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São Carlos, Setembro de 2015 CRIARCONTEXTO: GRUPO DE ESTUDOS DO TEXTO E DO DISCURSO Eliane Marquez da Fonseca FERNANDES (UFG) [email protected] O Grupo de Estudos CRIARCONTEXTO foi criado oficialmente em março de 2008 para congregar interessados em aspectos teóricos acerca do texto e do discurso. Situa-se na UFG, em Goiânia e liga-se às Linhas de Pesquisa: “Ensino/aprendizagem de línguas” e Língua, texto e discurso”. Os projetos acerca dos textos têm como objetivos: desenvolver estudos no campo da textualidade e da Análise do Discurso; acompanhar projetos de pesquisa acerca da leitura e da produção de textos e promover ações de divulgação sobre os estudos desenvolvidos. O objeto de estudo é a linguagem que se dá num processo de escolhas em um contexto de interação e os aspectos formais linguísticos se compõem, entrelaçando interesses da situação e processos sócio-históricos e ideológicos. Logo, a linguagem é o lugar do conflito e do confronto ideológico, uma arena como quer Bakhtin (1995), na qual discursos singulares dialogam com os discursos institucionalizados por meio de enunciados. Como ponto de partida o referencial teórico é Bakhtin (1987, 1981, 1995 e 2000) que concebe o enunciado e os textos como fenômenos dialógicos. A significação é construída na relação indissociável entre enunciadores e receptores no processo de interação e, nesse continuum, os elos se sucedem de modo tão interligado que constroem mais que uma corrente sequencial, mas um feixe de valores ideológicos. Outros pesquisadores da teoria bakhtiniana são, também, importantes nas pesquisas como Machado (1995); Holquist (1998 e 2004); Amorim, 2004); Brait (2005 e 2006); Faraco (2006). Há, ainda, alguns autores que se inter-relacionam aos estudos do discurso como Pêcheux (1990), Foucault (1979, 1980, 2002a, 2002b, 2006), Gregolin (2004 e 2006). Há um empenho em realizar estudos de cunho qualitativo em parcerias entre os pesquisadores orientandos e desenvolver um trabalho de análise que ocorre num jogo de avanços e recuos. A perspectiva desenvolvida é compromissada com um envolvimento colaborativo, porque na relação pesquisadores/docentes ou docentes/pesquisadores aproxima-se dos alunos numa abertura de convivência e de troca de ideias. Tenta-se evitar hipóteses pré-concebidas que possam interferir nos resultados. Então, as questões investigativas são depreendidas, gradativamente, a partir da leitura do material do corpus e da detecção de conexões que se destacam como aspectos constatados. No grupo atuam em 2015, três orientandos PIBIC e PIVIC, três alunos em fase de produção do PCC, duas alunas em nível de Mestrado e quatro em fase de doutoramento, além de oito participantes externos. Palavras-chave: Texto; Discurso; Ensino.

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Page 1: CRIARCONTEXTO: GRUPO DE ESTUDOS DO TEXTO E DO DISCURSO · 2015-07-31 · campo da textualidade e da Análise do Discurso; ... seu interior das reflexões empreendidas por Michel Foucault

São Carlos, Setembro de 2015

CRIARCONTEXTO: GRUPO DE ESTUDOS DO TEXTO E DO DISCURSO

Eliane Marquez da Fonseca FERNANDES (UFG)

[email protected]

O Grupo de Estudos CRIARCONTEXTO foi criado oficialmente em março de 2008

para congregar interessados em aspectos teóricos acerca do texto e do discurso. Situa-se na

UFG, em Goiânia e liga-se às Linhas de Pesquisa: “Ensino/aprendizagem de línguas” e “Língua,

texto e discurso”. Os projetos acerca dos textos têm como objetivos: desenvolver estudos no

campo da textualidade e da Análise do Discurso; acompanhar projetos de pesquisa acerca da

leitura e da produção de textos e promover ações de divulgação sobre os estudos desenvolvidos.

O objeto de estudo é a linguagem que se dá num processo de escolhas em um contexto de

interação e os aspectos formais linguísticos se compõem, entrelaçando interesses da situação e

processos sócio-históricos e ideológicos. Logo, a linguagem é o lugar do conflito e do confronto

ideológico, uma arena como quer Bakhtin (1995), na qual discursos singulares dialogam com os

discursos institucionalizados por meio de enunciados. Como ponto de partida o referencial

teórico é Bakhtin (1987, 1981, 1995 e 2000) que concebe o enunciado e os textos como

fenômenos dialógicos. A significação é construída na relação indissociável entre enunciadores e

receptores no processo de interação e, nesse continuum, os elos se sucedem de modo tão

interligado que constroem mais que uma corrente sequencial, mas um feixe de valores

ideológicos. Outros pesquisadores da teoria bakhtiniana são, também, importantes nas

pesquisas como Machado (1995); Holquist (1998 e 2004); Amorim, 2004); Brait (2005 e 2006);

Faraco (2006). Há, ainda, alguns autores que se inter-relacionam aos estudos do discurso como

Pêcheux (1990), Foucault (1979, 1980, 2002a, 2002b, 2006), Gregolin (2004 e 2006). Há um

empenho em realizar estudos de cunho qualitativo em parcerias entre os pesquisadores

orientandos e desenvolver um trabalho de análise que ocorre num jogo de avanços e recuos. A

perspectiva desenvolvida é compromissada com um envolvimento colaborativo, porque na

relação pesquisadores/docentes ou docentes/pesquisadores aproxima-se dos alunos numa

abertura de convivência e de troca de ideias. Tenta-se evitar hipóteses pré-concebidas que

possam interferir nos resultados. Então, as questões investigativas são depreendidas,

gradativamente, a partir da leitura do material do corpus e da detecção de conexões que se

destacam como aspectos constatados. No grupo atuam em 2015, três orientandos PIBIC e

PIVIC, três alunos em fase de produção do PCC, duas alunas em nível de Mestrado e quatro em

fase de doutoramento, além de oito participantes externos.

Palavras-chave: Texto; Discurso; Ensino.

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São Carlos, Setembro de 2015

A CONSTRUÇÃO DA IMAGEM DE SI EM TEXTOS NO FACEBOOK

Edilene Paiva COSTA E SILVA (UFG)

[email protected]

Eliane Marquez da Fonseca FERNANDES (UFG)

[email protected]

A proposta deste trabalho consiste numa análise do ethos discursivos e uma

caracterização dos discursos da rede social “Facebook”, considerando os aspectos que envolvem

o sujeito, a linguagem, o discurso na virtualidade do espaço da rede social de relacionamentos.

Inicialmente, propõe uma discussão acerca de língua e linguagem, embasada em Bakhtin

(1986), a fim de esclarecer a concepção de língua que, nessa circunstância, não deve se

restringir ao reconhecimento do sinal linguístico, tendo em vista que o signo é sempre variável e

contextual, associado a um contexto ideológico preciso e apresenta um caráter dialógico,

enunciativo e social da linguagem. Quanto às questões relativas à análise do discurso, parte-se

dos estudos de Orlandi (2003), cujo ponto de vista é o reconhecimento da linguagem como

produção de sentidos que se estabelecem por meio do discurso. Discute-se, ainda, acerca da

constituição do sujeito discursivo, tendo por base as concepções de Pêucheux (2005). Nessa

etapa, o ponto de partida é investigar o papel da formação discursiva e de que maneira o

sujeito é interpelado por essa formação discursiva. Posteriormente. recorre-se às ideias de

Fernandes (2012) que enfatiza a apropriação de elementos exteriores ao discurso, o já-dito,

marcada por relações de poder e determinante na constituição do sujeito. O estudo analisa a

construção da imagem de si nas páginas do facebook, conforme as propostas de Maingueneau

(2008) e Amossy (2005). Estes autores contribuem epistemologicamente para a concepção de

ethos, no laço que mantém com a reflexividade enunciativa, ou seja, destacam o vínculo do

enunciado com a imagem que o enunciador constrói de si, bem como evidenciam as estratégias

discursivas, em destaque a construção da cena enunciativa que possibilita a manifestação desse

ethos no discurso. Portanto a proposta desta comunicação é fundamentada pela Análise do

Discurso, como dispositivo teórico e analítico, contudo deve ampliar a discussão acerca da

subjetividade do sujeito discursivo, na perspectiva do seu ethos.

Palavras-Chave: Análise do discurso; Sujeito virtual; Ethos.

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São Carlos, Setembro de 2015

ETHOS INDÍGENA E REFLEXÕES PÓS-ABISSAL

NO DISCURSO DA LEI 11.645/2008

Elizabeth Morena do NASCIMENTO (UFG)

e-mail: [email protected]

Eliane Marquez da Fonseca FERNANDES (UFG)

[email protected]

Este trabalho trata, especificamente, de avaliar o discurso e os ideais que estão em

questão na Lei nº 11.645/ 2008, que institui a obrigatoriedade do ensino de história e cultura

indígena na educação básica brasileira. A implementação dessa Lei nos currículos das

instituições de ensino propõe romper com os paradigmas de práxis pedagógicas desinformadas

acerca das epistemologias dos povos indígenas no contexto de ensino, principalmente, no que

atine aos aspectos de ordem historiográfica e literária indígenas. Com vista à análise desses

aspectos e que caucionam a legitimidade da Lei, apresentam-se reflexões acerca das condições

de produção discursiva no contexto sócio-histórico-cultural indígena na literatura do período do

séc.XIX, que incutiu no imaginário social e na ideologia das instituições brasileiras o ethos

depreciativo e genérico representativo do ser indígena. No contraponto desse período, a

conjectura do presente estudo é que a afirmação das identidades das diversas etnias indígenas

brasileiras e o reconhecimento legal dos seus direitos é a possibilidade de mudança que incide

sobre a imagem desses povos na contemporaneidade. Traz-se à memória os epistemicídios que

aconteceram no Brasil, no período de colonização do centro europeu que incidiu sobre as

diversas populações indígenas, cujo efeito do poder repressivo gerenciado pelo colonizador

resultou no êxodo das populações étnicas, em Goiás, em virtude, principalmente, de resistência

à violência e na busca de sobrevivência, outros também se dispersaram para outras regiões:

binômio que propiciou na mistura dos indígenas locais com povos de outras etnias indígenas e

com os negros. Isso desencadeou o êxodo e o genocídio de muitos grupos indígenas brasileiros,

por isso é crucial trazer à tona os posicionamentos discursivos a partir da legislação que legitima

uma perspectiva histórico-cultural dos povos que foram marginalizados por mais de cinco

séculos, o que atine na discursivização de que as balizas que engendravam o novo modelo de

acúmulo de capitais nesse dado contexto exigiam mão-de-obra barata e escrava, logo viram no

indígena o corpo ideal para a exploração braçal.

Palavras-chave: Colonialismo; Ethos; Povos indígenas.

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São Carlos, Setembro de 2015

SUBJETIVAÇÃO DO PROFESSOR: UMA ANÁLISE DISCURSIVA

NO CADERNO EDUCACIONAL

Janete Abreu HOLANDA (UFG)

[email protected]

Eliane Marquez da Fonseca FERNANDES (UFG)

[email protected]

Pretendemos investigar e problematizar as práticas discursivas e os processos de

subjetivação do professor no Caderno Educacional do 5.º ano de Língua Portuguesa. Esse

Caderno faz parte de uma coleção a qual foi distribuída e elaborada, em 2013, pela Secretaria de

Estado da Educação de Goiás, para os alunos e professores da rede pública estadual do Ensino

Básico de Goiás. Para isso, partimos das seguintes questões: Que professor é constituído e se

deseja no Caderno? Que processos de subjetivação são mobilizados para a construção desse

sujeito professor? Como se controla esse sujeito professor? Que relações de poder e,

consequentemente, que saberes são instaurados pelo/no documento? Dessa forma, desejamos

descrever o dispositivo pedagógico no qual/por meio do qual se constroem indivíduos dóceis e

úteis para as no meio educacional. Ao olharmos para esse objeto e descrevê-lo, utilizamos como

corpus os enunciados materializados nesse material didático. Embasamo-nos em postulados da

Análise do Discurso de orientação francesa, principalmente nas contribuições trazidas para o

seu interior das reflexões empreendidas por Michel Foucault para tal entendimento e também

nos situarmos de onde nos posicionamos para falar do processo de subjetivação. Adentramos

nos conceitos a partir dos estudos de Bauman sobre identidade, tentando fazer um diálogo entre

esse teórico e Foucault, pois percebemos que os dois veem o sujeito como plural e fragmentado,

ou seja, o eu se constitui de múltiplos fragmentos do outro. Por acreditarmos que a linguagem

desempenha papel significativo quanto aos modos do dizer, o nosso interesse, para a nossa

análise, volta-se para o como é dito. Ressaltamos que não analisamos os ditos de forma linear e

cronológica, mas o jogo de suas relações, tentando compreender as regras, as práticas, as suas

condições de funcionamento. Como resultado, percebemos que a constituição do sujeito

professor é produzida em rede por diversos elementos no dispositivo pedagógico por relações

de poder-saber e verdade

Palavras-chave: Dispositivo; Discurso; Subjetivação.

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São Carlos, Setembro de 2015

O DISCURSO SOBRE O PROFESSOR BRASILEIRO:

RELAÇÕES DE SABER E DE PODER

Valdoméria Neves de Moraes MORGADO (IF- GOIANO-CERES)

[email protected]

Eliane Marquez da Fonseca FERNANDES (UFG)

[email protected]

Entre os olhares oblíquos sobre o professor, são recorrentes discursos que o

desqualificam. Essas construções discursivas promovem saberes e fazem emergir relações de

poder que constituem formas de controle e de domínios de verdade sobre o professor. Para

observar e discutir a construção dessas verdades, recortamos textos de documentos gestores,

midiáticos e de fala de professores, a partir dos meados do século XVIII, para verificar as

práticas discursivas que reiteram representações disfóricas sobre o professor. Para isso,

mobilizamos os conceitos foucaultianos a partir da obra A Ordem do Discurso, pois entendemos

que à medida que esses saberes, transformados em estereótipos, se disseminam, potencializam o

exercício do poder que controla e sustenta tais discursos, provocando a multiplicação do

professor de acordo com as retomadas dos discursos que o desqualificam. Desse modo, as

relações dos dizeres efetivamente ressaltados em nosso corpus asseveram os movimentos

discursivos e reiteram a elaboração negativa da imagem que se tem do docente que constitui

diferentes materialidades discursivas. Os textos recortados para análise nos permitem verificar

como os procedimentos discursivos promovem saberes que se tornam verdades e verdades que

se tornam saberes, via historicidade e materialidade repetível. Nesse sentido, implicam-se

mutuamente as relações de poder e saber, enunciados e representações que asseveram imagens

disfóricas a partir das práticas discursivas atreladas aos discursos que denigrem o docente. No

levantamento dos textos, detectamos a repetição reiterada das representações que desmerecem o

professor, mediante o controle desse discurso para mantê-lo funcionando em circunstâncias

específicas de produção. Dessa maneira, é por meio dessas formulações discursivas que o

docente é apontado como um dos principais responsáveis pelo suposto fracasso do ensino,

tornando esse discurso como o verdadeiro de cada época. Embora os discursos pareçam simples

repetições, as construções discursivas que desqualificam o professor, séculos após séculos, não

tiveram força suficiente modificar as representações negativas geradas há tempos.

Palavras-chave: Discurso; Professor; Poder.

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São Carlos, Setembro de 2015

OS GÊNEROS DE RISO: UM ESTUDO DO RISO COMO ENUNCIADO

Waldênia Klésia Maciel Vargas SOUSA (UFG)

[email protected]

Eliane Marquez da Fonseca FERNANDES (UFG)

[email protected]

Este trabalho está relacionado à pesquisa em que examinamos o riso à luz dos estudos

da Análise do Discurso de vertente francesa, com recorrência a Foucault e a Bakhtin.

Mobilizamos nesta pesquisa, em especial, as noções de enunciado e gênero. Para tanto,

tomamos o enunciado como materialidade discursiva, possibilitando efeitos de sentido em uma

situação enunciativa, envolvendo sujeitos em interação em um dado momento sócio-histórico.

Os enunciados tomam formas tipificadas em situações enunciativas diversas, isto é, constituem

gêneros. O riso, sendo materialidade, pode ser compreendido como gênero, exercendo funções.

Em síntese, analisamos o funcionamento do riso como enunciado relativamente estável,

observando-se a função do riso nas enunciações e efeitos de sentido decorrentes. O riso constrói

subjetividades e apresenta efeitos de sentido, mobilizando saberes e poderes. O ato de rir pode

também modificar o efeito de sentido de um texto oral ou escrito. Tomemos uma entrevista

como exemplo: um sujeito dá uma resposta a uma pergunta e ri. Esse riso pode modificar o

sentido do que foi dito ou pode confirmar esse dito ou, ainda, o sujeito entrevistado, ao invés de

responder diretamente a uma pergunta, pode apenas rir e esse riso terá um efeito de sentido,

constitui-se, então, um enunciado e em cada irrupção constitui-se um gênero de riso, que exerce

uma função discursiva. Para fundamentar nossa pesquisa, recorremos aos estudos da Análise do

Discurso, bem como aos escritos de Foucault que abarcam noções acerca do discurso, do

enunciado, do saber, do poder, do sujeito. Também mobilizamos pesquisas elaboradas por

Minois, mostrado as diferentes facetas do riso em alguns momentos históricos, delineando a

função discursiva dessa prática. Por fim, evocamos a noção de gênero elaborada por Bakhtin em

seus estudos acerca da linguagem. Assim, entendendo os processos discursivos que envolvem o

riso, podemos dar subsídios para os professores trabalharem com os alunos nas diferentes

possibilidades de análise de textos, aprofundando habilidades de leitura, de interpretação em

múltiplas materialidades, tornando os leitores mais competentes para as sutilezas que o riso

agrega aos discursos. Nosso trabalho visa a suprir a necessidade de estudar a linguagem não

verbal, comumente relegada a mero complemente dos textos verbais. Outrossim, não

projetamos construir uma classificação definitiva dos risos existentes, pois cada enunciado é

único e cada irrupção merece uma análise detalhada.

Palavras-chave: Enunciado; Gênero; Riso.