criatividade e processos de criação, capítulo 1

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1º BIMESTRE DISCIPLINA: EXPRESSÃO TRIDIMENSIONAL DOCENTE: DANIELA JACOMEL DISCENTES: BRUNO PEREIRA HELLEN MAYARA JÉSSICA PÁDUA LUANA COLOSIO CRIATIVIDADE E PROCESSOS DE CRIAÇÃO (CAPÍTULO 1) FAYGA OSTROWER

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Page 1: Criatividade e Processos de Criação, capítulo 1

1º BIMESTRE DISCIPLINA: EXPRESSÃO TRIDIMENSIONAL

DOCENTE: DANIELA JACOMELDISCENTES: BRUNO PEREIRA

HELLEN MAYARAJÉSSICA PÁDUA

LUANA COLOSIO

CRIATIVIDADE E PROCESSOS DE CRIAÇÃO

(CAPÍTULO 1)

FAYGA OSTROWER

Page 3: Criatividade e Processos de Criação, capítulo 1

QUEM É FAYGA? Fayga Perla Ostrower nasceu em14 de setembro de 1920, Lodz - Polônia;

Considerada uma artista plástica brasileira;

Atuou como gravadora, pintora, desenhista, ilustradora, teórica da arte e professora;

Cursou Artes Gráficas na Fundação Getúlio Vargas (FGV), em 1947.

Conseguiu uma bolsa de estudos em Nova York na Fundação Fullbright.

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QUEM É FAYGA? Fascinada pelas obras de Paul Cezanne adotou o estilo abstrato;

Realizou inúmeras exposições, sendo individuais e coletivas, no Brasil e no Exterior;

Recebeu vários prêmios:

• Prêmio Nacional de Gravura da Bienal de São Paulo,1957;• Prêmio Internacional da Bienal de Veneza ,1958.

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QUEM É FAYGA?

Cargos importantes:

Em 2015 foi homenageada com o livro “Fayga Ostrower”, com a curadoria de Anna Bella Geiger.

• Presidente da Associação Brasileira de Artes Plásticas entre 1963 e 1966.

• Membro honorário da Academia de Arte e Desenho de Florença.

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INTRODUÇÃO Fayga Ostrower, em sua obra “Criatividade e Processos de Criação” (2009), considera a criatividade inerente ao Homem, inerente à vida: mais que uma visão (necessidade);

Parte de uma visão política, histórica e filosófica;

Ser humano criativo;

Os processos criativos não se restringem somente à arte;

Criar e viver estão interligam;

A natureza criativa do homem se elabora no contexto cultural.

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Criar corresponde a um formar, um dar forma a alguma coisa.

Fayga estabelece a ação de criar como uma possibilidade de evitar a alienação do Homem contemporâneo, o homem deixa de ser passivo.

CONSCIENTE-SENSÍVEL-CULTURAL

A integração destes três meios resultam o comportamento do homem criativo.

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I POTENCIAL

“Criar é basicamente formar”

Dar forma a algo novo.

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O ato criador abrange:

O homem é um ser formador;

COMPREENDER

RELACIONAR = ORDENAR = CONFIGURAR = SIGNIFICAR

RELACIONA = FORMA

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As formas de percepção não são gratuitas nem os relacionamentos se estabelecem ao acaso.

Em cada ato, no exercê-lo, no compreendê-lo e no compreender-nos dentro dele, transparece a projeção de nossa ordem interior.

BUSCA DE SIGNIFICADOS

Page 11: Criatividade e Processos de Criação, capítulo 1

Nessa busca de ordenações e significados reside a profunda motivação humana de criar.

O homem cria, não apenas porque quer, ou porque gosta, e sim porque precisa, ele só pode crescer,

enquanto ser humano, coerentemente, ordenando, dando forma criando.

Page 12: Criatividade e Processos de Criação, capítulo 1

O ato de criar ocorre por intuição;

Entende-se que a própria consciência nunca é algo acabado ou definitivo. Ela vai se formando no exercício de si mesma, num desenvolvimento dinâmico em que o homem, procurando sobreviver e agindo, ao transformar a natureza se transforma também. O homem não somente percebe as transformações como sobretudo nelas se percebe.

A percepção de si mesmo no agir é um aspecto relevante que distingue a criatividade humana.

Page 13: Criatividade e Processos de Criação, capítulo 1

REALIZAÇÃO E CONSTANTE TRANSFORMAÇÃO

O homem antecipa suas criações mentalmente;

INTENCIONALIDADE DA AÇÃO HUMANA

O ato intencional pressupõe existir uma mobilização interior, não necessariamente consciente, que é orientada para determinada finalidade antes mesmo de existir a situação concreta para a qual a ação seja solicitada.

O ato criador não existe antes ou fora do ato intencional.

Page 14: Criatividade e Processos de Criação, capítulo 1

SER CONSCIENTE-SENSÍVEL-CULTURALFayga afirma que o ser consciente-sensível-cultural existe há muito tempo, antes mesmo dos HOMO SAPIENS.

Na integração do consciente, do sensível e do cultural se baseiam os comportamentos criativos do homem.

Somente ante a ação de um ser consciente, faz sentido falar-se da criação. Sem a consciência, prescinde-se o imaginativo na ação.

O homem será um ser consciente e sensível em qualquer contexto cultural.

Page 15: Criatividade e Processos de Criação, capítulo 1

SER CONSCIENTE-SENSÍVEL-CULTURAL

A consciência e a sensibilidade das pessoas fazem parte de sua herança biológica, são qualidades comportamentais inatas, ao passo que a cultura representa o desenvolvimento social do homem; configura as formas de convívio entre as pessoas.

As culturas assumem formas variáveis que se alteram com rapidez.

As culturas se acumulam, se diversificam, se complexificam e se enriquecem. Desenvolvem-se e, por motivos sociais, se extinguem ou são extintas. São transmitidas!

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SER CONSCIENTE-SENSÍVEL-CULTURALNão há um desenvolvimento biológico que possa ocorrer independente do cultural.

O comportamento de cada ser humano se molda pelos padrões culturais, históricos, do grupo em que ele, indivíduo, nasce e cresce.

Ainda vinculado aos mesmos padrões coletivos, ele se desenvolverá enquanto individualidade, com seu modo pessoal de agir, seus sonhos, suas aspirações e suas eventuais realizações.

Enfoque: CULTURA Para Fayga, o importante é mostrar como a cultura serve de referência a tudo o que o indivíduo é, faz, comunica, à elaboração de novas atitudes e novos comportamentos e, naturalmente, a toda possível criação.

Page 17: Criatividade e Processos de Criação, capítulo 1

ALGUNS ASPECTOS DO

SER CONSCIENTE-

SENSÍVEL-CULTURAL:

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SER SENSÍVELA sensibilidade é uma porta de entrada das sensações.

Ela representa uma abertura constante ao mundo e nos liga de modo imediato ao acontecer em torno de nós.

Esse fenômeno é essencial a qualquer forma de vida e inerente à própria condição de vida.

Os processos de criação interligam-se intimamente com o nosso ser sensível, pois, são processos intuitivos.

A sensibilidade é inata, e não restrita a artistas ou privilegiados:

É PATRIMÔNIO DE TODOS OS SERES HUMANOS!

CRIAÇÃO ATRAVÉS DA SENSIBILIDA

DE

Page 19: Criatividade e Processos de Criação, capítulo 1

SER SENSÍVELGrande parte da sensibilidade, incluindo as sensações internas,

permanece vinculada ao inconsciente.Uma outra parte, porém, também participando do sensório, chega ao

nosso consciente. Chega de modo articulado, em formas organizadas. É a nossa

percepção.

INCONSCIENTE

CONSCIENTE

PERCEPÇÃO

A PERCEPÇÃO É A ELABORAÇÃO

MENTAL DAS SENSAÇÕES

Page 20: Criatividade e Processos de Criação, capítulo 1

SER SENSÍVELA percepção delimita o que somos capazes de sentir e compreender, porquanto corresponde a uma ordenação seletiva dos estímulos e cria uma barreira entre o que percebemos e o que não percebemos.

Articula o mundo que nos atinge, o mundo que chegamos a conhecer e dentro do qual nós nos conhecemos. Articula o nosso ser dentro do não ser.

SENSIBILIDADE PERCEPÇÃO

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SER CULTURALSegundo conhecimentos atuais: o homem surge na história como um ser cultural.

CULTURAFormas materiais e espirituais com que os indivíduos de um grupo convivem, nas quais atuam e se comunicam e cuja experiência coletiva pode ser transmitida através de vias simbólicas para a geração seguinte.

Page 22: Criatividade e Processos de Criação, capítulo 1

SER CULTURALEmbora não se saiba quais foram as formas de convívio coletivo inicialmente, entende-se hoje que os comportamentos dos homínidas devem ser considerados culturais. Entretanto, além desses dados, existem provas irrefutáveis de seres de percepção consciente e de vida cultural: as pedras lascadas.

Comunicação dos homínidas e expressão simbólica.

CARLETON COON“No homem, a biologia tornou-se inseparável da cultura, uma vez que nossos ancestrais começaram a usar ferramentas. A partir de então, a seleção natural favoreceu aqueles que puderam usar a cultura em seu melhor benefício.”

Clarke: “fazer qualquer ferramenta, baseia-se num conhecimento preciso da matéria-prima [...] é característico dos seres humanos terem uma apreciação maior do fator tempo que outros primatas; usam memórias do passado, servindo como uma espécie de capital cultural”

Page 23: Criatividade e Processos de Criação, capítulo 1

SER CONSCIENTEAo se tornar consciente de sua existência individual, o homem não deixa de conscientizar-se também de sua existência social.

O modo de sentir e de pensar os fenômenos, o próprio modo de pensar-se e sentir-se, de vivenciar as aspirações, os possíveis êxitos e eventuais insucessos, tudo se molda segundo ideias e hábitos particulares ao contexto social em que se desenvolve o indivíduo.

Os valores culturais vigentes constituem o clima mental para o seu agir. Criam as referências, discriminam as propostas, pois, conquanto os objetivos possam ser de caráter estritamente pessoal, neles se elaboram possibilidades culturais.

Page 24: Criatividade e Processos de Criação, capítulo 1

SER CONSCIENTEComo ser que se percebe e se interroga, o homem é levado a interpretar todos os fenômenos; nessa tradução, o âmbito cultural transpõe o natural.

EX: SOL, no Egito (divindade), Idade Média (coroa gigante flamejante), pintura moderna (círculo preto entre borrões vermelhos).

Essas visões diferentes de um mesmo fenômeno natural são também as diversas formas expressivas por que o fenômeno chega ao consciente dos indivíduos.

A cultura influencia também a visão de vida de cada um.

Page 25: Criatividade e Processos de Criação, capítulo 1

SER CONSCIENTE

Por se vincular no ser consciente a um fazer intencional e cultural em busca de conteúdos significativos, a sensibilidade se transforma. Incorpora um princípio configurador seletivo.

Nessa integração que se dá de potencialidades individuais com possibilidades culturais, a criatividade não seria então senão a própria sensibilidade.

Page 26: Criatividade e Processos de Criação, capítulo 1

CONCLUSÃO Fayga se dirige a todos, por considerar a

criatividade inerente ao Homem, inerente à vida: mais que uma visão artística é uma visão política, histórica e filosófica.

A natureza criativa é elaborada dentro de um contexto cultural e age de acordo com as potencialidades individuais que, realizadas, configuram as particularidades de uma época...

Page 27: Criatividade e Processos de Criação, capítulo 1

MEMÓRIAO espaço vivencial da memória representa portanto, uma ampliação extraordinária, multidirecional, do espaço físico natural.

Formas de inteligência associativa.

Os processos de memória se baseiam na ativação de certos contextos e não em fatos isolados.

Page 28: Criatividade e Processos de Criação, capítulo 1

A memória corresponderia uma retenção de dados já interligados em conteúdos

vivenciais.

Articulam-se limites entre o que lembramos, pensamos, imaginamos, e a infinidade

de incidentes que se passaram em nossa vida.

Cada instante relembrado constitui uma situação em

si nova e específica.

MEMÓRIA

Page 29: Criatividade e Processos de Criação, capítulo 1

ASSOCIAÇÕESAs associações compõe a essência de nosso mundo imaginativo.

Geram um mundo experimental.

Afluem em nossa mente como uma velocidade extraordinária.

Embora as associações venham com tanta insistência que talvez possam tender para o difuso, estabelecem-se determinadas combinações, interligando-se ideais e sentimentos.O nosso mundo imaginativo será povoado por expectativas.

As prioridades interiores influem em nosso fazer e naquilo que “queremos” criar.

Page 30: Criatividade e Processos de Criação, capítulo 1

FALAR, SIMBOLIZAR

Grande parte das associações liga-se à fala, nela submerge e com ela se funde, pois muito do que imaginamos é verbal, ou torna-se verbal.

A fala está inserida no complexo de relacionamentos afetivos e intelectuais próprios de uma cultura.

Cada um pensa e imagina nos termos de sua

língua.

Pensamos através da fala

silenciosa.

Page 31: Criatividade e Processos de Criação, capítulo 1

As palavras servem de mediador entre o nosso consciente e o mundo.Na língua dá-se um deslocamento do real físico do objeto para o real da ideia do objeto.A palavra evoca o objeto por intermédio da sua noção.O falar não é neutro.

A função das palavras é variada, porquanto são variados os relacionamentos em que as palavras formulam o conhecimento que temos do mundo.Signos e símbolos.Representação das coisas.Simbolizam não só objetos, mas também ideias e correlações.

Page 32: Criatividade e Processos de Criação, capítulo 1

Na percepção de si mesmo o homem pode distanciar-se dentro de si e imaginativamente colocar-se no lugar de outra pessoa.

A expressão de sensações pode transformar-se na comunicação de conteúdos subjetivos.

Falar com emoção e transmitir verbalmente suas emoções.

Perfazer toda a espécie de abstrações mentais.

Experiência e a criatividade individual se tornaram anônimas.

Ainda que a capacidade de falar simbolizar seja um potencial inato, o aprendizado da fala implica um aprendizado cultural.

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FORMAS SIMBÓLICAS E ORDENAÇÕES INTERIORESAs línguas constituem sistemas de comunicação verbal. Conquanto a fala seja da maior importância, a nossa capacidade de comunicar conteúdos expressivos não se restringe às palavras.

No que o homem faz, imagina compreende, ele o faz ordenando.Se a fala representa um modo de ordenar, o comportamento também é ordenação.

Forma simbólica.

Através da estrutura formal, a mensagem simbólica sempre articula modos de ser essenciais – justamente pelos aspectos de espaço/tempo – que são entendidos como qualificações de vida.

Page 34: Criatividade e Processos de Criação, capítulo 1

POTENCIAL CRIADORUma realidade configurada exclui outras realidades.

O potencial criador elabora-se nos múltiplos níveis do ser sensível-cultural-consciente do homem, e se faz presente nos múltiplos caminho em que o homem procura captar e configurar as realidades da vida.

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TENSÃO PSÍQUICAA criatividade implica uma força crescente.

Em cada atuação nossa, assim como também em cada forma criada, existe um estado de tensão.

A tensão psíquica pode de deve ser elaborada. Assim, nos processos criativos, o essencial será poder concentrar-se e poder manter a tensão psíquica.

Compreendemos, na criação, que a finalidade de nosso fazer seja poder ampliar em nós a experiência de vitalidade.

Conflitos emocionais.

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FIM DO 1º CAPÍTULO!

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REFERÊNCIASOSTROWER, Fayga. Criatividade e Processos de Criação. Petrópolis: Vozes, 2014, 30ª ed.