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1 Cristina Cardoso Amadora, 17 de junho, 2015

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Cristina Cardoso

Amadora, 17 de junho, 2015

• Mobiliza o universo das associações empresariais representativas

dos diversos segmentos que compõem a fileira da construção e do

imobiliário (20 membros);

• Engloba todas as atividades da cadeia de valor centrada na

construção, comercialização e manutenção de estruturas

edificadas, nomeadamente a produção e comércio de materiais de

construção, conceção, construção, manutenção, comercialização,

gestão e exploração de infraestruturas e edifícios e, ainda, os

serviços diretamente relacionados, tais como o aluguer de

equipamento para a construção ou a avaliação imobiliária.

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• A fileira da construção e do imobiliário é prioritária na agenda do

desenvolvimento sustentável;

• A transição para uma economia de baixo carbono deve ser

considerada um desafio que determinará necessariamente

ajustamentos em toda a fileira;

• O desempenho energético, a gestão eficaz dos recursos e a

produção e utilização de eco materiais na construção e reabilitação

de infraestruturas e de edifícios, devem estar presentes no

“caminho” que este setor tem de percorrer.

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A correta gestão de resíduos, deve ser considerada:

• Uma obrigação cívica;

• Uma possibilidade para a criação de novas oportunidades de

negócio, em Portugal.

Em 2013, a CPCI, assinou com o Governo o “Compromisso para

a Competitividade Sustentável da Construção e do Imobiliário”,

documento que estabelece 52 medidas que tem por objetivo a

recuperação do Setor, assente num quadro de estabilidade e

desenvolvimento sustentável.

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• Neste “Compromisso” é claramente assumida a necessidade de

melhorar o uso eficiente dos recursos e o desempenho ambiental;

• Uma das suas áreas de intervenção contempla diversas medidas

para:

“Promover a sustentabilidade ambiental no

setor – Baixo Carbono e eficiência de recursos”.

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designadamente:

• A “Clarificação das definições de resíduos, bem como das

condições de registo harmonizadas relativas ao transporte de

resíduos”;

• A “Elaboração de normas sobre as características dos produtos de

construção no que respeita à utilização de materiais, à durabilidade

e à compatibilidade ambiental”;

• A “Promoção da prevenção, reutilização e reciclagem de resíduos

no setor da construção, bem como a promoção da investigação e

desenvolvimento de novas áreas de tratamento de resíduos”;

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designadamente (cont.):

• O “Desenvolvimento de uma estratégia de comunicação e

formação, de modo a incentivar a incorporação de materiais

reciclados e a encorajar os produtores de resíduos a separar

seletivamente por forma a não comprometer a reciclabilidade”.

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I. Decreto-Lei n.º 46/2008 – âmbito e interpretação

OM: “Clarificação de conceitos e de interpretação do diploma”;

Ideias de Valor:

Clarificação da definição de RCD, considerando que as obras poderão incluir outro tipo de

resíduos para além dos definidos com os códigos LER 17;

Harmonização do conceito de “utilização de RCD`s em obra”;

Promoção de ações de sensibilização/formação aos agentes do setor;

Criação de linhas de contacto direto com a APA.

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II. Solos e rochas

OM:

“Dispensa de licenciamento de terrenos para armazenagem temporária de solos e rochas não

contaminados”;

Ideias de Valor:

Considerar solos e rochas não contaminados como um “material” e não um “resíduo”, desta forma

ficam dispensados do cumprimento das obrigações associadas aos RCD`s e poderão ser usados

em qualquer obra (própria ou de outra empresa).

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III. Aspetos regulatórios

OM / Ideias de Valor:

“Apresentação dos registos do SILiAmb na renovação dos alvarás InCI” – Não se enquadra no

âmbito de atuação deste Instituto, nem se reveste de qualquer utilidade prática;

“Taxas de deposição em aterro mais elevadas, especialmente para os RCD com possibilidade de

reciclagem” – Equacionar a mais valia desta medida – Será um incentivo ou uma ameaça? (a falta

de operadores para a valorização não deve ser considerado como um problema imputado às

empresas de construção).

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IV. Obras particulares não sujeitas a licenciamento ou comunicação prévia

OM / Ideias de Valor:

“ … assegurar a receção e encaminhamento dos RCD produzidos …” - Sensibilização de Donos

de Obra /Empresas de Construção e Diretores de Obra, para esta necessidade;

“Obrigação dos municípios disporem de planos de gestão de RCD de obras particulares, de

acesso público” – Anexar estes planos às informações de comunicação de início dos trabalhos;

“Criação de condições para que os ecocentros possam receber maiores quantidades e diversidade

de RCD” - Definição de procedimentos de licenciamento mais simples para os ecocentros;

“Sensibilização junto dos ecocentros para a importância do encaminhamento dos RCD para

valorização em detrimento da eliminação” – Promover a articulação entre os ecocentros e os

operadores de gestão de RCD’s.

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V. Obras particulares sujeitas a controlo prévio e obras públicas

OM / Ideias de Valor:

“Exigência, pelos municípios, no licenciamento de obras particulares, de elementos como

quantificação da produção RCD, identificação dos operadores e aconselhamento na escolha de

materiais vs ciclo de vida e valorização, sugestão de métodos de

construção/demolição/desconstrução” – Elaboração de manuais ou guias práticas com

algumas normas gerais associadas a estas temáticas / Difusão por todos os Municípios /

Disponibilização a Donos de Obra/Projetistas;

“Projeto de construção com cálculo e descrição dos resíduos gerados” – Sensibilização de

Donos de Obra/Projetistas;

“Projeto de demolição obrigatório com participação de técnico de gestão de resíduos” - Quem

pode ser este técnico, qual a sua habilitação? Parece-nos uma exigência que na prática não

cria qualquer valor, mas sim um custo extra para o Dono de Obra.

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V. Obras particulares sujeitas a controlo prévio e obras públicas

(cont.)

OM / Ideias de Valor:

“Incluir nas especificações técnicas dos projetos, cadernos de encargos e mapas de

quantidades de trabalhos, as metas de valorização de RCD e de obrigatoriedade da

incorporação de materiais reciclados, de 70% e 5%, respetivamente” - Sensibilizar Donos de

Obra/Projetistas, para a importância da valorização/incorporação de materiais reciclados, em

especial no que respeita ao desenvolvimento do plano de prevenção e gestão de RCD – que

muitas vezes é um modelo tipo;

Elaboração de especificações técnicas para mais tipos de materiais/produtos.

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V. Obras particulares sujeitas a controlo prévio e obras públicas

(cont.)

OM / Ideias de Valor:

“A nível de projeto, devem ser desenvolvidas soluções construtivas que permitam a

construção de edifícios duráveis, adaptáveis e seguros, com materiais de menor impacte

ambiental e grande potencial de reutilização e com recurso a materiais e componentes da

construção, promovendo a sua reutilização e valorização” :

Envolver todos os intervenientes do processo construtivo; Demonstrar que o desempenho

técnico dos materiais valorizados é comparável aos materiais novos; Envolver

universidades/laboratórios/projetistas e empresas de construção em projetos de investigação

nesta área ; Criação de locais onde se façam a valorização de resíduos; Disponibilização de

“bolsa de resíduos” devidamente caracterizados e a preços concorrenciais.

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VI. Transporte

OM: “Entrada em funcionamento das e-Gar para fortalecer a rastreabilidade dos RCD;

Numeração das GARCD à semelhança das Guias modelo A ou, a sua inserção em

plataforma eletrónica, permitindo o seu preenchimento via internet”;

Ideias de Valor:

Monitorização do funcionamento das e-GAR;

Criação de plataforma informática de fácil perceção/preenchimento;

Equacionar solução para a impossibilidade do preenchimento eletrónico da guia (quando não

existe acesso à internet);

Estabelecer um único modelo de guias (modelo comum para todos os resíduos, c/ base no

modelo existente “GARCD”).

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VII. Resíduos perigosos

OM: “Os critérios de gestão de resíduos perigosos nos RCD devem focar-se nas condições

de armazenamento em detrimento do tempo de permanência em obra; Definição de normas

de acondicionamento de resíduos perigosos.”

Ideias de Valor:

Sensibilização de projetistas/empresas e trabalhadores da construção para a “identificação”

de resíduos perigosos;

Elaboração de guias práticos que definam normas de acondicionamento para cada tipo de

resíduo perigoso;

Incentivar mais operadores de gestão de resíduos a licenciar-se nesta área.

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VIII. Materiais reciclados

OM / Ideias de Valor:

“Identificação dos resíduos que podem ser “desclassificados”, bem como a definição das

características técnicas necessárias para esse efeito, de modo a permitir uma padronização

pelas entidades operadoras no mercado de resíduos, dos critérios de aceitação dos RCD

produzidos e sua transformação em “produto” comerciável” – Criação da base de dados

pública, que identifique para além dos “resíduos” (códigos LER) os “subprodutos”, como já

regulamentado (por ex.. RCD’s que, para outras indústrias, sejam utilizados como um

material);

“Criação de um modelo de caderno de encargos para lançamento de obras públicas onde

esteja prevista a aplicação de agregados reciclados para determinado tipo de obras” –

Revisão da Portaria n.º 959/2009 – ponderar a obrigação da aplicação do modelo aqui

estabelecido para todas as obras públicas.

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IX. Plano de Prevenção e Gestão de RCD

OM: “Necessidade de intervenção no sentido de fomentar o aprofundamento desta

ferramenta, pelos projetistas, garantindo a definição de soluções técnicas a implementar na

gestão de RCD em fase de projeto;”

Ideias de Valor:

Sensibilizar donos de obra, projetistas, para a importância da valorização/incorporação de

materiais reciclados, em especial no que respeita ao desenvolvimento do plano de prevenção

e gestão de RCD – que muitas vezes é um modelo tipo.

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X. Gestão de RCD

OM / Ideias de Valor:

“Elaboração de normas nacionais facilitadoras da utilização/valorização de RCD (as existentes

são limitadas e muito rigorosas)”; - Promover a inovação no processo construtivo, capaz de

reduzir os volumes de RCD’s produzidos e efetuar a sua correta triagem, aproveitamento e

valorização;

“ Criação de etiqueta de resíduo (todo o material teria o seu código LER, o potencial de

reciclagem, bem como a operação de valorização associada); - Associar esta informação às

plataformas disponibilizadas no portal da APA;

Promover a sensibilização dos agentes do setor e dos particulares para a utilização desta nova

ferramenta (simplifica todo o processo de gestão, considerando que todo o “fluxo” associado ao

resíduo é conhecido por todos).

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XI. Mecanismos de controlo e fiscalização

OM / Ideias de Valor:

“Reporte anual publico dos sistema de gestão de RCD com identificação de quantidades e

intervenientes “ – Já existe – SILiAmb;

“Nomeação de um gestor ambiental da obra com deveres e responsabilidades atribuídos

legalmente, o que permitirá responsabilizar nominalmente pelo cumprimento dos objetivos

ambientais da obra publica” – Só se justificará no caso de obras muito complexas e com forte

impacto ambiental;

“Indexar a emissão de licença de utilização ao cumprimento das exigências de gestão dos RCD” –

Antes de se avançar para este tipo de obrigações será necessário todo um trabalho prévio

associado a esta temática (criação de mais especificações, sensibilização DO/Projetistas para

esta área, etc.).

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XII. Mecanismos de incentivo

OM:

“Incentivos à investigação e inovação quanto às soluções técnicas para triagem e tratamento

dos RCD perigosos;”

“Reduções fiscais e outros incentivos para as empresas que promovam a reutilização e

incorporação de materiais reciclados em obra;”

Ideias de Valor:

Articular estes incentivos com as medidas previstas na “Reforma da

Fiscalidade Verde” (Compromisso para o Crescimento Verde – ob.5:

Aumentar a incorporação de resíduos na economia).

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XIII. Sensibilização e (in)formação

OM / Ideias de Valor:

“Desenvolvimento de uma estratégia de comunicação e formação de modo a promover os RCD como

um recurso, divulgar boas praticas, incentivar a incorporação de materiais reciclados e a separação

seletiva dos resíduos, através de análises comparativas que evidenciem a viabilidade económica destas

opções, e promover as melhores tecnologias disponíveis para tratamento de RCD;” - Divulgação das

ações de formação/sensibilização, de manuais, guias, por todas as entidades intervenientes neste plano

de ação; Promoção da realização de ações de formação nas sedes/delegações das entidades

intervenientes neste plano (ex.: AICCOPN – empresas de construção);

“Parceria entre APA/CCDR e o Centro de Formação Profissional da Indústria da Construção Civil e

Obras Públicas para a colaboração nos cursos de técnicos da construção civil, introduzindo o tema

“RCD”. - Estabelecimento de Parceria entre a APA e o CICCOPN (Centro formação do Norte) para a

colaboração nos cursos de “técnico de obra” e de “técnico de laboratório” – O Laboratório do

CICCOPN (o LGMC) já tem experiência nesta área, designadamente para os “agregados e misturas

betuminosas” – fazem a caraterização e valorização destes materiais.

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Conclusões:

� Promover a investigação, que deverá envolver instituições de ensino, laboratórios,

empresas de construção e projetistas;

� Incentivar a inovação no processo construtivo, por forma a reduzir os “desperdícios”

(reduzir o volume de resíduos produzidos);

� Promover a elaboração de novas especificações técnicas por forma a integrar grande

parte dos resíduos produzidos;

� Desmistificar o pré-conceito de que um material reciclado não garante a mesma qualidade

que um material novo;

� Incentivar/facilitar a “comunicação” entre a Entidade Reguladora e os donos de obra,

projetistas e empresas de construção (em especial no que respeita a questões técnicas);

� Sensibilizar todos os intervenientes no processo construtivo para esta temática.

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Amadora – 17/06/2015

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