo um olhar ouum pensamento podem ser uma violao da lei eque ela realmente uma discernidora dos

    pensamentos e intenes do corao.

    Nisso Cristo no revelou uma nova verdade,mas somente trouxe luz e desdobrou uma antiga.A lei tinha exatamente o mesmo carter quando Elea proclamou do Sinai e quando a expunha sobre amontanha da Judia. Quando, em tons queabalaram a Terra, Ele declarou: "No matars",queria dizer: "No abrigueis rancor no corao; nopermitais a inveja, nem a contenda, nem qualquercoisa que seja remotamente relacionada com o

    assassinato". Tudo isso e muito mais est contidonas palavras: "No matars". E isto era ensinadonas palavras inspiradas do Velho Testamento, poisSalomo demonstrou que a lei trata de coisasinvisveis, bem como de coisas visveis, quandoescreveu: "De tudo o que se tem ouvido, a suma :

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    Teme a Deus e guarda os Seus mandamentos;porque isto o dever de todo homem. Porque Deush de trazer a juzo todas as obras at as que estoescondidas, quer sejam boas, quer sejam ms".Ecle. 12:13,14.

    O argumento este: O juzo repassa toda coisa

    secreta; a lei de Deus o padro no juzo --determina a qualidade de cada ato, se bom ou mau;portanto, a lei de Deus probe o mal empensamento, bem como em ao. Assim, aconcluso de toda a questo de que osmandamentos de Deus contm o dever todo dohomem.

    Tomemos o primeiro mandamento: "No tersoutros deuses diante de Mim". O apstolo nos falasobre alguns cujo "deus . . . o ventre". Fil. 3:19.

    Mas a glutonaria e a intemperana so suicdio, eassim descobrimos que o primeiro mandamentoperpassa o sexto. Isto, porm, no tudo, pois eletambm nos fala que a cobia idolatria. Col. 3:5.O dcimo mandamento no pode ser violado sem aviolao do primeiro e do segundo. Em outras

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    palavras, os dez mandamentos coincidem com oprimeiro, e descobrimos que o Declogo umcrculo tendo uma circunferncia to grande quantoo universo, e contendo em si o dever moral de cadacriatura. Em resumo, a medida da justia deDeus, que habita a eternidade.

    Sendo esse o caso, a correo da declarao deque "os que praticam a lei ho de ser justificados" bvia. Justificar significa tornar justo ou revelar-sealgum como sendo justo. Agora, evidente que aperfeita obedincia a uma lei perfeitamente justaconstituiria algum como uma pessoa justa. Deusdesignou que tal obedincia devesse ser prestada lei por todas as Suas criaturas, e desse modo a leifoi ordenada para a vida. Rom. 7:10.

    Mas para algum ser julgado um praticante da

    lei seria necessrio que tivesse observado a lei emsua medida plena a cada instante de sua vida. Seficasse aqum disso, no poderia ter dito quepraticara a lei. No poderia ser um praticante da leise a tivesse cumprido somente em parte. umtriste fato, portanto, que em toda a raa humana

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    no haja cumpridores da lei, pois tanto judeusquanto gentios esto todos "debaixo do pecado;como est escrito: No h justo, nem sequer um,no h quem entenda, no h quem busque a Deus;todos se extraviaram, uma se fizeram inteis; noh quem faa o bem, no h nem um sequer". Rom.3:9-12.

    A lei fala a todos que esto dentro de suaesfera, e em todo o mundo no h ningum quepossa abrir a boca para livrar-se da acusao depecado que ela levanta contra si. Toda boca calada e todo o mundo se apresenta culpado diantede Deus (verso 19), "pois todos pecaram e carecemda glria de Deus" (verso 23).

    Portanto, embora "os que praticam a lei ho deser justificados", tambm verdade que "ningum

    ser justificado diante Dele por obras da lei, emrazo de que pela lei vem o pleno conhecimento dopecado" (verso 20). A lei, sendo "santa, justa, eboa", no pode justificar um pecador. Noutraspalavras, uma lei justa no pode declarar queaquele que a viola inocente. Uma lei que

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    justificasse um homem mpio seria uma lei mpia.

    A lei no deve ser desprezada por no justificarpecadores. Pelo contrrio, deve ser exaltada por talrespeito. O fato de que a lei no declare ospecadores justos -- o no dizer que os homens aguardaram e quando eles a violaram -- em si

    evidncia suficiente de ser boa. Os homensaplaudem um juiz terreno incorruptvel.Seguramente, eles deveriam magnificar a lei deDeus, que no dar falso testemunho. A lei aperfeio da justia e, portanto, forada a declararo triste fato de que nenhum representante da raade Ado cumpriu os seus requisitos.

    Ademais, o fato de que cumprir a lei simplesmente o dever do homem demonstra quequando ele fica aqum dela num simples requisito

    nunca a poder preencher. As exigncias de cadapreceito da lei so assim amplos -- a lei inteira to espiritual -- que um anjo no poderia prestar-lhe mais do que obedincia. Sim, adicionalmente, alei a justia de Deus -- uma transcrio de Seucarter -- e uma vez que o Seu carter no pode ser

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    diferente do que , segue-se que mesmo o prprioDeus no pode ser melhor do que a medida dabondade requerida por Sua lei. Ele no pode sermelhor do que e a lei declara que .

    Que esperana, pois, de que algum que hajafalhado, mesmo num nico preceito, possa

    acrescentar bondade extra para preencher a medidaplena? Aquele que tenta faz-lo estabelece diantede si a tarefa impossvel de ser melhor do que Deusexige, sim, at mesmo melhor do que Deus.

    Mas no simplesmente num particular que oshomens falharam. Eles ficaram aqum em todaextenso. "Todos se extraviaram, a uma se fizeraminteis; no h quem faa o bem, no h nem umsequer". No somente assim, mas impossvelque homens cados, com suas faculdades

    enfraquecidas, faam at mesmo um simples atoque corresponda ao perfeito padro. Estaproposio no requer prova adicional, a no seruma reiterao do fato que a lei a medida dajustia de Deus. Certamente no existe ningumto presumido para reivindicar que qualquer ato de

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    suas vidas tenha sido ou poderia ser to bom comose feito pelo prprio Senhor. Todos precisam dizercom o salmista: "Outro bem no possuo, seno a Tisomente". Sal. 16:2.

    Este fato contido em declaraes diretas dasEscrituras. Cristo, que "no precisava de que

    algum Lhe desse testemunho a respeito dohomem" (Joo 2:25), declarou: "Porque de dentrodo corao dos homens que procedem os mausdesgnios, a prostituio, os furtos, os homicdios,os adultrios, a avareza, as malcias, o dolo, alascvia, a inveja, a blasfmia, a soberba, a loucura:Ora, todos estes males vm de dentro econtaminam o homem". Mar. 7:21-23.

    Em outras palavras: mais fcil praticar o maldo que fazer o bem, e as coisas que as pessoas

    fazem naturalmente so ms. A maldade jaz nontimo, e parte do ser. Portanto, declara oapstolo: "Por isso o pendor da carne inimizadecontra Deus, pois no est sujeita lei de Deus,nem mesmo pode estar. Portanto, os que esto nacarne no podem agradar a Deus". Rom. 8:7,8. E

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    Isto equivale a dizer que um homem no podefazer o bem at que primeiro se torne bom.Portanto, as aes praticadas por uma pessoapecadora no tm efeito algum para torn-lo justo,mas, ao contrrio, procedendo de um corao mau,elas so ms e somente so acrescidas ao montantede sua pecaminosidade. Somente o mal pode

    proceder de um corao inqo, e a maldademultiplicada no pode realizar uma ao boa;destarte, intil que uma pessoa m pense emtornar-se boa por seus prprios esforos. Talpessoa deve, primeiramente, ser tornada justa antesde poder praticar qualquer bem dela requerido eque deseje cumprir.

    Assim, pois, fica o caso: (1) A lei de Deus justia perfeita, e perfeita conformidade a ela requerida de todos que entrarem no Reino do cu.

    (2) Mas a lei no tem uma nica partcula dejustia para ser concedida a qualquer homem,porque todos so pecadores e incapazes de atendera seus requisitos.

    No importa quo diligentemente nem quo

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    zelosamente um homem aja, nada que faaalcanar a plena medida dos requisitos da lei. Ela por demais elevada para que o alcance; no podeobter justia pela lei. "Pelas obras da lei nenhumacarne ser justificada". Que condio deplorvel!Precisamos ter a justia da lei ou no podemosentrar no cu, e contudo a lei no tem justia para

    um sequer de ns. Ela no produzir ante nossosesforos mais decididos e persistentes a mnimaporo daquela santidade sem a qual nenhumhomem pode ver o Senhor.

    Quem, ento, pode ser salvo? Pode, ento,haver tal coisa como uma pessoa justa? Sim, pois aBblia freqentemente fala de tais. Menciona Lcomo "este justo". 2 Ped. 2:8. Declara: "Dizei aosjustos que bem lhes ir; porque comero do frutodas suas aes" (Isa. 3:10), indicando assim que

    haver pessoas justas que recebero a recompensa,e claramente dito que haver uma nao justaafinal, nas palavras: "Naquele dia se entoar estecntico na terra de Jud: Temos uma cidade forte:Deus lhe pe a salvao por muros e baluartes.Abri vs as portas, para que entre a nao justa,

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    que guarda a fidelidade". Isaas 26:1,2. Davi diz:"Tua lei a verdade". Sal. 119:142.

    No apenas a verdade, mas a somatria detoda a verdade; conseqentemente, a nao queobserva a verdade ser uma nao que observa a leide Deus. Tais sero os cumpridores de Sua

    vontade, e eles entraro no reino do cu. Mat. 7:21.[Jesus "o caminho, a verdade, e a vida" (Joo14:6), "o Verbo de Deus" (Joo 1 e Apoc. 19:13);portanto, Jesus a perfeita encarnao da verdadeda lei dos dez mandamentos, a expressa imagem deSeu pai celestial; portanto, Jesus a lei dada{proferida pelo Verbo de Deus} e Jesus o queentrega a lei {o Criador}].

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    Captulo 8

    O Senhor Justia Nossa

    A questo, portanto, , como pode ser obtida ajustia necessria para que algum entre naquelacidade? Responder a esta pergunta a grandetarefa do evangelho. Obtenhamos primeiramenteuma lio objetiva sobre justificao ou concessode justia. O fato pode ajudar-nos a uma melhorcompreenso da teoria. O exemplo dado emLucas 18:9-14, nestes dizeres:

    "Props tambm esta parbola a alguns queconfiavam em si mesmos por se consideraremjustos, e desprezavam os outros: Dois homenssubiram ao templo com o propsito de orar: umfariseu e o outro publicano. O fariseu, posto em p,

    orava de si para si mesmo, desta forma: Oh Deus,graas Te dou porque no sou como os demaishomens, roubadores, injustos e adlteros, nemainda como este publicano; jejuo duas vezes porsemana e dou o dzimo de tudo quanto ganho. O

    publicano, estando em p, longe, no ousava nem

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    ainda levantar os olhos ao cu, mas batia no peito,dizendo: t Deus, s propcio a mim, pecador! Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e noaquele; porque todo o que se exalta, serhumilhado; mas o que se humilha, ser exaltado".

    Isto foi dado para demonstrar como podemos, e

    como no podemos, alcanar a justificao. Osfariseus no esto extintos; h muitos nestes diasque esperam obter justificao por seus prpriosatos bons. Eles confiam em si mesmos de que sojustos. Nem sempre se gabam to abertamentequanto a sua justia, mas revelam doutros modosque esto confiando em sua prpria justia. Talvezo esprito do fariseu -- o esprito que relata a Deusas prprias boas aes da pessoa como razo paraobter-Lhe favor -- to freqente como emqualquer outra parte entre professos cristos que se

    sentem encurvados sob o peso de seus pecados.Sabem que pecaram, e sentem-se condenados.Lamentam o seu estado pecaminoso e deploramsua fraqueza. Os testemunhos deles nunca seelevam acima desse nvel. Freqentemente evitam,por mera vergonha, falar na reunio social, e

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    muitas vezes no ousam aproximar-se de Deusatravs da orao. Aps terem pecado em graumaior do que o costumeiro, s vezes deixam aorao por algum tempo at que o vvido senso desua falha tenha passado ou at que imaginem quetenham feito uma compensao para tanto porespecial bom comportamento. De que isso uma

    manifestao? Daquele esprito farisaico queexibiria a justia prpria diante de Deus; de queno vir diante Dele a menos que possa apoiar-sesobre a falsa noo de sua suposta bondade.Desejam ser capazes de dizer ao Senhor: "V quobom eu tenho sido nos ltimos dias; certamente meaceitars agora".

    Mas qual o resultado? O homem que confiouem sua prpria justia no dispunha de nenhuma,enquanto o homem que orou, em profunda

    contrio, "Deus, tem misericrdia de mim,pecador", (Luc. 18:13) dirigiu-se para sua casacomo um homem justificado. Cristo declarou queele foi justificado".

    Observe que o publicano fez mais do que

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    remoer sua pecaminosidade; ele suplicoumisericrdia. O que misericrdia? um favorimerecido. a disposio de tratar um homemmelhor do que ele merece. Agora a Palavra daInspirao declara que "quanto o cu se alteiaacima da Terra, assim grande a Sua misericrdiapara com os que O temem". Salmo 103:11. Isto , a

    medida pela qual Deus nos trata melhor do quemerecemos quando humildemente vamos a Ele adistncia entre a Terra e o mais alto cu.

    E em que respeito Ele nos trata melhor do quemerecemos? Em remover de ns os nossospecados, pois o verso seguinte diz: "Quanto dista oOriente do Ocidente, assim afasta de ns as nossastransgresses". Com isto concordam as palavrasdo discpulo amado: "Se confessarmos os nossospecados, Ele fiel e justo para nos perdoar os

    pecados e nos purificar de toda injustia". I Joo1:9.

    Para obter uma declarao adicional damisericrdia de Deus, e de como manifestada,leia Miquias 7:18,19: "Quem, Deus,

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    semelhante a Ti, que perdoas a iniqidade e Teesqueces da transgresso do restante da Tuaherana? O Senhor no retm a Sua ira parasempre, porque tem prazer na misericrdia.Tornar a ter compaixo de ns; pisar aos ps asnossas iniqidades, e lanar todos os nossospecados nas profundezas do mar". Leiamos agora a

    declarao escriturstica de como a justia concedida:

    O apstolo Paulo, tendo demonstrado que todospecaram e esto destitudos da glria de Deus, demodo que pelas obras da lei nenhuma carne serjustificada vista Dele, prossegue dizendo quesomos "justificados gratuitamente, por sua graa,mediante a redeno que h em Cristo Jesus; aquem Deus props, no Seu sangue, comopropiciao, mediante a f, para manifestar a Sua

    justia, por ter Deus, na Sua tolerncia, deixadoimpunes os pecados anteriormente cometidos; etendo em vista a manifestao da Sua justia notempo presente, para Ele mesmo ser justo e ojustificador daquele que tem f em Jesus".

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    "Sendo justificados gratuitamente", como maispoderia ser? Uma vez que os melhores esforos deum homem pecador no tm o menor efeito para aproduo de justia, evidente que a nica maneiraem que lhe pode alcanar como uma ddiva. Quea justia um dom est claramente especificadopor Paulo em Romanos 5:17: "Se pela oferta de

    um, e por meio de um s, reinou a morte, muitomais os que recebem a abundncia da graa e odom da justia, reinaro em vida por meio de ums, a saber, Jesus Cristo". porque a justia umdom, que a vida eterna, a recompensa da justia, o dom de Deus, mediante Jesus Cristo, nossoSenhor.

    Cristo foi estabelecido por Deus como Aquelemediante Quem o perdo dos pecados deve serobtido; e o Seu perdo consiste simplesmente na

    declarao de Sua justia (que a justia de Deus)para a remisso deles. Deus, "que rico emmisericrdia" (Efs. 2:4) e que nela Se deleita,coloca a Sua prpria justia sobre o pecador quecr em Jesus, como um substituto para os seuspecados. Certamente, este um intercmbio

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    proveitoso para o pecador, mas no perda paraDeus, pois Ele infinito em santidade e osuprimento nunca poder ser diminudo.

    A passagem que acabamos de considerar (Rom.3:24-26) somente outra declarao dos versos 21,22, seguindo-se declarao de que pelas obras da

    lei nenhuma carne ser justificada. O apstoloacrescenta: "Mas agora, sem lei, se manifestou ajustia de Deus testemunhada pela lei e pelosprofetas; justia de Deus mediante a f em JesusCristo, para todos (e sobre todos) os que crem".Deus coloca a Sua justia sobre o crente. Ele ocobre com ela, de modo que o seu pecado no maisaparece. Ento o perdoado pode exclamar com oprofeta:

    "Regozijar-me-ei muito no Senhor, a minha

    alma se alegra no meu Deus; porque me cobriu devestes de salvao, e me envolveu com o manto dejustia, como noivo que se adorna de turbante,como noiva que se enfeita com as suas jias". (Isa.61:10).

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    Mas que dizer da justia de Deus que "sem lei,se manifestou"? Como se harmoniza isto com adeclarao de que a lei a justia de Deus, e quefora de seus requisitos no h justia? No ocorrecontradio aqui. A lei no ignorada por esteprocesso. Observe cuidadosamente: Quem deu alei? Cristo. Como Ele a proferiu? Como Algum

    que tem autoridade, sendo o prprio Deus. A leideriva Dele tanto quanto do Pai e simplesmente adeclarao da justia de Seu carter. Portanto, ajustia que vem pela f de Jesus Cristo a mesmajustia sintetizada na lei, e isto provadoadicionalmente pelo fato de que "testemunhadapela lei".

    Que o leitor imagine a cena. Aqui est a leicomo implacvel testemunha contra o pecador. Elano pode mudar, e no chamar um pecador de

    homem justo. O pecador convencido tenta vez apsvez obter a justia da lei, mas ela resiste a todas assuas iniciativas. No pode ser subornada porqualquer montante de penitncia ou supostas boasobras. Mas aqui Se apresenta Cristo, "cheio degraa" (Joo 1:14) bem como de verdade,

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    chamando para Si o pecador. Finalmente, opecador, cansado da luta v para obter justia dalei, ouve a voz de Cristo e foge para os Seus braosestendidos. Escondendo-se em Cristo, cobertocom a Sua justia, e agora, observe: ele obteve,mediante f em Cristo, aquilo por que estiverainutilmente se batendo.

    Obtm a justia requerida pela lei, e o artigogenuno, porque a obteve da Fonte da Justia, doprprio lugar de onde procedeu a lei. E a leitestemunha da genuinidade dessa justia. Eladeclara que na medida em que o homem retm issoele um homem justo. Com a justia que "mediante a f em Cristo, a justia que procede deDeus, baseada na f" (Fil. 3:9) Paulo tinha certezade que permaneceria seguro no dia de Cristo.

    Na transao no h base para encontrar falta.Deus justo e ao mesmo tempo o Justificadordaquele que cr em Jesus. Em Jesus habita toda aplenitude da Divindade. Ele igual ao Pai em todoatributo. Conseqentemente, a redeno que Neleest -- a capacidade de resgatar o homem perdido --

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    infinita. A rebelio do homem tanto contra oFilho como contra o Pai, uma vez que ambos soum. Portanto, quando Cristo, que "Se entregou a Simesmo pelos nosso pecados" (Gl. 1:4) era o Reisofrendo pelos rebeldes sditos -- Aquele que foiferido desconsiderando a ofensa do ofensor.

    Nenhum ctico negar que qualquer homemtem o direito e privilgio de perdoar qualquerofensa cometida contra Ele; no h por que objetarquando Deus exerce o mesmo direito? Certamentese Ele quiser perdoar a injria contra Ele cometida,tem tal direito, e mais ainda porque Ele reivindica aintegridade de Sua lei submetendo-Se em Suaprpria pessoa penalidade devida ao pecador.Mas "o inocente sofreu pelo culpado". verdade,mas o sofredor inocente faz o que o Seu amorpromove, ou seja, desconsidera a ofensa feita a Si

    como Rei do universo.

    Agora leiamos a prpria declarao de Deuscom respeito ao Seu nome -- uma declarao feitaem face de um dos piores casos de desprezo que jse Lhe demonstrou:

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    "Tendo o Senhor descido na nuvem, ali estevejunto dele, e proclamou o nome do Senhor. E,passando o Senhor por diante dele, clamou:Senhor, Senhor Deus compassivo, clemente elongnimo, e grande em misericrdia e fidelidade;que guarda a misericrdia em mil geraes, que

    perdoa a iniqidade, a transgresso e o pecado,ainda que no inocente o culpado". xo. 34: 5-7.

    Esse o nome de Deus. o carter em que EleSe revela ao homem, a luz sob que deseja que oshomens O considerem. Mas que dizer dadeclarao de que "no inocenta o culpado"? Istoest em perfeita harmonia com a Sualonganimidade, abundante bondade edesconsiderao das transgresses de Seu povo. verdade que Deus no ir de modo algum inocentar

    o culpado. Ele no poderia faz-lo e ainda ser umDeus justo. Mas Ele faz algo ainda melhor.Remove a culpa de modo que aquele anteriormenteculpado no precisa ser inocentado -- justifica-doe contado como se nunca houvesse pecado.

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    Que ningum sofisme sobre a expresso:"revestir-se de justia" como se tal coisa fossehipocrisia. Alguns, com uma singular falta deapreciao do valor do dom da justia tm dito queno desejavam a justificao que lhes fosse"revestida", mas desejavam somente aquela justiaque procede da vida, assim depreciando a justia de

    Deus, que mediante f em Jesus Cristo a todos esobre todos os que crem. Concordamos com aidia deles na medida que representa um protestocontra a hipocrisia, uma forma de santidade sem opoder, mas desejamos que o leitor tenha em menteeste pensamento: Faz uma vasta diferena quemreveste com a justia. Se tentarmos nos revestirdela por ns mesmos, ento realmente nadaobtemos, seno vestes imundas, no importandoquo belas possam parecer-nos. Mas quando Cristonos cobre com elas, trata-se de justia que obtm a

    aprovao de Deus, e se Deus est satisfeito comela, certamente os homens no devem tentar acharnada melhor.

    Mas prosseguiremos na ilustrao um poucomais e isso remover da questo toda dificuldade.

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    Zacarias 3:1-5 fornece a soluo. Assim reza:

    "Deus me mostrou o sumo sacerdote Josu, oqual estava diante do anjo do Senhor, e Satansestava mo direita dele, para se lhe opor. Mas oSenhor disse a Satans: O Senhor te repreende, Satans: sim, o Senhor que escolheu Jerusalm te

    repreende; no este um tio tirado do fogo? Ora,Josu, trajado de vestes sujas, estava diante doanjo. tomou este a palavra, e disse aos que estavamdiante dele: Tirai-lhe as vestes sujas. A Josu disse:Eis que tenho feito que passe de ti a tua iniqidade,e te vestirei de finos trajes. E disse eu: Ponham-lheum turbante limpo sobre a cabea. Puseram-lhe,pois, sobre a cabea um turbante limpo e ovestiram com trajes prprios; e o anjo do Senhorestava ali".

    Observem no relato acima que a remoo dasvestes sujas a mesma que faz com que ainiqidade seja removida da pessoa. E assimdescobrimos que quando Cristo nos cobre com aveste de Sua prpria justia, no fornece umdisfarce para o pecado, mas elimina o pecado. E

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    isso mostra que o perdo dos pecados algo maisdo que uma mera forma, algo mais do que um meroregistro nos livros de registro dos cus, ao ponto deser o pecado cancelado.

    O perdo dos pecados uma realidade; algotangvel, algo que afeta vitalmente o indivduo. Na

    verdade, isenta-o de culpa, e se ele livrado deculpa, est justificado, tornado justo e certamentepassou por uma mudana radical. Ele , naverdade, uma outra pessoa, pois obteve essa justiapara a remisso dos pecados, em Cristo. Foi obtidasomente por revestir-se de Cristo. Mas "se algumest em Cristo, nova criatura". E assim o pleno elivre perdo dos pecados traz consigo essamaravilhosa e miraculosa mudana conhecidacomo novo nascimento, pois um homem no podetornar-se nova criatura, exceto por novo

    nascimento. Isso representa o mesmo que ter umnovo e purificado corao.

    O novo corao um que ama a justia e odeiao pecado. um corao disposto a ser conduzidonas veredas da justia. um corao tal que o

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    Senhor desejava que Israel tivesse quandodeclarou: "Quem dera que eles tivessem tal coraoque me temessem, e guardassem em todo o tempotodos os Meus mandamentos, para que bem lhesfosse a eles e a seus filhos para sempre." Em suma, um corao livre do amor do pecado, bem comoda culpa do pecado. Mas o que faz um homem

    desejar sinceramente o perdo de seus pecados? simplesmente o seu dio aos mesmos e seu desejode justificao. dio e desejo estes que foram-lhedespertados por ao do Esprito Santo.

    O Esprito luta com todos os homens. Vemcomo um reprovador. Quando sua voz dereprovao levada em conta, ento imediatamenteassume o papel de confortador. A mesmadisposio submissa que conduz a pessoa a aceitara reprovao do Esprito tambm conduzi-lo- a

    seguir os ensinos do Esprito Santo, e Paulo declaraque "todos os que so guiados pelo Esprito deDeus so filhos de Deus". Rom. 8:14.

    Novamente, o que traz justificao ou o perdodos pecados? a f, pois Paulo declara:

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    "Justificados, pois, mediante a f, temos paz comDeus, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo".Rom. 5:1. A "justia de Deus mediante a f emJesus Cristo, para todos [e sobre todos] os quecrem". Rom. 3:22. Mas este mesmo exerccio def torna a pessoa um filho de Deus; pois, diznovamente o apstolo: "Todos vs sois filhos de

    Deus mediante a f em Cristo Jesus". Gl. 3:26.

    O fato de que todo aquele cujos pecados soperdoados imediatamente um filho de Deus demonstrado na epstola de Paulo a Tito.Primeiramente ele traz lembrana a mpiacondio em que outrora estivemos e em seguidadeclara (Tito 3:4-7):

    "Quando, porm, se manifestou a benignidadede Deus, nosso Salvador, e o Seu amor para com os

    homens, no por obras de justia praticadas porns, mas segundo Sua misericrdia, Ele nos salvoumediante o lavar regenerador e renovador doEsprito Santo, que Ele derramou sobre nsricamente, por meio de Jesus Cristo nossoSalvador, a fim de que, justificados por graa, nos

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    tornemos Seus herdeiros, segundo a esperana davida eterna".

    Observe que por ser justificado pela graaque somos tornados herdeiros. Temos j aprendidode Romanos 3:24, 25 que essa justificao pela Suagraa mediante nossa f em Cristo. Mas Glatas

    3:26 nos diz que essa f em Cristo Jesus nos fazfilhos de Deus; portanto, sabemos que quem querque tenha sido justificado pela graa de Deus -- foiperdoado -- um filho e um herdeiro de Deus.

    Isso mostra que no h base para a idia de queuma pessoa deve passar por uma espcie de tempode graa de santidade diante de Deus antes queDeus a adote como Seu filho. Ele nos recebe talcomo somos. No por nossa bondade que Ele nosama, mas devido nossa necessidade. Ele nos

    recebe, no devido a algo que veja em ns, mas porSua prpria causa e pelo que sabe o que pode serfeito de ns por Seu divino poder. somentequando reconhecemos a maravilhosa exaltao esantidade de Deus e o fato de que Ele vem a nsem nossa condio pecaminosa e degradada para

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    Esta passagem demonstra que Deus nos amouenquanto ainda estvamos mortos em pecados. Elenos d o Seu Esprito para nos tornar vivos emCristo, e o mesmo Esprito assinala nossa adoona famlia divina, e Ele assim nos adota para que,como novas criaturas em Cristo, possamos realizaras boas obras que Deus tem ordenado.

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    Captulo 9

    Aceitao Com Deus

    Muitas pessoas hesitam em iniciar o processode servir ao Senhor, porque temem que Deus noas aceitar, e milhares que tm professado serseguidores de Cristo por anos ainda esto a duvidarde sua aceitao junto a Deus. Para benefcio detais que escrevo, e no quero perturbar-lhes amente com especulaes, mas me empenharei emdar-lhes as simples garantias da Palavra de Deus.

    "Ir o Senhor receber-me?" Respondo comoutra pergunta: Ir o homem receber aquilo que eleprprio adquiriu? Se voc vai a uma loja e faz umacompra, receber os bens quando forem entregues?Logicamente que sim; no h lugar para dvida

    quanto a isso. O fato de que voc comprou taismercadorias e pagou o devido preo por elas prova suficiente, no apenas de que est disposto,mas tambm ansioso por receb-las. Se no asdeseja, no as teria adquirido. Ademais, quanto

    mais tenha pago por elas, mais ansioso estar em

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    receb-las. Se o preo foi bem elevado e quaseentregou a vida para obt-lo, ento no haverdvida de que aceitar as encomendas quando lheforem entregues. Sua grande ansiedade sobre apossibilidade de haver alguma falha na sua entrega.

    Agora, apliquemos esta ilustrao simples e

    natural ao caso do pecador que vai a Cristo. Emprimeiro lugar, Ele nos comprou. "Acaso nosabeis que o vosso corpo santurio do EspritoSanto que est em vs, o qual tendes da parte deDeus, e que no sois de vs mesmos? Porque fostescomprados por preo. Agora, pois, glorificai aDeus no vosso corpo". I Cor. 6:19,20.

    O preo que foi pago por ns foi o Seu prpriosangue--Sua vida. Paulo disse aos ancios defeso: "Atendei por vs e por todo o rebanho sobre

    o qual o Esprito Santo vos constituiu bispos, parapastoreardes a igreja de Deus, a qual Ele comproucom o Seu prprio sangue". Atos 20:28. "Sabendoque no foi mediante coisas corruptveis, comoprata ou ouro, que fostes resgatados do vosso ftilprocedimento que vossos pais vos legaram, mas

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    pelo precioso sangue, de cordeiro sem defeito esem mcula". I Ped. 1:18, 19. Ele "a Si mesmo Sedeu por ns". Tito 2:14. Ele "Se entregou a Simesmo pelos nossos pecados". Gl. 1:4.

    Ele no adquiriu uma certa classe, mas todo omundo de pecadores. "Porque Deus amou ao

    mundo de tal maneira que deu o Seu Filhounignito, para que todo o que Nele cr no perea,mas tenha a vida eterna". Joo 3:16. Jesus disse: "Opo que Eu darei pela vida do mundo a Minhacarne". Joo 6:51. "Porque Cristo, quando nsramos fracos, morreu a Seu tempo pelos mpios"."Mas Deus prova o Seu amor para conosco, pelofato de ter Cristo morrido por ns, sendo ns aindapecadores". Rom. 5:6,8.

    O preo pago foi infinito, portanto. Sabemos

    que Ele muito desejava aquilo que adquirira. Tinhao Seu corao orientado em obt-lo. Ele no podiasatisfazer-se sem isso. Ver Fil. 2:6-8; Heb. 12:2;Isa. 53:11.

    "Mas eu no sou digno". Isso significa que

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    voc no vale o preo e, portanto, teme vir a Cristoimaginando que poderia repudiar Sua aquisio.Agora, talvez pudesse ter algum temor nesseaspecto caso o negcio no tivesse sido selado e opreo no houvera sido j pago. Se Ele recusasseaceit-lo com base no fato de ser indigno do preo,no s o perderia, mas tambm o montante pago.

    Conquanto os bens pelos quais voc pagou novalham a quantia que lhes dedicou, no seria totolo de lan-los fora. Preferiria certamente obteralgum retorno por seu dinheiro, antes que nadaconseguir.

    Mas, alm disso, nada ter a fazer com aquesto de valor. Quando Cristo esteve sobre aTerra no interesse da aquisio, Ele "no precisavade que algum Lhe desse testemunho a respeito dohomem, porque Ele mesmo sabia o que era a

    natureza humana". Joo 2:25. Realizou a compracom os olhos abertos, e sabia o valor exato daquiloque comprara. Ele no fica em absolutodesapontado quando voc vai a Ele e Ele percebeque no tem nenhum valor. No precisa preocupar-se com a questo de valor. Se Ele, com o Seu

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    perfeito conhecimento do caso, estivesse satisfeitoem fazer o negcio, deveria ser o ltimo a queixar-se.

    Pois, a maior de todas as maravilhas que Elecomprou voc pela prpria razo de voc no serde nenhum valor. Seus olhos eficientes viram em

    voc grandes possibilidades, e o comprou, no peloque ento valesse ou vale agora, mas pelo quepoderia fazer de voc. Ele declara: "Eu, Eu mesmo,sou o que apago as tuas transgresses por amor deMim, e dos teus pecados no Me lembro". Isaas43:25. No temos qualquer justia, portanto Elenos adquiriu, "para que pudssemos ser feitosjustia de Deus Nele". Declara Paulo: "Nele habitacorporalmente toda a plenitude da Divindade.Tambm Nele estais aperfeioados. Ele o cabeade todo principado e potestade". Col. 2:9,10. Eis

    aqui o processo inteiro:

    "... ramos por natureza filhos da ira, comotambm os demais. Mas Deus, sendo rico emmisericrdia, por causa do grande amor com quenos amou, e estando ns mortos em nossos delitos,

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    nos deu vida juntamente com Cristo, -- pela graasois salvos, e juntamente com Ele nos ressuscitou enos fez assentar nos lugares celestiais em CristoJesus; para mostrar nos sculos vindouros asuprema riqueza da Sua graa, em bondade paraconosco, em Cristo Jesus. Porque pela graa soissalvos, mediante a f; e isto no vem de vs, dom

    de Deus; no de obras, para que ningum se glorie.Pois somos feitura Dele, criados em Cristo Jesuspara boas obras, as quais Deus de antemopreparou para que andssemos nelas".

    Devemos ser "para louvor da glria de Suagraa". Isso no poderamos ser se originalmentevalssemos tudo quanto Ele pagou por ns. Nessecaso no haveria glria para Ele na transao. Eleno poderia, nas eras vindouras, mostrar-nos asriquezas de Sua graa. Mas quando Ele nos toma,

    ns nada valendo, e finalmente nos apresentaimaculados perante o trono, isso ser para a Suaeterna glria. E ento no haver ningum paraatribuir-se valor. Atravs da eternidade, as hostessantificadas se uniro em dizer a Cristo: "Digno s.. . porque foste morto, e com o Teu sangue

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    compraste para Deus os que procedem de todatribo, lngua, povo e nao; e para o nosso Deus osconstituste reino e sacerdotes". "Digno oCordeiro que foi morto, de receber o poder, eriqueza, e sabedoria, e fora, e hon