crise e vitória

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CRISE E VITÓRIA Compilado pelo Departamento de Pesquisas da Casa Universal de Justiça EDITORA BAHÁI

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Page 1: Crise e vitória

CRISE E

VITÓRIA

Compilado pelo Departamento de Pesquisas da Casa Universal de Justiça

EDITORA BAHÁI

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CRISE E VITÓRIA

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CRISE E VITORIA EXCERTOS DOS ESCRITOS DE BAHÁ'U'LLÁH,

DOS ESCRITOS E ELOCUÇOES DE 'ABDU'L-BAHÁ, DOS ESCRITOS DE SHOGHI EFFENDI

E DE CARTAS ESCRITAS EM SEU NOME, E DA CASA UNIVERSAL DE JUSTIÇA

E DE CARTAS ESCRITAS EM SEU NOME.

E D I T O R A B A H Á ' l 1990

Page 6: Crise e vitória

© Copyright Assembléia Espiritual Nacional dos Bahá'ís do Brasil 1990

Título original: CRISIS AND VICTORY Compilado pelo Departamento de Pesquisa da Casa Universal de Justiça

Tradutor: Rolf von Czékus Exceto trechos já publicados em língua portuguesa

Revisor: Miriam Miessler e Stela Nikobin Revisão tipográfica: Ruth Maria Lowe Capa: Flavia Sales Ramos

1* Edição — 1990

Editora Bahá'í do Brasil R. Eng. Gama Lobo, 267, Vila Isabel 20551 — Rio de Janeiro — RJ Fone: (021) 288-9846

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SUMÁRIO

Pág. I. "As hostes do mundo . . . dão as­

salto de todos os l ados . . . " 9

'Abdu'1-Bahá, citado em "O Advento da Justiça Divina", p. 12

II. "A marcha sem resistência da Fé de Bahá'u'lláh" 48

Shoghi Effendi, "Messages to America: Selected Letters and Cablegrams Addressed to the Bahá'ís of North America 1932-1946", p. 51

III. "A segurança de nossa preciosa F é . . . " 84

Shoghi Effendi, "Messages to the Bahá'í World 1950-1957", p. 123

IV. Índice 119

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A CASA UNIVERSAL DE JUSTIÇA

CENTRO MUNDIAL BAHÁ'I

27 de outubro de 1987

A todas as Assembléias Espirituais Nacionais

Estimados Amigos Bahá'ís:

Anexamos uma cópia de uma nova com­pilação intitulada "Crise e Vitória", que, por instrução nossa, foi preparada pelo Departa­mento de Pesquisa. A finalidade desta compi­lação é de orientar os crentes quanto aos pro­cessos, dentro e fora da Fé, que acompanharão sua emergência progressiva no cenário do mundo.

Tribulações acompanham e incentivam o desenvolvimento da Fé de Bahá'u'lláh. Ao des­crever o fluxo da história bahá'í, o amado Guardião identificou um padrão de crescimen­to que é caracterizado por "uma série de pul­sações, de crises alternadas com triunfos, que a conduz cada vez mais para perto do seu des­tino divinamente predeterminado."

À medida que a estatura da Causa de Deus aumenta aos olhos do mundo, o processo

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de sua emergência para a notoriedade da aten­ção pública, resultando, em grande parte, dos sacrifícios indescritíveis dos amados amigos no Irã, é acelerado, e a Fé, gradual e inevitavel­mente, é projetada ao próximo estágio de seu desenvolvimento, que vem sendo divinamente impulsionado.

A proteção de sua expansão relativamente imperceptível permitiu que as fundações da Fé fossem estabelecidas e consolidadas, e a co­munidade alcançasse um nível de estabilidade. Agora, com a entrada da Fé no cenário mun­dial, exortamos os crentes, em todas as partes, a não se deixarem perturbar, nem por um mo­mento, por qualquer aumento de oposição à Causa. Ao contrário, que aprofundem a sua compreensão da interação criativa entre crise e vitória na evolução da Fé e aumentem sua conscientização do poder inerente à Causa de sobrepujar todos os obstáculos que ameaçam seu progresso. Armados com este conhecimen­to, que aproveitem as oportunidades que sur­gem e abracem os desafios dados por Deus, confiantes na invencibilidade da Fé e na pro­gressiva marcha avante de suas Instituições.

Com amorosas saudações bahá'ís,

A Casa Universal de Justiça

Anexo

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I

"As hostes do mundo... dão assalto de todos os lados..."

'Abdu'1-Bahá, citado em "O Advento da Justiça Divina", p. 12

EXCERTOS DOS ESCRITOS DE BAHÁULLAH

1. No princípio de cada Revelação, prevale­ceram adversidades, as quais, mais tarde, se transformaram em grande prosperidade.

Citado em "O Advento da Justiça Divina" (Rio de Janeiro: Editora Bahá'í do Brasil, 1970), p. 124

# # *

2. Considerai as gerações antigas. Vede como, cada vez que o Sol da graça Divina irradiava a luz de Sua Revelação sobre o mundo, o povo de Seu Dia se levantava contra Ele e Lhe re­pudiava a verdade. Os que eram considerados os líderes dos homens esforçavam-se, invaria­velmente, por impedir que os adeptos se diri­gissem Àquele que é o Oceano da graça ilimi­tada de Deus . . .

Tu tens sabido quão lastimavelmente fo­ram afligidos os Profetas de Deus, Seus Men-

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sageiros e Eleitos. Medita um pouco sobre o motivo e a razão responsáveis por tal perse­guição. Em tempo algum, em nenhuma Era, têm os Profetas de Deus escapado da blasfêmia de seus inimigos, da crueldade de seus opres­sores e da denúncia por parte dos eruditos da época, que apareciam no disfarce de integrida­de e piedade. Dia e noite passavam eles por tais angústias como jamais podem ser medi­das, salvo pelo conhecimento do Deus Uno e Verdadeiro — exaltada seja Sua glória.

"Seleção dos Escritos de Bahá'u'lláh" (Rio de Janeiro: Editora Bahá'í do Brasil, 1977), XXIII, p. 45-46

* * #

3. Sabei vós que provações e tribulações, des­de tempos imemoriais, têm sido a sorte dos Eleitos de Deus e de Seus bem-amados e da­queles de Seus servos que estejam despren­didos de tudo mais, senão d'Ele, daqueles a quem nenhuma mercadoria, nenhum comércio, possa seduzir da lembrança do Onipotente, que não falam antes de Ele haver falado e que agem de acordo com Seu mandamento. Tal é o método de Deus levado a efeito nos tempos antigos e assim permanecerá no futuro.

"Seleção dos Escritos de Bahá'u'lláh" (Rio de Janeiro: Editora Bahá'í do Brasil, 1977), LXVI, p. 87

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4. . . . Por Minha vida! Meu coração geme e Meus olhos pranteiam pela Causa de Deus e por aqueles que não compreendem o que di­zem, e imaginam o que não podem compre­ender.

"Seleção dos Escritos de Bahá'u'lláh" (Rio de Janeiro: Editora Bahá'í do Brasil, 1977), C, p. 131

* * *

5. E se um rouxinolx alçar vôo do barro do ego e, aninhando-se no roseiral do coração, re­latar, em melodias árabes e doces canções ira­nianas, os mistérios de Deus — das quais uma só palavra traz uma vida nova e fresca aos cor­pos dos mortos e concede o Espírito Santo aos ossos putrefatos desta existência — verás mil garras de inveja, miríades de bicos rancorosos que O perseguem com todas as suas forças, in­tentando Sua mor te . . .

Ó Meu amigo! Muitos cães perseguem esta gazela do deserto da unicidade; muitas garras agadanham este tordo do jardim eterno. Cor­vos impiedosos esperam por este pássaro do paraíso de Deus, e o caçador de inveja aproxi-

1 Refere-se isto à própria Manifestação de Bahá'u'lláh.

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ma-se sorrateiramente deste cervo do prado do amor.

"The Seven Valleys and the Four Valleys" (Wilmette: Bahá'í Publishing Trust, 1986), p. 20; p. 41 (1.° parágrafo: "A Revelação Bahá'í" (Rio de Janeiro: Editora Bahá'í do Brasil, 1976, 2^ edição), p. 110)

* * *

6. É claro e evidente que, todas as vezes que os Manifestantes da Santidade se revelavam, os sacerdotes do tempo impediam o povo de atin­gir o caminho da verdade. Isso é atestado por todas as Escrituras e todos os Livros Celestiais. Nenhum Profeta de Deus se manifestou que não caísse vítima do ódio implacável, da calú­nia, negação e execração por parte do clero de Seu tempo!. . . Prevemos que em cada cidade se levantarão pessoas para suprimir a Abençoada Beleza, e que os companheiros desse Senhor da existên­cia, desse Desejo último de todos os homens, fugirão da face do opressor, buscando refúgio no deserto, enquanto outros se resignarão e, com desprendimento absoluto, sacrificarão a vida em Seu caminho.

"O Kitáb-i-Iqán" (Rio de Janeiro: Edito­ra Bahá'í do Brasil, 1977, 2$ edição), p. 103; p. 151

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EXCERTOS DOS ESCRITOS E DAS ELOCUÇÕES DE 'ABDITL-BAHA

7. . . . O prestígio da Fé de Deus tem cresci­do imensamente. Sua grandeza está agora ma­nifesta. Aproxima-se o dia em que ela terá lançado um enorme tumulto nos corações dos homens. Kegozijai, portanto, ó habitantes da América; exultai com extrema alegria!

Citado em "The World Order oi Bahá'u'-lláh: Selected Letters", 2^ edição revisa­da. (Wilmette: Bahá'í Publishing Trust, 1974), p. 79

* * *

8. . . . Nestes dias a Causa de Deus, por todo o mundo, está rapidamente crescendo em po­der e, dia a dia, se espalha cada vez mais aos confins extremos da terra. Por esse motivo, seus inimigos, de todos os povos e nações do mundo, estão se tornando agressivos, malevo­lentes, invejosos e amargamente hostis. Incum­be aos amados de Deus exercerem o maior cuidado e prudência em todas as coisas, quer grandes ou pequenas, consultarem juntos e unidos resistirem às investidas dos instigado-

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res de contenda e aos fomentadores de discór­dia.

"Selections from the Writings of 'Abdu'1-Bahá" (edição revisada) (Haifa: Bahá'í World Centre, 1982), N.° 194, p. 233

^ ^ #

9. Ó tu nobre ramo da divina Árvore do Loto! . . . Quando fores desdenhado e rejeita­do pelos perpetradores do mal não fiques desa­lentado; e ante o poder e a obstinação do pre-sunçoso não fiques nem vexado nem angustia­do; pois tal é a maneira das almas negligentes, desde tempos imemoriais. "Ó a miséria dos ho­mens! Nenhum Mensageiro a eles veio que Dele não zombassem!"2

Na verdade, os ataques e o obstrucionis-mo do ignorante apenas fazem com que a Pa­lavra de Deus seja exaltada, e difundem Seus sinais e provas por toda a parte. Não fosse por esta oposição de parte dos desdenhosos, esta obstinação de parte dos caluniadores, este cla­mor dos púlpitos, este choro e lamentação tan­to por parte de grandes como de pequenos, es­tas acusações de descrença lançadas pelos ig­norantes, este tumulto de parte dos tolos — como poderia a notícia do advento do Ponto Primordial e o alvorecer brilhante do Sol de Bahá algum dia alcançar o oriente e o ocidente? De que outro modo poderia o planeta ter sido

2 Alcorão 36:29.

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abalado de polo a polo? De que outro modo poderia a Pérsia ter se tornado o ponto focai de esplendores em difusão e a Ásia Menor o coração irradiante da beleza do Senhor? De que outro modo poderia a chama do Manifes­tante ter se espalhado no sul? Por que meios poderiam os brados de Deus ter sido ouvidos no norte distante? De que outro modo poderia o Seu chamado ter sido ouvido nos continentes da América e da negra África? De que outro modo poderia o canto de alvorada do Céu ter penetrado aqueles ouvidos? De que outro modo poderiam os doces papagaios da índia ter se deparado com este açúcar, ou rouxinóis elevado os seus gorjeios da terra do Iraque? O que mais poderia fazer dançar o oriente e o ocidente, de que outro modo poderia este Lugar Consagra­do se tornar o trono da Beleza de Deus? De que outro modo poderia o Sinai contemplar este esplendor abrasador, como poderia a chama do Advento adornar aquele monte? De que outro modo poderia a Terra Santa tornar-se o esca-belo da beleza de Deus, e o santo vale de Towa3

tornar-se o local de excelência e graça, o lugar sagrado onde Moisés descalçou Seus sapatos? Como poderiam os alentos do céu ser levados através do Vale da Santidade, como poderiam as docemente perfumadas, etéreas correntes que sopram dos jardins de Abhá algum dia ser percebidas por aqueles que habitam na Ilha

3 Alcorão 20:12. Também referido como o "Vale Sagrado".

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Verdejante? De que outro modo poderiam os compromissos dos Profetas, as alegres boas--novas dos santos Videntes de outrora, as pro­messas excitantes conferidas a este Lugar Sa­grado pelos Manifestantes de Deus, ter sido cumpridas? . . . Todas estas benções e dádivas, os próprios meios de proclamação da Fé, sucederam-se atra­vés do escárnio do ignorante, da oposição dos tolos, da obstinação dos parvos, da violência do agressor. Não fosse por estas coisas, a no­tícia do advento do Báb, até hoje, não teria alcançado nem mesmo terras próximas. Por isso nunca deveríamos nos lastimar pela ce­gueira dos que não são cônscios, pelos ataques dos tolos, pela hostilidade dos baixos e despre­zíveis, pela negligência dos clérigos, pelas acusações de infidelidade levantadas contra nós por aqueles de mente vazia. Assim também foi a sua maneira de agir em tempos idos, e se fossem daqueles que compreendem, assim não seria; no entanto são ignorantes e nem ao me­nos conseguem compreender vagamente o que lhes é dito. 4

"Selections from the Writings of 'Abdu'1-Bahá", N.° 195, pp. 234-236

* * *

10. . . . os amigos no Ocidente, inquestiona­velmente, terão sua parcela das calamidades

4 Cf. Alcorão 4:80.

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que ocorre aos amigos no Oriente. É inevitá­vel que, caminhando na senda de Bahá'u'lláh, eles também se tornem alvos da perseguição por parte dos opressores . . . .

Agora vós, também, até um certo ponto, certamente deveis tornar-vos meus sócios e aceitar vossa parcela de testes e sofrimentos. Estes episódios, no entanto, virão a passar, en­quanto aquela glória duradoura e vida eterna permanecerão inalteradas para sempre. Ade­mais, estas aflições serão a causa de grande progresso.

"Selections from the Writings of 'Abdu'1-Bahá", N.° 196, pp. 238-239

# * *

11. . . . Neste dia os poderes de todos os lí­deres da religião têm em mira dispersar a con­gregação do Todo-Misericordioso e demolir a Estrutura Divina. As hostes do mundo, quer sejam materiais, culturais ou políticas, dão as­salto de todos os lados, pois a Causa é grande, muito grande. Sua grandeza está, neste dia, clara e manifesta aos olhos dos homens. Conse­quentemente, incumbe a todos que entraram à sombra da asa protetora da benévola provi­dência de Deus demonstrar, através de Sua ajuda divina e misericordiosa, uma constância e firmeza conspícua tais que prenderá o olhar e estarrecerá as mentes de todos.

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Quando da ascensão do Espírito (Jesus Cristo), a companhia daqueles que aceitaram a nova Revelação não somava mais do que umas poucas almas. Tão intenso foi o alarme e a perturbação a que este evento deu origem que, durante algum tempo, estas almas foram com­pletamente dominadas por sua agitação e con­fusão. Então, alguns dias mais tarde, uma mu­lher com o nome de Maria Madalena surgiu, e, por seu próprio exemplo, instilou neles uma constância e firmeza que os capacitou a se le­vantarem para a propagação da Palavra de Deus. Ainda que aparentemente não fossem mais que pescadores e tintureiros, ainda assim, através da sagrada confirmação da Causa de Deus, levaram as fragrancias divinas por toda a parte, adoçando o alento de todos que inala­vam as suas fragrancias e trazendo vida nova a todo coração compreensivo.

Tomai coragem, então, ó vós amigos fiéis de Deus, com o aparecimento desta força po­derosa e toda dominadora, assemelhando-se a um espírito que permeou o corpo do mundo, tornando-o vibrante com sua energia, e fazendo com que os pilares da idolatria vacilassem e tremessem.

As primeiras três sentenças são, na sua versão inglesa, uma tradução de Shoghi Effendi e citadas em "O Advento da Jus­tiça Divina", p. 12. O restante do excerto foi recentemente traduzido.

# # #

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12. . . . uma grande multidão de pessoas le-vantar-se-á contra vós, vos oprimindo, vos di­rigindo insultos e escárnio, evitando vossa com­panhia, e cobrindo-vos de ridículo. No entan­to, o Pai Celestial vos iluminará a um ponto tal que, semelhantes aos raios do sol, dispersa-reis as negras nuvens da superstição, brilhareis gloriosamente no meio dos Céus e iluminareis a face da terra. Deveis fazer firmes vossos pas­sos por ocasião da emergência destes testes, e demonstrar indulgência e paciência. Deveis re­sistir a eles com o máximo de amor e bonda­de; considerai sua opressão e perseguição como o capricho de crianças, e não dai nenhuma im­portância ao que fazem. Porque no fim, a ilu­minação do Reino sobrepujará a escuridão do mundo e a exaltação e grandeza de vossa po­sição se tornará aparente e manifesta; . . . Es­tai seguros.

Citado em "Bahá'í News" ["Star of the West"], vol. 1, n.° 10, 8 de setembro de 1910, pp. 1-2

# * *

13. . . . Dentro em pouco os malfeitores na­quele país se erguerão para acumular denún­cias sobre os crentes verdadeiros e darem va­zão a seu rancor sobre a companhia dos fiéis. Cada dia infligirão uma ferida mortificante, cada hora um golpe atordoador. Censurando

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os amigos por causa do amor que têm a Bahá'--u'lláh e a 'Abdu'1-Bahá, considerarão justifi­cadas as suas denúncias, seu escárnio e malí­cia, e não pouparão esforços para infligir aos amigos toda e qualquer injúria que esteja den­tro de suas possibilidades. Tal conduta está de acordo com os modos e práticas dos povos de outrora: em séculos idos, durante os dias do aparecimento dos santos Manifestantes, o povo agiu exatamente deste modo; e agora, nestes dias, é inevitável que repitam tais ações, ou antes agirão com maior perversidade que ante­riormente. . . . Conseqüentemente é certo que serás afligido por adversidades, testes e injú­rias por amor a Bahá'u'lláh; no entanto estas aflições serão as mais puras generosidades e dá­divas, e um sinal de teu acolhimento no Limiar Divino.

(De uma Epístola recentemente traduzida)

* *

14. Após a minha partida porém, algumas pessoas poderão se levantar em oposição, acumulando perseguições sobre vós em sua amargura, e nos jornais poderá haver artigos publicados contra a Causa. Estai seguros da promessa de firmeza. Sede equilibrados e se­renos, recordando que isto é tão somente como o chilreio de pardais e que em breve irá pas­sar. . . .

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Portanto, meu propósito é de prevenir e forta­lecê-los contra acusações, críticas, insultos e mo-tejo em artigos de jornais ou outras publica­ções. Não vos perturbeis com os mesmos. Eles são a própria confirmação da Causa, a própria origem de desenvolvimento para o Movimento. Possa Deus sancionar o dia quando um punha­do de ministros das igrejas se levantar e, desa­vergonhadamente, gritar com toda a força de seus pulmões que os bahá'ís são desencaminha-dos. Gostaria de ver este dia, pois este é o mo­mento em que a Causa de Deus se espalhará. Tais como estes, BaháVlláh considerou esta-fetas da Causa. Proclamarão dos púlpitos que os bahá'ís são tolos, que são pessoas más e iní­quas, porém sede firmes e resolutos na Causa de Deus. Eles divulgarão a mensagem de Ba­háVlláh.

"The Promulgation of Universal Peace: Talks Delivered by 'Abdu'1-Bahá during His Visit to the United States and Canada in 1912", 2? ed. (Wilmette: Bahá'í Publish-ing Trust, 1982), pp. 428-430

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EXCERTOS DOS ESCRITOS DE SHOGHI EFFENDI

15. . . . Eu estou, contudo, assegurado e sus­tentado pela convicção, que jamais se obscure-ceu em minha mente, de que, o que quer que venha a acontecer na Causa de Deus, por mais inquietante que seja em seus efeitos imediatos, reflete uma infinita Sabedoria e tende, em úl­tima instância, a promover seus interesses no mundo. Certamente nossas experiências do pas­sado distante, assim como dos acontecimentos recentes, são por demais numerosas e variadas, para permitirem qualquer apreensão ou dúvida quanto à verdade deste princípio básico — um princípio que através das vicissitudes de nossa sagrada missão neste mundo, nunca devemos desconsiderar ou esquecer. . . .

É verdade que a Causa, como todos os ou­tros movimentos, tem seus próprios obstáculos, complicações e dificuldades imprevisíveis, po­rém, diferentemente de qualquer outra organi­zação, inspira um espírito de Fé e Devoção que jamais deixa de nos induzir a realizar esforços renovados e sinceros para enfrentar estas difi-

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culdades e remover quaisquer diferenças que possam e devam surgir.

23 de Dezembro de 1922, em "Bahá'í Administration: Selected Messages 1922-1932", ed. revisada (Wilmette: Bahá'í Pub-lishing Trust, 1974), p. 27; p. 28

# * #

16. Por um lado, as notáveis revelações da Última Vontade e Testamento de nosso Ama­do, tão espantosas em todos os seus aspectos, tão enfáticas em suas injunções, desafiaram e deixaram perplexas as mentes mais aguçadas, enquanto que a sempre crescente confusão do mundo, ameaçado como nunca antes por for­ças disruptivas, ferozes rivalidades, renovadas comoções e grave desordem, quase assoberbou o coração e extinguiu o zelo até mesmo do mais entusiástico crente no destino da humanidade.

E, no entanto, quão freqüentemente pare­cemos esquecer das advertências repetidas e claras de nosso amado Mestre, o qual, especial­mente durante os anos finais de Sua missão na terra, enfatizou os "severos testes mentais" que iriam, inevitavelmente, assolar Seus amados do ocidente — testes que iriam purgar, purificar e prepará-los para a sua nobre missão na vida.

14 de novembro de 1923, em "Bahá'í Administration: Selected Messages 1922-1932", p. 50

* * *

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17. Que a Causa de Deus deverá, nos dias a vir, testemunhar muitos momentos desafiadores e passar por estágios críticos, como prepara­ção para as glórias de sua prometida ascendên­cia do novo mundo, tem sido repetidamente afirmado, de forma incontestável, por nosso falecido Mestre, e é copiosamente provado a todos nós por seu heróico passado e turbulenta história.

23 de fevereiro de 1924, em "Bahá'í Administration: Selected Messages 1922-1932", pp. 60-61

* * *

18. Não podemos crer que, à medida que o Movimento cresce em força, autoridade e in­fluência, as perplexidades e os sofrimentos com que teve que se debater no passado venham correspondentemente a diminuir e a desapare­cer. Não, antes, à medida que ele cresce em força cada vez mais, os defensores fanáticos das fortalezas da ortodoxia, quaisquer que se­jam suas denominações, conscientizando-se da influência penetrante desta Fé em crescimento, levantar-se-ão e envidarão todos os esforços para extinguir sua luz e desacreditar seu nome.

12 de fevereiro de 1927, em "Bahá'í Administration: Selected Messages 1922-1932", p. 123

* * *

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19. Que cada diligente defensor da Causa de Bahá'u'lláh se conscientize que as tempestades que a Fé de Deus, ainda se debatendo, deve ne­cessariamente enfrentar, à medida em que o processo de desintegração da sociedade avança, serão mais ferozes do que quaisquer que já te­nha conhecido. Que ele esteja cônscio que, tão logo a total medida da estupenda reivindica­ção da Fé de Bahá'u'lláh venha a ser reconhe­cida por aquelas tradicionais e poderosas for­talezas de ortodoxia, cujo objetivo deliberado é o de manter sua força opressora sobre os pen­samentos e consciências dos homens, esta Fé nascente terá de contender com inimigos mais poderosos e mais insidiosos do que os mais cruéis torturadores profissionais e os mais fa­náticos cléricos que a afligiram no passado. Que inimigos, no decorrer das convulsões que se apossarão de uma civilização moribunda, não poderão ser trazidos à existência? Estes re­forçarão as indignidades que já foram acumu­ladas sobre ela!

Precisamos unicamente nos referir às ad-moestações proferidas por 'Abdu'1-Bahá, a fim de nos darmos conta do âmbito e caráter das forças que estão destinadas a pelejar com a sa­grada Fé de Deus. Nos momentos mais negros de Sua vida, sob o regime de 'Abdu'1-Hamíd, quando estava pronto para ser deportado para as regiões mais inóspitas da África do Norte, e numa época em que a luz auspiciosa da Re­velação Bahá'í havia tão somente começado a

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surgir no Ocidente, Ele, em Sua mensagem de despedida ao primo do Báb, proferiu estas pro­féticas e ominosas palavras: "Quão grande, quão mui grande é esta Causa! Quão violento o ataque furioso de todos os povos e gentes da terra! Em breve, o clamor da multidão através da África e da América, o grito dos europeus e dos turcos, os gemidos da índia e China, se­rão ouvidos tanto de longe quanto de perto. Todos eles se levantarão, com todo o seu poder para resistir à sua Causa. Então os cavaleiros do Senhor, assistidos por Sua graça oriunda do alto, fortalecidos pela Fé, ajudados pelo po­der da compreensão, e reforçados pelas legiões do Convênio, levantar-se-ão e tornarão mani­festa a verdade do versículo: 'Vede a confusão que sobreveio às tribos dos derrotados!' "

Por mais estupenda que seja a luta que Suas palavras prenunciam, elas também dão testemunho da completa vitória que os defen­sores do Máximo Nome estão destinados, fi­nalmente, a alcançar. Povos, nações, aderentes de diversas fés, levantar-se-ão em conjunto e sucessivamente para despedaçar sua unidade, para solapar sua força e para degradar seu sa­grado nome. Eles irão atacar, não somente o espírito que ela inculca, como também a admi­nistração que é o canal, o instrumento, a cor-porificação daquele espírito. Pois, à medida em que a autoridade com que Bahá'u'lláh investiu a futura Comunidade Mundial Bahá'í se tornar cada vez mais aparente, mais feroz será o de-

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safio que, de todos os lados, será lançado às verdades que ele cultua.

21 de março de 1930, em "The World Or-der of Bahá'u'lláh: Selected Letters", 2$ ed. revisada (Wilmette: Bahá'í Publishing Trust, 1974), pp. 17-18

# * *

20. A separação que se estabeleceu entre as instituições da Fé Bahá'í e as organizações eclesiásticas Islâmicas que se lhe opõem — um movimento que se originou no Egito e está agora se alastrando constantemente através do Oriente Médio e, no devido tempo, transmitirá sua influência ao Ocidente — impõem, à cada aderente de Sua Causa, a obrigação de se abs­ter de qualquer palavra ou ação que possa prejudicar a posição que nossos inimigos têm, em anos recentes e espontaneamente, procla­mado e estabelecido. Pode-se dizer que este de­senvolvimento histórico, cujo começo não po­deria ser reconhecido nem mesmo antecipado durante os anos imediatamente anteriores ao falecimento de 'Abdu'1-Bahá, sinalizou o Perío­do Formativo de nossa Fé e preparou o cami­nho para a consolidação de sua Ordem admi­nistrativa. À medida que este movimento ga­nha impulso e recebe ímpeto adicional da ati­tude e ação futura das autoridades civis na Pérsia, irá, inevitavelmente, manifestar suas

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repercussões no Ocidente e incitará os líderes da Igreja e finalmente as autoridades civis a contestarem as reivindicações e eventualmente a reconhecerem o status independente da Re­ligião de Bahá'u'l láh.. . . Nossos adversários no Oriente iniciaram a luta. Nossos futuros opo­nentes no Ocidente, por sua vez, levantar-se-ão e a levarão a um estágio seguinte. É nosso de­ver, antecipando esta luta inevitável, manter inequivocamente e com lealdade individida, a integridade de nossa Fé e demonstrar o cará­ter distinto de suas instituições divinamente nomeadas.

15 de junho de 1935, em "Messages to America: Selected Letters and Cablegrams Addressed to the Bahá'ís of North Ameri­ca 1932-1946" (Wilmette: Bahá'í Publishing Committee, 1947), pp. 4-5

* * *

21. Nenhum observador imparcial pode dei­xar de admitir que as forças da irreligião, de uma filosofia puramente materialista, do paga­nismo declarado, foram libertadas, estão agora alastrando-se, e, consolidando-se, estão come­çando a invadir algumas das mais poderosas instituições cristãs do mundo ocidental. Pou­cos ou nenhum, entre aqueles que estão aten­tamente observando o progresso de Sua Fé, es­tariam inclinados a questionar o fato de que

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estas instituições estão se tornando cada vez mais inquietas, que algumas entre elas já es­tão vagamente conscientes da influência pene­trante da Causa de Bahá'u'lláh, que elas irão, à medida que sua força inerente se deteriora e sua disciplina relaxa, olhar com profundo de­salento a ascendência de Sua Nova Ordem Mun­dial e, gradualmente, irão decidir assediá-la e tal oposição por sua vez, acelerará seus declí­nios.

A ameaça do secularismo que atacou o is-lamismo e está solapando suas instituições res­tantes, que invadiu a Pérsia, que penetrou na índia, e levantou sua cabeça triunfante na Tur­quia, já se manifestou tanto na Europa como na América, e está, em graus diversos, e sob várias formas e designações, desafiando a base de toda religião estabelecida...

11 de março de 1936, em "World Order of Bahá'u'lláh: Selected Letters", pp. 180-181

* * *

22. . . . Verdadeiramente fecundos são os anos que assomam à nossa frente. Os processos gê­meos de desintegração interna e caos externo estão sendo acelerados diariamente e estão ine­xoravelmente rumando em direção a um clí­max. . . . A Comunidade do Máximo Nome, o fermento que deve levedar a massa, o remanescente es-

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colhido que deve sobreviver à queda da velha, desacreditada e cambaleante Ordem e ajudar no desdobramento de uma nova em seu lugar, encontra-se pronta, alerta, com visão clara e resoluta. . . . Ferozes e múltiplos serão os ata­ques com os quais governos, raças, classes e religiões, invejosos de seu crescente prestígio e temerosos de sua força consolidadora, pro­curarão silenciar sua voz e solapar suas funda­ções. Impassível à relativa obscuridade que a rodeia presentemente, e sem se deixar intimi­dar pelas forças que serão dispostas contra ela no futuro, esta comunidade — não posso dei­xar de sentir confiança — irá, não importa quão aflitivas as agonias de uma era que sente as dores do parto, persistir em seu destino, sem se desviar de seu curso, imperturbável em sua serenidade, inflexível em seu propósito, inabalada em suas convicções.

5 de julho de 1938, em Messages to America: Selected Letters and Cablegrams Addressed to the Bahá'ís of North Ameri­ca 1932-1946", p. 14

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23. . . . Como podem os primórdios de um ca-taclismo mundial, desencadeando forças que estão perturbando tão gravemente o equilíbrio social, religioso, político e econômico de uma sociedade organizada, levando ao caos e à con-

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fusão os sistemas políticos, as doutrinas raciais, os conceitos sociais, os padrões culturais, as as­sociações religiosas e relações comerciais — como podem tais agitações, numa escala tão vasta e sem precedentes, deixar de produzir qualquer repercussão sobre as instituições de uma Fé de tão tenra idade e cujos ensinamen­tos têm uma relação direta e vital com cada uma dessas esferas de vida e conduta humanas?

Não é de se admirar, pois, se aqueles que estão erguendo a bandeira de uma Fé tão di­fundida, de uma Causa tão desafiadora, se vêem afetados pelo impacto dessas forças que aba­lam o mundo. Não é de se admirar se, em meio a esse redemoinho de paixões em contenda, sua liberdade tem sido reduzida, seus princípios desprezados, suas instituições atacadas, seus motivos difamados, sua autoridade posta em perigo, sua pretensão rejei tada. . . .

Nem se deverá deixar passar despercebida qualquer uma das múltiplas oportunidades, de ordem totalmente diferente, que a evolução da própria Fé, quer seja em seu centro mundial ou no continente norte-americano, ou mesmo nas mais remotas regiões da Terra, há de criar, instando mais uma vez aos crentes americanos que desempenhem um papel não menos cons-pícuo do que a sua participação prévia, com suas contribuições coletivas, para a propagação da Causa de Bahá'u'lláh. Posso apenas, no mo­mento, citar aleatoriamente algumas dessas oportunidades que sobressaem de forma pre-

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eminente, em qualquer tentativa de examinar as possibilidades do futuro: . . . . . . a libertação das comunidades bahá'ís dos grilhões da ortodoxia religiosa em tais países islâmicos como a Pérsia, o Iraque e o Egito, e o conseqüente reconhecimento, pelas autorida­des civis nesses estados, da condição indepen­dente e do caráter religioso das Assembléias Bahá'ís Nacionais e Locais; as medidas precau-tórias e defensivas a serem planejadas, coorde­nadas e executadas a fim de neutralizar a ple­na força dos inevitáveis ataques que os esfor­ços organizados das organizações eclesiásticas das várias seitas desencadearão progressiva­mente e continuarão inexoravelmente; e, por último, porém não menos importante, as nu­merosas questões que devem ser enfrentadas, os obstáculos que devem ser vencidos, e as res­ponsabilidades que devem ser assumidas, para que uma Fé severamente opressa possa atra­vessar as sucessivas etapas da obscuridade com­pleta, da repressão ativa, da emancipação to­tal, levando então ao seu reconhecimento como Fé independente, gozando de uma condição de plena igualdade com as religiões irmãs, a ser seguida por seu estabelecimento e reconheci­mento como religião oficial de Estado, a qual, por sua vez, deverá ceder à sua assunção dos direitos e prerrogativas associadas ao Estado Bahá'í, funcionando na plenitude de seus po-deres — etapa essa que há de culminar, final­mente, na emergência do Estado Bahá'í mun-

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dial, animado inteiramente pelo espírito e ope­rando única e diretamente conforme as leis e os princípios de Bahá'u ' l láh. . . .

Na prossecução desta dupla cruzada os guerreiros valorosos que lutam em nome de Bahá'u'lláh e em prol de Sua Causa haverão, forçosamente, de encontrar obstinada resistên­cia e sofrer muitos reveses. Seus próprios ins­tintos, não menos que a fúria das forças con­servadoras, a oposição dos que têm direitos as­segurados e as objeções de uma geração cor­rupta, em busca do prazer, devem ser levados em conta, resistidos resoluta e superados com­pletamente. Enquanto suas medidas defensivas para a luta iminente forem organizadas e am­pliadas, tempestades de abuso e de ridículo bem como campanhas de condenação e detur­pação serão, possivelmente, desenfreadas con­tra eles. Breve, talvez, verifiquem que sua Fé haja sido atacada, sendo mal interpretados seus motivos, difamados seus objetivos, ridiculari­zadas suas aspirações, zombadas suas institui­ções, menosprezada sua influência, e que, algu­mas vezes, sua Causa tenha sido abandonada por alguns poucos incapazes de apreciar a na­tureza de seus ideais, ou que não se dispunham a enfrentar o peso das sempre crescentes crí­ticas envolvidas, seguramente, em tal conten­da. "Por causa de 'Abdu'1-Bahá", predisse o bem-amado Mestre, "passareis por muitas pro­vações. Tribulações haverão de vos sobrevir e sofrimento vos afligir".

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Que o exército invencível de Bahá'u'lláh. entretanto, que há de combater num dos epi­centros potenciais do Ocidente, em Seu Nome e por Sua Causa, numa das batalhas mais fe­rozes e gloriosas, não tema qualquer crítica que lhe possa ser dirigida. Que não se detenha por qualquer condenação com que a língua do caluniador possa tentar deturpar-lhe os moti­vos. Que não recue diante do avanço ameaça­dor das forças do fanatismo, da ortodoxia, da corrupção e do preconceito que se possam aliar contra ele. A voz da crítica é uma voz que, indiretamente, reforça a proclamaçao de sua Causa. A impopularidade apenas serve para evidenciar o contraste entre ele e seus adver­sários; enquanto o desprezo é em si o poder magnético que haverá de atrair à sua causa, eventualmente, os mais vociferantes e invete­rados dentre seus inimigos.

25 de dezembro de 1938, "O Advento da Justiça Divina" (Rio de Janeiro: Editora Bahá'í do Brasil, 1970), pp. 7-8; pp. 24-25; pp. 64-66

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24. Uma resenha das características salientes de tão abençoado e frutífero ministério não deve deixar de mencionar as profecias que a pena infalível do designado Centro do Convê­nio de Bahá'u'lláh registrou. Estas prognosti-

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cam a impetuosidade da investida que a irresis­tível marcha da Fé haverá de provocar no Oci­dente, na índia e no Extremo Oriente ao con­frontar-se com as veneráveis ordens sacerdo-tais da religião cristã, budista e hindu. Pres-sagiam o tumulto que sua emancipação dos grilhões da ortodoxia religiosa causará nos continentes de América, Europa, Ásia e África.

1944, "A Presença de Deus" (Rio de Janei­ro: Editora Bahá'í do Brasil, 1981) p. 124

25. Não importa quão longo seja o período que os separa da vitória final: por mais árdua que seja a tarefa; por mais formidáveis que sejam os esforços que lhes são exigidos; por mais sombrios que sejam os dias que a huma­nidade, perplexa e dolorosamente testada, deva atravessar em sua hora de sofrimento; por mais severos que sejam os testes com os quais aque­les que devem redimir seu destino serão con­frontados; por mais aflitivos que sejam os dar­dos que seus inimigos atuais, assim como aque­les a quem a Divina Providência fará surgir de dentro ou de fora através de Suas dispensa-ções misteriosas, farão chover sobre eles, por mais penosa que seja a provação de uma se­paração temporária do coração e centro ner­voso de sua Fé que futuros distúrbios impre­visíveis possam lhes impor, eu lhes suplico, pelo

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sangue precioso que flui em tão grande profu­são, pelas vidas dos inumeráveis santos e he­róis que foram imolados, pelo supremo, glorioso sacrifício do Profeta-Arauto de nossa Fé, pe­las tribulações às quais seu Próprio Fundador voluntariamente se submeteu, a fim de que Sua Causa pudesse viver, Sua Ordem possa redimir um mundo despedaçado e sua glória possa inun­dar todo o planeta — eu lhes suplico, à me­dida em que esta hora solene se aproxima, a que se decidam a nunca se retrair, nunca he­sitar, nunca descansar, até que todos os obje­tivos nos Planos a serem proclamados, em data posterior, tenham sido totalmente realiza­dos.

30 de junho de 1952, era "Messages to the Bahá'í World 1950-1957" (Wilmette: Ba-há'í Publishing Trust, 1971), pp. 38-39

>jc * *

26. . . . que prossigam vigorosamente, sem serem dissuadidos pelo clamor que os expoen­tes da ortodoxia religiosa seguramente levan­tarão, ou pelas medidas restritivas que os líde­res políticos possam impor; impávidos apesar da pequenez de seus números e a multitude de seus adversários potenciais; munidos com as ar­mas eficazes que suas próprias mãos vagarosa e laboriosamente forjaram antecipando este en­contro glorioso e inevitável com as forças or-

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ganizadas da superstição, da corrupção e da descrença; pondo sua inteira confiança na po­tência inigualável dos ensinamentos de Ba-há'u'lláh, na força de Seu poder que a tudo conquista e na infalibilidade de Suas gloriosas e muitas vezes repetidas promessas.

18 de julho de 1953, em "Citadel of Faith, Messages to America 1947-1957" (Wilmet-te: Bahá'í Publishing Trust, 1980), p. 120

* * *

27. Os problemas administrativos que enfren­tam são diversos e complexos. A oposição que uma Fé nascente deve necessariamente encarar, especialmente de parte dos líderes da ortodo­xia religiosa nos países islâmicos do norte, irá se tornar mais aparente e crescer em severi­dade à medida que as instituições desta Fé se multiplicarem.

Do punho de Shoghi Effendi, apensada a uma carta datada de 2 de julho de 1956, escrita em seu nome a uma Assembléia Es­piritual Nacional na África

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EXCERTOS DE CARTAS ESCRITAS EM NOME DE SHOGHI EFFENDI

28. . . . Pois a história da Causa, especialmen­te na Pérsia, é uma ilustração clara da verdade de que tais perseguições servem invariavel­mente para fortalecer os crentes em sua fé, ao estimular os poderes espirituais latentes em seus corações e ao despertar neles uma nova e mais profunda consciência de seus deveres e responsabilidades para com a Fé. De fato, o mero progresso da Causa, ao provocar os ódios e ciúmes de povos e nações, cria para si mes­ma tais dificuldades e obstáculos como apenas seu espírito divino pode sobrepujar. 'Abdu'1-Bahá afirmou enfaticamente que a inimizade e oposição do mundo irá aumentar em propor­ção direta ao âmbito e progresso da Fé. Quan­to maior o zelo dos crentes e quanto mais sur­preendente o efeito de suas realizações, tanto mais feroz será a oposição do inimigo.

20 de janeiro de 1935, a uma Assembléia Espiritual Nacional

* * #

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29. Ele está, realmente, completamente côns-cio das dificuldades que os amigos, não somen­te no seu centro mas em todas as partes do mundo, estão diariamente encontrando em suas tentativas para estabelecer e aperfeiçoar o me­canismo administrativo da Fé. Estas dificulda­des e obstáculos, entretanto, ele considera se­rem inevitáveis, desde que são inerentes ao próprio processo através do qual a Causa de Bahá'u'lláh está destinada a desenvolver e eventualmente estabelecer sua ascendência no mundo. Estas dificuldades não só são inevitá­veis, mas deveriam ser vistas, na realidade, como um teste dado por Deus através do qual os amigos podem, e seguramente irão, enrique­cer e aperfeiçoar as energias espirituais e mo­rais neles latentes, e desta forma ajudar no estabelecimento daquela civilização Divina pro­metida por Deus.

Provações e sofrimentos, conforme Ba-há'u'lláh repetidamente nos advertiu em Suas epístolas, são como o óleo que alimenta a lâm­pada. A Causa não pode revelar a totalidade de seu esplendor a menos que e até que se de­fronte e supere com sucesso os obstáculos que de tempos em tempos estão em seu caminho e por algum tempo parecem ameaçar suas pró­prias fundações. Tais obstáculos, testes e pro­vações são na realidade bênçãos disfarçadas e assim sendo estão fadadas a ajudar na promo­ção da Fé.

31 de julho de 1935, a um crente individual

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30. . . . embora ele tenha ficado verdadeira­mente entristecido ao tomar conhecimento da contínua e maligna oposição que os inimigos da Causa em.. . , e especialmente o elemento clerical, estão dirigindo contra os crentes na­quele centro. Entretanto, ele deseja que urjas os amigos a que não se sintam nem um pouco desanimados ou desencorajados, mas sim, que continuem com renovada determinação, uni­dade e vigor sua tarefa sagrada de difundir e estabelecer a Fé, confiantes no glorioso futuro que os aguarda. Quanto maior o número de perseguições, e quanto mais intenso se tornem em caráter, tanto mais profunda deveria ser sua Fé na missão incomparável que lhes foi confiada por Bahá'u'lláh, e tanto maior seu zelo em ajudar a apressar seu completo cumpri­mento.

Esta Causa, como toda Causa Divina, não pode ser efetivamente estabelecida a menos que enfrente e triunfe corajosamente sobre as for­ças de oposição pelas quais é atacada. A his­tória da Fé é por si mesma uma prova sufi­ciente disto. Provas e perseguições sempre fo­ram, e continuarão a ser, o quinhão dos esco­lhidos de Deus. Estas, no entanto, deveriam ser consideradas como bênçãos disfarçadas, pois através delas sua fé será estimulada, purifica­da e fortalecida. Bahá'u'lláh compara tais pro­vas aflitivas ao óleo que alimenta a lâmpada da Causa de Deus.

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Portanto, os amigos não deveriam assumir uma atitude de mera resignação em face das perseguições. Ao contrário, deveriam saudá-las, e utilizá-las como meios para seu próprio soerguimento espiritual, assim como para a pro­moção da Causa. À medida que a Fé se torna mais forte e atrai a atenção séria e a conside­ração do mundo externo, os amigos devem es­perar um aumento similar, se não maior, das forças de oposição que de todas as direções, tanto seculares como religiosas, serão reuni­das em massa para solapar a própria base de sua existência. O resultado final de tal bata­lha, que certamente será gigantesca, é clara para nós crentes. Uma Fé nascida de Deus e guiada por Seu espírito Divino e todo-pene-trante, não pode deixar de, finalmente, triun­far e firmemente se estabelecer, não importan­do quão persistentes e insidiosas as forças com que tem de batalhar. Os amigos deveriam ser confiantes e agir com a máxima sabedoria e mo­deração e deveriam especialmente se absterem de qualquer ato provocativo. O futuro certa­mente é deles.

24 de junho de 1936, a um crente indi­vidual.

* # #

31. . . . Seus temores são mais exatamente por aqueles amigos que, em virtude de sua percep-

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ção insuficiente do poder divino que opera mis­teriosamente na Fé, estão inclinados a ver tais desdobramentos como os sinais do fim da Cau­sa. Em sua comunicação aos amigos de . . . du­rante as últimas poucas semanas, ele sempre enfatizou, e ele deseja que faças o mesmo em todas tuas conversações e correspondência com eles, o fato de que a Causa está fadada, mais cedo ou mais tarde, a sofrer todos os tipos de ataques e perseguições, que estas na realidade constituem o sangue vital de suas instituições, e assim sendo constituem uma parte insepará­vel e intrínseca de seu desenvolvimento e cres­cimento. Provas e tribulações, como diz Bahá'-ulláh, são o óleo que alimenta a lâmpada da Causa e, de fato, são bênçãos disfarçadas. Os amigos, portanto, deveriam ter confiança em que todos estes ataques aos quais a Causa ago­ra está sujeita em. . . são uma parte necessá­ria do desenvolvimento da Causa e que seu re­sultado final será salutar aos seus melhores in­teresses.

31 de agosto de 1937, a um crente indivi­dual.

* * *

32. . . . Mais tarde, quando o próprio progres­so da Causa, por um lado, e o correspondente declínio das organizações eclesiásticas, por ou­tro, inevitavelmente incitarem os líderes ecle-

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siásticos cristãos a oporem-se veementemente e a solapar a Fé, então os crentes terão uma chance real para defender e vindicar a Causa.

25 de maio de 1983, a uma Assembléia Es­piritual Nacional

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33. . . . Parece ao mesmo tempo estranho e la­mentável que a Igreja e o clero devam ser sem­pre, em todas as épocas, os mais implacáveis oponentes da própria Verdade que estão conti­nuamente admoestando seus seguidores a esta­rem preparados para receber! Tornaram-se tão violentamente presos à forma que a própria substância lhes escapa!

No entanto, tais acusações como as que seu ministro fez publicamente contra a sua pes­soa e a Fé Bahá'í não podem trazer dano al­gum à Causa; pelo contrário, servem tão so­mente para difundir seu nome no exterior e distingui-la como uma religião independente.

17 de fevereiro de 1945, a um crente indi­vidual.

* * #

34. É uma pena que alguns dos amigos dei­xaram a Fé em virtude da pressão dos líderes da Igreja. Naturalmente, era inevitável que os líderes da Igreja se nos opusessem. O Mestre

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predisse que isto ocorreria; e, igualmente, a própria natureza dos eventos através dos quais a Fé cresce e se desenvolve, tirando membros da Igreja, causará uma reação da Igreja contra nós. Devemos ter em mente que todo ataque dos líderes religiosos no passado, tem sido um meio para o desenvolvimento da própria Fé desde que aqueles que ouvem os ataques não podem deixar de ser afetados pela pureza e sinceridade da Fé.

19 de junho de 1957, a um crente indivi­dual

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EXCERTOS DE CARTAS ESCRITAS PELA CASA UNIVERSAL DE JUSTIÇA

35. As maravilhosas vitórias ganhas em no­me de Bahá'u'lláh,. . . e os triunfos que são progressivamente alcançados por Seus dedica­dos e ardentes amantes em todas as terras, irão, sem dúvida, servir para incitar os ini­migos internos e externos da Fé a novas ten­tativas de atacá-la e diminuir o entusiasmo de seus membros. . . o desdobramento progres­sivo e a marcha avante da Fé de Deus estão fadados a fazer levantar adversários, prenun­ciando indubitavelmente a oposição de âmbito mundial que virá, e dando inequivocamente a certeza da vitória final.

Sentimos fortemente q u e . . . é chegado o tempo para que eles (os amigos) captem clara­mente a inevitabilidade das contendas críticas que estão à frente, lhes dêem o seu total apoio para repelirem com confiança e determinação "os dardos" que serão lançados contra eles por "seus inimigos atuais, assim como aqueles que a Divina Providência irá fazer surgir, de dentro ou de fora, através de Suas dispensações mis­teriosas", e ajudar e capacitar a Fé de Deus a escalar alturas mais sublimes, conquistar triunfos mais marcantes, e atravessar estágios mais vitais em seu curso predestinado para a vitória completa e ascendência mundial.

26 de novembro de 1974, a todas as As­sembléias Espirituais Nacionais

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EXCERTOS DE CARTAS ESCRITAS EM NOME DA CASA UNIVERSAL DE JUSTIÇA

36. . . . a Casa Universal de Justiça nos ins­trui a dizer que é de se esperar que livros se­jam escritos contra a Fé, numa tentativa de distorcer seus ensinamentos, menosprezar suas realizações, vilipendiar seus Fundadores e líde­res, e destruir suas próprias fundações. Os ami­gos não deveriam ficar indevidamente preo­cupados quando estes livros surgem e, segura­mente, não se deveria fazer disto um problema.

30 de março de 1976, a uma Assembléia Espiritual Nacional

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37. À medida que seu trabalho de ensino e proclamação progride, fatalmente haverá cada vez mais confrontações com as instituições re­ligiosas mais antiga em.. . , e é o tipo de fir­meza manifestado por. . . que trará respeito à Causa e atrairá as confirmações de BaháV-lláh.

7 de junho de 1981, a uma Assembléia Es­piritual Nacional

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38. . . .Nestes dias os bahá'ís podem esperar que a chama do fanatismo seja acesa entre os inimigos da Fé em países muçulmanos. Ao de­frontarem-se com ataques, os amigos devem aprender a combinar o espírito de firmeza e co­ragem com amor e sabedoria. Devem evitai o argumento e o conflito e se conduzirem de tal maneira a não provocarem retaliação. Isto inclui o uso de discrição em suas atividades de ensino.

22 de agosto, de 1983 a uma Assembléia Espiritual Nacional

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39. Dado o surgimento, na maioria das partes do mundo de intolerância religiosa e fundamen-talismo, pode ser oportuno que sua Assembléia Nacional tente fortificar os bahá'ís contra tais ataques como os que aparecem neste livro,5

que é uma abordagem tão típica das igrejas cristãs. Mais cedo ou mais tarde, como sabem, estas igrejas se levantarão contra a Causa.

Solicita-se, portanto, a vocês que conside­rem pedir a uma pessoa qualificada ou a um grupo de pessoas, para preparar materiais ade­quados, possivelmente para um livreto, que os amigos possam usar ao tratarem de deturpa­ções dos Ensinamentos Bahá'ís por cristãos.

18 de outubro de 1984, a uma Assembléia Espiritual Nacional

5 "A Guide to Cults and New Religions", John Boykin.

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n "A marcha sem resistência da Fé de

Bahá'u'lláh" Shoghi Effendi, "Messages to America: Selected Letters and Cablegrams Address-ed to the Bahá'ís of North America 1932-1946", p. 51

EXCERTOS DOS ESCRITOS DE BAHÁULLÁH

40. Dize: A tribulação é um horizonte para Minha Revelação. O sol da graça sobre ele res­plandece, difundindo uma luz que nem as nu­vens da vã fantasia dos homens, nem as fúteis imaginações do agressor podem obscurecer.

Segue tu as pegadas de teu Senhor e lem­bra-te de Seus servos assim como Ele se lem-bar de ti, não te deixando ser impedido pelo clamor dos desatentos nem pela espada do ini­migo. . . Difunde em toda parte os doces sabo­res de teu Senhor e não hesites, ainda que seja por menos de um momento em servir a Sua Causa. Aproxima-se o dia em que a vitória de teu Senhor, o Sempre-Clemente, o Mais Gene­roso, será proclamada.

"Seleção dos Escritos de Bahá'u'lláh", (Rio de Janeiro: Editora Bahá'í do Brasil, 1977), XVI, p. 37

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41. Vede como, nesta Era, os desprezíveis e insensatos têm imaginado tolamente que, por tais instrumentos como o massacre, a pilhagem e o desterro, possam extinguir a Lâmpada que a Mão do poder divino acendeu, ou eclipsar o Sol do esplendor eterno. Como parecem estar de todo inconscientes da verdade de ser esse infortúnio o óleo que alimenta a chama desta Lâmpada! Tal é o poder transformador pos­suído por Deus. Ele muda o que deseja; Ele, verdadeiramente, tem poder sobre todas as coi­sas. . .

"Seleção dos Escritos de Bahá'u'lláh, XXIX, p. 54

* * *

42. . . .Dize: Os tempestuosos vendavais e re-moinhos do mundo e seus povos jamais pode­rão abalar o alicerce sobre o qual se baseia a estabilidade pétrea de Meus eleitos. Deus Bon­doso! Que poderia ter instigado essas pessoas a escravizar e encarcerar os bem-amados d'Aquele que é a Verdade Ete rna? . . . Aproxi­ma-se, entretanto, o dia em que os fiéis verão o Sol da justiça irradiando do Alvorecer da gló­ria seu pleno esplendor. Assim te instrui o Se­nhor de toda a existência, nesta, Sua penosa Prisão.

"Seleção dos Escritos de Bahá'u'lláh, CLXII, pp. 211-212

* * #

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43. . . . Com cada nova tribulação Ele mani­festou uma medida mais plena de Tua Causa e enalteceu ainda mais altamente Tua palavra.

"Prayers and Meditations by Bahá'u'lláh" (Wilmette: Bahá'í Publishing Trust, 1979), p. 37

* * *

44. . . .Se tentarem ocultar Sua luz no con­tinente, Ele, com toda a certeza, levantará a cabeça no próprio âmago do oceano e, alçando Sua voz, proclamará: "Eu sou quem dá vida ao mundo!" . . . E se O arrojarem dentro de um fosso escuro, encontrá-Lo-ão sentado nos cumes mais elevados da terra, exclamando a toda a humanidade: "Veio o Desejo do mundo! Ei-Lo em Sua majestade, Sua soberania e Seu domí­nio transcendente!" E Se O sepultarem nas pro­fundezas da terra, Seu espírito, remontando ao ápice do céu, fará ressoar este chamado: "Eis o advento da Glória; vede o Reino de Deus, o San­tíssimo, o Clemente, o Todo-Poderoso!"

Citado em "A Dispensação de Bahá'u'lláh, 2^ edição (Editora Bahá'í do Brasil, 1985), p. 22

* *

45. Neste momento lembramo-Nos de Nossos bem-amados e lhes trazemos as jubilosas novas

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da infalível graça de Deus e das coisas para eles providenciadas em Meu Livro lúcido. Vós ten­des tolerado a censura dos inimigos por causa de Meu amor, e com constância suportada em Meu Caminho as lastimáveis crueldades que os ímpios vos infligiram. Disso Eu Próprio dou testemunho, e sou o Onisciente. Quão vasto é o número de lugares que por amor a Deus fo­ram enobrecidos com vosso sangue. Como são numerosas as cidades em que se levantou a voz de vossa lamentação e se ergueram os ge­midos de vossa angústia. Quantas as prisões nas quais fostes jogados pelas hostes da tira­nia. Sabei vós com certeza que Ele vos fará vitoriosos, vos exaltará entre os povos do mundo e, diante dos olhos de todas as nações, demons­trará a excelsitude de vosso grau. Seguramente, não permitirá Ele que a recompensa de Seus fa­vorecidos se perca.

"Epístolas de Bahá'u'lláh reveladas após o Kitáb-i-Aqdas" (Rio de Janeiro: Editora Bahá'í do Brasil, 1983), p. 270

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46. . . . Verdadeiramente, Deus, numa ocasião, fez com que Sua Causa se tornasse vitoriosa através da ajuda de Seus inimigos e, em outra, em virtude do auxílio de Seus escolhidos. Em relação àquelas almas puras e abençoadas, Nos­sa Pena de Glória revelou aquilo que excede

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ao mundo inteiro, seus tesouros e o que quer que nele exista. Em breve os negligentes e os perpetradores de iniquidades receberão a retri­buição daquilo que suas mãos forjaram.

(De uma Epístola recentemente traduzida)

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47. O que quer que ocorra no mundo da exis­tência é luz para Seus amados e fogo para o povo da sedição e contenda. Mesmo que todas as perdas do mundo tivessem que ser suporta­das por um dos amigos de Deus, ainda assim ele lucraria por meio disso, enquanto que a perda verdadeira seria suportada por aqueles que são desobedientes, ignorantes e desdenho-sos. Ainda que o autor do seguinte ditado tenha tido outra intenção, todavia Nós o achamos pertinente à operação da Vontade imutável de Deus: "Par ou ímpar, ganharas a aposta". Os amigos de Deus ganharão e lucrarão sob to­das as condições e obterão verdadeira riqueza. No fogo permanecem frios e da água emergem secos. Seus assuntos divergem dos assuntos dos homens. Sua sorte é ganhar, independente do negócio. A isto dá testemunho todo sábio com vista discernente, e toda pessoa imparcial com um ouvido que ouve.

(De uma Epístola recentemente traduzida)

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EXCERTOS DOS ESCRITOS E ELOCUÇÕES DE ABDUL-BAHÁ

48. Os amigos de Deus, são apoiados pelo Reino nas alturas e conquistam suas vitórias através dos exércitos concentrados da guia má­xima. Assim sendo, para eles toda dificuldade será atenuada, todo problema será facilmente solucionado.

"Selections from the Writings of 'Abdu'1-Bahá" (edição revisada) (Haifa: Bahá'í World Centre, 1982), p. 279

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49. . . . Breve as regiões ocidentais se tornarão radiantes como os horizontes do Oriente, e o Sol da Verdade brilhará com uma refulgência que fará a escuridão do erro desvanecer e de­saparecer. Grande é a multidão que se levan­tará para se opor a vós, que vos oprimirá acumulará de faltas, se regozijará com vosso infortúnio, vos considerará pessoas a serem evi­tadas, vos infligirá injúrias; no entanto, vosso Pai celestial vos conferirá tal iluminação espi­ritual que vos tomareis iguais aos raios do sol,

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os quais ao afugentarem as nuvens sombrias, irrompem para inundar a face da terra de luz. Incumbe-vos, quando quer que vos sobreve-nham estes testes, permanecer firmes e ser pa­cientes e resignados. Em lugar de retribuir na mesma moeda, deveis retribuir oposição com a máxima benevolência e bondade, e, de forma al­guma, dar importância a crueldades e injúrias porém, preferivelmente, considerá-las como os atos irresponsáveis de crianças. Pois, finalmen­te, a radiância do Reino irá sobrepujar a escuri­dão do mundo da existência, e o sagrado, subli­me caráter de vossos objetivos se tornará in­questionavelmente aparente. Nada permane­cerá oculto: o azeite de oliva, ainda que ar­mazenado dentro da mais profunda abóboda, um dia irá queimar brilhantemente na lâm­pada em cima do farol. Os pequenos serão transformados em grandes, e aos impotentes será dado força; aqueles que são de tenra ida­de se tornarão os filhos do Reino, e aqueles que se desviaram serão guiados ao seu lar ce­lestial.

(De uma Epístola recentemente traduzida)

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50 . . . Escrevestes a respeito do crescimento em estatura da Causa de Deus em teu país. Não há dúvida de que a Fé de Deus progre-

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dirá dia a dia naquele país, visto que será aju­dada pelo poder fortalecedor do Espírito Santo e pela confirmação da Palavra de Deus. Nem há qualquer dúvida que membros do clero cris­tão se levantarão contra ela com hostilidade implacável, almejando injuriar e oprimi-los, e procurando atacá-los com dúvidas; pois a di­fusão da Causa de Deus conduzirá ao declínio da prosperidade deles — do mesmo modo como a prosperidade dos fariseus declinou antes de­les — e envolverá a perda da dignidade e po­sição que agora desfrutam entre os homens.

Ponderai a respeito do tempo de Jesus e sobre as ações realizadas pelos sacerdotes ju­deus e pelos fariseus. Tais ações serão repeti­das, neste dia, através das mãos destes cléri-cos cristãos. Todavia, não vos perturbeis; sede firmes e constantes, pois é certo que uma com­panhia de almas se levantará, com infinito amor, para entrar no Reio de Deus. Estas almas os recompensarão pelos vexames, as humilha­ções e o desprezo ao qual estão sendo sujeitos pelo clero: às injurias infligidas por estes úl­timos responderão com atos de bondade, até que, eventualmente, como a experiência de tempos passados demonstrou, os filhos do Rei­no alcançarão a ascendência e lhes será dada a vitória. Estai seguros disto.

(De uma Epístola recentemente traduzida)

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51. Todos que se levantam para servir a Cau­sa de Deus serão perseguidos e mal compre­endidos. Sempre foi assim e sempre assim será. Não permitais que inimigo nem amigo pertur­be vossa compostura, destrua vossa felicidade, impeça vossas realizações. Ponde vossa confian­ça totalmente em Deus. Então, a perseguição e calúnia vos tornarão mais radiantes. Os de­sígnios de vossos inimigos se voltarão contra eles mesmos. Eles, e não vós, é que sofrerão. A opressão é o vento que sopra o fogo do Amor de Deus. Dai as boas-vindas à persegui­ção e amargura. Um soldado pode carregar ar­mas, porém até que tenha enfrentado o inimi­go em batalha ele não ganhou seu lugar no exército do rei. Que nada vos derrote. Deus é vosso ajudante. Deus é invencível. Sede firmes no Convênio Celestial. Orai pedindo força. Vos será dada, não importa quão difíceis as condi­ções.

"Star of the West", vol. 4, n.° 5 (5 de ju­nho de 1913), p. 88 — tradução revisada

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52. E assim sendo, se agirdes de acordo com os ensinamentos de Bahá'u'lláh, podeis ter cer­teza que sereis ajudados e confirmados. Alcan-çareis a vitória em tudo que fizerdes e todos os habitantes da terra serão incapazes de vos resistir. Sois conquistadores, porque o poder do

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Espírito Santo vos assiste. Acima e além de to­das as forças físicas e fenomenais, o próprio Espírito Santo vos ajudará.

"Star of the West", vol. 8 n.° 8 (1.° de agos­to de 1917), p. 103 — tradução revisada

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EXCERTOS DOS ESCRITOS DE SHOGHI EFFENDI

53. . . . Se, em dias por vir, este país vier a ser tomado por diversas aflições e calamidades; se, aos rigores das épocas atuais vier a ser acrescida a eclosão de levantes civis por vastas áreas; se os horizontes já obscurecidos do país, vierem a se tornar ainda mais melancólicos e pressagiosos, não vos deveis encher de medo e desânimo, nem permitir que sej ais desviados, ainda que seja na medida de um fio de cabelo, do caminho sólido e bem estudado que tendes estado a seguir até agora — em outras pala­vras, de continuar vossos esforços persistentes, incansáveis e ininterruptos para aumentar o número de instituições administrativas bahá'ís, fortalecer suas fundações, realçar o bom nome de que gozam, e consolidar o respeito e a repu­tação que possuem. É inevitável que a libera­ção desta comunidade inocente e injustiçada dos grilhões do cativeiro, e sua libertação das garras do inimigo e opressor, seja acompanha­da por comoções e distúrbios gerais; do mesmo modo, a obtenção pelo povo de Bahá de uma posição em que gozarão de verdadeira honra, conforto e tranqüilidade, deve gerar, inevita­velmente, hostilidade, resistência, oposição cla-morosa e protestos tumultuosos de todos aque-

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les que nutrem inimizade e rancor para com eles. Conseqüentemente, se as águas agitadas do mar da adversidade vierem a se tornar ain­da mais turbulentas, se a tempestade da tribu-lação crescer em veemência e atacar essa co­munidade dolorosamente testada de todos os seis lados com novas calamidades, sabei então, sem a mínima hesitação e com convicção ina­balável, que a hora da libertação, o tempo de­signado quando as promessas de tempos anti­gos estarão para alcançar seu glorioso cumpri­mento, se aproxima, e que os meios para a consumação da vitória suprema e esmagadora dos duramente pressionados seguidores do Má­ximo Nome neste país foram preparados e co­locados de prontidão. A fixidez de propósito e resolução determinada são as qualidades que devem necessariamente ser manifestadas pelo povo de Bahá a fim de que possam atravessar estas últimas etapas restantes e testemunhar, nos mais altos níveis, e de uma maneira que os encherá de admiração, a realização de suas esperanças mais profundas e de seus desejos mais intensamente acalentados. Assim é a ma­neira de Deus — "e nenhuma mudança podes tu encontrar na maneira de Deus".6

11 de janeiro de 1928, aos membros da Assembléia Espiritual Nacional da Pérsia — traduzido do persa para o inglês

6 Alcorão, Surata dos Confederados, v. 62, e Surata da Vi­tória, v. 23.

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54. . . . Cumpre-nos enquanto observamos ex-pectantemente e à distância o espetáculo da pugnadora Fé de Bahá'u'lláh, procurar consolo e força duradouras na reflexão de que quais­quer coisas que sobrevenham a esta Causa, por mais dolorosas e humilhantes que sejam as ocorrências que de tempos em tempos parecem afligir a vida orgânica ou interferir com as funções do mecanismo administrativo da Fé Bahá'í, tais calamidades certa e eventualmente se revelarão bênçãos disfarçadas, destinadas, por uma Sabedoria inescrutavel a todos nós, a estabelecer e consolidar a soberania de Ba-há'u'lláh nesta terra.

1.° de janeiro de 1929, em "Bahá'í Admin-istration: Selected Messages 1922-1932", edição revisada (Wilmette: Bahá'í Pub-lishing Trust, 1974), p. 164

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55. . . . Numerosas e poderosas têm sido as forças que tramaram, tanto de dentro como de fora, em terras longínquas e próximas, extin­guir sua luz e abolir seu nome santo. Alguns apostataram dos seus princípios e traíram igno-miniosamente sua causa. Outros lançaram con­tra ela os anátemas mais violentos que os lí­deres amargurados de qualquer instituição ecle­siástica são capazes de pronunciar. Outros ain-

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da acumularam sobre ela as aflições e humilha­ções que somente a autoridade soberana, na plenitude de seu poder, pode infligir.

O máximo que seus inimigos declarados e secretos poderiam esperar alcançar era retar­dar seu crescimento e obscurecer momentanea­mente seu propósito. O que na realidade con­seguiram foi purgar e purificar sua vida, inci­tá-la a atingir profundezas ainda maiores, gal­vanizar sua alma, podar suas instituições e ci­mentar sua unidade. Jamais conseguiram criar um cisma, uma divisão permanente no vasto corpo de seus aderentes.

Aqueles que traíram sua causa, seus mem­bros sem entusiasmo e medrosos, murcharam e caíram como folhas mortas, impotentes para nublar sua radiancia ou colocar em perigo sua estrutura. Seus mais implacáveis adversários, aqueles que a atacaram de fora, foram arremes­sados do poder, e, da maneira mais assombro­sa, tiveram seu fim. A Pérsia foi a primeira a reprimi-la e a ela se opor. Seus monarcas ha­viam caído miseravelmente, sua dinastia havia caído em colapso, o nome deles foi execrado, a hierarquia que havia sido a aliada deles, sus­tentando o seu estado em declínio, havia sido totalmente desacreditada. A Turquia, que ha­via por três vezes banido o seu Fundador e Lhe havia infligido aprisionamento cruel e per­pétuo, havia passado por uma das mais severas provações e revoluções de maiores conseqüên­cias que sua história tem registro, havia sido

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reduzida de um dos mais poderosos impérios a uma diminuta república asiática, seu Sultana-to obliterado, sua dinastia deposta, seu Califa-do, a mais poderosa instituição do islamismo, abolido.

Enquanto isto, a Fé que havia sido o ob­jeto de traições tão monstruosas, e o alvo de assaltos tão deploráveis, estava aumentando sempre suas forças, avançando rapidamente, indômita e indivisa apesar das injúrias que ha­via sofrido. Em meio a provas, havia inspirado seus seguidores leais com uma coragem que nenhum obstáculo, por mais formidável, podia solapar. Havia aceso em seus corações uma fé que nenhum infortúnio, por mais negro, podia extinguir. Havia infundido em seus corações uma esperança que nenhuma força, não importa quão determinada, podia despedaçar.

11 de março de 1936, em "The World Or-der of Bahá'u'Uáh", pp. 195-196

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56. . . . cada aparente provação com a qual a insondável sabedoria do Todo-Poderoso julga necessário afligir Sua comunidade eleita, serve apenas para demonstrar novamente sua solida­riedade intrínsica e firmar sua força interior . . .

Por tais provas da intervenção de uma Providência sempre-vigilante, os que se identi-

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ficam com a Comunidade do Nome Supremo devem sentir-se eternamente gratos. De cada novo sinal de Sua infalível graça, por um lado. e de Sua punição por outro, não podemos se­não derivar imensa esperança e coragem... ,

Não obstante ser pequeno vosso número e circunscritas vossas experiências, poderes e re­cursos, a Força, entretanto, que ativa vossa missão é de âmbito ilimitado e de potência in­calculável. Apesar de serem ferozes, numero­sos e inexoráveis os inimigos que cada aumen­to no progresso de vossa missão fará surgirem, as Hostes invisíveis, porém, as quais, se vós perseverardes, haverão de se apressar a auxi­liar-vos segundo prometeram, capacitar-vos-ão, finalmente, a frustar suas esperanças e aniqui­lar suas forças. Embora sejam indubitáveis as bênçãos que hão de coroar, afinal, a consuma­ção de vossa missão, e firmes e irrevogáveis as promessas Divinas que vos foram dadas, a medida, no entanto, da boa recompensa que cada um de vós é destinado a colher, deverá depender do grau de vossos esforços diários em prol da expansão dessa missão e da aceleração de seu triunfo.

25 de dezembro de 1938, "O Advento da Justiça Divina" (Rio de Janeiro: Editora Bahá'í do Brasil, 1970), pp. 6-7; pp. 26-27

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57. Queridos amigos! Múltiplas, variadas e às vezes extremamente perigosas têm sido as cri­ses trágicas que o ódio cego, a presunção ili­mitada, a insensatez incrível, a perfídia abjeta, e a ambição desmedida do inimigo tem engen­drado dentro do seio da Fé. De alguns de seus partidários mais poderosos e renomados, pela mão dos que haviam sido outrora seus propa­gadores, campeões e administradores de maior confiança e mais capazes, das fileiras de seus fideicomissários mais reverenciados e nas mais altas posições — quer como companheiros, ama-nuenses ou nomeados lugar-tenentes do Arau­to da Fé, de seu Autor e do Centro de Seu Convênio — mesmo daqueles que se achavam entre os parentes do Manifestante, sem excluir o irmão, os filhos e filhas de Bahá'u'lláh, e a pessoa nomeada pelo próprio Báb, uma Fé, de tão tenra idade, e entesourando uma promessa tão inestimável, tem suportado golpes tais quais os mais medonhos e traiçoeiros registrados na história religiosa do mundo.

Dos registros de sua história tumultuosa, onde quase toda página retrata uma nova cri­se, está oprimida com a descrição de uma nova calamidade, relata a narrativa de uma traição vil e é manchada com o relato de atrocidades indizíveis, ali emerge, clara e incontrovertivel-mente, a verdade suprema de que com toda nova manifestação de hostilidade para com a Fé, quer originária de dentro ou de fora, uma medida correspondente de efusão de graças,

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sustentando seus defensores e confundindo seus adversários, tem sido liberada providencialmen-te, transmitindo um novo impulso à marcha avante da Fé, ao passo que este ímpeto, por sua vez, provocou, através de suas manifesta­ções, nova hostilidade em áreas até então de­sapercebidas de suas implicações desafiadoras — esta hostilidade aumentada sendo acompa­nhada por uma revelação ainda mais impres­sionante de Poder Divino e uma efusão ainda mais abundante de graça celestial, que, capaci­tando os defensores da Fé ao registro de vitó­rias ainda mais brilhantes, provocou questões de implicações ainda mais vitais e fez surgir inimigos ainda mais formidáveis contra uma Causa que, eventual e certamente, irá solucio­nar essas questões e esmagar a resistência des­ses inimigos, através de uma revelação ainda mais gloriosa de seu poder inerente.

A marcha sem resistência da Fé de Ba-há'u'lláh, vista dessa maneira e impelida pe­las influências estimulantes que são geradas tanto pela falta de sabedoria de seus inimigos como pela força latente nela mesma, transfor­ma-se numa série de pulsações rítmicas, pro­vocadas, de um lado, pelos acessos explosivos de seus adversários, e por outro, pelas vibra­ções do Poder Divino, que a aceleram, com ímpeto sempre crescente, ao longo daquele cur­so predestinado, traçado para ela pela Mão do Todo-Poderoso.

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Desde que a oposição à Fé, qualquer que seja a fonte de onde possa manar, qualquer que seja a forma que possa assumir, por mais violentas que sejam suas explosões, é, admiti-damente, a força motriz que galvaniza, por um lado, as almas de seus valorosos defensores, e, por outro, lhes liga a novas fontes daquela Energia Divina e inexaurível, nós, que somos chamados a representar, defender e promover seus interesses, deveríamos, longe de conside­rar qualquer manifestação de hostilidade como uma evidência do enfraquecimento dos pilares da Fé, aclamá-la como sendo uma dádiva de Deus assim como uma oportunidade enviada por Ele que, se permanecermos destemidos, podemos utilizar para a promoção de Sua Fé e a dispersão e completa eliminação de seus adversários.

A Idade Heróica da Fé, nascida na angús­tia, criada em adversidade, e terminando em provações tão tristes como aquelas que sauda­ram seu nascimento, foi sucedida pelo Perío­do Formativo que deverá testemunhar a gra­dual cristalização daquelas energias criativas que a Fé liberou e a conseqüente emergência daquela Ordem Mundial para a qual aquelas forças foram colocadas em funcionamento.

Feroz e inexorável será a oposição que esta cristalização e emergência deverão provocar. O abalo que deverá e irá despertar, a inveja que seguramente provocará, a deturpação a que estará sujeita impiedosamente, os reveses

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que, mais cedo ou mais tarde, irá ter de sus­tentar, as comoções a que eventualmente de­verá dar origem, os frutos que finalmente de­verá colher, as bênçãos que inevitavelmente deverá conceder e, a gloriosa, a Idade Áurea que deverá fatalmente introduzir, estão apenas começando a ser vagamente discernidos, e se tornarão, à medida que a velha Ordem se frag­menta sob o peso de uma Revelação tão estu­penda, cada vez mais aparentes e impressionan­tes.

12 de agosto de 1941, em "Messages to America: Selected Letters and Cablegrams Addressed to the Bahá'ís of North Ameri­ca 1932-1946" (Wilmette: Bahá'í Publishing Comittee, 1947), pp. 50-52

* * *

58. . . . Podemos descobrir uma gradação não menos distinta no caráter da oposição que a Fé tem tido de enfrentar . . . uma oposição que agora, mediante o início de uma Ordem divi­namente designada no Ocidente cristão e seu primeiro impacto nas instituições civis e ecle­siásticas, oferece probabilidade de incluir en­tre seus defensores, governos estabelecidos e sistemas associados com as hierarquias sacerdo-tais mais antigas e mais profundamente entrin­cheiradas da Cristandade. Ao mesmo tempo po­demos perceber, em meio à bruma de uma sem-

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pre crescente hostilidade, como certas comu­nidades dentro de sua órbita têm progredido, dolorosa mas persistentemente, através das eta­pas da obscuridade, da proscrição, da emanci­pação e do reconhecimento — etapas essas que, forçosamente, no decorrer dos séculos que se sucedem, haverão de culminar no estabeleci­mento da Fé e na fundação — na plenitude de seu poder e de sua autoridade — de uma Co­munidade Bahá'í que abarca o mundo. . . .

A despeito dos golpes lançados contra sua força nascente, quer externamente pelos deten­tores da autoridade temporal e espiritual, quer pelos nefandos inimigos internos, a Fé de Ba-há'u'lláh, longe de romper-se ou curvar-se, for­tificara-se cada vez mais, ganhando vitória após vitória. Sua história, se fôr lida devida­mente, pode, em verdade, ser considerada uma série de pulsações, de crises alternadas de triun-fos, que a conduz cada vez mais para perto do seu destino divinamente predeterminado....

As atribulações que acompanharam o de­senvolvimento progressivo da Fé de Bahá'u'lláh foram de tal modo que excederam em gravi­dade as sofridas pelas religiões do passado. Ao contrário daquelas religiões, contudo, essas atri­bulações falharam totalmente em prejudicar-lhe a unidade, ou criar uma brecha, ainda que tem­porária, nas fileiras dos seus adeptos. Não só sobreviveu a essas provações, como emergiu, purificada e inviolada, dotada de maior capa-

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cidade para arrostar e triunfar sobre qualquer crise que sua marcha irresistível possa engen­drar no f u t u r o . . . .

Aconteça o que acontecer a essa incipiente Fé Divina nas décadas futuras ou nos séculos vindouros, quaisquer que sejam os pesares, os perigos e as adversidades que a próxima etapa do seu desenvolvimento universal venha a ge­rar, de qualquer setor que sejam lançados os assaltos contra ela pelos seus adversários pre­sentes ou futuros, por maiores que sejam os reveses e empecilhos a suportar, nós, que tive­mos o privilégio de apreender, até onde nossas mentes finitas podem alcançar, o significado destes fenômenos maravilhosos associados com o seu nascimento e consolidação, não podemos alimentar dúvidas quanto ao fato de que o já realizado nos seus cem primeiros anos de vida constitui uma garantia suficiente de que con­tinuará a progredir celeremente, conquistando alturas mais elevadas, eliminando todos os obs­táculos, abrindo novos horizontes e ganhando vitórias ainda mais importantes, até que a sua missão gloriosa, estendendo-se pelos escuros re­côncavos dos tempos vindouros, esteja total­mente cumprida.

1944, "A Presença de Deus" (Rio de Ja­neiro: Editora Bahá'í do Brasil, 1981), Pre­fácio p. 24; p. 548; p. 550; p. 552

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59. Tais reflexões, longe de engendrar em nossas mentes e corações o menor traço de per­plexidade, de desencorajamento ou dúvida, de­veriam reforçar as bases de nossas convicções e nos demonstrar a incorruptibilidade, a sabe­doria oculta e a invencibilidade de uma Fé que, a despeito dos ataques que inimigos malignos e terríveis das fileiras de reis, príncipes e ecle­siásticos têm repetidamente lançado contra ela, das violentas provações internas que a abala­ram por mais de um século, da obscuridade re­lativa de seus campeões, dos tempos desfavo­ráveis e da perversidade das gerações contem­porâneas com seu surgimento e crescimento, tem aumentado sua força constantemente, tem preservado sua unidade e integridade, tem di­fundido sua luz sobre cinco continentes, criado as instituições de sua Ordem Administrativa e espalhado suas ramificações aos quatro cantos da terra, e lançado suas campanhas sistemáti­cas tanto no Hemisfério Ocidental como Orien­tal.

Por tais benefícios, por uma vindicação tão majestosa e impressionante dos poderes in­vencíveis inerentes à nossa preciosa Fé, pode­mos apenas curvar nossas cabeças em humil­dade, admiração e agradecimento, renovar nos­sa promessa de fidelidade a ela, e, cada um assumindo o compromisso em seu próprio co­ração, estar determinados a nos mantermos fiéis a essa promessa e perseverar até o fim, até que nossa parcela terrena de servitude a

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uma Causa tão transcendente e inestimável te­nha sido total e completamente cumprida.

15 de junho de 1946, em "Messages to America: Selected Letters and Cablegrams Addressed to the Bahá'ís of North Ameri­ca 1932-1946", p. 104

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60. Na verdade, esta nova provação que tem afligido a Fé nesta hora inesperada, de con­formidade com as misteriosas dispensações da Providência, longe de desferir um golpe fatal às suas instituições ou própria existência, de­veria ser considerada como uma bênção disfar­çada, não uma "calamidade" e sim uma "pro­vidência" de Deus, não uma enchente devas­tadora mas sim uma "chuva suave" num "ver­de prado", um "pavio" e "óleo" para a "lâm­pada" de Sua Fé, um "alimento" para Sua Cau­sa, "água para aquilo que foi plantado nos co­rações dos homens", uma "coroa colocada na cabeça" de Seu Mensageiro para este Dia.

Qualquer que seja o seu resultado, esta comoção repentina que tomou conta do mundo Bahá'í, que reavivou as esperanças e encorajou a hoste dos adversários da Fé que estão deci­didos a abafar sua luz e a obliterá-la da face da terra, serviu como um toque de clarim em cujo soar uniram-se a imprensa do mundo, os brados de seus inimigos vociferantes, os pro­testos públicos tanto de homens de boa-vontade como daqueles em posições de autoridade, pro-

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clamando amplamente sua existência, dando publicidade a sua história, defendendo suas ver­dades, desvelando suas realidades, demonstran­do o caráter de suas instituições e divulgando suas metas e propósi tos . . . .

Pois ainda que a Cruzada Espiritual Mun­dial recentemente lançada — constituindo, na melhor das hipóteses, somente o Plano Menor na execução dos desígnios do Todo-Poderoso para a redenção da humanidade — tenha so­frido um severo revés, em conseqüência dessa perturbação que paralizou temporariamente a vasta maioria dos seguidores organizados de Bahá'u'lláh dentro de Sua terra natal, mesmo assim, o Plano global de Deus, movendo-se mis­teriosamente e em contraste ao processo no­tório e ordeiro de um Plano claramente pro­jetado, tem recebido um ímpeto cuja força so­mente a posteridade pode adequadamente ava­liar.

20 de agosto de 1954, "Citadel of Faith, Messages to America 1947-1957" (Wilmet-te: Bahá'í Publishing Trust, 1980), p. 139; p. 140

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61. Por mais severas que sejam suas prova­ções, e por mais desalentadora que sua situa­ção presente possa se apresentar, devem se lembrar que a Fé, à qual devem sua fidelidade, venceu, não faz muito tempo, tempestades de uma severidade muito maior, que pareciam, às

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vezes, ser capazes de engolfar e de obliterar suas instituições nascentes. O rebento recém-plantado de uma ordem administrativa divi­namente concebida, tendo lançado profunda­mente suas raízes em solo alemão, dobrou-se momentaneamente sob o tufão que tão violen­tamente o assolava, soerguendo-se tão logo a tempestade havia despendido suas forças, e, crescendo com novo vigor, lançou novos galhos e ramos que agora sombreiam todo o país, es­tendendo-se até mesmo ao coração da Áustria.

A experiência de uma recuperação tão mi­raculosa de uma provação assim devastadora, por si só, deveria ser suficiente para infundir um espírito revigorado naqueles que a ela es­tiveram sujeitos, assim como na nova geração que ainda está suficientemente próxima daque­les eventos para apreciar sua violência extre­ma, de tal espécie que não só os capacitará a resistir a ataques de severidade ainda maior, mas os impelirá, tanto jovens como velhos, ho­mens e mulheres, a lutarem, com vigor redo­brado e consagração mais plena, para estarem à altura das preementes e múltiplas exigências da hora presente.

Do punho de Shoghi Effendi, apensado a uma carta datada de 14 de agosto de 1957, escrita em seu nome a uma Assembléia Es­piritual Nacional, em "The Light of Divine Guidance", volume 1 (Hofheim-Langenha-in: Bahá'í-Verlag GmbH, 1982), pp. 303-304

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EXCERTOS DE CARTAS ESCRITAS EM NOME DE SHOGHI EFFENDI

62. Há sempre uma diferença importante en­tre crentes e crentes testados. Não importa quão importante o primeiro tipo possa ser, o futuro da Causa se respalda no segundo. Até agora os crentes alemães eram considerados como carinhosos bahá'ís, doravante podem to­mar posição como crentes testados.

Em todo país onde tais dificuldades sur­gem, elas geralmente terminam criando ener­gia adicional e serviço mais intenso para a Causa.

4 de abril de 1930, a um crente individual, em "The Light oi Divine Guidance", vol. 1, pp. 34-35

* * *

63. Os amigos . . . não devem se sentir des­norteados, pois têm a promessa de Bahá'u'lláh de que qualquer que seja a natureza e o cará­ter das forças de oposição defrontando Sua

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Causa, seu triunfo final é indubitavelmente certo.

30 de agosto de 1937, a um crente indivi­dual

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64. . . . Que saibam, entretanto, seguramente, que os violentos ataques tanto dos descrentes como dos opressores se tornarão um meio para promulgar esta Causa Divina, para proclamar a Palavra de Deus e consolidar as fundações de Sua santa Fé; e que seus inimigos serão, em última instância, completamente sobrepujados, que a Causa de Deus emergirá vitoriosa, e que Sua Palavra reinará suprema.

21 de outubro de 1946, a um crente indi­vidual, de uma carta anteriormente não traduzida.

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65. Ele aprecia profundamente a asseveração de permanente lealdade, de parte da sua as­sembléia, a ele e à Última Vontade e Testamen­to do Mestre. Como podem bem imaginar esta dissidência da Família do Mestre tem sido um golpe muito triste e duro para ele; porém, ain­da que por muitos anos ele os tenha escudado com o seu silêncio, eventualmente ele foi for­çado a falar abertamente a fim de proteger a

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Fé. Por cem anos nossa amada Causa tem so­frido destas aflições internas, e a maneira como os crentes, geração após geração, têm enfren­tado este teste com fé constante, lealdade e de­voção, é um dos sinais de que esta é a Causa de Deus, protegida divinamente através dos Convênios de Bahá'u'lláh e do Mestre.

30 de junho de 1949, a uma Assembléia Espiritual Nacional, em "The Light of Di-vine Guidance", volume 1, p. 149

* * #

66. . . . Ele os urge a não ficarem desencora­jados ou deprimidos, mas permanecerem con­fiantes que Bahá'u'lláh os ajudará. Todo revés que esta Causa sofre é, invariavelmente, um meio de assegurar uma vitória futura, pois Deus jamais permitirá que Sua Fé seja apaga­da ou erradicada.

26 de janeiro de 1950, a uma Assembléia Espiritual Local

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67. Ainda que isto possa mostrar-se tempora­riamente um empecilho a seu trabalho, e um revés, não há dúvida que assinala um passo avante na ascenção da Fé; pois sabemos que nossa amada Fé deve eventualmente entrar em choque com as entrincheiradas ortodoxias do

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passado; e que este conflito pode tão somente levar a vitória maiores, e finalmente à eman­cipação, reconhecimento e ascendência.

8 de abril de 1951, a um crente individual

* * *

68. A Fé está se movendo com velocidade e força tremendas na época atual. Seguramente, se for reprimida em um lugar, o poder da Cau­sa é tal que irá erguer-se com força maior em outro lugar; e assim as perseguições dos bahá'ís persas deram motivo a que a Fé se avolumasse na África. Isto certamente deve ser um alívio para o sofrimento dos bahá'ís da Pérsia.

26 de setembro de 1955, a um crente indi­vidual

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EXCERTOS DE CARTAS ESCRITAS PELA CASA UNIVERSAL DE JUSTIÇA

69. . . . Não se deveria presumir que os even­tos que tiveram lugar em todos os cantos do globo, incluindo a sagrada terra do Irã, tenham ocorrido como incidentes isolados sem qualquer objetivo e propósito. De acordo com as pala­vras de nosso amado Guardião: "A mão invi­sível está operando e as convulsões que estão ocorrendo na terra são um prelúdio à procla-mação da Causa de Deus". Esta é tão somente uma das forças misteriosas desta Revelação su­prema que está fazendo com que os membros do corpo da humanidade tremam e aqueles que estão intoxicados com o orgulho e a negligên­cia fiquem estupefatos e abalados. . .

Num tempo tão aflitivo, quando a huma­nidade está desnorteada e os mais sábios dos homens estão desorientados quanto ao remédio, o povo de Bahá, que tem confiança em Sua graça infalível e guia divina, devem ficar se­guros que cada uma destas provações atormen-tadoras tem uma causa, um propósito, e um resultado definitivo, e todos são instrumentos essenciais para o estabelecimento da imutável

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Vontade de Deus na terra. Em outras palavras, por um lado a humanidade está sendo atingida pelo flagelo de Sua punição que inevitavelmen­te reunirá as tribos espalhadas e subjugadas da terra; e por outro, os fracos poucos que Ele nutriu sob a proteção de Sua amorosa guia es­tão continuando, nesta idade formativa e pe­ríodo de transição, a construir entre estas on­das tumultuosas uma fortaleza inexpugnável que será o único refúgio restante para aquelas multidões perdidas. Conseqüentemente, os ami­gos de Deus que têm uma visão tão ampla e clara ante eles não serão perturbados por tais eventos, nem serão tomados de pânico por tais sons ribombantes, nem enfrentarão tais convul­sões com medo e trepidação, nem serão impe­didos, por um momento sequer, de cumprirem com suas responsabilidades sagradas.

10 de fevereiro de 1980, aos crentes ira­nianos residentes em outros países através do mundo

* * •*

70. Os inimigos inveterados da Fé imaginam que com suas perseguições romperão os pila­res da Fé e mancharão sua glória. Ai! Como é lamentável sua ignorância e insensatez. Tais atos de opressão, longe de debilitar a resolu­ção dos amigos, sempre serviram para avivar a chama de seu zelo e galvanizar seus seres.

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Nas palavras de 'Abdu'1-Bahá: " . . . pensaram que a violência e a interferência causariam extinção e silêncio e levariam à supressão e es­quecimento; porém, a interferência em ques­tões de consciência causa estabilidade e firme­za e atrai a atenção do olhar e das almas dos homens; o que tem sido comprovado com pro­vas experimentais, repetidas vezes."

Cada gota de sangue derramada pelos va­lentes mártires, cada suspiro exalado pelas ví­timas silentes da opressão, cada súplica por ajuda divina feita pelos fiéis, tem liberado, e continuará misteriosamente a liberar, forças sobre as quais nenhum antagonista da Fé tem qualquer controle, forças essas que, encabeça­das por uma Providência que mantém vigilân­cia sobre tudo, têm servido para apregoar o nome e a fama da Fé às massas da humanidade em todos os continentes, milhões dos quais an­teriormente ignoravam por completo a existên­cia da Fé e não tinham senão um entendimento superficial, e freqüentemente errôneo, de seus ensinamentos e de sua história.

A atual perseguição conseguiu levar o nome e o caráter de nossa Fé à atenção do mundo como nunca antes em sua história. Re­sultado direto dos protestos enviados pela co­munidade mundial do Maior Nome aos gover­nantes do Irã, e das declarações feitas aos meios de comunicação quando se fez caso omis­so desses protestos, dos contatos diretos feitos por instituições bahá'ís em nível nacional e in-

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ternacional junto a governos, comunidades de nações, agências internacionais e as próprias Nações Unidas, a Fé de Bahá'u'lláh não somen­te recebeu atenção amigável nos conselhos mundiais, como também tem havido consulta sobre seus méritos e direitos violados, e reso­luções de protestos têm sido enviadas às auto­ridades iranianas por governos soberanos, em forma individual e coletiva. Os jornais mais importantes do mundo, seguidos pela imprensa local, têm apresentado artigos amistosos sobre a Fé a milhões de leitores, enquanto que os ca­nais de televisão e emissoras de rádio cada vez mais fazem das perseguições no Irã os temas de seus programas. Editoras comerciais estão começando a providenciar a publicação de li­vros sobre a F é . . . .

Na realidade, esta nova onda de persegui­ção que varre o Berço da Fé pode bem ser vista como uma bênção disfarçada, uma "pro­vidência" cuja "calamidade", como sempre, é suportada heroicamente pela amada comuni­dade persa. Pode-se entendê-la como o mais re­cente passo à frente no Grande Plano de Deus, outro toque de trombeta para despertar os de­satentos de seu sono e uma oportunidade de ouro oferecida aos bahá'ís para demonstrarem mais uma vez sua unidade e companheirismo diante dos olhos de um mundo cético e em de­clínio, a fim de proclamar com força total a Mensagem de Bahá'u'lláh para grandes e pe­quenos igualmente, para estabelecer a reverên-

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cia de nossa Fé pelo Islã e por seu Profeta, para sustentar os princípios de não-interferên-cia em atividades políticas e obediência ao go­verno, que se encontram na própria estrutura de nossa Fé, e de prover conforto e consolo ao coração dos serenos sofredores e firmes heróis na vanguarda de uma comunidade perseguida.

26 de janeiro de 1982, aos Bahá'ís do Mundo

* # *

71. Shoghi Effendi percebeu na vida orgânica da Causa uma dialética de vitória e crise. Os triunfos sem precedentes, gerados pela firmeza inabalável dos amigos iranianos, inevitavelmen­te irão provocar oposição para testar e aumen­tar nossa força. Que cada Bahá'í no mundo te­nha certeza de que o que quer que possa ocor­rer a esta crescente Fé de Deus, nada mais será que incontrovertível evidência do cuidado amoroso com o qual o Rei da Glória e Seu Arauto martirizado, através do incomparavel Centro de Seu Convênio e de nosso bem ama­do Guardião, estão preparando Seus humildes seguidores para um definitivo e magnífico triunfo.

2 de janeiro de 1986, aos Bahá'ís do Mundo

* * #

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72. A abertura daquele Plano coincidiu com o recrudescimento de uma perseguição selva­gem à comunidade bahá'í no Irã, um esforço deliberado para eliminar a Causa de Deus da terra de seu nascimento. A firmeza heróica dos amigos persas tem sido o motivo principal de uma tremenda atenção internacional concen­trada sobre a Causa, trazendo-a finalmente à agenda da Assembléia Geral das Nações Uni­das, e, junto com uma publicidade mundial em toda a mídia, causando a sua emergência da obscuridade que a caracterizou e abrigou no primeiro período de sua vida. Este processo dramático impeliu a Casa Universal de Justiça a dirigir uma Declaração sobre a Paz aos Po­vos do Mundo e preparar sua entrega aos Che­fes de Estado e governantes em geral.

Ridván de 1986, aos Bahá'ís do Mundo

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ra

"A segurança de nossa preciosa Fé . . . " Shoghi Effendi, "Messages to the Bahá'í World 1950-1957", p. 123

EXCERTOS DOS ESCRITOS DE BAHÁULLÁH

73. . . . "Dize: — Ó povo de Deus! Acautelai--vos para que os poderes da Terra não vos alar­mem, a força das nações não vos enfraqueça, o tumulto do povo da discórdia não vos dete­nha, nem os expoentes da glória terrena vos entristeça. Sede como uma montanha na Cau­sa de vosso Senhor, o Onipotente, o Todo-Glo-rioso, o Irrestrito." "Dizei: Acautelai-vos, Ó povo de Bahá, para que os fortes da Terra não vos roubem a força, nem aqueles que governam o mundo vos encham de medo. Ponde vossa confiança em Deus e entregai a Seu cuidado vossos interesses. Verdadeiramente, Ele, atra­vés do poder da verdade, vos fará vitoriosos; Ele, em verdade, é poderoso para fazer o que Ele queira; Em Suas mãos estão as rédeas da onipotência."

Citado em "O Advento da Justiça Divina" (Rio de Janeiro: Editora Bahá'í do Brasil, 1977), p. 124-125

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74. . . . Incumbe a todos os homens, cada um de acordo com sua capacidade, refutarem os argumentos dos que têm atacado a Fé de Deus. Assim foi decretado por Aquele que é o Todo-Poderoso, o Onipotente. Quem deseja promo­ver a Causa do Deus Uno e Verdadeiro, deve promovê-la através de sua pena e língua, em vez de recorrer à espada ou à violência... .

Fosse algum homem se levantar para, em seus escritos, defender a Causa de Deus contra aqueles que a atacam, tal homem, por insigni­ficante que fosse sua parte, haveria de ser tão honrado no mundo vindouro que a Assembléia nas alturas lhe invejaria a glória. Nenhuma pena pode descrever a sublimidade de seu grau, nem pode língua alguma expressar seu esplen­dor. Pois a qualquer um que se mantenha firme e constante nesta sagrada Revelação, nesta Re­velação gloriosa e excelsa, será dado tamanho poder que ele enfrentará e resistirá a tudo o que está no céu e na terra. Disto é o próprio Deus testemunha.

"Seleção dos Escritos de Bahá'u'lláh", (Rio de Janeiro: Editora Bahá'í do Brasil, 1977), CLIV, pp. 204-205

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75. Exortamos aos homens da Casa de Justiça e lhes ordenamos que assegurem a proteção e

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preservação de homens, mulheres e crianças. Incumbe-lhes ter a maior consideração pelos interesses dos povos em todos os tempos e sob todas as condições. Bem-aventurados são o go­vernante que socorre o cativo e o rico que cuida do pobre e o homem justo que protege contra o malfeitor os direitos dos espezinhados, e fe­liz o fideicomissário que observa o que lhe pres­creveu Aquele que ordena, o Ancião dos Dias.

"Epístolas de Bahá'u'lláh Reveladas após o Kitáb-i-Aqdas" (Rio de Janeiro: Editora Bahá'í do Brasil, 1983), p. 81

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76. E igualmente, Ele diz: "Dizei aos desa­tentos de coração: Sede fortes, não temais. Eis o vosso Deus."7 Este versículo abençoado é uma prova da grandeza da Revelação, e da grandeza da Causa, visto que o sopro do cla­rim deve necessariamente espalhar tumulto através do mundo, e medo e tremor entre to­dos os homens. Bem-aventurado é aquele que tenha sido iluminado com a luz da confiança e desprendimento. As tribulações daquele Dia não o impedirão ou alarmarão. Assim falou a Língua das Palavras, como determinado por Aquele que é o Todo-Misericordioso. Verdadei-

7 Isaías 35:4.

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ramente, Ele é o Forte, o Todo-Poderoso, O que tudo subjuga, o Onipotente.

"Epistle to the Son of the Wolf", edição revisada (Wilmette: Bahá'í Publishing Trust, 1979), p. 147

* *

77. Deveis exortar todos os amigos a serem pacientes, aquiescentes e calmos, dizendo: Ó vós amados de Deus naquela terra! Sois glori-fiçados em todos os mundos de Deus em virtude de vossa ligação com Aquele que é a Verdade Eterna, porém em vossas vidas neste plano ter­reno, que transcorrem como um momento fu­gaz, sois afligidos por degradação. Por amor ao Deus uno e verdadeiro, tendes sido ultrajados e perseguidos, tendes sido aprisionados, e ten­des entregado vossas vidas em Seu caminho. Entretanto, não deveis, em virtude dos atos ti­rânicos de algumas almas negligentes, trans­gredir os limites dos mandamentos de Deus contendendo com qualquer pessoa.

O que quer que vos tenha ocorrido, tem sido por amor a Deus. Isto, sem dúvida, é a verdade. Conseqüentemente, deveis deixar to­dos vossos assuntos em Suas Mãos, colocar vos­sa confiança Nele, e contar com Ele. Ele segu­ramente não vos desamparará. Disto, igualmen­te, não há dúvida. Nenhum pai entregará seus filhos a feras devoradoras; nenhum pastor dei-

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xará seu rebanho para lobos vorazes. Com toda a certeza ele fará o máximo para proteger o que lhe pertence.

Entretanto, se por alguns dias, conforme a sabedoria de Deus que a tudo abarca, circuns­tâncias exteriores venham a transcorrer de ma­neira contrária ao desejo que se acalenta, isto nada significa e não deveria ter importância. Nossa intenção é que todos os amigos fixem seu olhar no Horizonte Supremo e se segurem àquilo que tem sido revelado nas Epístolas. De­vem evitar rigorosamente a sedição e abste-rem-se de trilhar o caminho da dissenção e contenda. Devem apoiar seu Deus uno e ver­dadeiro, exaltado seja Ele, através das hostes da paciência, da submissão, de um caráter ín­tegro, de ações louváveis e de palavras esco­lhidas e refinadas.

"The Bahá'í World", volume XVIII (Haifa: Bahá'í World Centre, 1986) pp. 10-11

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EXCERTOS DOS ESCRITOS DE 'ABDUL-BAHÁ

78. Ó exército de Deus! Quando a calamida­de vos alcançar, sede pacientes e serenos. Por mais aflitivos que possam ser vossos sofrimen­tos, permanecei sem vos perturbardes, e com perfeita confiança na abundante graça de Deus, enfrentai a tempestade de tribulações e abrasa-doras provações.

"Selections from the Writings of 'Abdu'1--Bahá" [edição revisada] (Haifa: Bahá'í World Centre, 1982), p. 74

* * *

79. Por isso, os amados de Deus devem, la­boriosamente, cuidar, nutrir e cultivar esta ár­vore da esperança com a água de seus esforços. Em qualquer que seja o país em que habitem, que demonstrem amizade e companheirismo irrestritos para com aqueles que estão perto deles ou distantes. Que, com qualidades seme­lhantes às celestiais, promovam as instituições e a religião de Deus. Que nunca fiquem desen-

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corajados, nunca fiquem desesperados, nunca se sintam aflitos. Quanto mais antagonismo en­contrarem, tanto mais demonstrem sua própria boa fé; quanto mais tormentos e calamidades tenham de enfrentar, tanto mais generosamen­te circulem a taça abundante. Tal é o espírito que virá a ser a vida do mundo, tal é a luz que se espalha em seu âmago: e aquele que assim pode ser porém faz de modo diverso, não é dig­no de servir no Sagrado Limiar do Senhor.

"Selections from the Writings of 'Abdu'1--Bahá", p. 258

# * *

80. Ó vós, amados do Senhor! A maior de to­das as coisas é a proteção da Verdadeira Fé Di­vina; consiste em preservar Sua Lei, salvaguar­dar Sua Causa e servir à Sua P a l a v r a . . . .

Minha suprema obrigação, no entanto, im­pele-me, forçosamente, a guardar e preservar a Causa de Deus. Assim, com o maior pesar, vos aconselho, dizendo: "Guardai a Causa de Deus protegei Sua Lei, e tende receio profundo de qualquer discórdia. É esse o fundamento da crença do povo de Bahá (seja minha vida sacrificada por e l e ) . . .

"A Última Vontade e Testamento de 'Ab-du'1-Bahá", (Rio de Janeiro: Editora Ba­há'! do Brasil, 1982), p. 4; p. 24

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EXCERTOS DOS ESCRITOS DE SHOGHI EFFENDI

81. Incumbe-lhes [as Assembléias] ser vigilan­tes e cautelosas, discretas e atentas, e proteger sempre o Templo da Causa dos dardos dos per­petradores de dano e dos violentos ataques do inimigo.

12 de março de 1923, em "Bahá'í Adminis-tration: Selected Messages 1922-1932", p. 38

* # *

82- . . . À medida que o Movimento cresce em prestígio, fama e influência, à medida que a ambição, malícia e má vontade de estranhos e de inimigos aumentam do modo correspon­dente, torna-se cada vez mais importante que todo indivíduo e toda Assembléia Espiritual es­teja de sobreaviso a fim de que não se tornem vítimas inocentes dos desígnios perversos dos malevolentes, dos egoístas e dos gananciosos.

No tocante à publicação de artigos e fo­lhetos relacionados às questões polêmicas e po­líticas da atualidade, desejo lembrar a meus

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ternamente amados co-trabalhadores que no presente estágio, quando a Causa ainda está em sua infância, qualquer análise minuciosa e detalhada, feita pelos amigos, de assuntos que estão em primeiro plano nas discussões cor­rentes, seria, freqüentemente, interpretada er­roneamente em certos lugares e daria lugar a suspeitas e mal-entendidos que teriam efeitos negativos sobre a Causa. Tenderiam a criar um conceito errôneo do objetivo real, da verdadeira missão, e do caráter fundamental da Fé Ba-há'í. Deveríamos nos assegurar, enquanto nos esforçamos para defender lealmente e expor conscientemente nossos princípios sociais e mo­rais em toda a sua essência e pureza, em todas as suas relações com as diversas fases da socie­dade humana, que nenhuma referência direta ou crítica específica em nossa exposição dos princípios da Fé propendesse a antagonizar qualquer instituição existente, ou ajudasse a identificar um movimento puramente espiri­tual com os alaridos vis e disputas de seitas, facções e nações antagônicas. Devemos nos es­forçar em todos os nossos pronunciamentos para combinar a discrição e a nobre reticência do sábio com a franqueza e lealdade apaixo­nada do ardente defensor de uma Fé inspira-dora. Embora nos recusando a pronunciar a pa­lavra que iria alienar ou afastar desnecessaria­mente qualquer indivíduo, governo ou povo, deveríamos corajosamente e sem hesitar apoiar e declarar em sua totalidade tais verdades cujo

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conhecimento cremos ser vital e urgentemente necessitado para o bem e melhoramento da hu­manidade.

10 de janeiro de 1926, em "Bahá'í Admin-istration: Selected Messages 1922-1932", p. 102

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83. Somente nos podemos mostrar dignos de nossa Causa se em nossa conduta individual e vida coletiva imitarmos diligentemente o exemplo de nosso amado Mestre, a Quem os terrores da tirania, as tormentas do incessante abuso, a opressividade da humilhação, jamais fizeram com que se desviasse, nem pela espes­sura de um fio de cabelo, da Lei revelada de Bahá'u'lláh.

12 de abril de 1927, em "Bahá'í Adminis-tration: Selected Mesages 1922-1932", p. 132

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84. . . .Ademais, estejam assegurados, além de qualquer sombra de dúvida, que não impor­tando quão tenazmente os inimigos da Fé de Deus possam se esforçar para exinguir seu fo­go, tão somente farão com que sua chama quei­me mais impetuosamente, sua luz cintile de modo ainda mais brilhante, e seu calor se tor­ne ainda mais intenso. Pessoas de sabedoria e discernimento, que estiverem examinando de

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perto porém reservadamente o progresso da Fé, e estiverem decididos a sujeitá-la ao mais cuidadoso exame e pesquisa, não serão nem abalados nem desviados em virtude destas pre­tensões absurdas e sem fundamento, estas pu­blicações grosseiras e declarações auto-contra-ditórias. Assim, longe de ficarem cegos às ver­dades da Causa em Virtude de tal propaganda, serão movidos, por ela, a continuar suas inves­tigações e averiguações com maior meticulosi-dade e entusiasmo do que até erítão; a se fami­liarizarem completamente com os ensinamen­tos, princípios e aspirações dos seguidores de Bahá'u'lláh; e até, através da benevolência e guia de um Senhor Onipotente e Onisciente, a se levantarem em tempo de necessidade em defesa e proteção da Causa, a pôr em deban­dada as hostes da suspeita, dúvida e concepção errônea, a arrasar até as fundações o edifício da calúnia e falsidade, e a demonstrar e esta­belecer, ante os olhos do mundo, a realidade sagrada, exaltada e indômita da irresistível Fé de Deus. Estas diversas ocorrências aflitivas, planejadas e instigadas pelos inimigos e pelos que desejam mal à Causa — seus rumores in-sidiosos, seus relatórios difamatórios, seus ata­ques flagrantes e inescrupulosos — devem ser entendidas como disposições e meios da Pro­vidência, designados a apressar o advento da­quele dia prometido, daquela vitória poderosa e obrigatória, e daquele triunfo perspícuo, que tão claramente foram preditos nas escrituras.

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e tão explícita e enfaticamente declarados pela Pena do Altíssimo.

Agosto de 1927, aos membros da Assem­bléia Espiritual Nacional da Pérsia — tra­duzido do persa (para o inglês)

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85. . . .A continuidade e a estabilidade alcan­çadas por qualquer associação, grupo ou na­ção é o resultado — e depende — da integri­dade e valor dos princípios sobre os quais ba­seia o curso de seus assuntos e a direção de suas atividades. Os princípios que norteiam os bahá'ís são: honestidade, amor, caridade e fidedignidade; a colocação do bem comum aci­ma dos interesses particulares; e a prática de religiosidade, virtude e moderação. Em última análise, portanto, a sua preservação e felicida­de estão asseguradas. Quaisquer infortúnios que possam encontrar, forjadas pelos ardis dos maquinadores e desejosos do mal, passarão como as ondas, e as dificuldades serão segui­das de alegria. Os amigos estão sob a proteção do poder irresistível e da providência inescru-tável de Deus. Não há dúvida que toda alma abençoada que harmoniza sua vida com este poder que a tudo influencia dará brilho a suas obras e ganhará uma ampla recompensa. As ações daqueles que optam por colocar-se con­tra o mesmo não deveriam provocar antipatia de nossa parte mas, sim, orações para a sua

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orientação. Tal foi a atitude dos bahá'ís em dias passados e assim deve ser, agora e sempre.

18 de dezembro de 1928, a uma Assem­bléia Espiritual Nacional

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86. Que se abstenham de associar-se, quer por palavras ou por ações, com as finalidades políticas de suas respectivas nações, com os pla­nos de ação de seus governos e os esquemas e programas de partidos ou facções. Em tais controvérsias eles não deveriam atribuir culpa, tomar partido, promover objetivos, ou se iden­tificarem com qualquer sistema prejudicial aos melhores interesses dessa Confraternidade mundial cuja proteção e promoção é seu ob­jetivo. Que se acautelem a fim de não virem a se tornar instrumentos de políticos inescru-pulosos ou de serem pegos nas armadilhas de estratagemas traiçoeiros dos conspiradores e dos pérfidos entre seus concidadãos. Que mol­dem suas vidas e regulem suas condutas de tal modo que nenhuma acusação de sigilo, de frau­de, de suborno ou de intimidação possa, por mais infundada que seja, ser levantada contra eles. Que se elevem acima de todo particula-rismo e partidarismo, acima das disputas vãs, dos cômputos insignificantes, das paixões tran­sitórias que agitam a face de um mundo em transformação e lhe prendem a atenção. É seu dever esforçarem-se para distinguir, tão clara-

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mente quanto possam, e se necessário com a ajuda de seus representantes eleitos, tais pos­tos e funções que são ou diplomáticas ou polí­ticas, daquelas que são puramente administra­tivas em caráter e que sob nenhuma circuns­tância são afetadas pelas mudanças e oportu­nidades que as atividades políticas e o governo partidário, em todos os países, necessariamen­te têm que envolver. Que afirmem sua inexo­rável determinação de apoiarem, firme e fran­camente, a lei de Bahá'u'lláh, de evitarem as confusões e disputas inseparáveis aos objetivos dos políticos, e de se tornarem instrumentos dignos daquela Ordem Divina que encarna o Propósito imutável de Deus para todos os ho­mens . . .

À medida que o número das comunidades bahá'ís nas várias partes do mundo se multi­plica e seu poder, como uma força social, se torna cada vez mais aparente, encontrar-se-ão, sem dúvida, cada vez mais sujeitos às pres­sões que homens com autoridade e influência, no domínio político, exercerão na esperança de obterem o apoio que necessitam para o avanço de seus objetivos. Além disso, estas comunida­des irão sentir uma crescente necessidade da boa vontade e ajuda de seus respectivos gover­nos em seus esforços para ampliarem o escopo e consolidarem as fundações das instituições confiadas a seus cuidados. Que se acautelem a fim de que, em sua ânsia de promoverem os objetivos de sua amada Causa, não sejam le-

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vados, inconscientemente, a barganhar a sua Fé, a comprometer os seus princípios essen­ciais, ou a sacrificar, em retribuição a qualquer vantagem material que suas instituições pos­sam ter, a integridade de seus ideais espirituais. Que proclamem que em qualquer país onde re­sidam, e por mais desenvolvidas que sejam suas instituições, ou profundo o seu desejo de colocar em vigor as leis e aplicar os princípios enunciados por Bahá'u'lláh, irão, sem hesita­ção, subordinar a operação de tais leis e a apli­cação de tais princípios às exigências e deter­minações legais de seus respectivos governos. Não é o propósito deles, embora se esforcem para conduzir e aperfeiçoar os assuntos admi­nistrativos de sua Fé, violar, sob quaisquer circunstâncias, as disposições da constituição de seu país, muito menos de permitir que o mecanismo de sua administração substitua o governo de seus respectivos países.

Deve-se também ter em mente que a pró­pria extensão das atividades nas quais esta­mos envolvidos, bem como a variedade das co­munidades que trabalham sob as diversas for­mas de governo, essencialmente tão diferentes em seus padrões, planos de ação e métodos, tor­na absolutamente essencial para aqueles que são os membros declarados de qualquer destas comunidades evitar qualquer ação que, ao des­pertar a suspeita ou excitar o antagonismo de qualquer governo, possa envolver seus irmãos em novas perseguições ou complicar a natureza

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de sua tarefa. De que outro modo, permito-me perguntar, poderia uma Fé tão vasta, que transcende fronteiras políticas e sociais, que in­clui em seu seio uma variedade tão grande de raças e nações, que terá que depender cada vez mais, à medida que toma a dianteira, da boa-vontade e do apoio dos diversificados e anta­gônicos governos da terra — de que outro modo poderia uma Fé como esta ter sucesso na pre­servação de sua unidade, na salvaguarda de seus interesses, e em assegurar-se do progres sivo e constante desenvolvimento de suas ins­tituições?

Tal atitude, entretanto, não é ditada pelas considerações de conveniências egoísticas, mas é acionada, primeiro e principalmente, pelo princípio amplo de que os seguidores de Bahá'-u'lláh, de maneira nenhuma, permitirão que venham a ser envolvidos, quer como indiví­duos quer em suas capacidades coletivas, em assuntos que impliquem no mais ligeiro des­vio das verdades fundamentais e ideais de sua Fé. As acusações que os desinformados e os malicioso podem ser levados a levantar con­tra eles, ou as tentações de honras e recompen­sas, jamais os induzirão a entregar o que lhes foi confiado ou a se desviarem de seu caminho. Que suas palavras proclamem, e sua conduta testifique, que aqueles que seguem a Bahá'u'-lláh, qualquer que seja a terra onde residam, não são motivados por ambições egoísticas, nem estão sedentos de poder, nem se importam com

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qualquer onda de impopularidade, de descon­fiança ou crítica, que uma estrita aderência a seus padrões possa provocar.

21 de março de 1932, em "The World Or-der of Bahá'u'lláh: Selected Letters", 2^ edição revisada (Wilmette: Bahá'í Publish-ing Trust, 1974), pp. 64-67

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87. Tal retidão de conduta deve manifestar--se, com potência cada vez maior, em todos os veredictos que os representantes eleitos da Co­munidade Bahá'í, em qualquer capacidade em que se encontrarem, possam ter de pronunciar. Deve ser constantemente refletida nas transa­ções comerciais de todos os seus membros, em suas vidas domésticas, em toda espécie de em­prego e em qualquer serviço que possam pres­tar futuramente a seu governo ou seu povo. Deve ser exemplificada na conduta de todos os eleitores bahá'ís quando exercem seus sagra­dos direitos e funções. Deve caracterizar a ati­tude de todo seguidor leal da Fé no que diz respeito à sua obrigação de não aceitar encar­gos políticos, nem participar de controvérsias políticas, e de não se afiliar a organização polí­ticas ou instituições eclesiásticas...

E essa retidão deve ser demonstrada pela imparcialidade de qualquer um que defenda a Fé contra seus inimigos, pela sua eqüidade em reconhecer quaisquer méritos que o inimi-

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go talvez possua e pela sua honradez em cum­prir qualquer obrigação que possa ter para com e l e . . .

Para os povos de ambos os continentes, não pode haver maior demonstração da vitalida­de juvenil e do poder vibrante que animam a vida e as instituições da Fé nascente insti­tuída por Bahá'u'lláh, do que esta: a partici­pação inteligente, persistente e efetiva da ju­ventude Bahá'í — oriunda de todas as raças nacionalidades e classes — nas ativiades ba-há'ís, tanto no setor do ensino como no da ad­ministração. Tal participação há de impressio­nar os críticos e inimigos da Fé enquanto ob­servam, com graus variáveis de cetismo e res­sentimento, os processos evolucionários da Cau­sa de Deus e suas instituições, e será este o me­lhor modo de convencê-los da verdade indu-bitável de que esta Causa está intensamente viva, está sã até o próprio âmago, e que seu destino está salvaguardado.

25 de dezembro de 1938, "O Advento da Justiça Divina" 2^ ed. (Rio de Janeiro: Editora Bahá'í do Brasil, 1977), pp. 42-43: p. 106

* * *

88. Obstáculos, diversos e numerosos, sem dúvida surgirão para impedir a marcha avante desta comunidade |Austrália|. Reveses poderão temporariamente obscurecer o fulgor de sua

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missão. As forças da ortodoxia religiosa bem poderão, em uma época futura, aliar-se contra ela. Os expoentes de teorias e doutrinas fun­damentalmente opostas a seus dogmas religio­sos e princípios sociais poderão desafiar sua força incipiente com persistência e severidade. Os membros desta comunidade devem voltar a sua atenção, sem demora, sem exceção, à Or­dem Administrativa — a Arca destinada a pre­servar sua integridade e a levá-la à segurança — cujos ideais devem ser continuamente guar­dados em seus corações, seus propósitos estu­dados e mantidos constantemente em vista, suas necessidades dedicadamente providas, suas leis escrupulosamente obedecidas, suas institui­ções irrestritamente apoiadas, sua gloriosa mis­são propalada no exterior, e seu espírito trans­formado no único propósito motivador de suas vidas.

Do punho de Shoghi Effendi, apenso a uma carta datada de 22 de agosto de 1942, em "Letters from the Guardian to Austrá­lia and New Zealand, 1923-1957" (Sydney: National Assembly of Austrália, 1970), p. 80-81

* * *

89. . . .A disputa e o derramamento de san­gue, acompanhados pela miséria, tristeza e confusão, que têm afligido a totalidade do sub-continente da índia, em meses recentes, me

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têm causado as maiores inquietações. As desor­dens, que se seguiram logo após esta grande crise na vida de seu povo, constituem um de­safio, que a Comunidade dos firmes seguidores de Bahá'u'lláh naquele país deve enfrentar re­solutamente, e demonstrar ao enfrentá-lo a qua­lidade de sua fé, a profundidade de sua devo­ção, a força de sua unidade, a solidez de suas instituições e o caráter heróico de sua resolu­ção. Não devem se sentir alarmados, nem va­cilar ou hesitar na execução de seu Plano. Resguardados pelas instituições que suas mãos ergueram, subsistindo seguramente na forta­leza de seu amor por Bahá'u'lláh e devoção à Sua' Fé, mantendo com vigilância firme e uni-cidade de propósito o curso determinado pelo Plano que eles mesmos iniciaram encorajados pelo sucesso inicial já alcançado desde o lança­mento desse plano, eles, embora golpeados pe­las circunstâncias presentes, e por mais peri­goso que seja o caminho que agora trilham, devem seguir avançando, sem medo de perse­guições, escárnio ou calúnia, em direção às brilhantes metas que se decidiram a alcançar.

Do punho de Shoghi Effendi, apenso a uma carta datada de 24 de outubro de 1947, escrita em seu nome à Assembléia Espiri­tual Nacional da índia, em "Dawn of a New Day" (New Delhi: Bahá'í Publishing Trust, 1970), p. 127

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90. . . .RECENTES EVENTOS TRIUNFAN­TE CONCLUSÃO SÉRIE EMPREENDIMEN­TOS HISTÓRICOS TAIS COMO CONSTRU­ÇÃO SUPERESTRUTURA SEPULCRO DO BÁB DEDICAÇÃO TEMPLO MÃE OCIDEN­TE CELEBRAÇÕES MUNDIAIS ANO SANTO CONVOCAÇÃO QUATRO CONFERÊNCIAS INTERCONTINENTAIS ENSINO LANÇA­MENTO CRUZADA DEZ ANOS DISPERSÃO SEM PRECEDENTES SEUS VALENTES PROSSEGUIDORES FACE GLOBO EXTRA­ORDINÁRIO PROGRESSO CAMPANHAS ÁFRICA PACÍFICO SURGIMENTO ORDEM ADMINISTRATIVA PENÍNSULA ARÁBICA CORAÇÃO MUNDO ISLÂMICO DERROTA PODEROSOS ANTAGONISTAS BERÇO FÉ CONSTRUÇÃO ARQUIVOS INTERNACIO­NAIS ANUNCIANDO ESTABELECIMENTO SEDE ORDEM ADMINISTRATIVA MUN­DIAL TERRA SANTA SERVIU INFLAMAR INEXTINGUÍVEL ANIMOSIDADE OPONEN­TES MUÇULMANOS CRIOU NOVO GRUPO ADVERSÁRIOS IGREJA CRISTÃ LEVAN­TOU INIMIGOS INTERNOS VELHOS NO­VOS ROMPEDORES CONVÊNIO NOVAS TENTATIVAS DETER MARCHA CAUSA DEUS DESVIRTUAR SEU PROPÓSITO DE­SINTEGRAR SUAS INSTITUIÇÕES ADMI­NISTRATIVAS ABAFAR ZELO ENFRAQUE­CER LEALDADE SEUS DEFENSORES EVI­DÊNCIAS CRESCENTE HOSTILIDADE EX­TERNA PERSISTENTES MAQUINAÇÕES IN-

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TERNAS PRENUNCIANDO TERRÍVEL LU­TA DESTINADA ALINHAR EXÉRCITO LUZ CONTRA FORÇAS ESCURIDÃO TANTO. SECULAR RELIGIOSA PREDITO LINGUA­GEM INEQUÍVOCA 'ABDU'L-BAHÁ NE­CESSITA ESTA HORA CRUCIAL ASSOCIA­ÇÃO MAIS ÍNTIMA MÃOS CINCO CONTI­NENTES CORPOS REPRESENTANTES ELEI­TOS COMUNIDADES NACIONAIS BAHÁ'-ÍS EM TODO MUNDO INVESTIGAÇÃO CONJUNTA NEFASTAS ATIVIDADES INI­MIGOS INTERNOS ADOÇÃO SÁBIAS EFE­TIVAS MEDIDAS AGIR CONTRA SUAS TRAIÇOEIRAS MAQUINAÇÕES PROTEGER MASSA CRENTES DETER DIFUSÃO MÁ INFLUÊNCIA. CONCLAMO MÃOS8 AS­SEMBLÉIAS NACIONAIS CADA CONTI­NENTE SEPARADAMENTE ESTABELECER DORAVANTE CONTATO DIRETO DELIBE­RAR SEMPRE QUE PRATICAVEL TÃO FRE­QÜENTEMENTE QUANTO POSSÍVEL TRO­CAR RELATÓRIOS A SEREM SUBMETI-

8 Os Corpos Continentais de Conselheiros .. . estão investidos com funções específicas relacionadas à proteção e a propagação da Fé nas áreas sob sua jurisdição. Operarão de uma maneira similar àquela estabelecida pelo amado Guardião para as Mãos da Causa em suas comunicações delineando as responsabilidades que são chamadas a desempenhar em colaboração com as Assembléias Espirituais Nacionais. Chamamos sua atenção es­pecialmente para sua mensagem de 4 de junho de 1957.

De uma carta da Casa Universal de Justiça datada de 24 de junho de 1968 a um Corpo Continental de Conselheiros

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DOS A SEUS RESPECTIVOS CORPOS AU-XILIARES COMITÊS NACIONAIS EXERCE­REM CONSTANTE VIGILÂNCIA EXE­CUTAREM RESOLUTAMENTE SAGRADOS INESCAPAVEIS DEVERES. SEGURANÇA PRECIOSA FÉ PRESERVAÇÃO SAÚDE ES­PIRITUAL COMUNIDADES BAHÃlS VITA­LIDADE FÉ SEUS MEMBROS INDIVI­DUAIS FUNCIONAMENTO ADEQUADO SUAS LABORIOSAMENTE ERGUIDAS INS­TITUIÇÕES FRUIÇÃO SEUS EMPREENDI­MENTOS MUNDIAIS CUMPRIMENTO SEU DESTINO FINAL TODOS DIRETAMENTE DEPENDENTES DESINCUMBÊNCIA APRO­PRIADA IMPORTANTES RESPONSABILI­DADES AGORA REPOUSANDO MEMBROS ESTAS DUAS INSTITUIÇÕES OCUPANDO COM CASA UNIVERSAL DE JUSTIÇA AO LADO INSTITUIÇÃO GUARDIANIA PRI­MEIRA POSIÇÃO DIVINAMENTE ORDENA­DA HIERARQUIA ADMINISTRATIVA OR­DEM MUNDIAL BAHÁ'U'LLÁH.

Cabograma (removidas as palavras interpo-ladas a fim de estar de conformidade com o telegrama original) datado de 4 de ju­nho de 1957, em "Messages to the Bahá'í World 1950-1957" (Wilmette: Bahá'í Pub-lishing Trust, 1971), pp. 122-123

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EXCERTOS DE CARTAS ESCRITAS EM NOME DE SHOGHI EFFENDI

91. . . . Indubitavelmente, à medida que a in­fluência da Fé de Deus se torna mais penetran­te, o número daqueles que desejam obstruir o seu progresso também crescerá; novos e cada vez mais formidáveis adversários virão à fren­te; fomentadores de discórdia, assumindo di­versas aparências insólitas, procurarão sub--repticiamente incitar à ação todos aqueles que guardam ressentimento ou têm má vontade para com esta Causa, e erguerão ao alto os es­tandartes da sedição. Sob estas circunstâncias é essencial que os amigos, por um lado, este­jam alertas e vigilantes e, por outro, que sus­citem a vigilância e fortaleçam a fidelidade de seus companheiros de crença, que guardem a integridade da Palavra de Deus, e que mante­nham harmonia e unidade entre Seus amados. Nisto reside o dever supremo dos amigos de Deus e a forma mais elevada pela qual podem prestar serviço à Sua Causa.

24 de maio de 1927, a um crente indivi­dual, de uma carta anteriormente ainda não traduzida.

* * *

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92. Em face de condições tão angustiantes deverias compreender, mais claramente que nunca, tua obrigação suprema de proteger o corpo da Causa de quaisquer ataques ou injú­rias adicionais e de aderir escrupulosa e inte­ligentemente ao espírito e aos princípios da Administração.

12 de julho de 1937, a um crente indi­vidual

* * *

93. A questão de refutar ataques e aprecia­ções desfavoráveis dirigidas contra a Causa através da imprensa é um assunto que, ele sen­te, incumbe à A.E.N.* considerar. Este corpo, quer diretamente ou através da intermediação de seus comitês, deveria decidir quanto à con­veniência de se responder tais ataques e deve­ria também examinar cuidadosamente e vali­dar qualquer declaração que os amigos dese­jem enviar à imprensa para este fim. Somente através de tal supervisão e controle de todas as atividades bahá'ís ligadas à imprensa podem os amigos esperar evitar confusão e equívocos em suas próprias mentes e na mente do públi­co em geral ao qual eles podem alcançar atra­vés da imprensa.

28 de setembro de 1938, a um crente indi­vidual

* * *

* Assembléia Espiritual Nacional.

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94. . . . Incumbe aos amigos enfrentar estas dificuldades com constância e firmeza, grati­dão e paciência, unidade e solidariedade; su­portarem com coragem estes desastres conse­cutivos; atravessar com sucesso estes últimos estágios restantes em seu curso designado; e não se inquietarem nem desencorajarem em virtude das dificuldades e dos esforços, da in­justiça e da opressão a que são constrangidos a se submeterem. Que sempre tenham em mente a seguinte advertência clara e solene re­gistrada pela pena do Centro do Convênio e, com um coração tranqüilo, um espírito radian­te, um propósito firme e uma resolução eleva­da, atentamente antecipem o desenvolvimento e o cumprimento das palavras do Mestre:

Acautelai-vos com o pranto das crianças órfãs e injustiçadas e os suspiros das ví­timas da opressão, a fim de que suas lá­grimas não venham a se tornar dilúvios e seus resfôlegos não se transformem em chamas.

As violentas perturbações, as provações afliti­vas e os perigos esmagadores que agora acos­sam o bando refratário de malfeitores, fomen­tadores de discórdia e opressores de todas as camadas da sociedade, quer em vosso próprio ou em países vizinhos, e que atacaram seus po­vos, reis e súditos, governos e cidadãos igual­mente, de todos os lados, são o resultado da-

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Page 112: Crise e vitória

quelas dolorosas transgressões e violações rea­lizadas naquela terra pela mão do tirano e agressor. Agora, após o decurso de um século, o resultado maligno daquelas ações se tornou evidente e suas conseqüências prejudiciais re­veladas aos olhos de todos. Aproxima-se rapi­damente o dia quando as hostes do ódio e da iniqüidade serão chamadas para responder por suas ações: em breve serão agarrados pelos agentes da retribuidora ira de um Deus Todo--Poderoso, Que a tudo compele.

Ao aconselhar os amigos e ao transmitir condolências às vítimas deste mais recente ul­traje, vossa Assembléia deveria urgi-los a ade­rirem agora, como nunca antes, à corda segura das determinações sagradas e dos ensinamen­tos de Deus, nunca se desviando nem por um fio de cabelo do Caminho Reto; e aguardar o advento daquele dia quando Lhe agrade rea­lizar Seu decreto predestinado. Ele, em verda­de, é o Protetor dos injuriados e, Ele, em ver­dade, é O que socorre a todos aqueles que per­manecerem seguros e firmes.

2 de julho de 1942, à Assembléia Espiri­tual Nacional da Pérsia — traduzido do persa (para o inglês)

* * *

95. A Causa de Deus deve ser protegida dos inimigos da Fé e daqueles que semeiam semen­tes da dúvida nos corações dos crentes, e a

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maior de todas as proteções é o conhecimen­t o . . .

11 de maio de 1948, a uma Assembléia Es­piritual Nacional, em "The Light of Divine Guidance", volume 1 (Hofheim-Langenha-in: Bahá'í-Verlag GmbH, 1982), p. 134

* * *

96. . . . os crentes precisam ser aprofundados em seu conhecimento e apreciação dos Convê­nios tanto de Bahá'u'lláh como de 'Abdu'1--Bahá. Esta é a fortaleza da Fé de todo bahá'í e aquilo que o capacita a resistir a todo teste e aos ataques dos inimigos de fora da Fé e às pessoas bem mais perigosas, insidiosas, indife­rentes que vêm de dentro da Fé, que não têm um afeiçoamento real ao Convênio e, conse­qüentemente, apoiam o aspecto intelectual dos ensinamentos enquanto que ao mesmo tempo solapam a base espiritual sobre a qual a inteira Causa se baseia.

14 de abril de 1949, a um crente indivi­dual, em "The Light of Divine Guidance", volume 2 (Hofheim-Langenhain: Bahá'í-Verlag GmbH, 1985), p. 84

* * #

97. Ataques por missionários, e outros, tal como aquele por . . . , deveriam, com toda a

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certeza, ser defendidos vigorosa e publicamen­te por sua Assembléia e Assembléias locais igualmente.

18 de agosto de 1949, a uma Assembléia Espiritual Nacional

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EXCERTO DE CARTA ESCRITA PELA CASA UNIVERSAL DE JUSTIÇA

98. De maneira geral, a necessidade de pro­teger a Fé dos ataques de seus inimigos não é apreciada pelos amigos porque tais ataques, especialmente no Ocidente, até agora têm sido intermitentes. Entretanto, sabemos que estes ataques aumentarão e se tornarão combinados e universais. Os escritos de nossa Fé claramen­te prenunciam não somente uma intensificação das maquinações de inimigos internos, mas um aumento na hostilidade e oposição de seus ini­migos externos, tanto religiosos como secula­res, à medida que nossa amada Fé segue em sua marcha avante em direção a vitória final. Portanto, à luz das advertências de Shoghi Effendi, os Corpos Auxiliares para a Proteção devem manter "constantemente" um "olhar vi­gilante" sobre aqueles "que são conhecidos como inimigos ou que foram expulsos da Fé", discretamente "investigar" suas atividades, in­teligentemente prevenir os amigos a respeito da oposição inevitavelmente por vir, explicar como cada crise na Fé de Deus sempre se reve­lou uma bênção disfarçada, prepará-los para

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as "terríveis disputas" que estão "destinadas a alinhar o Exército da Luz contra as forças da escuridão", e, quando a influência dos inimigos se espalhar e alcançar seu aprisco, os membros destes Corpos Auxiliares devem estar alertas às suas maquinações para "abafar o zelo e en­fraquecer a lealdade" dos crentes e5 ao adota­rem "sábias e efetivas medidas", devem agir contra estas maquinações e impedir que sua influência se alastre. Acima de tudo, os mem­bros dos Corpos de Proteção devem concen­trar-se em aprofundar o conhecimento dos ami­gos no Convênio e em aumentar o seu amor e lealdade por ele, em responder clara e fran­camente, de conformidade com os ensinamen­tos, quaisquer dúvidas que possam preocupar qualquer um dos crentes, em nutrirem a pro­fundidade espiritual e força de sua fé e certi-tude, e em promover o que quer que venha aumentar o espírito de amorosa unidade em comunidades bahá'ís.

As tarefas primárias dos Corpos de Propa­gação, entretanto, são de dirigir a atenção dos crentes para as metas de quaisquer planos com que se defrontem, de estimular e ajudá-los a promover o trabalho de ensino nos campos de proclamação, expansão, consolidação e pionei-rismo, de encorajar contribuições aos fundos, e de agirem como porta-estandartes dos instruto­res da Fé, guiando-os a novas realizações na difusão da Mensagem de Deus a seus semelhan­t e s . . .

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Além disso, deveria ser lembrado que estas mesmas funções estão sendo desempenhadas por Assembléias, nacional e local, e seus comi­tês, que na época presente têm a grande res­ponsabilidade, pela própria execução dos pla­nos de ensino e pela administração, consolida­ção e proteção das comunidades bahá'ís. Assim sendo, os membros do Corpo Auxiliar devem zelar cuidadosamente para que seu trabalho re­force e complemente o das instituições admi­nistrativas.

10 de outubro de 1976, ao Centro Interna­cional de Ensino

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EXCERTOS DE CARTAS ESCRITAS EM NOME DA CASA UNIVERSAL DE JUSTIÇA

99. . . . Uma das funções vitais dos Corpos para a Proteção é o aprofundamento do conhe­cimento dos amigos no Convênio, aumentando seu amor e lealdade por ele, e nutrindo o es­pírito de amor e unidade dentro da comuni­dade bahá'í.

É o dever das Assembléias Espirituais Na­cionais e Locais dirigir-se aos membros do Cor­po Auxiliar para assuntos de proteção que possam envolver não somente possível rompi­mento do Convênio mas, também, problemas de desunião dentro da comunidade, a retirada de direitos de voto ou quaisquer outros assuntos a respeito dos quais sintam que a orientação e o conselho dos Corpos de Proteção possa ser de ajuda às instituições da Fé. Os membros dos Corpos Auxiliares, naturalmente, mantém o Corpo Continental de Conselheiros informa­do e os Conselheiros então tomam quaisquer passos que julguem necessários.

Vocês têm liberdade para, a qualquer tem­po, dirigir-se ao Corpo Continental de Conse-

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Iheiros e aos membros do Corpo Auxiliar para a proteção para quaisquer assuntos a respeito dos quais não tenham certeza, envolvendo a segurança da Fé em sua região, pois sempre os encontrarão dispostos a ajudá-los a tratar de tais problemas.

1.° de outubro de 1979, a uma Assembléia Espiritual Nacional

* * *

100. Hostilidade para com a Fé é algo que todos os bahá'ís podem esperar; como reagi­mos a ela é de grande importância. Vocês são exortados a evitar confrontação e dissenção; estas tenderiam a aumentar o antagonismo. Mantenham uma atitude digna e amistosa e, a fim de apresentar argumentações bem-funda-das quando necessário, procurem se informar melhor a respeito de questões afetando a Cris-tandade e a Fé Bahá'í.

12 de setembro de 1985, a uma Assembléia Espiritual Nacional

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101. . . . à medida que a Fé se torna conheci­da, podemos esperar oposição e perseguição. Não obstante, em nossas relações e apresenta­ções devemos sempre tentar construir pontes

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de modo que nossos belos Ensinamentos pos­sam ser compreendidos e aceitos, exemplifi­cando o poder que têm de estabelecer unidade entre os homens.

18 de dezembro de 1985, a uma Assembléia Espiritual Nacional

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Page 121: Crise e vitória

IV

índice

Uma lista parcial de alguns dos temas prin­cipais tratados na compilação estão relaciona­dos abaixo. Os números citados referem-se aos números dos excertos individuais incluídos na compilação.

ATITUDES PARA COM AQUELES QUE SE OPÕEM À FÉ

9, 12, 23, 30, 36, 49, 50, 77, 79, 83, 87, 100

CRISES atitude em relação a 13, 15, 29, 31, 40, 47,

54, 57, 60, 63, 70, 71, 84 futuras 6, 12, 17, 19, 22, 23, 24, 49, 57,

58, 86, 98 inevitabilidade de 1, 3, 6, 10, 13, 19, 29, 30,

34, 50, 88, 101 (no) passado 2, 9, 11, 13, 50, 57, 58 finalidade de 30, 31, 69 razões para 5, 7, 8, 18, 19, 20, 21, 22, 23,

27, 28, 35, 37, 57, 71, 90, 91 pulsações rítmicas 57, 58, 71 (no) Ocidente 10, 16, 20, 23, 49, 58

AJUDA DIVINA 48, 51, 52, 56, 57, 65, 69, 73, 76, 85

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Page 122: Crise e vitória

NATUREZA DOS ATAQUES acusações, críticas 23, 49 artigos e publicações contra a Fé 14, 36, 84 ataques a Instituições da Fé 19, 23, 60 testes mentais 16 deturpação 23, 84 físico 19, 49, 72 ridículo 13, 36

OPONENTE DA FÉ clérigos, sacerdotes, movimentos religiosos

e líderes 6, 11, 18, 19, 20, 22, 23, 26, 27, 32, 34, 37, 38, 50, 55, 58, 59, 97, 98

governos e líderes políticos 11, 20, 22, 26, 55, 58, 59, 98

nações e povos 13, 19, 22 de dentro da.Fé 25, 55, 57, 58, 59, 65, 90,

98

OPOSIÇÃO, SEUS EFEITOS Sobre a Fé

atrai a ajuda Divina 35, 37, 43, 57 consolida e purifica a Comunidade 55,

56, 57, 64, 84 constitui revés temporário 57, 60, 66,

67, 68 demonstra a invencibilidade da Comu­

nidade 59 assegura vitória completa 19, 22, 30,

47, 49, 56, 57, 58, 84 estabelece a Ordem Mundial 23, 58

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Page 123: Crise e vitória

promove a difusão da Fé 9, 10, 14, 29, 33, 34, 44, 60, 61, 64 70, 84

fortalece os crentes 28, 57, 62, 70, 84

Sobre aqueles que atacam a Fé 23, 41, 56, 57, 60, 64, 84, 94

PROTEÇÃO DA FÉ 80, 81, 82, 85, 86, 91, 92, 95, 96, 98

A RESPOSTA DOS CRENTES À OPOSIÇÃO evitar discussão 38, 79, 86 evitar de comprometer 77, 86 cuidado e prudência 8, 38, 91 consulta 95, 96 estabelecer a Administração 53, 79, 89 paciência 49, 77, 78, 79 elaboração de materiais 39 refutar os argumentos de oponentes 74, 97,

100 firmeza 11, 23, 25, 26, 49, 56, 70, 79, 89 unidade 8, 91 defender a integridade da Fé 20, 23, 53, 77,

82, 85, 86, 87, 88, 92

O PAPEL DAS INSTITUIÇÕES BAHÁ'ÍS NA PROTEÇÃO DA FÉ

39, 75, 81, 82, 90, 93, 94, 95, 98, 99

A VITÓRIA DA FÉ 40, 42, 45, 49, 50, 56, 59, 63, 71

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A finalidade desta compilação é de orientar os crentes quanto aos processos, dentro e fora da Fé, que acompa­nharão sua emergência progressiva no cenário do mundo.

Tribulações acompanham e incentivam o desenvolvi­mento da Fé de Bahá'u'lláh. Ao descrever o fluxo da história bahá'í, o amado Guardião identificou um padrão de cres­cimento que é caracterizado por "uma série de pulsações, de crises alternadas com triunfos, que a conduz cada vez mais perto do seu destino divinamente predeterminado."

À medida que a estatura da Causa de Deus aumenta aos olhos do mundo, o processo de sua emergência para a notoriedade da atenção pública, resultando, em grande par­te, dos sacrifícios indescritíveis dos amados amigos no Irã, é acelerado, e a Fé, gradual e inevitavelmente, é projetada ao próximo estágio de seu desenvolvimento, que vem sendo divinamente impulsionado.

A proteção de sua expansão relativamente imperceptível permitiu que as fundações da Fé fossem estabelecidas e consolidadas, e a comunidade alcançasse um nível de esta­bilidade. Agora, com a entrada da Fé no cenário mundial, exortamos os crentes, em todas as partes, a não se deixarem perturbar, nem por um momento, por qualquer aumento de oposição à Causa. Ao contrário, que aprofundem a sua compreensão da interação criativa entre crise e vitória na evolução da Fé e aumentem sua conscientização do poder inerente à Causa de sobrepujar todos os obstáculos que ameaçam seu progresso. Armados com este conhecimento, que aproveitem as oportunidades que surgem e abracem os desafios dados por Deus, confiantes na invencibilidade da Fé e na progressiva marcha avante de suas Instituições.